gestÃo de resÍduos sÓlidos na alemanha … · 8-12% de gee de o aterros!!!! 2 / t aterro aterro...

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA ALEMANHA –

LIÇÕES A SEREM COMPARTILHADAS COM O BRASIL

CHRISTIANE PEREIRA

ENGENHEIRA CIVIL E ADVOGADA

COORDENADORA DO DEPARTAMENTO DE RESÍDUOS E RECURSOS NATURAIS

DA TU BRAUNSCHWEIG NO BRASIL E DIRETORA DA TERRA MELHOR LTDA

18.10.2017 São Paulo

TU BRAUNSCHWEIG

• Fundada em 1745

• Orçamento de 2015: 314 milhões de euros sendo

25% de origem privada

• 19508 alunos, sendo 13 % estrangeiros.... Mais de

6000 funcionários.

• Assessoria técnica na Alemanha para os Ministérios e

no Brasil desenvolvimento de capacidades nos

Ministérios, agências ambientais e bancos públicos

• Coordenação do projeto de proteção climática em

gestão de resíduos - IKI

2

QUADRO LEGAL

EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO NA ALEMANHA E EUROPA

4

Primeira Lei de resíduos

~50.000 aterros

Regulamento das embalagens

Lei de resíduos e da Economia circular

Lei da Economia circular

“Pacote EU”, Lei de recicláveis, NOVO 4.0

Desenvolvimento da proteção do meio ambiente => coleta seletiva de papel, vidro, depois também embalagens leves

Hierarquia de tratamento de resíduos, preservação de recursos, proteção climática, eficiência, Meta: Prevenção de resíduos => Contêiner de recicláveis

Desenvolvimento da economia, avalanche de resíduos uso de recursos

Fonte: Hubert Baier 2017, Seminário Regional Jundiaí, SP

Proibição de aterramento de RSU não tratado

18/10/2017Gestão de resíduos sólidos na Alemanha – lições a serem compartilhadas com o Brasil

HIERARQUIA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NAEUROPA E ALEMANHA

5

Fonte: EU-Framework Directive on Waste, 2008

Diretiva-quadro dos Resíduos na EU 50% taxa de reciclagem em 2020

Lei de Economia Circular (2012) 65% taxa de reciclagem

Decreto das Embalagens (1992)Obrigação de coleta seletiva de orgânicos (2015)

Prevenção e minimização

Reutilização

Reciclagem/ Compostagem

Recuperação energética

Destinação final

Opção mais favorável

Opção menos favorável


RSU ATERRADOS NA ALEMANHA E GLOBAL

• Alemanha:

• Desde 1975: aprox. 2,5 bilhões t RSU

(com resíduos de construção civil e

comercial) 2)

• Global:

• desde 1975: aprox. 60 bilhões t 3)

• Até 2025: 1,3 bilhões t RSU / ano

• Em 2012: 70 – 95 % de RSU depositado em

lixões e aterros sanitários 4)

Fonte: 1) Umweltboard, Fricke 20082) Bilitewski 2000, Görner et al. 2002, UBA 20063) MSW UNEP = 0,28 Mg /cap./a)4) World Bank

6

• 2005

• Proibição de aterramento de resíduos não tratados na Alemanha,

Suíça e Áustria (2001)

• 2016

• Proibição de aterramento de resíduos não tratados em toda a

Europa.. Estendida até 2020 !!!???


7

NOVAS METAS DA UNIÃO EUROPEIA PARA 2030

Fonte: Eurostat (2016),http://www.euwid-recycling.com/news/business/single/Artikel/ep-environment-committee-votes-for-higher-recycling-and-landfill-diversion-targets.html, https://qualidadeonline.wordpress.com/2016/07/28/o-indice-de-reciclagem-das-embalagens/

5%


70%

FLUXO DE MASSA RSU NA ALEMANHA - 2015

100 %RSU (43 milhões t)

63 % coleta seletiva

24% Tratamento antes do aterramento IC, TMB, CDR (Energia + CO2, H2O)

8% Reciclagem 0,5 t Ne e Fe; 3,1 milhões t escória

5% aterro < 2 milhões t

Reciclagem(27 milhões t)

Tratamento antes de aterramento (16 milhões t)

8

✓ Mais de 200.000 pessoas atuando na gestão de resíduos

✓ Faturamento anual de 40 bilhões Euro


9

TRATAMENTO DE RSU NA EUROPA - 2016

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Vereinigtes Königreich

Ungarn

Tschechische Republik

Spanien

Slowakei

Schweden

Rumänien (2013)

Polen

Österreich

Italien

Griechenland (2013)

Frankreich

Deutschland

Bulgarien

Belgien

Deponierung

Verbrennung

Recycling

Kompostierung

Fonte: Eurostat (2016)

Aterramento

Incineração

Reciclagem

Compostagem


RECICLAGEM NA ALEMANHA- DESENVOLVIMENTO DE INTENSIDADE DA RECICLAGEM


SISTEMA DE COLETA – RESÍDUOS BIODEGRADÁVEIS

11

Sistema de 2 contêineres

Digestão anaeróbica e planta de compostagem

Planta de triagemTMB e Incineração

alternadoRestos Orgânicos


JUSTIFICATIVAS PARA

UMA GESTÃO

SUSTENTÁVEL DOS

RESÍDUOS

1700

1100

-260-420

-500

0

500

1000

1500

2000

landfill Landfill with gascollection

materialrecycling

materialrecycling and

energy recovary

EVOLUÇÃO DE EMISSÕES DE GEE NA ALEMANHA 1990-2015

13

8-12% de GEE de aterros!!!!

kg

CO

2e

q /

t

Aterro Aterro com coleta de

biogás

Reciclagem de materiais

Reciclagem de materiais e

recuperação energética


Apenas 20-45% do biogás é captado em aterros. Monitoramento

superior a 30 anos.

POTENCIAL DE RECURSOS SECUNDÁRIOS EM ATERROS -ALEMANHA

Resíduos aterrados desde 1975: 2,5 bilhões de toneladas

250 milhões toneladas fração calorifica baseada em carvãoequ

e óleoequ

63,0 bi. US$

1.2 milhões toneladas sucata de cobre 8,4 bi. US$

0,5 milhões toneladas sucata alumínio 1,5 bi. US$

0,65 milhões toneladas fósforo 1,4 bi. US$

Fonte: 1) Umweltboard, Fricke 2008, 2) Bilitewski 2000, Görner et al. 2002, UBA 2006, 3) MSW UNEP = 0,28 Mg/cap./a), 4) Universidade de York 2017

Fósforo

14

19% dos elementos da tabela periódica estarão esgotados em 5-50 anos.27% dos elementos da tabela tem taxa de reciclagem inferior a 1%. 4)


Viabilidade depende do uso futuro

da área.

OUTROS IMPACTOS AMBIENTAIS

• 1,8-4,6% ou 12,7 milhões toneladas por ano de plásticos produzidos entram nos oceanos,

sem contar micro plásticos

• ~70% destes plásticos acumulam no fundo do mar,

• ~30% formam uma camada flutuante (poliolefinas)

15

80% são de fontes terrestres!!!

Fonte: Jambeck et al. 2015


COMPULSORIEDADE DA GESTÃO SUSTENTÁVEL

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Ministério Público

promovendo o estabelecimento de TAC Bancos públicos

limitando a contratação de linhas de

financiamento

Agência ambiental

limitando a emissão e renovação de licenças de

aterros.

Arcabouço legal

fomentando a gestão sustentável

Critérios para a tomada de decisão

TECNOLOGIAS

PRÉ-TRATAMENTO DE RESÍDUOS RESTOS

18

Fonte: Dr. Andreas Jaron, Federal Ministry for the Environment, Nature Conservation, Building and Nuclear Safety, Germany, 24th OSCE Economic and Environmental Forum (2016)

Resíduos restos

Incineração TMB

Aterro EnergiaEnergia, Orgânicos


COMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

• Resíduos com valor calorífico inferior a 3.500 - 4.000 kJ/kg demanda de combustível adicional para combustão – teoricamente

• Mínimo 6.000 kJ/kg - praticamente

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Média Alemanha China Brasil Tailândia Índia

Papel / Papelão 20 15,0 11 7.7 1.5

Vidro 8 2.0 2.0 2.0 0.2

Orgânicos 42 64 61 62 75

Plásticos 9 16,9 13.8 12.0 0.9

Têxteis 4.0 1,4 2 3.1

Metais 4 0,7 2,5 0.5 0.1

Restos 13 3.2 7,7 16 19.0

Conteúdo de agua 35 - 45 42 - 60 46- 58 41 - 53 42 - 60

Valor calorifico kJ/ kg 8.500 4 - 7.300 3 - 6.900 4 - 7.500 < 4.000


COMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

20

Consequências:

• Incineração eficiente não é possível ou útil para a massa inteira de RSU

• Pré-tratamento mecânico é necessário (triagem)

• Secagem de resíduos

• Tratamento biológico adequado para 60 - 70% dos resíduos

• Desenvolvimento:

• Produção de embalagens p.e. redução de vidro e metais

• Redução de potencial calorífico devido ao aumento de reciclagem de materiais

• Proibição de artigos plásticos Ban (p.e. sacola na Itália) e alterações na qualidade

de plásticos p.e. plásticos biodegradáveis)


TRATAMENTO DE RESÍDUOS - PROIBIÇÃO DE ATERRAMENTO PARA RESÍDUOS NÃO TRATADOS

▪ 68 plantas de incineração de resíduos – 19,0 Mio t cap.

▪ 46 plantas de TMB – 5,8 Mio t cap.

▪ 29 plantas de CDR – 8,5 Mio t cap.

21

2011: Na EU 330 plantas TMB são em operação para ~ 34 Mio tDesde 2009 cada ano 25 novas plantas de TMB entram em operação

Fonte: Ecoprog 2011


QUANTIDADE E CAPACIDADE DE PLANTAS DE BIOGÁS (ALEMANHA) - MERCADO DE RESÍDUOS

22

Resíduos biodegradáveis100 plantas e2.000.000 t/a

Resíduos biodegradáveis

industriais170 plantas e750.000 t/a

RSU 12 plantas

680.000 t/aPresença de contaminantes,

problemas de corrosão e abrasão


FINANCIAMENTO DE GESTÃO DE RESÍDUOS NA ALEMANHA

23

Fonte: Dr. Andreas Jaron, Federal Ministry for the Environment, Nature Conservation, Building and Nuclear Safety, Germany, 24th OSCE Economic and Environmental Forum (2016)

Gestão de resíduos

Cobranças e taxas/tarifa

Recursos secundários

e energia

Subsídios (tributos gerais)

Responsa-bilidade do

produtor

Geradores de resíduos

Setor privado

Estados/ Municípios

Produtores

Taxa/tarifa de resíduos no

Brasil ???


COMPARATIVO DE DESPESAS DOMICILIARES

24

41

34

23

2

Água Luz IPTU Resíduos

Po

rce

nta

ge

m (

%)


DESAFIOS INTERNACIONAIS

Gestão de resíduos é afetado por dois principais desenvolvimentos

a. Tendência positiva para recursos secundários devido a custos crescentes para recursos

primários – proteção de recursos

b. Proteção climática e lixo marinho afetam a gestão de resíduos – proteção ambiental

Estratégias futuras:

• Reuso e reciclagem p.e. papel/papelão, plásticos, vidro, metais, orgânicos/biomassa

• Recuperação energética a partir de resíduos não recicláveis – biogás e CDR

• Minimização /proibição de aterramento de resíduos não tratados

• Mineração de aterros

• Minimização de transporte através de descentralização


MITOS

• A segregação na fonte é apenas decorrente do comprometimento ambiental

• A etapa de planejamento é privilegiada

• Todas as plantas de valorização de resíduos são bem operadas

• Caracterizações dos resíduos são dispensáveis

• As garantias de performance são suficientes

• A população aceita todas as tecnologias

• Os alemães separam bem os resíduos

• Os alemães pagam voluntariamente a taxa de resíduos

• A gestão de resíduos na Alemanha começou muito antes do que no Brasil

• A coleta seletiva gera prejuízo para os municípios


27

ALEMANHA ??? CATADORES ?


PRINCIPAIS RAZÕES PARA O SUCESSO

• Exigências legais

• Monitoramento da conformidade das exigências legais

• Gestão e tecnologias eficientes

• Subvenção de tecnologias sustentáveis p.e. geração de energia renovável a partir

de resíduos (Lei de Energias Renováveis)

• Educação ambiental e melhor aceitação da população

• Tempo para desenvolvimento e implementação

• Capacitação continuada

• Reconhecimento do negócio pelo setor privado e público

• Desenvolvimento de mercado para subprodutos


ASPECTOS PARA FORMAÇÃO DE MERCADO NO BRASIL

• Necessidade de desenvolver parque industrial brasileiro.

• Financiamentos que privilegiam a aplicação de tecnologias.

• Garantias de performance são imprescindíveis.

• Implementação tecnológica escalonada.

• Oportunidades de mercado inseridas na cadeia de logística reversa.

• Interação entre o mercado e academia.

• Privilegiar tecnologias consolidadas.

• Tempo de comissionamento prolongado.

• Projetos de valorização demandam longo prazo para retorno do investimento.

• Desenvolver mercado de recursos secundários.

• Novos atores de mercado: setor de energia, cimentício, lignocelulose, entre outros.


CONSIDERAÇÃO FINAL

30

O principal desafio do mercado brasileiro:

Insuficiência de CONHECIMENTO e não $$$$$ !!!


DANKE!

31

TU Braunschweig

[email protected]

Terra Melhor Ltda

[email protected]

19/10/2017

Prof.Dr.-Eng. Klaus Fricke

Department Coordinator

[email protected]

mailto:[email protected]



gestÃo de resÍduos sÓlidos na alemanha … · 8-12% de gee de o aterros!!!! 2 / t aterro aterro...

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