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DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA PARA O MUNICÍPIO DE VIEIRA DO MINHO PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ARU DA VILA DE VIEIRA DO MINHO GEOATRIBUTO | JANEIRO 2016

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DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO

URBANA PARA O MUNICÍPIO DE VIEIRA DO

MINHO

PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ARU DA VILA DE VIEIRA DO

MINHO

GEOATRIBUTO | JANEIRO 2016

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 2

Ficha Técnica do Documento

Título: Proposta de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do

Minho

Descrição:

Documento que consubstancia a proposta de delimitação da Área de Reabilitação

Urbana (ARU) da Vila de Vieira do Minho, apresentando-se os critérios de

delimitação utilizados, os objetivos a prosseguir e se apresenta o quadro dos

benefícios fiscais inerentes à sua delimitação.

Data de produção: 8 de janeiro de 2016

Data da última atualização: 28 de janeiro de 2016

Versão: 04

Desenvolvimento e produção: GeoAtributo, C.I.P.O.T. Lda.

Coordenador de Projeto: Ricardo Almendra |Geografia – Desenvolvimento e Ambiente

Equipa técnica:

Elisa Bairrinho | Arquitetura Paisagista

Raquel Nogueira | Engenharia Civil- Hidráulica e Ambiente

Marta Silva | Geografia – SIG e Ordenamento do Território

Consultores Manuel Miranda | Engenharia Civil

Código de documento: 011

Estado do documento Em validação interna.

Código do Projeto: 191031104

Nome do ficheiro digital: Proposta_ARU_Vieira_Minho_v04

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ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 6

2. DELIMITAÇÃO DA Área de Reabilitação Urbana .......................................................................................... 9

2.1 Pressupostos e Critérios subjacentes ao Processo de Delimitação ................................................. 10

2.2 Proposta de Delimitação da ARU da Vila de Vieira do Minho ......................................................... 12

3. ÁREA DE INTERVENÇÃO: ENQUADRAMENTO E DIAGNÓSTICO SUMÁRIO ................................................ 16

3.1 Síntese de Caracterização e Diagnóstico ......................................................................................... 16

4. LINHAS PRELIMINARES DA ESTRATÉGIA DE REABILITAÇÃO URBANA........................................................ 34

4.1 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DE REABILITAÇÃO URBANA A PROSSEGUIR ......................................... 34

5. BENEFÍCIOS FISCAIS DECORRENTES DO PROCESSO DE DELIMITAÇÃO DA ARU ........................................ 36

5.1 Benefícios Fiscais Associados aos Processos de Reabilitação Urbana ............................................. 36

5.2 Condições de Acesso aos Benefícios Fiscais .................................................................................... 38

5.3 Procedimentos Administrativos para Acesso aos Benefícios Fiscais ............................................... 40

6. Modelo de Gestão e de execução .............................................................................................................. 42

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Estrutura etária da população residente na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de Vieira

do Minho ......................................................................................................................................................... 16

Quadro 2 - Situação profissional dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de

Vieira do Minho ............................................................................................................................................... 18

Quadro 3 - Nível de escolaridade dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de

Vieira do Minho ............................................................................................................................................... 19

Quadro 4 - Condições de habitabilidade nos alojamentos familiares existentes na ARU da Vila de Vieira do

Minho e concelho de Viera do Minho ............................................................................................................. 19

Quadro 5 - Níveis do estado de conservação utilizados no âmbito do MAEC ................................................. 39

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 4

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Procedimentos para aprovação da ARU ............................................................................................ 7

Figura 2 - Definição e distinção entre Área de Reabilitação Urbana (ARU) e Operação de Reabilitação Urbana

(ORU) ............................................................................................................................................................... 10

Figura 3 - Exemplificação de edifícios muito degradados na Avenida Barjona de Freitas .............................. 25

Figura 4 - Edifício devoluto/ruína na Rua João de Deus .................................................................................. 25

Figura 5 - Edifício muito degradado na Rua Camilo da Costa .......................................................................... 25

Figura 6 - Edifícios em devoluto/ruína ou degradados na Rua Padre José Alves Vieira .................................. 26

Figura 7 - Edifícios em devoluto/ruína ou degradados na Rua Dr. Carlos Magalhães ..................................... 26

Figura 8 - Bairro Habitacional da Nossa Senhora da Fé ................................................................................... 27

Figura 9 - Exemplificação da inexistência de passeios nas vias da ARU da Vila de Vieira do Minho ............... 29

Figura 10 - Exemplificação do estacionamento indevido em cima dos passeios ............................................ 30

Figura 11 - Parque Florestal (esquerda) e Parque dos Moinhos (direita) ....................................................... 31

Figura 12 | Organograma da Câmara Municipal de Vieira do Minho ............................................................. 43

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Famílias clássicas da ARU da Vila de Vieira do Minho com elementos desempregados ............... 17

Gráfico 2 - Indivíduos residentes empregados por setor de atividade, na ARU da Vila de Vieira do Minho .. 18

Gráfico 3 - Área dos alojamentos familiares na ARU da Vila de Vieira do Minho ........................................... 20

Gráfico 4 - Alojamentos familiares clássicos com disponibilidade de estacionamento, na ARU da Vila de

Vieira do Minho ............................................................................................................................................... 21

Gráfico 5 - Estrutura funcional do parque edificado existente na ARU da Vila de Vieira do Minho ............... 21

Gráfico 6 - Tipologia dos edifícios existentes na ARU da Vila Vieira do Minho ............................................... 22

Gráfico 7 - Cérceas dominantes dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho ........................ 22

Gráfico 8 - Época de construção dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho ....................... 23

Gráfico 9 - Tipologias e técnicas construtivas dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho ... 24

Gráfico 10 - Estado de Conservação dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho ................. 24

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 5

ÍNDICE DE MAPAS

Mapa 1 - Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do Minho ................................................................ 12

Mapa 2 e 3 - Perspetiva histórica da ocupação urbana da área de intervenção na Vila de Vieira do Minho-

ano de 1947 e 1997 ......................................................................................................................................... 13

Mapa 4 - Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do Minho, Estado de ocupação anterior a 2005 .... 14

Mapa 5 - Subsecções da BGRI 2011 abrangidas pela ARU da Vila de Vieira do Minho ................................... 15

Mapa 6 - Rede viária da ARU da Vila de Vieira do Minho ............................................................................... 28

Mapa 7 - Espaços Públicos de lazer da ARU da Vila de Vieira do Minho ......................................................... 31

Mapa 8 - Equipamentos coletivos localizados na ARU da Vila de Vieira do Minho ........................................ 32

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 6

1. INTRODUÇÃO

A reabilitação urbana é cada vez mais uma pedra angular no processo de desenvolvimento urbano,

porquanto se inverte o modelo de expansão urbana que grassou nas três últimas décadas.

À medida que se percebe que a expansão para a periferia, por si só, não está a ser frutífera em termos de

identidade do lugar, o centro da urbe ressurge tendencialmente como força centrípeta para onde se

pretende fazer convergir investimentos e dinâmicas económicas e sociais. Pensa-se a beneficiação do

espaço público através da valorização do património e melhoria das estruturas existentes, conferindo-lhe

um cariz de modernidade, em paralelo com a preservação da sua matriz original.

Este paradigma é defendido cada vez mais nos diversos âmbitos das decisões que incidem sobre o

território, a comprová-lo refira-se, a política de desenvolvimento desenhada no programa Portugal 2020

que integra, no Eixo 4 de “Reforço da Competitividade do Território”, a prioridade de investimento 6.5 com

a adoção de medidas destinadas à melhoria do ambiente urbano e à revitalização das cidades. No mesmo

âmbito, a título de exemplo, temos o projeto JESSICA da União Europeia que está em vigor, destinando-se a

financiar projetos de reabilitação urbana.

Guiado pela Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, alterada e republicada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de

agosto, relativa ao Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), o presente relatório traduz a proposta de

delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do centro urbano de Vieira do Minho, decalcado

particularmente do artigo 12º do RJRU que versa sobre a criação e aprovação de ARU’s.

O mesmo diploma legal define a ARU como uma “área territorialmente delimitada que, em virtude da

insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de

utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere

às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,

através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de

pormenor de reabilitação urbana”.

A verdade é que, a publicação da Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto, que representou a primeira alteração ao

Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, veio reforçar a ideia da preponderância da reabilitação urbana

introduzindo medidas que a agilizam, trazendo novo dinamismo ao processo, nomeadamente o seu

faseamento. A delimitação da ARU passa, então, a acontecer numa primeira fase, seguindo-se, num período

até 3 anos após a aprovação, a sua operacionalização pela transposição numa Operação de Reabilitação

Urbana (ORU).

O município pode por isso iniciar o processo de reabilitação urbana em ARU de forma repartida, num

primeiro tempo através da aprovação da delimitação da ARU e, numa segunda etapa, pelo

desenvolvimento e aprovação de uma ORU para esse local.

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Dada a opção do Município de Vieira do Minho por esta modalidade fracionada, e segundo o estabelecido

no RJRU, a presente proposta inclui:

A memória descritiva e justificativa, que compreende os critérios inerentes à delimitação da área

abrangida e os objetivos estratégicos a prosseguir;

A planta com a delimitação da área abrangida;

O quadro dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património,

nomeadamente o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto Municipal sobre as

Transmissões onerosas de imóveis (IMT).

A aprovação da ARU decorre em sede de Assembleia Municipal (Figura 1) sendo obrigatória a sua

publicação posterior em Diário da República, a publicitação no sítio de internet da Câmara Municipal e

ainda o envio, ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Figura 1 - Procedimentos para aprovação da ARU

Fonte: GeoAtributo (2016).

Conforme estabelecido na legislação aplicável, sem prejuízo de outros benefícios e incentivos relativos ao

património cultural, a aprovação da ARU confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e

encargos sobre os edifícios ou frações nela integrados, o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e

financeiros à reabilitação urbana.

O presente relatório agrega o conjunto de elementos de fundamentação da delimitação proposta para a

ARU da Vila de Vieira do Minho estendendo-se em cinco secções:

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 8

No capítulo II são apresentados os critérios técnicos e os pressupostos de base que originaram o traçado da

proposta de delimitação.

Baseada nesta demarcação, cuja planta é remetida em anexo, o capítulo III condensa uma breve

contextualização da área em causa. Este diagnóstico incide e analisa aspetos como a estrutura edificada, o

espaço público, as infraestruturas urbanas e o perfil demográfico.

No capítulo IV são enunciadas genericamente as linhas estratégicas de reabilitação urbana para a ARU da

Vila de Vieira do Minho.

A explicação dos benefícios fiscais enquadrados no processo de delimitação da ARU sucede no capítulo V

com a apresentação das condições de acesso e procedimentos obrigatórios para que os proprietários

usufruam de tais vantagens.

Finda a aprovação desta proposta técnica, a constituição legal da ARU da Vila de Vieira do Minho deverá

avançar com a aprovação da ARU em Assembleia Municipal e posterior publicação através de Aviso na 2.ª

Série do Diário da República como esquematizado na Figura 1.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 9

2. DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

O Regime Jurídico de Reabilitação Urbana estabelece na alínea j) do artigo 2º que a reabilitação urbana

designa a “forma de intervenção integrada sobre o tecido urbano existente, em que o património

urbanístico e imobiliário é mantido, no todo ou em parte substancial, e modernizado através da realização

de obras de remodelação ou beneficiação dos sistemas de infraestruturas urbanas, dos equipamentos e dos

espaços urbanos ou verdes de utilização coletiva e de obras de construção, reconstrução, ampliação,

alteração, conservação ou demolição dos edifícios”.

No mesmo sentido, uma Área de Reabilitação Urbana, ao incidir num espaço urbano que necessite de

intervenção integrada, pode incluir diversas tipologias de lugares, como se pode ver no esquema seguinte:

ARU

(espaço urbano)

o Centro histórico

o Património cultural imóvel classificado ou em vias de classificação (zonas de proteção respetivas)

o Área urbana degradada

o Zona urbana consolidada

Abarcando esta plêiade de contextos, o processo de elaboração da estratégia de reabilitação urbana,

seguindo os ditames do RJRU, estrutura as intervenções com base em dois conceitos principais:

1. O conceito de “Área de Reabilitação Urbana” (ARU), cuja definição pelo município prevê a

delimitação da parcela territorial que justifica uma intervenção integrada no âmbito daquele

diploma;

2. O instrumento de “Operação de Reabilitação Urbana” (ORU), que esquematiza de forma concreta

as intervenções a efetuar no interior da respetiva Área de Reabilitação Urbana.

A definição de uma ARU é então o primeiro passo para a realização de uma Operação de Reabilitação

Urbana, nos termos do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, a sua delimitação pode acontecer em

simultâneo ou preceder a aprovação de uma Operação de Reabilitação Urbana. “A cada área de

reabilitação urbana corresponde uma operação de reabilitação urbana” (ponto 4, artigo 7º, capítulo I do

referido D.L.).

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 10

Figura 2 - Definição e distinção entre Área de Reabilitação Urbana (ARU) e Operação de Reabilitação Urbana (ORU)

Fonte: GeoAtributo (2016).

Os municípios têm a liberdade de escolher uma Operação de Reabilitação Urbana do tipo Simples ou

Sistemático. A primeira, segundo o Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, “consiste numa intervenção

integrada de reabilitação urbana de uma área, dirigindo-se primacialmente à reabilitação do edificado, num

quadro articulado de coordenação e apoio da respetiva execução” (n.º 2 do artigo 8.º do referido diploma

legal). A ORU sistemática, por seu lado, refere-se a uma “intervenção integrada de reabilitação urbana de

uma área, dirigida à reabilitação do edificado e à qualificação das infraestruturas, dos equipamentos e dos

espaços verdes e urbanos de utilização coletiva, visando a requalificação e a revitalização do tecido urbano,

associada a um programa de investimento público” (artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de

outubro).

Os instrumentos de programação que enquadram as Operações de Reabilitação Urbana designam-se por

“Estratégia de Reabilitação Urbana”, quando se trata de Operação de Reabilitação Urbana Simples e por

“Programas Estratégicos de Reabilitação Urbana” quando em presença de uma ORU Sistemática.

2.1 PRESSUPOSTOS E CRITÉRIOS SUBJACENTES AO PROCESSO DE DELIMITAÇÃO

A qualificação do espaço público e a regeneração da imagem urbana visando a sua unidade e identidade,

foram os princípios que catalisaram a delimitação da Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do

Minho.

Na verdade, as motivações que alavancaram o processo de criação da ARU confluem com a política de

reabilitação urbana que vem sendo trilhada pelo município e, à qual, se querem agregar novos sistemas e

soluções. A articulação com outras políticas e planos territoriais é uma pretensão importante, exemplo

disso é o propósito de melhoria da circulação viária e a sua segurança, que se coaduna com o estabelecido

no Plano de Acessibilidades para Vieira do Minho.

Etapa 1 Etapa 2

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

Determinação da parcela territorial que justifica uma intervenção

integrada

OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA

Estruturação concreta das intervenções a efetuar no interior

da respetiva ARU

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 11

É propósito do Município, a composição de um espaço urbano com infraestruturas melhoradas,

concentrando equipamentos e serviços de elevada centralidade, por forma a aumentar a sua atratividade.

Com a garantia de uma articulação eficiente entre as várias zonas que constituirão a ARU, pretende-se

assegurar a integração funcional e a diversidade económica, social e cultural no tecido existente com vista à

promoção da economia. A par do reforço económico, para uma identidade mais coesa existem valores e/ou

recursos naturais, sociais, históricos e culturais na Vila de Vieira do Minho que devem ser preservados e

destacados através de iniciativas como a requalificação e reconversão dos espaços públicos (onde se

incluem também os espaços verdes)

Os benefícios inerentes à criação da ARU servirão de estímulo à atividade económica nos setores ligados à

reabilitação urbana. No mesmo seguimento, pretende-se definir um contexto regulamentar, económico e

fiscal propício onde se agilize o acesso dos proprietários a um conjunto mais alargado de incentivos

disponíveis.

Concertados com estes vetores estão os princípios técnicos gizados a priori que, associados aos intentos do

município, nortearam a escolha das fronteiras da ARU da Vila de Vieira do Minho, como sendo:

A primazia do núcleo histórico que importa reabilitar, conservar e valorizar e para onde se

pretende atrair a população, promovendo o seu rejuvenescimento;

Englobar o núcleo consolidado da vila e os equipamentos públicos geradores de maiores fluxos;

Abarcar um número significativo de edifícios que, pelo seu estado de degradação, demandem

intervenção, para que a identidade da Vila de Vieira do Minho não se perca ou sofra

descaracterizações;

Integrar o maior número possível de prédios urbanos que evidenciem a remanescência da matriz

urbano-rural que está na base da Vila de Vieira do Minho;

Procurar uma maior coerência e harmonia territorial da ARU a definir, favorecendo a sua

delimitação pelos eixos de via e salientando a tónica da preocupação com a requalificação do

espaço público;

Respeitar, sempre que praticável, a estrutura de cadastro e dos conjuntos urbanísticos existentes;

Decalcar e abarcar, quando possível, a área territorial correspondente à subsecção estatística da

Base Geográfica de Referenciação da Informação dos Censos 2011 (BGRI 2011), de modo a facilitar

a análise e a caraterização da ARU.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 12

2.2 PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ARU DA VILA DE VIEIRA DO MINHO

Após a devida ponderação dos critérios apresentados chegou-se a uma proposta de delimitação para a ARU

da Vila de Vieira do Minho que se apresenta no Mapa 1.

Mapa 1 - Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do Minho

Fonte: GeoAtributo (2016).

A ARU proposta cinge-se ao núcleo urbano consolidado que esteve na génese da urbe da Vila de Vieira do

Minho, sede de concelho de Vieira do Minho, abrangendo uma área de 60,7 hectares. A delimitação

proposta tem como limites a norte a Avenida Dr. Almeno Vieira Leite, no setor sudeste servem de fronteira

a rua Eng.º Hernâni da Silva e o Parque Florestal de Vieira do Minho, enquanto a oeste o marco de decalque

está imediatamente antes do espaço comercial que integra o Pingo Doce, na rua Pe. José Carlos Alves Vieira

(paralelas a esta a Rua Francisco José de Miranda e a Rua Entre as Devesas são também abarcadas)

Analisando as imagens da cartografia referente aos meados do século XX, percebe-se que a estrada

nacional N304, que faz a ligação até à cidade de Monção, foi estruturante na formação nuclear da vila e no

seu desenvolvimento primordialmente em torno da Praça Doutor Guilherme de Abreu (Mapa 2 e 3). A

evolução urbana ocorrida na segunda metade do século foi exponencial, evidenciando o crescimento e

consolidação do parque edificado nas margens da nacional N304, quer do seu traçado original, hoje

correspondente à Rua Padre José Carlos Alves Vieira e à Avenida Barjona de Freitas, quer do novo troço

realizado como variante a esta estrada nacional, hoje denominado de Avenida Imaculada Conceição.

A cartografia de 1997 denota ainda, tendencialmente, uma continuidade do crescimento urbano no

seguimento da estrada municipal M526, a sul, e da estrada municipal M528, a norte.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 13

Mapa 2 e 3 - Perspetiva histórica da ocupação urbana da área de intervenção na Vila de Vieira do Minho- ano de 1947 e 1997

Fonte: Serviços Cartográficos do Exército; trabalhos de campo Ten.tes Costa Júnior... [et al.] ; des. Artur Valente (1952);

Instituto Geográfico do Exército (1997).

Fazendo a análise da evolução do edificado já no arranque do século XXI, constata-se a ocupação a norte do

núcleo original, nomeadamente ao longo da Avenida Professor Carlos Teixeira e na sua continuidade pela

estrada municipal M528, assim como ao longo da Avenida João da Torre, fortalecendo-se o centro urbano

como ponto de confluência de várias vias. Atualmente a Vila de Vieira do Minho apresenta um centro

urbano consolidado, equilibrando-se, ainda assim, com várias áreas de menor densidade de edificação.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 14

Mapa 4 - Área de Reabilitação Urbana da Vila de Vieira do Minho, Estado de ocupação anterior a 2005

Fonte: GeoAtributo (2016).

Para além da oferta de equipamentos e serviços, a ARU proposta aglutina o núcleo identificado no Plano de

Soluções Integradas de Acessibilidade para Todos do Município de Vieira do Minho (PSIAT) como “Área de

Intervenção Prioritária” (com exceção da rua Doutora Maria Júlia Alves Martins). Aqui se incluem portanto

os eixos mais importantes do núcleo urbano, onde existem já linhas de atuação para incremento da

acessibilidade, que podem articular-se com a melhoria da gestão e da circulação viária, um dos objetivos da

criação desta ARU.

Com o propósito de melhor adequar a delimitação da ARU da Vila de Vieira do Minho, desenhou-se uma

análise breve do seu panorama demográfico e territorial. A suportar esta tarefa recorreu-se à informação

oficial do INE proveniente do XV Recenseamento Geral da População e V Recenseamento Geral da

Habitação, à escala da subsecção. No Mapa 5 apresentam-se as subseções enquadradas nesta análise, num

total de 24. Tentou adequar-se os limites da ARU a estas unidades estatísticas mas sempre que tal não foi

possível fez-se um ajuste da informação estatística sendo que, embora possa não representar fielmente a

realidade da ARU, está muito próxima disso.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 15

Mapa 5 - Subsecções da BGRI 2011 abrangidas pela ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: GeoAtributo (2016).

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 16

3. ÁREA DE INTERVENÇÃO: ENQUADRAMENTO E DIAGNÓSTICO

SUMÁRIO

3.1 SÍNTESE DE CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO

Aspetos Socioeconómicos da População Residente

Na ARU da Vila de Vieira de Minho, tendo por base os dados último Recenseamento Geral da População

(2011), residiam um total de 1.500 indivíduos (correspondendo a 11,54% da população residente do

concelho de Vieira do Minho), distribuídos por 484 famílias clássicas (correspondendo a 10,80% do total de

famílias do concelho), resultando assim numa dimensão média das famílias de 3,1 indivíduos.

Da análise ao Quadro 1, observa-se que em 2011, cerca de 51% da população era adulta, isto é, tinha idade

compreendida entre os 25 e 64 anos. Com efeito, o grupo etário das crianças (entre os 0 e 13 anos)

representava 17,33% da população residente, já o grupo dos jovens (entre os 14 a 24 anos) correspondia a

cerca de 15% dos indivíduos residentes, por fim o grupo etário dos idosos (indivíduos com mais de 65 anos)

correspondiam a 17,20% da população a residir nesta área urbana. Por sua vez, no concelho de Vieira do

Minho os indivíduos adultos assumem maior representatividade (51,60% do total da população residente),

seguindo-se os indivíduos idosos, que correspondem a cerca de 23% do total da população residente.

Concluindo assim que, até ao ano de 2011 a estrutura etária do concelho manifesta maiores sinais de

envelhecimento da população quando comparada com a ARU, que apresenta mais evidências de

rejuvenescimento.

Quadro 1 - Estrutura etária da população residente na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de Vieira do Minho

GRUPOS ETÁRIOS ARU CONCELHO

Crianças (0-13 anos) 17,33% 12,60%

Jovens (14-25 anos) 14,53% 12,99%

Adultos (25-64 anos) 50,93% 51,60%

Idosos (mais de 64 anos) 17,20% 22,81%

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Focalizando a análise na representatividade de idosos e crianças na estrutura familiar, é possível afirmar

que em cerca de 68% das famílias clássicas existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho, encontramos na

sua constituição um indivíduo com menos de 15 anos ou mais de 65 anos. Neste seguimento, existe maior

predominância de famílias com indivíduos com menos de 15 anos, correspondendo a 40,29%, face às

famílias com pelo menos um indivíduo com mais de 65 anos, correspondendo a 27,27% do total de famílias

clássicas localizadas na ARU.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 17

Comparando estes valores com os registados no concelho de Vieira do Minho, verifica-se que estes são

bastante distintos, uma vez no concelho existe um maior número de famílias com pelo menos um individuo

com 65 anos e mais (44,85% do total das famílias clássicas) face às famílias com indivíduos com idade até 15

anos (28,13% do total das famílias clássicas).

No que se refere ao número de indivíduos que integram as famílias clássicas, verifica-se que os valores na

ARU e Concelho diferem, pois na ARU predominam as famílias com 3 ou 4 pessoas (52,27% face aos 39,46%

das famílias com 1 ou 2 pessoas), e no concelho de Vieira do Minho prevalecem as famílias com 1 ou 2

indivíduos (46,83% face aos 41,32% das famílias com 3 ou 4 indivíduos).

Apontando agora a análise para a empregabilidade em contexto familiar, observa-se no Gráfico 1, que no

ano de 2011, 83,47% das famílias clássicas não possuía indivíduos desempregados, valor aproximado ao

presenciado concelho da Vieira do Minho (84,92%). Por sua vez, 14,26% famílias clássicas da ARU tinha um

desempregado e 2,3% possui mais do que um membro desempregado.

Gráfico 1 - Famílias clássicas da ARU da Vila de Vieira do Minho com elementos desempregados

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

De acordo com os dados dos Censos de 2011, no Quadro 2 encontra-se exposta a situação profissional da

população residente, no qual é possível verificar que 39,40% da população residente da ARU não possuía

atividade económica, enquanto a nível concelhio este cenário é mais gravoso na medida que

aproximadamente 50% encontrava-se sem atividade económica.

No que diz respeito aos indivíduos residentes reformados ou pensionista, estes representavam um peso de

20,20%, valor de 7 pontos percentuais inferior ao observado no Concelho. Por sua vez, relativo aos

indivíduos desempregados residentes na ARU da Vila de Vieira do Minho, 1,07% destes encontrava-se à

procura do primeiro emprego, e 5,07% estava a procura de um novo emprego.

Famílias clássicas sem desempregados

84%

Famílias clássicas com um desempregado

14%

Famílias clássicas com mais do que um desempregado

2%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 18

Quadro 2 - Situação profissional dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de Vieira do Minho

SITUAÇÃO PROFISSIONAL ARU CONCELHO

Indivíduos residentes desempregados à procura do 1.º emprego 1,07% 1,12%

Indivíduos residentes desempregados à procura de novo emprego 5,07% 4,86%

Indivíduos residentes empregados 36,33% 30,69%

Indivíduos residentes pensionistas ou reformados 20,20% 27,35%

Indivíduos residentes sem atividade económica 39,40% 49,64%

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Analisando os indivíduos residentes empregados, constata-se no quadro anterior que, em 2011, 36,33% da

população residente da ARU encontrava-se empregada, sendo que destas 80,92% estava empregada no

setor terciário, 18,17% trabalhavam no setor secundário e apenas 1% laborava no setor primário (Gráfico

2). Estes valores podem ser justificados pelo facto de esta área ser a principal catalisadora dos principais

serviços e comércio, fazendo com que a grande maioria dos seus habitantes exerçam atividade profissional

no setor terciário.

Gráfico 2 - Indivíduos residentes empregados por setor de atividade, na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Continuando a análise na população residente na ARU da Vila de Vieira do Minho, no que concerne ao nível

de escolaridade, verifica-se no Quadro 3 que existe um baixo nível de instrução, onde o 1.º ciclo é o grau

predominante, já que 22,67% da população residente da ARU o detém. Seguindo-se os indivíduos que

possuem o 3.º ciclo básico (17,87% do total da população residente) e secundário (14,53% do total da

população residente). Por sua vez, os indivíduos com curso superior representam apenas 8,20%, ainda

assim, valor acima do total para o Concelho (5,39%). Importando ainda fazer menção ao número de

indivíduos sem escolaridade, onde 4,80% da população residente não sabe ler nem escrever, contudo este

valor é inferior ao registado no Concelho (7,68%).

Indivíduos residentes empregados no sector

primário1%

Indivíduos residentes empregados no sector

secundário18%

Indivíduos residentes empregados no sector

terciário81%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 19

Quadro 3 - Nível de escolaridade dos indivíduos residentes na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de Vieira do Minho

NÍVEL DE ESCOLARIDADE ARU CONCELHO

Indivíduos residentes sem saber ler nem escrever 4,80% 7,68%

Indivíduos residentes com o 1.º ciclo do ensino básico 22,67% 30,79%

Indivíduos residentes com o 2.º ciclo do ensino básico 16,60% 16,91%

Indivíduos residentes com o 3.º ciclo do ensino básico 17,87% 13,40%

Indivíduos residentes com o ensino secundário 14,53% 10,26%

Indivíduos residentes com o ensino pós-secundário 1,20% 0,55%

Indivíduos residentes com um curso superior 8,20% 5,39%

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Parque Edificado e Condições de Habitabilidade

No que concerne ao parque edificado, em 2011 este era constituído por um total de 289 edifícios

(correspondendo a 3,88% do total concelhio) que albergam 795 alojamentos (correspondendo a 9,86% do

total do concelho). Destes alojamentos cerca de 15% encontravam-se vagos, valor superior ao registado no

concelho de Vieira do Minho, onde cerca de 8% dos alojamentos estavam vagos.

Tendo em consideração a dinâmica de mercado de arrendamento na ARU, os alojamentos familiares

clássicos de residência habitual com proprietário ocupante têm um peso significativamente superior

(69,01%), relativamente com os alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados

(27,48%). Não obstante, esta proporção é inferior à média concelhia, onde se verifica a clara predominância

de alojamentos com proprietário ocupante, cerca de 90% do total de alojamentos do Concelho.

Relativamente às condições de habitabilidade dos alojamentos familiares de residência habitual existentes

na ARU da Vila de Vieira do Minho (Quadro 4), estas são bastante satisfatórias, ainda mais do que no

Concelho, pois a totalidade dos alojamentos familiares possuía água canalizada, retrete e sistema de

drenagem de águas residuais, e 99,17% dos alojamentos continha instalação de banho.

Quadro 4 - Condições de habitabilidade nos alojamentos familiares existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho e concelho de Viera do Minho

CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE ARU CONCELHO

Alojamentos familiares de residência habitual com água 100% 98,74%

Alojamentos familiares de residência habitual com retrete 100% 98,72%

Alojamentos familiares de residência habitual com esgotos 100% 98,92%

Alojamentos familiares de residência habitual com banho 99,17% 96,27%

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 20

Em relação à área dos alojamentos familiares clássicos de residência habitual existentes na ARU em causa,

observa-se no Gráfico 3, que metade destes possui uma área entre os 100 m2 e os 200 m2, média

aproximada da observada no concelho de Vieira do Minho. Os alojamentos familiares clássicos de

residência habitual com área de 50 m2 a 100 m2 também apresentam alguma representatividade (cerca de

39%), que é também muito aproximada com a observada no Concelho. Com menor expressão encontram-

se os alojamentos familiares com área superior a 200 m2 (5,79%) e os alojamentos familiares com área até

50 m2 (4,75%).

Gráfico 3 - Área dos alojamentos familiares na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

No que respeita à disponiblidade de estacionamento nos alojamentos familiares clássicos de residência

habitual, é possível aferir no Gráfico 4, que cerca de 39% dos alojamentos familiares não detém de

estacionamento. Por outro lado, cerca de 43% dos alojamentos familiares possui estacionamento para um

veículo, já 11% detém de estacionamento para dois veículos e por fim 6% dos alojamentos familires detém

nas suas instalações estacionamento para três ou mais veículos. Comparando estes valores com os obtidos

no território concelhio, observa-se que aqui a percentagem de alojamentos familiares com estacionamento

para dois ou mais veículos (cerca de 30%) é superior á registada na ARU.

área até 50 m2

5%

área de 50 m2 a 100 m2

39%

área de 100 m2 a 200 m2

50%

área maior que 200 m2

6%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 21

Gráfico 4 - Alojamentos familiares clássicos com disponibilidade de estacionamento, na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Mostrando a análise nos edifícios clássicos localizados na ARU em estudo, mais precisamente na sua

estrutura funcional, constata-se no Gráfico 5 que os edifícios exclusivamente residenciais assumem maior

predominância (representam 76% do total de edifícios) face aos edifícios principalmente residenciais

(equivalendo a 23% do total de edifícios) e edifícios principalmente não residenciais (correspondendo a 1%

do total de edifícios).

Importando referir que apesar da predominância dos edifícios exclusivamente residenciais na ARU da Vila

de Vieira do Minho, este valor é inferior ao observado no concelho de Vieira do Minho (cerca de 84%), o

que significa que aqui esta estrutura funcional é ainda mais acentuada. Ainda, os edifícios principalmente

não residenciais, que correspondem aos locais onde se encontra o comércio local, serviços, e inúmeros

equipamentos coletivos, assumem maior representatividade na ARU (concentrando aqui 80% do total

concelhio), devido ao caráter central e polarizador desta área.

Gráfico 5 - Estrutura funcional do parque edificado existente na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Alojamentos com estacionamento para 1

veículo43%

Alojamentos com estacionamento para 2

veículos11%

Alojamentos com estacionamento para 3

ou mais veículos6%

Alojamentos sem estacionamento

40%

Edifícios exclusivamente

residenciais76%

Edifícios principalmente

residenciais23%

Edifícios principalmente não

residenciais1%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 22

No que se refere à tipologia dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho, observa-se no

Gráfico 6 uma significativa predominância dos edifícios isolados (39%) relativamente às restantes tipologias.

Com efeito, os alojamentos clássicos em banda representam 26% do total de edifícios existentes na ARU, já

24% correspondem a edifícios coletivos, 10% diz respeito a edifícios geminados e por fim 1% são outro tipo

de edifício.

Gráfico 6 - Tipologia dos edifícios existentes na ARU da Vila Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Sobre a cércea dominante na ARU em estudo (Gráfico 7), os edifícios com 1 ou 2 pisos assumem especial

destaque, pois representam cerca de 80% do total de edifícios clássicos, contudo esta percentagem é cerca

de 14 pontos percentais inferior a observada no concelho de Vieira do Minho. No entanto, 13% dos edifícios

presentes na ARU tem entre 3 e 4 pisos, já relativamente aos edifícios com 5 ou mais pisos, localizam-se

aqui mais de 80% (correspondendo a 20 edifícios) dos edifícios existentes no território concelhio.

Gráfico 7 - Cérceas dominantes dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Edificios isolados39%

Edificios geminados10%

Edificios em banda26%

Edificios coletivos24%

Outro tipo de edifício1%

Edifícios com 1 ou 2 pisos80%

Edifícios com 3 ou 4 pisos13%

Edifícios com 5 ou mais pisos

7%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 23

Quanto à época de contrução dos edifícios existentes da ARU da Vila de Vieira do Minho, observa-se no

Gráfico 8 que cerca de metade dos edifícios foram construídos entre os anos de 1971 e 1995, sendo que no

período entre 1981 e 1990 foi quando se edificou um maior número de edifícios (26% do total de edifícios

presentes na ARU até 2011). Constata-se ainda que os edifícios mais antigos são os que assumem menor

representatividade na ARU, pois apenas 13% do parque edificado foi erigido antes de 1960.

Finalmente é ainda importante realçar que após o ano de 2000 a construção diminuiu significativamente na

ARU da Vila de Vieira do Minho, representando apenas 12%.

Gráfico 8 - Época de construção dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: XV Recenseamento Geral da População (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Estado de Conservação do Edificado

A análise do estado de conservação dos edifícios foi efetuada tendo em conta os dados do V

Recenseamento Geral da Habitação por subseção estatística, e trabalho de campo, complementado

posteriormente com recurso à visualização do Google Earth.

Neste sentido, como já foi descrito anteriormente, na área mais histórica e consolidada da Vila, coexistem

os principais equipamentos públicos, edifícios de habitação e mistos de 1 e 2 pisos e empreendimentos

mais recentes de maior volumetria.

Observou-se uma expansão urbana nas últimas décadas, onde mais de 75% dos edifícios presentes na ARU

datam a sua construção posteriormente ao ano de 1970. Assim, é compreensível que as tipologias e

técnicas construtivas sejam na sua grande maioria mais recentes (Gráfico 9), existindo a predominância de

edifícios com estrutura de betão armado (66% do total de edifícios da ARU) e dos edifícios com estrutura de

paredes de alvenaria com placa (28% do total de edifícios da ARU). Esta informação será importante para o

apuramento das estimativas de custos de reabilitação do edificado, as quais serão essencialmente

caraterizadas por operações de conservação e reabilitação da envolvente exterior, ao nível das fachadas e

coberturas.

< 19191%

1919 - 19454%

1946 - 19608%

1961 - 197011%

1971 - 198016%

1981 - 199026%

1991 - 19959%

1996 - 200013%

2001 - 20057%

2006 - 20115%

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 24

Gráfico 9 - Tipologias e técnicas construtivas dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Estudando o estado de conservação dos edifícios localizados na ARU da Vila de Vieira do Minho (Gráfico

10), verifica-se que os Censos de 2011, indicaram que a grande maioria dos inquiridos considera que o

edificado não apresenta necessidades de reparação (cerca de 73% do total), ou apenas carecem de

pequenas reparações (16% do total). Com efeito, apenas uma reduzida fatia (10%) dos edifícios

necessitavam de médias ou grandes reparações. Importando ainda referir que os inquiridos apontaram, que

localizam-se na área urbana de Vieira do Minho apenas se localizam três edifícios muito degradados.

Gráfico 10 - Estado de Conservação dos edifícios existentes na ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: V Recenseamento Geral da Habitação (informação à subseção estatística), Instituto Nacional de Estatística.

Após confrontação com o trabalho de campo, verifica-se que na ARU em estudo que existem vários edifícios

em devolutos/ruína ou muito degradados a necessitarem de profundas reparações, sendo na zona mais

histórica da vila a área mais importante para aplicar medidas de regeneração urbana.

Neste seguimento, ao longo da Avenida Barjona de Freitas e Rua João de Deus, que correspondem a umas

das principais vias da Vila, verifica-se que existem diversos edifícios que apresentam um mau estado de

66%

28%

5%

1%

Edifícios com estrutura de betão armado

Edifícios com estrutura de paredes de alvenaria com placa

Edifícios com estrutura de paredes de alvenaria sem placa

Edifícios com estrutura de paredes de adobe ou alvenaria depedra solta

73%

16%

8%

2% 1%

Sem necessidade de reparação

A necessitar de pequenas reparações

A necessitar de médias reparações

A necessitar de grandes reparações

Muito degradado

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 25

conservação (Figura 3), identificando-se ainda na Rua João de Deus um edifício que se encontra

devoluto/ruína (Figura 4), sendo aqui prioritária a aplicação de ações de reabilitação dos edifícios.

Figura 3 - Exemplificação de edifícios muito degradados na Avenida Barjona de Freitas

Fonte: Google Earth.

Figura 4 - Edifício devoluto/ruína na Rua João de Deus

Fonte: Google Earth.

Também na Rua de Camilo Costa (junto da Praça Dr. Gilherme de Abreu) localiza-se um edifício mais antigo,

com uma estrutura arquitetónica mais rural, e que atualmente apresenta um mau estado de conservação

(Figura 5), mas graças à sua localização priveligiada, este possui um grande potencial para se tornar num

edifício, por exemplo, comercial, hoteleiro ou mesmo para restauração.

Figura 5 - Edifício muito degradado na Rua Camilo da Costa

Fonte: Google Earth.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 26

Identicamente, na Rua Padre José Carlos Alves Vieira encontramos mais dois edifícios em ruína, e outros em

muito mau estado de conservação (Figura 6).

Figura 6 - Edifícios em devoluto/ruína ou degradados na Rua Padre José Alves Vieira

Fonte: Google Earth.

Ainda na Rua Dr. Carlos Magalhães encontramos no meio de toda a vegetação que o envolve, mais um

edificio devoluto em ruína (Figura 7).

Figura 7 - Edifícios em devoluto/ruína ou degradados na Rua Dr. Carlos Magalhães

Fonte: Google Earth.

Importa ainda referir o conjunto de edifícios do Bairro Habitacional da Nossa Senhora da Fé (Figura 8), que

apesar de se tratarem de construções mais recentes, final da década de 90, evidenciam um estado de

conservação pouco satisfatório, nomeadamente com a fissuração e degradação generalizada da sua

envolvente exterior. Tratando-se de edificos de habitação solcial, além da manutenção exterior e estética

do edifício é importante melhorar as condições de habitabilidade dos seus residentes, nomeadamente o

melhoramenteo do desempenho energético, de modo a conseguir certificados energéticos com resultados

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 27

eficientes, permitindo às familias maior efeciência na utilização dos recuros contribuindo assim para uma

maior efeciência do rendimento familiar.

Figura 8 - Bairro Habitacional da Nossa Senhora da Fé

Fonte: Google Earth.

Circulação e Mobilidade

Relativamente aos movimentos pendulares, o INE caracteriza estes como movimentos quotidianos das

populações entre o local onde estas residem e o seu local de trabalho ou estudo, assumindo uma

importância estratégica, tanto nas dinâmicas do território e na qualidade de vida das populações, como na

definição e na implementação das políticas públicas de ordenamento e de desenvolvimento urbano e

regional.

Em relação à esfera das entradas/saídas efetuadas pela população residente na ARU da Vila de Vieira do

Minho por razões de trabalho ou estudo, verifica-se que mais de 90% da população residente desta área

estuda no concelho de Vieira do Minho, e 76,97% dos indivíduos empregados, exercem atividade no

concelho de residência.

De modo indicar o tempo dispensado e meio de transporte utilizado nos movimentos pendulares recorreu-

se aos dados do INE, mas apenas foi possível obter a informação ao nível da freguesia. Assim sendo, os

habitantes da freguesia de Vieira do Minho dispensam diariamente cerca de 15 minutos para se deslocarem

desde a sua residência habitual para o seu local de trabalho ou escola. Com efeito, cerca de 58% dos

indivíduos, elegem o automóvel ligeiro como o meio de transporte preferencial para a realização destes

movimentos, já 34% da população desloca-se a pé, e cerca de 7% desloca-se de autocarro ou transporte

escolar ou da empresa.

Quanto à estrutura e circulação viária, na ARU da Vila de Vieira do Minho centraliza um eixo rodoviário de

ligação interconcelhias e de importância estrutural na configuração urbana desenvolvida, nomeadamente a

EN 304 (Mapa 6). Mas além deste, existem mais alguns eixos de extrema importância ao nível concelhio,

nomeadamente a Rua Padre José Carlos Alves Vieira; a Avenida Barjona de Freitas; o Largo Professor Brás

da Mota; a Praça Doutor Gilherme de Abreu; a Rua João de Deus e a Rua Doutor Hernâni Magalhães.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 28

Mapa 6 - Rede viária da ARU da Vila de Vieira do Minho

Nestes eixos viários, e dada a oferta de serviços comerciais, é frequente a elevada circulação pedonal,

tornando-se assim essecial e imprescindível a reabilitação destas ruas em eixos priviligiados de

comunicação pedonal, garantindo a comodidade, fluidez. Aqui também se encontram os principais

equipamentos, serviços e infraestruturas do município.

Para a área urbana de Vieira do Minho, no ano de 2009, foi elaborado um Plano de Soluções Integradas de

Acessibilidade para Todos (Plano SIAT), com o objetivo de avaliar as necessidades de intervenção ao nível,

do espaço público, edifícios e transportes. Neste Plano foi analisado o espaço público, estudando várias

características, como os declives das ruas, o estado atual dos passeios, a largura e tipologia das ruas,

tipologia de rebaixamentos, elementos e mobiliário urbano, mobilidade e níveis de acessibilidade.

No que se refere ao estado atual dos passeios, o plano indica que uma parte considerável dos passeios

reúnem características físicas para serem acessíveis, mas em alguns passeios existem vários problemas,

indicando que "além dos passeios com medidas reduzidas, a inexistência de passeios em determinadas ruas

aumenta o risco de acidente, e representa um grande "obstáculo" à acessibilidade das ruas" (Plano SIAT,

vol.III, pp. 25).

Também no que se refere à tipologia de rebaixamentos, elementos e mobiliário urbano, verifica-se algumas

falhas, como nas principais vias do núcleo urbano não existirem rebaixamentos para peões, a inexistência

de pavimento diferenciado e ainda os pilaretes constituem um obstáculo à circulação pedonal. No que se

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 29

refere aos elementos urbanos destacam-se a existência de trechos de passeios inacabados ou zonas em que

o pavimento encontra-se em mau estado.

Figura 9 - Exemplificação da inexistência de passeios nas vias da ARU da Vila de Vieira do Minho

Fonte: Google Earth.

Por fim relativamente aos elementos de mobiliário urbano, existem na área em estudo, entre outros,

candeeiros, postes de luz, sinais de trânsito mal localizados, contentores de superfície localizados em cima

de passeios, e floreiras mal desenhadas, sendo que todos estes aspetos impedem a fluida circulação dos

peões nos passeios.

Assim, foram identificadas várias ruas com necessidade de intervenção, quer para a ampliação ou

construção de passeios, assim como a colocação ou deslocação de elementos e mobiliário urbano e ainda

colocação de um novo pavimento nas vias onde este estava bastante degradado. Deste modo, após a

elaboração deste estudo, já foram implementadas várias intervenções (no âmbito do ON.2 - O Novo Norte,

programa operacional do QREN), como por exemplo, a Rua Eng.º Hernâni da Silva com a pavimentação do

piso, a construção de passeios e ampliação daquele já existente, também na Avenida João da Torre, a

construção de passeios, nivelamento de pavimentos e construção de rebaixamentos para peões com

proteções laterais, foram algumas das intervenções efetuadas, e ainda na Avenida Barjona de Freitas foi

ampliado o passeio e recolocou-se vários elementos, como candeeiros e floreiras, e construiu-se

rebaixamentos para peões com proteções laterais.

Mas existem algumas situações onde ainda não foram aplicadas as intervenções propostas no Plano SIAT,

como a construção de passeios e alteração de elementos, por exemplo, na rua que liga ao Centro de Saúde

de Vieira do Minho e na Rua Dr. Boaventura Fernandes.

No que se refere à mobilidade dos cidadãos, mais precisamente à oferta de estacionamento, no Plano SIAT,

indica que existem várias áreas onde não estão devidamente definidas zonas de estacionamento. Verifica-

se que ao longo dos principais eixos da Vila, existem locais para estacionamento (linha, perpendicular e

oblíquo), contudo em alguns casos este é insuficiente, podendo assim ser necessário proceder a criação de

locais específicos para este fim, de forma a permitir libertar alguns arruamentos com esta função, em prol

da requalificação urbana e da devolução do espaço público ao peão e à circulação pedonal.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 30

Importante será ainda referir que existem casos, como na Avenida Barjona de Freitas e da Avenida da

Imaculada Conceição, que devido a alguns trechos da via não possuir estacionamento, leva a que os

condutores estacionem em cima do passeio, impedindo a circulação do peão no passeio (Figura 10).

Figura 10 - Exemplificação do estacionamento indevido em cima dos passeios

Fonte: Google Earth.

Relativo aos meios de circulação cicláveis, constata-se que além do Parque dos Moinhos, não existem vias

formais e infraestruturas de apoio, sendo que as alternativas de circulação pelas vias pedonais não é a mais

correta e/ou viável, tendo em conta as características e estado de conservação anteriormente descritos,

bem como alterações introduzidas em 2013 no Código da Estrada, que promove a circulação de bicicletas

na rede viária. Aproveitando para referir ainda que estas condicionantes estão em contradição com a

crescente tendência do uso da bicicleta, neste sentido a criação de locais para a circulação clicável deverá

ser um objetivo da requalificação desta área urbana.

Espaço Público e Equipamentos

No que respeita ao espaço de lazer público, a área de estudo apresenta um estado de conservação

globalmente razoável. As principais áreas correspondem ao Parque dos Moinhos, Parque Florestal de Vieira

do Minho, Jardim da Praça Dr. Guilherme de Abreu, espaço envolvente ao Auditório Municipal e Casa

Museu Adelino Ângelo (Casa das Lamas), Jardim da Praça Bombeiro Voluntário, Largo Professor Brás Mota,

largo onde ocorre a Feira Semanal e ainda o Jardim do Bairro Habitacional da Nossa Senhora da Fé (Mapa

7).

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 31

Mapa 7 - Espaços Públicos de lazer da ARU da Vila de Vieira do Minho

O Parque Florestal corresponde a um dos principais locais verdes/lazer do município de Vieira do Minho,

sendo há vários anos o ex-líbris da localidade devido à sua diversificada arborização e mobiliário urbano,

permitindo assim à população estar em contacto com a natureza, mas também realizar piqueniques em

família. Ainda o Parque dos Moinhos (Figura 11), criado no ano de 2012, é uma das mais recentes zonas de

lazer localizada na área urbana da Vila, onde se encontram disponibilizados diversos equipamentos de

suporte à prática de atividades ao ar livre, levando assim ao aumento da qualidade de vida dos cidadãos e

de promoção de estilos de vida saudáveis.

Figura 11 - Parque Florestal (esquerda) e Parque dos Moinhos (direita)

Fonte: Câmara Municipal de Vieira do Minho1.

1 Disponível no site oficial da Câmara Municipal de Vieira do Minho - http://www.cm-vminho.pt/ (acedido a 15 de janeiro de 2016).

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 32

Os locais, como a Praça Dr. Guilherme de Abreu, Jardim da Praça Bombeiro Voluntário, Largo Professor Brás

Mota, embora sejam convidativos à estadia pela área de sombra projetada pela arborização existente é

desconfortante no que respeita ao ruído ambiente e à presença constante do automóvel circundante.

Por sua vez, o Largo onde ocorre a feira semanal corresponde a um espaço, que embora concebido para dar

uma resposta específica às populações, resulta hoje num espaço multifuncional.

Por último, no que respeita aos equipamentos, na ARU da Vila de Vieira do Minho encontram-se localizados

os principais equipamentos coletivos de diversas tipologias e que prestam apoio a nível concelhio (Mapa 8).

Neste seguimento, na ARU localiza-se a Câmara Municipal, o Serviço de Finanças, Registo Civil/Notariado, o

Posto de Turismo, o Auditório e Biblioteca Municipal, o Centro Escolar Domingos de Abreu, central de

camionagem, os Bombeiros Voluntários, a Polícia Municipal, Guarda Nacional Republicana, Centro de

Saúde, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vieira do Minho, entre outros.

Importa ainda realçar que os equipamentos aqui apontados apresentam, de grosso modo, um estado de

conservação razoável, sendo os edifícios da Casa do Povo, Bombeiros Voluntários, a Central de

Camionagem os que necessitam, prioritariamente, de ações de reabilitação na sua envolvente exterior.

Mapa 8 - Equipamentos coletivos localizados na ARU da Vila de Vieira do Minho

Nº Designação N.º Designação

1 Câmara Municipal de Vieira do Minho 10 Edifício sem ocupação atual (previsto ser um encubada de empresas)

2 Posto de Turismo 11 Guarda Nacional Republicana

3 Registo Civil/Notariado 12 Bombeiros Voluntário de Vieira do Minho

4 Finanças/EPMAR 13 Polícia Municipal

5 Auditório Municipal e Casa Museu Adelino Ângelo 14 Igreja Matriz de Vieira do Minho

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 33

Nº Designação N.º Designação

6 Biblioteca Municipal Padre Alves Vieira 15 Centro de Saúde de Vieira do Minho e Hospital da Santa Casa da Misericórdia

7 Centro Escolar Domingos de Abreu 16 Santa Casa da Misericórdia de Vieira do Minho

8 Central de Camionagem 17 Centro de Dia do Centro Paroquial de Vieira do Minho

9 Edifício sem ocupação atual (previsto ser um centro de animação cultural)

18 Casa do Povo

19 Lar de Idosos

No que se refere aos edifícios, no Plano SIAT, foi efetuado um estudo exaustivo sobre o grau de

acessibilidade a 14 edifícios/municipais, com o propósito de elaborar critérios de adaptação e supressão de

barreiras arquitetónicas, já que neste tipo de edifícios é fundamental que exista acessibilidade para todos

os cidadãos.

Assim, nos equipamentos coletivos existentes na área urbana de Vieira do Minho, foram identificados

alguns problemas que são necessários resolver, de modo a conseguir que a acessibilidade a estes locais seja

realizada por todos os cidadãos.

Neste seguimento, foram levantados problemas ao nível dos acessos aos edifícios (degraus, rampas e

portas de acesso), principalmente na Câmara Municipal, Edifício da GNR, Casa Museu Adelino Ângelo,

Auditório Municipal. No hall dos edifícios também surgem problemas, relacionados com a disposição do

mobiliário e balcão de atendimento ao público.

Por fim, no que se refere à envolvente dos edifícios, verifica-se que alguns destes encontram-se construídos

na envolvente urbana com passeios demasiados estreitos para permitir o acesso a todos os cidadãos, como

é o caso da entrada nobre da Casa Museu Adelino Ângelo, mas também em alguns passeios ocorrem

estrangulamentos com mobiliário urbano, como é o caso da Casa do Povo.

Importa ainda indicar que na envolvente da maioria dos edifícios públicos, não existem lugares de

estacionamento reservados para pessoas com mobilidade reduzida, e também, em alguns casos o

pavimento não é o mais adequado para pessoas em cadeira de rodas, ou apresenta características que o

torna escorregadio e perigoso.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 34

4. LINHAS PRELIMINARES DA ESTRATÉGIA DE REABILITAÇÃO URBANA

O conceito de reabilitação urbana é pensado num contexto de futuro do centro urbano de Vieira do Minho.

Neste capítulo, através de uma breve análise prospetiva discute-se o que será o projeto para a área

integrada na ARU da Vila de Vieira do Minho, bem como os objetivos que se pretende atingir com a sua

criação e, posterior intervenção estruturada enquadrada no instrumento de programação que é a ORU.

A delimitação da ARU da Vila de Vieira do Minho assenta essencialmente em razões urbanísticas: os

edifícios devolutos, alguma incoerência morfológica, áreas carentes de intervenção, requalificação das

infraestruturas e revitalização do espaço público. No entanto uma visão integrada de futuro, daquilo que se

pretende para o centro urbano da Vila de Vieira do Minho, não se esgota na análise urbanística. Pretende-

se promover um urbanismo democrático e de proximidade, prevenindo-se os vazios urbanos e colmatando

os existentes, que são tanto ou mais prejudiciais dada a parca dimensão do centro urbano.

Como vetor importante de desenvolvimento, veja-se o reforço da atratividade do centro urbano para os

residentes e para os visitantes, aumentando o padrão de qualidade das suas ofertas.

Planeia-se uma organização estruturada e sustentável para que, a médio prazo, o espaço integrado na ARU

da Vila de Vieira do Minho seja cada vez mais uno, mas simultaneamente mais aberto como marca de

qualidade ambiental e paisagística.

A intervenção integrada na ARU da Vila de Vieira do Minho deve por isso obedecer a critérios de

reabilitação, harmonia e integração.

4.1 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DE REABILITAÇÃO URBANA A PROSSEGUIR

O Município de Vieira do Minho, com a delimitação da Área de Reabilitação Urbana da zona central da Vila,

pretende promover uma intervenção integrada e holística. Para tal irá recorrer a um conjunto de

intervenções e investimentos que criarão uma dinâmica de motivação geradora de iniciativa e convergência

de interesses na melhoria e modernização do parque habitacional e, na renovação ou fixação do comércio e

das funções centrais.

Estabeleceram-se objetivos gerais que devem nortear a reabilitação urbana com salvaguarda do edificado

de valor patrimonial e histórico, melhorando a funcionalidade dos espaços urbanos não edificados, e

dinamizando um tecido urbano que, em alguns pontos, denota sinais de degradação.

Para além disto pretende-se reforçar a centralidade da Vila de Vieira do Minho e revitalizar a sua

atratividade social e económica.

Os objetivos do município na criação da ARU plasmam certos pressupostos estabelecidos no RJRU

estendendo-se, no entanto, para além destes. Acrescentando-se ainda:

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 35

Revitalização e reabilitação do património natural, social, histórico, cultural e económico

reforçando a identidade do território e mantendo um elevado padrão urbanístico e arquitetónico

em todas as intervenções;

Assegurar a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente

inadequados;

Resolução de carências e limitações das infraestruturas e equipamentos;

Melhorar as condições de habitabilidade e de funcionalidade do parque imobiliário urbano e dos

espaços não edificados;

Modernizar as infraestruturas urbanas e requalificar os espaços urbanos funcionalmente obsoletos

ou degradados e os espaços verdes;

Preservar e salvaguardar os valores e recursos naturais, integrando-os num sistema de espaços

verdes urbanos estruturado, independentemente da sua natureza pública ou privada

Melhorar o conhecimento e o usufruto dos espaços pela introdução de uma rede de percursos

pedonais (ou cicláveis);

Garantir uma eficiente articulação entre as várias zonas;

Potenciar o desenvolvimento socioeconómico através da promoção e ampliação da oferta turística

e de outras atividades compatíveis

Incentivar a atividade económica nos setores ligados à reabilitação urbana, contribuindo para a

criação / manutenção de emprego;

Implementar parte do Plano de Acessibilidades para Vieira do Minho e melhorar a circulação viária,

aumentar a sua segurança estabelecendo uma gestão mais adequada e a articulação com uma

estrutura de aparcamento equilibrada;

Definir um contexto regulamentar, económico e fiscal propício à reabilitação, integrando de forma

mais concisa as diversas medidas de incentivo existentes e garantindo o acesso aos proprietários a

fontes de financiamento para a reabilitação urbana

Na concretização destes objetivos ter-se-á sempre em foco a garantia de integração funcional assegurando-

se a diversidade económica, social e cultural do tecido urbano existente.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 36

5. BENEFÍCIOS FISCAIS DECORRENTES DO PROCESSO DE DELIMITAÇÃO

DA ARU

Segundo os termos da alínea b) do Artigo 14º do RJRU, a delimitação de uma ARU “confere aos

proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações nela compreendidos

o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, nos termos

estabelecidos na legislação aplicável, sem prejuízo de outros benefícios e incentivos relativos ao património

cultural.”

A par disto o município fica obrigado à definição dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais

sobre o património nomeadamente o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto Municipal sobre

as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).

Dada a fase inicial em que se encontra o processo de delimitação da ARU da Vila de Vieira do Minho, a

definição e operacionalização de um conjunto de instrumentos municipais de incentivo de natureza fiscal é

ainda muito embrionária sendo que, estes benefícios fiscais poderão vir a ser complementados com

possíveis apoios à regeneração e reabilitação urbana, enquadrados no âmbito do próximo ciclo de

programação dos fundos estruturais.

A Câmara Municipal de Vieira do Minho será responsável pela estruturação do conjunto de benefícios

fiscais e demais incentivos à reabilitação urbana relacionados com a constituição legal da ARU da Vila de

Vieira do Minho, tal como a fixação de mecanismos e procedimentos administrativos necessários para que

os proprietários, que assim o pretendam, possam aceder a esses benefícios.

5.1 BENEFÍCIOS FISCAIS ASSOCIADOS AOS PROCESSOS DE REABILITAÇÃO URBANA

O estabelecimento de benefícios fiscais para os prédios inseridos no perímetro da ARU pretende estimular

os proprietários à participação nas intervenções de requalificação planeadas pelo município.

Para facilitar esta sinergia de interesses, o diploma legal que procede à reforma da tributação do

património – Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de novembro, introduz alterações ao Estatuto dos Benefícios

Fiscais (EBF) relativos à reabilitação urbana. Definem-se aqui algumas normas novas sobre a atribuição de

benefícios fiscais às casas de habitação com possibilidade de os sujeitos passivos de baixos rendimentos

poderem aceder à isenção do IMI, constituindo-se ainda beneficiários em sede deste imposto e de IMT em

relação aos prédios alvo de reabilitação urbanística.

Com a publicação do RJRU em 2009 (revisto posteriormente em 2012), o Governo Português considerou

necessária a introdução de medidas adicionais de estímulo às ações de reabilitação urbana. Deste modo, no

Orçamento de Estado para 2009 (Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro) foram estabelecidos benefícios

fiscais e normativos à realização de ações de reabilitação de prédios urbanos em zonas delimitadas. Estas

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 37

medidas assentam na introdução de um novo artigo 71.º no EBF (regime extraordinário de apoio à

reabilitação urbana), que passa a tornar mais duradouros os benefícios fiscais em causa. Aqui são definidos

diversos incentivos específicos no que concerne à reabilitação urbana para prédios urbanos com trabalhos

de requalificação inseridos em Área de Reabilitação Urbana, com obras iniciadas após janeiro de 2008 e,

que sejam finalizadas até dezembro de 2020.

Considerando o exposto, importa clarificar o conceito de “ações de reabilitação” que, de acordo com a

alínea a) do número 22 do artigo 71.º do EBF, dizem respeito a “intervenções destinadas a conferir

adequadas características de desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva a um ou vários

edifícios, ou às construções funcionalmente adjacentes incorporadas no seu logradouro, bem como às suas

frações, ou a conceder-lhe novas aptidões funcionais, com vista a permitir novos usos ou o mesmo uso com

padrões de desempenho mais elevados, das quais resulte um estado de conservação do imóvel, pelo menos,

dois níveis acima do atribuído antes da intervenção”.

Finda a aprovação de uma ARU (e respetiva publicação em Diário da República), os proprietários de prédios

urbanos incluídos nesta delimitação e cujas obras de reabilitação aconteçam dentro dos prazos indicados,

passam a usufruir dos benefícios fiscais que agora se elencam:

IMI – os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação são passíveis de isenção por um período

de cinco anos, a contar do ano, inclusive, da conclusão da mesma reabilitação, podendo ser

renovada por um período adicional de cinco anos (n.º 7 do artigo 71º do EBF);

IMT – são passíveis de isenção aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio

urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão

onerosa do prédio reabilitado (n.º 8 do artigo 71º do EBF);

IRS – dedução à coleta de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a

reabilitação, até ao limite 500€ (n.º 4 do artigo 71º do EBF);

Mais-valias – tributação à taxa reduzida de 5%, quando estas sejam inteiramente decorrentes da

alienação de imóveis reabilitados localizados em ARU e recuperados nos termos das respetivas

estratégias de reabilitação de urbana (n.º 5 do artigo 71º do EBF);

Rendimentos Prediais – tributação à taxa reduzida de 5%, quando os rendimentos sejam

inteiramente decorrentes do arrendamento de imóveis localizados em ARU e recuperados nos

termos das respetivas estratégias de reabilitação de urbana (n.º 6 do artigo 71º do EBF).

Em paralelo foi definido um conjunto de benefícios para Fundos de Investimento Imobiliário em

reabilitação urbana, nomeadamente:

Isenção de IRC, desde que pelo menos 75% dos seus ativos sejam imóveis sujeitos a ações de

reabilitação localizadas em ARU;

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 38

Tributação das unidades de participação à taxa especial de 10%, em sede de IRS e IRC, nos

termos previstos nos números 2 e 3 do artigo 71º do EBF.

Em regime de exceção aplicado às ARU, e no caso particular dos benefícios associados ao IMI e IMT, está

dependente da deliberação da Assembleia Municipal, de acordo com o definido no artigo 16.º do Regime

Financeiro das Autarquias Locais.

Merece ainda referência, o Regime Excecional e Temporário para a Reabilitação Urbana (D-L 53/2014, de 8

de abril) que prevê que as intervenções de reabilitação urbana estejam dispensadas de algumas

obrigatoriedades previstas no Regulamento Geral Das Edificações Urbanas, trazendo uma nova dinâmica

quer ao nível processual, para as instituições, como de custos e exigências, para os proprietários.

A definição dos benefícios ou penalizações a aplicar no âmbito da Operação de Reabilitação Urbana é, a

nível municipal, em última instância, da responsabilidade da Câmara Municipal. Como entidade gestora,

caber-lhe-á a decisão, se assim entender, de ir mais longe nesta política de incentivo à reabilitação urbana,

descriminando positivamente os proprietários que executem obras de reabilitação dos seus prédios, como

também penalizando os proprietários que descurem a manutenção do seu património edificado

(discriminação negativa). Constata-se esta possibilidade prevista no Código do IMI (de acordo com a última

atualização, publicada na Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro) que um Município possa estabelecer um

conjunto de majorações e/ou minorações em sede deste imposto (sempre sujeitas a deliberação

municipal), nos casos de prédios urbanos localizados em áreas específicas, de prédios urbanos (ou frações)

arrendados, de prédios urbanos (ou frações) degradados, de prédios urbanos (ou frações) devolutos ou

ainda de prédios urbanos em ruína.

Poderão ainda ser considerados outros estímulos administrativos e financeiros à reabilitação urbana na

ARU da Vila de Vieira do Minho, para além da tipologia de incentivos mostrada, como por exemplo no plano

de isenções ou reduções de taxas urbanísticas.

5.2 CONDIÇÕES DE ACESSO AOS BENEFÍCIOS FISCAIS

O acesso aos benefícios fiscais elencados no ponto anterior não acontece de maneira aleatória. Existem

parâmetros definidos no EBF que indicam que o usufruto dos benefícios fiscais, resultantes da execução de

obras de reabilitação urbana, seja dependente de uma avaliação, de modo a apreciar o cumprimento de

critérios de elegibilidade. Ainda nos termos do EBF, a verificação do começo e da conclusão das ações de

reabilitação compete ao Município, ou a outra entidade legalmente habilitada para gerir um programa de

reabilitação urbana para a área da localização do imóvel, sendo da sua responsabilidade certificar o estado

dos imóveis, antes e após as obras compreendidas na ação de reabilitação (através de vistorias).

De acordo com a alínea c) do número 22 do artigo 71.º do EBF, o “estado de conservação” de um edifício ou

fração é determinado pelo disposto no Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) e no Decreto-Lei n.º

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 39

156/2006, de 8 de agosto. Segundo esta legislação, a análise do Estado de Conservação terá como suporte o

Método de Avaliação do Estado de Conservação dos edifícios (MAEC), publicado pela Portaria 1192-B/2006

(alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro), que ratifica o modelo de

ficha de avaliação, define os critérios de avaliação e estabelece as regras para a determinação do

coeficiente de conservação.

A avaliação do estado de conservação concretiza-se através de vistoria visual detalhada (37 elementos

funcionais), não se recorrendo à consulta de projetos, à análise do historial de obras ou à realização de

ensaios ou sondagens. Desta forma, o despiste das principais anomalias e a obtenção de resultados com um

grau de rigor adequado ao objetivo de determinação do nível de conservação é apenas possível através da

vistoria.

O objetivo da avaliação será verificar que as obras de reabilitação executadas sobre o prédio ou fração

contribuem para uma melhoria de um mínimo de 2 níveis face à avaliação inicial, de acordo com os

seguintes níveis de conservação (de acordo com o artigo 5º do Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de

dezembro):

Quadro 5 - Níveis do estado de conservação utilizados no âmbito do MAEC

NÍVEL ESTADO DE CONSERVAÇÃO

5 Excelente

4 Bom

3 Médio

2 Mau

1 Péssimo

Fonte: Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro.

O artigo 3.º do referido diploma define ainda que a determinação do nível de conservação do prédio ou

fração seja efetuada por arquiteto, engenheiro ou engenheiro técnico inscrito na respetiva ordem

profissional.

Importa ainda referir o artigo 7.º onde se considera a possibilidade do Município cobrar taxas pela

determinação do nível de conservação e pela definição das obras necessárias para a obtenção de

classificação superior, constituindo-se como uma receita municipal.

Refira-se que este processo administrativo é aplicado apenas ao conjunto dos benefícios fiscais que

decorrem do artigo 71.º do EBF, o que significa que, no caso do IVA, mais concretamente na aplicação da

taxa reduzida de 6% em empreitadas de reabilitação urbana, será suficiente que o interessado solicite uma

declaração, a emitir pelo Município ou por outra entidade legalmente habilitada, a confirmar que as obras

de reabilitação a executar recaem sobre imóveis ou frações abarcados pelo perímetro de intervenção da

ARU.

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 40

Importa ainda esclarecer que, no decorrer da fase de trabalho seguinte, irá prestar-se maior atenção às

implicações organizativas e administrativas que decorrerão da implementação da ORU da Vila de Vieira do

Minho (analisando eventuais reforços de competências técnicas e/ou delegação de competências

necessárias para a concretização da operação, necessidades de alteração na orgânica municipal,

necessidades de formação complementar para levar a cabo as avaliações do estado de conservação de

acordo com a metodologia acima descrita, entre outros).

.

5.3 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PARA ACESSO AOS BENEFÍCIOS FISCAIS

Como foi explanado, o acesso dos proprietários aos benefícios definidos em sede de ARU implica o

conhecimento e a classificação do estado de conservação do prédio. Todos os processos de reabilitação

urbana presumem que a Câmara Municipal (ou outra entidade gestora habilitada) tome conhecimento

efetivo desta avaliação, quer antes quer depois das obras, sendo o impulso encetado pelo proprietário

através de um requerimento/comunicação à entidade gestora da ORU.

Para além do pedido de avaliação do estado de conservação do imóvel, o Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 266-

B/2012 de 31 de dezembro refere que, caso a classificação se estabeleça num nível mau ou péssimo, o

requerente possa solicitar à entidade avaliadora a descrição das obras a efetuar para se atingir o nível

médio.

Todavia é da responsabilidade do proprietário comunicar à entidade gestora (a Câmara Municipal de Vieira

do Minho) as obras que pretende realizar, iniciando, para tal, um processo para a reabilitação de prédios

urbanos ou frações de prédios urbanos.

Tendo em conta o período temporal definido pelo artigo 71º do EBF para o decorrer das obras de

reabilitação urbana enquadradas na atribuição de benefícios fiscais- entre 2008 e 2020- e, dado o ponto

atual de definição da ARU de Vieira do Minho, importa que a Câmara Municipal (ou outra entidade gestora

habilitada) avalie a sua capacidade orgânica para responder a esta demanda. Tal consciência é importante

para que se evitem demoras e custos de contexto em matéria de aprovação de projetos.

Para suscitar uma dinâmica relevante nesta matéria poderá ser constituída uma Unidade Orgânica Flexível

ou comissão especificamente dedicada ao acompanhamento e apreciação de projetos de reabilitação

(incluindo a deslocação/fiscalização ao local antes e depois das obras, de modo a confrontar o estado do

prédio, a articulação com o Serviço Local de Finanças, etc.).

De seguida apresenta-se uma síntese esquemática dos procedimentos a adotar no âmbito de ações de

reabilitação na ARU da Vila de Vieira do Minho:

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 41

•O requerente deverá instruir um processo de acordo com a intervenção desejada,

solicitando vistoria nos termos do Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro, para

efeitos de reabilitação urbana.

1.º PASSO – INSTRUIR PROCESSO CAMARÁRIO

•A entidade gestora da ORU analisa o processo, com a prévia deslocação ao local para

tomada de conhecimento do estado de conservação do prédio antes das obras.

2.º PASSO – ANÁLISE DO PROCESSO

•O requerente deverá informar a entidade gestora do início dos trabalhos até 5 dias antes

da data prevista e executar a obra de acordo com o comunicado e dentro do prazo

estipulado (se for o caso).

3.º PASSO – EXECUÇÃO DA OBRA

•O requerente deverá comunicar à entidade gestora a conclusão da obra, formalizando um

pedido de atribuição do estado de conservação. Este pedido pressupõe uma nova vistoria,

por parte da entidade gestora, para atribuição do nível do estado de conservação após

obra de reabilitação.

4º PASSO – CONCLUSÃO DA OBRA

•Caso se verifique uma melhoria de um mínimo de 2 níveis no estado de conservação face

à avaliação inicial, a entidade gestora comunica, num prazo de 30 dias após a conclusão

da obra, diretamente ao Serviço Local de Finanças, que o imóvel foi objeto de uma ação

de reabilitação e notifica, na mesma data, o requerente desse facto.

5º PASSO – COMUNICAÇÃO AO SERVIÇO LOCAL DE FINANÇAS

•Do ponto de vista fiscal, o Serviço Local de Finanças promoverá, num prazo de 15 dias, a

aplicação de taxas reduzidas ou isenção do imposto em questão, nas transações,

intervenções ou atividades que ocorram dentro da estratégia de reabilitação urbana.

6º PASSO – ATRIBUIÇÃO DO BENEFÍCIO FISCAL

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6. MODELO DE GESTÃO E DE EXECUÇÃO

Um dos principais objetivos que está na génese do processo de reabilitação urbana é permitir a

generalização dos instrumentos e dos programas de incentivo à reabilitação, previstos no RJRU e

disponibilizados pelos organismos estatais competentes, a todas as operações de reabilitação urbana.

A mesma legislação indica que a cada Área de Reabilitação Urbana corresponde uma Operação de

Reabilitação Urbana.

Assim, a 2ª fase de Elaboração do Plano de Ação para a Regeneração Urbana partirá da definição e

estruturação da Operação de Reabilitação Urbana. O Município de Vieira do Minho deverá optar por uma

ORU de índole Simples ou de cariz Sistemático, cada uma delas é enquadrada por um instrumento de

programação que, no caso da primeira toma a designação de Estratégia de Reabilitação Urbana e de

Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) caso se opte pela segunda.

Para além do tipo de Operação deve também definir-se quem será a entidade gestora que coordenará todo

o processo de reabilitação urbana, podendo designar-se para tal função:

A Câmara Municipal de Vieira do Minho

Uma empresa do setor empresarial local

O modelo de gestão e de execução tem como objetivo primordial agilizar todo o processo de reabilitação,

designadamente ao nível de:

Consiste numa intervençãointegrada de reabilitaçãourbana de uma área,dirigindo-se primacialmenteà reabilitação do edificado,num quadro articulado decoordenação e apoio darespetiva execução (n.º 2 doartigo 8.º do RJRU)

ESTRATÉGIA DE REABILITAÇÃO URBANA

OPERAÇÃO DEREABILITAÇÃ

O URBANA SIMPLES

Intervenção integrada dereabilitação urbana de umaárea, dirigida à reabilitaçãodo edificado e à qualificaçãodas infraestruturas, dosequipamentos e dos espaçosverdes e urbanos deutilização coletiva, visando arequalificação e arevitalização do tecidourbano, associada a umprograma de investimentopúblico (artigo 8.º do RJRU)

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA

(PERU)

OPERAÇÃO DEREABILITAÇÃ

O URBANA SISTEMÁTICA

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 43

Caso a opção tomada no âmbito da ARU da Vila de Vieira do Minho seja pela integração das funções de

gestão no âmbito camarário, esta deve implicar uma auscultação da disponibilidade da estrutura

organizacional e de recursos humanos do município.

De seguida expõe-se a organização estrutural e funcional da Câmara Municipal de Vieira do Minho,

onde é definida a relação hierárquica do Município em si e das estruturas que o constituem.

Figura 12 | Organograma da Câmara Municipal de Vieira do Minho

Fonte: Município de Vieira do Minho (2016).

RECURSOS HUMANOS

Existência de uma estrutura mais operacional e mais eficiente no tratamento dos processos de licenciamento urbanístico de reabilitação

ESPECIFICIDADE DE ATUAÇÃO

Equipa direcionada exclusivamente para a promoção, incentivo e viabilização de operações de reabilitação urbana do edificado presente na ARU

CONTACTOS COM OS AGENTES INTERVENIENTES NO PROCESSO

Enquanto entidade gestora, promover o contacto direto e privilegiado com os diversos intervenientes, nomeadamente proprietários, técnicos habilitados (engenheiros, arquitetos, ….) empreiteiros, entidades governamentais, entre outros

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ARU da Vila de Vieira do Minho | Proposta de Delimitação Página 44

Caso o Município seja definido como entidade gestora, a estreita interação e articulação entre as diferentes

estruturas orgânicas da Câmara Municipal de Vieira do Minho, que certificam as competências intrínsecas à

execução da ORU, será fundamental para a garantia do sucesso e da eficácia de toda a execução do

processo de reabilitação urbana.