gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTEGRADO EM SAÚDE COLETIVA Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós-parto entre mulheres atendidas no pré-natal pela estratégia de saúde da família no Recife-PE Cynthia Nunes de Oliveira Brito Recife 2013

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Page 1: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTEGRADO EM SAÚDE COLETIVA

Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós-parto entre

mulheres atendidas no pré-natal pela estratégia de saúde da família no

Recife-PE

Cynthia Nunes de Oliveira Brito

Recife

2013

Page 2: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

Cynthia Nunes de Oliveira Brito

Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós-parto entre

mulheres atendidas no pré-natal pela estratégia de saúde da família no

Recife-PE

Orientadora: Profa. Dra. Sandra Valongueiro Alves

Coorientadora: Profa. Dra. Ana Bernarda Ludermir

RECIFE

2013

Dissertação apresentada ao curso de

mestrado do Programa de Pós-

Graduação Integrado em Saúde Coletiva

do Departamento de Medicina Social da

Universidade Federal de Pernambuco,

como requisito obrigatório para

obtenção do título de mestre em Saúde

Coletiva.

Área de concentração: Epidemiologia

Epidemiologia

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Catalogação na Publicação

Bibliotecária: Mônica Uchôa, CRB4-1010

B862g Brito, Cynthia Nunes de Oliveira. Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós-parto

entre mulheres atendidas no pré-natal pela estratégia de saúde da família no Recife-PE / Cynthia Nunes de Oliveira Brito. – Recife: O autor, 2013.

98 f.: il. ; tab.; quadr.; 30 cm.

Orientadora: Sandra Valongueiro Alves. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CCS, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2013.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Gravidez não desejada. 2. Depressão pós-parto. 3. Estudos de coortes. I. Alves, Sandra Valongueiro (Orientadora). II. Título. 614 CDD (23.ed.) UFPE (CCS2013-033)

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RELATÓRIO DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE DISSERTAÇÃO DO(A) MESTRAND(O)A

CYNTHIA NUNES DE OLIVEIRA BRITO

No dia 21 de fevereiro de 2013, às 10h, na no Auditório do NUSP – Núcleo de Saúde Pública da

Universidade Federal de Pernambuco, os professores: Sandra Valongueiro Alves (Doutor(a) do

Hospital das Clínicas da UFPE – Orientador(a)) Membro Interno, Olímpio Barbosa de Moraes Filho

(Doutor(a) do Departamento Materno Infantil da UPE) Membro Externo e Amaury Cantilino da Silva

Junior (Doutor(a) do Departamento de Neuropsiquiatria da UFPE) Membro Externo, componentes da

Banca Examinadora, em sessão pública, argüíram o(a) mestrando(a) Cynthia Nunes de Oliveira Brito,

sobre a sua Dissertação intitulada: “Gravidez não pretendida e sua associação com Depressão

Pós-parto entre mulheres atendidas no pré-natal da Estratégia de Saúde da Família no Recife-

PE". Ao final da argüição de cada membro da Banca Examinadora e resposta do(a)

Mestrando(a), as seguintes menções foram publicamente fornecidas.

Prof. Dr. Amaury Cantilino da Silva Junior

Prof. Dr. Olímpio Barbosa de Moraes Filho

Profa. Dra. Sandra Valongueiro Alves

_________________________________________________

Prof. Dr. Amaury Cantilino da Silva Junior

_________________________________________________

Prof. Dr. Olímpio Barbosa de Moraes Filho

_________________________________________________

Profa. Dra. Sandra Valongueiro Alves

Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde

Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal de Pernambuco

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A meus pais, meus primeiros e

eternos professores.

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AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, Sandra Valongueiro, pelo conhecimento transmitido, pelas experiências

trocadas, pelas inúmeras horas de dedicação a este trabalho, sempre com um sorriso rosto.

A Ana Bernarda, pela paciência e disponibilidade em me guiar pelo fascinante mundo da

epidemiologia e da estatística.

Aos professores do PPGISC, que me ajudaram a desenvolver um novo olhar sobre a Saúde

Pública.

A Moreira e Isabel, pela competência, prestatividade e alegria na orientação das questões

burocráticas.

Aos colegas do mestrado, pelas alegres e agradáveis horas de convivência, que ajudaram a

tornar o caminho mais fácil.

Ao meu marido, Maximiliano, grande incentivador das minhas conquistas científicas e amor

da minha vida.

A minha irmã, Sarah Priscilla, pela preciosa ajuda nessa dissertação, e a Rachel e Ana

Patrícia, pelo apoio.

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e desvelo dedicados à minha educação.

A Deus, autor da vida, que me guia e consola nos momentos difíceis.

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RESUMO

A gravidez não pretendida é um tema de grande importância para a saúde pública, e embora

venha recebendo cada vez mais atenção por parte dos pesquisadores, pouco se sabe sobre seus

determinantes e fatores associados, entre eles, a depressão pós-parto. Este é um estudo de

coorte prospectivo realizado de julho de 2005 a dezembro de 2006, que teve por objetivo

analisar a associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto entre mulheres

cadastradas no pré-natal da Estratégia de Saúde da Família do Distrito Sanitário II na cidade

do Recife. Foram entrevistadas durante a gestação e o puerpério 1.056 mulheres. A análise

dos dados foi feita por meio da regressão logística, incluindo-se no modelo variáveis

associadas à exposição e ao desfecho de acordo com a literatura. A prevalência estimada de

depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%.

Observou-se associação entre ambas (OR=1,74 IC 95%: 1,30 – 2,34), que se manteve após

ajuste para variáveis potencialmente confundidoras (escore no SRQ-20, comportamento

controlador do parceiro, apoio social e paridade), embora com menor magnitude (OR=1,42 IC

95%: 1,03-1,97). Retirando-se do modelo a variável “escore no SRQ-20”, observou-se uma

razão de chances maior, que permaneceu significativa (OR=1,48 IC 95%: 1,09-2,01). É

possível que escores elevados nessa escala durante a gestação sejam resultado de uma

gravidez não pretendida, e a sua inclusão no modelo tenha subestimado a associação.

Palavras-chave: Gravidez não desejada. Depressão pós-parto. Estudos de coortes.

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ABSTRACT

Unintended pregnancy is an issue of great importance to public health, and however it has

received increasing attention from researchers, little is known about its determinants and

associated factors such Postpartum Depression. This prospective cohort study conducted from

July 2005 to December 2006 aimed to analyze the association between unintended pregnancy

and postpartum depression in women attending prenatal care at Family Health Program of the

2nd

. Health District of the city of Recife. The study population, 1056 women aged 18 to 49

years old, were interviewed during their pregnancy and at postpartum period. Data analysis

was made using logistic regression. The variables included in the model were associated with

exposure and outcome according to literature. The estimated prevalence of Postpartum

Depression was 25.9%, and the estimated frequency of Unintended Pregnancy, 60.2%. We

observed an association between both (OR = 1.74 95% IC: 1.30 - 2.34), wich remained after

adjustment for potentially confounding variables (score on the SRQ-20, partner´s controlling

behavior, social support and parity), albeit to a smaller magnitude (OR = 1.42 95% IC: 1.03 -

1.97). Removing SRQ-20 from the model, we observed higher odds ratio, which remained

statisticaly significant (OR = 1.48 95% CI: 1.09 to 2.01). It is possible that high scores on this

scale during pregnancy has been result of an unintended pregnancy, and their inclusion in the

model has underestimated the association.

Keywords: Unintended pregnancy. Postpartum depression. Cohort study.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características socioeconômicas e demográficas das mulheres entrevistadas no DS

II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 2 – Tabela 2. Variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social das mulheres entrevistadas no

DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 3 – Variáveis relativas à saúde mental das mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE,

2005-2006

Tabela 4 – Classificação das gestações de acordo com a pretensão de gravidez das mulheres

entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 5 – Prevalência de depressão pós-parto de acordo com a EPDS entre as mulheres entrevistadas

no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 6 – Associação entre gravidez não pretendida e características socioeconômicas e

demográficas das mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 7 – Associação entre gravidez não pretendida e variáveis relacionadas ao parceiro e apoio

social entre as mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 8 – Associação entre gravidez não pretendida e variáveis relacionadas à saúde mental entre as

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 9 – Associação entre gravidez não pretendida e paridade entre as mulheres entrevistadas no

DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 10 – Associação entre depressão pós-parto e variáveis socioeconômicas e demográficas das

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 11 – Associação entre depressão pós-parto e variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social

entre as mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 12 – Associação entre depressão pós-parto e variáveis relacionadas à saúde mental entre as

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 13 – Associação entre depressão pós-parto e paridade entre as mulheres entrevistadas no DS

II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 14 – Associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto entre as mulheres

entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Tabela 15 – Associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto, com e sem

ajuste para variáveis confundidoras

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 12

2.1 Gravidez não pretendida ................................................................................................. 12

2.1.1 Transição da fecundidade, direito reprodutivo e evolução da discussão sobre

planejamento familiar. Necessidades insatisfeitas de contracepção ......................................... 12

2.1.2 Discussões sobre o conceito de gravidez não pretendida ............................................... 14

2.1.3 Gravidez não pretendida: magnitude do problema .......................................................... 17

2.1.4 Gravidez não pretendida: fatores associados ................................................................... 18

2.1.5 Consequências da gravidez não pretendida .................................................................... 19

2.2 Depressão pós-parto ......................................................................................................... 22

2.2.1 Depressão pós-parto: aspectos clínicos e conceituais ..................................................... 22

2.2.2 Magnitude da depressão pós-parto ................................................................................. 24

2.2.3 Depressão pós-parto: fatores associados ........................................................................ 25

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 27

4 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 28

4.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 28

4.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 28

5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 29

5.1 Caracterização do estudo ................................................................................................. 29

5.2 Local do estudo ................................................................................................................. 29

5.3 População de estudo e amostra........................................................................................ 30

5.4 Definição de termos e variáveis ....................................................................................... 30

5.4.1 Variável dependente ........................................................................................................ 30

5.4.2 Variável independente ..................................................................................................... 30

5.4.3 Co-variáveis ..................................................................................................................... 31

5.5 Instrumentos de coleta de dados ..................................................................................... 32

5.6 Produção de dados ............................................................................................................ 33

5.7 Processamento e análise dos dados ................................................................................. 35

5.8 Aspectos éticos .................................................................................................................. 35

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6 RESULTADOS .................................................................................................................... 37

7 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 44

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 49

ANEXO A ............................................................................................................................... 57

ANEXO B ............................................................................................................................... 91

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1 INTRODUÇÃO

A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) realizada no

Cairo em 1994, representa o marco do reconhecimento do direito dos casais ao controle sobre

o processo reprodutivo (CORRÊA, 2006), e consequentemente, a compreensão de que todas

as gestações deveriam ser planejadas à época da concepção (INSTITUTE OF MEDICINE,

1995). Entretanto, a satisfação da demanda reprimida por contracepção revelada a partir desse

novo paradigma não tem sido plenamente garantida pelos governos, especialmente aqueles de

regiões em desenvolvimento (CAVENAGHI; ALVES, 2009).

A gravidez não pretendida (GNP) é uma consequência da necessidade insatisfeita de

contracepção e um problema de saúde pública em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por

exemplo, esta representa metade de todas as gestações (FINER; ZOLNA, 2011). Embora se

reconheça seu impacto sobre a saúde da mulher, da criança e as relações familiares, pouco se

sabe sobre esse problema, e há muita controvérsia entre os estudos em relação aos fatores

associados. Existe também muita discussão a respeito da conceituação e da forma como este

tema deve ser abordado (BARRETT; WELLINGS, 2002; FISCHER et al., 1999;

KLERMAN, 2000).

Sua importância tem mobilizado alguns países a programar ações com a finalidade de

reduzir o número de gestações não pretendidas. O Governo Federal Americano incluiu como

meta na lista de objetivos de promoção à saúde e prevenção de doenças para os anos de 2010

e 2020 um aumento na proporção de gestações desejadas (NATIONAL CENTER FOR

HEALTH STATISTICS, 2005). No Brasil, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da

Criança e da Mulher 2006 (PNDS 2006) do Ministério da Saúde (MS) teve como um de seus

objetivos estimar a frequência de indesejabilidade da gravidez, passo importante na

programação de ações voltadas para o planejamento familiar, visto que esta é um indicador de

falha no controle do processo reprodutivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O comitê sobre gravidez não pretendida (“Comittee on Unintended Pregnancy”) do

Institute of Medicine, criado em 1993, propôs as seguintes ações para enfrentamento do

problema:

Aumentar o conhecimento em saúde reprodutiva, contracepção e gravidez não

pretendida.

Melhorar o acesso a métodos contraceptivos.

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Estudar melhor o papel que sentimentos, atitudes e motivação exercem no uso de

contraceptivos e em evitar gravidez não pretendida.

Desenvolver e avaliar criteriosamente programas locais para reduzir o numero de

gestações não pretendidas.

Estimular pesquisas com a finalidade de desenvolver novos métodos contraceptivos

para homens e mulheres, organizar melhor serviços de planejamento familiar, e

entender os determinantes e antecedentes da gravidez não pretendida (INSTITUTE OF

MEDICINE, 1995).

Em resposta à primeira ação proposta acima, algumas pesquisas têm sido feitas. Dos

estudos realizados, alguns têm sugerido efeito negativo desse tipo de gravidez sobre a saúde

mental materna (FISHER et al., 2012; GIPSON; KOENIG; HINDIN, 2008; LANCASTER et

al., 2010) e maior prevalência de depressão pós-parto nesse grupo de mulheres

(ÖZBASARAN; ÇORBAN; KUCUK, 2011).

A depressão pós-parto (DPP) é um problema de saúde em todo o mundo

(HALBREICH; KARKUN, 2006; KITAMURA et al., 2006; RICH-EDWARDS, 2006;

RUBERTSSON et al., 2005), especialmente em países em desenvolvimento (ALAMI;

KADRI; BERRADA, 2006; PATEL; DESOUZA; RODRIGUES, 2003).

No Brasil, embora sua prevalência seja elevada (CANTILINO et al., 2007, 2010a;

FIGUEIRA et al., 2009; LUDERMIR et al., 2010; MORAES et al., 2006; RUSCHI et al.,

2007; TANNOUS et al., 2008), e suas consequências conhecidas (CHUNG et al., 2004;

DEAVE et al., 2008; MCLEARN et al., 2006; PATEL; DESOUZA; RODRIGUES, 2003), ela

não tem sido sistematicamente rastreada e tratada nos serviços públicos de saúde, requerendo

maior atenção por parte do MS.

Embora alguns estudos exploratórios tenham sugerido maior prevalência de depressão

pós-parto entre mulheres com gravidez não pretendida, até o momento não se conhece

nenhum estudo que tenha analisado profundamente essa associação, inclusive quanto a

possíveis fatores de confundimento. O trabalho aqui apresentado é um estudo de coorte

prospectivo realizado com esta finalidade. Ele faz parte da pesquisa “Violência na gravidez:

determinantes e consequências para saúde reprodutiva, saúde mental e resultados perinatais”,

inserida na linha de pesquisa “Violência e Saúde”, do Programa de Pós-graduação Integrado

em Saúde Coletiva (PPGISC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Uma melhor

compreensão sobre essa associação e o conhecimento da realidade local sobre GNP poderão

subsidiar o desenho e a implantação de políticas e ações voltadas ao planejamento reprodutivo

e reforçar a importância da DPP no ciclo gravídico-puerperal.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Gravidez não pretendida

2.1.1 Transição da fecundidade, direito reprodutivo e evolução da discussão sobre

planejamento familiar. Necessidades insatisfeitas de contracepção

O conceito de gravidez não pretendida passou por muitas modificações no último

século, em decorrência de modificações na própria sociedade. Até o início do século XX,

eram consideradas indesejadas apenas as gestações ocorridas fora do casamento. Famílias de

grande tamanho representavam a norma, a menos que o casal tivesse problemas de fertilidade.

Os casais recorriam a métodos tradicionais para controlar o número de filhos, e não havia

discussões sobre o planejamento familiar (KLERMAN, 2000). Nesse século assistimos a uma

mudança no padrão de fecundidade mundial, com redução das taxas de natalidade e

mortalidade, inicialmente nos países desenvolvidos, e posteriormente naqueles em

desenvolvimento, fenômeno conhecido como transição demográfica (SIMÕES, 2006).

O surgimento de métodos contraceptivos mais efetivos, assim como a disseminação

de seu uso, foi decisivo para esse processo (CAVENAGHI; ALVES, 2009), além de

mudanças ocorridas na sociedade, especialmente relacionadas à mulher, como participação no

mercado de trabalho e liberação sexual. Tornou-se possível, às mulheres e aos casais,

controlar o número de filhos, a ocasião de tê-los e o espaçamento entre eles. Gestações que

antes seriam consideradas desejadas simplesmente por terem ocorrido dentro de um

casamento, no novo contexto sociodemográfico passaram a ser consideradas indesejadas.

Além disso, a desvinculação do sexo do casamento e a iniciação sexual mais precoce

contribuíram para um aumento no número de gestações indesejadas.

Neste contexto, pesquisadores começaram a estudar os fatores relacionados à

fecundidade a partir da década de 40. Inicialmente estes estudos avaliavam apenas o “excesso

de fecundidade”, posteriormente aprofundando-se no tema da gravidez não pretendida, a

partir da perspectiva dos casais (sentimentos e expectativas em relação à gravidez e à

fecundidade) (CAMPBELL; MOSHER, 2000).

Apesar dos avanços na área científica, no âmbito dos direitos reprodutivos a discussão

se encontrava atrasada. As primeiras conferências internacionais realizadas pela Organização

das Nações Unidas (ONU) sobre população e desenvolvimento, a partir da segunda metade do

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século XX (Roma, 1954; Belgrado, 1965; Bucareste, 1974 e México, 1984), abordavam o

tema do planejamento familiar, mas apenas de uma perspectiva econômica e ideológica, tendo

como foco o controle da população nos países pobres. Somente na conferência do Cairo, em

1994, o tema passou a ser discutido da perspectiva da saúde e dos direitos humanos

(CORRÊA; ALVES; JANNUZZI, 2006). Em sua declaração estabelece que:

“Esses direitos [reprodutivos] se ancoram no reconhecimento do

direito básico de todo casal e de todo indivíduo de decidir livre e

responsavelmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade de

ter filhos e de ter a informação e os meios de assim o fazer, e o direito

de gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui

também seu direito de tomar decisões sobre a reprodução, livre de

discriminação, coerção ou violência” (UNITED NATIONS, 1994,

p.40).

Essas mudanças no panorama da fecundidade mundial revelaram uma demanda

reprimida por contracepção. A ocorrência de gravidez não pretendida está diretamente

relacionada à não-satisfação plena dessa demanda (LACERDA, 2005). Ela é considerada um

indicador de falha no controle do processo reprodutivo, sendo muito utilizada por programas

de planejamento familiar para avaliar a necessidade insatisfeita de contracepção

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). As altas taxas de GNP, especialmente nos Estados

Unidos e nos países em desenvolvimento, mostram que essa demanda não está sendo

plenamente satisfeita. A diferença entre as taxas de fecundidade desejada e fecundidade total,

além da proporção elevada de nascimentos em faixas etárias mais jovens, características

marcantes da América Latina, também evidenciam esse fato. Uma mudança no padrão de

fecundidade desta região pode contribuir para redução das gestações não pretendidas,

especialmente das inoportunas, através de um adiamento desses nascimentos, embora não

leve, a princípio, a uma redução da taxa de fecundidade total. No Brasil, as faixas etárias que

mais contribuem com a fecundidade são as de 15-19 anos e 25-29 anos, nessa ordem

(CAVENAGHI; ALVES, 2009).

Durante boa parte de sua história, o Brasil vivenciou políticas claramente pró-

natalistas, justificada, inicialmente, pelas altas taxas de mortalidade e pelo interesse dos

colonizadores em expandir a ocupação territorial e o mercado interno. Essa postura persistiu

durante a Era Vargas, quando incentivos eram concedidos a casais com filhos e leis eram

criadas com o objetivo de proibir a realização do aborto, a divulgação e o uso de métodos

contraceptivos. Esse também foi o posicionamento oficial durante parte do governo militar,

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14

que se manifestou contrário à limitação do crescimento populacional em conferências

internacionais (ALVES, 2009).

Para suprir uma demanda por contracepção já existente e negligenciada, surgiram

entidades não governamentais. Iniciativas oficiais voltadas para o planejamento familiar só

começaram a surgir após a Conferência Mundial sobre População de Bucareste, em 1974,

quando este passou a ser visto como um direito dos indivíduos e dos casais. Algumas ações

voltadas para essa questão foram lançadas, como o Programa de Saúde da Mulher e da

Criança, em 1977 e o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1983.

Em 1988 a Constituição Federal estabeleceu o planejamento familiar como livre decisão do

casal e o Estado como responsável por prover recursos educacionais e científicos para

exercício desse direito, sendo proibido qualquer tipo de coerção por parte de instituições

privadas ou oficiais. Não foi contemplada, no texto constitucional, a questão da esterilização,

só sendo regulamentada em 1996, com a lei 9263. Ela baseou-se no conceito de direito

reprodutivo aprovado na CIPD realizada no Cairo, em 1994 (ALVES, 2009).

Em resposta à dificuldade de acesso a métodos contraceptivos por alguns grupos

populacionais, foi lançada em 2005 a Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos,

cujos principais eixos eram a ampliação da oferta de métodos reversíveis e do acesso à

esterilização cirúrgica voluntária no SUS, além da introdução da reprodução humana

assistida. Ainda para tentar solucionar problemas de distribuição foi lançada, em 2007, a

Política Nacional de Planejamento Familiar, que estabelece a compra de contraceptivos a

custos baixos na Farmácia Popular (ALVES, 2009).

Apesar dos avanços na legislação e dos esforços do governo brasileiro em suprir essa

demanda, ainda se observa desigualdade no acesso a métodos para regulação da fecundidade,

especialmente nos segmentos populacionais mais pobres e residentes em áreas rurais. Superar

essas dificuldades e conseguir satisfazer a demanda por contracepção é um importante passo

para redução da frequência de gestações não pretendidas/não planejadas no país. Isso já foi

demonstrado na PNDS 2006, que observou uma relação entre o aumento do uso de métodos

contraceptivos e a queda no número de gestações indesejadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2009).

2.1.2 Discussões sobre o conceito de Gravidez Não Pretendida

A gravidez não pretendida é um tema difícil de ser trabalhado devido a sua

complexidade. A forma como ele tem sido abordado nos estudos sobre fecundidade tem

evoluído muito ao longo dos anos.

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O primeiro grande estudo a tratar do problema (Social and Psychological Factors

Affecting Fertility), conhecido como Indianapolis Study, tinha um enfoque muito abrangente

para essa questão. Ele avaliava o “excesso de fecundidade”, ou seja, o número de filhos que

excedia o pretendido pelo casal, não levando em conta cada gestação individualmente. Outros

estudos seguiram nessa mesma linha, até que em 1965 o National Fertility Study mudou a

forma de abordagem do tema, passando analisar cada gestação individualmente. Também foi

a partir deste estudo que se passou a fazer distinção entre gestações que ocorreram a mulheres

que não queriam mais ter filhos (indesejadas), e as que ocorreram antes do tempo desejado

(inoportunas). A partir de 1973, quando foi feito o primeiro National Study for Family

Growth (NSFG), mulheres não casadas passaram a ser incluídas. Além de manter a

diferenciação entre gestações indesejadas e inoportunas, ele acrescentou perguntas a respeito

da reação dos parceiros à gravidez, embora essa informação não venha sendo usada para

classificar as gestações (CAMPBELL; MOSHER, 2000).

As definições concernentes à GNP utilizadas atualmente pela maioria dos estudos têm

sido aquelas propostas nos estudos NSFG, e são descritas abaixo:

Unwanted (indesejada) – a gestação é assim classificada quando a mulher refere que não

queria (ou provavelmente não queria) engravidar naquele momento, nem em nenhuma outra

época de sua vida.

Mistimed (inoportuna) – quando a gestação ocorreu antes da época desejada pela mulher.

Unintended (não pretendida) – engloba os dois conceitos acima mencionados.

Intended (pretendida) – quando a mulher refere que queria engravidar no momento da

concepção, ou não se importava. Alguns autores acrescentam, nessa categoria, aquelas que

engravidaram mais tarde do que a época desejada (NATIONAL CENTER FOR HEALTH

STATISTICS, 2005).

Embora esses termos sejam amplamente utilizados, eles não estão isentos de críticas,

pois muitas questões não são contempladas por essas definições. Klerman (2000) ressalta

alguns pontos, tais como: a dificuldade que muitas mulheres têm de entender o conceito de

inoportuna (mistimed), confundindo-o com indesejada (unwanted); a falha dos próprios

autores em explicar adequadamente essa categoria nos artigos; e a ampla variedade de

situações possíveis, no que diz respeito ao tempo pretendido para a gravidez (se ela ocorreu

muito ou pouco tempo antes do pretendido), e às circunstâncias que tornam a gravidez não

desejada naquele momento (econômicas, sociais, culturais). Essas definições também falham

em captar os sentimentos de ambivalência do casal em relação à gravidez, e não está claro em

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16

que situações as gestações classificadas como inoportunas se encaixam melhor na categoria

pretendida e quando deveriam ser consideradas indesejadas. Outro questionamento a ser feito

é se os termos “gravidez não pretendida” e “gravidez não planejada” podem ser usados

indistintamente, já que têm conotações diferentes. Enquanto o primeiro reflete atitudes em

relação à gravidez, o segundo reflete comportamentos em relação à mesma (KLERMAN,

2000).

Fischer et al. (1999) realizaram um estudo qualitativo com o objetivo de avaliar o

entendimento das mulheres sobre o significado dos termos “pretendida” (intended),

“desejada” (wanted), “planejada” (plannned) e seus equivalentes negativos. Estes autores

encontraram grande variação na interpretação dos mesmos, assim como no valor atribuído às

circunstâncias utilizadas pelas mulheres para classificar sua gestação, como o desejo de ser

mãe e a situação econômica, o que sugere a importância do contexto social e cultural nesse

processo. Embora não tenha havido uma distinção clara entre os termos “planejada” e

“pretendida” (intended), estes se mostraram claramente distintos do conceito de gravidez

indesejada (unwanted). Os dois primeiros estiveram mais relacionados a ações, enquanto o

último esteve mais relacionado ao status emocional e a comportamentos relacionados à

gravidez. Mulheres que se referiram à sua gestação como indesejada citaram como motivos

não querer outro filho, não estar preparada nesse momento da vida, ou nas circunstâncias

atuais. Dessa forma, circunstâncias de vida, apoio de família e amigos, atitudes em relação a

crianças e ao aborto e sentimento de preparo para a gravidez tiveram peso importante para que

as mulheres definissem suas gestações como indesejadas. Reação e atitude positivas do

parceiro em relação à gravidez tiveram forte influência sobre as mulheres que definiram sua

gravidez como desejada e na decisão de levá-la adiante.

Barrett e Wellings (2002), em um estudo qualitativo que também teve por objetivo

avaliar o entendimento das mulheres a respeito destes termos, encontraram resultados

semelhantes. Além de grande variabilidade no entendimento dos mesmos, muitas das

mulheres consideraram que os termos “planejada” e “pretendida” poderiam ser usados

indistintamente, e entre aquelas que fizeram distinção, o termo “planejada” esteve mais

relacionado a ações voltadas para a concepção do que os demais. As autoras mencionam

quatro aspectos citados pelas participantes do estudo como importantes para classificar a

gravidez como planejada: intenção clara de engravidar, decisão deliberada de não usar

métodos contraceptivos, participação do parceiro no processo de decisão e mudanças de vida

como preparação para a concepção.

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17

Os estudos NSFG têm procurado, a cada novo ciclo, aprimorar o entendimento do

tema e desses conceitos, acrescentando perguntas para melhor avaliar sentimentos e atitudes

da mulher e do parceiro em relação à gravidez. Também têm procurado analisar mais

detalhadamente as gestações consideradas inoportunas, avaliando quanto tempo elas

ocorreram mais cedo do que o pretendido (NATIONAL CENTER FOR HEALTH

STATISTICS, 2005).

Muitos dos estudos realizados no Brasil não fazem distinção entre gestações

indesejadas e inoportunas. Além disso, os termos “não planejada” e “não desejada” são

usados como sinônimos. Prietsch et al. (2011), em um estudo no Sul do Brasil, utilizaram o

termo “não planejada”, para se referir àquelas gestações que não foram programadas pela

mulher ou pelo casal, e “inoportunas” como sendo aquelas que ocorreram em época diferente

da desejada.

2.1.3 Gravidez Não Pretendida: magnitude do problema

A GNP é um problema mundial. Singh, Sedgh e Hussain (2010), utilizando

estimativas da ONU e dados de estudos realizados em 80 países, traçaram um panorama da

GNP no mundo. De acordo com estes autores, em 2008 ocorreram cerca de 208 milhões de

gestações, sendo 185 milhões em países em desenvolvimento, tendo ocorrido uma queda de

20% em relação a 1995, mais acentuada nos países desenvolvidos. Nestes, essa queda se deu à

custa principalmente de gestações não pretendidas, enquanto nos países em desenvolvimento

o declínio ocorreu tanto na taxa de gestações pretendidas quanto na de não pretendidas. A

única região do mundo em que não houve queda no número destas últimas foi a América do

Norte. As maiores taxas foram encontradas no leste e região central da África. Entretanto, ao

se considerar a proporção de gestações não pretendidas em relação ao número total de

gestações, a América Latina e Caribe se destacam, com 58%. Isso pode refletir uma

combinação entre a mudança no tamanho familiar desejado e, a despeito do crescimento no

uso de contraceptivos, dificuldades dos casais em exercerem a contracepção de forma correta

e continuada. Na África, onde o tamanho familiar desejado ainda é relativamente alto, essa

proporção foi menor (39%). Apesar do declínio observado na taxa de gestações não

pretendidas, a proporção desse tipo de gravidez continua alta: quatro em cada dez gestações

foram não pretendidas em 2008, sendo que cerca de metade destas terminaram em aborto.

Nos Estados Unidos estima-se que, das 6,7 milhões de gestações ocorridas em 2006,

quarenta e nove por cento tenham sido não pretendidas, percentual um pouco maior que em

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2001. Destas, 29% foram classificadas como inoportunas e 19% como indesejadas (FINER;

ZOLNA, 2011). Cheng et al. (2009) encontraram, também nos Estados Unidos, um percentual

de 41,4% de gestações não pretendidas, sendo 31,1% inoportunas, e 10,3% indesejadas.

Adolescentes tiveram o maior percentual de gestações inoportunas (65,8%), e mulheres com

40 anos ou mais tiveram o maior percentual de gestações indesejadas (20,8%). Christensen et

al.(2011) encontraram uma prevalência de 37% de gestações indesejadas, e 28% de

inoportunas entre imigrantes hispânicas nos Estados Unidos, o que significa que 2/3 da

amostra se constituiu de gestações não pretendidas.

No Japão, Takahashi et al. (2012) encontraram uma prevalência de 12% de gravidez

indesejada e 17% de inoportuna. Na Turquia, Özbasaran, Çoban e Kucuk (2011) relataram

uma prevalência de 14% de gestação não pretendida/não planejada.

Em um estudo multicêntrico envolvendo 18 hospitais em 06 países da América do Sul

(Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile e Venezuela), Gadow et al. (1998) encontraram

49,8% de gestações não pretendidas (indesejadas e inoportunas), sendo o Brasil o país com a

maior proporção destas gestações.

Poucos estudos foram realizados no Brasil com o objetivo de estimar o número de

gestações não pretendidas. Prietsch et al. (2011) encontraram um percentual de 65% de

gestações não planejadas no sul do país, não diferenciando as indesejadas das inoportunas.

Resultado semelhante foi visto por Bassani, Surkan e Olinto (2009) que, em estudo realizado

na mesma região, encontraram 64% de gestações não planejadas entre mulheres de baixa

renda. Valores bem menores foram encontrados em uma pesquisa demográfica de

abrangência nacional realizada em 2006 (PNDS 2006): 19% de indesejabilidade das gestações

em curso, em comparação com 28% na pesquisa anterior (1996). Deve-se salientar,

entretanto, que este estudo considerou apenas gestações indesejadas (mulheres que relataram

não querer mais filhos), não avaliando as que ocorreram antes do pretendido (inoportunas)

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

2.1.4 Gravidez não pretendida - fatores associados

Muitos fatores têm sido associados à gravidez não pretendida. Entre as variáveis

socioeconômicas e demográficas, têm sido citados: idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009;

PRIETSCH et al., 2011; TAKAHASHI et al., 2012), raça/cor da pele (CHENG et al., 2009;

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009; POSTLETHWAITE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2011),

escolaridade (CHENG et al., 2009; POSTLETHWAITE et al., 2010; TAKAHASHI et al.,

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2012), situação conjugal (AZEVÊDO, 2008; CHENG et al., 2009; MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009; POSTLETHWAITE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2011), inserção produtiva

(AZEVÊDO, 2008; TAKAHASHI et al., 2012) e renda (PRIETSCH et al., 2011;

TAKAHASHI et al., 2012).

Dos fatores relacionados ao parceiro, são mencionados: tempo de relacionamento

(AZEVÊDO, 2008), falta de apoio (POSTLETHWAITE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2011)

e violência por parte do mesmo (GOODWIN et al., 2000; PALLITTO; O´CAMPO, 2004).

Em relação aos antecedentes obstétricos, são citados como fatores de risco a paridade

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009; POSTLETHWAITE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2011;

TAKAHASHI et al., 2012), a diferença entre o número de filhos tido e o desejado

(AZEVÊDO, 2008; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009) e parto prematuro em gestação

anterior (PRIETSCH et al., 2011). Estes autores mencionam ainda abortos prévios como fator

de proteção para gravidez não pretendida. Eles ainda encontraram maior prevalência de

gravidez não planejada entre as mulheres que tiveram o pré-natal e o parto pelo SUS

(PRIETSCH et al., 2011).

Mulheres com gravidez não pretendida também apresentam, com maior frequência,

eventos vitais negativos e sintomas depressivos durante a gestação (MESSER et al., 2005),

história de depressão/transtorno de ansiedade (TAKAHASHI et al., 2012) e depressão pós-

parto (CHENG et al., 2009; CHRISTENSEN et al., 2011; NAKKU; NAKASI; MIREMBE,

2006).

2.1.5 Consequências da Gravidez Não Pretendida

A gravidez não pretendida traz repercussões para a saúde da mulher, da criança e

interfere no bem-estar de suas famílias.

Existem poucos estudos avaliando a associação entre GNP e desfechos relacionados à

saúde mental materna. Estes sugerem efeito negativo desse tipo de gestação sobre eles

(GIPSON, KOENIG, HINDIN, 2008). Fisher et al. (2012), em uma revisão sistemática

recente de estudos realizados em países em desenvolvimento, encontraram associação com

transtornos mentais comuns no período perinatal. Lancaster et al. (2010), em outra revisão,

encontraram associação com sintomas depressivos durante a gravidez. Özbasaran, Çorban e

Kucuk (2011) por sua vez, relataram maior risco de depressão pós-parto nessas mulheres.

Também são poucos os estudos disponíveis avaliando a associação entre GNP e

violência contra a mulher. Estes encontraram maior risco de violência física entre aquelas que

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relataram gravidez não pretendida, não sendo possível, entretanto, avaliar a direção da

associação causal, por se tratarem de estudos transversais (GIPSON; KOENIG; HINDIN,

2008). Azevêdo (2008), analisando a associação entre ambas, encontrou uma maior chance de

ocorrência de gravidez não pretendida entre mulheres vítimas de violência, seja ela física,

psicológica ou sexual.

Outra consequência importante da gravidez não pretendida é a mortalidade materna.

Gipson, Koenig e Hindin (2008) chamam a atenção para o fato de que, embora haja

pouquíssimos estudos avaliando a associação direta entre gravidez não pretendida e

mortalidade materna, cada gravidez carrega consigo um risco intrínseco de morte, ao qual as

mulheres com gravidez não pretendida não escolheram se expor. Além disso, muitas dessas

gestações ocorrem em mulheres nos extremos da vida reprodutiva ou com maior paridade, o

que por si só aumenta o risco.

Em um estudo que avaliou o impacto do uso de métodos contraceptivos na redução da

mortalidade materna, Ahmed et al. (2012) estimaram que o uso desses métodos evitou a

ocorrência de 272.040 mortes maternas no ano de 2008, que corresponde a 44,3% destas.

Ainda de acordo com esses autores, caso a necessidade de contracepção fosse plenamente

satisfeita, mais 104.000 poderiam ser evitadas, o que significaria uma redução de 29% nesse

número de mortes. Diminuir o número de gestações não pretendidas faz parte, portanto, da

estratégia para redução da mortalidade materna.

Mulheres cuja gravidez não foi pretendida também têm maior probabilidade de

retardar o início do pré-natal (CHENG et al., 2009; GIPSON; KOENIG; HINDIN, 2008;

ORR; JAMES; RITTER, 2008) ou mesmo de não fazê-lo (BASSANI; SURKAN; OLINTO,

2009), atitude que pode colocar em risco a saúde e a vida dela e do bebê.

Outra situação que pode aumentar a morbimortalidade materna é o aborto realizado

em condições inseguras, responsável por milhões de internamentos hospitalares em todo o

mundo em decorrência de suas complicações (SINGH, 2006). Como já citado anteriormente,

cerca de metade das gestações não pretendidas terminam em aborto (SINGH; SEDGH;

HUSSAIN, 2010). De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), em

2008 ocorreram 14 abortos para cada mil mulheres entre 15 e 44 anos em todo o mundo. Essa

taxa permanece inalterada desde 2003, sendo maior para países em desenvolvimento (16 por

1000). Ainda segundo a OMS, em 2008 ocorreram 47.000 mortes atribuídas a esse tipo de

aborto, permanecendo estável a proporção de mortes maternas decorrentes dessa condição

(em torno de 13%) (WHO, 2011).

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No Brasil, de acordo com dados da PNDS 2006, 13,3% de mulheres declararam ter

tido um aborto em algum momento da vida. Destas, 2,3% disseram que foi induzido, número

provavelmente subestimado devido à ilegalidade dessa prática no país, excetuando-se os casos

previstos em lei (CAMARGO et al., 2011). A Pesquisa Nacional de Aborto, realizada em

2010, encontrou resultado semelhante: 15% das mulheres residentes em áreas urbanas

declararam ter feito aborto em algum momento da vida. Cerca de 8% destas foram internadas

por causa de complicações dele decorrentes (DINIZ; MEDEIROS, 2010). Em Pernambuco a

estimativa é que tenham sido realizados 621.022 abortos em condições inseguras entre 1996 a

2006, representando 36,1% dos nascidos vivos do estado no período. Estes números

provavelmente estão subestimados, pois os dados se referem apenas aos casos de

internamentos hospitalares devido a complicações do aborto, não incluindo aqueles que por

qualquer motivo não chegaram às unidades hospitalares da rede estadual de saúde, nem os

casos atendidos na rede privada (MELLO; SOUSA; FIGUEIROA, 2011).

Em estudo multicêntrico realizado no Brasil, Santana et al. (2012) identificaram

prospectivamente, através de um sistema de vigilância, 9555 casos de morbidade materna

severa. Desses, 2,5% ocorreram por conta de abortamento. A ocorrência dos dois desfechos

mais graves analisados (maternal near miss e mortalidade materna) foi maior entre as

mulheres que tiveram aborto, em comparação a outras causas.

Além das consequências para a vida e a saúde materna, a gravidez não pretendida pode

colocar em risco a saúde e a vida do bebê. Alguns estudos sugerem que mulheres com

gravidez não pretendida têm maior probabilidade de ter comportamentos não saudáveis

durante a gravidez, como tabagismo (CHENG et al., 2009; DOTT et al., 2010; PRIETSCH et

al., 2011), uso de álcool (POSTLETHWAITE et al., 2010) e de drogas ilícitas (DOTT et al.,

2010), e não-consumo de ácido fólico (CHENG et al., 2009; DOTT et al., 2010). Orr, James e

Reiter (2008) encontraram resultados semelhantes em relação ao uso de drogas ilícitas,

tabagismo e álcool, mas apenas para o grupo de mulheres com gravidez indesejada,

ressaltando que aquelas que relataram a gravidez como inoportuna apresentaram uma

tendência de comportamento semelhante às que referiram a gravidez como pretendida.

Gipson, Koenig e Hindin (2008), em sua revisão de literatura, encontraram resultados

divergentes. Mulheres com gestações não pretendidas também tendem a amamentar por um

período menor (CHENG et al., 2009; GIPSON; KOENIG; HINDIN, 2008).

Em relação aos desfechos perinatais, os resultados são controversos. Em uma

metanálise recente, Shah et al. (2011) encontraram associação de GNP com baixo peso ao

nascer e prematuridade, resultado diferente do encontrado por outros autores (GIPSON;

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KOENIG; HINDIN, 2008). Em estudo realizado nos EUA, Postlethwaite et al. (2010)

também não encontraram associação com prematuridade, baixo peso, tempo de permanência

hospitalar da mãe e do recém nascido e admissão em UTI neonatal.

Quanto aos cuidados preventivos e curativos com a criança, estudos em países

desenvolvidos não mostraram diferença no cuidado com crianças que nasceram de gestações

não pretendidas em comparação com aquelas que nasceram de gestações pretendidas.

Entretanto, estudos em alguns países em desenvolvimento sugerem que as primeiras estariam

em desvantagem em relação a esses cuidados, indicando uma possível interferência do

contexto socioeconômico e/ou cultural na atenção a essas crianças por parte da mãe. Mais

estudos são necessários, entretanto, para dar suporte a esses achados (GIPSON; KOENIG;

HINDIN, 2008).

A maioria dos estudos tem sugerido associação de gravidez não pretendida com

mortalidade infantil, retardo no crescimento da criança e abuso/violência infantil (GIPSON;

KOENIG; HINDIN, 2008).

2.2 Depressão Pós-parto

2.2.1 Depressão pós-parto: aspectos clínicos e conceituais

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2009), entre as dez

principais causas de incapacidade no mundo, cinco são transtornos neuropsiquiátricos. Dentre

estes, o mais comum é a depressão, sendo duas vezes mais frequente em mulheres do que em

homens, estando muitas destas em idade reprodutiva.

O puerpério é um período de grande suscetibilidade na vida das mulheres para

ocorrência de transtornos mentais (COX; MURRAY; CHAPMAN, 1993; KENDELL, 1987).

Estes podem variar da forma mais leve, conhecida como disforia puerperal, até a mais grave,

que é a psicose puerperal.

A disforia pueperal (Postpartum Blues ou Maternity Blues) é um transtorno mental

leve e transitório, cujos sintomas surgem nos primeiros dias após o parto, desaparecendo em 7

a 10 dias. Em uma revisão de literatura, Henshaw (2003) encontrou uma grande variação na

prevalência desse agravo, entre 15,3 e 84%, em parte devido ao fato deste distúrbio ser

unimodal, e a dificuldades na distinção entre casos e não casos. Os sintomas mais relatados,

de acordo com essa revisão, foram fadiga, desânimo, labilidade emocional, choro fácil,

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alterações cognitivas como dificuldade de pensar claramente, distração, e memória recente

“pobre”.

Um menor número de mulheres pode apresentar, durante o puerpério, sintomas mais

intensos e duradouros, caracterizando um episódio depressivo. A American Psychiatric

Association (APA, 2000) e a OMS (OMS, 1993) não reconhecem a depressão pós-parto como

um transtorno mental distinto da depressão fora do período puerperal. De acordo com o

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua quarta edição - texto

revisado (DSM-IV-TR), a diferenciação entre ambas deve ser feita através do uso do

especificador “com início no pós-parto”, para aqueles casos em que o episódio depressivo

ocorre nas primeiras quatro semanas após o mesmo (APA, 2000). A Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, em sua décima revisão (CID-

10), inclui a depressão pós-parto no capítulo V, código F53.0 – “Transtornos mentais e

comportamentais leves associados ao puerpério não classificados em outra parte”, devendo

ser usado esse código apenas para os casos em que o transtorno se inicia nas primeiras seis

semanas após o parto, e quando existem aspectos clínicos específicos que não permitem a

classificação em outra seção (OMS, 1993).

Entre os autores não há consenso sobre considerar ou não a DPP uma entidade

nosológica distinta, pois os sintomas de um episódio depressivo no período puerperal são

semelhantes aos do transtorno depressivo maior (humor deprimido, perda de interesse ou

prazer pelas atividades habituais, alterações no sono, apetite, e atividade psicomotora,

sentimentos de culpa, dificuldade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões, pensamentos

recorrentes sobre morte e ideação suicida) (APA, 2000). Alguns autores defendem que seja

feita essa diferenciação com o propósito de chamar a atenção para esta condição de forma a

melhorar o atendimento às pacientes (BROCKINGTON, 2004). A depressão pós-parto

também apresenta algumas particularidades clínicas que poderiam justificar sua classificação

separadamente, como maior frequência de ansiedade e pensamentos obsessivos,

especialmente de fazer mal ao filho (JENNINGS et al., 1999; ROSS et al., 2003). Pitt, em

1968, já descrevia uma “depressão atípica”, que ocorria no período puerperal e apresentava

características distintas da depressão em outros períodos da vida, como sintomas neuróticos,

ansiedade, irritabilidade e fobias (PITT, 1968). Entretanto, outros autores alegam que as

diferenças entre ambas são muito pequenas para que seja feita essa separação. (WHIFFEN;

GOTLIB,1993).

Os sintomas depressivos iniciam geralmente nas primeiras quatro a seis semanas após

o parto, sendo os primeiros três meses os mais críticos para o surgimento destes (COX;

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MURRAY; CHAPMAN, 1993; KUMAR; ROBSON, 1984; PATEL; DESOUZA;

RODRIGUES, 2003). Algumas mulheres, entretanto, os apresentam já na gravidez (ALAMI;

KADRI; BERRADA, 2006; RUBERTSSON et al., 2005), sendo este um importante preditor

de sua ocorrência no puerpério (KITAMURA, et al., 2006; RICH-EDWARDS et al., 2006).

Não existe consenso entre os autores quanto ao período de duração do episódio

depressivo na DPP, mas a maioria relata desaparecimento dos sintomas em até seis meses

após o parto. Alguns mencionam, entretanto, persistência por até um ano. (RUBERTSSON et

al., 2005; WHIFFEN; GOTLIB, 1993).

2.2.2 Magnitude da depressão pós-parto

A DPP é um importante problema de saúde em todo o mundo. Sua prevalência varia

significativamente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo maior nestes

últimos. Entre os primeiros, uma das menores prevalências é encontrada no Japão: 5%

(KITAMURA et al., 2006). Valores maiores são relatados nos Estados Unidos (8%) (RICH-

EDWARDS, 2006) e na Suécia (11,1 e 13,7% aos dois e doze meses pós-parto,

respectivamente) (RUBERTSSON et al., 2005). Estes mesmos autores encontraram uma

prevalência de depressão na gravidez de 5,6%, 9% e 13,7% respectivamente.

Entre os países em desenvolvimento as prevalências de DPP são maiores do que nos

países desenvolvidos, e com valores mais próximos entre si: 21 % no Marrocos (ALAMI;

KADRI; BERRADA, 2006) e 23% na Índia (PATEL; DESOUZA; RODRIGUES, 2003). No

Brasil os estudos têm mostrado prevalências de 7,2 a 39,4% (CANTILINO et al., 2007,

2010a; FIGUEIRA et al., 2009; LUDERMIR et al., 2010; MORAES et al., 2006; RUSCHI et

al., 2007; TANNOUS et al., 2008).

Podem influenciar nessa variação fatores culturais (HALBREICH; KARKUN, 2006) e

metodológicos (O´HARA; SWAIN, 1996). Em sua revisão, Halbreich e Karkun (2006)

encontraram valores tão baixos quanto 0,5% em Cingapura e tão elevados quanto 60% em

Taiwan. Já O´Hara e Swain (1996) relataram, em sua revisão, diferenças na prevalência em

relação ao método utilizado (12% para entrevista e 14% para escalas de auto-avaliação) e à

duração do período de avaliação. Por outro lado, não encontraram diferenças em decorrência

do tempo após o parto em que as mulheres foram avaliadas ou do país de origem do estudo.

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25

2.2.3 Depressão pós-parto: fatores associados

Muitos fatores de risco têm sido relacionados a DPP na literatura. Entre os mais

fortemente associados a essa condição, estão: história pregressa de depressão/transtorno

mental (BOYCE; HICKEY, 2005; KITAMURA et al., 2006; MILGROM et al., 2008;

ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011), episódio depressivo, ansiedade ou problemas

emocionais na gravidez (KITAMURA et al., 2006; MILGROM et al., 2008), problemas

conjugais ou relacionamento difícil com o parceiro (ALAMI; KADRI; BERRADA, 2006;

BOYCE; HICKEY, 2005; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011), eventos vitais

produtores de estresse (ALAMI; KADRI; BERRADA, 2006; BOYCE; HICKEY, 2005) e

apoio social e financeiro ausentes ou insuficientes (BOYCE; HICKEY, 2005; MILGROM et

al., 2008; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011; RICH-EDWARDS et al., 2006), também

citados por duas importantes revisões de literatura (CANTILINO et al., 2010b; O´HARA;

SWAIN, 1996).

São mencionados ainda: tentativa de aborto mal-sucedida (LUDERMIR et al., 2011),

condição de moradia (KITAMURA et al., 2006), situação de emprego (BOYCE; HICKEY,

2005), tempo de relacionamento com o parceiro (RUSCHI et al., 2007), aspectos relacionados

à personalidade (BOYCE; HICKEY, 2005; CANTILINO et al., 2010b), sexo do bebê

diferente do desejado (BOYCE; HICKEY, 2005; KITAMURA et al., 2006; MORAES et al.,

2006), complicações obstétricas (CANTILINO et al., 2010b; O´HARA; SWAIN, 1996)

ocupações menos valorizadas (O´HARA; SWAIN, 1996), episódio de maternity blues, baixa

auto-estima (CANTILINO et al., 2010b), padrões de cognição negativos (CANTILINO et al.,

2010 b; O´HARA; SWAIN, 1996) e neuroticismo (O´HARA; SWAIN, 1996).

Cantilino et al. (2010 b) referem violência sexual como fator de risco para DPP,

enquanto Ludermir et al. (2010) encontraram associação com violência psicológica pelo

parceiro íntimo.

Outros fatores de risco são controversos, como problemas de saúde do bebê (ALAMI;

KADRI; BERRADA, 2006; BOYCE; HICKEY, 2005; MORAES et al., 2006), idade

(BOYCE; HICKEY, 2005; FIGUEIRA et al., 2009; KITAMURA et al., 2006; MORAES et

al., 2006; O´HARA; SWAIN, 1996; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011; RICH-

EDWARDS et al., 2006; TANNOUS et al., 2008), anos de escolaridade (BOYCE; HICKEY,

2005; FIGUEIRA et al., 2009; KITAMURA et al., 2006; MORAES et al., 2006; O´HARA;

SWAIN, 1996; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011), número de gestações/partos

(BOYCE; HICKEY, 2005; FIGUEIRA et al., 2009; KITAMURA et al., 2006; MORAES et

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26

al., 2006; O´HARA; SWAIN, 1996), dificuldades financeiras/renda (MORAES et al., 2006;

O´HARA; SWAIN, 1996; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011; RICH-EDWARDS et

al., 2006; TANNOUS et al., 2008) e história familiar de transtornos psiquiátricos

(CANTILINO et al., 2010 b; O´HARA; SWAIN, 1996).

Em relação à GNP, embora alguns autores mencionem, em revisões e estudos

exploratórios, associação desta com DPP (CANTILINO et al.,2010 b; CHENG et al., 2009;

GIPSON; KOENIG; HINDIN, 2008; MORAES et al., 2006; ÖZBASARAN; ÇOBAN;

KUCUK, 2011), a escassez dos mesmos e suas limitações metodológicas não permitem fazer

inferências sobre causalidade, permitindo apenas sugerir uma associação entre elas (GIPSON;

KOENIG; HINDIN, 2008).

A DPP também está relacionada a desfechos adversos para a criança. Um estudo

multicêntrico realizado nos Estados Unidos (MCLEARN et al., 2006) avaliou práticas de

cuidado com o recém nascido entre mulheres com e sem sintomas de depressão. Embora não

tenha encontrado diferenças significativas em relação a práticas relacionadas à alimentação

(com exceção de tempo de aleitamento) e segurança, observou que mães que apresentavam

sintomas depressivos tinham menor probabilidade de pôr em prática hábitos de interação que

estimulam o desenvolvimento da criança, como brincar, conversar e ler. Outro estudo,

realizado na Filadélfia com mulheres afro-americanas de baixo status socioeconômico,

revelou que os filhos daquelas que apresentavam sintomas depressivos persistentes tinham

maior probabilidade de serem hospitalizados e estas mães tinham maior probabilidade de

puni-los com castigos físicos; elas também apresentavam menor probabilidade de adotar

práticas de cuidado seguras, como instalar detectores de fumaça e colocar o bebê para dormir

em decúbito dorsal (CHUNG et al., 2004).

Em um estudo realizado na Índia, Patel, DeSouza e Rodrigues (2003) encontraram

uma associação significativa entre atraso no desenvolvimento físico e mental aos 06 meses de

idade e DPP, após ajuste para outros determinantes de atraso no desenvolvimento infantil,

como baixo peso ao nascer e baixo nível educacional dos pais. No Reino Unido, Deave et al.

(2008) também encontraram um associação entre depressão persistente na gravidez e atraso

no desenvolvimento, mesmo após ajuste para DPP. O estudo utilizou a Edinburgh Postnatal

Depression Scale (EPDS), com ponto de corte de 12/13. Os autores sugerem que parte dos

efeitos sobre o desenvolvimento infantil atribuídos à DPP pode, na verdade, se dever à

depressão na gravidez.

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27

3 JUSTIFICATIVA

A depressão pós-parto é um importante problema de saúde pública, não apenas por

causa de sua alta prevalência no Brasil e no mundo, mas também pelas repercussões que ela

pode trazer para a saúde da mulher e da criança. Embora de grande importância, em nosso

país ela não é rastreada sistematicamente no puerpério, fazendo com que muitos casos,

especialmente os mais leves, passem despercebidos.

O mesmo acontece em relação à gravidez não pretendida. Sua importância para a

saúde pública é reconhecida, e vem recebendo cada vez mais atenção dos pesquisadores, mas

no Brasil ela ainda é pouco estudada. Os poucos estudos que existem nessa área não

apresentam uniformidade nas definições e critérios utilizados para classificar as gestações. De

fato, um dos desafios em se trabalhar o tema é a dificuldade em apreender as circunstâncias

em que a gravidez ocorre, para que a mesma seja classificada corretamente.

Pouco se sabe sobre a associação entre GNP e DPP. Embora alguns estudos tenham

sugerido associação entre ambas, até onde se conhece, nenhum teve como objetivo principal

avaliar os fatores relacionados a ambas, controlando para possíveis fatores de confundimento.

Conhecer a frequência da gravidez não pretendida, sua possível associação com

depressão pós-parto e outros fatores a ela relacionados é o primeiro passo para identificar

mulheres sob risco, dando-lhes suporte adequado, além de identificar e tratar precocemente

aquelas com depressão, evitando consequências danosas para mãe e filho.

Page 30: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

28

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Estimar a frequência de gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós-parto

entre mulheres cadastradas no pré-natal pela Estratégia de Saúde da Família do Distrito

Sanitário II no Recife, Pernambuco, entre julho de 2005 e dezembro de 2006.

4.2 Objetivos específicos

Estimar a frequência de gravidez não pretendida

Estimar a prevalência de depressão pós-parto

Investigar a associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto.

Page 31: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

29

5 METODOLOGIA

5.1 Caracterização do Estudo

Trata-se de um estudo de coorte prospectivo. Foram utilizados dados secundários,

coletados no Recife, Pernambuco, entre julho de 2005 e dezembro de 2006, como parte da

pesquisa “Violência na gravidez: determinantes e consequências para saúde reprodutiva,

saúde mental e resultados perinatais”, inserida na linha de pesquisa “Violência e Saúde”, do

Programa de Pós-graduação Integrado em Saúde Coletiva (PPGISC) da Universidade Federal

de Pernambuco (UFPE), financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) da Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS.

5.2 Local do Estudo

O município do Recife é dividido em seis regiões político-administrativas (RPAs), de

acordo com semelhanças territoriais. Na área da saúde, cada uma delas corresponde a um distrito

sanitário (DS). Para o presente estudo foi escolhido o DS II, por motivos operacionais.

Apesar de haver algumas diferenças nos indicadores socioeconômicos e demográficos

entre as RPAs, o perfil da população assistida pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) é

semelhante entre elas, permitindo a generalização dos seus resultados. Podemos observar, no

interior de todas as RPAs do Recife, muitas desigualdades sociais (em relação, por exemplo, a

renda, saneamento, abastecimento de água, etc.). E embora haja concentração de renda em áreas

específicas da cidade, é comum a convivência muito próxima entre pessoas vivendo em extrema

pobreza e aquelas com alta renda.

De acordo com estimativas do Censo 2000 a população residente no DSII à época era de

205.986 pessoas, o que representava 14,8% da população do Recife, tendo as maiores densidades

populacional e domiciliar entre todas as RPAs do município. A população desse distrito está

distribuída em 18 bairros (Arruda, Campina do Barreto, Campo Grande, Encruzilhada,

Hipódromo, Peixinhos, Ponto de Parada, Rosarinho, Torreão, Água Fria, Alto Santa

Terezinha, Bomba do Hemetério, Cajueiro, Fundão, Porto da Madeira, Beberibe, Dois unidos

e Linha do Tiro), sendo grande parte deles composto principalmente por famílias de baixa renda

(A RPA 2 é uma das mais pobres do município, com 50,14% dos domicílios tendo renda menor

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30

que dois salários mínimos, segundo dados do Censo 2000). Em relação às condições sanitárias,

a maioria dos domicílios não estava ligada à rede geral de esgotamento sanitário (68,74%); cerca

de 95% das casas eram abastecidas pela rede geral de abastecimento de água, e a coleta de lixo

era feita em 96% delas (Prefeitura do Recife, 2011).

A rede de saúde cobria 78% da população e contava, à época, com duas Unidades de

Saúde Tradicional, uma maternidade, uma policlínica, três Centros de Atenção Psicossocial

(Caps), três residências terapêuticas, quatro equipes do Programa de Agentes Comunitários de

Saúde (PACS) e trinta e oito equipes da ESF (SILVA, 2009).

5.3 População de Estudo e Amostra

Foram selecionadas para participar do estudo todas as mulheres grávidas entre 18 e 49

anos cadastradas na ESF do DS II no período de julho de 2005 a dezembro de 2006, inclusive

aquelas cujo acompanhamento pré-natal não estava sendo feito nas Unidades Básicas de

Saúde do DS II, e sim em serviços de referência.

A amostra calculada foi de 1.133. Destas, 1.056 foram entrevistadas durante a

gestação (a partir de 31 semanas) e no puerpério (até 12 meses após o parto), sendo incluídas

da análise.

5.4 Definição de termos e variáveis

5.4.1 Variável dependente

Depressão pós-parto – definida como escore maior ou igual a 12 na EPDS.

5.4.2 Variável independente

Gravidez não pretendida. Essa variável foi construída a partir da seguinte pergunta:

antes de saber que estava grávida, você: a) estava tentando engravidar b) estava querendo

engravidar c) queria engravidar, mas não agora (inoportuna/mistimed) d) não queria

engravidar (indesejada) e) não fazia diferença (AZEVÊDO, 2008).

As mulheres que responderam uma das duas primeiras alternativas foram classificadas como

tendo gravidez pretendida, e as que responderam os itens “c” ou “d”, foram classificadas

como tendo gravidez não pretendida.

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31

Aquelas cuja resposta foi “não fazia diferença” foram reclassificadas em “gravidez

pretendida” ou “gravidez não pretendida” a partir da análise de outras variáveis do

questionário que avaliam atitudes e sentimentos da mulher em relação à gravidez.

5.4.3 Co-variáveis

A partir de revisão da literatura foram selecionadas as seguintes variáveis como

potenciais confundidoras:

Variáveis socioeconômicas e demográficas:

o Idade – as mulheres foram agrupadas em duas categorias: 18 a 19 anos e 20

anos ou mais. Mulheres com menos de 18 anos de idade foram excluídas

porque, como o questionário contém perguntas sobre violência, em caso de

identificação de vítimas nessa faixa etária a equipe deveria denunciar ao

Conselho Tutelar, comprometendo a confidencialidade dos dados da pesquisa.

o Raça/cor da pele – autoclassificação de acordo com o IBGE: branca, preta,

parda, amarela, indígena, não sabe/não quis responder. Para a análise bivariada

a variável foi transformada em dicotômica, com as seguintes categorias: branca

e não branca.

o Escolaridade: em anos completos de estudo. As categorias utilizadas foram 0 a

4 anos e cinco anos ou mais.

o Condição de moradia – dividida em “própria” e “não própria”

o Situação de emprego – definida de acordo com a inserção da mulher no

mercado de trabalho no momento da entrevista. Categorizada em: ativa

(empregada, autônoma, empregadora) e inativa (desempregada, aposentada,

sem ocupação, dona de casa e estudante).

o Renda – dividida em duas categorias: com renda e sem renda.

Variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social

o Comportamento controlador do parceiro - Classificadas de acordo com escore

baseado no item 703 do Questionário da Mulher. Inicialmente as mulheres

foram agrupadas em 03 Categorias: comportamento não controlador (0

pontos); moderadamente controlador (1-3 pontos); muito controlador (4-9

Page 34: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

32

pontos). Posteriormente a variável foi dicotomizada em “sem controle” e “com

controle” (LUDERMIR et al., 2010).

o Apoio social – as mulheres foram classificadas de acordo com o escore na

escala Medical Outcomes Study Questions- Social Support Survey (MOS-SSS).

Foram utilizadas duas categorias: muito apoio (maior ou igual a 34 pontos) ou

pouco/moderado apoio (0-33 pontos) (COSTA; LUDERMIR, 2005).

Variáveis relacionadas à saúde mental e história obstétrica

o SRQ-20 – as mulheres foram divididas em duas categorias, de acordo com o

escore no Self Reporting Questionnaire – versão de 20 questões (SRQ-20):

menor do que oito (rastreamento negativo para transtornos mentais comuns), e

maior ou igual a oito (rastreamento positivo).

o História pessoal de doença mental – conforme declarada pela mulher (itens 409

e 411 do Questionário da Mulher). Dividida em duas categorias: sim e não.

o Paridade: número de filhos tidos, incluindo natimortos. Categorizada em “com

filhos” e “sem filhos”.

5.5 Instrumentos de coleta de dados

Foram utilizados dois questionários para a coleta de dados: Questionário da Mulher e

Questionário da Puérpera, ambos elaborados para o desenvolvimento da pesquisa. Neles constam

informações sobre as características socioeconômicas e demográficas da mulher, história

reprodutiva e contraceptiva, dados da última gravidez e da atual, saúde mental antes e durante a

gravidez, apoio social, parceiro atual ou o mais recente e sua relação com o mesmo, pré-natal,

parto e puerpério, e sentimentos da mãe após o parto.

Foram utilizadas as seguintes seções dos questionários:

1) Questionário da mulher

a) Seção 1 – características socioeconômicas e demográficas da mulher

b) Seção 2 – história reprodutiva e contraceptiva

c) Seção 3 – gravidez atual

d) Seção 4 – saúde mental

e) Seção 7 – a entrevistada e seu companheiro atual ou mais recente

2) Questionário da puérpera

a) Seção 1 – situação atual

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33

b) Seção 6 – apoio social – MOS-SSS

c) Seção 14 – sentimentos da mãe após o parto

O SRQ-20 é uma escala de auto-avaliação contendo vinte questões, que foi

desenvolvido por Harding et al.(1980) para detecção de problemas psiquiátricos na atenção

primária em saúde. Ela não é específica para avaliação de sintomas depressivos, tendo sido

elaborada para rastreamento de transtornos mentais comuns. No presente estudo ela foi

utilizada para avaliação do estado mental durante a gravidez, com ponto de corte sugerido em

estudo de validação realizado no Brasil (MARI; WILLIAMS, 1986).

Para avaliação dos sintomas depressivos no puerpério foi utilizada a EPDS,

desenvolvida por Cox, Holden e Sagovsky (1987). É uma escala curta, de fácil preenchimento

e auto-administrada. Contém dez itens que avaliam sintomas relacionados à depressão nos

últimos sete dias, com pontuação de 0 a 3. Foi validada no Brasil por Santos, Martins e

Pasquali (1999) que sugeriram ponto de corte de 11/12, valor utilizado no presente estudo.

O MOS-SSS foi desenvolvido por Sherbourne e Stewart (1985), e validado no Brasil

por Chor et al. (2001). É composto por 19 questões que compreendem 05 dimensões

funcionais de apoio social: apoio emocional, afetivo, tangível (provisão de recursos práticos e

ajuda material), de informação e de companhia ou interação social. Existem cinco respostas

possíveis para cada uma das perguntas: nunca, raramente, às vezes, quase sempre, ou sempre.

Para cada resposta é atribuída uma pontuação, e de acordo com o escore obtido com a soma

dos pontos, os indivíduos são divididos em categorias de apoio social global. Foi utilizado

neste trabalho o ponto de corte de 33 (COSTA; LUDERMIR, 2005).

As três escalas acima mencionadas (MOS-SSS, SRQ-20 e EPDS) estão incluídas no

questionário da mulher ou da puérpera, tendo sido administrados pelas entrevistadoras, no

momento das entrevistas.

5.6 Produção de dados

Durante o processo de seleção das entrevistadoras foi realizada uma semana de

treinamento, quando foram discutidos os objetivos do estudo, seu modelo teórico e apresentado

o conteúdo dos questionários. Foi dada ênfase às questões éticas, à necessidade de se

entrevistar todas as mulheres e de se coletar informações precisas. As treinandas foram

submetidas a entrevistas simuladas, com discussões durante e após cada uma delas, com o

objetivo de esclarecer dúvidas sobre o conteúdo dos instrumentos de coleta de dados.

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34

Como parte do treinamento foi realizado um estudo piloto em unidades do DS IV para

avaliar o questionário, a aceitação das mulheres e a atuação das entrevistadoras. Após discussão

e identificação dos problemas, foram realizadas as modificações necessárias tanto nas perguntas

do questionário, quanto na forma de abordagem pelas entrevistadoras. Cinco das mulheres que

participaram do treinamento foram selecionadas para a pesquisa. Todas tinham nível superior

completo e experiência em pesquisa científica nas áreas de saúde da mulher, violência e gênero.

Antes de iniciar a coleta de dados foram feitas visitas pela equipe da pesquisa a todas as

unidades de saúde da família do DS II. Os objetivos eram estabelecer um contato inicial com os

profissionais dessas unidades e esclarecer sobre os objetivos do estudo, listar as gestantes

cadastradas, coletar informações como idade, endereço, data provável do parto, próxima consulta

de pré-natal agendada e o nome da Unidade de Saúde da Família na qual cada uma delas estava

cadastrada. Essa lista era atualizada semanalmente.

As entrevistas foram realizadas face a face, sem a presença do companheiro. O primeiro

contato com as participantes do estudo foi realizado ainda na gestação, durante a consulta de pré-

natal na unidade de saúde, onde, na maioria dos casos, se deu a primeira das duas entrevistas

programadas. A entrevista também podia ser feita no carro da pesquisa ou em local de escolha da

gestante, de acordo com sua conveniência, para garantir sua privacidade.

As gestantes cadastradas no pré-natal da ESF que não compareciam às consultas e

aquelas que realizavam o acompanhamento em serviços de referência eram identificadas através

dos registros do PACS, e contatadas em seus domicílios. As entrevistas realizadas no período

pré-natal ocorreram a partir de 31 semanas de gestação, sendo utilizado o Questionário da

Mulher.

O contato com as mulheres para a segunda entrevista deveria ser feito a partir das

consultas da puericultura. Entretanto, devido à cobertura ainda insuficiente das mesmas, a

maioria das mulheres foi contatada e entrevistada em seu domicílio. Para esta entrevista utilizou-

se o Questionário da Puérpera. Embora a intenção tenha sido fazê-la entre três e seis meses após

o parto, elas ocorreram em períodos variáveis, com uma média de 08 meses pós-parto. A data de

realização de cada entrevista foi registrada precisamente.

Durante a fase de coleta de dados foram tomadas medidas adicionais para garantir a

confiabilidade dos dados, como observação das entrevistadoras pela coordenadora de campo,

correção dos questionários e checagem da consistência interna dos dados com a finalidade de

acompanhar o desempenho de cada uma, e reuniões semanais com toda a equipe para discussão

dos casos.

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35

5.7 Processamento e análise dos dados

A entrada dos dados foi feita de forma independente por dois profissionais no

programa Epi-info versão 6.04, utilizando-se o recurso VALIDATE para a eliminação de

erros de digitação, procedendo-se em seguida a checagem da consistência dos mesmos.

Para a análise utilizou-se o software Stata, versão 10.0. Inicialmente foi realizada a

análise descritiva, caracterizando-se a população estudada em relação às variáveis

socioeconômicas e demográficas, de saúde mental e do relacionamento com o parceiro. A

seguir foram obtidas a frequência de gravidez não pretendida e a prevalência de depressão

pós-parto.

A Investigação da associação entre GNP e DPP foi feita através da regressão logística,

estimando-se os odds ratio (OR) bruto e ajustado. Para o ajuste foram incluídas no modelo as

variáveis que se mostraram associadas à exposição e ao desfecho na análise bivariada, e que

haviam sido previamente selecionadas através de revisão da literatura. A avaliação da

significância estatística foi feita considerando-se os valores de p e os intervalos de confiança

de 95%.

5.8 Aspectos éticos

As entrevistas foram realizadas em ambiente reservado (na unidade básica de saúde,

no carro da pesquisa ou no domicílio da mulher, quando solicitado). Foi garantida, a todas as

entrevistadas, antes e após a entrevista, a confidencialidade dos dados fornecidos. Conforme

mencionado, não foram incluídas menores de idade por conta da compulsoriedade em

denunciar uma eventual situação de violência identificada, comprometendo a

confidencialidade dos dados da pesquisa. Antes de iniciar a entrevista as mulheres recebiam

algumas informações relativas à pesquisa, como a instituição responsável, a coordenação, o

caráter voluntário de sua participação, e a natureza pessoal e delicada de algumas questões.

Nesse momento era lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e a anuência da

entrevistada era anotada pela entrevistadora, ao invés da coleta da assinatura da mulher, para

evitar posterior identificação do questionário. Como também foram abordadas questões

relacionadas à violência, considerado um tema sensível, as mulheres receberam informação

sobre serviços sociais, de saúde, jurídicos e policiais disponíveis. Também foram relatados à

gestão do DS II os casos de mulheres em situação de violência, para que a mesma as

encaminhasse aos serviços especializados da Prefeitura do Recife. A pesquisa foi submetida

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36

ao Comitê de Ética da UFPE, sendo aprovada sob o protocolo de número 303/2004 –

CEP/CCS

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37

6 RESULTADOS

6.1 Caracterização da amostra

Participaram da pesquisa 1121 mulheres. Destas, 1056 foram incluídas na análise,

representando o total de mulheres que participaram das duas etapas da pesquisa, que

consistiram em entrevistas realizadas durante a gestação (a partir de 31 semanas) e o

puerpério (até 12 meses após o parto). O percentual de perdas foi de 5,8%. Estas consistiram

em não localização por mudança de endereço (37), óbitos (3), incapacidade para participação

da segunda entrevista (02), mudança para áreas sobre o controle do tráfico de drogas (13);

quatro passaram a viver na rua, e cinco mulheres recusaram permanecer na pesquisa. Uma

delas participou apenas da segunda entrevista.

Ao se avaliar as variáveis socioeconômicas e demográficas, observou-se um

predomínio de mulheres com mais de 20 anos de idade (86,2%), não brancas (80,1%), com

parceiro (86,8%), moradia própria (65,8%) e cinco anos ou mais de escolaridade (77,3%).

Cerca de setenta por cento delas era economicamente inativa, mas 59,4% declararam ter

alguma fonte de renda (incluindo auxílios governamentais e ajuda de amigos/familiares)

(tabela1). Trinta e seis por cento não tinham filhos.

Tabela 1. Características socioeconômicas de demográficas das mulheres entrevistadas no DS II do Recife-

PE, 2005-2006

Variáveis N=1056 %

Idade

Até 19 anos

≥ 20 anos

146

910

13,8

86,2

Raça/cor

Branca

Não branca

210

846

19,9

80,1

Moradia

Própria

Não própria

695

361

65,8

34,2

Escolaridade (em anos de estudo)

0-4 anos

≥ 5 anos

240

816

22,7

77,3

Inserção produtiva

Ativa

Inativa

319

737

30,2

69,8

Situação conjugal

Com companheiro

Sem companheiro

917

139

86,8

13,2

Renda

Com renda

Sem renda

627

429

59,4

40,6

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38

Conforme mostrado na tabela 2, aproximadamente trinta por cento das participantes do

estudo referiram não sofrer nenhum tipo de controle por parte do parceiro. Setenta por cento

delas contavam com pouco ou moderado apoio social.

Tabela 2. Variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social das mulheres entrevistadas no DS II do Recife-

PE, 2005-2006

Variáveis N=1056 %

Comportamento controlador do parceiro

Sem controle

Com controle

314

742

29,7

70,3

Apoio social

Muito

Moderado/pouco

317

739

30,0

70,0

Em relação à saúde mental, 12,1% delas relataram ter apresentado algum episódio de

transtorno ao longo da vida e 42,9% pontuaram acima de oito no SRQ-20 (tabela 3).

Nenhuma das mulheres da amostra estava em tratamento psiquiátrico.

Tabela 3. Variáveis relativas à saúde mental das mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis N=1056 %

SRQ-20

˂8

≥8

603

453

57,1

42,9

História pessoal de transtorno mental

Não

Sim

928

128

87,9

12,1

6.2 Frequência de gravidez não pretendida e prevalência de depressão pós-parto

A frequência de gravidez não pretendida, variável de exposição do presente estudo, foi

de 60,2%, correspondendo a 636 gestações. Destas, 238 (22,5%) foram inoportunas e 398

(37,7%) indesejadas (tabela 4).

Tabela 4. Classificação das gestações de acordo com a pretensão de gravidez das mulheres entrevistadas

no DS II do Recife-PE, 2005-2006

N=1056 %

Gravidez pretendida 420 39,8

Gravidez inoportuna 238 22,5

Gravidez indesejada 398 37,7

Page 41: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

39

Em relação ao desfecho, depressão pós-parto, a prevalência foi de 25,9% (274

mulheres), sendo utilizada a EPDS, com ponto de corte 12 (tabela 5).

Tabela 5. Prevalência de depressão pós-parto de acordo com a EPDS entre as mulheres entrevistadas no

DS II do Recife-PE, 2005-2006

N=1056 %

EPDS ˂ 12 782 74,1

EPDS ≥ 12 274 25,9

6.3 Fatores associados à gravidez não pretendida: análise bivariada

A análise bivariada (n=1056) entre a variável de exposição e as demais variáveis

independentes do estudo revelou maior razão de chances de gravidez não pretendida entre

mulheres com pelo menos 01 filho, pouco ou moderado apoio social, que referiram, por parte

do parceiro, comportamento controlador e aquelas com escore ≥ 8 no SRQ-20 (tabelas 7 a 9).

Nesta etapa da análise não se mostraram associadas à pretensão de gravidez: idade, raça/cor,

moradia, escolaridade, inserção produtiva, renda (tabela 6) e história pessoal de transtorno

mental (tabela 9).

Tabela 6. Associação entre gravidez não pretendida e características socioeconômicas e demográficas das

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Pretensão de gravidez n (%)

Pretendida Não pretendida

OR

(IC 95%)

Valor P

Idade

Até 19 anos

≥ 20 anos

49 (33,6%) 97 (66,4%)

371 (40,8%) 539 (59,2%)

1,36 (0,94-1,97)

1,00

0,096

Raça/cor

Branca

Não branca

82 (39,0%) 128 (61,0%)

338 (40,0%) 508 (60,0%)

1,00

0,96 (0,71-1,31)

0,811

Moradia

Própria

Não própria

266 (38,3%) 429 (62,7%)

154 (42,7%) 207 (57,3%)

1,00

0,83 (0,64-1,08)

0,168

Escolaridade

0-4 anos

≥ 5 anos

87 (36,3%) 153 (63,8%)

333 (40,8%) 483 (59,2%)

1,21 (0,90-1,63)

1,00

0,201

Inserção produtiva

Ativa

Inativa

136 (42,6%) 183 (57,4%)

284 (38,5%) 453 (61,5%)

1,00

1,18 (0,91-1,55)

0,212

Renda

Com renda

Sem renda

240 (38,3%) 387 (61,7%)

180 (42,0%) 249 (58,0%)

1,00

0,86 (0,67-1,10)

0,230

Page 42: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

40

Tabela 7. Associação entre gravidez não pretendida e variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social

entre as mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Pretensão de gravidez n (%)

Pretendida Não pretendida

OR

(IC 95%)

Valor P

Comportamento controlador

do parceiro

Sem controle

Com controle

144 (45,9%) 170 (54,1%)

276 (37,2%) 466 (62,8%)

1,00

1,43 (1,09-1,87)

0,009

Apoio social

Muito

Pouco/moderado

142 (44,8%) 175 (55,2%)

278 (37,6%) 461 (62,4%)

1,00

1,35 (1,03-1,76)

0,030

Tabela 8. Associação entre gravidez não pretendida e variáveis relacionadas à saúde mental entre as

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Gravidez não pretendida (%)

Pretendida Não pretendida

OR

(IC 95%)

Valor P

SRQ20

˂8

≥8

259(43,0%) 344(57,0%)

161(35,5%) 292(64,5%)

1,00

1,37 (1,06-1,76)

0,015

História pessoal de

transtorno mental

Não

Sim

370 (39,9%) 558(60,1%)

50 (39,1%) 78(60,9%)

1,00

1,03 (0,71-1,51)

0,861

Tabela 9. Associação entre gravidez não pretendida e paridade entre as mulheres entrevistadas no DS II

do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Gravidez não pretendida (%)

Pretendida Não pretendida

OR

(IC 95%)

Valor P

Paridade

0

≥1

190(50,5%) 186(49,5%)

230(33,8%) 450(66,2%)

1,00

2,00 (1,55-2,58)

˂0,0001

6.4 Fatores associados à depressão pós-parto: análise bivariada

A análise bivariada realizada entre depressão pós-parto e as co-variáveis do estudo

mostrou maior razão de chances para ocorrência do desfecho entre mulheres sem moradia

própria, com menos de 05 anos de escolaridade, sem inserção produtiva e sem renda (tabela

10).

Page 43: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

41

Tabela 10. Associação entre depressão pós-parto e variáveis socioeconômicas e demográficas das mulheres

entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Escore EPDS

˂12 ≥12

OR

(IC 95%)

Valor P

Idade

Até 19 anos

≥ 20 anos

113 (77,4%) 33 (22,6%)

669 (73,5%) 241 (26,5%)

0,81(0,54-1,23)

1,00

0,315

Raça/cor

Branca

Não branca

160 (76,2%) 50 (23,8%)

622 (73,5%) 224 (26,5%)

1,00

1,15(0,81-1,64)

0,430

Moradia

Própria

Não própria

528 (76,0%) 167 (24,0%)

254 (70,4%) 107 (29,6%)

1,00

1,33(1,00-1,77)

0,050

Escolaridade

0-4 anos

≥ 5 anos

160 (66,7%) 80 (33,3%)

622 (76,2%) 194 (23,8%)

1,60(1,17-2,19)

1,00

0,004

Inserção produtiva

Ativa

Inativa

257 (80,6%) 62 (19,4%)

525 (71,2%) 212 (28,8%)

1,00

1,67 (1,22-2,30)

0,001

Renda

Com renda

Sem renda

449 (71,6%) 178 (28,4%)

333 (77,6%) 96 (22,4%)

1,00

0,73(0,55-0,97)

0,028

Aquelas que referiam comportamento controlador por parte do parceiro tiveram

chance 2,58 vezes maior de apresentar sintomas de depressão após o parto. A razão de

chances para ocorrência do desfecho no grupo com pouco ou moderado apoio social foi de

3,57 (tabela 11).

Tabela 11. Associação entre depressão pós-parto e variáveis relacionadas ao parceiro e apoio social entre

as mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Escore EPDS

˂12 ≥12

OR

(IC 95%)

Valor P

Comportamento controlador

do parceiro

Sem controle

Com controle

268(85,4%) 46(14,6%)

514(69,3%) 228(30,7%)

1,00

2,58(1,82-3,67)

˂ 0,0001

Apoio social

Muito

Pouco/moderado

280(88,3%) 37(11,7%)

502(67,9%) 237(32,1%)

1,00

3,57(2,45-5,20)

˂ 0,0001

Em relação à saúde mental, mulheres com escore ≥ 8 no SRQ20 e história pessoal de

transtorno mental apresentaram maior razão de chances para depressão pós-parto (tabela 12).

Mulheres com pelo menos 01 filho apresentaram chance 2,36 vezes maior para o desfecho

(tabela 13).

Page 44: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

42

Tabela 12. Associação entre depressão pós-parto e variáveis relacionadas à saúde mental entre as

mulheres entrevistadas no DS II do Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Escore EPDS

˂12 ≥12

OR

(IC 95%)

Valor P

SRQ20

˂8

≥8

527 (87,4%) 76 (12,6%)

255 (56,3%) 198 (43,7%)

1,00

5,38(3,97-7,30)

˂ 0,0001

História pessoal de

transtorno mental

Não

Sim

716 (77,2%) 212 (22,8%)

66 (51,6%) 62(48,4%)

1,00

3,17(2,17-4,63)

˂ 0,0001

Tabela 13. Associação entre depressão pós-parto e paridade entre as mulheres entrevistadas no DS II do

Recife-PE, 2005-2006

Variáveis Escore EPDS

˂12 ≥12

OR

(IC 95%)

Valor P

Paridade

0 315(83,8%) 61(16,2%) 1,00

≥1 467(68,7%) 213(31,3%) 2,36 (1,71-3,24) ˂ 0,0001

Nesta etapa da análise não se mostraram associadas à depressão pós-parto as variáveis

idade e raça/cor.

6.5 Análise de regressão logística

Na primeira etapa da análise verificou-se a associação entre a exposição e o desfecho.

Mulheres que referiram sua gravidez como não pretendida apresentaram chance 1,74 vezes

maior de apresentar sintomas de depressão pós-parto em comparação com aquelas que

pretendiam engravidar (OR=1,74 IC 95%: 1,30 – 2,34; p=0,0002) (tabela 14).

Tabela 14. Associação entre gravidez não pretendida e DPP entre as mulheres entrevistadas no DS II do

Recife-PE, 2005-2006

EPDS ˂ 12

N (%)

EPDS ≥ 12

N (%)

OR

IC 95%

Valor p

Gravidez pretendida 337 (80,2%) 83 (19,8%) 1,0

Gravidez não pretendida 445 (70,0%) 191(30,0%) 1,74 (1,30-2,34) 0,0002

A seguir foram inseridas no modelo as variáveis que se mostraram associadas à

exposição e ao desfecho na revisão de literatura e na análise bivariada (potencialmente

Page 45: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

43

confundidoras), para verificar sua interferência nessa associação. O ajuste inicial incluiu as

variáveis: comportamento controlador do parceiro, apoio social e paridade. Observou-se uma

redução no odds ratio, mas manteve-se a significância estatística (OR=1,48 IC 95%: 1,09-

2,01; p=0,012). Após inclusão do SRQ-20 a razão de chances apresentou uma queda um

pouco maior, mas permaneceu estatisticamente significante (OR=1,42 IC 95%: 1,03-1,97;

p=0,031) (tabela 15).

Tabela 15. Associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-parto com e sem ajuste para

variáveis confundidoras

Número total de

participantes

Participantes

com depressão

pós-parto

OR bruto

(IC 95%)

OR ajustado

(IC 95%)*

OR ajustado

(IC 95%)**

Gravidez

pretendida

420 (40%) 83 (20%) 1,00 1,00 1,00

Gravidez não

pretendida

636 (60%) 191(30%) 1,74 (1,30-2,34) 1,48 (1,09-2,01) 1,42 (1,03-1,97)

Valor p - - 0,0002 0,012 0,031

* ajustado para apoio social, comportamento controlador do parceiro e paridade.

** ajustado para apoio social, comportamento controlador do parceiro, paridade e SRQ20.

Page 46: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

44

7 DISCUSSÃO

A gravidez não pretendida é um tema de grande importância, tendo em vista as

potenciais repercussões para a saúde da mulher e da criança (CHENG et al., 2009; DOTT et

al., 2010; FISCHER et al., 2012; GIPSON, KOENIG, HINDIN, 2008; LANCASTER et al.,

2010; ORR; JAMES; REITER, 2008; ÖZBASARAN; ÇORBAN; KUCUK, 2011;

POSTLETHWAITE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2011). Apesar dos avanços na área da

contracepção, sua prevalência ainda é alta, especialmente em países em desenvolvimento,

onde também poucos estudos têm sido feitos para avaliar a questão (SINGH; SEDGH;

HUSSAIN, 2010).

Alguns estudos têm sugerido um efeito negativo da gravidez não pretendida sobre a

saúde mental materna, aumentando o risco de doenças como transtornos mentais comuns,

depressão durante a gravidez e depressão pós-parto (CANTILINO et al., 2010 b; CHENG et

al., 2009; FISHER et al., 2012; GIPSON, KOENIG, HINDIN, 2008; LANCASTER et al.,

2010; MORAES et al., 2006; ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011). Embora a depressão

pós-parto tenha sido bastante estudada até o momento, até onde se conhece nenhum estudo

avaliou a fundo a associação desta com gravidez não pretendida e os possíveis fatores de

confundimento a ela relacionados.

Neste estudo foi encontrada uma frequência de gravidez não pretendida de 60,23%,

valor próximo aos relatados por Prietsch et al. (2011) e por Bassani, Surkan e Olinto (2009)

para gestações não planejadas no Brasil (65% e 64%, respectivamente). Deve-se ressaltar que

estes autores avaliaram gravidez não planejada, cuja definição não é igual à de gravidez não

pretendida. A primeira se refere a toda gravidez não programada pela mulher ou pelo casal.

Na PNDS 2006, a frequência de gravidez não desejada foi significativamente menor (19% das

gestações em curso), no entanto, foram avaliadas apenas mulheres que referiram não querer

mais ter filhos; não foram feitas perguntas sobre gestações inoportunas (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009). Valores menores, embora ainda elevados, têm sido relatados por outros

estudos na América Latina e Caribe (58%), África (39%) (GADOW et al., 1998; SINGH;

SEDGH; HUSSAIN, 2010) e Estados Unidos (49%) (CHENG et al., 2009; CHRISTENSEN

et al., 2011; FINER; ZOLNA, 2011). Países como Japão e Turquia apresentam prevalências

ainda menores (29% e 14%, respectivamente) (ÖZBASARAN; ÇOBAN; KUCUK, 2011;

TAKAHASHI et al., 2012).

Page 47: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

45

Essa variação pode ser explicada, em parte, por diferenças na definição dessa variável.

O estudo de Fischer et al. (1999) sugere, entretanto, não haver distinção clara na percepção

das mulheres a respeito dos termos planejada (planned) e pretendida (intended).

Outros fatores também podem interferir em sua frequência: a não inclusão, na análise,

de gestações que terminaram em aborto e a avaliação retrospectiva da pretensão de gravidez,

uma vez que podem ocorrer mudanças nos sentimentos da mulher à medida que a gestação

prossegue e após o nascimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Além disso, existem dificuldades em se classificar corretamente as gestações. Em

primeiro lugar, é grande o número de fatores envolvidos para que a mulher considere sua

gestação como pretendida ou não, tais como circunstâncias econômicas, familiares e

conjugais, sua percepção e valores em relação à família e ao aborto, entre outros (FISCHER et

al., 1999). Também pode haver, por parte da mulher, ambiguidade de sentimentos em relação

à gravidez, dificultando ainda mais a tarefa do pesquisador em classifica-la. No presente

estudo algumas das mulheres que afirmaram estar tentando/querendo engravidar

responderam, em outra questão, que pensaram ou tentaram fazer um aborto (dados não

apresentados). A maneira como essa questão é abordada atualmente não consegue captar

todas as nuances que envolvem a gravidez não pretendida (KLERMAN, 2000). Erros de

classificação podem levar a distorções na sua frequência e comprometer a análise de sua

associação com outros fatores. No presente estudo foram utilizadas as definições propostas

pelos estudos NSFG, que são também usadas pela maioria dos autores (NATIONAL

CENTER FOR HEALTH STATISTICS, 2005).

A prevalência de depressão pós-parto varia amplamente no mundo (HALBREICH;

KARKUN, 2006). O valor encontrado neste estudo (25,9%) é semelhante ao de países em

desenvolvimento como Marrocos (21%) e Índia (23%) (ALAMI; KADRI; BERRADA, 2006;

PATEL; DESOUZA; RODRIGUES, 2003), e maior do que o de países desenvolvidos (5% no

Japão, 8% nos Estados Unidos e 11,1% na Suécia) (KITAMURA et al., 2006; RICH-

EDWARDS, 2006; RUBERTSSON et al., 2005). No Brasil a prevalência também tem

variado entre os estudos (7,2 a 39,4%) (CANTILINO et al., 2007, 2010a; FIGUEIRA et al.,

2009; LUDERMIR et al., 2010; MORAES et al., 2006; RUSCHI et al., 2007; TANNOUS et

al., 2008). Essa variação decorre de aspectos metodológicos, como diferenças nos

instrumentos diagnósticos utilizados para definição de caso, se entrevista feita por psiquiatra

ou escalas de auto-avaliação (CANTILINO et al., 2010a; O´HARA; SWAIN, 1996); escala e

ponto de corte utilizados (HALBREICH; KARKUN, 2006); duração do período de avaliação

após o parto (O´HARA; SWAIN, 1996); critérios utilizados para seleção das participantes e

Page 48: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

46

características da população em estudo, como condição socioeconômica e aspectos culturais

(HALBREICH; KARKUN, 2006; GIBSON et al., 2009).

Para avaliação da depressão pós-parto foi utilizada a EPDS, com ponto de corte

sugerido em estudo de validação realizado no Brasil (SANTOS; MARTINS; PASQUALI,

1999). Embora seja uma escala de triagem, não se propondo para diagnóstico, apresenta alta

sensibilidade (86%) e especificidade (78%) quando comparada com entrevista feita por

psiquiatra, padrão-ouro para o diagnóstico (COX; HOLDEN; SAGOVSKY, 1987). No estudo

brasileiro acima citado o ponto de corte sugerido (11/12) mostrou sensibilidade de 72%,

especificidade de 89%, e valor preditivo positivo de 78%.

A avaliação do estado mental durante a gravidez foi feita com o SRQ-20, escala de

rastreamento para transtornos mentais comuns desenvolvida pela OMS (HARDING et al.,

1980), que tem mostrado desempenho semelhante à EPDS para avaliação de sintomas

depressivos após o parto (SANTOS et al., 2007). O ponto de corte utilizado (maior ou igual a

8) foi o proposto por Mari e Williams (1986) em seu estudo de validação no Brasil,

apresentando sensibilidade de 77% e especificidade de 81%.

A associação entre gravidez não pretendida e depressão pós parto encontrada no

presente estudo (OR=1,74) se manteve após ajuste para variáveis potencialmente

confundidoras, embora com menor magnitude (tabela 15). Das variáveis incluídas, a que

mostrou influência mais forte sobre a associação foi o SRQ-20 (OR=4,23 IC 95%: 3,09-5,81).

É possível que escores elevados nessa escala durante a gestação sejam resultado de uma

gravidez não pretendida, e a sua inclusão no modelo tenha subestimado a associação entre

esta e a depressão pós-parto.

O presente estudo apresenta algumas limitações, como o fato da amostra, em sua

maior parte, ter sido constituída por mulheres de baixa renda assistidas pela Estratégia de

Saúde da Família, o que impede a generalização dos resultados para populações com outro

perfil socioeconômico, como mulheres atendidas no sistema de saúde privado. Também é

possível que variáveis que dizem respeito ao relacionamento com o parceiro estejam sujeitas a

viés de informação. Além disso, como já mencionado, não foram incluídas no estudo

mulheres que tiveram gestações terminadas em aborto, e a pretensão de engravidar foi

avaliada tardiamente na gestação (terceiro trimestre).

Como pontos que fortalecem o estudo, podem-se destacar o fato de ter sido

prospectivo, o que garante que a causa preceda no tempo o aparecimento do resultado

esperado e diminui o risco de viés de memória. Às mulheres foi perguntado sobre sua

pretensão de engravidar durante a gravidez, e não após a mesma, e antes da ocorrência do

Page 49: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

47

desfecho (DPP). Também foi utilizado o questionário SRQ-20 para avaliar transtornos

mentais comuns durante a gravidez e assim identificar as mulheres que já apresentavam

sintomas depressivos durante a mesma, sendo feito o ajuste para essa variável.

Foram incluídas no estudo todas as mulheres grávidas do DS II, mesmo aquelas que

não estavam fazendo pré-natal em suas unidades básicas de saúde (elas foram localizadas

através dos registros das agentes comunitárias). Essa busca ativa teve por objetivo minimizar

um possível viés de seleção. Dessa forma, pode-se considerar que os resultados são

representativos de populações com as mesmas características da população desse distrito. O

tamanho da amostra e o pequeno percentual de perdas (5,8%) também fortalecem este estudo.

Esse tema é bastante relevante para a saúde da mulher, e necessita de mais estudos

com a finalidade de avaliar questões que ainda se encontram em aberto sobre o assunto. Para

investigações futuras sugere-se incluir mulheres com menos de 18 anos, faixa etária não

incluída no presente estudo, e que apresenta grande percentual de gestações não pretendidas,

especialmente inoportunas (CHENG et al., 2009). Além disso, sugere-se que a avaliação dos

sintomas depressivos após o parto seja feita mais precocemente, pois na maioria dos casos

eles têm início entre 4 e 6 semanas, resolvendo-se dentro de seis meses após o mesmo (COX;

MURRAY; CHAPMAN, 1993; KUMAR; ROBSON, 1984; PATEL; DESOUZA;

RODRIGUES, 2003). Por fim, também se fazem necessários avanços nos conceitos e

métodos para medir a gravidez não pretendida, com o objetivo de melhorar a quantificação da

mesma. No Brasil, onde ainda não existem estudos avaliando a compreensão das mulheres

sobre os diferentes termos utilizados para classificar uma gravidez não pretendida, nem

uniformidade no uso dos mesmos pelos pesquisadores, esses avanços se fazem ainda mais

necessários.

Page 50: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

48

8 CONCLUSÃO

Neste estudo evidenciou-se alta prevalência de Depressão pós-parto (25,9%) e elevada

frequência de Gravidez não pretendida (60,2%). Também se verificou associação entre

ambas, que se manteve após ajuste para variáveis de confundimento. Das variáveis incluídas

na análise, a que mostrou maior influência sobre a associação foi o escore no SRQ-20,

sugerindo que valores elevados nesta escala podem ser resultado da gravidez não pretendida,

subestimando a associação.

A elevada frequência estimada de GNP mostra a magnitude do problema na região.

Mais pesquisas precisam ser feitas no Brasil para conhecer melhor a realidade dessa condição

no país, especialmente em segmentos populacionais não representados nessa amostra, como

mulheres de nível socioeconômico mais elevado. Esse conhecimento é necessário para

chamar a atenção dos gestores para o problema e para que seja feita uma intervenção mais

efetiva não apenas na expansão do acesso aos métodos contraceptivos, como também na

educação em saúde sexual e reprodutiva. Além disso, vai fornecer subsídios para que os

profissionais de saúde identifiquem as mulheres nessa situação, permitindo que atuem para

prevenir ou minimizar suas repercussões na saúde destas e de seus filhos. É necessário

também avançar na compreensão das questões relacionadas ao conceito de gravidez não

pretendida, para evitar erros de classificação e distorções nas estimativas.

A Depressão Pós-parto, embora mais bem estudada e reconhecidamente prejudicial à

saúde da mulher e da criança, também não tem sido contemplada de forma adequada na

atenção dos gestores e profissionais de saúde, que de modo geral não estão capacitados para

rastreá-la e trata-la. Devido à alta prevalência no país, se faz necessário que estratégias para

identificação e tratamento das mulheres com essa condição sejam desenvolvidas. O

conhecimento de sua associação com gravidez não pretendida e dos fatores a ela relacionados

ajudará a identificar aquelas sob maior risco de desenvolvê-la, permitindo ações que

minimizem sua ocorrência ou os danos por ela provocados.

Apesar das limitações já citadas, a importância deste estudo se deve ao fato de ser o

primeiro conhecido a analisar a associação entre gravidez não pretendida e depressão pós-

parto, procurando controlar para fatores de confundimento. Os resultados encontrados podem

contribuir para aumentar o conhecimento sobre a gravidez não pretendida, permitindo ações

governamentais que diminuam seu impacto sobre a saúde.

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ANEXO A

PESQUISA SOBRE A SAÚDE DAS MULHERES GRÁVIDAS E SUAS

EXPERIÊNCIAS DE VIDA

QUESTIONÁRIO DA MULHER

ESTUDO CONDUZIDO PELO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA (PIPASC) – UFPE

CONFIDENCIAL

(uma vez preenchido)

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SEÇÃO 1 – CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS DA MULHER

PERGUNTAS E FILTROS CATEGORIAS DE CODIFICAÇÃO

101 Além de você, que outras pessoas vivem na casa em

que você mora?

CERTIFIQUE-SE QUE O TOTAL DE PESSOAS NÃO

INCLUI HOSPEDES E VISITANTES TEMPORÁRIOS E

INCLUI A ENTREVISTADA

NÚMERO TOTAL DE PESSOAS NA

RESIDÊNCIA.........................[ ][ ]

102 Você poderia me dizer quem são as outras pessoas que

vivem na casa em que você mora?

CERTIFIQUE-SE QUE O TOTAL DE PESSOAS

NÃO INCLUI HOSPEDES E VISITANTES

TEMPORÁRIOS E INCLUI A ENTREVISTADA

01. Vive Sozinha

02. Marido / companheiro

03. Pai

04. Mãe

05. Filhos

06. Nora

07. Genro

08. Neto / neta

09. Irmão

10. Irmã

11. Tio

12. Tia

13. Avó / Avô

14. Sobrinho / Sobrinha

15. Enteados

16. Sogra

17. Sogro

18. Cunhado

19. Cunhada

20. Outra Pessoa: ______________________

89. Não quis Responder

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103 Quem é o chefe do domicílio? 01. A entrevistada

02. Marido / companheiro

03. AMBOS

04. Pai / Mãe

05. Outro: __________________________

06. Não tem chefe

99. Não sabe

104 Agora, eu vou fazer algumas perguntas sobre sua casa.

A sua casa é:

01. PRÓPRIA

02. INVADIDA

03. ALUGADA

04. CEDIDA / EMPRESTADA

05. OUTROS : ________________________

89. Não quis Responder

105 Quantos cômodos tem a sua casa? Nº DE CÔMODOS ......................... [ ][ ]

106 Aonde você obtém a água utilizada em sua casa para

beber e cozinhar?

01. TORNEIRA DENTRO DE CASA

02. TORNEIRA DO LADO DE FORA DA

CASA

03. NÃO TEM ACESSO A ÁGUA

ENCANADA

OUTRA: _____________________________

107 Que tipo de banheiro você tem na sua casa? 01. INDIVIDUAL INTERNO

02. INDIVIDUAL EXTERNO

03. COLETIVO

04. NÃO TEM BANHEIRO

89. NÃO QUIS RESPONDER

108 Em sua casa, que tipo de ligação elétrica existe? 01. NÃO TEM LUZ ELÉTRICA

02. LIGACAO INDIVIDUAL COM CONTADOR

PRÓPRIO

03. NÃO TEM LIGAÇÃO PRÓPRIA

04. OUTRO: _________________________

89. NÃO QUIS RESPONDER

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109 Nesta casa existem quantos destes itens?

[ ] TELEVISÃO COLORIDA

[ ] VÍDEO-CASSETE

[ ] RÁDIO

[ ] AUTOMÓVEL DE PASSEIO

[ ] TELEFONE

[ ] ASPIRADOR DE PÓ

[ ] MAQ. DE LAVAR ROUPA

[ ] GELADEIRA

[ ] FREEZER

[ ] COMPUTADOR

SIM

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

NÃO

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

110 Alguma pessoa que mora na sua casa possui:

[ ] TERRENO

[ ] CASA

[ ] APARTAMENTO

[ ] EMPRESA OU NEGÓCIO

[ ] TERRA

SIM

01

01

01

01

01

NÃO

02

02

02

02

02

111 Nas últimas 4 semanas alguém de sua casa foi vítima

de um crime nesta vizinhança, tais como roubo,

assalto, violência física ou sexual?

Se SIM, pergunte:

Qual?

a) [ ] 1. SIM 2. NÃO

b) Qual?

01. Roubo

02. Assalto

03. Violência física

04. Violência sexual

05. Homicídio

88. Não aplicável

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112 Quando você nasceu (dia, mês e ano) ? Dia .............................................. [ ] [ ]

Mês ............................................. [ ] [ ]

Ano .......................... [ ] [ ] [ ] [ ]

Não Sabe O Ano ................................... 9999

113 Quantos anos você fez no seu último aniversário? Anos completos ............................ [ ][ ]

114 Em que religião você foi criada?

01. NÃO TEM RELIGIÃO 02. CATÓLICA 03. PROTESTANTE 04. ESPÍRITA 05. UBANDA / CANDOBLÉ 06. OUTRA

115 Atualmente, você freqüenta alguma religião ou culto?

01. NÃO TEM RELIGIÃO passe para Q.117 02. CATÓLICA 03. PROTESTANTE 04. ESPÍRITA 05. UBANDA / CANDOBLÉ 06. OUTRA 88. Não Aplicável

116 Com que freqüência você freqüentou culto religioso nas duas últimas semanas?

Nº DE VEZES ............................... [ ][ ]

Não aplicável ...................................... ‘88’

117 Entre as seguintes alternativas, qual você escolheria

para identificar a sua cor ou raça?

01. BRANCA

02. PRETA

03. PARDA

04. AMARELA

05. INDÍGENA

89. NÃO QUIOS RESPONDER

99. NÃO SABE

118 Você sabe ler e escrever? 01.SIM

02.NÃO

119 Você já freqüentou a escola? 01.SIM

02.NÃO passe para Q.121

120 Qual a ultima serie e grau que você concluiu com

aprovação? MARQUE O GRAU MAIS ELEVADO.

CONVERTA OS ANOS DE ESCOLARIDADE DE

ACORDO COM OS CÓDIGOS DA TABELA.

01. Primeiro Grau Menor______ Ano .............

02. Primeiro Grau Maior ______ Ano .............

03. Secundário / Técnico ______ Ano ............

04. Universitário Incompleto ___ Ano

.............

05. Universitário completo ____ Ano

.............

Nº DE ANOS DE INSTRUÇÃO [ ] [ ]

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62

121 Atualmente você está casada ou vive com alguém?

a. ATUALMENTE CASADA

passe para Q.126

b. VIVE / MORA JUNTO COM UM

HOMEM passe para Q.126

c. TEM UM PARCEIRO (MANTENDO RELAÇÃO SEXUAL), MAS NÃO VIVE JUNTO.

d. NÃO ESTÁ CASADA OU VIVENDO COM ALGUÉM (SEM RELACIONAMENTO SEXUAL).

e. OUTRO: __________________________ 89.NÃO QUIS RESPONDER

122 Você alguma vez já foi casada ou viveu com um

companheiro do sexo masculino?

01. Sim

02. Não passe para Q.201

88.Não aplicável

123 O último casamento ou vida em comum com um

companheiro terminou em divórcio / separação, ou

você ficou viúva?

01. DIVORCIADA

02. SEPARADA

03. VIÚVA passe para Q.128

88. Não aplicável

124

1.1.1.1.1.1.1.1.1 Qual o motivo que levou este seu

último casamento / ou

relacionamento a terminar?

01. VOCÊ NÃO SENTIA MAIS AMOR POR

ELE

02. VOCÊ NÃO TINHA MAIS ATRAÇÃO

SEXUAL POR ELE

03. VOCÊ ENCONTROU OUTRA PESSOA

04. INFIDELIDADE DO PARCEIRO

05. INCOMPATIBLIDADES / NÃO SE

ENTENDIAM

06. COMPANHEIRO FAZIA USO DE

ÁLCOOL, DROGAS

07. COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS

DO PARCEIRO

08. OUTRO: __________________________

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

125

1.1.1.1.1.1.1.1.2 Quem tomou a iniciativa da

separação?

01. VOCÊ

02. SEU PARCEIRO

03. AMBOS, VOCÊ E SEU PARCEIRO

04. OUTRO: ________________________

05. NÃO LEMBRA / NÃO QUIS

RESPONDER

88. NÃO APLICÁVEL

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63

126 Pensando no seu relacionamento atual / mais recente,

quando vocês casaram / foram viver juntos:

01. VOCÊ SE MUDOU PARA CASA DO

PARCEIRO

02. VOCÊ SE MUDOU PARA CASA DA

FAMILIA DO PARCEIRO

03. O PARCEIRO SE MUDOU PARA SUA

CASA

04. O PARCEIRO SE MUDOU PARA

CASA DE SUA FAMILIA

05. VOCÊS FORAM MORAR SOZINHOS

06. OUTRO: __________________________

07. NÃO LEMBRA / NÃO QUIS

RESPONDER

88. NÃO APLICÁVEL

127 Antes de seu relacionamento atual, você já foi casada

ou viveu junto com outro companheiro do sexo

masculino?

01. SIM

02. NÃO passe para

Q.201

88. NÃO APLICAVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

passe para

Q.201

128 Quantas vezes você foi casada ou viveu junto com um

companheiro do sexo masculino?

(incluir o companheiro atual, quando existente)

NÚMERO DE MARIDOS /

COMPANHEIROS

........................... [ ][ ]

Não aplicável ....................................... ’88’

129 Quando você casou / foi viver junto pela primeira vez,

quantos anos você tinha?

ANOS (IDADE APROXIMADA) .....[ ][

]

Não aplicável ....................................... ‘88’

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64

SEÇÃO 2 – HISTORIA REPRODUTIVA E CONTRACEPTIVA

Agora eu gostaria de falar sobre alguns fatos e situações vividas pela maioria das mulheres: seus relacionamentos e seus

parceiros, gravidezes e filhos que teve.

201 Você está grávida agora? PARA AS MULHERES QUE DIZEM ESTAR GRÁVIDA E A GRAVIDEZ

NÃO É EVIDENTE Explore: Você fez teste de gravidez e este foi positivo?

01. Sim, está grávida

02. Talvez / não tem certeza

ENCERRAR ENTREVISTA

03. Não está grávida

ENCERRAR ENTREVISTA

202 Quantas vezes você já engravidou? (Considere, inclusive, qualquer gravidez mesmo que não tenha tido uma criança viva ou tenha resultado em aborto)

Número total de vezes que engravidou [ ][ ]

Inclua a gravidez atual, e se ela estiver grávida pela

primeira vez passe para Q.208

203 Quando você engravidou pela PRIMEIRA vez, quantos anos você tinha?

IDADE EM ANOS ............................[ ][ ]

Não lembra ...........................................’99’

204 De quantos parceiros você engravidou?

(Considere, todas as vezes em que você engravidou, estivesse ou não vivendo com o pai da criança, mesmo que não tenha tido uma criança viva ou tenha resultado em aborto.)

NÚMERO DE PARCEIROS DE QUEM

ENGRAVIDOU ................................ [ ][ ]

Não quis responder ...............................’89’

Se for a 1ª gravidez .............................. ‘01’

205 Você já pariu uma criança? Quantas?

Explore: pode ter sido uma criança nascida viva ou

morta.

01. SIM

02. NÃO passe para Q.208

NÚMERO DE PARTOS ................. [ ][ ]

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65

206 De quantos parceiros você teve filhos? NÚMERO DE PARCEIROS DE QUEM TEVE

FILHOS ................................ [ ][ ]

Nenhum ............................................... ‘00’

Não quis responder .............................. ’89’

207 Quando nasceu o seu PRIMEIRO filho, quantos anos você tinha?

Idade em anos.....................................[ ][ ]

Não aplicável ....................................... ‘88’

208 Você já fez alguma coisa ou tentou de alguma forma

evitar gravidez?

01. SIM

02. NÃO passe para Q. 213

89.Não Quis Responder passe para Q. 213

209 Quais os métodos para evitar gravidez que você já

usou?

01. NUNCA USOU

02. PÍLULAS

03. INJEÇÕES

04. IMPLANTE DE ADESIVO (NORPLANT)

05. DIU – Dispositivo Intra-Uterino

06. DIAFRAGMA / ESPERMICIDA

07. TABELA / MÉTODO DO MUCO

08. CAMISINHA

09. COITO INTERROMPIDO

10. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

210 Quantos anos você tinha quando usou pela primeira

vez, algum método evitar gravidez?

IDADE EM ANOS ...........................[ ][ ]

Não lembra .......................................... ‘99’

Nunca usou ......................................... ’00’

211 No último mês antes de engravidar, você usou algum

método para evitar gravidez? Qual?

Explore: E seu marido ou companheiro?

01. NÃO ESTAVA USANDO

02. PÍLULAS

03. INJEÇÕES

04. IMPLANTE DE ADESIVO (NORPLANT)

05. DIU – Dispositivo Intra-Uterino

06. DIAFRAGMA / ESPERMICIDA

07. TABELA / MÉTODO DO MUCO

08. CAMISINHA

09. COITO INTERROMPIDO

10. OUTROS: _________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

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66

212 Quem decidiu usar esse método? 01. VOCÊ

02. O PARCEIRO

03. OS DOIS

04. OUTRA PESSOA : __________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

Você disse já ter engravidado [no de vezes], eu gostaria de saber alguma informações sobre as suas outras gravidezes.

Se ela referiu apenas uma gravidez, esta é a gravidez atual, passe para a SECÇÃO 3.

213

1ª Gravidez a) Quando engravidou pela primeira

vez, você estava fazendo algo ou

usando algum método para evitar

gravidez?

EXPLORE: E o seu parceiro fazia

alguma coisa?

01. Sim

02. Não

88. Não aplicável

99. Não lembra

b) Quando engravidou pela primeira

vez, antes de saber que estava grávida,

você estava tentando engravidar, queria

engravidar ou tanto fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

02. QUERIA ENGRAVIDAR

03. NÃO ESTAVA QUERENDO

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

05. NÃO HAVIA PENSADO NO ASSUNTO

06. OUTROS: _________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

C) A SUA 1ª GRAVIDEZ RESULTOU EM: 01. FILHO NASCIDO VIVO

02. FILHO NASCIDO MORTO

03. ABORTO ESPONTANEO (NATURAL)

04. ABORTO PROVOCADO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

214

2ª Gravidez a) Quando engravidou pela segunda

vez, você estava fazendo algo ou

usando algum método para evitar

gravidez?

EXPLORE: E o seu parceiro fazia

alguma coisa?

01. SIM

02. NÃO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

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67

b) Na sua 2ª gravidez, antes de saber

que estava grávida, você estava

tentando engravidar, queria engravidar

ou tanto fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

02. QUERIA ENGRAVIDAR

03. NÃO ESTAVA QUERENDO

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

05. OUTROS: _________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

C) A SUA 2ª GRAVIDEZ RESULTOU EM: 01. FILHO NASCIDO VIVO

02. FILHO NASCIDO MORTO

03. ABORTO ESPONTANEO (NATURAL)

04. ABORTO PROVOCADO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

215 3ª Gravidez a) Quando engravidou pela terceira vez,

você estava fazendo algo ou usando

algum método para evitar gravidez?

EXPLORE: E o seu parceiro fazia

alguma coisa?

01. SIM

02. NÃO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

b) Na sua 3ª gravidez, antes de saber que

estava grávida, você estava tentando

engravidar, queria engravidar ou tanto

fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

02. QUERIA ENGRAVIDAR

03. NÃO ESTAVA QUERENDO

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

05. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

C) A SUA 3ª GRAVIDEZ RESULTOU EM: 01. FILHO NASCIDO VIVO OU MORTO

02. ABORTO ESPONTANEO (NATURAL)

03. ABORTO PROVOCADO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

216 4ª Gravidez a) Quando engravidou pela quarta vez,

você estava fazendo algo ou usando

algum método para evitar gravidez?

EXPLORE: E o seu parceiro fazia

alguma coisa?

01. SIM

02. NÃO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

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68

b) Na sua 4ª gravidez, antes de saber

que estava grávida, você estava

tentando engravidar, queria engravidar

ou tanto fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

02. QUERIA ENGRAVIDAR

03. NÃO ESTAVA QUERENDO

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

05. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

c) A sua 4ª gravidez resultou em: 01. FILHO NASCIDO VIVO

02. FILHO NASCIDO MORTO

03. ABORTO ESPONTANEO (NATURAL)

04. ABORTO PROVOCADO

89. Não quis responder

88. Não aplicável

99. Não lembra

217 5ª

GRAVIDEZ

A) QUANDO ENGRAVIDOU PELA QUINTA

VEZ, VOCÊ ESTAVA FAZENDO ALGO OU

USANDO ALGUM MÉTODO PARA EVITAR

GRAVIDEZ?

EXPLORE: E O SEU PARCEIRO FAZIA

ALGUMA COISA?

01. SIM

02. NÃO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

b) Antes de saber que estava grávida,

você estava tentando engravidar, queria

engravidar ou tanto fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

02. QUERIA ENGRAVIDAR

03. NÃO ESTAVA QUERENDO

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

05. OUTRO : _________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não lembra

C) A SUA 5ª GRAVIDEZ RESULTOU EM: 01. FILHO NASCIDO VIVO

02. FILHO NASCIDO MORTO

03. ABORTO ESPONTANEO (NATURAL)

04. ABORTO PROVOCADO

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não sabe

HAVENDO MAIS DE CINCO GRAVIDEZES USE A FOLHA ADICIONAL

Page 71: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

69

218

222

TOTALIZE O NÚMERO DE EVENTOS, E

PERGUNTE:

Só para confirmar: Você já deu à luz a [número]crianças vivas?

Você já teve [número]crianças nascidas mortas?

Você teve [número] abortos,

[número] abortos que foram espontâneos (natural)

e [número] foram provocados?

218) Nº DE NASCIDOS VIVOS .... [ ][ ]

219) Nº DE NATIMORTOS........... [ ][ ]

220) Nº DE ABORTOS ................. [ ][ ]

221) ABORTO ESPONTÂNEO ..... [ ][ ]

222) ABORTO PROVOCADO ...... [ ][ ]

Se nenhum registre ............................. ‘00’

223 Caso você pudesse escolher / ter escolhido, quantos

filhos você gostaria de ter / ter tido ?

Nº DE FILHOS..................................[ ][ ]

NENHUM ............................................ ‘00’

224 Que idade você tinha quando teve relações sexuais com uma pessoa do sexo masculino pela primeira vez?

ANOS (IDADE APROXIMADA) .....[ ][ ]

225 Como você descreveria sua primeira experiência sexual: você queria, não queira, mas acabou acontecendo, ou foi forçada a fazer sexo?

01. QUERIA passe para Q.227

02. NÃO QUERIA, MAS ACONTECEU

03. FOI FORÇADA passe para Q.226

89. Não quis responder passe para Q.227

226 Como você foi forçada? 01. HOUVE VIOLÊNCIA FÍSICA

02. HOUVE AMEAÇA DE VIOLÊNCIA

03. HOUVE OUTRO TIPO DE AMEAÇA

04. HOUVE MUITA INSISTÊNCIA

05. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

227 Quem foi essa pessoa com quem você teve a primeira relação?

01. NAMORADO

02. MARIDO OU COMPANHEIRO

03. PARCEIRO EVENTUAL

04. AMIGO

05. VIZINHO

06. DESCONHECIDO

07. OUTRO: __________________________

89. Não quis responder

99. Não lembra

Page 72: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

70

SEÇÃO 3 – GRAVIDEZ ATUAL

301 Eu gostaria de saber sobre esta sua gravidez atual. Você

lembra a data da sua última menstruação?

Data: ______ / _____ / _______

302 Aproximadamente, com quantas semanas de gravidez você

está?

[ ][ ] SEMANAS

OU

[ ][ ] MESES

303 Antes de saber que estava grávida, você estava tentando

engravidar, queria engravidar ou tanto fazia?

01. ESTAVA TENTANDO ENGRAVIDAR

passe para Q.305

02. ESTAVA QUERENDO ENGRAVIDAR

passe para Q.305

03. QUERIA ENGRAVIDAR, MAS NÃO

AGORA

passe para Q.305

04. NÃO QUERIA ENGRAVIDAR

05. NÃO FAZIA DIFERENÇA

passe para Q.305

89.Não quis responder passe para Q.305

304 Por que você não estava querendo engravidar agora?

01. NÃO VIVE JUNTO COM O PARCEIRO

02. ESTAVA SEPARANDO

03. NÃO QUER TER FILHOS / MAIS FILHOS

04. NÃO QUER TER MAIS FILHOS

COMPANHEIRO ATUAL

05. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

305 Na época em que você ficou grávida, seu marido /

companheiro queria que você engravidasse, queria esperar

mais um pouco, não queria ter (não queria ter mais) filhos,

ou tanto fazia?

01. QUERIA A GRAVIDEZ

02. QUERIA ESPERAR

03. NÃO QUERIA FILHOS

04. NÃO FAZIA DIFERENÇA

89. Não quis responder

99. Não sabe

306 Como você reagiu quando soube que estava grávida? 01. FICOU CONTENTE

02. ACEITOU

03. QUIS FAZER UM ABORTO

04. TENTOU FAZER UM ABORTO

05. OUTRO: __________________________

89. Não quis responder

Page 73: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

71

307 E o seu companheiro, como reagiu quando soube que você estava grávida?

01. FICOU CONTENTE passe para Q.309

02. ACEITOU passe para Q.309

03. FOI INDIFERENTE

04. FICOU CONTRARIADO / NÃO GOSTOU

05. SUGERIU / QUIS QUE FIZESSE UM

ABORTO

06. NÃO FICOU SABENDO DA GRAVIDEZ

passe para Q.309

07. SUMIU QUANDO SOUBE DA GRAVIDEZ

08. OUTRO: __________________________

89. Não quis responder

308 Qual o motivo de seu companheiro não ter aceito a gravidez? 01. ELE TEM OUTRO RELACIONAMENTO

02. VOCÊS ESTAVAM A POUCO TEMPO

JUNTOS.

03. VOCÊS ESTAVAM SE SEPARANDO

04. ELE NÃO QUERIA TER FILHOS / MAIS

FILHOS

05. NÃO ACREDITOU QUE O FILHO ERA

DELE

06. ELE NÃO É O PAI DA CRIANÇA

07. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não sabe

309

Só para confirmar, quando engravidou dessa última vez,

você estava fazendo algo para evitar gravidez?

EXPLORE: E o seu parceiro fez alguma coisa?

CONFIRA Q.211

01. Sim passe para Q.311

02. Não estava usando

03. Nunca usou

89. Não quis responder passe para Q.312

310 Quando engravidou dessa última vez, por que motivo vocês

não estavam evitando?

01. VOCÊ DESEJAVA TER UM FILHO

02. O PARCEIRO QUERIA TER UM FILHO

03. VOCÊS DOIS DESEJAVAM TER UM FILHO

04. VOCÊ PENSAVA QUE NÃO PODIA

ENGRAVIDAR

05. NÃO PENSAVAM SOBRE ISSO

06. O PARCEIRO NÃO QUERIA

07. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

311 Seu marido / companheiro sabia que você estava usando um

método para evitar a gravidez?

01. Sim

02. Não estava usando

89. Não quis responder

312 Alguma vez seu marido / companheiro atual / mais recente

se recusou ou tentou impedi-la de usar algum método para

evitar a gravidez?

01. Sim

02. Não passe para Q.314

88.Não aplicável

89.Não quis responder passe para Q.314

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72

313 De que maneira ele demonstrou que não permitir que você usasse algum método para evitar a gravidez?

MARQUE TODAS AS QUE SE APLICAM

01. FALOU QUE NÃO APROVAVA

02. GRITOU / FICOU COM RAIVA

03. AMEAÇOU BATER EM VOCÊ

04. AMEAÇOU LARGAR VOCÊ / POR VOCÊ PARA FORA DE CASA

05. BATER EM VOCÊ / AGREDIR VOCÊ

06. PEGOU OU DESTRUIU O MÉTODO

07. OUTRA: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

314 Depois que você engravidou dessa última vez, você pensou em interromper essa gravidez?

01. Sim

02. Não passe para Q.327

89. Não quis responder passe para Q.327

APENAS PARA AS MULHERES QUE RESPONDERAM EM Q.306 código 3 ou 4 (quis ou tentou fazer um aborto) ou em

Q.307 código 5 (companheiro quis fazer um aborto) ou em Q.314 disse ter pensado em fazer um aborto (código 1)

CHEQUE Q.306, Q.314 e Q.307

315 Você chegou a conversar com o seu parceiro sobre a possibilidade de interromper a gravidez?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.318

88. Não aplicável

89. Não quis responder passe para Q.318

316 Quanto a idéia de interromper a gravidez, você diria que seu companheiro:

01. DEU APOIO passe para Q.318

02. FOI INDIFERENTE passe para Q.318

03. ACEITOU passe para Q.318

04. NÃO APROVOU

05. NÃO FICOU SABENDO

passe para Q.318

06. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder passe para Q.318

317

De que maneira ele demonstrou não aprovar que você interrompesse a gravidez?

MARQUE TODAS AS QUE SE APLICAM

01. FALOU QUE NÃO APROVAVA

02. GRITOU / FICOU COM RAIVA

03. AMEAÇOU BATER EM VOCÊ

04. AMEAÇOU LARGAR VOCÊ / PÔR VOCÊ PARA FORA DE CASA

05. BATEU EM VOCÊ / AGREDIU VOCÊ

06. OUTRA: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

318

Você fez alguma tentativa de interromper essa gravidez? 01. Sim

02. Não passe para Q.326

88. Não aplicável

89. Não quis responder passe para Q.326

319 De que forma você tentou interromper essa gravidez?

MARQUE TODAS AS QUE SE APLICAM

01. USOU CITOTEC

02. USOU OUTRO MEDICAMENTO

03. TOMOU CHÁS E INFUSÕES

04. OUTRO: __________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

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73

320 Com quanto tempo de gravidez você estava, quando tentou interromper essa gravidez? Explore: Quantas semanas ou meses de gravidez?

[ ][ ] SEMANAS

OU

[ ][ ] MESES

Não aplicável ..... ’88’

321 Você estava vivendo com o pai da criança?

01. Sim

02. Não

88. Não aplicável

89. Não quis responder

322

Afora o seu companheiro, você conversou com mais alguém sobre interromper a gravidez?

01. IRMÃ(S)

02. AMIGA(S)

03. MÃE DELA

04. MÃE DELE

05. PADRE / LÍDER

RELIGIOSO

06. OUTRA PESSOA:

________________

07. NÃO FALOU COM

NINGUEM

passe para Q.324

88. Não aplicável

89. Recusou responder

passe para Q.324

99. Não lembra

passe para Q.324

323 Alguma dessas pessoas a apoiou na decisão de interromper a gravidez?

01. NÃO TEVE

APOIO

02. IRMÃ(S)

03. AMIGA(S)

04. MÃE DELA

05. MÃE DELE

06. OUTRA

PESSOA:

_______________

___

88. Não aplicável

99. Não lembra

324 Depois desta tentativa de aborto, você procurou alguma forma de atendimento médico?

01. SIM, E FOI

ATENDIDA

02. SIM, MAS NÃO

FOI ATENDIDA

03. NÃO

PROCUROU

04. OUTRO:

_______________

___________

88. Não aplicável

Page 76: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

74

325 Qual foi o principal motivo para você ter querido interromper a gravidez ?

01. FALTA DE

CONDIÇÕES

FINANCEIRA

02. NÃO QUERIA

MAIS FILHOS

03. NÃO QUERIA

TER FILHO

04. NÃO QUERIA

FILHO / MAIS

FILHOS COM

ESTE

COMPANHEIRO

05. NÃO QUERIA

NAQUELE

MOMENTO

06. NÃO VIVIA COM O PAI DA CRIANÇA

07. O PAI DA

CRIANÇA NÃO

QUERIA A

GRAVIDEZ

08. PARA NÃO

PERDER O

EMPREGO

09. QUERIA

TRABALHAR /

PROCURAVA

EMPREGO

10. QUERIA

ESTUDAR /

CONTINUAR

ESTUDANDO

11. PROBLEMA DE

SAÚDE

____________

12. OUTRO:

_______________

___________

88. Não aplicável

326 Qual foi o principal motivo para você ter levado a gravidez adiante?

01. MEDO DE

COMPLICAÇÕE

S PARA A

SAUDE

02. MOTIVO

RELIGIOSO

03. MEDO DA

REAÇÃO DO

COMPANHEIRO

04. NÃO TINHA

DINHEIRO

PARA FAZER

05. NÃO SABIA

ONDE

PROCURAR

88. Não aplicável

89. Não quis

responder

99. Não lembra

Page 77: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

75

327 Você está fazendo pré-natal? 01. SIM

passe para

Q.329

02. NÃO

89. Não quis

responder

328 Por que motivo você não está fazendo pré-natal? 01. NÃO QUIS

FAZER

02. DESCOBRIU A

POUCO QUE

ESTAVA

GRÁVIDA.

03. NÃO ACHA

QUE É

IMPORTANTE

04. NÃO TEM

TEMPO

05. MARIDO /

COMPANHEIRO

NÃO QUER

06. Outro:

_______________

_____________

88. Não aplicável

89. Não quis

responder

329 Você estava com quantas semanas de gravidez,

quando fez a primeira consulta de pré-natal?

[ ][ ] SEMANAS

OU

[ ] [ ] MESES

Não aplicável ..... ‘88’

330 Seu marido / companheiro, encorajou, não

demonstrou qualquer interesse ou tentou impedir

que você fizesse o pré-natal?

01. ENCORAJOU

02. NÃO

DEMONSTROU

INTERESSE

03. IMPEDIU

88. Não aplicável

89. Não quis

responder

Page 78: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

76

SEÇÃO 4 – SAÚDE MENTAL

401 As próximas perguntas são relacionadas com outros

problemas comuns que talvez a tenham incomodado

nas últimas 4 semanas. Se você teve problemas nas

últimas 4 semanas, responda SIM. Se não, responda

NÃO.

a) Tem dores de cabeça freqüentes?

b) Tem falta de apetite?

c) Dorme mal?

d) Assusta-se com facilidade?

e) Tem tremores nas mãos?

f) Sente-se nervosa, tensa, preocupada?

g) Tem má digestão?

h) Tem dificuldade em pensar com clareza?

i) Tem se sentido triste ultimamente?

j) Tem chorado mais que de costume?

k) Encontra dificuldades em realizar com satisfação

suas atividades diárias?

l) Tem dificuldade para tomar decisões?

m) Tem dificuldades no serviço? (seu trabalho é

penoso, lhe causa sofrimento)?

n) É incapaz de desempenhar um papel útil em sua

vida?

o) Tem perdido o interesse pelas coisas?

p) Você se sente uma pessoa inútil, sem préstimo?

q) Tem tido a idéia de acabar com a vida?

r) Sente-se cansada o tempo todo?

s) Tem sensações desagradáveis no estômago?

t) Você se cansa com facilidade?

a) DOR DE CABEÇA

b) FALTA DE APETITE

c) DORME MAL

d) ASSUSTA-SE

e) MÃOS TRÊMULAS

f) NERVOSA

g) MÁ DIGESTÃO

h) DIF.EM PENSAR

i) TRISTE

j) CHORA MUITO

k) DIF. ATIV. DIÁRIAS

l) DIFICULDADE

DECISÕES

m) DIFICULDADE SERVIÇO

n) SEM PAPEL ÚTIL

o) SEM INTERESSE

p) DESVALORIZADA

q) POR FIM À VIDA

r) SENTE-SE CANSADA

s) PROBL. ESTOMACAIS

t) CANSAÇO

SIM

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

NÃO

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

02

402 Já tentou por fim à sua vida? 01. SIM

02. NÃO

403

1.1.2 Alguém na sua família já teve doença dos

nervos?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.405

89. Não quis responder

Page 79: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

77

404 a) Quem?

1. PAI

2. IRMÃO

3. MÃE

4. IRMÃ

5. OUTRO _______________

b) Qual?

( 01. Ansiedade 02. Depressão 03. Depressão pós-parto

04. Alcoolismo 05. Esquizofrenia 06. Outras)

01

01

01

01

01

02

02

02

02

02

03

03

03

03

03

04

04

04

04

04

05

05

05

05

05

06 ______________________ 88.NA

06 ______________________ 88.NA

06 ______________________ 88.NA

06 ______________________ 88.NA

06 ______________________ 88.NA

405

1.1.3 E você, já teve doença de nervos?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.411

406

1.1.4 Quando isso aconteceu, aproximadamente,

quantos anos você tinha?

1.1.5

1.1.6

01. MENOS DE 10 ANOS

02. ENTRE 10 E 19 ANOS

03. 20 ANOS OU MAIS

88. Não Aplicável

89. Não Quis Responder

99. Não Sabe

407 Qual a doenças de nervos, que você teve?

01. Ansiedade

02. Depressão

03. Alcoolismo

04. Esquizofrenia

05. Outras ______________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não sabe

408

1.1.7 Durante essa(s) doença(s), você foi atendida

por alguém?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.410

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

Page 80: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

78

409

1.1.8 Quem foi a pessoa que a atendeu?

01. MÉDICO

02. PSICÓLOGO

03. FARMACEUTICO

04. CURANDEIRO

05. OUTRO: __________________________

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

99. NÃO SABE

410

1.1.9 Alguma vez você ?

(Aceite uma ou mais respostas)

01. TRATOU-SE COM PSICOLOGO

02. TRATOU-SE COM PSIQUIATRA

03. TOMOU REMÉDIO CONTROLADO

04. ESTEVE INTERNADA EM CLINICA

PSIQUIATRICA

05. OUTRO: __________________________

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

99. NÃO SABE

411

1.1.10 Alguma vez em que você esteve grávida,

você teve depressão ou alguma outra doença

de nervos?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.415

89. NÃO QUIS RESPONDER

99. NÃO SABE

412 Qual foi o problema que você teve?

01. Ansiedade

02. Depressão

03. Alcoolismo

04. Esquizofrenia

05. Outras _____________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não sabe

Page 81: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

79

413

1.1.11 Quando isto aconteceu, você fez algum

tratamento?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.415

88.NÃO APLICÁVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

99.NÃO SABE

414

1.1.12 Qual o tratamento que você fez?

(Aceite uma ou mais respostas)

01. TRATOU-SE COM PSICOLOGO

02. TRATOU-SE COM PSIQUIATRA

03. TOMOU REMÉDIO CONTROLADO

04. ESTEVE INTERNADA EM CLINICA

PSIQUIATRICA

05. OUTRO: ________________________

88.NÃO APLICÁVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

99.NÃO SABE

415

1.1.13 Alguma vez você teve depressão ou alguma

outra doença dos nervos, depois do parto?

01. SIM

02. NÃO passe para SEÇÃO 5

89. NÃO QUIS RESPONDER

99. NÃO SABE

416 Qual foi o problema que você teve?

01. Ansiedade

02. Depressão

03. Psicose

04. Esquizofrenia

05. Outra ______________________________

88. Não aplicável

89. Não quis responder

99. Não sabe

417 1.1.14 Quando isto aconteceu, você fez algum

tratamento?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.419

88.NÃO APLICÁVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

99.NÃO SABE

418

1.1.15 Qual o tratamento que você fez?

(Aceite uma ou mais respostas)

01. TRATOU-SE COM PSICOLOGO

02. TRATOU-SE COM PSIQUIATRA

03. TOMOU REMÉDIO CONTROLADO

04. ESTEVE INTERNADA EM CLINICA

PSIQUIATRICA

05. OUTRO: ________________________

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

99. NÃO SABE

Page 82: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

80

419 1.1.16 Em que momento do pós-parto começou?

01. ATÉ 7 DIAS

02. DE 8 A 42 DIAS

03. DE 43 A 90 DIAS

04. ACIMA DE 3 MESES

88.NÃO APLICÁVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

99.NÃO SABE

420

1.1.17 Quanto tempo durou?

01. Até 1 mês

02. De 2 a 4 meses

03. Acima de 4 até 6 meses

04. Acima de 6 meses

88.NÃO APLICÁVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

99.NÃO SABE

Page 83: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

81

SEÇÃO 7 – A ENTREVISTADA E SEU COMPANHEIRO ATUAL (OU MAIS RECENTE).

ANTES DE COPMEÇAR A SEÇÃO 7 CHEQUE O ESTADO MARTIAL NA FOLHA DE REFERÊNCIA, BOX

A

Quando duas pessoas casam, vivem juntas ou namoram, elas geralmente compartilham bons e maus momentos. Gostaria

de lhe fazer algumas perguntas sobre seu relacionamento atual (ou mais recente) e como o seu marido / companheiro a

trata / ou a tratava. Se alguém nos interromper, eu mudarei o assunto de nossa conversa. Gostaria de lhe assegurar,

novamente, que suas respostas serão mantidas em segredo, e que você não precisa responder a nada que não queira.

Posso continuar?

701 Geralmente, você e o seu (atual ou mais recente) marido / companheiro conversam sobre os seguintes assuntos? a) COISAS QUE ACONTECEM COM ELE DURANTE O DIA

b) COISAS QUE ACONTECEM COM VOCÊ DURANTE O DIA

c) SUAS PREOCUPAÇÕES OU SENTIMENTOS

d) AS PREOCUPAÇÕES OU SENTIMENTOS DELE

SIM

01

01

01

01

NÃO

02

02

02

02

702 No relacionamento com seu (atual ou mais recente)

marido / companheiro, com que freqüência vocês brigam

/ brigavam?

a. RARAMENTE (menos de 1 vez / mês)

b. ALGUMAS VEZES (Entre 1 e 3 vezes /

mês)

c. FREQUENTEMENTE (1 ou mais vezes

/ semana)

703 Há algumas situações que ocorrem para muitas mulheres. Pensando sobre seu

marido / companheiro (atual ou mais recente), você diria que geralmente ele:

a) TENTA EVITAR QUE VOCÊ VISITE / VEJA SEUS AMIGOS.

b) PROCURA RESTRINGIR O SEU CONTATO COM SUA FAMÍLIA.

c) INSISTE EM SABER ONDE VOCÊ ESTÁ O TEMPO TODO.

d) A IGNORA E A TRATA COM INDIFERENÇA.

e) FICA ZANGADO SE VOCÊ CONVERSA COM OUTRO HOMEM.

f) ESTÁ FREQÜENTEMENTE SUSPEITANDO QUE VOCÊ É INFIEL.

g) ESPERA QUE VOCÊ PEÇA PERMISSÃO A ELE ANTES DE

PROCURAR UM SERVIÇO DE SAÚDE PARA VOCÊ MESMA.

SIM

01

01

01

01

01

01

01

NÃO

02

02

02

02

02

02

02

Page 84: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

82

704 Durante essa

gravidez o seu

atual marido /

companheiro /

namorado,

alguma vez, tratou

você da seguinte

forma:

A)

(Se sim, continue com

B. Se não, passe para o

item C)

SIM NÃO NA

B)

Durante a gravidez atual, isso aconteceu uma, poucas ou muitas vezes? Uma Poucas Muitas

C)

Isto aconteceu alguma vez sem que você estivesse grávida? (Se sim, passe para o item D. Se não, passe Q.705 SIM NÃO NA

D)

Sem que você estivesse grávida, isso aconteceu uma, poucas ou muitas vezes? Uma Poucas Muitas

a) INSULTOU-

A OU FEZ

COM QUE

VOCÊ SE

SENTISSE

MAL A

RESPEITO

DE SI

MESMA?

b) DEPRECIOU

OU

HUMILHOU

VOCÊ

DIANTE DE

OUTRAS

PESSOAS?

c) FEZ COISAS

PARA

ASSUSTÁ-

LA OU

INTIMIDÁ-

LA DE

PROPÓSITO

(P.EX.: A

FORMA

COMO ELE

A OLHA,

COMO ELE

GRITA,

COMO ELE

QUEBRA

COISAS)?

d) AMEAÇOU

MACHUCÁ-

LA OU A

ALGUÉM

DE QUEM

VOCÊ

GOSTA?

01 02 88

01 02 88

01 02 88

01 02 88

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 88

01 02 88

01 02 88

01 02 88

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

Page 85: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

83

705 Durante essa gravidez, outra pessoa que

não seja o seu marido / companheiro /

namorado alguma vez, tratou você da

seguinte forma:

SE SIM, quem fez isso com você?

EXPLORE:

Talvez um ex-companheiro, marido ou namorado? Alguém

de sua família? No trabalho? Um amigo ou vizinho?

Um estranho ou uma outra pessoa?

A) INSULTOU-A OU FEZ COM QUE

VOCÊ SE SENTISSE MAL A RESPEITO

DE SI MESMA?

B) DEPRECIOU OU HUMILHOU VOCÊ

DIANTE DE OUTRAS PESSOAS?

C) FEZ COISAS PARA ASSUSTÁ-LA

OU INTIMIDÁ-LA DE PROPÓSITO

(P.EX.: A FORMA COMO ELE A

OLHA, COMO ELE GRITA, COMO ELE

QUEBRA COISAS)?

D) AMEAÇOU MACHUCÁ-LA OU

ALGUÉM DE QUEM VOCÊ GOSTA?

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado

03. Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: _____________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado

03. Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: _____________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado

03. Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: _____________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado

03. Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: _____________________________________

Page 86: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

84

706 Durante essa gravidez o

seu atual marido /

companheiro / namorado,

alguma vez, tratou você da

seguinte forma:

A)

(Se sim, passe

para B. Se não,

passe para C)

SIM NÃO NA

B)

Durante a gravidez

atual, você diria que isso

aconteceu uma, poucas

ou muitas vezes?

Uma Poucas Muitas

C)

Isto aconteceu alguma vez sem que você estivesse grávida? (Se SIM, passe para D. Se NÃO, passe para secção 8) SIM NÃO NA

D)

Sem que você estivesse grávida, isso aconteceu uma, poucas ou muitas vezes?

Uma

Poucas

Muitas

Page 87: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

85

a) DEU-LHE UM TAPA

OU JOGOU ALGO

EM VOCÊ QUE

PODERIA

MACHUCÁ-LA?

b) EMPURROU-A OU

DEU-LHE UM

TRANCO /

CHACOALHÃO?

c) MACHUCOU-A COM

UM SOCO OU COM

ALGUM OBJETO?

d) DEU-LHE UM

CHUTE, ARRASTOU

OU SURROU VOCÊ?

e) TENTOU

ESTRANGULAR OU

QUEIMOU VOCÊ DE

PROPÓSITO?

f) AMEAÇOU USAR

OU REALMENTE

USOU ARMA DE

FOGO, FACA OU

OUTRO TIPO DE

ARMA CONTRA

VOCÊ?

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

Page 88: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

86

707 Durante essa gravidez, outra pessoa que não

seja o seu marido / companheiro / namorado

alguma vez, tratou você da seguinte forma:

SE SIM, quem fez isso com você?

EXPLORE:

Talvez um ex-marido ou namorado? Talvez alguém na escola

ou no trabalho? Um amigo ou vizinho?

Um estranho ou uma outra pessoa?

a) DEU-LHE UM TAPA OU JOGOU

ALGO EM VOCÊ QUE PODERIA

MACHUCÁ-LA?

b) EMPURROU-A OU DEU-LHE UM

TRANCO / CHACOALHÃO?

c) MACHUCOU-A COM UM SOCO OU

COM ALGUM OBJETO?

d) DEU-LHE UM CHUTE, ARRASTOU

OU SURROU VOCÊ?

e) TENTOU ESTRANGULAR OU

QUEIMOU VOCÊ DE PROPÓSITO?

f) AMEAÇOU USAR OU REALMENTE

USOU ARMA DE FOGO, FACA OU

OUTRO TIPO DE ARMA CONTRA

VOCÊ?

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

01. Ninguém 02. Ex-marido / companheiro / namorado 03.

Pai 04. Padrasto 05. Mãe 06. Madrasta

07. Outros: ___________________________________

Page 89: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

87

APENAS PARA AS MULHERES QUE REFERIRAM VIOLÊNCIA FÍSICA NA GRAVIDEZ ATUAL

ANTES DE PROSSEGUIR CHEQUE VIOLÊNCIAS E LESÕES NA FOLHA DE REFERÊNCIA, BOX C

VIOLÊNCIA NA GRAVIDEZ SIM [ ] passe para Q.708 NÃO [ ] passe para Q.719

708 Durante essa gravidez, aproximadamente com quantas semanas [ou

meses] você estava, quando foi agredida pela primeira vez?

Semanas de gravidez ................. [ ][ ] OU

Meses de gravidez ..................... [ ][ ]

Não Aplicável ............................... ‘88’

709 Em que período da gravidez, você diria que a violência foi maior ?

Explore:

Nos três primeiros meses, entre o 4o e o 6

o mês, ou do 7

o mês ao

final da gravidez?

01. NOS 3 PRIMEIROS MESES 02. ENTRE O 4O E O 6O MÊS 03. DO 7O MÊS AO FINAL DA GRAVIDEZ 88. NÃO APLICÁVEL

Você poderia me falar sobre as lesões que você sofreu em decorrência da violência na sua gravidez atual. Por violência,

refiro-me a qualquer forma de dano físico, como cortes, torções, ossos quebrados, ou outras coisas desse tipo.

710 Você já ficou machucada a ponto de precisar de cuidados de saúde na gravidez? SE SIM: quantas vezes?

NÚMERO DE VEZES ......... [ ][ ]

NÃO APLICAVEL .................. ‘88’

NÃO QUIS RESPONDER....... ‘89’

NÃO PRECISOU .................... ’00’

passe para Q.713

711 Você precisou passar alguma noite hospitalizada por causa de suas

lesões?

SE SIM: quantas noites?

Nº NOITES EM HOSPITAL [ ][ ]

NÃO APLICAVEL .................. ‘88’

Se NÃO, registre ...................... ‘00’

712 Você contou ao profissional de saúde que a atendeu a verdadeira

causa de suas lesões?

01. SIM

02. NÃO

88. NÃO APLICAVEL

Page 90: Gravidez não pretendida e sua associação com depressão pós ... · depressão pós-parto foi de 25,9%, e a frequência estimada de gravidez não pretendida, 60,2%. Observou-se

88

713 Marque a área traumatizada no diagrama do corpo humano

Marque cada episódio de acordo com a escala a seguir:

1 - Ameaças de maus-tratos / agressão, inclusive com uma arma

2 - Tapa, empurrão; sem machucar ou ferimento ou dor duradoura

3 - Soco, chute, machucado / ”mancha roxa”, cortes e/ou dor contínua

4 - Espancamento, contusões severas, queimaduras, ossos quebrados

5 - Danos na cabeça, internos e/ou permanentes

6 - Uso de armas, ferimento por arma

(Escolha a descrição com o maior número)

Freqüência

(desde o

início

da

gravidez)

1 _______

2 _______

3 _______

4 _______

5 _______

6 _______

714 Você já ficou machucada a ponto de ter tido algum problema de saúde na gravidez?

01. Não teve

02. Hemorragia vaginal

03. Ameaça de aborto

04. Abortamento

05. Parto prematuro

06. Ameaça de parto prematuro

07. Morte fetal

08. Ruptura do útero

09. Outros: _____________

88.NÃO APLICAVEL

89.NÃO QUIS RESPONDER

715 Durante a gravidez atual, quando foi agredida, você perdeu a consciência alguma vez? SE SIM: durante quanto tempo? Mais de 1 hora ou menos?

01. SIM, MENOS DE 1 HORA 02. SIM, MAIS DE 1 HORA 03. NÃO 88.NÃO APLICAVEL 89.NÃO QUIS RESPONDER

716 A pessoa que a agrediu é o pai da criança?

01. SIM

02. NÃO

89.NÃO QUIS RESPONDER

717 Quando você foi agredida na gravidez atual, você estava vivendo com a

pessoa que a agrediu?

01. SIM

02. NÃO

89.NÃO QUIS RESPONDER

718 Comparando sua situação antes da gravidez, você diria que a violência

diminuiu, não se alterou ou aumentou na gravidez?

01. DIMINUIU

02. NÃO SE ALTEROU

03. AUMENTOU

88. NÃO APLICÁVEL

99. NÃO SABE

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89

719 Além dessa gravidez, você disse já ter engravidado

outras vezes. Em alguma dessas gravidezes, você foi

espancada ou agredida fisicamente por um

companheiro?

01. SIM

02. NÃO passe para Q.723

89. NÃO QUIS RESPONDER

720 Desses parceiros de quem você engravidou, quantos a

agrediram fisicamente na gravidez?

Nº DE PARCEIROS AGRESSORES NA

GRAVIDEAZ ................................ [ ][ ]

NÃO QUIS RESPONDER .............. ’89’

NENHUM ......................................... ’00’

721 Isto ocorreu em uma gravidez, ou em mais de uma?

SE EM MAIS DE UMA:

Em quantas delas você foi agredida fisicamente?

Nº DE GESTAÇÕES COM AGRESSÃO

FÍSICA........................................[ ][ ]

Nenhuma ....................................... ’00’

722 Pensando nas outras vezes em que você engravidou, isto

aconteceu na sua _______________________ ?

01. PRIMEIRA GRAVIDEZ

02. SEGUNDA GRAVIDEZ

03. TERCEIRA GRAVIDEZ

04. QUARTA GRAVIDEZ

05. QUINTA GRAVIDEZ

06. OUTRA: ________________________

88. NÃO APLICÁVEL

89. NÃO QUIS RESPONDER

98. NÃO LEMBRA

723 Durante essa gravidez o

seu atual marido /

companheiro / namorado,

alguma vez, tratou você da

seguinte forma:

A)

(Se SIM, passe para B. Se NÃO, passe para C)

SIM NÃO NA

B)

Durante a

gravidez atual,

isso aconteceu uma,

poucas ou muitas

vezes?

Uma Poucas Muitas

C)

Isto aconteceu alguma vez antes de você ter engravidado? (Se SIM, passe paraD. Se NÃO, passe para Q.801) SIM NÃO NA

D)

Antes de você ter

engravidado,

você diria que

isso aconteceu

uma, poucas ou

muitas vezes?

Uma Poucas Muitas

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90

a) FORÇOU-A

FISICAMENTE A

MANTER RELAÇÕES

SEXUAIS QUANDO

VOCÊ NÃO QUERIA?

b) VOCÊ TEVE

RELAÇÃO SEXUAL

PORQUE ESTAVA

COM MEDO DO QUE

ELE PUDESSE

FAZER?

C) FORÇOU-A A UMA

PRÁTICA SEXUAL

DEGRADANTE OU

HUMILHANTE?

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

01 02 03

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ANEXO B

PESQUISA SOBRE A SAÚDE DAS MULHERES GRÁVIDAS E SUAS

EXPERIÊNCIAS DE VIDA

QUESTIONÁRIO DA PUÉRPERA

ESTUDO CONDUZIDO PELO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA (PIPASC) – UFPE

CONFIDENCIAL

(uma vez preenchido)

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SEÇÃO 1 – SITUAÇÃO ATUAL

Nós gostaríamos de conversar sobre sua vida atual

101 Depois do parto, você voltou a trabalhar? Considere

como trabalho qualquer atividade pela qual você

receba dinheiro ou alguma outra forma de pagamento,

mesmo que você a realize em sua casa.

01. SIM

02. NÃO

03. ESTÁ DE LICENÇA MATERNIDADE

04. NUNCA TRABALHOU

05. Outro: ....................................................................

89. Não quis responder

102 Atualmente, você: 01. É EMPREGADA Q.104

02. 02. TRABALHA POR CONTA PRÓPRIA

03. É EMPREGADORA Q.104

04. ESTÁ APOSENTADA

05. É DONA DE CASA

06. DESEMPREGADA

07. SEM OCUPAÇÃO

08. Outro:………………………………...........…....

89. Não quis responder

88. Não aplicável

103 Depois do parto, você tem procurado emprego?

01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

104 Você está estudando? 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

105 Você tem alguma fonte de renda?

(ACEITE UMA OU MAIS RESPOSTAS)

01. Não

02. Salário

03. Pensão

04. Benefício

05. Bolsa escola / Bolsa família

06. Aposentadoria

07. Aluguel

08. Outra: ..............................................

89. Não quis responder

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93

SEÇÃO 6 – APOIO SOCIAL

Se você precisar, com que freqüência conta com alguém...

NUNCA RARA-

MENT

E

ALGUMA

S

VEZES

MUITAS

VEZES

SEMPR

E

601 Que a ajude, se ficar de cama?

01 02 03 04 05

602 Para levá-la ao médico?

01 02 03 04 05

603 Para ajudá-la nas tarefas diárias, se ficar doente?

01 02 03 04 05

604 Para preparar suas refeições, se você não puder

prepará-las?

01 02 03 04 05

605 Que demonstre amor e afeto por você ?

01 02 03 04 05

606 Que lhe dê um abraço?

01 02 03 04 05

607 Que você ame e faça você se sentir querida?

01 02 03 04 05

608 Para ouvi-la, quando você precisa falar?

01 02 03 04 05

609 Em quem confiar, ou para falar de você ou sobre

seus problemas ?

01 02 03 04 05

610 Para compartilhar suas preocupações e medos mais

íntimos?

01 02 03 04 05

611 Que compreenda seus problemas ?

01 02 03 04 05

612 Para dar bons conselhos em situações de crise?

01 02 03 04 05

613 Para dar informações que a ajude a compreender

determinada situação ?

01 02 03 04 05

614 De quem você gostaria de receber conselhos?

01 02 03 04 05

615 Para dar sugestões de como lidar com um problema

pessoal? 01 02 03 04 05

616 Com quem fazer coisas agradáveis?

01 02 03 04 05

617 Com quem distrair a cabeça?

01 02 03 04 05

618 Com quem relaxar?

01 02 03 04 05

619 Para se divertir juntos

01 02 03 04 05

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620 Você acha que tem recebido o apoio emocional que você

precisa?

Se SIM, de quem?

(ACEITE UMA OU MAIS RESPOSTAS)

A. 01. Sim

02. Não Q.621

89. Não quis responder Q.621

B. 01. Marido / companheiro

02. Mãe / sogra

03.Irmã / amiga

04.Filha / Nora

05. Filho / Genro

06.Outro: ............................................

89. Não quis responder

88. Não aplicável

621 Alguém tem lhe ajudado com as atividades da casa?

Se SIM, de quem?

(ACEITE UMA OU MAIS RESPOSTAS)

A. 01. Sim

02. Não Q.622

89. Não quis responder Q.622

B. 01. Marido / companheiro

02. Mãe / sogra

03.Irmã / amiga

04.Filha / Nora

05. Filho / Genro

06.Outro: ............................................

89. Não quis responder

88. Não aplicável

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622 Alguém tem lhe ajudado a cuidar do bebê?

Se SIM, de quem?

(ACEITE UMA OU MAIS RESPOSTAS)

A. 01. Sim

02. Não Q.623

89. Não quis responder Q.623

B. 01. Marido / companheiro

02. Mãe / sogra

03. Irmã / amiga

04. Filha / Nora

05. Filho / Genro

06. Outro: ............................................

89. Não quis responder

88. Não aplicável

623 Quantos amigos íntimos você tem? (EXCLUIR FAMILIARES COM LAÇOS DE SANGUE)

Número de amigos [ ][ ]

624 Atualmente você tem um marido / companheiro ou namorado? 01. Sim

02. Não Q.628

89. Não quis responder

625 Você está feliz com o seu casamento/ relacionamento? 01. Sim

02. Não

03. Mais ou menos

89. Não quis responder

88. Não aplicável

626 Depois do parto, houve alguma mudança no seu relacionamento com o seu marido / companheiro?

01. Sim

02. Não Q.628

03. Mudou de companheiro Q.628

89. Não quis responder

88. Não aplicável

627 Como mudou? 01. MELHOROU

02. PIOROU

89. Não quis responder

88. Não aplicável

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ATUALMENTE, VOCÊ ESTÁ ENFRENTANDO ALGUM PROBLEMA ESTRESSANTE DO TIPO:

628 Problemas financeiros 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

629 Problemas conjugais 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

630 Recente perda de contato com familiares e / ou amigos 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

631 Morte na família 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

632 Doença séria na família 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

633 Mudança de casa / residência 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

634 Perda de emprego (dela) 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

635 Mudança de emprego (dela) 01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

636 PARA AS QUE TÊM MARIDO / COMPANHEIRO Desemprego do marido / companheiro

01. Sim

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

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637 Algum outro problema? 01. Sim (especifique: ......................................)

02. Não

89. Não quis responder

88. Não aplicável

SEÇÃO 14 – SENTIMENTOS DA MÃE APÓS O PARTO

Por favor nos diga como você tem se sentido NOS ÚLTIMOS SETE DIAS, não apenas como você está se sentindo hoje

1401 Você tem sido capaz de rir e achar graça das coisas:

01. COMO SEMPRE FEZ

02. NÃO TANTO QUANTO ANTES

03. COM CERTEZA MENOS QUE ANTES

04. DE JEITO NENHUM

1402 Você sente prazer quando pensa no que vai acontecer em

seu dia-dia:

01. COMO SEMPRE SENTIU

02. TALVEZ MENOS DO QUE ANTES

03. COM CERTEZA MENOS QUE ANTES

04. DE JEITO NENHUM

1403 Você tem se sentido culpada sem necessidade quando as

coisas saem erradas:

01. SIM, NA MAIORIA DAS VEZES

02. SIM, ALGUMAS VEZES

03. NÃO MUITAS VEZES

04. NÃO, NENHUMA VEZ

1404 Você tem se sentido ansiosa ou preocupada sem uma boa

razão:

01. NÃO, DE MANEIRA ALGUMA

02. POUQUÍSSIMAS VEZES

03. SIM, ALGUMAS VEZES

04. SIM, MUITAS VEZES

1405 Você tem se sentido assustada ou em pânico sem um bom

motivo:

01. SIM, MUITAS VEZES

02. SIM, ALGUMAS VEZES

03. SIM, POUCAS VEZES

04. NENHUMA VEZ

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1406 Você tem se sentido sobrecarregada pelas tarefas e

acontecimentos do seu dia-a-dia:

01. SIM. NA MAIORIA DAS VEZES NÃO

CONSEGUE LIDAR BEM COM ELES

02. SIM. ALGUMAS VEZES NÃO

CONSEGUE LIDAR BEM COMO ANTES

03. NÃO. NA MAIORIA DAS VEZES

CONSEGUE LIDAR BEM COM ELES

04. NÃO. NÃO CONSEGUE LIDAR COM

ELES TÃO BEM QUANTO ANTES.

1407 Você tem se sentido tão infeliz que teve dificuldade de

dormir:

01. SIM, NA MAIORIA DAS VEZES

02. SIM, MUITAS VEZES

03. NÃO MUITAS VEZES

04. NÃO, DE JEITO NENHUM

1408 Você tem se sentido triste ou arrasada:

01. SIM, NA MAIORIA DAS VEZES

02. SIM, MUITAS VEZES

03. NÃO MUITAS VEZES

04. NÃO, DE JEITO NENHUM

1409 Você tem se sentido tão infeliz que tem chorado:

01. SIM, QUASE TODO O TEMPO

02. SIM, MUITAS VEZES

03. DE VEZ EM QUANDO

04. NÃO, NENHUMA VEZ

1410 A idéia de fazer mal a você mesma passou por sua

cabeça:

01. SIM, MUITAS VEZES ULTIMAMENTE

02. ALGUMAS VEZES NOS ÚLTIMOS

DIAS

03. POUQUÍSSIMAS VEZES,

ULTIMAMENTE

04. NENHUMA VEZ