rômulo guilherme · clóvis sorri. e depois trocam um selinhos. seguem juntos e entram. corta...
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 1
RAZÃO E EMOÇÃO
PENÚLTIMO CAPÍTULO
Novela de
Rômulo Guilherme
Criada e escrita por:
Rômulo Guilherme
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 2
CENA 01. JARDIM BOTÂNICO. EXT. TARDE
Continuação imediata. Dora e Lucas.
LUCAS - Não acredito que estou olhando pra você, que
você não morreu. (ansioso) Onde você esteve esse
tempo todo? O que realmente aconteceu?
DORA - Eu descobri que você é o pai do Marcos!
Lucas reage surpreso.
LUCAS - Como você soube?
DORA - Antes da explosão, eu recebi um telefonema do
Raul, que me contou tudo.
LUCAS - Aquele velho pilantra! (T) Eu ia te contar, Dora.
Mas o medo de te perder me travava. Não queria
correr o risco de perder seu amor.
DORA - Até quando achou que conseguiria me esconder
isso?
LUCAS - Perdão, Dora. Eu sei que errei.
DORA - Pode imaginar como eu me senti? O homem que
eu amo, pai do rapaz que provocou o acidente que
matou minha filha? Que tirou um pedaço de mim,
do meu coração?
LUCAS - Mas nos amamos, Dora.
DORA - Aproveitei esse tempo longe de tudo e de todos,
pra entre outras coisas, colocar na balança o que
vale mais: se é a razão ou a emoção. Se vou
conseguir lidar com nossa relação, sabendo dessa
tragédia que nos ligou antes mesmo de nos
conhecer.
LUCAS - Não podemos ficar mais presos ao que passou,
Dora. Eu não tive culpa pelo que o Marcos fez.
DORA - Não estou dizendo que teve. Mas eu ficava me
perguntando se conseguiria olhar pra você e não
me lembrar do Marcos, da punição que ele não
teve.
LUCAS - O Marcos está paraplégico.
DORA - (surpreso) Como assim?
LUCAS - Ele sofreu um acidente e acabou perdendo o
movimento das pernas.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 3
DORA - Eu sinto muito, Lucas. Queria que o Marcos
fosse punido sim, mas respondendo perante a lei
pela sua responsabilidade. E não assim.
Corta para:
CEN 02. AP. LEONEL. INT. TARDE
Sílvia e Leonel continuam conversando.
SÍLVIA - Tem que confiar em mim, Leonel. Preciso de
você do meu lado.
LEONEL - Quantas vezes você já me pediu pra confiar em
você, nos seus planos, e sempre deu merda, deu
ruim?
SÍLVIA - Os planos eram bons. Só não tenho culpa da
Dora ter essa maldita sorte de ter sobrevivido aos
dois planos que armamos.
LEONEL - Já disse e repito: eu não quero ser preso!
SÍLVIA - E acha que eu quero? Por isso mesmo
precisamos dar o fora daqui o mais rápido
possível.
LEONEL - E a boate?
SÍLVIA - Mais cedo ou mais tarde vão descobrir que a
boate foi financiada com os desvios que eu cometi
na joalheria.
Leonel está muito confuso, perdido, sem saber o que fazer.
SÍLVIA - Pensa bem, Leonel. Pegamos a grana que vamos
conseguir com o rapto da menina e nos mandamos
pra Europa. Recomeçar nossa vida juntos, bem
longe daqui.
LEONEL - E como vamos fazer?
SÍLVIA - Vamos pegá-la na porta da escola dela.
Provavelmente é a Nancy quem vai buscá-la...
Sílvia continua contando seu plano pra Leonel.
Corta para:
CENA 03. CONSTRUTORA. SALA RAUL. INT. TARDE
Raul nervoso, alterado, rasga o contrato que Lucas iria assinar. Santiago ali.
SANTIAGO - Calma, Raul. Você vai acabar passando mal.
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Raul tenta se acalmar.
RAUL - Minha vontade é pegar uma arma e dar um tiro
bem na cara daquele pescador desgraçado. Era só
assinar que estava tudo resolvido. Mas não, de
ultima hora deu pra trás, me fazendo de bobo, de
palhaço.
SANTIAGO - Pelo que eu entendi, ele desistiu de assinar o
documento da venda do terreno por causa da
Dora, que está viva.
RAUL - Pouco me importa o motivo dele ter desistido.
SANTIAGO - Aposto que ele resolveu vender tudo pra ir
embora, querendo esquecê-la. E agora que sabe
que ela não morreu, mudou de idéia.
RAUL - O que eu queria era resolver esse assunto de uma
vez por todas. (explode) Que inferno!
SANTIAGO - Nem sempre podemos vencer tudo na vida. Você
precisa reconhecer que perdeu, Raul. Esse
negócio já era.
RAUL - Precisamos arrumar um outro terreno pra
construção do resort o mais rápido possível. Se o
investidor desistir, aí sim teremos um enorme
prejuízo.
Corta para:
CENA 04. ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. RUA. EXT. TARDE
Clóvis está parado em frente a entrada. Respira fundo, se preparando pra
entrar. Virgínia chega de táxi.
VIRGÍNIA - Desculpa pela demora.
CLÓVIS - Vamos entrar, que já devem ter começado.
Clóvis caminha em direção a entrada, quando Virgínia lhe detém.
VIRGÍNIA - Espera.
Virgínia pega nas duas mãos de Clóvis, ficando frente e frente com ele.
VIRGÍNIA - Tenho muito orgulho de você, meu marido.
Estamos juntos nessa!
Clóvis sorri. E depois trocam um selinhos. Seguem juntos e entram.
Corta para:
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CENA 05. ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. INT. TARDE
Homens e mulheres, entre 30 e 60 anos, reunidos em um círculo. Virgínia
ao fundo, sentada observando. Um senhor acaba de terminar de contar sua
experiência e é aplaudido por todos. O líder da reunião fala:
LÍDER - (pra Clóvis) Quer nos contar um pouco sobre
você, Clóvis? Pra que possamos te conhecer
melhor?
Clóvis olha pra Virgínia, que lhe dá apoio, confiança. Clóvis levanta.
CLÓVIS - Boa tarde a todos. Meu nome é Clóvis e eu sou
um alcoólatra!
Clóvis continua dando seu depoimento. Corte descontínuo para todos
aplaudindo Clóvis, ao fim do seu relato. Virgínia levanta e aplaude firme,
orgulhosa. Clóvis fica sem graça.
Corta para:
CENA 06. MANSÃO MAURÍCIO. PISCINA. EXT. TARDE
Cínara e Camila conversam na beira da piscina.
CÍNARA - Se arrependeu por ter se afastado do Cazé?
CAMILA - Não me arrependi, pois sei que fiz o certo. Mas
estou sofrendo, pois o Cazé foi o homem por
quem eu realmente me envolvi, me apaixonei.
CÍNARA - Quem sabe você não encontra um coroa rico pra
te bancar e te dar vida boa?
CAMILA - Não sou apegada a bens materiais como você,
Cínara. Gosto sim de coisa boa, de ganhar
presente, mas sou mais sentimental.
CÍNARA - E eu materialista.
CAMILA - Um buquê de flores me encanta muito mais do
que uma jóia.
CÍNARA - Uma jóia dura. Um buque de flores não. Mas
não sou seca de sentimentos como você deu a
entender. Só que lido com sentimentos de outra
forma.
CAMILA - Está feliz vivendo aqui, nessa mansão?
CÍNARA - Claro. Como eu não poderia estar, vivendo nesse
lugar lindo, com todo conforto que eu sempre
quis?!
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 6
CAMILA - E como anda sua relação com o Maurício?
CÍNARA - Estamos nos dando super bem. Acho até que
pode rolar algo mais.
CAMILA - Como assim?
CÍNARA - (decidida) Vou me casar com o Maurício, minha
amiga. Escuta e escreve o que estou dizendo.
CAMILA - De você eu não duvido de mais nada. Nunca vi
uma pessoa pra ter tanta sorte assim. Nasceu com
o bumbum virado pra lua.
CÍNARA - Sempre fui assim, determinada. Tudo o que eu
queria eu iria atrás. Dando um jeitinho aqui, outro
ali e conseguia.
Corta para:
CENA 07. JARDIM BOTÂNICO. EXT. TARDE
Lucas e Dora caminham, conversando.
LUCAS - Se eu errei, errei por amor, Dora. Estava
disposto a vender meu terreno pro Raul e sumir no
mundo. Ter perdido você, como eu achei que
tinha perdido, me abalou profundamente, tirando
de mim minha felicidade.
DORA - Depois de muito analisar, Lucas, cheguei em
uma conclusão e por isso mesmo que te liguei e te
chamei pra esse encontro.
LUCAS - Se vamos continuar juntos ou não?
DORA - Sim.
LUCAS - (expectativa) E qual decisão você chegou?
Corta para:
1°INTERVALO COMERCIAL
CENA 08. JARDIM BOTÂNICO. EXT. TARDE
Continuação imediata. Lucas na expectativa pela resposta de Dora.
LUCAS - (ansioso) Fala, Dora. Não me deixe nessa
ansiedade e incerteza...
DORA - Eu te amo, Lucas! Ao seu lado eu descobri como
é sentir e viver o verdadeiro amor.
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Lucas sorri, aliviado.
DORA - Preciso de você do meu lado, independente de
qualquer coisa. Quero começar uma página nova
com você, esquecendo tudo de ruim que já nos
aconteceu.
LUCAS - Como é bom ouvir isso, Dora. Saber que você
entendeu, me desculpou e não vai se afastar de
mim.
DORA - Nosso amor é forte, capaz de superar tudo.
Vamos superar qualquer intempéries que a vida
possa colocar em nosso caminho. Juntos, unidos.
LUCAS - Minha vida tinha perdido um pouco do sentido,
da razão sem ter você comigo. Não quero nunca
mais te perder.
DORA - E não vai! Nada mais vai nos separar.
LUCAS - Nada!
Lucas agarra Dora e eles trocam um beijo intenso, cheio de amor, desejo.
Corta para:
CENA 09. QUARTO MOTEL. INT. TARDE
Lucas e Dora na cama, se envolvendo, trocando muitos beijos, caricias, ao
mesmo tempo que vão se amando. Tudo bem delicado, mas mostrando a
intensidade da relação deles. Momento. Corta para:
CENA 10. CASA VIRGÍNIA. SALA. INT. TARDE
Virgínia e Clóvis entram.
VIRGÍNIA - Estão tão orgulhosa de você, Clóvis. Falou tão
bonito. Eu fiquei toda emocionada.
CLÓVIS - Você quem me deu forças, Virgínia. Saber que
eu tenho seu apóia não me deixa voltar atrás e
desistir.
VIRGÍNIA - Eu já disse que te amo?
CLÓVIS - Hoje acho que ainda não.
VIRGÍNIA - Então eu vou dizer: eu te amo e sempre vou estar
do seu lado. E pra comemorar o seu retorno aos
alcoólicos anônimos, vou fazer pro jantar aquele
bife de panela que você tanto gosta.
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CLÓVIS - A bebida fica por minha conta.
Virgínia solta um olhar de estranheza.
CLÓVIS - Uma gostosa e gelada laranjada!
Eles riem e vão juntos pra cozinha.
Corta para:
CENA 11. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
Gerais da cidade. Corta para:
CENA 12. CASA HEITOR. SALA. INT. NOITE
Heitor e Cíntia tomam vinho comendo fundue de queijo.
CÍNTIA - Adoro esse fundue de queijo que você faz. Até
esqueço da minha dieta.
HEITOR - Você não precisa de dieta. Está linda assim.
Eles se beijam.
HEITOR - Como o Marcos está?
CÍNTIA - Logo já vai ter alta. E aí começa uma nova
etapa, pra que ele aprenda a lidar com sua nova
condição de não ter mais os movimentos das
pernas.
HEITOR - O Marcos é forte. Ele vai conseguir superar essa
complicada situação que está vivendo.
CÍNTIA - Meu medo é que ele se deprime. Está tão
revoltado e inconformado.
HEITOR - Mas é normal essa revolta, Cíntia. Tem que dar
tempo pra ele conseguir colocar a cabeça no lugar.
CÍNTIA - Se a Amanda não voltar pra ele, vai ficar ainda
mais complicado ele enfrentar tudo que precisará
enfrentar. Ele realmente se apaixonou e está
sofrendo.
HEITOR - Dor de amor. Quem nunca viveu essa dor?
CÍNTIA - Só quem nunca amou de verdade. Estou pedindo
muito pra que Deus ilumine os pensamentos da
Amanda e que ela possa voltar pro Marcos.
Heitor serve mais vinho pra ele e Cíntia.
CÍNTIA - (brinca) Vamos ficar bêbados assim. Amanhã
temos que trabalhar...
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 9
HEITOR - Cíntia, eu preciso te contar uma coisa. Mas antes
de começar a falar, eu peço pra que você me
escute até o fim, antes de criar qualquer
julgamento pelo que vou falar.
CÍNTIA - Você está me assustando assim.
HEITOR - Nunca escondi de você a vontade que eu tinha
de ser pai. E aparece uma oportunidade disso se
concretizar.
Cíntia se agita.
CÍNTIA - (reage) Tá querendo dizer que você me traiu?
HEITOR - Calma, deixa eu explicar. (T) A Luíza me
perguntou se eu poderia doar material, sêmen, pra
que ela pudesse conseguir engravidar, diante das
tentativas frustradas que ele vinha tendo. E eu vi
nessa oportunidade uma forma de conseguir
realizar meu sonho de ser pai, mesmo tendo
ficado claro entre nos dois que eu não iria ter
contato com a criança como pai. A Luíza queria
uma gravidez independente. Mas mesmo assim eu
iria ser pai, deixar um descente. Minha vida não
terminaria quando eu me fosse desse mundo.
CÍNTIA - Que história louca, Heitor. Então você doou seu
sêmen pra que ela engravidasse?
HEITOR - Sim.
CÍNTIA - Então ela espera um filho seu?
HEITOR - Sim.
Cíntia levanta, anda de um lado pro outro, querendo assimilar o que acabou
de ouvir.
CÍNTIA - E quem me garante que essa história aconteceu
desse jeito mesmo, Heitor? Quem me garante que
vocês dois não ficaram juntos, não transaram?
HEITOR - A confiança que eu acredito que você tenha em
mim! Por qual motivo eu iria te contar isso, se não
fosse desse jeito que estou te falando? Você nunca
saberia de nada, Cíntia.
CÍNTIA - Não sei. E por que então está me contando isso?
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 10
HEITOR - A Luíza mudou de idéia e resolveu compartilhar
comigo esse momento tão bonito que é ter um
filho. O filho que antes queria criar sozinha, agora
ela quer compartilhar comigo os momentos que só
um pai e uma mãe conseguem passar quando têm
um filho. E eu não podia esconder isso de você, a
mulher que eu amo.
CÍNTIA - Espera. Deixa eu colocar minha cabeça no lugar
e ver se eu entendi: você e a Luíza vão criar esse
filho, que foi concebido por inseminação, juntos,
mas ao mesmo tempo separados?
HEITOR - Como um casal que se divorcia amigavelmente,
onde o pai tem toda liberdade de ver e pegar os
filhos quando quiser, apenas avisando antes.
CÍNTIA - (mexida) Poxa, eu realmente não sei o que dizer.
Cíntia, pensativa, vai até a janela. Heitor aproxima-se dela.
HEITOR - Só não quero te perder e não quero que você
encara o que aconteceu como uma traição. Foi
apenas um gesto de amizade, diante do pedido de
uma grande amiga.
CÍNTIA - Vejo nos seus olhos a verdade de tudo o que
você está me dizendo, Heitor. Você pode até não
saber, mas é transparente como água limpa. Não
consegue mentir, dissimular, como tantas outras
pessoas consegue, mesmo sendo um excelente
advogado. Eu não conseguiria mesmo realizar seu
sonho, já que não posso mais ter filho. E privar
alguém da realização de um sonho é algo que
ninguém tem o direito.
HEITOR - Nunca, em nenhum momento, eu pensei em ter
algo com ela. Só pensei nessa possibilidade ser
pai, de uma forma meio torta, mas deixando um
filho nesse mundo.
Cíntia fica mais tranqüila e consegue encara a situação de uma maneira
mais leve e conformada.
CÍNTIA - É menino ou menina?
HEITOR - Ela ainda não sabe o sexo.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 11
CÍNTIA - Então, eu serei a madrastra?
HEITOR - Boadrasta fica melhor.
Eles riem, descontraídos.
HEITOR - Você me perdoa por ter escondido isso de você?
CÍNTIA - Perdôo. Só te peço pra nunca mais esconder
nada de mim.
HEITOR - Claro. Não quero correr o risco de te perder.
Os dois se abraçam.
HEITOR - Obrigado, meu amor. eu sabia que você iria
entender e que ficaria do meu lado.
CÍNTIA - Isso porque eu sou muito cabeça aberta e porque
eu te amo!
Corte descontínuo para eles levantando suas taças.
HEITOR - Um brinde ao nosso amor e nossa felicidade.
CÍNTIA - Que durem eternamente!
Eles brindam e depois se beijam.
Corta para:
CENA 13. QUARTO CAROLINA. INT. NOITE
Carolina, vestida pro jantar, está diante do espelho.
CAROLINA - Se é como vilã que eles me definem. Vou agir
como uma verdadeira vilã age!
Corta para:
2° INTERVALO COMERCIAL
CENA 14. MANSÃO RAUL. SALA JANTAR. INT. NOITE
Mesa preparada pro jantar. Quatro lugares na mesa. Cleide terminando de
arrumar os pratos, que são brancos, talheres e taças. Carolina aparece.
CAROLINA - Ainda não foi embora, Cleide?
CLEIDE - Estava terminando de arrumar.
Carolina dá uma olhada por alto.
CAROLINA - Está perfeito. E o jantar?
CLEIDE - Já deixei tudo pronto.
CAROLINA - Ótimo. Agora vai e aproveita.
CLEIDE - Com licença.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 12
Carolina espera Cleide sair. Após verificar que está sozinha, tira do dentro
do seu sutiã um pequeno vidrinho, contendo um pó branco. Ela despeja o
pó nos pratos onde Raul senta e onde ela vai indicar Mafalda pra sentar.
Fica satisfeita. Assim que acaba de guardar o vidrinho no mesmo lugar
onde estava, Raul entra.
RAUL - Desculpe pelo atraso, mas como sempre a culpa
é desse trânsito infernal.
CAROLINA - Tudo bem. Vai tomar seu banho e se aprontar. Já
separei sua roupa.
RAUL - Não demoro.
Raul dá um selinho em Carolina e sobe. Carolina fica com um olhar
maquiavélico.
Corta para:
CENA 15. QUARTO MAFALDA. INT. NOITE
Mafalda acaba de colocar um colar e se ajeita em frente ao espelho.
Jeferson aparece.
JEFERSON - Aonde vai toda bonitona desse jeito? Ah, já sei.
Vai se encontrar com o Raul?
MAFALDA - Vou num jantar na casa dele.
JEFERSON - (estranha) Você, o Raul e a mulher dele?
MAFALDA - Pra todos efeitos somos só amigos.
JEFERSON - Que situação, mãe.
MAFALDA - Sei que é errado. Não é legal o que estou
fazendo e nem exemplo pra você, que é meu filho.
Mas nem sempre conseguimos controlar tudo na
vida. Algumas vezes situações acabam fugindo do
nosso controle.
JEFERSON - Tudo bem. Não estou te julgando. Já fiz muitas
coisas que sei que foram errados, mas deixa pra
lá. (T) Eu já arrumei minha mala.
MAFALDA - Fico triste de você estar indo morar fora, mas ao
tempo feliz em saber que você está dando um
grande passo na sua vida. Sinto que você está
mais maduro, Jeferson.
JEFERSON - Só queria que a Nicole estivesse aqui comigo.
MAFALDA - Você vai arrumar alguém que te ame de verdade.
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JEFERSON - Ela me disse a mesma coisa.
MAFALDA - Se ela te disse isso, é porque ainda ficou uma
amizade entre vocês. E muitas vezes uma amizade
acaba sendo mais interessante do que um amor.
Corta para:
CENA 16. ANGRA. EXTERIOR. NOITE
Planos gerais. Corta para:
CENA 17. CASA LUCAS. INT. NOITE
Lucas, Chico e Suelen.
LUCAS - Eu desisti de vender tudo!
Chico e Suelen ficam felizes e animados com a notícia.
CHICO - Tá querendo dizer que não vai mais embora?
SUELEN - É isso, Lucas? Você vai ficar?
LUCAS - Isso mesmo!
Suelen abraça Lucas.
SUELEN - Eu sabia que você ia cair em si e perceber que
era uma burrada o que você estava fazendo.
CHICO - Fico muito feliz por você ter voltado atrás em
sua decisão, Lucas. Mas você estava tão
determinado. O que foi que aconteceu pra você
mudar de idéia?
LUCAS - Aconteceu: a Dora está viva!
SUELEN - (sem acreditar) Como é? Ela não está morta?
LUCAS - Na hora que eu ia assinar os documentos, ela me
liga. Eu fiquei em choque.
CHICO - Que mulher de sorte. Deve ser filha de Iemanjá
pra ter toda proteção.
LUCAS - Bota proteção nisso.
SUELEN - (decepcionada) Então vocês estão juntos
novamente?
LUCAS - Mais fortes do que antes, agora que ela já sabe
que sou pai do Marcos.
Corta para:
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 14
CENA 18. ANGRA. PRAIA. INT. NOITE
Suelen e Lucas conversam.
SUELEN - Isso então é o fim? O fim da nossa história?
LUCAS - Nossa história acabou há muito tempo, Suelen.
Se é que um dia tivemos realmente uma história.
SUELEN - Não jogue areia no que aconteceu entre nos dois.
Pois se não foi importante pra você, pra mim foi.
LUCAS - Ninguém manda no coração. Ninguém escolhe
por quem se apaixonar.
SUELEN - Eu sei disso e sinto isso na pele. Amando e não
sendo amada. E agora, diante dessa novidade, eu
tomei uma decisão: eu vou embora daqui.
LUCAS - Acha que isso vai ser melhor pra você?
SUELEN - Não sei. Só sei que cansei. Não vou agüentar ver
diariamente você e a Dora juntos, feliz, enquanto
eu fico chupando dedo.
LUCAS - Eu te apoio. Não pra te ver longe daqui, de mim,
nem da Dora. Mas eu acho que você precisa
expandir seus horizontes, conhecer mais o mundo.
A tanta coisa pra ser vivida, conhecida,
explorada... Quem sabe um grande amor não está
reservado pra você em algum cantinho desse país
e até desse mundo?!
SUELEN - Eu sempre vou te amar, Lucas. Meu amor por
você será eterno e tudo o que vivi do seu lado, os
momentos bons, ficará guardado dentro de mim,
em uma caixinha especial.
Corta para:
CENA 19. QUARTO DORA. INT. NOITE
Nancy e Dora sentadas na cama, conversando.
DORA - Ficou tudo esclarecido entre nos dois.
NANCY - Que bom, minha querida. Um relacionamento
com mentiras, não tem futuro.
DORA - Senti que estamos mais fortes agora, mais unidos
do que nunca estivemos.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 15
NANCY - E você vai mesmo morar com ele? Vender a
joalheria e morar em Angra, como eram seus
planos antes do acidente?
DORA - Isso mesmo. Vender a Creont’s, símbolo de
luxo, de poder, mas que gerou a cobiça e a inveja
da Sílvia, a ponto dela querer me matar e
recomeçar minha vida ao lado do Lucas e com
minha filha.
NANCY - Vou sentir muita falta de você, da Letícia. Mas
te dou todo meu apoio. A vida é muita curta e
precisa ser vivida plenamente, principalmente
quando se descobre o verdadeiro amor.
DORA - Eu tenho a certeza que minha felicidade é ao
lado do Lucas. Mas antes de mais nada, preciso
colocar a Sílvia atrás das grades. Prender essa
bandida, que infelizmente é minha irmã, e o seu
cúmplice. Amanhã mesmo irei na delegacia,
contar tudo o que descobri.
Nancy pega na mão de Dora.
NANCY - Tudo vai terminar bem. Confia!
DORA - Se Deus quiser.
NANCY - Você merece.
Corta para:
CENA 20. AP. LEONEL. INT. NOITE
Sílvia está recostada na cama, distante, pensando no plano que vai colocar
em ação amanhã.
SÍLVIA - A vida da sua filha vai ficar em minhas mãos,
Dora. Se eu não pude te destruir de um jeito, te
destruo de outro, tirando a vida da Letícia, por
quem criou todo esse afeto e trata como se fosse
filha de sangue. Vou acabar com você de dentro
pra fora.
Leonel vem do banheiro, de banho tomado.
LEONEL - Nem vou perguntar o que se passa nessa sua
mente criminosa, pois sei que não é algo bom.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 16
SÍLVIA - Estou pensando no futuro, meu querido. No
nosso futuro bem longe daqui, na Europa. Sempre
quis morar na França. É um destino meio batido,
mas sempre me encantou...
Corta para:
CENA 21. PIZZARIA. RUA. EXT. NOITE
Gustavo, no celular, caminha em direção ao seu carro, segurando uma
pizza.
GUSTAVO - (cel.) Tô levando uma pizza pra gente. Daqui a
pouco chego aí.
Corta para:
CENA 22. QUARTO EDUARDO. INT. NOITE
Eduardo no berço. Inês no celular.
INÊS - (cel.) Tudo bem. Estou te esperando.
Inês desliga.
INÊS - (pra Eduardo) O tio Gustavo está a caminho.
Vamos comer pizza!
Corta para:
CENA 23. MANSÃO RAUL. SALA. INT. NOITE
Raul serve bebidas pra Mafalda e Carolina, que estão no sofá e depois se
junta a elas.
CAROLINA - Uma pena a Luíza não poder vir. Ligou pouco
antes de você chegar avisando que não viria,
Mafalda.
MAFALDA - Mas está tudo bem com ela?
CAROLINA - Está enjoada. Coisa de gravidez...
RAUL - Muita coragem da Luíza ter um filho a essa
altura do campeonato e ainda por cima sozinha.
CAROLINA - Ela sempre foi independente. E com esse filho
não seria diferente.
MAFALDA - Achei muito bonito e corajoso da parte dela. Era
um sonho antigo que ela tinha.
CAROLINA - E quantas mães não criam seus filhos sozinhas e
se saem super bem?! Foi-se o tempo que a mulher
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 17
era dependente de homem, que necessitava da
presença de vocês do nosso lado.
RAUL - Mas faz falta a presença de um pai na vida de
uma criança, independente se for menino ou
menina.
MAFALDA - O que importa é a felicidade.
RAUL - Vamos jantar então? estou morrendo de fome.
CAROLINA - Vamos.
Corta para:
CENA 24. MANSÃO RAUL. SALA JANTAR. INT. NOITE
Raul vai sentar na ponta na mesa. Mafalda encaminha-se pra se sentar em
outro lugar, diferente do que Carolina armou.
CAROLINA - Sente-se aqui, querida. Jantar com lugar
marcado.
Mafalda senta-se na cadeira que Carolina indica.
CAROLINA - Vou tirar o prato da Luíza. Ela não vem mesmo.
RAUL - Deixa. O Gustavo deve chegar e se juntar a nós.
CAROLINA - Eu liguei e ele me disse que iria pra casa da Inês
depois de sair do fórum.
Corte descontínuo para Carolina colocando na mesa a travessa com salada.
Mesa já posta com os pratos que eles vão jantar.
MAFALDA - Não quer mesmo que eu lhe ajude, Carolina?
CAROLINA - Não precisa. Já terminei.
Carolina senta-se.
CAROLINA - Você é minha convida. Deixa que eu lhe sirva.
Mafalda entrega seu prato pra Carolina, que lhe serve. Sente algo estranho
no ar. Corte descontínuo para os três jantando.
CAROLINA - Então, gostaram do tempero que coloquei
especialmente no prato de vocês?
Raul e Mafalda trocam olhares, sem entenderem nada.
MAFALDA - Que tempero?
CAROLINA - Veneno!
Raul acha que é uma piada de Carolina.
RAUL - Não teve graça, Carolina.
CAROLINA - Me inspirei em Romeu e Julieta. O casal de
amantes, que morrem juntos.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 18
RAUL - Que conversa é essa, Carolina?
MAFALDA - Ela já sabe de tudo, Raul. Não percebeu?
CAROLINA - Exatamente! Eu descobri que vocês dois tem um
caso, que me traíram debaixo do meu nariz, me
fazendo de boba, rindo pelas minhas costas,
enquanto se divertiam juntos.
RAUL - Vamos conversar civilizadamente.
CAROLINA - Não vai ter conversa nenhum, pois não vai dar
tempo. Logo vocês vão começar a sentir o efeito
do veneno que coloquei no prato de vocês. Vão
ficar sem ar, sentindo a garganta fechar, e pronto.
Vão ficarem juntos eternamente, se possível
queimando no buraco mais fundo do inferno.
MAFALDA - Então isso foi uma armação?
CAROLINA - Que vocês dois nem se deram conta.
Carolina levanta, se divertindo com a situação.
CAROLINA - Agora preciso ir. Queria muito ficar pra ver
vocês dois se estrebuchando como dois animais,
mas não posso mais perder tempo aqui.
Carolina saí.
RAUL - Precisamos chamar uma ambulância...
Raul e Mafalda começam a sentirem os efeitos do veneno. A dificuldade
pra respirar, o corpo ficando fraco e caem no chão desacordados.
Momento.
Corta para:
CENA 25. QUARTO CAROLINA. INT. NOITE
Carolina coloca um sobretudo, veste sua luva, pega sua arma, verifica as
balas, guarda e depois pega sua pequena mala, saindo apressada.
Corta para:
CENA 26. CARRO CAROLINA. INT. NOITE
Carolina dirige em alta velocidade, mostrando sua pressa de chegar ao
destino. Corta para:
CENA 27. AP. INÊS. SALA. INT. NOITE
Inês vem do quarto de Eduardo, indo abrir a porta, já falando:
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 19
INÊS - Veio rápido...
Inês, achando que é Gustavo, dá de cara com Carolina, lhe apontando uma
arma. Leva um grande susto.
INÊS - (assustada) Que isso, Carolina?
CAROLINA - Entra.
Inês entra e Carolina fecha a porta.
CAROLINA - Onde está meu neto?
INÊS - No quarto. O que você vai fazer?
CAROLINA - É comigo que o Eduardo vai ficar. Vou levar
meu neto pra bem longe daqui.
INÊS - Você está louca, Carolina!
CAROLINA - Minha vontade é atirar em você, conseguir me
livrar de você como eu queria há muito tempo e
que quase consegui quando mandei sabotar o seu
carro.
INÊS - (em choque) Então você a responsável por ter
provocado o acidente que matou a Lívia?
CAROLINA - Era pra você ter morrido e não minha filha. Não
podia imaginar que a Lívia iria pegar seu carro
justo naquele dia.
INÊS - Você posa de sofisticada, de madame, mas não
passa de um monte de lixo, uma criminosa,
bandida. Nem seu marido te agüenta mais, tanto
que está se envolvendo com outra mulher.
Carolina dá um tapa em Inês.
CAROLINA - (grita) Cala a boca! Não me faz mudar de idéia e
meter uma bala em sua testa. (T) Anda, vai pro
seu quarto.
Inês caminha em direção ao seu quarto, tendo Carolina atrás, apontando a
arma. CAM detalha o celular de Inês em cima da mesa.
Corta para:
CENA 28. QUARTO INÊS. INT. NOITE
Inês entra no quarto. Carolina atrás.
CAROLINA - Você tem que me agradecer por eu te deixar
viva.
INÊS - Você vai ser presa. Não vai escapar dessa.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 20
CAROLINA - Eu sou rica! Tenho direito pra desaparecer no
mundo.
Carolina tira a chave da porta e tranca Inês no quarto.
Corta para:
CENA 29. QUARTO EDUARDO. INT. NOITE
Antes de entrar no quarto, Carolina esconde sua arma em um dos bolsos do
seu sobretudo. Vai até o berço e pega Eduardo.
CAROLINA - Meu netinho vai dar um passeio com a vovó.
Agora será só eu e você.
Carolina dá um beijinho em Eduardo e saí rapidamente.
Corta para:
CENA 30. AP. INÊS. RUA. EXT. NOITE
Carolina saí apressada com seu carro. Passa uns segundos, Gustavo chega e
estaciona. Saí do carro segurando a pizza. Corta para:
CENA 31. AP. INÊS. SALA. INT. NOITE
Gustavo chega e estranha vendo a porta aberta. Entra cauteloso.
GUSTAVO - Inês?
Corta rápido para:
CENA 32. QUARTO INÊS. INT. NOITE
Inês sentada na cama, chorando muito, escuta a voz de Gustavo e se agita.
INÊS - Aqui no meu quarto. Estou presa.
Corta para:
CENA 33. AP. INÊS. CORREDOR. INT. NOITE
Gustavo na frente da porta.
INÊS - (off) Sua mãe me prendeu aqui. Ela levou o
Eduardo.
Gustavo reage surpreso.
GUSTAVO - Se afasta da porta. Eu vou arrombá-la.
Gustavo começa a forçar a porta, até que consegue abri-la. Inês lhe abraça
forte.
GUSTAVO - Me explica o que está acontecendo.
INÊS - O Eduardo.
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 21
Inês corre em direção ao quarto de Eduardo. Gustavo atrás.
Corta para:
CENA 34. QUARTO EDUARDO. INT. NOITE
Os dois entram no quarto. Pra desespero de Inês, Eduardo não está mais no
berço.
INÊS - Ele fugiu com meu filho!
GUSTAVO - O que está acontecendo, Inês? Não estou
entendendo nada.
INÊS - Sua mãe está louca, Gustavo. Ela chegou aqui
me apontando uma arma...
GUSTAVO - (surpreso) Arma?
INÊS - (continua) Me prendeu no quarto e levou o
Eduardo embora.
GUSTAVO - Que louca, meu Deus. A que ponto minha mãe
chegou.
INÊS - Temos que fazer alguma coisa.
GUSTAVO - Claro. Vou ligar pra polícia, pra que eles dêem o
alerta na rodoviária, nos aeroportos, nas estradas...
Minha mãe não vai conseguir fugir com o
Eduardo.
Gustavo pega seu celular, disca.
GUSTAVO - (cel.) Alô? É da polícia?
Gustavo, falando sem áudio, afasta-se. Inês pega um porta retrato com uma
foto onde aparece com Lívia e Eduardo.
INÊS - Proteja o nosso filho, Lívia. Não deixe que nada
de ruim lhe aconteça.
Corta para:
CENA 35. CARRO CAROLINA. INT. NOITE
Carolina dirige. Olha pelo retrovisor Eduardo, tranqüilo, na cadeirinha.
CAROLINA - Vai ficar tudo bem, meu neto. Vovó te ama!
Corta para:
CENA 36. AEROPORTO. SAGUÃO. INT. NOITE
Carolina, segurando Eduardo e sua mala, caminha apressada. Um delegado
federal passa a informação sobre o rapto de Eduardo pra policias federais,
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Razão e Emoção Capítulo 62 Pág: 22
que logo se espalham, atentos as características que lhe foram passados de
Carolina e de Eduardo. Carolina chega ao balcão da companhia aérea.
CAROLINA - Duas passagens áreas pra Belo Horizonte.
FUNCIONÁRIA - Documentos, por favor.
Quando Carolina prepara-se pra pegar os documentos em sua bolsa, dois
policiais aparecem atrás dela.
POLÍCIA - Carolina Fragoso?
Carolina gela, mas mantém-se firme.
CAROLINA - Sou eu mesma.
POLÍCIA - A senhora está presa!
Da surpresa de Carolina, corta para:
FIM DO CAPÍTULO