geografia - pré-vestibular impacto - a transição do brasil agrário-exportador para o...

2
KL 290408 – AB(N) A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano- Industrial FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!! PROFº: FRANCO Fale conosco www.portalimpacto.com.br VESTIBULAR – 2009 CONTEÚDO A Certeza de Vencer 05 3 1. Classificação das Indústrias As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido: a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço. b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: c .1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis. c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos. Se levarmos em consideração outros critérios como, por exemplo: 1 - Maneira de produzir: a) Indústrias extrativas; b) Indústrias de processamento ou beneficiamento; c) Indústria de construção; d) Indústria de transformação ou manufatureira. 2 - Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: a) Indústrias leves; b) Indústrias pesadas. 3 - Tecnologia empregada: a) Indústrias tradicionais; b) Indústrias dinâmicas. 2. Os fatores Locacionais Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria. Podem ser eles: - Matéria prima abundante e barata; - Mão de obra abundante e barata; - Energia abundante e barata; - Mercados consumidores; - Infra-estrutura; - Vias de transporte e comunicações; - Incentivos fiscais; - Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas. Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais. No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades. 3. O Arquipélago Econômico (isolamento regional) A configuração em arquipélago econômico (ilhas econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de mercadorias para o mercado mundial e como as atividades produtivas nesse longo período foram ocupando espacialmente várias áreas do território. As culturas como açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro. Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de drenagens” integradas ao centro em grandes cidades portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo. Essa organização do território produziu as grandes cidades portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento e dinamismo econômico eram diretamente resultado do comércio voltado ao mercado mundial.

Upload: geografia-qui

Post on 26-Jul-2015

1.683 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Geografia - Pré-Vestibular Impacto - A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial II

KL 290408 – AB(N)

A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: FRANCO

Fale

con

osco

ww

w.p

orta

limpa

cto.

com

.br

VEST

IBUL

AR –

200

9

CONTEÚDO

A Certeza de Vencer

05

3

1. Classificação das Indústrias

As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido: a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço. b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis. c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos. Se levarmos em consideração outros critérios como, por exemplo: 1 - Maneira de produzir: a) Indústrias extrativas; b) Indústrias de processamento ou beneficiamento; c) Indústria de construção; d) Indústria de transformação ou manufatureira. 2 - Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: a) Indústrias leves; b) Indústrias pesadas. 3 - Tecnologia empregada: a) Indústrias tradicionais; b) Indústrias dinâmicas. 2. Os fatores Locacionais

Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria. Podem ser eles:

- Matéria prima abundante e barata; - Mão de obra abundante e barata; - Energia abundante e barata; - Mercados consumidores; - Infra-estrutura; - Vias de transporte e comunicações; - Incentivos fiscais; - Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.

Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais.

No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades. 3. O Arquipélago Econômico (isolamento regional)

A configuração em arquipélago econômico (ilhas econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de mercadorias para o mercado mundial e como as atividades produtivas nesse longo período foram ocupando espacialmente várias áreas do território. As culturas como açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro. Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de drenagens” integradas ao centro em grandes cidades portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo. Essa organização do território produziu as grandes cidades portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento e dinamismo econômico eram diretamente resultado do comércio voltado ao mercado mundial.

Page 2: Geografia - Pré-Vestibular Impacto - A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial II

FAÇO IMPACTO – A CERTEZA DE VENCER!!!

Fale

con

osco

ww

w.p

orta

limpa

cto.

com

.br

VEST

IBUL

AR –

2009

3.1. O fim da economia de arquipélago A relação assalariada de trabalho deu o início a um

considerável mercado interno de consumo que conseqüentemente, gerou as bases para um maior crescimento industrial no final do século XIX; abrindo dessa forma a possibilidade de circuitos inter-regionais de mercadorias, pois as necessidades dos trabalhadores, de alimentos, tecidos e calçados, passaram a ser parcialmente atendidas pela indústria nascente. Ao poucos foi se intensificando a articulação entre as regiões, acabando, dessa forma, reduzindo o isolamento anterior. 4. A industrialização e o novo espaço geográfico

O desenvolvimento industrial da região do sudeste, principalmente do Estado de São Paulo, se beneficiou de capitais, infra-estrutura de transporte energia, da mão-de-obra, da urbanização e do mercado consumidor criado pela economia cafeeira.

A concentração industrial nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro transformou a região sudeste no principal pólo econômico do país. A indústria, centro dinâmico da economia brasileira a partir da década de 30, criou um novo espaço geográfico, que em poucas décadas passou a concentrar a maior parcela da população e da produção do país: o espaço urbano-industrial.

A firme disposição do governo federal em estimular a

industrialização do país e a expansão rodoviária desempenhou importante papel no processo de integração nacional, que se afirmou em definitivo a partir da década de 50 com a construção de Brasília.

A necessidade de ligar a nova capital ao restante do país possibilitou a complementação de várias rodovias e a incorporação de novas áreas no cenário nacional (Centro-Oeste e Amazônia).

A crescente integração da economia do Sudeste as demais regiões do país teve conseqüências muitas profundas; de um lado criou um mercado interno nacional e integrou economicamente o país, de outro lado, limitou e até subordinou o desenvolvimento industrial das outras regiões, transformando-as em fornecedoras de alimentos, matérias-primas e mão- de- obra.

A indústria integrou o território nacional, porem causou também profundas desigualdades sociais e regionais. 5. O Desenvolvimento Industrial

Entre 1880 e 1930, foram implantados os principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis (alimentos, calçados, tecidos e etc.), esses setores exigiam pouco investimento de capitais e tecnologia simples, e

destinavam-se a atender as necessidades imediatas da população. Como não houve a implantação de indústria de bens de produção, tínhamos de importar maquinas para o incremento de nossa indústria, o que estabelecera uma dependência tecnológica em relação aos países mais industrializados.

Reconhecendo a importância da indústria de base, o governo de Getúlio Vargas criou algumas empresas estatais no setor de bens de produção como, por exemplo, a CSN e a CVRD. Na década de 50, perante a escassez de energia elétrica, a baixa produção de petróleo e a rede de transporte e comunicação deficientes, trazendo sérios obstáculos ao desenvolvimento industrial no Brasil, o novo governo de Vargas inaugurou em 1951 a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, e em 1953 a Petrobrás, tentando dessa forma resolver alguns desses problemas.

O desenvolvimento industrial de 1956-1960 (JK) foi baseado na forte participação do capital estrangeiro, que entrou no país atraído pelos incentivos cambiais, tarifários, fiscais e creditícios oferecidos pelo Estado. Foi nesse período, conhecido como desenvolvimentista que ocorreu em maior escala a internacionalização da economia com a entrada das indústrias de bens de consumo duráveis (automobilística e eletrodomésticos) e o desenvolvimento do chamado tripé econômico (associação do capital privado nacional, do capital estrangeiro e do capital estatal na economia, uma vez que Estado continuou a investir em setores de energia e transporte), o famoso tripé.

Após 1964 o Estado assumiu a função de órgão supervisor das relações econômicas e colocou em práticas políticas econômicas dirigidas ao avanço da industrialização e da modernização de forma conservadora, ou seja, sem incluir nos projetos de desenvolvimento econômico os avanços na área social. Para implementar esse crescimento o governo utilizou a poupança externa, ou seja, realizou um endividamento crescente no exterior.

A partir desse período nota-se uma dispersão industrial em relação a outras regiões do Brasil. A ação do Estado através das superintendências de desenvolvimento teve uma atuação voltada para promover o “desenvolvimento econômico” capaz de corrigir os desequilíbrios regionais, atenuar as tensões sociais, a manter a estrutura tradicional de propriedade de terras e de ocupação dos “espaços vazios”.

Nas décadas de 1980 e 1990, depois da grande expansão da economia brasileira ocorrida na primeira metade dos anos 70 - o chamado milagre econômico - o processo de desconcentração espacial das atividades produtivas acelerou-se. Na década de 90 as cidades médias passaram a atrair cada vez mais o capital produtivo.