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Apresenta melhores técnicas e práticas para a gestão de compliance garantindo os controles do patrimônio da empresa, o cumprimento das metas dos acionistas e o retorno dos investimentos.

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Marcos assi

Gestão de compliance e seus desafiosComo implementar controles internos, superar dificuldades e manter a eficiência dos negócios

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© 2013, Saint Paul Editora Ltda.1.ª edição, 2013

Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos do autor (Lei n.  9.610/1998) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Depósito Legal na Biblioteca Nacional conforme Lei n. 10.994, de 14 de dezembro de 2004.

Coordenação editorial: José Cláudio Securato Gerente de produção editorial: Karine Hermes Analista editorial: Deise Anne Rodrigues Revisão: Deise Anne Rodrigues Capa e diagramação: Gustavo Abumrad Imagens da capa: © Can Stock Photo Inc./buchachon

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Assi, Marcos Gestão de compliance e seus desafios : como implementar controles internos, superar dificuldades e manter a eficiência dos negócios / Marcos Assi. – São Paulo: Saint Paul Editora, 2013.

Bibliografia. ISBN 978-85-8004-099-9

1. Administração de empresas 2. Compliance 3. Eficiência 4. Organizações 5. Risco – Administração 6. Risco – Avaliação i. Título.

13-09875 CDD-658.4013

Índices para Catálogo Sistemático:1. Organizações: Riscos empresariais: Controles internos: Administração de empresas 658.40132. Riscos empresariais: Controles internos: Organizações: Administração de empresas 658.4013

Edição revisada conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Saint Paul Editora Ltda.R. Pamplona, n. 1616, portão 3, Jardim Paulista | São Paulo, SP | Brasil | CEP 01405-002

www.saintpaul.com.br | [email protected]

Saint Paul Editora Ltda. é uma empresa do Grupo Saint Paul Institute of Finance S. P. Ltda.

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Para a minha esposa Regina Assi que me incentiva e não desiste nunca de me apoiar, mesmo me criticando, quando necessário.

Falar de amor e dedicação nesses 23 anos de casamento é chover no molhado.

Aos meus filhos Vítor e Arthur pelos momentos de apoio e por entenderem que o legado que deixo é o estudo e a educação.

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Apresentação

É fato que a gestão de compliance não existia com tanta efetividade há dez anos, mas atualmente está incorporada ao vocabulário corporativo e, juntamente com os controles internos e a gestão de riscos, faz parte de nosso cotidiano no mundo dos negócios. Em decorrência dos fatos ocorridos no mundo corporativo e financeiro, identificamos em nossos trabalhos, pesquisas e leituras que algumas aplicações de compliance junto com controles internos passam a ser mais efetivas, quando conhe-cemos os riscos envolvidos na gestão de negócios e no mapeamento deles.

Geralmente, os profissionais me perguntam como implementar compliance, contro-les internos e gerenciamento de riscos, e a resposta é sempre a mesma: é preciso entender o negócio, implementar os controles e, obviamente, já indicar as possibili-dades de riscos.

Infelizmente a implementação sempre encontra uma barreira: a falta de conhecimento do negócio por alguns profissionais, que não possuem uma metodologia interna no reconhecimento das possibilidades de controles, sejam gerenciais ou regulatórias, e dos riscos envolvidos, pois o fluxo da informação é muito importante, e muitos são os processos a serem identificados.

Existem pessoas que ainda dizem que controles internos não são tão importantes, e acreditam que a gestão de compliance aliada à gestão de riscos é coisa de moda, logo passa, mas muitos não sabem que não se vive sem isso na gestão do negócio.

É importante salientar que estamos em um período no qual as grandes corpora-ções do mundo todo passam por uma nova crise de credibilidade, sem contar os fatos ocorridos no Brasil nos últimos anos, com empresas de renome e outras que foram até liquidadas por causa das perdas financeiras. Isto posto, todos sofrem com a diminuição da confiança de clientes, fornecedores e investidores.

Portanto, os sistemas de controles internos continuam sendo utilizados aquém de suas possibilidades, seja pela falta de cultura, seja pela negligência dos riscos e dos controles necessários utilizados pela alta administração, pelos gestores, pelos conselhos de admi-nistração e pelos comitês de auditorias, tão enfatizados na governança corporativa.

Como não existe um modelo padronizado, entendemos que cada organização deve identificar, organizar e implementar a melhor gestão de compliance e de controles

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internos de suas informações, sistemas e gerenciamento do negócio, segundo as suas necessidades e o seu apetite por riscos.

Geralmente, o sistema de gestão de compliance e de controles internos das organi-zações pode variar e muito, mas salientamos que são necessárias. O Banco Central, a CVM, a SUSEP, o COAF, a Receita Federal, entre outros órgãos reguladores, vêm, a cada ano, aperfeiçoando suas legislações. Mas somente isso não basta. Fica eviden-ciado que a gestão de compliance, de controles internos, de controles contábeis e de riscos, aliada aos sistemas de gerenciamento de informação podem variar conforme o tamanho, o segmento e a complexidade das operações de cada organização.

Mesmo sendo tão evidente, sabe -se que muitos gestores ainda não entendem que compliance e controles internos são partes integrantes do gerenciamento de riscos corporativos que asseguram os processos definidos pela alta administração. A estru-tura do gerenciamento de riscos corporativos necessita abranger o controle interno, originando, dessa forma, uma ferramenta de gestão mais eficiente.

É importante ressaltar que conhecer o negócio, o mercado, os clientes, os fornece-dores e os colaboradores é muito mais que uma obrigação, é uma questão de neces-sidade e segurança organizacional, afinal, os procedimentos internos e a gestão de riscos dependem do conhecimento dos itens anteriormente citados.

A cada dia esse assunto demanda conhecimento e capacitação. No mundo corpora-tivo, podemos afirmar que se tornou motivo de pesquisa e análise acadêmica para identificar os pontos que devem ser aprimorados. O compliance, aliado a uma boa gestão de controles internos e à gestão de riscos, necessita de revisões periódicas, pois as perdas, os erros e as fraudes dificilmente vão acabar, mas podem ser minimi-zados. Assumindo -se que o compliance, o controle interno e a gestão de riscos sejam aceitos como base comum para o entendimento, seus conceitos e termos deveriam, de alguma forma, ser incorporados aos currículos universitários.

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Sumário

CAPÍTULO 1 Conceito de compliance .............................................................................17

1.1 Histórico da atividade de compliance ...........................................................................19

1.2 Conceito de compliance ...............................................................................................30

CAPÍTULO 2 Compliance e conduta corporativa .........................................................35

2.1 Conduta e ética ............................................................................................................37

2.2 Postura e cultura corporativa .......................................................................................42

CAPÍTULO 3 Gestão de compliance ................................................................................47

3.1 Missão e função de compliance ...................................................................................49

3.2 Comitê de compliance ................................................................................................. 54

3.3 Função do compliance officer ......................................................................................56

3.4 Gestão de crises e continuidade de negócios ..............................................................58

3.5 Gestão de compliance, controles internos, riscos, segurança da informação e auditoria interna ...........................................................................................................61

CAPÍTULO 4 Conflitos de interesse .................................................................................63

4.1 Conscientização e cultura .............................................................................................65

4.2 Identificando os problemas ..........................................................................................68

CAPÍTULO 5 Órgãos reguladores e agências reguladoras .........................................73

5.1 Como identificar o compliance regulatório ...................................................................75

5.2 Principais agências reguladoras ...................................................................................80

CAPÍTULO 6 Convivendo com auditorias .......................................................................85

6.1 Processos de gestão de monitoramento .......................................................................87

6.2 Validação dos processos de compliance ......................................................................91

CAPÍTULO 7 Casos reais de implementação de compliance ...................................97

7.1 Compliance em empresas familiares ............................................................................99

7.2 Compliance em startup ...............................................................................................105

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CAPÍTULO 8 Compliance de TI .......................................................................................113

8.1 Conceito ......................................................................................................................115

8.2 As normas de segurança da informação ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27002 e os seus documentos eletrônicos ................................................................................ 117

8.3 Os benefícios da certificação em ISO 27001 ............................................................131

CAPÍTULO 9 Artigos sobre compliance ........................................................................135

9.1 Por que implementar compliance nas empresas é tão difícil? ...................................137

9.2 Compliance ou conformidade? Controles internos? Precisamos disso em nossas empresas? ......................................................................................................138

9.3 Agentes de compliance, quando a capacitação é necessária ....................................139

9.4 Controles internos e conduta profissional, conflitos e interesses ..............................141

9.5 Dificuldades na gestão de controles internos, compliance e riscos nas organizações ..... 142

9.6 Controles internos com gestão de pessoas ................................................................143

9.7 Compliance, controles internos, conduta, ética e gestão de riscos ...........................145

9.8 Riscos de compliance no Brasil .................................................................................146

9.9 Entendendo o negócio e implementando controles ...................................................147

9.10 Gestão de riscos com controles internos ..................................................................149

9.11 Quando os controles internos, a supervisão e a índole falham, quem paga a conta? .....150

9.12 Disseminação da cultura de controles internos e melhoria de processos ................151

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................155

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C A P Í T U L O 1

Conceito de compliance

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 19

1.1 Histórico da atividade de compliance

As atividades de compliance podem ser mais bem entendidas como uma necessidade decorrente de vários fatos que, com o passar do tempo, foram exigindo maiores ati-vidades de controles e uma necessidade de “se estar em compliance”.

Estar em compliance é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e externos, e é, acima de tudo, uma obrigação de cada colaborador dentro da instituição.

O compliance é a ferramenta de governança corporativa, no que se refere a sistemas, processos, regras e procedimentos adotados para gerenciar os negócios da institui-ção, proporcionando o aprimoramento da relação com os investidores.

Para que tenhamos o conhecimento de quando e como se iniciou a preocupação com os controles, apresentamos abaixo um cronograma que traz as mudanças implanta-das e os fatos que evidenciaram a necessidade de mudar, além do grau de importân-cia da gestão de compliance e de controles internos, desde 1960.

1960 A SEC (Securities and Exchange Commission*) passa a insistir na con-tratação de compliance officers para criação de procedimentos internos de controles, treinamento de pessoal e monitoração, com o objetivo de auxi-liar as áreas de negócios na obtenção efetiva de supervisão.

* A Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários), frequentemente abreviada SEC, é uma agência federal dos Estados Unidos que detém a responsabilidade primária pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores mobiliários, as ações da nação e as opções de câmbio, e outros mercados de valores eletrônicos nos Estados Unidos.

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20 Gestão de compliance e seus desafios

1970 Desenvolvimento do mercado de opções e metodologias de corporate finance*, chinese walls**, insider trading*** etc.

Na década de 1970 o Brasil vivia o “milagre econômico brasileiro”, deno-minação dada à época de excepcional crescimento econômico ocorrido durante o Regime Militar no Brasil, também conhecido pelos oposicionis-tas como “anos de chumbo”, especialmente nos anos de 1969 a 1973, no governo Médici.

Nesse período áureo do desenvolvimento brasileiro em que, paradoxal-mente, houve aumento da concentração de renda e de pobreza, instaurou--se um pensamento ufanista de “Brasil potência”, que se evidencia com a conquista da terceira Copa do Mundo de Futebol, em 1970, no México, e com a criação do mote: “Brasil, ame -o ou deixe -o”.

1974 O mercado financeiro mundial apresenta um grau muito alto de perple-xidade diante do caso Watergate, que demonstrou a fragilidade de con-troles no governo americano, no qual foi possível observar o mau uso da máquina político -administrativa para servir unicamente a propósitos particulares e ilícitos.

1980 A atividade de compliance se expande para as demais atividades financei-ras no mercado americano.

1988 Foi estabelecido o primeiro Acordo de Capital da Basileia, estabelecendo padrões para a determinação do capital mínimo das instituições finan-ceiras. Ocorre também a Convenção da ONU contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, em Viena.

* O corporate finance surge como instrumento de apoio às empresas na identificação e na implementação de novas soluções financeiras e estratégicas que alavanquem e permitam o desenvolvimento do negócio e a criação de valor para todos os stakeholders. Essas soluções podem surgir como suporte à reestrutu‑ração do capital – equity finance – ou da dívida – debt finance.

** Termo inglês que designa a segregação (separação) de recursos entre dois operadores, para evitar situações de conflitos de interesses ou interesses concorrentes. No Brasil, o Banco Central, por meio da Resolução n. 2.486, de 30 de abril de 1998, estabeleceu a segregação da administração de recursos de terceiros, das demais atividades da instituição. Esse é o termo dado aos procedimentos adotados por instituições financeiras para garantir que informações disponíveis em determinadas áreas não estejam disponíveis para funcionários de outras áreas. O objetivo é minimizar, senão, evitar possíveis situações de conflito de interesse.

*** Insider trading é a negociação de valores mobiliários baseada no conhecimento de informações relevantes que ainda não são de conhecimento público.

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 21

1990 São lançadas as 40 recomendações sobre lavagem de dinheiro da Finan-cial Action Task Force, ou Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (FATF -GAFI*), revisadas em 1996.

1995 Acontecimentos que alertaram para mudanças das regras prudenciais:

� falência do Banco Barings, por questões de fragilidade no sistema de contro-les internos;

� publicação da Basileia I com regras prudenciais para o mercado financeiro internacional;

� criação do Grupo Egmont com o objetivo de promover a troca de informações e de centralizar o recebimento e o tratamento de comunicações suspeitas rela-cionadas à lavagem de dinheiro, proveniente de outros organismos financeiros.

1996 Complementado o primeiro Acordo de Capital, de 1988, para inclusão do risco de mercado dentro do cálculo de capital mínimo definido naquele mesmo ano pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia.

1997 Divulgação pelo Comitê da Basileia dos 25 princípios para uma supervisão bancária eficaz, valendo a pena destacar os termos do Princípio 14:

Os supervisores da atividade bancária devem certificar -se de que os bancos tenham controles internos adequados para a natureza e escala de seus negócios. Estes devem incluir arranjos claros de delegação de autoridade e responsabilidade:

� segregação de funções que envolvam comprometimento do banco, distri-buição de seus recursos e contabilização de seus ativos e obrigações;

� reconciliação destes processos;

� salvaguarda de seus ativos;

� e funções apropriadas e independentes de auditoria interna e externa e de compliance para testar a adesão a estes controles, bem como a leis e regula-mentos aplicáveis.

1998 Inicia -se a era dos controles internos, com o Comitê da Basileia na publica-ção dos 13 princípios concernentes à supervisão, pelos administradores, e à cultura/avaliação de controles internos, tendo como fundamento a “ênfase na necessidade de controles internos efetivos e na promoção da estabili-dade do sistema financeiro mundial.”

* O Grupo de Ação Financeira (GAFI) é chamado, em inglês, de Financial Action Task Force (FATF), e, em francês, de Groupe d’Action Financière (GAFI). É uma organização intergovernamental, com sede em Paris, criada em 1989 por iniciativa do G ‑7, com o objetivo de desenvolver e promover políticas nacionais e internacionais de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

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22 Gestão de compliance e seus desafios

No Brasil, inicia -se com a publicação, pelo Congresso Nacional, da Lei n. 9.613/98, que dispõe sobre crimes de lavagem e ocultação de bens, a prevenção da utilização do sistema financeiro nacional para os atos ilíci-tos previstos na referida Lei e cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

O COAF, a unidade de inteligência financeira brasileira, órgão integrante do Ministério da Fazenda, possui um papel central no sistema brasileiro de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, tendo a incumbência legal de coordenar mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes para dis-ciplinar e aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas.

O Conselho Monetário Nacional adotou no Brasil os conceitos dos 13 princí-pios da supervisão, pelos administradores, e da cultura/avaliação de controles internos do Comitê da Basileia, publicados na Resolução n. 2.554/98, que dis-põe sobre a implantação e implementação de sistema de controles internos.

São iniciados os estudos sobre a Basileia II – regras prudenciais e a Declara-ção Política e o Plano de Ação contra Lavagem de Dinheiro, adotados pela ONU contra o problema mundial de drogas em Nova Iorque.

2000 É criada uma organização intergovernamental, a GAFISUD, criada for-malmente em 8 de dezembro de 2000, com o objetivo de atuar na pre-venção à lavagem de dinheiro em âmbito regional, agregando países da América do Sul.

O GAFISUD é o Grupo Regional estilo -GAFI da América do Sul, criado mediante memorando de entendimento entre os governos da Argentina, da Bolívia, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Equador, do México, do Paraguai, do Peru e do Uruguai.

Tem sede em Buenos Aires, na Argentina, e dedica -se a desenvolver políti-cas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo no âmbito da América do Sul.

2001 Falhas nos controles internos e fraudes contábeis levam a Enron à falência que arrasta consigo a Arthur Andersen, que fazia, até então, a sua auditoria.

Depois do atentado ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, o presidente americano George W. Bush elaborou uma lei denominada USA Patriot Act of 2001, que é um controverso ato do Congresso dos Estados Unidos da América, assinado em 26 de outubro de 2001.

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 23

O acrônimo USA Patriot Act of 2001, significa Uniting and Strengthening America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism Act of 2001, algo como Ato de unir e fortalecer a América provi-denciando ferramentas apropriadas necessárias para interceptar e obstruir o terrorismo, de 2001.

Entre as medidas impostas por essa lei estão invasão de lares, espionagem de cidadãos, interrogações e torturas de possíveis suspeitos de espionagem ou terrorismo, sem direito a defesa ou a julgamento. As liberdades civis com esse ato são removidas do cidadão. Muitos historiadores relacionam essa lei como um passo legal para a instituição de lei marcial, na eventualidade de qualquer evento de terrorismo falso ou verdadeiro.

O USA Patriot Act não é somente um movimento de restrição de direitos, nele se colocou a ideia de segurança acima de tudo e a Constituição, em alguns aspectos, não está sendo aplicada. Então, a intenção foi criar um quadro no qual há uma tentativa, de certo modo bem -sucedida, de o governo norte -americano subtrair a Constituição. De agir não contra-riamente a ela, mas sem ela, que acaba por ser afastada em prol da segu-rança nacional. De certo modo, o que aconteceu nos Estados Unidos foi a decretação de um estado de emergência que não foi formalmente insti-tuído, mas que, na prática, existe. Algo que somente havia tinha aconte-cido antes, na época do Nazismo.

2002 Falhas nos controles internos e fraudes contábeis levam à concordata a empresa WorldCom, o caso foi considerado um dos maiores escândalos contábeis da história dos EUA.

O Congresso Americano publica o Sarbanes -Oxley Act, que determinou às empresas registradas no SEC a adoção das melhores práticas contábeis, a independência da auditoria e a criação do comitê de auditoria.

O Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução n. 3.056, altera a Reso-lução n. 2.554, dispondo sobre a atividade de auditoria sobre controles internos.

2003 O Conselho Monetário Nacional publica a Resolução n. 3.198, que trata de auditoria independente e regulamenta a instituição do comitê de auditoria, com funções semelhantes às publicadas pelo Sarbanes -Oxley Act.

2004 Intervenção do Banco Santos no qual, de acordo com comunicado do Banco Central (BC), houve “comprometimento da situação econômico -financeira”. O BC não detalhou o grau desse comprometimento e quais dificuldades o banco enfrentava.

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24 Gestão de compliance e seus desafios

É o primeiro caso de intervenção do BC em um banco privado, desde 1998.

Segundo o BC, o Banco Santos perdeu liquidez e enfrentava falta de recur-sos, o que comprometeria os correntistas. Também infringiu as normas que disciplinam a atividade bancária e não observou suas determinações.

O interventor nomeado foi Vânio Cesar Pickler Aguiar, chefe do Departa-mento de Supervisão Indireta do BC, que cuidaria também das atividades da corretora.

Sediado em São Paulo, o Banco Santos era presidido por Edemar Cid Ferreira, cujos bens ficaram indisponíveis. Esse era, segundo levantamento do BC, o 21.o maior banco do país, com cerca de R$ 6 bilhões em ativos, R$ 2 bilhões em depósitos e 303 funcionários.

Além de Ferreira, os diretores do banco naqueles últimos 12 meses também tiveram seus bens indisponíveis.

Caso notasse irregularidades ou problemas irreversíveis na instituição, o BC poderia decretar sua liquidação, ou seja, suas operações poderiam ser definitivamente encerradas. Foi o que aconteceu no passado, por exemplo, com o Bamerindus, que teve sua intervenção anunciada em 1997 e foi liqui-dado em 1998.

2005 O Banco Central determinou a liquidação do Banco Santos, que estava sob intervenção desde novembro do ano anterior. Na prática, isso significa que todos os bens da instituição financeira seriam vendidos para o pagamento dos credores, citamos o Ato -Presi n. 1.095 do Bacen, de 04/05/2005, que esclarece a decretação de intervenção extrajudicial no Banco Santos e na Santos Corretora de Câmbio e Valores:

Tendo em vista o comprometimento da situação econômico -financeira da insti-tuição, a infringência às normas que regem a atividade e, ainda, a inviabilidade de normalização dos negócios da empresa, a existência de passivo a descoberto e a situação demonstrada no relatório do interventor (...) resolve decretar a liqui-dação extrajudicial do Banco Santos S.A., diz a nota do Banco Central.

A liquidação não tem prazo para acabar e pode demorar anos, considerando que a liquidação de bancos como o Nacional e o Econômico, que quebraram nos anos 1990 e foram socorridos pelo Proer ainda se arrastam até hoje.

As negociações entre o controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, e os credores não surtiram efeito e a única saída que sobrou foi a liquida-ção. O rombo estimado da instituição supera R$ 2 bilhões.

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 25

Muitos credores correram o risco de perder tudo. Logo após a intervenção realizada pelo BC, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou que os CDBs da instituição nas carteiras de fundos de investimento fossem registrados a valor zero. Ou seja, viraram pó.

O liquidante do Banco Santos foi Vânio César Pickler Aguiar, que já era o interventor da instituição.

2008 Acontecimentos de fraudes no Banco Societé Générale, nas operações de papéis chamados plain vanilla – instrumento financeiro de tipo mais sim-ples, em geral, na forma de opções de ações, títulos ou contratos futuros.

A fraude que o Société Générale (um dos mais lucrativos bancos europeus, fundado há 140 anos) apontava o valor de US$ 7 bilhões e superava a soma dos lucros dos bancos Itaú e Bradesco nos nove primeiros meses de 2007. O banco alegou que um funcionário assumiu uma posição de € 50 bilhões (cerca de US$ 73 bilhões) no mercado de derivativos, muito acima do que tinha autoridade para fazer.

A Carta circular n. 3.098 dispõe sobre a necessidade de registro e comuni-cação ao Bacen de operações em espécie de depósito, provisionamentos e saques, a partir de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

O Comitê de Supervisão Bancária da Basileia implementa as práticas reco-mendáveis para gestão e supervisão de riscos operacionais.

No início de 2008, o então secretário do Tesouro norte -americano, Henry Paulson, divulgou um extenso documento, apresentando um plano de reforma financeira voltado, em grande parte, para a consolidação e racio-nalização das iniciativas já tomadas, redefinindo a estrutura da supervisão financeira no país, em que as responsabilidades estão distribuídas entre um grande número de instituições.

2009 Banco Central publica a Circular n. 3.461, que consolidou todos os norma-tivos relativos a atividades de prevenção à lavagem de dinheiro. Ficaram revogadas as Circulares n. 2.852, de 3 de dezembro de 1998; n. 3.339, de 22 de dezembro de 2006; e n. 3.422, de 27 de novembro de 2008; e os artigos 1.o e 2.o da Circular n. 3.290, de 5 de setembro de 2005. A seguir, evidencia-mos a estrutura da regulamentação:

� Introdução: exigência de procedimentos e controles

� Manutenção de informações cadastrais atualizadas

� Pessoas politicamente expostas (Circular n. 3.339)

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26 Gestão de compliance e seus desafios

� Início ou prosseguimento de relação de negócio

� Registros da movimentações de recursos

� Registros cheques/TED (Circular n. 3.290)

� Registros de cartões pré -pagos (Circular n. 3.422)

� Registros de movimentações superiores a R$  100.000,00, em espécie (Carta Circular n. 3.098)

� Especial atenção

� Manutenção de informações e registros

� Comunicações

A consolidação das regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998, é de suma importância, pois, a partir desta data, as informações tornaram -se de fácil acesso e expostos em uma única circular.

Afinal, esse assunto vem sendo tratado como parte de avaliação do Brasil pelo GAFI -FATF, na aderência aos melhores padrões internacionais, pelo tempo decorrido da edição da Circular n. 2.852/1998 e na consolidação da regulamentação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA). Vale a pena salientar que a expressão “especial atenção” que aparece no artigo 10.º da Circular n. 3.461, do Banco Central do Brasil, inclui os seguintes procedimentos:

I. Monitoramento reforçado, mediante adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas.

II. Análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações de que tra-tam os artigos 12 e 13.

III. Avaliação da alta gerência quanto ao interesse no início ou na manutenção do relacionamento com o cliente.

2010 Em 21 de julho de 2010, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou a Lei Pública n. 111 -203, chamada de Lei Dodd -Frank de Reforma de Wall Street e de Proteção a Consumidores, assim nomeada em honra de seus principais proponentes, o senador Chris Dodd e o deputado Barney Frank.

Esta lei culminou o processo de debate de reforma financeira no país deto-nado pela crise de 2007 -2008. A promulgação da lei, no entanto, como se

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 27

verá mais adiante, está longe de encerrar o processo de reforma. A maioria das suas disposições mais importantes ainda deverá ser objeto de definição prática pelas instituições reguladoras, entre as quais figura, com especial proeminência, o Federal Reserve, para que possa ser implementada.

Em um mundo financeiramente integrado, regulações nacionais muito dife-renciadas tendem a punir instituições financeiras sediadas nos países onde as regras são mais restritivas. A busca de homogeneidade é reconhecidamente um objetivo válido e a importância que assumiu através dos anos, o Comitê de Basileia para a regulação bancária é resultado desse reconhecimento.

Com um rombo inicialmente estimado em R$ 2,5 bilhões, o banco fundado pelo empresário e apresentador Silvio Santos sofreu intervenção do Banco Central, em novembro de 2010. Depois de mais de um ano de investigações, o rombo chegou a R$ 4,3 bilhões. No total, 22 pessoas envolvidas foram indi-ciadas por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e crimes financeiros. O PanAmericano inflava seus balanços por meio do registro de carteiras de créditos que eram vendidas a outras instituições.

Em janeiro de 2011, o banco de investimento BTG Pactual adquiriu o PanAmericano. Com um pagamento de R$  450 milhões por 37,64% do capital social da instituição (51% das ações ordinárias e 21,97% das pre-ferenciais), o BTG hoje detém o controle da empresa junto com a Caixa Econômica Federal (CEF), que possui 36,6% das ações.

Em agosto de 2010, o Banco Matone, junto com o Banco Mercantil do Brasil, sofreu suspensão do INSS por pagar comissão acima de 10% aos seus correspon-dentes bancários, enquanto o teto estabelecido pelo governo era de 10%. A ins-tituição também fraudava balanços para esconder rombos do público em geral.

Em março de 2011, o Banco Matone foi comprado pelo grupo J&F, a holding do Grupo JBS. Unindo seus ativos aos do Banco JBS, nasceu, em novembro daquele ano, o Banco Original.

2011 Depois de o balanço do primeiro trimestre de 2011 mostrar que o Banco Schahin estava fora dos parâmetros exigidos pelo Banco Central, a insti-tuição foi comprada pelo BMG, em abril do mesmo ano. À época, o banco estava com um Índice de Basileia – indicador internacional de solidez ban-cária – de 10,97%, enquanto o BC determina um mínimo de 11%.

Em agosto de 2011, surgiu um novo episódio sobre o Schahin: o Banco Central, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal abriram investi-gação contra o banco. A instituição tinha um rombo de aproximadamente

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28 Gestão de compliance e seus desafios

R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades semelhantes às do PanAmericano e do Cruzeiro do Sul. Segundo a apuração do BC, o Schahin mentia sobre seus números – inflava os balanços com créditos duvidosos para fingir que era saudável. Além disso, concedia empréstimos a empresas do mesmo grupo, o que é proibido.

Neste mesmo ano, a multinacional alemã Siemens, uma das maiores do mundo, demitiu o presidente da filial brasileira, Adilson Primo, por “gra-ves contravenções de diretrizes” da companhia. Entre as contravenções, suspeitava -se de desvio de dinheiro da empresa e pagamento de propina a agentes públicos.

Dias antes da demissão, a deputada socialista grega Sofia Sakorafa esteve no Brasil, participando de debates sobre a crise da dívida pública na Grécia. Em uma entrevista, acusou a multinacional de corromper políticos gregos e criticou algo que ela considera comum – mas errado – no mundo todo: “uma certa vista grossa contra os corruptores privados.”

Segundo matéria publicada em 13 de outubro de 2011, no portal Carta Maior, encontramos a seguinte afirmação da deputada grega, com tradução de um brasileiro que a acompanhara na entrevista concedida na Câmara dos Deputados: “a gente fala de corrupção, mas nunca de corruptores. Tem sempre alguém que corrompe”, e ela ainda disse que: “vamos chegar ao ponto de falar o nome das empresas. A Siemens, maior empresa alemã, pagou propina na Grécia.”

As alegadas operações não autorizadas no banco suíço UBS AG, que resulta-ram em prejuízo de US$ 2,3 bilhões, estão pondo à mostra uma brecha nas regras europeias do mercado mobiliário que, em breve, poderá ser sanada.

Um dos caminhos nas investigações desse banco, que perduraram até o sétimo dia, foi examinar se o operador tinha conhecimento das regras para a liquidação dos fundos negociados em bolsa (Exchange Traded Fund – ETF, em inglês) na Europa. Uma lacuna na informação das operações, pro-vavelmente, contribuiu para a falha no rastro da documentação impressa ou eletrônica que, normalmente, iria reconciliar os fluxos de caixa e de operações no UBS.

O escândalo surge em um momento em que os reguladores europeus estu-dam maneiras de reforçar as regras das operações do mercado mobiliário. Por esse motivo, a Comissão Europeia proporia uma nova estrutura regulatória que contemplaria a questão da transparência do mercado europeu de ETFs.

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Capítulo 1 | Conceito de compliance 29

O órgão regulador do sistema financeiro da Grã -Bretanha multou o banco suíço UBS por falhas que permitiram um corretor desonesto perder US$ 2,3 bilhões no maior caso de fraude bancária no país.

A Autoridade de Serviços Financeiros (Financial Services Authority – FSA, em inglês) multa o UBS em £ 29,7 milhões (US$ 47,6 milhões) depois de encontrar sérias deficiências nos procedimentos, nos sistemas de gerencia-mento e nos controles internos da sucursal de Londres do banco.

O jornal Valor Econômico de 26 de novembro de 2012 noticiou a condena-ção do ex -corretor Kweku Adoboli a sete anos de prisão por duas acusa-ções de fraude e conforme informação de Tracey McDermott, diretor da FSA: “o UBS não questionou o aumento da receita da mesa e não conseguiu garantir um aumento correspondente nos controles dessa mesa (onde tra-balhava o corretor)”. E completa: “Como resultado, Adoboli, um operador relativamente júnior, foi autorizado a tomar posições cada vez mais altas e arriscadas, e UBS não conseguiu gerir os riscos.”

2012 O Banco Cruzeiro do Sul sofreu intervenção do Banco Central em junho do ano de 2012, depois da descoberta de irregularidades no balanço. Em setembro, o banco foi liquidado pela autoridade monetária junto com o Banco Prosper, que havia sido adquirido pelo Banco Cruzeiro, em dezem-bro de 2011. No final de outubro desse mesmo ano, os ex -dirigentes do Cruzeiro do Sul, Luis Octávio Índio da Costa e Luis Felippe Índio da Costa foram presos pela Polícia Federal (PF) por tentarem acessar bens que foram bloqueados pela Justiça. Os inquéritos contra a diretoria e os controladores da instituição financeira ainda não foram encerrados pela PF.

Até o momento, existem provas da existência de um esquema de emprés-timos falsos feitos com CPFs de correntistas, manipulação de números do balanço e irregularidades em fundos de investimento. O Banco Cruzeiro do Sul comercializava cotas de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) de maneira irregular. Parte do dinheiro aplicado nessas carteiras era direcionada para abastecer empresas dos próprios controladores, que acabavam por embolsar os valores. A Polícia Federal também investiga a sonegação de impostos e o desvio direto de recursos.

Em outubro, o Banco Central decretou intervenção no BVA, com sede no Rio de Janeiro. Segundo o BC, a medida foi tomada em função do comprometi-mento da situação econômico -financeira do banco. A autoridade monetária afirmou que foram detectadas “graves violações às normas legais” e “des-cumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição”.

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Como implementar controles internos, superar dificuldades e manter a eficiência dos negócios

Gestão de ComplianCe e seus desafios

autor: Marcos Assi

Número de páginas: 160

Edição: 1.ª | ano: 2013