associaÇÃo portuguesa dos comerciantes de … · - luís lima, presidente da apemip - reis...

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Foi longo e difícil o caminho que nos trouxe até ao reconhecimento da rea- bilitação como oportunidade (e ne- cessidade) para o país e para as atividades do imobiliário e da cons- trução. Hoje, quando a reabilitação e a reno- vação de edifícios já valem mais de 60% do total do mercado medido pelo valor bruto da produção da cons- trução, ainda que a estatística do li- cenciamento de obras o não reflita, é inquestionável a sua importância para todos os profissionais e empre- sas desta vasta fileira onde se in- cluem os materiais, os produtos e os equipamentos para a construção. Mas se a mudança de paradigma é um facto evidente e indiscutível, já a compreensão plena do seu signifi- cado e a adaptação das estratégias públicas e empresariais à nova reali- dade, tirando partido e potenciando os seus benefícios, é algo que ainda está, em boa medida, por fazer. Este tema pode ter e terá que ter, cer- tamente, diversas abordagens, quer por questões de prioridade, quer de posicionamento dos agentes envolvi- dos, quer de complementaridade. Mas, para quem lhe cabe definir polí- ticas ou pura e simplesmente está im- buído de uma visão estratégica, não pode deixar de o abordar de uma forma que seja simultaneamente in- tegradora das orientações e objetivos da sustentabilidade e alinhada com as macrotendências civilizacionais e as oportunidades da competição glo- bal. Dito de uma forma mais direta e, por- ventura, algo rude, alguns de nós têm a obrigação (e poderão ter o benefí- cio) de não se focar exclusivamente nas oportunidades das obras neste ou naqueles edifícios, mas de procu- rar responder com soluções para o grande mercado da realização da ci- dade moderna, sustentável, atrativa e competitiva. Para já, em Portugal. Mas porque não em qualquer outra parte do mundo? Boletim Materiais de Construção g NOTA DE ABERTURA As árvores e a floresta! CHEQUE FORMAÇÃO :: UMA APOSTA DO GOVERNO PARA A QUALIFICAÇÃO DE ATIVOS O Cheque Formação é uma medida que visa reforçar a qualificação e a empregabilidade através da concessão de um apoio financeiro às empresas e aos trabalhadores que frequentem ações de for- mação ajustadas às necessidades das empresas e do mercado de trabalho. O ministro da Solidarie- dade, Emprego e Segurança Social anunciou que a medida cheque-formação terá uma dotação financeira de 67 milhões de euros, até 2020, podendo o trabalhador optar pela formação que mais se adequa às suas necessidades profissionais. O APOIO A ATRIBUIR CONSIDERA O LIMITE DE 50 HORAS/TRABALHADOR NO PERÍODO DE DOIS ANOS, NUM MONTANTE MÁXIMO DE 175 EUROS/TRABALHADOR, COM UM FINANCIAMENTO DE 90% DO VALOR TOTAL DA AÇÃO DE FORMAÇÃO. Mais informação na Portaria n.º 229/2015.(https://dre.pt/application/file/69927814) g LEGISLAÇÃO Práticas Restritivas do Comércio Venda com prejuízo Contratos a Termo Certo Renovação extraordinária Segurança Contra Incêndios em edifícios - alterações g FISCALIDADE Recibos de Renda Eletrónicos Obrigatórios a partir de novembro Novos Modelos AT de Fatura, Fatura-Recibo e Recibo IMI - Prédios Arrendados Participação das rendas g DIVERSOS Atividades Industriais Ilegais Regularização até 2 janeiro 2016 Condutas e Tubos para Ventilação Sistema de avaliação de desempenho EXPONOR, 20 NOVEMBRO, 9,30H, AUDITÓRIO B4 PROGRAMA PROVISÓRIO ABERTURA - Afonso Caldeira, Presidente da APCMC - Luís Lima, Presidente da APEMIP - Reis Campos, Presidente da CPCI - Vitor Reis, Presidente do IHRU “CIDADES-MERCADO NA ESTRATÉGIA DO CLUSTER HABITAT- Victor Ferreira, Presidente Direção da Plataforma para a Construção Sustentável - José Morgado - Rodrigo Ollero, Professor Universidade Lusíada de Lisboa ENCERRAMENTO INSCRIÇÕES EM WWW.APCMC.PT ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS COMERCIANTES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 315, 31.OUTUBRO.2015 CONTACTE-NOS!

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Page 1: ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS COMERCIANTES DE … · - Luís Lima, Presidente da APEMIP - Reis Campos, Presidente da CPCI - Vitor Reis, Presidente do IHRU “CIDADES-MERCADO NA ESTRATÉGIA

Foi longo e difícil o caminho que nos

trouxe até ao reconhecimento da rea-

bilitação como oportunidade (e ne-

cessidade) para o país e para as

atividades do imobiliário e da cons-

trução.

Hoje, quando a reabilitação e a reno-

vação de edifícios já valem mais de

60% do total do mercado medido

pelo valor bruto da produção da cons-

trução, ainda que a estatística do li-

cenciamento de obras o não reflita, é

inquestionável a sua importância

para todos os profissionais e empre-

sas desta vasta fileira onde se in-

cluem os materiais, os produtos e os

equipamentos para a construção.

Mas se a mudança de paradigma é

um facto evidente e indiscutível, já a

compreensão plena do seu signifi-

cado e a adaptação das estratégias

públicas e empresariais à nova reali-

dade, tirando partido e potenciando

os seus benefícios, é algo que ainda

está, em boa medida, por fazer.

Este tema pode ter e terá que ter, cer-

tamente, diversas abordagens, quer

por questões de prioridade, quer de

posicionamento dos agentes envolvi-

dos, quer de complementaridade.

Mas, para quem lhe cabe definir polí-

ticas ou pura e simplesmente está im-

buído de uma visão estratégica, não

pode deixar de o abordar de uma

forma que seja simultaneamente in-

tegradora das orientações e objetivos

da sustentabilidade e alinhada com

as macrotendências civilizacionais e

as oportunidades da competição glo-

bal.

Dito de uma forma mais direta e, por-

ventura, algo rude, alguns de nós têm

a obrigação (e poderão ter o benefí-

cio) de não se focar exclusivamente

nas oportunidades das obras neste

ou naqueles edifícios, mas de procu-

rar responder com soluções para o

grande mercado da realização da ci-

dade moderna, sustentável, atrativa

e competitiva.

Para já, em Portugal. Mas porque

não em qualquer outra parte do

mundo?

BoletimMateriais de Construção

g NOTA DE ABERTURA

As árvores e a floresta!

CHEQUE FORMAÇÃO

:: UMA APOSTA DO GOVERNO PARA A QUALIFICAÇÃO DE ATIVOS

O Cheque Formação é uma medida que visa reforçar a qualificação e a empregabilidade através daconcessão de um apoio financeiro às empresas e aos trabalhadores que frequentem ações de for-mação ajustadas às necessidades das empresas e do mercado de trabalho. O ministro da Solidarie-dade, Emprego e Segurança Social anunciou que a medida cheque-formação terá uma dotaçãofinanceira de 67 milhões de euros, até 2020, podendo o trabalhador optar pela formação que mais seadequa às suas necessidades profissionais.

O APOIO A ATRIBUIR CONSIDERA O LIMITE DE 50 HORAS/TRABALHADOR NO PERÍODO DE DOIS ANOS,NUM MONTANTE MÁXIMO DE 175 EUROS/TRABALHADOR, COM UM FINANCIAMENTO DE 90% DO

VALOR TOTAL DA AÇÃO DE FORMAÇÃO.

Mais informação na Portaria n.º 229/2015.(https://dre.pt/application/file/69927814)

g LEGISLAÇÃO

Práticas Restritivas do ComércioVenda com prejuízo

Contratos a Termo CertoRenovação extraordinária

Segurança Contra Incêndiosem edifícios - alterações

g FISCALIDADE

Recibos de Renda EletrónicosObrigatórios a partir de novembro

Novos Modelos ATde Fatura, Fatura-Recibo e Recibo

IMI - Prédios ArrendadosParticipação das rendas

g DIVERSOS

Atividades Industriais IlegaisRegularização até 2 janeiro 2016

Condutas e Tubos para VentilaçãoSistema de avaliação de desempenho

EXPONOR, 20 NOVEMBRO, 9,30H, AUDITÓRIO B4

PROGRAMA PROVISÓRIO

ABERTURA

- Afonso Caldeira, Presidente da APCMC

- Luís Lima, Presidente da APEMIP

- Reis Campos, Presidente da CPCI

- Vitor Reis, Presidente do IHRU

“CIDADES-MERCADO NA ESTRATÉGIA

DO CLUSTER HABITAT”- Victor Ferreira, Presidente Direção da

Plataforma para a Construção Sustentável

- José Morgado

- Rodrigo Ollero, Professor Universidade

Lusíada de Lisboa

ENCERRAMENTO

INSCRIÇÕES EM WWW.APCMC.PT

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS COMERCIANTES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Nº 315, 31.OUTUBRO.2015

CONTACTE-NOS!

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 2

AJ 072 g RENOVAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DE

CONTRATOS A TERMO CERTO

Termina no próximo dia

8 DE NOVEMBRO a possi-

bilidade de renovação

extraordinária de con-

tratos a termo certo,

consagrada pela Lei

76/2013, de 7 de no-

vembro.

Lei que repetiu o regime aprovado pela Lei 3/2012, de 10 de

janeiro, permitindo a renovação extraordinária dos contratos

a termo certo que atingissem nos 2 anos seguintes à sua en-

trada em vigor, que ocorreu em 8 de novembro de 2013, os

limites máximos de duração consagrados no nº 1 do artº 148º

do Código do Trabalho (CT).

A renovação extraordinária, uma ou duas, não podia ter du-

ração global superior a 12 meses, não podendo igualmente

os contratos a termo objeto de renovação extraordinária vi-

gorar como tal para além de 31 de dezembro de 2016.

O ARTº 148º, Nº 1, DO CT dispõe que o contrato a termo certo

pode ser renovado até 3 vezes e a sua duração não pode ex-

ceder:

- 18 MESES, quando justificado com o facto de o trabalhador

ser pessoa à procura do 1º emprego;

- 2 ANOS, quando justificado com o lançamento de uma nova

atividade de duração incerta, ou com o início de laboração

de empresa ou de estabelecimento pertencente a empresa

com menos de 750 trabalhadores, ou com o facto se o tra-

balhador estar em situação de desemprego de longa dura-

ção ou noutra situação prevista em legislação especial de

política de emprego;

- 3 ANOS, nas demais situações.

Consulte a Lei 76/2013 em

https://dre.pt/application/file/504617

AJ 073 g TRABALHADORES ADMINISTRATIVOS

- REGULAMENTO DE CONDIÇÕES MÍNIMAS

A Portaria 382/2015, de 26 de outubro, alterou a Portaria

736/2006, de 26 de julho, procedendo à atualização da ta-

bela salarial (+1,7%) e demais prestações de natureza pecu-

niária dos trabalhadores administrativos ao serviço de

entidades de setores de atividade em que não existem asso-

ciações de empregadores e nos quais não é possível o re-

curso a regulamentos de extensão (como é o caso de

trabalhadores de sindicatos e associações patronais e de

muitas entidades sem fins lucrativos).

A nova tabela salarial

produz efeitos a 1 de

outubro de 2015, assim

como o subsídio de re-

feição, fixado em € 4

por dia completo de tra-

balho (€3,45 antes), e a

diuturnidade, que au-

menta de €18,27 para

€18,60. O abono para

falhas sobe de €25,85 para €26.30, sendo o novo valor de-

vido a partir de 1 de novembro.

AJ 074 g TRANSPORTE DE MERCADORIAS

PERIGOSAS POR ESTRADA

O Decreto-Lei 246-A/2015, de 21 de outubro, altera pela 3ª

vez o Decreto-Lei 41-A/2010, de 29 de abril, que aprovou o

regime do transporte terrestre, rodoviário e ferroviário, de

mercadorias perigosas, já alterado pelos Decretos‑Leis

206‑A/2012, de 31 de agosto, e 19‑A/2014, de 7 de fevereiro,

transpondo para o Direito nacional a Diretiva 2014/103/UE,

da Comissão, de 21 de novembro, que adapta pela terceira

vez ao progresso científico e técnico os anexos da Diretiva

2008/68/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa

ao transporte terrestre de mercadorias perigosas.

AJ 075 g PROTEÇÃO NA INVALIDEZ. NOVO CONCEITO DE INCAPACIDADE

O Decreto-Lei 246/2015, de 20 de outubro, procedeu à pri-

meira alteração e à republicação da Lei 90/2009, de 31 de

agosto, que aprovou o regime especial de proteção na inva-

lidez causada por doenças de rápida evolução e precoce-

mente invalidantes geradoras de incapacidade permanente

para o trabalho [paramiloidose familiar, doença de Machado-

Joseph (DMJ), sida, esclerose múltipla, doença do foro on-

cológico, esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de

Parkinson ou doença de Alzheimer].

Acolhendo as propostas apresentadas em novembro de 2014

pela comissão prevista por aquela lei e criada em final de

2013, que entendeu que o acesso à proteção especial na in-

validez não devia ficar dependente de uma lista limitada de

doenças mas antes da verificação de condições objetivas es-

peciais de incapacidade permanente para o trabalho, inde-

pendentemente da doença causadora dessa situação, e que

fosse adotada complementarmente a Tabela Nacional de

Funcionalidades pelos serviços de avaliação para suporte

g LEGISLAÇÃO

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 3

das suas decisões, este diploma, em vigor a partir de 1 de ja-neiro de 2016:

- Adota um novo conceito de incapacidade permanente parao trabalho determinante de invalidez especial;

O regime especial passa a abranger os beneficiários (…) quese encontrem em situação de incapacidade permanente parao trabalho não suprível através de produtos de apoio ou deadaptação ao, ou do posto de trabalho, decorrente de doençade causa não profissional ou de responsabilidade de tercei-ros, que clinicamente se preveja evoluir para uma situaçãode dependência ou morte num período de três anos.

- Determina a aplicação, a título experimental e durante o 1ºsemestre de 2016, da Tabela Nacional de Funcionalidades(aprovada em anexo ao Despacho 10218/2014, de 1/8, inD.R., 2ª série, de 8/8) na avaliação das situações de inca-pacidade permanente para o trabalho, deficiência e de-pendência efetuadas pelo sistema de verificação deincapacidades.

O DL 246/2015 altera ainda o Decreto-Lei 265/99, de 14 dejulho, que criou uma nova prestação destinada a comple-mentar a proteção concedida aos pensionistas de invalidez,velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social emsituação de dependência.

AJ 076 g HABITAÇÃO PERIÓDICA

O Decreto-Lei 245/2015, de 20 de outubro, procedeu à 6ª al-teração ao Decreto-Lei 275/93, de 5 de agosto, que aprovouo regime jurídico da habitação periódica (timesharing).

No objetivo essencial de transpor corretamente para o direitonacional a Diretiva 2008/122/CE, de 14.01.2009, sobre a pro-teção do consumidor relativamente a certos aspetos dos con-tratos de utilização periódica de bens, de aquisição deprodutos de férias de longa duração, de revenda e de troca,não devidamente transposta pelo Decreto-Lei 37/2011, de 10de março no que respeita:

• Ao prazo (3 meses e 14 dias seguidos) para o exercí-cio do direito de retratação pelo consumidor quando oprofissional o não tenha informado sobre as informa-ções pré-contratuais constantes nos formulários nor-malizados;

• À proibição de qualquer pagamento de sinal, consti-tuição de garantias, reserva de montantes em contasou do reconhecimento expresso de dívidas, bem comoda prestação de qualquer outra contrapartida ao pro-fissional ou a terceiros pelo consumidor, antes da con-clusão da venda ou antes de, por qualquer outro meio,se ter posto fim ao contrato de revenda.

AJ 077 g BALCÃO DO EMPREENDEDOR

A Portaria 365/2015, de 16 de outubro, procedeu à revogaçãoda Portaria 131/2011, de 4 de abril, definindo o novo formato,características e mecanismos de tratamento da informaçãorelevante para o exercício das atividades económicas atra-vés do balcão único eletrónico «Balcão do Empreendedor».

Como é do conhecimento geral, o Balcão do Empreendedor(https://www.portaldocidadao.pt/home; https://bde.portaldoci-dadao.pt/evo/landingpage.aspx) é o resultado do processo desimplificação, desburocratização e desmaterialização dos re-gimes de acesso e exercício da atividade e hoje o balcãoúnico, o ponto de acesso único, de que as empresas do co-mércio, serviços, restauração e indústria dispõem para reali-zarem todos os pedidos, comunicações, notificações eformalidades relacionados com as suas atividades.

Balcão único numa tripla aceção, porquanto aplicável a umconjunto alargado de atividades económicas, ao exercício daatividade em qualquer sítio do País e porquanto coordenanum só procedimento todas as áreas de intervenção admi-nistrativa aplicáveis, de cariz económico, ambiental e de se-gurança, entre outras.

A presente portaria regula ainda as funcionalidades técnicasdo Balcão do Empreendedor e os requisitos de interoperabi-lidade do mesmo com as plataformas eletrónicas onde trami-tam procedimentos administrativos.

AJ 078 g EXEQUIBILIDADE DOS DOCUMENTOS

PARTICULARES

Depois de se ter pronunciado em 3 casos concretos no mesmosentido, o Tribunal Constitucional declarou, com força obriga-tória geral, a inconstitucionalidade da norma que aplica o artigo703.º do novo Código de Processo Civil, aprovado pela Lei41/2013, de 26 de junho, a documentos particulares emitidosem data anterior à sua entrada em vigor, então exequíveis porforça do artigo 46.º, n.º 1, alínea c), do Código de ProcessoCivil de 1961 (Acórdão 408/2015, de 14 de outubro).

Os documentos particulares aqui referidos, que deixaram deser considerados títulos executivos pelo artigo 703º do novoCPC, em vigor desde 1 de setembro de 2013, são todos osque, assinados pelo devedor, importam constituição ou reco-nhecimento de obrigações pecuniárias, cujo montante sejadeterminado ou determinável por simples cálculo aritmético

g LEGISLAÇÃO

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 4

de acordo com as cláusulas deles constantes, ou de obriga-ção de entrega de coisa ou de prestação de facto.

Face a esta decisão (votada por 8 contra 4 conselheiros), ocredor pode interpor diretamente ação executiva com baseem confissão de dívida ou outro documento particular com ascaracterísticas acima referidas com data anterior a 1 de se-tembro de 2013.

AJ 079 g PRÁTICAS RESTRITIVAS DO COMÉRCIO

O Decreto-Lei 220/2015, 8 de outubro, procedeu à primeiraalteração ao Decreto-Lei 166/2013, de 27 de dezembro, queaprovou o regime jurídico das práticas individuais restritivasdo comércio.

Regime que, entre outras práticas, proíbe as vendas com pre-juízo e impõe aos produtores, fabricantes, importadores, dis-tribuidores, embaladores, grossistas e prestadores deserviços a disponibilização de tabelas de preços com as cor-respondentes condições de venda a qualquer revendedor ouutilizador que as solicite.

Em síntese:

• Deixa de estar excluída do âmbito do regime a compra evenda de bens e as prestações de serviços com origemou destino em país não pertencente à União Europeia ouao Espaço Económico Europeu.

• A obrigação de redução a escrito, sob pena de nulidade,das disposições sobre as condições em que uma empresa obtenha umaremuneração financeira ou de outra natureza dos seus fornecedores,como contrapartida da prestação de serviços específicos passa a aplicar-se a todos os contratos e não apenas aos sujeitos à lei portuguesa.

O mesmo se diga para as cláusulas contratuais que violem o disposto noartigo 7º («Práticas negociais abusivas»), que se têm por nulas e não es-critas em quaisquer contratos e não apenas nos sujeitos à lei portuguesa.

• É clarificado o conceito de «preço de compra efetivo»para efeito do apuramento de venda com prejuízo, com aalteração dos nºs 2 e 5 do artigo 5º:

O DL 220/2015 entra em vigor no próximo dia 7 de dezembro.

Consulte a final o texto atualizado do Decreto-Lei 166/2013,após as alterações operadas pelo DL 220/2015.

AJ 080 g FINANCIAMENTO COLABORATIVO

(CROWDFUNDING)

Em execução da Lei 102/2015, de 24 de agosto, que apro-vou o regime jurídico do financiamento colaborativo, defi-nindo-o como o tipo de financiamento de entidades, ou dassuas atividades e projetos, através do seu registo em plata-formas eletrónicas acessíveis através da internet, a partir dasquais procedem à angariação de parcelas de investimentoprovenientes de um ou vários investidores individuais, a POR-TARIA 344/2015, de 12 de outubro, estabelece as regras apli-cáveis ao procedimento de comunicação prévia de início deatividade das plataformas de financiamento colaborativo nasmodalidades de donativo e/ou com recompensa.

AJ 081 g CONTRAORDENAÇÕES AMBIENTAIS

O Supremo Tribunal de Justiça uniformizou a jurisprudência,considerando no Acórdão, de, nº 13/2015, de 15 de outubro,que é aplicável às contraordenações ambientais a atenuaçãoespecial prevista no artigo 72º do Código Penal, aplicável porforça do disposto nos artigos 2º da Lei 50/2006, de 20 deagosto, e 32º do Regime Geral das Contraordenações.

Dispõe o seguinte o

ARTIGO 72º

(ATENUAÇÃO ESPECIAL DA PENA)1 - O tribunal atenua especialmente a pena, para além dos casos ex-pressamente previstos na lei, quando existirem circunstâncias ante-riores ou posteriores ao crime, ou contemporâneas dele, quediminuam por forma acentuada a ilicitude do facto, a culpa do agenteou a necessidade da pena.2 - Para efeito do disposto no número anterior, são consideradas,entre outras, as circunstâncias seguintes:

a) Ter o agente atuado sob influência de ameaça grave ou sob as-cendente de pessoa de quem dependa ou a quem deva obediência;b) Ter sido a conduta do agente determinada por motivo honroso,por forte solicitação ou tentação da própria vítima ou por provoca-ção injusta ou ofensa imerecida;c) Ter havido atos demonstrativos de arrependimento sincero doagente, nomeadamente a reparação, até onde lhe era possível,dos danos causados;d) Ter decorrido muito tempo sobre a prática do crime, mantendoo agente boa conduta.

3 - Só pode ser tomada em conta uma única vez a circunstância que,por si mesma ou conjuntamente com outras circunstâncias, der lugarsimultaneamente a uma atenuação especialmente prevista na lei e àprevista neste artigo.

g LEGISLAÇÃO

NOVA REDAÇÃO

(…)2 — Entende-se por preço de compra efetivo o preço unitário cons-tante da fatura de compra, líquido dos pagamentos ou descontos quese relacionem direta e exclusivamente com a transação dos produtosem causa, bem como dos que constem de notas de crédito e débitoque remetam para aquela fatura e, bem assim, os que se encontremidentificados na própria fatura ou, por remissão desta, em contratosde fornecimento ou tabelas de preço que estejam em vigor no mo-mento da transação e que sejam determináveis no momento da res-petiva emissão.(…)5 — Para efeitos de aplicação do número anterior, os descontos queconsistirem na atribuição de um direito de compensação em aquisi-ção posterior de bens equivalentes ou de outra natureza, concedidosem cada produto, são imputados à quantidade vendida do mesmoproduto e do mesmo fornecedor, no mesmo estabelecimento, nos úl-timos 30 dias.(…)

REDAÇÃO ANTERIOR

ARTIGO 5.ºVENDA COM PREJUÍZO

(…)2 — Entende-se por preço de compra efetivo o preço unitário cons-tante da fatura de compra, líquido dos pagamentos ou descontos quese relacionem direta e exclusivamente com a transação dos produtosem causa, e que se encontrem identificados na própria fatura ou, porremissão desta, em contratos de fornecimento ou tabelas de preçoque estejam em vigor no momento da transação e que sejam deter-mináveis no momento da respetiva emissão.(…)4 — Os descontos que forem concedidos num determinado produtosão considerados na determinação do respetivo preço de venda. 5 — Para efeitos de aplicação do número anterior, os descontos queconsistirem na atribuição de um direito de compensação em aquisi-ção posterior de bens equivalentes ou de outra natureza, concedidosem cada produto, são imputados à quantidade vendida do mesmoproduto e do mesmo fornecedor nos últimos 30 dias.(…)

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 5

AJ 082 g SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

EM EDIFÍCIOS

O Decreto-Lei 224/2015, de 9 de outubro, procedeu à 1ª al-

teração e republicou o Decreto-Lei 220/2008, de 12 de no-

vembro, que aprovou o regime jurídico da segurança contra

incêndio em edifícios (SCIE).

Alteração justificada pela necessidade de clarificar alguns as-

petos do regime, de proceder a alguns ajustamentos, no que

concerne, por exemplo, à periodicidade das inspeções e ao

tratamento a dar à matéria relacionada com os recintos itine-

rantes e provisórios, que se encontra desenquadrada e ex-

cessivamente regulamentada, e de acautelar a possibilidade

de se apresentarem projetos relativos a edifícios existentes,

de acordo com o estipulado no regime jurídico da urbanização

e edificação, mas em que o cumprimento das condições de

segurança contra incêndio em edifícios se torna impraticável,

desde que devidamente fundamentadas e aprovadas pela

ANPC, assim como a necessidade de alteração do articulado

relativo às medidas de autoproteção.

O DL 224/2015 entra em vigor em 23 de novembro p.f.

AJ 083 gCÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS, RE-GIME DA URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO E OUTROS

Publicado em 3º suplemento ao D.R. do passado dia 2 de outu-

bro, o Decreto-Lei 214-G/2015 altera o Código de Processo nos

Tribunais Administrativos e o Estatuto dos Tribunais Administra-

tivos e Fiscais, que republica, bem como o Código dos Contratos

Públicos, o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, a

Lei de Participação Procedimental e de Ação Popular, o Regime

Jurídico da Tutela Administrativa, a Lei de Acesso aos Docu-

mentos Administrativos e a Lei de Acesso à Informação sobre

Ambiente.

g LEGISLAÇÃO

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 6

AF 036 g RECIBOS DE RENDA ELETRÓNICOS

Os senhorios obrigados a emitir recibos de renda eletrónicos

desde janeiro de 2015 e que até à data os têm emitido em

suporte papel, devem regularizar a situação durante, emitindo

em sua substituição os competentes recibos eletrónicos, atra-

vés da área reservada do Portal das Finanças.

Lembramos que, na sequência das alterações operadas no

Código do Imposto do Selo (CIS) e no CIRS pelas Leis 82-

B/2014 e 82-E/2014, de 31/12, a Portaria 98-A/2015, de 31 de

março, aprovou, em matéria de arrendamento:

• A DECLARAÇÃO MODELO 2 DO IS – Comunicação de contra-

tos de arrendamento

• O modelo de RECIBO DE RENDA ELETRÓNICO

• A DECLARAÇÃO MODELO 44 – Comunicação anual de ren-

das recebidas

O recibo de renda eletrónico veio substituir o recibo de renda

emitido em suporte papel pelos sujeitos passivos de IRS titu-

lares de rendimentos da categoria F (prediais) a partir de maio

de 2015 (adiado para novembro/2015 pelo Despacho

101/2015-XIX, de 30/4, do SEAF), impondo a estes sujeitos

passivos, que não optem pela tributação das rendas no âm-

bito da categoria B, a emissão a partir daquele mês, no Por-

tal, dos recibos das rendas que recebem, ainda que a título de

caução ou adiantamento, deixando de o fazer em papel.

As rendas objeto de recibo de renda eletrónico compreendem:

- as importâncias relativas à cedência do uso do prédio ou de parte

dele e aos serviços relacionados com aquela cedência

- as importâncias relativas ao aluguer de maquinismos e mobiliá-

rios instalados no imóvel locado

- a diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do

subarrendatário e a paga ao senhorio

- as importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de

bens imóveis, para quaisquer fins especiais, designadamente pu-

blicidade

- as importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns

de prédios em regime de propriedade horizontal

Da emissão de recibos de renda eletrónicos ficaram porém

dispensados os sujeitos passivos (SP):

• QUE NÃO TENHAM AUFERIDO NO ANO ANTERIOR OU NÃO PREVE-JAM AUFERIR RENDAS EM MONTANTE SUPERIOR A 2 X IAS (€

838,44), ou seja, recebam a título de renda mensal valo-

res iguais ou inferiores (neste momento) a € 69,87;

• COM IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 65 ANOS EM 31 DE DEZEMBRO

DO ANO ANTERIOR àquele a que respeitam as rendas.

• QUE NÃO POSSUAM, NEM ESTEJAM OBRIGADOS A POSSUIR,CAIXA POSTAL ELETRÓNICA, nos termos do artigo 19º da LGT

(só estão obrigados a dispor desta caixa postal os SP de

IRC com sede no país, os estabelecimentos estáveis de

sociedades e outras entidades não residentes e os SP do

regime normal do IVA);

AS RENDAS DE CONTRATOS DE ARRENDAMENTO RURAL ESTÃO TAM-BÉM DISPENSADAS DE RECIBO ELETRÓNICO.

A todo o tempo poderão os SP dispensados optar pela emis-

são de recibos de renda eletrónicos. Nesse caso, ficam obri-

gados a emitir na mesma data da 1ª emissão os recibos

eletrónicos relativos às rendas dos meses anteriores do

mesmo ano.

O recibo de renda é emitido em duplicado, sendo o original

para dar quitação das rendas recebidas do locatário e o du-

plicado para o emitente. Durante 4 anos, os recibos estão dis-

poníveis para consulta na área reservada do portal das

finanças para os emitentes titulares dos rendimentos e para

quem pagou a renda

Os SP dispensados e que não tenham optado pela emissão

de recibos de renda eletrónicos devem entregar em janeiro,

por referência ao ano anterior, em qualquer serviço de finan-

ças ou através do Portal das Finanças, a DECLARAÇÃO MODELO

44, para comunicação anual das rendas recebidas.

Declaração que deve ser igualmente apresentada, via portal,

pelas entidades dispensadas da obrigação de emissão de fa-

tura, fatura-recibo ou recibo a que se refere o nº 7 do artigo

78º-E do CIRS, exceto quando emitam e comuniquem fatu-

ras.

EM NOVEMBRO DE 2015 DEVEM, ASSIM, OS RECIBOS DE QUITAÇÃO

EM PAPEL EMITIDOS NOS MESES DE JANEIRO A OUTUBRO P.P. SER

EMITIDOS ELETRONICAMENTE JUNTAMENTE COM O RECIBO DE RENDA

ELETRÓNICO DE NOVEMBRO…

AF 037 g IRS/IRC – NOVAS DECLARAÇÕES MOD.3, 10, 39, 48 E 49

Publicadas nos últimos dias, as portarias abaixo indicadas

aprovam novos modelos de impressos para cumprimento de

obrigações previstas nos Códigos do IRS e IRC, a saber:

• PORTARIA 366/2015, de 16 de outubro – aprova os novos

modelos de impressos da DECLARAÇÃO MODELO 3, respeti-

vos ANEXOS A, B, C, D, E, F, G, G1, H, I, J E L e instruções

de preenchimento, para declaração dos rendimentos rela-

tivos aos anos de 2001 a 2014 e, face às alterações pro-

fundas efetuadas no CIRS pela Lei 82-E/2014, de 31/12,

as distinguir facilmente da declaração e anexos em vigor

para os anos de 2015 e seguintes;

• PORTARIA 383/2015, de 26 de outubro – aprova o novo mo-

delo da DECLARAÇÃO MODELO 10 («Rendimentos e reten-ções – Residentes») e respetivas instruções, por forma a

acolher as alterações introduzidas pela Lei 82-E/2014, de

31 de dezembro, ao nível da incidência dos rendimentos

do trabalho dependente e de capitais, em vigor a partir de

1 de janeiro de 2016;

g FISCALIDADE

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 7

g FISCALIDADE

• PORTARIA 371/2015, de 20 de outubro – em vigor a partir de

1 de janeiro p.f., aprova as novas instruções da DECLARAÇÃO

MODELO 39 («Rendimentos e retenções a taxas liberató-rias»), face às alterações significativas operadas nos artºs

71º e 119º do CIRS pela Lei 82-E/2014, de 31/12, declara-

ção que passou a ser de entrega obrigatória até ao final do

mês de fevereiro do ano seguinte ao da retenção pelas en-

tidades que paguem ou coloquem à disposição dos respe-

tivos titulares pessoas singulares residentes em território

português os rendimentos a que se refere o artigo 71.º do

Código do IRS, bem como quaisquer rendimentos sujeitos

a retenção na fonte a título definitivo de montante superior

a € 25, quando não beneficiem de isenção, dispensa de re-

tenção ou redução de taxa;

• PORTARIA 378/2015, de 22 de outubro – aprova o modelo

oficial da DECLARAÇÃO MODELO 48 [«Transferência da resi-dência para fora do território português (EU/EEE) – Paga-mento diferido ou fracionado»] e respetivas instruções de

preenchimento, em vigor a partir de 1 de janeiro p.f., a que

se refere o artº 10º-A, nºs 5 e 6, do CIRS, aplicável aos su-

jeitos passivos que sejam titulares de partes sociais adqui-

ridas no âmbito de operações abrangidas pelos regimes de

neutralidade fiscal previstos no Código do IRS e transfiram

a sua residência para fora do território português;

• PORTARIA 372/2015, de 20 de outubro – aprova a DECLARA-ÇÃO MODELO 49 («Comunicação para prorrogação do prazode entrega da declaração modelo 3 de IRS – Rendimentosobtidos no estrangeiro») e respetivas instruções de preen-

chimento, destinada a permitir ao sujeito passivo de IRS ti-

tular de rendimentos de fonte estrangeira relativamente aos

quais tenha direito a crédito de imposto por dupla tributação

internacional cujo montante não esteja determinado no Es-

tado da fonte até ao termo do prazo geral para a entrega da

declaração modelo 3, comunicar à AT, através do portal das

finanças, no prazo normal previsto para a entrega desta de-

claração, de que cumpre as condições para a entregar mais

tarde, até 31 de dezembro, indicando ainda a natureza dos

rendimentos e o Estado da fonte.

A declaração mod. 49 deve ser utilizada por referência aos

anos fiscais de 2015 e seguintes.

g IRS - MAIS-VALIAS

ALIENAÇÃO DE AÇÕES DETIDAS

HÁ MAIS DE 12 MESES

O Supremo Tribunal Administrativo, Pleno da Secção de

Contencioso Tributário, no seu Acórdão nº 5/2015, de 26

de outubro, uniformizou a jurisprudência estabelecendo o

seguinte entendimento:

«As mais-valias decorrentes de atos de alienação deações detidas há mais de 12 meses que tenham ocorridoantes da entrada em vigor da Lei 15/2010, de 26 de Julho,particularmente no período compreendido entre 1 de Ja-neiro e 26 de Julho de 2010, continuam a seguir o regimelegal de não sujeição a tributação previsto no n.º 2, alíneaa), do artigo 10.º do Código do Imposto sobre Rendimentodas Pessoas Singulares, e, como tal, não concorrem paraa formação do saldo anual tributável de mais-valias a quese refere o artigo 43.º do CIRS.»

AF 038 g IES - INFORMAÇÃO EMPRESARIAL

SIMPLIFICADA

A Portaria 370/2015, de 20 de outubro, revogou a Portaria

499/2007, de 30 de abril, definindo os novos termos a que

deve obedecer o envio da informação empresarial simplifi-

cada (IES).

Novos termos que são praticamente iguais aos anteriores, ex-

ceção feita à integração da Direção-Geral das Atividades Eco-

nómicas (DGAE) no rol das entidades beneficiárias ou

destinatárias da informação contida na IES, e que em nada

afetam os contribuintes de IRC e de IRS obrigados ao preen-

chimento e entrega da IES.

AF 039 g NOVOS MODELOS DE FATURA, RECIBO E

FATURA RECIBO DA AT

A Portaria 338/2015, de 8 de outubro, aprovou os novos mo-

delos eletrónicos e gratuitos de fatura, de recibo e de fatura-

recibo disponibilizados pela Autoridade Tributária e Aduaneira

(AT) no seu portal, os quais substituem a partir de 1 de ja-

neiro de 2016 os atuais modelos de «recibos verdes eletróni-

cos» (fatura-recibo, fatura-recibo sem preenchimento e

fatura-recibo ato isolado).

A partir de 1 de janeiro de 2016, os sujeitos passivos de IRS

titulares de rendimentos da categoria B e os que pratiquem

atos isolados têm acesso aos seguintes 9 modelos na sua

área reservada do portal das finanças (www.portaldasfinan-

cas.gov.pt):

Fatura (com e sem preenchimento eletrónico)

Recibo (com e sem preenchimento eletrónico)

Fatura-recibo (com e sem preenchimento eletrónico)

Fatura (ato isolado)

Recibo (ato isolado)

Fatura-recibo (ato isolado)

A FATURA destina-se a ser emitida pelos titulares de rendi-

mentos da categoria B do IRS, pelas transmissões de bens e

prestações de serviços referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1

do artigo 3.º do CIRS, bem como pelos rendimentos indicados

na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo.

O RECIBO destina-se a dar quitação das importâncias recebi-

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 8

das dos clientes, quando tenha sido emitida a fatura referidano parágrafo anterior. Nele deve ser identificada a fatura aque respeita o recebimento.

A FATURA-RECIBO destina-se a ser emitida quando as obriga-ções de emissão de fatura e do recibo sejam simultâneas.Deve ainda ser emitida pelos sujeitos passivos que, dispen-sados da obrigação de emissão de fatura para efeitos de IVAao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 29.º do CIVA, devamemitir fatura nos termos do artigo 115.º do CIRS.

AF 040 g IMI – PRÉDIOS URBANOS ARRENDADOS.PARTICIPAÇÃO DAS RENDAS

De acordo com o disposto no artigo 15º-N do Decreto-Lei287/2003, de 12/11, que aprovou o Código do IMI, o valor pa-trimonial tributário do prédio urbano ou sua fração autónomaque esteja arrendado por contrato celebrado antes de19/10/1990 (habitação) ou de 05/10/1995 (não habitação) nãopode exceder, para efeitos exclusivos de IMI, o valor que re-sultar da capitalização da renda pela aplicação do fator 15.

Assim, os proprietários, usufrutuários ou superficiários de pré-dios urbanos abrangidos pelo regime de avaliação geral queestejam arrendados por contrato celebrado antes da entrada

em vigor do RAU (DL 321-B/90, de 15/10) ou do DL 257/95,de 30/9, e que já beneficiem do regime previsto no supra re-ferido artigo 15º-N, por terem entregado (em 2012…) a pri-meira participação e outra documentação, devem efetuar aparticipação das rendas que auferem, até ao próximo dia 15DE DEZEMBRO, através do portal das finanças ou em qualquerserviço de finanças, a fim de poderem continuar a beneficiarda fixação de um valor patrimonial tributário não superior aovalor que resultar da capitalização da renda anual por 15,quando este seja inferior, naturalmente, ao resultante da ava-liação geral.

A participação das rendas relativas a 2015 é acompanhadade cópia do recibo ou canhoto do recibo relativa a dezem-bro/2015, ou mapa mensal de cobrança de rendas no caso dea renda ser recebida por entidade representativa do senhorio(quem tiver enviado pelo portal entrega tal cópia em papelnum serviço de finanças, acompanhada de comprovativo desubmissão).

OF 011 g PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES FISCAIS

NOVEMBRO WWW.PORTALDASFINANCAS.GOV.PT

WWW.PORTALDASFINANCAS.GOV.PT

SUMÁRIO

ATÉ AO DIA 10- IVA - DECLARAÇÃO PERIÓDICA - PERIODICIDADE MENSAL (SET.15)- SEGURANÇA SOCIAL - REGIME GERAL - ENTREGA DE DECLARAÇÕES

(OUT.15)- IRS - DECLARAÇÃO MENSAL DE REMUNERAÇÕES AT (OUT.15)ATÉ AO DIA 16- IVA - DECLARAÇÃO PERIÓDICA - PERIODICIDADE TRIMESTRAL (3º

TRIM.2015)ATÉ AO DIA 20- SEGURANÇA SOCIAL - REGIME GERAL - PAGAMENTO (OUT.15)- SEGURANÇA SOCIAL - INDEPENDENTES - PAGAMENTO (OUT.15)- FUNDOS DE COMPENSAÇÃO - PAGAMENTO (OUT.15)- IRC/IRS - RETENÇÕES NA FONTE (OUT.15)- SELO - PAGAMENTO DO RELATIVO A OUT.15- IVA - DECLARAÇÃO PERIÓDICA - PEQUENOS RETALHISTAS (3º TRIM.2015)- IVA - DECLARAÇÃO RECAPITULATIVA - REGIMES MENSAL E TRIMESTRAL

ATÉ AO DIA 25- IVA - COMUNICAÇÃO À AT DAS FATURAS EMITIDAS EM OUT.15ATÉ AO DIA 30- IUC - PAGAMENTO - VEÍCULOS C/ ANIVERSÁRIO DE MATRÍCULA EM NOV.15- IMI - PAGAMENTO DA ÚLTIMA PRESTAÇÃO DO IMI RELATIVO A 2014- SELO/2014 - PRÉDIOS E TERRENOS DE «LUXO» - ÚLTIMA PRESTAÇÃO

g ATÉ AO DIA 12IVA - PERIODICIDADE MENSAL

Os sujeitos passivos enquadrados no regime normal de periodi-cidade mensal devem proceder à entrega, pela Internet, da de-claração periódica relativa ao IVA apurado no mês de SETEMBRO

DE 2015, acompanhada dos anexos que forem devidos, e efe-tuar, se for caso disso, o competente pagamento.

SEGURANÇA SOCIAL – REGIME GERAL

– DECLARAÇÕES DE REMUNERAÇÕES

Devem ser entregues as declarações (folhas) de remuneraçõesrelativas ao mês de OUTUBRO DE 2015, exclusivamente atravésda Segurança Social Direta, incluindo o empregador que sejapessoa singular com apenas um trabalhador ao seu serviço.

IRS - DECLARAÇÃO MENSAL DE REMUNERAÇÕES (AT)As entidades que pagaram ou colocaram à disposição de resi-dentes em território português, em OUTUBRO DE 2015, rendimen-tos do trabalho dependente sujeitos a IRS, ainda que dele isentosou excluídos de tributação nos termos dos artigos 2º e 12º doCIRS, devem proceder ao envio, pela Internet, da DeclaraçãoMensal de Remunerações (AT) para comunicação de tais rendi-mentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efec-

g FISCALIDADE

g TACÓGRAFOS E LIVRETES

- REGRAS DE UTILIZAÇÃO

IFORMA | [email protected]. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º4200-313 Porto | tel.: 225 074 210 | www.iforma.pt

g TACÓGRAFOS E LIVRETES

- REGRAS DE UTILIZAÇÃO

OBJECTIVOS GERAIS

.:: Utilizar correctamente o Tacógrafo e o Livrete Individual de Controlo

.:: Conhecer as obrigações e responsabilidades decorrentes dos mesmos

.:: Conhecer os limites de condução, pausas e repousos

DESTINATÁRIOS

.:: Motoristas/condutores

.:: Responsáveis recursos humanos/logística

PROGRAMA

.:: Legislação nacional e comunitária

.:: Tempos de condução, pausas e repousos

.:: Razões de ser e funções do tacógrafo

.:: Modalidades e funcionamento do tacógrafo

.:: Responsabilidades do motorista e da empresa

.:: Publicidade dos horários de trabalho dos trabalhadores afectos a viaturas

.:: Livretes individuais de controlo

MAIS INFORMAÇÕES

[email protected]. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º4200-313 Porto tel.: 225 074 210 www.iforma.pt

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 9

g FISCALIDADEtuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimesde proteção social e subsistemas legais de saúde e quotizaçõessindicais.

Estão DISPENSADAS DESTA OBRIGAÇÃO as entidades que não exer-çam atividades empresariais ou profissionais ou, exercendo-as,tais rendimentos não se relacionem exclusivamente com essasactividades, as quais podem optar por declarar tais rendimentosna declaração anual modelo 10.

g ATÉ AO DIA 16IVA – PERIODICIDADE TRIMESTRAL

Os sujeitos passivos enquadrados no regime normal de periodi-cidade trimestral deverão proceder ao envio, através da Internet,da declaração periódica relativa ao IVA apurado no 3º TRIMESTRE

DE 2015 e efetuar, se for caso disso, o competente pagamento.

g ATÉ AO DIA 20SEGURANÇA SOCIAL – REGIME GERAL - PAGAMENTO

Deve ser efetuado o pagamento das contribuições relativas aomês de OUTUBRO DE 2015.

SEGURANÇA SOCIAL – INDEPENDENTES - PAGAMENTO

Deve ser efetuado o pagamento das contribuições relativas aomês de OUTUBRO DE 2015.

FUNDOS DE COMPENSAÇÃO – PAGAMENTO

Deve ser efetuado o pagamento das entregas devidas ao Fundode Compensação do Trabalho (FCT) e ao Fundo de Garantia deCompensação do Trabalho (FGCT) relativas a OUTUBRO DE 2015.

O pagamento é efetuado por multibanco ou homebanking, utili-zando as referências do documento de pagamento previamenteemitido, por iniciativa da empresa (a partir do dia 10), emwww.fundoscompensacao.pt.

O pagamento corresponde a 1% da retribuição base e diuturni-dades pagas ou devidas aos trabalhadores (só dos admitidos apartir de 1 de outubro de 2013), destinando-se 0,925% ao FCT e0,075% ao FGCT e sendo realizados 12 pagamentos por ano(excluídos subsídios de férias e de Natal e outras prestações re-tributivas).

IRS/IRC – RETENÇÕES NA FONTE

Deve ser declarado através da Internet e entregue o IRS retidopelas entidades que, possuindo ou devendo possuir contabili-dade organizada, atribuíram no mês de OUTUBRO DE 2015 rendi-mentos enquadráveis nas CATEGORIAS B (empresariais eprofissionais), E (capitais) e F (prediais).

Também as entidades, com ou sem contabilidade organizada,que tenham pago ou colocado à disposição no mês de OUTUBRO

DE 2015 rendimentos enquadráveis nas CATEGORIAS A (trabalhodependente) e H (pensões), deverão declarar pela mesma via eentregar o IRS retido na fonte.

O mesmo se diga para as importâncias retidas no mês de OUTU-BRO DE 2015 sobre rendimentos sujeitos a IRC.

IMPOSTO DO SELO – PAGAMENTO

Deve ser declarado através da Internet e entregue pelas empre-sas e outras entidades sobre quem recaia tal obrigação o impostodo selo liquidado no mês de OUTUBRO DE 2015.

IVA – PEQUENOS RETALHISTAS

Os sujeitos passivos enquadrados no regime especial dos pe-quenos retalhistas deverão proceder ao pagamento, na tesoura-ria de finanças competentes, do IVA apurado no 3º TRIMESTRE DE

2015, apresentando, no mesmo prazo, declaração adequada(mod. 1074), não havendo imposto a pagar.

IVA – DECLARAÇÃO RECAPITULATIVA

- TRANSMISSÕES INTRACOMUNITÁRIAS

Deve ser entregue a Declaração Recapitulativa, via Internet,pelos sujeitos passivos do regime normal de periodicidade men-sal que em OUTUBRO DE 2015 efetuaram transmissões intraco-munitárias de bens e ou prestações de serviços a sujeitospassivos registados noutros Estados Membros, quando tais ope-rações sejam aí localizadas nos termos do artº 6º do CIVA, e paraos sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o totaldas transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declara-ção tenha no trimestre em curso (ou em qualquer mês do tri-mestre) excedido o montante de € 50.000.

Também os sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º doCIVA que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos pas-sivos registados noutros Estados Membros, em OUTUBRO DE

2015, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos doartº 6º do CIVA, devem proceder à entrega da Declaração Reca-pitulativa, via Internet.

g ATÉ AO DIA 25IVA – COMUNICAÇÃO DAS FATURAS À ATOs sujeitos passivos de IVA são obrigados a comunicar à AT, porvia eletrónica, os elementos das faturas que emitiram em OUTU-BRO DE 2015.

g ATÉ AO DIA 30IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO

Deve ser liquidado e pago o Imposto Único de Circulação (IUC)relativo a 2015 pelos veículos cujo aniversário de matrículaocorra no mês de NOVEMBRO.

Os VEÍCULOS NOVOS ADQUIRIDOS EM 2015 devem liquidar e pagar oIUC nos 30 dias posteriores ao termo do prazo legal para o re-gisto.

A liquidação do IUC é efetuada pelo próprio sujeito passivo atra-vés da Internet (obrigatório para as pessoas coletivas), podendotambém sê-lo em qualquer serviço de finanças, em atendimentoao público.

IMI – ÚLTIMA PRESTAÇÃO / 2014Deve ser efetuado o pagamento da última prestação do impostomunicipal sobre imóveis relativo a 2014, se o montante deste ésuperior a € 250.

O IMI é pago:- numa única prestação, em Abril, caso seja igual ou inferior a

€ 250;- em 2 prestações, em Abril e Novembro, se superior a € 250

e não superior a € 500;- em 3 prestações, em Abril, Julho e Novembro, se superior a

€ 500.

IMPOSTO DO SELO / 2014 (PRÉDIOS E TERRENOS DE «LUXO») – ÚLTIMA PRESTAÇÃO

Deve ser efetuado o pagamento da última prestação do impostodo selo previsto na verba 28 da Tabela Geral, referente a 2014,quando o seu montante seja superior a € 250,00 (esta verba res-peita a prédios habitacionais e a terrenos para construção de ha-bitação com valor patrimonial tributário, nos termos do CIMI, igualou superior a € 1.000.000).

A exemplo do IMI, este imposto é pago:- numa única prestação, em Abril, caso seja igual ou inferior a

€ 250;- em 2 prestações, em Abril e Novembro, se superior a € 250

e não superior a € 500;- em 3 prestações, em Abril, Julho e Novembro, se superior a

€ 500.

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g AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO - CONDUTAS E

TUBOS PARA A VENTILAÇÃO DO AR

A Comissão Europeia aprovou em 8 de julho p.p. a Decisão

Delegada (UE) 2015/1936, publicada no JOUE de 28 de ou-

tubro, pela qual estabelece, em conformidade com o Regula-

mento (UE) 305/2011 («Regulamento Produtos de

Construção»), os sistemas de avaliação e verificação da re-

gularidade de desempenho de CONDUTAS E TUBOS DE VENTILA-ÇÃO DESTINADOS A SER UTILIZADOS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO

PARA A VENTILAÇÃO DO AR.

Decisão que não se aplica às condutas e tubos utilizados para

sistemas fixos de combate a incêndios, já abrangidos pelas

Decisões da Comissão 96/577/CE e 1999/472/CE.

Assim, as condutas e tubos de ventilação destinados a ser

utilizados em obras de construção para a ventilação do ar

devem ser objeto de avaliação e verificação da regularidade

do desempenho de acordo com os sistemas seguintes:

Lembramos:

SISTEMA 1:- o fabricante elabora a declaração de desempenho, em fun-

ção das características essenciais do produto

- o fabricante realiza o controlo da produção em fábrica

- o fabricante colhe na fábrica os ensaios adicionais de

amostras de acordo com um programa de ensaios previa-

mente estabelecido

- o organismo de certificação de produtos notificado emite o

certificado de regularidade de desempenho do produto,

com base na determinação do produto-tipo com base nos

ensaios de tipo (incluindo a amostragem), nos cálculos de

tipo, nos valores tabelados ou em documentação descritiva

do produto, na inspeção inicial da unidade fabril e no con-

trolo da produção em fábrica e no acompanhamento, apre-

ciação e aprovação contínuos do controlo da produção em

fábrica.

SISTEMA 3:- o fabricante elabora a declaração de desempenho, em fun-

Aproveite as vantagensOs descontos na fatura, em combustíveis adquiridos através do cartão BP Plus Routex, noâmbito do protocolo estabelecido com a BP foram melhorados em 0,5 cts por litro.

Assim, o desconto efetuado sobre o preço de lista é de 7 cts por litro (IVA incluído).

A este valor acrescerá um rappel semestral de 0,2 cts por litro, apenas atribuído a quemcumpra escrupulosamente todas as condições contratuais, nomeadamente o prazo de pa-gamento e a manutenção das garantias exigidas.

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7 cts / litro

BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 10

g DIVERSOS

SUBFAMÍLIAS DOS PRODUTOS SUPRA REFERIDOS

-

Produtos cujo processo de produção inclui uma

etapa claramente identificável que resulta numa

melhoria do desempenho em matéria de reação

ao fogo (por exemplo, adição de retardadores de

fogo ou limitação de materiais orgânicos)

Produtos para os quais existe uma base jurídica

europeia aplicável para classificar o desempe-

nho em matéria de reação ao fogo sem ensaios

Produtos que não pertencem às subfamílias in-

dicada nas duas linhas anteriores

CARACTERÍSTICAS

Para todas as características

essenciais, exceto a reação

ao fogo

Unicamente para a

reação ao fogo

SISTEMA DE AVALIAÇÃO E VERIFICAÇÃO DA

REGULARIDADE DO DESEMPENHO APLICÁVEL

3

1

4

3

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 11

g DIVERSOS

ção das características essenciais do produto

- o fabricante realiza o controlo de produção em fábrica

- o laboratório de ensaios notificado determina o produto-tipo

com base nos ensaios de tipo (baseados na amostragem

realizada pelo fabricante), nos cálculos de tipo, nos valores

tabelados ou em documentação descritiva do produto.

SISTEMA 4:- o fabricante elabora a declaração de desempenho, em fun-

ção das características essenciais do produto

- o fabricante realiza a determinação do produto-tipo com

base nos ensaios de tipo, nos cálculos de tipo, nos valores

tabelados ou em documentação descritiva do produto

- não há tarefas para o organismo notificado.

g PROJETISTAS E INSTALADORES DE INFRAES-TRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES

Em execução do Decreto-Lei 123/2009, de 21 de maio, a Por-

taria 377/2015, de 21 de outubro, aprovou os requisitos es-

pecíficos para certificação de entidades formadoras de

projetistas e de instaladores de infraestruturas de telecomu-

nicações em loteamentos, urbanizações e conjuntos de edi-

fícios (ITUR) e de infraestruturas de telecomunicações em

edifícios (ITED), complementares aos constantes da Portaria

851/2010, de 6 de setembro, alterada pela Portaria 208/2013,

de 26 de junho.

g AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL - TAXAS

A Portaria 368/2015, de 19 de outubro, procedeu à revisão

das taxas, devidas à Autoridade de avaliação de impacte am-

biental, destinadas a custear os encargos administrativos as-

sociados aos procedimentos de avaliação de impacte

ambiental (AIA), de dispensa de AIA, de definição do âmbito

de estudo de impacte ambiental (EIA), de verificação da con-

formidade ambiental do projeto de execução e de qualificação

de verificadores de pós-avaliação.

g RESÍDUOS COM POTENCIAL DE RECICLAGEM

OU VALORIZAÇÃO

Em execução do nº 2 do artigo 62º do Decreto-Lei 127/2013,

de 30 de agosto, que prevê que sejam definidos por portaria

os resíduos com potencial de reciclagem e ou valorização,

tendo em conta, designadamente, o disposto no plano nacio-

nal de gestão de resíduos e nos planos específicos de gestão

de resíduos, a PORTARIA 345/2015, de 12 de outubro, apro-

vou a seguinte lista de resíduos que, cumprindo as especifi-

cações técnicas aprovadas e identificadas pela Agência Por-

tuguesa do Ambiente (APA) no seu site, devem ser objeto de

encaminhamento para a reciclagem e ou valorização:

120107* - óleos minerais de maquinagem, sem halogéneos (exceto

emulsões e soluções)

120110* - óleos sintéticos de maquinagem

120119* - óleos de maquinagem facilmente biodegradáveis

130110* - óleos hidráulicos minerais não clorados

130111* - óleos hidráulicos sintéticos

130112* - óleos hidráulicos facilmente biodegradáveis

130113* - outros óleos hidráulicos

130205* - óleos minerais não clorados de motores, transmissões e

lubrificação

130206* - óleos sintéticos de motores, transmissões e lubrificação

130207* - óleos facilmente biodegradáveis de motores, transmis-

sões e lubrificação

130208* - outros óleos de motores, transmissões e lubrificação

130307* - óleos minerais isolantes e de transmissão de calor não

clorados

130308* - óleos sintéticos isolantes e de transmissão de calor

130309* - óleos facilmente biodegradáveis isolantes e de transmis-

são de calor

130310* - outros óleos isolantes e de transmissão de calor

160113* - fluidos de travões

O Decreto-Lei 127/2013 aprovou o regime de emissões in-

dustriais aplicável à prevenção e ao controlo integrados da

poluição, bem como as regras destinadas a evitar e ou redu-

zir as emissões para o ar, a água e o solo e a produção de re-

síduos, transpondo a Diretiva 2010/75/UE, de 24 de

novembro.

g DIREITO ANTI-DUMPING SOBRE ACESSÓRIOS

PARA TUBOS DA CHINA

O Regulamento de Execução (UE) 2015/1934 da Comissão,

de 27 de outubro, publicado no JOUE do dia seguinte e em

vigor desde o dia 29, instituiu um direito antidumping definitivo

sobre as importações de ACESSÓRIOS PARA TUBOS (com exce-

ção dos acessórios moldados por fundição, dos flanges e dos

acessórios roscados), de FERRO OU DE AÇO (não incluindo o

aço inoxidável), CUJO MAIOR DIÂMETRO EXTERIOR NÃO EXCEDE

609,6 MM, DO TIPO UTILIZADO PARA SOLDAR TOPO A TOPO OU PARA

OUTROS FINS, originários da China e atualmente classificados

nos códigos NC ex 7307 93 11, ex 7307 93 19 e ex 7307 99

80 (códigos TARIC 7307931191, 7307931193, 7307931194,

7307931195, 7307931199, 7307931991, 7307931993,

7307931994, 7307931995, 7307931999, 7307998092,

7307998093, 7307998094, 7307998095 e 7307998098).

A taxa é uma só, 58,6%, e aplica-se ao preço líquido, franco-

fronteira da União, dos acessórios não desalfandegados pro-

duzidos por todas as empresas da China.

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BOLETIM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO g 12

g LICENCIAMENTO AMBIENTAL ÚNICO - TAXA

A Portaria 332-A/2015, de 5 de outubro, aprovou o valor da

taxa ambiental única aplicável aos procedimentos ambientais

previstos no regime de licenciamento único de ambiente,

aprovado pelo Decreto-Lei 75/2015, de 11 de maio.

g REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES INDUSTRIAIS

«ILEGAIS» ATÉ 2 DE JANEIRO

Lembramos que termina no próximo dia 2 de janeiro de 2016

o prazo previsto no regime extraordinário de regularização de

atividades económicas, aprovado pelo Decreto-Lei 165/2014,

de 5 de novembro, para os estabelecimentos e explorações

que não disponham de título válido de instalação ou de título

de exploração ou de exercício de atividade, incluindo as si-

tuações de desconformidade com os instrumentos de gestão

territorial vinculativos dos particulares ou com servidões ad-

ministrativas e restrições de utilidade pública, regularizarem a

sua situação.

Estão abrangidas pelo regime:

• As ATIVIDADES INDUSTRIAIS, referidas no Anexo I do Sis-

tema de Indústria Responsável (SIR), aprovado pelo DL

169/2012, de 1/8 (com exclusão das atividades indus-

triais inseridas em estabelecimentos comerciais ou de

restauração ou bebidas) e as ATIVIDADES PECUÁRIAS (nº 3

do artº 1º do regime do exercício de atividade pecuária,

aprovado pelo DL 81/2013, de 14/6) cuja regularização

não foi possível pela desconformidade com os instru-

mentos de gestão territorial vinculativos dos particulares,

servidões ou restrições de utilidade pública;

• As OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS, com exceção das

operações de incineração ou coincineração de resíduos

e das operações de gestão de resíduos desenvolvidas

nos centros integrados de recuperação, valorização e eli-

minação de resíduos perigosos;

• A REVELAÇÃO E APROVEITAMENTO DE MASSAS MINERAIS, O

APROVEITAMENTO DE DEPÓSITOS MINERAIS E AS INSTALAÇÕES

DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA EXTRATIVA.

Podem beneficiar do regime, em vigor desde 2 de janeiro p.p.,

apenas os estabelecimentos ou explorações que comprova-

damente tenham desenvolvido atividade por um período mí-

nimo de 2 anos e, ou se encontrem em atividade ou com

atividade suspensa há menos de um ano, ou cuja laboração

se encontre suspensa por autorização da entidade licencia-

dora, por um período máximo de três anos.

Os pedidos de regularização, alteração ou ampliação devem

ser apresentados através das plataformas eletrónicas dispo-

níveis para tramitação dos procedimentos previstos nos regi-

mes legais setoriais aplicáveis, ou por correio eletrónico ou

outro meio legalmente admissível quando não seja possível

a utilização da plataforma, sendo o IAPMEI a entidade com-

petente no que respeita às empresas industriais.

AJ 082 g PRODUTORES DE LEITE DE VACA

- DISPENSA DO PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES

Em execução da Resolução do Conselho de Ministros 76-A/2015,

de 16 de setembro, que determinou a preparação de medidas ur-

gentes para fazer face às dificuldades com que o setor da pro-

dução do leite se depara, a Portaria 328-A/2015, de 2 de outubro,

aprovou a dispensa do pagamento de contribuições para a se-

gurança social por parte dos produtores de leite de vaca cru, res-

petivos cônjuges e trabalhadores.

A dispensa:

- Depende de requerimento, a apresentar, em modelo próprio,

até 19 de outubro nos serviços da segurança social

- Abrange as explorações pecuárias de bovinos ativas no Sis-

tema Nacional de Informação e Registo Animal que realizaram

entregas ou vendas diretas de leite cru de vaca entre 1 de ja-

neiro e 31 de agosto p.p.

- Incide sobre as contribuições respeitantes aos meses de se-

tembro a novembro relativas aos produtores agrícolas e res-

petivos cônjuges para o regime dos trabalhadores

independentes e, na parte imputável à entidade empregadora,

aos trabalhadores ao serviço da exploração.

A apresentação do requerimento suspende o pagamento das

contribuições devidas até à decisão do pedido.

A dispensa do pagamento de contribuições nos termos do pre-

sente diploma determina o registo de remunerações por equiva-

lência à entrada de contribuições.

g DIVERSOS

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PRÁTICAS INDIVIDUAIS RESTRITIVAS DO COMÉRCIO

(venda com prejuízo, tabelas de preços…)

Decreto-Lei nº 166/2013

de 27 de dezembro

Texto atualizado, após as alterações operadas pelo Decreto-Lei 220/2015, de 8 de outubro

A transparência nas relações comerciais e o equilíbrio das posições negociais entre agentes

económicos são fundamentais para a concretização de desígnios constitucionais como os do direito fundamental à livre iniciativa económica e da garantia da equilibrada concorrência entre as empresas, cabendo ao Estado estabelecer os mecanismos que assegurem o cumprimento e impeçam a distorção destes princípios. Após 19 anos de aplicação do Decreto-Lei n.º 370/93, de 29 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 140/98, de 16 de maio, e 10/2003, de 18 de janeiro, verifica-se uma necessidade de rever este regime. Na verdade, os constrangimentos que conduziram à sua aprovação mantêm-se e em alguns casos, alteraram-se com a evolução significativa do setor do comércio. De salientar que o esforço para alcançar eficazmente os objetivos de equilíbrio nas relações comerciais e da sã concorrência não depende unicamente da aprovação de regulamentação pela Administração, devendo ser privilegiadas soluções de índole consensual, que envolvam o compromisso dos agentes económicos representados pelas suas estruturas associativas, num processo complementar, de autorregulação, por natureza voluntário e que, como tal, se reveste de um conjunto de vantagens, designadamente, o facto de assentar no compromisso das partes em cumprir determinados princípios e seguir determinadas condutas, bem como a inerente flexibilidade e capacidade de ajustamento ao dinamismo da atividade económica. A elaboração de um documento com as condições básicas de negociação tem, também, o mérito de reforçar a transparência e de assegurar a não discriminação e a reciprocidade entre parceiros, sendo de especial importância quando estejam em causa relações comerciais entre distribuidores e fornecedores fora do setor agroalimentar, e dentro deste, fornecedores de média e grande dimensão. Por fim, salienta-se que a autorregulação permitirá alcançar resultados mais efetivos e eficazes se incluir soluções de monitorização e de resolução de conflitos que lhe confiram credibilidade. Assim, e considerando, igualmente, as dificuldades e limitações identificadas no decurso da aplicação do Decreto-Lei n.º 370/93, de 29 de outubro, bem como a inadequação de algumas das suas normas, sentida e transmitida pelos operadores económicos, procedeu-se à revisão do regime jurídico das práticas individuais restritivas de comércio, no sentido de clarificar a sua aplicação e de tornar suficientemente dissuasor o seu incumprimento.

Comparativamente ao regime que se revoga, o presente decreto-lei clarifica a noção de venda com prejuízo, em particular do que se entende por preço de compra efetivo, no sentido de facilitar a sua interpretação e fiscalização, tendo em consideração, entre outros, os descontos diferidos no tempo, quando estes sejam determináveis no momento da emissão da respetiva fatura.

Da mesma forma, também passa a resultar claro que a determinação do preço de venda de um determinado produto tem em consideração os descontos concedidos a esse mesmo produto mesmo que consistam na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens equivalentes ou de outra natureza.

O diploma densifica ainda o conceito de práticas negociais abusivas, que até agora era vago e indefinido, identificando expressamente algumas práticas consideradas abusivas, nomeadamente

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alterações retroativas de contratos, proibindo-se ainda determinadas práticas no setor agroalimentar, quando o fornecedor seja uma micro ou pequena empresa, organização de produtores ou cooperativa.

Aumentam -se, por outro lado, as penalizações pela violação do disposto no presente decreto-lei através do agravamento dos montantes das coimas, da previsão da possibilidade de adoção de medidas cautelares e de aplicação de sanções pecuniárias compulsórias.

Transfere-se, ainda, a competência para a instrução dos processos de contraordenação da Autoridade da Concorrência para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) uma vez que este regime pretende proteger diretamente os agentes económicos e garantir a transparência nas relações comerciais, sempre que não esteja em causa uma afetação sensível da concorrência. Finalmente, introduz-se uma norma inovadora, que visa consagrar a institucionalização da autorregulação nesta área.

Tendo em conta que a aplicação do presente decreto-lei deve ser objeto de um acompanhamento que permita os ajustamentos necessários à sua eficácia, estabelece-se que a Direção-Geral das Atividades Económicas, em articulação com a ASAE, elabora um relatório no final do segundo ano a contar da data da respetiva entrada em vigor, do qual deve constar a avaliação do mecanismo previsto para a verificação da venda com prejuízo, nos casos em que o desconto consista na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens equivalentes ou de outra natureza.

Assim: No uso da autorização legislativa conferida pela Lei n.º 31/2013, de 10 de maio, e nos termos

das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º Objeto

O presente decreto-lei aprova o regime aplicável às práticas individuais restritivas do comércio.

Artigo 2.º Âmbito de aplicação

1 — O presente decreto-lei apenas é aplicável às empresas estabelecidas em território nacional. 2 — Estão excluídos do âmbito de aplicação do presente decreto-lei:

a) Os serviços de interesse económico geral; b) A compra e venda de bens e as prestações de serviços, na medida em que

estejam sujeitas a regulação setorial; (redação do DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015) c) (revogado pelo DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015. Dizia:) A compra e venda de bens e as

prestações de serviços com origem ou destino em país não pertencente à União Europeia ou ao Espaço Económico Europeu, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 4.º.

Artigo 3.º

Aplicação de preços ou de condições de venda discriminatórios 1 — É proibido a uma empresa praticar em relação a outra empresa preços ou condições de venda discriminatórios relativamente a prestações equivalentes, nomeadamente quando tal prática se traduza na aplicação de diferentes prazos de execução das encomendas ou de diferentes modalidades de embalamento, entrega, transporte e pagamento, não justificadas por diferenças correspondentes no custo de fornecimento ou do serviço, nem resultantes de práticas conformes ao Direito da Concorrência. 2 — São prestações equivalentes aquelas que respeitem a bens ou serviços similares e que não difiram de maneira sensível nas características comerciais essenciais, nomeadamente naquelas que tenham uma repercussão nos correspondentes custos de produção ou de comercialização.

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3 — Não se consideram prestações equivalentes aquelas entre cujas datas de conclusão se tenha verificado uma alteração duradoura dos preços ou das condições de venda praticados pelo vendedor. 4 — Não são consideradas discriminatórias as ofertas de objetos desprovidos de valor comercial.

Artigo 4.º Transparência nas políticas de preços e de condições de venda

1 — Os produtores, fabricantes, importadores, distribuidores, embaladores e grossistas de bens e os prestadores de serviços são obrigados a facultar a qualquer revendedor ou utilizador tabelas de preços com as correspondentes condições de venda, quando solicitadas. 2 — As condições de venda devem referenciar, nomeadamente, os prazos de pagamento, as diferentes modalidades de descontos praticados e os respetivos escalões, sempre que não estejam abrangidos por segredo comercial. 3 — Devem ser reduzidas a escrito, sob pena de nulidade, quaisquer disposições sobre as condições em que uma empresa obtenha uma remuneração financeira ou de outra natureza dos seus fornecedores, como contrapartida da prestação de serviços específicos. (redação do DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015)

Artigo 5.º Venda com prejuízo

1 — É proibido oferecer para venda ou vender um bem a uma empresa ou a um consumidor por um preço inferior ao seu preço de compra efetivo, acrescido dos impostos aplicáveis a essa venda e, se for caso disso, dos encargos relacionados com o transporte. 2 — Entende-se por preço de compra efetivo o preço unitário constante da fatura de compra, líquido dos pagamentos ou descontos que se relacionem direta e exclusivamente com a transação dos produtos em causa, bem como dos que constem de notas de crédito e débito que remetam para aquela fatura e, bem assim, os que se encontrem identificados na própria fatura ou, por remissão desta, em contratos de fornecimento ou tabelas de preço que estejam em vigor no momento da transação e que sejam determináveis no momento da respetiva emissão. (redação do DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015. Dizia:) Entende-se por preço de compra efetivo o preço unitário constante da fatura de compra, líquido dos pagamentos ou descontos que se relacionem direta e exclusivamente com a transação dos produtos em causa, e que se encontrem identificados na própria fatura ou, por remissão desta, em contratos de fornecimento ou tabelas de preço que estejam em vigor no momento da transação e que sejam determináveis no momento da respetiva emissão. 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por descontos relacionados direta e exclusivamente com a transação em causa os descontos de quantidade, os descontos financeiros e os descontos promocionais desde que identificáveis quanto ao produto, respetiva quantidade e período por que vão vigorar. 4 — Os descontos que forem concedidos num determinado produto são considerados na determinação do respetivo preço de venda. 5 — Para efeitos de aplicação do número anterior, os descontos que consistirem na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens equivalentes ou de outra natureza, concedidos em cada produto, são imputados à quantidade vendida do mesmo produto e do mesmo fornecedor, no mesmo estabelecimento, nos últimos 30 dias. (redação do DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015. Dizia:) Para efeitos de aplicação do número anterior, os descontos que consistirem na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens

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equivalentes ou de outra natureza, concedidos em cada produto, são imputados à quantidade vendida do mesmo produto e do mesmo fornecedor nos últimos 30 dias.

6 — Para os efeitos do presente decreto-lei, as faturas de compra consideram-se aceites em todos os seus termos e reconhecidas pelos seus destinatários, quando não tenham sido objeto de reclamação no prazo de 25 dias seguintes à respetiva receção. 7 — Em caso de desconformidade da fatura, a sanação do vício e a emissão de uma fatura retificada deve ocorrer no prazo de 20 dias após a reclamação prevista no número anterior. 8 — Para os efeitos do disposto no presente artigo, não são consideradas as alterações contidas em faturas retificadas, emitidas em data posterior aos prazos indicados. 9 — A alegação de existência de erro material afeta apenas a parcela em que se verifica, considerando-se cumprido o dever de interpelação para pagamento dos restantes bens e serviços constantes da fatura. 10 — O disposto no n.º 1 não é aplicável a: a) Bens perecíveis, a partir do momento em que se encontrem ameaçados de deterioração rápida; b) Bens cujo valor comercial esteja afetado, quer por ter decorrido a situação que determinou a sua necessidade, quer por redução das suas possibilidades de utilização, quer por superveniência de importante inovação técnica; c) Bens cujo reaprovisionamento com outros bens, de características equivalentes, se efetue a preço inferior, sendo então o preço efetivo de compra substituído pelo preço resultante da nova fatura de compra; d) Bens vendidos em saldo ou liquidação. 11 — A prova documental do preço de compra efetivo, do preço de venda para efeitos do disposto nos n.ºs 4 e 5, bem como das justificações previstas no número anterior cabe ao vendedor, sem prejuízo de a entidade fiscalizadora poder solicitar as informações que julgar convenientes aos fornecedores ou a quaisquer outras entidades.

Artigo 6.º Recusa de venda de bens ou de prestação de serviços

1 — Sem prejuízo dos usos normais da respetiva atividade ou de disposições legais ou regulamentares aplicáveis, é proibido a uma empresa recusar a venda de bens ou a prestação de serviços a outra empresa, ainda que se trate de bens ou de serviços não essenciais e que da recusa não resulte prejuízo para o regular abastecimento do mercado, exceto quando se verifique causa justificativa de recusa. 2 — É equiparada à recusa de venda a subordinação da venda de um bem ou da prestação de um serviço à aquisição de outro bem ou serviço. 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1 do presente artigo, e sem prejuízo dos n.ºs 1 e 2 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, são consideradas causas justificativas de recusa: a) A satisfação das exigências normais da exploração industrial ou comercial do vendedor, designadamente a manutenção dos seus stocks de segurança ou das necessidades de consumo próprio; b) A satisfação de compromissos anteriormente assumidos pelo vendedor;

c) A desproporção manifesta da encomenda face às quantidades normais de consumo do adquirente ou aos volumes habituais das entregas do vendedor;

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d) A falta de capacidade do adquirente para, face às características do bem ou serviço, assegurar a sua revenda em condições técnicas satisfatórias ou manter um adequado serviço de pós-venda;

e) A fundada falta de confiança do vendedor quanto à pontualidade do pagamento pelo adquirente, tratando-se de vendas a crédito;

f) A existência de débitos vencidos e não liquidados referentes a fornecimentos anteriores;

g) A existência de acordos de distribuição exclusiva para determinado território, conformes ao Direito da Concorrência;

h) A proteção da propriedade intelectual; i) As restrições vigentes no Direito da União Europeia e no Direito Internacional,

nomeadamente para a repressão e combate da criminalidade e terrorismo; j) A dificuldade anormal de venda ou a prestação por motivos de força maior,

nomeadamente em consequência de guerra, greve, lock-out, tumultos, comoções civis, assaltos, sequestros, sabotagem, terrorismo, atos de vandalismo, insurreições civis ou militares, assaltos ou fenómenos naturais de natureza catastrófica e imprevisível;

k) A ocorrência de qualquer outra circunstância inerente às condições concretas da transação que, segundo os usos normais da respetiva atividade, tornaria a venda do bem ou a prestação do serviço anormalmente prejudicial para o vendedor ou para o comprador. 4 — Incumbe ao vendedor a prova das causas justificativas a que se refere o número anterior.

Artigo 7.º Práticas negociais abusivas

1 — São proibidas as práticas negociais entre empresas que se traduzam: a) Na imposição da impossibilidade de venda a qualquer outra empresa a um

preço mais baixo; b) Na obtenção de preços, condições de pagamento, modalidades de venda ou

condições de cooperação comercial exorbitantes relativamente às suas condições gerais de venda;

c) Na imposição unilateral, direta ou indireta: i) de realização de uma promoção de um determinado produto;

ii) de quaisquer pagamentos enquanto contrapartida de uma promoção; d) Na obtenção de contrapartidas por promoções em curso ou já ocorridas,

incluindo os descontos que consistirem na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens equivalentes ou de outra natureza;

e) Na alteração retroativa de um contrato de fornecimento. 2 — Para efeitos do número anterior, consideram-se como «exorbitantes relativamente às condições gerais de venda» os preços, condições de pagamento, modalidades de venda ou condições de cooperação comercial que se traduzam na concessão de um benefício ao comprador, ou ao vendedor, não proporcional ao volume de compras ou vendas ou, se for caso disso, ao valor dos serviços prestados. 3 — São, ainda, proibidas, no setor agroalimentar, as práticas negociais do comprador quando o fornecedor seja uma micro ou pequena empresa, organização de produtores ou cooperativa, e que se traduzam em:

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a) Rejeitar ou devolver os produtos entregues, com fundamento na menor qualidade de parte ou da totalidade da encomenda ou no atraso da entrega, sem que seja demonstrada, pelo comprador, a responsabilidade do fornecedor por esse facto;

b) Impor um pagamento, diretamente ou sob a forma de desconto: i) Pela não concretização das expectativas do comprador quanto ao volume ou valor das vendas;

ii) Para introdução ou reintrodução de produtos; iii) Como compensação por custos decorrentes de uma queixa do consumidor, exceto quando o comprador demonstre que essa queixa se deve a negligência, falha ou incumprimento contratual do fornecedor; iv) Para cobrir qualquer desperdício dos produtos do fornecedor, exceto quando o comprador demonstre que tal se deve a negligência, falha ou incumprimento contratual do fornecedor; v) Por custos relativos a transporte e armazenamento posteriores à entrega do produto; vi) Como contribuição para abertura de novos estabelecimentos ou remodelação dos existentes; vii) Como condição para iniciar uma relação comercial com um fornecedor. 4 — Qualquer cláusula contratual que viole o disposto no presente artigo é nula e tem-se por não escrita. (redação do DL 220/2015, de 8/10, em vigor a partir de 7/12/2015) 5 — As práticas negociais não proibidas pelo presente artigo, nomeadamente em virtude da dimensão ou do setor de atividade dos intervenientes, devem ser objeto de autorregulação nos instrumentos a que se refere o artigo 16.º.

Artigo 8.º Medidas cautelares

1 — A entidade fiscalizadora pode determinar, com caráter de urgência e sem dependência de audiência de interessados, a suspensão da execução de uma prática restritiva do comércio suscetível de provocar prejuízo grave, de difícil ou impossível reparação, a outras empresas, sempre que constate que existem indícios fortes da sua verificação, ainda que na forma tentada. 2 — Após a aplicação de medida cautelar provisória nos termos do número anterior, a entidade fiscalizadora promove a audição do interessado no prazo máximo de cinco dias e decide sobre a conversão da medida cautelar provisória em definitiva no prazo máximo de 10 dias após a realização da audição. 3 — Na ausência de promoção de audição ou de decisão nos prazos referidos no número anterior, a medida cautelar provisória e a sanção pecuniária compulsória a que se refere o artigo 11.º, caducam automaticamente. 4 — A medida cautelar definitiva, e a sanção pecuniária compulsória a que se refere o artigo 11.º, caducam automaticamente caso o despacho de acusação em processo contraordenacional não seja notificado ao arguido, no prazo de 30 dias após aquela aplicação. 5 — A medida cautelar e a sanção pecuniária compulsória referidas no número anterior vigoram até a decisão em processo contraordenacional se tornar definitiva, transitar em julgado ou caducar por condenação em processo criminal pelo mesmo

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facto, sem prejuízo da alteração, substituição ou revogação da medida cautelar nos termos gerais ou por aplicação de medida de coação de efeito equivalente.

Artigo 9.º Contraordenações

1 — Constitui contraordenação punível com coima: a) A violação do disposto no n.º 1 do artigo 3.º, no n.º 3 do artigo 4.º, no n.º 1 do artigo 5.º e nos n.ºs 1 e 3 do artigo 7.º; b) A violação do disposto no n.º 1 do artigo 4.º e dos n.ºs 1 e 2 do artigo 6.º;

c) A não prestação ou a prestação de informações falsas, inexatas ou incompletas, em resposta a pedido da entidade fiscalizadora;

d) A violação das medidas cautelares impostas pela entidade competente. 2 — A negligência e a tentativa são puníveis, nos termos gerais.

Artigo 10.º Coimas

1 — As contraordenações referidas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo anterior são puníveis com as seguintes coimas: a) Se praticadas por pessoa singular, coima mínima de 750 EUR e máxima de 20 000 EUR;

b) Se praticadas por microempresa, coima mínima de 2 500 EUR e máxima de 50 000 EUR;

c) Se praticadas por pequena empresa, coima mínima de 3 000 EUR e máxima de 150 000 EUR;

d) Se praticadas por média empresa, coima mínima de 4 000 EUR e máxima de 450 000 EUR;

e) Se praticadas por grande empresa, coima mínima de 5 000 EUR e máxima de 2 500 000 EUR. 2 — As contraordenações referidas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo anterior são puníveis com as seguintes coimas: a) Se praticadas por pessoa singular, coima mínima de 250 EUR e máxima de 7500 EUR;

b) Se praticadas por microempresa, coima mínima de 500 EUR e máxima de 10 000 EUR;

c) Se praticadas por pequena empresa, coima mínima de 750 EUR e máxima de 25 000 EUR;

d) Se praticadas por média empresa, coima mínima de 1 000 EUR e máxima de 100 000 EUR;

e) Se praticadas por grande empresa, coima mínima de 2 500 EUR e máxima de 500 000 EUR. 3 — Para efeitos da classificação da empresa como microempresa, pequena empresa, média empresa ou grande empresa, são utilizados os critérios definidos na Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão Europeia, de 6 de maio de 2003.

Artigo 11.º Sanções pecuniárias compulsórias

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1 — A entidade competente pode aplicar uma sanção pecuniária compulsória no caso de o agente não cumprir a decisão que impõe a adoção de medidas cautelares ou a decisão a que se refere o n.º 1 do artigo 8.º. 2 — A sanção pecuniária compulsória referida no número anterior consiste no pagamento de uma quantia pecuniária por cada dia de incumprimento que se verifique para além do prazo fixado para o cumprimento da obrigação. 3 — A sanção pecuniária compulsória é fixada segundo critérios de razoabilidade e proporcionalidade, atendendo ao volume de negócios do infrator realizado no ano civil anterior e ao impacto negativo causado no mercado e nos utilizadores pelo incumprimento, podendo o seu montante diário oscilar entre 2 000 EUR e 50 000 EUR. 4 — Os montantes fixados podem ser variáveis para cada dia de incumprimento no sentido crescente, não podendo ultrapassar, cumulativamente: a) Um período máximo de 30 dias;

b) O montante máximo acumulado de 1 500 000 EUR.

Artigo 12.º Legislação subsidiária

Às contraordenações previstas no presente decreto-lei aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação social, constante do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 356/89, de 17 de outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro.

Artigo 13.º Fiscalização, instrução e decisão dos processos

1 — Compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a fiscalização do cumprimento do disposto no presente decreto-lei e a instrução dos processos de contraordenação. 2 — A decisão de aplicação das coimas compete ao inspetor-geral da ASAE.

Artigo 14.º Destino do montante das coimas

1 — O produto das coimas e sanções pecuniárias compulsórias cobradas por infração ao disposto no presente decreto -lei reverte: a) Em 60% para os cofres do Estado;

b) Em 20% para a ASAE; c) Em 10% para a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE); d) Em 10% para o financiamento do mecanismo previsto no artigo 16.º, caso

exista. 2 — Caso não seja aplicável a alínea d) do número anterior, o produto do montante das coimas reverte para a ASAE.

Artigo 15.º Relatório de execução

A ASAE elabora, com uma periodicidade bienal, relatórios com indicação de todos os elementos estatísticos relevantes, relativos à aplicação do presente decreto-lei.

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Artigo 16.º Autorregulação

1 — Sem prejuízo do disposto no presente decreto -lei, as estruturas representativas de todos ou de alguns dos setores de atividade económica podem adotar instrumentos de autorregulação tendentes a regular as respetivas transações comerciais. 2 — Os instrumentos de autorregulação adotados nos termos do número anterior estão sujeitos a homologação pelos membros do Governo responsáveis pela área da economia e pelos setores de atividade representados nos referidos instrumentos. 3 — Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia e da agricultura podem criar um mecanismo de acompanhamento da autorregulação, por portaria, que também define as competências e o modo de funcionamento do mesmo. 4 — O financiamento do mecanismo de acompanhamento da autorregulação é assegurado exclusivamente pelas entidades que dele beneficiem, sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 14.º.

Artigo 17.º Validade dos contratos de fornecimento

1 — Todos os contratos de fornecimento vigentes à data de entrada em vigor do presente decreto-lei cessam no prazo máximo de 12 meses, salvo se, dentro daquele prazo, forem revistos e compatibilizados com o regime jurídico previsto no presente diploma. 2 — As cláusulas dos novos contratos que estejam em desconformidade com o regime jurídico previsto no presente decreto-lei são nulas.

Artigo 18.º Avaliação

1 — O acompanhamento da aplicação do presente decreto-lei compete à DGAE, cabendo-lhe elaborar e publicar, no final do segundo ano a contar da data da respetiva entrada em vigor, e posteriormente com uma periodicidade bienal, com base em dados fornecidos pela ASAE, um relatório sobre a execução do diploma. 2 — O relatório referido no número anterior deve incluir uma avaliação do mecanismo previsto para verificação da venda com prejuízo nos casos em que o desconto consista na atribuição de um direito de compensação em aquisição posterior de bens equivalentes ou de outra natureza.

Artigo 19.º Transição de processos

1 — Os processos contraordenacionais por infração ao Decreto-Lei n.º 370/93, de 29 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 10/2003, de 18 de janeiro, e 140/98, de 16 de maio, que se encontrem pendentes em fase de instrução na Autoridade da Concorrência no 30.º dia anterior à data da entrada em vigor do presente decreto –lei são remetidos oficiosamente à ASAE. 2 — Nos casos a que se refere o número anterior, os prazos processuais ou substantivos suspendem-se no 30.º dia anterior à data da entrada em vigor do presente decreto-lei, reiniciando -se a contagem no 30.º dia posterior à referida data.

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Artigo 20.º Norma revogatória

São revogados: a) O Decreto-Lei n.º 370/93, de 29 de outubro, alterado pelo Decretos-Leis n.ºs

140/98, de 16 de maio, e 10/2003, de 18 de janeiro; b) A alínea b) do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 10/2003, de 18 de janeiro.

Artigo 21.º Entrada em vigor

1 — O presente decreto-lei entra em vigor 60 dias após a data da sua publicação. 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o artigo 19.º do presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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Decreto-Lei n.º 220/2015

de 8 de outubro

O Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro, que aprova o regime aplicável às práticas individuais restritivas do comércio, veio dar resposta às dificuldades e limitações identificadas durante a vigência do Decreto-Lei n.º 370/93, de 29 de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 140/98, de 16 de maio, e 10/2003, de 18 de janeiro, transmitidas pelos operadores económicos, especialmente nos domínios da venda com prejuízo e das práticas negociais abusivas.

Neste sentido, o Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro, para além de procurar ultrapassar aquelas dificuldades e limitações, estabelece um regime contraordenacional dissuasor do incumprimento das suas normas, e prevê a possibilidade de adoção de medidas cautelares e de aplicação de sanções pecuniárias compulsórias.

De forma a assegurar que a aplicação prática do referido decreto -lei corresponde aos objetivos por ele visados, cometeu-se à Direção-Geral das Atividades Económicas a missão de acompanhar a respetiva aplicação e de elaborar e publicar, no final do segundo ano a contar da data da respetiva entrada em vigor, um relatório sobre a sua execução.

No entanto, no período que decorreu desde a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro, identificou-se desde logo a necessidade de clarificar algumas das suas normas.

Deste modo, e sem prejuízo da elaboração do referido relatório de execução, o presente decreto-lei vem precisar algumas das soluções do regime das práticas individuais restritivas do comércio, em especial no que respeita ao respetivo âmbito de aplicação e ao regime das vendas com prejuízo.

Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º

Objeto O presente decreto -lei procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro, que aprova o regime aplicável às práticas individuais restritivas do comércio.

Artigo 2.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro

Os artigos 2.º, 4.º, 5.º e 7.º do Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro, passam a ter a seguinte redação: (…)

Artigo 3.º Norma revogatória

É revogada a alínea c) do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 166/2013, de 27 de dezembro.

Artigo 4.º Entrada em vigor

O presente decreto -lei entra em vigor 60 dias após a data da sua publicação.

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