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GESTÃO DE TECNOLOGIA INFORMAÇÃO UNIDADE I Prof. Wilson Silva, Adm. Ms. 1

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GESTÃO DE TECNOLOGIA INFORMAÇÃO

UNIDADE I

Prof. Wilson Silva, Adm. Ms.

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Belém-Pará2011

UNIDADE I – ABORDAGEM SISTEMICA DA ORGANIZAÇÃO

1- A EMPRESA COMO SISTEMA

1.1- Abordagem Sistêmica

A abordagem sistêmica é uma maneira de resolver problemas sob o ponto de vista da Teoria Geral de Sistemas. Muitas soluções surgem quando observamos um problema como um sistema e, desta foram, sendo formado por elementos, com relações, objetivos e um meio-ambiente.

Os Fundamentos Básicos da Teoria Geral de Sistemas

Os sistemas existem dentro de sistemas. Os sistemas são abertos. As funções de um sistema dependem de sua natureza.

Conceito de Sistemas

É um conjunto de elementos dinamicamente inter-relacionados formando uma atividade para atingir um objetivo operando sobre dados/energia/matéria para fornecer informação/energia/matéria. [Idalberto Chiavenato]

Dicas da Abordagem Sistêmica

a) dividir para conquistarProcure dividir o problema em problemas menores. Alguém que quer ir de uma cidade a outra, divide o caminho em partes por onde deve passar (estradas a tomar, saídas, entradas, conexões).

b) identificar todas as partes do sistema Procure identificar tudo o que faz parte do sistema. Algumas partes podem fazer a diferença. Um exemplo clássico é o cavalo de tróia na guerra entre gregos e troianos. Se os gregos vissem o problema apenas como uma cidade (Tróia) com muros altos e fortes portões, não teriam conseguido entrar. A diferença aconteceu porque eles entenderam que o sistema ainda era composto de pessoas e, neste caso, supersticiosos e religiosos (que não poderiam rejeitar um presente dos deuses).

c) atentar para detalhesA falta de uma caneta pode gerar o insucesso de um sistema automatizado. Os analistas se preocupam geralmente com as coisas grandes como computadores, redes e software de banco de dados. Mas num supermercado, se não houver uma caneta para o cliente assinar

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o cheque, de nada terá adiantada gastar milhares de dólares com hardware, software e treinamento de pessoal.

d) olhar para o todo (visão holística)Se alguém está perdido numa floresta, sobe numa árvore para poder enxergar onde está a saída. O mesmo acontece com labirintos. A visão do todo permite entender como as partes se relacionam.

e) analogiasA analogia consiste em utilizar uma solução S’ num problema P’, similar a uma solução S que já teve sucesso num problema P similar a P’. Ou seja, é o reuso de soluções em problemas similares, com alguma adaptação da solução. Não é a toa que o Homem criou o avião observando os pássaros voarem.

Tipos de Sistemas

1.2- Sistemas abertos e fechados 

A empresa para ser vista como um ‘sistema aberto’, implica em realizar ações transparentes, límpidas e cristalinas, dos seus negócios, nas suas operações cotidianas de entradas, processamentos e saídas e respectivos relacionamentos. Para atender este requisito de sistema aberto, devem ser envolvidos todos os escalões da empresa, evidentemente respeitando o tipo e forma de distribuição de informações. 

As pessoas, a sociedade e o mundo como um todo, estão passando por constantes mudanças, aumentando seu grau de exigência, aceitabilidade e conceito de qualidade, exigindo das empresas, facilidade de flexibilização, dinamismo, capacidade de gestão situacional, planejamento, competência estratégica e aptidão de adaptação de seus processos e sistemas, tornando-os abertos para resistir ao alto nível de agitação ambiental. Sistemas fechados 

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Nos sistemas empresariais fechados não existem permutas da empresa com o meio ambiente externo que está a sua cerca, as mesmas são insensíveis e indiferentes a qualquer influência ambiental, não integrando-se ou interagindo com o mundo, inviabilizando sua existência. 

O conceito de Sistema Fechado segue a mesma idéia, é isolado, hermético, independente e sem abordagem sistêmica, sem receber influência qualquer ao mesmo e também sem permitir influenciar o meio ambiente externo. 

Pode-se fazer analogia dos sistemas fechados com a gerência de CPD (Centro de Processamento de Dados), modelo vetusto e alquimista da informática da década de 60. Outros sistemas fechados que aparecem em algumas empresas são os denominados de ”DP” (de Departamento de Pessoal) e “Almoxarifado” que também são formas antigas de administração de pessoas e de materiais, respectivamente. Freqüentemente os sistemas fechados estão vinculados a um modelo de gestão autoritária. Sistemas abertos 

Nos sistemas empresariais abertos existem permutas da empresa com o meio ambiente externo que está a sua cerca, as mesmas são dependentes e necessitam da influência ambiental externa, plenamente integradas e interagindo com o mundo, viabilizando sua existência e perenidade. 

Neste caso, o conceito de Sistema Aberto também tem relações de troca e interdependência dos demais sistemas a sua cerca, com abordagem sistêmica e possibilitando receber influências e influenciar os outros sistemas externos a ele. 

As empresas devem ser sistemas abertos, com integridade, planejamento, normas, procedimentos, regras, envolvimento das pessoas, tudo de forma estruturada e organizada, possibilitando uma dinâmica de funcionamento sistêmico e integrativo. 

Os sistemas abertos propiciam muitos facilitadores na condução cotidiana, na manutenção e crescimento da empresa, favorecendo e destacando:

a gestão e administração participativa; mudanças e adaptações internas; produtividade e qualidade nos serviços e produtos; capacidade de administrar diferenças ambientais, organizacionais e

comportamentais; perenidade e melhoria dos negócios; lucro e competitividade empresarial.

 Pode-se fazer analogia dos sistemas abertos com a gestão moderna de Tecnologia

da Informação com foco empresarial. Freqüentemente os sistemas abertos estão vinculados a um modelo de gestão participativa. 

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Ecossistema O ecossistema trata sistema como uma concepção maior, como um todo, mais abrangente filosófica e cientificamente.

Tarefa primária da Administração: administrar as condições limitativas que o ambiente impõe à empresa.

Administrador - deve estar sempre atento tanto ao âmbito de sua área, como à inserção desta área num conjunto mais amplo.

1.3- Estrutura Básica de um Sistema (Sistemas Abertos)

a) objetivo - finalidade para a qual o sistema foi criadob) entradas (input) - mão de obra, material, leis, etc…c) processamento (throughput) - parte do sistema que processa/transforma as entradas, produzindo resultados ou produtosd) saídas (output) - resultado do processo de transformação das entradas (não confundir com objetivo, eg. lucro)e) realimentação (feedback) - comparação entre o que havia sido planejado e o que efetivamente foi executado. Para a realização deste tipo de controle é necessária a existência de um padrão, com o qual serão comparados os resultados (ou saídas). Padrão - resultado de uma ação prévia de planejamento, que estabelece as condições esperadas das saídas.f) ambiente - onde o sistema está inserido; é de onde provêm as entradas; é onde o sistema lança suas saídasg) subsistemas - todo sistema é formado por partes menores denominadas subsistemas. Quantidade de subsistemas: diretamente relacionada à complexidade inerente ao sistema total.

Figura 1. Componentes de um sistema [Oliveira 1992]

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OBJETIVOS

Processo de Transformação

REALIMENTAÇÃO

SAÍDASENTRADAS

[Oliveira 1992] Oliveira, D.P.R. Sistemas, Organização & Métodos, Atlas, 1992

Exercícios de Fixação

1) O que é Teoria de Sistemas?2) Como surgiu a Teoria de Sistemas?3) Defina o que é sistema, quais suas características principais e explique como é o seu funcionamento.4) De acordo com a abordagem sistêmica como são abordadas as organizações?5) Explique as características básica da teoria administrativa baseada numa análise sistêmica.6) Quais foram às contribuições da abordagem sistêmica para a Administração?7) Com base na estrutura básica de um sistema (Sistema Aberto), desenvolva uma tarefa da organização quanto: a) Objetivos, b) Entradas, c) Processamento, d) Saídas, e) Realimentação, f) Ambiente e g) Subsistema.8) Os Sistemas Abertos propiciam muitas facilidades no dia-a-dia de uma empresa. Qual a importância do administrador de RH no âmbito da sua área, numa organização vista como um sistema empresa.

Recomendações do Professor

1- Para maior aprofundamento sobre o assunto: Leia o Capítulo 17 – Teoria de Sistemas – do livro Introdução à Teoria Geral da Administração de autoria de Idalberto Chiavenato. Analise e resolva os casos.

2- Resolva o exercício de fixação contido nesta apresentação sobre Teoria de Sistemas. O referido exercício deverá ser apresentado na próxima aula.

2- ASPECTOS GERAIS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.

2.1-Conceitos de Sistemas de Informação

Um Sistema de Informação (SI) pode ser definido como um conjunto de procedimentos organizados que, quando executados, provêem informação de suporte à organização. Um SI em geral processa dados, de maneira informatizada ou não, e os apresenta para os usuários, individuais ou grupos, que são os responsáveis pela sua interpretação. A forma como se processa essa interpretação, uma atividade inerentemente humana, é extremamente importante para a compreensão da reação da organização às saídas do sistema.

São diversos os resultados possíveis para uma organização quando ela recebe as saídas de um SI. Muitos sistemas são usados rotineiramente para controle e requerem pouco de tomada de decisão. Um sistema de agendamento de consultas, por exemplo, requer pouca atenção dos níveis diretivos da organização. Em geral, essas aplicações são altamente estruturadas e previsíveis, sendo necessário somente atenção às exceções. Em

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contrapartida, outros sistemas são mais voltados ao planejamento estratégico da organização, como os sistemas de priorização e alocação de investimentos. Nesses casos, os sistemas dão suporte à decisão dos gerentes. Embora os SI sejam anteriores ao fenômeno da computação eletrônica, e em alguns casos não dependam em absoluto de um computador, a explosão da informação e as necessidades de processar grandes volumes de dados requerem novas ferramentas. Essas ferramentas para trabalho da informação, componentes da Tecnologia da Informação, são descritas mais adiante.

um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta, processa, armazena e distribui informações para apoiar a tomada de decisões, a coordenação e controle de uma organização. (Figura 2)

suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos.

2.2- TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

É importante reconhecer que Sistemas de Informação podem ser classificados segundo diversas categorias. Um modelo para essa definição é o de Keen e Morton, que classifica os sistemas de informação em: Sistemas de Informação Transacional (SIT), Sistemas de Informação Gerencial (SIG) e Sistemas de Apoio à Decisão (SAD). Cabe observar que as fronteiras entre esses diversos sistemas não é muito nítida, uma vez que sistemas gerenciais são também sistemas de apoio à decisão. A diferenciação entre esses sistemas é definida pela possibilidade de estruturá-los e, conseqüentemente, informatizá-los. Outras classificações, como os sistemas especialistas, os sistemas de informação executiva, os sistemas de informação geográfica, são tidos como englobados pelas três classificações usadas a seguir:

Sistemas de Informação Transacional – SITTêm como características:• objetivar tarefas estruturadas, em que são claros os procedimentos, as regras de decisão e os fluxos de informação;• visar à eficiência, que pode ser traduzida por redução de custos, tempo ou pessoal, ou ainda, por aumento de produtividade;• relevância indireta dos gerentes.

Sistemas de Informação Gerencial – SIG

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Têm como características:• ajudar gerentes no processo de decisão em tarefas semi-estruturadas;• apoiar e não substituir o julgamento do gerente;• aumentar a efetividade do processo de decisão em vez de sua eficiência.

Sistemas de Apoio à Decisão – SADTêm como características:• apoiar as decisões: prescinde de estruturação suficiente para que recursos analíticos ou computacionais possam fornecer apoio ao discernimento e julgamento do gerente;• aumentar o alcance e capacidade do gerente, assim como sua efetividade;• relevância dos gerentes na criação de uma ferramenta de suporte, portanto não devendo objetivar automatizar o processo de decisão, predefinir objetivos ou impor soluções, mas apenas prover o suporte para o processo decisório.

Esses sistemas têm sido enfocados em paralelo à evolução do uso dos computadores. A quebra do paradigma da computação centralizada, focalizada no processamento de dados, permitiu o surgimento do enfoque de uso dos dados como componentes de informação de apoio à gerência e ao processo de decisão. Por outro lado, a evolução das tecnologias, com o advento dos microcomputadores, das redes, da computação distribuída, das ferramentas voltadas para o usuário final, a redução global dos custos, permitiram o acesso departamental a dados relevantes, quebrando de certa forma o monopólio dos Centros de Processamento de Dados (CPD) no acesso e manipulação dos dados.

Portanto, o ambiente propício à criação dos novos SI é grandemente favorecido pelos avanços tecnológicos que tornaram possível o desenvolvimento de aplicações para os gerentes e pelos gerentes, em contraste com o desenvolvimento de aplicações unicamente funcionais, operacionais e transacionais.

2-3. FORMAS DE ENQUADRAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os Sistemas de Informação podem ser enquadrados segundo seus propósitos. Esse enquadramento pode permitir a diferenciação e o posicionamento dos diversos tipos de sistema de acordo com seus objetivos, que podem ser:

• Planejamento estratégico: voltado para as decisões que norteiam os rumos da organização.• Controle gerencial: dirigido para o uso eficiente e efetivo dos recursos da empresa para alcançar seus objetivos.• Controle operacional: voltado para a execução das tarefas essenciais ao funcionamento da organização.

2.4- OBJETIVO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO

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A transformação dos dados em informação é a Principal função de um SI. Dentro de uma orientação de SI, os dados se tornam informação quando é a base sobre a qual possam ser tomadas decisões eficientes e eficazes. A informação é usada para aumentar a probabilidade de que a decisão correta seja tomada.

No contexto empresarial, SI deve orientar a tomada de decisão nos 3 diferentes níveis: operacional, tático e estratégico. A informação deve ser recebida em tempo hábil para proporcionar as representações desejadas. Pode ser que haja informações que não são mais necessárias após certo tempo.

2.5. INTERAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO COM O PROCESSO DECISÓRIO.

Como existem diferentes interesses, especialidades e níveis em uma organização – existem diferentes tipos de sistemas. Nenhum sistema pode fornecer todas as informações de que uma empresa necessite. A Figura 6 ilustra a organização dividida em níveis e suas áreas funcionais.

Sistemas do nível estratégico - ajudam à gerência sênior a atacar e enfrentar questões estratégicas e tendências de longo prazo tanto na empresa quanto no ambiente externo. Sua principal preocupação é compatibilizar as mudanças no ambiente externo com a capacidade da organização. Quais serão os níveis de emprego em cinco anos? Quais são as tendências de longo prazo do custo do setor e onde nossa empresa se encaixa? Que produtos deveremos estar fazendo dentro de cinco anos?

Sistemas do nível gerencial - atendem às atividades de monitoração, controle , tomada de decisões e procedimentos administrativos dos gerentes médios. As coisas estão indo bem? – é a principal consulta endereçada a esses sistemas. Esses sistemas têm a característica de produzir relatórios periódicos sobre as operações, em vez de informações instantâneas. Um exemplo é um aplicativo de controle de realocação que informa os custos totais da mudança, procura de moradia e financiamento imobiliário para funcionários de todas as divisões da empresa e indica se os custos reais excederam os orçados.

Sistemas do nível de conhecimento - dão suporte aos trabalhadores do conhecimento e de dados da organização. O propósito desses sistemas do nível é auxiliar a empresa comercial a integrar novas tecnologias ao negócio e ajudar a organização a controlar o fluxo de documentos. Exemplos: aplicações sob a forma de estações de trabalho e sistemas de automação de escritórios.

Nível Operacional – dá suporte aos gerentes operacionais, acompanhando atividades e transações elementares da organização, como vendas, contas a receber, depósitos à vista, folha de pagamento, concessão de crédito e fluxo de matérias-primas dentro de uma fábrica. O principal propósito de um sistema desse nível é responder a perguntas de rotina e acompanhar o fluxo de transações pela organização: quantas peças há no estoque? O que aconteceu com o pagamento do sr. X? Para responder a perguntas desse tipo,

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geralmente a informação deve ser de fácil acesso, atualizada e precisa. Exemplos de sistemas do nível operacional são: o de registro de depósitos bancários em terminais ou um que acompanhe o número de horas trabalhadas por dia pelos trabalhadores do chão-de-fábrica.

Sistemas de informação também atendem às principais funções empresariais, como vendas e marketing, fabricação, finanças, contabilidade e recursos humanos. Uma organização típica tem aplicativos nos quatro níveis citados acima. Por exemplo, a função de vendas geralmente tem um sistema de vendas do nível operacional para registrar resultados diários e processar pedidos. Um sistema do nível de conhecimento elabora displays promocionais dos produtos da empresa. Um do nível administrativo rastreia os resultados mensais de vendas por território e informa em quais territórios as vendas excederam ou não alcançaram os níveis esperados.

2.6- SEIS TIPOS MAIS IMPORTANTES DE SISTEMAS

A organização tem sistemas de apoio executivo (SAE), sistemas de informação gerenciais (SIG), sistemas de apoio à decisão (SAD), Sistemas de trabalhadores do conhecimento (STC), sistemas de automação de escritórios, sistemas de processamento de transações (SPT).

Exemplos de (SAEs): previsão quinzenal de tendências de vendas, plano operacional qüinqüenal, previsão qüinqüenal de orçamento, planejamento de lucros, planejamento de pessoal.

Exemplos de SIGs: gerenciamento de vendas, controle de estoque, orçamento anual, análise de investimento de recursos, análise de realocação.

Exemplos de SADs: análise das vendas por região, programação da produção, análise decustos, análise de custo de contratos.

Exemplos de STCs: estações de trabalho de engenharia, estações de trabalho gráficas, estações de trabalho administrativas.

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Exemplos de sistemas de automação de escritório: edição de texto, tratamento de digitalização de imagens, agendas eletrônicas.

Exemplos de SPTs: acompanhamento de pedidos, processamento de pedidos, negociação de seguros, gerenciamento do caixa, folha de pagamento, contas a pagar, contas a receber.

3- A ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO

3.1- O SISTEMA DE INFORMAÇÕES COMO UM SISTEMA

O desenho de Sistemas de Informação, assim como as tecnologias de suporte necessárias, estão inseridos em um contexto amplo, e estão relacionados a organizações, a processos, às pessoas envolvidas e a uma dinâmica de desenvolvimento. Diversas vertentes do conhecimento devem ser levadas em conta na definição desses sistemas. Os pontos de vista para cada uma dessas vertentes podem diferir, e um dos fatores para o sucesso na implementação desses sistemas é a integração dos pontos de vista. Os diversos pontos de vista podem ser caracterizados como aqueles das ciências da computação, da economia da informação, das ciências da administração, das ciências do comportamento.

Essas ciências devem complementar as visões dos profissionais de processamento e das gerências de sistemas para a construção de sistemas realmente efetivos. Os diversos

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ramos do conhecimento com relevância no desenho de Sistemas de Informação são descritos a seguir.

Ciência da computação

A maioria dos profissionais que desenvolvem um SIG, tiveram de alguma forma treinamento em ciência da computação. Esse campo engloba um espectro amplo envolvendo as Tecnologias da Informação. O conhecimento das opções da TI visam adotar e desenvolver melhores tecnologias. O enfoque no desenvolvimento de sistemas para esse grupo é muito mais a Gerência do Sistema de Informação do que o Sistema de Informação Gerencial (a distinção de ambos é muito mais que um jogo de palavras, é uma diferença fundamental de perspectiva). A gerência de dados como sinônimo de informação tem direcionado boa parte dos novos desenvolvimentos visando facilitar o acesso à informação e a sua modelagem.

Economia da informação

Este é um campo delicado, onde se tem tentado definir custos e valor da informação. Em síntese, o valor da informação depende da sua disponibilidade, da facilidade de acesso, do interesse do usuário, dentre outros fatores. Custo, por sua vez, depende de outros parâmetros, como, por exemplo, aquisição, manutenção, suporte e pessoal envolvido.

Ciência da administração

Os Sistemas de Informação em geral têm forte presença de componentes das ciências da administração no seu desenvolvimento. O desenvolvimento de modelos de otimização, como a programação linear e a pesquisa operacional, teve grande impacto em muitas organizações. O desenvolvimento de modelos de simulação mostrou grande potencial como ferramenta de apoio à decisão. Outro enfoque útil, em complemento à metodologia (otimização ou simulação), é o da área de aplicação (finanças, recursos humanos, produção, por exemplo).

Ciência do comportamento

Essa ciência se concentra nas pessoas, em organizações, grupos, ou como indivíduos. O estudo do impacto da introdução de computadores e sistemas em organizações é um desses enfoques. Os processos de desenho técnico, implementação e aceitação dos SIG têm componentes psicológicos e comportamentais de influência essencial no seu sucesso. O conhecimento dos processos de aprendizado com o uso da informação, necessidades, expectativas e capacidades dos gerentes, desenvolvedores de sistemas e usuários em geral, é um tema complexo e relevante para a definição dos Sistemas de Informação.

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Profissionais de processamento de dados

Esses profissionais têm como responsabilidade construir, manter e operar Sistemas de Informação. Devido à rapidez com que acontecem as mudanças tecnológicase o avanço acelerado com que se processam as evoluções nesse setor, que exige profissionalização altamente técnica, seus profissionais devem estar sempre atualizados, sob o risco de verem defasados seus conhecimentos. Esse ambiente, mesmo para o mais versátil dos profissionais, é repleto de dificuldades e tende a forçar os gerentes a se concentrar mais na tecnologia que nas necessidades da organização. Profissionais de processamento de dados devem balancear esforços para se manter atualizados, competitivos, alerta às mudanças tecnológicas, enquanto sempre focados nos objetivos da empresa. Devem ser creditados a esses profissionais o desenvolvimento de metodologias,produtos e, em especial, o reconhecimento de que a análise e exame de tarefas a serem programadas são parte das mudanças nas funções de sua organização e do ambiente onde estão inseridos.

Gerência de Sistemas de Informação

A avaliação cuidadosa de alternativas tecnológicas, planejamento e análise dosobjetivos dos sistemas em operação deve conduzir os gerentes de SI. Existe uma clara tendência em identificar a área de processamento de dados como uma peça no conjunto de ferramentas que compõem uma organização e, como tal, deve ser bem gerenciada, com a indicação de gerentes que não necessariamente precisam ter formação técnica em processamento, mas sobretudo em técnicas de gerência e administração. A perspectiva dos gerentes de SI em muitos casos tem sido influenciada pelas grandes modas e jargões das novas tecnologias, às quais devem estar atentos, sem nunca perder o foco nos objetivos da organização onde estão inseridos.

A tomada de decisão efetiva

Sistemas de Informação Gerencial são desenvolvidos como ferramentas de apoio para o gerente, conforme a própria definição sugere. Freqüentemente, os gerentes reconhecem o uso de Sistemas de Informação como fator de mudança na organização, mas não utilizam esses sistemas no seu processo decisório. A diferença entre os conceitos de eficiência e eficácia/efetividade no processo de tomada de decisão são argumentos centrais da perspectiva dos Sistemas de Informação.

• Eficiência é executar uma tarefa o melhor possível em relação a critérios de performance anteriormente preestabelecidos. Por exemplo, um centro de informática que mantém altas taxas de utilização de seus recursos computacionais, gera grandes volumes de dados transacionais e produz dezenas de diferentes tipos de relatório, pode se considerar eficiente. Por outro lado, se os dados não refletem informações úteis e os relatórios não são utilizados, esse CPD, na verdade, está sendo eficiente na busca de um objetivo ineficaz. A maioria dos SIT é voltada para a eficiência e melhoria dos processos.

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• Eficácia requer adaptação e aprendizado. Pesquisa e desenvolvimento podem ser tomados como um investimento ineficiente, mas provam ser eficazes a longo prazo. Efetividade não pode ser programada nem delegada, mas pode ser apoiada por SIG e SAD.

Obviamente, qualquer organização necessita balancear entre manutenção e adaptação, continuar as atividades atuais e redefini-las. Em situações e ambientes estáveis, eficiência é mais importante; entretanto, quando as mudanças acontecem, eficácia deve ser o objetivo principal. De qualquer maneira, a excelência não é um padrão fixo, mas um conceito em evolução.

3.2- A INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS NOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

3.2.1- A DIMENSÃO TECNOLÓGICA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

HARDWARE

Sistemas de tempo compartilhadoPermitem acesso fácil e rápido a

recursos computacionais; possibilitam desenvolvimento rápido de sistemas com a proximidade entre o técnico e o gerente.

Microcomputadores e terminais gráficos

São pessoais, baratos, fáceis de ser transportados. Meios efetivos de apresentação de grandes volumes de dados em formatos mais significativos.

Redes de telecomunicações

Estendem o uso do computador, tradicional “triturador de números” e processador de dados, para atividades de comunicação e envio de mensagens, compartilhamento de dados, acesso mútuo a informações entre unidades descentralizadas.

SOFTWARE

Sistemas de gerenciamento de banco de dados

Estendem o alcance das informações, possibilitam acesso a arquivos de dados,

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respondem a questões relativamente complexas de maneira amigável.

Linguagens de simulação e aplicação

Reduzem o tempo de desenvolvimento, em especial de modelos complexos e problemas de decisão.

Pacotes aplicativos “customizados”

Permitem a disponibilização através de “pacotes de prateleira” desenhados para tipos específicos de aplicação, adaptando-se às necessidades do usuário.

RECURSOS HUMANOS

Especialistas técnicosAjudam no processo de desenho e

desenvolvimento, formalizam idéias e necessidades em sistemas personalizados.

Usuários

Podem atuar como interface entre os gerentes e o sistema, traduzindo questões, operando o sistema e fornecendo análises.

3.3- OBJETIVOS DAS INFORMAÇÕES DE UM SISTEMA

Garantir que a informação seja gerenciada como um recurso indispensável e valioso.

Garantir que essa gestão esteja alinhada com a missão e os objetivos do serviço de informação.

3.3.1- Sensibilização

A Gestão da Informação não é um fim em si mesmo, mas um apoio indispensável para um objetivo mais abrangente – a gestão de uma organização.

Deve ser implementada e desenvolvida numa perspectiva de “negócio” e sob a ótica do cliente.

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3.3.2- Estruturação adequada...

Deve contemplar as necessidades de informação dos clientes e da organização.

Permitir uma integração das atividades e dos recursos disponíveis e a aportar.

Estabelecer e divulgar claramente os níveis de responsabilidade, as políticas, normas, procedimentos e técnicas a serem adotadas.

3.4. DADO X INFORMAÇÃO

É comum ocorrer confusão entre os termos “dados” e “informação”, pois ambos são tratados corriqueiramente como sinônimos, mesmo pela imprensa especializada.

O Termo “Dados” envolve fatos, imagens, sons que podem ou não serem úteis para determinado fim.

“Informação é o conjunto de dados coletados de forma a se tornarem aplicáveis a determinada situação.”

Já “conhecimento” é a combinação de instintos, idéias, regras e procedimentos que dirigem pensamentos e ações.

A informação não existe por si. Ela necessita de uma situação ou objetivo que justifique a sua existência. Isso fica claro, se percebermos que a criação da Informação passa por um “Agente Transformador” para ser gerada a partir dos dados. Esse agente será encarregado de filtrar/formatar/sumarizar os dados ao final do trabalho; têm-se dados que podem ser analisados/utilizados para determinado FIM a informação.

Esse agente tem as suas diretivas baseadas no conhecimento, sendo baseado principalmente na experiência (conhecimento acumulado), na qual os dados serão selecionados e filtrados para gerar informações.

Essa informação, captada sobre a situação, em conjunto com o conhecimento acumulado. (sobre como interpretar e usar a informação) irá fornecer base as decisões/ações humanas.

O resultado dessas ações irá retroalimentar e apefeiçoar a ação do agente, conforme a figura.

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3.4.1- CARACTERÍSTICAS DE DADOS E INFORMAÇÕES

Tipos de Dados

- Dados Formatados: É o tipo de tradicional, encontrado em sistemas aplicativos que automatizam as áreas operacionais(contabilidade, estoque, patrimônio). Nesses casos, os dados (numéricos ou alfabéticos) têm um formato tal, que o seu significado é pré-definido.

- Texto: Série de letras, números e sinais onde o significado não é extraído de seus itens individuais, mas todo o conjunto, dependendo de leitura e interpretação.

- Imagens: Da mesma forma que o texto, seu significado esta amarrado a sua interpretação. O que não ocorre explicitamente nos dados formatados. Algumas vezes, as imagens podem gerar dados formatados, os quais podem ser transformados em diversas maneiras. Alternando a forma, eixo, transparência, cor luz. É importante ter cuidado para não distorcer os aspectos básicos que possam influenciar sua interpretação.(escala, por exemplo).

- Áudio: Dados ligados à audição e interpretação dos sons – como por exemplo msgs de voz, batimento cardíaco.

- Vídeo: Combinação de figuras e sons unidos para transmitir ação e movimento. Sua interpretação exige observação visual e auditiva por um determinado período de tempo.

- Idade: Tempo decorrido desde a coleta dos dados. Ex: A idade do censo anterior(1991) é 9 anos.

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3.5. O PROCESSO E PROCEDIMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO (DADO/INFORMAÇÃO)

Diariamente centenas de dados ficam disponíveis para as empresas. É fundamental transformar estes dados em informações úteis. O quadro abaixo mostra as etapas de transformação dos dados em informação.   

A informação se bem analisada irá gerar um conhecimento do mercado. As próximas etapas são o planejamento das ações e a análise dos resultados obtidos.

Durante as primeiras décadas da Informática a ênfase foi em gerenciar dados. A tecnologia, as ferramentas, os métodos, os sistemas e as abordagens sempre enfatizaram os dados. Até hoje, ao longo da história tem sido assim: estruturas de dados, arquiteturas de dados, bancos de dados, data warehouses, e assim por diante. Mas o que nos falta?

Para transformar dados em informações precisamos de ferramentas. Mas para transformar informação em conhecimento precisamos de tempo. Conhecimento não é nem dado nem informação, mas está relacionado a ambos. Podemos pensar em informação como sendo dado que faz sentido, que faz diferença. Mas o conhecimento seria então um conjunto formado por experiências, valores, informação de contexto e – por que não? - criatividade aplicada à avaliação de novas experiências e informações.

Esta abordagem, útil para aplicações ao trabalho e às organizações, identifica o conhecimento como algo inseparável das pessoas. Nas organizações o conhecimento se encontra não apenas nos documentos, bases de dados e sistemas de informação, mas também nos processos de negócio, nas práticas dos grupos e na experiência acumulada pelas pessoas.

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As pessoas derivam conhecimento das informações de diversas formas: por comparação, pela experimentação, por conexão com outros conhecimentos e através das outras pessoas, por exemplo. As atividades de criação de conhecimento têm lugar com e entre os seres humanos. O conhecimento é transmitido por pessoas e para pessoas, através de meios estruturados como vídeos, livros, documentos, páginas web, e etc. Além disso, as pessoas obtém conhecimento daqueles que já o têm, através de aprendizado interpessoal e compartilhamento de experiências e idéias.

O interesse das organizações no conhecimento se deve, entre outros fatores, pelo conhecimento estar muito associado à ação. O conhecimento é avaliado pelas decisões e ações que desencadeia. Um melhor conhecimento pode levar a melhores decisões em marketing, vendas, produção, distribuição, e assim por diante. Assim as empresas passaram a se preocupar com o seu "capital intelectual", com sua "inteligência competitiva", enfim, com a gestão do seu conhecimento.

Isso se dá num ambiente altamente competitivo, onde a rápida globalização da economia e as melhorias nos transportes e comunicações dão aos consumidores uma gama de opções sem precedentes. Pressões sobre os preços não deixam margem para ineficiência. O ciclo de desenvolvimento de novos produtos é cada vez mais curto. As empresas precisam de qualidade, valor agregado, serviço, inovação, flexibilidade, agilidade e velocidade de forma cada vez mais crítica. As empresas tendem a se diferenciar pelo que elas sabem e pela forma como conseguem usar esse conhecimento. Numa economia global, o conhecimento se torna a maior vantagem competitiva de uma organização.

3.6. COMPONENTES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Para permitir a tomada de decisão adequada, a informação deve estar sempre disponível a quem a requereu , em uma forma facilmente utilizável e compreensível, a tempo de auxiliar nas tomadas de decisões e a custo razoável, caso contrário as pessoas não poderão utilizá-la. Manter a informação prontamente acessível para uso futuro é, portanto, um dos principais e mais comuns objetivos de um Sistema de Informação.

Um Sistema de informação possui três componentes principais: Dados, Sistemas de Processamento de Dados e os canais de Comunicação. O total de unidades vendidas, datas, descrição de produtos e nomes de clientes, e outros, são exemplos de dados. Os dados são adquiridos inicialmente pelo Sistema de Informação de seu ambiente.

O Sistema de Processamento de Dados armazena, recupera, processa, e transforma os dados em conjuntos de informações relevantes, como por exemplo: relatório de vendas por produto vendido por mês, a folha de pagamento de funcionários, etc., e os distribui pela organização pelos canais de comunicação, com a finalidade de aumentar sua utilidade e conseqüentemente seu valor, transformando-os em informação. A utilização do computador, pela sua capacidade de armazenar enormes quantidades de dados e de processá-los a grandes velocidades, pelos recursos que oferece para aumenta a confiabilidade da informação e pelas possibilidades que introduz de retenção,

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recuperação, pesquisa e transmissão de informações, distingue um sistema de alta qualidade.

É difícil ver uma revolução quando se está no meio dela. Estamos vivendo uma revolução, no que diz respeito ao trabalho da humanidade. As implicações sociais são grandes. Ao final dessa revolução teremos fábricas altamente automatizadas, canais de distribuição e serviços com redes de computadores integradas. Daqui a cinqüenta anos, voltando os olhos ao passado, iremos rir do que fizemos com os computadores até hoje. Exatamente como ocorre quando olhamos as gerações anteriores que viram o surgimento das máquinas a vapor, dos motores de combustão e outras evoluções. A usar qualquer tecnologia. A exemplo de Marconi, que inventou o rádio, mas não sabia sua aplicação. Ele pensou ter inventado uma variação do telegrafo, foram necessários vários anos para seu aperfeiçoamento. Nos livros de história do futuro, a geração atual será lembrada como aquela que assistiu à emergência de uma nova sociedade, baseada na disseminação rápida e ampla da informação na forma de sinais eletrônicos.

3.7- CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

Podemos ter a classificação dos Sistemas de Informação baseados em TI de acordo com o tipo de informação processada:

Sistemas de Informação Operacional: tratando das transações rotineiras da organização;

Sistemas de Informação Gerencial: agrupando e sintetizando os dados das operações da organização para facilitar a tomada de decisão pelos gestores da organização;

Sistemas de Informação Estratégicas: integrando e sintetizando dados de fontes internas e externas à organização, utilizando ferramentas de análise e comparação complexas, simulação e outras facilidades para a tomada de decisão da cúpula estratégica da organização.

Classificação dos sistemas de informação segundo abrangência da organização

As empresas são compostas por diversas partes tais como departamentos, times ou áreas. Por exemplo, a maioria das empresas tem um departamento de recursos humanos, um departamento financeiro, etc. A ênfase dada aqui está na relação com a abrangência da organização, a complexidade empresarial e a necessidade de informações.

Um modo de organizar Sistemas de Informação é construí-los ao longo das estruturas de linha da organização (estrutura hierárquica, com linhas de comando). Desta forma, um indivíduo ao analisar os sistemas de informação de uma empresa, pode encontrar sistemas construídos para divisões corporativas, departamentos, unidades de operação e mesmo para indivíduos. Estes sistemas podem ser “stand alone” ou

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interconectados com outros. Mas também podem ser projetados de forma corporativa que inclua um outro subsistema ou um sistema descentralizado para toda a empresa.

Desta forma, existem os sistemas nos níveis pessoal, de grupo ou departamental, organizacional e os interorganizacionais, nos quais se enquadram os sistemas globais de informação, envolvendo várias empresas (KROENKE, 1992). Com relação a tecnologia da informação e arquitetura dos sistemas, os sistemas de informação podem ter como infra-estrutura os tamanhos, formas de funcionamento e respectivos recursos computacionais.

Sistema de informação pessoal: São sistemas de informação computadorizados usados para facilitar o trabalho pessoal, sendo mais amplo do que simplesmente aprender como usar certos produtos.

As principais categorias dos sistemas pessoais são aqueles que dão suporte as comunicações, à análise e tomada de decisão e ao registro e monitoramento das atividades.

Estas aplicações tendem a ser integradas e a compartilhar dados. Dois tipos de integração são identificadas: estática (uma aplicação passa um arquivo estático ou resultados para outra aplicação) ou dinâmica (quando um “link” é estabelecido entre programas de modo que os dados comuns estão sempre disponíveis).

Sistema de informação grupal: Um grupo é um conjunto de pessoas que trabalham juntos para atingir um objetivo comum. Usualmente, membros de um grupo conhecem uns aos outros, e trabalham lado a lado na mesma localização.

Mais formalmente, um grupo de trabalho é um sistema organizado de dois ou mais indivíduos que estão interrelacionados de modo que o sistema desempenha uma função, tem um conjunto padrão de papeis e relacionamentos entre os seus membros, e tem um conjunto de normas que regulamentam a função do grupo e de cada um dos seus membros.

As principais categorias de SIGs para grupos de trabalho são: aplicações que compartilham hardware, aplicações para comunicações, aplicações para análise e aplicações para controle de documentos e monitoramento do trabalho do grupo.

Sistema de informação organizacional: Uma empresa é um conjunto de pessoas, equipamentos, dados, recursos, políticas, e procedimentos que existem para o suprimento de produtos ou serviços, freqüentemente com o objetivo de obter lucro.

As aplicações de sistemas de informação no nível organizacional podem ser divididos em duas categorias: aplicações localizadas e sistemas interdepartamentais.

A Tecnologia da Informação permite ainda o reprojeto de processos de negócios, o reprojeto de rede de negócios, ou a própria redefinição do escopo do negócio. O

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redesign de processos de negócios se referem a aplicações nas quais o processo a ser automatizado é redesenhado na medida que o sistema é desenvolvido. Já o redesign de redes de negócios se refere a sistemas que englobam e/ou envolvem os modos pelos quais múltiplas empresas se relacionam, trabalham em conjunto.

Sistema de informação interorganizacional: O redesign de redes de negócios se refere ao uso de sistemas de informação que permite a um grupo de empresas interagir mais produtivamente.

Quatro tipos de redesign podem ocorrer: troca eletrônica de dados, sistemas de acesso interorganizacionais, sistema integrados interorganizacionais e redes de conhecimento. Na troca eletrônica de dados (EDI - eletronic data interchange) as empresas concordam em padrões de dados comuns. Nos sistemas de acesso interorganizacionais as empresas usam os sistemas das outras. Nos sistemas integrados interorganizacionais as empresas desenvolvem sistemas de informação compartilhados. E finalmente, nas redes de conhecimento as empresas usam tecnologia da informação para compartilhar conhecimentos.

Pode-se citar como exemplo os sistemas de reserva das companhias aéreas, que se constituem em um sistema no âmbito mundial composto por vários outros sistemas, pertencentes a várias empresas, sendo o SABRE da American Airlines o maior.

Sistemas de informação globais: Os Sistemas de Informação Globais são a mais recente categoria de sistemas de informação e representam uma necessidade da organização de se adequar as exigências da globalização (LAUDON, 1999).

Eles contemplam a coordenação e parceria através de redes complexas de entidades organizacional e geograficamente dispersas pelo mundo, cuja efetividade no seu gerenciamento representa uma fonte primária de vantagem competitiva.

Consistem de sistemas baseados em processamento distribuído da informação que cruzam fronteiras nacionais para suporte de empresas globais ou multinacionais.

A implantação de um aplicativo específico pode envolver dois ou mais tipos de sistemas e integração é a palavra indicativa da tendência existente nesta área. Desta forma, é mais adequado ver as aplicações em sistemas de informação como uma matriz, onde de um lado estão as funções empresariais e do outro os módulos nos quais aplicativos específicos são definidos para atender os negócios empresariais.

3.8. CARACTERÍSTICAS DA BOA INFORMAÇÃO

O valor da informação aumenta proporcionalmente com a sua qualidade. A qualidade da informação pode ser definida por três aspectos essenciais, fiabilidade, volume e oportunidade de apresentação (VERDE, Raul, 1981, Página 261).

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Características da informação:

Pertinência - Permite a tomada de boas decisões e a execução de boas ações, Fiabilidade - Exata, precisa, completa e atempada, Disponível - No local certo na hora exata.

(FRIÉDÉRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Página 58)

Classes de informação propostas por Jakobiak:

Informação critica - essencial à sobrevivência da organização; Informação mínima - essencial para uma boa gestão da organização; Informação potencial - essencial para obtenção de vantagens competitivas pela

utilização do SI; Informação lixo - essencial para nada.

A única razão que justifica o esforço despendido no armazenamento de dados e na sua permanente atualização é que, muito provavelmente, esses dados serão mais tarde consultados e utilizados como uma importante fonte de informação na tomada de decisão(PEREIRA, José Luís, 1998, Página 244).

3.9. ORGANIZAÇÃO PARA INFORMATIZAÇÃO

Muitas empresas ainda acreditam que o simples ato de informatizar a empresa, espalhando computadores e impressoras pelas unidades departamentais, ligando-os em rede e instalando sistemas aplicativos, possa organizar as mesmas.

Realmente isto não é uma verdade, a Tecnologia da Informação e seus recursos, nem sempre resolvem os problemas nas empresas e muito menos organizam as mesmas. Tecnologia por tecnologia, sem planejamento, sem gestão e ação efetiva, não contribui com a empresa.

É necessário elaborar a organização interna e externa da empresa, primeiramente as funções empresariais básicas. Tais organizações compreendem principalmente as funções empresariais e os respectivos procedimentos do negócio principal, contemplando as atividades de produção, comercial, financeira, de materiais, de recursos humanos e respectivos aspectos legais e jurídicos. Depois dessa etapa concluída é que devemos iniciar a informatização da empresa.

Na atividade de organizar a empresa, deve ser considerada a importante função de Organização e Métodos (O&M) ou Organização, Sistemas e Métodos (OSM), independente das questões de cargo e profissão.

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A atividade de Organização e Métodos começa onde os outros pararam, que não é preciso redescobrir a roda nem o fogo, mas que precisamos, isto sim, identificar o problema, produzir as informações a fim de usa-las depois como referencial. Neste sentido a organização pode ser entendida como uma ciência, técnica e arte (CHINELATO, 1993).

Organizar a empresa deveria ser objetivo ou um princípio constante da empresa e ser encarado como um valor empresarial, que envolvesse todos os escalões da mesma.

Os sistemas organizados devem vir ao encontro da missão e dos objetivos empresarias. Resumindo, pelo menos as atividades das funções empresarias (produção e/ou serviços, comercial, materiais, financeira, recursos humanos e jurídico legal) e seus respectivos processos e procedimentos, devem estar organizadas nas empresas.

A organização que antecede a informatização deve ser uma preocupação de todos os gestores, independente da unidade empresarial que atua

3.10. MODELOS DE GESTÃO VERSUS SISTEMAS

Modelo Convencional de Sistemas de Informação Empresariais

As principais características do Modelo Convencional de Sistemas de Informação são as suas relações de interdependências entre os níveis dos sistemas, das informações e hierárquicos. Onde estes níveis estabelecem uma relação de sinergia e coerência em todos os sentidos, vertical e horizontal.

Na sua base de dados estão armazenados todos os dados detalhados da funções empresarias, contemplando inclusive o meio ambiente externo. Esta base de dados dá condição de disponibilizar as informações detalhadas, agrupadas e macro (considerando a relação com o meio ambiente interno e/ou externo) para manipulação e uso do corpo técnico, gestor e alta administração da empresa, respectivamente.

Freqüentemente estas bases contem as funções empresariais desintegradas.

Os dados que gerarão informações, devem ter sido planejados, selecionados e amplamente discutidos com toda a empresa, a fim de que realmente possam auxiliar aos seus usuários e/ou clientes nos processos decisórios e fundamentalmente focados nos negócios empresariais.

O Modelo Convencional contempla os três níveis dos Sistemas de Informação, ou seja, dividido em Estratégico (SIE), Gerencial (SIG) e Operacional (SIO), com seus respectivos objetivo e foco. Ainda, os níveis da informação (macro considerando o meio ambiente interno e/ou externo, em grupo e no detalhe). Os níveis hierárquicos que utilizam estas respectivas informações (alta administração, corpo gestor e corpo técnico) tendo como base os dados das funções empresariais (produção e/ou serviços, materiais,

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comercial, financeira, recursos humanos e jurídico legal). O modelo encontra-se em franco processo de sinergia (coerência) entre todos estes níveis.

A forma piramidal retrata o grande volume de informações e respectivos clientes e/ou usuários na sua base e a diminuição destas, através da seleção, nivelamento e refinamento na sua camada superior.

Este modelo é chamado de convencional por ser conhecido a muito tempo e ter forma simples de entendimento. Porém, apesar de ser chamado de convencional, muitas empresas ainda não tem este modelo em pleno funcionamento, mesmo utilizando-se dos recursos da Tecnologia da Informação. A maior dificuldade das empresas está localizada no funcionamento efetivo dos Sistemas de Informação Gerencial e Estratégico, principalmente no que tange a organização das informações do meio ambiente interno e/ou externo.

Modelo dinâmico de Sistemas de Informação Empresariais

À medida que aumenta a complexidade interna e os negócios na empresa e no ambiente que ela atua, o processo de tomada de decisão tende a tornar-se também mais complexo, requerendo agilidade, dinamismo e precisão das ações e informações empresariais.

O modelo a ser discutido agora, é uma evolução do Modelo Convencional de Sistemas de Informação Empresariais já relatado. O destaque neste novo modelo é seu o dinamismo, onde não existe mais a separação formal dos sistemas de informação estratégico, gerencial ou tático e operacional. Outros destaques ou evoluções são as informações oportunas e a base de dados única, que gera as referidas informações oportunas.

Diferenças do modelo dinâmico de sistemas de informação

Neste sentido, as diferenças fundamentais deste tema com os capítulos iniciais, onde apresentam os Sistemas de Informação na forma mais convencional, são:

Sem as divisões que separam os sistemas de informação operacional, de gestão e estratégico, retratando assim o dinamismo das empresas;

As informações que são geradas são consideradas oportunas; A base dados que contém as funções empresariais detalhadas passam ser única.

Dinamismo das empresas

As estruturas empresariais e os respectivos níveis hierárquicos devem ser participativos e dinâmicos no interior das empresas, eliminando as barreiras e/ou divisões que separam a alta administração do corpo gestor e do corpo técnico.

Informações oportunas

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Além dos processos e dos procedimentos de seleção e organização das

informações para sua efetiva utilização e para atender a essa situação de maneira adequada, os gestores da empresa necessitam de Sistemas de Informação efetivos, ou seja, que processem o grande volume de dados e produzam informações válidas, úteis e oportunas.

Modernamente as empresas devem utilizar Sistemas de Informação Estratégicos e de Gestão com informações oportunas. As informações oportunas podem ser conceituadas como todas as informações que são geradas para a tomada de decisão também oportuna, a partir de uma base de dados única do funcionamento das funções empresariais da empresa, de forma antecipada, útil, completa e com qualidade.

Base de dados única

Somente com uma base de dados única do funcionamento das funções empresariais da empresa é possível gerar informações oportunas.

Para a efetivação desta base de dados única, será necessário elaborar na empresa uma real e completa administração de dados. A atividade de administração de dados requer envolvimento da empresa toda, para fins de estruturar, organizar, definir e armazenar os dados detalhados do meio ambiente interno e externo da empresa.

A identificação dos fatores envolvidos no desenvolvimento de Sistemas de Informação tem sido objeto de inúmeros estudos nas empresas modernas. Isto porque as constantes alterações nos planos econômicos, social, político, fiscal, entre outros, tem provocado a necessidade de evolução do conceito de instrumentos organizacionais, que permitam uma contínua e efetiva adaptação e aperfeiçoamento do gerenciamento das empresas.

Neste sentido, foram criados os Sistemas de Informação Estratégico (SIE) e de Gestão (SIG), que conceitualmente podem ser distintos, mas que na prática podem ser os mesmos. Dependem apenas do modelo de gestão de cada empresa, particularidades do processos e informações e ainda, as respectivas cultura, filosofia e políticas empresariais. Ambos tem mesmo conteúdo, o que difere são as ações dos gestores da empresa, algumas tem a alta administração atuando estratégica e taticamente e outras tem o corpo gestor atuando tática e também participando estrategicamente das atividades empresariais.

Evidentemente o nível de acesso a essas informações deve estar organizado através de critérios predefinidos, tais como alçada, formas de acesso, níveis hierárquicos, entre outros, não permitindo a todo o acesso completo e integral às informações. As questões de acesso às informações empresariais devem ser coerentes com as políticas de informação adotadas pela empresa e suas respectivas normas. Freqüentemente o acesso aos sistemas se faz a partir dos sistemas operacionais disponíveis e o acesso as informações se faz a partir do próprio sistema de informação.

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Apesar das três diferenças relatadas, o modelo dinâmico ainda contempla os três níveis dos Sistemas de Informação (Estratégico, agora não mais Gerencial e sim para Gestão e Operacional). Ainda permanecem como antes o objetivo e o foco, os níveis da informação (macro considerando o meio ambiente interno e/ou externo, em grupo e em detalhe), níveis hierárquicos que utilizam estas respectivas informações (alta administração, corpo gestor e corpo técnico). Da mesma forma, tem na base de dados os detalhes das funções empresariais (produção e/ou serviços, comercial, materiais, financeira, recursos humanos e jurídico legal). Todos estes relacionamentos, sejam verticais ou horizontais, estão em franco processo de sinergia (coerência) entre todos estes níveis.

Neste modelo as informações oportunas já conceituadas, devem contribuir significativamente com a inteligência dos negócios e com a competitividade empresarial.

Continua na Unidade II....

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