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1 GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO PROGRAMA COM ENFOQUE SETORIAL AMPLO DAS ÁREAS DE SAÚDE E RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DA BAHIA PROGRAMA SWAp BAHIA ARCABOUÇO PARA O GERENCIAMENTO AMBIENTAL E SOCIAL Versão Final Abril 2010 E2460 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO

PROGRAMA COM ENFOQUE SETORIAL AMPLO DAS ÁREAS DE SAÚDE E RECURSOS

HÍDRICOS DO ESTADO DA BAHIA

PROGRAMA SWAp BAHIA

ARCABOUÇO PARA O GERENCIAMENTO AMBIENTAL E SOCIAL

Versão Final

Abril 2010

E2460P

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SUMÁRIO

SUMÁRIO EXECUTIVO 03

1. APRESENTAÇÃO 12

2. CONTEXTO SOCIAL E ECONÔMICO 13

3. O PROGRAMA SWAP BAHIA 19

4. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL AMBIENTAL E DE RECURSO S HÍDRICOS

24

4.1 POLÍTICAS E INSTRUMENTOS 24

4.2 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL 31

4.3 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL

34

5. MARCO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL (FRAMEWORK) DO PROGRAMA

36

5.1 CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES ELEGÍVEIS DE INFRA-ESTRUTURA 36

5.2 AVALIAÇÂO AMBIENTAL 37

5.3 AVALIAÇÂO DA GESTÃO AMBIENTAL 39

5.4 ATENDIMENTO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS 43

6. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL 44

6.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO PROGRAMA 44

6.2 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS PARA CONCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

46

6.3 FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DA CERB - SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS RURAIS

49

6.4 FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL DA SESAB 51

6.5 MARCO REFERENCIAL PARA POPULAÇÃO INDÍGENA 52

6.6 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO 52

7 CONSULTAS PÚBLICAS 53

ANEXOS

ANEXO I MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO 54

3

SUMÁRIO EXECUTIVO

O Programa com Enfoque Setorial Amplo das Áreas de Saúde e Recursos Hídricos do Estado da Bahia – SWAp Bahia tem como objetivo geral promover o desenvolvimento social com equidade no Estado ampliando o acesso à água em quantidade e qualidade e a ações para a redução da mortalidade infantil.

Como objetivos gerais

(i) redução da morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 ano por Doenca Infecciosa Intestinal- DII; e

(ii) redução da mortalidade neonatal (menores de 28 dias) em hospitais selecionados.

Para tanto, o Programa SWAP Bahia apoiará uma agenda de programas do PPA 2008-2011 da Bahia relacionados com as áreas de saúde, recursos hídricos e planejamento.

No caso de intervenções físicas, o Programa SWAp Bahia prioriza investimentos para melhoria da atenção em saúde das unidades hospitalares selecionadas e na ampliação de abastecimento de água para comunidades rurais em municípios com as maiores taxas de internação por residência em menores de cinco anos por Doença Infecciosa Intestinal – DII.

O programa contempla também o fortalecimento das instituições envolvidas na gestão de recursos hídricos, planejamento,, além da própria área de saúde do estado.

Para as intervenções de infra-estrutura ainda não se dispõe, nessa fase, de estudos de concepção ou projetos de engenharia que permitam detalhar as características ou processos envolvidos, o que se fará em fases posteriores.

Nesse sentido, o relatório ambiental foi concebido de modo a se constituir um Arcabouço para o gerenciamento ambiental e social (framework) do Programa envolvendo uma avaliação ambiental das tipologias de subprojetos e a definição de critérios e procedimentos para avaliação ambiental dos subprojetos na fase de implementação do Programa SWAP Bahia.

Em conjunto com finalidade de observação de regras do Banco Mundial, em cumprimento aos requisitos e exigências para a assinatura do Acordo de Empréstimo, cuidou-se que o conteúdo da avaliação ambiental esteja em harmonia com os pressupostos constantes das legislações e normas ambientais brasileiras.

Dessa maneira, ainda que o conjunto das ações tenha sido abordado no Arcabouço, muitas delas deverão ser pormenorizadas e analisadas pelo Governo do Estado e pelo Banco Mundial por ocasião do seu detalhamento técnico e dos processos de licenciamento ambiental específicos. Isto implica afirmar que as ações aqui apresentadas, acrescidas do detalhamento daquelas que ainda serão objeto de estudos mais aprofundados, serão avaliadas pelas equipes da SEPLAN, dos órgãos executores, do órgão ambiental licenciador e pelo Banco Mundial, em conformidade com a legislação nacional e as regras do próprio Banco.

1. ESTRUTURA DO PROGRAMA

O Programa SWAP-BAHIA encontra-se estruturado em 2 componentes:

Componente 1 - Apoio aos programas prioritários do governo nos setores de saúde e de recursos hídricos (com abordagem SWAp); e

Componente 1 A.1 (Saúde)

� Valor: US$ 4 milhões

� Cinco programas foram selecionados no setor de saúde (i) Expansão e Qualificação da atenção básica com inclusão; (ii) Reorganização da atenção especializada; (iii) Atenção integral a saúde de populações estratégicas; (iv) Integração e operação das práticas de Vigiläncia e (v) Gestão Estratégica, Participativa e Efetiva do SUS.

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Componente 1 A.2 (Água).

� Valor: US$27,8 milhões

� Quatro programas foram selecionados no setor água: (Gestão dos Recursos Hídricos para o Desenvolvimento Sustentável; (ii) Monitoramento e Controle Ambiental; (iii) Água para Todos; e (iv) Esgotamento Sanitário, Drenagem e Manejo das Águas Pluviais.

� Componente 1 B. R edução da mortalidade neonatal (menor de 28 dias) e m hospitais selecionados.

� Valor: US$ 16.2 milhões

� Cinco programas foram selecionados no setor de saúde (i) Expansão e Qualificação da atenção básica com inclusão; (ii) Reorganização da atenção especializada; (iii) Integração e operação das práticas de Vigilância; (iv) Gestão Estratégica, Participativa e Efetiva do SUS e (v) Expansão e melhoria da infra-estrutura de saúde.

Componente 2 - Fortalecimento Institucional aos setores de saúde, de recursos hídricos e de planejamento.

Setor Água – INGÁ . O Programa apoiará as seguintes ações: (i) Revisão e Avaliação do Plano Estadual de Recursos Hídricos; (ii) Estruturação do Programa de Restauração de Mata Ciliar; (iii) Monitora Inovações – Concepção e elaboração de Mapa Hidrogeológico do Estado da Bahia; (iv) Apoio técnico-administrativo para a Criação de Comitês de Bacias Hidrográficas estaduais; e (v) Formação e Capacitação Continuada para a equipe técnica-administrativa do Ingá;(vi) Aperfeiçoamento e divulgação da legislação em recursos hídricos.

Setor Água – CERB. O Programa apoiará as seguintes ações: (i) Avaliação da viabilidade técnica, financeira e social das ações propostas de manutenção de sistemas simplificados e operação e manutenção de sistemas integrados de usos múltiplos,(ii) Elaboração de projetos para estruturação e implantação dos novos serviços, concebidos como privados, com os menores custos possíveis, (iii) Desenvolvimento de base cartográfica georeferenciada, (iv) Capacitação dos setores técnicos da CERB envolvidos com os novos serviços, (v) Implantação dos setores de operação e manutenção de sistemas, (vi) Monitoramento e avaliação dos resultados

Setor Saúde - SESAB O Programa apoiará um processo de desenvolvimento institucional compreendendo as ações relacionadas a: (i) Compatibilização da agenda estratégica da SESAB com as Funções Essenciais da Saúde Pública FESP; (ii) Identificação de processos e competências necessários à execução das FESP; (iii) Elaboração de planos estratégicos dos 25 hospitais; (iv) Criação de uma unidade de monitoramento dos hospitais e elaboração dos “contratos por resultados” com as unidades hospitalares. Divulgação periódica dos resultados obtidos pelas unidades; e (v) Capacitação de gerentes da SESAB e hospitais, promovendo o desenvolvimento de competências gerenciais em saúde.

Capacitação gerencial (SESAB, INGÁ, CERB, SEPLAN e outras secretarias ). Implementação de treinamento em desenvolvimento gerencial composto de vários módulos a serem agregados pelas organizações de acordo com suas necessidades.

Valor do Empréstimo e distribuição. O valor total do empréstimo será de US$60 milhões. A alocação do financiamento por setor, agências executoras e componentes consta da tabela abaixo.

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Setor Agências Executoras

Componente 1 Componente 2 Total

Saúde SESAB 20,200 2,000 22,200 Recursos Hídricos INGÁ 10,800 2,000 12,800

CERB 17,000 1,500 18,500 Gestão do Setor Público

SEPLAN 3,000 3,000

Recursos Não Alocados

3, 350 3, 350

Sub-total 48,000 11,850 59,850 Front-end-fee 150 150 Total 60,000

Período de execução . Acordou-se um período de execução de quatro anos (2010 – 2013).

1.2 CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES ELEGÍVEIS DE INFRA-ES TRUTURA

As intervenções de infra-estrutura consideradas elegíveis pelo Programa constituem-se em:

a) Componente Água

As intervenções deste componente têm como foco o atendimento a comunidades rurais carentes, situadas em áreas com alta incidência de diarréias, e que não têm atualmente acesso a fontes seguras de abastecimento de água e cujas residências não possuem instalações sanitárias minimamente adequadas.

De forma geral estas comunidades possuem uma população máxima de 500 habitantes.

Nesse sentido, o programa visa apoiar as ações do Estado de implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água e de construção de unidades sanitárias.

As intervenções prevêem:

� Construção de sistemas rurais simplificados de abastecimento de água, constituindo-se em (i) poço subterrâneo; (ii) tratamento simplificado; (iii) bombeamento e (iv) chafariz. Eventualmente, caso a água se apresente salobra, pode necessitar de unidades de dessalinização.

� Perfuração de poços para servirem como fonte de abastecimento para os sistemas acima;

� Construção de módulos sanitários. Trata-se da implantação de banheiros com fossas sépticas em residência familiar.

b) Componente Saúde

As intervenções de infra-estrutura deste componente prevêem:

� Melhorias das instalações em unidades neonatal em 25 hospitais/maternidades públicos no Estado.

1.3 AS REGIÕES BENEFICIADAS PELO PROGRAMA SWAP BAH IA

As áreas e regiões a serem beneficiadas pelas intervenções físicas a serem realizadas no âmbito do Programa SWAP Bahia referem-se ao Componente 1 e têm as seguintes características:

Componente 1.A.2 (Água)

Para a seleção das áreas de intervenção física do Componente Água utilizaram-se indicadores de saúde e indicadores sócio-econômicos, tendo sido realizados diversos levantamentos para obtenção da lista dos municípios para intervenção e investimento em saneamento e água.

Os principais indicadores analisados foram:

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� Municípios com Taxa de Internação por Doenças Infecciosas Intestinais, em menores de cinco anos, maior ou igual à média do Estado (20,6 para o ano de 2007);

� Municípios com IDH menor ou igual a 0,65 (média do estado); � Seleção dos municípios comuns aos dois critérios avaliados

Com base na análise desses indicadores, chegou-se à seleção de 40 municípios prioritários para intervenções em sistemas de abastecimento de água no meio rural.

As ações de implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água e de módulos sanitários deverão ser focadas em um número reduzido de municípios – cerca de 10 municípios, entre os municípios prioritários, de forma a otimizar os resultados do projeto quanto ao impacto das ações de saneamento na morbidade e mortalidade infantil. A atuação deverá ainda ser concentrada em área previamente definida como Macrorregião de Saúde Centro-Norte para que os efeitos benéficos da implantação da infraestrutura possam ser melhor percebidos e avaliados.

Componente 1.B - Saúde

A SESAB selecionou 25 hospitais/maternidade, de gestão estadual, municipal ou filantrópica, onde serão previstas intervenções de melhoria da infraestrutura física hospitalar.

2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA E ASSUNTOS DE LI CENCIAMENTO AMBIENTAL

O Estado da Bahia possui uma legislação ambiental e um processo de gestão ambiental bem consolidado e incentiva a participação das instituições públicas e privadas em processos de autocontrole ambiental.

A Secretaria de Saúde e a Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia possuem Comissões Técnicas de Garantia Ambiental – CTGAs, implantadas em acordo com o Instituto de Meio Ambiente - IMA que têm como finalidade promover ações internas para o autocontrole ambiental e coordenar, executar e avaliar as ações ambientais necessárias ao atendimento à legislação ambiental. As CTGAs são responsáveis, também, pela preparação dos processos de licenciamento ambiental junto ao Instituto do Meio Ambiente – IMA que sistematicamente fiscaliza e acompanha as respectivas ações.

A legislação ambiental do Estado da Bahia, prevê cinco tipos de licenças ambientais. Para empreendimentos de maior porte e de potencial significativo de impacto ambiental, a legislação prevê a licença prévia (ou de localização) LP / LL, a licença de instalação (ou de implantação) - LI e a licença de operação - LO.

Para empreendimentos de micro e pequeno porte, a legislação prevê a licença simplificada LS, Autorização ou Termo de Compromisso, que substituem as licenças de localização, de implantação e de operação.

Setor Água

Para as intervenções de infraestrutura previstas no âmbito do programa SWAP referentes ao Setor Água, as licenças e outorgas deverão possuir os seguintes critérios e características:

Licenciamento ambiental

Serviço Vazão Média Porte Tipo de Licença

Construção de sistema público de abastecimento

de água

< 0,5 l/s

< 20 l/s

≥ 20 l/s e < 50 l/s

----

Micro

Pequeno

Dispensa de licença

Licença Simplificada

Licença Simplificada

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As intervenções de sistemas simplificados de abastecimento de água rural deverão se enquadrar no 1º item acima (com vazão média menor que 0,5 l/s) sendo dispensadas de licenciamento ambiental.

A instalação de módulos sanitários também não necessita de licenciamento ambiental.

Outorga

A perfuração de poços para fins de abastecimento público de água deve requerer inicialmente a autorização junto ao INGA. Caso a vazão seja inferior a 0,5 l/s é dispensada a outorga.

Setor Saúde

Para as intervenções previstas neste componente, por se tratarem de obras internas de melhorias das instalações nas unidades de Neonatal, não há, à princípio, necessidade de licenciamento ambiental.

3. AVALIAÇÃO AMBIENTAL

SETOR DE ÁGUA E SANEAMENTO

As intervenções de infraestrutura previstas para o Setor de Água e Saneamento são de pequeno porte sendo os impactos negativos localizados, transitórios e de caráter pouco significativo, decorrentes principalmente das atividades inerentes à execução de obras. A mitigação desses impactos decorre principalmente de cuidados adequados durante a execução das obras envolvendo boas práticas de engenharia.

De acordo com a legislação ambiental federal e estadual as ações e intervenções previstas são passíveis de licenciamento ambiental simplificado no caso do Subcomponente 1 A e não necessitam de licenciamento para as intervenções previstas no Subcomponente 2.

A tabela abaixo apresenta os principais impactos (positivos e negativos) desse tipo de intervenção e sua gradação de significância, assim como as medidas de mitigação dos impactos negativos e os respectivos programas ambientais a constar do Plano de Gestão Ambiental do Programa.

Impactos Positivos Impactos Negativos Medidas Mitigadoras

Programas Ambientais Fase de Planejamento e

Obras Fase de Planejamento e Obras

Fortalecimento da mobilização comunitária

moderado Geração de expectativas e Insegurança da População

Pouco Significativo

Ações de divulgação do Projeto e de

comunicação social

Comunicação

Social Geração de empregos e aumento da renda da população local

moderado

Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas às obras

Pouco Significativo

Planejamento das Obras e

procedimentos construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Fase de Operação

Interferências sobre infra-estrutura e equipamentos rurais e urbanos existentes

Não Significativo

Articulação com concessionárias de serviços e organismos responsáveis

Manual Ambiental de Construção

Melhoria das condições sanitárias

Significativo Supressão da vegetação Pouco Significativo

Métodos construtivos adequados e reposição da

vegetação afetada

Manual Ambiental de Construção

Melhoria da qualidade de vida da população

Significativo Interferências em Áreas de Preservação Permanente - APPs

Pouco Significativo

Métodos e procedimentos

construtivos adequados e

recuperação de áreas degradadas

Critérios de Projeto Manual Ambiental

de Construção

8

Melhoria das condições de saúde da população

Significativo Interferências com Unidades de Conservação

Pouco significativo

Concepção de Projeto deve

assegurar a não interferência

Critérios de Concepção de

Projeto

Melhoria das condições ambientais e rurais da região

Significativo Geração de Sedimentos Pouco Significativo

Métodos Construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Melhoria do padrão habitacional

Significativo Deterioração das condições ambientais, urbanísticas e paisagísticas

Pouco Significativo

Planejamento das Obras e Métodos

construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Elevação da auto-estima da população

Significativo Geração de Bota-fora Pouco significativo

Destino dos rejeitos para bota-foras

licenciados.

Manual Ambiental de Construção

Consolidação de novos enfoques culturais

Significativo Risco de acidentes Pouco Significativo

Planejamento de obras e

procedimentos de segurança

Manual Ambiental de Construção

Dependendo, no entanto, da localização, podem eventualmente apresentar interferências com Habitats Naturais, em áreas de APPs (Áreas de Preservação Permanente). Considerados pela legislação como intervenção de utilidade pública, essa interferência pode ser autorizada pelo órgão ambiental e minimizada com técnicas adequadas de construção e com posterior recuperação da área de intervenção.

Critérios adequados de concepção e projeto podem, também, minimizar significativamente a possibilidade de ocorrência dessas interferências.

Em relação aos módulos sanitários, os impactos são extremamente positivos com relação à melhoria das condições sanitárias da população rural dispersa e sem a ocorrência de impactos negativos relevantes.

Na fase de operação das intervenções a maioria dos impactos é positiva, significativa e de caráter permanente. Apresentam forte viés sanitário e ambiental positivo ao buscar o atendimento de água de qualidade adequada a uma população carente e sem acesso seguro.

Ações de Fortalecimento Institucional

O programa deverá apoiar a CERB na estruturação física e organizacional de unidades que prestarão serviços de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades, e serviços de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural, em áreas de não atuação da EMBASA

Com relação aos planos diretores de bacia e à revisão do Plano Estadual de Recursos Hídricos, acordou-s e a inserção do instrumento de Avaliação Ambiental Estratégica - AAE, de modo a possibilitar ao INGÁ uma avaliação adequada, a nível estratégico, das intervenções em recursos hídricos a serem propostas nestes planos.

SETOR DE SAÚDE

As intervenções de melhoria das instalações de atendimento neonatal previstas em cerca de 25 hospitais públicos, são de pequeno porte e não apresentam em si possibilidades de impactos ambientais negativos. Não são também passíveis de licenciamento ambiental.

Por outro lado, estes hospitais atualmente não se encontram funcionando com regularidade ambiental. Outro aspecto refere-se à questão de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

A CTGA - Comissão Técnica de Garantia Ambiental da SESAB vem elaborando processos de Auto Avaliação para o Licenciamento Ambiental – ALA em unidades de saúde estaduais do município de Salvador, concentrando-se inicialmente em 4 unidades de grande porte, e

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contemplando, também a elaboração e implantação de PGRSS – Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde para estas unidades.

Atualmente, 100% das unidades estaduais localizadas em Salvador dispõem de PGRSS aprovados pela Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental Estadual, estando em início o processo de implementação. Com relação à regularização ambiental foram elaboradas as ALAs de 2 hospitais de grande porte – Hospital Geral Clériston Andrade e Hospital Geral Roberto Santos e nas maternidades José Maria de Magalhães Netto e Tysilla Balbino.

O programa SWAP deverá apoiar o fortalecimento da CTGA, assim como as unidades de saúde selecionadas, nos processos de elaboração e implementação dos PGRSS específicos e na avaliação ambiental para fins de regularização do licenciamento.

4. ATENDIMENTO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS

OP 4.01 – Avaliação Ambiental

Em atendimento às políticas ambientais do Banco foi elaborado Arcabouço para o Gerenciamento Ambiental e Social (framework) do SWAp Bahia, em consonância com um Projeto classificado como categoria “B”, envolvendo: (i) Uma descrição e análise do marco ambiental e institucional incidente sobre as ações do Programa; (ii) uma avaliação ambiental das tipologias de subprojetos; (iii) o estabelecimento de check-list ambiental (Ficha ambiental) de cada subprojetos na fase de implementação do Programa; e (iv) um plano de gestão ambiental do programa SWAP Bahia. Este arcabouço foi submetido à processo de divulgação e consulta pública.

OP 4.04 – Habitats Naturais

As intervenções previstas, pelo seu porte e características, não deverão, à princípio, possuir interferências com Habitats Naturais representados principalmente por unidades de conservação e Áreas de Preservação Permanente – APPs. Critérios de concepção das intervenções devem garantir a não interferência ou a sua adequação às normativas estabelecidas. Eventualmente, sistemas simplificados de abastecimento de água podem ter interferência com APPs Considerados pela legislação como intervenção de utilidade pública, essa interferência pode ser autorizada pelo órgão ambiental e minimizada com técnicas adequadas de construção e com posterior recuperação da área de intervenção.

OP 4.10 População Indígena .

O Programa não provocará impactos negativos em áreas ou populações indígenas e, assim, sua preparação não requer um Plano Indígena (Indigenous Peoples Plan), dedicado a buscar alternativas de desenho ou mitigação de ações. O Programa beneficia populações indígenas nas ações englobadas pelo componente 2 de fortalecimento da gestão pública. Portanto, um Marco Referencial (Framework) foi concebido de maneira a contextualizar tais benefícios, ampliar seus impactos e dar-lhe caráter culturalmente adequado, como requer a OP 4.10. O Marco Referencial com os resultados da consulta encontra-se em documento separado. 5. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA

O Plano de Gestão Ambiental - PGA do SWAP Bahia contempla um conjunto de ações e intervenções que deverão garantir a melhoria da gestão ambiental e de recursos hídricos das instituições envolvidas no Programa.

O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está apresentada a seguir em conjunto com a responsabilidade institucional pela execução.

Esses programas, na sua maior parte, foram inseridos no âmbito dos componentes do Programa SWAP Bahia de modo a assegurar a sua efetiva implementação.

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PROGRAMAS CUSTOS (R$ 1,00) ÓRGÃO RESPONSÁVEL

Gerenciamento Ambiental do Programa Inseridos no

Gerenciamento do Programa

UGP, SESAB, CERB e INGÁ

Critérios e Procedimentos de Avaliação Ambiental de Projetos

Inseridos no Gerenciamento do

Programa CERB

Fortalecimento Institucional da CERB - Sustentabilidade dos Sistemas Rurais - CHECAR

Inserido no Componente 2

U$ 1.500,00 CERB

Fortalecimento da Gestão Ambiental da SESAB - Implementação de processos de Auto Avaliação Ambiental para fins de regularização ambiental das unidades de saúde e Implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, em unidades selecionadas pelo SWAP

Inserido no Componente 1.B –

Saúde US$ 238.636

SESAB

Marco Referencial para População Indígena

Inseridos no Componente 1A

SESAB US$ 568.180.00

SESAB

Manual Ambiental de Construção Inseridos nos custos

das Obras CERB

5.1 Gerenciamento Ambiental SWAP

De acordo com a estrutura acordada com o Estado da Bahia, a SEPLAN será a agência principal responsável por coordenação e implementação global do Programa, onde deverá ser constituída uma Unidade de Gerenciamento do Programa - UGP.

A UGP - SEPLAN deverá coordenar as ações do Programa junto às demais instituições – Secretaria de Saúde – SESAB, Instituto de Gestão das Águas e do Clima – INGÁ e Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia – CERB.

Foi prevista uma unidade específica em cada instituição para gerenciamento do Programa(UGL), aproveitando a estrutura existente quando possível, assumindo as responsabilidades, para as ações previstas no âmbito dos Componentes 1 e 2, sob a coordenação e supervisão geral da UGP/SEPLAN.

Nesse sentido, o gerenciamento ambiental das ações e intervenções previstas no âmbito do Programa Swap Bahia será realizado por cada instituição participante sob a supervisão da SEPLAN.

As principais funções referentes à Gestão Ambiental do Programa serão:.

• Coordenação de Gestão Ambiental , a ser exercida por cada UGL sob supervisão geral da UGP/SEPLAN que será responsável pela coordenação das ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com o INGÁ, a CERB e a SESAB.

• Supervisão Ambiental de Obras , exercida pela CTGA/CERB, que será responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção – MAC e às medidas mitigadoras eventualmente nele contidas e no presente PGA.

• Planejamento Ambiental de Obras. As ações de planejamento ambiental das obras são de responsabilidade das empresas construtoras que deverão seguir o Manual Ambiental de Construção e implementar as medidas mitigadoras eventualmente nele contidas e do Edital de Contratação de Obras.

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5.2 Concepção e Avaliação de Subprojetos de Abastec imento de Água – Fichas ambientais

Foram definidas fichas técnicas contendo check-list ambiental de modo a avaliar e garantir que as intervenções de sistemas simplificados de abastecimento de água rural, contemplem os principais aspectos técnicos e ambientais a serem observados as eventuais medidas de mitigação necessárias em cada projeto e os procedimentos de divulgação e consulta específicas a cada projeto.

5.3 Fortalecimento Institucional da CERB - Sustenta bilidade dos Sistemas Rurais

O objetivo geral da proposta é o fortalecimento institucional da CERB através da estruturação física e organizacional de unidades que prestarão serviços de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades, e serviços de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural, em áreas de não atuação da EMBASA. Incluirá também ações de modernização do setor de operação, manutenção e segurança de barragens da CERB, por julgar estas atividades também essenciais à disponibilização de água no meio rural disperso.

5.4 Fortalecimento da Gestão Ambiental da SESAB

Pretende-se no âmbito do fortalecimento da gestão ambiental na SESAB , a realização das seguintes ações:

� Fortalecimento da CTGA/SESAB

� Implementação de processos de Auto Avaliação Ambiental para fins de regularização ambiental das unidades de saúde, e

� Implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, em unidades selecionadas

5.5 Manual Ambiental de Construção

Para assegurar que as obras não venham a trazer degradação ambiental, foi elaborado um documento para ser adotado como um guia de práticas ambientais adequadas a serem obedecidas pelas empresas contratadas para a execução das obras de abastecimento de água .Esse documento – Manual Ambiental de Construção - será incorporado aos processos de licitação para que as empresas tenham prévio conhecimento de suas condições e constitui uma exigência contratual. Sua implantação é de responsabilidade da CERB e das empresas construtoras.

O MAC contempla:

� Sistema de gerenciamento ambiental do Programa , já detalhado no item 1 do PGA;

� Ações e regras ambientais relativas à implantação e gerenciamento das obras, que contemple um plano de convivência com as obras: (i) canteiro de obras; (ii) gerenciamento de riscos e de ações de emergência na construção; (iii) educação ambiental dos trabalhadores e código de conduta na obra; (iv) saúde e segurança nas obras; (v) gerenciamento e disposição de resíduos; (vi) estradas de serviço; etc;

6. Divulgação e Consulta Pública A versão preliminar do Arcabouço Ambiental e Social foi objeto de divulgação e consulta pública no site da SEPLAN (WWW.seplan.ba.gov.br) a partir do dia 14 de abril de 2010. Consulta pública presencial foi realizada no dia 26 de abril no auditório da SEPLAN. Não houve manifestação nem questionamentos a respeito do programa SWAP e do Arcabouço.

12

PROGRAMA SWAp BAHIA ARCABOUÇO PARA O GERENCIAMENTO AMBIENTAL E SOCIAL

1. APRESENTAÇÃO

Este documento constitui o Relatório de Avaliação Ambiental do Programa SWAp Bahia e seu conteúdo visa ao atendimento das políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial - BIRD.

O Programa com Enfoque Setorial Amplo das Áreas de Saúde e Recursos Hídricos do Estado da Bahia – SWAp Bahia tem como objetivo geral promover o desenvolvimento social com equidade no Estado ampliando o acesso à água em quantidade e qualidade e a ações para a redução da mortalidade infantil..

Como objetivos especificos

(iii) redução da morbidade e mortalidade em crianças em menores de 5 ano por Doenca Infecciosa Intestinal - DII; e

(iv) redução da mortalidade neonatal (menores de 28 dias) em hospitais selecionados.

Para tanto,o Programa SWAP Bahia apoiará uma agenda de programas do PPA 2008-2011 da Bahia relacionados com as áreas de saúde, recursos hídricos e planejamento.

No caso de intervenções físicas, o Programa SWAP Bahia prioriza investimentos para melhoria da atenção em saúde das unidades hospitalares selecionadas e na ampliação de abastecimento de água para comunidades rurais em municípios com as maiores taxas de internacao por residência em menores de cinco anos por Doenca Infecciosa Intestinal – DII.

O programa contempla também o fortalecimento das instituições envolvidas na gestão de recursos hídricos além da própria área de saúde do estado.

Para as intervenções de infra-estrutura ainda não se dispõe, nessa fase, de estudos de concepção ou projetos de engenharia que permitam detalhar as características ou processos envolvidos, o que se fará em fases posteriores.

Nesse sentido, o relatório foi concebido de modo a preparação de arcabouço para o gerenciamento ambiental e social (framework) envolvendo uma avaliação ambiental das tipologias de subprojetos e a definição de critérios e procedimentos para avaliação ambiental dos subprojetos na fase de implementação do Programa SWAP Bahia

Em conjunto com finalidade de observação de regras do Banco Mundial, em cumprimento aos requisitos e exigências para a assinatura do Acordo de Empréstimo, cuidou-se que o conteúdo do relatório esteja em harmonia com os pressupostos constantes das legislações e normas ambientais brasileiras.

Dessa maneira, ainda que o conjunto das ações tenha sido abordado neste relatório, muitas delas deverão ser pormenorizadas e analisadas pelo Governo do Estado e pelo Banco Mundial por ocasião do seu detalhamento técnico e dos processos de licenciamento ambiental específicos. Isto implica afirmar que as ações aqui apresentadas, acrescidas do detalhamento daquelas que ainda serão objeto de estudos mais aprofundados, serão avaliadas pelas equipes da SEPLAN, dos órgãos executores, do órgão ambiental licenciador e pelo Banco Mundial, em conformidade com a legislação nacional e as regras do próprio Banco.

O corpo principal deste documento comporta seis capítulos, apresentando-se, no segundo o Contexto Social e Econômico com ênfase na gestão da saúde infantil e na gestão de recursos hídricos e de saneamento rural. No terceiro capitulo consta a caracterização do Programa SWAP Bahia e no quarto capítulo a abordagem dos marcos legais e institucionais nos quais se apóia a presente análise ambiental.

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O capítulo 5 apresenta a avaliação ambiental e social a nível conceitual para as tipologias de subprojetos a serem financiadas pelo Banco e as principais conclusões. No capítulo 6 consta o Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa. Em anexo consta o Plano de Ação para População indígena.

O presente relatório deverá ser objeto de divulgação e consulta pública a ser realizada pelos sites dos organismos executores.

2. CONTEXTO SOCIAL E ECONÔMICO A Bahia ocupa uma área de 564.692,67 km², dos quais cerca de 68,7% fazem parte da região do semi-árido. O estado é o quinto maior em termos de extensão territorial no Brasil e ocupa 36,3% da área da região nordeste. Em termos demográficos, o último senso mostra que a população da Bahia é de aproximadamente 14 milhões de habitantes, sendo que 2/3 vivem na zona urbana e 1/3, na zona rural. A Bahia é o estado mais populoso do nordeste e o quarto do país, abrigando 27,1% da população nordestina e 7,5% da brasileira.

No setor econômico, a Bahia ostentou um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente R$ 96,6 bilhões em 2006, um dos maiores do país e superior ao de muitas nações da América Latina. O PIB baiano cresceu 4% em 2006 e para 2007, a projeção de crescimento é de 4,5%. Os resultados da Bahia ganharam contornos mais importantes na medida em que fez o estado acumular uma expansão de 21,6% nos últimos quatro anos, enquanto o Brasil, nesse mesmo tempo, acumulou expansão de 14,4%. Enquanto que a taxa média registrada para a economia brasileira ficou próxima dos 3,4% ao ano, no caso da Bahia houve uma expansão média do produto interno da ordem de 5,0% ao ano.

As políticas de expansão do refino, que tem um peso acentuado no PIB estadual, e de atração de empresas, adotadas pelo governo estadual, possibilitaram um acúmulo de investimentos de tal ordem, que a indústria se ampliou e consolidou como um segmento dinâmico da economia.

Entretanto, a política de atração de empresas via concessão de benefícios fiscais embora tenha contribuído para o dinamismo recente da economia baiana, se apresenta como um recurso cada vez mais limitado e de eficiência declinante. A renúncia fiscal descarta a transformação da riqueza em benefícios sociais que viriam através do Estado, restando o benefício do emprego e do consumo de insumos locais. No longo prazo, as vantagens tributárias ocorrerão desde que as empresas mantenham suas unidades produtivas na Bahia. Assim, a avaliação do esforço governamental para atração de empreendimentos deve incluir a análise dos benefícios previstos.

Embora os investimentos realizados tenham sido relevantes, apresentam um forte grau de concentração setorial e espacial que ainda não foi revertido. Do ponto de vista setorial, verifica-se na indústria de transformação que os ramos químico e metalúrgico participam com 65,1% da produção do sub-setor. Soma-se a isso um elevado grau da composição orgânica do capital em parcela expressiva dos novos investimentos industriais, tornando-os pouco elásticos na relação produto/emprego.

A distribuição espacial do PIB dos municípios reflete o elevado nível de concentração econômica, fazendo com que, por exemplo, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) responda por mais de 53% de toda a riqueza produzida no estado. Por outro lado, persiste uma situação extremamente penosa para a maioria dos municípios baianos, sobretudo no semi-árido. Enquanto 25 municípios do estado respondem por 72% do PIB, 172 municípios, dos quais 132 encontram-se no semi-árido, geram 5% do PIB estadual. O crescimento expressivo do PIB estadual não tem se refletido em melhoria da qualidade de vida da população como um todo, que poderia resultar no almejado desenvolvimento social.

Quanto à geração de emprego, observamos que os setores intensivos em trabalho, a exemplo da construção civil, alimentação, saúde, educação e comércio, perderam ou estagnaram suas participações na composição do PIB. Com isso, a RMS, apesar de gerar ocupações e ampliar sua massa salarial, não o faz de forma a evitar que, desde 1997, apresente o maior índice de desemprego do nordeste e também do país. A articulação do desenvolvimento estratégico da

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capital e do interior da Bahia é necessária para que se produza um crescimento harmônico capaz de resgatar as desigualdades territoriais e dinamizar o desenvolvimento do todo.

A concentração espacial da produção, da riqueza e da propriedade gera um descompasso entre crescimento e desenvolvimento, que se manifesta claramente por intermédio dos indicadores sociais, demonstrando que as políticas públicas têm sido insuficientes para melhorar as condições de vida da população baiana. A falta de socialização dos resultados do crescimento econômico estadual é visível quando os indicadores sociais são considerados. A análise recente da evolução das condições de vida da população demonstra a magnitude e complexidade dos desafios a serem enfrentados nos próximos anos e a dissociação entre reprodução social e reprodução do capital.

Apesar do desempenho da economia, que coloca a Bahia no sexto lugar do ranking nacional, o estado situa-se na 22ª posição no ranking brasileiro do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As desigualdades do crescimento econômico estadual se tornam visíveis quando os indicadores sociais são considerados, a exemplo de:

a) 53,1% dos baianos vivem em situação de pobreza;

b) 24% dos baianos vivem com apenas R$78,00 (setenta e oito reais). No Brasil, esse percentual é de 12,3%;

c) o percentual de indigentes na Bahia é o dobro do percentual brasileiro;

d) a taxa de analfabetismo é de 20,4%, muito acima da média nacional, que é de 11,2%.

2.1 Contexto da Área de Saúde

A implantação de ações governamentais, a exemplo do Programa de Saúde da Família, tem contribuído recentemente para a expansão de cuidados básicos de saúde para populações rurais e pobres. A mortalidade infantil decresceu e alguns outros indicadores da Atenção Básica melhoraram, entretanto, as populações rurais pobres apresentam os piores indicadores de saúde e o mais precário acesso a serviços de saúde de qualidade.

Quanto à mortalidade infantil, embora o Brasil tenha reduzido sensivelmente seus indicadores, a Bahia apresenta a 7ª maior taxa no ranking nacional. O componente neonatal passou a predominar neste Estado a partir de 1996, representando atualmente cerca de 74% dos óbitos de menores de 28 dias. (figura 2.1)

Figura 2.1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

%

Neonatal Pós-neonatal

*Dados preliminaresFONTE: SESAB/SUVISA/DIS-SIM

EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL PROPORCIONAL, SEGU NDO COMPONENTES. BAHIA, 1990 - 2006*

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A mortalidade infantil contribui de forma expressiva para a mortalidade na infância. A análise preliminar realizada demonstra que caso a tendência seja mantida a Bahia não conseguirá atingir a meta do milênio relativa a redução necessária da mortalidade na infância, de acordo com estabelecido nos Objetivos do Milênio (figuras 2.2 e 2.3)

Figura 2.2

Figura 2.3

Figura 1 - Taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos e com 1 a 4 anos residentes no Estado da Bahia, 1996 - 2006*

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Tax

a (P

or 1

.000

cria

nças

da

faix

a et

ária

)

< 5 5,6 5,1 4,7 4,7 4,4 4,1 3,9

1-4 1,0 0,9 0,8 0,8 0,8 0,7 0,7

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

FONTE: SESAB/SUVISA/DIS-SIM *Dados preliminares

Mortalidade em menores de 5 anos. Bahia, 1990-2015

y = -11,299x + 430,52

R2 = 0,9955

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

16

Ademais, entre 1996 a 2007, em média, 25% dos nascimentos ocorridos no estado foram de mães que tinham entre 10 e 19 anos de idade. Em relação às condições de nascimento registraram-se, em média, no mesmo período, 8% de nascidos vivos com baixo peso ao nascer (variando em 2007 de 1,7% no município de Wanderley a 25% no município de Feira da Mata), resultado, em sua grande maioria, da desqualificacao do pré-natal de acordo com os parâmetros nacionalmente definidos (recursos humanos, equipamentos, numero de consultas medicas e de enfermagem, exames de apoio diagnostico e imunoprevencão etc), seja decorrente da captação tardia das gestantes, seja desqualificação das ações desenvolvidas na rede de assistência.

Vale notar que a mortalidade materno-infantil é considerada um excelente indicador de saúde da população de um país, refletindo o seu estágio de desenvolvimento social e humano. Ele também é um indicador de iniqüidades, uma vez que sua análise permite perceber diferenças entre distintos extratos socioeconômicos e culturais.

Em 2005, um quarto dos óbitos de residentes do estado da Bahia foram por causas mal definidas, superior às médias nacional (10%) e da região Nordeste (17%). Sabe-se que uma parcela significativa desses óbitos poderia ser prevenida com uma oferta organizada de serviços de saúde e com uma maior qualificação das equipes técnicas, tanto na atenção básica, como na atenção ao parto, ao puerpério e ao recém-nascido, combinadas com a implantação efetiva de ações de vigilância epidemiológica para aprimorar o conhecimento e a intervenção sobre esse problema.

No entanto, existe uma baixa capacidade de resolução nos pólos regionais, o que implica, muitas vezes, no deslocamento da população para a capital e para outros estados em busca de serviços de saúde. Assim, a efetivação do novo Plano Diretor de Regionalização em Saúde (PDR) na Bahia se torna uma atividade estratégica, na medida em que visa fortalecer a capacidade de atendimento dos pólos macrorregionais e micorrregionais, investindo na melhoria da infra-estrutura de serviços de atenção e de vigilância e proteção à saúde, bem como na reorganização de processo de trabalho e na qualificação técnica dos profissionais de saúde.

2.2 Contexto da Área de Recursos Hídricos e Saneame nto

Em relação aos recursos hídricos, considerando a porção semi-árida do Estado, onde aproximadamente 6 milhões de pessoas residem, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população, passam necessariamente pela oferta de água em quantidade e qualidade adequadas ao consumo humano e outros usos identificados em função da vocação regional, bem como a preservação e otimização dos mananciais para garantir essa oferta. Ao longo do tempo, tal desenvolvimento foi frustrado, em grande parte pela desarticulação entre os órgãos federais, estaduais e municipais que atuam no setor, sobretudo para atendimento à população rural, coma qual o Estado tem uma enorme dívida social. Os índices de crescimento populacional e o modelo de desenvolvimento econômico concentrador e consumista do mundo moderno, torna imperiosa uma mudança profunda nas formas de acesso, uso, preservação e distribuição da oferta hídrica.

O mapa a seguir apresenta a situação de pressão à qual estão submetidos os recursos hídricos estaduais no ano de 2015 (Figura 2.6). Para o horizonte de planejamento de 2025, apenas 26% das sedes municipais da Bahia foram prognosticadas com abastecimento satisfatório e 74% se mostraram em situação crítica.

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Figura 2.6 - Projeção para o ano de 2015 Tabela 2.1

CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO GRAU DE PRESSÃO SOBRE OS RECURSOS HÍDRIC OS Demanda Total “D” / Q média por

UP (%) Situação

D/Q < 5% Água considerada um bem livre, com pouca atividade de gerenciamento sendo praticada

5% ≤ D/Q ≤ 10% Situação ainda confortável, com necessidade de gerenciamento para solução de abastecimento locais

10% < D/Q ≤ 20% Atividade de gerenciamento indispensável com investimentos médios D/Q > 20% Situação crítica, exigindo intensa atividade de gerenciamento e grandes

investimentos Q: Descarga média do rio principal da Unidade de Planejamento (UP) em m3/s; D: Demanda Total = |Somatória das demandas para abastecimento humano, abastecimento industrial , irrigação e dessedentação animal, em cada UP, em m3/s

Fonte: Atlas do Nordeste – Agência Nacional de Águas

O acesso ao abastecimento de água na Bahia atualmente não é satisfatório, tanto para populações rurais, especialmente do semi-árido, como para núcleos urbanos, sobretudo comunidades carentes de baixa renda.

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A proporção de domicílios urbanos do estado que não estão ligados à rede geral de abastecimento de água declinou de 6,6% em 2002 para 5,4% em 2005. Nas áreas rurais, entretanto, o percentual de atendimento é de apenas 31,7%, mostrando um déficit significativo. Registre-se que parte da água distribuída não atende aos padrões de potabilidade, particularmente quanto aos teores de cloretos e dureza e que grande parcela da população do semi-árido encontra-se situada no mais alto nível de risco hídrico, nas piores condições de pobreza e, em sua maioria, é dependente dos programas sociais com o Bolsa-Família.

Considerando o impacto negativo sobre a qualidade dos mananciais de superfície e subterrâneos em virtude das deficiências observadas na coleta e disposição do lixo nas redes de esgoto sanitário e de drenagem urbana, apresentamos a seguir o panorama destas áreas.

Em relação ao acesso ao esgotamento sanitário, dados de 2005 mostram que o número de domicílios servidos com rede de esgoto totaliza cerca de 1,440 milhão, sendo percebido um déficit de atendimento em quase 2,250 milhões de domicílios. Nesse segmento, a universalização requer a adoção de tecnologias adequadas e de baixo custo. Enquanto na Região Metropolitana de Salvador – RMS, o atendimento alcança 74,6%, apenas metade (54,4%) da população urbana do estado tem acesso à rede coletora. Esse índice aumenta para 63,3% nas áreas urbanas quando se considera a utilização de fossas e outras soluções individuais. Porém, o cenário mais grave se verifica na área rural da Bahia, onde apenas 5,7% da população têm acesso à destinação adequada dos esgotos, mesmo se considerando soluções individuais do tipo fossa.

A gestão dos serviços de limpeza urbana na maior parte dos municípios baianos ainda é precária. Existem muitas cidades que não contam com tais serviços organizados, de modo que o atendimento urbano é da ordem de 95% e o rural de apenas 16%.

Tabela 2.2 – Percentual de população atendida

SERVIÇO ÁREA URBANA (%) ÁREA RURAL (%)

Abastecimento de água 94,6 31,7

Coleta de esgotos e soluções individuais 63,3 5,7

Coleta de resíduos sólidos 95,7 16 Fonte: PNAD 2005

Contudo, o Estado da Bahia vem avançando numa política de recursos hídricos inclusiva, reconhecendo o verdadeiro papel da água como fator primordial para o desenvolvimento humano e para o equilíbrio dos ecossistemas. O acesso fácil para todos, oferta adequada e segura, bem como o tratamento e destinação adequados dos efluentes, proteção às nascentes e mananciais por consubstanciarem a sustentabilidade ambiental, constituem prioridades da ação pública com múltiplas interfaces na melhoria das condições de vida das pessoas.

O Projeto de Recursos Hídricos implementado anteriormente propiciou avanços na área, implementando ações de gestão que incluíram a elaboração de planos e estudos e o monitoramento da quali-quantitativo da água bem como a implantação de infra-estrutura hídrica que garantiu regularização da oferta de água em qualidade e quantidade satisfatórias em duas bacias hidrográficas do semi-árido baiano. Muito, porém, há a fazer, consolidar e ampliar com vistas a garantia dos direitos básicos de acesso da população.

2.3 Estratégia do Governo do Estado

A concepção de uma nova estratégia de desenvolvimento para a Bahia considerou a necessidade de desenhar um modelo sustentável, a partir da realidade concreta do estado, devidamente apoiado na governança solidária, o que reflete uma mudança no relacionamento do governo com a sociedade. Tal estratégia se baseia nos seguintes pressupostos: inovação tecnológica, inclusão social, empreendedorismo e economia solidária, qualificação da mão-de-

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obra, disponibilidade de recursos, ambiente institucional e regulatório, além de sustentabilidade do meio ambiente.

Na preparação do PPA 2008-2011 do Estado da Bahia, foram eleitos dois grandes eixos de desenvolvimento, integrados por quatorze diretrizes estratégicas, que, por sua vez, abrigam os programas e ações governamentais desse Plano. O Desenvolvimento Social com Equidade é um dos grandes eixos de desenvolvimento integrado do PPA. Dentre as diretrizes estratégicas do eixo em questão, destacam-se Garantir o Acesso à Saúde de Qualidade e Ampliar a Infra-estrutura Social (Habitação, Saneamento e Energia).

Das diretrizes estratégicas, coerentes com os eixos de desenvolvimento, fluem programas e projetos que visam elevar os benefícios a serem distribuídos. Para tanto, é fundamental o aumento da produção, tanto na indústria como no comércio e no setor de serviços de um modo geral. Enquanto nas zonas mais urbanizadas o emprego depende principalmente da expansão dos serviços, nas áreas rurais, é imperioso acelerar o processo de dinamização da agricultura familiar e da agroindústria como mecanismos indispensáveis à fixação da renda ao território.

Nessas diretrizes, as ações da área de saúde buscam recuperar a implantação de um sistema preventivo de saúde pública e de medidas profiláticas que contribuam para melhorias significativas do IDH em todos os municípios baianos, além de superar as principais deficiências da atenção à saúde. Para a área de recursos hídricos e meio ambiente, o Governo da Bahia concebeu o Programa Água para Todos, que se constitui na principal política para esse setor, voltada para ampliar a oferta e o acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente nos meios urbano e rural, articulada com outras ações de saneamento básico e de promoção da produção econômica dependente dos recursos hídricos.

No contexto da sustentabilidade ambiental, o objetivo maior do Programa Água para Todos é a universalização, com a promoção de níveis crescentes de qualidade e quantidade. Esse programa está alinhado com as Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, os Planos de Bacias Hidrográficas e a Política Nacional de Saneamento Básico, contribuindo com as políticas públicas sociais, setoriais e de desenvolvimento do estado.

Assim como o crescimento de uma nação não pode ser alcançado apenas pela presença das condições físicas, o crescimento da Bahia depende da promoção do desenvolvimento e da inclusão social, pressupondo, sobretudo, o acesso à educação e saúde, além do incentivo à diversidade cultural e a preservação e recuperação do meio ambiente.

É preciso esclarecer ainda o compromisso do Governo da Bahia com a eficácia na gestão das políticas públicas. Para tanto, é necessário considerar o fato de que a ação governamental não pode estar dispersa e será tanto mais eficiente quanto maior for o grau de sinergia entre as políticas. Nesse sentido, o planejamento assume um papel de destaque no âmbito da administração pública estadual, sendo que a utilização de indicadores de desempenho setorial se torna essencial para o sucesso da ação governamental. É preciso monitorar, avaliar e corrigir, se necessário, a implementação das políticas públicas.

3. O PROGRAMA SWAP BAHIA O Programa com Enfoque Setorial Amplo das Áreas de Saúde e Recursos Hídricos do Estado da Bahia tem como objetivo geral promover o desenvolvimento social com equidade no Estado ampliando o acesso à água em quantidade e qualidade e a ações para a redução da mortalidade materna e infantil. Para tanto, apoiará uma agenda de programas do PPA 2008-2011 da Bahia relacionados com as áreas de saúde, recursos hídricos e planejamento.

Como objetivos especificos:

(v) redução da morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 ano por Doença Infecciosa Intestinal; e

(vi) redução da mortalidade neonatal (menores de 28 dias) em hospitais selecionados.

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Período de execução . Acordou-se um período de execução de quatro anos (2010 – 2013).

Valor do Empréstimo e distribuição. O valor total do empréstimo será de US$60 milhões. A alocação do financiamento por setor, agências executoras e componentes consta da tabela abaixo.

Tabela 3.1 Valores e Componentes do Programa - US$ mil Setor Agências

Executoras Componente 1 Componente 2 Total

Saúde SESAB 20,200 2,000 22,200 Recursos Hídricos INGÁ 10,800 2,000 12,800

CERB 17,000 1,500 18,500 Gestão do Setor Público

SEPLAN 3,000 3,350

Recursos Não Alocados

3,350 3,000

Sub-total 48,000 11,850 59,850 Front-end-fee 150 150 Total 60,000

Desembolsos. O Programa deverá ter quatro formas de alavancar os desembolsos:

(i) tradicional;

(ii) por produto (output-based disbursement);

(iii) per capita/seguro (Insurance Premium); e

(iv) indicadores.

3.1 ESTRUTURA DO PROGRAMA.

O Programa será constituído de 2 componentes:

� Componente 1 - Apoio aos programas prioritários do governo nos setores de saúde e de recursos hídricos (com abordagem SWAp); e

� Componente 2 - Fortalecimento Institucional aos setores de saúde, de recursos hídricos e de planejamento.

3.1.1 Componente 1

Componente 1 A.1 (Saúde)

• Valor: US$ 4 milhões

• Cinco programas foram selecionados no setor de saúde (i) Expansão e Qualificação da atenção básica com inclusão; (ii) Reorganização da atenção especializada; (iii) Atenção integral a saúde de populações estratégicas; (iv) Integração e operação das práticas de vigilancia e (v) Gestão Estratégica, Participativa e Efetiva do SUS.

Componente 1 A.2 (Água).

• Valor: US$27,8 milhões

• Quatro programas foram selecionados no setor de água (i) Gestão dos Recursos Hídricos para o Desenvolvimento Sustentável; (ii) Monitoramento e Controle Ambiental - Monitora; e (iii) Programa Água Para Todos.

Componente 1 B. R edução da mortalidade neonatal (menor de 28 dias) e m hospitais selecionados.

• Valor: US$ 16.2 milhões

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• Cinco programas foram selecionados no setor de saúde (i) Expansão e Qualificação da atenção básica com inclusão; (ii) Reorganização da atenção especializada; (iii) Integração e operação das práticas de Vigilancia; (iv) Gestão Estratégica, Participativa e Efetiva do SUS e (v) Expansão e melhoria da infra-estrutura de saúde.

3.1.2 Componente 2 – Fortalecimento Institucional .

Setor Água – INGÁ e CERB . O Programa SWAp apoiará as ações contempladas nos seguintes programas:

� Modernização Institucional e Reestruturação dos Instrumentos de Gestão Ambiental;

� Monitoramento e Controle Ambiental – Programa MONITORA;

� Gestão dos Recursos Hídricos para o Desenvolvimento Sustentável.

Setor Saúde - SESAB O Programa SWAp apoiará um processo de desenvolvimento institucional compreendendo as seguintes ações:

� Compatibilização da agenda estratégica da SESAB com as Funções Essenciais da

Saúde pública FESP.

� Identificação de processos e competências necessários à execução das FESP.

� Verificação das competências existentes e identificação do gap em relação às competências necessárias; plano de mobilidade interna e capacitação dos RH para FESP.

� Comunicação do planejamento estratégico da SESAB.

� Elaboração de planos estratégicos dos 25 hospitais selecionados para o SWAp.

� Criação de uma unidade de monitoramento dos hospitais e elaboração dos “contratos por resultados” com as unidades hospitalares.

� Divulgação periódica dos resultados obtidos pelas unidades.

� Capacitação de gerentes da SESAB e hospitais, promovendo o desenvolvimento de competências gerenciais em saúde.

Capacitação gerencial (SESAB, INGÁ, CERB, SEPLAN e outras secretarias ). Implementação de treinamento em desenvolvimento gerencial composto de vários módulos a serem agregados pelas organizações de acordo com suas necessidades.

3.2 AS REGIÕES BENEFICIADAS PELO PROGRAMA SWAP BAHI A

As áreas e regiões a serem beneficiadas pelas intervenções físicas a serem realizadas no âmbito do Programa SWAP Bahia referem-se ao Componente 1 e têm as seguintes características:

3.2.1 Componente 1.A.2 (Água)

Para a seleção das áreas de intervenção física do Componente Água utilizaram-se indicadores de saúde e indicadores sócio-econômicos, tendo sido realizados diversos levantamentos para obtenção da lista dos municípios para intervenção e investimento em saneamento e água.

Os principais indicadores analisados foram:

� Cálculo da Taxa de Internação em menores de um ano e menores de cinco anos por Doenças Infecciosas Intestinais na rede SUS, (segundo faixa etária e município de residência, Bahia, 2007), para todos os municípios da Bahia;

� Priorização da faixa etária em menores de cinco anos; � Seleção de todos os municípios baianos com Taxa de Internação por Doenças

Infecciosas Intestinais maior ou igual à média do Estado (20,6 para o ano de 2007);

22

� Cálculo do IDH para todos os municípios da Bahia; � Seleção dos municípios com IDH menor ou igual a 0,65 (média do estado); � Seleção dos 80 municípios com piores Taxas de Internação em menores de um ano e

menores de cinco anos por Doenças Infecciosas Intestinais na rede SUS e pior IDH; � Dos 80 municípios com piores taxas de internação em menores de 5 anos por DII e

IDH, 40 deles eram comuns às duas listas; � Seleção dos municípios comuns aos dois critérios avaliados = 40 municípios prioritários

para intervenção do Componente Água; Com base na análise desses indicadores, chegou-se à seleção inicial de 40 municípios prioritários para intervenções em sistemas de abastecimento de água no meio rural.

Tabela 3.2 - Interseção entre taxa de internação de menores de cinco anos por doenças infecciosas intestinais na r ede SUS.

SWAP - RELAÇÃO PRIORITÁRIA DE MUNICÍPIOS

MUNICÍPIOS TAXA IDH POP. RURAL

Barra do Rocha 122,6 0,579 2.286

Morro do Chapéu 88,4 0,605 14.764

Caldeirão Grande 83,5 0,588 8.729

Xique-Xique 83,0 0,580 13.847

Baianópolis 81,3 0,592 10.413

Várzea Nova 79,7 0,586 5.098

Caém 74,7 0,580 6.812

Campo Alegre de Lourdes 73,4 0,581 21.091

Itaguaçu da Bahia 72,9 0,586 10.172

Bom Jesus da Serra 70,4 0,584 7.870

Itiúba 69,9 0,574 26.279

Ibititá 69,3 0,602 10.140

Pindobaçu 66,8 0,595 9.485

Irajuba 63,0 0,593 3.821

Sítio do Quinto 59,7 0,561 9.462

Filadélfia 58,8 0,586 7.548

Cícero Dantas 57,5 0,574 13.938

Caturama 55,4 0,605 6.847

Novo Triunfo 55,1 0,582 8.034

América Dourada 53,5 0,564 5.659

Dário Meira 51,2 0,549 7.556

João Dourado 51,1 0,596 7.892

São José do Jacuípe 50,5 0,577 3.754

Capim Grosso 49,2 0,607 5.962

Riachão das Neves 49,0 0,570 11.854

Monte Santo 48,5 0,534 44.031

Mirante 46,9 0,563 7.579

Olindina 45,7 0,593 11.415

Euclides da Cunha 43,7 0,596 30.597

Arataca 43,7 0,578 5.725

Una 43,3 0,607 10.846

Nova Canaã 42,5 0,596 10.296

Canudos 42,4 0,599 7.016

23

Wenceslau Guimarães 41,5 0,575 16.937

Wagner 41,3 0,609 2.659

Teolândia 40,8 0,591 8.304

Várzea da Roça 40,6 0,591 8.123

Aporá 39,6 0,604 9.825

Canarana 38,6 0,601 13.018

Rio do Antônio 38,3 0,590 9.473

TOTAL 435.157

As ações de implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água e de módulos sanitários deverão ser focadas em um número reduzido de municípios – cerca de 10 municípios, entre os municípios prioritários, de forma a otimizar os resultados do projeto quanto ao impacto das ações de saneamento na morbidade e mortalidade infantil. A atuação deverá ainda ser concentrada em área previamente definida como Macrorregião de Saúde Centro-Norte para que os efeitos benéficos da implantação da infraestrutura possam ser melhor percebidos e avaliados

3.2.2 Componente 1.B - Saúde

A SESAB selecionou 25 hospitais/maternidade, de gestão estadual, municipal ou filantrópica, onde serão previstas intervenções de melhoria da infraestrutura física hospitalar.

24

N HOSPITAL MUNICÍPIO

1 CLÉRISTON ANDRADE F. DE SANTANA

2 INÁCIA PINTO DOS SANTOS F. DE SANTANA

3 R. VICENTINA GOULART JACOBINA

4 MÁRIO DOURADO SOBRINHO IRECÊ

5 R. DEP. LUIS EDUARDO MAGALHÃES PORTO SEGURO

6 M. TEIXEIRA DE FREITAS/ UMMI T. DE FREITAS

7 GERAL ROBERTO SANTOS SALVADOR

8 MAT. PROFº JOSÉ Mª DE M. NETTO SALVADOR

9 GERAL DE CAMAÇARI CAMAÇARI

10 IPERBA SALVADOR

11 MATERNIDADE ALBERT SABIN SALVADOR

12 MAT. TYSSILA BALBINO SALVADOR

13 MATERNIDADE LUIS ARGOLO S. A. DE JESUS

14 MAT. DE ALAGONIHAS ALAGOINHAS

15 G. SANTA TEREZA R. DO POMBAL

16 HOSPITAL PAULO AFONSO PAULO AFONSO

17 DO OESTE BARREIRAS

18 MUNICIPAL DR. JOSÉ BORBA S. M. VITÓRIA

19 MUNICIPAL ESAÚ MATOS V. CONQUISTA

20 MUN. PROFº MAGALHÃES NETTO BRUMADO

21 REGIONAL DE GUANAMBI GUANAMBI

22 MANOEL NOVAES ITABUNA

23 SÃO JOSÉ E MAT. STA HELENA ILHÉUS

24 PRADO VALADARES JEQUIÉ

25 STA CASA DE MISERICÓRDIA/ VALENÇA

4. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL AMBIENTAL E DE RECU RSOS HÍDRICOS 4.1 AS POLÍTICAS E INSTRUMENTOS

4.1.1 A Política de Meio Ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. A Lei no 6.938 de 31/08/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. As linhas mestras da política estão definidas no capítulo do Meio Ambiente da Constituição Federal no seu art. 225.

No nível federal, o órgão responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente e da preservação, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais brasileiros é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, criado pela Lei no 7.735 de 22/02/89, vinculado ao Ministério do Meio

25

Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação do Biodiversidade – ICMBio, criado pela Lei 11.516/2007, responsável pela administração das unidades de conservação (UCs) federais.

A nível estadual, o Instituto do Meio Ambiente – IMA, autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente – SEMA. Criado pela Lei 11.050, tem como finalidade executar a Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais, instituída pela Lei Estadual 7.799/01, alterada recentemente pela Lei 10.431/2006.

4.1.2 Padrões de Qualidade Ambiental

O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, que tem como objetivo a prevenção ou correção dos impactos da poluição e da contaminação do meio ambiente. Aí estão incluídos os padrões de qualidade do ar e das águas.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, através da Resolução 357/06 classifica as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional em nove categorias, segundo seus usos preponderantes. A Resolução estabelece também as condições padrões de lançamento de efluentes.

Outros instrumentos legais que estabelecem procedimentos e padrões ambientais estão descritos a seguir:

• Lei Nº 4.771/65 que dispõe sobre o Código Florestal, principalmente o seu artigo 2°, que trata das áreas de proteção permanente as florestas e demais formas de vegetação nas nascentes e ao longo dos cursos d’água.

• Lei Nº 9.605/98 (Lei de crimes ambientais) que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

• Lei Nº 9.985/00 que regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e dá outras providências..

• Lei Nº 10.257/01 que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

• Medida Provisória Nº 2.166-2.167/01 que altera os arts. 1º, 4º, 14º, 16 º e 44º, e acresce dispositivos à Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Código Florestal.

"Art. 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto .

• Resolução CONAMA Nº 303/02 que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

• Resolução CONAMA Nº 369/06 que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP.

• Resolução CONAMA 377/06 que define critérios de porte e dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário.

4.1.3 A Política de Recursos Hídricos

A Lei Federal no 9.433 de 08/01/97 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e, no nível estadual, a Lei no 12.984 de 30/12/2005 dispôs sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e Sistema Integrado de gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH.

26

4.1.4 As Políticas Estaduais

Meio Ambiente

A lei estadual 10.431/2006 dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia atualizando as políticas instituídas anteriormente, especialmente a lei 7.709/01. Define como instrumentos da Política:

� Plano Estadual de Meio Ambiente;

� Sistema Estadual de Informações Ambientais;

� Educação Ambiental;

� Avaliação da Qualidade Ambiental;

� Zoneamento Territorial Ambiental;

� Unidades de Conservação e outros Espaços Especialmente Protegidos;

� Normas e os padrões de qualidade ambiental e de emissão de efluentes líquidos e

gasosos, de resíduos sólidos, bem como de ruído e vibração;

� Autocontrole Ambiental;

� Avaliação de Impactos Ambientais;

� Licenças e as Autorizações;

� Fiscalização Ambiental;

� Instrumentos econômicos e tributários de gestão ambiental e de estímulo às atividades

produtivas e socioculturais;

� Cobrança pelo uso dos recursos ambientais;

� Compensação Ambiental;

� Conferência Estadual de Meio Ambiente.

Recursos Hídricos

Em 2006, a Lei 10.432/06 institui a Política Estadual de Recursos Hídricos (em substituição à Lei 6.855/95) e define em oito capítulos os instrumentos da gestão estadual das águas. Pela mesma Lei, fica criado o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRH), para coordenar a implementação da Política Estadual.

Posteriormente, a Lei 11.612/09, consolida a nova Política Estadual de Recursos Hídricos, instituindo um novo marco político-institucional. A nova lei confirma a necessidade de integração do gerenciamento dos recursos hídricos com as políticas de meio ambiente, saúde, saneamento, habitação, uso do solo e desenvolvimento urbano e regional e reafirma a importância da gestão descentralizada e participativa das águas.

Define como principais instrumentos:

� Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH;

� Planos de Bacias Hidrográficas;

� Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo seus usos preponderantes;

� Outorga de direito de uso de recursos hídricos;

� Cobrança pelo uso de recursos hídricos;

� Sistema Estadual de Informações de Recursos Hídricos - SEIRH;

� Monitoramento das águas;

27

� Fiscalização do uso de recursos hídricos;

� Fundo Estadual de Recursos Hídricos da Bahia - FERHBA;

� Conferência Estadual do Meio Ambiente.

4.1.5 Licenciamento Ambiental

A avaliação de impacto ambiental representa um dos principais instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme Lei Federal no 6938 de 31/08/81, e foi vinculada aos sistemas de licenciamento de atividades poluidoras ou modificadoras do meio ambiente. Tanto na Constituição Federal de 1998, no seu artigo 225 & Io, inciso IV, como na Lei Estadual 5858/2006 em seu artigo 42 que dispõe a necessidade de licenciamento ambiental, já fica clara a necessidade da avaliação de impacto ambiental para atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.

Posteriormente, a Resolução CONAMA no 237 dispôs sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental estabelecendo que as avaliações de impacto ambiental podem ser realizadas por outros estudos ambientais além do EIA/RIMA.

A Resolução define que Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

A Resolução CONAMA 237/97 traz o seguinte conceito de licenciamento ambiental: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Por procedimento entende-se um encadeamento de atos que visam a um fim – a concessão da licença ambiental. Esse procedimento é conduzido no âmbito do Poder Executivo, na figura de seus órgãos ambientais nas várias esferas, e advém do regular exercício de seu poder de polícia administrativa.

A licença ambiental é definida pela Resolução CONAMA 237/97 como: Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

A licença ambiental é, portanto, uma autorização emitida pelo órgão público competente. Ela é concedida ao empreendedor para que exerça seu direito à livre iniciativa, desde que atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

O licenciamento é composto por três tipos de licença: prévia, de instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma seqüência lógica de encadeamento. Essas licenças, no entanto, não eximem o empreendedor da obtenção de outras autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes, a depender da natureza do empreendimento e dos recursos ambientais envolvidos:

� concessão de licença de instalação para atividades que incluam desmatamento depende também de autorização específica do órgão ambiental (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 19 e Resolução Conama 378/06);

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� autorização para supressão de área de preservação permanente para a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 3º, § 1º e art. 4º);

De acordo com a Resolução 237/97, é permitido ao órgão ambiental o estabelecimento de procedimentos simplificados para empreendimentos de pequeno potencial de impacto poluidor, desde que aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.

As licenças ambientais (LP, LI e LO), previstas na Resolução CONAMA n.º 237/97, são iguais e possuem as mesmas características daquelas previstas no Decreto Federal n.º 99.274/90 que regulamentou a Lei n.º 6.938/81.

A Lei 10.431/06 que consolidou a Política ambiental do estado da Bahia traz, adicionalmente, a instituição da Licença de Alteração e da Licença Simplificada, além da Autorização Ambiental ou do Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental.

Tabela 4.1 - Tipos de licenças ambientais constante s na Resolução CONAMA 237/97 e na Lei 10.431/06 do Estado da Bahia.

TIPOS DE LICENÇAS FASE DO EMPREENDIMENTO/ ATIVIDADE

Licença Prévia – LP (No estado da Bahia é considerada como Licença de Localização)

Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

Licença de Instalação – LI (No estado da Bahia é considerada como Licença de Implantação)

Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

Licença de Operação – LO Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as mediadas de controle ambiental e condicionantes para a operação.

Licença de Alteração (de acordo com a Lei 10.431/06 do estado da Bahia)

Concedida para a ampliação, diversificação, alteração ou modificação de empreendimento ou atividade ou processo regularmente existente.

Licença Simplificada (de acordo com a Lei 10.431/06 do estado da Bahia)

Concedida para a localização, implantação e operação de empreendimentos e atividades de micro ou pequeno porte, excetuando-se aqueles considerados de potencial risco à saúde humana.

Autorização Ambiental (de acordo com a Lei 10.431/06 do estado da Bahia)

Concedida para a realização ou operação de empreendimentos e atividades, pesquisas e serviços de caráter temporário, execução de obras que não resultem em instalações permanentes, bem como aquelas que possibilitem a melhoria ambiental ou para obras destinadas à requalificação de áreas subnormais ainda que impliquem instalações permanentes.

Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental – TCRA (de acordo com a Lei 10.431/06 do estado da Bahia)

Compromisso do empreendedor, registrado no órgão ambiental competente, no qual se compromete a cumprir a legislação ambiental, de biodiversidade e de recursos hídricos, no que se refere aos impactos ambientais decorrentes da sua atividade.

(*) A validade das licenças é definida pelos órgãos ambientais e especificados nos próprios documentos emitidos, desde que respeitem os prazos máximos e mínimos estabelecidos na Resolução 237/97 do CONAMA.

4.1.6 Competência para licenciar

A Resolução CONAMA n.º 237/97 detalha as competências quanto ao licenciamento ambiental, nos três níveis – federal, estadual ou distrital e municipal, como descrito abaixo:

29

• ao órgão federal (IBAMA) o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, tais como:

- localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União;

- localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;

- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados.

• ao órgão ambiental estadual ou distrital, no caso o Instituto de Meio Ambiente - IMA, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades:

- localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual;

- localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no Art. 2º do Código Florestal e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais;

- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios;

- delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.

• ao órgão municipal o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

4.1.7 O Sistema Estadual de Licenciamento

O Estado da Bahia possui uma legislação ambiental e um processo de gestão ambiental bem consolidado e incentiva a participação das instituições públicas e privadas em processos de autocontrole ambiental.

Um grande avanço do estado foi o incentivo à implantação de unidades ambientais nas grandes empresas e entidades governamentais buscando a inserção da variável ambiental já na concepção dos empreendimentos. Esse incentivo foi implementado, pelo à época Centro de Recursos Ambientais – CRA (atual IMA), por meio do processo de Auto-Avaliação para o licenciamento ambiental - ALA, que se aplica às empresas e instituições com atividades em operação que se interessarem em assumir a responsabilidade pelo seu processo de licenciamento, tendo como suporte a implantação de uma Comissão Técnica de Garantia Ambiental - CTGA.

As empresas que se credenciam a desenvolver o ALA passam a cuidar do seu próprio processo de licenciamento. Toda a documentação técnica necessária é preparada pela própria empresa sendo encaminhado ao IMA para os pareceres técnicos e jurídicos conclusivos e posteriormente ao CEPRAM para o pedido de emissão da licença. A empresa fica sujeita à auditoria ambiental do IMA, para resguardar o cumprimento de todas as prerrogativas previstas em lei.

Esse processo surgiu em 1990, especificamente junto às empresas do Pólo Petroquímico de Camaçari e os procedimentos que o envolvem foram amadurecendo até ano de 1995, quando foram editadas as Resoluções CEPRAM No 1.050 e 1.051 que estabelecem os critérios e procedimentos para subsidiar a criação e o desempenho da CTGA e o processo de auto-avaliação ambiental, respectivamente.

A CTGA é uma comissão formada por membros da própria organização, tendo como objetivo o autocontrole e a garantia do melhoramento contínuo da qualidade ambiental da atividade. A Comissão deve ser formalmente constituída, tendo atribuições definidas em Ata registrada em

30

cartório, tendo como meta implementar medidas que reduzam ou eliminem a poluição e os riscos ambientais causados pela atividade. O coordenador deve ser um técnico de nível superior e a comissão deverá reunir técnicos das diversas áreas de empresa (projeto, operação, produção, manutenção, laboratório, segurança, higiene do trabalho, etc.), ficando limitado a um número mínimo de três componentes. O processo de formação da CTGA é acompanhado pelo IMA.

O ALA é executado por uma equipe da empresa sob a coordenação da CTGA e auditoria da IMA, obedecendo a Termo de Referência elaborado juntamente com o CRA, sendo assinado pelo coordenador da CTGA e pelos técnicos diretamente responsáveis por sua elaboração.

A lei 10.431/06 no artigo 54º estabelece que “as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exerçam atividades que utilizem recursos ambientais ou consideradas efetiva ou potencialmente degradadoras do meio ambiente, deverão, na forma do regulamento, adotar o autocontrole ambiental através de sistemas que minimizem, controlem e monitorem seus impactos, garantindo a qualidade ambiental.”

A partir da lei 7799/01, essas instituições públicas e privadas passaram a ter a obrigação de constituir a Comissão Técnica de Garantia Ambiental – CTGA, confirmado pela atual lei 10.431/06.

No caso da CERB e SESAB, a lei determina a implantação e manutenção da CTGA e da realização das análises técnicas preliminares para o licenciamento, pelo IMA ou pelo CEPRAM, de empreendimentos ou atividades de sua responsabilidade ou de terceiros que envolvam matéria de sua competência.

A criação e competência da CTGA estão disciplinadas pela Norma Técnica NT-002/02, aprovada pela Resolução CEPRAM n. º 2.933.

Além do papel de acompanhamento e controle das atividades desenvolvidas pela empresa, a CTGA deverá orientar na definição de uma política ambiental do órgão, divulgar internamente as informações, monitorar, mobilizar e treinar os técnicos para o desenvolvimento dos estudos e relatórios de natureza ambiental, além de elaborar o ALA (Auto Avaliação para o Licenciamento Ambiental).

Sistemas de Abastecimento de Água e Módulos Sanitár ios

A Resolução CONAMA 237/97 somente considera como passíveis de licenciamento ambiental, sistemas de abastecimento de água quando envolvendo captação em cursos d’água ou quando envolverem a implantação de estações de tratamento de água – ETAs.

A Resolução CEPRAM 3.295 estabelece os procedimentos de licenciamento e as tipologias e critérios de porte das atividades e empreendimentos sujeitas a licenciamento ambiental.

No caso de sistemas públicos de abastecimento de água, os critérios de porte são os seguintes:

Serviço Vazão Média Prevista

Porte do Empreendimento

Tipo de Licença

Construção ou ampliação de

sistema público de abastecimento de

água

≥ 600 l/s Excepcional LP, LI, LO

≥ 400 l/s e < 600 l/s Grande LP, LI, LO

≥ 50 l/s e < 400 l/s Médio LP, LI, LO

≥ 20 l/s e < 50 l/s Pequeno Licença Simplificada

< 20 l/s Micro Licença Simplificada

< 0,5 l/s --------- Dispensa de Licença

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No caso dos empreendimentos previstos no âmbito do Programa SWAP Bahia, os sistemas de abastecimento de água (com vazão média prevista menor que 0,5 l/s) se enquadram como de dispensa de licença..

A instalação de módulos sanitários também não necessita de licenciamento ambiental.

Sistemas de Saúde

De acordo com a Resolução CEPRAM 3.295, as unidades de saúde também são passíveis de licenciamento e os critérios de porte adotados são os seguintes:

Serviço Número de Leitos Porte do Empreendimento

Tipo de Licença

Construção ou ampliação de

Unidades de Saúde

≥ 200 Excepcional LP, LI, LO

≥ 100 e < 200 l/s Grande LP, LI, LO

≥ 50 e < 100 l/s Médio LP, LI, LO

≥ 30 e < 50 Pequeno Licença Simplificada

< 30 Micro Licença Simplificada

No entanto, as intervenções em unidades de saúde, no âmbito do Programa Bahia Swap, referem-se somente a obras internas de melhorias nas unidades de Neonatal, não havendo, a princípio, necessidade de licenciamento ambiental.

Estas unidades de saúde a terem melhorias devem, a princípio, estarem ambientalmente regulares incluindo a implementação de sistemas de gerenciamento de resíduos de saúde.

Outorga

A perfuração de poços, para fins de abastecimento publico de água, deve requerer inicialmente a autorização junto ao INGA. Caso a vazão seja inferior a 0,5 l/s é dispensada a outorga.

4.2 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

3.2.1 Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama

No âmbito Federal, o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA é composto pelo: (i) Conselho do Governo:

Órgão Superior; (ii) Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA: Órgão consultivo e deliberativo (iii) Ministério do Meio Ambiente - MMA: Órgão Central; (iv) Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA: Órgão executor; (v) Órgãos Seccionais Órgãos ou entidades da administração pública federal; (vi) Órgãos Locais Órgãos ou entidades municipais. O CONAMA, órgão colegiado com poderes deliberativos e normativos, é composto por representantes de todos os ministérios, de todos os Estados da Federação, de entidades de classe, de organizações governamentais e, também, de representação dos municípios.

3.2.2 O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recurso s Hídricos (BA)

A Secretaria do Meio Ambiente foi criada pela Lei n° 8.538 , de 20 de dezembro de 2002. Originalmente chamada Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semarh, teve sua denominação alterada para Secretaria do Meio Ambiente – SEMA, em 06 de junho de 2008, a partir da implementação da sua reforma administrativa (Lei nº 11.050).

A SEMA tem por finalidade assegurar a promoção do desenvolvimento sustentável do Estado da Bahia, formulando e implementando as políticas públicas voltadas para harmonizar a preservação, conservação e uso sustentável do meio ambiente, com respeito à diversidade étnico-racial-cultural e à justiça sócio-ambiental no Estado da Bahia.

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Conselho Estadual de Recursos

Hídricos CONERH

Atualmente, a SEMA tem como órgãos da administração indireta o Instituto do Meio Ambiente - IMA, o Instituto de Gestão das Águas e Clima - INGÁ e a Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - CERB. Dessa forma, criou-se uma estrutura com intuito sinérgico, na qual os órgãos da área ambiental e da área de recursos hídricos conservam suas atribuições, porém com foco de política pública direcionado para objetivos complementares.

O Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) foi criado pela Lei Estadual 11.050, de 06 de Junho de 2008, substituindo a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). O INGÁ é uma autarquia da Secretaria do Meio Ambiente do Estado (SEMA) e tem como principal finalidade gerir e executar a Política Estadual de Recursos Hídricos e de Prevenção, Mitigação e Adaptação dos Efeitos das Mudanças Climáticas.

O Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) tem a seguinte estrutura organizacional básica:

� Conselho de Administração

� Gabinete

� Procuradoria

� Diretoria de Planejamento de Recursos Hídricos

� Diretoria de Informação e Monitoramento

� Diretoria de Regulação

� Diretoria Socioambiental Participativa

� Diretoria Administrativa e Financeira

� Coordenação de Gestão Estratégica

� Unidades Regionais

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) é uma autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente – SEMA. Criado pela Lei 11.050 sancionada pelo governador Jaques Wagner, com jurisdição em todo o território do Estado da Bahia, o IMA tem como finalidade executar a Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais, instituída pela Lei Estadual 7.799/01. Entre suas atribuições, promove o desenvolvimento com qualidade ambiental, incorporando novas tecnologias e normas de defesa do meio ambiente. Também, assegura a conservação e preservação ambiental, exercendo o poder legal, promovendo o conhecimento técnico-científico de acordo com a política de desenvolvimento sustentável do Governo da Bahia e com as diretrizes do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CEPRAM.

O IMA tem a seguinte estrutura organizacional básica:

Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA

Conselho Estadual de

Meio Ambiente CEPRAM

Instituto de Meio Ambiente - IMA

Companhia de Engenharia Ambiental

da Bahia - CERB

Instituto de Gestão das Águas e do Clima - INGÁ

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� Diretoria Geral

� Diretoria Fiscalização e Monitoramento Ambiental - DIFIS

� Diretoria de Licenciamento - DILIC

� Diretoria de Projetos Ambientais - DIPRO

� Diretoria de Recursos Florestais, Fauna e Flora - DIREF

� Diretoria de Estudos Avançados do Meio Ambiente – DEAMA

� Diretoria Administrativa e Financeira – DIRAF

� Unidades Regionais

A Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - CERB é uma empresa de capital misto vinculada à Secretaria de Meio Ambiente. Desde 1971, vem desenvolvendo projetos e executando obras com o objetivo de promover o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população carente da zona rural, principalmente do semi-árido baiano, que corresponde a 65 % do território do Estado.

A CERB tem a seguinte estrutura organizacional básica:

• Presidência

• Diretoria Administrativo-Financeira

• Diretoria Operacional

A CERB atua na área rural, principalmente na região semi-árida com as seguintes ações:

• Construção de Barragens para armazenamento da água e perenização dos rios com a finalidade de abastecimento humano e animal nos períodos de seca. Proporcionam também a irrigação das terras e a piscicultura possibilitando o aumento da renda da população local.

• Construção de Sistemas de Esgotamento Sanitário. Implantação de módulos de Melhorias Sanitárias Domiciliares e de pequenos sistemas constituídos de redes coletoras e condominiais com tratamento em fossas ou sumidouros

• Construção e ampliação de Sistemas de Abastecimento de Água Simplificados, Convencionais e Integrados. As captações, em sua maioria, são feitas a partir de poços tubulares, cuja água, normalmente, é de boa qualidade, dispensando tratamento. Os Sistemas Simplificados são construídos em localidades de pequeno porte da zona rural e englobam captação, adução, reservação, e distribuição da água através de chafarizes instalados em locais de fácil acesso à população.

• Perfuração de poços.

4.2.3 O Sistema Estadual de Saúde

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia - SESAB , criada pela Lei nº 2.321, de 11 de abril de 1966, e modificada pelas Leis nos 7.435, de 30 de dezembro de 1998, 8.888, de 24 de novembro de 2003, 9.831, de 01 de dezembro de 2005, e 10.955, de 21 de dezembro de 2007, tem por finalidade a formulação da política estadual de saúde, a gestão do Sistema Estadual de Saúde e a execução de ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, em consonância com as disposições da Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que constitui o Sistema Único de Saúde - SUS

A SESAB tem a seguinte estrutura organizacional básica:

34

4.3 AS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS ADOTADA S PELO BANCO MUNDIAL No âmbito das políticas de salvaguardas do Banco Mundial, há orientação para que os impactos ambientais e sociais negativos sejam identificados, evitados, atenuados, mitigados e monitorados, e os positivos, potencializados. Para o Programa SWAP Bahia, considerado inicialmente - segundo as políticas de salvaguardas - como Projeto CATEGORIA B, aplicam-se as seguintes salvaguardas do BIRD:

� OP 4.01 Avaliação ambiental

� OP 4.04 Habitat Natural

� OP 4.10 Povos indígenas

35

As demais políticas de salvaguarda (OP 4.09 Gestão de Pragas; OP 4.11 Recursos Físico-culturais; OP 4.12 Reassentamento Involuntário; OP 4.36 Atividades florestais; OP 4.37 – Segurança de Barragens; OP 7.50 Projetos em vias navegáveis internacionais; e OP 7.60 Projetos nas áreas em litígio) não se enquadram nos componentes e no escopo de desenvolvimento do Programa.

A seguir, comentam-se os principais aspectos e requisitos das políticas de salvaguardas de acordo com o conteúdo definido pelo Banco Mundial.

OP-4.01 - Avaliação Ambiental

Esta política de salvaguarda prevê que sejam realizadas análises prévias dos impactos potenciais das intervenções do Programa (incluindo-se impactos diretos, indiretos e cumulativos), comparando-se com as alternativas “com e sem” Projeto. Também prevê a definição de medidas mitigadoras para prevenir, mitigar, minimizar ou compensar os efeitos negativos, avaliando os instrumentos mais apropriados para essa atividade. Inclui a necessidade de preparação de Planos de Gestão Ambiental, avaliando a capacidade institucional dos executores para a gestão do conjunto de medidas propostas nos programas do PGA. Além disso, as salvaguardas ambientais da OP 4.01 estabelecem a necessidade de consulta pública (neste caso, para os projetos nas categorias A e B).

Essa avaliação ambiental (AA), de que trata a OP 4.01, é parte integrante dos estudos de preparação do Programa SWAP Bahia, cuja dimensão, profundidade e tipo de análise dependeu da natureza, da escala e dos impactos ambientais potenciais, inerentes a um Programa como o que ora se apresenta.

A AA avalia os potenciais riscos ambientais das tipologias a serem apoiadas pelo Programa e estabelece procedimentos para a concepção dos Projetos considerando a análise de alternativas em cada projeto; a seleção, localização, planejamento, concepção e execução do projeto, a concepção de medidas para evitar, minimizar, mitigar ou compensar os efeitos ambientais adversos; realce nos seus impactos positivos; e inclusão de processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais adversos durante a execução do projeto.

O Programa proposto é classificado na Categoria B , dado a possibilidade de impactos de caráter local, apesar de serem em geral positivos e sensíveis.

OP 4.04 – Habitat Natural

A principal diretriz dessa política de salvaguarda é de não financiar projetos que degradem os habitats críticos, apoiando projetos que afetem tais habitats somente no caso de não haver alternativas disponíveis e se existirem medidas de mitigação. Há necessidade de consultas à comunidade local sobre planejamento, concepção e monitoramento dos projetos.

A conservação de habitats naturais, como outras medidas que protegem e melhoram o ambiente, é essencial para o desenvolvimento sustentável a longo prazo. Conseqüentemente, o Banco apóia a proteção, manutenção e reabilitação dos habitats naturais e as suas funções nos seus estudos econômicos e setoriais. O Banco apóia e espera que os mutuários tratem cuidadosamente a gestão dos recursos naturais, a fim de assegurar oportunidades para o desenvolvimento ambientalmente sustentável. A Política de Salvaguardas do Banco considera como habitat natural crítico aqueles: protegidos legalmente; propostos oficialmente para serem protegidos; e desprotegidos mas com alto valor ambiental.

No Programa Swap Bahia estão previstas ações de implantação de sistemas de abastecimento de água de pequeno porte em áreas rurais onde, eventualmente, poderão afetar de áreas de preservação permanente - APPs (protegidas pelo Código Florestal Brasileiro – Lei federal 4.771/65) que se ajustam à presente orientação da OP 4.04 do BIRD.

OP 4.10 – Povos Indígenas

As principais diretrizes dessa política visam assegurar que: (i) os projetos de desenvolvimento a serem finaciados pelo Banco respeitema adignidade, os direitos humanos e a identidade dos

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povos indígenas; (ii) os eventuais impactos adversos do projeto sejam evitados, minimizados ou mitigados; (iii) os benefícios requeridos para os povos indígenas sejam culturalmente apropriados; e (iv) os povos indígenas sejam consultados e participem de maneira informada nos projetos.

O Programa SWAP-Bahia deverá beneficiar a população indígena do Estado. Nesse sentido, foi elaborado um Marco Referencial para Povos Indigenas e que tem por objetivo oferecer parâmetros para a abordagem das populações indígenas no âmbito do Programa, balizando-se na legislação nacional aplicável e nas salvaguardas adotadas pelo BIRD.

5. MARCO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL (FRAMEWORK) DO PROGRAMA Considerando que os investimentos em infra-estrutura a serem financiados pelo Banco Mundial no âmbito do Programa Swap Bahia ainda não estão, na presente fase de preparação, com sua concepção completa, a avaliação ambiental adotou os seguintes procedimentos:

� Avaliação ambiental das tipologias de subprojetos de obras de infra-estrutura a serem financiados pelo Programa;

� Definição de critérios e procedimentos para avaliação ambiental dos subprojetos na fase de implementação do Programa.

Uma avaliação da capacidade institucional ambiental dos organismos executores, também foi realizada, de modo a se prever as condições necessárias para a execução dos componentes do Swap.

5.1 CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES ELEGÍVEIS DE INFRA-ES TRUTURA

As intervenções de infra-estrutura consideradas elegíveis pelo Programa constituem-se em:

c) Componente 1.A.2 - Água

As intervenções deste componente têm como foco principal o atendimento à comunidades de áreas rurais carentes, situadas em áreas com alta incidência de diarréias, e que não têm atualmente acesso a fontes seguras de abastecimento de água e cujas residências não possuem instalações sanitárias minimamente adequadas. De forma geral estas comunidades possuem uma população máxima de 500 habitantes.

Nesse sentido, o programa visa apoiar as ações do Estado de implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água e de construção de unidades sanitárias.

As intervenções prevêem:

• Construção de sistemas rurais simplificados de abastecimento de água, constituindo-se em (i) poço subterrâneo; (ii) tratamento simplificado; (iii) bombeamento e (iv) chafariz. Eventualmente, caso a água se apresente salobra, pode necessitar de unidades de dessalinização.

• Construção de sistemas simplificados convencionais de abastecimento de água, constituindo-se em: (i) pequena captação superficial ou subterrânea; (ii) unidade de tratamento de água; (iii) reservação e distribuição.;

• Perfuração de poços para servirem como fonte de abastecimento para os sistemas acima;

• Construção de módulos sanitários. Trata-se da implantação de banheiros com fossas sépticas em residência familiar de áreas rurais.

b) Componente 1.B (Saúde)

As intervenções de infra-estrutura deste componente prevêem melhorias das instalações em unidades neonatal em 25 hospitais/maternidades públicos no Estado.

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5.2 AVALIAÇÂO AMBIENTAL

Componente 1.A.1 - Água

As intervenções previstas para o Setor de Água são de pequeno porte sendo os impactos negativos localizados, transitórios e de caráter pouco significativo, decorrentes principalmente das atividades inerentes à execução de obras. A mitigação desses impactos decorre principalmente de cuidados adequados durante a execução das obras envolvendo boas práticas de engenharia.

A tabela 5.1 abaixo apresenta os principais impactos (positivos e negativos) desse tipo de intervenção e sua gradação de significância, assim como as medidas de mitigação dos impactos negativos e os respectivos programas ambientais a constar do Plano de Gestão Ambiental do Programa.

Tabela 5.1 Principais impactos, Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais

Impactos Positivos Impactos Negativos Medidas Mitigadoras

Programas Ambientais Fase de Planejamento e Obras Fase de Planejamento e Obras

Fortalecimento da mobilização comunitária

moderado Geração de expectativas e Insegurança da População

Pouco Significativo

Ações de divulgação do Projeto e de

comunicação social

Comunicação

Social Geração de empregos e aumento da renda da população local

moderado

Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas às obras

Pouco Significativo

Planejamento das Obras e

procedimentos construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Fase de Operação

Interferências sobre infra-estrutura e equipamentos rurais e urbanos existentes

Não Significativo

Articulação com concessionárias de serviços e organismos responsáveis

Manual Ambiental de Construção

Melhoria das condições sanitárias

Significativo Supressão da vegetação Pouco Significativo

Métodos construtivos adequados e reposição da

vegetação afetada

Manual Ambiental de Construção

Melhoria da qualidade de vida da população

Significativo Interferências em Áreas de Preservação Permanente - APPs

Pouco Significativo

Métodos e procedimentos

construtivos adequados e

recuperação de áreas degradadas

Critérios de Projeto Manual Ambiental

de Construção

Melhoria das condições de saúde da população

Significativo Interferências com Unidades de Conservação

Pouco significativo

Concepção de Projeto deve

assegurar a não interferência

Critérios de Concepção de

Projeto

Melhoria das condições ambientais e rurais da região

Significativo Geração de Sedimentos Pouco Significativo

Métodos Construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Melhoria do padrão habitacional

Significativo Deterioração das condições ambientais, urbanísticas e paisagísticas

Pouco Significativo

Planejamento das Obras e Métodos

construtivos adequados

Manual Ambiental de Construção

Elevação da auto-estima da população

Significativo Geração de Bota-fora Pouco significativo

Destino dos rejeitos para bota-foras

licenciados.

Manual Ambiental de Construção

Consolidação de novos enfoques culturais

Significativo Risco de acidentes Pouco Significativo

Planejamento de obras e

procedimentos de segurança

Manual Ambiental de Construção

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Dependendo, no entanto, da localização, podem eventualmente apresentar interferências com Habitats Naturais, em áreas de APPs (Áreas de Preservação Permanente). Considerados pela legislação como intervenção de utilidade pública, essa interferência pode ser autorizada pelo órgão ambiental e minimizada com técnicas adequadas de construção e com posterior recuperação da área de intervenção.

Critérios adequados de concepção e projeto podem, também, minimizar significativamente a possibilidade de ocorrência dessas interferências.

Em relação aos módulos sanitários, os impactos são extremamente positivos com relação à melhoria das condições sanitárias da população rural dispersa e sem a ocorrência de impactos negativos relevantes.

Na fase de operação das intervenções a maioria dos impactos é positiva, significativa e de caráter permanente. Apresentam forte viés sanitário e ambiental positivo ao buscar o atendimento de água de qualidade adequada a uma população carente e sem acesso seguro e possibilitar, também, a utilização de banheiros e fossas sanitárias adequadas.

De acordo com a legislação ambiental federal e estadual as ações e intervenções previstas deverão obter as seguintes licenças ambientais:

Tipologia Licença Ambiental

Sistemas rurais de abastecimento simplificado Dispensa de Licença Ambiental

Poços subterrâneos Autorização para perfuração

Módulos sanitários Não necessita de licença

Ações de Fortalecimento Institucional

O programa deverá apoiar a CERB na estruturação física e organizacional de unidades que prestarão serviços de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades, e serviços de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural, em áreas de não atuação da EMBASA

Com relação aos planos diretores de bacia e à revisão do Plano Estadual de Recursos Hídricos, acordou-s e a inserção do instrumento de Avaliação Ambiental Estratégica - AAE, de modo a possibilitar ao INGÁ uma avaliação adequada, a nível estratégico, das intervenções em recursos hídricos a serem propostas nestes planos.

Componente 1.B Setor de Saúde

As intervenções de melhoria das instalações de atendimento neonatal previstas em 25 hospitais/maternidades públicos, são de pequeno porte e não apresentam em si possibilidades de impactos ambientais negativos. Não são também passíveis de licenciamento ambiental.

Por outro lado, estes hospitais atualmente não se encontram funcionando com regularidade ambiental. Outro aspecto refere-se à questão de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

A CTGA Comissão Técnica de Garantia Ambiental da SESAB, conforme comentado no item a seguir, vem elaborando processos de Auto Avaliação para o Licenciamento Ambiental – ALA em unidades de saúde estaduais do município de Salvador, concentrando-se inicialmente em 4 unidades de grande porte e contemplando, também, a elaboração e implantação de PGRSS – planos de gerenciamento de resíduos de saúde para estas unidades.

Atualmente, 92% das unidades estaduais localizadas em Salvador dispõem de PGRSS aprovados pela Vigilância Sanitária e Ambiental Estadual, estando em início o processo de sua implementação. Com relação à regularização ambiental foram elaboradas as ALAs de 2 hospitais de grande porte – Clériston Andrade e Roberto Santos e nas maternidades José Maria e Tysilla Balbino.

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O programa SWAP deverá apoiar o fortalecimento da CTGA, assim como unidades de saúde selecionadas, nos processos de elaboração e implementação dos PGRSS específicos e na avaliação ambiental para fins de regularização do licenciamento.

As intervenções de melhoria das instalaçãoes de atendimento neonatal não necessitam de licenciamento ambiental.

5.3 AVALIAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL

Sob os aspectos da gestão ambiental tanto a CERB quanto a SESAB já possuem as respectivas Comissões Técnicas de Garantia Ambiental – CTGAs previstas na legislação ambiental do Estado e estimuladas pelo Instituto de Meio Ambiente – IMA.

A seguir é apresentada uma descrição das ações de cada CTGA

5.3.1 SESAB

A CTGA/SESAB foi criada em 15 de agosto de 2006. Formada por profissionais multidisciplinares, a CTGA/SESAB tem a competência de desenvolver ações na organização e implementação do autocontrole ambiental das Unidades de Saúde da rede própria, tendo por função coordenar, executar, acompanhar e avaliar as ações, e, ainda, emitir pareceres acerca de planos, programas, projetos e atividades tratando de questões potencialmente danosas ao meio ambiente.

A CTGA vinculada diretamente a Coordenação de Engenharia e Arquitetura em Saude – CEAS mantem interlocução com várias unidades da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia especialmente com a Diretoria Geral da SESAB, a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental — DIVISA e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica — DIVEP.

Adicionalmente, a Portaria n° 1479/2008 prevê a for mação de uma Comissão de Garantia Ambiental da Unidade — CGA/Uni em cada unidade de Saúde da Rede Própria.

Inicialmente a CTGA/SESAB buscou a identificação das principais dificuldades das unidades de saúde da rede própria com relação a preservação do meio ambiente.

Dentre os principais pontos, nesta identificação, observou-se a necessidade de investimento e intervenção referentes a: (i) elaboração e implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde — PGRSS para as unidades de saúde da rede própria; (ii) reformas e melhorias em abrigos de resíduos em algumas unidades de saúde rede própria da SESAB; (iii) aquisição e implementação de equipamentos e materiais para o gerenciamento dos resíduos (balança, autoclave, contenedores, carrinho para coleta, balde de resíduos, sacos identificados) em algumas Unidades; (iv) regularização do licenciamento ambiental das Unidades de Saúde da SESAB junto ao IMA.

Com base nessa avaliação, a SESAB, em atuação conjunta com o CTGA, adotou, no período 2007- 2009, as seguintes ações:

� Treinamento em Licenciamento Ambiental para os profissionais das unidades de saúde da rede própria

� Processo de elaboração e implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Servicos de saúde – PGRSS, envolvendo:

⇒ Oficinas de trabalho para assessoria na elaboração dos PGRSS reunindo os representantes de cada Unidade de Saúde com os profissionais da CTGA.

⇒ Capacitações para os profissionais das Unidades de Saúde em Gerenciamento de Resíduos;

⇒ Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos, submetidos à aprovação da Diretoria de Vigilância Sanitária — DIVISA.

Foram elaborados PGRSS para 40 unidades de saúde da rede própria. Destes, 37 (92%) unidades já possuem a aprovação da vigilância sanitária.

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⇒ Processo de contratação de empresa prestadora de serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos dos serviços de saúde - RSS das unidades da SESAB do Município de Salvador.

Atualmente, os resíduos de saúde das unidades da rede própria na região metropolitana de Salvador possuem empresa contratada para coleta, tratamento e destino final (incineração).

⇒ Padronização, junto à Coordenação de Engenharia e Arquitetura em Saúde – CEAS, dos diversos tipos de abrigos de resíduos e na adequação dos fluxos das unidades de saúde;

� Assessoramento à SESAB na elaboração de protocolos de acidentes com material biológico, fluxo de atendimento e elaboração de plano de emergência;

� Elaboração, por meio de consultores ambientais contratados, de ALA – Auto Avaliação Ambiental, para fins de instrução de processos de regularização do licenciamento ambiental, das unidades:

⇒ Maternidade Professor José Maria de Magalhães Netto,

⇒ Maternidade Tsylla Balbino,

⇒ Hospital Geral Roberto Santos, e

⇒ Hospital Geral Clériston Andrade;

� Elaboração de processos e encaminhamento ao Instituto do Meio Ambiente-IMA para o Licenciamento Ambiental dos Centro de Referência e Unidades de Pronto Atendimento: LACEN, HEMOBA, CICAN, CRADIS, CREAIDS, CEDEBA, CEPRED, CREASI, ClAVE, Unidade de Emergência de Pirajá, Plataforma, Curuzu, Cajazeiras, Salvador e São Caetano.

O Instituto do Meio Ambiente – IMA concedeu Termo de Referência de Inexigibilidade de Licenciamento Ambiental para estas Unidades.

A implantação e operacionalização da CTGA/SESAB, nestes últimos 3 anos, demonstra os esforço da SESAB no sentido de avançar na implementação da gestão ambiental na área de saúde, buscando a devida adequação às exigências das normas sanitárias e ambientais.

Com vistas a apoiar este esforço, o programa SWAP – Bahia acordou com a SESAB, um programa de fortalecimento institucional da CTGA, com recursos do componente 2 do Swap, contendo a adoção das seguintes ações:

� Oficina de trabalho com os principais gestores da SESAB diretamente envolvidos com a questão ambiental para revisão da constituição da CTGA e atualização de suas atribuições;

� Capacitação técnica em saúde ambiental para os profissionais integrantes da CTGA

� Implantação dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde e implementação dos processos de regularização do licenciamento ambiental em 6 unidades de saúde selecionadas.

O detalhamento destas ações encontra-se descrita no Plano de Gestão Ambiental – PGA – capítulo 6 deste Relatório.

5.3.2 CERB

Sob os aspectos institucionais, dois itens mereceram análise: (i) atuação da CTGA/CERB; e (ii) a manutenção de sistemas de abastecimento de água para a população rural implantada pela CERB.

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5.3.2.1 CTGA/Cerb

A CERB – Companhia de Engenharia Ambiental passou a ter esta denominação a partir de 2008 quando agregou às suas funções anteriores a questão ambiental relacionada à utilização de recursos hídricos, principalmente no meio rural, para fins de abastecimento de água.

Em 2009, aprovou uma Nova Política Ambiental contemplando todas as áreas e atividades da Empresa, incluindo, fiscalização, projetos, execução, operação, manutenção e monitoramento de: barragens; sistemas simplificados de abastecimento de água, sistemas de adução, tratamento e distribuição de água potável a partir de mananciais superficiais e subterrâneos, perfuração de poços, sistema de esgotamento sanitário e instalação de equipamentos de bombeio movidos a energia renovável.

A responsabilidade pela implantação da Política Ambiental, em todos os níveis da Organização, é da Assessoria de Meio Ambiente-ASMAM, criada em 2008, e da Comissão Técnica de Garantia Ambiental-CTGA.

A CTGA da CERB, criada em 1996, tem como compromissos atuar em toda a companhia com vistas ao Auto-controle e Licenciamento Ambiental de todos os projetos/empreendimentos de construção, ampliação e operação de barragem, projetos, implantação e ampliação de sistemas de saneamento, bem como cumprir os condicionantes estabelecidos nas respectivas licenças, de acordo com a legislação e normas vigentes.

É constituída por 8 profissionais de nível superior entre engenheiros civil e sanitarista, químicos, geólogos e assistente social tendo como apoio administrativo a estrutura da ASMAM.

Além dos procedimentos de auto-licenciamento ambiental dos sistemas de infra-estrutura de abastecimento de água rural, incluindo os estudos ambientais necessários, a CTGA tem atuado na implementação de procedimentos ambientais na fase de construção e operação envolvendo (i) desmobilização de obras em sistemas convencionais de abastecimento de água; (ii) tamponamento de poços tubulares não aproveitados; (iii) requerimento de supressão de vegetação em sistemas convencionais de abastecimento de água e sistemas de esgotamento sanitário, entre outros.

Atualmente apóia a ASMAM na implementação de sistemas de gestão ambiental - SGA na Companhia.

5.3.2.2 – Manutenção de sistemas rurais de abasteci mento de água

Ao longo dos seus 38 anos de existência, a CERB afirmou-se como executora de obras de saneamento no meio rural, atuando sobretudo em pequenas localidades e meio rural disperso.

O panorama do atendimento com abastecimento de água na Bahia permite afirmar que os investimentos efetuados ao longo dos anos nas áreas urbanas, possibilitam que hoje elas possuam, quase em sua totalidade, abastecimento de água tratada, contando com atendimento relativamente satisfatório de 94,7% nos domicílios situados nestas áreas.

Nas áreas rurais, entretanto, apenas 30,8% da população têm acesso à rede de água potável. Entre os que não têm água, estão as comunidades situadas em pequenas localidades e em áreas onde a população é dispersa.

De acordo com a Lei 11.050/2008, cabe atualmente à CERB a função de executar programas, projetos e ações de aproveitamentos dos recursos hídricos, o que inclui tanto os sistemas de abastecimento de água de pequenas comunidades, quanto a implantação de sistemas integrados de maior porte.

No caso dos sistemas de abastecimento simplificados, a CERB implanta os sistemas e repassa a sua operação e manutenção às prefeituras locais e/ou associações comunitárias. A sustentabilidade desses sistemas simplificados de abastecimento, em termos operacionais, fica, portanto, intimamente ligada à qualidade e agilidade da manutenção destes sistemas.

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Não obstante alguns operadores (prefeituras e associações) disponham de profissionais e estrutura para realizar a manutenção dos sistemas, não raro, ocorrências mais complexas acabam por paralisar estes sistemas por longos períodos.

Embora não haja qualquer tipo de responsabilidade legal ou contratual da CERB no que tange à manutenção dos sistemas, freqüentemente, a empresa tem sido acionada para realizar intervenções de manutenção, buscando atendê-las na medida do possível, uma vez que não dispõe de recursos alocados para este fim e nem recebe qualquer tipo de contrapartida do solicitante pelos serviços prestados.

Diante deste quadro com o objetivo de viabilizar a manutenção sistemática dos sistemas simplificados construídos, a CERB se dispõe a firmar contratos de prestação de serviços com as prefeituras e consórcios municipais. Com estes instrumentos formais, a CERB poderia atender às solicitações de manutenção obedecendo a critérios de desempenho pré-estabelecidos e gerar receitas que permitirão o custeio de uma estrutura adequada para o gerenciamento e execução das intervenções. A implantação da referida estrutura necessitaria de aporte de recursos para aquisição de equipamentos, ferramentas, máquinas, veículos, capacitação de pessoal, instalação de oficinas e ampliação das instalações físicas existentes nos núcleos regionais que seriam as unidades organizacionais gestoras dos contratos.

Além da sustentabilidade dos sistemas mencionados, há outra questão que se impõe à CERB, qual seja a disponibilização de água para usos múltiplos no meio rural disperso. Para tanto, as barragens do Estado da Bahia, antes operadas pelo Instituto de Gestão das Águas – INGÁ, atualmente estão sob a responsabilidade da CERB. A nova missão requer recursos para que se realize a estruturação deste segmento que demandará ações, não só de operação, mas também de manutenção e monitoramento da segurança das barragens.

Ainda no contexto da disponibilização de água para usos múltiplos, a CERB prepara-se para preencher uma importante lacuna no âmbito do Estado. Atualmente, não há instituição habilitada, em termos técnicos e legais, para operar sistemas integrados de adução e reservação de água para usos múltiplos. Através do Projeto Nordeste - Tucano, cujas obras da primeira fase serão iniciadas em breve, a CERB pretende lançar-se com a instituição operadora e mantenedora deste empreendimento pioneiro. Esta outra frente, também irá demandar recursos para que a empresa venha a ter a estrutura adequada para tal fim.

Nesse sentido, o Programa SWAP Bahia deve apoiar a CERB na sua estruturação com vistas a prestar serviços de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades a Prefeituras e Consórcios, tarefa essencial à continuidade e expansão dos benefícios propiciados, bem como serviços de operação e manutenção de barragens e sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural.

O programa de fortalecimento da CERB consta do Plano de Gestão Ambiental – PGA.

5.3.3 INGÁ

O programa SWAP apoiará o INGÁ fundamentalmente no fortalecimento institucional, voltado para melhoria da capacidade técnico-administrativa da instituição e da sua equipe técnica, assim como no apoio aos instrumentos de gestão de recursos hídricos.

Nesse sentido, o Swap Bahia deverá apoiar as seguintes ações do Ingá:

Componente 1.A.2 – Água

� Elaboração de 05 (cinco) Planos de Bacias Hidrográficas Estaduais e Enquadramento dos corpos d água estaduais em classe, segundo seus usos preponderantes;

� Estudos para subsidiar a restauração de Matas Ciliares e entorno de Nascentes

� Criação e Manutenção de turmas de Agentes Voluntários das Águas – AVA

� Monitora Tradicional – Programa de monitoramento da qualidade das águas superficiais

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Componente 2 – Fortalecimento Institucional

� Revisão e Avaliação do Plano Estadual de Recursos Hídricos

� Estruturação do Programa de Restauração de Mata Ciliar

� Monitora Inovações – Concepção e elaboração de Mapa Hidrogeológico do Estado da Bahia

� Apoio técnico-administrativo para a Criação de Comitês de Bacias Hidrográficas estaduais

� Formação e Capacitação Continuada para a equipe técnica-administrativa do Ingá

� Aperfeiçoamento e divulgação da legislação em recursos hídricos.

Com relação aos planos diretores de bacia assim como ao plano estadual, acordou-se a inserção, nesses planos diretores, do instrumento de Avaliação Ambiental Estratégica - AAE, de modo a possibilitar ao INGÁ uma avaliação adequada, a nível estratégico, das intervenções em recursos hídricos propostas nestes planos.

5.4 ATENDIMENTO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAI S

OP 4.01 – Avaliação Ambiental

Em atendimento às políticas ambientais do Banco foi elaborado o presente Arcabouço para o Gerenciamento Ambiental e Social (framework) do Swap Bahia, em consonância com um Projeto classificado como categoria “B”.

Consta do Plano de Gestão Ambiental – PGA critérios de procedimentos de concepção e avaliação ambiental dos projetos de infra-estrutura de abastecimento de água.

Consulta pública, com divulgação do Relatório pelos sites das instituições envolvidas, será realizada em seguida.

OP 4.04 – Habitats Naturais

As intervenções previstas, pelo seu porte e características, não deverão, à princípio, possuir interferências com Habitats Naturais representados principalmente por unidades de conservação e Áreas de Preservação Permanente – APPs. Critérios de concepção das intervenções devem garantir a não interferência ou a sua adequação às normativas estabelecidas. Eventualmente, sistemas simplificados de abastecimento de água podem ter interferência com APPs. Considerados pela legislação como intervenção de utilidade pública, essa interferência pode ser autorizada pelo órgão ambiental e minimizada com técnicas adequadas de construção e com posterior recuperação da área de intervenção.

OP 4.10 População Indígena .

O Programa não provocará impactos negativos em áreas ou populações indígenas e, assim, sua preparação não requer um Plano Indígena (Indigenous Peoples Plan), dedicado a buscar alternativas de desenho ou mitigação de ações. O Programa beneficia populações indígenas nas ações englobadas pelo componente de fortalecimento da gestão pública. Portanto, um Marco Referencial (Framework) foi concebido de maneira a contextualizar tais benefícios, ampliar seus impactos e dar-lhe caráter culturalmente adequado, como requer OP e BP 4.10. Este Marco contempla ações coordenadas pela Coordenação de Promoção de Equidade em Saúde. Ele tem, como foco, recomendações destinadas a promover a qualidade nas respostas institucionais às várias etapas do fluxo de atendimento à saúde, com ênfase em medidas que possam responder por melhorias quanto à saúde materna, neo-natal e infantil e trato de tuberculose.

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Concomitantemente, busca o aperfeiçoamento das relações dentro do sistema de atendimento à saúde indígena no estado, notadamente aquelas entre a Diretoria de Gestão do Cuidado e sua Coordenação da Promoção de Equidade em Saúde e os 23 (vinte e três) municípios que abrigam aldeias indígenas e seus Conselhos Municipais de Saúde, a FUNASA e outros órgãos do governo da Bahia, particularmente a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). O Marco Referencial com os resultados da consulta encontra-se em documento separado do presente relatório.

6. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA O Plano de Gestão Ambiental - PGA do SWAP Bahia contempla um conjunto de ações e intervenções que deverão garantir a melhoria da gestão ambiental e de recursos hídricos das instituições envolvidas no Programa.

O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está apresentada a seguir em conjunto com a responsabilidade institucional pela execução.

Esses programas, na sua maior parte, foram inseridos no âmbito dos componentes do Programa SWAP Bahia de modo a assegurar a sua efetiva implementação.

Tabela 6.1 – Programas Ambientais

PROGRAMAS CUSTOS (R$ 1,00) ÓRGÃO RESPONSÁVEL

Gerenciamento Ambiental do Programa Inseridos no

Gerenciamento do Programa

UGP, SESAB, CERB e INGÁ

Critérios e Procedimentos de Avaliação Ambiental de Projetos

Inseridos no Gerenciamento do

Programa CERB

Fortalecimento Institucional da CERB - Sustentabilidade dos Sistemas Rurais

Inserido no Componente 2

U$ 1.500,00 CERB

Fortalecimento da Gestão Ambiental da SESAB - Implementação de processos de Auto Avaliação Ambiental para fins de regularização ambiental das unidades de saúde e Implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, em unidades selecionadas pelo SWAP

Inserido no Componente 1.B –

Saúde US$ 238.636

SESAB

Marco Referencial para População Indígena

Inseridos no Componente 1A

SESAB US$ 568.180.00

SESAB

Manual Ambiental de Construção Inseridos nos custos

das Obras CERB

6.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL SWAP

De acordo com a estrutura acordada com o Estado da Bahia, a SEPLAN será a agência principal responsável por coordenação e implementação global do Programa, onde deverá ser constituída uma Unidade de Gerenciamento do Programa - UGP.

A UGP - SEPLAN deverá coordenar as ações do Programa junto às demais instituições – Secretaria de Saúde – SESAB, Instituto de Gestão das Águas e do Clima – INGÁ e Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia – CERB.

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Foi prevista uma unidade específica em cada instituição para gerenciamento do Programa(UGL), aproveitando a estrutura existente quando possível, assumindo as responsabilidades, para as ações previstas no âmbito dos Componentes 1 e 2, sob a coordenação e supervisão geral da UGP/SEPLAN.

Nesse sentido, o gerenciamento ambiental das ações e intervenções previstas no âmbito do Programa Swap Bahia será realizado por cada instituição participante sob a supervisão da SEPLAN.

Nesse sentido, o gerenciamento ambiental das ações e intervenções previstas no âmbito do Programa Swap Bahia será realizado por cada instituição participante sob a supervisão da SEPLAN.

A UGP/SEPLAN terá a responsabilidade de:

� Supervisionar as ações sócio-ambientais do Programa como um todo;

À CERB caberá:

� Coordenar as ações ambientais do Componente 1.A.2 - Água

� Fiscalizar, acompanhar e orientar a execução das medidas mitigadoras eventualmente exigidas nas licenças ambientais e as recomendações das avaliações ambientais empreendidas, específicas para cada subprojeto;

� Promover a supervisão ambiental das obras acompanhando a implementação do Manual Ambiental de Construção.

Para cumprir essas tarefas, a CERB deverá contar com a Comissão Técnica de Garantia Ambiental – CTGA da própria instituição.

A supervisão ambiental de obras, responsável por garantir a aplicação do Manual Ambiental de Construção e de implementação das medidas mitigadoras nele exigidas , deverá ser realizada pela equipe da CTGA.

Os custos dessa atividade gerencial estão incluídos no Componente 2 – Gestão e Desenvolvimento Institucional. Os custos específicos das medidas mitigadoras de cada subprojeto deverão constar dos respectivos subprojetos, como parte integrante da intervenção proposta, quando solicitadas pelos órgãos licenciadores.

Adicionalmente, cabe à CERB a coordenação do Programa de Fortalecimento Institucional a CERB - Sustentabilidade dos Sistemas Rurais, constante do PGA e descrito no item 6.3 a seguir.

À SESAB caberá:

� Coordenar as ações ambientais do Componente 1.B – Saúde

� Implementar, com a coordenação da CTGA, os programas previstos de fortalecimento institucional previstos no PGA e descritos no item 6.4 a seguir.

A seguir são apresentadas as principais funções referentes à Gestão Ambiental do Programa.

• Coordenação de Gestão Ambiental , a ser exercida por cada UGL sob supervisão geral da UGP/SEPLAN que será responsável pela coordenação das ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com o INGÁ, a CERB e a SESAB.

• Supervisão Ambiental de Obras , exercida pela CTGA/CERB, que será responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção – MAC e às medidas mitigadoras eventualmente nele contidas e no presente PGA.

• Planejamento Ambiental de Obras. As ações de planejamento ambiental das obras são de responsabilidade das empresas construtoras que deverão seguir o Manual

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Ambiental de Construção e implementar as medidas mitigadoras eventualmente nele contidas e do Edital de Contratação de Obras.

6.2 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS PARA CONCE PÇÃO E AVALIAÇÃO DE SUBPROJETOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Foram definidas fichas técnicas contendo check-list ambiental de modo a avaliar e garantir que as intervenções de sistemas simplificados de abastecimento de água rural, contemplem os principais aspectos técnicos e ambientais a serem observados as eventuais medidas de mitigação necessárias em cada projeto e os procedimentos de divulgação e consulta específicas a cada projeto.

FICHAS AMBIENTAIS

Com a concepção do Projeto e avaliação ambiental empreendida deverá proceder-se ao preenchimento de Ficha Técnica Ambiental Resumo. As fichas fazem parte integrante da avaliação ambiental e devem ser preenchidas na concepção e Projeto Básico de Engenharia.

O conteúdo das fichas contempla tanto os aspectos até aqui levantados quanto as principais salvaguardas ambientais do BIRD. O seu preenchimento propicia uma checagem e confirmação de que os empreendimentos não afetam ou interferem com questões ambientais importantes e que, portanto, apresentam conjunto irrelevante de impactos ambientais.

Após a aprovação da ficha ambiental pela CTGA/CEB deverá ser dada divulgação da mesma com aviso público nas sedes das Prefeituras Municipais locais e junto aos escritórios regionais da CERB.

A seguir constam modelos de fichas referentes a:

(i) sistema de abastecimento de água;

(ii) captação por meio de poços;

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FICHA AMBIENTAL Sistemas de Abastecimento de Água – SAA

Principais componentes do projeto proposto

Estado:

Obra:

Situação atual da população beneficiada e do sistema existente:

Características do empreendimento proposto:

População a ser atendida:

Agente Executor:

Agente Operador:

Indicadores Ambientais Específicos

Compatibilidade com Zoneamento de Uso do Solo/Plano Diretor Municipal

Fonte de Captação – manancial

Qualidade dá água do manancial

Alteração do regime hídrico do manancial

Usos do solo e da água a montante

Interferências com outros usos da água a jusante

Avaliação da necessidade de UTR na ETA

Aproveitamento de unidades do SAA existente

Áreas ou populações indígenas vizinhas ou afetadas

Necessidade de relocação de população

Unidades de Conservação Ambiental afetadas

Áreas de habitats naturais críticos vizinhas ou afetadas (incluindo Áreas de preservação permanent)

Patrimônio histórico, cultural ou arqueológico vizinho ou afetado

Controle obtenção de Licença Ambiental e Outorga Licença ___/_____/_____ Validade ___/_____/_____ Outorga ___/_____/_____ Validade ___/_____/_____

Avaliação Ambiental

Medidas Mitigadoras

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FICHA AMBIENTAL Sistema de Obtenção de Águas Subterrâneas – Poço

Principais componentes do projeto proposto

Estado:

Obra:

Situação atual da população beneficiada e do sistema existente:

Características do empreendimento proposto:

População a ser atendida:

Indicadores Ambientais Específicos

Aqüífero explorado

Avaliação de vazões explotáveis

Avaliação dos usos do manancial na área

Qualidade dá água do manancial

Resultado inspeção sanitária na área

Adoção de medidas de proteção sanitária da área do poço

Especificações de condições de instalação, operação e manutenção

Áreas ou populações indígenas vizinhas ou afetadas

Unidades de Conservação Ambiental afetadas

Áreas de habitats naturais críticos vizinhas ou afetadas (incluindo Áreas de Preservação permanente)

Patrimônio histórico, cultural ou arqueológico vizinho ou afetado

Controle de Obtenção de Outorga e Licença Ambiental

Autorização de perfuraçãoj ___/_____/_____ Validade ___/_____/_____ Outorga ___/_____/_____ Validade ___/_____/_____

Avaliação Ambiental

Medidas Mitigadoras

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6.3 Fortalecimento Institucional da CERB - Sustenta bilidade dos Sistemas Rurais

O objetivo geral da proposta é o fortalecimento institucional da CERB através da estruturação física e organizacional de unidades que prestarão serviços de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades, e serviços de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural, em áreas de não atuação da EMBASA. Incluirá também ações de modernização do setor de operação, manutenção e segurança de barragens da CERB, por julgar estas atividades também essenciais à disponibilização de água no meio rural disperso. Foram identificados como objetivos específicos aqueles descritos a seguir: 1. Avaliação da viabilidade técnica, financeira e social das ações propostas de manutenção

de sistemas simplificados e operação e manutenção de sistemas integrados de usos múltiplos, contemplando: (i) levantamento da quantidade e freqüência dos problemas habituais de manutenção e operação, (ii) estudos de mercado, (iii) identificação das demandas, possíveis clientes e sua disposição em pagar, bem como (iv) tarifas a serem praticadas. A viabilidade positiva possibilitará o alcance das fases seguintes;

2. Elaboração de projetos para estruturação e implantação dos novos serviços, concebidos como privados, com os menores custos possíveis;

3. Desenvolvimento de base cartográfica georeferenciada; 4. Capacitação dos setores técnicos da CERB envolvidos com os novos serviços; 5. Implantação dos setores de operação e manutenção de sistemas; 6. Monitoramento e avaliação dos resultados

Planejamento das atividades

As atividades necessárias para consecução dos objetivos foram planejadas obedecendo a seguinte seqüência: 1. Elaboração de termos de referência e contratação de serviços de consultoria para

realização de estudos que contemplem análises da viabilidade técnica, financeira e social das atividades a serem desenvolvidas e aprimoradas pela CERB, envolvendo estudos de mercado e abrangendo: (i) manutenção dos sistemas nas modalidades simplificados e convencionais de pequenas comunidades; (ii) operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural – a exemplo de do Projeto Tucano; (iii) elaboração de modelos de tarifação dos serviços.

2. Identificação de experiências bem sucedidas de manutenção de sistemas simplificados e convencionais de pequenas comunidades para realização de visitas técnicas

3. elaboração de termos de referência para contratação de serviços de consultoria para realização de projetos de: (i) manutenção de sistemas rurais; (ii) aprimoramento dos setores de operação, manutenção e segurança de barragens; (iii) estruturação do segmento de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural; (iv) base cartográfica georeferenciada.

4. Realização de ações diversas de contratação de consultorias para implantação dos projetos, incluindo o redesenho do arcabouço legal e regimental, estruturação física e logística dos setores, capacitação dos técnicos envolvidos, aquisição diversas de materiais e equipamentos relacionados a exemplo de servidores e computadores com capacidade de processamento adequada as atividades, softwares e hardwares além da identificação e implementação de soluções ambientalmente sustentáveis no contexto da operação e manutenção dos sistemas.

5. Implantação dos setores de operação e manutenção de sistemas. 6. Acompanhamento da implantação, monitoramento e apuração de resultados com a própria

equipe da CERB e eventual participação de consultores.

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Cronograma

O cronograma a seguir apresenta as fases de desenvolvimento dos trabalhos.

Etapas/Atividades

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 – Estudos de viabilidade 2 – Visitas técnicas

3 – Elaboração do Projeto 4 - Capacitação continuada

5 - Geoprocessamento 6– Implementação do projeto

7– Monitoramento dos setores

meses

13 a 48

Orçamento:

Os custos reais para implantação serão conhecidos quando da elaboração do projeto, contudo é possível estimar preliminarmente os custos das etapas previstas, adequando-os ao montante disponível, conforme apresentado a seguir, totalizando US$1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil dólares):

ETAPAS/ATIVIDADES CUSTO ASSOCIADO

ESTIMADO – US$ 1 – Estudos de viabilidade 250.000,00 2 – Visitas técnicas 50.000,00 3 – Elaboração do Projeto 100.000,00 4 – Implementação do projeto 650.000,00 5 – Capacitação continuada 150.000,00 6– Geoprocessamento 150.000,00 7– Monitoramento dos setores 150.000,00 TOTAL 1.500.000,00

Produtos/Benefícios:

Os produtos gerados compõem-se de relatórios técnicos onde serão apresentadas as viabilidades técnica, financeira e social da implantação do projeto, com as respectivas tarifas associadas. Comprovada a viabilidade do projeto, o principal benefício obtido com a criação do setor de manutenção de sistemas, com a modernização do segmento de barragens e com a estruturação do segmento de operação e manutenção de sistemas integrados para usos múltiplos na zona rural, será a sustentabilidade dos serviços de abastecimento de água, bem como a disponibilidade de água em quantidade e qualidade adequadas. No tocante ao geoprocessamento o resultado esperado consiste em um Sistema de Informação preparado para atender as necessidades de planejamento e operacionais da CERB de forma ágil e eficaz.

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6.4 FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL DA SESAB

Pretende-se no âmbito do fortalecimento da gestão ambiental na SESAB , a realização das seguintes ações:

� Fortalecimento da CTGA/SESAB

� Implementação de processos de Auto Avaliação Ambiental para fins de regularização ambiental das unidades de saúde e

� Implementação de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, em unidades selecionadas.

Fortalecimento da CTGA/SESAB

A CTGA/SESAB deverá apresentar nos primeiros seis meses de implementação do Projeto SWAP, programa detalhado contemplando ações relativas a:

� Oficina de trabalho com os principais gestores da SESAB diretamente envolvidos com a questão ambiental para revisão da constituição da CTGA e atualização de suas atribuições;

� Capacitação técnica em saúde ambiental para os profissionais integrantes da CTGA

� Aquisição de equipamentos para desenvolvimento das atividades da equipe técnica como: Laptops, GPS, maquina fotográfica, etc..

Estas ações deverão ser desenvolvidas a partir do segundo semestre do 1º ano e concluídas até o final do 3º ano de execução.

Regularização Ambiental e Implementação de Planos d e Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS

Deverão ser realizadas ações de regularização do licenciamento ambiental junto ao IMA e de implantação dos PGRSS em uma amostra mínima de unidades de saúde contempladas pelo Programa Swap Bahia.

Para a seleção das Unidades de Saúde onde serão implementadas asações acima foram utilizados os critérios abaixo:

� Unidade Assistencial com internação da rede própria da SESAB;

� Unidade Assistencial com leitos de obstetrícia, neonatologia e/ou pediatria;

� Unidade assistencial representativa do ponto de vista de porte – número de leitos e qualitativo – complexidade assistencial na linha de cuidado materno-infantil, da rede própria;

� Unidades Assistenciais com PGRSS deferidos pela Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental - DIVISA

Assim, foram selecionadas as seguintes unidades:

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Prevê-se um recurso da ordem de US$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil dólares) para implementação dessas ações, a ser destacado dos recursos constantes do Componente 1.B – Saúde.

Como produtos finais, prevêm-se: (i) licença ambiental de operação emitida pelo IMA; (ii) implantação de PGRSS com auditoria e aprovação da DIVISA.

6.5 MARCO REFERENCIAL PARA POPULAÇÃO INDÍGENA

Em atendimento à salvaguardas ambientais e sociais do Banco – OP.4.10 Povos Indígenas, foi desenvolvido, na fase de preparação do Programa Swap Bahia, um marco referencial para a população indígena a ser beneficiada pelas ações do Programa.

O Marco consta de documento separado do presente relatório.

6.6 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

Para assegurar que as obras não venham a trazer degradação ambiental, foi elaborado um documento para ser adotado como um guia de práticas ambientais adequadas a serem obedecidas pelas empresas contratadas para a execução das obras de abastecimento de água. Esse documento – Manual Ambiental de Construção - será incorporado aos processos de licitação para que as empresas tenham prévio conhecimento de suas condições e constitui uma exigência contratual. Sua implantação é de responsabilidade da CERB e das empresas construtoras.

O MAC contempla:

� Sistema de gerenciamento ambiental do Programa , já detalhado no item 1 do PGA;

� Ações e regras ambientais relativas à implantação e gerenciamento das obras, que contemple um plano de convivência com as obras: (i) canteiro de obras; (ii) gerenciamento de riscos e de ações de emergência na construção; (iii) educação ambiental dos trabalhadores e código de conduta na obra; (iv) saúde e segurança nas obras; (v) gerenciamento e disposição de resíduos; (vi) controle de ruído; (vii) pátio de equipamentos; (viii) controle de trânsito; (ix) estradas de serviço; etc;(revisar com o sumario executivo)

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7. DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA

A versão preliminar do Arcabouço Ambiental e Social foi objeto de divulgação e consulta pública no site da SEPLAN (WWW.seplan.ba.gov.br) a partir do dia 14 de abril de 2010.

Consulta pública presencial foi realizada no dia 26 de abril no auditório da SEPLAN, com a presença de representantes da SEPLAN, SESAB, INGÁ e CERB. Não houve manifestação nem questionamentos a respeito do programa SWAP e do Arcabouço Ambiental e Social.

A divulgação continuará no site da SEPLAN até o dia 10 de maio de 2010.

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ANEXO I – MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

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MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

1. PLANEJAMENTO AMBIENTAL DAS OBRAS

Os editais de licitação das obras deverão prever a exigência de aplicação e cumprimento do Manual Ambiental de Construção.

O Planejamento Ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente.

A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à supervisão ambiental um detalhamento do Manual Ambiental de Construção, com base: (i) no projeto executivo elaborado; (ii) nas diretrizes gerais constantes do Manual Ambiental de Construção; (iii) nos programas constantes nos estudos ambientais; (iv) e, eventualmente, nas medidas constantes das licenças simplificadas – LS. Este detalhamento deverá conter:

• As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes dos estudos ambientais e, eventualmente, da Licença Simplificada – LS, se for o caso;

• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de empréstimo ;

• A aquisição de substâncias minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos provenientes de lavras clandestinas.

• O planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: (i) um plano global para o lote contratado; e (ii) plano detalhado para o período de 3 meses.

Nesses planos deverão constar:

• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;

• O planejamento de sua execução;

• Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas construtivas a serem adotadas

• As eventuais interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização / solução;

Relatórios Ambientais durante a Construção

Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais deve ser realizado por meio de uma série de relatórios periódicos. Esses relatórios, de periodicidade semestrall, devem contemplar, de um lado, as realizações quantitativas nos aspectos ambientais, permitindo a medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Por outro lado, devem apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais exigências do licenciamento, possibilitando o acompanhamento por parte do empreendedor e do órgão licenciador.

Os relatórios para acompanhamento devem ter, sempre que possível, registros fotográficos da evolução da obra e das medidas e programas ambientais, servindo, posteriormente, aos demais programas constantes do PGA.

Os relatórios a serem enviados ao Banco Mundial devem ter a periodicidade semestral.

1.1. ASPECTOS GERAIS

A execução de obras envolve uma seqüência de atividades no campo que, dependendo da natureza do terreno, do uso urbano ou rural e da cobertura vegetal existente, podem ter impactos variáveis sobre o meio ambiente.

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Desta forma é necessário o acompanhamento e fiscalização das obras pela CTGA/CERB, visando diminuir os transtornos das obras públicas para a coletividade, verificando o cumprimento de medidas de proteção ao canteiro de obras e a vizinhança, executando inspeções das edificações vizinhas e implantando procedimentos relativos aos serviços de terraplanagem, pavimentação e obras complementares de urbanização além de medidas de controle do bota-fora, detalhamento da sinalização de advertência a ser implantada, entre outros procedimentos.

O planejamento ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente. Este planejamento deverá ter, como característica relevante, a análise prévia do dia-a-dia das obras.

2. IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL DAS OBR AS

2.1. INTRODUÇÃO

O Plano de Gestão Ambiental das Obras deverá contemplar as diretrizes ambientais relacionadas aos seguintes itens:

Ações relativas à implantação e gerenciamento das o bras

• Canteiro de Obras

• Planos de Gerenciamento de Riscos e de Ações de Emergência na Construção

• Educação Ambiental dos Trabalhadores e Código de Conduta na Obra

• Saúde e Segurança nas Obras

• Gerenciamento e Disposição de Resíduos

• Estradas de Serviço

Ações relativas às atividades construtivas

• Obras Comuns: abertura da faixa de obras, abertura da vala, transporte e manuseio de tubos, colocação dos tubos, cobertura da vala, limpeza, recuperação e revegetação da faixa de obras, plano de manejo e disposição final de material dragado dos rios e córregos e plano de controle e recuperação das áreas de empréstimo e de bota-foras.

2.2. CANTEIRO DE OBRAS

Os Canteiros de Obras são instalações destinadas a abrigar escritórios, alojamentos, refeitórios, ambulatórios, sanitários, oficinas, almoxarifados, armazenamento de materiais, etc.

A escolha do local para implantação do canteiro de obras e dos alojamentos deverá ser feita considerando alguns aspectos:

(i) o local deve ser de fácil acesso, livre de inundações, ventilado e com insolação adequada;

(ii) o desmatamento deverá ser mínimo, procurando-se preservar as árvores de grande porte;

(iii) dever-se-á escolher locais onde não serão necessários grandes movimentos de terra;

A primeira diretriz que deve nortear o planejamento das construtoras, com relação à sua infra-estrutura de apoio em campo, refere-se às características das comunidades existentes nas vizinhanças das áreas que serão afetadas, no sentido de que as atividades de obra, o funcionamento do canteiro e o convívio com os trabalhadores, mesmo por período de tempo reduzido, não venham a acarretar impactos negativos significativos na qualidade de vida das populações.

Normalmente, as atividades de obra e o afluxo de mão-de-obra durante a construção constituem um fator de incentivo às atividades econômicas das localidades e, assim, podem

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propiciar um impacto positivo. No entanto, conforme o tamanho e as peculiaridades de cada comunidade, impactos negativos podem ocorrer, tais como:

• Sobrecarga na infra-estrutura de serviços urbanos;

• Alterações no comportamento e convívio social da comunidade.

A construtora deve prover mecanismos adequados que garantam a auto-suficiência dos canteiros, em termos de abastecimento de bens e insumos, garantir a oferta de transporte de trabalhadores, atendendo, no mínimo, aos critérios preconizados na norma da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, a NB – 1367 (Áreas de Vivência em Canteiros de Obras), para permanência de trabalhadores nos canteiros de obras (alojados ou não), além dos requisitos ambientais a seguir apresentados.

A localização do canteiro deverá ser licenciada pelo órgão municipal de meio ambiente, se for o caso, conforme a legislação vigente. A escolha dos locais para implantação do canteiro deve contar com a participação direta da CERB, para propiciar a integração dessas instalações com a infra-estrutura existente. Deve ser evitada a implantação de canteiros próximo a unidades de conservação, áreas de preservação permanente e áreas com cobertura natural preservada. Para instalação do canteiro deve-se, preferencialmente, escolher área já alterada.

A localização do canteiro não deve interferir com o sistema viário e de saneamento básico, sendo necessário contatar a Prefeitura, órgãos de trânsito, segurança pública, sistema hospitalar, concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação, face à implantação do canteiro de obras.

O tráfego de caminhões e de equipamentos pesados deve se restringir aos horários que causem a menor perturbação na vida cotidiana da população. Esses horários devem ser pré-estabelecidos e submetidos à aprovação da Fiscalização, que deverá obter a anuência do órgão de trânsito.

O canteiro deve atender às diretrizes da Legislação Brasileira de Segurança e Medicina no Trabalho, especialmente o Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros, para eventuais remoções de acidentados para hospital da região.

Após o término das atividades de implantação, toda a infra-estrutura utilizada durante a construção das obras, caracterizada essencialmente por canteiro de obras, deverão ser removidos, exceto nos casos em que essas estruturas forem aproveitadas na fase de operação do sistema, pelo empreendedor ou pela comunidade.

Não será permitido o abandono da área de canteiro sem recuperação do uso original, nem o abandono de sobras de materiais de construção, de equipamentos ou partes de equipamentos inutilizados. Os resíduos devem ser acondicionados em locais apropriados, os quais devem receber tratamento adequado, conforme suas características.

Documentação fotográfica, retratando a situação original das áreas do canteiro e das faixas de obras dos coletores e interceptores deve ser obrigatoriamente elaborada e utilizada durante a execução dos serviços de restauração, visando a comparação da situação dessas áreas antes e depois da construção das obras.

Além da restauração definitiva das instalações eventualmente danificadas pela obra, os serviços devem englobar a execução de proteção vegetal nas áreas alteradas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando as faixas de obras de uma proteção permanente.

2.3. ÁREAS DE JAZIDAS E BOTA-FORAS

A obtenção de licenças dos órgãos ambientais do Estado da Bahia, caso necessário, para a exploração de jazidas de solo ou de material granular para aterros e reaterros, bem como de áreas de bota-foras temporários ou definitivos será da única e exclusiva responsabilidade da empresa contratada para a execução das obras.

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O pedido de licença de exploração de jazidas, caso necessário, deverá ser formulado de conformidade com os padrões dos órgãos ambientais, devendo explicitar todas as informações sobre a empresa executora das atividades de exploração e sobre o profissional responsável técnico pela obra. Deverão ser estabelecidos os prazos de exploração da jazida e definidos os volumes estimados de material a retirar com o correspondente plano de exploração. Detalhar a metodologia e as atividades necessárias para a recomposição da área explorada de modo a restituir-lhe as condições originais.

Áreas de bota-fora temporário poderão sero utilizadas para a deposição de material retirado de cavas ou valas e passíveis de reutilização para aterros ou reaterros e cuja permanência no local de execução das obras possa causar incômodo a veículos e pedestres. Os bota-foras definitivos receberão aquele material removido da área das obras e cujas características geotécnicas inviabilizam a sua utilização para aterros e reaterros.

Para ambos os casos a empreiteira deverá obter, caso necessário, licença de utilização e, ao final do seu uso, recompor as condições originais da área (para bota-fora temporário) ou dar conformação ambientalmente adequada (para áreas de bota-fora de disposição permanente de material), com ênfase para eventual percolação de líquidos indesejáveis, cobertura vegetal, drenagem etc.

2.4. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Para esta ação são propostas medidas de caráter preventivo e corretivo sendo de responsabilidade da empresa executora da obra:

• Procurar adquirir substância minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos provenientes de lavras clandestinas.

• Utilizar sempre que possível material de construção civil procedente do Estado da Bahia e/ou da própria região, assegurando o retorno econômico para a região.

• Recuperar as superfícies degradadas, durante a mobilização de equipamentos pesados para a área de influência direta do projeto. Considerando-se que alguns equipamentos provocam instabilização das superfícies das vias públicas, principalmente daquelas que se encontram em leito natural, deve-se fazer investigações para identificar a ocorrência de processos degradativos, visando a tomada de decisões em tempo hábil.

• Fazer o controle de erosão e assoreamento, nas vias de acesso em leito natural utilizadas durante a ação.

2.5. GERENCIAMENTO E DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

As ações de Gerenciamento e Disposição de Resíduos têm como objetivo básico assegurar que a menor quantidade possível de resíduos seja gerada durante a implantação das obras e que esses resíduos sejam adequadamente coletados, estocados e dispostos, de forma a não resultar em emissões de gases, líquidos ou sólidos que representem impactos significativos sobre o meio ambiente. Durante a execução das obras, é prevista a geração de três tipos de resíduos: sólidos e sanitários.

• Resíduos sólidos

O gerenciamento ambiental dos resíduos sólidos está baseado nos princípios da redução na geração, na maximização da reutilização e da reciclagem e na sua apropriada disposição. O canteiro deve contar com sistema de coleta interna de resíduos sólidos, os quais devem ser colocados em locais próprios para serem recolhidos pelo sistema público de coleta e disposição. Deve haver uma negociação junto aos órgãos e empresas responsáveis pela coleta de resíduos, visando a utilização desse sistema.

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Deve haver um perfeito controle sobre o lixo doméstico gerado no canteiro de obras. O lixo deve ser recolhido separadamente (orgânico/úmido e inorgânico/seco) para que possam ter destino final diferenciado. O lixo deve ser colocado em local adequado para ser recolhido pelo serviço de limpeza urbana do município ou, especificamente no caso do lixo seco (papel, papelão, vidro, plástico, latas, etc), disponibilizado para ser recolhido por pessoas da comunidade próxima para a sua posterior reciclagem.

No transporte de entulho e lixo, para evitar a perda do material transportado deve ser evitado o excesso de carregamento dos veículos, além de ser mantida uma fiscalização dos cuidados necessários no transporte, tais como em relação à cobertura das caçambas ou carrocerias dos caminhões com lona.

A disposição final do entulho de obra deve considerar o que preconiza a Resolução CONAMA no. 307, de 07 de julho de 2002, que estabelece:

Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;

IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.

§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução.

§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta Resolução.

Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:

I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.

IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

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Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de "bota fora".

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

• Resíduos sanitários

Com relação aos resíduos sanitários, havendo infra-estrutura no local, os efluentes líquidos gerados pelo canteiro de obras só devem ser despejados diretamente nas redes de águas servidas após uma aprovação prévia da Fiscalização da CERB. Não existindo infra-estrutura, devem ser previstas instalações completas para o tratamento dos efluentes sanitários e águas servidas por meio de fossas sépticas, atendendo aos requisitos da norma brasileira NBR 7229/93, da ABNT.

Quanto aos resíduos oriundos das oficinas mecânicas, das lavagens e lubrificação de equipamentos e veículos, deve ser prevista a construção de caixas coletoras e de separação dos produtos, para posterior remoção dos óleos e graxas através de caminhões ou de dispositivos apropriados.

O canteiro deve contar também com equipamentos adequados para minimizar a emissão de gases e para a diminuição de poeira (caminhão-pipa).

A construtora deve prever a execução das seguintes ações, juntamente com a seleção do local do canteiro de obras:

• Previsão dos principais resíduos a serem gerados, com estimativas iniciais de suas quantidades;

• Levantamento dos aterros e locais adequados para a disposição dos resíduos previstos;

• Elaboração de um plano de redução da geração, reciclagem e manejo/disposição de resíduos;

• Estabelecimento de acordos com os órgãos locais para a utilização de equipamentos e instalações de tratamento/disposição de resíduos;

• Inclusão, no programa de treinamento ambiental dos trabalhadores, dos aspectos de manejo de resíduos;

• Fiscalização contínua sobre as atividades geradoras de resíduos durante a fase de obras.

A principal meta a ser atingida é o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e municipal vigentes, tanto no tocante aos padrões de emissão quanto no tocante à correta e segura disposição dos resíduos. Algumas áreas mais sensíveis, como as Áreas de Preservação Permanente, devem ser especialmente protegidas quanto à disposição ou aplicação de resíduos no solo.

2.6. INTERVENÇÕES COM INFRA-ESTRUTURA DE SERVIÇOS

Antes do início das Obras deve-se realizar consulta às concessionárias de serviços públicos e órgãos governamentais responsáveis pela operação de infra-estrutura, de modo a evitar interferências.

O planejamento de obras deve conter a articulação com os órgãos públicos e concessionárias de serviços públicos, tanto para uma comunicação antecipada do início da obra respectiva quanto para o acompanhamento da obra por técnico da empresa concessionária, se for o caso.

Deve-se prever, também, a divulgação de eventuais cortes de serviço, a toda população usuária da concessionária do serviço em questão, com antecedência mínima de 5 dias úteis,

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utilizando-se os meios de comunicação mais eficientes na área da intervenção, de forma a trazer o menor transtorno ao seu cotidiano.

2.7 ESTRADAS DE SERVIÇO

Para que sejam evitados problemas ambientais comuns a aberturas das vias de acesso provisório, duas diretrizes básicas devem ser seguidas. A primeira refere-se à localização e dimensão dessas obras de apoio, que devem ser projetadas com os seguintes cuidados:

• O traçado deve interferir minimamente com áreas de interesse ambiental, especialmente para o caso das travessias nas APP dos cursos d’água.

• Os materiais de construção (solo, cascalho) devem ser provenientes de jazidas previamente licenciadas e que serão recuperadas posteriormente.

• A via deve conter dispositivos de drenagem e de controle da erosão adequados.

A segunda diretriz consiste na recuperação das condições originais de todos os trechos de terreno afetados pela construção de estradas de serviços, permitindo que as águas superficiais percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou desvios.

A abertura deve ser precedida de vistoria prévia e aprovação da CERB e do órgão ambiental licenciador (autorização a ser obtida junto com a autorização para instalação do canteiro).

2.8 ATIVIDADES CONSTRUTIVAS Na implantação das unidades do sistema de abastecimento de água deverão ser seguidas as especificações técnicas convencionais para esse tipo de obra, produzidas pela empresa consultora responsável pelo Projeto Básico ou Executivo e pelo fabricante dos equipamentos, tubos e conexões selecionados. Deverão ser seguidas também as condicionantes ambientais descritas a seguir.

Abertura da Faixa de Obras

A abertura da faixa de obras envolve trabalhos de limpeza, terraplenagem e construção de dispositivos de controle de erosão e drenagem, necessários à constituição da pista de serviço e do local de instalação das tubulações.

Em hipótese alguma os indivíduos arbóreo-arbustivos devem ser suprimidos sem a autorização ambiental para supressão de vegetação.

A limpeza do terreno envolve a remoção de árvores, arbustos e vegetação rasteira da faixa de domínio das unidades do sistema. Os procedimentos convencionais, durante o processo de limpeza, são:

• as laterais da faixa devem ser claramente delineadas, certificando-se de que não irá ocorrer nenhuma limpeza além dos seus limites;

• as árvores a preservar devem ser marcadas com bandeiras, cercas, ou algum outro tipo de marca, antes de iniciar a limpeza;

• vegetação tipo arbustos, matos rasteiros e árvores, depois de devidamente inventariada (de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente), devem ser cortados no nível do chão, procurando-se deixar as raízes intactas, nas Áreas de Preservação Permanente.

• as cercas eventualmente encontradas no trajeto das unidades do sistema devem ser mantidas pelo uso de um sistema temporário de colchetes. O colchete deve ser construído com um material similar ao da cerca. Em nenhum momento, deve-se deixar uma cerca aberta;

• as cercas permanentes devem ser refeitas com o mesmo material e nas mesmas condições que existiam antes da construção;

• as árvores devem ser tombadas dentro da faixa;

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• qualquer árvore que cair dentro de cursos d’água ou além do limite da faixa deve ser imediatamente removida;

• as árvores localizadas fora dos limites da faixa de domínio não devem ser, em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se a poda dos galhos projetados na faixa;

• a madeira não especificamente designada para outros usos deve ser cortada no comprimento da árvore e ficar organizadamente empilhada ao longo da delimitação da faixa, para ser usada como estiva ou para controlar a erosão. As estivas devem ser necessariamente removidas do trecho, depois que a construção estiver concluída;

• a madeira não deve ser estocada em valas de drenagem ou dentro de áreas úmidas, a não ser que as condições específicas do local permitam.

Abertura de Valas

As valas para as tubulações devem ser abertas e preparadas considerando-se as seguintes recomendações.

O solo superficial (camada orgânica) e o solo mineral escavado devem ser separados, durante o processo de escavação, e armazenados separadamente. O solo superficial orgânico deve ser removido na sua profundidade detectada. Em nenhuma circunstância o solo superficial poderá ser usado como revestimento de fundo da vala.

Interferências subterrâneas devem ser localizadas, (tubulações e cabos) escavadas cuidadosamente e identificadas. As autoridades envolvidas (concessionárias, agências) devem ser notificadas.

Tampões de valas são partes da vala que interrompem a continuidade da vala que está aberta. Tampões macios são solos compactados ou sacos de areia colocados sobre a vala durante a escavação. Tampões duros são partes da vala que ainda não foram escavadas.

Em declives íngremes, os tampões servem para reduzir a erosão e a sedimentação das valas e, com isso, diminuir os problemas de descarga na base do declive, onde geralmente estão localizadas áreas de ambientes sensíveis, cursos d’água e áreas alagadiças. Além disso, os tampões permitem que o gado e os animais selvagens possam atravessar a vala. As medidas que devem ser aplicadas aos tampões das valas são as apresentadas a seguir.

Para evitar que os tampões macios fracassem no controle da passagem da água, eles devem ser mais compridos do que altos, feitos de camadas compactadas e construídos ao longo das valas. Devem ser inspecionados regularmente pela empreiteira, para evitar que se rompam.

A instalação dos tampões deve ser coordenada junto com a instalação das banquetas e calhas d’água provisórias, para com isso poder desviar, com eficácia, a água para fora da faixa de obras.

O solo superficial não deve ser usado como tampão. Quando os tampões localizados acima de corpo d’água ou áreas alagadiças são removidos, a água que acumulada atrás delas deve ser bombeada para uma área bem vegetada, ou filtrada antes dos tampões serem removidos.

Transporte e Manuseio de Tubos

As operações de transporte de materiais, especialmente dos tubos, devem ser realizadas de acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo trânsito. Ruas, rodovias federais, estaduais e municipais, estradas particulares ou mesmo caminhos de acesso não devem ser obstruídos. O transporte deve ser feito de forma a não constituir perigo para o trânsito normal de veículos. Os tubos devem ser distribuídos ao longo da via onde serão instalados, de maneira a não interferir com o uso normal dos terrenos atravessados.

Colocação dos Tubos

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Para preservar a estabilidade da vala contra processos erosivos e, conseqüentemente, garantir a integridade da rede coletora e/ou distribuidora, devem ser adotados, antes do início dos serviços de colocação da tubulação no interior da vala, os seguintes procedimentos:

• execução de uma inspeção minuciosa das condições das paredes laterais e do fundo da vala;

• esgotamento preferencial da vala, nos casos da ocorrência de água no seu interior, de forma a permitir uma inspeção detalhada das suas paredes laterais e do seu fundo;

• verificação dos trechos da vala aberta em rocha, visando um repasse das condições de suas paredes e do seu fundo, com a remoção de eventuais ressaltos que venham a comprometer a segurança da tubulação;

• recolhimento de detritos detectados no interior da vala, tais como: pedaços de madeira, tacos e sacos de apoio da tubulação, protetores de bisel dos tubos, pedras soltas, luvas, lixas, escovas, restos de papel feltro, lã de vidro, fitas de polietileno, embalagens de comidas etc.;

• revestimento do fundo da vala com camada de solo isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento da tubulação nos trechos de vala aberta em rocha, ou onde, na superfície do fundo da vala, o terreno estiver muito irregular;

• preparação de berços de apoio, tipo travesseiro, no fundo da vala, para permitir um assentamento contínuo da tubulação, com o uso de solo escavado da própria vala, isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento dos tubos.

Deve ser feita uma inspeção para a verificação de eventuais danos nos tubos e no seu revestimento original, com a execução dos reparos que se fizerem necessários.

Sempre que o serviço de colocação dos tubos for interrompido deve ser verificado se a tubulação colocada na vala está com as suas extremidades tamponadas, para impedir a entrada de animais, detritos e outros objetos estranhos.

Cobertura da Vala

Devem ser empregados métodos, equipamentos e materiais adequados à execução do serviço de enchimento da vala e cobertura da tubulação, para não causar danos à tubulação e ao seu revestimento anticorrosivo (se for o caso). Na definição do método de execução, devem ser levados em consideração o tipo de solo e as características de cada região atravessada.

O serviço de cobertura deve ser iniciado logo após a colocação da tubulação na vala e a sua aprovação pela Fiscalização, de forma que:

• seja evitado o risco de instabilidade da vala, da pista e da tubulação, face à retirada do material pela escavação e, conseqüentemente, pela maior infiltração de água no solo através da vala;

• seja minimizada a alteração no uso de terras cultivadas e/ou irrigadas pelos proprietários, com o reaterro da vala e a recomposição do substrato (camada vegetal) nas áreas atingidas no seu nível original, no menor espaço de tempo possível, para permitir a retomada da produção.

Deve ser observado o atendimento da cobertura mínima definida nos documentos técnicos contratuais (especificações da consultora projetista e do fabricante dos tubos), especialmente nas situações de área de culturas com lavra mecanizada ou não mecanizada e áreas ocupadas ou com previsão de ocupação residencial/industrial.

Em áreas de significativo interesse ambiental (áreas de preservação permanente ou com a cobertura natural não alterada anteriormente), o serviço de cobertura deve incluir o reaterro compactado do solo e o replantio de espécies vegetais retiradas para a montagem da rede coletora, desde que não venham a comprometer a tubulação.

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Em princípio, todo o material oriundo da escavação da vala deve ser recolocado nela, tomando-se o cuidado para que a camada externa de solo vegetal venha a ocupar a sua posição original.

As camadas recolocadas devem ser constituídas de solo solto e macio, retirado do material escavado da própria vala, isento de impurezas e detritos. Na impossibilidade de contar com o material escavado da vala - caso de trecho em rocha - deve ser providenciado o transporte do material de uma área de empréstimo previamente escolhida, cujo solo atenda aos requisitos especificados.

Nos trechos em rampa com declividade acentuada, o material de cobertura deve ser totalmente compactado, para evitar deslizamento ou erosão.

Quando requerida a compactação do reaterro da vala, devem ser colocadas camadas de altura compatível com o tipo de solo e o grau de compactação desejado. A compactação junto à tubulação deve ser feita com soquete manual. Na camada superficial do terreno, a compactação do solo deve ser reduzida, objetivando facilitar o desenvolvimento do sistema radicular das espécies a serem utilizadas na revegetação.

Deve ser executada uma sobrecobertura ao longo da vala, para compensar possíveis acomodações do material e o aparecimento de focos de erosão. O solo deve cobrir toda a parte superior da vala, visando facilitar a estabilização do terreno. A sobrecobertura não deve, entretanto, ser executada nos seguintes casos:

• passagem através de regiões cultivadas;

• nos trechos onde venha a obstruir o sistema de drenagem da pista;

• nos locais de cruzamentos e ao longo de ruas, estradas, acostamentos, pátios de ferrovias, trilhas, caminhos e passagens de quaisquer natureza.

Nos casos em que não for possível executar a sobrecobertura da vala, deve ser providenciada a compactação do material de cobertura.

Limpeza, Recuperação e Revegetação da Faixa de Obra s

Os serviços de limpeza e recuperação devem ser executados imediatamente após a conclusão da cobertura da vala. Em áreas sujeitas a processos erosivos intensos, tipo voçorocamento, em face do risco da tubulação ficar exposta, a restauração da faixa de obras deve ser executada simultaneamente com as fases de montagem da rede coletora e/ou distribuidora.

Deve ser feita documentação fotográfica, retratando a situação original da faixa, visando a comparação da situação da área atravessada ou envolvida pela obra, antes e depois da construção da rede coletora e de distribuição.

Além da restauração definitiva das instalações danificadas pela obra, os serviços devem englobar a execução de drenagem superficial e de proteção vegetal nas áreas envolvidas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando a faixa de obras, a pista, a vala e a tubulação enterrada de uma proteção permanente.

A execução dos serviços de drenagem superficial e de proteção vegetal deve obedecer ao projeto construtivo previamente elaborado e aprovado pela Fiscalização das obras.

Deve ser realizada a limpeza completa da faixa de obras e das pistas de acesso, assim como dos demais terrenos e estruturas de apoio utilizados nos serviços de construção e montagem da rede coletora e de distribuição.

Os serviços de limpeza devem compreender a remoção de:

• pedras, matacões, restos de raízes, troncos de árvores, galhos e demais obstáculos e irregularidades existentes na faixa e nas pistas, oriundos da execução dos serviços;

• fragmentos de equipamentos, ferramentas, embalagens e demais materiais;

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• sobras de tubos, protetores de bisel etc.

Exceto quando estabelecido de outra forma, devem ser desativados todos os acessos provisórios, assim como eliminados ou removidos pontes, pontilhões, estivas e outras instalações provisórias utilizadas na execução dos serviços de construção e montagem da rede de distribuição.

As cercas de divisas de propriedades, assim como portões, porteiras etc., devem ser restauradas ou reinstaladas integralmente como eram no seu estado original, tudo de conformidade com o registrado no cadastramento de benfeitorias e no documentário fotográfico executado previamente nas propriedades.

Devem ser totalmente desobstruídos os canais e valas de drenagem e de irrigação existentes nas propriedades e áreas contíguas, eventualmente interceptadas pela obra.

O projeto de recuperação vegetal deve contemplar a vegetação ou revegetação de todas as áreas atingidas pela construção das unidades do sistema, especialmente dos interceptores e linhas de recalque, quando houver.

Deve ser executado o replantio de espécies nativas em áreas contíguas aos remanescentes atingidos, a partir da coleta de mudas e sementes nas áreas desmatadas, desde que autorizado pelo órgão ambiental licenciador. Devem também ser selecionadas espécies de maior adaptabilidade e rapidez de desenvolvimento, levando-se em conta a necessidade da reintegração paisagística.

Os trabalhos de revegetação devem ocorrer paralelamente aos serviços de recomposição, logo após o nivelamento do terreno e a recolocação da camada superior de solo orgânico.

Devem ser priorizadas, para a revegetação, as áreas íngremes e as margens de cursos d’água, consideradas por lei como de preservação permanente, as quais apresentam maiores riscos de danos ambientais, como erosões e assoreamentos.

As Áreas de Preservação Permanente atingidas receberão um tratamento de revegetação para cobertura rápida do solo, evitando o surgimento de processos erosivos. Para tal, deverá ser utilizado um coquetel de espécies vegetais de gramíneas e leguminosas de rápido crescimento, preferencialmente nativas.

Os plantios devem ser realizados manualmente, com a semeadura a lanço do coquetel de sementes previamente misturado.

Na restauração de áreas cultivadas devem ser adotados cuidados especiais para assegurar que os terrenos possam ser preparados em condições para o plantio, ou seja, com o substrato recuperado no seu nível original.

Deve ser de responsabilidade da empreiteira a execução – ou acompanhamento, no caso de convênios e subcontratação – dos serviços de revestimento vegetal, incluindo a sua irrigação e manutenção, até que fique comprovado, após germinação, a pega total da vegetação.

Nos locais definidos no projeto de proteção vegetal, devem ser instaladas “placas educativas”, indicando a área, extensão da faixa e espécies plantadas ou replantadas, o tipo de vegetação e suas principais finalidades.

As áreas de canteiros de obras que não forem utilizadas para outro fim posteriormente, devem ser revegetadas. Os canteiros possuem superfícies como estradas internas e pátios muito compactadas pelo trânsito de máquinas e caminhões. Para a revegetação, inicialmente deve ser feita uma subsolagem para romper as camadas compactadas das superfícies em pauta.

2.9. EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES E CÓDIGO DE CONDUTA NA OBRA

Deve-se implementar ações de educação ambiental no âmbito da obra as quais deverão ensinar, mostrar, conscientizar e prover as ferramentas necessárias para que os trabalhadores,

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inspetores e gerentes envolvidos na obra possam cumprir todas as medidas de proteção ambiental planejadas para a construção.

Essas ações devem cobrir todos os tópicos ambientais, exigências e problemas potenciais do início ao término da construção. O método deve contemplar a utilização de uma apresentação sucinta, objetiva e clara de todas as exigências e restrições ambientais e das correspondentes medidas de proteção, restauração, mitigação e corretivas, no campo.

Deve ser apresentado em linguagem acessível aos trabalhadores, eventualmente com conteúdos e meios diferenciados, conforme a bagagem cultural de cada grupo.

As ações devem ser de responsabilidade das construtoras. As atribuições dos responsáveis pelas ações de gestão ambiental devem ser descritas de forma a enfatizar suas responsabilidades e autoridade. As responsabilidades de cada trabalhador e sua respectiva especialidade devem ser definidas de forma objetiva.

O treinamento nas relações com o meio ambiente e com a comunidade deve ser oferecido a todos os trabalhadores, antes do início das obras. Trabalhadores contratados após o início das obras devem receber o treinamento o mais breve possível, antes do início de suas participações nas obras.

Um dos principais impactos que deve ser gerenciado é o contato entre os trabalhadores das construtoras e a comunidade local, além do comportamento desses trabalhadores frente ao meio ambiente. Justifica-se, assim, a emissão de normas de conduta para os trabalhadores que se alojarem nos canteiros, bem como a promoção de atividades educacionais para a manutenção de bom relacionamento com as comunidades (Código de Conduta).

Deve ser requerido dos trabalhadores o cumprimento das normas de conduta e a obediência a procedimentos de saúde e de diminuição de resíduos, nas frentes de trabalho, canteiros, faixa de domínio e estradas de serviço, como os relacionados a seguir.

• Não devem ser permitidas, em nenhuma hipótese, a caça, a comercialização, a guarda ou maus-tratos a qualquer tipo de animal silvestre. A manutenção de animais domésticos deve ser desencorajada, uma vez que freqüentemente tais animais são abandonados nos locais de trabalho ou residência ao término da obra.

• Não é permitida a extração, comercialização e manutenção de espécies vegetais nativas.

• Caso algum animal silvestre seja ferido em decorrência das atividades da obra, o fato deve ser notificado ao responsável pela gestão ambiental da construtora e este informará à Gerência Ambiental do empreendedor.

• O porte de armas brancas e de fogo é proibido nos alojamentos, canteiros e demais áreas da obra. Canivetes são permitidos nos acampamentos, cabendo ao pessoal da segurança julgar se tais utensílios devem ser retidos e posteriormente devolvidos quando do término da obra. Apenas o pessoal da segurança, quando devidamente habilitado, pode portar armas de fogo. As construtoras devem assegurar o necessário treinamento do pessoal da segurança.

• Equipamentos de trabalho que possam eventualmente ser utilizados como armas (facão, machado, moto-serra, etc.) devem ser recolhidos diariamente.

• É proibida a venda, manutenção e consumo de bebidas alcoólicas nos alojamentos.

• A realização de comemorações e de acontecimentos pode ocorrer, desde que previamente autorizada, dentro dos limites dos acampamentos, em local adequado. Para os alojamentos de trabalhadores, devem ser incentivados programas de lazer, principalmente práticas desportivas (campeonatos de futebol, truco, etc.) e culturais (filmes, festivais de música, aulas de alfabetização, etc.), no sentido de amenizar as horas sem atividade.

• Os trabalhadores devem obedecer às diretrizes de geração de resíduos e de saneamento. Assim, deve ser observada a utilização de sanitários (é bastante comum a sua não-utilização)

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e, principalmente, verificado o não-lançamento de resíduos no meio ambiente, tais como recipientes e restos de refeições ou materiais descartados na manutenção de veículos.

• Os trabalhadores devem se comportar de forma adequada no contato com a população, evitando a ocorrência de brigas, desentendimentos e alterações significativas do cotidiano da população local.

• O uso de drogas ilegais, no âmbito dos canteiros, deve ser expressamente proibido e reprimido.

• Os trabalhadores devem ser informados dos limites de velocidade de tráfego dos veículos e da proibição expressa de tráfego em velocidades que comprometam a segurança das pessoas, equipamentos, animais e edificações.

• Devem ser proibidos a permanência e o tráfego de carros particulares, não vinculados diretamente às obras, nos canteiros ou áreas adjacentes.

• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre o traçado, configuração e restrições às atividades construtivas na faixa de obras, bem como das viagens de ida e volta entre o acampamento e o local das obras. Outros assuntos a serem abordados incluem os limites das atividades de trabalho, atividades de limpeza e nivelamento, controle de erosão e manutenção das instalações, travessias de corpos d’água, cercas, separação do solo superficial do solo escavado, bermas e programa de recuperação, após o término das obras. Devem ser descritos o uso público e privado dos acessos, bem como as atividades de manutenção dessas áreas.

• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre os procedimentos de controle para prevenir erosão do solo dentro dos limites e adjacências da faixa de obras, providenciar recuperação das áreas alteradas e contribuir para a manutenção em longo prazo da área, propiciando o restabelecimento da vegetação.

• Todos os trabalhadores devem ser informados de que o abastecimento e lubrificação de veículos e de todos os equipamentos, armazenamento de combustíveis, óleos lubrificantes e outros materiais tóxicos devem ser realizados em áreas especificadas, localizadas fora dos limites da Área de Preservação Permanente. Essa APP corresponde a uma faixa de 50 metros de largura, ao longo de cada margem dos córregos, conforme definido na Resolução CONAMA 303/2002. Os procedimentos especiais de recuperação de áreas que sofreram derramamentos devem ser explicados aos trabalhadores.

• Todos os trabalhadores devem ser informados que nenhuma planta pode ser coletada, nenhum animal pode ser capturado, molestado, ameaçado ou morto dentro dos limites e áreas adjacentes da faixa de domínio. Nenhum animal pode ser tocado, exceto para ser salvo.

• Todos os trabalhadores devem ser orientados quanto ao tipo, importância e necessidade de cuidados, caso recursos culturais, restos humanos, sítios arqueológicos ou artefatos sejam encontrados parcial ou completamente enterrados. Todos os achados devem ser imediatamente relatados ao responsável pela gestão ambiental, para as providências cabíveis.

• Todos os trabalhadores devem implementar medidas para reduzir emissões dos equipamentos, evitando-se paralisações desnecessárias e mantendo os motores a combustão funcionando eficientemente.