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Unidade Executora Estadual do PRODETUR DE PERNAMBUCO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE GUADALUPE PLANO DE MANEJO RELATÓRIO DA 5ª ETAPA ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE Julho, 2011 GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE TURISMO SETUR UNIDADE EXECUTORA ESTADUAL DO PRODETUR UEE/PE

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE GUADALUPE

PLANO DE MANEJO

RELATÓRIO DA 5ª ETAPA

ZZOONNEEAAMMEENNTTOO DDAA AAPPAA DDEE GGUUAADDAALLUUPPEE

Julho, 2011

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE TURISMO – SETUR

UNIDADE EXECUTORA ESTADUAL DO PRODETUR – UEE/PE

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FICHA TÉCNICA GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Governador: Eduardo Henrique Accioly Campos Vice Governador: Joao Lira Neto

SECRETARIA DE TURISMO

Secretário: Alberto Feitosa Secretário Executivo de Turismo: Marconi Muzzio Diretor Geral do PRODETUR NE: Stélio de Coura Cuentro

Superintendente de Meio Ambiente do PRODETUR: Raul Baltazar Perrelli Valença

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Secretário: Sérgio Xavier Secretário Executivo de Meio Ambiente Hélvio Polito Lopes Filho

AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

Diretor Presidente: Hélio Gurgel Cavalcanti Diretora de Recursos Florestais e Biodiversidade: Maria Vileide Ataíde de Barros Lins Unidade de Gestão de Unidade de Conservação: Nahum Tabatchnik

Setor de Planejamento de Unidades de Conservação: Joselma Maria de Figueirôa Tassiane Novacosque

Setor de Administração de Unidades de Conservação: Samanta Della Bella Responsável pela APA de Guadalupe: João Batista de Oliveira Júnior

GEOSISTEMAS Engenharia e Planejamento Ltda

Coordenação Geral: Eng° Civil Roberto Lemos Muniz Eng° Civil Henrique Pinto Silva Arq. Elaine Fernanda de Souza

Coordenação Técnica: Engª Florestal Isabelle Meunier Coordenação de Articulação e Gestão: Arq. Telma Buarque

Resp. Técnico Quadro Ambiental-Meio Físico: Geol. Margareth Alheiros Resp. Técnico Quadro Ambiental-Meio Biológico: Biol. Andrea Pinto Silva

Resp. Técnico Quadro Ambiental-Meio Socioeconômico: Eng° Civil Bertrand Alencar Cobertura Vegetal: Engª Florestal Isabelle Meunier

Fauna/Estudos marinhos e coralinos: Biol. Andrea Pinto Silva Geologia, Geomorfologia, Hidrologia, Clima: Geol. Margareth Alheiros

Geog. Natalia Tavares Turismo e Ecoturismo: Geog. Vanice Selva

Turism. Clarisse Fraga Cartografia e Geoprocessamento: Engº Gustavo Sobral

Assessoria Jurídica: Adv. Fernanda Costa Processo Participativo e Educação Ambiental: Ass. Social Mª Socorro Cavalcanti

Psic. Janaina Gabriel Gomes

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APRESENTAÇÃO

A Geosistemas Engenharia e Planejamento apresenta o Produto relativo a 5ª Etapa -

RELATÓRIO DAS PROPOSTAS DE ZONEAMENTO, referente aos trabalhos de Revisão do Plano

de Manejo da APA de Guadalupe e Instalação de seu Conselho Gestor.

Os trabalhos de elaboração do Plano de Manejo da APA de Guadalupe foram desenvolvidos

em nove etapas, atendendo ao disposto no Termo de Referência elaborado para a sua

contratação. A primeira etapa consistiu na organização do planejamento, da qual resultou

um relatório de atividades. A segunda etapa abrangeu a coleta e análise de informações

básicas disponíveis e atualizações bibliográficas e cartográficas, consubstanciadas no Encarte

1 do Plano de Manejo, no banco de dados preliminar de referências bibliográficas e em

mapa-base preliminar. A terceira etapa, de reconhecimento de campo, foi sintetizada em

relatório e a quarta etapa, com a sistematização dos dados de campo e elaboração de

diagnósticos da APA de Guadalupe e de sua área de influência, resultaram nos Encartes 2 e

3.

O presente relatório refere-se à quinta etapa dos trabalhos, voltada ao zoneamento da APA

de Guadalupe, incluindo a descrição dos processos participativos de reunião técnicas,

oficinas e consultas e a proposta-síntese de zoneamento.

Trata-se de mais um passo para a consolidação do Plano de Manejo de APA de Guadalupe,

construído de forma tecnicamente responsável e com ampla participação dos atores sociais.

Recife, maio de 2011

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

1.1 Zoneamento de Unidades de Conservação: bases conceituais 6

1.2 As competências dos entes da federação em matéria ambiental ou com

afinidade com a temática ambiental 12

1.3 O zoneamento de Áreas de Proteção Ambiental como instrumento de

manejo 14

1.4 Zoneamento da Área de Proteção Ambiental de Guadalupe: antecedentes 17

2. DESENVOLVIMENTO 23

2.1 Métodos de Trabalho 24

2.2 Definição das zonas e subzonas da Área de Proteção Ambiental de Guadalupe

24

2.3 Usos incentivados, tolerados e proibidos nas zonas e subzonas da Área de Proteção Ambiental de Guadalupe

36

ANEXOS 49

ANEXO 1 Resolução CONAMA Nº 10 de 14/12/1988

ANEXO 2 Ata da Oficina de Pré-Zoneamento da APA de Guadalupe

ANEXO 3 Ata da Oficina para Apresentação da Proposta de Zoneamento da APA de Guadalupe

ANEXO 4 Mapa do Zoneamento

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

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1. ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE 1.1 ZONEAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: BASES CONCEITUAIS

A definição precisa e eficiente das configurações territoriais das unidades de conservação é

uma das condições necessárias para sua efetivação. Não só os limites precisam ser bem

estabelecidos, georreferenciados e sinalizados, como é importante o estabelecimento de

zonas ambientais, resultado do processo de zoneamento ambiental.

O Zoneamento Ambiental é uma estratégia de gestão que permite, a partir dos atributos

ecológicos, das características socioambientais, dos usos atuais e seus conflitos e dos

objetivos da unidade, estabelecer áreas mais homogêneas para as quais se indica um

conjunto relativamente uniforme de medidas de proteção, normas restritivas e instrumentos

de incentivo.

Realizar o zoneamento de uma unidade de conservação é “organizar espacialmente as áreas

protegidas em parcelas, denominadas zonas, que demandam distintos graus de proteção e

intervenção” (MMA, 1996).

De acordo com a Lei Nº 9.985 de 2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação – SNUC (BRASIL, 2000), o zoneamento de uma Unidade de Conservação é a

“definição de setores ou zona em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e

normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que

todos os objetivos da UC possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”. Com esse

objetivo, destaca-se a importância da avaliação dos atributos mais relevantes da unidade e

suas dinâmicas, assim como a inclusão de elementos da dinâmica político-social, como a

participação da sociedade e a questão institucional, pois, como destaca UNESCO (2003), “o

espaço físico reflete não apenas os processos naturais, mas as contradições da sociedade”,

que condicionam as formas de apropriação e exploração desse espaço e dos recursos

ambientais, sendo, portanto, “uma instância social”.

Para Neves (2002), “o Zoneamento Ambiental é um instrumento de manejo que apóia o

poder público na definição das atividades que podem ser desenvolvidas em cada setor ou

mesmo proíbe determinadas atividades por falta de zonas apropriadas”. Camargos (2005)

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entende que as expressões zoneamento ambiental e zoneamento ecológico-econômico são

sinônimas e, assim, a definição legal de zoneamento ambiental encontra-se no Artigo 2º do

Decreto 4.297 de 10 de julho de 2002, que estabelece os critérios para o zoneamento

ecológico-econômico (ZEE) do Brasil, descrevendo-o como “o instrumento de organização do

território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades

públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a

assegurar a qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo e a conservação da

biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de

vida da população” (BRASIL, 2002).

No Brasil, as primeiras iniciativas de se estabelecer zonas homogêneas em unidades de

conservação, a exemplo das experiências americana e canadense, deram-se nos Parques

Nacionais. Essas delimitações de locais distintos com base em atributos ambientais e

conflitos, exigindo diferentes tipos de manejo, resultaram no estabelecimento das

“macrozonas ambientais” até hoje adotadas em unidades de conservação, constituindo um

padrão básico que define grau de preservação e proteção das unidades.

As zonas básicas correspondem às áreas intocadas, mais preservadas, integradas por zonas

primitiva, intangível e de preservação; áreas com certo grau de ocupação (zona de

conservação ou de ocupação controlada, que objetivam mitigar o impacto das áreas

intangíveis, onde o tipo de intervenção antrópica depende do tipo de unidade de

conservação); e áreas de transição, com ocupação humana mais intensiva, quase sempre se

constituindo no “entorno” ou “zona de amortecimento” da unidade de conservação. Para os

Parques Nacionais, o regulamento instituído pelo Decreto Nº 84.017, de 21 de setembro de

1979 estabelece sete zonas ambientais que obedecem a esse padrão. São as zonas

intangível, primitiva, de uso extensivo, de uso intensivo, de uso especial, histórico-cultural e

de recuperação (BRASIL, 1979). Além dessas, a legislação exige a delimitação da zona de

amortecimento para todas as Unidades de Conservação, com exceção das Áreas de Proteção

Ambiental e das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, fora dos limites da unidade e

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que corresponde à “zona tampão”, objetivando mitigar os efeitos das atividades antrópicas

do entorno.

Segundo Côrte (1997), as primeiras experiências de normatização do uso do território de

Áreas de Proteção Ambiental por meio de um zoneamento foram realizadas nas unidades

federais APA do Rio Doce e APA do Rio São Bartolomeu no ano de 1988, o que, segundo a

autora, resultaram em sérios problemas de gestão, por apresentarem caráter

excessivamente restritivo, desconsiderando as peculiaridades do contexto socioeconômico

local e mostrando-se incapaz de conviver com a propriedade particular, resultando apenas

em processos e multas, que, ainda segundo Côrte (1997), mostraram-se inócuos, na maioria

das vezes.

A Resolução CONAMA Nº 10, de 14 de dezembro de 1988 (Anexo 1), define que o

zoneamento das Áreas de Proteção Ambiental “estabelecerá normas de uso, de acordo com

as condições locais bióticas, geológicas, urbanísticas, agropastoris, extrativistas, culturais e

outras”. Outras unidades de conservação existentes dentro da APA ou situações especiais de

proteção ambiental, administradas efetivamente pelo Poder Público, devem ser

consideradas como zonas de usos especiais, onde a administração da APA terá ação apenas

supletiva. Segundo a citada Resolução, as APAs deverão ter zonas de vida silvestre nas quais

será proibido ou regulado o uso dos sistemas naturais, constituídas por Zona de Preservação

de Vida Silvestre (reservas ecológicas e outras áreas com proteção legal equivalente) e Zona

de Conservação de Vida Silvestre, áreas nas quais “poderá ser admitido um uso moderado e

auto-sustentado da biota, regulado de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas

naturais”. Atividades agrícolas ou pecuárias porventura existentes nas APA devem, conforme

a citada Resolução, integrar uma zona de uso agropecuário.

De uma forma geral, vê-se que as zonas ambientais previstas buscam expressar padrões

territoriais, apresentando razoável uniformidade interna quanto às características físico-

bióticas e de uso e ocupação do solo. Essas unidades homogêneas têm por finalidade

proporcionar controle administrativo sobre sua ocupação, normas de uso, apropriação do

território e manejo dos recursos naturais. Conforme IBAMA (1997), as zonas são entidades

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conceituais, cujos limites, na maioria dos casos, aparecem apenas na forma de mapas, só

evidentes no campo quando coincidem com acidentes geográficos ou alguma estrutura física

facilmente identificada. Muitas vezes as diferenças entre as zonas se dão em forma de

gradiente, sendo o limite estabelecido arbitrário; outras vezes, os limites estabelecidos em

função dos usos atuais se modificam pela própria dinâmica, natural ou antrópica. É

fundamental, no entanto, que as zonas ambientais reflitam os objetivos estabelecidos para

determinada unidade de conservação.

Uma breve análise das experiências de zoneamento de algumas APAs situadas em diferentes

regiões brasileiras ilustra o quanto as recomendações da Resolução CONAMA Nº 10/1988

mostram-se insuficientes para nortear o estabelecimento de zonas ambientais nesse tipo de

unidade de conservação, cujas especificidades variam amplamente e cuja complexidade de

interações entre a sociedade e o ambiente precisa ser considerada.

O zoneamento da APA Carste Lagoa Santa – MG (Souza, 1997), por exemplo, adotou zonas

que refletem as características socioeconômicas e naturais do território: Zona de

Conservação do Equilíbrio Ambiental Metropolitano, Zona de Conservação e

Desenvolvimento Urbano e Industrial, Zona de Conservação e Desenvolvimento Agrícola,

Zona de Proteção do Patrimônio Cultural e Zona de Proteção das Paisagens Naturais do

Carste.

Na APA Joanes-Ipitanga (CEPRAM, 2002) foram adotadas as seguintes zonas: Zona de Vida

Silvestre (ZVS); Zona de Proteção Rigorosa (ZPR), integrada pelas áreas de preservação

permanente, remanescente de Mata Atlântica e matas ciliares em toda sua extensão; Zona

de Uso Diversificado (ZUD); Zonas de Ocupação Controlada (ZOC I,II, III, IV e V, variando os

parâmetros de ocupação como tamanho de lotes mínimos); Zona do Núcleo Urbano

Consolidado e Zona de Uso Específico (ZUE). É interessante observar que o zoneamento

dessa APA estadual baiana foi estabelecido por Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente, remetendo ao “Plano Diretor do Município ou, quando não houver, ao Código de

Urbanismo e Obras e à legislação ambiental vigente” a regulação das atividades a serem

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desenvolvidas no Núcleo Urbano Consolidado (NUC) e na Zona de Ocupação Controlada V

(ZOC V).

Na APA municipal Palmares, em Paty dos Alferes – RJ, as contribuições técnicas e o

zoneamento participativo apontaram a definição de cinco zonas: Zona de Vida Silvestre;

Zona de Proteção Especial; Zona de Recuperação, voltada à reconexão dos fragmentos e

revegetação das áreas de preservação permanente; Zona de Uso Controlado e Zona de Uso

Conflitante (INSTITUTO TERRA, 2007).

Daltrozo (2008), apresentando proposta de zoneamento para uma microbacia hidrográfica

no Rio Grande do Sul, baseou-se na Resolução CONAMA Nº 10/1988, mas adotou zonas

correspondentes às Áreas de Preservação Permanente; de Conservação Permanente, de

Restauração e de Usos e Ocupação.

Mais recentemente, foram propostas para a APA de Algodoal-Maiandeura (Boletim

informativo, 2009) as seguintes zonas: Zona de Ocupação Humana; Zona de Conservação e

Uso Controlado; Zona de Uso Conflitante; Zona de Preservação da Vida Silvestre e Zona de

Recuperação.

Em uma interessante iniciativa de estabelecer diretrizes para o zoneamento das APAs

estaduais, o Estado de São Paulo definiu a adoção de Áreas e Zonas descritas a seguir (SÃO

PAULO, nd):

- Áreas de Proteção, de especial interesse para a preservação dos sistemas naturais de uma

região, que apresentam ecossistemas preservados ou susceptíveis a riscos ambientais,

patrimônios culturais significativos, refúgios de fauna, patrimônio paleontológicos,

espeleológicos e arqueológicos. Dividem-se em: Zona de Proteção Máxima e Zona de

Proteção Especial.

- Áreas de Conservação, onde a ocupação se dá sob condições adequadas de manejo e

utilização dos atributos e recursos naturais, podendo incluir as Zona de Conservação da Vida

Silvestre; Zona de Conservação dos Recursos Hídricos e Zona de Conservação de Interesse

Turístico;

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- Áreas de Ocupação Dirigida, vocacionadas para usos urbanos e rurais, atendidos os

requisitos que assegurem a manutenção das condições ambientais necessárias à proteção

ambiental, podendo conter as Zonas de Ocupação Consolidada, de Ocupação Dirigida e de

Ocupação Diversificada e

- Área estratégica de recuperação.

A relação entre as unidades de conservação de uso sustentável e os aglomerados urbanos e

suas atividades e problemas típicos é um dos pontos críticos dos zoneamentos das APAs,

cuja abordagem recebeu pouca contribuição da Resolução CONAMA. O conceito original de

zoneamento de unidades de conservação baseia-se no isolamento do ambiente natural,

protegido da ocupação humana por “zonas-tampão”, onde a densidade demográfica e os

usos sofrem restrições, a bem da integridade da área mais preservada. No entanto, em

unidades de conservação de uso sustentável, sujeitas às complexas dinâmicas

socioeconômicas nem sempre conhecidas ou previsíveis, vê-se que dificilmente esse modelo

pode ser seguido.

Ao apresentar subsídios para o zoneamento ambiental da APA Gama-Cabeça de Veado – DF,

UNESCO (2003) destacou o desafio de se tentar integrar as cidades e as unidades de

conservação, em um cenário nacional de intensa urbanização da população e de

crescimento desordenado das cidades. Nesse documento, destaca-se a dificuldade e

complexidade do tratamento integrado dos aspectos urbano-ambientais, ressaltando que os

instrumentos de planejamento são sempre setoriais e, entre esses, cabe aos planos diretores

municipais estabelecerem políticas de ordenamento territorial, focadas no desenvolvimento

e expansão urbana, quase nunca considerando os impactos ambientais que os aglomerados

urbanos trazem aos sistemas naturais. Assim, um dos desafios do planejamento das APAs

parece ser encontrar formas de compatibilizar os planos diretores municipais com seus

zoneamentos ambientais.

De uma forma geral, pode-se concluir que processo de zoneamento de uma Área de

Proteção Ambiental visa à conservação de seus atributos socioambientais, o uso sustentável

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dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população. O produto do

zoneamento deverá possibilitar:

- Agilidade do processo de licenciamento e a fiscalização

- Direcionamento da implantação de empreendimentos

- Orientação do público morador e usuário quanto à apropriação e uso dos atributos naturais

- Estabelecimento de normas para uso e ocupação do solo.

As experiências acumuladas com as Áreas de Proteção Ambiental, onde obrigatoriamente se

convive com a propriedade privada, mostram que as decisões do zoneamento e

planejamento obedecem a uma dinâmica própria, exigindo que os níveis de restrições sejam

estabelecidos de forma consensual durante o processo de planejamento, vindo ao encontro

dos valores e desejos da sociedade que integra a unidade.

1.2. AS COMPETÊNCIAS DOS ENTES DA FEDERAÇÃO EM MATÉRIA AMBIENTAL OU COM

AFINIDADE COM A TEMÁTICA AMBIENTAL

A Constituição Federal dispõe basicamente sobre dois tipos de competência: a competência

administrativa e a competência legislativa. A primeira cabe ao Poder Executivo e diz respeito

à faculdade para atuar com base no poder de polícia, ao passo que a segunda cabe ao Poder

Legislativo e diz respeito à faculdade para legislar a respeito dos temas de interesse da

coletividade. Nesse sentido, a competência administrativa é a atribuição que o Poder

Executivo tem de proteger o meio ambiente, enquanto a competência legislativa é a

atribuição que o Poder Legislativo tem para legislar a respeito de temas ligados ao meio

ambiente.1

1 Segundo José Afondo da Silva: “a Constituição separa a competência material e a competência legislativa (formal). Temos

então: 1) a competência material: a) exclusiva: da União (art.21), dos estados, que se extrai de seus poderes remanescentes

do art. 25, § 1°, e dos Municípios (art. 30, III a VIII); b) comum: da União, estados, Distrito Federal e Municípios (art.23); 2) a

competência legislativa: a) privativa ou exclusiva: da União (art.22), dos Estados (art. 25, §§ 1° e 2°) e dos Municípios

(art.30, I); b) concorrente entre União, Estados e Distrito Federal (art. 24), onde a legislação da União é de normas gerais e a

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A competência legislativa pode ser privativa da União (Constituição Federal/88, art.22),

concorrente entre União, Estados e Distrito Federal (Constituição Federal/88, art. 24), dos

estados Constituição Federal/88, art. 25, § 1°), dos Municípios (Constituição Federal/88, art.

30, I e II) e do distrito Federal (Constituição Federal/88, art. 32, § 1°).

As competências legislativas concorrentes da União, dos Estados e do Distrito Federal

encontram-se estabelecidos no art. 24 da Constituição Federal, sendo que, nos termos do §

1° desse artigo, a competência da União é a de estabelecer normas gerais. Não havendo

norma geral sobre determinada matéria, cabe aos estados exercer a competência legislativa

plena.

A competência concorrente fixada pelo citado artigo recai, em especial, sobre os seguintes

temas: florestas, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,

proteção do meio ambiente, e controle da poluição; proteção do patrimônio histórico,

cultural, turístico e paisagístico; responsabilidade por dano ambiental dentre outros.

Aos municípios não foi atribuída a competência concorrente estabelecida no art. 24, mas

outorgou-lhe a competência para suplementar a legislação federal e a estadual no que

couber. Aos municípios cabe legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I), assim

como suplementar a legislação federal estadual no que couber (art. 30, II).

União, Estados, Distrito Federal e Municípios possuem competência comum para, entre

outras coisas, proteger o meio ambiente, combater a poluição em qualquer de suas formas

(Constituição Federal, art. 23, VI), preservar as florestas, a fauna e a flora (Constituição

Federal, art. 23, VIII), registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de pesquisa e

exploração de recursos hídricos e minerais em seu território (Constituição Federal, art. 23,

XI). Pode-se exemplificar ainda outras atividades para as quais a Constituição estabelece a

competência comum como promover programas de construção de moradias e a melhoria

das condições habitacionais e de saneamento básico (art. 23, IX) e combater as causas da

dos Estados e Distrito Federal de normas suplementares; c) também está prevista a legislação suplementar dos Municípios

(art. 30, II)”. In: Silva, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.

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pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores

desfavorecidos (art. 23, X).

Assim, os Estados e o Distrito Federal podem editar normas gerais em matéria ambiental se

a lei federal for omissa, podendo ocorrer o mesmo com os Municípios se inexistir norma

geral federal ou estadual sobre o mesmo tema, assim como prevêem os incisos I, VI e VII do

art. 24 e I e II do art. 30 da Constituição Federal.

As normas gerais devem ser compreendidas como aquelas que dizem respeito a interesses

gerais, independentemente da especificidade a que podem chegar visto que poucos

interesses podem ser tão gerais quanto o meio ambiente ecologicamente equilibrado, tendo

em vista o caráter difuso desse direito e a sua indispensabilidade à manutenção da vida e da

qualidade de vida. Nas hipóteses em que as noções de norma geral e especial não sejam

claras o suficiente para a solução de conflitos envolvendo a aplicação de normas da União e

dos Estados, tem-se sustentado deva prevalecer, no caso concreto, a norma que melhor

garanta a efetividade do direito fundamental tutelado, dando-se preferência àquela mais

restritiva sob a ótica da preservação da qualidade ambiental.

1.3. O ZONEAMENTO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DO

MANEJO

Dentre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente merece atenção especial o

Zoneamento Ambiental, através do qual se procura evitar a ocupação do solo urbano ou

rural de maneira desordenada.

Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

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VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89) VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89 XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. Inciso incluído pela Lei nº 7.804, de 18.07.89.

Como muito bem ensina Paulo Affonso Leme Machado2, “o zoneamento ambiental é dos

aspectos do poder de polícia administrativa que atua com a finalidade de garantir a

salubridade, a tranqüilidade, a paz, a saúde, o bem estar do povo. O zoneamento ao

discriminar usos, representa uma limitação do direito dos cidadãos. A propriedade não

poderá ser utilizada da maneira desejada unicamente pelo proprietário.”

O zoneamento ambiental é uma forte intervenção estatal, no domínio econômico,

organizando a relação espaço-produção, alocando recursos, interditando atividades,

incentivando condutas, possibilitando um ordenamento territorial planejado e

administrativamente organizado.

2 MACHADO, P. A. Direito Ambiental Brasileiro, 14ª edição, revista, atualizada e ampliada, São Paulo: MALHEIROS

EDITORES LTDA, 2006.

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O zoneamento implica na delimitação geográfica de áreas territoriais, com o objetivo de

estabelecer regimes especiais de uso da propriedade e dos recursos naturais nela existentes,

contribuindo para a realização da função social da propriedade. Assim, o Zoneamento

Ambiental consiste em procedimento de divisão de determinado território em áreas onde se

autorizam determinadas atividades ou se interdita, de modo absoluto ou relativo, o exercício

de outras em razão das características ambientais e sócio-econômicas do local. Pelo

zoneamento ambiental são instituídos diferentes tipos de zonas nas quais o Poder Público

estabelece regimes especiais de uso, gozo e fruição da propriedade na busca da melhoria e

recuperação da qualidade ambiental e do bem-estar da população.

A regulamentação desse instrumento se deu pelo Decreto Federal 4297/2002 que

estabelece os critérios para o zoneamento ecológico-econômico – ZEE do Brasil, ou seja, um

zoneamento de abrangência nacional. A definição legal do zoneamento ambiental encontra-

se no art. 2º do referido decreto, com a seguir:

Art. 2o O ZEE, instrumento de organização do território a ser

obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e

atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões

de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade

ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da

biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a

melhoria das condições de vida da população.

Isso implica que o zoneamento ambiental é fruto de um planejamento que busca distribuir

espacialmente as atividades econômicas, considerando a importância ecológica, as

potencialidades, limitações e fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações,

restrições e alternativas de exploração do território podendo, até mesmo, determinar,

sendo o caso, que atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais sejam relocalizadas. O

zoneamento ambiental ao impor tais restrições configura o direito de propriedade e o

direito de seu uso, conformando-os com a função social da propriedade prevista na

Constituição Federal em seu art. 5º XXIII.

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O zoneamento ambiental é um instrumento de planejamento territorial e pode contribuir de

forma substancial para que sejam adotadas políticas locais, regionais e nacional de

desenvolvimento sustentável.

De acordo com a legislação ambiental brasileira, Área de Proteção Ambiental (APA) é aquela

destinada a conservar os recursos ambientais (fauna, flora, solo e recursos hídricos). Seu

objetivo principal é conservar a diversidade de ambientes, de espécies e de processos

naturais pela adequação das atividades humanas às características ambientais da área, seus

potenciais e limitações. Uma APA não impede o desenvolvimento de uma região, permite a

manutenção das atividades humanas existentes, e apenas orienta as atividades produtivas

de forma a coibir a depredação e a degradação dos recursos naturais. Assim, podem ser

estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada

em uma área de Proteção Ambiental visando nela garantir o uso sustentável, ou seja, seu

acesso, ocupação e exploração devem ser controlados para não prejudicar os ecossistemas

da área.

As Áreas de Proteção Ambiental podem ter posse e domínios público ou privado. Porém,

cabe aos órgãos governamentais a fiscalização da ocupação e exploração destas áreas. Sua

simples criação, através de instrumento legal (lei, decreto, resolução ou portaria), constitui

apenas o primeiro passo, que deve ser seguido pela regulamentação destas leis e decretos e

pela a implantação de um complexo sistema de gestão ambiental. Devem ser definidos

criteriosamente os instrumentos gerenciais, como o zoneamento ambiental, o plano de

gestão e os instrumentos fiscais e financeiros para garantir o cumprimento dos objetivos

básicos da APA que são, conforme a Lei 9985/2000, que estabeleceu o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação (SNUC), disciplinar a ocupação do solo, garantir a proteção dos

ecossistemas e da diversidade biológica e possibilitar o uso sustentável dos recursos naturais

(BRASIL, 2006).

1.4. ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE: ANTECENDENTES

O decreto de criação da APA de Guadalupe, Decreto Estadual Nº 19.635 de 1997,

estabeleceu, em conformidade com o que já dispunha a Resolução CONAMA Nº 10 de 1988,

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a necessidade de se proceder ao zoneamento ecológico-econômico da Unidade, indicando

diretrizes e normas de uso e ocupação. O Zoneamento da APA de Guadalupe foi

estabelecido por meio do Decreto Estadual Nº 21.135 de 1998, definindo cinco zonas com

suas respectivas localizações, metas ambientais e restrições de uso especificadas (Quadro 1).

A consecução das metas ambientais, evidentemente, depende não apenas de proibições

impostas por leis ou normas especificas, mas da condução de planos e programas capazes de

promoverem as atividades ditas incentivadas, constantes no referido decreto. Assim, o

zoneamento, além de diferenciar as restrições de uso, amparadas por lei, também deve

priorizar programas de ação que viabilizem o cumprimento das normas gerais e das

atividades a serem incentivadas.

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Quadro 1. Localização e metas ambientais das zonas e subzonas da APA de Guadalupe, estabelecidas pelo Decreto Estadual Nº 21.135 de 16 de dezembro de 1998.

Zona Subzona Localização Metas ambientais

Marítima

(ZM)

-

Estende-se por 3 milhas náuticas a partir da linha media das marés, acompanhando a linha de costa, com aproximadamente 5,4km de extensão.

Proteção aos ambientes recifais; Manejo dos recursos pesqueiros para maior produtividade; Controle de tráfego de embarcações e garantia de balneabilidade das praias.

Turismo, Veraneio e Lazer (ZTVL)

I - Área de uso urbano, turismo, veraneio e

lazer

De Barra de Sirinhaém até o estuário do rio Mamucabas.

Ordenamento do uso do solo urbano e da orla; Saneamento ambiental satisfatório; Ampliação e conservação de áreas verdes; Educação ambiental; Desenvolvimento do turismo sustentável; Recuperação e preservação do patrimônio histórico e cultural; Municípios com Planos Diretores.

II - Área estuarina do Rio Formoso

Área estuarina do Rio Formoso, Lemenho, das Pedras, União, Porto Alegre e Ariquindá.

Conservação dos ecossistemas (manguezais); Atividade pesqueira sustentável; Educação ambiental; Controle de tráfego de embarcações.

III - Área estuarina do Rio Sirinhaém

Área estuarina da margem direita do Rio Sirinhaém.

Conservação dos ecossistemas (manguezais); Atividade pesqueira sustentável; Educação ambiental; Controle de tráfego de embarcações.

IV- Complexo Ambiental

Ilhetas/Mamocabas

Estuário dos rios Ilhetas-Mamucadas, incluindo remanescentes de outros ecossistemas associados à Mata Atlântica.

Conservação dos ecossistemas (manguezais, matas e restinga); Atividade pesqueira sustentável; Educação ambiental; Controle de tráfego de embarcações; Incentivo ao turismo rural e ecológico.

Continua...

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Quadro 1. Localização e metas ambientais das zonas e subzonas da APA de Guadalupe, estabelecidas pelo Decreto Estadual Nº 21.135 de 16 de dezembro de 1998 (Continuação).

Zona Subzona Localização Metas ambientais Rural Diversificada

(ZRD)

I - Área de Policultura

Áreas onde se desenvolvem pecuária, agricultura familiar diversificada e silvicultura.

Restauração/Conservação dos fragmentos de matas; Proteção aos recursos hídricos; Proteção de nascentes; Saneamento ambiental e infra-estrutura básica nos núcleos rurais; Promoção de atividades agrícolas diversificadas, com práticas conservacionistas; Educação ambiental; Recuperação e preservação do patrimônio histórico e cultural.

II - Núcleo urbano de Rio Formoso

Núcleo urbano de Rio Formoso

Saneamento ambiental; Ordenamento do uso do solo urbano; Incentivo às práticas de turismo sustentável; Proteção aos recursos hídricos; Recuperação e preservação do patrimônio histórico e cultural; educação ambiental; Plano Diretor.

Agrícola Diversificada

(ZAD)

-

Áreas de cultivo de cana-de-açúcar

Restauração/Conservação dos fragmentos de matas; Proteção aos recursos hídricos; Proteção de nascentes; Saneamento ambiental e infra-estrutura básica nos núcleos rurais; Promoção de atividades agrícolas diversificadas, com práticas conservacionistas; Educação ambiental; Recuperação/implantação de infra-estrutura viária; Controle de agrotóxicos e da emissão de efluentes industriais e domésticos.

Preservação da Vida Silvestre (ZPVS)

- Reserva Biológica de Saltinho

Definidos por lei e pelo Plano de Manejo da Unidade de Conservação Integral.

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Em 1999, o Decreto Estadual Nº 21.972 estabeleceu o Zoneamento Ecológico Econômico

Costeiro (ZEEC) do Litoral Sul, posteriormente, portanto, à aprovação do zoneamento da

APA de Guadalupe. O ZEEC recepcionou o zoneamento existente, incorporou zonas, metas

ambientais e restrições, mas trouxe algumas modificações que auferiram maior coerência à

definição e delimitação das Zonas.

No Quadro 2 estão elencadas as zonas e subzonas do ZEEC que integram a APA de

Guadalupe, com suas respectivas localizações.

Observa-se que o ZEEC propõe uma delimitação mais clara de zonas homogêneas quanto às

características e objetivos, incluindo a Área Agrícola Diversificada como integrante de Zona

Rural Diversificada e criando a Zona de Proteção Ambiental dos Complexos Ambientais

Estuarinos, que não mais integra a Zona de Turismo, Veraneio e Lazer. Embora pareça

apenas um detalhe formal do documento, essa separação denota a importância de se tratar

essas áreas diferentemente, valorizando muito mais suas características naturais do que

oportunidades de uso econômico.

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Quadro 2 . Zonas e subzonas do Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro do Litoral do

Sul, estabelecido pelo Decreto Nº 21.972/1999, com respectivas localizações na APA de

Guadalupe.

Zona Subzona Localização na APA de Guadalupe

MARÍTIMA

Recifes de arenito, algas

e corais

Abrange os recifes localizados próximo à

praia, entre a Praia da Gamela e a do Porto.

Plataforma continental Estende-se da linha média das marés até o

limite das 3 milhas náuticas.

DE TURISMO,

VERANEIO E LAZER

-

Abrande o núcleo urbano consolidado de

Tamandaré e os loteamentos na faixa

litorânea da praia dos Carneiros, em

Tamandaré, e das praias de Guadalupe,

Gamela e Guaiamum, em Sirinhaém.

RURAL DIVERSIFICADA

Policultura

Está constituída por assentamentos rurais,

granjas, fazendas, chácaras, Eng. Siqueira

(Rio Formoso) e demais áreas com tendência

para policultura.

Agrícola diversificada (da

APA de Guadalupe)

Corresponde às porções sudoeste de Rio

Formoso e noroeste de Tamandaré, onde,

atualmente, predomina a monocultura da

cana-de-açúcar.

Núcleo urbano de Rio

Formoso

Delimitada pelo perímetro urbano de Rio

Formoso

PROTEÇÃO AMBIENTAL

ESTUARINA E

ECOSSISTEMAS

INTEGRADOS

Estuarina do Rio

Formoso

Integrado pelos estuários dos rios Ariquindá,

Passos e Lemenho e Formoso, apresenta

extensos manguezais conservados, ladeados

por trechos de restinga e floresta ombrófila

de terras baixas.

Complexo Ambiental

lhetas-Mamocabas

Estende-se do estuário do Rio Mamucabas

até a extremidade meridional da APA,

abrangendo, a oeste, as matas da Pedra do

Conde e da Gia. Caracteriza-se como uma

área que apresenta baixa ocupação

demográfica, uso rural do solo e belezas

cênicas representadas por manguezais,

maceiós, praias e afloramentos rochosos

PRESERVAÇÃO E

CONSERVAÇÃO DA

VIDA SILVESTRE

Zona de Preservação da

Vida Silvestre – Reserva

Biológica de Saltinho

Situada nos municípios de Tamandaré e Rio

Formoso, integra a Reserva Biológica de

Saltinho, sob a gestão do ICMBio.

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CAPÍTULO 2 DESENVOLVIMENTO

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. MÉTODOS DE TRABALHO

As atividades para elaboração e apresentação da proposta de zoneamento da APA de

Guadalupe transcorreram de forma a atender o Termo de Referência (PRODETUR, nd), cujo

texto estabelece que o Zoneamento da APA deve contemplar zonas com diferentes níveis de

restrições e usos, adequadas às peculiaridades e à categoria Área de Proteção Ambiental.

Para cada uma das Zonas deverão ser apresentados os seguintes aspectos: critérios

orientadores, definição, objetivos, geral e específicos, e descrição aproximada dos seus

limites e normas gerais de manejo (atividades permitidas, restrições e recomendações). A

possibilidade de exploração turística de cada uma das zonas delimitadas deverá ser

detalhada neste momento. A partir destas informações, deverá ser elaborado um Quadro

Síntese do Zoneamento, apresentando os critérios adotados para o estabelecimento de cada

Zona e permitindo uma visão geral do Zoneamento da APA.

A proposição do novo zoneamento foi elaborada a partir dos diagnósticos técnicos

realizados por meio de visitas de campo e consultas bibliográficas, da análise dos

instrumentos de zoneamento existentes (Decretos Nº 21.135 de 1998, da APA de

Guadalupe, e Nº 21.972 de 1999, do Litoral Sul de Pernambuco), assim como das

deliberações de reuniões técnicas com analistas ambientais do órgão gestor. Foram

consideradas as contribuições das Oficinas de Diagnóstico, realizadas em 20 de abril e 9 de

setembro de 2010, em Tamandaré, e das Oficinas de Zoneamento, em 09 de dezembro de

2010 e 18 de março de 2011, em Tamandaré e Rio Formoso, respectivamente, cujos

resultados alcançados se encontram sintetizados em atas (Anexos 2 e 3). Análises técnicas

posteriores ajudaram a sistematizar e sintetizar as contribuições resultando no Quadro

Síntese do Zoneamento.

2.2. DEFINIÇÃO DAS ZONAS E SUBZONAS DA APA DE GUADALUPE

Considerando a similaridade dos objetivos do Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro

(ZEEC) do Litoral Sul com os da APA de Guadalupe e a vigência do Decreto Nº 21.972/1999

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que o instituiu, com maior abrangência espacial do que o território da APA, adotaram-se as

zonas do ZEEC como zonas da APA, especificando-lhes objetivos, metas, usos e restrições em

função da natureza da Unidade de Conservação e estabelecendo novas subzonas, não só

para atender a necessidade de níveis mais rigorosos de restrições, mas também para

delimitar as áreas de Programas do Plano de Manejo.

Optou-se por manter a mesma nomenclatura adotada pelo ZEEC – Litoral Sul, não só por

avaliar que traduzem bem as principais características das áreas mas também para facilitar o

processo de licenciamento. Assim, a APA de Guadalupe é integrada pela Zona Marítima,

Zona de Turismo Veraneio e Lazer, Zona Rural Diversificada, Zona de Proteção Estuarina e

Ecossistemas Integrados e Zona de Preservação da Vida Silvestre (Quadro 3).

Para definição de normas mais específicas, definidas em função dos atributos e objetivos de

áreas específicas em cada zona, definiram-se subzonas as quais, além dos objetivos gerais

das zonas, se atribuíram objetivos específicos e, em função desses, normas geralmente mais

restritivas. A caracterização das zonas e subzonas em relação aos aspectos ambientais,

socioeconômicos e histórico-culturais, seus conflitos, principais tensores ambientais e seus

objetivos encontram-se descritos nas seções seguintes.

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Quadro 3. Zonas da APA de Guadalupe

ZONA ÁREA

CARACTERÍSTICAS GERAIS ha %

MARÍTIMA 12.409,20 28,2

É integrada pela área dos recifes areníticos e trecho da

plataforma continental, em grande parte se sobrepondo à

APA Costa dos Corais. Inclui área de proteção integral definida

como Subzona de Uso especial.

TURISMO, VERANEIO E

LAZER 3.195,99 7,3

Abrange a área de maior intensidade ocupacional da APA de

Guadalupe, incorporando o núcleo urbano de Tamandaré,

inclusive a Praia dos Carneiros, loteamentos litorâneos de

Sirinhaém e ainda parte de Rio Formoso.

RURAL DIVERSIFICADA

22.895,02 52,1

Integrada pela maior parte de zona rural da APA de Guadalupe, onde se desenvolvem atividades agropecuárias diversas juntamente ao predominante cultivo da cana-de-açúcar. Engloba também o núcleo urbano de Rio Formoso. Abriga numerosos fragmentos da floresta ombrófila e abrange todo entorno da Reserva Biológica de Saltinho.

PROTEÇÃO ESTUARINA E

ECOSSISTEMAS INTEGRADOS

4.791,35

10,9

É composta por suas subzonas, correspondentes aos dois

estuários existentes na APA de Guadalupe: do Rio Formoso,

incluindo seus afluentes no baixo curso, e dos rios Ilhetas e

Mamucabas.

PRESERVAÇÃO DA VIDA

SILVESTRE 548 1,2

Está representada pela Reserva Biológica de Saltinho, sob a

gestão do Instituto Chico Mendes de Proteção à

Biodiversidade, conforme Decreto Federal Nº 88.744/1983.

2.2.1. ZONA MARÍTIMA

A Zona Marítima da APA de Guadalupe corresponde a faixa de mar desde a linha média de

maré até 3 milhas náuticas, incluindo as áreas de recifes areníticos e as ilhas de Santo Aleixo

e do Coqueiro. Destaca-se pela diversidade de vida marinha, incluindo espécies de corais

endêmicas do Brasil e rica ictiofauna, notadamente nos ambientes recifais. Apresenta

grande atrativo para turismo náutico, principalmente em Barra de Sirinhaém, Guadalupe,

Carneiros, Campas, Tamandaré e ilha de Santo Aleixo.

Desenvolvem-se atividades pesqueira comercial, especialmente de peixes, polvo e lagosta, e

também pesca de subsistência (pesca costeira de pequeno alcance). A importância da pesca

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no local ensejou a criação, em 1953, da Escola de Pesca de Tamandaré, que deu lugar ao

Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do Nordeste (CEPENE).

Os principais tensores identificados nos diagnósticos para a elaboração do Plano de Manejo

foram o tráfego desordenado de embarcações e as ameaças à integridade e biodiversidade

dos ambientes recifais. Os objetivos dessa zona voltam-se, portanto, a recuperação e

conservação desses ambientes, à regulação e controle do tráfego de embarcações e à

conservação dos seus atrativos turísticos naturais e do seu potencial pesqueiro.

Objetivos gerais da Zona Marítima:

- Conservação da biodiversidade marinha.

- Proteção aos ambientes recifais.

- Recuperação do estoque pesqueiro.

- Ordenamento das atividades turísticas e pesqueira.

- Excelente balneabilidade, constantemente monitorada.

- Educação e informação ambiental por meio de programas sistemáticos e permanentes.

A Zona Marítima está dividida em três subzonas, com objetivos distintos: Subzona dos

Recifes, da Plataforma Continental e de Uso Especial. A Subzona dos Recifes estende-se

entre a da linha de costa até a isóbata de 30m (CAMARGO et al., 2007) em faixa

aproximadamente paralela à costa, com largura entre 900 a 2.700m. Apresenta maior

fragilidade ambiental, observando-se a morte de corais e a presença de espécies

superdominantes como o ouriço (Echinometra lucunter), indicadores da necessidade de

medidas que promovam seu uso turístico sustentável e estratégias que permitam a

recuperação dos ambientes recifais. Nesta Zona deverão ser delimitados setores,

devidamente identificados por bóias, onde normas mais restritivas em relação à pesca e à

frequencia de turistas serão aplicadas em sistema de rodízio, com ciclo mínimo de dois anos,

período após o qual o órgão gestor, ouvido o Conselho Gestor da APA, mediante avaliação

de indicadores, decidirá pela permanência das restrições nos mesmos locais, ampliação,

redução ou mudança dos locais.

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A Subzona de Uso Especial corresponde à área conhecida como “área fechada” da APA

Marinha Costa dos Corais, estabelecida pela instrução Normativa ICMBio Nº06/2008, em

local conhecido como Ilha da Barra, em frente às instalações do CEPENE. Voltada à Proteção

Integral da biota, a Subzona de Uso Especial é interditada à pesca e às atividades turísticas e

náuticas não autorizadas e tem como objetivo a preservação da vida marinha e o

monitoramento da recuperação do ambiente recifal, como resultado da iniciativa do

“fechamento”, em 1999.

A Subzona da Plataforma Continental é a terceira subzona a integrar a Zona Marítima, onde

ocasionalmente se observam recifes submersos, mais protegidos. Estende-se até 3 milhas da

linha média da preamar e lá se localiza a Ilha de Santo Aleixo, destino frequente de passeios

náuticos.

2.2.2. ZONA DE TURISMO, VERANEIO E LAZER

A Zona de Turismo, Veraneio e Lazer é integrada pela área urbana de Tamandaré, incluindo a

Praia dos Carneiros, parte da área rural de Rio Formoso, próximo à zona estuarina e

loteamentos litorâneos das praias de Guadalupe, Gamela, Guaiamum e Barra de Sirinhaém,

em Sirinhaém.

Desenvolvem-se atividades de turismo de veraneio e turismo de sol e mar, nos trechos de

praia considerados entre os mais aprazíveis do litoral pernambucano e também os mais

disputados pelos empreendimentos turísticos e imobiliários.

Abriga edificações que integram o patrimônio histórico-cultural de Pernambuco, como o

Forte Santo Ignácio de Loyola (Forte de Tamandaré), as igrejas de São José de Botas de Ouro,

São Pedro e São Benedito, em Tamandaré, e a casa azulejada de Barra de Sirinhaém.

Essa zona apresenta como ponto forte a visibilidade, em especial da Praia de Carneiros.

Entretanto, esse aspecto também se configura em problema, especialmente na alta

temporada, quando ocorrem diversos shows em Tamandaré, aumentando

consideravelmente o consumo de água, a produção de resíduos, o índice de furtos e roubos,

dentre outros impactos negativos, como a forte especulação imobiliária, em especial na área

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de Carneiros. Em Tamandaré concentra-se a oferta de bares, restaurantes, pousadas, flats,

condomínio e marinas, conferindo à área uma média densidade de equipamentos turísticos.

Os principais problemas identificados nessa Zona foram relativos à falta de saneamento

ambiental (coleta e destinação de resíduos, drenagem, abastecimento de água); dificuldade

de acesso e sinalização deficiente; insegurança pública e uso desordenado do território. Na

área de Sirinhaém, destaca-se a presença de barracas sem condições adequadas de higiene,

disposição inadequada de resíduos, deficiência de controle urbano e segurança e invasão da

faixa de praia pelas construções. Avaliou-se que, de forma geral, todos os problemas

convergem para a falta de infraestrutura urbana, de instrumentos e de ações eficazes de

gestão pública.

Um dos aspectos problemáticas na Zona de Turismo, Veraneio e Lazer é sazonalidade

turística; por outro lado, observações indicam que, apesar do fluxo turístico ser mais intenso

no verão – dezembro, janeiro e fevereiro – há um fluxo diário de turistas na região, que se

reduz e se mantém nos demais meses do ano, garantido por empresas de turismo receptivo

de Recife e de Porto de Galinhas.

Conflitos são observados entre proprietários de terra e o poder público municipal com

relação ao acesso à praia dos Carneiros por moradores do município e visitantes, o qual é

dificultado em função da existência de grandes propriedades privadas. Por outro lado,

apesar de ser um destino altamente valorizado, os atuais proprietários, que se encontram

organizados em associação, reclamam não haver providências efetivas do poder público

para promovê-la como área turística, principalmente no que se refere à segurança, limpeza e

controle urbano.

A Zona de Turismo, Veraneio e Lazer tem seus objetivos voltados à qualidade da vida

urbana, desenvolvimento sustentável do turismo e valorização da paisagem natural.

Objetivos gerais da Zona de Turismo, Veraneio e Lazer:

- Ocupação imobiliária ordenada, aliada à conservação ambiental.

- Atividades turísticas adequadas ambientalmente.

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- Valorização da paisagem e do patrimônio histórico e cultural (material e imaterial).

- Controle ambiental realizado em parceria com municípios.

- Condução de Programas de Educação Ambiental continuada, das naturezas formal e

informal.

Três subzonas foram delimitadas nessa área, merecedoras de especial atenção e com

objetivos específicos particularizados: a Reserva Natural de Restinga de Tamandaré

(respeitando-se o nome adotado no Plano Diretor do município), os Terraços Marinhos de

Gamela e Guadalupe e a Praia dos Carneiros.

A Reserva Natural da Restinga de Tamandaré situa-se entre o rio Ariquindá e a Via

Litorânea de acesso a Praia de Carneiros, conforme delimitação do Plano Diretor de

Tamandaré vigente na aprovação deste zoneamento, onde deverá ser incentivada a criação

de Área Verde ou Unidade de Conservação Municipal. Reúne expressiva biodiversidade

vegetal e faunística, notadamente de aves. Seus objetivos específicos:

- Preservação da paisagem e da biodiversidade da restinga.

- Uso público controlado.

- Ecoturismo e práticas de educação e interpretação ambiental.

Os Terraços Marinhos de Gamela e Guadalupe apresentam-se em faixa de 50m a 270 m do

limite do terraço marinho ao interior, com fisionomia de restinga arbustiva estabelecida em

terraços marinhos retrabalhados pelo vento, com elevado valor paisagístico. Seus objetivos

específicos são:

- Preservação e valorização da paisagem e

- Proteção ao relevo litorâneo.

A Praia dos Carneiros foi delimitada da linha média de preamar até o limite da Via Litorânea

(Via Contorno de Carneiros) e destaca-se pelos coqueirais como principais elementos da

paisagem cultural do litoral pernambucano. É um destino turístico cobiçado e valorizado

justamente pela baixa taxa de ocupação e aspecto dos antigos sítios de praia. Incorpora a

igreja de São Benedito como patrimônio histórico-cultural. Os objetivos específicos da

Subzona Praia dos Carneiros são:

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- Conservação e valorização da paisagem litorânea.

- Garantia de acesso à praia aliada à prestação de serviços públicos de limpeza, segurança e

informações ambientais.

2.2.3. ZONA RURAL DIVERSIFICADA

A Zona Rural Diversificada da APA de Guadalupe estabelece-se sobre terreno cristalino, a

oeste da APA, reunindo as áreas com ocupação agrícola, tanto do agronegócio quanto da

pequena e média propriedade rural, incluídas as áreas de agricultura familiar em

assentamentos da reforma agrária, assim como o Núcleo Urbano de Rio Formoso. Dominam

as extensões contínuas de cana-de-açúcar, observando-se também cultivos de coqueiros e

outras fruteiras, agricultura familiar, seringueira e áreas de pasto.

Abrange numerosos fragmentos da floresta ombrófila, unidade fitoecológica integrante da

Mata Atlântica, e abrange todo entorno da Reserva Biológica de Saltinho. Resguarda as

nascentes, alto e médio cursos dos rios e riachos formadores da bacia GL4 (pequenos rios

litorâneos). Apresenta vocação ao turismo rural, científico e ao ecoturismo, além de abrigar

locais de importância histórico-cultural como o Engenho Siqueira, onde se encontra uma

comunidade quilombola, e o Engenho Machado, atual Estrela do Norte.

Nessa Zona foi identificado como principal problema ambiental a fragmentação florestal e

perda de habitantes para as espécies da flora e fauna, resultado da hegemônica

monocultura canavieira, que isola pequenos remanescentes de matas, e da prática de

desmatamento para produção de carvão vegetal e exploração da lenha, principalmente para

padarias da região. Os diagnósticos relataram ainda a ocorrência de caça de animais

silvestres e apontaram as queimadas como uma das causas da perda de biodiversidade,

ameaçando as áreas com remanescentes florestais. Essa prática é adotada pelo pequeno

agricultor, para preparo do terreno para plantio, e é também usual para colheita da cana.

Observou-se forte resistência por parte do setor empresarial para redução gradativa dessa

prática, alegando-se os tradicionais motivos para continuar adotando a queima da palha da

cana: dificuldade de mecanização e atendimento às necessidades do trabalhador.

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Representantes do setor dizem tomar todos os cuidados requeridos para a queima

controlada, mas os resultados são questionados por outros atores sociais.

Além da queima como prática, mencionaram-se queimadas acidentais e criminosas,

mostrando ser o monitoramento e controle do fogo uma questão importante para a garantia

da integridade dos remanescentes florestais existentes.

Áreas de preservação permanente degradadas e incapazes de cumprir seu papel ambiental

foi outro dos problemas identificados. Iniciativas de usina da região foram bem avaliadas,

mas consideradas pontuais, havendo necessidade de se contar com programas amplos de

restauração ambiental das áreas marginais dos rios. Por outro lado, a extração de areia,

licenciada ou irregular, é um sério obstáculo ao sucesso dessas iniciativas, pois degradam

intensamente o ambiente. Esse problema foi apontado especificamente no Rio Sirinhaém,

atingindo suas margens e seu leito.

A contaminação dos solos e das águas por resíduos sólidos, efluentes domésticos, agrícolas e

industriais foi apontada como um dos problemas que comprometem a biodiversidade local.

O uso não controlado de fertilizantes e agrotóxicos foi avaliado como resultado da falta de

fiscalização e monitoramento das práticas adotadas pelo agronegócio e da inexistência de

assistência aos pequenos produtores.

A ausência programas de capacitação dos agricultores foi também identificada como a causa

de vários problemas relacionados ao uso inadequado do solo, degradação dos ambientes

ribeirinhos e desmatamentos em áreas de Mata Atlântica. Não há incentivos à adoção de

práticas sustentáveis como agroecologia e sistemas agroflorestais, ou adoção de medidas de

conservação do solo e da água e de recuperação ambiental.

A adoção de modelos sustentáveis de produção, incluídas as práticas de ecoturismo, foi

considerada como fator gerador de emprego e renda, podendo melhorar o quadro de

pobreza local. Apesar de pontuais, há experiências com sistemas agroflorestais que podem

ser replicadas, e a possibilidade de formação de corredores ecológicos, exigindo-se, no

entanto, capacitação, incentivo, assistência técnica e fiscalização. A existência da APA e a

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possibilidade de atrair parcerias, além das atividades já desenvolvidas de educação

ambiental são potencialidades importantes.

Objetivos gerais da Zona Rural Diversificada:

- Propriedades rurais adequadas ambientalmente.

- Solos e recursos hídricos conservados e livres de contaminação.

- Inexistência de desmatamento e queimadas em matas.

- Restauração ambiental das áreas de preservação permanente.

- Reservas legais averbadas, restauradas, conservadas e monitoradas.

- Fragmentos florestais mapeados, estudados e monitorados.

- Desenvolvimento de atividades de ecoturismo, turismo rural e turismo científico.

- Estabelecimento de corredores ecológicos entre fragmentos florestais.

- Controle da atividade mineradora e de práticas degradadoras do solo e do relevo.

- Fiscalização e controle ambiental integrados com extensão rural e defesa sanitária.

- Valorização do patrimônio histórico-cultural (material e imaterial).

- Condução de programas de educação ambiental continuada, formal e informal.

- Ampliação da área com cobertura florestal nativa, em 10 anos, dos atuais 4.182,01 ha para

6.163,62 ha, correspondentes a 20% da área rural da APA.

- Controle do uso do fogo para colheita e/ou preparo do terreno, com uso de aceiros e

estímulo a formação de brigadas contra incêndios.

- Redução do efeito de borda nos fragmentos florestais, com plantio de árvores de espécies

nativas ou exóticas não invasoras nas áreas limítrofes.

- Adoção de práticas agropecuárias conservacionistas do solo e da água, nas áreas de

produção.

- Monitoramento da qualidade da água na rede fluvial.

- Adoção de sistemas agroflorestais e práticas agroecológicas, notadamente na produção de

alimentos, com agregação de valor socioambiental para comercialização junto aos setores

de serviços turísticos.

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Não foram apontadas subzonas para essa zona, sendo os objetivos gerais válidos para toda

ela. É preciso observar que a quase totalidade da Zona de Amortecimento da Rebio de

Saltinho se encontra nessa subzona, exigindo maior rigor no que se refere a controle de

agrotóxicos, fogo, espécies invasoras e demais ameaças à integridade da Zona de

Preservação de Vida Silvestre.

2.2.4. ZONA DE PROTEÇÃO ESTUARINA E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS

A Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas Integrados engloba complexos ambientais

integrados por fragmentos de floresta ombrófila de terras baixas, restingas, praias e

manguezais, inclusive áreas de apicuns ou salgados, característicos do litoral pernambucano

e em bom estado de conservação.

Nessa zona, foram inúmeros os relatos da presença de produtos químicos nos rios

provenientes das usinas a montante e das fazendas de camarão existentes no município de

Sirinhaém e Rio Formoso. Em relação às usinas, esse problema é configurado,

principalmente, pelo carreamento, para os cursos d’água, de restos de produtos químicos e

orgânicos, resultantes da utilização de agrotóxicos e do vinhoto como fertilizante no cultivo

da cana-de-açúcar. É agravado pela ausência de sistema de coleta e tratamento de esgotos

domésticos, e pelo lançamento de vinhoto nos cursos d’água, no período de beneficiamento

da cana. São problemas que devem ser tratados, portanto, com um controle mais rigoroso

nas Zonas Rural Diversificada e de Turismo, Veraneio e Lazer.

No tocante as fazendas de camarão, o problema é agravado pelo fato de tornar os estuários

da região suscetíveis a possível invasão por espécies exóticas, uma vez que a espécie de

camarão utilizada para cultivo pelas fazendas da região é exótica. Embora ainda não existam

relatos na literatura da presença de tais espécies nos estuários da APA de Guadalupe, foi

relatado por participantes das oficinas que é comum ocorrerem aberturas acidentais das

comportas dos viveiros.

O turismo desordenado na região tem provocado alguns problemas ambientais,

principalmente devidos ao tráfego e ancoragem de embarcações, prejudicando as práticas

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de pesca tradicional pela ocupação dos espaços de pesca por marinas e barcos de veranistas

e turistas.

As unidades fitoecológicas encontradas na Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas

Integrados têm proteção legal rigorosa, mas são necessárias ações mais efetivas de

fiscalização. Os objetivos gerais reafirmam a necessidade de preservar estrutura, diversidade

e extensão dos remanescentes dos ecossistemas naturais, garantir que os usos do seu

entorno sejam compatíveis com essa preservação e buscar o desenvolvimento sustentável

do turismo e do veraneio.

Objetivos gerais da Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas Integrados

- Ecossistemas naturais preservados.

- Atividades turísticas e pesqueiras controladas e monitoradas.

- Ocupação imobiliária regulada, aliada à conservação ambiental.

- Proteção aos corpos hídricos, inclusive como forma de evitar deposição de sedimentos

sobre os corais na Zona Marítima.

A Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas Integrados é formada por duas subzonas. Na

Subzona Estuarina do Rio Formoso incluem-se as áreas de mangues, apicuns e faixas de

restinga em Tamandaré, Rio Formoso e Sirinhaém, às margens do rio Formoso e seus braços

e afluentes: Goicana, dos Passos, Porto das Pedras, Lemenho e Ariquindá, abrangendo ainda

a Mata de Carneiros, em Tamandaré, e o promontório do Cruzeiro do Reduto, em Rio

Formoso. Destaca-se pela diversidade de ecossistemas, riqueza em espécies da flora e fauna

e grande beleza cênica, atributos ambientais e paisagísticos que a habilitam a abrigar uma

Unidade de Conservação de Proteção Integral, incluindo trechos da bacia do estuário,

mangues e restinga, voltada à preservação de espécies marinhas. Os objetivos específicos

das ações nessa subzona são o controle do tráfego de embarcações e a restauração

ambiental e qualificação turística do mirante do Reduto.

A Subzona do Complexo Ambiental Ilhetas-Mamucabas reúne mangues, restingas e matas

do estuário dos rios Ilhetas e Mamocabas, inclusive as matas da Gia e da Pedra do Conde,

com baixa taxa de ocupação e atividades turísticas de baixo impacto ambiental. A atividade

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agrícola está presente em áreas de produção familiar, em assentamentos, e em grandes

fazendas de coqueiros. Os objetivos específicos são a manutenção de baixa densidade de

ocupação, o desenvolvimento do ecoturismo e turismo rural e a adoção de práticas agrícolas

de baixo impacto ambiental.

2.2.5. ZONA DE PRESERVAÇÃO DA VIDA SILVESTRE

Localizada no antigo Engenho Saltinho, nome do riacho ali existente de onde é captada água

para o abastecimento de Tamandaré, a Reserva Biológica de Saltinho foi assim estabelecida

em 1983, pelo decreto Federal Nº 88744. Abrange 548 ha, a maior parte em Tamandaré,

com uma pequena extensão no território de Rio Formoso. Sua vegetação é de floresta

ombrófila densa de terras baixas, com expressiva cobertura florestal e elevada riqueza de

flora e fauna. Sua gestão é responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Diversidade.

Objetivos gerais da Zona de Preservação da Vida Silvestre:

- Contribuir para a conservação dos recifes costeiros da foz do rio Mamucabas, por meio da

conservação dos recursos hídricos.

- Proteger espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção da flora e fauna nativas.

- Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade da Mata Atlântica nordestina,

ocorrente no Litoral Sul de Pernambuco.

- Propiciar o desenvolvimento de pesquisas científicas, estudos e monitoramento ambiental

dos recursos naturais na Unidade de Conservação.

2.3. USOS INCENTIVADOS, TOLERADOS E PROIBIDOS NAS ZONAS E SUBZONAS DA APA DE

GUADALUPE

A consecução dos objetivos gerais e específicos enunciados para zonas e subzonas da APA de

Guadalupe depende da eficácia e da articulação de medidas de promoção e incentivo com

ações de controle e fiscalização, mediadas por ações de informação e educação ambiental.

Os usos e atividade incentivados devem ser objeto de Programas do Plano de Manejo assim

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como podem integrar a pauta de projetos a serem acordados e desenvolvidos com parcerias

de órgãos e entidades governamentais e não governamentais.

Algumas das restrições apontadas são válidas para todas as zonas por serem determinadas

por leis federais ou estaduais, com vigência independente do zoneamento. É o caso, por

exemplo, da caça de espécimes da fauna, da destruição ou danos a florestas consideradas de

preservação permanente e dos danos diretos ou indiretos às Unidades de Conservação,

considerados crimes ambientais pela Lei Nº 9605/1998. Algumas proibições expressas aqui,

se bem que previstas em lei e com vigência bem mais ampla, foram ressaltadas em zonas

específicas como forma de relevar a importância de seu cumprimento para o atendimento

dos objetivos ali explicitados.

Na Zona Marítima objetiva-se impedir os danos diretos e indiretos aos recifes e coibir a

pesca predatória, além de regulamentar o uso do solo nas duas ilhas. A restrição de uso de

determinados petrechos de pesca na subzona dos recifes está fundamentada no impacto

causado, sendo dois deles (arpão, desde que não seja utilizado equipamento para

fornecimento de ar, e rede de espera) tolerados apenas para pescadores cadastrados em

suas Colônias (Quadro 4).

Na Subzona dos Recifes prevê-se a definição de Setores especiais de proteção da vida

marinha, delimitados posteriormente à publicação do plano de manejo da APA de

Guadalupe, a partir de reuniões de seu conselho consultivo, na qual terão prioridade de voz

os conselheiros diretamente afetados pelas atividades ali desenvolvidas.

O objetivo dos setores é garantir uma adequada recuperação da vida marinha,

compatibilizando-a com o turismo contemplativo no ambiente recifal e a pesca ordenada.

Como princípio norteador das estratégias propostas de restrição de pisoteio, navegação e

pesca, entende-se que essas serão capazes, como provado em iniciativas semelhantes, de

aumentar a diversidade de espécies marinhas e o tamanho dos exemplares, o que

possibilitará incremento no potencial turístico e pesqueiro da área e permitirá mais

produtividade na atividade pesqueira, posto que os peixes ali protegidos circularão em áreas

abertas à pesca, melhorando o seu desempenho.

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Os setores deverão ser demarcados com bóias e serão de dois tipos: a) de incentivo à pesca

artesanal e b) de incentivo ao turismo contemplativo

Nos setores de incentivo ao turismo contemplativo serão proibidas as formas de pesca que

sejam incompatíveis com essa atividade, notadamente a pesca com arpão e com rede, por

promover risco de acidentes e alterar o comportamento dos peixes.

Nos setores de incentivo à pesca artesanal serão restritas as atividades turísticas que

dificultem a atividade, notadamente a circulação de embarcações a motor, de passeio ou

turismo, o mergulho e a pesca recreativa.

A implementação dos setores de proteção à vida marinha será monitorada como “projeto

piloto” e após 24 meses averiguada a efetividade da ferramenta. Deverão ser utilizadas

áreas com notável potencial turístico e que possam ter a pesca restrita sem comprometer o

meio de vida de pescadores artesanais.

Os pescadores artesanais que reconhecidamente utilizem as áreas escolhidas para compor

os setores especiais terão prioridade na capacitação para melhor utilização da área, frente as

restrições impostas.

Serão planejadas e implementadas trilhas subaquáticas com diferentes níveis de dificuldade

e paisagens, bem como elaborados estudos de capacidade de suporte de cada percurso e

definidos locais para atracar embarcações fora da área dos corais.

Na Subzona de Uso Especial, as restrições de atividades pesqueiras e turísticas são mais

severas, com vistas a avaliar, em longo prazo, o impacto de iniciativa conduzida desde abril

de 1999 (Quadro 5).

Na Zona de Turismo, Veraneio e Lazer as restrições impostas pelo zoneamento visam

desestimular o aumento da densidade ocupacional e manter a paisagem natural, não só para

conservar a diversidade existente, mas também para resguardar os atributos que fazem essa

zona um destino turístico valorizado do litoral sul de Pernambuco. As restrições mais severas

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nas subzonas propostas visam à conservação da paisagem e a valorização dos atributos

turísticos (Quadros 6 e 7).

Na Zona Rural Diversificada, as prioridades de conservação voltaram-se aos fragmentos

florestais e aos recursos hídricos, impondo-se restrições que exigem fiscalização e controle

ambiental efetivos. Há, nessa zona, a necessidade de ações efetivas de restauração

ambiental, notadamente das áreas de preservação permanente e reservas legais e é

importante que os tensores ambientais que possam comprometer a integridade e/ou

recuperação dessas áreas sejam controlados. O uso do fogo como prática agrícola é

considerado tolerável, desde que cumpridas as exigências dispostas em normas próprias

para a queima controlada, exigindo-se aceiros aos quais se deverá dar a necessária

manutenção, de forma a evitar a queima acidental das áreas de mata e de preservação

permanente em recuperação, assim como minimizar o efeito danoso da fumaça e do calor

na fauna e flora local. Espécies exóticas podem ser cultivadas com fins comerciais desde que

precedido de estudo técnico e adoção de medidas preventivas contra invasão biológica

(Quadro 8).

A Zona de Proteção Ambiental Estuarina e Ecossistemas Integrados é que reúne maior

complexidade de ambientes, conjugando muitas características das demais e recebendo

delas forte influência. As restrições do Quadro 9 buscam preservar os ecossistemas naturais,

a biodiversidade e as atividades tradicionais, possibilitar a ocupação e uso ordenados,

potencializando os atributos que possibilitam a ecoturismo, o turismo rural e o veraneio

sustentável. Especial atenção foi dada à circulação de embarcações na área estuarina do Rio

Formoso e seus afluentes, haja vista os problemas de poluição hídrica e sonora,

solapamento de margens (notável às margens do rio Ariquindá), prejuízos à pesca artesanal

e risco à segurança de banhistas (Quadro 10).

O Quadro 11 sintetiza as atividades permitidas e proibidas na Reserva Biológica de Saltinho,

devendo ser consultado o seu Plano de Manejo (IBAMA, 2003).

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Quadro 4. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona Marítima da APA de Guadalupe.

ZONA MARÍTIMA

Objetivos gerais Usos e atividades

Incentivados Tolerados Proibidos

- Conservação da

biodiversidade marinha.

- Proteção aos

ambientes recifais.

- Recuperação do

estoque pesqueiro.

- Ordenamento das

atividades turísticas e

pesqueira.

- Excelente

balneabilidade,

constantemente

monitorada.

- Educação e informação

ambiental por meio de

programas sistemáticos

e permanentes.

I. Adoção de instrumentos e meios de fiscalização adequados para o efetivo cumprimento das leis.

II. Sinalização preventiva e educativa.

III. Monitoramento ambiental e pesquisas aplicadas para avaliar a capacidade de suporte dos recifes.

IV. Ecoturismo marinho. V. Educação ambiental de

pescadores, barqueiros e turistas.

I. Pesca de arpão sem

fornecimento de ar apenas

quando realizada por

pescadores filiados às Colônias

de pescadores da APA.

II. Pesca com rede de espera

apenas quando realizada por

pescadores filiados às Colônias

de pescadores da APA.

III. Circulação de embarcações

autorizadas pelo canal de

navegação na área fechada da

ilha da Barra (Subzona de Uso

Especial)

I.Extração de corais, algas calcárias, substrato recifal, cascalho e areia.

II.Pesca com arpão ou bicheiro, com fornecimento de ar. III.Pesca submarina com arpão ou bicheiro sem fornecimento de

ar, por pessoas não cadastradas nas Colônias de Pescadores da APA.

IV. Uso de explosivos ou substâncias químicas que facilitem a pesca.

V. Pesca com rede de arrasto e de caceia nos recifes. VI. Coleta, comercialização e transporte de Hippocampus spp

(cavalo-marinho) assim como outros peixes e organismos de características ornamentais.

VII. Captura, comercialização e transporte do mero (Epinephelus itajara) e tubarão-lixa (Ginglysmostoma cirratum).

VIII. Preparo, comercialização e consumo de alimentos nos recifes. IX. Comércio ambulante nos recifes. X. Ancoragem de embarcações e jet-skys nos recifes.

XI. Construção de qualquer natureza sobre os recifes. XII. Lançamento de resíduos e efluentes de qualquer natureza,

sem o tratamento adequado. XIII. Qualquer forma de ocupação do solo na Ilha do Coqueiro. XIV.Construção fixa ou equipamento permanente na faixa de

praia, medida a partir da linha máxima de preamar (33m em direção ao continente) e impermeabilização do solo em mais de 20% (vinte por centos) da área na Ilha de Santo Aleixo.

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Quadro 5. Objetivos e restrições adicionais nas subzonas da Zona Marítima da APA de Guadalupe.

Subzonas da Zona Marítima da APA de Guadalupe

Subzona Objetivos específicos Restrições adicionais e incentivos especiais

dos Recifes

- Conservação da biodiversidade marinha

- Turismo de mergulho contemplação ordenado e

implementado

- Tráfego de embarcações ordenado

Serão definidos setores especiais, onde o ordenamento da pesca artesanal e do turismo

contemplativo receberá maior incentivo e planejamento.

de Uso

Especial

- Preservação da biodiversidade marinha.

- Restauração das condições ambientais dos recifes.

Proíbe-se:

I. Pisoteio dos recifes

II. Atividade pesqueira com qualquer petrecho.

III. Turismo náutico.

IV. Circulações de barcos não autorizados pelo CEPENE.

Plataforma

Continental

- Tráfego de embarcações ordenado Será estimulada a presença sistemática de agentes de fiscalização da Marinha, em atividades

de natureza informativa e coercitiva.

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Quadro 6. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona de Turismo, Veraneio e Lazer da APA de Guadalupe. ZONA DE TURISMO, VERANEIO E LAZER

Objetivos gerais Usos e atividades

Incentivados Tolerados Proibidos

- Ocupação imobiliária

ordenada, aliada à

conservação

ambiental.

- Atividades turísticas

adequadas

ambientalmente.

- Valorização da

paisagem e do

patrimônio histórico e

cultural.

- Controle ambiental

realizado em parceria

com municípios.

- Educação ambiental

formal e informal, em

programas

permanentes.

I. Recuperação e preservação das áreas de restinga.

II. Criação de áreas verdes de uso púbico. III. Apoio direto à elaboração e/ou revisão dos

Planos Diretores municipais, com vistas à melhoria dos instrumentos de ordenamento da ocupação do solo urbano.

IV. Valorização das práticas de turismo sustentável e certificação ambiental de hotéis e pousadas.

V. Campanhas de coleta seletiva e destinação adequada, em projetos de reciclagem e compostagem de resíduos orgânicos.

VI. Preservação, valorização e utilização sustentável do patrimônio histórico e cultural como o Forte Santo Ignácio de Loyola, as Igrejas de São Pedro, São José de Botas e São Benedito, em Tamandaré.

VII. -Criação de passeios e trilhas para atrativos de turismo ecológico, tendo como guia a população residente, capacitada para esse fim.

VIII. Capacitação da mão-de-obra para o turismo ecológico.

IX. Educação ambiental informal e apoio à educação ambiental formal.

I. Parcelamentos de

terrenos, desde que os

lotes não sejam inferiores

a 1000m2.

II. Empreendimentos

turísticos/ hoteleiros

desde que em

observância as normas

deste zoneamento quanto

a ocupação do terreno,

com projetos

arquitetônicos integrados

à paisagem e

devidamente licenciados,

com especiais cuidados

em relação ao sistema de

coleta e tratamento de

esgotos, reuso da água,

coleta e destinação de

resíduos sólidos e

manutenção de área

verde.

I. Edificações definitivas ou qualquer forma de ocupação do solo que impeçam ou dificultem o acesso público às praias e ao mar, que deverá ser garantido a cada 250m.

II. Aterro de maceiós e manguezais. III. Danos ou supressão da vegetação remanescente

de mangues, restinga e floresta ombrófila, em qualquer estágio sucessional, a não ser em casos de utilidade pública ou interesse social, previstos em lei.

IV. Instalação de lixões e aterro, assim como disposição de lixo em locais inadequados.

V. Lançamento, nos cursos de água, de efluentes domésticos e industriais sem tratamento adequado.

VI. Exploração comercial de areia, argila e material rochoso.

VII. Construção fixa ou equipamento permanente na faixa de praia, medida a partir da linha máxima de preamar (33m em direção ao continente).

VIII. Circulação de veículos automotores na faixa de praia, exceto os de serviço público.

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Quadro 7. Objetivos e restrições adicionais nas subzonas da Zona de Turismo, Veraneio e Lazer da APA de Guadalupe.

Subzonas da Zona de Turismo Veraneio e Lazer

Subzonas

Objetivos específicos Restrições adicionais e incentivos especiais

Reserva Natural da Restinga de

Tamandaré

- Preservação da paisagem e da

biodiversidade da restinga.

- Uso público controlado

- Ecoturismo e práticas de

educação ambiental.

I. Edificações, a não ser as necessárias à segurança, serviços e equipamentos básicos de lazer,

não excedendo 5% da extensão de definida como área verde pública.

II. Construções fixas ou equipamento permanente a menos de 100 m da margem do rio

Ariquindá.

III. Introdução de espécies vegetais não nativas para fins produtivos ou paisagísticos.

Terraços marinhos de Gamela e

Guadalupe

- Preservação e valorização da

paisagem.

- Proteção ao relevo litorâneo.

I. Construções definitivas ou temporárias em faixa de 50 a 270 m em direção ao continente,

contados a partir da borda do terraço.

II. Introdução de espécies vegetais não nativas para fins produtivos ou paisagísticos.

Praia dos Carneiros

- Conservação e valorização da

paisagem litorânea.

- Garantia de acesso à praia

aliada à prestação de serviços

públicos de limpeza, segurança

e informações ambientais.

I. Taxa de ocupação superior a 0,3, impermeabilização do lote superior a 35% e gabarito de

construção superior a 3 pavimentos ou 12m.

II. Corte de exemplares de coqueiros sem apresentação de Declaração de Corte e reposição por

igual número de árvores justificadamente abatidas.

III. Edificações de qualquer natureza, mesmo de caráter temporário, na faixa de 50m contados a

partir da preamar máxima.

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Quadro 8. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona Rural Diversificada da APA de Guadalupe.

ZONA RURAL DIVERSIFICADA

Objetivos gerais Usos e atividades

Incentivados Tolerados Proibidos

- Propriedades rurais adequadas ambientalmente. - Solos e recursos hídricos conservados e livres de contaminação. - Restauração ambiental das áreas de preservação permanente. - Reservas legais averbadas, restauradas, conservadas e monitoradas. - Fragmentos florestais mapeados, estudados e monitorados. - Desenvolvimento de atividades de ecoturismo, turismo rural e turismo científico. - Estabelecimento de corredores ecológicos entre fragmentos florestais. - Controle da atividade mineradora e de práticas degradadoras do solo e do relevo. - Fiscalização e controle ambiental integrados com extensão rural e defesa sanitária. - Valorização do patrimônio histórico-cultural (material e imaterial).

I. Licenciamento ambiental das atividades agrícolas.

II. Demarcação, averbação e monitoramento do estado de conservação das reservas legais das propriedades rurais e projetos de assentamento.

III. Restauração ambiental das áreas de preservação permanente.

IV. Projetos de compensação ambiental com espécies nativas em áreas de assentamentos rurais.

V. Criação de unidades de conservação incluindo fragmentos florestais remanescentes.

VI. Estabelecimento de corredores ecológicos, melhorando a conectividade entre fragmentos.

VII. Controle biológico de pragas e doenças e cultivo com práticas de conservação do solo.

VIII. Produção agroecológica e comercialização local dos produtos agropecuários.

IX. Produção de sementes e mudas de espécies nativas.

X. Sistemas agroflorestais e silvicultura.

I. Queima da palha da cana para

colheita, desde que autorizada como

queima controlada, em observância a

legislação vigente, e respeitado o que

estabelece as proibições V e VI deste

quadro.

II. A introdução e cultivo, no território da

APA, de espécies vegetais e animais

comerciais exóticas não invasoras

mediante projeto técnico detalhado,

conforme regulamento da CPRH.

III. Supressão de vegetação em

formações florestais da Mata

Atlântica em estágios inicial e médio

de regeneração apenas em caso de

utilidade pública e interesse social.

IV. Supressão de vegetação em

formações florestais da Mata

Atlântica em estágio avançado de

regeneração e de mangues apenas em

caso de utilidade pública.

I. Corte de árvores, supressão de vegetação e queimadas em fragmentos de Mata Atlântica.

II. Caça, captura e manutenção em cativeiro de espécies da fauna nativa.

III. Supressão da vegetação ou qualquer atividade que traga prejuízo à regeneração natural em áreas de preservação permanente e em áreas de estágio inicial de sucessão de Mata Atlântica.

IV. Cultivo em torno de áreas de vegetação natural sem faixa de proteção de 3,0m contra fogo acidental.

V. Uso do fogo para limpeza de terreno ou queima da palha da cana em locais limítrofes a área de preservação permanente e fragmentos florestais, sem aceiro de 8,0 m, que deve ser mantido limpo e não cultivado durante todo o ano.

VI. Uso do fogo para limpeza de terreno ou queima da palha da cana a menos de 50,0 m dos limites de Reserva Biológica de Saltinho, contados a partir do aceiro de 10,0 m, que deve ser mantido limpo e não cultivado durante todo o ano.

Continua ...

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Quadro 8. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona Rural Diversificada da APA de Guadalupe. (Continuação) ZONA RURAL DIVERSIFICADA

Usos e atividades

Incentivados Tolerados Proibidos

- XI. Culturas perenes em áreas com declividade entre 25° e 45°.

XII. Plantios de espécies nativas com fins conservacionista, ornamental ou extrativista.

XIII. Meliponicultura. XIV. Implantação de unidades de

beneficiamento de produtos agroecológicos e tradicionais.

XV. Equipamentos de lazer e turismo, especialmente rural e ecológico;

XVI. Criação de áreas de interesse especial para valorização do patrimônio histórico e cultural

XVII. Monitoramento ambiental participativo e informação ambiental.

XVIII. Capacitação da mão-de-obra para o turismo e atividades tradicionais do núcleo urbano de Rio Formoso.

XIX. Realocação de ocupações indevidas nas áreas de mangue em Rio Formoso.

XX. Atividades de recreação e turismo fluvial no Rio Formoso.

XXI. Pesquisa em restauração ambiental e diagnósticos da biodiversidade.

V. O uso de agroquímicos

em estrita observância à

legislação vigente,

condicionado a

apresentação prévia de

plano de utilização,

elaborado por técnicos

habilitados, detalhando

princípios ativos,

quantidades aplicadas,

medidas de segurança,

destino de embalagens e

demais informações

julgadas necessárias à

segurança ambiental, e de

relatórios semestrais,

conforme regulamento.

VII. Ocupação, mesmo que temporária, de áreas de preservação permanente.

VIII. Utilização de agrotóxicos com Classes I e II de potencial de periculosidade ambiental (PPA), definido conforme Portaria IBAMA Nº 84/1996, nas áreas de preservação permanente e nas definidas como prioritárias para formação de corredores ecológicos. Tais produtos poderão ser excepcionalmente autorizados para o combate de espécies invasoras em áreas de proteção à biodiversidade, conforme regulamento.

IX. Utilização de agrotóxicos das Classes I, II e III de toxidade, definidas na Lei Federal 7802/89 e Decreto 98816/1990, em faixa de 1,0 km (um quilômetro) contígua à Reserva Biológica Saltinho e às áreas de preservação permanente que margeiam os cursos d’água de sua Zona de Amortecimento dessa Reserva Biológica.

X. Lançamento, nos cursos de água e mananciais, de efluentes industriais, domésticos ou de outra natureza, sem tratamento adequado.

XI. Uso de explosivos ou substâncias químicas que facilitem a pesca nos corpos de água.

XII. Culturas de ciclo curto em encostas com declividade superior a 25° (vinte e cinco graus).

XIII. Instalação de lixões bem como deposição inadequada dos resíduos.

XIV. Introdução de espécies exóticas animais e vegetais para fins comerciais sem licença ambiental, concedida após avaliação de estudo ambiental prévio, realizado de acordo com o termo de referência expedido pela CPRH.

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Quadro 9. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona de Proteção Ambiental estuarina e ecossistemas integrados da APA de Guadalupe.

ZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTUARINA E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS

Objetivos gerais

Usos e atividades

Incentivados Tolerados Proibidos

- Ecossistemas naturais

preservados.

- Atividades turísticas e

pesqueiras controladas

e monitoradas.

- Ocupação imobiliária

regulada, aliada à

conservação

ambiental.

- Proteção aos corpos

hídricos, inclusive

como forma de evitar

deposição de

sedimentos sobre os

corais na Zona

Marítima.

I. Monitoramento dos recursos hídricos e biológicos estuarinos.

II. Maricultura (reprodução e engorda) com espécies nativas.

III. Meliponicultura e apicultura. IV. Uso de embarcação a vela e a remo. V. Turismo cultural e ecológico.

VI. Criação e implantação de unidades de conservação abrangendo remanescentes de Mata Atlântica.

VII. Plantios de espécies nativas com fins conservacionista, ornamental ou extrativista.

VIII. Reflorestamento com espécies nativas, em encostas com declividade >25°, em áreas de nascentes e margens de rios.

IX. Preservação da faixa arenosa do rio Ilhetas.

X. Pesquisas científicas voltadas ao inventário da biodiversidade, aos estudos ecológicos e às estratégias de conservação e uso sustentável.

I. Extrativismo tradicional de moluscos

e crustáceos no manguezal.

II. Atividades eventuais de baixo

impacto ambiental em áreas de

preservação permanente.

III. Cultivo de fruteiras arbóreas

tradicionais, preferencialmente

nativas, em terrenos com inclinação

entre 25 e 45°.

IV. Pesca amadora esportiva, conforme

regulamenta a Portaria IBAMA Nº 4

de 19 de março de 2009.

V. Coleta de material biológico, em

conformidade com o disposto pelo

SISBio, regulamentado pela

Instrução Normativa IBAMA

Nº154/2007, sendo dada ciência à

APA, conforme regulamento.

I. Supressão de vegetação, queimadas e corte de árvores em áreas de restinga, manguezais e floresta ombrófila.

II. Caça, captura e manutenção em cativeiro de espécies da fauna nativa.

III. Aterro do manguezal, incluindo áreas de apicum e salgado.

IV. Pesca de tarrafa ou pesca subaquática realizada com ou sem o auxílio de embarcações, utilizando espingarda de mergulho ou arbalete, tridente ou petrechos similares.

V. Captura do caranguejo com redes. VI. Lançamento de produtos tóxicos no estuário.

VII. Instalação de salinas e viveiros no manguezal, apicuns e salgados.

VIII. Lançamento, no estuário, de efluentes urbanos ou industriais, sem tratamento adequado.

IX. Parcelamento para fins urbanos e ocupação com edificações em áreas permanente ou temporariamente alagadas.

X. Mineração, incluindo extração de areia. XI. Coleta, comercialização e transporte de Hippocampus

spp (cavalo-marinho) e outros peixes e organismos de características ornamentais

XII. Uso de explosivos ou substâncias químicas que facilitem a pesca nos corpos d’água.

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Quadro 10. Objetivos e restrições adicionais nas subzonas da Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas Integrados da APA de Guadalupe.

Subzonas da Zona de Proteção Estuarina e Ecossistemas Integrados

Subzona Objetivos específicos Restrições adicionais

Estuarina do Rio

Formoso

- Proteção integral aos ecossistemas da bacia do

estuário, mangues e restingas.

- Controle do tráfego de embarcações.

- Restauração ambiental e qualificação turística do

mirante do Reduto.

I. Edificações definitivas ou qualquer forma de ocupação do solo que impeça ou dificulte o acesso público ao rio e ao estuário, que deverá ser garantido a cada 250m.

II. Tráfego de embarcações comerciais não cadastradas. III. Tráfego de embarcações de esporte e/ou recreio e atividades correlatas não comerciais com potência superior a 450 Hp no largo do estuário, a jusante do píer de Mariassu; IV. Tráfego de embarcações de esporte e/ou recreio e atividades correlatas não comerciais com potência superior a 50 Hp a montante do píer de Mariassu. V. Velocidade de embarcações com motor, superior 30 nós no canal de navegação do Rio Formoso e de 3 nós a partir no limite de 200m da beira de praia.

Complexo Ambiental

Ilhetas-Mamucabas

- Baixa densidade de ocupação.

- Desenvolvimento do ecoturismo e turismo rural.

- Adoção de práticas agrícolas de baixo impacto

ambiental.

I. Cultivo em torno dos fragmentos florestais sem faixa de proteção contra fogo acidental de 3,0m de largura.

II. Uso do fogo para limpeza do terreno. III. Cultivo de ciclo curto em encostas com declividade superior a 25° (vinte e cinco

graus). IV. Parcelamento do solo com lotes inferiores a 1.000m2. V. Nas áreas edificáveis, taxa de ocupação superior a 0,2, impermeabilização do solo

em mais de 30% da área do lote e gabarito superior a 2 pavimentos ou 8 metros. VI. Construção fixa ou permanente, na faixa de restinga, de proteção da

desembocadura dos rios Ilhetas e Mamucabas. Edificações definitivas ou qualquer forma de ocupação do solo que impeça ou dificulte o acesso público às praias, estabelecido a cada 250 m.

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Quadro 11. Usos e atividades incentivados, tolerados e proibidos na Zona de Preservação da Vida Silvestre – Reserva Biológica de Saltinho da APA de Guadalupe.

ZONA DE PRESERVAÇÃO DA VIDA SILVESTRE DA APA DE GUADALUPE – RESERVA BIOLÓGICA DE SALTINHO

Objetivos gerais Usos e Atividades

Incentivados Tolerados Proibidos - Contribuir para a conservação dos

recifes costeiros da foz do rio

Mamucabas, por meio da conservação

dos recursos hídricos.

- Proteger espécies raras, endêmicas e

ameaçadas de extinção da flora e fauna

nativas.

- Contribuir para a preservação e a

restauração da diversidade da Mata

Atlântica nordestina, ocorrente no

Litoral Sul de Pernambuco.

- Propiciar o desenvolvimento de

pesquisas científicas, estudos e

monitoramento ambiental dos recursos

naturais na Unidade de Conservação.

I. Pesquisa científica,

preferencialmente observacional,

de acordo com normas do ICMBio.

II. Diagnósticos de biodiversidade.

III. Educação ambiental e

interpretação da natureza.

Em conformidade com o

estabelecido pela gestão da

unidade.

De acordo com o que estabelece a Lei Nº

9985/200 e Decreto Nº 4340/2002 e o Plano

de Manejo da Unidade, são proibidos usos

diretos que envolvam coleta, corte e consumo

dos recursos, bem como qualquer forma de

intervenção que se contraponha aos objetivos

da Unidade de Conservação, cabendo ao

Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade autorizar o desenvolvimento

das atividades permitidas.

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ANEXOS

ANEXO 1 – RESOLUÇÃO CONAMA Nº 10 DE 14/12/1988

ANEXO 2 – ATA DA OFICINA DE PRÉ-ZONEAMENTO DA APA

DE GUADALUPE

ANEXO 3 – ATA DA OFICINA PARA APRESENTAÇÃO DA

PROPOSTA DE ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE

ANEXO 4 - MAPA DA PROPOSTA DE ZONEAMENTO

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ANEXO 1 – RESOLUÇÃO CONAMA Nº 10 DE 14/12/1988

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RESOLUÇÃO CONAMA Nº 10, DE 14-12-1988 O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 8º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e o artigo 7º do Decreto nº 88.351, de 01 de junho de 1983, RESOLVE: Artigo 1º - As áreas de proteção ambiental - APA`s são unidades de conservação, destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes, visando à melhoria da qualidade de vida da população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais. Artigo 2º - Visando atender aos seus objetivos, as APA`s terão sempre um zoneamento ecológico-econômico. Parágrafo Único - O zoneamento acima referido estabelecerá normas de uso, de acordo com as condições locais bióticas, geológicas, urbanísticas, agropastoris, extrativistas, culturais e outras. Artigo 3º - Qualquer que seja a situação dominial de uma área, a mesma poderá fazer parte de uma APA. § 1º - Se houver na área decretada outra unidade de conservação, de manejo, ou outras situações especiais de proteção ambiental, administradas efetivamente pelo Poder Público, as mesmas serão consideradas como zonas de usos especiais. § 2º - Em relação às atividades antrópicas realizadas nas zonas especiais, a administração da APA terá sempre ação supletiva, para assegurar que os objetivos previstos na Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, sejam mantidos. Artigo 4º - Todas as APA`s deverão ter zona de vida silvestre nas quais será proibido ou regulado o uso dos sistemas naturais. § 1º - As Reservas Ecológicas públicas ou privadas, assim consideradas de acordo com o Decreto Federal nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984, e outras áreas com proteção legal equivalente, existentes em território das APA`s, constituirão as Zonas de Preservação de Vida Silvestre. Nela serão proibidas as atividades que importem na alteração antrópica da biota. § 2º - Serão consideradas como Zona de Conservação de Vida Silvestre as áreas nas quais poderá ser admitido um uso moderado e auto-sustentado da biota, regulado de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas naturais. Artigo 5º - Nas APA`s onde existam ou possam existir atividades agrícolas ou pecuárias, haverá Zona de Uso Agropecuário, nas quais serão proibidos ou regulados os usos ou práticas capazes de causar sensível degradação ao meio ambiente. § 1º - Para os efeitos desta Resolução, não é admitida nessas zonas a utilização de agrotóxicos e outros biocodas que ofereçam riscos sérios na sua utilização, inclusive ao que se refere ao seu poder residual. A SEMA relacionará as classes de agrotóxicos de uso permitido nas APA`s. § 2º - O cultivo da terra será feito de acordo com as práticas de conservação do solo

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recomendadas pelos órgãos oficiais de extensão agrícola. § 3º - Não será admitido o pastoreio excessivo, considerando-se como tal aquele capaz de acelerar sensivelmente os processos de erosão. Artigo 6º - Não serão permitidas nas APA`s as atividades de terraplenagem, mineração, dragagem e escavação que venham a causar danos ou degradação do meio ambiente e/ou perigo para pessoas ou para a biota. Parágrafo Único - As atividades acima referidas, num raio mínimo de 1.000 (mil) metros no entorno de cavernas, corredeiras, cachoeiras, monumentos naturais, testemunhos geológicos e outras situações semelhantes, dependerão de prévia aprovação de estudos de impacto ambiental e de licenciamento especial pela entidade administradora da APA. Artigo 7º - Qualquer atividade industrial potencialmente capaz de causar poluição, além da licença ambiental prevista na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, deverá também ter uma licença especial emitida pela entidade administradora da APA. Artigo 8º - nenhum projeto de urbanização poderá ser implantado numa APA, sem prévia autorização de sua entidade administradora, que exigirá: a) adequação com o zoneamento ecológico-econômico da área; b) implantação de sistema de coleta e tratamento de esgoto; c) sistema de vias públicas sempre que possível e curvas de nível e rampas suaves de águas pluviais; d) lotes de tamanho mínimo suficiente para o plantio de árvores em pelo menos 20% (vinte por cento) da área do terreno; e) programação de plantio de áreas verdes com uso de espécies nativas; f) traçado de ruas e lotes comercializáveis com respeito à topografia com inclinação inferior a 10% (dez por cento). Artigo 9º - Nos loteamentos rurais, os mesmos deverão ser previamente aprovados pelo INCRA e pela entidade administradora das APA`s. Parágrafo Único - A entidade administradora da APA poderá exigir que a área que seria destinada, em cada lote, à reserva legal para defesa da floresta nativa e áreas naturais, fiquem concentradas num só lugar, sob a forma de condomínio formado pelos proprietários dos lotes. Artigo 10 - A vigilância da APA poderá ser efetuada mediante termo de acordo entre a entidade administradora do Poder Público e organizações não governamentais aptas a colaborar e de reconhecida idoneidade técnica e financeira. Artigo 11 - Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. FONTE D.O.U DATA PUB. 11/08/1989 SEÇÃO I VOLUME 127 PÁGINA 13660-13661 FASC. 153

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ANEXO 2 – ATA DA OFICINA DE PRÉ-ZONEAMENTO DA APA DE

GUADALUPE

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ATA DA OFICINA DE PRÉ-ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE

Aos 9 dias do mês de dezembro de dois mil e dez, às 10 horas, na colônia de férias do

SESI, sito na sito na Avenida Rômulo Gomes de Mattos, s/n-Loteamento Luiziana II-

Tamandaré-PE, reuniram-se os membros do Conselho Gestor da APA de Guadalupe,

representantes de diversos segmentos do Governo Federal, Governo Estadual,

Prefeituras Municipais de Barreiros, Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré, Sociedade

Civil com atuação na APA, para participar da Oficina de Pré-Zoneamento da APA de

Guadalupe. Estiveram presentes na oficina 32 pessoas, entre eles 07 técnicos da

empresa GEOSISTEMAS, que coordenaram o evento.

A oficina foi iniciada pela moderadora, Socorro Cavalcante que propôs um acordo de

convivência, apresentou os objetivos, programação da oficina e apresentação dos

participantes. Na ocasião esclareceu-se que no mês de janeiro de 2010 seria realizada

uma oficina para dar continuidade ao planejamento iniciado nesta data.

O coordenador da APA, João Oliveira justificou as ausências dos representantes do

ICMBIO, que participavam outra atividade, e dos representantes do Sindicato dos

Trabalhadores Rurais, que foram convidados no dia anterior, mas segundo o

coordenador da APA, reafirmaram o interesse em participar do conselho, confirmando

a presença no módulo II da capacitação.

Em seguida, Isabelle Meunier, coordenadora técnica do projeto de Revisão do Plano de

Manejo da APA de Guadalupe, apresentou o Zoneamento da APA, em vigência e o

ZEEC, dos quais destacou os marcos legais, zonas, subdivisões e metas ambientais.

Isabelle afirmou que após a revisão do Zoneamento da APA e do ZEEC por parte da

equipe técnica do projeto, concluem-se os seguintes pontos:

Ausência de conflitos entre os dois instrumentos;

A APA de Guadalupe necessita estabelecer seu zoneamento em escala mais

detalhada;

A APA de Guadalupe necessita estabelecer Áreas de Diretrizes Especiais;

Na seqüência, apresentou as linhas de ações que sintetizam os objetivos da APA:

I. Conservação da Biodiversidade e Restauração Ambiental.

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II. Conservação e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural.

III. Melhoria da Qualidade de Vida Urbana e Valorização da Paisagem.

E posteriormente a proposição de linhas de ação e estratégias:

Ia- Área Especial de Conservação da Vida Marinha.

Tráfego de embarcações proibido (à exceção de barcos autorizados);

Pesca tradicional monitorada;

Visitação controlada e pesquisa científica realizada com autorização do órgão

gestor;

Sinalização na praia e no mar, por meio de bóias, delimitando a área;

Presença de agentes ambientais

Ib - Conservação da biodiversidade e restauração ambiental.

Área Especial de Restauração Ambiental – proibição de atividades de qualquer

natureza

Reservas legais dos assentamentos georreferenciadas e averbadas;

Áreas de preservação permanente ciliares mesmo que hoje degradadas;

Prioritárias para receber projetos de compensação aprovados pela CPRH, que

impliquem do plantio e manutenção de mudas.

Ic - Área Especial de Proteção ao Complexo Ambiental da APA de Guadalupe.

Áreas de apicuns e faixas de restinga que os margeiam e a Mata de Carneiros;

Mangues, restingas e matas que formam o Complexo Ambiental Ilhetas-

Mamocabas se constituirão em Área Especial de Proteção do Complexo

Ambiental Estuarino do Rio Formoso.

O Complexo lhetas-Mamocabas conta já com um SIG que poderá permitir a realização

de um zoneamento mais detalhado nessa área, delimitando zonas-núcleo, de

preservação permanente (pelo efeito da Lei ou declaradas pelo Estado), e zonas de

ocupação controlada, com parâmetros estabelecidos em regulamento próprio.

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Id - Área Especial de Proteção Integral a Remanescentes Florestais.

Todos os fragmentos de floresta ombrófila da APA de Guadalupe se encontram

protegidos pela Lei da Mata Atlântica;

Mata do Pau Amarelo, estratégica no entorno da Rebio de Saltinho, e as mata

de Minguito e dos Engenhos São João e Canto Alegre. Sinalização para

evidenciar o status de preservação, vetando intervenções que implique em

supressão de vegetação ou, corte de árvores.

IIa - Área Especial de Conservação do Patrimônio Histórico e Cultural da APA de

Guadalupe

Forte Santo Inácio de Loyola, em Tamandaré (propõe-se uma área especial de 1

km de raio, tomado a partir da fortificação);

Cruzeiro do Reduto, em Rio Formoso;

Engenho Siqueira, em Rio Formoso (perímetro do sítio quilombola);

A proposição de uma área de 1 km de raio é uma sugestão de historiadores que

trabalham com o tema, na área em estudo.

IIIa - restinga de Tamandaré (entre o rio Arinquindá e a Via Contorno de acesso a

Carneiros) - dunas de Guadalupe

Na Zona de Turismo, Veraneio e Lazer - constituição de duas áreas verdes

urbanas ou Unidades de Conservação municipal (Monumentos Naturais ou

Refúgios de Vida Silvestre):

A área de restinga de Tamandaré (entre o rio Arinquindá e a Via Contorno de

acesso a Carneiros)

As dunas de Guadalupe.

Segundo Isabelle a APA precisa ter um zoneamento que procura áreas prioritárias que

merecem atenção especial do Estado e da sociedade, além de propor estratégias.

Apresentação do mapa com a síntese da disposição das zonas.

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No momento seguinte foi proposta a formação de dois grupos, divididos em ambientes

aquáticos e terrestres, para análise do Zoneamento atual/ZEEC, com o objetivo de

pensar áreas estratégicas, sugerir inclusões e exclusões, propor incentivos e restrições,

bem como definir diretrizes e linhas de ações.

Para a realização desta atividade foram disponibilizados aos grupos mapas e os

documentos do Zoneamento.

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Grupo 1-Ambiente Marinho, Costeiro e Estuarino

AREA ESPECIAL DE CONSERVAÇÃO DA VIDA MARINHA

1. Acrescentar ao texto Agentes ambientais capacitados para desenvolver a Educação Ambiental

2. Definição de áreas especiais: 1. Área de Proteção Integral – praia

de Tamandaré em frente ao CEPENE

2. Praia de Guadalupe 3. Praia de Campas

INCENTIVO AS AREAS ESPECIAIS: 1. Desenvolver Educação Ambiental de

forma permanente com integração dos atores locais: pescadores, residentes

2. Elaborar estudos de capacidade de carga para determinar o volume de tráfego de barco e pessoas nessas áreas

3. Incentivar a pesquisa RESTRIÇÕES AS AREAS ESPECIAIS:

1. Restringir e organizar o acesso do turismo

2. Proibir pesca predatória com uso de instrumentos inadequados

3. Proibir uso de substancias químicas e toxicas como também explosivos

SUBZONA DA PLATAFORMA CONTINENTAL

INCENTIVOS: 1. Investir em infraestrutura sanitária básica 2. Desenvolver educação sanitária e ambiental 3. Monitorar o lançamento de resíduos agrotóxico 4. Proibir e monitorar o lançamento de resíduos sólidos

Ampliar pontos de amostragem de coleta de água para aferir condições de balneabilidade com especial atenção para a praia dos Carneiros

ZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTUARINA E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS

INCENTIVOS: 1. Investir em saneamento básico 2. Monitorar o lançamento de resíduos 3. Priorizar as áreas estuarinas próximas

às áreas de tratamento especiais para serem contempladas em projetos de restauração e de proteção ambiental

4. Incentivar as marisqueiras para comercializar a culinária regional como também realizar o beneficiamento dos produtos

RESTRIÇÕES; 1. Proibir pesca predatória com uso de

petrechos inadequados (redes, bombas, água sanitária, substancias químicas, malhas com tamanho reduzido)

2. Regular e fiscalizar o trafego de embarcações nas áreas estuarinas e adjacências

AREA ESTRATEGICA DE CONSERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO PATRIMONIO HISTORICO E CULTURAL

INCENTIVOS: 1. Investir na formação de grupos de jovens e adolescentes para guias 2. Regulamentar o uso de barracas de bebidas e de alimento no entorno do Forte

Incentivar a pesquisa arqueológica na área do Forte

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Considerações da plenária:

João Oliveira, coordenador da APA questiona a proposta do grupo sobre o fechamento

de duas áreas de corais, o que segundo ele teria grande impacto sobre o turismo.

Pedro propõe o uso racional dessas áreas, ou seja, um meio termo entre a área

fechada atualmente e a área aberta, além de organizar fluxo de embarcações.

Isabelle questiona se a criação de duas áreas como especiais, caracterizaria a não

proteção das demais.

Fábio (ICMBio) sugere a recomendação de criação de novas áreas fechadas.

João lembra que com o zoneamento da APA as atribuições da gestão serão

incrementadas e que o quadro de funcionários é restrito a apenas dois técnicos.

Pedro propõe que o fechamento ou restrições sejam feitos gradualmente. João propõe

o monitoramento da área para acompanhar a evolução. Sônia (Usina Cucau) propõe o

incentivo à pesquisa, o que segundo ela contemplaria o monitoramento.

Grupo 2-Ambiente Terrestre

Margareth Alheiros, relatora do grupo ressalta que o grupo teve uma longa discussão

sobre os assentamentos, devido a sua relevância social e política e que a Reserva

Biológica de Saltinho, por exemplo, está em um enclave de assentamentos. O grupo

sugeriu a manutenção das zonas propostas pelo ZEEC e a criação de uma subzona para

os assentamentos e ainda que a criação e a regulamentação de novos assentamentos

deveriam estar de acordo co a revisão da legislação.

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SUBZONA COM ASSENTAMENTOS RURAIS

DIRETRIZES 1. Licenciar os assentamentos em 5 anos 2. Estabelecer elementos para controle ambiental

SUBZONA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E RESTAURAÇÃO AMBIENTAL

DIRETRIZES 1. Identificar os fragmentos com potencial (UC e RPPN) 2. Definir áreas para corredores ecológicos 3. Lançar em mapa todas as APP(cursos de água e nascentes)

Eleger áreas prioritárias

QUALIDADE DE VIDA E PAISAGEM - Terraços marinhos e Restinga urbana (Tamandaré)

DIRETRIZES 1. Controlar parcelamento 2. Integrar planejamento urbano – Plano Diretor

PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO PATRIMONIO HISTORICO E CULTURAL

Equipamentos prioritários (áreas) 1. Forte – Engenho Siqueira 2. Reduto – igreja São Pedro

Considerações da plenária:

João sugere que o zoneamento tenha uma visão diferenciada das áreas de restingas

urbanas, uma vez que a APA foi criada visando o turismo.

Margareth propõe a retirada do termo RETROMANGUE do documento de

zoneamento, que segundo ela só existe na legislação de Pernambuco. Isabelle

esclarece que em discussões sobre o termo, conclui-se que o mesmo foi incorporado

como um artifício para permitir o uso do Sistema Mangue.

Walter (ICMBio) diz que o tempo foi insuficiente para a realização da tarefa análise do

zoneamento e aponta algumas atividades incentivadas (projetos de piscicultura,

construção ferrovias e criação de animais e confinamento), para as quais pede

atenção. João e Isabelle esclarecem que o zoneamento é para todo o litoral sul e que

estas atividades servem como parâmetros de restrições na APA de Guadalupe.

Isabelle solicita que os programas propostos para a APA sejam executáveis.

Charles (INCRA) relata que o PROMATA abriu 38 açudes, dos quais ele visitou 08 e que

os mesmos encontram-se em APP e não tem licenciamento.

João reforça o convite aos conselheiros para que participem do módulo II da

capacitação do conselho gestor da APA no dia 17 de dezembro de 2010.

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Socorro Cavalcante encerrou a oficina às 16:30, informando que o material produzido

vai integrar a consolidação do Zoneamento e o Planejamento em janeiro de 2011.

Na ocasião, foi informou que a minuta do regimento interno do Conselho Gestor, seria

encaminhada à CPRH até o dia 13 de dezembro de 2010.

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião.

Tamandaré, 09 de dezembro de 2010.

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ANEXO 3 – ATA DA OFICINA PARA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

DE ZONEAMENTO DA APA DE GUADALUPE

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ATA DA OFICINA PARA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE ZONEAMENTO DA APA DE

GUADALUPE

A oficina para apresentação da proposta de zoneamento da APA de Guadalupe foi

realizada no dia 18 de março de 2011, nas instalações do Hotel Fazenda Amaraji,

município de Rio Formoso, contando com a presença de 27 representantes do

Conselho Gestor da APA Guadalupe, entre titulares e suplentes, 5 técnicos e gestores

da CPRH, 8 convidados, 3 representantes do ICMBIO e 9 técnicos da empresa

Geosistemas, totalizando 52 participantes.

A oficina ocorreu durante oito horas de trabalho e objetivou a discussão da proposta

de zoneamento da APA Guadalupe, elaborada pela empresa GEOSISTEMAS,

responsável pelo Projeto de Revisão do Plano de Manejo da APA de Guadalupe.

A metodologia utilizada para condução da oficina, pactuada com os participantes

consistiu na rápida apresentação do histórico de elaboração da proposta, seguida da

explicação sobre sua estrutura e resgate das oficinas anteriores (diagnóstico e pré-

zoneamento), dando-se lugar, em sequência, a leitura individual do documento

disponibilizado e discussão sobre restrições de uso e proibições referentes às quatro

zonas apresentadas e novas subzonas propostas. Foi ressaltada a importância de que

propostas escritas fossem encaminhadas, ao final da reunião, para posterior análise

técnica da equipe de elaboração e da CPRH.

As Zonas adotadas, conforme deliberado em oficina anterior corresponderam às do

ZEEC-Litoral Sul (Zoneamento Ecológico Econômico do Litoral Sul), acrescentando-se a

essas as restrições consideradas pertinentes em função dos diagnósticos realizados e

discussões técnicas preliminares com analistas da CPRH.

Após a leitura do documento, com tempo especifico para cada zona (Zona Marítima,

Zona de Turismo e Veraneio, Zona Rural Diversificada, Zona de Proteção Estuarina e

Ecossistemas Integrados, Zona de Preservação e Conservação da Vida Silvestre)

abriram-se os debates para defesa, críticas, sugestões e alterações ao texto original. O

debate foi organizado com pronunciamentos individuais, com defesas e réplicas sobre

o tema em questão. O registro das discussões foi realizado pelos técnicos da

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Geosistemas, com contribuições de alguns participantes que entregaram a

moderadora suas sugestões para constar em ata. As alterações sugeridas pelos

participantes constarão nessa ata, sendo os conteúdos registrados uma referência

para validação da proposta do zoneamento da APA Guadalupe a ser considerada pela

CPRH, órgão gestor da Unidade de Conservação.

De acordo com a ordem de discussão. As primeiras questões debatidas foram

referentes à Zona Marítima com os seguintes destaques:

Com relação à Subzona de Proteção à Vida Marinha, que proíbe as atividades e uso de:

Circulação de embarcações e jet-skis, pisoteio dos recifes, atividade pesqueira com

qualquer petrecho, atividades

náuticas e de lazer e lançamento de âncoras, a representante da Colônia de Pescador Z

-5, questionou sobre a restrição da pesca com rede nos arrecifes; mostrou-se também

preocupada com a situação dos pescadores, já que se propõe a proibição de pesca com

arpão e bicheiro em toda Zona Marítima da APA. Outro aspecto questionado pela

pescadora foi com relação à possibilidade de ajuda financeira para os pescadores, uma

vez que os locais permitidos para a pesca serão limitados.

Outro representante da Colônia de Pescadores mostrou-se preocupado com o tempo

de proibição, questionando se essas serão permanentes e se com o tempo podem

sofrer modificações.

Ocorreram ainda questionamentos sobre a deposição de lixo na Ilha de Santo Aleixo e

sobre a circulação das embarcações, no que se refere à potência de 150 hp, motores

utilizados em embarcações na região e se esta restrição é para toda a área do litoral ou

somente para a área fechada de preservação rigorosa. Sobre essas questões a,

consultora da Geosistemas, responsável por esta temática, destacou como dificuldade

a fiscalização da potência dos barcos, sugerindo, entre outras ações que podem ser

definidas no planejamento da APA, investir mais em educação ambiental. Outro ponto

esclarecido foi sugestão do documento de instituir um rodízio para visitação nos

recifes, bem como também definir formas de uso especiais para a comunidade e

profissionais que atuam na área.

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Outro destaque feito por um dos participantes foi com relação ao uso de água

sanitária no mar e mangue. Foi sugerida alteração ao texto onde se encontra

referencia especifica sobre a proibição do lançamento de âncoras, pois outros

materiais também podem ser usados e prejudicar a conservação dos corais. Nesse

sentido, o argumento foi reforçado sobre a importância do zoneamento fechar,

restringir e criar alternativas para o uso e atividade no ambiente marinho, sendo

necessário realizar estudos específicos para estabelecer limites à circulação de

embarcações, como também a outras atividades.

Como contribuição ao texto, o representante do ICMBIO sugeriu que o zoneamento

deve especificar apenas o que diz respeito à APA de Guadalupe, considera que não é

necessário detalhar as restrições já definidas em lei.

Um dos representantes da AMANE sugeriu como forma de organização do texto, que

não seria necessário repetir ações já proibidas na zona para a subzona. Solicitou maior

detalhamento das características das áreas restringidas e com relação às questões que

podem gerar conflitos com categorias de trabalho como os pescadores, enfatizou a

importância da gestão da APA ampliar o diálogo com essa comunidade para ouvir e

colaborar suas reivindicações. Defendeu a necessidade de realizar um estudo de

impacto socioeconômico da comunidade pesqueira considerando alternativas para

garantir a geração de renda dos pescadores. Sobre o uso das embarcações sugeriu que

o zoneamento deve especificar mais as restrições de hp dos barcos e os locais de

passagem proibidos e permitidos.

O coordenador da APA/CPRH lembrou a Instrução Normativa do ICMBIO que delimita

a área fechada da APA Costa dos Corais e que permite a circulação de embarcações em

local especificado (canal), mas não a ancoragem. Sugeriu que essa área seja separada

da outra subzona, com denominação específica e diferentes restrições, por já se

encontrar em regime de uso indireto, enquanto as novas subzonas começarão a ser

preservadas a partir da aprovação do zoneamento da APA de Guadalupe.

A representante da Colônia de pescadores mais uma vez mostrou sua inquietação com

a situação dos pescadores, dizendo que o uso do bicheiro não agride ao ambiente e

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que arpão só é utilizado por profissionais. Quanto ao uso de água sanitária, afirmou ser

ato criminoso ao ambiente.

Sobre o item que afirma a proibição de “construção fixa ou equipamento permanente

na faixa de praia, medida a partir da linha máxima de preamar (33m em direção ao

continente) e impermeabilização do solo em mais de 20% (vinte por cento) da área na

Ilha de Santo Aleixo”, o representante da AMANE questionou se a proibição é somente

para novas construções ou se valerá para as já existentes.

Ao término da discussão desse item, o Coordenador da APA/CPRH, sugeriu que todos

devem participar do Projeto Orla e de outros fóruns com discussões semelhantes,

onde se efetuam debates sobre a lei que limita construção na faixa da preamar.

Questionou qual a distância dos recifes da costa, se é maior ou menor do que 200

metros, que é a distância regulamentada pela Marinha para tráfego de embarcações

paralelo à costa.

O segundo tema em discussão foi a Zona de Turismo Veraneio e Lazer.

O debate iniciou com a representante da Usina Trapiche fazendo um esclarecimento

sobre as competências das três esferas de poder: federal, estadual e municipal, assim

como definido na Constituição Federal. O esclarecimento ocorreu devido ao

surgimento de dúvidas sobre o poder de legislar das esferas federal, estadual e

municipal. A representante da Usina explicou que também existe hierarquia entre as

leis, decretos e portarias e alertou para o fato de restrições indicadas no zoneamento

poderem não ter respaldo legal. Solicitou que as proibições definidas no zoneamento

atentem para o direito da propriedade privada e alertou para as exceções previstas na

Lei da Mata Atlântica no que tange à supressão da vegetação remanescente de

restinga e fragmentos de floresta ombrófila. Sugeriu que, no que se refere ao acesso à

praia, o texto defina a distância máxima requerida entre acessos.

O representante do município de Sirinhaém, membro do Conselho Gestor da APA,

registrou a importância de municipalização do píer de Guadalupe e do direito do

município de regulamentar a orla, direito esse referendado pela Marinha, através de

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portaria. Reclamou sobre a falta de respostas da CPRH quanto às ocorrências

registradas em Sirinhaém. Sobre a proibição de vias de acesso ou outro tipo de

intervenção na paisagem que impliquem no uso superior a 5% da área na subzona

Restinga de Tamandaré, indagou qual seria a área restrita para construção em tal

restinga. Sobre as proibições às edificações definitivas ou qualquer forma de ocupação

do solo que impeçam ou dificultem o acesso público às praias e ao mar, sugeriu

acrescentar as mesmas restrições no que se refere ao acesso ao rio.

O representante da ADESC, fez referencia ao item 3 da coluna 2, que assegura a

proteção aos remanescentes de Mata Atlântica, referindo-se à possibilidade de uso de

áreas já antropizadas, para outros fins que não a preservação. Com relação a esta

questão, a Coordenadora Técnica da Geosistemas, esclareceu que a área apontada no

mapa, indicada como reserva natural de restinga, corresponde à outra localidade e não

às áreas referidas, de sua propriedade, próximas a Mata de Carneiros.

Outro representante da ADESC afirmou que o Plano Diretor de Tamandaré não prevê

os itens I e II da Subzona Praia dos Carneiros que se referem ao tamanho de lotes e

taxas de ocupação. Propôs também que, em relação à exigência de informativo de

corte de coqueiros, fosse definido o mínimo de 20 coqueiros gigantes para tal medida,

pois eventualmente é necessário fazer cortes para manutenção das fazendas.

Argumentou que a forma como está escrito o artigo restringe demais sobre os direitos

da propriedade privada.

Sobre o item IV, ainda referente às restrições proposta para a Praia dos Carneiros, que

proíbe intervenções na paisagem no raio de 100m em torno da Igreja de São Benedito,

sugeriu a supressão, mantendo a restrição de 50m de construção a partir da linha da

preamar, conforme estabelecido pelo município de Tamandaré. Argumentou que essa

proposta inviabilizaria o uso comercial da propriedade.

As técnicas da Geosistemas justificaram que as restrições visam preservar a paisagem

cultural da Praia dos Carneiros, valorizando os coqueirais e impedindo sua substituição

por edificações ou projetos paisagísticos estranhos à tradição cultural da área. Foi

explicado também que a área se constitui num importante atrativo turístico e que a

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construção no entorno da igreja pode interferir na leitura do imóvel, que já integra o

patrimônio cultural da APA.

Outro representante da ASDESC fez referencia a restrição dos lotes de 10 ha, que

considera desatualizada e argumentou que não há motivos para aumentar o raio de

preservação no entorno da igreja, pois o bem na condição em que se encontra foi

conservado por sua família, que tem o interesse de garantir sua manutenção.

Um dos participantes, preocupado com o resultado das discussões, solicitou da CPRH e

equipe da Geosistemas, o envio para todos os presentes do relatório com a redação

final. Questionou o item 5, coluna 1, que se referem ao lançamento de efluentes

domésticos e industriais sem tratamento nos cursos d’água, solicitando mais

detalhamento sobre o tipo de tratamento a ser dado.

Outro aspecto levantado por um dos participantes foi sobre a necessidade de se

realizar um novo levantamento cartográfico na área de Mata Atlântica, pois afirmou

que o registrado não corresponde à realidade, recebendo como explicação da equipe

da Geosistemas, que as imagens disponíveis não se referem aos limites dos fragmentos

e sim permitem a delimitação precisa e adequada das zonas propostas.

Um dos representantes da AMANE avaliou que o item 5 da coluna 4 está repetindo o

item dois, e solicitou reescrever o trecho que trata da retirada de areia e argila,

visando esclarecer o termo “retirada”. Sobre esse tema, um dos representantes do

ICMBIO sugeriu substituir a palavra retirada por extração. Alertou que não se está

restringindo a ação no município e sim na APA, que é uma área mais ampla e que não

se pode deixar de proteger, pois a região já sofre impactos dessa natureza e precisa de

instrumentos para melhor proteção. Sobre esta questão, as técnicas da Geosistemas

esclareceram que a área manteve as restrições do ZEEC quanto à atividade de extração

mineral na Zona de Turismo, Veraneio e Lazer.

A representante da Usina Trapiche questionou a proibição de construções na subzona

dos Terraços Marinhos de Gamela e Guadalupe, fazendo referência a um

empreendimento turístico que está em fase de licenciamento na área do terraço

marinho e pediu que este fato fosse reconsiderado. A coordenadora técnica da

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Geosistemas explicou que essa área é de risco geológico, sujeita a desmoronamentos e

retrabalhamentos e que não pode haver construções no local, mas que pode ser

integrada como paisagem do empreendimento.

Ainda sobre as restrições de edificações e impermeabilização na subzona Restinga de

Tamandaré, foi sugerido por um dos participantes uma maior flexibilização para

possibilitar a criação de centro de visitantes e de administração, da unidade de

conservação. Sugeriu que seja proibida retirada de vegetação para fins comerciais.

Quanto à necessidade de Informativo de Corte para supressão de coqueiros esclareceu

tratar-se de Declaração de corte.

O representante da AMANE alertou sobre a necessidade de vincular as proibições do

zoneamento da APA ao zoneamento dos Planos Diretores dos municípios, pois eles são

periodicamente revisados.

Sobre a retirada de areia, o representante do município de Sirinhaém afirmou que a

prefeitura consegue interferir mediante parecer do órgão federal DNPM –

Departamento Nacional de Produção Mineral. Sobre a questão, o coordenador da APA

lembrou que para haver instalação de jazidas é preciso licença ambiental. Fez

referencia ao decreto do ZEEC, propondo certificar se lá há menção sobre a retirada de

argila ou se é somente para terra e material rochoso. Outro participante se posicionou

a favor da proibição da retirada de areia em toda Zona de Turismo, veraneio e Lazer,

exemplificando o caso ocorrido em Aver o Mar, em Sirinhaém, que causou vários

danos. A coordenadora técnica da Geosistemas defendeu a restrição e esclareceu que

a retirada de terra não deve fazer parte da zona de turismo, além de que essa

atividade pode descaracterizar o terraço litorâneo.

A discussão sobre a Zona de Proteção Ambiental Estuarina e Ecossistemas Integrados

teve os seguintes destaques:

Um primeiro questionamento foi sobre a cartografia, pois foi identificado por um dos

participantes que a mata aparecia na área estuarina. Sobre isso, esclareceu-se que

fragmentos florestais e áreas de restinga, assim como apicuns, integram,

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70 Rua Hermógenes de Morais, 120 - Madalena – CEP 50.610-160 – Recife-PE

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efetivamente, essa Zona, compondo a paisagem e apresentando funções ambientais

importantes na conservação do estuário.

Sobre a necessidade de cadastramento de embarcações, um dos participantes indagou

se as embarcações com potência abaixo de 20hp, não cadastradas poderão circular.

Perguntou quem irá cadastrar? Voltou à questão do conflito legal entre competência

dos poderes federal, estadual e municipal, indagando se as questões que tratam do

parcelamento não deveriam ser contempladas em lei municipal. Pediu aos técnicos da

consultoria e da CPRH mais discussão sobre a gestão da APA, defendendo que a

unidade de Conservação deve se articular com os municípios para adequar o que se

quer de proteção ambiental no que se refere, aos interesses, as normas e

regulamentos municipais. Como exemplo citou o parcelamento e uso do solo de

competência municipal.

Um dos representantes do ICMBIO sugeriu que apenas fossem discutidos os usos e

atividades proibidas que não estejam referendadas em leis. Considerou que esse

trabalho é um aprendizado coletivo, mas que se está perdendo muito tempo na

discussão de questões previamente definidas.

Outro participante defendeu que a opção de repetir no Decreto de Zoneamento as

restrições impostas por leis, como forma de reforçar e tornar mais prática a sua

aplicação.

Um dos participantes retomou o questionamento sobre os mapas que afirma não

condizer com a realidade. Disse que a grande zona inclui áreas que têm plantação de

macaxeiras e outras espécies. Demonstrou sua preocupação com as restrições que

podem impedir o licenciamento da área.

Sobre incompreensões ocorridas com os mapas, a coordenadora técnica da

Geosistemas explicou que os mapas disponibilizados têm diferentes manchas e formas

de sobreposição, mas estão todos georreferenciados. A escala dos mapas impressos

não permite a visualização de detalhes, daí aparecer as áreas de mata como manchas.

O coordenador da APA/CPRH explicou que para essa área a referencia é a Lei da Mata

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Atlântica e que o nome da zona foi denominado de estuarina por haver predomínio

desse ecossistema.

A coordenadora técnica da Geosistemas solicitou dos proprietários de terra que

destacassem as restrições que os preocupam, pois o que está no zoneamento

proposto já é previsto em lei. Sobre a questão das embarcações, mais uma vez, alvo de

questionamento dos presentes, se fez a explicação de que as restrições definidas no

zoneamento servem para regular e organizar o uso das áreas vulneráveis. A técnica da

Geosistemas observou sobre a necessidade de conversar com setor de inspeção naval

para definir a potência dos motores das embarcações. Sobre essa questão houve

exemplos de ação feita pelo município de Sirinhaém de cadastrar as embarcações pela

prefeitura, com autorização da Marinha. No entanto o representante desse município

questionou a proibição, solicitando esclarecimento sobre órgãos que terão essa

competência.

Sobre a potencia das embarcações foi informado que apenas um catamarã que está na

área tem potencia de 600 hp, todos os outros são de menor potencia. Considerando

essa situação sugeriu restringir a potencia das embarcações para 400 ou 450 hp. A

informação é de que a maioria dos barcos de transporte de passageiros varia de 15 a

150 hp. Os menores circulam com motor de rabeta.

Outro aspecto que merece atenção e vigilância é a manutenção de motores, foi dado

como exemplo que alguns proprietários dessas embarcações jogam o óleo na área em

frente ao píer e que quando a maré sobe a substancia é levada pelo rio. O

representante do ICMBIO questionou os critérios utilizados para o dimensionamento

dos itens I a VI sobre os aceiros. A coordenadora técnica da Geosistemas afirmou que a

inspiração técnica foi do decreto de São Paulo, que já tem estudo sobre essa temática.

Utilizou-se também de uma portaria do IBAMA sobre autorização de queimadas e do

Código Florestal. A representante da Usina Trapiche indagou se as proibições do

zoneamento anterior estavam todas contempladas na atual proposta e solicitou que

fosse explicado porque não pode haver supressão da floresta ombrófila em PE.

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A coordenadora técnica da Geosistemas explicou que foi mantido o ZEEC e o

zoneamento anterior da APA, adequando as restrições do ZEEC às possibilidades de

gestão da APA e acrescentando questões específicas. Ela explicou que com relação à

floresta ombrófila em PE não é permitida intervenção no estágio inicial de

regeneração, pois no Estado existe menos de 5% de remanescentes, prevalecendo o

que a legislação determina para o estágio médio. No entanto considerou que pode

haver uma nova redação, ressaltando as exceções previstas em lei, em caso de

utilidade pública e interesse social.

Preocupada com os pescadores, sua representante questionou a proibição da pesca

com tarrafa, pois algumas espécies apenas são pegas com esse material. Com relação à

questão, a técnica da Geosistemas lembrou que essa proibição é prevista em lei

federal e portaria do IBAMA, que proíbe em área estuarina pesca com tarrafa.

Sobre a Zona Rural Diversificada a discussão do grupo ressaltou os seguintes aspectos:

Houve a solicitação para que o item VIII, que se refere à proibição do uso de

agrotóxicos das classes de toxidade I, II e III, seja estendido para toda a APA e não

apenas para a área de amortecimento de Saltinho.

Os destaques feitos pela representante da Usina Trapiche ressaltaram que a lei de

Mata Atlântica deve ser respeitada inclusive nas suas exceções (item II, quando trata

de proibição de supressão de vegetação da Mata Atlântica). Solicitou ser mantido os

3,0m dos aceiros porque já é prática local, ao contrário do que ocorre em São Paulo.

Questionou a proposta de ampliação dos aceiros para 6,0m. Pediu para que seja

revisto, pois não entende o critério dessa restrição.

Quanto à proibição de agrotóxicos, afirmou que o uso já é controlado pelo Ministério

da Agricultura e acredita ser indevida essa discriminação, pois estaria restringido algo

já regulamentado pelo Ministério.

O item VIII (relativo ás restrições de agrotóxicos na Zona de Amortecimento de

Saltinho) sugeriu que deveria ser tratado pela REBIO e não pela APA. Sobre o disposto

nesse item VIII, o representante do ICMBIO informou que está previsto no Plano de

Manejo de Saltinho. Sobre os questionamentos feitos, a coordenadora técnica da

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Geosistemas, informou que a portaria do IBAMA trata dos aceiros com largura mínima

de 3,0m para o controle das queimadas sendo esse recomendado no caso de

queimadas acidentais. O aceiro de 6,0 m é proposto para as queimas periódicas do

pasto e da cana. Disse não ser diferente da situação de São Paulo, porque lá é usado

para as áreas onde se fazem queimas periódicas da cana. Disse que existem duas

classificações de agrotóxicos: periculosidade ambiental (IBAMA) e toxidez para o ser

humano (Ministério da Agricultura) e que foi repetido o item VIII para reforçar o

disposto pelo ICMBIO. Quanto às Classes de Potencial de Periculosidade Ambiental, o

entendimento foi de que em uma APA, o que for extremamente perigoso (Classe I) e

muito perigoso (Classe II) para o meio ambiente não deve ser utilizado. O

questionamento sobre o uso de agrotóxico continuou com o argumento de que a APA

não deve interferir, pois o uso de agrotóxicos é outorgado pelo Ministério. Foi

esclarecido pela coordenadora técnica da Geosistemas de que o ministério libera o

registro, mas destacando o perigo de uso sendo assim considerou que em uma UC,

deve haver mais restrições do que em uma área não protegida.

A representante da Usina Trapiche argumentou que o direito ambiental tem o

princípio da precaução quando não se sabe ainda o que aquilo pode acarretar no

futuro. No plantio de cana e o uso de agrotóxico já se conhecem os resultados. O que

se deve fazer é fiscalizar, multar, embargar, intervir, pois o uso já é regulamentado,

sendo assim não é possível proibir sem um embasamento científico concreto.

Como encaminhamento o representante do ICMBIO, sugeriu que as questões de maior

polêmica devessem ser aprofundadas pela equipe do CPRH e da Geosistemas.

Questionou sobre como vai ser o aproveitamento das discussões realizadas nessa

oficina. Como contribuição a discussão anterior, afirmou que uma UC tem o direito de

restringir mais alguma coisa do que já é regulamentado em áreas não protegidas.

O coordenador da APA/CPRH concordou com a defesa acima e afirmou que se não

houver mais restrições na UC não se está fazendo nada, nem se justifica formar uma

APA.

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Retomada a discussão sobre o uso do agrotóxico, um dos participantes disse que a

restrição do agrotóxico não é para toda a área e somente na REBIO. Não se vai

inviabilizar uso nas plantações, mas só para proteger a Rebio. Outro afirmou que os

agrotóxicos para serem liberados passam por

longo processo. Diz que a ADAGRO vive dentro da Usina Trapiche e que assegura estar

utilizando o produto de forma correta. Diz que a APA está para fiscalizar para se agir de

forma correta, mas não precisa mostrar que está fazendo mais do que qualquer um e

inviabilizar o setor produtivo.

O representante da AMANE questionou sobre a periculosidade dos produtos usados na

Usina. Mais uma vez o representante da Usina Trapiche afirmou que o agrotóxico está

sendo utilizado de forma correta e que utilizam produtos de varias classes.

Embora reconhecendo que a discussão estava polarizada sobre a questão das

restrições ao uso do agrotóxico, os participantes continuaram a defender suas

opiniões, por um lado destacou-se a defesa da REBIO de Saltinho, uma das poucas

áreas protegidas na região e que o uso de agrotóxicos é perigoso para o ambiente,

mas, por outro lado, o questionamento permaneceu de como conciliar com a

manutenção do setor produtivo. Mencionou-se que fazer diferente não é fazer o

mínimo e sim fazer mais do que a Lei.

Alguns argumentaram sobre a necessidade de chegar a um posicionamento positivo

para a REBIO e que de alguma forma atenda ao setor produtivo. Lembrou-se que as

restrições ao uso de agrotóxico são para toda a área não somente para a REBIO. No

entanto, solicitou-se suavizar a questão no zoneamento da APA.

Um dos representantes do ICMBIO perguntou se existe algum estudo para embasar

este tipo de recomendação. Ele, como técnico se sente pouco a vontade de discutir

sobre o assunto sem respaldo técnico.

Sobre a questão a coordenadora técnica da Geosistemas disse não saber explicar se a

proibição do agrotóxico de classe I de PPA inviabilizaria a produção de cana, pois

existem produtos que podem ser substituídos. Nesse caso, afirmou que foram

estudadas as características que definem as classes de periculosidade ambiental, de

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acordo com as normas, com base em parâmetros dos produtos. Não se sabe os

impactos da proibição, mas se sabe as características do produto. Destacou que não

existe monitoramento da qualidade da água em nenhuma das bacias que compõem a

APA, nem nas bacias circunvizinhas. Contudo, a questão da contaminação é de

conhecimento do grupo, pois a contaminação por agrotóxicos foi identificada nas

oficinas participativas como um dos problemas emergenciais nos diagnósticos.

Um representante da comunidade de quilombola afirmou que nas reuniões do

Ministério do Trabalho tem ocorrido denúncia sobre a existência de agrotóxico na

água, porém é também constatada a ausência de fiscalização. Diz que o pequeno

produtor não tem condições de usar os produtos, mas as usinas compram e aplicam

em grande quantidade.

Um agricultor disse ter conversado com os companheiros, mas muitos não aplicam

veneno da forma adequada. E questionou: Onde é que o pequeno agricultor pode

comprar a quantidade que as usinas compram? Diz que as usinas não podem garantir

a aplicação dos produtos como é dito e que os pequenos agricultores não fazem sem

controle, como muitos falam. “Eles não aplicam na água, porque se forem beber da

água vão morrer”. Ressaltou que não estava falando mal das usinas, mas da falta de

controle dos trabalhos dos aplicadores.

Como encaminhamento da questão registrou-se como sugestão seguir a legislação

vigente e contratar estudos técnicos que pesquise com mais detalhamento, através da

UFRPE, pois, devido a polemica, está evidente de que a questão está pouco

aprofundada.

Outro participante argumentou que é preciso discutir o tema com base técnica,

inclusive sobre os aceiros. Só o debate nessa oficina não resolve. Afirmou que não

concorda com a forma de tratamento dada ao debate sobre essa questão, mas que

prefere não se posicionar, pois avalia a possibilidade de haver distorções dos discursos

de cada um.

Outro argumento se refere à forma como foi tratada a questão no zoneamento. O

questionamento se deve a forma como o documento definiu a restrição ao uso de

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agrotóxico. A recomendação é de que deveria ser utilizado outro termo para proteger

o meio ambiente, mas sem ser tão restritivo. Exemplificou que o pequeno agricultor

também compra agrotóxico. Contudo, é importante que nessa discussão não se fique

apontando erros uns dos outros, mas que se chegue a uma solução para a região.

Afirmou que os pequenos produtores insistem no plantio da cana, mesmo sendo

incentivado o cultivo de outras espécies.

Como sugestão uma das participantes recomenda a solução da questão dos

agrotóxicos por meio de fiscalização mais rígida. Sugere que o documento tenha uma

padronização dos termos/conceitos utilizados na redação, pois tem local que se refere

à floresta ombrófila, outra Mata Atlântica, fragmentos de mata, etc. Pede para que se

defina o que é “tratamento adequado de efluentes” na redação do documento.

Outra recomendação feita para essa discussão é sobre a necessidade de haver

concessões. O argumento é de que a questão da toxidade está compreendida, mas o

que está em jogo é a periculosidade ambiental. Assim todos os lados devem ceder para

haver um consenso.

Outro aspecto abordado de forma polemica foi à ação de queimadas. O representante

da Usina Trapiche se posicionou dizendo que os 3,0 m de faixa de proteção para as

matas é suficiente e que tem controle das queimadas. Disse que pode existir fogo

acidental, até o que ocorre dentro da mata.

Um dos representantes da AMANE afirmou que existem estudos sobre o impacto não

somente do fogo, mas também do calor que interfere muito nos sistemas ecológicos e

em espécies animais como morcegos. Afirma que há estudos específicos sobre o tema

na UFPE.

Sobre a questão a coordenadora técnica da Geosistemas se posicionou dizendo que

nos estudos em campo, realizado pela equipe técnica, foram vistos fogo em capoeira e

em outras áreas. A questão do veneno não foi possível verificar porque não há

monitoramento, mas existe fogo nos fragmentos da mata, isso ocorre em vários

espaços, merecendo um controle adequado.

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Devido à continuidade da polarização das discussões em torno das restrições ao uso do

agrotóxico e da proibição de queimadas, a representante da CPRH se posicionou

dizendo que vai ser dado prazo para as pessoas que participaram da oficina fazerem as

suas reivindicações. A CPRH irá sentar com a equipe da Geosistemas para considerar as

propostas, fazer nova redação do documento e tentar propor o consenso das

questões mais polêmicas. O setor jurídico da CPRH também vai verificar de que forma

poderá ser regulamentado o produto final desse trabalho. Acredita ser necessário

sugerir estudo complementar para definir a potencia das embarcações, a exemplo de

outras questões não concluídas durante as discussões realizadas. Explicou que o

documento terá a coluna de ações que podem ser toleradas na APA, a fim de dar

limite, margem de segurança, conforme modelo que a CPRH tem utilizado para não se

“engessar” região. Disse que o uso de agrotóxico tem que ter limite de confiança.

Pode-se não proibir e sim incentivar o uso de agrotóxicos com menor nível de

periculosidade. Pede para que grupo envie contribuições até sexta-feira da próxima

semana (25/03/11) para que a CPRH considere junto com a Geosistemas as sugestões

elaboradas durante a oficina e enviadas via e-mail para a CPRH e consultoria.

Ao finalizar a discussão o grupo recomendou sobre o registro da oficina e a

importância de considerar as sugestões do grupo na revisão da proposta de

zoneamento:

Houve a solicitação de que sejam consideradas as opiniões dos participantes do

conselho presentes na oficina e que seja justificada posteriormente para o conselho o

que foi aceito ou não.

O representante da SEDEC-PE fez a leitura de texto do Ministério da Agricultura sobre

o uso de agrotóxico e em seguida posicionou-se sobre os aceiros, dizendo ser

desnecessário o recuo de 6m e que o de 3m é eficiente.

Outro participante afirmou que a maior parte dos questionamentos refere-se à

redação do documento. Lamentou o fato da reunião não ter sido gravada e sugeriu

que fosse enviada a ata para o grupo. Considerou que deveria ter ocorrido votação

para registrar a opinião da maioria, pois com o procedimento adotado de registro do

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posicionamento de todos pode ocorrer a supremacia de uma minoria mais forte em

sua forma de opinar. Falou da experiência positiva do consenso no Conselho de Pesca

como exemplo para outras reuniões do conselho da APA.

Um dos participantes questionou o fato de haver votação como indicativa da aceitação

de propostas pela maioria. Sobre essa questão o coordenador da APA/CPRH explicou

ser uma oficina de trabalho e não, uma reunião do conselho, pois este ainda não foi

formalizado. Toda a discussão deve ser esclarecida, mas não há posicionamento da

maioria a ser considerado. O registro da discussão e sugestões do grupo é da

competência da Geosistemas, pois as alterações efetuadas na proposta deverão ser

feitas com base nas sugestões dadas pelo grupo.

A coordenadora técnica da Geosistemas reiterou as explicações sobre o caráter da

oficina e justificou que o conselho vai ser criado pelo mesmo Decreto que estabelecerá

o Zoneamento , não existindo ainda, de direito, e também que o mesmo não tem

caráter deliberativo. Nos casos das sugestões e críticas, o que for consenso, ótimo,

será acatado na revisão do texto e o que não for, vai se buscar as conciliações para

finalizar com uma proposta única que represente a decisão política do Estado.

A representante da Usina Trapiche elogiou o posicionamento do CPRH de definir um

prazo para o grupo entregar reivindicações, argumentando que o zoneamento trará

implicações para as diversas categorias, inclusive porque não se chegou ainda à

discussão dos usos incentivados. Lembrou que apesar de ser uma UC, essa categoria é

de APA, que é uma UC mais permissiva e que busca conciliar os interesses e não

restringir usos.

Um dos participantes recomendou a todos sobre a necessidade de haver consenso nas

questões para que seja bom para o meio ambiente e para o agricultor e o pescador.

Outra recomendação é de pensar tudo que foi proibido e pensar sobre uma realidade

positiva para a APA. Deve-se agradar a todos, mas precisa pensar no meio ambiente.

Mesmo sendo o momento de encerramento e recomendações sobre as possíveis

alterações ao documento, um dos participantes, levantou questionamento sobre o

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patrimônio cultural presente na região e que não foi abordado pelo zoneamento da

APA.

As técnicas da Geosistemas afirmaram que isso será contemplado no quadro de

atividades incentivadas e que também haverá descrição no quadro de caracterização

das zonas, indicando os bens que integram cada área, conforme pedido pela CPRH.

Feito o esclarecimento dessa questão o coordenador da APA/CPRH fez o encerramento

da oficina e reforçou que tudo que foi discutido será considerado para ser discutido

posteriormente. Nada vai ser “martelo batido com ponta virada”. Disse avaliar que a

APA sai fortalecida com todos esses encontros realizados.

A coordenadora técnica da Geosistemas agradeceu em nome da equipe. Reafirmou

que o grande objetivo da oficina é o debate de idéias e “que se não fosse para discutir

não estaríamos aqui”. As opiniões de todos serão consideradas na revisão do

documento, além das questões técnicas e políticas. Lembrou que o grupo se baseou

muito nas restrições apresentadas, mas que também podem ser indicadas novas

restrições em diversos aspectos. O grupo tem uma semana de reflexão, de trocas, e a

Geosistemas acata esse “bate volta”, com a responsabilidade de rever o material e

devolver ao grupo.

A seguir encontram-se os registros encaminhados à Geosistemas até o dia 25/03/11,

conforme compromisso assumido pela equipe técnica da Geosistemas e Gestores da

CPRH.

1. Sugestão feita pelo Centro Sabiá: inserir na Zona Rural Diversificada, em

atividades a serem incentivadas a apicultura;

2. Secretaria Executiva C.S.G.A – Gerencia da ADER: Para a Zona Rural

Diversificada, inserir a obrigatoriedade do aceiro de 6,0m;

3. Colônia Z-5 – Tamandaré e Colônia Z-6 – Barra de Sirinhaém: No Quadro 4 –

Zona Marítima em usos e atividades proibidas: 1) pesca com arpão e bicheiro:

no caso da utilização do arpão, podemos afirmar que um tipo de petrecho que

o pescador artesanal utiliza na sua atividade, devendo ser legalizada. 2) o

bicheiro é o petrecho utilizado pelos pescadores para a pesca do povo. Por ser

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um método que não prejudica o ecossistema deve ser reavaliada a proibição. 3)

estamos de acordo com a proibição do uso de produtos químicos. 4) a pesca

com rede de arrasto, estamos de acordo com a proibição no recifes, devendo

ser permita nos locais abertos. 5) no caso de rede de espera e caceio podem

ser praticados nos recifes, pois há animais marítimos que são pescados nos

recifes com este tipo de instrumento. 6) quanto ao fechamento de outras áreas

marítimas dentro da APA de Guadalupe, deve-se fazer uma consulta previa as

colônias de pescadores para considerar suas opiniões.

4. ICMBIO: “realizar estudos e monitoramento com relação ao uso de agrotóxicos,

a fim de embasar tecnicamente a decisão quanto à permissão ou à proibição do

uso desses produtos na Zona Rural Diversificada da APA de Guadalupe.”

5. Fausto Pontual- Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e Câmara

Setorial da cana-de-açúcar, açúcar e álcool - Zona Rural Diversificada- Dentro

de usos/atividades proibidas:

“Com relação à utilização de agrotóxicos das classes I, II e III de toxidade, o

Ministério da Agricultura, através de sua Secretaria de Defesa Vegetal e Animal,

analisa e autoriza a aplicação de todos os defensivos agrícolas (herbicidas,

inseticidas, fungicidas, etc.), após um rigoroso estudo e exame com relação a sua

utilização desde que sejam utilizados cumprindo a legislação vigente, inclusive

principalmente quanto aos EPI - Equipamento de Proteção Individual do

trabalhador rural.”

“Com relação às faixas dos aceiros quanto as suas metragens, entendemos que seria

necessário a obrigatoriedade do aceiro de 6,0 m para queima da palha da cana, pois o

fogo rasteiro onde já existe o feitio de aceiros para evitar-se a queimada não

programada da cana crua existente no entorno, bem como nas áreas de preservação

permanente. Ademais, da maneira como está escrito entendemos também um excesso

de garantia de mais 15 m? E com que parâmetros chegou-se a este número. Por outro

lado existe hoje a licença por parte do IBAMA quanto às autorizações para liberação de

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queima controlada nos talhões dos canaviais com áreas e garantias delimitadas por

semana, por quinzena, por mês ou por safra.”

6. Reginaldo Morais-SINDAÇUCAR/PE: No que diz respeito aos aceiros, assunto

este tratado nos itens III, IV e V do Quadro 4 da Proposta de Zoneamento,

bastaria a presença do item III, que estabelece a proibição do “cultivo em torno

das matas, sem faixa de proteção (aceiros) de 3m contra fogo acidental”.

Acrescentar-se-ia apenas, como sugestão, ao final desta frase, a

complementação “e controlado”. Os itens IV e V prevêem um aceiro bem maior

para o caso de queima da palha da cana ou limpeza de terreno. Trata-se, na

verdade, de uma discriminação clara com a atividade de plantio da cana-de-

açúcar, pois não há justificativa plausível para se estabelecer um aceiro de 3m

para fogo acidental e um aceiro de 6m para fogo relativo à queima da palha da

cana ou limpeza de terreno, haja vista que o fogo não é diferente porque

provém de um acidente ou de queima da cana. Fogo será sempre e

simplesmente fogo, pelo que não são razoáveis as distinções de metragens –

3m e 6m – ficando claro que não houve uma real preocupação com a mata,

mas sim uma discriminação com a origem do fogo, ou seja, se foi acidental ou

se veio da queima da cana, o que, conforme já dito, não tem como se

sustentar. Além do mais, esse fogo proveniente da queima da palha da cana e

limpeza de terrenos é controlado e permitido pelos órgãos ambientais. O item

V faz ainda menos sentido, pois estabelece a distância de 21 (15 mais 6) para

iniciar a queima da palha da cana ou limpeza de terreno, simplesmente porque

se trata de “fragmentos de floresta” e não “áreas de preservação permanente”,

como se uma coisa fosse menos importante que a outra. O que muda em

relação ao item IV anteriormente tratado, é que este prevê o aceiro de 6m nos

limites das Áreas de Preservação Permanente, ao passo que o item V prevê os

21 metros (6 de aceiro mais 15m a partir do aceiro) nas bordas de fragmentos

de matas. Não há justificativa para essa distinção de faixas de proteção, pois

ambas as áreas – APPs e florestas – são áreas igualmente protegidas pela

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legislação. Esses itens IV e V prejudicam completamente o setor

sucroalcooleiro. Portanto, discorda-se por completo da redação dos itens IV e

V do Quadro 4, pelos motivos acima elencados, representando os mesmos uma

restrição injustificada e desarrazoada para o setor canavieiro. No que tange ao

item VII, o qual estabelece a proibição de “utilização de agrotóxico com classe I

e II de periculosidade ambiental, definidas conforme Portaria IBAMA n.

84/1996”, é preciso tecer algumas considerações. Um defensivo agrícola para

ser liberado comercialmente passa por uma série de exigências, de modo a

compatibilizar o objetivo de controle das pragas para as culturas específicas

com a proteção do meio ambiente, tudo o que resulta em aplicação de

dosagens reduzidas de tais produtos, com embalagens e formulações mais

adequadas para esse comprometimento. O Ministério de Agricultura analisa

tudo isso, fazendo uma série de exigências e restrições para essa liberação, que

normalmente leva muito mais de 01 (um) ano após a solicitação do fabricante,

sem falar do tempo que este já vem em campo pesquisando, depois de

aprovada essa molécula em laboratório. Dentre as análises realizadas pelo

Ministério de Agricultura, uma diz respeito ao efeito de toxicidade,

identificando perigos e medidas emergenciais, caso venha a acontecer algum

acidente, medidas de prevenção e combate a incêndios, medidas de controle

para derramamento ou vazamento dentro do depósito armazenado,

recomendação de manuseio e armazenamento para esses produtos,

determinando também o uso de “EPI’s”. O Ministério de Agricultura avalia

também os efeitos ambientais, analisando impactos e o grau de toxicidade de

cada molécula, não permitindo o uso em situações inadequadas,

recomendando e exigindo dentro das regulamentações o manuseio e

transporte desses produtos, obrigando o descarte de embalagens com a

destinação final das mesmas, tudo isso sob pena de apreensões e autuações.

Além dessas análises ambientais e de toxicidade, o produto só é liberado com

todas as informações de suas especificações técnicas, tais como as

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propriedades físico-químicas, com sua estabilidade e reatividade, permitindo

assim o devido uso do mesmo para a situação recomendada, especificando as

culturas e pragas de atuação. Esse rol de regras extremamente rigorosas e

detalhadas, encontra-se em alguns atos normativos, a saber, Portaria

Normativa IBAMA n. 84, de 15.10.96, Portaria ANVISA n. 03, de 16.01.92 e

Portaria n. 45, de 10.12.90, do Ministério de Agricultura. Como se vê, com

tantas preocupações e exigências, tais órgãos não seriam negligentes na

liberação de um produto, ignorando os impactos ambientais. Estes são

sopesados e avaliados mediante as regras contidas em tais Portarias, razão pela

qual é possível afirmar que quando um agrotóxico é liberado para uso, ele já foi

fruto de inúmeros testes e avaliações, podendo ser usado, em doses corretas,

pelo agricultor. Não é possível restringir uma atividade, no caso, o plantio da

cana da forma como é praticada, simplesmente porque “algo pode ser perigoso

para o meio ambiente”. Noutras palavras, não é possível proibir com base em

um perigo hipotético ou em denúncias de danos. É preciso medir e constatar

cientificamente o dano ambiental para se poder restringir uma atividade. A

restrição aleatória, sem base científica, é arbitrária e merece rejeição. Por essa

razão, discorda-se da proibição contida no item VII do Quadro 4.

Assim, no tocante às proibições acima comentadas, sugere-se que a redação passe a

ser a seguinte:

Quadro 4 – Zonas e subzonas da APA de Guadalupe com respectivos usos e atividades

proibidas:

Zona Rural Diversificada:

I. Supressão de fragmentos do Bioma Mata Atlântica em desrespeito à Lei

Federal n. 1.428/2006.

II. Suprimir

III. Cultivo em torno das matas e áreas de preservação permanente, sem faixa

de proteção de 3 m contra fogo acidental e controlado;

IV e V. suprimir

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VII. Uso de agrotóxicos sem obedecer as orientações técnicas regulamentadas

pelo Ministério de Agricultura.

VIII. Suprimir, já que não diz respeito à APA de Guadalupe em si, mas sim à

REBIO de Saltinho.

Além de todas essas considerações acima tecidas, embora não se tenha ainda tratado

do Quadro 5, sobre as atividades a serem incentivadas na APA, seguem os seguintes

comentários e sugestões:

Quadro 5 – Atividades a serem incentivadas nas Zonas e subzonas da APA de

Guadalupe:

Zona Rural Diversificada:

- Licenciamento ambiental das atividades agrícolas => licenciamento ambiental

para atividades agrícolas deve ser exigido de quem pratica apenas atividades

agrícolas. A agroindústria combina duas atividades: agricultura e indústria. Daí

porque a CPRH concede uma licença ambiental única para as duas atividades

(indústria-campo). Querer exigir da agroindústria uma licença específica para a

atividade agrícola é querer alterar e esvaziar o licenciamento de competência

do órgão ambiental estadual. Além disso, essa questão do licenciamento para a

agroindústria está sub judice, ou seja, é objeto de inúmeras ações judiciais em

trâmite perante o Poder Judiciário Federal, razão pela qual, a se querer tratar

de um assunto que está sendo decidido pelo Poder Judiciário, será o órgão

responsável pela APA chamado a integrar tais ações judiciais.

- Demarcação, averbação e monitoramento do estado de conservação das

reservas legais das propriedades rurais e projetos de assentamento – isso deve

ser suprimido, pois as reservas legais não são uma “atividade a ser

incentivada”; são, isto sim, uma obrigação legal, cuja observância é da

competência do órgão ambiental, até porque há situações em que se pode ter

reserva legal em outro local ou em que não se precisa ter reserva legal,

cabendo ao órgão ambiental avaliar estas situações.

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- Restauração ambiental das áreas de preservação permanente => esse item,

porque está extremamente genérico, onerará sobremaneira os proprietários

das terras que contenham tais áreas. Esse assunto é objeto de um “TAC” que

está sendo negociado com o Ministério Público Federal, sendo indevido

adentrar nesta esfera ignorando a discussão que vem sendo travada;

- Criação de unidades de conservação, incluindo fragmentos florestais

remanescentes => cada vez mais se vai inviabilizando essa região, tornando-a

menos produtiva. A se ter mais e mais unidades de conservação dentro da APA

e diante do grau de proibições e exigências destas, não será mais possível

produzir nesta área e, por conseguinte, não haverá mais geração de riqueza

para esses municípios, tanto na área agro-industrial, agrícola, pecuária, como

na zona de turismo e industrial, sabendo-se, inclusive, que essa área é de

natural expansão do Porto de Suape, ou seja, será uma região inoperante, sem

geração de renda, embora totalmente conservada. Resta saber se, no fim das

contas, isso será o melhor para os municípios e sua população. Lembre-se que

na região já se tem Rebio, reservas legais, áreas estuarinas protegidas por lei e

APA de Sirinhaém. Com mais e mais unidades de conservação, a tendência é

impedir ou dificultar o desenvolvimento da atividade econômica.

- estabelecimento de corredores ecológicos, melhorando a conectividade entre

fragmentos – o art. 25 da Lei do SNUC, Lei Federal n. 9.985/2000, estabelece

que “as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e

Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de

amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.” Observe-se

que o aludido artigo exclui a possibilidade de zona de amortecimento e de

corredores ecológicos em APA e em RPPN. Daí porque tal item deve ser

excluído.

- Culturas perenes em áreas com declividade entre 25o e 45o - adicionar

também o termo “semi-perene”, principalmente com culturas que sejam

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conservacionistas. Do contrário, estar-se-á indo de encontro à realidade da

região, onde o cultivo da cana nesta declividade é uma constante.

Finalmente, cumpre destacar que uma APA não deve buscar simplesmente ser mais

restritiva. Ela deve especialmente se preocupar em reforçar a fiscalização, reforçando

a aplicação de leis já existentes e denunciando aos órgãos que possuam poder de

autuação, bem como deve se preocupar em conciliar a proteção do meio ambiente

com o desenvolvimento das atividades presentes dentro de seus limites. Esse é o

espírito de uma APA

No mais, a regulação de uma APA, por decreto, não pode ignorar as leis existentes, por

respeito ao princípio da hierarquia das leis que rege nosso ordenamento jurídico.

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ANEXO 4 - MAPA DA PROPOSTA DE ZONEAMENTO