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A Origem e o porquê da Estrutura de AA A origem: (a busca) Fontes e eventos que fundamentaram a origem: Sociedade Wasngtoniana Grupos Evangélicosde Oxford William James Rowland H. Carl Gustav Jung Ebby T. BILL W DR BOB S. Henrieta Seiberling William Duncan Silkworth ...... E TANTOS OUTROS!

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A Origem e o porquê da Estrutura de AA A origem: (a busca)

Fontes e eventos que fundamentaram a origem:

Sociedade WasngtonianaGrupos Evangélicosde Oxford

William JamesRowland H.

Carl Gustav Jung

Ebby T.

BILL W

DR BOB S.

Henrieta Seiberling

William Duncan Silkworth

...... E TANTOS OUTROS!

1935 - Por intermédio da Srª. Henrietta, Bill fala com Dr. Bob.1937 – 40 casos mais ou menos sólidos. Um olhar para o futuro: necessidade de estruturar.1938 – Criada a Fundação do Alcoólico 1938 – Bill escreve Os Doze Passos –O Primeiro Legado: Recuperação1939 - Publicação do livro Alcoólicos Anônimos.1941- março-A reportagem de Jack Alexander, no Saturday Evening Post, possibilita o reconhecimento nacional (EUA). Expansão de 2000 para 8000 membros.1942- A Oração da Serenidade é adotada pela Irmandade.1946- As Doze Tradições são publicadas – O Segundo Legado: Unidade.1949-A Associação Psiquiátrica Americana reconhece A.A.1950- Primeira Convenção Internacional em Cleveland. Cerca de 3000 membros aprovam As Doze Tradições.1951- 12000 médicos da Associação Americana de Saúde Pública outorgam a Alcoólicos Anônimos o Prêmio Lasker.1954- Os “Propósitos Múltiplos” da Fundação do Alcoólico são abandonados; agora é Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.1955-03 de julho de 1955. “Domingo às Dezesseis Horas”. Ergue-se o espiral do Terceiro Legado: Serviço.O Símbolo, a Marca, a Estrutura Identificável, a identidade Visual de A.A.(Finalmente, a definição).

A Estrutura de Alcoólicos Anônimos, representadas, graficamente, por um triângulo eqüilátero (equilíbrio), dentro de um circulo (igualdade) é, essencialmente espiritual. Assim, a estrutura de A.A, como um todo, por ser espiritual, não se organiza. A estrutura de Serviço (Terceiro Legado), sim.

Cleveland

Akron

New York

(Paralelo entre a Fé e a Igreja)

A Estrutura do Terceiro LegadoO PORQUÊ:(a normatização) ( ORGANOGRAMA) A CONFERÊNCIA DE SERVIÇOS GERAIS“ (...)

PELO fato de conhecermos o grande impacto que A.A.pode ter sobre as gerações futuras que nos seguirão, tivemos o cuidado de constituir uma estrutura de serviço de A.A. na Junta de Serviços Gerais, na Conferência de Serviços Gerais e nas incontáveis unidades de serviço que cumprem as tarefas diárias essenciais para levar a mensagem de A.A., através do mundo inteiro.Com toda a razão Bill tem descrito essa estrutura de serviço como um legado, que merece a mesma atenção e compreensão que têm sido outorgadas ao Primeiro Legado( Doze Passos ) (Sic) e ao Segundo Legado (Sic) (Doze Tradições) (Sic).Mas o Terceiro Legado ( SERVIÇO )tem um elo de ligação com os outros dois. É o elo que nos permite usar esse legado durante toda a nossa vida,com a condição de que nós não somente o preservemos, mas que tratemos de aumentar seu conteúdo espiritual para as gerações que venham depois de nós.Cada geração seguinte , á medida que recebe esse legado ,deverá do mesmo modo protegê-lo, se os membros quiserem empregá-lo para ganhar a vida e passá-lo à geração seguinte , com um conteúdo espiritual enriquecido .A Conferência de Serviços Gerais de A.A. é, naturalmente , o instrumento prático para a preservação , intensificação e administração desse grande Terceiro Legado (Serviço). A idéia da Conferência foi desde o princípio simples e decisiva .É baseada na crença de que todos nós que temos estado ligados ao A.A., durante seu crescimento e desenvolvimento inicial , temos uma obrigação para com a sociedade . Essa obrigação é para assegurar que essa Irmandade sobreviva , que essa tocha de fé , essa luz radiante de esperança para o mundo jamais seja extinta.

Podemos não precisar de uma Conferência de Serviços Gerais para assegurar nossa própria recuperação , mas precisamos dela para assegurar a recuperação do alcoólico que tropeça ainda na escuridão , à procura de luz . Precisamos dela para assegurar a recuperação de alguns recém-nascidos , inexplicavelmente destinados ao alcoolismo .Precisamos dela para manter , de acordo com o Décimo Segundo Passo , um refúgio permanente para todos os alcoólicos que no futuro possam encontrar em A.A. esse renascimento que fez com que seus primeiros membros voltassem à vida . Precisamos dela porque somos conscientes do efeito devastador da tendência humana para o poder e o prestígio que nunca devemos permitir que invada o A.A.. Precisamos de uma Conferência para proteger A.A. de qualquer tipo de governo e ao mesmo tempo para preveni-lo da anarquia ; precisamos dela para proteger a Irmandade da

desintegração , ao mesmo tempo que se evita a superintegração . Precisamos dela para que Alcoólicos Anônimos e unicamente Alcoólicos Anônimos possa ser depositário permanente de seus próprios Doze Passos, Suas Doze Tradições e todos os seus Serviços.

Precisamos de uma Conferência para assegurar que mudanças dentro do A.A. ocorram unicamente como resposta para as necessidades e desejos de A.A. como um todo, e não somente de alguns . Precisamos dela para assegurar que as portas de A.A. nunca se fechem , para todas as pessoas que tenham um problema alcoólico possam sempre chegar livremente em nossas salas de reunião e se sentir bem vindas . Precisamos dela para ajudar a assegurar que Alcoólicos Anônimos nunca pergunte a ninguém que precisa de ajuda qual é a sua raça , qual é a sua crença ou qual é a sua posição social.”

BERNARD B. SMITH

PRESIDENTE DA JUNTA DE SERVIÇOS DE ALCOÒLICOS ANÔNIMOS DE 1951 a1956

AUTOR :-- EFECÊ DE SOUZA

COMO MELHORAR SUA COMUNICAÇÃO NO GRUPO

Siga sua intuiçãoEm reunião de Recuperação, determine quando quer falar ou permaneça em silêncio. Procure, em depoimento, transmitir o que lhe parece importante no momento, tendo em vista o assunto em andamento e suas necessidades. Procedendo desta maneira, você vai se conscientizar de que está em você a livre decisão e a responsabilidade de utilizar este tempo da maneira que o fizer. Vai doer apenas em você se deixar de aproveitar este momento. Não se preocupe em agradar aos outros com o que você vai dizer. Diga simplesmente o que você considera necessário e importante para si mesmo. Os outros também seguirão as suas intuições e poderão dizer se pensam diferente. Não fique ausenteUm "ausente" não perde apenas a possibilidade de realização própria dentro do grupo, como também significa uma perda para o grupo todo. Impossibilitado de participar de uma discussão, sentindo-se entediado, com raiva, procure interromper e colocar seus sentimentos. No momento em que se consegue superar uma interrupção dessas, ou se recomeça a discussão com maior clareza ou se parte para um assunto de maior importância.Seja diretoSe quer comunicar alguma coisa a alguém do grupo, dirija-se diretamente a essa pessoa, mostre-lhe com o olhar que é a ela que você está se referindo. Não fale com terceiros sobre um outro e também não fale para o grupo quando, na verdade, está se dirigindo a uma pessoa

em especial.Use 'eu' no lugar de 'nós' ou 'a gente'Evite falar em nós ou na gente pois você pode estar se escondendo atrás dessas palavras, não querendo arcar com a responsabilidade do que está dizendo. Mostre-se pessoalmente, fale EU. Além de tudo, se você usar "nós" ou "a gente" estará envolvendo outros sem saber se eles concordam com o que está sendo dito.Dê sua opinião, evite perguntasQuando fizer uma pergunta, esclareça porque a está fazendo. Perguntas, muitas vezes, são um método de não se mostrar a si próprio ou a sua opinião. Além disso, perguntas podem soar como inquisidoras, muitas vezes são isso mesmo, e acabam encurralando o outro. Expressando sua opinião claramente é muito mais fácil para o outro associar-se ao seu modo de pensar.Experimente novas posturasIndague-se: Revelo em minha postura o que realmente quero transmitir, ou na verdade gostaria de portar-me de maneira diferente?Procure, algumas vezes, experimentar novas posturas. Arrisque-se aos arrepios que isto causará, eles são um bom sinal de que você de fato está experimentando uma nova postura.Atente para os avisos de seu corpoPara descobrir o que você no momento realmente sente e quer, ouça o que diz o seu corpo. O corpo pode contar, muitas vezes, mais sobre nossos sentimentos e necessidades do que a nossa cabeça.Forneça "feed back" – retornosSe a postura de um companheiro do grupo lhe causar sentimentos agradáveis ou desagradáveis, comunique isso logo a ele e não, mais tarde, a um terceiro. Ao dar "feed back", fale simplesmente dos sentimentos que o comportamento do outro desencadeou em você. Tente descrever a ação do outro de maneira concreta e precisa para que ele possa entender qual o comportamento que causou em você tais sentimentos. Deixe em aberto a questão de quem é o "culpado" dos sentimentos que você sente. Você não precisa, para isso, de fatos objetivos ou de provas, seus sentimentos subjetivos são o bastante, pois você tem direito inalienável a eles.Receba "feed back' – retornos"Se receber resposta sobre o que falou, não tente logo se defender e nem esclarecer as coisas. Saiba que não estão sendo passados fatos objetivos, isso nem é possível, mas sim sentimentos subjetivos do outro. Alegre-se que o seu interlocutor fale de seu problema a você, o problema que ele tem com você. Procure ouvir calmamente, para poder verificar se de fato está entendendo o que ele está lhe dizendo.Falar um de cada vezApenas um deve falar de cada vez. Quando várias pessoas querem falar ao mesmo tempo é preciso encontrar uma alternativa para essa situação.

(Artigo traduzido e adaptado da revista alemã AA INFORMATIONEN, edição de março de 1993)Vivência n° 29 – MAIO/JUNHO DE 1994

Como podemos manter o A. A. simples?

Este número da Grapevine chegará às mãos de seus leitores em julho, o mês em que celebramos o vigésimo quinto aniversário de A. A. em Long Beach, Califórnia. Cruzaremos um novo portal para o nosso futuro. Nos alegraremos ao pensar nas dádivas e nas maravilhas do ontem. E voltar a consagrar a realizar a imensa promessa do amanhã, sem dúvida consideramos nossa posição atual. Conseguimos manter “A. A. simples” ou inadvertidamente, cometemos algum erro?Ao refletir sobre estas questões, comecei a considerar nossa estrutura básica: aqueles princípios, relações e atitudes que formam a substância de nossos Três Legados de Recuperação, Unidade e Serviço. Em nossos Doze Passos e Doze Tradições, encontramos vinte e quatro princípios bem enunciados. Em nosso Terceiro legado se incluem os estatutos para serviço mundial que prevê a existência de milhares de representantes de serviços gerais, centenas de membros de comitês locais, oitenta delegados da Conferência de Serviços Gerais, junto com o pessoal de nossa Sede, especializados em assuntos legais, financeiros, de Relações Públicas e de publicações e seus ajudantes. Nossos serviços de Grupo e de área contribuem ainda mais para esta aparente complexidade.Na primavera passada, completaram-se 22 anos do estabelecimento de nossa junta de custódios para o A. A. no seu todo. Até aquele momento, não havíamos tido princípios enunciados nem serviços especiais. Não havíamos sequer sonhado com os Doze Passos. E quanto às Doze Tradições, basta dizer que éramos uns quarenta membros com apenas três anos de experiência. Assim que não tínhamos muito que fosse “tradicional”. A. A. era composto dois Grupos pequenos um de Akron e outro em Nova Iorque. Éramos uma família muito íntima. O Dr. Bob e eu éramos os “papais”. Naqueles dias, se fazia o que nós dizíamos. As salas de reuniões eram as salas de estar de nossas casas. A vida social se desenvolvia ao redor dos cafés nas mesas de nossas cozinhas. O alcoolismo se considerava, certamente, como uma enfermidade mortal. A honradez, a confissão, a reparação dos danos, o trabalho com outros e a orientação eram a única fórmula para nossa sobrevivência e desenvolvimento. Esses eram anos sem complicações, de facilidade. Não havia necessidade da máxima: “Mantenham-no simples”. Não podíamos ter sido menos complicados.O contraste entre então e agora é impressionante. Para alguns de nós é horripilante. Portanto, perguntamos: “Terá seguido o A. A. a advertência do Dr. Bob de mente-lo simples?” Como poderíamos enquadrar os Doze Passos, as Doze Tradições, a Conferência de Serviços Gerais e Convenções Internacionais de hoje com nosso A. A. original de “cafés e bolos”?Para mim, não me parece difícil fazê-lo. A simplicidade autentica de hoje se encontra, creio eu, em qualquer princípio, prática e serviço que sirvam para assegurar para sempre nossa harmonia e eficácia geral. Portanto, foi melhor anunciar claramente nossos princípios do que deixá-los em termos vagos; melhor classificar suas aplicações do que deixá-las indefinidas; melhor organizar nossos serviços do que deixá-los ao azar ou não ter nenhum método para realizá-los.

Um retorno à época da mesa da cozinha não nos daria a desejada simplicidade. Só poderia significar a irresponsabilidade, a discórdia e a ineficácia em grande escala. Imaginem: não haveria princípios orientadores bem definidos, não haveria literatura, nem salas de reunião, nem apadrinhamento planejado, nem direção estável, não haveria relações bem estabelecidas com os hospitais, nem saudáveis Relações Públicas, nem serviços locais ou mundiais. Voltar a essa época de simplicidade dos dias do passado seria tão absurdo como vender o volante, o depósito de gasolina e os pneus do carro da família. O carro seria sem dúvida uma coisa simples – eu não teria que comprar gasolina ou pagar os consertos. Mas nosso carro não andaria. A vida familiar apenas se poderia considerar mais simples; logo porém ficaria confusa e complicada.Uma anarquia exposta de A. A., animada unicamente pelo espírito de “reunamo-nos”, simplesmente não nos basta para os Aas de hoje. O que em 1938 dava bons resultados para uns quarenta membros não vai funcionar para os 200.000 Aas de 1960. Nossa maior grandeza, e por conseguinte, nossas maiores responsabilidades constituem a diferença entre a infância de A. A. e a sua maioridade. Nos demos conta de como seria idiota tentar recuperar a simplicidade que conhecíamos em nossa infância para desta forma evitar a simplicidade com a qual sempre temos que enfrentar para “mantê-lo simples” hoje. Não devemos atrasar o relógio nem devemos tentar fazê-lo.A história da evolução de nossas idéias a respeito da “simplicidade para hoje” é fascinante. Por exemplo: chegou a hora em que tivemos que codificar – ou organizar, se assim o preferem – os princípios básicos que havia, surgido de nossa experiência. Colocou-se muita resistência à essa idéia. Muitos membros expressavam a firma convicção de que, com a publicação dos Doze Passos estava-se complicando o muito simples (ainda que algo confuso) programa de recuperação transmitido por palavras. Dizia-se que “estávamos atirando a simplicidade pela janela”. Mas não era assim. É só perguntar-se, “Onde se encontraria hoje o A. A. sem os Doze Passos?” Só Deus sabe o bem que se fez com a enumeração precisa e a publicação destes princípios em 1939. A codificação simplificou muito a nossa tarefa. Quem pode dizer o contrário agora?Em 1945, elevou-se o clamor parecido quando enunciaram-se claramente nas Doze Tradições de A. A. sólidos princípios para vier e trabalhar juntos. Nos parecia muito difícil chegar a um acordo a respeito. Não obstante, quem pode dizer agora que as Tradições complicaram nossas vidas? Ao contrário, estes princípios tão claramente definidos simplificaram grandemente a tarefa de manter a unidade. E para nós, os Aas, a unidade é uma questão de vida ou morte.O mesmo aconteceu em todas as partes com nossos serviços ativos, especialmente os serviços mundiais. Quando se criou nossa primeira junta de custódios de A. A., havia graves inquietações. As pessoas sentiam-se muito alarmadas porque esta operação supunha certos trâmites legais, certas questões de autoridade e de dinheiro e algumas transações comerciais. Dizíamos alegremente que A. A. havia “separado completamente o material do espiritual”. Portanto, produziu-se uma grande emoção quando o Dr. Bob e eu propusemos os serviços mundiais; quando insistimos que estes serviços tinham que estar

encabeçados por uma junta permanente; e ainda quando dissemos que havia chegado o momento de que – pelo menos nessa esfera – teríamos que colocar o material a serviço do espiritual. Alguém que tivesse experiência teria que tornar à direção, e teria que haver gasolina no depósito de A. A.A medida que nossos custódios e seus colegas começaram a levar nossa mensagem para todo o mundo, pouco a pouco nossos temores começaram a desaparecer. A. A. não se havia tornado mais complicado. Havia se simplificado. Podiam perguntar a qualquer um das dezenas de milhares de alcoólicos e seus familiares que estavam chegando ao A. A. graças aos nossos serviços mundiais. Suas vidas sem dúvida haviam sido simplificadas. E, em realidade, as nossas também.Quando em 1951 reuniu-se pela primeira vez a nossa Conferência de Serviços Gerais, voltamos a conter a respiração. Para alguns estes acontecimentos significavam um desastre total. Agora as brigas e as politicagens seriam a norma. Nossos piores traços de caráter tomariam a dianteira. A serenidade de nossos custódios e de todos os demais se veria transtornada (como as vezes de fato aconteceu). Poriam se obstáculos à nossa grandiosa espiritualidade e à terapia de A. A. Alguns se embebedariam por esse motivo (e de fato, alguns o fizeram). Mais forte do que nunca se ouvia gritar: “Pelo amor de Deus, mantenham-no simples!” Alguns membros protestavam. “Por que o Dr. Bob, Bill e os custódios não podem continuar dirigindo estes serviços? Essa é a única forma de mantê-lo simples”.Porém, poucos sabiam que o Dr. Bob estava doente de morte. Ninguém parou para pensar que em breve só restariam um punhado de pioneiros; e que também estes não tardariam em desaparecer. Os custódios se encontrariam muito afastados e desconectados da Irmandade a qual serviam. O primeiro grande vendaval os poderia derrubar. A. A. sofreria um ataque do coração. Quase com total certeza o resultado seria um colapso irreparável.Portanto, nós Aas tivemos que tomar uma decisão: O que seria realmente o mais simples?Conseguiríamos estabelecer essa Conferência de Serviços Gerais, apesar de seus gastos e perigos particulares? Ou ficaríamos em casa de braços cruzados, esperando as funestas conseqüências de nosso temor e nossa insensatez? Nos perguntávamos, o que seria melhor a longo prazo, e, portanto, o mais simples? Como revela nossa história, nos colocamos em ação. A Conferência de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos acaba de celebrar sua décima reunião. Com toda certeza sabemos que este instrumento consolidou nossa unidade e assegurou a recuperação de milhares de alcoólicos enfermos que ainda estão por vir.Por conseguinte, creio que temos mantido a fé. Na minha opinião, foi agindo da maneira como temos feito que conseguimos que o A. A. seja verdadeiramente simples. Pode ser que alguns ainda nos perguntem: Não estaremos nos afastando de nossa Tradição original segundo a qual “A. A. como tal, nunca deverá ser organizado?” Absolutamente, não. Não estaremos “organizados” enquanto não criarmos um governo; enquanto não dissermos quem deve ou não ser membro; enquanto não autorizarmos nossas juntas e comitês de serviços a impor castigos por falta de afinidade, por não contribuir com dinheiro ou por mau comportamento. Eu sei que cada AA em seu coração compartilha a

convicção de que nunca poderá acontecer nenhuma dessas coisas. Simplesmente organizados, nossos princípios para que se possam entender melhor, e continuarmos organizando assim nossos princípios com a finalidade de poder fazer uma transfusão do sangue vital de A. A. aos que sem ele morreriam. Nisto consiste exclusivamente a “organização” de A. A. Nunca poderá haver mais. Uma pergunta para terminar: “Terá desaparecido do mundo de A. A. a época de café e bolos de amizades íntimas porque nós estamos modernizando?”

COMUNICAÇÃO: BASE FUNDAMENTAL PARA UM BOM SERVIÇO NO 3º LEGADO

Prezados Companheiros: - Hoje, nos reencontramos!  A todo momento conversamos com nós mesmos, seja para definir e avaliar sentimentos, emoções, comportamentos e atuações ou seja para emitir opiniões, formular idéias ou ainda, aprofundar pensamentos e buscar compreender o sentido daquilo que ouvimos e vivemos no dia à dia. Todo ser humano procura se comunicar, mas é muito comum encontrar pessoas que não conseguem interagir umas com as outras. Dentro de uma comunicação, a clareza e a forma como a mensagem é transmitida, “pedem” de nós um comprometimento pessoal. Por definição,“Comunicação é um processo pelo qual as pessoas tentam expressar o que pensam e o que sentem para os outros, como também destes, vir a tê-la em reciprocidade. Nesse sentido, é importante sabermos ouvir e escutar para sermos ouvidos e escutados por alguém”. Não é diferente para nós, quando estamos realizando um Serviço de Alcoólicos Anônimos! “A comunicação é uma troca de idéias e informações. Não é o que se diz, mas o que o outro entende sobre o que estamos dizendo! Ela é mais do que apenas dizer palavras. Ela entra em todas as facetas de nossas atividades cotidianas e relações pessoais. Ela melhora o nosso relacionamento interpessoal e nos faz  aceitar mais e melhor os outros, principalmente depois de conhecer as suas virtudes ou limitações.

Quando existe clareza, o que anima uma comunicação e o que a torna mais cativante são o tema, as pessoas e os relacionamentos que passam a existir entre elas”.  

 “As comunicações são como uma via de duas mãos, e a tarefa de comunicar-se não está concluída até que haja compreensão, aceitação e uma ação resultante. A finalidade da comunicação é afetar comportamentos. É trazer esclarecimentos dentro de uma informação. Um erro comum é o de se emitir orientações por escrito e se acreditar que sua interpretação será desta forma mais precisa do que a verbal, sem a possibilidade de problemas na sua receptividade. Há a necessidade da interação, levando-se melhores esclarecimentos e despertando-se o interesse pelo assunto. Por isso, a razão dos valores que devemos dar as interações e aos processos de trocas e aos relacionamentos, senão tudo cai de água abaixo e continuaremos fazendo descaso em cima de descaso, mais preocupados com o que vamos dizer”.    Comunicação é para os nossos trabalhos do Terceiro Legado mais do que um requisito fundamental. Ela é essencial para o conhecimento do Programa de Recuperação de Alcoólicos Anônimos, tanto pelo membro quanto pela Sociedade.  Ela é o elo de ligação para o bem estar e para uma continuidade saudável das atividades desenvolvidas pelo 3º Legado -  Serviço em AA.Os membros de AA que se interessam pelos Serviços da Irmandade, normalmente se apegam as atividades como um gesto de sobrevivência. Isto porque, a ausência de atividades leva também ao doente alcoólico o aparecimento de doenças físicas e mentais, que não têm nada a ver com o alcoolismo (embora ele atribua ao alcoolismo). Como exemplo, a auto-desvalorização, o declínio da auto-estima, a desmotivação ou o isolamento social, para não falar do tenebroso afastamento do Grupo, que ocorre na medida em que o tempo passa e também, quando “as coisas melhoram...” Vejo portanto, que praticar o Terceiro Legado, significa também ingerir “um comprimido de milagrosa medicação” para a nossa saúde, que com o passar dos anos normalmente dá os seus sinais com o avançar da

idade e na medida que completamos mais anos de Sobriedade! E entendo que é fundamental fazer esta comunicação e alerta à nossa Comunidade, que ainda tem dúvidas sobre os Serviços em AA. Eis uma comunicação importante e faço-a agora: Em outubro de 2008, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos já existia em 180 países, com 113.168 Grupos, com mais de Dois milhões de membros, tendo o Livro “Alcoólicos Anônimos” em 58 idiomas e mundialmente contando com a existência de 61 Escritórios de Serviços Gerais. Mas, continua necessitando dos nossos Serviços!Outra comunicação que nos faz muito bem lembrar, como Servidores, diz respeito a nossa política de Relações Públicas, quando em 1973 a Conferência de Serviços Gerais (EUA/Canadá) confirmava que: “temos de reconhecer que nossa competência para falar de alcoolismo se limita ao tema de Alcoólicos Anônimos e seu Programa de Recuperação”. Sapateiro, não vá além de suas chinelas, foi o que nos foi dado a entender! É uma comunicação básica, clara e fundamental. Na verdade, já em junho de 1960, o nosso co-fundador Bill W. previa alguns desafios, tendo em vista o crescimento tão vertiginoso de nossa Irmandade: - dizia ele em um artigo, “Para onde vamos a partir de agora? Quais são nossas responsabilidades para hoje e para o amanhã?As respostas a estas perguntas vem sendo respondidas na medida que nossos Servidores se dispõem a  praticar o Terceiro Legado. Será que estamos fazendo tão bem como deveria ser, o “Alcoólicos Anônimos Amanhã”, imaginado pelo nosso co-fundador? Será que estamos retribuindo a dádiva recebida? Será que não estamos nos acomodando? Pergunto: Como será Alcoólicos Anônimos, depois de Amanhã...? Onde erramos? Onde acertamos? Onde podemos corrigir? Onde está o Amor? Onde está o Perdão?  Onde está a Espiritualidade? Onde está a Gratidão? Para que a mensagem de AA possa ser divulgada corretamente, sem banalização, há a necessidade de conhecermos o Programa de Recuperação, seus Princípios e como funcionam os segmentos organizados dentro da Irmandade, seus Representantes, seus Encargos, seus níveis de responsabilidades e autoridades delegadas. De outra forma, sempre haverá retrocesso...

Uma ação bem coordenada e de forma organizada, proporciona o alcance da Sobriedade e da mensagem de AA a um número maior de empresas públicas e privadas, clínicas e hospitais, escolas e universidades: Nossos grandes multiplicadores da mensagem. Para isto, o entendimento do 3º Legado, precisa ser claro, aberto, preciso, transparente e responsável. Estes atributos só acontecem se houver uma comunicação clara e objetiva, sem distorções, de forma com que o receptor possa receber a mensagem sem ruídos e possa repassá-la para a Comunidade AA.      A imprensa e o rádio no Brasil, desde os anos da década de 1950 vem abordando temas sobre Alcoólicos Anônimos. Nos últimos anos temos presenciado, principalmente a Televisão mostrar, como funcionam os grupos de AA. Isto ocorre desde o ano de 1975 (com a novela “Meu rico português”). Nestas ocasiões, além de enaltecer a credibilidade e a importância de AA e da mensagem de esperança e amor ao alcoólico que ainda sofre, prestam um valioso serviço de comunicação e informação correta à Sociedade. Somos imensamente gratos. Quantos novos companheiros e quantas novas companheiras chegaram aos Grupos e hoje reconhecem o valor daquelas comunicações! Foram muitos, muitos...e muitas!Por outro lado, outro meio de comunicação que está sendo bastante pesquisado está sendo a Internet. Ai, convém checar as informações! Elas são variadas! Elas devem ser filtradas, pois devido a liberdade de expressão não há um comprometimento e se identifica a existência de assuntos controvertidos e alguns outros que banalizam o conteúdo da mensagem de AA. Eis porque uma comunicação necessita ser eficaz.. Sua eficácia traduzirá a mensagem correta e esta será de grande valia aos interessados no Programa de AA e a todos aqueles que atuam no 3º Legado.Todo o empenho que se faz buscando atrair o alcoólico para um grupo de AA denominamos como Serviço. Atrair um novo membro a um grupo é um momento muito mágico e acompanhar a Recuperação do alcoólico é uma dádiva de Deus, porque ali também estamos todos nós, em Unidade  recebendo-o, e juntos, repassando adiante a dádiva da Sobriedade! É a comunicação afetiva. É o resultado do nosso único

propósito primordial – Transmitir, comunicar, levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre!  Ferramentas para o trabalho do Terceiro Legado e espaço para todos que o queira não faltam! Quem deseja honestamente trabalhar em AA, sempre encontrará um lugar compatível com as suas habilidades. Antes de nós, muitas experiências foram vivenciadas, discutidas exaustivamente, eliminadas e muitas outras foram colocadas em prática porque deram certo. A presença de um bom veterano, repassando suas experiências serve de estímulo bastante significativo ao desenvolvimento de um Grupo.  Normalmente ele é o responsável pelo despertar dos demais membros para a prática do Terceiro Legado, repassando sua vasta experiência, não a restringindo somente para si próprio.Para que um membro assuma um Encargo é necessário que conheça um mínimo sobre o 3º Legado – Serviço em AA. Só a vontade de querer “trabalhar” pelo seu grupo e conseqüentemente pelo AA já é importante, porém insuficiente. Pois como já é dito, “o que deve ser feito, deve ser bem feito” e para o bom Serviço, a nossa Irmandade não foge desta regra!Todo membro que desperta para o trabalho dentro de AA, deve ao mesmo tempo se “alimentar” com as boas novas das literaturas específicas que possam melhor lhe conduzir e torná-lo eficiente no desempenho do 3º Legado. Ler tudo que possa lhe orientar para melhor divulgar a Irmandade: “O Grupo”, “Os Doze Passos e as Doze Tradições”, “O Manual de Serviços”, “Os Doze Conceitos para os Serviços Mundiais”, as “Recomendações da Conferência”, “Revista Vivência”, folhetos, como por exemplo, “Como falar em reunião de não AA” e tudo que é notícia em AA. Um dos principais requisitos prende-se a sua nova Responsabilidade: Servidor de Confiança. Um bom Servidor, representa o seu Grupo, o seu Distrito, a sua Área, a sua Região, o seu País. Esta representação significa se fazer presente nos fóruns de Serviços, tais como Reuniões de Serviços, Reuniões nos Distritos, Reuniões de Comissões ou Comitês, Assembléias de Área, Conselhos de Representantes, Conferências e Eventos. Para isto, convém ficar sempre atento às Comunicações...

Existindo ou não as convocações, os Servidores de Confiança foram escolhidos para estar presentes. É assim que funciona a ação do 3º Legado durante o tempo de mandato assumido. Foi um compromisso para exercer o 3º Legado, que normalmente ocorre quando o 1º Legado – Recuperação e o 2º Legado – Unidade, já estão bastante assimilados e compreendidos. Normalmente, quando entendemos que é chegado o momento do exercício da Gratidão. Do passar adiante! Da doação. Do dar de graça o que de graça recebeu! Porém, isto não é uma regra.  É possível que existam os sacrifícios de tempo, de outros compromissos, etc., etc. Mas, e no tempo das bebedeiras....? Porque a acomodação? Por que esperar que somente os outros façam por você e para você? Todos nós podemos! É até uma verdadeira e salutar mudança de hábito!      O nivelamento e a igualdade de propósito entre todos os membros, o é “proibido proibir”, a não obrigatoriedade, a não exclusão e a ausência de regras, direcionam a Irmandade ao longo dos anos para um segmento, cada vez mais admirado e compreendido dentro da sociedade.Nosso entendimento é de que toda espécie de trabalho tem que ser realizado para se manter um grupo de AA em funcionamento. É através do trabalho dos membros do grupo que os doentes alcoólicos de uma comunidade ficam sabendo que AA existem e de que forma pode ser encontrado. É através do Serviço em AA que são atendidos os pedidos de ajuda e são mantidos os órgãos de serviços e os contatos necessários com o restante do AA a nível local, nacional e internacional e assim, o grupo fica informado e sai do isolamento.Nos grupos, os membros encarregados destes serviços são também chamados de Servidores, que escolhidos pelos demais membros executam suas atividades por períodos limitados, proporcionando a rotatividade. Portanto, aprender a aceitar a responsabilidade dentro do grupo é um privilégio. Este privilégio e esta responsabilidade devidamente manejadas, podem ser bastante útil à recuperação. Muitos membros de AA descobriram e constataram que o Terceiro Legado representa uma excelente maneira de fortalecer a própria sobriedade e por isto procuram não se afastar de atividades que possam fortalecer o

seu Programa de Recuperação.O AA é um corpo amante, crescente e vivo. Ama através do Serviço. Cresce através do Serviço e torna-se vivo através do Serviço. Sua reprodução não é biológica e as novas gerações de membros e Servidores somente poderão acontecer através  do Serviço, tendo a obediência aos princípios, entre eles o da escolha democrática e o da rotatividade nos encargos.O 3º Legado compreende os órgãos de serviços, diretores e encargos dentro de nossa Irmandade a partir do grupo, indo até a estrutura nacional e internacional. Compreende os Procedimentos do 3º Legado para o sistema de escolha e votação de representantes de AA. Compreende a Junta Nacional de Serviços Gerais e a Conferência de Serviços Gerais. Compreende a Reunião de Serviços Mundiais. Compreende as Garantias Gerais e a Ata de Constituição da Conferência.Simples tarefas de Serviço ajudam a desenvolver a confiança, ou um início de crédito em seus próprios valores e opiniões e até mesmo o retorno do respeito próprio e da auto-estima. Serviço é tão fundamental para AA, assim como a abstinência do álcool está para a Sobriedade. É o verdadeiro núcleo em torno do qual a Irmandade é construída.A comunicação é um instrumento de integração e também de instrução. São os relacionamentos dentro de nossa Irmandade entre os Órgãos de Serviços e os Grupos e seus membros. A comunicação é responsável pela circulação das informações que são emanadas e, quanto mais bem informados, mais envolvidos estaremos com os nossos propósitos, pois a comunicação amplia a visão do membro de AA interessado na prática do 3º Legado, proporcionando-lhe ser um dos melhores porta-vozes do Grupo ou do segmento de Serviço onde desempenha suas atividades. No campo afetivo, a comunicação permeia toda a ação do ser humano, possibilitando as interações, o compartilhamento com as idéias e os anseios para minimizar o sofrimento e a necessidade de ajuda. O ser humano necessita comunicar-se. A falta de comunicação leva à solidão. Leva a uma carência afetiva e emocional.Que o Poder Superior nos ilumine!

CAMPOS S.

CONSCIÊNCIA COLETIVA 

Dr. Lais Marques da SilvaEx-Custódio e Presidente da JUNAAB

 " ...um Deus amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência

coletiva"."...que todas as decisões importantes sejam tomadas através de

discussão, votação e, sempre que possível, por substancial unanimidade".

 Introdução

     Tive a excepcional oportunidade de estar presente a nove Conferências de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil. Nelas, buscaram-se caminhos para a Irmandade como um todo e procuraram-se os melhores encaminhamentos para a solução de situações que ocorreram na vida da Irmandade, encaminhamentos esses que se constituíram em fundamento para a tomada de importantes decisões. No decurso dessas grandes reuniões, os eventos se mostraram ainda mais valiosos do que o já tão significativo processo de autogestão, em si.     Todo o trabalho realizado no decurso de uma conferência é de grande valor para a vida da Irmandade não só para o momento que passa, mas é também determinante em relação aos dias futuros. É assentado num processo de caráter fundamental, que é o da busca da Consciência Coletiva. Além de sábio em si mesmo, é, sobretudo, inspirado pelo Poder Superior, poderosa fonte de iluminação, valiosa e norteadora dos destinos de centenas de milhares de seres humanos vitimados pelo mesmo demônio, o alcoolismo, e que hoje estão presentes nos grupos de Alcoólicos Anônimos, no Brasil. Mas é também igualmente importante para a existência da Irmandade de Alcoólicos Anônimos em todo o mundo no que ela representa de caminho de salvação para milhões de seres humanos, hoje sofrendo nas garras do alcoolismo.     Coloquei neste trabalho o que vi e aprendi no convívio com os companheiros de Alcoólicos Anônimos, além do resultado da minha experiência pessoal no período em que fui presidente da Junta de Custódios e da JUNAAB, ocasião em que procurei aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, inspirado que fui pela poder da Segunda Tradição. Consciente da sua importância fundamental para os dias de hoje e para o futuro da Irmandade, coloco nas páginas desse trabalho a minha esperança de um horizonte radioso

não só para os que sofrem nas garras do alcoolismo, mas para toda a humanidade.  

Uma pequena história dentro de uma grande história     Há uma pequena história, muito antiga, que nos ajuda a entender a fragilidade dos seres humanos, a sua necessidade de cooperar e, sobretudo, a entender o quanto dependemos uns dos outros.     Na mitologia grega, os deuses resolveram habitar o mundo e criar a humanidade. Criaram os mortais, os seres vivos, e também as condições para a existência de todas as espécies que iriam coabitar na Terra. Encarregaram Epimeteu, cujo nome significa reflexão posterior, ou seja, aquele que só se da conta da coisa errada depois que a fez, de prover os futuros seres vivos com as qualidades necessárias à sua sobrevivência. Assim, foram dados a cada espécie os equipamentos necessários para que se alimentassem e resistissem às intempéries, como: peles, lã, carapaça, etc. e ainda para se defender uns dos outros: as garras, chifres e velocidade na corrida.     Todas as espécies foram equipadas mas, no momento de criar o homem, nada havia sobrado. Epimeteu tinha esquecido dele e, assim, continuava nu e desarmado. Para que essa espécie não desaparecesse, Prometeu, cujo nome significa previdente, foi chamado pelo imprevidente irmão, Epimeteu, e encarregou-se de roubar dos deuses o fogo e as artes para dá-las aos homens. Distribuiu as artes de que dispunha mas que não eram suficientes em número para dar um conjunto completo a todos os homens e assim deu talentos diferentes a cada um de modo que, para sobreviverem, deveriam intercambiar as suas dádivas e, portanto, cooperar e o que resultou é que todos se tornaram dependentes uns dos outros. Prometeu também moldou os homens de forma mais nobre e os capacitou a caminhar de forma ereta. Desse modo, puderam se alimentar e resistir ao frio, mas continuaram não podendo se defender contra outras espécies por não possuíram armas. Mas o presente do fogo que Prometeu deu à humanidade foi mais valioso do que quaisquer um dos que haviam sido dados aos animais.

Os homens procuraram então estar reunidos para se defender dos animais e se agruparam em cidades, mas não conseguiram viver juntos porque disputavam entre si e frequentemente guerreavam uns contra os outros. Como conseqüência, dispersaram-se pela floresta e foram novamente ameaçados de extinção pelas outras espécies de animais. Dessa vez, foi o próprio Zeus, o Deus mitológico maior, que salvou os homens dotando-os de qualidades morais, de senso de justiça e de respeito de si mesmos, o que permitiu que cada um pudesse viver em coletividade com os outros. O gênero humano foi salvo e por isso, hoje, os homens vivem em comunidades e não isolados, como a maioria dos outros animais. Mas os homens continuaram frágeis e desamparados e é isso que nós somos e a nossa sobrevivência continua dependendo de que troquemos as nossas dádivas, as nossas riquezas interiores.

 A vida é difícil. Encontrar o caminho que se vai trilhar na vida é difícil.

O caminho tem que ser feito em solo árido e pedregoso, e machuca. Não há indicações nem avisos. Nenhuma orientação. Em realidade, cada um de nós faz o seu próprio caminho ao longo da vida e o caminho é feito tão somente ao caminhar. Mas a boa notícia é que não temos que fazer o caminho sozinhos e podemos recorrer a um poder maior que nos dá força e do qual a maioria das pessoas tem consciência. Ainda mais, na medida em que vamos fazendo o nosso caminho, podemos nos ajudar uns aos outros, intercambiar os talentos que recebemos.

Podemos trocar nossas riquezas interiores. Podemos trocar experiências, forças e esperanças. Podemos cooperar uns com os outros. Podemos nos solidarizar. Podemos ser tolerantes. Podermos ser solidários e desenvolver o amor ao próximo. Podemos nos compadecer. Podemos entender que somos irmãos. Assim, Ele não estará apenas no meio de nós, como que espalhado num grupo de seres humanos, mas entre nós. Presente a partir do nosso relacionamento fraterno. Então, teremos condições de vislumbrar o caminho e encontrar a coragem para trilhá-lo.

Como não é possível simplificar as coisas e obter respostas fáceis, é preciso pensar de modo abrangente, aceitar os mistérios e os paradoxos da vida e não desanimar ante a multidão de causas e conseqüências que são inerentes a cada experiência humana. Enfim, aceitar e valorizar o fato de que a vida é complexa.

Agora, vamos ao homem e às suas instituições. No caso do A.A., à Irmandade, como um todo. Aos serviços que definem a ação. O A.A. é uma irmandade em ação.

No mundo em que vivemos, existem as autoridades, os líderes, os governantes, os chefes, o Papa, etc. e, desde pequenos, nos acostumamos a recorrer à autoridade dos nossos pais e a essas outras autoridades. Resumindo, nos acostumamos a procurar uma orientação que vem de fora. Essas autoridades se apóiam em dogmas, em normas estabelecidas ao longo do tempo, na força da imposição, ou seja, numa estrutura de poder, que pode ser definida como a capacidade de mudar o comportamento do outro. Mas tudo isso é muito estranho ao A.A.. Ele é fruto de uma concepção muito melhor, muito mais perfeita do que isso que acabamos de ver.

Historicamente, os co-fundadores eram solicitados para dar orientações, idéias, sugestões ou até para buscar soluções para as novas realidades que iam surgindo em decorrência do fato de o A.A. ser uma Irmandade viva, em ação. Mas eles se deram conta de que as suas vidas eram finitas e que a irmandade, tal como era, tinha que encontrar, em si mesma, os melhores caminhos para continuar viva e em ação.

Seria algo como desenvolver um processo de auto-gestão, gestão que vem de dentro, e esse modelo se assenta no processo de busca da consciência coletiva que se constitui no alicerce desse modelo. É a chave para o seu funcionamento, baseado no fato de que o Poder Superior se manifesta em um determinado momento da troca de riquezas interiores e de cooperação e feita ao longo dessa busca da consciência coletiva.

Procurei estudar, conhecer esse processo e o que me foi possível entender, apreender, está colocado no trabalho sobre consciência coletiva. É a minha visão atual e, por certo, ainda incompleta.

Outro aspecto que gostaria de enfocar é o que revela um paradoxo. Mais presentes do que pensamos nas nossas vidas, apesar do desconforto que causam à nossa formação racionalista. Diz-se até que alguma coisa só é verdadeira quando contém o paradoxo.

É que o A.A. não muda, pois tem princípios sólidos, cuja vitalidade tem-se mostrado extraordinária ao longo de 72 anos da sua existência. Não muda mas muda. Aí está um paradoxo.

Os animais pré-históricos que não mudaram também não mais existem e o A.A. não tem vocação para se tornar um dinossauro. O fato é que não muda na sua essência, mas se renova, se adapta, se atualiza a cada ano, porque a cada ano se repensa, se mantém com vitalidade renovada, mais especificamente, após cada Conferência.

Essa é a idéia-força que está subjacente a todo o processo da Conferência e que precisa ser identificada. Alias, é essencial que seja identificada para que os membros que dela participam tenham plena consciência da importância do trabalho que realizam.

A Conferência tem uma exterioridade, ela é bonita, mas tem, sobretudo, uma essência, um conteúdo interior maior e mais importante. Tem uma roupagem e um corpo igualmente muito bonito e, por certo, mais importante.

Um outro aspecto que é preciso destacar é que a realidade com que, a todo o momento, nos defrontamos não tem nada de simples. O mundo não é feito apenas em preto e branco, mas também de muitos tons de cinza e de todas as cores e suas nuances. A realidade se apresenta sempre sob múltiplos aspectos. Frequentemente, não somos capazes de identificar, sozinhos, toda a complexidade de uma determinada situação. Mas, se ela for analisada também por outros companheiros, aí teremos a possibilidade de, participando da busca conjunta da consciência coletiva, alargar o nosso campo de visão e conhecer melhor para melhor decidir e melhor agir.

Finalmente, vale ressaltar que, se a Conferência é colocada frente às realidades do A.A. do Brasil, isso não levará à conclusão de que resultariam irmandades muito diferentes nos diversos países do mundo. E isso porque são realizadas reuniões mundiais, a cada dois anos, em que numerosos países participam e nas quais também se busca a consciência coletiva, a integração em um só corpo, sendo que as diferenças locais apenas enriquecem o todo e o A.A. será eterno, enquanto assim funcionar.  

O que é consciência coletiva?     É uma condição a que se chega por meio da participação de

todos os membros que compõem um grupo, usualmente em reuniões de serviço, por meio de um processo no qual se busca o conhecimento mais completo de algum assunto ou a solução para um determinado

problema que tenha sido colocado em estudo, podendo resultar em se optar por ações que, eventualmente, irão ser empreendidas.

 Como se desenvolve o processo?

     Dando a oportunidade e até mesmo solicitando que todos os membros presentes e participantes de uma reunião para que ofereçam as suas contribuições, tanto para o estudo de um problema quanto para a sua solução. Isto significa que ninguém deve ser excluído, que ninguém deve ficar de fora. É indispensável que o coordenador seja suficientemente hábil para conter os que procuram impor as suas vontades e pontos de vista e, para isso, deve limitar o tempo de que cada membro irá dispor para apresentar a sua contribuição e, ao mesmo tempo, será necessário oferecer aos mais retraídos a mesma oportunidade e o mesmo espaço de tempo para participar no processo de busca da consciência coletiva. Não só oferecer, mas, muitas vezes, será necessário até solicitar que os mais tímidos apresentem os seus pontos de vista. O poder coletivo, desse modo, contém o poder individual, a grandiosidade do alcoólico.

Numa primeira rodada, em que cada um dos participantes da reunião, de forma seqüencial e ordenada, expõe a sua opinião acerca do assunto em estudo, pode ocorrer que as colocações fiquem muito distantes umas das outras, mas, quando se faz uma nova rodada de opiniões na qual se busca um melhor entendimento acerca do assunto, observa-se que, após pensar e meditar por algum tempo acerca do que havia sido colocado por cada um dos companheiros, anteriormente, as opiniões então emitidas vão tendendo para uma área mais central, vão ficando menos distantes entre si, vão convergindo em torno de uma idéia ou decisão que, num certo momento, surgirá como sendo apoiada por uma substancial unanimidade. As opiniões vão gradativamente tendendo para um ponto central. Não há limitação quanto ao número necessário de rodadas nem quanto ao tempo que cada uma irá consumir. O processo deverá demorar o tempo que for necessário. O que se verifica é que, numa primeira rodada, os companheiros usam a palavra para expressar apenas opiniões, na maioria dos casos, e as opiniões formam, no seu conjunto, uma plataforma instável. Já, numa segunda ou terceira rodadas, o que se observa, frequentemente, é que as colocações são mais elaboradas, mais estudadas, já se apresentam como convicções e ainda que, pela multiplicação das vias de abordagem, faz-se um esforço para pensar de modo mais claro e profundo sobre o assunto em tela.

Todos devem ser ouvidos, é necessário que haja ampla participação, os assuntos precisam ser estudados por completo e detalhadamente diante do fato de que as decisões a serem tomadas são sempre importantes. Esse processo pode exigir um longo tempo de participação e de maturação, um esforço prolongado por parte dos participantes, e, às vezes, é conveniente que se decida por uma parada,

por um momento de relaxamento para tomar um cafezinho. O importante é que não haja pressa.

Como decorrência do fato de que todos têm igual direito de participar e de opinar, resulta que o poder coletivo atua de modo a limitar o poder individual. A linguagem, o diálogo e a discussão de um determinado tema atenuam as posições conflitantes. Como todos podem interrogar, questionar e contra-argumentar, resulta que a razão supera a força e controla o exercício do poder. A linguagem tende a ser racional e as discussões pressupõem a apresentação de justificativas, de argumentos e todos devem estar abertos ao questionamento. Como nenhum companheiro detém a verdade em um sentido completo e absoluto, o processo decisório passa pela superação de diferenças e implica na convergência em torno do interesse comum e dos objetivos orientados pelos princípios de A.A., para se chegar ao consenso. As diferenças e divergências existentes podem ser superadas por meio do entendimento mútuo e diante do interesse comum.

O consenso, como forma de tomar decisões, implica em que deve haver um espaço para justificar, explicar, persuadir e convencer e que deve ser concedido a cada um dos participantes da reunião a mesma oportunidade, não cabendo dispor de força, privilégio ou autoridade especial. Portanto, não deverá existir condições para a imposição, para a violência ou para o privilégio, que são formas de exercício do poder. A razão se sobrepõe à força e é uma das formas de controle do exercício do poder. O uso de linguagem adequada torna o ambiente racional, e nele, as discussões têm o seu fundamento na apresentação de justificativas e de argumentos num ambiente que deve ser aberto à interpelação e ao questionamento.

Ocorre, na busca da consciência coletiva, que os companheiros entrem num processo de reflexão, de flexão sobre si mesmos, que olhem para dentro, quando então, frequentemente, descobrem que não sabem tanto quanto pensavam sobre o assunto que está sendo tratado resultando que se tornem mais humildes e tolerantes e assumam atitude mais sóbria. Cada um dos companheiros presentes numa reunião de serviço exercita a sua capacidade de apreciar uma determinada questão, de desenvolver a imaginação e de cultivar a mente aberta. Assim é que funcionam as coisas no âmbito do que é humano, com a pluralidade e a relatividade essenciais que lhe são próprias. Fatos e opiniões, embora distintas, não estão necessariamente em oposição uma vez que fazem parte de uma mesma realidade.

Talvez a reunião se prolongue bastante e é possível que poucos itens de uma agenda sejam abordados ou ainda que poucas decisões sejam tomadas, mas o que é preciso ter em mente é que o processo em si é o fato mais importante e isso porque tem valor terapêutico. Ele vale, em primeiro lugar, pela evolução e pelo crescimento espiritual que propicia. A Irmandade de Alcoólicos Anônimos não é uma empresa em que a eficiência e o uso do tempo ficam em função dos resultados esperados e dos objetivos fixados por um processo administrativo. Em Alcoólicos Anônimos, tempo não é dinheiro; é saúde, é recuperação, é

crescimento espiritual, sobretudo. A Irmandade de Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade em que todos procuram deter a sua doença e entrar num processo de cura, não física, mas psicológica e espiritual e a participação no serviço, especialmente no processo que leva à consciência coletiva, tem grande importância para a recuperação e para que se possa alcançar a serenidade. O próprio processo da busca da consciência coletiva é, pela sua natureza, uma maneira de diminuir a velocidade que impomos às nossas vidas, de evitar o estresse. Nele tudo se desenvolve sem obcessividade e cada membro participante vive um agora mais longo, mais demorado.

 Por que é importante chegar à consciência coletiva?Porque é um processo sábio, do qual não sairão vencedores nem

vencidos. Porque, pela ampla participação, todos aceitam, ao final e ao cabo, e sem resistências psicológicas, as decisões que foram acordadas e ainda porque, em face da ampla participação, todos se sentem igualmente responsáveis pelas ações que serão tomadas e também pelas suas conseqüências. Numa visão maior, até mesmo pelos destinos da Irmandade de Alcoólicos Anônimos.

O usual é que procuremos ser mais espertos e controlar uns aos outros em função de objetivos individuais ou dos interesses de pequenos grupos e isso costuma ocorrer ao nos comportarmos seguindo o modelo que recebemos no decurso das nossas vidas.

A atitude mental que se assume ao participar do processo em que se busca a consciência coletiva é a da procura da verdade em relação a uma determinada situação ou problema que está em apreciação. Ao se colocar nesta posição e abandonar a busca de provas de que está certo, o companheiro entra em contacto com uma verdade maior, transcendente, unificada e unificadora, que se manifesta no decurso do processo e, por outro lado, o desejo de buscar a verdade para uma determinada situação desperta a inspiração, cria um certo tipo de receptividade. A partir desta posição madura o companheiro se questiona se realmente o que vê é tudo que diz respeito ao problema em estudo e, usualmente, chega à conclusão de que a sua visão não é tão abrangente quanto imaginava. Passa a admitir que existem aspectos enriquecedores na visão de cada um dos outros companheiros que participam da reunião e o que há de inadequado na sua, o que traz alívio das tensões e facilita o desenvolvimento do processo.

O companheiro se dá conta de que não estava tão certo quanto pensava. Ganha conhecimento acerca de aspectos do problema que não havia identificado anteriormente. Passa a ver não somente o seu lado, a sua pequena verdade, mas uma verdade maior, mais abrangente. Colocar-se neste ato de busca da consciência coletiva, de querer a verdade ou o que é mais conveniente para a solução de determinado problema, leva a renunciar ao que antes se apegava, àquilo que via como sendo a sua verdade. É estar disposto a ver além da sua perspectiva, do seu ângulo de visão. Nas relações humanas, aquele que

só conhece o seu lado, em relação a um determinado assunto em estudo, sabe realmente pouco em relação a ele. Acresce ainda que, no caso de um grupo de companheiros, quando em cooperação, o todo humano que se forma é maior do que a soma das suas partes, de modo que cada membro poderá realizar, em conjunto com os outros, mais do que conseguiria se estivesse sozinho ou em grupos sem esse entendimento.

Participar do processo que leva à consciência coletiva traz ganhos espirituais importantes para o membro de A.A., ameniza o ego e muda o seu comportamento quando, em decorrência, deixa de cultivar a separação. Acontece um importante ganho, um crescimento espiritual de grande valor para a recuperação do alcoólico.

O companheiro desiste da necessidade de vencer as pessoas com quem convive e da qual resulta, freqüentemente, em estar separado, isolado. Desiste de ser especial, diferenciado dos outros e de estar sempre com a razão, de querer que as coisas sejam do seu modo. A integração aperfeiçoa a sua individualidade, enriquece-o como indivíduo, o inclui na comunidade dos humanos e jamais diminui a sua dimensão pessoal.

Por meio da consciência coletiva, os conflitos podem ser resolvidos sem derramamento de sangue físico ou emocional e, mais ainda, com sabedoria. Sempre que se busca adequadamente chegar à consciência coletiva, os gladiadores baixam as armas e os escudos e se tornam hábeis em ouvir e entender e, sobretudo, em respeitar e aceitar os dons dos outros, bem como as suas limitações. Ao longo da busca da consciência coletiva, aceitamos que somos diferentes, mas que, por outro lado, estamos ligados aos demais membros pelas nossas feridas e pelo fato de estarmos aprendendo a lutar juntos, mais do que uns contra os outros. Os conflitos são resolvidos. Os membros aprendem a desistir de facções e de compor pequenos subgrupos. Aprendem a ouvir mutuamente e a não rejeitar.

O silêncio de quem escuta representa uma abertura, uma disponibilidade em relação ao outro. É como criar uma zona de silêncio que significa confiança no outro. Dar um lugar aos outros é indispensável para que possamos desenvolver a nossa relação existencial. A amabilidade do acolhimento, da abertura, não exclui a personalidade de quem escuta, daquele que procura o verdadeiro em meio a múltiplas verdades. Só assim se chega à plenitude do diálogo. É como viver as tarefas do mundo tais como elas se apresentam. A vida é então realizada e confirmada na concretude de cada instante, de cada dia.

A busca da consciência coletiva é uma experiência importante para por fim aos conflitos, pois, durante o processo de busca, não procuramos tirar a energia dos outros companheiros. Sempre que alguém sai vencedor, o perdedor fica deprimido, em baixa. Mas se procuramos a consciência coletiva, estaremos recebendo energia de uma outra fonte, do Poder Superior.

Na consciência coletiva está contida a filosofia do diálogo, da relação entre os membros de AA. O que importa é uma relação desenvolvida no diálogo, na atitude existencial do face-a-face, na vibração recíproca. O diálogo assim desenvolvido abre novas perspectivas em relação ao sentido da existência humana de cada um dos membros participantes porque está voltado para um novo projeto de existência e não para um passado nostálgico. O processo da busca da consciência coletiva estabelece uma nova relação entre os membros de A.A. e, numa visão maior, entre os seres humanos.     Só seria possível pensar na libertação do alcoolismo a partir da libertação do próprio alcoólico das múltiplas prisões do seu egoísmo congênito, uma vez que a liberdade se encontra no compartilhar de experiências, forças e esperanças e no despertar do outro que ainda se encontra nas garras do alcoolismo. Os membros de A.A. não cessam de se enriquecer pela convivência com outros companheiros, cujas possibilidades são multiplicadas ao infinito pela magia dos seus poderes, sempre renovados, enquanto praticando o programa de recuperação. O amor ao próximo lhe dará a chave de todas as prisões, da própria libertação, da saída para uma nova vida.  O conjunto das relações sociais tende, naturalmente, ao conflito

e às contradições.     Finalmente é preciso estar sempre alerta para o fato de que a fronteira entre o bem-estar, a felicidade e a alegria de vivermos numa autêntica comunidade e o conflito, o desgaste emocional e o perigo de uma recaída está em nós mesmos. Nós somos o teatro de uma luta contínua entre as forças da vida e da morte. Tudo depende do que fazemos a cada dia, a cada instante entre o bem e o mal, pois que estão estreitamente relacionados – "o inferno não é separado do paraíso senão pela espessura de um fio de cabelo". Neste ponto, nesta escolha, está a possibilidade do surgimento de uma nova realidade, de um novo impulso que pode levar à realização plena das mais radiosas perspectivas que podemos ter a partir da infinita riqueza contida nos Legados de A.A. e, ainda, a possibilidade de que esse novo impulso abra as portas do sonho, tão necessário à própria sobrevivência, ao mesmo tempo em que abra as portas do caminho de salvação para outros alcoólicos.     A prática da Segunda Tradição é indispensável para que o conjunto de companheiros que compõem as reuniões de serviço possam chegar à solução de problemas e encontrar caminhos para a Irmandade como um todo. Essa prática determina a qualidade do trabalho realizado e os resultados das grandes reuniões, como as que ocorrem nas conferências de serviços gerais, nas inter-áreas, nas áreas, nas reuniões de distrito, etc. e até mesmo nas reuniões que contam com um menor número de companheiros, como usualmente ocorre nas reuniões de serviço dos grupos. É a aplicação prática de um conhecimento que

harmoniza o conjunto das relações sociais, que naturalmente tendem ao conflito e às contradições, e evita o domínio do homem sobre o homem, além criar condições para que ocorra a emancipação humana. 

 

Se consultada a consciência coletiva, as decisões são realistas.

     A ampla participação assegura que a realidade seja conhecida nos seus mais diferentes aspectos, que nenhuma particularidade seja omitida, que nenhuma conseqüência das decisões a serem tomadas deixe de ser considerada e avaliada. O estudo resulta sempre completo porque é o resultado da soma de todas as experiências, de todas as visões. Significa que se estuda e se decide com segurança.

Freqüentemente, o nosso narcisismo nos faz sentir que somos os guardiões de uma estrutura frágil e ameaçada e que, se não fosse por nós, tudo já estaria perdido. Isso é a manifestação de que algo está errado com a nossa saúde mental e espiritual e que é preciso colocar, lado a lado, a nossa realidade com a que é percebida pelos irmãos em quem confiamos. O fato é que a verdade compartilhada é poderosa, eleva o espírito e é por isso que interagimos quando participamos das atividades do grupo ou das que são mais ligadas ao serviço. Freqüentemente a verdade é um processo, o resultado de uma relação entre nós mesmos e os outros, que dá à verdade maior clareza e brilho. Precisamos de coragem para ver a verdade, mas ela nos fortalece, e estar dentro da realidade significa não estar alienado. Ocorre uma confiança no diálogo, na busca comum da verdade.

No conjunto, o grupo sempre aprecia melhor porque inclui membros com muitos e diferentes pontos de vista e com a liberdade assegurada de expressá-los por meio do processo que busca a consciência coletiva. Incorpora-se o claro e o escuro, o sagrado e o profano, a tristeza e a alegria, a glória e a lama e é por essa razão que as decisões são bem elaboradas. Não é provável que se deixe de apreciar algum aspecto importante. Como cada membro representa um padrão de referência e, se eles são muitos, o grupo de trabalho se aproxima mais e mais da realidade. As decisões são realistas e usualmente seguras.

 

Não ao totalitarismo

É comum pensar que as diferenças possam sempre ser resolvidas por uma autoridade maior. No passado de cada um de nós, era costumeiro apelar para a intervenção do pai ou da mãe para o entendimento de situações e para a solução de problemas. Procura-se freqüentemente até apelar para um ditador benevolente. Mas Alcoólicos Anônimos, em favor da maturidade dos seus membros, nunca pode ser totalitário.

Nós nos acostumamos, ao longo da nossa vida, a aceitar certas formas de autoridade que sempre serviram como orientação para definir a realidade em que vivemos e, sem ela, nos sentíamos confusos e perdidos. Mas a busca da consciência coletiva passa a ser o exercício através do qual sempre, e em grupo, encontramos a orientação, sempre conhecemos de uma maneira mais completa a realidade e, é bom acentuar, sem a necessidade de qualquer autoridade que não a do Poder Superior. No decurso do processo de busca da consciência coletiva, acontece o retorno da sensação de segurança, agora sob uma forma mais espiritualizada, a segurança espiritual.

 A maneira menos primitiva de se resolverem as diferenças individuais é a de apelar para o que chamamos de democracia. Pelo voto, determina-se o lado que prevalece. A maioria governa. Mas este processo exclui as aspirações da minoria. Diferentemente, o processo de tomada da consciência coletiva inclui as aspirações da minoria. É como transcender as diferenças pessoais de modo a incluir, na mesma medida, a minoria. Entrar no processo que leva à consciência coletiva é ir além da democracia. Recorrer ao voto não é a solução. Apenas o consenso integra as minorias e, em realidade, até evita a sua formação. O processo pelo qual se chega ao consenso é uma aventura porque não se pode antecipar o que vai resultar, é algo quase místico e mágico, mas que funciona.

Durante o processo de busca da consciência coletiva, a autoridade fica descentralizada. Não há líderes e, ao mesmo tempo, todos são igualmente líderes. Há um verdadeiro "fluxo de liderança". Os membros se sentem livres para se expressar e para oferecer as suas contribuições e o fazem no exato momento e na devida dimensão. Há lideranças. É o espírito de comunidade que lidera e não o individualismo.

 

O desenvolvimento da humildade

O processo de busca da consciência coletiva atenua o individualismo áspero que leva à arrogância e isso se faz por meio da limitação da participação e ao evitar preponderância e excessos - a velha prepotência e a conhecida manipulação. O poder individual só é contido, só é limitado, pelo poder coletivo. Este é um princípio fundamental. É exatamente o que acontece no processo de busca da consciência coletiva.

     Desenvolve-se, nos membros do grupo de trabalho, um individualismo ameno que leva à humildade. Durante o processo, as dádivas de todos são apreciadas e também reconhecidas as próprias limitações e isso está na base da aceitação das nossas imperfeições. "Conhece-te a ti mesmo" é uma regra segura para chegar à humildade.

Nesse momento, fica muito claro que o problema não é a dependência e sim a real interdependência. Não só os membros se tornam mais humildes, mas também o grupo como um todo.

 

O grupo como um lugar seguro

     As pessoas se tornam mais amenas quando participam do processo de busca da consciência coletiva porque se olham através das lentes do respeito. O grupo se torna um lugar seguro porque há aceitação e compreensão, e as pessoas sentem com uma intensidade nova o amor e a confiança. Desarmam-se. Passa a haver a paz e, sobretudo, os membros aprendem a fazer a paz.     É também um lugar seguro porque no grupo ninguém está tentando curar, converter ou mudar o outro e, paradoxalmente, é exatamente por isso que a evolução espiritual e comportamental e, ainda, a conversão acontecem. No grupo, as pessoas são livres para serem elas mesmas, livres para procurar a própria saúde psicológica e espiritual. Tudo isso faz do grupo um lugar seguro em que as pessoas podem abrir mão das suas defesas, das suas máscaras, dos seus disfarces. Aceitamos ser vulneráveis, expor as nossas feridas e fraquezas, e assim fazendo, aprendemos também a ser afetados pelas feridas dos outros. O amor surge nesse compartilhar e isso é possível porque abrimos mão da norma social de pretender sermos invulneráveis.

 Num lugar seguro, as pessoas se desarmam e aprendem a fazer a paz, que nasce do processo de busca da consciência coletiva.

 

Um estado de espírito muito especial

Quando nos preparamos psicologicamente para participar de uma reunião de serviço em que se vai à busca da consciência coletiva e nos sujeitamos ao processo que leva a ela, resulta o surgimento de uma atmosfera tal que, paradoxalmente, nela as pessoas falam mais baixo e, no entanto, são mais ouvidas. Nada é agitado e não se forma o caos.

Pode haver discussão e luta, mas ela é construtiva e move-se em direção ao consenso. Em realidade, entra-se no processo de formação de uma verdadeira comunidade.

Esse estado de espírito é indispensável para que se possa estar aberto para a manifestação do Poder Superior. Para a inspiração e para a voz do Espírito Santo.

Quando nos dirigimos para uma reunião de serviço, não podemos imaginar qual será o resultado dos trabalhos nem devemos interferir nele. O processo de formação da consciência coletiva é verdadeiramente um mistério.

 O estado de espírito de quem vai para uma reunião de

serviço

     Quando se vai para uma reunião de serviço, é preciso ter em mente que a intenção, a idéia, é levar tão somente uma contribuição, uma experiência pessoal. É preciso lembrar sempre que o todo é formado pelas partes e que cada um de nós não é senão uma parte, mas uma parte realmente importante. Cabe ainda lembrar que as nossas experiências são tanto o fruto das nossas vivências, e por isso são muito ricas, quanto limitadas à esfera pessoal. Ao mesmo tempo, precisamos ter a consciência do valor da contribuição que podemos dar, mas também a de que ela será parte de um todo, de um conjunto maior, que se formará a partir das contribuições de cada um dos que estarão presentes à reunião.     O que fica dessas considerações é que a atitude de humildade é indispensável se se deseja chegar à consciência coletiva. É aceitar que, pelo menos diante do fato de se estar frente a uma manifestação do Poder Superior, a prepotência, a arrogância, o narcisismo e a agressividade possam dar lugar à humildade e à aceitação daquilo que irá resultar da soma de todos os conhecimentos e contribuições, mas, sobretudo aceitar que ao final se chegará ao melhor caminho, à melhor solução, à melhor decisão. 

O que acontece quando não se busca a consciência coletiva     Muitas coisas podem acontecer. A realidade pode ser distorcida e as conclusões ou decisões podem não ser as mais sábias ou convenientes. Parte dos que compõem o grupo pode ficar excluída dos trabalhos, por ser constituída de membros mais tímidos ou por estarem dominados pelos mais prepotentes, pelos que melhor fazem uso da palavra.     Pode ocorrer que, antes de uma reunião, os componentes do grupo procurem contactar outros membros para lhes convencer acerca das suas pretensões ou postulações ou, simplesmente, conseguir adesões ou fazer acordos. Obviamente, a consciência coletiva estará sendo manipulada e aí poderiam os mais doentes chegar ao seu "dia de glória", pois teriam manipulado até mesmo o Poder Superior. No entanto, nessas condições, a consciência coletiva não se estabelece e Ele não fala. Talvez falem outras vozes menos divinas.     Quando não se busca a consciência coletiva, o que usualmente acontece é correr o sangue emocional e até mesmo o físico. Usualmente a luta se estabelece, mas ela não leva a nada porque é caótica, é barulhenta e não construtiva.     As agressões tornam as reuniões cansativas e os resultados são nulos ou diminutos. As reuniões se tornam tanto desagradáveis quanto improdutivas. É um conflito sem frutos e que vai para lugar nenhum. As pessoas tornam-se prisioneiras das suas raivas, dos seus ressentimentos e das suas ambições pessoais desmesuradas. Outros procuram concertar as cabeças, convencer ou curar os seus companheiros e isso, muitas vezes, pode até parece ser coisa de amor, mas o fato é que fazem isso para o seu próprio conforto, em seu favor.

     É fundamental que busquemos a complementação sempre que opiniões diferentes ou contrárias às nossas forem apresentadas. Devemos buscar, nessas situações, o sentido de existir, de ser. Devemos identificar, na existência dos opostos, o sentido da complementaridade. Sempre que nos incompatibilizamos uns com os outros é porque estamos medindo forças e assumindo posições antagônicas. Se buscarmos o sentido do complementar, poderemos reverter o antagonismo e somar as nossas potencialidades em torno de um propósito comum. Desse modo, não perdendo o nosso ponto de vista, identificamos um sentido maior que é a grande manifestação da Consciência Coletiva. 

A insensatez     Quando não se busca a consciência coletiva, a insensatez se estabelece no grupo. Isto é, passa-se a agir de forma contrária aos próprios interesses, de forma contrária à apontada pela razão. Exatamente ao contrário da sabedoria que está no exercício do julgamento atuando com base na experiência e no uso das informações disponíveis.     No caos e na manipulação, buscam-se as atitudes contrárias aos interesses da Irmandade de Alcoólicos Anônimos, não obstante as advertências desesperadas de alguns e da existência de alternativas melhores e viáveis. A busca da insensatez torna-se trágica e, dolorosamente, um comportamento dominante. Dominados pelas paixões, os membros do grupo abandonam o comportamento racional, tornam-se passionais. A mitologia grega tinha uma figura para representar a cegueira da razão, o desvario involuntário, de cujas conseqüências os companheiros depois se arrependem, chamada Ate, filha de Eris, deusa da discórdia e da disputa. Tomados de cega insensatez, as vítimas da deusa se tornam incapazes de realizar uma escolha racional, de distinguir entre atos morais e imorais. 

Onde e como o Céu e a Terra se tocam     O homem, desde tempos imemoriais, vem procurando fazer contato com as forças criadoras, com o sagrado. Procurou lugares e objetos em que o céu e a terra se encontrassem. Concebeu a montanha e a cidade sagradas, a residência real, a árvore da vida e da imortalidade, a fonte da juventude, etc.     De acordo com crenças indianas, o monte Meru seria uma montanha sagrada e sobre ela brilharia a estrela polar. Na crença iraniana, a montanha Elburz seria o ponto em que a terra estava ligada ao céu. A população budista do Laos considera sagrado o monte Zinnalo. No Edda, o Himinbjorg, que quer dizer "montanha celestial", é considerado o ponto em que o arco-íris alcançaria a parábola do céu.

Para os povos mesopotâmicos, o Zigurate era a montanha cósmica. Na Palestina era o Monte Tabor. Para os cristãos, a montanha

cósmica era o Gólgota, o lugar onde Adão tinha sido criado e sepultado e o sangue do Salvador teria sido derramado sobre o crânio de Adão, servindo para a sua redenção e esta crença ainda permanece entre os cristãos orientais. A cidade da Babilônia, como indica o próprio nome, era tida como a "porta dos deuses" pois era por meio dela que os deuses desciam para a terra.     A idéia de que o santuário reproduz o Universo, na sua essência, passou para a arquitetura religiosa da Europa cristã e para as basílicas dos primeiros séculos, do mesmo modo que as catedrais medievais reproduziam simbolicamente a "Jerusalém celestial".     O lugar sagrado, o "Centro", seria a zona da realidade absoluta e lá estariam os seus símbolos: a árvore da vida e da imortalidade, a fonte da juventude, etc. daí a idéia de que a estrada que leva ao "Centro" é um "caminho difícil". Difícil também a peregrinação aos lugares sagrados como Meca, Hardwar e Jerusalém, feita em viagens cheias de perigos e realizadas por expedições heróicas. A mesma dificuldade encontra aquele que procura caminhar em direção ao seu ego, ao "Centro" do seu ser. A estrada é árdua e cheia de perigos porque representa um ritual de passagem do âmbito profano para o sagrado, do efêmero e ilusório para a realidade e para a eternidade, da morte para a vida, do homem para a divindade. Chegar ao "Centro" equivale a uma consagração; a existência profana e ilusória dá lugar a uma nova existência, a uma vida real, duradoura. Na busca da consciência coletiva o grupo de trabalho procura chegar ao "Centro", ao ponto mais elevado.     Eu, pessoalmente, considero que é através do processo de formação da consciência coletiva, após percorrer um caminho muitas vezes trabalhoso e difícil, que estabelecemos um contato entre o céu e a terra. É por meio do processo de busca da consciência coletiva que o céu e a terra se tocam. A consciência coletiva é a voz do Poder Superior.

O conceito de substancial unanimidade e a idéia da formação de uma verdadeira comunidade centrada na busca da manifestação do Poder Superior estão na base de uma nova dimensão de divindade e permitirão que a Irmandade de Alcoólicos Anônimos se aperfeiçoe de maneira progressiva e que, por meio da busca da consciência coletiva, os seus membros conquistem a mais absoluta liberdade espiritual, ficando então livres de preconceitos e de sentimentos negativos em relação aos demais companheiros.

 Finalmente

Finalmente, é necessário dar passos concretos e assumir atitudes que concorram para que sejam bem sucedidas as reuniões de serviço. Assim, ficam as seguintes sugestões:

É conveniente que os assentos sejam distribuídos em círculo ou que a mesa que se vai usar seja redonda. É uma forma de equilibração e nela não há destaques.

Evite usar as palavras "eu" e "você". Use o "nós", de modo a se incluir no grupo.

Dirija-se ao grupo como um todo, mesmo quando falando para apenas um dos seus componentes.

Evite ficar próximo dos mais íntimos. Isso impede a formação de grupinhos separados.

Evite a discussão paralela. Não fique falando baixo com o companheiro ao lado. Alguém pode entender como crítica.

Olhe para quem estiver usando a palavra. É uma atitude de respeito. Não fique alheio à discussão de determinado assunto enquanto se prepara para uma intervenção.

Ao se manifestar, não se afaste do que vem sendo discutido pelo grupo. De outra forma, haverá o risco de se perder o encadeamento, o raciocínio que vinha sendo desenvolvido.

Ao opinar, procure fundamentar a sua contribuição, apresentar algo de valor e não dar apenas um palpite. Diante de um palpite, os demais companheiros devem fazer perguntas como: Por quê? Quando? Onde? Etc., para forçar uma operação mental que resulte em manifestação mais elaborada.

Tenha boa vontade com os tímidos pois que, com essa atitude, irá encorajá-los a participar do grupo.

Não eleve a voz. Não se emocione. Não crie barreiras à comunicação. Não diga não concordo. Discorde sem dizer não concordo.

Às vezes, é bom lançar dúvidas para forçar a reflexão e evitar o dogmatismo.

O coordenador deve evitar o papel de chefe. Quem tem chefe é bando.

Se o grupo não evoluir, em determinado momento será bom fazer uma pausa para examinar o que está dificultando o progresso da reunião. É melhor tomar essa atitude enquanto o grupo está reunido do que deixar que as críticas ocorram depois, o que seria uma atitude desleal para com o grupo.

Os que não entendem do assunto em discussão, por vezes, se mostram lógicos e criativos e apresentam boas contribuições.

Tenha coragem de expor as suas opiniões, de oferecer sua experiência. Corra o risco de ser contestado, é natural. Não fique só na colocação das dúvidas.

Evite a palavra acho, até porque às vezes o companheiro que assim se manifesta, está mais do que convicto. Se tiver dúvidas, abra o jogo.

Seja generoso. Elogie. Estimule os companheiros do grupo.

Se estiver muito acima do grupo em determinado assunto, não dê aula. Procure fazer perguntas inteligentes que despertem idéias.

Passe a bola para poder recebê-la de volta. O processo se tornará mais dinâmico e produtivo.

Nunca procure derrotar um companheiro presente a uma reunião. Você não veio para isso. O que se espera é que contribua com a sua experiência pessoal. Lembre-se de que o companheiro derrotado em público jamais o perdoará. Isso fere muito.

Se for tímido, procure acompanhar a evolução do assunto em estudo e isso já é uma forma de participar e de evoluir.

Evite as expressões: "é claro" e "você não entendeu". Não culpe o grupo quando não for entendido. A reunião evolui melhor dizendo: "talvez eu não tenha sido muito claro".

Estimule todos os companheiros presentes a prestar o seu esclarecimento, a dar a sua contribuição. Por outro lado, não seja paternal. Lembre-se de que todos têm igual responsabilidade pelo êxito da reunião.

O dominador costuma usar a expressão: "ninguém quer trabalhar" e o tímido se queixa de que "não o deixam participar". Mas a verdade é que ambos demonstram a sua imaturidade.

O objetivo de cada um é cooperar. Não cabe obedecer, uma vez que todos têm o mesmo direito de participação.

É preciso que todos ofereçam as suas contribuições, a sua experiência. Participe e não fique na posição confortável de omisso. Participe, mesmo que tenha que enfrentar dificuldade em ser ouvido.

Não se alongue em excesso. Prolixidade é manifestação de falta de clareza. Ser objetivo e sintético demonstra inteligência. Falar em demasia é, às vezes, um recurso usado por quem tem o desejo de emperrar os trabalhos do grupo.

Participar implica em assumir responsabilidade de modo que se ocorrer que um companheiro não se sentir responsável, é porque não participou, não fez parte do grupo.

Evite usar frases feitas. Não empobreça o grupo. Seja criativo.Não se impressione com a pretensa superioridade que algum

participante do grupo possa ter em relação aos outros. É indispensável que haja reciprocidade para que ocorra a participação de todos.

Não se sinta desconfortável quando demonstrar o seu entusiasmo. Participe de corpo e mente. Somos seres humanos. Estamos vivos.

Evite ser duro com os companheiros ao assumir atitudes racionais e lógicas. Ser lógico, sim, mas com amor. Igualmente, amor sem lógica é sentimentalismo, e não ajuda.

Aceite as pessoas, derrube as barreiras psicológicas. Deixe-se evoluir e contribua para a evolução dos outros. É preciso não ser impermeável e avaliar com boa vontade os pontos de vista dos companheiros. Só assim se estabelecerá um diálogo enriquecedor.

Não seja deslumbrado. As pessoas são perspicazes e críticas.As dificuldades não devem desencorajar o grupo. É possível ir

comendo o mingau quente pela beirada.Se for inevitável a votação, que pelo menos ocorra uma longa

discussão acerca do assunto de modo a alcançar substancial unanimidade.

      1° Ciclo  dos Doze Conceitos Para SERVIÇOS  MUNDIAIS                                              APRESENTAÇÂO  “ CRESCIMENTO  E LIDERANÇA  A PARTIR da INTERPRETAÇÂO E  ESTUDO Dos CONCEITOS”. AUTORIA :-WILMA –DF     “ TRADUZEM os “DOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS”,UM número de Princípios que se tornaram tradicionais nos nossos serviços .São uma Interpretação da estrutura de serviços mundiais de A.A.,que mostram a evolução  pela qual eles chegaram á sua forma atual .EM Síntese ,pretendem os Conceitos registrar o “ porquê” da nossa estrutura  de tal   maneira que a valiosa Experiência  do Passado e as lições tiradas dessa Experiência  Nunca devam ser esquecidas ou perdidas”   “ Os Conceitos tentam apresentar uma Estrutura na qual todos possam trabalhar em  prol de bons resultados com o mínimo de atritos .” “ CADA Conceito  é um grupo de Princípios  relacionados ,que se inicia dando aos Grupos  De A.A. a Responsabilidade Final e a Autoridade Suprema pelos nossos Serviços Mundiais ,consubstanciadas pelas Razões centralizadas  na SEGUNDA  TRADIÇÂO .”             “ Para conseguir a ação eficiente , os Grupos precisam delegar uma Autoridade operacional ,escolhendo que tenham plenos poderes para falar por e atuar por eles , onde a CONSCIÊNCIA de Grupo possa ser ouvida .È onde identificamos  o  Princípio da ampla Autoridade e Responsabilidade delegadas aos “servidores  de Confiança”, respeitando-se a clara  Tradição Dois DE A.A.  transferindo-se para a Conferência de Serviços Gerais  De A.A. .,a Verdadeira voz ativa e a Consciência  efetiva de toda a nossa Irmandade “.            “Para que em todos os níveis  possa haver um  Equilíbrio contínuo no relacionamento perfeito entre a Autoridade Suprema e a  Responsabilidade delegada , atitudes teriam que ser definidas . O “ Direito de  DECISÂO “dá aos nossos Líderes  de Serviço uma discrição adequada  e Liberdade de Ação , competindo-lhes dentro  do Sistema dos seus Deveres e Responsabilidades , a ação de como eles podem

interpretar e aplicar a sua própria autoridade e responsabilidade para cada problema  ou situação em particular , conforme elas aparecem .Essa espécie de Liderança moderada deveria ser a essência do “ DIREITO de DECISÂO”.               “ Todos nós desejamos profundamente  tomar parte . “Queremos  um relacionamento  de  A.A. em SOCIEDADE IRMANADA ..” È o nosso ideal mais importante , que a união espiritual de A.A.nunca inclua membros Considerados de    Segunda Classe”                 “ O Direito de Participação é um corretivo a autoridade Suprema , porque atenua as suas asperezas ou o seu mau emprego .” O Direito de Participação dá  a  cada servidor o direito de Voto de acordo com a sua Responsabilidade .e a Participação  garante além do mais que cada junta de serviço ou Comitê tenha sempre a posse de diversos elementos e pessoas com talento e que assegurarão um funcionamento eficiente”.                  “ Os Direitos de Apelação “ e de “PETIÇÃO “, certamente , têm em  vista o problema total da proteção  e melhor aplicação possível dos sentimentos e  da Opinião das minorias “.Protege e encoraja a Opinião da Minoria e dá certeza  que as queixas podem ser ouvidas e tratadas adequadamente .Acreditamos  que  jamais estaremos sujeitos à Tirania ,seja das MAIORIAS ou DAS MINORIAS , desde que cuidadosamente definamos  o Relacionamento entre elas.”                 “ O maior perigo da Democracia sempre será a “ Tirania “de uma Maioria apática ,egoísta ,não Informada ou mal Humorada .Acreditamos que o espírito da Democracia sempre sobreviverá  na nossa Irmandade  e na Estrutura de nossos Serviços , a despeito dos contra-ataques que serão desfechados . Felizmente, não estamos obrigados a manter uma administração que obrigue obediências e imponha Punições .Precisamos apenas manter no Alto nossas Tradições , que constitua e exerça as  nossas diretrizes nelas contidas, de maneira a levar continuamente a nossa Mensagem àqueles que  sofrem.”                  “ São os custódios que garantem a boa administração da Junta de Serviços Gerais,tendo Liberdade e de Ação na ausência da Conferência . Deles é esperada uma Liderança da formulação política de A.A.e sua adequada execução .Eles são os guardiões ativos das nossas DOZE TRADIÇÔES .Eles devem funcionar  quase exatamente como os Diretores de qualquer organização de Negócios .”                   “ Eles precisam ter ampla autoridade para realmente administrar e  conduzir os negócios de A.A.simultaneamente compreendendo que a CONFERÊNCIA é o verdadeiro Reduto da Suprema Autoridade Sobre Serviço , por que dessa maneira  como Regra geral ,sejam os assuntos sérios sempre resolvidos dentro de uma cooperação harmoniosa e feliz                     “ A unificação da Estrutura de Serviços no Brasil deveria ser reavaliada  á Luz do Conceito VIII e esperamos que neste ciclo o assunto possa ser abordado  com precisão ,esclarecimento e impessoalidade , onde as experiências contidas neste Conceito possam se com as experiências já vivenciadas neste curto espaço de  Unificação Dos órgãos de Serviço no BRASIL.” POR outro lado também esperamos  que a liderança em A.A.  seja um tema apresentado sem distorções e com

exemplos de como se tornar ou alcançar esta necessidade Vital Dentro de A.A.”.                      “O entendimento mais aprofundado sobre a SEGUNDA TRADIÇÂO poderá nos trazer uma melhor compreensão quando tratarmos das responsabilidades de serviço em A.A. com a sua correspondente autoridade de serviço equivalente , quando tratarmos do DÈCIMO CONCEITO” . PORTANTO ,que em todos os Níveis possamos identificar esta correspondência e assim nossos Grupos sejam  melhor informados.”                    “ Necessitamos repassar minuciosamente aos grupos a essência e a praticidade do CONCEITO XI,Principalmente sobre que consiste nossa estrutura subordinada de Serviço e sua composição e atribuições á nível de JUNTA”.                       “ Questionamento SOBRE o que é a ATA de Constituição da CONFERÊNCIA ,SOBRE o conteúdo do ART.12 da ata da Constituição ou sobre as Garantias GERAIS DA CONFERÊNCIA acontecerão no decorrer deste grandioso evento.”                        “ Precisamos ,prezados companheiros[as]estar de mentes e corações abertos e espíritos desarmados para assim alcançarmos mais um pouco além ,daquilo que conhecíamos quando aqui chegamos”                         “ a aplicabilidade no dia a dia em nossos  grupos ,dos Princípios  contidos nos “ DOZE CONCEITOS para SERVIÇOS MUNDIAIS” , dignificará  mais e mais o membro , o GRUPO e a nossa gloriosa IRMANDADE .                                                                                          Fraternalmente,                                                                                Lúcio

     Felizmente, a nossa Irmandade é abençoada com toda a sorte de liderança verdadeira - o pessoal ativo de hoje e os líderes em potencial de amanhã, de acordo com cada nova geração de membros capazes que vão aparecendo. Temos uma abundância de homens e mulheres cuja dedicação, estabilidade, visão e habilidades especiais os tornam capazes de lidar com qualquer serviço que lhes possa ser designado. Somente temos que procurar esse pessoal e confiar nele para que nos sirva.     Em algum lugar da nossa literatura há uma declaração que diz o seguinte: "Os nossos líderes não dirigem por mandato, lideram pelo exemplo". Com efeito, dizemos para eles: "Atuem por nós, mas não mandem em nós."     Um líder no serviço de A.A. é, portanto, um homem (ou uma mulher) que pode pessoalmente colocar princípios, planos e normas em ação de maneira tão delicada e efetiva que leva o resto de nós a querer apoiá-lo e ajudá-lo na sua tarefa. Quando um líder nos guia pela força excessiva, nos revoltamos; mas quando ele se torna um submisso cumpridor de ordens e não usa critério próprio, então ele realmente não é um líder.     Uma boa liderança elabora planos, normas e idéias para melhoramento da nossa Irmandade e seus serviços. Mas nos assuntos novos e importantes, todavia, consultará amplamente antes de tomar decisões e atitudes. Boa liderança também é saber que um excelente

plano ou idéia pode vir de qualquer um, de qualquer lugar. Conseqüentemente, uma boa liderança muitas vezes substituirá os seus acalentados planos por outros que são melhores e dará crédito aos seus autores.     A boa liderança nunca se esquiva. Uma vez segura de que tem ou pode obter apoio geral suficiente, ela toma decisões livremente e as coloca em ação, desde que, naturalmente, essas ações estejam dentro do esquema da sua autoridade e responsabilidade definidas.     Um político é um indivíduo que está sempre tentando "arranjar para as pessoas aquilo que elas querem". Um estadista é um indivíduo que sabe cuidadosamente discernir quando fazê-lo e quando não. Ele reconhece que mesmo as grandes maiorias, quando muito perturbadas ou não informadas, podem, às vezes, estar completamente enganadas. Quando tal situação aparece, ocasionalmente, e algo de importância vital está em jogo, é sempre dever da liderança, mesmo que em pequena minoria, tomar posição contra a tormenta, usando toda a sua habilidade de autoridade e persuasão para efetuar uma mudança.     Nada, no entanto, pode ser mais prejudicial à liderança do que a oposição, apenas com o intuito de ser oposição. Nunca pode ser: "Vai ser da nossa maneira ou nada". Esse tipo de oposição é geralmente causado  por um orgulho cego ou um desejo de domínio que nos leva a bloquear algo ou alguém. Há então a oposição que dá seu voto dizendo: "Não estamos satisfeitos." Nenhuma razão verdadeira nem mesmo é dada. Isso não serve. Quando requisitada, a liderança tem sempre que apresentar as suas razões, e que sejam boas.     Então, também um líder precisa reconhecer que mesmo as pessoas mais orgulhosas ou raivosas podem algumas vezes estar totalmente certas, enquanto as mais calmas e humildes podem estar enganadas.     Esses pontos são ilustrações práticas das diversas discriminações cuidadosas e das pesquisas profundas que a liderança verdadeira tem sempre que tentar exercer.     Outro qualificativo para a liderança é o dar-e-receber, a habilidade de transigir sem rancor sempre que possa fazer progredir uma situação que aparenta ser a direção certa. Fazer concessões é muito penoso para nós, beberrões de "tudo ou nada". Entretanto, não podemos nos esquecer de que o progresso é quase sempre caracterizado por uma série de concessões vantajosas. Não podemos, entretanto, fazer concessões sempre. Uma vez ou outra é realmente necessário fincar os pés numa convicção sobre um assunto, até que ele se esclareça. (...)     Liderança, muitas vezes, tem pela frente críticas pesadas e às vezes de longa duração. Isso é um teste ácido. Há sempre os críticos construtivos, os nossos amigos de verdade. Nunca podemos deixar de ouvi-los atenciosamente. Devemos estar dispostos a deixar que eles modifiquem as nossas opiniões ou que as mudem completamente. Muitas vezes, também, teremos que discordar e fazer pé firme sem perder a sua amizade.     Há então aqueles que gostamos de chamar de nossos críticos "destrutivos". Conduzem pela força, são politiqueiros, fazem acusações. Talvez sejam violentos, maliciosos. Eles soltam boatos, fazem fofocas para atingir seus alvos - tudo pelo bem de A.A., naturalmente! Mas em A.A., já aprendemos, afinal, que esses sujeitos, que devem ser um

pouco mais doentes do que nós, não são tão destrutivos assim, dependendo muito de como nos relacionamos com eles.     Para começar, deveríamos ouvir cuidadosamente o que eles dizem. Algumas vezes estão dizendo toda a verdade; outras vezes somente parte da verdade, embora freqüentemente eles estejam racionalizando  até o ridículo. Se estivermos por dentro de toda a verdade, parte da verdade ou sem verdade alguma, pode ser igualmente desagradável para nós. Essa é a razão pela qual temos que ouvir tão cuidadosamente. (...) Há poucos meios melhores de auto pesquisa e de desenvolvimento de genuína paciência do que a prova a que nos submetem esses membros bem-intencionados, mas erráticos. Isso é pedir muito e, às vezes, não conseguiremos, mas precisamos continuar tentando.     Agora chegamos ao atributo da mais alta importância: o da visão. Visão é, penso, a habilidade de fazer boas estimativas, tanto para o futuro imediato como para um futuro mais distante. Alguns podem achar esse tipo de esforço como se fosse uma espécie de heresia, porque nós de A.A.  estamos constantemente dizendo a nós mesmos: "Um dia de cada vez." Mas esse princípio valioso realmente refere-se à nossa vida mental e emocional e quer dizer principalmente que não somos tolos para lamentar o passado nem sonhar com o futuro de olhos abertos.     Como indivíduos e como uma irmandade, iremos certamente sofrer se deixarmos toda a tarefa do planejamento para o amanhã nas mãos da Providência. A verdadeira Providência Divina foi dar a nós, seres humanos, uma considerável capacidade de antevisão e Ela evidentemente espera que a usemos. Por isso, precisamos distinguir entre desejos fantasiosos sobre um amanhã feliz e o presente uso das nossas forças de estimativas bem pensadas. Isso pode determinar a diferença entre progresso futuro e infortúnio imprevisto.     Visão é por isso a própria essência da prudência, uma virtude essencial, se é que existe uma. Naturalmente, podemos muitas vezes cometer erros de cálculo quanto ao futuro, como um todo, ou em parte, mas o pior é recusar-se a pensar nele.     Precisaremos constantemente desses mesmos atributos - tolerância, responsabilidade, flexibilidade e visão - entre os líderes de serviços de A.A. em todos os níveis. Os princípios de liderança serão os mesmos, seja qual for o tamanho da atividade. (...)     Agradecemos a Deus pelo fato de Alcoólicos Anônimos ter sido abençoado com tanta liderança em todos os seus setores. (Os Doze Conceitos para os Serviços Mundiais, p. 54-7)

(VIVÊNCIA - Março/Abril 2001)

O Grupo de A.A.O que é, e como funciona

Companheiros(as), acredito que cada um de nós temos o nosso entendimento de “grupo” e desde que nascemos, passamos a fazer parte de um grupo qualquer, pois já iniciamos nossas vidas fazendo parte de um grupo - o familiar. Em seguida passamos a fazer parte do

grupo de alunos na Escola, depois o grupo de amigos, etc. Assim, seguimos pela vida fazendo parte de grupos, os mais diversos. Mais tarde, devido a nossa doença do alcoolismo, viemos a fazer parte de um grupo de Alcoólicos Anônimos e isso graças a um Poder Superior que um dia manifestou na mente de um alcoólico, mostrando-lhe que ao conversar com outro alcoólatra, ele poderia ficar sem beber, e tudo começou a partir de 1934, quando Bill W. recebeu a mensagem de Ebby e mais tarde, já em 1935, Bill W. encontra com Dr. Bob e com a troca de experiências, eles conseguiram ficar sem beber. Desde então, os dois passaram a transmitir a mensagem a outros alcoólicos, que juntos formaram o primeiro grupo, que se reuniam na casa de Dr. Bob. A partir dali começou a surgir grupos de alcoólicos por todos os lados até se tornar uma Irmandade que tem como marco de sua fundação, o dia 10 de junho de 1935. Naqueles primeiros dias, aqueles alcoólicos que se reuniam, ainda não podiam se chamar grupo de Alcoólicos Anônimos, pois ainda não existia a Irmandade e as reuniões eram feitas com a presença dos casais, quando, esposas acompanhavam seus alcoólicos à reunião. Enquanto eles trocavam suas experiências sobre a bebida e de como estavam recuperando-se, as mulheres ficavam conversando sobre outras coisas, e Anne, esposa de Dr. Bob fazia o café. Mais tarde, percebendo que os assuntos dos maridos não lhes interessavam diretamente, as esposas resolveram discutir seus próprios problemas, ou seja, as dificuldades que tinham com os maridos devido a sua bebida e assim, elas fundaram o Al-Anon.Devido a transmissão da mensagem, foram surgindo outros grupos de alcoólicos por todos os lados, como em Akron – Clevelland – Nova Iork e em outros lugares. Bill W., Dr. Bob e outros companheiros, percebendo o crescimento do movimento, entenderam que precisavam escrever um livro que pudesse levar a outros alcoólicos suas experiências de como estavam conseguindo ficar sem beber. Assim, escreveram o livro que após analisarem vários títulos, e baseados no anonimato que eles já vinham praticando, foi sugerido o nome, “Alcoólicos Anônimos”. O livro foi publicado, e a partir daí, os grupos passaram a se chamar grupos de Alcoólicos Anônimos, quando deixaram de ser um amontoado de pessoas para se transformar num grupo de pessoas afins – todos alcoólicos.Para que pudéssemos compreender melhor o significado da palavra “grupo” recorremos ao Dicionário e encontramos a seguinte definição: grupo é, amontoado de pessoas ou coisas; agregado, conglomerado de pessoas; sociedade; grupo de pessoas afins e/ou com um mesmo propósito.

O que é um Grupo de A.A.?

É uma pergunta que nem sempre conseguimos responde-la, pois a maioria de nós, membros, ainda não temos um entendimento correto do que é um Grupo de Alcoólicos Anônimos. A maioria dos membros tem como Grupo de A.A., o local onde se realizam as reuniões. Porém, segundo o livreto “O Grupo de AA” isso não é verdade, senão vejamos: Como afirma claramente um trecho do texto da Terceira Tradição..., “Dois ou três alcoólicos quaisquer reunidos em busca de sobriedade

podem se autodenominar um grupo de A.A., desde que, como grupo, não possuam outra afiliação.”Alguns AAs reúnem-se como grupos de A.A. especializados – grupos masculinos, grupos para mulheres, grupos para jovens, grupos para médicos, grupos para homossexuais, e outros. Se seus participantes forem todos alcoólicos, e se abrirem suas portas para todos os alcoólicos que quiserem ajuda, independente de profissão, sexo ou outras distinções, e se atenderem todos os demais aspectos que definem um grupo de A.A., eles poderão denominar-se um grupo de A.A.Conforme o texto acima, fica claro a definição do grupo de A.A., pois, para se considerar um grupo de A.A., ele precisa preencher esses requisitos: todos os membros do grupo são alcoólicos e eles mantêm a porta aberta para receber todos alcoólicos que desejam se recuperar. A partir do momento em que pessoas não alcoólicas passam a fazer parte do grupo, este grupo não deve ser considerado um grupo de A.A., pois deixou de ser um grupo de pessoas afins, que neste caso, todos alcoólicos, tornando-se um grupo misto.Ainda sobre a definição do grupo, percebe-se a falta de compromisso com a Irmandade, por parte de muitos grupos. Se não vejamos a forma em que estamos tratando o assunto - anonimato. No livreto “As Tradições como elas se desenvolveu” Bill W. deixou escrito que a Irmandade promete ao membro que está chegando 100% de anonimato e isso não vem acontecendo em nosso meio, pois, nossos grupos deixaram de ser grupos de alcoólicos em busca de sua recuperação, para serem grupos mistos, onde nas reuniões, participam pessoas não alcoólicas, normalmente como membros. Em nosso entendimento, isso fere frontalmente, a Décima Segunda Tradição e jogamos por terra todo trabalho que nosso co-fundador, Bill W. teve para elaborar às nossas Tradições.Também, temos o problema do relacionamento de A.A. com a Comunidade, são problemas por todos os lados, e um dos motivos, é o fato de não respeitarmos a Sexta e Sétima Tradições. Por exemplo: alguns Grupos envolvem o nome de A.A. com religião, (expondo imagens de santos e outras entidades em suas salas de reuniões); aceitam doações de fora, (usando espaço físico para realizarem suas reuniões sem pagar nada, aceitam doações diversas para realizar suas festas) etc; usam o espaço de reunião do grupo para a realização de outras atividades extra A.A. como (bailes, jogos, ponto de encontro para o 13º passo) etc; usam de meios escusos para arrecadar dinheiro para pagar suas despesas, como (rifas, almoço com venda de inscrições, inclusive para a comunidade, etc.Assim, percebemos a série de problemas que vivemos atualmente e precisamos encontrar meios para resolvê-los. Não sabemos como ainda, mas juntos, com certeza iremos encontrar a melhor maneira de resgatar tudo aquilo que Bill W. sonhou que poderia ser a nossa Irmandade.

Alcoólicos Anônimos tem sido descrita como uma Organização incomum, pois “a responsabilidade final e a autoridade suprema para o Serviço Mundial recaem sobre os Grupos e não aos Custódios da Junta de Serviços Gerais ou sobre o Escritório de Serviços Gerais”.(Conceito I).De acordo com o Conceito I, a partir de 1955, Bill W. passou para os grupos a responsabilidade do futuro da Irmandade. Acreditamos que

naquele momento, todos os presentes concordaram com esta atitude dele em sair da frente, deixando que cada grupo resolvesse seus problemas da melhor forma possível. A partir de então, nem ele e tão pouco a Fundação poderiam interferir nas atividades dos grupos – seria liberdade total. Entretanto, os grupos, talvez não tenham dado conta de que tudo que ocorresse com a Irmandade dali para frente, seria de responsabilidade deles. A Quinta Tradição define bem a finalidade do grupo. Ele tem um único objetivo, o de transmitir a sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre. E para cumprir essa tarefa um “DEUS AMANTÍSSIMO” pode se manifestar na consciência coletiva desse grupo, permitindo aos seus membros se libertarem do alcoolismo e viverem uma vida significativa, feliz e útil. (Tradições 2ª e 5ª). “... muita atenção foi dada para a extraordinária liberdade que as Tradições de A.A. permitem ao membro individual e ao seu Grupo: não serão aplicadas penalidades aos que não estiverem de acordo com os princípios de A.A.; não haverá taxas nem mensalidades – somente contribuições voluntárias; nenhum membro de A.A. será expulso – ser membro de A.A. será sempre da escolha do indivíduo; cada grupo deve conduzir os seus assuntos internos como bem lhe aprouver – sendo somente pedido que se abstenha de praticar atos que possam prejudicar A.A. como um todo e, finalmente, que qualquer grupo de alcoólicos que se reuna para conseguir sobriedade possa se chamar um grupo de A.A., desde que como grupo, não tenha outro propósito ou filiação”. (Garantia VI do Conceito 12). Essa liberdade do grupo expressa pela Garantia VI vem seguida de um alerta, e diz lá: “Sabemos que nós pessoalmente temos que escolher: ou os Doze Passos e Doze Tradições de A.A. ou encarar a dissolução e a morte, tanto como indivíduos quanto como grupos.” As vezes isso soa como uma ameaça, porém sabemos que a maioria de nós alcoólicos, não aceitamos este tipo de ameaça, parece que é da própria doença. Então nos rebelamos e às vezes fazemos tudo ao contrário do que nos sugere às Tradições e agindo assim, geralmente, terminamos de forma não muito agradável. Se for o grupo, ele vai deteriorando-se e entra em colapso. Daí começa as fofocas, os desentendimentos entre os membros, a freqüência vai caindo e o fim. Com o membro acontece mais ou menos a mesma coisa: ele passa a não concordar com os companheiros(as), tudo está errado, sempre procurando uma desculpa para não ir à reunião e começa a se sentir melhor fora do grupo. Com o tempo as coisas vão piorando e ele chega aquela frase fatal: “Será que está valendo a pena ficar sem beber?” Possivelmente, neste momento, ele está a um passo do primeiro gole, e geralmente ele vai beber.Finalizando, gostaríamos de convidar os Companheiros(as), para analisarmos os pontos abaixo e fazermos uma reflexão sobre o nosso comportamento enquanto membro de A.A., individual e como grupo:Procuramos conhecer o funcionamento e a sua estrutura interna de nosso Grupo?Qual a responsabilidade do grupo com a manutenção da Irmandade?Tenho me comportado como um verdadeiro membro de A.A., buscando a minha recuperação e participando ativamente do meu grupo base?Tenho preocupado com o crescimento do meu grupo base através dos princípios?Tenho dado o verdadeiro valor à Irmandade que salvou a minha vida,

colocando-me à disposição do Grupo e/ou dos Órgãos de Serviços para servi-los?Minha contribuição para com o meu grupo base, estão de acordo com as minhas condições?Tenho buscado o conhecimento do que é o grupo e também, da Irmandade

como um todo?Tenho contribuído para o bem estar do meu grupo base?Tenho passado os meus conhecimentos e experiências para os recém-chegados?

Bem, acreditamos que as respostas honestas a estas perguntas, poderão nos ajudar a melhorar nossa postura dentro da Irmandade, e quem sabe mudar o rumo das coisas.

Obrigado,

Julho/2007Membro de A.A.

" O GRUPO DE A. A. EM AÇÃO "

* INTRODUÇÃO

Através de observações e experiências adquiridas nestas poucas 24 horas vivenciando nossa Irmandade, venho observando um "mal crônico" que persiste em inquietar o A. A. no Brasil. Estou referindo-me aos baixos índices de Recuperação em nossos Grupos.

De tempos em tempos atribuiu-se esse problema a diversos motivos. Hoje os motivos são:- A falta de literatura para orientar nossos antepassados quando da chegada do A. A. no Brasil.

- A inexistência de uma Estrutura de Serviços eficiente com Comitês e Comissões atuantes.

Tais motivos parcialmente solucionados desde 1969 com a fundação do hoje extinto CLAAB - Centro de Distribuição de Literatura de A. A. para o Brasil e, em 1974 quando foram convocados os primeiros Delegados de Área e realizado o 1º Conclave de A. A. no Brasil. Dois anos após com a Eleição dos Custódios em Assembléia realizada em 29 de fevereiro de 1976 - criou-se a JUNAAB - Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil - quando foi estabelecido o ESG - Escritório de Serviços Gerais. Estes foram realmente os primeiros Organismos de Serviços de A. A. registrados juridicamente no Brasil, fato ocorrido em 29 de junho de 1976.

O problema permanece irremovível, hoje com os seguintes discursos:

- Que os hábitos adquiridos nos tempos pioneiros, com a inexistência da Literatura, estão demais arraigados e somente serão diluídos com o tempo.

- Que a Estrutura de Serviços existente, não está sendo eficientemente usada no objetivo de recuperar os alcoólicos que ainda sofrem.

Se pesquisarmos profundamente com uma análise consciente, fatalmente iremos constatar que falta uma "Determinação obtida por uma ampla conscientização" empreendida pelos diversos segmentos de Serviços (Servidores) responsáveis, para uma tomada de posição no sentido de minimizarmos o problema.Um posicionamento que objetive ascender os níveis de recuperação da Irmandade no Brasil, através do desenvolvimento de ações dinâmicas sensibilizadoras da profundidade dos Princípios Espirituais de nossa Irmandade.Os doentes alcoólicos buscam A. A. porquê de alguma forma se sentiram atraídos pela imagem da Irmandade que lhe foi passada por alguma forma de divulgação ou pela abordagem de um membro, despertando- lhe um fio de esperança para cessar o sofrimento vivido.A partir de nossas próprias experiências do primeiro dia, é fácil imaginar o que se passa pelas mentes doentes ante o desapontamento com a realidade mostrada nos Grupos de A. A., que na maioria das vezes desmente a concepção que tínhamos a respeito. A inverdade nunca poderá ser a base de um objetivo que envolve vidas humanas.Se estabelecermos um confronto entre o que deveria ser uma real Programação de Recuperação de A. A., e o que é divulgado ou passado pelo abordante e a realidade que o ingressante irá constatar no Grupo, onde estará assistindo à sua primeira reunião, iremos detectar de uma forma generalizada as seguintes falhas e distorções:

- Desinformação sobre o que é realmente o Programa de Recuperação de A. A.:

Grande parte de responsabilidade pela má Recuperação, reside na qualidade do apadrinhamento realizado, quando o recém-chegado, após o primeiro dia, é lançado à sua própria sorte, sendo-lhe negadas as informações vitais de como proceder de agora em diante. É voz corrente em nossos Grupos: "Evite o Primeiro Gole... Freqüente as reuniões na medida do possível... e traga mais um, quando puder..." Esta é a orientação comum, precursora da inércia e estagnação, que presta o maior desserviço ao doente e à Irmandade.

- A Rotina e a Repetitividade:A ignorância e o desconhecimento do que deve ser feito, levam os Grupos de A. A. a realizarem uma programação pobre e deficiente, onde a rotina e a repetitividade provocam o desânimo e a desmotivação, com o cansativo desfile pela "Cabeceira de Mesa" dos mesmos companheiros que contam sempre a mesma "estória".

- Despreparo dos Servidores Responsáveis:

As lideranças de Grupos se afirmam mais pela assiduidade e pela capacidade de falar mais alto, que pelo grau de conhecimento dos Princípios de A. A. Assim o nível da programação oferecida é paralela ao preparo do Servidor dirigente. É lamentável o estrangulamento de Grupos de A. A. por mãos incapazes impulsionadas pela força do anseio individual.

- Inexistência de Clima Espiritual que Possibilite a Recuperação:Os Grupos de A. A., com raríssimas exceções, não se preocupam com o estabelecimento deste clima espiritual, só obtido com a fiel obediência dos Princípios que orientam a nossa Irmandade. Enquanto houver meia observância deles, haverá sempre meia Recuperação. Onde estes Princípios não são observados, inexiste a Recuperação. E os exemplos estão aí mesmo, às centenas.Diante deste quadro que se nos apresenta:

* O QUE FAZER?:

Para melhor entendimento do que tratamos até agora, vamos desmembrar este Tema em quatro pontos de suma importância, a saber:

1) O Grupo de A.A. - Como Entidade Espiritual.2) O Grupo de A.A. - E o Espaço Físico.3) O Grupo de A.A. - Cumprindo o Seu Propósito.4) O Grupo de A.A. - E Nossas Falhas

- O Grupo de A.A. - Como Entidade Espiritual:

Para caracterizarmos o Grupo de A.A. como uma Entidade Espiritual, necessário se faz retornarmos no tempo e buscarmos nas primeiras preocupações com o trato do problema do alcoolismo as experiências obtidas. Senão vejamos: A história de A.A. nos leva ao encontro do alcoólatra Holland H. com o eminente psiquiatra Dr. Carl Gustav Jung, em meados de 1930. Deste encontro tiramos a conclusão do que foi dito pelo Dr. Jung à Holland: "Que sua recuperação seria impossível pela ciência". Disse-lhe também que a esperança de tal acontecer, residia na possibilidade de que ele, Holland H. chegasse a ter algum tipo de experiência espiritual ou religiosa, que buscasse um ambiente religioso e esperasse o melhor.Em carta resposta que enviou a Bill W. o Dr. Jung diz: "A única forma correta e legítima para a dita experiência espiritual ou religiosa, é que ela ocorra realmente com você, e somente acontece quando estiver transitando pela estrada que conduz a uma compreensão mais elevada. Pode ser conduzida a esta meta por um ato de pura graça, por meio de um contato pessoal e honesto com semelhantes, ou ainda através de uma educação aprimorada da mente, mais além dos confins do mero relacionamento" .Analisando as palavras do Dr. Jung, sentimos que Holland H. escolheu a segunda opção face às circunstâncias. E aí tudo começou, Holland H. conversando com Ebb T.; Ebb T. conversando com Bill W.; Bill W. conversando com Dr. Bob; Bill W. e Dr. Bob conversando com Bill D., ou

seja um alcoólico conversando com outro alcoólico, sem desejar nada em troca, e nenhuma recompensa a não ser a esperança de continuar sóbrio.Ainda com o objetivo de situar o Grupo de A.A. como Entidade Espiritual, lembremos os Grupos Oxford do clérigo Sam Snoemaker, ou da Igreja do Calvário onde os membros dos Grupos Oxford mais necessitados eram assistidos e alimentados. Lembremos de quando Bill W. em companhia de Alec, apesar de Ebby tentar impedi-los, se atiraram de joelhos diante do púlpito na Igreja do Calvário entregando suas vidas a Deus. E foi destes Grupos, que Bill W. selecionou os princípios que mais tarde transformaram- se em nossos Doze Passos. Foi vivenciando os Grupos Oxford que Bill W. pode aprender o que fazer e o que não fazer em relação aos alcoólicos. Como exemplo eis algumas lições aprendidas:- Que não deveríamos ser um movimento de temperança, mas um movimento que deve se limitar a levar o alcoólico à sobriedade, isto é, em vez de se preocupar em salvar o mundo das diversas chagas sociais, A.A. deve se preocupar apenas em libertar os alcoólatras dos grilhões do alcoolismo.- Que outras idéias e atitudes, como os famosos "Conceitos dos Absolutos", é muitas vezes demais para os bêbados. Que as idéias de Pureza, da Honestidade, do Desinteresse e do Amor, devem ser alimentadas com colheres de chá homeopaticamente e não em doses cavalares.- Que o anonimato é essencial, não só para proteger a Irmandade, mas também como instrumento para o desenvolvimento da espiritualidade. Que o membro de A.A. respeitando este princípio do anonimato, poderá agir e trabalhar, sempre com o espírito de ajuda ao próximo, de compreensão, sabendo que aquela sua ação ou trabalho jamais será trampolim para alcançar a fama, prestígio ou poder.- Que A.A. deverá sempre dar a liberdade de falar, pensar e agir livremente, uma vez que o alcoólatra jamais se submeterá a quaisquer tipo de pressão, a não ser aquela exercida pelo álcool.- Que A.A. jamais deverá intrometer-se na vida particular e privada de seus membros e, portanto, não fornece uma "orientação coletiva" para seu comportamento e aplicação na sua própria vida.- Que A.A. apenas pode sugerir os Princípios de Recuperação, deixando sob a responsabilidade do próprio doente alcoólico a opção de exercitá-los ou não. Mas fica a advertência que, se seus membros desejam uma vida útil e feliz, não existe outro caminho, que não seja a submissão a estes Princípios.Como podemos perceber, estes são princípios espirituais, que foram aproveitados dos Grupos Oxford e legados a nós membros ativos da Irmandade de A.A. para pô-los em prática.

" O GRUPO DE A. A. EM AÇÃO " ( FINAL )

- O Grupo de A.A. - E o Espaço Físico:

A imagem física do Grupo de A.A. deve ser perfeitamente sintonizada com a imagem espiritual. A simplicidade deve revestir o espaço físico ocupado, de forma a permitir que ali se instale - pelo propósito único de

seus membros na prática dos princípios espirituais da Irmandade - o ambiente espiritual a que se referiu o Dr. Jung, propiciador da recuperação através de um "Despertar Espiritual".Em síntese, o espaço físico, só será condizente com o que se propõe um Grupo de A.A., quando o seu visual no plano material, mantido pela relação espírito/matéria, estiver perfeitamente sintonizado com os Princípios da Irmandade: Recuperação, Unidade e Serviços.O relacionamento matéria/espírito iniciou-se segundo Bill W., quando Ebb T. gastou de seu dinheiro para telefonar e pagar a passagem do metrô para ir ao seu encontro e transmitir a mensagem.

- Responsabilidade de Prover Espaço Físico:

Já sabedores de que nosso espaço físico é simples na sua aparência (física), podemos respirar aliviados e certificarmo-nos de nossa condição de participação.Nossa Sétima Tradição nos diz: "Todos os Grupos de A.A. deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora". Desde nossa primeira participação numa sala de A.A. constatamos este fato, (através de uma sacola), evidentemente sentiremos ainda que seja tênue, a responsabilidade de também contribuirmos com a sacola. Este é o único lugar em A.A. onde o material funde-se com o espiritual. Por esta razão, devemos ter sempre em mente que: "O metal só brilha se houver luz". Pode-se entender que o dinheiro (metal), só atingirá seu objetivo se for iluminado pela intenção da luz (espiritual) .Diante do exposto concluímos que: a responsabilidade de prover o espaço físico do Grupo de A.A., cabe aos membros que compõem a Irmandade, a partir do seu auto-ingresso na mesma.

- Diferença entre Grupo de A.A. e Reunião de A.A.:

Talvez não seja bem aplicada a expressão "diferença", desde que acreditamos que o Grupo de A.A. depende das Reuniões, e as Reuniões de A.A.dependem dos Grupos de A.A. Assim entendemos que: os Grupos de A.A. continuam a existir além dos horários das Reuniões, ajudando quando solicitado, com o 12º Passo, trabalhando em instituições e atividades de I.P. (Informação ao Público), integrado em Comissões de Colaboração com a Comunidade Profissional (CCCP) e Comissões Institucionais (C.I.), por intermédio do Organismo de Serviços Locais.Assim a Consciência Coletiva de A.A. a nível mundial, parece concordar em seis pontos que definem um Grupo de A.A.:

1) Todos os membros de um Grupo de A.A. são alcoólicos, e todos os alcoólicos são qualificados para serem membros.

2) Como Grupo ele é totalmente auto-suficiente.

3) O propósito primordial de um Grupo é o de ajudar alcoólicos a se recuperarem através dos Doze Passos.

4) Como Grupo ele não emite opinião sobre quaisquer assuntos alheios à Irmandade.

5) Como Grupo sua norma de procedimento para com o público, se baseia na atração ao invés da promoção, e seus membros mantêm o anonimato em nível da imprensa, rádio, televisão e cinema.

6) Como Grupo ele não possui nenhuma outra filiação.

A realização de Reuniões programadas regularmente é a principal atividade de qualquer Grupo de A.A. Algum grau de organização é necessário para conservar a funcionalidade e a eficácia de tais reuniões. Nossa Quarta Tradição diz que: "Cada Grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros Grupos ou ao A.A. em seu conjunto". Previsivelmente, portanto, as reuniões realizadas por nossos milhares de Grupos têm cada uma suas próprias características.

- O Grupo de A.A. - Cumprindo o seu Propósito:

Conforme está explícito em nossa Quinta Tradição, o único objetivo primordial de um Grupo de A.A. é o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.Nesta máxima duas perguntas se nos apresenta: A primeira é - Qual a mensagem deverá que deverá ser transmitida? A segunda é - Quem é o alcoólatra que ainda sofre?Claro está que a resposta á primeira pergunta é: A Mensagem a ser transmitida é a Mensagem de A.A.; é a mensagem de esperança de futuro promissor; é a mensagem que irá mostrar ao doente alcoólico, a luz no fim do túnel em que ele entrou quando da sua militância alcoólica. É a mensagem legada a nós membros de A.A., através dos Doze Passos, aliás, nesta máxima ainda podemos notar que muito sabiamente está registrado "Transmitir a Mensagem" e não "Levar a Mensagem". Será que já sabemos fazer a diferença entre a transmitir a mensagem e levar a mensagem?. Pesquisando no Dicionário, verificamos que: TRANSMITIR é "fazer passar de um possuidor ou detentor para outro" e LEVAR é fazer passar de um lugar para outro. Transportar" . Donde verificamos que - para se transmitir uma mensagem, principalmente de otimismo e esperança, é necessário antes de mais nada, ter tido uma experiência anterior ou vivido algo semelhante e com relativo ou mesmo grande sucesso.

Para a pergunta número dois, poderemos deduzir que o alcoólatra que ainda sofre, pode estar dentro do Grupo, assistindo mas não participando da reunião. Em conseqüência desta observação, formulamos uma terceira pergunta. Será que os Grupos de A.A. estão preparados para cumprirem seu propósito primordial de transmitir a mensagem de A.A. ao alcoólatra que ainda sofre? Particularmente não sei responder e acredito que não saberemos respondê-la, mas o que nós sabemos e procuramos despertar em nossos irmãos em A.A. é que, para atingir este propósito primordial, tão decantado e enfatizado na Quinta Tradição, torna-se absolutamente necessário, que algumas condições e circunstâncias sejam satisfeitas. E Alcoólicos Anônimos, na sua sabedoria, já nos oferece de mão beijada estas condições, basta apenas que nós, integrantes de um Grupo de A.A., as satisfaçamos. E a

condição básica e essencial é que reine no Grupo de A.A., um ambiente de paz, de harmonia, de fraternidade, de confiança mútua e a somatória das qualidades que poderemos denominar de BEM-ESTAR COMUM.Se um Grupo de A.A. dedicar todo o seu entusiasmo em criar tal ambiente, - o do BEM-ESTAR COMUM - meio caminho foi andado e vencido, para favorecer ao doente que ainda sofre. E o grande instrumento para se encontrar ou criar este ambiente, é a chave da Boa Vontade. Boa Vontade para aceitar que todas as decisões a serem tomados pelo Grupo de A.A., sejam tomadas através da Consciência Coletiva e não "na opinião do Grupo de A.A.... " Também é necessário que o Grupo de A.A., esteja sempre com as portas abertas para receber o possível doente alcoólico que foi procurá-lo. E, em sendo procurado, evitar a todo e qualquer custo ou sacrifício, criar-lhe quaisquer tipo de obstáculo ou entrave, e até pelo contrário, deverá proporcionar- lhe as melhores condições de facilidade, oferecendo-lhe companheirismo, confiança e camaradagem, . É necessário também que, no Grupo de A.A. que deseje cumprir o seu propósito primordial, seus membros saibam respeitar não só os seus próprios limites e o de outros Grupos, mas também e principalmente os limites dos outros segmentos da sociedade. É necessário também para um Grupo de A.A. que deseje cumprir o seu propósito primordial, que se abstenha de coligar-se com qualquer outro Grupo de Ajuda Mútua ou movimento similar, evitando assim sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. Com estes procedimentos, muitos problemas poderão ser evitados e, dentre estes podemos citar, o problema da busca da fama, prestígio e poder, o que certamente os afastariam do seu propósito primordial - o de Transmitir a Mensagem ao Alcoólatra que ainda sofre.

- O Grupo de A.A. - E NOSSAS FALHAS:

A Tradição Cinco e o Passo Doze, que trazem em seu bojo a essência da nossa Irmandade, não sendo compreendidos e aplicados, tornam-se um empecilho à recuperação daqueles que já pertencem à Irmandade e àqueles que estão para chegar. A coragem para mudar aquelas coisas que posso, se aplica perfeitamente dentro de nossas falhas.A justificativa de que deu certo para alguns, tem que ser descartada, porque o Programa de Recuperação sugerido por Alcoólicos Anônimos, é para todos e não para alguns.Como a primeira tradução para o português do Livro Azul, livro básico de A.A. somente ocorreu nos idos de 1973 (?), podemos com absoluta certeza afirmar que de 1947 a 1973 (?), toda mensagem recebida e transmitida, baseava-se no folheto que o publicitário americano Herbert L. Daugherty entregou ao economista inglês Harold W. para traduzi-lo - "Folheto (Livro) Branco", não tivemos a oportunidade de iniciarmos o A.A. no Brasil, com o livro básico de Alcoólicos Anônimos. Sabemos das dificuldades encontradas pelos nossos pioneiros, dificuldades estas vencidas através de suas boa vontade quase sempre alicerçadas no EU ACHO. Mas hoje os tempos são outros, e já contamos com um elevado número de títulos da Literatura de A.A., traduzidos e distribuídos pela JUNAAB.Pergunta-se então: Porque continuamos persistindo em transmitirmos a mensagem de A.A., contrariando nossos escritos? Talvez esta seja a

nossa principal falha.Temos consciência que estamos errados e não temos coragem para mudar. Podemos observar que mesmo nossos Órgãos de Serviços cooperam para que a mensagem de A.A. seja distorcida. Numa rápida análise, uma verdadeira avalanche de coisas materiais, são oferecidas como integrantes do Programa de Recuperação, visando apenas o lucro material, contrariando frontalmente o enunciado na Tradição Cinco. No apêndice do LIVRO AZUL - cada grupo de A.A. deve ser uma entidade espiritual.. .Que entidade espiritual é esta que oferece objetos materiais? A Mensagem de A.A. é uma proposta de crescimento espiritual, uma nova maneira de viver, através dos Doze Passos - princípios espirituais - que se aplicados em nossas vidas, podem expulsar a obsessão pela bebida alcoólica.Existe uma idéia generalizada, que o Brasil é um país com grande número de analfabetos. Devemos lembra que o analfabeto não é surdo. O analfabeto ouvindo é tão capaz de transmitir a mensagem ouvida, como um erudito...Nossos Doze Conceitos para Serviços Mundiais, lembram-nos que não existe A.A. de segunda classe. Todos nós membros de um Grupo de A.A., temos que ouvir a mesma mensagem. Se um Grupo de A.A. não ouve e não transmite a verdadeira mensagem de A.A., como pode ser um Grupo de A.A. em Ação? Um Grupo de A.A. em Ação, subtende-se que é um Grupo de pessoas imbuídas de um mesmo ideal, mesma confiança mútua, mesmo propósito, etc...Para que isto aconteça, acreditamos que a liderança do Grupo de A.A., tem que acreditar nas mudanças necessárias e pagar o preço que estas mudanças acarretam. Devemos lembrar que estamos lidando com vidas humanas.Em casos de vidas humanas, não existe meia recuperação. O Programa de A.A. é para recuperação integral do doente alcoólico que queira se recuperar e o Grupo de A.A. deve estar à disposição de qualquer um queira fazer parte deste Grupo de A.A., sem lhe ser apresentado nenhum obstáculo à sua chegada. Nossa falha é a de não abrirmos a caixa de ferramentas espirituais e colocá-la à disposição de quem os procura e também explicar-lhes como estas ferramentas têm nos ajudado. Nossa falha está em continuarmos desrespeitando nossas Tradições, da Primeira à Décima Segunda, que é a única maneira de nos mantermos unidos. A Tradição Nove é rica em ensinamentos quando diz: "a mesma sentença se aplica aos Grupos..."Teríamos uma grande relação de nossas falhas, mas acredito que o plenário, também pode e deve acrescentar algumas falhas observadas no seu Grupo de A.A., no seu Escritório de Serviços, no seu Distrito, na sua Área... que as apresente, enriquecendo nosso trabalho.

Uma indagação: FALTA DE CORAGEM PARA MUDAR AQUILO QUE PODE SER MUDADO?

Isaias

BIBLIOGRAFIA:

- A.A. Atinge a Maioridade

- Alcoólicos Anônimos

- Doze Passos e Doze Tradições

- Doze Conceitos para Serviços Mundiais

- O Grupo de A.A.

O GRUPO DE A.A. ... Onde tudo começa

Alcoólicos ANÔNIMOS® é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.. O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de A.A. não há necessidade de pagar taxas ou mensalidades; somos auto-suficientes, graças às nossas próprias contribuições.. A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas.. Nosso propósito primordial é

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http://www.alcoolicosanonimos.org.br

Revisado em maio de 2002

Com autorização deAlcoholics Anonymous World Services, Inc.

475 Riverside DriveYork, NY 10115

2.000 – 11/02 Impresso no Brasil

O grupo de A.A.

ÍndiceA única finalidade de A.A.............................................................................

A importância do anonimato.........................................................................Introdução......................................................................................................Como utilizar este livreto...............................................................................

O grupo... Onde começa aestrutura de serviços de A.A.O que é um grupo de

A.A...............................................................................

Como tomar-se membrode um grupo de A.A.?.....................................................................................A diferença entre as reuniõesabertas e as reuniões fechadas.........................................................................Que tipos de reunião sãorealizadas pelos grupos de A.A.?.....................................................................Ciclos...............................................................................................................O grupo base....................................................................................................Procedimentos sugeridos para as reuniões.......................................................Auto-suficiência: A Sétima Tradição...............................................................Café, chá e companheirismo.............................................................................

Como funciona um grupo de A.A.Como começar um novo grupo de

A.A............................................................

A escolha de um nome para o grupo de A.A....................................................O que fazem os membros do grupo de A.A......................................................De quais servidores de confiança necessitamos?..............................................Estrutura de Serviços Internos do grupo de A.A...............................................Coordenador......................................................................................................Secretário...........................................................................................................

Tesoureiro..........................................................................................................Representante de Serviços Gerais (RSG)..........................................................Coordenador do CTO........................................................................................Representante da Vivência (RV).......................................................................Como abordar eajudar os recém-chegados?................................................................................

Princípios acima das personalidades

O princípio da rotatividade................................................................................O que é uma consciência de grupo esclarecida?...............................................Inventário do grupo...........................................................................................Reuniões de Serviço..........................................................................................Sobre os problemas do grupo............................................................................

Como o grupo se relaciona com A.A. como um todo

Como o grupo de A.A. se enquadra naestrutura da Irmandade.......................................................................................O que é o ESG – Escritório deServiços Gerais?.................................................................................................O que faz o Escritório de Serviços Gerais?........................................................Quem está encarregado do ESG?.......................................................................Como são tomadas as "decisõesque afetam A.A.?"..............................................................................................Como são financiados nossosserviços nacionais?.............................................................................................Como os grupos podem ajudar o ESG?..............................................................O que é um Escritório de Serviços Locais (ESL)? Como funciona?...........................................................O que faz um Escritório

de Serviços Locais?.............................................................................................

O que A.A. não faz

A posição de A.A. no campo do alcoolismo

"Cooperação sem afiliação"................................................................................A.A. e outras entidades.......................................................................................

Outras perguntas sobre A.A..............................................................................Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos.........................................................As Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos....................................................As Doze Tradições – Forma longa...................................................................Os Doze Conceitos para osServiços Mundiais – Texto Integral.................................................................

A única finalidade de A.A.Quinta Tradição: Cada grupo é animado de um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.

"Há quem profetize que A.A. poderia muito bem se tornar uma

nova ponta de lança para um despertar espiritual em todo o mundo. Ao

dizerem isso, nossos amigos são tão generosos quanto sinceros. Mas

nós, de A.A., devemos considerar que essa homenagem e essa profecia

podem se converter num gole embriagante, se realmente acreditarmos

que este é o propósito de A.A., e se começarmos a nos comportar de

acordo.

"Nossa Sociedade irá portanto ater-se prudentemente à sua única finalidade: transmitir a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Vamos resistir à presunçosa suposição de que, só porque Deus nos possibilitou sairmo-nos bem em uma única área de atuação, estaríamos destinados a ser um canal dispensador da graça salvadora para todo o mundo."

Bill W., co-fundador de A.A., 1955

A importância do anonimatoDécima Segunda Tradição: O anonimato é o alicerce espiritual das nossas tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

Qual a finalidade do anonimato em A.A.? Por que será que o anonimato é freqüentemente citado como sendo a mais importante proteção que a Irmandade tem para garantir sua existência e seu crescimento contínuos?

Na imprensa, radio, televisão e filmes, o anonimato enfatiza a igualdade de todos os membros de A.A. Ele refreia nossos egos facilmente infláveis; nossas descabidas convicções de que o violar o anonimato poderia ajudar alguém; e nossos desejos de reconhecimento pessoal ou controle. Acima de tudo, a Tradição do Anonimato recorda-nos que o que importa é a mensagem de A.A., não o mensageiro.

Em nível pessoal, o anonimato garante a privacidade de todos os membros. Essa é uma proteção freqüentemente muito importante para os recém-chegados, que poderiam hesitar em buscar ajuda em A.A. se tivessem qualquer motivo para acreditar que seu alcoolismo poderia ser publicamente revelado.

Na teoria, o principio do anonimato parece claro, mas nem sempre

é fácil colocá-lo em prática. Seguem-se algumas diretrizes gerais

selecionadas a partir da experiência dos grupos de A.A., e que podem

ser úteis.

Mantendo o anonimato em públicoQuando participamos como membros de A.A. em programas de

rádio, televisão ou em filmes e vídeos, evitamos mostrar nossos rostos ou revelar nossos sobrenomes. Na imprensa escrita identificamo-nos apenas por nosso primeiro nome e a inicial do sobrenome.

Usamos nossos prenomes e a inicial do sobrenome apenas quando falamos como membros de A.A. em reuniões que não sejam de A.A. (Leia o folheto "Falando em Reuniões de Não-A.A.")

Não escrevemos "A.A." nos envelopes que enviamos pelo correio, nem mesmo na correspondência enviada aos órgãos de A.A. Nos materiais feitos para serem afixados quadros de avisos de A.A. ou impressos em programas de A.A. acessíveis ao público em geral, omitimos os sobrenomes e os títulos que possam identificar qualquer membro.

Entendendo o anonimato no grupo de A.A.

Podemos usar nossos sobrenomes dentro dos nossos grupos. Ao mesmo tempo, respeitamos o direito de cada companheiro de manter seu próprio anonimato da forma que desejar e tão rigorosamente quanto quiser. Alguns grupos mantêm listas de nomes e números de telefones fornecidos voluntariamente por seus membros e podem distribuí-los – mas apenas a membros do grupo.

Não reproduzimos nenhum depoimento pessoal feito nas reuniões de A.A. por qualquer companheiro. A palavra "anônimos" que consta no nome de nossa irmandade é uma promessa de privacidade. Além disso, a única história de recuperação que realmente podemos compartilhar é a nossa própria historia.

Em nossas relações pessoais com não-alcoólicos – e com pessoas que pensam que podem ter um problema com o álcool – podemos nos sentir à vontade para dizer que somos alcoólicos em recuperação (sem revelar nomes de outros membros de A.A.), embora se recomende discrição. Nesses casos, nossa franqueza pode ajudar a transmitir a mensagem.

Abstemo-nos de gravar em vídeo qualquer palestra ou reunião especial de A.A. que possa ser exibida em público. Alem disso, seguindo a recomendação da Conferencia de Serviços Gerais de 1980, é aconselhável que palestras de companheiros de A.A. na condição de membros, sejam realizadas ao vivo, evitando a tentação de, ao usar videoteipe, colocar personalidades acima dos princípios e assim encorajar o estrelismo dentro de A.A.

Para maiores informações sobre esta importante Tradição, consulte o folheto "Entendendo o Anonimato".

IntroduçãoComo afirma o Conceito I:

A responsabilidade final e a autoridade suprema pelos serviços mundiais de A.A. deveriam sempre recair na consciência coletiva de toda a nossa Irmandade.

O grupo de A.A. – a palavra final da IrmandadeDizem que Alcoólicos Anônimos é uma organização virada de

ponta-cabeça porque a "responsabilidade final e a autoridade suprema pelos Serviços Mundiais recaem sobre os grupos – e não sobre os custódios, a Junta de Serviços Gerais ou o Escritório de Serviços Gerais em Nova Iorque". ("Doze Conceitos Ilustrados para os Serviços Mundiais").

Toda a estrutura de A.A. depende da participação e da consciência de cada grupo, e o modo como cada um desses grupos conduz seus assuntos afeta A.A. no mundo inteiro. Por isso, pessoalmente, estamos sempre conscientes da responsabilidade por nossa própria sobriedade e, como grupo, conscientes da necessidade de transmitir a mensagem de A.A. ao alcoólico que ainda sofre e que nos procura pedindo ajuda.

A.A. não tem nenhuma autoridade central. Dispõe apenas de uma organização mínima e algumas Tradições, ao invés de regulamentos.

Como observou nosso co-fundador Bill W. em 1960, "respeitamos voluntariamente as Doze Tradições porque precisamos e porque queremos fazê-lo. Talvez o segredo de sua força resida no fato de essas mensagens inspiradoras brotarem de experiências de vida e estarem enraizadas no amor".

A.A. é formada pela voz coletiva de seus grupos locais e de seus representantes na Conferencia de Serviços Gerais, os quais trabalham visando a unanimidade nas questões vitais para a Irmandade. Cada grupo funciona de modo independente, exceto em questões que afetem outros grupos ou A.A. como um todo.

O trabalho essencial dos grupos de A.A. é feito por alcoólicos que estão, eles próprios, recuperando-se através da Irmandade, e cada um está habilitado a realizar sua tarefa em A.A. da forma que julgar melhor, dentro do espírito das Tradições. Isso significa que funcionamos como uma democracia, sendo todos os planos de ação do grupo aprovados pela voz da maioria. Nenhum indivíduo isolado é nomeado para agir pelo grupo ou por A.A. como um todo.

Cada grupo é tão singular quanto uma impressão digital, e os modos de transmitir a mensagem de sobriedade variam não apenas de grupo para grupo, mas também de região para região. Agindo com autonomia, cada grupo traça seu próprio rumo. Quanto melhor informados estiverem seus membros e quanto mais forte e mais coeso estiver o grupo, maior será a garantia de que, quando alguém nos procurar em busca de ajuda, a mão de A.A. esteja estendida.

A maioria de nós só consegue se recuperar se houver um grupo. Como disse Bill, "aflora em cada membro a percepção de que ele é apenas uma pequena parte de um grande todo... Ele aprende que o clamor de seus desejos e ambições deve ser silenciado sempre que possa prejudicar o grupo. Fica evidente que o grupo precisa sobreviver para que o indivíduo viva".

Como usar este folhetoEste livreto foi desenvolvido como um instrumento de informação

e como um guia de sugestões para grupos de A.A. – e não para ditar a ninguém o que deve ser feito. Ele serve como um complemento ao Manual de Serviços de A.A. e outros títulos de nossa literatura (veja a contracapa) que abordam em maior profundidade questões especificas dos grupos.

Desenvolvido para facilitar consultas rápidas, o livreto aborda quatro áreas principais: (1) o que é um grupo de A.A.; (2) como funcionam os grupos; (3) a relação entre os grupos e a comunidade; (4) como cada grupo se enquadra na estrutura de A.A. como um todo.

O índice descreve, do modo mais completo possível, todos os

assuntos relacionados ao grupo abordados neste livreto. Caso você

tenha quaisquer outras duvidas, por favor entre em contato com o ESG

– Escritório de Serviços Gerais de A.A. – que estará pronto para ajudá-lo

em tudo o que for possível.

O grupo... Onde começa próxima partea estrutura de serviços de A.A.

O que é um grupo de A.A.Como afirma claramente o texto integral da Terceira Tradição,

"Nossa Irmandade deve incluir todos os que sofrem do alcoolismo. Não podemos portanto recusar quem quer que deseje se recuperar. A condição para tornar-se membro não deve nunca depender de dinheiro ou formalidade. Dois ou três alcoólicos quaisquer reunidos em busca de sobriedade podem se autodenominar um grupo de A.A., desde que, como grupo, não possuam outra afiliação."

Alguns AAs reúnem-se como grupos de A.A. especializados – grupos masculinos, grupos para mulheres, grupos para jovens, grupos para médicos, grupos para homossexuais, e outros. Se seus participantes forem todos alcoólicos, e se abrirem suas portas para todos os alcoólicos que quiserem ajuda, independente de profissão, sexo ou outras distinções, e se atenderem todos os demais aspectos que definem um grupo de A.A., eles poderão denominar-se um grupo de A.A.

Os grupos de A.A. são referendados pelos Comitês de Área, após um ano de funcionamento experimental, recebendo apoio dos Escritórios de Serviços Locais (ESL).

Como tornar-se membro de um grupo de A.A.?"Para ser membro de A.A. o único requisito é o desejo de parar de

beber" (Terceira Tradição). A filiação a um grupo não exige portanto nenhuma formalidade. Assim como nos tornamos membros de A.A. bastando afirmar que o somos, do mesmo modo somos membros de um grupo ao afirmarmos isso e continuarmos a participar das reuniões.

A diferença entre as reuniões abertas e as reuniões fechadasA finalidade de toda reunião de um grupo de A.A. como afirma

nosso Preâmbulo, é permitir aos membros de A.A. que "compartilhem suas experiências, forças e esperanças a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo". Com essa finalidade os grupos realizam reuniões abertas e reuniões fechadas.

As reuniões fechadas destinam-se exclusivamente a membros de A.A. e a pessoas que têm um problema com a bebida e "têm um desejo de parar de beber".

As reuniões abertas são franqueadas a qualquer pessoa interessada no programa de recuperação do alcoolismo de Alcoólicos Anônimos.

Nos dois tipos de reunião o coordenador pode solicitar que os participantes limitem seus depoimentos a questões pertinentes à recuperação do alcoolismo.

Sejam abertas ou fechadas, as reuniões dos grupos de A.A. são coordenadas por membros de A.A., que determinam o formato de suas reuniões.

Que tipo de reuniões são realizadas pelos grupos de A.A.?Nossa Quarta Tradição diz que "cada grupo deve ser autônomo,

salvo em assuntos que digam respeito a outros grupos ou a A.A. em seu

conjunto". Previsivelmente, portanto, as reuniões realizadas por nossos

milhares de grupos têm cada uma suas próprias características.

Os tipos mais comuns de reuniões de A.A. são:1. Debates. Seja a reunião aberta ou fechada, um membro de A.A.

que atua como "líder" ou "coordenador" abre a reunião da forma habitual e seleciona um assunto para discussão.

Geralmente esses assuntos derivam do nosso Livro Azul, ou dos livros Os Doze Passos e as Doze Tradições, Na Opinião do Bill ou ainda da revista Vivência. Algumas sugestões especificas de assuntos são: aceitação versus submissão; a liberdade através da sobriedade; princípios versus personalidades; medo (ou temores indefiníveis); rendição; gratidão; raiva; boa vontade; honestidade; atitude; ressentimentos; reparações; humildade e tolerância.

2. Públicas. Um ou mais membros selecionados antecipadamente "compartilham suas experiências" conforme descrito no Livro Azul, contando como estavam, o que aconteceu e como estão agora.

Dependendo das diretrizes gerais da consciência do grupo, alguns grupos preferem que os oradores tenham um tempo mínimo de sobriedade contínua. Pode-se também programar profissionais amigos de A.A.

3. Novos. Normalmente coordenadas por algum membro do grupo que já esteja sóbrio há algum tempo, essas reuniões incluem freqüentemente sessões de perguntas-e-respostas para ajudar os recém-chegados. Sobre essas reuniões veja o folheto Sugestões para Coordenar Reuniões de Novos.

4. Literatura. Uma vez que os Doze Passos são a base de nossa recuperação pessoal em A.A., muitos grupos dedicam uma ou mais reuniões por semana ao estudo alternado de cada Passo. (Alguns grupos abordam dois ou três Passos por reunião.) Esse mesmo formato pode ser aplicado às reuniões sobre o Livro Azul ou dos Doze Passos e Doze Tradições. Muitos grupos têm o habito de ler em voz alta trechos pertinentes do Livro Azul ou dos Doze Passos e Doze Tradições no início das reuniões.

5. Temáticas. Membros de A.A. do grupo base ou de outro grupo são convidados a proferir palestra sobre um tema escolhido.

Normalmente a palestra tem duração de uma hora e a seguir acontece uma sessão de perguntas e respostas.

6. Mini-temáticas. O grupo distribui pequenos cartões com motivos extraídos da literatura de A.A. como sugestão para os depoimentos da primeira hora de reunião. Na segunda hora um membro do grupo familiarizado com o tema profere uma palestra de no máximo trinta minutos, seguida de uma sessão de perguntas e respostas de mais trinta minutos.

Além das reuniões descritas acima, os grupos também realizam os seguintes tipos de reuniões:

Serviços. Alguns grupos programam reuniões especiais ao longo do ano, independentes das reuniões normais, para que os servidores discutam sobre os assuntos do grupo com seus membros e deles obtenham a orientação do grupo. Normalmente os servidores do grupo são eleitos nessas reuniões. Consulte o capitulo sobre Reuniões de Serviço na pagina 37.

Inventario do grupo. São reuniões em que os participantes do grupo procuram verificar como o grupo está atendendo ao seu propósito primordial. Consulte o capitulo sobre o Inventario do grupo na pagina 36.

Vivência. Nessas reuniões discute-se sobre assuntos de A.A. abordados na revista Vivência.

CiclosComo fruto da experiência do A.A. brasileiro, realizam-se

atualmente os chamados Ciclos de estudos da literatura de A.A., principalmente sobre os Doze Passos, as Doze Tradições, os Doze Conceitos para Serviços Mundiais e o livro Alcoólicos Anônimos (livro Azul).

Trata-se de eventos com duração de um, dois ou três dias. Normalmente são estruturados em grupos de trabalho que se reúnem após uma palestra geral sobre o assunto enfocado. São praticados principalmente pelos Distritos de A.A., mas podem também ser realizados por Escritórios Locais ou por grupos de A.A.

O grupo baseTradicionalmente, a maioria dos membros de A.A. constatou, ao

longo dos anos, que é importante pertencer a um grupo que possam

chamar de seu "grupo base". Este é o grupo onde o membro assume

responsabilidades e tenta manter relações de amizade. Embora todo

membro de A.A. seja habitualmente bem-vindo em qualquer grupo e

sinta-se em casa em qualquer reunião, o conceito de "grupo base"

continua sendo o vínculo mais forte entre o membro de A.A. e a

Irmandade.

Pertencer a um grupo dá ao membro o direito de votar em questões que possam afetar o grupo e possam também afetar A.A. como um todo – num processo que forma a verdadeira pedra angular da estrutura de serviços de A.A. Tal como ocorre com todos os assuntos decididos pela consciência de grupo, cada membro de A.A. tem direito a um voto, e este voto idealmente deveria ser expresso em seu grupo base.

Ao longo dos anos, a própria essência da força de A.A. tem permanecido nos grupos base, os quais, para muitos membros, tornam-se uma extensão de sua família. Outrora isolados por seu modo de beber, os membros encontram no seu grupo base um sistema sólido de apoio contínuo, de amizade e, muito freqüentemente, de apadrinhamento. Também aprendem por experiência própria, através dos trabalhos do grupo, como "colocar princípios acima de personalidades" objetivando transmitir a mensagem de A.A.

Falando a respeito de seu próprio grupo, um membro declara:

"Parte do meu compromisso é freqüentar as reuniões de meu grupo,

receber os recém-chegados à porta, e estar à sua disposição – não

somente por eles, mas por mim. Meus companheiros de grupo são as

pessoas que me conhecem, que me ouvem e que me orientam quando

eu me desvio. Eles me proporcionam sua experiência, sua força e o

amor de A.A., capacitando-me a "levar adiante a mensagem ao alcoólico

que ainda sofre".

Procedimentos sugeridos para as reuniõesNão há um tipo ou formato de reunião que seja "o melhor", mas

alguns formatos funcionam melhor que outros.Normalmente o coordenador abre a reunião com a leitura do

Preâmbulo e algumas observações. Em alguns grupos observa-se um minuto de silencio e/ou recita-se a Oração da Serenidade. Em outros lê-se algum trecho do livro Alcoólicos Anônimos – normalmente uma parte do Capitulo 5 ("Como funciona") ou do Capítulo 3 ("Mais sobre o alcoolismo"). Em muitas reuniões promove-se a leitura em voz alta de um capítulo, ou parte de um capítulo, de Os Doze Passos e as Doze Tradições. Convidar diferentes membros ou visitantes para que façam a leitura ajuda especialmente os recém-chegados a sentirem-se participando da vida do grupo.

O coordenador pode enfatizar a importância de preservar o anonimato dos membros de A.A. fora da reunião e recomendar aos participantes que "deixem aqui o que aqui ouviram". (Sobre esse assunto, consulte o folheto Entendendo o Anonimato)

Muitas reuniões são encerradas com o Pai-Nosso ou com a Oração da Serenidade.

Auto-suficiência: A Sétima TradiçãoNão existem taxas ou mensalidades para pertencer a A.A., mas

temos nossos gastos. Respeitando nossa Sétima Tradição, os grupos

podem "passar a sacola" para cobrir despesas de aluguel da sala, água

e café aos presentes, literatura de A.A., folhetos, relações de grupos e

contribuições para os serviços prestados pelo ESL, comitês de Distrito

ou de Área e pelo ESG. Os membros de A.A. são livres para contribuir

com a quantia que desejarem, ate um máximo equivalente a

US$2.000,00 (dois mil dólares) por ano.

Café, chá e companheirismoMuitos membros de A.A. contam que fizeram muitos amigos nas

conversas ao redor do café durante os intervalos, ou antes e depois das reuniões.

Na maioria dos grupos são os próprios membros que preparam cada reunião, fazem o café e limpam a sala. Você ouvirá com freqüência membros de A.A. afirmarem que começaram a se sentir "realmente participantes" quando começaram a fazer o café e a arrumar as cadeiras, fazendo "terapia ocupacional". Alguns recém-chegados acreditam que essas atividades amenizam sua timidez e facilitam o contato com os outros membros do grupo.

Como funciona um grupo de A.A.Quarta Tradição: Cada grupo deve ser autônomo, salvo em

assuntos que digam respeito a outros grupos ou a A.A. em seu conjunto.

Como começar um novo grupo de A.A.Pode ser que você esteja pensando em começar um novo grupo.

As razões para isso podem variar, mas o modo de fazê-lo é basicamente o mesmo.

O importante para formar um grupo de A.A. é haver dois ou três alcoólicos que o queiram; alem da cooperação de outros membros de A.A., um ligar para as reuniões, uma garrafa de café, literatura de A.A., listas de endereços de grupos e alguns suprimentos simples.

Uma vez que o grupo esteja pronto pra funcionar, é importante divulgar sua existência para os grupos mais próximos, para o Escritório de Serviços Local, os comitês de Distrito e de Área e o Escritório de Serviços Gerais. Essas fontes, podem proporcionar grande apoio.

A escolha de um nome para o grupo de A.A.Por mais meritória que possa ser qualquer atividade ou instituição,

a experiência nos ensinou que os grupos de A.A. devem evitar cuidadosamente toda forma de filiação ou endosso de qualquer empreendimento fora de A.A.

Sexta Tradição: Nenhum grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem do nosso objetivo primordial.

É necessário evitar qualquer aparência de vínculo de A.A. com qualquer organização, associação ou instituição política ou religiosa.

Por conseqüência, um grupo de A.A. que se reúna numa instituição correcional ou de tratamento, ou numa igreja, deverá ter o cuidado de não usar o nome dessa instituição, escolhendo algum nome totalmente diferente para o grupo. Com isso busca-se deixar claro que o grupo de A.A. não está vinculado ao hospital, igreja, prisão, centro de tratamento, etc., mas simplesmente aluga espaço para suas reuniões.

Nossa consciência de grupo recomenda que reuniões de propósitos especiais não constem das listas de reuniões de A.A.

O propósito primordial de qualquer grupo de A.A. é transmitir a mensagem aos alcoólicos. A experiência com o álcool é algo que todos os membros de A.A. têm em comum. É ilusório sugerir ou dar a impressão que A.A. resolve outros problemas ou que sabe como proceder com respeito à dependência de drogas.

A Conferência também recomenda que nenhum grupo de A.A. seja batizado com o nome de qualquer pessoa, viva ou morta, AA ou não-AA. Essa é uma das maneiras pelas quais podemos "colocar os princípios acima das personalidades".

O que fazem os membros do grupo de A.A."Eu sou responsável... quando qualquer um, seja onde for,

estender a mão pedindo ajuda, quero que a mão de A.A. esteja sempre ali. E por isto eu sou responsável". Em outras palavras, quando os recém-chegados se dirigem a uma sala de reunião, queremos que A.A. esteja lá para eles assim como esteve para nós – coisa que só poderemos fazer continuamente se funcionarmos como grupo.

Entretanto, para que um grupo funcione continuamente, uma série de tarefas têm que ser realizadas. É através dos esforços combinados e do contínuo comprometimento dos membros do grupo que será possível:

* Providenciar e manter um local para as reuniões.* Programar as reuniões.

* Coletar as contribuições e alocá-las e gastá-las adequadamente.

* Dispor sempre de literatura aprovada pela Conferência.* Dispor sempre da revista Vivência e de listas dos grupos locais.* Dispor sempre de água e café.*Divulgar aos alcoólicos da região que existe um grupo de A.A. e

onde encontrá-lo.* Responder aos pedidos de ajuda.* Ventilar e resolver os problemas do grupo.* Manter contato contínuo com o restante de A.A. - localmente

através do ESL, em nível nacional através do Comitê de área, e internacionalmente através do Escritório de Serviços Gerais.

De quais servidores de confiança necessitamos?É preciso que haja gente para realizar as tarefas do grupo. A

maioria de nós concorda que A.A. nunca deveria "organizar-se". Entretanto, desde que não coloquemos em risco nosso compromisso de preservar nossa Irmandade democrática e espiritual, podemos "criar juntas ou comitês de serviços, diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços" (Nona Tradição). Esses servidores dos grupos de A.A. são denominados "servidores de confiança", sendo normalmente eleitos pelo grupo para períodos limitados de serviços. Como recorda nossa Segunda Tradição, "Nossos lideres são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar".

Os grupos constataram que a inviabilidade de se eleger não-alcoólicos para servir ao grupo, uma vez que faltaria a eles a necessária identificação com nosso propósito primordial ou com os outros membros do grupo. Cada grupo determina o período mínimo de sobriedade sugerido para que um membro seja elegível para algum encargo. A diretriz geral poderia sugerir de seis meses a um ano ou mais de contínua sobriedade.

Os encargos podem ter títulos, mas títulos em A.A. não significam autoridade ou honrarias: apenas descrevem serviços e responsabilidades. Constatou-se que geralmente não funciona entregar cargos a certos membros apenas para ajudá-los a permanecerem sóbrios. Ao contrário, o bem-estar do grupo deverá ser a única preocupação ao se escolher servidores. Na época da eleição dos servidores, poderá ser muito útil fazer no grupo uma revisão da Primeira e da Segunda Tradições.

Os grupos podem garantir de várias maneiras que os serviços necessários sejam realizados com o mínimo de organização. Veja abaixo um quadro sugerido de servidores do grupo.

ESTRUTURA DE SERVIÇOSINTERNOS DO GRUPO DE A.A.

Seguem-se os cargos instituídos por muitos grupos para servi-los

internamente e junto à comunidade externa.

Coordenador: O coordenador do grupo serve durante um período especifico de tempo (normalmente seis meses ou um ano). A experiência sugere que o coordenador deva ter ao menos um ano de sobriedade contínua e, idealmente, deveria ter ocupado antes outros cargos no grupo.

Sua função é coordenar as atividades dos demais servidores do grupo e dos membros que assumirem a responsabilidade pela literatura, acolhida, café, programação de reuniões internas e outras atividades vitais para o grupo.

Quanto mais o coordenador e os demais servidores do grupo estiverem informados sobre A.A. como um todo, melhor exercerão suas funções. Tendo claramente em mente a Primeira Tradição e estimulando os membros a se familiarizarem com todas as Tradições, eles contribuirão para garantir que o grupo se mantenha saudável.

Secretário: À semelhança do coordenador, o secretário também precisa ser um servidor versátil. Em grupos que não têm coordenador, os secretários executam suas tarefas. Cada grupo tem procedimentos próprios, mas, a menos que existam outros servidores ou comitês, geralmente é atribuição dos secretários:

* Divulgar informações sobre atividades e eventos importantes de

A.A.

* Manter atualizado um arquivo estritamente confidencial dos nomes, endereços e números de telefone dos membros do grupo (sujeito à aprovação de cada membro), e saber quais deles estão disponíveis para chamados de Décimo Segundo Passo.

* Manter um registro dos aniversários de sobriedade dos membros, caso o grupo assim o deseje.

* Manter um quadro de avisos para fixação de notícias e boletins de A.A.

* Certificar-se de que o distrito, o ESL e o Escritório de Serviços Gerais sejam informados por escrito de qualquer mudança de endereço, local, horário de reuniões ou servidores do grupo.

* Certificar-se de que os livros, livretos e folhetos aprovados pela Conferência estejam disponíveis e adequadamente expostos durante as reuniões.

* Aceitar e designar companheiros para atividades de Décimo Segundo Passo (a menos que haja um coordenador especifico para essa atividade).

* Transmitir aos membros do grupo a correspondência recebida.

Sétima Tradição: Todos os grupos de A.A. deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.

Tesoureiro: Os grupos de A.A. são auto-suficientes através da contribuição voluntária de seus membros. A sacola que circula nas reuniões geralmente cobre as necessidades financeiras do grupo, sobrando o suficiente para que o grupo possa assumir sua parte na

manutenção do ESL, do Comitê de Distrito e de Área e do Escritório de Serviços Gerais.

Ninguém é obrigado a contribuir, mas a maioria dos membros contribui. Os que podem contribuir geralmente se dispõem a colocar um pouco mais na sacola, para compensar os que não podem. Os fundos do grupo destinam-se a cobrir serviços como por exemplo:

* aluguel da sala;* literatura de A.A.;* lista dos grupos locais, geralmente adquiridas do ESL mais

próximo ou do Comitê de Áreas;* água e café;* Contribuição aos órgãos de serviço de A.A., feita normalmente a

cada mês ou a cada trimestre.O tesoureiro normalmente mantém registros claros no livro-caixa

e informa ao grupo quanto dinheiro foi arrecadado e quanto foi gasto. Fazem relatórios e demonstrativos financeiros periódicos ao grupo. Pode-se evitar problemas mantendo os fundos do grupo numa conta bancária separada que exija duas assinaturas em cada cheque.

A experiência de A.A. indica claramente não ser adequado que o grupo acumule grandes valores alem do necessário para suas despesas acrescido de uma reserva prudente. Esse valor deverá ser determinado pela consciência do grupo. Também podem surgir problemas quando o grupo aceita contribuições exageradas, em dinheiro, bens ou serviços, feitas por um único membro.

O folheto Auto-Suficiência pelas Nossas Próprias Contribuições, aprovado pela Conferência, contem sugestões de como o grupo pode contribuir para os serviços de A.A.

Atualmente grupos em todo o Brasil têm adotado o Plano 60-25-15.

Esse plano consiste em o grupo, após cobrir todas as suas despesas

mensais, e deduzida a parcela correspondente à sua reserva

prudente, remeter o saldo registrado em seu livro caixa ao ESL. Fica a

cargo do próprio ESL, a retenção de 60% desses fundos para seu uso

próprio, repassando 25% daquela quantia para o Comitê de Área e

15% para o ESG.

Alem disso o ESG, os Comitês de Área e ocasionalmente de Distrito, bem como os ESL, aceitam contribuições de membros individuais – desde que não ultrapassem valor equivalente a dois mil dólares anuais. As contribuições provenientes de espólios em valores equivalentes a uma parcela única de no máximo dois mil dólares são aceitáveis, desde que sejam provenientes de membros de A.A.

Alguns membros celebram seus aniversários de sobriedade enviando um "presente" ao Escritório de Serviços Gerais para expressar sua gratidão pelos serviços prestados em todo o país – geralmente são contribuições do equivalente a um dólar por ano de sobriedade.

Converse com o RSG de seu grupo, ou escreva para o ESG para obter maiores detalhes a respeito.

Representante de Serviços Gerais (RSG): Trabalhando através dos Comitês de Distrito e de Área, o RSG é o contato do grupo com a Conferência de Serviços Gerais, através da qual os grupos compartilham suas experiências e divulgam a consciência coletiva de A.A. Chamados algumas vezes de "guardiões das Tradições", os RSGs se familiarizam com o Terceiro Legado de A.A.: nossa responsabilidade espiritual de servir gratuitamente. Geralmente eleitos para períodos de dois anos, são tarefas do RSG:

* representar os grupos no Distrito e nas assembléias gerais de Área;

* manter os membros do grupo informados sobre as atividades de serviços gerais em suas áreas;

*receber e divulgar em seu grupo toda correspondência recebida dos demais órgãos de serviço e o BOB Mural, que é o principal instrumento de comunicação entre o ESG e a Irmandade.

O RSG também pode ajudar seu grupo a resolver uma série de

problemas, especialmente os relacionados às Tradições. Para servir seu

grupo, o RSG pode se apoiar em todos os serviços oferecidos pelo ESG

(veja à página 40).

Junto com o RSG elege-se um suplente, para a eventualidade de o titular não poder comparecer a todas as reuniões de Distrito e de Área. O suplente deveria ser estimulado a dividir as responsabilidades com o titular no grupo, no Distrito e na Área. (Para maiores informações, consulte o Manual de Serviços de A.A., paginas 25 a 27)

Coordenador do CTO: É o coordenador do comitê responsável pela divulgação do grupo junto à comunidade. Reúne-se com os coordenadores de CTO dos demais grupos no CTO do Distrito. Para maiores detalhes sobre este trabalho leia o Manual do CTO.

Representante da Vivência (RV): A tarefa do RV é divulgar a revista brasileira da Irmandade – Vivência – junto aos membros do grupo, e familiarizá-los com a oportunidade de aprimoramento da sobriedade que ela oferece, através de artigos baseados em experiências pessoais de recuperação escritos por companheiros de A.A., alem dos artigos escritos por não-AAs sobre suas experiências profissionais. Chamada às vezes de "reunião impressa", a Vivência também publica um calendário mensal dos eventos especiais de A.A.

O RV eleito pelo grupo deve enviar seu nome e endereço para: Vivência, caixa Postal 3180, CEP 01060-970, São Paulo-SP. Os mesmos dados devem ser enviados para o Coordenador Estadual de Vivência do ESL. Com estas informações ele será devidamente cadastrado e receberá regularmente correspondência com os formulários de assinatura de Vivência.

Outras atribuições do RV são:* Informar ao grupo a chegada de cada nova edição e comentar

sobre as matérias nela publicadas;*Fazer com que a Vivência sempre esteja exposta em lugar visível

no grupo e, se possível, manter um pequeno mural com frases da ultima edição, cupom de assinatura, lista das assinaturas vencidas e a vencer, etc.

* Sugerir aos companheiros mais antigos o uso da revista no apadrinhamento;

* Sugerir ao grupo que ofereça assinaturas de cortesia da Vivência a médicos, religiosos, juizes, advogados, delegados, assistentes sociais, jornalistas, repórteres, etc.

* Sugerir ao grupo que use artigos da revista nas reuniões com temas e nos trabalhos do CTO;

* Motivar os membros do grupo a mandarem colaborações para a Vivência: artigos, desenhos, etc.

* Solicitar aos profissionais, principalmente àqueles que conhecem o nosso programa, o envio de artigos à revista;

* Orientar e motivar os companheiros a fazerem ou renovarem suas assinaturas, e encaminhar à Vivência as assinaturas, renovações e sugestões dos assinantes;

* Manter contato com o Representante de Vivência do Distrito (RVD) ou Representante de Vivência do ESL, para a solução de eventuais problemas.

Como abordar e ajudar os recém-chegados?Naturalmente nenhum alcoólico pode ser ajudado por A.A. a

menos que saiba da nossa existência e onde nos encontrar. Por isso é importante que os grupos de cidades menores divulguem o local e o horário de suas reuniões nas diversas entidades públicas locais existentes. Junto com essa informação, vale a pena distribuir o folheto A.A. num Relance ou Alcoólicos Anônimos em sua Comunidade.

Nas grande áreas urbanas pode-se usar as listas de grupos fornecidas pelos ESLs com essa finalidade.

Devem os grupos de A.A. anunciar ao público em geral reuniões abertas para obter informações sobre A.A.? Alguns grupos o fazem, por uma única razão: para permitir que a comunidade conheça a ajuda disponível para alcoólicos através de nosso programa. Pequenos anúncios são comumente colocados nas seções de serviços comunitários dos jornais locais para permitir que as pessoas saibam como encontrar a reunião de A.A. mais próxima, caso o desejem.

Para sugestões de material de divulgação, consulte o Manual do CTO.

Alguns grupos mantêm uma relação dos membros disponíveis para fazer o trabalho de Décimo Segundo Passo. Os grupos podem ainda formar comitês de recepção para garantir que todo recém-chegado, seja ele visitante ou companheiro em potencial, seja bem recebido.

Geralmente os padrinhos assumem a responsabilidade de ajudar os recém-chegados a encontrar seu caminho em A.A. Para melhor

orientação consulte o folheto Perguntas e Respostas sobre o Apadrinhamento.

Princípios acima das personalidades

Segunda Tradição: Somente uma autoridade preside, em ultima análise, ao nosso propósito comum – um Deus amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos lideres são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.

O princípio da rotatividadeTradicionalmente a rotatividade impede que membros de A.A. se

perpetuem nos cargos. Também garante que as tarefas do grupo, como quase tudo em A.A., sejam compartilhadas por todos. Muitos grupos já elegem suplentes para cada um dos servidores de confiança, e os preparam para assumir os cargos de seus titulares, quando estes ficam vagos, enquanto o grupo escolhe novos membros para preencher as suplências.

Pode ser difícil deixar um cargo de A.A. do qual você goste. Se você fez um bom trabalho, se honestamente não vê ninguém disposto, capacitado ou com tempo disponível para fazê-lo, e se seus amigos tiverem a mesma opinião que você, será especialmente mais difícil. Mas esse será um verdadeiro passo para o seu crescimento – um passo em direção à humildade, que é, para muitos, a essência espiritual do anonimato.

Entre outras coisas, o anonimato na Irmandade significa que abrimos mão de qualquer prestígio pessoal em função de qualquer trabalho que façamos para ajudar alcoólicos. No espírito da Décima Segunda Tradição, o anonimato nos lembra de sempre "colocarmos princípios acima de personalidades".

A rotatividade nos proporciona recompensas espirituais bem mais duradouras que qualquer fama. Como em A.A. não há nenhum "status" em jogo, não precisamos competir por títulos e glorias – e temos total liberdade para servir na medida em que formos necessários.

O que é uma consciência de grupo esclarecida?A consciência de grupo é a consciência coletiva dos membros do

grupo, e representa portanto substancial unanimidade em qualquer assunto, antes que qualquer ação definitiva seja tomada. Os membros do grupo alcançam isso compartilhando completamente as informações, os pontos de vista individuais e através da prática dos princípios de A.A. Estar plenamente informado exige a disposição de ouvir a opinião da minoria com mente aberta.

Em questões delicadas, o grupo trabalha lentamente, desestimulando moções formais até que aflore um entendimento claro da visão coletiva. Colocando princípios acima de personalidades, os membros são cautelosos com as opiniões dominantes. O resultado

baseia-se em algo mais do que uma simples contagem dos votos "a favor" e "contra", justamente por ser a expressão espiritual da consciência do grupo. A expressão "consciência de grupo esclarecida" significa que a informação pertinente foi examinada e que todos os pontos de vista foram ouvidos antes que o grupo votasse.

Inventário do grupoMuitos grupos realizam periodicamente uma "reunião de

inventário do grupo" para avaliar como estão cumprindo com o propósito primordial: ajudar alcoólicos a se recuperarem através dos Doze Passos sugeridos por A.A. Alguns grupos fazem o inventário examinando as Doze Tradições, uma de cada vez, para determinar o quanto estão vivendo de acordo com esses princípios.

Os grupos interessados em realizar inventários regulares acharão útil uma revisão do Décimo Passo. As perguntas a seguir, recolhidas a partir da experiência compartilhada de A.A., poderão ser úteis para se chegar a uma consciência de grupo esclarecida. Os grupos provavelmente vão querer acrescentar suas próprias perguntas a esta lista:

1. Qual o propósito básico do grupo?2. Que mais o grupo pode fazer para transmitir a mensagem? 3. O grupo está atraindo alcoólicos de diferentes origens? Estamos

vendo no grupo uma amostra representativa da nossa comunidade?4. Os novos membros permanecem conosco, ou está havendo

uma excessiva rotatividade? Se assim for, qual a razão? O que podemos fazer a respeito como grupo?

5. Estamos enfatizando a importância do apadrinhamento? Com que eficiência? Como podemos melhorar?

6. Temos o cuidado de preservar o anonimato dos membros de

nosso grupo e de outros AAs fora das salas de reunião? Deixamos na

sala as confidências compartilhadas nas reuniões?

7. Dedicamos algum tempo a explicar a todos os membros do grupo a importância de realizar as tarefas de cozinha, arrumação e outros serviços essenciais que são parte integrante do nosso trabalho de Décimo Segundo Passo?

8. Todos os membros estão tendo oportunidade de falar nas reuniões e de participar das demais atividades do grupo?

9. Tendo em mente que o preenchimento dos cargos é uma grande responsabilidade, e que não deve ser encarado como o resultado de um concurso de popularidade, estamos escolhendo cuidadosamente quem ocupa esses cargos?

10. Estamos fazendo todo o possível para proporcionar um local de reunião agradável?

11. O grupo cumpre com sua justa parcela na realização dos propósitos de A.A., como descritos nos nossos Três Legados – Recuperação, Unidade e Serviço?

12. O que o grupo tem feito ultimamente para divulgar a mensagem de A.A. junto a profissionais da comunidade – médicos, sacerdotes, autoridades legais, educadores e outros, que freqüentemente são os primeiros a entrar em contato com alcoólicos que precisam de ajuda?

13. Como o grupo está cumprindo sua responsabilidade em relação à Sétima Tradição?

Reuniões de ServiçoNa maioria dos grupos o coordenador, ou algum outro servidor,

convoca as reuniões de serviço, que habitualmente se realizam mensalmente ou trimestralmente.

Embora alguns grupos possam ocasionalmente permitir a presença de pessoas que não são membros do grupo, apenas os membros têm direito a voto. A pauta dessas reuniões pode incluir: a eleição de novos servidores, a programação de reuniões; a apresentação e discussão do relatório periódico do tesoureiro; a apresentação do relatório de atividades do representante de serviços gerais e de outros servidores do grupo; a distribuição dos fundos excedentes entre o ESL, o ESG e o Comitê de Área, etc.

Antes de realizar votações, é essencial que todos os fatos relevantes sobre o assunto em exame sejam levados ao conhecimento dos membros. Em muitos casos, pode-se pedir a alguns membros que examinem os prós e os contras da questão e os apresente na reunião. Chegar a uma consciência de grupo esclarecida, tanto nas grandes questões quanto nas pequenas, pode levar algum tempo. Mas é importante que os pontos de vista da minoria e dos divergentes sejam ouvidos junto com os da maioria (veja a pagina 34). Em alguns casos, podem até mudar o curso dos acontecimentos.

As reuniões de serviço são geralmente programadas para antes ou depois das reuniões regulares do grupo. Elas tendem a ser informais, mas os costumes variam de grupo para grupo. Alguns grupos já tentaram importar procedimentos parlamentares para suas reuniões de serviço, apenas para descobrir que muitos membros não têm conhecimento desse tipo de procedimentos e sentem-se muito intimidados para falar. Alem disso, a natureza espiritual de nossa Irmandade, incorporada em nossas Tradições e em nossos Conceitos, já nos proporcionam ampla orientação.

Sobre os problemas do grupo...Problemas do grupo geralmente são a evidência de uma saudável

e desejável diversidade de opiniões entre os membros. Eles nos dão a

oportunidade de "praticar estes princípios em todas as nossas

atividades", conforme nos diz o Décimo Segundo Passo.

Os problemas do grupo podem incluir questões comuns em A.A., tais como: o que o grupo deve fazer com relação aos "recaídos"? Como

estimular o comparecimento às reuniões? Como conseguir mais pessoas para ajudar nas tarefas? O que fazer a respeito da quebra de anonimato de algum membro? Ou do entusiasmo romântico de algum praticante do "décimo terceiro passo"? Como escapar da influência dos "velhos resmungões", aqueles veteranos que insistem em saber o que é melhor para o grupo? E como conseguir que os veteranos compartilhem mais suas experiências na solução dos problemas do grupo?

Praticamente todo problema de grupo tem uma solução que habitualmente se consegue através do método da consciência de grupo esclarecida. É importante mencionar que o emprego do senso de humor, a prática de dar um tempo para esfriar os ânimos, o uso da paciência, da cortesia, da boa vontade para ouvir e para esperar – alem do senso de justiça e da confiança num "Poder superior a nós mesmos" – provaram ser muito mais eficientes do que argumentos "legalísticos" ou acusações pessoais.

Como o grupo se relaciona

com A.A. como um todo

Primeira Tradição: Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitação individual depende da unidade de A.A.

COMO O GRUPO DE A.A. SE ENQUADRA NAESTRUTURA DA IRMANDADE

Cada grupo elege um Representante de Serviços Gerais (RSG) que se reúne com os RSGs de outros grupos de uma micro-região num Distrito. Uma vez por ano os RSGs de uma Área reúnem-se numa Assembléia de Área, quando elegem seus Delegados de Área. Os Delegados compartilham as experiências de sua Área com os Delegados de outras Áreas de A.A. do Brasil durante a Conferência, na qual são eleitos os Delegados à RSM (Reunião de Serviços Mundial), estabelecendo-se assim a unidade de A.A. mundial.

O que é o ESG – Escritório de Serviços Gerais?O Escritório de Serviços Gerais é a secretaria da Junta de Serviços

Gerais de A.A. do Brasil. É também um repositório das experiências e dos conhecimentos compartilhados de todos os AAs. Ele cumpre com nosso propósito primordial: (1) proporcionando serviços, informações e experiência aos grupos de todo o Brasil; (2) publicando a literatura de A.A.; (3) apoiando as atividades da Junta de Serviços Gerais de A.A.; (4) divulgando as recomendações da Conferência de Serviços Gerais.

A historia do ESG inicia-se em 1969, com a fundação do hoje extinto CLAAB – Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil. Em 1974 foram convocados os primeiros Delegados de Área e realizado o primeiro Conclave Nacional de A.A. do Brasil. Em 1976, com a eleição dos Custódios, a reunião, que até então era chamada de

Conclave Nacional, passou a denominar-se Conferência de Serviços Gerais. Foi então que foi formado o ESG, para funcionar como Escritório-Secretaria da Junta de Serviços Gerais, formada pelos Custódios, sendo 8 membros de A.A. e 3 membros não-alcoólicos e contando com a participação dos 2 Delegados à RSM (Reunião de Serviços Mundial).

O que faz o Escritório de Serviços Gerais?Trabalhando em estreita cooperação com os comitês da Junta de

Serviços Gerais, as responsabilidades do Escritório de Serviços Gerais perante os grupos abrangem:

1. Receber, organizar, e transmitir aos grupos e membros de A.A. em todo o Brasil a experiência compartilhada sobre os desafios e soluções dos grupos, sempre que solicitado.

2. Trabalhar através do CTO – Comitê Trabalhando com os Outros – com os solitários (RIS: AAs que vivem em áreas onde não há reuniões); os membros deficientes físicos ou que por qualquer outro motivo não podem deixar suas casas, os Internacionalistas (AAs que trabalham embarcados em navios ou aeronaves), os AAs nas Forças Armadas e os AAs em instituições correcionais ou de tratamento.

3. Responder às inúmeras cartas solicitando a A.A. informações ou ajuda para alcoólicos.

4. Publicar e distribuir o JUNAAB Informa, o BOB Mural, a revista Vivência e outros boletins publicados pelo Comitê de Publicações Periódicas.

5. Distribuir os livros, livretos e folhetos de A.A. aprovados pela Conferência de Serviços Gerais e publicados pelo Comitê de Literatura. (Consulte a relação da literatura ao final deste folheto.)

6. Divulgar nacionalmente informações públicas sobre A.A. como um todo, colaborando com a imprensa e os meios de divulgação eletrônicos, assim como as organizações envolvidas com o tratamento do alcoolismo.

7. Produzir e distribuir materiais audiovisuais.8. Secretariar a Conferência de Serviços Gerais e organizar a sua

realização através do CAC – Comitê de Assuntos da Conferência.9. Organizar a realização das Convenções Nacionais de A.A.

através do COC (Comitê de Organização da Convenção).10. Pesquisar e manter o arquivo da história de A.A. do Brasil

através do CISM (Comitê de Imagem, Som e Memória).11. Responsabilizar-se pelas despesas necessárias ao bom

andamento dos serviços decorrentes dos encargos de Custódio e de Delegado à Reunião de Serviços Mundial.

Quem está encarregado do ESG?Existe uma diretoria composta por quatro membros: o Diretor

Geral, sempre um Custódio Alcoólico; O Tesoureiro-Geral, sempre um Custódio não-alcoólico; o Diretor Financeiro (Custódio alcoólico) e o Diretor Executivo, sempre um membro de A.A. As atividades diárias são responsabilidade de um gerente administrativo profissional, auxiliado por uma equipe de funcionários.

Como são tomadas as "decisões que afetam A.A."?Os Custódios da Junta de Serviços Gerais (8 alcoólicos e 3 não

alcoólicos) são responsáveis perante os grupos de A.A. através da Conferência de Serviços Gerais. Os grupos elegem anualmente Delegados (que servem durante dois anos) à reunião anual da Conferência de Serviços Gerais, para ouvir os relatórios dos comitês da Junta e das equipes do ESG, e para dar as diretrizes para o futuro, principalmente na forma de Recomendações. É responsabilidade da Conferência trabalhar em busca de consenso, ou de uma consciência de grupo esclarecida, nas questões vitais para A.A. como um todo. Os Delegados à Conferência respondem aos grupos de suas Áreas através do Comitê de Área.

Cada Comitê de Área é eleito por uma assembléia de Representantes de Serviços Gerais dos grupos (RSGs, ver pág. 29) e a ela responde.

O elo essencial entre os RSGs e os Delegados da Área para a Conferência de Serviços Gerais são os Membros do Comitê de Distrito (MCDs) e seus suplentes, geralmente eleitos ao mesmo tempo. Como servidores de confiança dos Comitês de Distrito, compostos por todos os RSGs de um mesmo distrito, os MCDs são expostos à consciência de grupo de todos os grupos dos seus Distritos. Como membros dos Comitês de Áreas, eles podem compartilhar, essa consciência de grupo com o Delegado da Área e os Comitês de Área.

Não fosse o elo proporcionado pelos MCDs, mantendo a comunicação com os novos grupos à medida que A.A. se expande, a Conferência de Serviços Gerais poderia rapidamente se tornar incontrolável. À medida que aumenta o número de grupos, pode-se acrescentar novos Distritos.

Como são financiados nossos serviços nacionais?Assim como nas demais atividades de A.A., as despesas do

Escritório de Serviços Gerais são cobertas principalmente pelas contribuições individuais e dos grupos. Uma vez que essas contribuições não são suficientes para cobrir totalmente os custos dos serviços nacionais de A.A., a renda proveniente das publicações é utilizada para compensar a diferença.

Para saber como seu grupo pode contribuir, veja as sugestões contidas nas paginas 28 e 29.

Como os grupos podem ajudar o ESG?O trabalho que é feito pelo ESG depende muito de cada um dos

grupos, que são os que têm a responsabilidade final sobre A.A. e que, em ultima instância, são os que colhem os benefícios desse trabalho.

Se os grupos pretendem que A.A. esteja disponível, hoje e no futuro, para os novos membros, é necessária sua participação no trabalho do ESG. Abaixo seguem-se alguns dos modos pelos quais os grupos podem contribuir:

1. Manter-se informados e perguntar sobre o que ocorre no ESG – afinal tudo é feito em nome dos grupos. Quanto mais você souber sobre A.A., mais útil você será para transmitir a mensagem.

2. Eleger um Representante de Serviços Gerais qualificado. O RSG

ficará, sem duvida alguma, tão agradecido por seu interesse e por suas

idéias quanto você fica quando alguém o apóia.

3. É importante informar ao ESG qualquer mudança ocorrida no grupo – como a eleição de um novo RSG ou mudanças no endereço ou no nome do grupo. Essa é a única forma de garantir que a correspondência continue a chegar ao grupo.

O que é um Escritório de Serviços Locais (ESL)? Como funciona?O Escritório de Serviços Locais é freqüentemente o primeiro lugar

para onde o alcoólico na ativa telefona ou vai em busca de ajuda de A.A.Embora funcionem independentemente da estrutura de serviços

gerais de A.A., os ESL são uma parte vital da Irmandade. Na maioria das Áreas qualquer grupo que assim o desejar pode pertencer ao ESL, que é financiado pelas contribuições dos grupos filiados. Essas contribuições são voluntárias.

Nas áreas em que é impraticável abrir um escritório, os grupos às vezes formam comitês conjuntos para realizar as atividades de Décimo Segundo Passo e usam algum serviço de recados e/ou atendimento telefônico cuidadosamente preparado. Importante: sistemas de serviços locais desse tipo parecem funcionar melhor se administrados separadamente do trabalho dos Comitês de Serviços Gerais da Área, que geralmente já têm muitas atividades para realizar.

A maioria dos Escritórios Locais emprega no máximo um ou dois funcionários, e portanto apóia-se muito no trabalho de voluntários. Muitos AAs descobriram que servir um Escritório Local – atendendo telefonemas de alcoólicos e fazendo o que houver para ser feito – enriquece muito sua sobriedade e amplia seu circulo de amigos.

O que faz um Escritório de Serviços Locais?Os métodos e objetivos variam de uma Área para outra, mas de

um modo geral as responsabilidades dos Escritórios Locais incluem:1. Responder aos pedidos de ajuda de alcoólicos na ativa e,

quando for o caso, providenciar voluntários de A.A. para acompanhá-los a uma reunião.

2. Manter os telefones de A.A. nas listas telefônicas locais, receber os pedidos por telefone e por correio e encaminhá-los aos grupos locais, distribuindo assim geograficamente o trabalho do Décimo Segundo Passo de forma a garantir ajuda aos recém-chegados.

3. Distribuir listas atualizadas de grupos e reuniões.4. Estocar e vender a literatura de A.A. e números avulsos da

revista Vivência.

5. Servir como centro de comunicações para os grupos participantes – muitas vezes publicando circulares ou boletins para manter cada grupo informado sobre o que se passa nos demais.

6. Organizar para que os grupos realizem um intercambio de oradores.

7. Fornecer informações sobre centros de tratamento, hospitais e

clínicas.

8. Responder aos pedidos de informação sobre A.A. provenientes da imprensa local; planejar programas locais de radio e televisão sobre A.A.; providenciar oradores para escolas e entidades não A.A.

9. Manter a comunicação e a cooperação – sem afiliação – com a comunidade e com os profissionais de ajuda na área do alcoolismo.

O que A.A. não faz

Décima Tradição: Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de A.A. jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.

1. Recrutar membros ou fornecer a motivação inicial pra que os alcoólicos se recuperem.

2. Manter registro ou históricos de casos dos seus membros.3. Acompanhar ou tentar controlar seus membros.4. Fazer diagnósticos ou prognósticos clínicos ou psicológicos.5. Providenciar hospitalização, medicamentos ou tratamento

psiquiátrico.6. Fornecer alojamento, alimentação, roupas, dinheiro, emprego

ou outros serviços semelhantes.7. Fornecer aconselhamento familiar ou profissional.8. Participar de pesquisas ou patrociná-las.9. Filiar-se a entidades sociais (embora muitos membros e

servidores cooperem com elas).10. Oferecer serviços religiosos.11. Participar de qualquer controvérsia sobre o álcool ou outros

assuntos.12. Aceitar dinheiro pelos seus serviços, ou contribuições de fontes

não- A.A.

13. Fornecer cartas de recomendação para juntas de livramento condicional, advogados, oficiais de justiça, escolas, empresas, entidades sociais ou quaisquer outras organizações ou instituições.

A posição de A.A. no campo

do alcoolismo

Sexta Tradição: Nenhum Grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem de nosso objetivo primordial.

"Cooperação sem afiliação"Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de alcoólicos que

se ajudam mutuamente a permanecer sóbrios e que se oferecem para compartilhar suas experiências de recuperação gratuitamente com outras pessoas que possam ter problemas com a bebida. Os membros de A.A. se caracterizam pela aceitação de um programa sugerido de Doze Passos para a recuperação pessoal do alcoolismo.

A Irmandade funciona através de mais de 97.000 grupos espalhados em mais de 150 países. Embora se estime que existam hoje cerca de dois milhões de membros, A.A. reconhece que nem sempre seu programa é eficaz para todos os alcoólicos e que alguns desses alcoólicos podem necessitar de aconselhamento ou tratamentos profissionais.

A.A. preocupa-se unicamente com a recuperação pessoal e continua sobriedade dos alcoólicos que procuram ajuda na Irmandade. A.A. não se dedica a nenhuma forma de pesquisa sobre o alcoolismo e nem ao tratamento medico ou psiquiátrico, educação ou propaganda sobre alcoolismo, embora seus membros, a título pessoal, possam fazê-lo.

A.A. adota uma política de "cooperação sem afiliação" com outras organizações que se dedicam ao problema do alcoolismo.

Tradicionalmente, Alcoólicos Anônimos não aceita e nem busca ajuda financeira de fontes externas. Os membros de A.A. preservam seu anonimato pessoal na imprensa, filmes e outros meios de comunicação.

A.A. e outras entidadesA.A. não está filiado a nenhuma outra organização ou instituição.

Nossas tradições estimulam a "cooperação sem afiliação".

Outras perguntas sobre A.A.

O que são os Três Legados de A.A.?Os Três Legados originam-se da experiência acumulada pelos

primeiros membros de A.A., transmitida e compartilhada conosco, e consiste em:

(1) sugestões para a recuperação – Os Doze Passos;(2) sugestões para atingir a Unidade – As Doze Tradições; e(3) o Serviço de A.A. – descrito no Manual de Serviços de A.A., nos

Doze Conceitos para o Serviço Mundial, no Manual do CTO e no livro A.A. Atinge a Maioridade.

Quem dirige clinicas e outros centros de tratamento?A.A. não proporciona serviços médicos ou sociais. Como

Irmandade, não estamos qualificados a prestar esta ajuda.No entanto, muitos membros de A.A. servem como valiosos

funcionários em hospitais e centros de tratamento. Não existe, contudo, nenhum "hospital de A.A." ou nenhuma "clinica de A.A." – embora muitas dessas instituições realizem-se reuniões de A.A. e haja companheiros de A.A. disponíveis.

Seguindo nossa Sexta Tradição, os membros e grupos asseguram-se de que o nome de A.A. não seja incorporado ao nome de instituições ou usado em sua literatura promocional ou seu logotipo. Tais instituições também não deveriam utilizar nenhum nome (como por exemplo "Casa do Décimo Segundo Passo") que possa induzir erroneamente a crer num endosso de A.A.

OS DOZE PASSOS

DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que

tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas. 2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos

poderia devolver-nos à sanidade. 3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados

de Deus, na forma em que O concebíamos. 4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós

mesmos. 5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro

ser humano, a natureza exata de nossas falhas. 6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse

todos esses defeitos de caráter. 7. Humildemente, rogamos a Ele que nos livrasse de nossas

imperfeições. 8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos

prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados. 9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas,

sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

AS DOZE TRADIÇÕES

DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS1. Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a

reabilitação individual depende da unidade de A.A.. 2. Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso

propósito comum - um Deus amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.

3. Para ser membro de A.A., o único requisito é o desejo de parar de beber.

4. Cada Grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros Grupos ou a A.A. em seu conjunto.

5. Cada Grupo é animado de um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.

6. Nenhum Grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem de nosso propósito primordial.

7. Todos os Grupos de A.A. deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.

8. Alcoólicos Anônimos deverá manter-se sempre não-profissional, embora nossos centros de serviços possam contratar funcionários especializados.

9. A.A. jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.

10. Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de A.A. jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.

11. Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal na imprensa, no rádio e em filmes.

12. O anonimato é o alicerce espiritual das nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

As Doze Tradições

(Forma Longa)Nossa experiência em A.A. nos ensinou que:1. Cada membro de Alcoólicos Anônimos é apenas uma pequena

parte de um grande todo. A.A. precisa continuar a viver, ou a maioria de nós certamente morrerá. Portanto, o nosso bem-estar comum está em primeiro lugar. Mas o bem-estar individual vem logo depois.

2. Para os objetivos do nosso grupo, há somente uma autoridade final - um Deus amantíssimo, como pode expressar-Se em nossa consciência coletiva.

3. A nossa Irmandade deve incluir todos os que sofrem de alcoolismo. Não podemos, portanto, recusar quem quer que deseje se

recuperar. A condição para tornar-se membro não deve nunca depender de dinheiro ou formalidades. Dois ou três alcoólicos quaisquer reunidos em busca de sobriedade podem se autodenominar um grupo de A.A., desde que como grupo não possuam qualquer outra afiliação.

4. Com respeito aos seus próprios assuntos, nenhum grupo de A.A. está sujeito a autoridade alguma alem de sua própria consciência. Quando, porém, seus planos interferem no bem-estar de grupos vizinhos, estes devem ser consultados. E nenhum grupo, comitê regional ou membro como indivíduo deve tomar qualquer atitude que possa afetar seriamente A.A. como um todo, sem consultar os Custódios da Junta de Serviços Gerais. Em tais questões, nosso bem-estar comum tem absoluta primazia.

5. Cada grupo de Alcoólicos Anônimos deve ser uma entidade espiritual com um único propósito primordial: o de levar sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.

6. Problemas de dinheiro, propriedade e autoridade podem facilmente nos afastar de nosso objetivo espiritual primordial. Acreditamos, portanto, que quaisquer bens de valor considerável, de real utilidade a A.A. devem ser incorporados e administrados separadamente, fazendo-se assim uma divisão entre o material e o espiritual. Um grupo de A.A., como tal, jamais deveria dedicar-se ao comercio. Entidades secundárias de auxílio a A.A., tais como clubes ou hospitais que requeiram muitos bens materiais e muita administração, devem ser incorporadas, de forma que, se necessário, possam os grupos livremente descartarem-se deles. Tais instituições não deveriam, portanto, usar o nome de A.A. Sua administração deve ser de exclusiva responsabilidade das pessoas que financiam. Para os clubes, são em geral preferíveis gerentes que sejam membros de A.A. Mas os hospitais e outros locais de recuperação devem, porem, ficar bem afastados de A.A. e ter supervisão médica. Embora um grupo de A.A. possa cooperar com quem quer que seja, tal cooperação nunca deve chegar ao ponto de filiação ou endosso, real ou implícito. Um grupo de A.A. não pode vincular-se a ninguém.

7. Os grupos de A.A. devem ser inteiramente auto financiados pelas contribuições voluntárias dos seus próprios membros. Acreditamos que cada grupo deve atingir, em pouco tempo, esse ideal; que qualquer solicitação de fundos usando-se o nome de A.A. é altamente perigosa, seja ela feita por grupo, clubes, hospitais ou por outros agentes exteriores; que a aceitação de grandes donativos de qualquer fonte ou de contribuições que acarretem quaisquer obrigações é desaconselhável. Vemos ainda com grande preocupação aquelas tesourarias de A.A. que continuam a acumular além da reserva prudente, fundos sem um propósito específico. A experiência tem nos demonstrado, freqüentemente, que nada pode destruir nosso patrimônio espiritual com tanta certeza, como as discussões fúteis sobre propriedade, dinheiro e autoridade.

8. Alcoólicos Anônimos deve manter-se sempre não-profissional. Definimos o profissionalismo como o emprego do aconselhamento a alcoólicos em troca de honorários ou salário. Todavia, podemos empregar alcoólicos para desempenhar aquelas funções para os quais, em outras circunstâncias, teríamos que contratar não-alcoólicos. Tais

serviços especiais podem ser bem recompensados. Mas nosso trabalho habitual do Décimo Segundo Passo de A.A. jamais deve ser pago.

9. Cada grupo de A.A. necessita da menor organização possível. A forma rotativa da liderança é a melhor. O grupo pequeno pode eleger um secretário, o grupo grande seu comitê rotativo e os Grupos de uma ampla região metropolitana, seu Escritório de Serviços Locais, o qual freqüentemente emprega um secretário em tempo integral. Os Custódios da Junta de Serviços Gerais se constituem, na realidade, em nosso Comitê de Serviços Gerais de A.A. Eles são os guardiões de nossa Tradição de A.A. e os depositários das contribuições voluntárias dos AAs, através dos quais mantemos nosso Escritório de Serviços Gerais em Nova Iorque. Eles são autorizados pelos grupos a cuidar de nossas relações públicas em geral e garantem a integridade de nosso principal órgão de divulgação: a revista A.A. Grapevine. Todos esses representantes têm sua ações guiadas pelo espírito de serviço, pois os verdadeiros líderes em A.A. são apenas servidores experientes e de confiança da Irmandade. Seus títulos não lhes conferem nenhuma autoridade real e eles não governam. O respeito universal é a chave para sua utilidade.

10. Nenhum grupo ou membro de A.A. deve jamais expressar, de forma a envolver A.A., qualquer opinião sobre assuntos controversos externos - particularmente sobre política, medidas de combate ao álcool ou religião sectária. Os grupos de A.A. não se opõem a nada. Com respeito a tais assuntos, eles não podem expressar qualquer opinião.

11. Nossas relações com o público em geral devem caracterizar-se pelo anonimato pessoal. Acreditamos que A.A. deve evitar a publicidade sensacional. Nossos nomes e fotografias, como membros de A.A. não devem ser divulgados pelo radio, filmados ou publicamente impressos. Nossas relações públicas devem orientar-se pelo princípio da atração e não da promoção. Nunca há necessidade de elogiarmos a nós mesmos. Achamos melhor deixar que nossos amigos nos recomendem.

12. Finalmente, nós de Alcoólicos Anônimos, acreditamos que o princípio do Anonimato tem uma enorme significação espiritual. Lembra-nos que devemos colocar os princípios acima das personalidades; que devemos realmente conduzir-nos com genuína humildade. Isto para que as nossas grandes bênçãos jamais nos corrompam, a fim de que vivamos para sempre em grata contemplação d'Aquele que reina sobre todos nós.

Os Doze Conceitos para os Serviços Mundiais1. A responsabilidade final e a autoridade suprema pelos serviços

mundiais de A.A. deveriam sempre recair na consciência coletiva de toda a nossa Irmandade.

2. Quando, em 1955, os grupos de A.A. confirmaram a permanente Ata de Constituição da sua Conferência de Serviços Gerais, eles, automaticamente, delegaram à Conferência completa autoridade para a manutenção ativa dos nossos serviços mundiais e assim tornaram a Conferência - com exceção de qualquer mudança nas Doze Tradições ou no Artigo 12 da Ata da Constituição da Conferência - a verdadeira voz e a consciência efetiva de toda a nossa Sociedade.

3. Como um meio tradicional de criar e manter uma relação de trabalho claramente definida entre os Grupos, a Conferência, a Junta de Serviços Gerais de A.A. e as suas diversas corporações de serviços, quadros de funcionários, comitês e executivos, assim assegurando as suas lideranças efetivas, é aqui sugerido que dotemos cada um desses elementos dos serviços mundiais com um tradicional "Direito de Decisão".

4. Através da estrutura da nossa Conferência, deveríamos manter em todos os níveis de responsabilidade um tradicional "Direito de Participação", tomando cuidado para que a cada setor ou grupo de nossos servidores mundiais seja concedido um voto representativo em proporção correspondente à responsabilidade que cada um deve ter.

5. Através de nossa estrutura de serviços mundiais, deveria prevalecer um tradicional "Direito de Apelação", assim nos assegurando de que a opinião da minoria seja ouvida e de que as petições para a reparação de queixas pessoais sejam cuidadosamente consideradas.

6. Em benefício de A.A. como um todo, a nossa Conferência de Serviços Gerais tem a principal responsabilidade de manter os nossos serviços mundiais e, tradicionalmente, tem a decisão final nos grandes assuntos de finanças e de normas de procedimento em geral. Mas a Conferência também reconhece que a principal iniciativa e a responsabilidade ativa, na maioria desses assuntos, deveria ser exercida principalmente pelos Custódios, membros da Conferência, quando eles atuam entre si como Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.

7. A Conferência reconhece que a Ata de Constituição e os Estatutos da Junta de Serviços Gerais são instrumentos legais e que os Custódios têm plenos poderes para administrar e conduzir todos os assuntos dos serviços mundiais de Alcoólicos Anônimos. Além do mais é entendido que a Ata de Constituição da Conferência não é por si só um documento legal, mas pelo contrário, ela depende da força da tradição e do poder da bolsa de A.A. para efetivar sua finalidade.

8. Os Custódios da Junta de Serviços Gerais atuam em duas atividades principais: (a) com relação aos amplos assuntos de normas de procedimentos e finanças em geral, eles são os principais planejadores e administradores. Eles e os seus principais Comitês dirigem diretamente esses assuntos; (b) mas com relação aos nossos serviços, constantemente ativos e incorporados separadamente, a relação dos Custódios é principalmente, aquela de direito de propriedade total e de supervisão de custódia que exercem através de sua capacidade de eleger todos os diretores dessas entidades.

9. Bons líderes de serviços, bem como métodos sólidos e adequados para a sua escolha, são em todos os níveis indispensáveis para o nosso funcionamento e segurança no futuro. A liderança principal dos serviços mundiais, exercida pelos fundadores de A.A., deve, necessariamente, ser assumida pelos Custódios da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.

10. Toda a responsabilidade de serviço deveria corresponder a uma autoridade de serviço equivalente - a extensão de tal autoridade ser sempre bem definida, seja por tradição, por resolução, por descrição específica de função ou por atas de constituição e estatutos adequados.

11. Enquanto os Custódios tiverem a responsabilidade final pela administração dos serviços mundiais de A.A., eles deverão ter sempre a melhor assistência possível dos comitês permanentes, diretores de serviços incorporados, executivos, quadros de funcionários e consultores. Portanto, a composição desses comitês subordinados e juntas de serviço, as qualificações pessoais dos seus membros, o modo como foram introduzidos dentro do serviço, os seus sistemas de revezamento, a maneira como eles são relacionados uns com os outros, os direitos e deveres especiais dos nossos executivos, quadros de funcionários e consultores, bem como uma base própria para a remuneração desses trabalhadores especiais, serão sempre assuntos para muita atenção e cuidado.

12. As Garantias Gerais da Conferência: em todos os seus procedimentos, a Conferência de Serviços Gerais observará o espírito das Tradições de A.A., tomando muito cuidado para que a Conferência nunca se torne sede de riqueza ou poder perigosos; que suficientes fundos para as operações mais uma ampla reserva sejam o seu prudente princípio financeiro; que nenhum dos membros da Conferência nunca seja colocado em posição de autoridade absoluta sobre qualquer um dos outros; que todas as decisões importantes sejam tomadas através de discussão, votação e, sempre que possível, por substancial unanimidade; que nenhuma ação da Conferência seja jamais pessoalmente punitiva ou uma incitação à controvérsia pública; que, embora a Conferência preste serviço a Alcoólicos Anônimos, ela nunca desempenhe qualquer ato de governo e que, da mesma forma que a Sociedade de Alcoólicos Anônimos a que serve, a Conferência permaneça sempre democrática em pensamento e ação.Observação: A Conferência de Serviços Gerais recomendou que o "texto integral" dos Conceitos seja estudado detalhadamente.

PUBLICAÇÕES DE A.A.

Relação da literatura oficial de A.A., editada em português, pela JUNAAB – Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil, que pode ser adquirida nos grupos e Escritórios de Serviços Locais de A.A. de sua cidade.

LIVROSALCOÓLICOS ANÔNIMOSA.A. ATINGE A MAIORIDADEDR. BOB E OS BONS VETERANOS LEVAR ADIANTENA OPINIÃO DO BILLOS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕESREFLEXÕES DIÁRIASVIEMOS A ACREDITARVIVER SÓBRIO

LIVRETOS E FOLHETOS44 PERGUNTAS

A TRADIÇÃO DE A.A. - COMO SE DESENVOLVEU

A.A. COMO FUNCIONA

A.A. COMO UM RECURSO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDEA.A. E A CLASSE MÉDICAA.A. E OS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA AOS EMPREGADOSA.A. É PARA MIM?A.A. EM INSTITUIÇÕES DE TRATAMENTOA.A. EM SUA COMUNIDADEA.A. NUM RELANCEA.A. PARA A MULHERAS DOZE TRADIÇÕES ILUSTRADASAUTO-SUFICIÊNCIA PELAS NOSSAS PRÓPRIAS CONTRIBUIÇÕES

CARTA A UMA MULHER ALCOÓLICA

DENTRO DE A.A.EIS O A.A.ENTENDENDO O ANONIMATOFALANDO EM REUNIÕES DE NÃO A.A. MENSAGEM A UM RECLUSO QUE PODE SER UM ALCOÓLICOO ARTIGO DE JACK ALEXANDER SOBRE A.A.O MELHOR DE BILL – EXTRAÍDO DO GRAPEVINEO MEMBRO DE A.A. - MEDICAMENTOS E OUTRAS DROGASOS CO-FUNDADORES DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOSOS DOZE PASSOS ILUSTRADOSOS JOVENS E A.A.OUTROS PROBLEMAS ALÉM DO ÁLCOOLPARA ONDE VOU DAQUI?PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE APADRINHAMENTO

PRIMEIRAS NOÇÕES

SE VOCÊ FOR UM PROFISSIONALSUGESTÕES PARA COORDENAR REUNIÃO DE NOVOSTRÊS PALESTRAS ÀS SOCIEDADES MÉDICAS POR BILL W., CO-FUNDADOR DE A.A.UM CLÉRIGO PERGUNTA A RESPEITO DE A.A.UM PEQUENO GUIA PARA A.A.UM RECÉM-CHEGADO PERGUNTA...UMA MENSAGEM AOS ADMINISTRADORES DE INSTITUIÇÕES CORRECIONAISUMA MENSAGEM PARA OS JOVENS...VOCÊ DEVE PROCRAR O A.A.?VOCÊ PENSA QUE É DIFERENTE?

LITERATURA DE SERVIÇOS

MANUAL DE SERVIÇOS DE A.A.

MANUAL DO CTO

O GRUPO DE A.A. O RSG DOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS ILUSTRADOSDOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS

PERIÓDICOSREVISTA VIVÊNCIA (publicada bimestralmente)

Eu sou responsável...Quando qualquer um, seja onde for, estender a mão pedindo ajuda, quero que a mão do A.A. esteja sempre ali. E por isto: Eu sou responsável.

Uma declaração de UnidadeDevemos, para o futuro de A.A.:Colocar nosso bem-estar comum em primeiro lugar;Manter nossa Irmandade unida;Porque em A.A., a unidade garante nossas vidasE s vidas daqueles que ainda virão.

Literatura aprovada pelaConferência de Serviços Gerais de A.A.

       Dr. Laís Marques da SilvaEx-Custódio e Presidente da JUNAAB

Os substantivos definem as idéias. Dizemos que uma questão é substantiva quando ela contém o significado, a substância. Na designação “Doze Conceitos para Serviços Mundiais”, temos dois substantivos que devemos analisar detidamente a fim de que possamos compreender a totalidade dos seus conteúdos.O primeiro é a palavra conceito. Recorrendo ao “Aurélio”, vemos que: 1. Em Filosofia, significa a representação de um objeto pelo pensamento, por uma das suas características gerais - abstração, idéia; 2. Ação de formular uma idéia por meio de palavras - definição, caracterização e, 3. Pensamento, idéia, opinião. Estas primeiras acepções nos transmitem o significado da palavra conceito porque respondem às indagações: qual a idéia e qual a sua definição?O segundo substantivo é a palavra serviço. Com ela já estamos bem familiarizados, pois vivemos numa Irmandade animada pelo espírito de serviço, entendido como o ato de colocar a sobriedade ao alcance de todos os que a desejem. Os serviços definem o AA como o conhecemos e põem os seus membros em contato, em comunicação, com os que

precisam de ajuda, os que querem parar de beber.O serviço em AA compreende tudo o que se venha a realizar para alcançar o alcoólico que ainda sofre e se compõe de uma grande variedade de atividades que vão desde o preparo de uma xícara de café até a manutenção do Escritório de Serviços Gerais. No entanto, o serviço básico, e também a razão primordial da existência de AA, é o de levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. O serviço dá à Irmandade a marca da ação. Alcoólicos Anônimos é uma sociedade de alcoólicos em recuperação e em ação.Do mesmo modo que o objetivo de cada membro é a sua própria sobriedade, o dos serviços é colocar esta mesma sobriedade ao alcance de todos os que a desejem; “Cada grupo é animado de um único propósito - o de transmitir a mensagem ao alcoólico que ainda sofre”.O ideal de ajuda se constitui numa importante força de coesão para o grupo porque anima os seus membros em torno de um objetivo comum e, por isso, se torna um sólido alicerce para a Irmandade. Indispensável à Unidade, é a própria essência do Terceiro Legado.A tarefa de estender a mão àquele que ainda sofre oferece a cada membro um trabalho suficientemente grande para polarizar a imaginação e os esforços dos seus membros e para fazer nascer um profundo sentimento de lealdade em relação ao grupo. “Razões tinham que ser encontradas para manter as pessoas autoritárias e causadoras de atrito em seus devidos lugares. Um adequando comitê de serviços, com considerável pressão, aliado a muito amor e confiança, provou ser a resposta”. O serviço traz recompensas imateriais para os que o realizam e é um dos pilares sobre os quais se assenta a recuperação individual.Voltando ao tema, vemos que os serviços são mundiais e aí muita gente entende que não é da sua alçada em razão do adjetivo mundial, considerado o âmbito restrito da sua atuação individual. Mas os serviços têm uma outra dimensão, a espacial, uma vez que compreendem as ações que se desenvolvem nos grupos, as que são realizadas a nível nacional, as que ultrapassam as fronteiras de um país e as que são executadas a nível internacional. Como a Irmandade está em cerca de 147 países do mundo, os serviços se tornaram realmente mundiais. Assim, o alcance da Irmandade é global e a sua mensagem é dirigida à espécie humana, a todos os que têm problemas com a bebida.Os Doze Conceitos, ligados ao Terceiro Legado, interessam em especial aos “servidores de confiança”, isto é, aos companheiros que se dedicam ao serviço.Com poucos anos de existência, a Irmandade contava com milhares de grupos, com uma Junta de Serviços Gerias, com uma Conferência e uma Revista. Era necessário, então, estabelecer as relações entre estas essas estruturas. Desta forma, quando o próprio Bill W. idealizou os 12 Conceitos, estabeleceu as relações que visavam, a meu ver, montar um sistema, como se espera que exista numa sociedade como aquela em que vivemos, preocupada com os controles, a retroalimentação e com a reformulação do planejamento. Os Doze Conceitos de AA dão a coesão necessária aos serviços e previnem a existência de superposições e, como tal, evitam dissensões.Outro ponto que é necessário esclarecer é o conceito de Serviços Gerais. São serviços que os grupos não podem fazer por si mesmos,

como: uniformizar, editar e distribuir uma literatura composta de numerosos títulos; fazer um trabalho de informação ao público padronizado a nível nacional; passar a experiência adquirida pelos grupos da nossa Irmandade como um todo aos novos grupos; atender, numa escala maior, aos pedidos de ajuda; publicar a Revista Nacional, etc.Há frases que demonstram um grande poder de síntese e que dão uma idéia muito clara das coisas: “Os Passos são para o alcoólico viver e as Tradições são para a Irmandade viver”. Uma outra diz que “Os Passos ensinam a viver e as Tradições ensinam a conviver”. São frases que, sendo curtas, exibem um grande poder de síntese e encerram uma grande significação. No entanto, em relação aos Conceitos, fica um pouco difícil condensar, fazer uma ponte que os una como um todo. Resta o esforço de tentar costurá-los de modo a transmitir uma idéia condensada, uma visão global do seu conteúdo e é o que passamos a fazer agora.Conceito I: Nele fica estabelecido que “A responsabilidade final e a autoridade suprema para os serviços mundiais recaem sobre os grupos de AA.” “Esta responsabilidade e a conseqüente autoridade foram transferidos para os grupos no decurso da Convenção Internacional de Saint Louis, em 1955”. Esta é a idéia do Conceito I.

   Material de Serviço originário do Escritório de Serviços Gerais

 (General Service Office)

LISTA DE CHECAGEM DE CONCEITOS

Um material de serviço para grupos, distritos, áreas

 

Alguns destes tópicos para discussão foram originalmente desenvolvidos por um grupo de A.A. e posteriormente aprimorados pelos custódios do Comitê de Literatura para serem distribuídos pelo Escritório de Serviços Gerais ( GSO). Apesar do fato desta lista pretender ser um ponto de partida para discussão por grupos, distritos ou áreas; os membros de A.A. podem individualmente ver nela utilidade, conjuntamente com os escritos do co-fundador Bill W.,com um padrinho para o serviço caso tenha algum e para reflexão de sua experiência própria. Informações adicionais sobre os Conceitos  podem ser encontradas no Manual de Serviços de A. A. /Doze Conceitos para Serviços Mundiais e no panfleto “Os Doze Conceitos Ilustrados.” (Os Conceitos citados aqui estão em sua forma resumida.)

Conceito I: A responsabilidade final e a autoridade suprema pelos serviços mundiais de A.A. deveriam sempre residir na consciência coletiva de toda a nossa irmandade.

· O nosso grupo possui um representante de serviços gerais ( R.S.G. ) ?  Nós sentimos que nosso grupo faz parte de A.A. como um todo ; e que as ações e decisões do nosso grupo são reflexo disto ?

· Nós realizamos reuniões da consciência de grupo, encorajando todos a participar? Passamos essa consciência para o distrito, área  ou reunião da Intergrupal?

· A “consciência coletiva” de Alcoólicos Anônimos está viva em meu grupo? Na minha área?

· Como nos adaptamos ao triângulo invertido de A.A.?

· Estamos dispostos a fazer o que for necessário para que a democracia de serviços mundiais funcione em quaisquer circunstâncias?

Conceito II: A Conferência de Serviços Gerais de A.A. tornou-se, para quase todo propósito prático, a voz ativa e a consciência efetiva de toda nossa Sociedade em seus negócios mundiais.

· Nós temos compreensão da história da Conferencia de Serviços Gerais ( a “Conferência” )?

· O que é uma Sugestão da Conferência?  Os  R.S.G.’s dos grupos, o M.C.D., o Delegado da Área relatam aos grupos os pontos principais da Conferência e as Sugestões da Conferência?

· Está o nosso grupo de acordo com as responsabilidades mais amplas da Sétima Tradição?

Conceito III: Para assegurar uma liderança efetiva, devemos dotar cada elemento de A.A. – A Conferência, a Junta de Serviços Gerais e suas corporações de serviços, funcionários, comitês, e executivos – com o tradicional “ Direito de Decisão ”.

· Nós compreendemos o significado de “Poder de Decisão?” Nós o outorgamos em todos os níveis de serviço ou nós “tutoramos?”

· Nós confiamos em nossos servidores de confiança – R.S.G., M.C.D., Delegado de Área, a própria Conferência?

Conceito IV: Em todos os níveis de responsabilidade, deveríamos manter o tradicional “Direito de Participação”, concedendo um voto representativo em proporção correspondente à responsabilidade que cada um deve ter.

· Nós compreendemos os princípios espirituais que embasam o “Direito de Participação?”

· O que “em proporção razoável” significa? Nós entendemos quando é apropriado que  um funcionário pago de A.A. tenha direito a voto na Conferência de Serviços Gerais ou em nossa estrutura local de serviços?

· Nós esperamos que, por nós sermos membros de A.A. , deveria  ser permitido que votássemos em qualquer grupo, mesmo que não fossemos membro ativo deste grupo ?

Conceito V: Por toda nossa estrutura, o tradicional “Direito de Apelação” deveria prevalecer,assim nos assegurando de que a opinião da minoria seja ouvida e de que as petições para a reparação de queixas pessoais sejam cuidadosamente consideradas.· Nós encorajamos a opinião da minoria, o “Direito de Apelação”, para que ela seja ouvida em nosso grupo, reuniões do comitê de distrito, assembléias de área e a Conferencia?· O que nosso grupo considera como “substancial unanimidade?”· Nosso grupo já experimentou a “tirania da maioria” ou a “tirania da minoria?”· O Nosso grupo compreende a importância de que todos os pontos de vista sejam ouvidos antes que se proceda uma votação ?

Conceito VI: A Conferencia reconhece que a iniciativa principal e a responsabilidade ativa na maior parte dos serviços mundiais,deveria ser exercida pelos custódios membros da Conferencia agindo como a Junta de Serviços Gerais.

· Estamos familiarizados com a maneira como nossa Junta de Serviços Gerais (G.S.B.) custódios classe A e classe B prestam serviços a A.A.? Estamos familiarizados como nossos outros servidores de confiança prestam serviço a A.A.?

· Compreendemos com clareza os termos “principal iniciativa” e “responsabilidade ativa?” Podemos traçar um paralelo com nosso grupo?

Conceito VII: A Ata de Constituição da Conferencia e os Estatutos da Junta de Serviços Gerais são instrumentos legais, dando poderes aos custódios para administrar e conduzir os serviços mundiais. A Ata de Constituição da Conferencia não é

um documento legal; ela depende da força da tradição e do poder da bolsa de A.A. para efetivar a sua finalidade.

· Nós agimos com responsabilidade no tocante ao “poder da bolsa?”

· Nós concluímos que o poder prático e espiritual da Conferencia será quase sempre superior ao poder legal da Junta de Serviços Gerais?

Conceito VIII: Com relação aos amplos assuntos de normas de procedimentos e finanças em geral, os custódios são os principais planejadores e administradores. Eles e seus comitês principais dirigem diretamente esses assuntos; mas com relação aos nossos serviços, constantemente ativos e incorporados separadamente, a relação dos custódios é principalmente aquela de direito de propriedade total e de supervisão de custódia que exercem através da sua capacidade de eleger todos os diretores dessas entidades.

·   Nós compreendemos a relação entre a entidade coorporativa de serviço (JUNAAB) e a Junta de Serviços Gerais?

· Como se aplica o termo “supervisão de custódia” ao relacionamento dos custódios com as duas entidades de serviço?

· O meu grupo recebe o informativo trimestral da JUNAAB e o BOB Mural? Ele assina a Revista Vivência? E eu; sou assinante? (N.T. 1)

( N.T. :1 ) A situação foi adaptada para o Brasil .

Conceito IX: Bons líderes de serviço em todos os níveis são indispensáveis para nosso funcionamento e segurança no futuro. A liderança principal dos serviços mundiais, até então exercida pelos fundadores, deve ser assumida pelos custódios.

· Nós discutimos a melhor forma de fortalecer a formação e liderança de nossos futuros servidores de confiança?

· Nós reconhecemos a necessidade de servidores no grupo? Qual nosso critério para escolha? Nós às vezes damos um encargo para alguém, ”porque será bom para ele?”

· Eu represento um exemplo positivo de liderança?

Conceito X: Toda responsabilidade de serviço deveria corresponder a uma autoridade de serviço equivalente e a extensão desta autoridade ser bem definida.

· Compreendemos “autoridade” e “responsabilidade”  como relacionadas a decisões da consciência coletiva dos RSG’s, MCD’s e nossos delegados de área?

· Porque a delegação de “autoridade” é tão importante para o funcionamento efetivo de A.A.? Nós utilizamos este conceito para definir os limites da “autoridade?”

Conceito XI: Os custódios devem ter sempre o melhor possível em comitês, diretores de serviços, executivos, funcionários e consultores. A composição, qualificação, criação de procedimentos, e direitos e deveres deve ser sempre motivo da maior atenção.

· Compreendemos como os papéis desempenhados pelos diretores não custódios e os membros escolhidos do comitê servem para apoiar e fortalecer o sistema de comitês ?

· Como encorajamos nossos servidores especiais remunerados a exercitarem seu tradicional “Direito de Participação?”

· Praticamos a rotatividade em todas os nossos encargos de serviço?

Conceito XII: A Conferencia deve observar o espírito das tradições de A.A.,tomando cuidado para que nunca se torne sede de riqueza ou poder perigosos; que  fundos o suficiente para as operações mais uma reserva sejam seu prudente princípio financeiro; que nenhum de seus membros seja colocado em posição de autoridade não delegada sobre outros; que todas as decisões importantes sejam tomadas através de discussão,votação e quando possível por substancial unanimidade; que suas ações nunca sejam pessoalmente punitivas nem um incitamento a controvérsias públicas; que nunca desempenhe qualquer ato de governo,e que,assim como a Sociedade a quem serve,permaneça sempre democrática em pensamento e em ação.

· Como nos precavemos para não ser “sede de perigosa riqueza ou poder?”

· Como praticamos a utilização prudente das contribuições da Sétima Tradição e da revenda de literatura?

· Nós asseguramos as liberdades espirituais de todos membros de A.A. não colocando nenhum membro em posição de autoridade absoluta sobre outros?

·  Nós tentamos chegar às decisões importantes através de discussão, voto e,quando possível,substancial unanimidade?

· Como guardiões das Tradições de A.A.; achamos sempre justificativa para o fato de sermos pessoalmente punitivos ?

· Tomamos o cuidado de evitar controvérsias públicas?

· Procuramos sempre tratar o próximo com mútuo respeito e amor?

Revisado 07/01/2002

Tradução: DS17AA Setor 05  Área RJ

Comp. Ricardo Gorobo 

" PARTICIPAÇÃO COM RESPONSABILIDADE "

A RESPONSABILIDADE DOS GRUPOS COM OS SERVIÇOS MUNDIAISOs grupos de A. A. têm hoje em dia a responsabilidade final e autoridade suprema pelos nossos serviços mundiais. (Conceito I)

A RESPONSABILIDADE DELEGADA (CONFERÊNCIA/ JUNTA DE CUSTÓDIOS)Em benefício de A. A. como um todo, a nossa Conferência de Serviços Gerais tem a principal responsabilidade de manter os nossos serviços mundiais. Mas a Conferência também reconhece que a principal iniciativa e responsabilidade ativa, na maioria desses assuntos, deveria ser exercida principalmente pelos Custódios, membros da Conferência quando eles atuam entre si como Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos. (Conceito VI)

A RESPONSABILIDADE NO SERVIÇOQuase todas as sociedades e governos, hoje, apresentam sérios desvios do princípio muito sadio de que cada responsabilidade operacional deve ser acompanhada de uma autoridade correspondente para acompanhá-la. É por isso que temos tido tanto trabalho em discussões precedentes ao definir as autoridades e responsabilidades dos Grupos de A. A., da Conferência, dos Custódios e das nossas corporações de serviço ativo. Tentamos fazer, certamente, com que a autoridade em cada um desses níveis seja igual à nossa responsabilidade. Então tentamos relacionar esses níveis entre si de tal maneira que esse princípio seja mantido completamente. (Conceito X)

A RESPONSABILIDADE COM A AUTO-SUFICIÊNCIAPara que A. A. possa manter-se livre de quaisquer influências externas, precisamos assumir a responsabilidade com a manutenção dos nossos grupos e organismos de serviços em todos os níveis. "Os serviços abrangem, desde a xícara de café até a Sede de Serviços Gerais para a ação nacional e internacional. A soma de todos esses

serviços é o Terceiro Legado de A. A. Tais serviços são absolutamente necessários para a existência e crescimento de A. A. Aspirando simplicidade, muitas vezes nos perguntamos se poderíamos eliminar alguns dos serviços atuais de A. A. seria maravilhoso não se ter preocupações, nem políticas, nem despesas e nem responsabilidades! Mas isso é apenas um sonho acerca de simplicidade; isso, na verdade, não seria simplicidade. Sem seus serviços essenciais, A. A. se converteria rapidamente numa anarquia disforme, confusa e irresponsável. " (A. A. Atinge a Maioridade, pg. . 122; 5ª Ed, 2001)

A RESPONSABILIDADE NO SERVIÇO DO GRUPO"A. A. jamais deverá organizar-se como tal; podemos porém criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços" (Nona Tradição)

A RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES DE CONFIANÇANão obstante, os grupos de A. A. reconheceram que para os propósitos dos serviços mundiais, a "Consciência de Grupo de A. A.", como uma totalidade, tem certas limitações. Não pode atuar diretamente em muitos assuntos de serviço porque não está suficientemente informada sobre os problemas em questão. É também verdade que a Consciência de Grupo, durante de muito distúrbio, não é sempre o guia mais seguro, porque temporariamente podem impedir o seu funcionamento de forma inteligente e eficiente. Portanto, quando a Consciência de Grupo não pode ou não deve atuar diretamente, quem deveria atuar no seu lugar? A segunda parte da Segunda Tradição nos dá a resposta quando descreve os líderes de A. A. como "servidores de confiança". Esses servidores devem estar sempre prontos para fazer pelos Grupos o que os grupos não podem ou não devem fazer por si mesmos.Conseqüentemente, os servidores tendem a usar as suas próprias informações e julgamento, às vezes a ponto de discordar de uma opinião mal informada ou preconcebida do Grupo.Portanto, será observado que nos serviços de mundiais de A. A. confiamos numa pequena porém idônea minoria — nos cento e tanto membros da C. S.G. — para atuar como Consciência de Grupo de A. A., em muito dos nossos assuntos dos nossos serviços. Como em outras sociedades livres, confiamos nos nossos servidores (cf. Conceito III), embora sabendo que na eventualidade de falharem nas suas responsabilidades ainda teremos ampla oportunidade para adverti-los ou substituí-los. (Conceito V)

A RESPONSABILIDADE NA RECUPERAÇÃO"Algumas pessoas se opõem firmemente à posição de A. A. de que o alcoolismo é uma doença. Sentem que esse conceito tira dos alcoólicos a responsabilidade moral. Como qualquer A. A. sabe, isso está longe de ser verdade. Não utilizamos o conceito de doença para eximir nossos membros da responsabilidade. Pelo contrário, usamos o fato de que se trata de uma doença fatal para impor a mais severa obrigação moral ao sofredor, a obrigação de usar os Doze Passos de A. A. para se recuperar". (Na Opinião do Bill – pág. 32)

A RESPONSABILIDADE NO APADRINHAMENTO

"Todos os padrinhos são necessariamente líderes. Os valores são tão grandes quanto podem ser. Uma vida humana e geralmente a felicidade de toda uma família está em jogo. O que o padrinho diz ou faz, como prevê as reações dos seus afilhados, como controla e se apresenta bem, como faz as suas críticas e como controla bem o seu afilhado, através de exemplos espirituais pessoais – essas qualidades de liderança podem constituir toda a diferença entre a vida e a morte". (Conceito IX)

A RESPONSABILIDADE COM A TRANSMISSÃO DA MENSAGEMQuando qualquer um, seja onde for,estender a mão pedindo ajuda, quero que a mão de A. A. esteja sempre ali.E por isto: Eu sou responsável".

— Declaração do 30º aniversárioConvenção Internacional de 1965

"(...) O Escritório de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos é muito mais do que o principal portador da mensagem de A. A. ele tem apresentado A. A. ao mundo conturbado em que vivemos. Tem encorajado a propagação de nossa Irmandade em todos os lugares. A. A. World Services, Inc. está pronto para atender às necessidades especiais de qualquer grupo ou indivíduo isolado, seja qual for a distância ou o idioma. Seus muitos anos de acumulada experiência estão disponíveis para todos nós. (...)

Esse é o legado de responsabilidade dos serviços mundiais que nós, os membros mais antigos que vão desaparecendo, estamos deixando a vocês, os A.As de hoje e de amanhã. Sabemos que vocês vão guardar, sustentar e estimar esse legado mundial como a maior responsabilidade coletiva que A. A. já teve. (Bill W. – Na Opinião do Bill, pág. 332)

Isaias

Bibliografia:

- Doze Conceitos para Serviços Mundiais- Alcoólicos Anônimos Atinge a Maioridade- Doze Passos e Doze Tradições- Na Opinião do Bill

A Relação do Indivíduo Com A.A. como Grupo.

 Pode ser que alcoólicos Anônimos seja uma nova forma de sociedade humana.O Primeiro dos Doze Pontos de nossa Tradição diz: Cada membro de Alcoólicos  Anônimos não é senão uma pequena parte de um grande todo. É necessário que eu o A.A. continue vivendo ou, do

contrário, seguramente a maioria de nós morrerá. Por isto, o nosso bem-estar comum tem prioridade, porém seguido de perto pelo bem-estar individual. Isto representa um reconhecimento, comum em todas as sociedades, de que, às vezes, o indivíduo tem que antepor o bem-estar de seus companheiros aos seus próprios desejos descontrolados.Se o indivíduo não cedesse nada, em benefício do bem-estar comum, não poderia existir sociedade alguma o que restaria seria a obstinação e a anarquia, no pior sentido da palavra.Todavia, o Terceiro Ponto de nossa Tradição parece ser um convite aberto à anarquia. Aparentemente, contradiz o Primeiro Ponto. Ele diz: Nossa Comunidade deve incluir a todos os que sofrem de alcoolismo. Por isto, não podemos rechaçar a ninguém que queira recuperar-se. Para tornar-se membro de A.A. não depende de dinheiro ou formalidade. Quando dois ou três alcoólatras se reunirem para manter a sobriedade, podem chamar-se um grupo de A.A.. Isto implica claramente em dizer que um alcoólatra é membro se ele assim o disser; que não podemos privá-lo de ser membro; que não podemos exigir-lhe sequer um centavo; que não podemos impor-lhe nossas crenças e costumes; que ele pode recusar tudo o que sustentamos e, não obstante, continuar sendo membro. Na realidade, nossa Tradição leva o Princípio de independência individual a tal fantástico extremo que, enquanto tiver o mínimo interesse na sobriedade, o alcoólico mais imoral, mais anti-social, mais crítico, pode reunir-se com uma quantas almas gêmeas e anunciar-nos que foi formado um novo grupo de A.A. Mesmo opondo-se a Deus, à medicina, contrários ao nosso programa de recuperação, inclusive uns contrários aos outros, estes indivíduos desenfreados, ainda assim, constituem um grupo de A.A., se assim o crêem. Às vezes, nossos amigos não-alcoólicos nos perguntam: Temo-los ouvido dizer que o A.A. tem estrutura social segura E prosseguem: Devem estar brincando. Segundo vemos, sua Terceira Tradição tem uma cimentação tão firme quanto à cimentação da Torre de Babel. No Primeiro Ponto, vocês dizem abertamente que o bem-estar do grupo tem a primazia. Em seguida, no Ponto Três, passam a dizer a cada A.A. que ninguém o pode impedir que pense ou faça como melhor lhe convenha. É certo que no Segundo Ponto falam vagamente de uma autoridade final, Um Deus amoroso tal como se expresse na consciência do grupo. Com todo respeito aos seus pontos de vista, olhada de fora esta Tradição parece irrealista. Além de tudo, o mundo atual não é senão a triste história de como a maioria dos homens tem perdido sua consciência e, por isto, não pode encontrar o seu caminho. Agora vêm vocês, alcoólicos (gente, além de tudo, pouco equilibrada. Verdade?) para nos dizer amavelmente: 1) Que o A.A. é um formoso socialismo muito democrático. 2) Que o A.A. também é uma ditadura, sujeitando-se os seus membros ao mandato benigno de Deus. E, finalmente, que o A.A. é tão individualista que a organização não pode punir aos seus membros por mal comportamento ou incredulidade. Portanto, continuam nossos amigos, quer nos parecer, dentro da Sociedade de Alcoólicos Anônimos vocês têm uma democracia, uma ditadura e uma anarquia, tudo funcionando ao mesmo tempo. Deita-se tranqüilamente na mesma cama estes conceitos que nos dias atuais acham-se em tão violento conflito que vão dilacerando o mundo? Contudo, sabemos que

o A.A. dá resultado. Portanto, vocês, de alguma forma, devem ter conciliado estas grandes forças. Contem-nos, se puderem, o que é que mantém o A.A. unido? Por que o A.A. também não se desgarra?Se todo membro de A.A. goza de uma liberdade pessoal que pode chegar à libertinagem, por que sua Sociedade não explode? Deveria explodir, mas não explode.É provável que, ao ler o nosso Primeiro Ponto, nossos amigos do mundo afora, tão tomados pela perplexidade deste paradoxo, deixem de atentar para uma declaração muito significativa: É necessário que o A.A. continue vivendo ou, do contrário, seguramente a maioria de nós morrerá.Esta dura asserção leva implícito todo um mundo de significado para cada membro de Alcoólicos Anônimos. Embora seja totalmente certo que nenhum grupo de A.A. pode forçar a qualquer alcoólico a contribuir com dinheiro ou a submeter-se aos Doze Passos, cada membro de A.A. se vê obrigado, com o passar do tempo, a fazer estas coisas. A verdade é que, na vida de cada alcoólico, sempre há um tirano à espreita. Chama-se álcool. Astuto, impiedoso, suas armas são a aflição, a loucura e a morte. Não importa o tempo que levemos sóbrios, ele se coloca sempre ao nosso lado, vigiando, pronto para aproveitar qualquer oportunidade para reiniciar seu trabalho de destruição. Tal como um agente da Gestapo, ele ameaça a cada cidadão A.A. com a tortura e a extinção a menos que o cidadão A.A. esteja disposto a viver sem egoísmo, amiúde antepondo a seus planos e ambições pessoais o bem-estar de A.A. no seu todo.Aparentemente, nenhum ser humano pode forçar os alcoólatras a viverem juntos felizes e utilmente. Porém o Sr. Álcool pode e costuma fazê-lo!Isto se pode ilustrar com uma história: Faz algum tempo, listamos amplamente nossos aparentes fracassos ocorridos durante os primeiros anos de A.A. A cada alcoólatra que aparecia na lista, se lhe havia sido dada uma boa orientação.A maioria havia assistido as reuniões durante vários meses. Depois de recair e tornar a recair, todos desapareceram. Alguns diziam que não eram alcoólatras. Outros não puderam aceitar nossa crença em Deus. Uns quantos carregavam intensos ressentimentos contra seus companheiros. Anarquistas convencidos, não podiam ajustar-se à nossa Sociedade. E como a nossa Sociedade não se ajustava a eles, marcharam. Porém, só temporariamente. No curso dos anos, a maioria destes chamados fracassos tem retornado, convertendo- se, freqüentemente, em excelentes membros. Nunca fomos atrás deles. Voltaram por conta própria.Cada vez que vejo alguém que acaba de retornar, pergunto-lhe porque voltou a se unir ao nosso rebanho. Invariavelmente, sua resposta é mais ou menos assim: Quando contatei A.A. pela primeira vez, inteirei-me de que alcoolismo é uma enfermidade: uma obsessão mental que nos impulsiona a beber e uma sensibilidade física que nos condena à loucura ou à morte se continuamos bebendo. Porém, logo fiquei desgostoso com os métodos de A.A. e cheguei a odiar a alguns dos alcoólicos que conhecia ali. E ainda continuava com a idéia de que podia deixar a bebida pelos meus próprios meios. Depois de vários anos bebendo de forma terrível, compreendi que era impotente para

controlar o álcool e me rendi. Retornava ao A.A. porque não tinha outro lugar a que recorrer. Já havia tentado em todos os demais. Tendo alcançado este ponto, soube que teria que fazer algo rapidamente: que tinha que praticar os Doze Passos do programa de recuperação de A.A.; que teria que deixar de odiar aos meus companheiros alcoólicos;  que agora teria que ocupar meu lugar entre eles, como uma pequena parte deste grande todo, a Sociedade de Alcoólicos Anônimos. Tudo se reduzia à simples alternativa do agir ou morrer. Tinha que me ajustar aos princípios de A.A.  se não, poderia despedir-me da vida. Acabou a anarquia para mim e aqui estou.Esta história mostra a razão pela qual, nós, os A.As., temos que viver juntos. Do contrário, morreremos sós. Somos os atores de um drama inexorável, no qual a morte é o ponto dos que vacilam em seus papéis (nota do tradutor: ponto, aqui, significa pessoa que no teatro vai lendo o que os atores hão de dizer, para lhes auxiliar a memória). Há alguém que possa imaginar a imposição de uma disciplina mais rigorosa que esta?Não obstante, a história do beber descontrolado nos mostra que o temor, por si só, tem disciplinado a muitos poucos alcoólatras. Para nos mantermos unidos, nós, os anarquistas, é necessário muito mais do que o simples temor.Há uns poucos anos, fazendo uma palestra em (Baltimore), encontrava-me pondo sal nos grandes sofrimentos que nós, os alcoólicos, havíamos conhecido.Desconfio que as minhas palavras tinham um forte cheiro de autocomiseração e exibicionismo. Insistia em descrever a nossa experiência de bebedores como uma grande calamidade, um terrível infortúnio. Depois da reunião, fui abordado por um padre, que com um tom muito gentil, me disse: Eu o ouvi dizer que cria que sua maneira de beber era um infortúnio. Entretanto, a mim me parece que, no seu caso, aquilo era uma tremenda bem-aventurança.Não foi essa experiência horrível o que o humilhou tanto que fez com que pudesse encontrar a Deus? Não foi o sofrimento o que lhe abriu os olhos e o coração? Todas as oportunidades que você tem hoje, toda esta maravilhosa experiência a que você chama de A.A., tiveram sua origem num profundo sofrimento pessoal. No seu caso, não foi nenhum infortúnio. Foi uma bem-aventurança que não tem preço. Vocês, A.As., são pessoas privilegiadas.Este sincero e profundo comentário me comoveu muito. Marca um momento decisivo de minha vida. Fez-me pensar, como nunca, sobre a relação que mantinha com meus companheiros de A.A. Fez-me pôr em dúvida os meus próprios motivos. Por que havia vindo à Baltimore? Estava ali só para banhar-me nos aplausos e louvação dos meus companheiros? Estava ali como mestre ou como pregador?Via-me como um eminente expedicionário da cruzada moral Ao refletir, confessei envergonhadamente a mim mesmo que tinham todos esses motivos, que havia extraído um prazer indireto, e bastante egocêntrico, de minha visita. Mas, isso era tudo? Não haveria um motivo melhor do que a minha avidez por prestígio e aplauso? Fora à Baltimore unicamente para satisfazer a esta necessidade e a nenhuma outra mais profunda ou nobre? Então, me veio uma luz de inspiração.Sob minha vanglória superficial ou pueril, vi operando Alguém muito superior a mim. Alguém que queria transformar- me; Alguém que, se eu o

permitisse, livrar-me-ia dos meus desejos menos honestos e os substituiria com aspirações mais louváveis, nas quais, se eu tivesse suficiente humildade, poderia encontrar a paz.Naquele momento, vi nitidamente a razão pala qual devia ter vindo à Baltimore.Devia ter viajado para ali possuído pela feliz convicção de que necessitava dos baltimorenses ainda mais do que eles necessitavam de mim; que teria necessidade de compartilhar com eles tanto suas penas, quanto suas alegrias; que teria necessidade de sentir-me unido a eles, fusionando-me em sua sociedade; que, inclusive, se eles persistissem em considerar-me como seu mestre, eu deveria considerar a mim mesmo como aluno deles. Compreendi que havia estado vivendo muito isolado, muito apartado dos meus companheiros e muito surdo a essa voz interior. Ao invés de ir à Baltimore como mero agente que levava a mensagem de experiência, cheguei com fundador de Alcoólicos Anônimos. E, tal como um vendedor numa convenção, coloquei meu crachá de identificação para que todos pudessem vê-lo bem. Como seria melhor se tivesse gratidão ao invés de satisfação de mim mesmo ? gratidão por haver padecido os sofrimentos do alcoolismo; gratidão pelo milagre da recuperação que a Providência havia operado em mim; gratidão pelo privilégio de servir aos meus companheiros alcoólatras e gratidão pelos laços fraternais  que me uniam a eles numa camaradagem cada vez mais íntima, como raras sociedades conhecem. Era verdade o que me dissera o padre: ?Seu infortúnio converteu-se em bem-aventurança.Vocês, os A.As., são pessoas privilegiadas.A experiência que tive em Baltimore não foi nada insólita. Cada A.A. passa em sua vida por parecidos acontecimentos espirituais decisivos momentos de iluminação que o une, cada vez mais intimamente, aos seus companheiros e ao seu Criador. O ciclo é sempre o mesmo. Primeiro, recorremos ao A.A. porque morreríamos se não o fizéssemos. Depois, para deixar de beber, dependemos de sua filosofia e do companheirismo que nos é oferecido. Depois, por algum tempo, tendemos a voltar a depender de nós mesmos, e buscamos a felicidade por intermédio do poder e dos aplausos. Finalmente, algum acidente, talvez um grave contratempo, nos abre ainda mais os olhos. Na medida em que vamos aprendendo as novas lições e aceitamos, de fato, o que nos ensinam, alcançamos um novo e mais frutífero nível de ação e emoção. A vida adquire um sentido mais nobre. Vislumbramos novas realidades; percebemos a qualidade de amor que nos faz enxergar que mais vale dar do que receber. Estas são as razões pelas quais cremos que Alcoólicos Anônimos pode ser uma nova forma de sociedade Cada grupo de A.A. é um refúgio seguro. Porém, sempre está rodeado pelo tirano álcool. Como os companheiros de Eddie Rickenbacker, flutuando numa balsa em alto mar, nós, os que vivemos no refúgio de A.A., apegamo-nos uns aos outros com uma determinação tal que o mundo raramente pode compreender.A anarquia do indivíduo vai desaparecendo. Se desvanece o egoísmo e a democracia se converte em realidade. Começamos a conhecer a verdadeira liberdade de espírito. Tornamo-nos, cada vez mais, conscientes de que tudo vai bem; de que cada um de nós pode confiar, incondicionalmente, em quem nos guia com amor desde o nosso interior e desde do alto.

  (Artigo escrito por Bill W. para a Grapevine de julho/46)

ROTATIVIDADE NO SERVIÇO: CHAVE PARA O NOSSO FUTURODr. Oscar Rodolpho Bittencourt CoxPresidente da Junta de Serviços Gerais do Brasil

Quando os veteranos perceberam a finitude da vida do Ser Humano e a grandiosidade daquilo que casualmente ocorreu entre dois bêbados, ou seja, a possibilidade de deixarem de beber, identificaram um sério problema existencial para a continuação daquilo que descobriram.Bill e Dr. Bob, considerados co-fundadores da Irmandade de Alcoólicos Anônimos, nos primeiros momentos foram buscar outros bêbados e Bill D. mostrou a eles a possibilidade de formar uma cadeia de reabilitados diante da doença do alcoolismo.Alcoolismo, doença secular, sem solução plausível e que agora no século XX começou a ser interrompida no seu processo destruidor. Os números e estatísticas mostram a extensão deste mal e quando o câncer surgiu no corpo do Dr. Bob, levando-o a falecer em novembro de 1950, percebeu-se que o processo de recuperação dos alcoólicos não podia ser interrompido.A estrutura de A.A, nos primórdios apresentava duas Áreas de atuação que corriam em paralelo, isto é, sem contato uma com a outra. A primeira, formada pelos Grupos, vivenciando o programa e a segunda, pelos amigos de A.A. que orientavam e juntamente cm os co-fundadores, administravam a Irmandade (Fundação do Alcoólico, criada em maio de 1938 – futuros Custódios Não Alcoólicos).Ocorreu então, historicamente, um processo dirigido por Bill W. de aproximação para que os grupos apreendessem estes amigos, esta administração e juntos assumissem o comando do processo. Deste modo a finitude humana não mais teria influência sobre o destino de A.A. podendo se esperar a perenidade desta recuperação tão inovadora e espetacular em que pessoas doentes pudessem assumir a própria responsabilidade sobre sua saúde e vida. A ameaça à saúde do Dr. Bob, o talvez poder moderador , junto a impulsividade de Bill W., levou a que em 1950 ocorresse a 1ª Convenção Internacional em Cleveland – julho 1950 com a anexação das Tradições ao programa. É em abril de 1951 após a 1ª Conferência de Serviços Gerais que começa um período experimental de cerca de cinco anos, unindo os Custódios de A.A. com a Irmandade como um todo. Deste primeiro encontro houve uma caminhada contínua até 1955,

quando em Saint Louis, Bill W. se retira da direção de A.A. e os Grupos passam a assumi-la. Nesta época, já eram conhecidos pela Irmandade os Passos da Recuperação (1939) e as Tradições (1946).Surge então, a necessidade do treinamento, da preparação de novos líderes em A.A.. Pessoas que pelo amor e gratidão a sua recuperação, desejam participar da manutenção do processo que um dia as salvou. Em Alcoólicos Anônimos se dá o nome de

-APADRINHAMENTO EM SERVIÇO-

Apadrinhar quer dizer compartilhar erros e acertos e deixar que o apadrinhado caminhe ao lado. Para tal, tenho que estar aberto e desapegado para estender a mão.A partir de 1962, quando surgem os Conceitos, o 4° nos informa: "A participação é a base da harmonia". A estrutura em serviço através o Manual sugere uma série de encargos e períodos para exercê-los. Surge daí, como conseqüência a necessidade de um grande número de membros serem apadrinhados nos encargos o que inexoravelmente só é possível com grande oferta de pessoas e logicamente: ROTATIVIDADE.A ROTATIVIDADE EM SERVIÇO necessita de muitos servidores novos chegando, apadrinhados pelos veteranos, que passando pelos encargos,

não mais os ocupam, mas que, presentes, estimulam e criam novas lideranças.Para isto, membros de A.A., precisam aprender a AMAR.

AMAR É PERMITIR QUE O OUTRO SEJA ELE, AO MEU LADO.

A ROTATIVIDADE NÃO É DESCARTAR.A ROTATIVIDADE POSSIBILITA APRENDER A AMAR.A ROTATIVIDADE POSSIBILITA CONVIVER COM AS DIFERENÇAS.

A "ROTATIVIDADE – CHAVE PARA O FUTURO" é um grande desafio para Alcoólicos Anônimos porque exige pré-requisitos fundamentais: a TRANSFORMAÇÃO DO MEDO PESSOAL em relação à doença e de si mesmo (distonia) numa entrega e confiança a um Poder Superior.

SÓ O PODER SUPERIOR RETIRA O MEDO HUMANO

Daí, o cidadão poder exercer A PRÁTICA DO AMAR. Outro requisito fundamental: temos que confessar que não sabemos AMAR e pedir ajuda para o aprendizado.Um terceiro quesito é o desapego. O desapego a coisas e pessoas é

possível quando entro no processo do autoconhecimento em que os referenciais externos eu os desloco para dentro de mim. São meus valores que passam a me orientar. Deixo o perfeccionismo, pois não tenho mais que agradar pessoas para que elas me amem. Deixo de ser condicionado pelos outros e passo a ter meus próprios pontos de referência através dos sentimentos. Posso acertar como errar. Acredito ser uma pessoa.Devido a estas dificuldades, o animal-homem (Homo sapiens) quando em grupo confiável tende biologicamente a defender um corporativismo cada vez mais conservador e conseqüentemente destruidor.O grupo defende o membro deste grupo e este protege o grupo e assim,

o conjunto (membro/grupo), agindo o poder, atropela o direito do indivíduo, o direito das minorias em particular. Este mesmo indivíduo, fora do grupo apresentará um discurso que não condiz com sua conduta quando no grupo.Este aspecto biológico é combatido pela ROTATIVIDADE e daí o título: CHAVE PARA O FUTURO pois, será graças a ela que OS PRINCÍPIOS serão

preservados. Daí, o recém-chegado ao grupo ser o mais importante na reunião.Esta visão é extremamente revolucionária para a humanidade. Estamos moldando, na visão de Bill W., um novo Homem em recuperação e mais espiritualizado.Toda empresa e A.A. têm o seu lado empresarial. A.A. é uma grande editora, que tende a proteger, como toda empresa, sua condição de sobrevivência empresarial, quando ameaçada. Mas como A.A. possui o lado tradicional – o mais importante –, será a ROTATIVIDADE a sua grande protetora. Ela deve ser almejada, tendo como única autoridade a consciência de grupo, facultando o não temer os novos servidores em potencial, seus novos desafios de cada vez mais abrir toda a estrutura em todos os níveis de serviço, do grupo aos comitês da Junta, onde todo alcoólico em recuperação deve e pode circular apadrinhado e apadrinhando.Na Junta urge a presença de membros de A.A. de todas as áreas presentes aos Comitês de Assessoramento e em especial:CAC: COMITÊ DE ASSUNTOS DA CONFERÊNCIA;COC: COMITÊ DE ORGANIZAÇÃO DA CONVENÇÃO.Cientificamente, o exercício prolongado e repetitivo, relativamente passivo, onde a falta de renovação existe, como exemplo, podemos citar: espetáculos, televisão, leitura de jornais e revistas de conteúdo superficial provocam rapidamente o tédio e a aversão.No nosso caso, serviços e grupos "quase parando", maratonas repetitivas e intermináveis são os exemplos. Estas atividades assim postas não estimulam suficientemente nosso organismo.A Psicologia Industrial nos mostra que a produção de um empregado é melhor e sua motivação é mais elevada quando lhe confiam um trabalho no qual pode executar certa medida de iniciativa e de criatividade, e

sobretudo quando lhe é permitido completar uma parte significativa e unificada deste trabalho ao invés de confiá-lo à repetição mecânica de gestos minuciosamente medidos.Resumindo, eis a importância sob um outro aspecto da ROTATIVIDADE.Há muitos anos o G.S.O. (General Service Office) adotou o conceito da ROTATIVIDADE nos encargos do pessoal de A.A.Para o conhecimento e exercício de todos os encargos da estrutura de A.A. há, portanto, necessidade de estar ao lado da experiência e da vivência de erros e acertos. Isto é a ROTATIVIDADE DINÂMICA onde o apadrinhamento não pode ser capenga porque o alcoólatra não se estruturou no AMAR, nãp foi orientado a aprender a AMAR: a ser ele e, logicamente não sabe o que fazer. Podemos chamar de um "EGOÍSMO ENVERGONHADO".Do exposto acima é que provém a queixa comum da falta de servidores,

permanecendo as mesmas pessoas em serviço apenas mudando de encargos.Este movimento rotatório dos mesmos servidores é movimento de morte, porque não havendo "sangue novo", o corporativismo cresce e a desconfiança acompanha, logo acabando em fechar a mão de A.A.A Irmandade morre.O membro de A.A. deve aprender e exercitar o pertencer daí, repetindo o título: ROTATIVIDADE NO SERVIÇO: CHAVE PARA O NOSSO FUTURO.Este é, portanto um grande desafio para Alcoólicos Anônimos.Estes comentários devem ser exaustivamente praticados e não devemos fugir do conflito. Temos que aprender a conviver com as diferenças. E é isto a prova maior de AMOR, de entrega ao PODER SUPERIOR.Eis um grande desafio proposto para Alcoólicos Anônimos a partir desta Conferência.Estejamos desarmados, com mente aberta e boa vontade para discutir o

melhor para Alcoólicos Anônimos.Para todos nós, uma boa Conferência.

SERVIÇO EM A. A., ONTEM... E HOJE...

O serviço em A. A. é o Terceiro legado e a ação é a palavra mágica.

O serviço em A .A. teve seu início no momento em que Ebby entrou em ação para procurar Bill e lhe transmitir a mensagem em dezembro de 1934. A partir daí iniciou o processo para o nascimento da Irmandade dos Alcoólicos Anônimos.No livro “A. A. Atinge a Maioridade” na parte onde Bill fala sobre o Terceiro Legado, ele conta como o Serviço em A. A. se desenvolveu.“O nosso DÉCIMO SEGUNDO PASSO, que leva a mensagem, é o serviço básico que a irmandade de A. A. oferece. É o nosso principal objetivo, é a razão primordial de nossa existência. Portanto, A. A. é mais que um

conjunto de princípios; é uma sociedade de alcoólicos em ação. Precisamos levar a mensagem, caso contrário, nós mesmos poderemos recair, e aqueles a quem não foi dada à verdade podem perecer.Portanto, um serviço em A. A. é tudo aquilo que nos ajuda a alcançar uma pessoa que sofre – o chamado Décimo Segundo Passo, propriamente dito – pelo telefone ou por uma xícara de café, assim como o Escritório de Serviços Gerais de A. A. para ação nacional ou internacional. A soma total de todos esses serviços é o nosso Terceiro Legado de Serviço.Os serviços incluem locais de reunião, cooperação com hospitais e escritórios Intergrupais; significam também, folhetos, livros e boa publicidade de qualquer natureza. Requerem Comitês, Delegados, Custódios e Conferências e não deve ser esquecido que eles necessitam de contribuições voluntárias em dinheiro, provenientes dos membros da Irmandade.Esses serviços quer sejam executados por indivíduos, Grupos, Áreas ou A. A. como um todo, são absolutamente vitais para nossa existência e crescimento. Não podemos simplificar A. A. abolindo-os. Somente estaríamos procurando complicações e confusões. Com respeito a qualquer serviço determinado, fazemos, portanto, uma única pergunta: “é realmente necessário esse serviço?” Se a resposta for positiva, precisamos mantê-lo ou então fracassaremos na nossa missão junto aqueles que necessitam e procuram A. A.”No inicio da Irmandade muitos desses serviços ainda não existiam. Quem resolvia e executava tudo que precisava ser feito, eram Bill, Dr. Bob, os primeiros membros com suas esposas e alguns amigos que acreditavam no projeto florescente. As primeiras reuniões de A. A. foram realizadas na casa de Dr. Bob., pois não havia outro lugar mais adequado. Portanto tiveram um teto para lhes abrigarem e os gastos com o café Dr. Bob cobria.No entanto, foram aumentando as pessoas e as reuniões ficando cada vez maior, eles tiveram que se mudar. Foram para a casa de T. Henry e Clarace Willians. Tiveram que comprar mais cadeiras serviram refeições e fora o desgaste da casa, etc. Após ficarem reunindo por algum tempo na casa dos companheiros, logo precisaram mudar de novo, pois, a cada dia aumentava o pessoal e os locais iam ficando pequenos. O mais interessante é que ninguém pagava nada até que tiveram que alugar salas em hotéis e pagar aluguel. Os membros chiaram, diziam que A. A. não precisava ter despesas, pois já estavam mal acostumados e mesmo assim, tiveram que dar suas contribuições. Mesmo sem existir ainda a Sétima Tradição, já dava início o princípio da auto-suficiência com o Grupo pagando suas próprias despesas. De maneira que os Grupos iam aumentando, os problemas também iam surgindo. Por isso Bill e Dr. Bob já começavam a pensar como seria aquele movimento no futuro. A mensagem era transmitida boca a boca através dos membros da imprensa, rádio e todo tipo de comunicação, como vendedores que iam de uma cidade para outra, os hospitais que ajudavam os alcoólatras e os amigos que ficavam sabendo do movimento. Bill conta o seguinte: ...”Quando o Dr. Bob e eu percebemos, no outono de 1937, que umas quarenta pessoas tinham-se recuperado do alcoolismo, nós de repente nos perguntamos: Como pode essa experiência ser compartilhada? Como pode a mensagem ser difundida ?

O Dr. Bob tinha se recuperado há dois anos e meio, e eu estava sóbrio há três anos, portanto não poderíamos continuar sendo uma sociedade secreta, da qual raramente se ouvia falar. A informação verbal com os poucos alcoólicos que podíamos entra em contato, através de nossos métodos comuns, não seria somente lenta, mas também perigosa; perigosa porque a mensagem de recuperação, na qual tínhamos agora depositado toda a nossa confiança, poderia ser logo truncada e distorcida, antes mesmo de ser aceita. Claro que nossa florescente sociedade e sua mensagem teriam que ser divulgadas. Após muita conversa sobre as várias possibilidades apresentadas por Bill para resolver o problema, surgiu a idéia de escrever um livro que poderia levar a mensagem a qualquer lugar. Dr. Bob, entre todas aquelas possibilidades apresentadas, a que ele gostou mesmo, foi a do livro”. Porém, eles sabiam que para escrever, editar e publicar este livro precisariam de muito dinheiro e naquele momento, nenhum dos dois tinha absolutamente nada. Daí começou a grande cruzada para levantar fundos e levar o projeto adiante.Desde o início, apesar de Bill ser muito atirado e entrar de cabeça nas suas idéias, mesmo assim, ele levava os assuntos para ser decididos no Grupo, através da consciência coletiva e assim fez, apresentou as idéias aos Companheiros de Akron e de New York, que após muita discussão a idéia do livro foi aprovada, porém, ninguém se prontificou a fazer nada. Ao receber apoio dos Companheiros, Bill sai em busca dos patrocinadores para o livro. Daí vem a contribuição do Rockfeller, quando Bill sonhava que ele iria nos ajudar com milhões, ele disponibilizou apenas $5000 dólares para a Irmandade e ainda nos alertou que o dinheiro poderia atrapalhar a Irmandade. (Imaginem como Bill deve ter ficado diante dessa situação).Após a edição do livro que recebeu o nome de Alcoólicos Anônimos, a Irmandade começou a crescer e trouxe muito serviço, principalmente para Bill. Por chegar muitos pedidos de informações, surgiu a necessidade do primeiro escritório de A. A., onde Bill e Ruth respondiam as cartas. Também, muitas esposas de membros ajudavam nas respostas às milhares de cartas que chegavam.Na história dos Serviços em A. A. existem muitos fatos interessantes. Por exemplo: Nossa primeira Junta consistia de cinco Custódios. Dick Richardson, Frank Amos e o Dr. Strong eram os membros não-alcoólicos, e foi escolhido o Dr. Bob e um dos A.As. de New York para formar o contingente alcoólico. Porém o membro de N. Y. logo se embriagou. Ele foi demitido e um outro alcoólico assumiu o seu lugar.Dessa forma a Irmandade foi crescendo e também, a necessidade de ampliar a Estrutura de Serviços. Então surgiu a Fundação do alcoólico, em seguida realizaram uma Conferência e assim chegou-se a forma em que estamos hoje. Portanto, devemos lembrar que para realizar tudo isso, Bill encontrava barreiras de todos os tipos. Como hoje haviam os membros progressistas e os conservadores, então as coisas às vezes eram muito difíceis para ser colocadas em prática. Os progressistas queriam ver a Irmandade crescer e os conservadores colocavam dificuldades em tudo, simplesmente por medo de atrapalhar o que tinha dado certo até ali. Portanto, se o desejo dos conservadores tivessem prevalecido, a mensagem não teria sido difundida e nós não estaríamos aqui.

Vemos a cada dia as coisas se modificando com uma velocidade enorme. Como foi dito anteriormente, os primeiros serviços em A. A. acontecia através da boa vontade dos membros. Pois eram poucos e não tinham a menor possibilidade de escolha, era fazer ou fazer. Tanto é verdade, que os maiores colaboradores que contribuíram para o crescimento da Irmandade foram os nossos amigos não alcoólicos da Ciência e da Religião.Entendemos que hoje não precisaríamos passar por tantas dificuldades em conseguir servidores para executar os nossos serviços. Temos uma gama de informações através de nossa literatura, como também, milhares de pessoas freqüentando os Grupos. As vezes ficamos tristes com a falta de gratidão por parte de alguns membros que tem condições de servir o Grupo ou a Irmandade como um todo e preferem ficar na sombra criticando. Ainda se dirigissem suas críticas e apresentasse uma sugestão, tudo bem, estariam contribuindo de alguma forma, o problema é que isso não acontece.

Após 12 anos do início de A. A. nos Estados Unidos, em 1947 através de um americano, a mensagem chegou no Brasil. Depois de algum tempo por aqui, nosso Companheiro começou a sentir a necessidade de manter contato com outros alcoólicos. Assim ao encontrá-los deu início a Irmandade aqui no Brasil. Pelo que sabemos, este Companheiro chegou aqui sem trazer nada da literatura de A. A., apenas sua experiência e a forma que eles haviam encontrado lá nos Estados Unidos para ficar sem beber. Junto com outros alcoólicos, eles fundaram o primeiro Grupo de A. A. na cidade do Rio de Janeiro com a primeira reunião acontecendo no dia 05 de setembro de 1947.Apesar da Irmandade já estar funcionando a doze anos nos Estados Unidos, começamos aqui sem as principais informações da Literatura e tudo funcionava na base da boa vontade. Aos poucos foram surgindo novos Grupos e cada um funcionando de sua maneira, praticando de real da Irmandade, o trabalho do Décimo Segundo Passo, fazendo as abordagens. Dessa forma a Irmandade foi crescendo e aos poucos, foram chegando os livros com as informações de como deveria funcionar. Iniciou-se a formação de nossa Estrutura de Serviços com a implantação dos ESL’s, das Áreas e os Distritos. Os Grupos formaram seus Comitês de Serviços e elegeram seus RSG’s. Apesar das deficiências em seu funcionamento devido aos costumes já implantados, mesmo assim, a mensagem foi sendo transmitido o que possibilitou a muitas pessoas encontrarem a sobriedade. Esses membros, mesmo sem conhecimento da literatura de A. A. foram prestando seus serviços à Irmandade, simplesmente pelo prazer de servir. Havia menos cobrança e parece que tudo era mais simples, com mais calor humano. Costumávamos ter mais de uma chapa para as eleições dos Comitês de Serviços nos Grupos, como também, vários nomes que apareciam como candidatos nas Assembléias.As coisas vieram funcionando assim até a Conferência de 1992, quando o tema foi a Mudança na Matriz. A partir daí, as coisas começaram a mudar, vieram as cobranças e até algumas exigências quanto ao funcionamento dos Grupos e a forma de prestar serviços pelos Companheiros. Com isso, a cada dia foi ficando mais difícil conseguirmos Companheiros (as) para prestar serviços e até hoje,

sentimos reflexos daquela sugestão que foi mal interpretada. Pois na cabeça de muitos Companheiros (as), tínhamos que mudar tudo. Segundo eles, da forma que os Grupos vinham funcionando estava tudo errado e teríamos que implantar o A. A. ideal.Vejamos como estamos hoje em relação aqueles dias quando tudo começou. Naquela época os sistemas de comunicações eram precários, as Emissoras de rádio alcançavam um pequeno raio de ação. Não tínhamos satélites para transmitir para a mensagem para longa distância e a maioria das transmissões era feitas através do telégrafo. Para uma mensagem chegar a uma distância de 100km gastava muitos dias. Os meios de transportes, também eram precários e tudo isso dificultavam o trabalho.Hoje, se queremos saber o que está acontecendo em qualquer parte do mundo, basta ligar um micro em qualquer lugar e conectar à internet ou então ligar o celular e em poucos segundos temos a resposta do que procuramos e isso acontece em qualquer lugar que estejamos. Até nos anos 90, o Relatório final de nossa Conferência de Serviços Gerais demorava aproximadamente 30 dias para chegar às Áreas. Hoje, dez minutos após o término da Conferência, o disket com o Relatório já está nas mãos dos Delegados. Por tudo isso, precisamos melhorar nossas atitudes em relação ao Serviço da Irmandade, não podemos ficar presos ao passado, a mensagem não mudou, mas a forma de transmiti-la sim. Até a forma de fazer abordagem nos dias hoje mudou, já não temos a mesma disposição para trabalhar com os possíveis doentes alcoólatras como antes. Com o desenvolvimento do CTO a maioria dos membros se acomodou. Portanto, precisamos nos preparar para abordar e conviver com os novos membros, pois, o perfil do alcoólatra que nos procuram mudou. Já não chegam pessoas no Grupo totalmente analfabetas e só com o problema de alcoolismo. Se não prepararmos os nossos futuros servidores, estaremos atrasando a evolução da Irmandade. Vez ou outra vemos Companheiros rejeitando doentes alcoólatras nos Grupos, às vezes, alegam que a pessoa não precisa de A. A. ou então, que ali não é para pessoas que usam drogas. Porque isso acontece? Simplesmente, por falta de um Comitê de Serviços ativo e esclarecido, com pessoas preparadas. Quem deve ser o Servidor? Aquele membro que se interessa pela Irmandade e busca o conhecimento do que é Alcoólicos Anônimos. Qualquer um membro pode prestar serviços a Irmandade? Claro! Desde que seja observado os critérios para cada encargo, como também, a participação do membro nas reuniões do Grupo é um serviço, pois a suas mensagem poderá salvar uma vida. Sem contar que existem muitas coisas que precisam ser feitas, não exige conhecimentos e tão pouco experiência em A. A., basta que o membro tenha boa vontade e seja orientado.

Concluindo:Apesar das muitas dificuldades no entendimento entre os membros quanto a melhor forma de apadrinhar o Companheiro (a) para o Serviço, acreditamos que o tempo dará as respostas e num futuro próximo, os Grupos estarão colocando o conhecimento do Terceiro Legado à disposição de todos os seus membros.Acreditamos também, que o mundo evoluiu e nós fazemos parte dele.

Portanto, os Princípios de A. A. são perfeitos e não há razão para pensar em modificá-los, porém, devemos nos adequar aos novos tempos para colocá-los em prática.

ObrigadoMembro de A .A.Maio/2007

SERVIÇO EM A.A., ONTEM... E HOJE...

O serviço em A.A. é o Terceiro legado e a ação é a palavra mágica.

O serviço em A.A. teve seu início no momento em que Ebby entrou em ação para procurar Bill e lhe transmitir a mensagem em dezembro de 1934. A partir daí iniciou o processo para o nascimento da Irmandade dos Alcoólicos Anônimos.No livro “A.A. Atinge a Maioridade” na parte onde Bill fala sobre o Terceiro Legado, ele conta como o Serviço em A.A. se desenvolveu.“O nosso DÉCIMO SEGUNDO PASSO, que leva a mensagem, é o serviço básico que a irmandade de A.A. oferece. É o nosso principal objetivo, é a razão primordial de nossa existência. Portanto, A.A. é mais que um conjunto de princípios; é uma sociedade de alcoólicos em ação. Precisamos levar a mensagem, caso contrário, nós mesmos poderemos recair, e aqueles a quem não foi dada à verdade podem perecer.Portanto, um serviço em A.A. é tudo aquilo que nos ajuda a alcançar uma pessoa que sofre – o chamado Décimo Segundo Passo, propriamente dito – pelo telefone ou por uma xícara de café, assim como o Escritório de Serviços Gerais de A.A. para ação nacional ou internacional. A soma total de todos esses serviços é o nosso Terceiro Legado de Serviço.Os serviços incluem locais de reunião, cooperação com hospitais e escritórios Intergrupais; significam também, folhetos, livros e boa publicidade de qualquer natureza. Requerem Comitês, Delegados, Custódios e Conferências e não deve ser esquecido que eles necessitam de contribuições voluntárias em dinheiro, provenientes dos membros da Irmandade.Esses serviços quer sejam executados por indivíduos, Grupos, Áreas ou A.A. como um todo, são absolutamente vitais para nossa existência e crescimento. Não podemos simplificar A.A. abolindo-os. Somente estaríamos procurando complicações e confusões. Com respeito a qualquer serviço determinado, fazemos, portanto, uma única pergunta: “é realmente necessário esse serviço?” Se a resposta for positiva, precisamos mantê-lo ou então fracassaremos na nossa missão junto aqueles que necessitam e procuram A.A.”No inicio da Irmandade muitos desses serviços ainda não existiam. Quem resolvia e executava tudo que precisava ser feito, eram Bill, Dr. Bob, os primeiros membros com suas esposas e alguns amigos que acreditavam no projeto florescente. As primeiras reuniões de A.A. foram realizadas na casa de Dr. Bob., pois não havia outro lugar mais adequado. Portanto tiveram um teto para

lhes abrigarem e os gastos com o café Dr. Bob. cobria.No entanto, foram aumentando as pessoas e as reuniões ficando cada vez maior, eles tiveram que se mudar. Foram para a casa de T. Henry e Clarace Willians. Tiveram que comprar mais cadeiras, serviram refeições e fora o desgaste da casa, etc. Após ficarem reunindo por algum tempo na casa dos companheiros, logo precisaram mudar de novo, pois, a cada dia aumentava o pessoal e os locais iam ficando pequenos. O mais interessante é que ninguém pagava nada até que tiveram que alugar salas em hotéis e pagar aluguel. Os membros chiaram, diziam que A.A. não precisava ter despesas, pois já estavam mal acostumados e mesmo assim, tiveram que dar suas contribuições. Mesmo sem existir ainda a Sétima Tradição, já dava início o princípio da auto-suficiência com o Grupo pagando suas próprias despesas. De maneira que os Grupos iam aumentando, os problemas também iam surgindo. Por isso Bill e Dr. Bob já começavam a pensar como seria aquele movimento no futuro. A mensagem era transmitida boca-a-boca através dos membros da imprensa, rádio e todo tipo de comunicação, como vendedores que iam de uma cidade para outra, os hospitais que ajudavam os alcoólatras e os amigos que ficavam sabendo do movimento. Bill conta o seguinte: ...”Quando o Dr. Bob e eu percebemos, no outono de 1937, que umas quarenta pessoas tinham-se recuperado do alcoolismo, nós de repente nos perguntamos: Como pode essa experiência ser compartilhada? Como pode a mensagem ser difundida?’ O Dr. Bob tinha se recuperado há dois anos e meio, e eu estava sóbrio há três anos, portanto não poderíamos continuar sendo uma sociedade secreta, da qual raramente se ouvia falar. A informação verbal com os poucos alcoólicos que podíamos entra em contato, através de nossos métodos comuns, não seria somente lenta, mas também perigosa; perigosa porque a mensagem de recuperação, na qual tínhamos agora depositado toda a nossa confiança, poderia ser logo truncada e distorcida, antes mesmo de ser aceita. Claro que nossa florescente sociedade e sua mensagem teriam que ser divulgadas. Após muita conversa sobre as várias possibilidades apresentadas por Bill para resolver o problema, surgiu a idéia de escrever um livro que poderia levar a mensagem a qualquer lugar. Dr. Bob, entre todas aquelas possibilidades apresentadas, a que ele gostou mesmo, foi a do livro”. Porém, eles sabiam que para escrever, editar e publicar este livro, precisariam de muito dinheiro e naquele momento, nenhum dos dois tinha absolutamente nada. Daí começou a grande cruzada para levantar fundos e levar o projeto adiante.Desde o início, apesar de Bill ser muito atirado e entrar de cabeça nas suas idéias, mesmo assim, ele levava os assuntos para ser decididos no Grupo, através da consciência coletiva e assim fez, apresentou as idéias aos Companheiros de Akron e de New York, que após muita discussão a idéia do livro foi aprovada, porém, ninguém se prontificou a fazer nada. Ao receber apoio dos Companheiros, Bill sai em busca dos patrocinadores para o livro. Daí, vem a contribuição do Rockfeller, quando Bill sonhava que ele iria nos ajudar com milhões, ele disponibilizou apenas $5000 dólares para a Irmandade e ainda nos alertou que o dinheiro poderia atrapalhar a Irmandade. (Imaginem como Bill deve ter ficado diante dessa situação).Após a edição do livro que recebeu o nome de Alcoólicos Anônimos, a

Irmandade começou a crescer e trouxe muito serviço, principalmente para Bill. Por chegar muitos pedidos de informações, surgiu a necessidade do primeiro escritório de A.A., onde Bill e Ruth respondiam as cartas. Também, muitas esposas de membros ajudavam nas respostas às milhares de cartas que chegavam.Na história dos Serviços em A.A. existem muitos fatos interessantes. Por exemplo: Nossa primeira Junta consistia de cinco Custódios. Dick Richardson, Frank Amos e o Dr. Strong eram os membros não-alcoólicos, e foi escolhido o Dr. Bob e um dos A.As. de New York para formar o contingente alcoólico. Porém o membro de N.Y. logo se embriagou. Ele foi demitido e um outro alcoólico assumiu o seu lugar.Dessa forma a Irmandade foi crescendo e também, a necessidade de ampliar a Estrutura de Serviços. Então surgiu a Fundação do alcoólico, em seguida realizaram uma Conferência e assim chegou-se a forma em que estamos hoje. Portanto, devemos lembrar que para realizar tudo isso, Bill encontrava barreiras de todos os tipos. Como hoje haviam os membros progressistas e os conservadores, então as coisas às vezes eram muito difíceis para ser colocadas em prática. Os progressistas queriam ver a Irmandade crescer e os conservadores colocavam dificuldades em tudo, simplesmente por medo de atrapalhar o que tinha dado certo até ali. Portanto, se o desejo dos conservadores tivessem prevalecido, a mensagem não teria sido difundida e nós não estaríamos aqui.Vemos a cada dia as coisas se modificando com uma velocidade enorme. Como foi dito anteriormente, os primeiros serviços em A.A. acontecia através da boa vontade dos membros. Pois eram poucos e não tinham a menor possibilidade de escolha, era fazer ou fazer. Tanto é verdade, que os maiores colaboradores que contribuíram para o crescimento da Irmandade foram os nossos amigos não alcoólicos da Ciência e da Religião.Entendemos que hoje não precisaríamos passar por tantas dificuldades em conseguir servidores para executar os nossos serviços. Temos uma gama de informações através de nossa literatura, como também, milhares de pessoas freqüentando os Grupos. As vezes ficamos tristes com a falta de gratidão por parte de alguns membros que tem condições de servir o Grupo ou a Irmandade como um todo e preferem ficar na sombra criticando. Ainda se dirigissem suas críticas e apresentassem uma sugestão, tudo bem, estariam contribuindo de alguma forma, o problema é que isso não acontece.

Após 12 anos do início de A.A. nos Estados Unidos, em 1947 através de um americano, a mensagem chegou no Brasil. Depois de algum tempo por aqui, nosso Companheiro começou a sentir a necessidade de manter contato com outros alcoólicos. Assim ao encontra-los deu início a Irmandade aqui no Brasil. Pelo que sabemos, este Companheiro chegou aqui sem trazer nada da literatura de A.A., apenas sua experiência e a forma que eles haviam encontrado lá nos Estados Unidos para ficar sem beber. Junto com outros alcoólicos, eles fundaram o primeiro Grupo de A.A. na cidade do Rio de Janeiro com a primeira reunião acontecendo no dia 05 de setembro de 1947.Apesar da Irmandade já estar funcionando a doze anos nos Estados Unidos, começamos aqui sem as principais informações da Literatura e

tudo funcionava na base da boa vontade. Aos poucos foram surgindo novos Grupos e cada um funcionando de sua maneira, praticando de real da Irmandade, o trabalho do Décimo Segundo Passo, fazendo as abordagens. Dessa forma a Irmandade foi crescendo e aos poucos, foram chegando os livros com as informações de como deveria funcionar. Iniciou-se a formação de nossa Estrutura de Serviços com a implantação dos ESL’s, das Áreas e os Distritos. Os Grupos formaram seus Comitês de Serviços e elegeram seus RSG’s. Apesar das deficiências em seu funcionamento devido aos costumes já implantados, mesmo assim, a mensagem foi sendo transmitida o que possibilitou a muitas pessoas encontrarem a sobriedade. Esses membros, mesmo sem conhecimento da literatura de A.A. foram prestando seus serviços à Irmandade, simplesmente pelo prazer de servir. Havia menos cobrança e parece que tudo era mais simples, com mais calor humano. Costumávamos ter mais de uma chapa para as eleições dos Comitês de Serviços nos Grupos, como também, vários nomes que apareciam como candidatos nas Assembléias.As coisas vieram funcionando assim até a Conferência de 1992, quando o tema foi a Mudança na Matriz. A partir daí, as coisas começaram a mudar, vieram as cobranças e até algumas exigências quanto ao funcionamento dos Grupos e a forma de prestar serviços pelos Companheiros. Com isso, a cada dia foi ficando mais difícil conseguirmos Companheiros(as) para prestar serviços e até hoje, sentimos reflexos daquela sugestão que foi mal interpretada. Pois na cabeça de muitos Companheiros(as), tínhamos que mudar tudo. Segundo eles, da forma que os Grupos vinham funcionando estava tudo errado e teríamos que implantar o A.A. ideal.Vejamos como estamos hoje em relação aqueles dias quando tudo começou. Naquela época os sistemas de comunicações eram precários, as Emissoras de rádio alcançavam um pequeno raio de ação. Não tínhamos satélites para transmitir para a mensagem para longa distância e a maioria das transmissões eram feitas através do telégrafo. Para uma mensagem chegar a uma distância de 100km gastava muitos dias. Os meios de transportes, também eram precários e tudo isso dificultavam o trabalho.Hoje, se queremos saber o que está acontecendo em qualquer parte do mundo, basta ligar um micro em qualquer lugar e conectar à internet ou então ligar o celular e em poucos segundos temos a resposta do que procuramos e isso acontece em qualquer lugar que estejamos. Até nos anos 90, o Relatório final de nossa Conferência de Serviços Gerais demorava aproximadamente 30 dias para chegar às Áreas. Hoje, dez minutos após o término da Conferência, o disket com o Relatório já está nas mãos dos Delegados. Por tudo isso, precisamos melhorar nossas atitudes em relação ao Serviço da Irmandade, não podemos ficar presos ao passado, a mensagem não mudou, mas a forma de transmiti-la sim. Até a forma de fazer abordagem nos dias hoje mudou, já não temos a mesma disposição para trabalhar com os possíveis doentes alcoólatras como antes. Com o desenvolvimento do CTO a maioria dos membros se acomodaram. Portanto, precisamos nos preparar para abordar e conviver com os novos membros, pois, o perfil do alcoólatra que nos procuram mudou. Já não chegam pessoas no Grupo totalmente

analfabetas e só com o problema de alcoolismo. Se não prepararmos os nossos futuros servidores, estaremos atrasando a evolução da Irmandade. Vez ou outra, vemos Companheiros rejeitando doentes alcoólatras nos Grupos, as vezes, alegam que a pessoa não precisa de A.A. ou então, que ali não é para pessoas que usam drogas. Porque isso acontece? Simplesmente, por falta de um Comitê de Serviços ativo e esclarecido, com pessoas preparadas. Quem deve ser o Servidor? Aquele membro que se interessa pela Irmandade e busca o conhecimento do que é Alcoólicos Anônimos. Qualquer um membro pode prestar serviços a Irmandade? Claro! Desde que seja observado os critérios para cada encargo, como também, a participação do membro nas reuniões do Grupo é um serviço, pois a suas mensagem poderá salvar uma vida. Sem contar que existem muitas coisas que precisam ser feitas, não exige conhecimentos e tão pouco experiência em A.A., basta que o membro tenha boa vontade e seja orientado.

Concluindo:Apesar das muitas dificuldades no entendimento entre os membros quanto a melhor forma de apadrinhar o Companheiro(a) para o Serviço, acreditamos que o tempo dará as respostas e num futuro próximo, os Grupos estarão colocando o conhecimento do Terceiro Legado à disposição de todos os seus membros.Acreditamos também, que o mundo evoluiu e nós fazemos parte dele. Portanto, os Princípios de A.A. são perfeitos e não há razão para pensar em modificá-los, porém, devemos nos adequar aos novos tempos para colocá-los em prática.

ObrigadoMembro de A.A.Maio/2007

TRABALHANDO COM O GRUPO DE A. A.

01 - O QUE É UM GRUPO DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

Um Grupo de AA é a menor porção da nossa Irmandade e sua célula básica, sem os Grupos não existiria Alcoólicos Anônimos. Um Grupo de AA deve preencher os seguintes requisitos:

1. Todos os membros do Grupo são alcoólicos;2. Como Grupo, somos totalmente auto-suficientes;3. O propósito primordial do Grupo é o de levar a mensagem ao

alcoólatra que ainda sofre;4. Como Grupo não pode haver afiliação ou ligação a coisas

externas;5. Como Grupo não deverá dar opiniões a coisas alheias à

Irmandade;6. Como Grupo a política de relações públicas baseia-se na atração e

não na promoção. Seus membros devem manter o anonimato pessoal a nível de imprensa, rádio, televisão e filmes.

02 – TIPOS DE REUNIÕES DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

FECHADA – Somente para alcoólicos são dedicadas à “terapia” dos companheiros. A dinâmica poderá ser estabelecida pelo Comitê Orientador do Grupo ou pelo Coordenador e versará sobre: discussões informais das dificuldades que os companheiros enfrentam para manter a sobriedade, troca de experiências baseadas nos Doze Passos e Doze Tradições, seleciona mento de tópicos específicos tais como: Slogans de AA, os Três Legados, Prece da Serenidade, etc.

ABERTAS – Dedicadas ao esclarecimento a qualquer pessoa interessada sobre AA. Neste caso os oradores serão previamente selecionados e os assuntos pré-escolhidos. Extraordinariamente uma reunião fechada, poderá tornar-se aberta no caso de visita inesperada de pessoas não AA. Nesse caso o Coordenador consultará o Grupo para saber da conveniência de abrir uma reunião fechada.

PÚBLICA – Esta é uma reunião aberta ao grande público e quase sempre para comemorar um evento de AA. Para esta reunião são convidados o público em geral e, especialmente, médicos, psicólogos, assistentes sociais, sacerdotes, etc.

03 – LEMBRETES PARA O COORDENADOR

(Sugestões para uma boa Coordenação)

01.Evite tomar ares de “autoridade”. A função do coordenador é liderar a reunião. Zele pelas Tradições de AA e seja Humilde.

02.Evite bancar o “professor/pregador”, evitando longas dissertações sobre qualquer assunto. Análise e diagnósticos são próprios para médicos.

03.Evite comentários em relação ao depoimento do companheiro, salvo quando for solicitado. Não deprecie nem humilhe, quanto menos tagarela, melhor.

04.Evite interromper o Companheiro, e seja diplomático para manter o tempo.

05.Evite coordenar, se você está tumultuado, mau humorado, deprimido.

06.Preserve a UNIDADE do Grupo com atitudes cordiais e fraternas.07.Dê exemplo de doação, lembrando-se sempre que da sobriedade

de cada um depende a sua própria.08.Lembre-se que seu Grupo é autônomo, mas está ligado com o

todo de AA. Como o seu Grupo, existem mais outros 80.000 espalhados pelo mundo.

09.Lembre-se das palavras do Dr. BOB, “ Mantenha o AA simples”.10.“ VIVA e DEIXE VIVER “.

04 – SUGESTÕES DE TEMÁTICAS PARA REUNIÕES DO GRUPO

- Os Doze Passos- As Doze Tradições- O livro “Alcoólicos Anônimos”- Os Doze Conceitos

- Oração da Serenidade- Os “sologans” de AA:- A) Viva e deixe viver;- B) Devagar se vai ao longe- C) Primeiro, as primeiras coisas;- D) É possível;- E) Pensei;- F) Pela Graça de DEUS.- Os Três Legados: Recuperação, Unidade e Serviço- O livro “Viver Sóbrio”- O Manual de Serviço- Participação e Ação- Abordagens e apadrinhamento- Maneiras de levar a mensagem- Inventário do Grupo- Responsabilidade- Sejamos amigos dos nossos amigos- Aceitação X admissão- Tolerância- Nós planejamos a ação, não os resultados- Princípios X personalidades- Serenidade e humildade- Ressentimentos e ódio- Entendendo o anonimato- Depressões- Gratidão e honestidade- DEUS, como nós O entendemos-

05 – ABERTURA DAS REUNIÕES

(Oração da Serenidade e o Preâmbulo de AA)

CONCEDEI-NOS SENHOR,A SERENIDADE NECESSÁRIA PARA ACEITAR AS COISAS QUE NÃO PODEMOS MODIFICAR,CORAGEM PARA MODIFICAR AQUELAS QUE PODEMOS,E SABEDORIA PARA DISTINGUIRMOS UMAS DAS OUTRAS.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS é uma Irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.

O único requisito para tornar-se membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de AA não há necessidade de pagar taxas ou mensalidades; somos auto-suficientes, graças às nossas próprias contribuições.

AA não está ligado a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas.

Nosso propósito primordial é o de mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólatras a alcançarem a sobriedade.

06 – ORIGEM DA ORAÇÃO DA SERENIDADE

Normalmente, toda e qualquer reunião de AA tem início com a Oração da Serenidade, seguida de um momento de silêncio para meditação e logo a seguir com a leitura do Preâmbulo de AA.

A origem da Oração da Serenidade é obscura. Dizem alguns que foi o teólogo e filósofo Boethius, que viveu no século V, autor da “Consolação da Filosofia”, que teria escrito antes de sua morte, após longo período de cativeiro.

Outros creditam-na ao teólogo Reinhold Niebuhr, que teria escrito em 1932, ao término de uma oração maior. Este, entretanto, a credita a um teólogo do Século XVIII, Friedrich Oetinger. O que temos como certo é que a Oração da Serenidade chegou até nós de forma inusitada e acidental.

Ruth Hock, a primeira Secretária do GSO de New York, estava trabalhando em 1941, quando Jack C. apareceu com o jornal “Herald Tribune” onde, , na coluna dos obituários, foi encontrada a Oração da Serenidade, ali incluída sem maiores explicações. Foi o quanto bastou para, por sua extrema simplicidade, mas profunda racionalidade, ser imediatamente adotada por Alcoólicos Anônimos. A versão original publicada no “Herald Tribune” dizia: “ Mamãe, DEUS, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar, coragem para modificar as coisas que eu possa e sabedoria para conhecer a diferença. Adeus”. (Do livro “Pass it On”, páginas: 252/258)

07 – OS DOZE PASSOS

DOZE PASSOS DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

01-Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

02-Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

03-Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

04-Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.05-Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro

ser humano, a natureza exata de nossas falhas.06-Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse

todos esses defeitos de caráter.07-Humildemente, rogamos a Ele que nos livrasse de nossas

imperfeições.08-Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos

prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

09-Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando faze - las significasse prejudicá-las ou a outrem.

10-Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11-Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12-Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

08 – OS DOZE PASSOS – RECUPERAÇÃO

A prática dos Doze Passos é condição primordial para a recuperação do alcoólico, cuja obtenção é, por sua vez, um processo pelo qual o equilíbrio emocional conduzirá o companheiro a uma vida feliz e útil, livrando-o das tensões, ansiedades, depressões e compulsões as mais diversas. Os Doze Passos são um conjunto de princípios espirituais, não necessariamente religiosos, mas baseados na ética, na moral e em ensinamentos universalmente transmitidos por todas as denominações religiosas. Os Doze Passos foram desenvolvidos a partir da dura realidade e evidência de que havíamos perdido nossa força e nossa vontade em relação ao álcool e de que somente um Poder Superior a nós mesmos poderia nos reconduzir ao equilíbrio e à recuperação das nossas vidas. A recuperação individual é a base do triângulo na qual assenta toda a estrutura da nossa Irmandade. No livro “Alcoólicos Anônimos atinge a maioridade”, páginas: 143/144, está descrito como foram elaborados os Doze Passos de AA. Nosso co-fundador BIL, dizia que estes passos era o leme seguro para a sobriedade de qualquer alcoólico, desde que ele fosse bastante honesto consigo mesmo. Os Doze Passos é o nosso primeiro Legado-Recuperação.

09 – AS DOZE TRADIÇÕES

AS DOZE TRADIÇÕES DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

01.Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitação individual depende da unidade de AA.

02.Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso propósito comum – um Deus amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.

03.Para ser membro de AA, o único requisito é o desejo de parar de beber.

04.Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros Grupos ou a AA em seu conjunto.

05.Cada Grupo é animado de um único propósito primordial – o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.

06.Nenhum Grupo de AA deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de AA a qualquer sociedade parecida ou

empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem de nosso objetivo primordial.

07.Todos os Grupos de AA deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.

08.Alcoólicos Anônimos deverá manter-se sempre não profissional, embora nossos centros de serviços possam contratar funcionários especializados.

09.AA jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.

10.Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de AA jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.

11.Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal na imprensa, no rádio e em filmes.

12.O anonimato é o alicerce espiritual das nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

10 – AS DOZE TRADIÇÕES – UNIDADE

Alcoólicos Anônimos não é, e jamais deverá ser, uma sociedade formal e hierarquicamente organizada. A sua unidade ao redor do mundo se orienta e se concretiza pela aceitação individual e coletiva de um conjunto de regras de procedimentos conhecido entre nós como as Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos. A prática dessas regras por parte de cada membro e de cada Grupo de AA tem conseguido manter a Irmandade dentro de um padrão de unidade jamais experimentado por qualquer sociedade semelhante; exemplo de obediência voluntária, não conseguida por temor de punições, portanto sem a obrigatoriedade de corrente de uma disciplina hierarquizada.A consciência de cada membro e de cada Grupo é o seu próprio juiz. Nenhum de nós, membro do Grupo, é uma ilha isolada. Somos, em vontade e consciência, um só continente, embora de muitas terras, línguas e crenças diferentes.

EU SOU RESPONSÁVEL ...

Quando qualquer um, seja onde for, estender a mão pedindo ajuda,Quero que a mão de AA esteja sempre ali.

E PARA ISTO: EU SOU RESPONSÁVEL

11 – OS DOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS

01.A responsabilidade final e a autoridade suprema pelos serviços mundiais de AA deveriam sempre recair na consciência coletiva de toda a nossa Irmandade.

02.Quando, em 1955, os Grupos de AA confirmaram a permanente Ata de Constituição da sua Conferência de Serviços Gerais, eles, automaticamente, delegaram à Conferência completa autoridade para a manutenção ativa dos nossos serviços mundiais e assim tornaram a Conferência – com exceção de qualquer mudança nas Doze Tradições ou no Artigo 12 da Ata de Constituição da Conferência – a verdadeira voz e a consciência efetiva de toda a nossa Sociedade.

03.Como um meio tradicional de criar e manter uma relação de trabalho claramente definida entre os Grupos de AA e as suas diversas corporações de serviços, quadros de funcionários, comitês e executivos, assim assegurando as suas lideranças efetivas, é aqui sugerido que dotemos cada um desses elementos dos serviços mundiais com um tradicional “Direito de Decisão”.

04.Através da estrutura da nossa Conferência, deveríamos manter em todos os níveis de responsabilidade um tradicional “Direito de Participação”, tomando cuidado para que a cada setor ou grupo de nossos servidores mundiais seja concedido um voto representativo em proporção correspondente à responsabilidade que cada um deve ter.

05.Através de nossa estrutura de serviços mundiais, deveria prevalecer um tradicional “Direito de Apelação”, assim nos assegurando de que a opinião da maioria seja ouvida e de que as petições para a reparação de queixas pessoais sejam cuidadosamente consideradas.

06.Em benefício de A. A. como um todo, a nossa Conferência de Serviços Gerais tem a principal responsabilidade de manter os nossos serviços mundiais e, tradicionalmente, tem a decisão final nos grandes assuntos de finanças e de normas de procedimento em geral. Mas a Conferência também reconhece que a principal iniciativa e a responsabilidade ativa, na maioria desses assuntos, deveria ser exercida principalmente pelos Custódios, membros da Conferência, quando eles atuam entre si como Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.

07.A Conferência reconhece que a Ata de Constituição e os Estatutos da Junta de Serviços Gerais são instrumentos legais e que os Custódios têm plenos poderes para administrar e conduzir todos os assuntos dos serviços mundiais de Alcoólicos Anônimos. Além do mais, é entendido que a Ata de Constituição da Conferência não é por si só um documento legal, mas pelo contrário, ela depende da força da tradição e do poder da bolsa de AA para efetivara sua finalidade.

08.Os Custódios da Junta de Serviços Gerais atuam em duas atividades principais: a) com relação aos amplos assuntos de normas de procedimentos e finanças em geral, eles são os principais planejadores e administradores. Eles e os seus principais Comitês dirigem diretamente esses assuntos; b) mas com relação aos nossos serviços, constantemente ativos e incorporados separadamente, a relação dos Custódios é principalmente aquela de direito de propriedade total e de supervisão de custódia que exercem através de sua capacidade de eleger os diretores dessas entidades.

09.Bons líderes de serviços, bem como métodos sólidos e adequados para a sua escolha, são em todos os níveis indispensáveis para o nosso funcionamento e segurança no futuro. A liderança principal dos serviços mundiais, exercida pelos fundadores de AA, deve, necessariamente, ser assumida pelos Custódios da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.

10.Toda a responsabilidade de serviço deveria corresponder a uma autoridade de serviço equivalente – a extensão de tal autoridade ser sempre bem definida, seja por tradição, por resolução, por descrição específica de função ou por atas de constituição e estatutos adequados.

11.Enquanto os Custódios tiverem a responsabilidade final pela administração dos serviços mundiais de AA eles deverão ter sempre a melhor assistência possível dos comitês permanentes, diretores de serviços incorporados, executivos e quadro de funcionários e consultores. Portanto, a composição desses comitês subordinados e juntas de serviços, as qualificações pessoais dos seus membros, o modo como são introduzidos dentro do serviço, os seus sistemas de revezamento, a maneira como eles são relacionados uns com os outros, os direitos e deveres especiais dos nossos executivos, quadros de funcionários e consultores, bem como uma base própria para a remuneração desses trabalhos especiais, serão sempre assuntos para muita atenção e cuidado.

12.As Garantias Gerais da Conferência: em todos os seus procedimentos, a Conferência de Serviços Gerais observará o espírito das Tradições de AA, tomando muito cuidado para que a Conferência nunca se torne sede de riqueza ou poder perigosos; que suficientes fundos para as operações mais uma ampla reserva sejam o seu prudente princípio financeiro; que nenhum dos membros da Conferência nunca seja colocado em posição de autoridade absoluta sobre qualquer um dos outros; que todas as decisões importantes sejam tomadas através de discussão, votação e, sempre que possível, por substancial unanimidade; que nenhuma ação da Conferência seja jamais pessoalmente punitiva ou uma incitação à controvérsia pública; que, embora a Conferência preste serviço a Alcoólicos Anônimos, ela nunca desempenhe qualquer ato de governo e que, da mesma forma que a Sociedade de Alcoólicos Anônimos a que serve, a Conferência permaneça sempre democrática em pensamento e ação.

12 – OS DOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS SERVIÇO

Os Doze Conceitos para Serviços Mundiais e o Manual de Serviço de AA é, fundamentalmente, todo trabalho e esforço desenvolvidos no sentido de trazer o alcoólatra que ainda sofre ao convívio da Irmandade. Em outras palavras, e de forma mais objetiva, podemos dizer que Serviço é “abordagem”. Lembremos porém, que o serviço se baseia na atração e jamais na promoção. Para que o conjunto de trabalhos e esforços se realizem de forma harmoniosa e uniforme, dentro dos princípios gerais

de Alcoólicos Anônimos, necessário se torna conceituá-los quanto à sua forma e desenvolvimento. É aconselhável, senão necessário, que cada membro e cada Grupo de AA conheçam “Os Doze Conceitos para o Serviço Mundial”, um dos textos da literatura de AA editado pelo CLAAB.

A exemplo de outros países onde os trabalhos de AA foram organizados segundo suas próprias características e necessidades, no Brasil a sua estrutura de serviços está organizada segundo o estabelecido em um Manual de Serviços aprovado pela Conferência de Serviços Gerais e em obediência aos princípios gerais de AA. Mundial. O Manual é, pois, guia e ensinamento, e cada Grupo deve ter um exemplar dessa verdadeira ferramenta de trabalho.

13 – A 7 a . TRADIÇÃO: AUTO-SUFICIÊNCIA

(A Independência de AA como Instituição)

É costume no Brasil fazer-se um intervalo nas reuniões fechadas para o tradicional cafezinho, aproveitando-se esta ocasião para “correr a sacola”.

É sugerido que o Coordenador lembre aos presentes a importância do nosso princípio da Auto-Suficiência. Vamos ajudá-lo no esclarecimento dessa Tradição de AA.

Um dos principais, senão o principal motivo do respeito e da administração que a sociedade em geral tem por Alcoólicos Anônimos é a sua independência financeira. A nossa Irmandade, não dependende dos cofres públicos nem da ajuda de instituições e de pessoas não-alcoólicas, tem conseguido manter, com dignidade, os seus princípios e fazê-los respeitados por governos, pessoas e instituições. A auto-suficiência de AA como um todo, começa na de cada Grupo que a compõe. E a de cada Grupo, na sacola de cada reunião. Durante muitos anos, e até mesmo nos dias atuais, mantivemos um discurso inconseqüente, dizendo ao recém-chegado que “em AA não é preciso dar dinheiro, pois somos auto-suficientes” A inconseqüência de tão contraditório discurso nos conduziu a que tenhamos hoje não apenas uma, mas pelo menos quatro gerações de companheiros erradamente informados, e por isso educados na irresponsabilidade quanto a necessidade da sua contribuição. Quando acordamos para esta realidade estávamos cercados de necessidades por todos os lados, em rota de colisão com a insolvência de nossos principais organismos de trabalho. Precisamos mudar este discurso e corrigir esta má educação.

O Plano 60-25-15, significa: 60% da arrecadação da sacola para as despesas do Grupo, 25% para a Central de Serviços ou Intergrupal e 15% para o Escritório de Serviços Gerais.

14 – ABORDAGEM

O seu Grupo, a exemplo dos demais Grupos em todo o mundo, é animado de um único propósito primordial: o de transmitir ao alcoólatra

que ainda sofre a mensagem de Alcoólicos Anônimos. Está na Quinta Tradição. A transmissão dessa mensagem pode ser feita de maneira diversas, sendo a mais comum a “abordagem” cara a cara, aquela feita individualmente pelo membro que transmite sua experiência a um alcoólatra na ativa. Outra, a coletiva, feita nos serviços em hospitais, empresas e em instituições correcionais ou ainda em reuniões públicas. Em todos estes casos deve ser usada a atração em vez da promoção.

Quando o Grupo não dispuser de um Comitê de Abordagem, o Coordenador do Grupo deve pedir a um dos membros que faça a abordagem, cujo pedido tenha chegado ao Grupo, normalmente por intermédio da Central, da Intergrupal e mesmo por pedido direto de pessoas não-alcoólicas. Convém registrar esse pedido no resumo de ata da reunião, a fim de ser informado se a abordagem foi feita ou não, dando ciência ao solicitante. Na abordagem indireta, feita de forma sugestiva na reunião pública, tenha sempre presente que AA é uma instituição leiga, não profissional e que apesar dos altos índices de recuperação alcançado pela Irmandade, esta não é senão uma opção com a qual o indivíduo ou a sociedade pode contar para a solução do alcoolismo. O alcoólatra abordado não é obrigado a tornar-se membro de AA, mas nós, membros da Irmandade, somos responsáveis pela transmissão da mensagem de Alcoólicos Anônimos, até porque é assim que mantemos a nossa própria sobriedade.

15 – INGRESSO / APADRINHAMENTO

Usualmente o Coordenador deixa para fazer o ingresso do visitante ou do abordado mais para o final da reunião fechada, quando o provável ingressante teve oportunidade de ouvir os vários depoimentos de companheiros mais antigos, nos quais é enfatizado o alcoolismo como doença, o programa de AA e os seus princípios, etc. Não é conveniente constranger o visitante a fazer-se membro de AA, mas deixá-lo à vontade quanto a esta decisão, que poderá ser tomada até mesmo em outra reunião. Lembre-se: AA é uma opção.

Tomada a decisão, o novo membro poderá escolher um(a) dos(as) companheiros(as) presentes para ser o seu padrinho ou madrinha. Pode ocorrer que esta escolha imediata decorra do fato do ingressante já ser conhecido do seu padrinho ou madrinha. No caso de não serem conhecidos, é conveniente que o Coordenador apenas indique um dos presentes para entregar-lhe a ficha de ingresso – se este for o costume do Grupo – e deixe ao ingressante escolher futuramente o seu padrinho ou madrinha, aquele ou aquela com que mais “afinou” no decorrer de algumas outras reuniões. Sendo o 1o. Passo essencial para a tomada de decisão do visitante, sugere-se que um dos membros mais antigos do Grupo verse seu depoimento pessoal sobre esse importante passo. Lembre-se, nenhum membro do Grupo deve fazer pressão para a permanência do visitante.

No folheto “Perguntas e Respostas Sobre Apadrinhamento”, você encontrará respostas para qualquer dúvida porventura existente. O melhor exemplo de relacionamento entre padrinho e afilhado é o caso

de BILL e Dr. BOB, nossos co-fundadores. Com base neste exemplo, podemos dizer que o Apadrinhamento é a realização prática e vivida, em toda a sua extensão das palavras: amigo, companheiro e confidente.

16 – ENCERRAMENTO DA REUNIÃO

Qualquer reunião, seja fechada, aberta ou pública, deve ser encerrada com a Oração da Serenidade ou Pai Nosso. Nas reuniões abertas e públicas o Coordenador, ante o encerramento, deve agradecer a presença dos convidados não-alcoólicos, citando, na oportunidade, nominalmente, aqueles convidados especiais que não estiveram presentes na abertura. Nas reuniões fechadas agradece aos companheiros a ajuda recebida para o bom andamento da reunião, assim como pela contribuição na sacola. Orienta sobre a próxima reunião e pede a quem esteja secretariando que leia a correspondência recebida, o resumo da reunião e o movimento de caixa, alertando aos companheiros a necessidade das contribuições na sacola, para saldar os compromissos financeiros do Grupo. O tesoureiro fornecerá ao Coordenador/Secretário a cada reunião, o valor desses compromissos monetários.

Após a Oração da Serenidade ou Pai Nosso, pede aos presentes observarem um instante de silenciosa reflexão. Nesta oportunidade os companheiros religiosos poderão fazer, em silêncio, qualquer outra oração do seu credo religioso, respeitando, assim, os companheiros de outra ou de nenhuma denominação religiosa.

17 – DADOS HISTÓRICOS DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

Como nós sabemos, Alcoólicos Anônimos começou em 1935 na cidade norte-americana de Akron, Estado de CHIO, resultante do encontro de BILL W. , corretor da Bolsa de Valores de New York e o médico cirurgião de Akron, Dr. BOB, ambos considerados casos perdidos de alcoólatras. Nossos dois co-fundadores permaneceram sóbrios até a morte, graças ao trabalho que eles desenvolveram junto a outros alcoólatras, descobrindo assim, desde o início, que para sair do egocentrismo, característica marcante da personalidade de todo alcoólatra, seria necessário pensar em outro ser humano, para sair de si mesmo. Compreenderam que para se manterem sóbrios, este estado de felicidade e utilidade, deveria ser compartilhado com outros alcoólatras sofredores. BILL e BOB, juntamente com outros alcoólicos em recuperação, conseguiram nos primeiros anos da nossa Irmandade, os seguintes resultados:

1935 - 5 membros 1936 - 15 membros, aumento de 200% 1937 - 40 membros, aumento de 170% 1938 - 100 membros, aumento de 150% 1939 - 400 membros, aumento de 300%

1940 - 2000 membros, aumento de 400%1941 – 8000 membros, aumento de 300%

(Dados do livro AA Atinge a maioridade)

Dados fornecidos pelo GSO de New York, nos diz que a 1o. de janeiro de 1986, tínhamos:69.019 Grupos de Alcoólicos Anônimos espalhados pelo mundo todos, sendo que 38.285, somente nos Estados Unidos e Canadá, e que o número de membros ativos, era de 1.446.000.

18 – SUGESTÕES PARA COORDENAÇÃO DE REUNIÕES

(GUIAS DE AA)

Estes guias estão baseados na experiência dos membros de AA que trabalham nos diversos campos de serviço. Também refletem o espírito das Doze Tradições e das recomendações da Conferência de Serviços Gerais. De acordo com nossa Tradição de autonomia, exceto em assuntos que afetem outros Grupos ou AA como um todo, a maioria das decisões se toma por meio da consciência coletiva dos membros participantes. O propósito deste Guia é ajudar a tornar esclarecida uma consciência coletiva.

Com o objetivo de atender um anseio de nossa Irmandade, apresentamos uma sugestão para coordenação de reuniões de um Grupo de AA. O bom andamento de uma reunião em um Grupo de AA, qualquer que seja ela, depende do discernimento, do conhecimento e do bom senso do Coordenador (O famoso “jogo de cintura”). Portanto, estamos relacionando, após a sugestão de roteiro, algumas sugestões para balizar o comportamento do Coordenador durante uma reunião. Cada Grupo utilizará aquilo que lhe for conveniente, para elaborar o roteiro para coordenação de suas reuniões.

COORDENAÇÕES DE REUNIÕES – ROTEIRO

ABERTURA:

Boa noite (ou bom dia, boa tarde) a todos. Sejam bem-vindos a mais uma reunião de Alcoólicos Anônimos no Grupo(mencionar o nome do Grupo onde esta ocorrendo a reunião).Meu nome é(mencionar o nome de quem esta coordenando a reunião) e sou alcoólatra (ou alcoólico(a)).Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, afim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de AA não há necessidade de pagar taxa ou mensalidades, somos auto-suficientes, graças as nossas próprias contribuições.Alcoólicos Anônimos não está ligado a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas.

Nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade.Embora Alcoólicos Anônimos não esteja ligado a nenhuma seita ou religião, temos por costume começar e terminar as reuniões de AA no mundo todo com uma breve invocação, conhecida por nós como Oração da Serenidade, e convido a todos que quiserem que me acompanhem, após um instante de silêncio.ORAÇÃO DA SERENIDADE:

Concedei-nos, Senhor, a SERENIDADE necessáriaPara aceitar as coisas que não podemos modificar.CORAGEM, para modificar aquelas que podemos eSABEDORIA para distinguir umas das outras.

PARA SER LIDO, SE FOR OPORTUNO, DE ACORDO COM O TIPO DE REUNIÃO:

Esta é uma reunião ABERTA e podem assistir a ela pessoas não alcoólicas, nossos familiares, amigos ou quaisquer outras que queiram conhecer nosso programa de recuperação.

Esta é uma reunião de Serviço (ou Administrativa) para tratar de assuntos de interesse do Grupo. Ela é FECHADA e somente para membros de AA.Outros tipos de reunião serão anunciadas, de acordo com a disposição do Grupo de realizá-las.

Nesta reunião ouviremos alguns depoimentos de membros de AA. Aquele que estiver dando seu depoimento merece de nós toda consideração e respeito. Lembramos que os depoimentos são pessoais e não refletem necessariamente a opinião da Irmandade de Alcoólicos Anônimos como um todo.

NOTA: As pessoas que chegam pela primeira vez deverão ser tratadas de acordo com o que determina a consciência coletiva do Grupo e com os princípios de Aa. Se o visitante estiver alcoolizado e o Coordenador da Reunião achar por bem ceder a palavra, poderá faze - lo. Se o visitante for um profissional, deverá ser-lhe dada toda atenção, pois poderemos ter a oportunidade de apadrinhar um futuro amigo de AA. O Grupo poderá dispor de algum tempo para transmitir recados do RSG, CTO, ou outro servidor. Poderá faze - lo antes ou depois do intervalo para o café, ou quando suas consciência coletiva determinar.

SÉTIMA TRADIÇÃO(Para ser lido antes do intervalo para o café)

Nossa Sétima Tradição diz: “Todos os Grupos de AA deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora”. Para cumprir essa Tradição passamos uma sacola entre os presentes. Esse dinheiro é utilizado para cobrir as despesas de nosso Grupo, para distribuição gratuita de literatura e para manutenção dos Órgãos de Serviço de AA.

Agora convido todos a saborearem um cafezinho.NOTA: Após o intervalo para o café, a reunião segue normalmente.

ENCERRAMENTO:

TERCEIRA TRADIÇÃO

“Para ser membro de AA o único requisito é o desejo de parar de beber”. Se houver alguém presente com o desejo de fazer parte de nossa Irmandade, considere-se membro. Ao final da reunião procure o Coordenador ou outro servidor, para receber folhetos informativos sobre AA.NOTA: Embora não existam formalidades para o ingresso de membros em AA, alguns Grupos ainda utilizam a entrega de fichas aos novatos. Como em qualquer outro assunto, aqui também prevalece o que determinar a consciência coletiva de cada Grupo.

ANONIMATO:

Nossas Tradições de Anonimato dizem o seguinte:Décima Primeira: “Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção;cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal na impressa, no rádio e em filmes”.Décima Segunda: “O anonimato é o alicerce espiritual de nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades”.

Embora nenhum membro de AA deva jamais revelar a ligação de qualquer outro membro com a Irmandade, Alcoólicos Anônimos não deve ser mantido secreto ou como movimento clandestino. Havendo necessidade, deveríamos estar dispostos a nos identificar como membros de AA, se com isso pudermos estar ajudando alguém.NOTA: Sobre esse assunto, talvez seja oportuno termos a mão o seguinte lembrete:

“Quem você viu aqui,o que você ouvir aqui,quando você sair daqui,deixe que fique aqui”.

Chegamos ao término de mais uma reunião nesse Grupo. Nossa Sacola somou R$ e tivemos a presença de ... companheiros(as)

PARA SER LIDO QUANDO TIVERMOS NOVATOS NA SALA.

Pedimos aos recém-chegados que não deixem levar por qualquer má impressão causada por esta reunião. Visitem-nos mais vezes, pois assim entenderão melhor nossa programação. E tenham certeza de que serão sempre bem-vindos.

Agradecemos a presença de todos e aproveitamos para convidá-los para nossa próxima reunião que será dia(falar o dia da semana) às (falar o horário).Para encerrar nossa reunião, convido a todos que quiserem que me acompanhem, após um instante de silencia, na

ORAÇÃO DA SERENIDADE

Concedei-nos, Senhor, a SERENIDADE necessáriaPara aceitar as coisas que não podemos modificar.CORAGEM para modificar aquelas que podemos eSABEDORIA para distinguir umas das outras.

Boa noite (ou bom dia, boa tarde) e muito obrigado a todos.

19 – ALCOOLISMO

O uso de álcool é conhecido desde os tempos bíblicos, mas passou a ser estudado em 1856 na Suécia pelo especialista, MANGOS-HUS, que aliás, é o autor da expressão “ALCOOLISMO”, que designa uma doença caracterizada pela dependência física e psíquica do álcool.Em 1935, BIL e o Dr. BOB, realizaram a primeira reunião dos Alcoólicos Anônimos, pôr admitirem que também eram impotente perante o álcool, daí então resolveram conscientizar outros Alcoólatras que realmente os mesmos precisavam de ajuda pôr se tratar de uma doença, e não mais pararam com este trabalho. Com isso, espalhou-se pelo mundo todo, grupos de ajuda a todos que sofriam com o problema do alcoolismo e fazendo sofrer a todos que os rodeavam, principalmente os seus familiares, surgindo assim: GRUPOS DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS – AA.O alcoolismo, é uma doença que se manifesta com pequenas doses ingeridas, chegando ao ponto da pessoa perder o controle sobre ela.

Problemas sociais: desajuste no lar, separação conjugal, perda do emprego, incapacidade de desempenhar papéis sociais, endividamento, acidente de trânsito, homicídios, suicídios, demandas legais como: perdas dos filhos por exemplo e as amizades, pois a mesma sociedade que os incentiva a beber é a mesma que os descrimina expulsando-os de seu meio, principalmente no meio FAMILIAR e tornando-se assim um zero a esquerda perante a todos.

Doença física: hepatite, cirrose hepática, depressão, frequência cardíaca acelerada, hipertensão, insônia, pancreatite, gastrite e úlceras estomacal e duodenais, redução da coordenação motora, impotência sexual, lesões celebrais, diabete e outras.É uma doença progressiva e de fins fatais e, se não for tratada, com o passar do tempo compromete a saúde física e mental do indivíduo.

Em resumo: A progressão da doença vai da perda da auto estima, a desagregação da família, a perda do emprego, ao comprometimento orgânico até a internação hospitalar e FINALMENTE, A MORTE.

Não esqueça ainda que a bebida para muitos, é a porta de entrada para as drogas mias fatais, levando ainda mais rápido ao caminho de tudo que foi citado acima!Se você quer ou tem alguém que quer receber ajuda, procure um Grupo de AA.

“SE FOR DE SUA PRÓPRIA INICIATIVA, NÓS ESTAMOS DE BRAÇOS ABERTOS PARA AJUDAR E TAMBÉM SER AJUDADO”.

20 – DOZE SUGESTÕES PARA UMA BOA COORDENAÇÃO

01-Evite tomar ares de “autoridade”. Lembre-se que a função do Coordenador ao liderar a reunião, é zelar pelas Tradições de AA. E as Tradições de AA baseiam-se na HUMILDADE. Portanto procure mentalizar o velho ditado: “que comece por mim”.

02-Antes de aceitar uma coordenação, faça um minucioso inventário moral de si mesmo e veja se está em condições de assumi-la. Sobriedade é um estado de espírito que se transmite e um Coordenador tumultuado ou mal-humorado pode contagiar todo o Grupo.

03-Existe querer bancar o “professor” ou “pregador”. Lembre-se que a cadeira de Coordenador não é tribuna, que uma reunião de AA não é sala de aula e que seus companheiros não são alunos.

04-Não faça análises ou diagnósticos dos companheiros. Esse direito não compete a nós membros de AA. Procure inteirar-se do folheto.”AA em sua Comunidade”.

05-Não faça comentários em relação ao depoimento dos companheiros, salvo quando for solicitado pelo depoente, ou se isso se tornar absolutamente necessário para ajudar, nunca para depreciar ou humilhar. Quanto menos o Coordenador “tagarelar” melhor a reunião.

06-Evite interromper o companheiro, mesmo que ele esteja “falando demais”. Em alguns Grupos o tempo é limitado e você poderá depois falar livremente.

07-Evite dialogar com os companheiros, salvo se a reunião for informal isso, porém, não significa que você não possa perguntar aos novos como estão passando o dia-a-dia.

08-Procure estar sempre atento durante todo o tempo em que transcorrer a reunião. Atento com os que falam, com os que ouvem e também com os que chegam. Alguém pode estar “tumultuando” e, talvez, precisando desabafar.

09-Jamais abuse do direito que o Grupo lhe concedeu ao confiar-lhe a liderança de sua reunião. Procure não criticar o depoimento do companheiro. Lembre-se que você é um simples servidor e, como tal, deve ser sempre um fiel servidor no Grupo.

10-Procure inteirar-se, se a reunião é “aberta” ou “fechada” e se a palavra deve ser “dirigida” ou apenas “franqueada”. Não se esqueça dos novos, dos recém-chegados e dos visitantes, já que geralmente têm algo de novo para nos transmitir. Lembre-se de que uma reunião “aberta” deixa de ser do Grupo para ser de AA, como um todo e que nosso programa é de atração e não de

promoção. Dizem que todo alcoólico é inteligente. Como tal, um Coordenador deve ser membro de AA – um alcoólico portanto.

11-Evite dirigir a reunião a seu bel prazer. Deixe que tudo transcorra naturalmente e que cada um fale livremente. Em AA cada um fala de si.

12-Não complique! A UNIDADE do Grupo deve ser preservada a todo instante e o Coordenador é o guardião dessa UNIDADE. Portanto, é bom lembrar o que diz nossa Primeira Tradição – “ O bem-estar coletivo deve estar em primeiro lugar”. Lembre-se das últimas palavras do Dr. BOB: “MANTENHA AA SIMPLES”.

UMA VISÃO DOS DOZE CONCEITOS PARA SERVIÇOS MUNDIAIS

 Dr. Laís Marques da Silva

Ex-Custódio e Presidente da JUNAAB      Os substantivos definem as idéias. Dizemos que uma questão é substantiva quando ela contém o significado, a substância. Na designação "Doze Conceitos para Serviços Mundiais", temos dois substantivos que devemos analisar detidamente a fim de que possamos compreender a totalidade dos seus conteúdos.     O primeiro é a palavra conceito. Recorrendo ao "Aurélio", vemos que: 1. Em Filosofia, significa a representação de um objeto pelo pensamento, por uma das suas características gerais - abstração, idéia; 2. Ação de formular uma idéia por meio de palavras - definição, caracterização e, 3. Pensamento, idéia, opinião. Estas primeiras acepções nos transmitem o significado da palavra conceito porque respondem às indagações: qual a idéia e qual a sua definição?     O segundo substantivo é a palavra serviço. Com ela já estamos bem familiarizados, pois vivemos numa Irmandade animada pelo espírito de serviço, entendido como o ato de colocar a sobriedade ao alcance de todos os que a desejem. Os serviços definem o AA como o conhecemos e põem os seus membros em contato, em comunicação, com os que precisam de ajuda, os que querem parar de beber.     O serviço em AA compreende tudo o que se venha a realizar para alcançar o alcoólico que ainda sofre e se compõe de uma grande variedade de atividades que vão desde o preparo de uma xícara de café até a manutenção do Escritório de Serviços Gerais. No entanto, o serviço básico, e também a razão primordial da existência de AA, é o de levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. O serviço dá à Irmandade a marca da ação. Alcoólicos Anônimos é uma sociedade de alcoólicos em recuperação e em ação.     Do mesmo modo que o objetivo de cada membro é a sua própria sobriedade, o dos serviços é colocar esta mesma sobriedade ao alcance

de todos os que a desejem; "Cada grupo é animado de um único propósito - o de transmitir a mensagem ao alcoólico que ainda sofre".     O ideal de ajuda se constitui numa importante força de coesão para o grupo porque anima os seus membros em torno de um objetivo comum e, por isso, se torna um sólido alicerce para a Irmandade. Indispensável à Unidade, é a própria essência do Terceiro Legado.

A tarefa de estender a mão àquele que ainda sofre oferece a cada membro um trabalho suficientemente grande para polarizar a imaginação e os esforços dos seus membros e para fazer nascer um profundo sentimento de lealdade em relação ao grupo. "Razões tinham que ser encontradas para manter as pessoas autoritárias e causadoras de atrito em seus devidos lugares. Um adequando comitê de serviços, com considerável pressão, aliado a muito amor e confiança, provou ser a resposta". O serviço traz recompensas imateriais para os que o realizam e é um dos pilares sobre os quais se assenta a recuperação individual.     Voltando ao tema, vemos que os serviços são mundiais e aí muita gente entende que não é da sua alçada em razão do adjetivo mundial, considerado o âmbito restrito da sua atuação individual. Mas os serviços têm uma outra dimensão, a espacial, uma vez que compreendem as ações que se desenvolvem nos grupos, as que são realizadas a nível nacional, as que ultrapassam as fronteiras de um país e as que são executadas a nível internacional. Como a Irmandade está em cerca de 147 países do mundo, os serviços se tornaram realmente mundiais. Assim, o alcance da Irmandade é global e a sua mensagem é dirigida à espécie humana, a todos os que têm problemas com a bebida.     Os Doze Conceitos, ligados ao Terceiro Legado, interessam em especial aos "servidores de confiança", isto é, aos companheiros que se dedicam ao serviço.     Com poucos anos de existência, a Irmandade contava com milhares de grupos, com uma Junta de Serviços Gerias, com uma Conferência e uma Revista. Era necessário, então, estabelecer as relações entre estas essas estruturas. Desta forma, quando o próprio Bill W. idealizou os 12 Conceitos, estabeleceu as relações que visavam, a meu ver, montar um sistema, como se espera que exista numa sociedade como aquela em que vivemos, preocupada com os controles, a retroalimentação e com a reformulação do planejamento. Os Doze Conceitos de AA dão a coesão necessária aos serviços e previnem a existência de superposições e, como tal, evitam dissensões.     Outro ponto que é necessário esclarecer é o conceito de Serviços Gerais. São serviços que os grupos não podem fazer por si mesmos, como: uniformizar, editar e distribuir uma literatura composta de numerosos títulos; fazer um trabalho de informação ao público padronizado a nível nacional; passar a experiência adquirida pelos grupos da nossa Irmandade como um todo aos novos grupos; atender, numa escala maior, aos pedidos de ajuda; publicar a Revista Nacional, etc.

     Há frases que demonstram um grande poder de síntese e que dão uma idéia muito clara das coisas: "Os Passos são para o alcoólico viver e as Tradições são para a Irmandade viver". Uma outra diz que "Os Passos ensinam a viver e as Tradições ensinam a conviver". São frases que, sendo curtas, exibem um grande poder de síntese e encerram uma grande significação. No entanto, em relação aos Conceitos, fica um pouco difícil condensar, fazer uma ponte que os una como um todo. Resta o esforço de tentar costurá-los de modo a transmitir uma idéia condensada, uma visão global do seu conteúdo e é o que passamos a fazer agora.

Conceito I: Nele fica estabelecido que "A responsabilidade final e a autoridade suprema para os serviços mundiais recaem sobre os grupos de AA." "Esta responsabilidade e a conseqüente autoridade foram transferidos para os grupos no decurso da Convenção Internacional de Saint Louis, em 1955". Esta é a idéia do Conceito I.     Conceito II: Em 1955, os grupos delegaram autoridade à Conferência para a manutenção dos serviços mundiais e tornaram a Conferência a verdadeira voz e a consciência efetiva de toda a Irmandade de AA. Com este conceito, o grupo resolve o problema de como encaminhar os assuntos ligados ao serviço, isto é, o faz por meio de um instrumento, que é o da delegação. Desta maneira, delega o seu papel de condutor à Conferência de Serviços Gerais e o faz elegendo um representante de serviços gerais para cada grupo, os quais se reúnem em Assembléia de Área e elegem, anualmente, no caso do Brasil, um delegado por Área que atua em nome de todos os grupos da respectiva Área.     A idéia central deste conceito está na delegação, feita pelos grupos à Conferência, do seu papel de condutor da Irmandade.     Conceito III: Por esse conceito, a "Conferência delega à Junta de Serviços Gerais a autoridade para administrar os assuntos de AA. Estabelece também as relações entre os grupos de AA, a Conferência, a Junta de Serviços Gerais, funcionários e comitês executivos acentuando o tradicional "Direito de Decisão", que pode ser aplicado em praticamente todos os níveis da estrutura de serviços mundiais. Este conceito estabelece também uma relação de confiança nos líderes responsáveis dando-lhes o poder de decisão, levando em conta a sua responsabilidade e autoridade diante dos problemas e das situações que apareçam.     A liderança moderada é a essência do "Direito de Decisão" atribuído aos servidores de confiança. Bill afirmou: "todo o nosso programa dentro de AA repousa no princípio da confiança mútua. Confiamos em Deus, confiamos no AA e confiamos em cada um de nós".     Conceito IV: Trata do "Direito de Participação". Constitui-se numa salvaguarda contra a autoridade absoluta, suprema. É uma garantia de participação, do direito de tomar parte. Cria um mecanismo que impede a existência de membros de "segunda classe". Está em perfeita consonância com a Segunda Tradição. Esse direito está incluído no

Estatuto da Conferência de Serviços Gerais. Com ele, os membros da JUNAAB tornam-se membros votantes na Conferência.     Esse conceito atende a uma necessidade, mais do que a um desejo de pertencer e de participar.     Conceito V: O "Direito de Apelação" garante que uma eventual minoria seja sempre ouvida. Qualquer membro de AA pode exercer este direito, bastando para isso redigir um documento e dirigi-lo à Junta de Serviços Gerais. A outra face desse direito é também muito importante, pois ela faz com que todo o tempo necessário e que todo o cuidado sejam dedicados aos temas em discussão. A minoria bem ouvida representa uma proteção contra uma maioria eventualmente desinformada, precipitada ou irritada. Previne uma possível "tirania" da maioria. Dessa forma, uma maioria simples raramente é suficiente para tomar decisões. Se não se chega a uma substancial maioria, é preferível adiar a decisão ou sair para o "procedimento do Terceiro Legado" ou ainda fazer o sorteio no "chapéu".     Conceito VI: Atribui, em primeiro lugar à Conferência e, depois, à Junta, a responsabilidade de manter serviços mundiais e de decidir sobre assuntos de finanças e de normas de procedimento. Na sua ausência, a Conferência delega autoridade administrativa à Junta. Estabelece que, embora os custódios devam operar sob observação e orientação da Conferência, eles devem funcionar como diretores de uma grande organização de negócios, para o que devem ter ampla autoridade para administrar e conduzir os negócios de AA.     Conceito VII: Por esse conceito, a Conferência reconhece a Ata de Constituição e os Estatutos da Junta de Serviços Gerais como instrumentos legais e lhe dá plenos poderes para administrar e conduzir todos os assuntos dos serviços mundiais de AA.     A Conferência fica com a força da tradição e com o poder do dinheiro e dá à Junta o direito de eleger os seus membros. Assim, estabelece que a escolha dos novos custódios cabe à própria Junta e que esta escolha deve ser submetida à aprovação da Conferência. Assim, a Conferência pode rejeitar, mas não eleger os novos candidatos a custódio. Isto é, preserva à Junta de Custódios o direito de funcionar livre e adequadamente tal como qualquer junta de diretores de negócios. Tudo isso dentro do conceito de "Servidores de Confiança".     Esse conceito estabelece um equilíbrio de poderes entre a Conferência e a Junta, indispensável a uma harmoniosa colaboração. Assim, a Ata de Constituição dá, aos custódios, autoridade legal de tal forma que lhes é possível dizer "não" para o que vem da Conferência, de vetar qualquer das suas ações. No entanto, eles não estão obrigados a usar toda a autoridade e durante o tempo todo. Muitas vezes é mais sensato um sim. Também a Conferência deve evitar o abuso da sua autoridade tradicional.     Conceito VIII: Por ele, os custódios da Junta atuam como planejadores, administradores e executores e, em relação aos serviços

incorporados, exercem supervisão de custódia, podendo eleger os diretores dessas entidades. A Junta delega funções executivas e fica com a supervisão e, para evitar a concentração de dinheiro e de autoridade, as incorporações são mantidas separadas.     Conceito IX: Esse conceito atribui a liderança dos serviços mundiais aos custódios da Junta e os tornam diretamente responsáveis pela nossa Irmandade. Enfatiza também a necessidade de se escolher bons líderes para a estrutura de serviços. As pessoas certas devem ser escolhidas para as muitas tarefas a serem executadas em cada nível de serviço.     "Não importa com que cuidado projetamos a nossa estrutura de serviços em princípios e relações, não importa quão bem repartamos a autoridade e a responsabilidade, os resultados operacionais da nossa estrutura não podem ser melhores do que o desempenho pessoal daqueles que devem servir e fazê-la funcionar. Boa liderança não pode funcionar bem numa estrutura mal planejada ... liderança fraca não pode funcionar nem na melhor das estruturas."     Estabelece ainda que a base da estrutura de serviços repousa em milhares de RSGs, que nomeiam numerosos membros dos Comitês de Área e também tantos outros delegados, além de apreciar os candidatos a custódio das Áreas. A votação se faz pelo método do Terceiro Legado, ou seja, por 2/3 da votação ou por sorteio.     Conceito X: Estabelece a relação entre responsabilidades e limita a extensão. A maior responsabilidade e autoridade estão com os grupos e, por meio deles, com a Conferência. O Conceito I estabelece que a responsabilidade final e a autoridade suprema estão nos grupos e o Conceito II estabelece que eles delegam essa autoridade à Conferência. Esta, por sua vez, pelo Conceito III, delega para a Junta de Serviços Gerais a autoridade para administrar os assuntos de AA.     A autoridade suprema da Conferência nunca deveria ser usada o tempo todo, a não ser numa emergência e isso acontece geralmente quando a autoridade que foi por ela delegada fracassa e precisa ser reorganizada em função da sua deficiência ou porque os limites da autoridade são constantemente ultrapassados.     Além dos dispositivos para igualar autoridade e responsabilidade, esse conceito acrescenta duas garantias: o "Direito de Apelação" e o "Direito de Petição" a fim de assegurar que a minoria tenha uma autoridade correspondente à sua responsabilidade.     A Segunda Tradição define o que se entende por "Consciência de Grupo" como sendo a autoridade final e também fala dos servidores de confiança como tendo autoridade delegada. As definições cuidadosas e o respeito mútuo são indispensáveis para manter o equilíbrio necessário à realização de um trabalho correto e harmonioso.     Conceito XI: Por ele, os custódios devem ter a melhor assistência dos comitês permanentes, dos diretores de serviços incorporados, dos executivos, funcionários e consultores. Nesse conceito, está definida a

atuação dos diversos comitês da Junta, a sua composição, funções e relações.     Conceito XII: Tem o mesmo conteúdo do artigo 12 da Ata de Constituição da Conferência. Estabelece que a Conferência observe o espírito das Tradições de AA; que nunca seja sede de riqueza ou de poder, que tenha fundos suficientes para funcionar, que nenhum membro seja colocado em posição de autoridade absoluta sobre os outros; que as decisões sejam tomadas após discussão, votação e, se possível, substancial unanimidade. Que nenhuma ação seja punitiva ou leve à controvérsia pública; que embora preste serviço, não desempenhe ato de governo, permanecendo democrática em pensamento e ação.     Esse conceito é a base do funcionamento da Conferência e, diferentemente dos 11 precedentes, há para ele um mecanismo de proteção contra mudanças. Isto é importante porque garante o bem-estar geral do AA.     São promessas solenes em que a Conferência se submete às Tradições e dá outras garantias. A prudência é a marca das garantias que protegem a Irmandade contra a riqueza, o prestígio, o poder, etc.     No seu conjunto, os Conceitos definem uma estrutura de serviços, estabelecem ralações entre elas, definem onde ficam a autoridade superior e a responsabilidade maior, estabelecem de modo muito sábio o equilíbrio entre a Conferência e a Junta de Serviços Gerais, cuidam primorosamente da relação entre a responsabilidade e a autoridade, garantem o direito e a atuação das minorias e estabelecem um modo de atuar da Conferência, ditado pela prudência e pela temperança. É um conjunto magistral em que nada ficou faltando, em que tudo que é necessário ao funcionamento harmonioso e eficaz de um imenso organismo foi pensado e sabiamente definido. É um conjunto de normas perfeito e irretocável.