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Motivao, Incentivo e Crescimento
COLEO
GESTOEMPRESARIALEficincia e Sucesso para seus Negcios
Como motivar sua equipe
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SUMRIO
Apresentao...............................................................................4
Captulo 1
Motivao: todos tm ..................................................................6
Captulo 2
Quem faz a diferena.................................................................16
Captulo 3
A equipe faz a diferena.............................................................34
Captulo 4Procura-se um lder....................................................................60
Captulo 5
Comunicar preciso ..................................................................72
Captulo 6
E agora, Jos?...........................................................................88
Sobre o autor.............................................................................94
Referncias ................................................................................95
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Coleo Gesto EmpresarialComo motivar sua equipe Publicado
Como garantir a eficincia Prximo
Como deixar as contas em dia A publicar
Como cuidar de seu dinheiroA publicar
Como gerenciar pessoas A publicar
Como vender seu peixe A publicar
Como planejar o prximo passo A publicar
Como entender o mercado A publicar
Como usar a matemtica financeira A publicar
Como ser um empreendedor de sucesso A publicar
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APRESENTAO
A motivao profissional tema essencial para o dia-a-dia de
qualquer empresa. As pessoas precisam estar motivadas para
trabalharem mais felizes e alcanarem seu potencial pleno.
Como motivar sua equipe Motivao, Incentivo e
Crescimento mostra estratgias que funcionam e exemplos
do que deve ser evitado por uma empresa.
Aborda o papel do lder e a importncia do trabalho em equipe
para atingir o mximo de motivao. Tudo de uma forma clara,com uma linguagem simples e, ao mesmo tempo, envolvente.
AColeo Gesto Empresarial foi especialmente desenvolvida
para auxili-lo a aprimorar a gesto de seus negcios. Elaborados
e supervisionados por especialistas, os livros visam proporcionar
conhecimento em Finanas, Contabilidade, Marketing, Recursos
Humanos, Planejamento Estratgico e em muitos outros temasfundamentais para a administrao eficaz do negcio prprio.
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Todos os dias, pelo Brasil afora,
antes mesmo de o sol raiar, milha-
res de pessoas se acotovelam em
nibus, metrs, trens, vans e
outros meios de transporte super-
lotados, viajando diligentemente
rumo a seus postos de trabalho.
Um outro tanto no menos dili-
gente, um pouco mais tarde e com
mais conforto segue o mesmo
rumo. No final da tarde, em movi-
mento inverso, voltam todos para
suas casas, aps a jornada que
garante ou que, em tese, deveria
garantir seu sustento, a satisfa-
o de suas necessidades.
O que leva tantas pessoas a
enfrentar dificuldades, superar dis-
tncias, sobrepujar o cansao e
MOTIVAO: TODOS TMOnde est a felicidade? O que
motiva algum a superar as
dificuldades e vencer na vida?
Ser apenas a garantia de
sua sobrevivncia?
1
6
repetir dia a dia a mesma rotina?
Que impulso as impele? Que
razes as empurram? O que as
motiva para a ao? Ser somente
a garantia de sua sobrevivncia?
Porque umas, por mais que supe-
rem diariamente as dificuldades,
encaram-nas como um fardo, como
um peso nas costas. Outras, por
sua vez, estampam um orgulhoso
sorriso nos lbios, independente-
mente da complexidade de seu
trabalho. Como faz Juscelino.
Juscelino, que Juscelino?
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E l estava Juscelino,pilotando seu carrinhopara ganhar uns trocados.O garoto tambm eraengraxate, daqueles queraramente se vem, coma caixinha debaixo do brao.
Isso foi s o incio.Pode-se dizer que Juscelinofez um pouco de tudo.
Menino do morro
Provavelmente, voc j ouviu falar
da favela do Morro do Cantagalo,
em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Mais provvel ainda, que tenha
ouvido notcias nada alvissareiras
sobre trfico de drogas, tiroteios e
violncia. Pois foi nessa favela que,
em 1957, nasceu uma pessoa que
se tornou um exemplo: Juscelino.
A origem do nome no poderia ser
outra: uma homenagem ao ento
presidente da Repblica Juscelino
Kubitschek. Mais do que isso: como
foi um parto de trigmeos Sara e
Marcia dividiram o espao na bar-
riga da me , as boas-vindas cou-
beram ao prprio JK. Isso mesmo!
Como trigmeos eram uma rarida-
de na poca em que no havia fer-
tilizao in vitro, os recm-nascidos
foram batizados pelo presidente
da Repblica.
Exemplo de superao
Como tantos outros brasileiros, o
pequeno Juscelino comeou a tra-
balhar cedo. Aos 7 anos j empur-
rava carrinhos de feira. Para quem
no sabe, esses carrinhos eram fei-
tos pelos meninos do morro com
rodinhas de rolim e at direo.
Uma madeira de caixa de bacalhau
formava o ba, dentro do qual se
colocavam as compras das clientes.
E l estava Juscelino, pilotando
seu carrinho para ganhar uns tro-
cados. O garoto tambm era
engraxate, daqueles que raramen-
te se vem, com a caixinha debaixo
do brao. Isso foi s o incio.
Pode-se dizer que Juscelino fez um
pouco de tudo. Trabalhou como
estoquista, aougueiro, ajudante
de cabeleireiro... Sempre trabalhou
muito e bem.
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Para o que der e vier
Por uma poca, um pouco mais de
vinte anos atrs, era comum ver
Juscelino, de madrugada, como
gari, varrendo as ruas de Ipanema;
ao amanhecer, ele se transformava
em entregador de jornais; depois,
virava faxineiro; e, nos fins de
semana, vendia refrigerante e cer-
veja na praia, atividade que man-
tm at hoje. Quando aparecia
uma festa, ento, l estava ele
como garom.
Com um sorriso sempre estampa-
do nos lbios, Juscelino o tipo
de pessoa que logo conclumos:
esse cara pau para toda obra.
O que a trajetria dele tem a ver
com este livro? Tudo!
De pessoa para pessoa
So exemplos como esse que mos-
tram que existe algo alm de tra-
balhar para viver. Este exatamen-
te o propsito aqui: discutir a moti-
vao das pessoas, ilustrando com
histrias de personagens muitas
vezes incomuns, mas que levam a
vida como a maioria de ns e que,
ainda assim, so felizes com o
que fazem.
A grande pergunta a ser respondi-
da a seguinte: normal ser feliz
no trabalho? Apostamos que sim,
mesmo que para isso seja necess-
rio um empurrozinho, uma
pequena ajuda.
Ao final do livro, esperamos que
voc saiba como encontrar esta to
falada motivao e que tambm
esteja disposto (ou disposta!) a dar
uma mo queles que ainda no
descobriram o caminho da felicida-
de no trabalho.
Motivao prova
A natureza humana um bom
comeo para falar sobre motivao.
Seramos ns, seres humanos, uma
A grande pergunta a serrespondida a seguinte: normal ser feliz notrabalho? Apostamosque sim, mesmo que paraisso seja necessrio umempurrozinho, umapequena ajuda.
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foco da questo. O importante
que essa uma concluso
mais razovel.
E, se faz sentido para ns, huma-
nos, tambm pode ter a ver
quando o assunto so nossos
amigos inseparveis, os ces
de estimao.
Do poodleao pit bull
Sim, eles mesmos, os ces. Pode
parecer esquisito falar deles aqui,
mas voc vai logo entender essa
relao e vai se surpreender!
As raas domesticadas so uma
criao humana ao longo de vrias
geraes. Partindo dos lobos que
so os ancestrais selvagens dos
cachorros , foram realizados suces-
sivos cruzamentos num processo
chamado seleo artificial.
Do lado oposto ao dos behavoris-
tas, alinharam-se as pessoas que
acreditavam na pr-programao
ao nascer, para as quais no have-
ria por que perder tempo com
estmulos para mudar o imutvel
ou moldar o que j estaria natu-
ralmente moldado. Seria um
esforo intil, uma vez que os
comportamentos j estariam
geneticamente determinados
em outras palavras, o velho
ditado do pau que nasce torto
nunca se endireita.
Dois pesos, duas medidasFelizmente, hoje em dia, a discus-
so entre bilogos, psiclogos e
antroplogos evolucionistas se
concentra no equilbrio entre as
caractersticas hereditrias e a
influncia do meio. Ou seja, para
eles, somos tanto moldados quan-
to pr-programados.
Qual a proporo disso, se 50%
para cada lado, se a balana
pende um pouco mais para um
lado a influncia do meio ou as
caractersticas herdadas , no o
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Com os cruzamentos, seleciona-
ram-se determinadas caractersticas
como inteligncia, docilidade ou
agressividade, porte, aparncia fsi-
ca e outras tantas que, ao longo
do tempo, resultaram nas diversas
raas que conhecemos.
Do pinscherao dobermann, do
poodleao dinamarqus, todos
esses candeos so conseqncia de
um processo de seleo artificial
diga-se de passagem, isso ocorreu
de forma muito mais acelerada do
que a seleo natural, pela qual
sobrevive a espcie mais bem-
adaptada ao meio.
No processo desenvolvido pelo
homem, surgiram raas como a do
polmico pit bull, que vamos usar
como uma alegoria para com-
preender um pouco melhor o sig-
nificado do debate criao huma-
na versusnatureza.
Cada vez que noticiado um ata-
que de pit bulla uma pessoa, vem
tona a discusso sobre a raa ser
agressiva, violenta e incontrolvel.
Alguns criadores argumentam que
o comportamento do pit bull,
assim como o de qualquer outro
co, fruto exclusivamente do tra-
tamento que recebe de seus
donos. Como behavioristas cani-
nos e aproveitando para para-
frasear J.B. Watson , eles concor-
dariam, pelo menos em tese, com
a provocao abaixo:
Dem-me uma dzia de ces,
bem-nascidos, bem formados, que
garanto escolher qualquer um ao
acaso e transform-lo em co de
guarda, de caa, guia de cegos...
Independentemente da raa de
seus ancestrais. Resumindo: dem-
me um poodleque eu o transfor-
mo em um pit bulle vice-versa!
No processo desenvolvidopelo homem, surgiramraas como a do polmicopit bull, que vamos usarcomo uma alegoria paracompreender um poucomelhor o significado do
debate criao humanaversusnatureza.
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Boto liga-desliga
J para o coro daqueles que pode-
ramos classificar como determinis-
tas genticos, defensores de medi-
das extremas, como a esterilizao
dos pit bulls, no h boa criao
capaz de neutralizar o instinto
assassino. A raa violenta e
ponto final.
No meio termo, h quem diga que
esses ces tm inteligncia e com-
pleio fsica superiores e demons-
tram extrema lealdade ao dono.
Agressivos, sim, mas apenas em
relao a outros animais afinal,
foram criados para serem ces de
combate, oras!
Argumentam que, embora no
seja de sua natureza partir para
cima de humanos, a compulso
natural para o ataque pode aflo-
rar quando o animal submetido
a um processo de criao em
ambiente hostil.
Segundo essa anlise, poderamos
afirmar que os pit bullstm, sim,
uma carga gentica que lhes con-
fere uma propenso agressivida-
de, e esse instinto latente nunca
ir abandon-lo.
Dependendo da maneira como for
criado, essa propenso capaz de
funcionar como uma chave liga-
desliga. Estar desligada se ele for
tratado com carinho e ateno.
Estar ligada quando for tratado
com hostilidade. Como na discus-
so a respeito da natureza huma-
na, a proporo entre a heredita-
riedade e o ambiente permanece
uma incgnita entre os pit bulls
mas, a julgar pelos ataques a pes-
soas, o boto da agressividade
parece bastante sensvel e pode ser
ligado com certa facilidade.
Algo em comum
Muito bem, falamos de natureza
humana e canina, de criao e
Falamos de natureza humanae canina, de criao ehereditariedade, mas o quetudo isso tem a ver com asua, a nossa motivao?E como isso pode ajudar amotivar outras pessoas?
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hereditariedade, mas o que tudo
isso tem a ver com a sua, a nossa
motivao? E como isso pode aju-
dar a motivar outras pessoas?
Ser que, como os pit bulls,
no guardamos dentro de ns,
em maior ou menor escala,
algumas caractersticas em
comum? Segundo o jornalista
Robert Wright, sim.
Os antroplogos darwinistas de
hoje, ao estudarem os povos do
mundo, focalizam menos as dife-
renas superficiais entre as cultu-
ras do que as unidades profundas.
Sob a colcha de retalhos mundial
de rituais e costumes, eles identifi-
cam padres recorrentes na estru-
tura da famlia, da amizade, de
poltica, moralidade e corte.
Acreditam que o traado evolutivo
dos seres humanos explica tais
padres: por que as pessoas de
todas as culturas se preocupam
com o statussocial (freqente-
mente mais do que se do conta);
por que as pessoas de todas as cul-
turas no somente mexericam,
como mexericam sobre as mesmas
coisas; por que, em todas as cultu-
ras, homens e mulheres aparente-
mente diferem em alguns pontos
bsicos; por que as pessoas em
todo o mundo se sentem culpadas,
e em circunstncias geralmente
previsveis; por que as pessoas em
todo o mundo tm um profundo
senso de justia, a tal ponto que
as mximas O bem com o bem se
paga e Olho por olho, dente por
dente moldam a vida em todos os
lugares deste planeta (...).
Tomamos como certos elementos
da vida tais como gratido,
vergonha, remorso, orgulho,
honra, retribuio, empatia, amor
e assim por diante, da mesma
forma que tomamos como certo o
ar que respiramos.2
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Juntando os pontos
Vamos amarrar os pontos vistos
at agora. Ao relacionar o par-
grafo anterior ao dia-a-dia das
empresas, podemos nos perguntar:
no seria correto dizer que em
todas as empresas, em qualquer
parte do mundo, as pessoas se
preocupam com o statussocial,
mexericam (ser que existe alguma
empresa em que no haja fofo-
ca?), sentem-se culpadas ou cul-
pam os outros, retribuem o bem
com o bem e o mal com o mal,
apresentam certas caractersticas
em comum, mas que diferem umas
das outras em funo de sua
herana gentica e do meio em
que foram criadas? Parece que sim.
E, apimentando um pouco o
debate, nem tudo so flores em
nossa natureza.
O altrusmo, a compaixo, a
empatia, a conscincia, o senso de
justia tudo isso que mantm a
sociedade coesa, que permite
nossa espcie pensar to bem de si
mesma , agora, podemos afirmar,
confiantes, que possuem uma sli-
da base gentica. Essa a boa
notcia. A m notcia que (...)
vemos agora, com maior clareza
que nunca, como (e precisamente
por que) os sentimentos morais so
usados com total flexibilidade,
ligados e desligados de acordo
com interesses pessoais (...). Os
seres humanos so uma esplndida
espcie em sua variedade de equi-
pamento moral, trgica em sua
propenso de us-lo mal, e patti-
ca em sua ignorncia constitucio-
nal desse mau uso.3
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Um desafio e tanto
Nem pense em ficar desanimado
com o final do pargrafo anterior.
Para motivarmos os outros,
necessrio, em primeiro lugar,
conhecer um pouco da natureza
humana, suas virtudes e seus defei-
tos. Afinal, s para lembrar: no
somos todos totalmente bonzi-
nhos. Claro que sabemos disso,
mas, s vezes, difcil admitir.
Nosso grande desafio daqui para
frente ser descobrir o melhor
modo de desenvolver um ambien-
te profissional que estimule o lado
cooperativo, leal, justo e conscien-
te da natureza humana. Tudo em
consonncia com um sistema que,
respeitando as diferenas existen-
tes em cada um, identifique e sin-
tonize corretamente os botes
de cada indivduo, de acordo com
suas caractersticas, expectativas
e necessidades.
Uma empreitada nada fcil, que
vai exigir que conheamos muito
bem nosso eleitorado nosso pes-
soal , como veremos nos captulos
a seguir.
O que voc viu no captulo 1
> A influncia externa e os fatores pre-determinados para a formao da pessoa.1
> O despertar da motivao a partir deum ambiente de trabalho estimulante.2
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O Mercado Municipal de So Paulo
um verdadeiro paraso para os
apaixonados por culinria. So
dezenas de bancas que vendem
uma imensa variedade de queijos,
azeites, pescados, carnes, frutas,legumes e especiarias impecavel-
mente bem-dispostas, com uma
tima relao custo-benefcio, dis-
putando palmo a palmo, pedido a
pedido, a preferncia dos milhares
de visitantes dirios. O Mercado,
como conhecido, tem fama tam-bm pelos enormes sanduches de
mortadela e pelos saborosssimos
pastis de bacalhau. Ali a competi-
o ferrenha, e cada banca, sua
maneira, busca incansavelmente a
conquista e manuteno de clientes.
QUEM FAZ A DIFERENA
Como fazer as pessoas
atingirem um alto grau de
motivao? Existe uma frmula
para que todos encontrem
prazer no trabalho?
16
Vendedor famoso
Faz algum tempo que este autor
tem como banca preferida a Levi
Queijos. Seu Levi um dos cones
do Mercado com seus quase qua-
renta anos de dedicao.
Em sua banca, fundada h cerca de
dez anos, notvel a boa vontade,
a prontido e a cortesia dos funcio-
nrios. Desde a primeira compra, fui
atendido por Alosio, um vendedor
extremamente simptico, falante,
que conhece todo mundo e que,como me contou, atende apenas
entre quarenta a cinqenta clientes
por dia. Tudo para servi-los bem.
Sou testemunha de que ele cumpre
com o que diz.
Com o passar do tempo, descobri
que aquele vendedor to atenciosoera tambm um dos mais famosos
do Mercado. Alosio j havia dado
entrevistas a jornais, revistas e at
aparecido em programas de televi-
so. Os clientes, literalmente, fazem
fila para serem atendidos por ele.
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Tudo indica que seu Leviencontrou o balano ideal
para a motivao de seus
funcionrios ao criar uma
atmosfera de confiana,
na qual o tratamento
dispensado aos funcionrios
se reflete no atendimento aocliente, ao mesmo tempo
que encontra o que os
motiva individualmente.
Liberdade de ao
Um dia, perguntei o que o motivava
a ser como era e a trabalhar com
tamanha disposio.
A resposta dele:
Liberdade total! Aqui eu sou ven-
dedor, comprador, sou eu que arru-
mo a banca, posso dar descontos,
fazer promoes... Eu posso fazer o
que quiser. Estou com seu Levi faz
nove anos. Ele confia em mim, e eu
trabalho como se a banca fosse
minha. Ah, o salrio tambm
muito bom.
Para quem tiver a oportunidade de
visitar o Mercado, vale a pena
conhecer essa banca, porque, como
diz seu Levi, nem s de po vive
o homem.
Olho por olhoLembrando o captulo anterior, tudo
indica que seu Levi encontrou o
balano ideal para a motivao de
seus funcionrios ao criar uma
atmosfera de confiana, na qual o
tratamento dispensado aos funcio-
nrios se reflete no atendimento ao
cliente, ao mesmo tempo que
encontra o que os motiva individual-mente. Confiana retribuda com
confiana, liberdade retribuda com
responsabilidade, valorizao retri-
buda com orgulho, literalmente
olho por olho, dente por dente, no
melhor sentido da expresso.
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No seja ingnuo
Liberdade total era tudo o que o
vendedor Alosio queria para tra-
balhar, e ele a encontrou. No
vamos, no entanto, dar uma de
Poliana, ser ingnuos e pensar que
basta confiar e conceder liberdade
s pessoas que elas sempre retri-
buiro altura. Estaramos pen-
dendo demais para o behavioris-
mo, apostando todas nossas fichas
no ambiente da empresa.
claro que nem todos retribuiro
da mesma forma. Afinal, motiva-
o no receita de bolo. Haver
decepes, pessoas que no sero
dignas de confiana e diferentes
nveis de contribuio, porque, por
mais que tenhamos muito em
comum uns com os outros, nossas
caractersticas individuais muitas
vezes falam mais alto.
O que fazer, ento, para que pes-
soas como Juscelino e Alosio tra-
balhem conosco? Como desenvol-
ver outros Juscelinos e Alosios?
Motivao coletiva
Em primeiro lugar, vamos abordar
o aspecto coletivo da motivao,
recorrendo hierarquia das neces-
sidades e ao ciclo motivacional.Assim, mais tarde, poderemos dar
ateno sintonia fina da motiva-
o individual.
Uma das teorias motivacionais
mais conhecidas, a Hierarquia das
Necessidades, foi desenvolvida
por Abraham Maslow. As necessi-dades humanas, de acordo com
esse autor, so dispostas como
numa pirmide, na qual as mais
baixas formam sua base, enquanto
no topo situam-se as mais sofistica-
das e intelectualizadas.
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Auto-realizao
Trabalho criativo
e estimulante.
Autononia e participao
nas decises.
A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES
DE MASLOW4
Estima
Reconhecimento e orgulho.
Responsabilidade. Oportunidade.
Sociais
Amizade dos colegas. Esprito de equipe.
Ambiente amigvel.
Segurana
Condies seguras no trabalho.
Remunerao e benefcios. Estabilidade no emprego.
Fisiolgicas
Intervalos para descanso.
Conforto. Horrio.
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ger-se de qualquer perigo real ou
imaginrio. Como as necessidades
fisiolgicas, as de segurana tam-
bm esto intimamente ligadas a
nossos instintos de sobrevivncia.
No ambiente organizacional, dada
a dependncia do indivduo com a
empresa, as necessidades de segu-
rana assumem uma grande impor-
tncia. Decises arbitrrias, incoe-
rentes ou inconsistentes podem
levar as pessoas a se sentirem inse-
guras quanto sua permanncia
ou no na empresa.
Nesse sentido, todo cuidado
pouco com os modismos empresa-riais, com o cardpio do dia das
prticas adotadas. Novas idias,
claro, so sempre bem-vindas, mas
h que se ter coerncia, consistn-
cia. Mais importante ainda em
relao coerncia o que os
ingleses chamam de Walk on YouTalk(andar sobre suas palavras).
Guarde muito bem essa expresso
e a pratique seguidamente, por-
que no d para falar em empo-
wermentou meritocracia em um
ambiente marcado, ou percebido,
Agora, vamos analisar cada um dos
nveis da pirmide, a partir da base
at o topo.
Necessidades fisiolgicas
So as necessidades biolgicas ou
bsicas, que exigem satisfao ccli-
ca e incessante para garantir a
sobrevivncia do indivduo.
Embora comuns a todas as pessoas,
necessidades como alimentao,
sono e repouso, abrigo e sexo exi-
gem nveis diferentes de satisfa-
es individuais.
A principal caracterstica das neces-
sidades elementares sua premn-cia, sua dominncia sobre as outras
necessidades. Uma pessoa com
fome, por exemplo, no ter outra
preocupao a no ser alimentar-
se. Contudo, uma vez satisfeitas,
essas necessidades deixam de
ditar o comportamento humano,deixam de ser um fator motivacio-
nal importante.
Necessidades de segurana
No segundo nvel das necessidades
humanas, as pessoas buscam prote-
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pelo favoritivismo, pela discrimina-
o. Incoerncia gera insegurana,
e a insegurana pode desligar
aquele boto da cooperao e
ligar o da individualidade ou,
trocando em midos, morreu,
morreu, antes ele do que eu.
A associao com outraspessoas faz parte de nossa
natureza de animais sociais.
Assim, necessitamos, alm
da interao com o grupo,
de aceitao por parte
dos colegas, de laos de
amizade, de afeto, de amor.
Necessidades sociais
A associao com outras pessoas
faz parte de nossa natureza de
animais sociais. Assim, necessita-mos, alm da interao com o
grupo, de aceitao por parte dos
colegas, de laos de amizade, de
afeto, de amor. Necessidades
sociais insatisfeitas ativam, por
assim dizer, resistncia, hostilidade
e relaes antagnicas, que con-
duzem geralmente frustrao.
Isso no quer dizer que as empre-
sas devam ser como um clube de
campo, onde vamos para encon-
trar os amigos, bater papo e forta-lecer os laos de amizade. Nem
tanto ao cu nem tanto terra.
Entretanto, aqueles que pensam
que a empresa no lugar para
amizade certamente e, infelizmen-
te, tero poucas chances de criar
um ambiente no qual as necessi-dades sociais estejam satisfeitas.
Pode-se pensar que as necessida-
des fisiolgicas e de segurana j
sejam o bastante, mas o caminho
para a motivao um pouco
mais longo.
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Necessidades de estima
So aquelas relacionadas ao reco-
nhecimento, aprovao social, ao
statusdo indivduo dentro de um
grupo. A satisfao das necessida-
des de estima, que envolve auto-
confiana e auto-estima, conduz a
sentimentos de valor, prestgio,
poder, responsabilidade e capaci-
dade de realizao.
Por outro lado, a no-satisfao
dessas necessidades implica frustra-
o, prostrao, sentimento de
inferioridade e desnimo com
reflexos imediatos na produtivida-
de individual.Assim, devemos estar sempre aler-
tas com nossas atitudes e tambm
com a mania de certos chefes ou
superiores de dar broncas em
pblico, de baixar o sarrafo na
frente de todo mundo.
Elogios, sim, mas as crticas, princi-palmente as mais severas, ou
duras, devem ser feitas individual-
mente. Ningum gosta de se sentir
diminudo na frente dos outros e,
muito menos, perante o grupo de
que faz parte.
Necessidades de
auto-realizao
No topo da pirmide de Maslow,
esto situadas as necessidades mais
elevadas do ser humano, aquelas
que impulsionam as pessoas a rea-
lizar todo seu potencial, a se
desenvolver continuamente ao
longo de sua vida.
So aquelas necessidades que sem-
pre nos levam a buscar o melhor e
a superar limites, impulsionadas
por uma insatisfao latente que
impede o comodismo e nos faz
almejar incansavelmente a plenitu-
de de nosso desenvolvimento, denosso talento.
Devemos estar sempre
alertas com a mania de
certos chefes ou superiores
de dar broncas em pblico,
de baixar o sarrafo na
frente de todo mundo.
Elogios, sim, mas as crticas,
principalmente as mais
severas, ou duras, devem
ser feitas individualmente.
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Constataes
De acordo com Maslow,5 e toman-
do por base a pirmide das neces-
sidades, as seguintes premissas se
tornam vlidas:
As necessidades bsicas se mani-
festam em primeiro lugar, e as pes-
soas procuram satisfaz-las antes
de se preocupar com as de nvel
mais elevado.
Uma necessidade de uma catego-
ria qualquer precisa ser atendida
antes que a necessidade da cate-
goria seguinte se manifeste.
Uma vez que atendida, a
necessidade perde sua fora moti-
vadora, e a pessoa passa a ser
motivada pela ordem seguinte
das necessidades.
Quanto mais elevado o nvel
das necessidades, mais saudvel
a pessoa .
O comportamento irresponsvel
sintoma de privao de necessi-
dades sociais e de estima. O com-
portamento negativo sintoma de
m administrao.
H tcnicas de administrao
que satisfazem s necessidades
fisiolgicas, de segurana e sociais.Os gerentes podem trabalhar no
sentido de possibilitar que as
necessidades de estima e auto-
realizao (de ciclo mais longo,
como veremos) sejam satisfatoria-
mente atendidas.
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Teoria dos Dois Fatores
Em uma classificao um pouco
diferente da utilizada por Maslow
mas, basicamente, com a mesma
coerncia, Frederick Herzberg
desenvolveu a Teoria dos Dois
Fatores. So eles: fatores higini-
cos e fatores motivacionais.6
Fatores higinicos
So todos os fatores que se refe-
rem s condies de trabalho e ao
ambiente profissional, incluindo
salrio, benefcios, gerenciamento
do grupo, condies fsicas e
ambientais para o desempenho daatividade e todo o conjunto de
normas e diretrizes da empresa.
Uma vez que os fatores listados
so de responsabilidade da orga-
nizao, os indivduos no tm
controle sobre eles.
Tradicionalmente, apenas os fato-
res higinicos eram levados em
considerao pela empresa como
intrumentos de motivao.
Acreditava-se que salrios e
benefcios maiores ou, ao
contrrio, a perspectiva de
perda do salrio e dos benefcios
estimulavam, por motivao
positiva ou negativa, respectiva-
mente, as pessoas a
contriburem mais oumenos com a empresa
em questo.
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Entretanto, a grande caractersti-
ca dos fatores higinicos que,
quando eles se situam em nveis
bons ou timos, apenas evitam a
insatisfao. Ou seja, no so
capazes de criar a satisfao.O contrrio de insatisfao no-
insatisfao, que diferente de
satisfao. Herzberg chamou
esses fatores de higinicos exata-
mente pelo carter de preveno,
de no gerar algo negativo.
Fatores motivacionais
Diferentemente dos higinicos, os
fatores motivacionais tm relao
com o contedo, a natureza do
trabalho executado. Esto, portan-
to, sob o controle de quem o exe-cuta, ligados a confiana, reconhe-
cimento, auto-realizao e possibi-
lidade de crescimento.
Em suma, na Hierarquia das
Necessidades, estariam bem pr-
ximos ao topo da pirmide.
Onde se passou no vem ao caso, mas a
empresa existe e, para se ter uma idia do
ambiente, um amigo demorou seis meses
at resolver deixar a escova de dentes na
gaveta de sua mesa, porque achava que no
voltaria ao trabalho no dia seguinte. Ele ficou
alguns anos l e presenciou duas das piores
prticas que j ouvi falar.
A primeira foi quando o chefe do departa-
mento passou uma listinha para que todos
os funcionrios contribussem para a compra
dos livros universitrios de seu filho.
Extorso em primeiro grau, valendo-se da
insegurana de cada um nota zero para os
fatores higinicos.
A outra, pior ainda, foi a instituio de um
reconhecimento para o pior vendedor do
ms, o Prmio Penico de Ouro.
A humilhante premiao era feita nas reu-
nies de venda na frente de todos os funcio-
nrios do departamento. D para imaginar o
que acontecia com a auto-estima dos agra-
ciados com o trofu? Sim, existia um trofu!
E o ambiente no grupo? E a insegurana de
cada um? Qualquer semelhana com crian-
as com chapu de burro na escola
mera coincidncia? Que tipo de produtivida-
de pode haver em um ambiente assim?
Merece nota zero tambm para os
fatores motivacionais.
Uma triste histria real
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Tudo a seu tempo
Cada uma das necessidades, sejam
elas higinicas ou motivacionais,
apresenta um ciclo equivalente
distncia entre a necessidade e sua
satisfao diferente de tempo.
O ciclo motivacional tem incio
com a tenso pela necessidade no
atendida. Essa tenso gera um
comportamento ou uma ao pela
busca da satisfao, at que a
necessidade seja finalmente satis-
feita e tudo comece outra vez ou
seja, o ciclo se reinicie.
Necessidade imediata
Necessidades como as fisiolgicas
caracterizam-se por um ciclo bas-
tante rpido. A fome, por exem-
plo, gera um estado de tenso, um
mal-estar, que induz a um compor-
tamento de busca imediata pela
comida se no fosse premente
nos alimentarmos, no estaramos
sequer vivos. Uma vez concluda a
refeio, a necessidade satisfeita,
o que nos mantm em um estado
de equilbrio dinmico at que a
fome se manifeste outra vez.
Sonho de uma vidaOutras necessidades, como as de
auto-realizao, podem durar uma
vida inteira para se concretizar.
Algumas talvez nem cheguem a
ser atendidas. Ainda assim, conti-
nuam a nos mover por meio de
sonhos e ideais.Imagine uma necessidade de auto-
realizao. Numa analogia com a
pirmide de Maslow, pensemos no
desejo de um alpinista.
Eu quero chegar ao topo daquela
montanha (tenso).
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Eu vou me preparar fsica e psico-
logicamente como nunca, por
meses a fio, para conseguir che-
gar l (comportamento). Estou
morrendo de cansao, minhas
pernas esto bambas, sinto falta
de ar, mas estou quase chegandol (comportamento). Consegui,
finalmente alcancei o topo!
(auto-realizao).
Provavelmente, l em cima outro
ciclo j tem incio: Agora eu quero
chegar ao topo da montanha
mais alta da Amrica do Sul, e
assim sucessivamente.
Para atletas de alta performance, o
ciclo pode envolver o intervalo de
tempo entre duas competies
importantes, entre duas
Olimpadas ou o tempo at a prxi-ma maratona. Durante todo o ciclo,
o comportamento de dedicao
integral aos treinamentos e, como
no exemplo da histria descrita no
quadro acima, somos capazes de
tudo para buscar a auto-realizao.
Nas Olimpadas de 1984, em Los Angeles,
na prova de maratona feminina, o mundo viu
a norte-americana Joan Benoit superar a
rival e favorita norueguesa Grete Waitz, que,
por sua vez, a havia superado em 10 das
ltimas 11 provas.
Entretanto, para muitos, a imagem maisduradoura da prova, por seu exemplo de
perseverana e resignao, atribuda
sua Gabrielle Andersen-Scheiss que, nesse
mesmo dia, se arrastou cambaleante pelos
400 metros finais da prova, por intermin-
veis 7 minutos, totalmente prostrada.
Incentivada pelos gritos da multido, sem
aceitar ajuda, Gabrielle cruzou a linha de
chegada de forma dramtica, trpega e com
dores quase insuportveis, movida apenas
pelo desejo de concluir a prova. Seu corpo
quase no respondia mais.
Gabrielle chegou ao final da prova completa-mente castigada pelos efeitos do intenso
calor daquele dia. Foi o 37o lugar mais
aplaudido da histria das Olimpadas. At
hoje, muita gente, dentre as quais eu me
incluo, arrepia-se ao assistir ao vdeo ou ao
ver uma foto da atleta.
A busca insacivel da auto-realizao
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Haja motivao!
muito importante observar o
ciclo de cada necessidade na cons-
tante tarefa de motivar os outros.
A insegurana ou a necessidade de
segurana pode aparecer de uma
hora para outra, fruto de atitudes
como a do exemplo do penico de
ouro (veja pg. 25). Isso pode
jogar por gua abaixo, apagar
toda uma histria, todo um cami-
nho de confiana estabelecido ao
longo do tempo.
Expectativa frustrada
Por outro lado, h satisfaes denecessidades que sero frustradas.
Nem todos tero sempre suas
necessidades satisfeitas, simples-
mente porque no existe espao
para promover todo mundo.
Em casos especficos, como a
expectativa frustrada de uma pro-moo ou de um incremento sala-
rial, deve-se explicar muito bem o
motivo da no-realizao. Assim,
cria-se a oportunidade para que a
frustrao de hoje se transforme
na motivao de amanh.
Ciclo motivacional
Reconhecer, recompensar, explicar,
mostrar caminhos alternativos so
atitudes que fazem com que o
ciclo da motivao esteja sempre
girando em sintonia com os objeti-
vos empresariais.
Se hoje voc no chegou ao topode sua montanha pessoal, que tal
se preparar melhor, realizando
isso, aquilo e aquilo outro, para a
prxima escalada? Eu estou aqui
para ajud-lo.
Isso no seria uma atitude mante-
nedora da motivao mesmo apsuma frustrao?
Da prxima vez em que voc pen-
sar em meios para motivar seus
funcionrios, preste ateno nos
quadros da pgina seguinte elabo-
rados por Maslow.7
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Ou seja, se quiser desmotivar
algum no sei por que faria
isso, mas tem gente que gosta ,
faa a pessoa se sentir como na
tabela acima. J, se quiser investir
seu tempo no que categoricamen-
te os seres humanos esto buscan-
do, procure inspirao abaixo.
Ser nada (prefere ser alguma coisa)
No ser apreciado
Ser dominado, manipulado
Ser pressionado, ser determinado por outros
Ser mal compreendido
Ser ridicularizado
Ser uma figura ridcula dominada por outros (ser tratado como objeto e no como pessoa; ser
citado como exemplar e no como singular)
Ser mandado, forado
No ser respeitado
No ser temido, ser usado, explorado, controlado
Ser indefeso, obediente, subserviente, ser um homem intercambivel, uma coisa
O que o ser humano evita pontos para abaixar a auto-estima
Ser desbravador (autodeterminao)
Ter controle sobre o prprio destino (determinar os prprios movimentos) Ser capaz de planejar, realizar e obter xito (esperar sucesso)
Gostar de responsabilidade ou assumir qualquer nvel de responsabilidade com boa vontade
(vivenciar a si mesmo como algum que toma as prprias decises)
Ser ativo e no passivo (ser uma pessoa e no uma coisa)
Ter autonomia (iniciativa)
Ser realizador (fazer com que as pessoas reconheam suas capacidades de forma justa)
O que o ser humano busca pontos para elevar a auto-estima
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De volta banca de queijos
Voltando banca de queijos de
seu Levi, que concluses pode-
mos tirar sobre o vendedor Alosio,
aps conhecer os fatores que
levam motivao ou frustrao
das pessoas?
Tomando como base a pirmide de
Maslow, temos os seguintes nveis
a analisar:
Nvel 1
Como Alosio comentou que o
salrio dele era bom, possvel
intuir que suas necessidades fisio-
lgicas, a base da pirmide deMaslow, esto satisfeitas.
Nvel 2
O fato de o vendedor trabalhar no
mesmo lugar h quase dez anos
est diretamente relacionado
estabilidade no emprego.Portanto, deve significar que, no
quesito segurana, Alosio est
muito bem servido, obrigado.
Nvel 3
Ao trabalhar com um grupo de
colegas razoavelmente constante,
ser aceito pelos companheiros e
ter o apoio e a confiana de seu
Levi parecem indicar que as neces-
sidades sociais de Alosio tambm
esto satisfeitas.
Nvel 4
Com relao s necessidades de
estima, parece no haver dvida: o
reconhecimento dos clientes, dos
colegas e de seu Levi deixam
Alosio com uma alta dose de
autoconfiana e com uma tremen-
da capacidade de realizao.
Nvel 5
E, quanto s necessidades de auto-
realizao, o mais elevado nvel da
pirmide? Lembra-se do que o
vendedor falou? Liberdade total!!
Autonomia, iniciativa, ser ativo,
autodeterminao esto bem deacordo com o que os seres huma-
nos buscam segundo Maslow. Em
uma pardia ao anncio do carto
de crdito, ser reconhecido como
o melhor vendedor do Mercado
no tem preo....
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Aconteceu comigo em um supermercado de
So Paulo. Num dia que fizemos compras,
estvamos sem carro e pedimos que entre-
gassem em casa. Ficamos esperando.
O tempo foi passando, e comeamos a nos
preocupar com os laticnios, as carnes e
outros perecveis que havamos comprado.Telefonamos para o supermercado.
Dali a pouco, vi pela janela dois funcionrios
saindo de um txi com as nossas compras.
Logo que chegaram, a funcionria Edileide
me explicou que eu no precisava me preo-
cupar com os perecveis, porque ela havia
guardado todos no refrigerador to logo per-
cebeu que o veculo de entrega no estava no
local isso se chama iniciativa. Ela me con-
tou tambm que, assim que ligamos, se diri-
giu ao gerente e lhe disse que, se havia sido
combinada a entrega, o servio no podia
esperar. Ento, a funcionria sugeriu que
a entrega fosse realizada por txi. O
gerente concordou.
Iniciativas como essa s funcionam em um
ambiente que as estimulam, que as respal-
dam e em que as pessoas sejam incentiva-das, motivadas a assumir responsabilidades
e, quando as assumem como fez Edileide
, recebem o apoio e o comprometimento
da chefia.
Iniciativas assim fazem a diferena. Para que
sua empresa tambm faa a diferena, esti-
mule, desenvolva, apie as Edileides
que esto presentes dentro de cada um de
seus funcionrios.
O fator Edileide um poderoso diferencial
competitivo. Palavra de cliente.
O fator Edileide
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O vendedor de Ipanema
E quanto a Juscelino, o vendedor
de Ipanema? Por certo, a luta para
satisfazer as necessidades bsicas
bastante dura, mas ele j est
acostumado a super-las constan-
temente. Para fazer frente s
necessidades de segurana, ele
adotou a estratgia do pau pra
toda obra: tornar-se faxineiro
quando no d praia, trabalhar
como gari de madrugada e, j que
est acordado mesmo, por que
no aproveitar para entregar jor-
nais no raiar do dia?
Ser conhecido como um cara boa-praa tanto no morro quanto no
asfalto tambm contribui para que
o vendedor continue com o mesmo
entusiasmo e assim que ele
reconhecido por todos.
O fato de seu nome e sua imagem
j terem aparecido nos meios decomunicao, alm da admirao
que desperta nas pessoas, deve
contribuir para elevar ainda mais a
auto-estima, que j deve estar
num patamar bem elevado, dada
sua incrvel capacidade de concreti-
zar suas metas. Com relao
auto-realizao, pelo que este
autor tem conhecimento, deve vir
mais boas notcias ainda mais
porque agora Juscelino tem mais
um motivo para continuar sua
batalha de sorrisos: seu neto.
Convite reflexo
Para finalizar este captulo 2, fao
um convite para mais um momen-to de reflexo com as palavras do
prprio Maslow.
O gerenciamento adequado da
vida dos seres humanos no traba-
lho, da maneira como eles
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O que voc viu no captulo 2
> Hierarquia das Necessidades: fisio-lgicas, de segurana, sociais, de estima ede auto-realizao.
1
> Teoria dos Dois Fatores: fatoreshiginicos e motivacionais.2
> Ciclos motivacionais.3
> Pontos que elevam e que abaixama auto-estima.4
ganham sua vida, pode melhor-
los e melhorar o mundo, e, neste
sentido, pode ser uma tcnica
utpica ou revolucionria.
A maioria das pessoas, porm,
argumenta que acreditamos no
potencial das pessoas e que elas
so nossos bens organizacionais
mais valiosos.
Se isso verdadeiro, por que fre-
qentemente projetamos organi-
zaes para satisfazer nossa
necessidade de controle e no
para maximizar as contribuies
das pessoas?
Aprendizagem, criatividade,imparcialidade, responsabilidade...
Elas vm naturalmente at s pes-
soas. Por que, normalmente, pro-
jetamos as organizaes como se
as pessoas fossem naturalmente
negligenciar a responsabilidade,
fazer apenas o que lhes for exigi-do, resistir aprendizagem ou
como se as pessoas no fossem
capazes de assumir responsabilida-
de pela realizao da coisa certa
(...)? Por sculos, a natureza
humana foi subvalorizada.8
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Como milhes de brasileiros, eu
gosto muito de futebol mas, feliz-
mente, vrios anos atrs, em um
momento memorvel do esporte
nacional, tive a chance de presen-
ciar o princpio da transio do pasdo futebol para o pas tambm do
voleibol. Foi numa noite em meados
da dcada de 1980, no ginsio do
Maracanzinho, no Rio de Janeiro,
quando a seleo brasileira masculi-
na, formada por Bernard, William,
Montanaro, Renan e outros craques,imps um dramtico trs sets a dois
na ento imbatvel e no menos
sensacional seleo sovitica. Foi um
jogo inesquecvel, com direito a
saque Jornada nas Estrelas, em
que a bola quase alcanava o teto
A EQUIPE FAZ A DIFERENA
Por que melhor trabalhar com
uma boa equipe em vez de um
bando de estrelas? O que
importante saber para exercer
um cargo de liderana?
34
1do ginsio, e defesas e ataques
maravilhosos de ambas as partes.
Presenciei tambm um outro
embate, desta vez no estdio do
Maracan transformado em palco
para voleibol. Naquela noite chu-
vosa, as duas selees se juntaram,
sob calorosos aplausos, para secar
a quadra molhada e brindar o
pblico com mais um espetculo.
Muito engraado foi que, como
um grande amigo que estava pre-
sente recordou, meu pai vaticinoudo alto de sua sabedoria esportiva:
Depois deste time, o Brasil nunca
mais vai ganhar nada no vlei.
Gerao de ouro
Dito e no feito. Aquele time foi
vice-campeo olmpico, em 1984, elanou as bases para a febre do
esporte no Pas. Para quem no
sabe, o endiabrado, talentoso
e vencedor tcnico da seleo
masculina, Bernardinho, era reser-
va de William.
3
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Hoje, anos depois da gerao de
prata, a equipe liderada por
Bernardinho j ganhou todos os
torneios mais importantes do
mundo e se tornou quase imbat-
vel. Nessa seleo no se distin-
guem os titulares dos reservas, no
h uma estrela que brilhe mais do
que a outra, e todos, sem exceo,
se submetem a uma rotina exte-
nuante de treinamentos, muitas
vezes longe de suas famlias.
O que cada um deles busca? Sem
dvida, a auto-realizao. Afinal,
existe apenas uma seleo brasilei-
ra, e somente uma seleo dentretodas pode ganhar uma Copa do
Mundo ou uma medalha de ouro
nos Jogos Olmpicos.
Sucesso em conjunto
Acontece que no sempre que
um grupo de grandes jogadores setransforma numa grande equipe.
Vez por outra, alis, torna-se um
grande fiasco. Analisar as possveis
causas do sucesso dos grupos que
formam equipes e do fracasso dos
grupos que no passam de um
amontoado de atletas o objetivo
deste captulo.
Em uma verdadeira equipe, o todo
maior do que a soma das partes.
O talento total da equipe maior
do que a soma dos talentos indivi-
duais. Habilidades conjuntas so
mais fortes do que as habilidades
em separado.
Usando como comparao o corpo
humano, o corao no nada
sem o par de pulmes, o estma-
go, o fgado, alm dos vrios
outros rgos e do crebro. No
corpo humano, como no de qual-
quer outro animal, o ser resultante infinitamente superior soma
dos rgos que o compem.
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Estrelas sem grupo
Nos grupos que no se transfor-
mam em equipes, acontece exata-
mente o inverso. O todo menor
do que a soma das partes. Os
talentos individuais, por mais
extraordinrios que sejam, quando
em conjunto, parece que pioram,
como se um atrapalhasse o outro.
Para os amantes do futebol, o
milionrio e galctico time do Real
Madrid um exemplo marcante.
Poucas vezes foram reunidos tan-
tos talentos individuais em um
mesmo time de futebol. Porm, os
resultados so, no mnimo, pfiosquando comparados ao potencial
de cada um. Por qu?
Comportamento ancestral
Os seres humanos so dotados de
um incrvel instinto competitivo.
Nem poderia ser diferente, afinal,
nossos ancestrais tiveram de lutar
muito para sobreviver, e os que
sobreviveram por mais tempo con-
seguiram se reproduzir mais e
transmitir para mais descendentes
suas caractersticas, incluindo o
esprito guerreiro.
Do mesmo jeito, ns tambm apre-
sentamos uma tendncia inata
para a cooperao. De novo, no
poderia ser diferente. Nos peque-
nos grupos em que nossos ances-trais viviam, juntar foras para
abater uma caa maior ou dividir o
fruto da caa com aquele que no
obteve sucesso foram diferenciais
importantssimos para a sobrevi-
vncia da espcie humana.
Toma-l-d-c
Um ditado dos esquims diz que o
melhor lugar para se guardar
comida na barriga de outra pes-
soa. Eles esto certos, desde que a
outra pessoa retribua.
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por isso que ficamos to irados
quando algum no retribui um
favor, quando somos ludibriados,
trapaceados. Se a no-retribuio
envolver uma necessidade bsica
como a alimentao, pior ainda.
Sendo competio e cooperao
caractersticas comuns a todos ns,
podemos intuir que a falta de
equilbrio entre esses dois aspectos
de nossa natureza deve influenciar
a performance dos grupos
seja nos esportes seja nas empre-
sas. Vejamos.
Fogueira das vaidadesUm grupo no qual cada um quer
brilhar mais do que o outro, em
que os participantes competem
entre si para ser o melhor, o mais
reconhecido, o mais badalado, o
rei da cocada preta a chamada
fogueira das vaidades , muitoprovavelmente no alcanar
resultados expressivos.
claro que existe competio den-
tro dos grupos. Todos gostariam de
ter uma posio de destaque, mas
acontece que, para o grupo se des-
tacar, cada um deve abrir mo de
parte de seu destaque individual.Porm, h quem acredite que se
deva explorar ao extremo a com-
petitividade de cada um para
gerar uma saudvel atmosfera
competitiva e vencedora dentro
de uma empresa.
Uma reportagem de revista mostrou que em
uma grande empresa a hipercompetio era
a palavra mgica. Exibia pessoas jogando
tomates de tecido em um apresentador que
julgavam estar falando besteira. Excluindo
a exposio e execrao pblica, quem
sou eu para afirmar que algum est
falando besteira!
Em um ambiente assim, constantemente se
comparavam performances individuais, e
todos eram estimulados a superar uns aos
outros, objetivando atraentes bnus em
dinheiro e posies hierrquicas. Que vena
o melhor! No acredito que qualquer tipo de
cooperao possa emergir em uma atmos-
fera assim. No mesmo. Consigo ver apenas
pessoas se digladiando em busca das
melhores posies, aflorando o lado nada
cor-de-rosa da natureza humana.
Hipercompetio
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maior, deixaram a luta por uma
vaga em segundo plano. claro
que eles no abandonaram o
sonho de jogar entre os titulares.
Para isso, continuam se esforando
e aproveitando ao mximo as
oportunidades. Mas nenhum deles
se coloca acima do grupo nem faz
da disputa pela camisa titular seu
maior desafio.
Possuem mecanismos para
expelir os que no colaboram
A regra : ou voc faz parte do
grupo, compartilha o objetivo
comum e se dedica na mesma
Troca e cooperao
Por outro lado, existem grupos que
brilham mais do que seus compo-
nentes. Neles possvel detectar
algumas caractersticas marcantes,
entre elas:
Compartilham um objetivo comum
O objetivo do grupo deve ser mais
importante do que as metas indivi-
duais. No tenho dvida de que
todos os jogadores da seleo bra-
sileira masculina de vlei gosta-
riam de ser titulares da equipe.
Entretanto, ao abraarem a causa
da medalha olmpica, uma misso
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intensidade ou voc est fora.
Nesse sentido, apesar do aspecto
positivo de se promover a homo-
geneidade de interesses no grupo,
h que se tomar cuidado para que
no se transforme em uma pane-
linha. Um grupo fechado pode
ser um grupo no sujeito a mudan-
as, em que uns acobertam os
erros dos outros e acaba existindo
uma superproteo mtua. Coeso
do grupo no pode significar coer-
o de participantes.
Compatilham valores e prticas
O grupo mostra respeito s dife-renas individuais, e valores como
lealdade, honestidade, amizade,
justia, comprometimento so
amplamente difundidos e aceitos.
Existe diversidade
Para que haja um conjunto dehabilidades trabalhando em har-
monia, necessrio que existam
habilidades distintas dentro do
grupo. Dos mais criativos aos car-
regadores de piano, de disposio
mais braal, dos mais jovens aos
mais experientes, dos mais aos
menos brilhantes, todos so impor-
tantes e complementares.
Cooperao, cooperao e
cooperao
Os participantes de um grupo
entendem que, sozinhos, nunca
alcanaro o brilho obtido conjun-
tamente. Ser o melhor jogador do
torneio de uma equipe eliminada
na semifinal logo ser esquecido
por todos. Enquanto ser parte do
grupo que conquistou a medalha
de ouro entra para a histria.
H que se tomar cuidado
para que no se transforme
em uma panelinha.
Um grupo fechado pode
ser um grupo no sujeito
a mudanas, em que uns
acobertam os erros dos
outros e acaba existindo
uma superproteo mtua.
Coeso do grupo no
pode significar coero
de participantes.
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Morcegos solidrios
J que estamos falando em coope-
rao, voltemos mais uma vez ao
reino animal. Existe uma espcie
de morcego-vampiro, aquele
pequeno drcula, que vive em
cavernas e ala vo durante
noite para, literalmente, chupar o
sangue de outros animais.
Acontece que nem todos os morce-
gos conseguem ser bem-sucedidos
em suas caadas para encontrar
alimento. Certo dia, um deles se
sai melhor do que o outro, depois,
a vez do outro se dar melhor.
Como o metabolismo bem acele-rado, um morcego sem alimento
pode morrer em poucos dias. A
que entra a cooperao.
Dando o sangue
At parece que os morcegos-vam-
piros aprenderam com os esquims
sei l como, afinal, pelo que me
consta, no existem morcegos no
plo Norte. Bem, de volta caver-
na, pelo hbito de catar piolhos na
barriga do outro, os morcegos
sabem quem se alimentou (os de
barriga cheia) e quem no se ali-
mentou (os de barriga vazia).
Ento, os bem alimentados regur-
gitam parte de sua refeio para
aqueles que no comeram. Voc
pode estar se perguntando o que
aconteceria com um chupa-san-gue no sentido de espertinho
que simplesmente esperasse ser
alimentado pelos outros.
Resposta: o folgado morreria em
poucos dias. Nas cavernas, cada
morcego tem seu lugar marcado,
posicionando-se ao lado dos mes-mos companheiros e a barriga de
um morcego que nunca consegue
arranjar comida definitivamente
no um bom lugar para se guar-
dar alimento. Da mesma forma,
catar piolhos uma maneira de
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Para manter o esprito de
cooperao, todo grupo
deve dispor de instrumentos
para se livrar dos
chupa-sangues termo
empregado no sentido
figurado em referncia aos
famosos espertinhos que
marcam presena em
qualquer organizao.
um grupo de torcedores. Estes, por
sua vez, pertencem a determina-
dos grupos sociais e religiosos,
entre outros, com os quais no
temos nenhuma ligao e que, em
outras situaes, poderiam ser
at antagnicos.
ver se o companheiro est retri-
buindo a ceia da noite anterior.
Para manter o esprito de coopera-
o, todo grupo deve dispor de
instrumentos para se livrar dos
chupa-sangues termo empre-
gado no sentido figurado em refe-
rncia aos famosos espertinhos
que marcam presena em
qualquer organizao.
Vida em grupo
Nossa capacidade de associao
com outras pessoas praticamente
infinita. Fazemos parte de um sem-
nmero de grupos e, conforme asituao, unimo-nos at mesmo a
grupos antes antagnicos para
enfrentar um outro de antagonis-
mo ainda maior.
Pertencemos a grupos como a
famlia, o crculo de amizades, a
igreja para quem tem religio ,a classe da escola, o time de fute-
bol, a cidade, o pas, e de uma por-
o de outras associaes, institui-
es, agremiaes etc., de acordo
com a vida de cada um.
No estdio de futebol, integramos
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Sem distino
Deixando de lado as lamentveis
brigas entre torcidas organizadas,
a rivalidade levada s ltimas
conseqncias, um estdio de
futebol pode se transformar num
programa to agradvel quanto
ir praia.
Ali um timo lugar para
ampliar nossa percepo de
grupo. Do mesmo modo que na
areia no h diferena entre os
banhistas, nas arquibancadas no
existe distino entre os torcedo-
res, o que timo.
Unio de grupos
O mais espetacular que, em que
pese a rivalidade das torcidas,
todas podem se juntar em deter-
minadas ocasies para lutar por
um bem comum.
Vez por outra, por exemplo, elasformam um s grupo, seja na luta
por um direito poltico, seja em
uma manifestao contra a cor-
rupo; na busca por algo que
seja bom ou contra algo que seja
ruim a todos os grupos. uma
situao semelhante a grupos
ainda maiores que se juntam em
guerras ou para ajudar a outros
grupos em casos de calamidades.
E assim vamos, pulando de grupoem grupo, agrupando-nos e
fazendo valer nossa incrvel capa-
cidade de associao.
Fogo cruzado
Nas empresas o processo bastan-
te similar: existe um grande grupoconstitudo por vrios subgrupos,
formados por cada departamento
ou seo.
a que mora o perigo. Nossa vida
nas empresas est muito mais liga-
da ao subgrupo.
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muito comum vermos relaes
antagnicas entre os subgrupos
por intermdio de mensagens e
dilogos como esse pessoal de
vendas s gasta dinheiro, dito por
um assistente de contabilidade, ao
verificar um relatrio de despesas.
J um vendedor, ao constatar a
falta de um produto, pode fazer
uma observao como o pessoal
de produo vive pisando na
bola. Por fim, um analista de
marketing, descontente com o
desempenho da equipe de vendas,
capaz de soltar algo como
com esses preos e prazos, ateu vendia.
Note que as crticas so sobre os
outros grupos e que o antagonis-
mo pode aflorar, muitas vezes,
pela existncia de mensagens con-
flitantes ou pela total falta de
mensagens unificadoras por parteda liderana.
Tomemos o exemplo de uma
empresa com, digamos, trs depar-
tamentos principais, que formam
os subgrupos: vendas, administra-
o e produo.
Vejamos como seriam as mensa-
gens conflitantes e unificadoras, a
comear pela primeira.
Mensagens conflitantes
Em uma reunio com os vendedo-
res, o lder da empresa determina:
Vamos tocar o pau nas vendas,
vender o mximo possvel. Para esti-
mul-los, a partir de agora, todos
tero x% de comisso sobre suas
vendas no ms pago no princpio do
ms seguinte.
Ovao geral, com vivas ao lder! Os
vendedores saem da reunio como
ces de caa.Em uma outra reunio, o mesmo
lder d o seguinte aviso ao pessoal
da administrao: Quero que
tomem muito cuidado com os
prazos de pagamento, com a ina-
dimplncia e com a margem de
nossos produtos. O bnus do depar-tamento vai depender da margem e
da reduo dos dias de crdito.
E, como num passe de mgica,
o pessoal da administrao se
transforma em um grupo de ces
de guarda financeiros.
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Ainda no satisfeito, o lder rene-
se com a equipe de produo e
taxativo: A qualidade inegoci-
vel. No abro mo das melhores
matrias-primas e dos melhores
equipamentos, custe o que custar.
O bnus do departamento est
atrelado conformidade com os
critrios de qualidade estabeleci-
dos. Sem dvida, uma tima
medida, desde que a qualidade
seja percebida pelo cliente.
E o pessoal da produo deixa a
reunio como ces-guia, nortean-
do a empresa pelos critrios
de qualidade.
D para imaginar o que fatalmen-
te vai acontecer com essa empresa
a partir das determinaes do lder
para suas trs equipes?
Profissionais indomveis
Vamos analisar o comportamento
de cada equipe:
Ces de caa
A equipe de vendas quer vender a
qualquer prazo e preo para cada
um ganhar o mximo de comisso
possvel e satisfazer ordem do
chefe de tocar o pau nas vendas.
Ces de guarda
pessoal da administrao, por
sua vez, pretende bloquear pedi-
dos de vendas por prazos muito
altos que pioram os dias de crdi-
to ou em funo dos preos
incompatveis com os custos queafetam a margem de lucro.
Ces-guia
A produo tem como objetivo
confeccionar produtos de extrema
qualidade, porm, provavelmente,
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com custos no suportveis pelo
nvel de preos praticado.
Sigam o lder
A situao, como deu para perce-
ber, no deve ter um desfecho
feliz. O pior de tudo que as trs
equipes esto simplesmente cum-
prindo as ordens do lder. Elas
seguiram corretamente as orienta-
es que receberam, e todos esto
lutando pelo bem da empresa.
Assim, enquanto os profissionais
de cada departamento tm a cer-
teza de que esto fazendo o que
deve ser feito, no final das contascada grupo est remando em uma
direo prpria e, s vezes, oposta.
Lenta e inexoravelmente, a empre-
sa encaminha-se para o precipcio
por falta de uma mensagem que
transformasse os trs grupos em
um s, por falta de uma mensa-gem unificadora. Qual, ento,
poderia ser essa mensagem?
Mensagem unificadora
A mensagem do lder poderia ser:
Vamos vender com qualidade,
mostrando a nossos clientes o valor
que nossos produtos adicionam a
seu negcio. Uma vez aumentada
a percepo de valor dos clientes,
teremos maiores nveis de preos e
estaremos saindo da guerra de
preos com fornecedores de menor
qualidade. Venda com qualidade
implica bons produtos vendidos a
bons preos, entregues na hora
combinada com prazos razoveis
para ambas as partes e pagamento
em dia.
Com a mensagem unificadora per-
meando a organizao, os depar-
tamentos passam a trabalhar namesma direo: a produo aju-
dando a equipe de vendas a mos-
trar o impacto da qualidade do
produto nos negcios dos clientes;
e a administrao explicando a
vendas os clculos de margem e
rentabilidade dos produtos, almde manter os vendedores informa-
dos sobre contas a receber, e assim
por diante. Assim, teremos os trs
grupos unidos por uma mesma
mensagem, por um mesmo ideal,
por uma mesma motivao.
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Trs experincias
Em trs oportunidades, participei
de projetos que continham no
mago um propsito unificador.
Como bons exemplos, no neces-
srio omitir o nome das empresas.
Muito pelo contrrio. Ento,
vamos a elas.
Apresentao do trabalho
A primeira experincia foi no
tempo em que eu trabalhava na
AGA, meu primeiro emprego aps
formado. Ingressei no departa-
mento de contabilidade para cui-
dar de oramento e custos. Na
poca, incomodava-me bastante o
fato de a contabilidade ser consi-
derada meio incompreensvel, algo
como uma caixa-preta. A imagem
que muitos tinham e tm desse
departamento que ali fica uma
poro de burocratas atolados em
dbitos e crditos.
Numa conversa com meus colegas,
sugeri que deveramos preparar
uma apresentao da contabilida-
de, cada um de ns falando de sua
rea. Montada a apresentao,
marcaramos reunies com outrasreas da empresa. Esses encontros
no seriam apenas para mostrar
nosso trabalho como tambm para
discutir o que poderia ser melhora-
do e explicar que tipo de contri-
buio tnhamos condies de
prestar a outros departamentos, ecomo o trabalho de outras reas
impactava na contabilidade.
Em princpio, todos ficaram um
pouco cabreiros de falar em
pblico, mas gostaram da idia do
Prazer em Conhecer. Somos
Em princpio, todos ficaram
um pouco cabreiros
de falar em pblico, mas
gostaram da idia do Prazer
em Conhecer. Somos da
Contabilidade. Felizmente,
nosso gerente comprou
a idia na verdade, ele
a aceitou to bem que,
depois de constatado o
sucesso das apresentaes,
se autoproclamou o
dono dela.
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da Contabilidade.
Felizmente, nosso gerente
comprou a idia na verdade,
ele a aceitou to bem que,
depois de constatado o sucesso
das apresentaes, se autoprocla-
mou o dono dela.
Tudo bem. O importante foi que
realmente as apresentaes mos-
traram a cara da contabilidade
para os outros departamentos da
empresa. Assim, todos puderam
conhecer o incrvel potencial de
gerao de informaes para os
negcios que podamos oferecer,
alm de deixar os funcionrios dacontabilidade bastante orgulhosos
de seu trabalho e com a receptivi-
dade que tiveram. Coisa simples,
mas que funcionou muito bem
para integrar grupos diferentes
dentro de uma mesma empresa.
Equipe de vendas
Os outros dois projetos acontece-
ram numa das organizaes mais
fantsticas em que trabalhei, a
Zeneca, onde fui contratado como
controller-marketeiro, ou seja,
mais ou menos um controllercon-
sultor da equipe de vendas.
Em nossa diviso Colours, de espe-
cialidades qumicas, as equipes de
vendas eram compostas de trs
profissionais: um vendedor, um
tcnico txtil e um vendedor inter-
no. O grupo, claro, tinha metas de
vendas, assim como a diviso tinhametas de vendas e resultados a
serem alcanados.
No havia comisso sobre vendas,
porm a avaliao formal de cada
funcionrio inclua seu desempe-
nho em relao s metas.
Precisvamos garantir que os obje-tivos gerais da diviso fossem
alcanados, como rentabilidade,
giro de estoque, dias de crdito e
volume do ativo fixo, entre outros.
Tudo deveria ser absolutamente
detalhado e mensurado.
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Pequenas grandes empresas
Em hiptese alguma, poderamos
adotar a poltica do toca o pau
nas vendas para alcanar ou supe-
rar as metas. Tnhamos conscincia
de que as vendas representavam
apenas uma parte muitssimo
importante, por sinal de tudo o
que deveria ser feito.
Nosso questionamento primordial
era como conseguir transmitir para
toda a organizao, a comear
pela equipe de vendas, a mesma
mensagem. Foi quando criamos as
Pequenas Grandes Empresas.
Assim, cada equipe de vendas pas-
sou a gerir os prprios negcios da
mesma maneira que a diviso
inteira. Cada equipe possua um
demonstrativo de suas vendas,
margem dos produtos, custos fixos
prprios, custos fixos rateados (os
custos da diviso eram rateados
seguindo uma metodologia con-
cordada por todas as pequenas
empresas), performance de cobran-
a, alocao de estoque (rateio de
estoques feito com base na acura-
cidade das previses de venda). Em
suma, cada uma usava os mesmos
demonstrativos pelos quais a divi-so inteira era avaliada.
Todos na mesma direo
No havia nenhum tipo de compe-
tio entre as pequenas grandes
empresas, e as metas eram discuti-
das com cada grupo. O resultadoda diviso constitua a somatria
do desempenho de cada uma
das empresas.
As equipes de vendas se tornaram
rapidamente gestores de pequenas
empresas. Era comum que buscas-
As metas da diviso eram
facilmente desdobradas,
discutidas e concordadas
como metas de cada uma
das pequenas grandes
empresas. As avaliaes
mensais, com eventuais
correes de rumo, eram a
garantia de que estvamos
no caminho certo, afinal,
todos remavam na
mesma direo.
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sem apoio de profissionais de
outras reas da diviso para ajud-
las na melhoria da qualidade de
seus negcios.
As metas da diviso eram facilmen-
te desdobradas, discutidas e con-
cordadas como metas de cada uma
das pequenas grandes empresas.
As avaliaes mensais, com even-
tuais correes de rumo, eram a
garantia de que estvamos no
caminho certo, afinal, todos rema-
vam na mesma direo.
A qualidade dos negcios, que j
era boa, melhorou consideravel-
mente, motivando-nos para o pr-ximo projeto: Participao nos
Lucros e Resultados.
Lucros e resultados
Pense numa diviso com mais de
500 pessoas, com boa parte delas
trabalhando na produo. Agora,
imagine a necessidade de implan-
tar junto a esse grupo uma meto-
dologia de participao nos lucros
e resultados de fcil entendimen-
to para todos.
Do mais simples ao mais gradua-
do dos funcionrios, todos deve-
riam ter direito a um prmio em
dinheiro, correspondente a um
percentual de seu salrio, de acor-
do com os resultados alcanados.
Como fazer isso sem criar umaenorme caixa-preta? Como desen-
volver algo simples e inteligvel
que abrangesse toda a complexi-
dade do negcio?
No era possvel elaborar
demonstrativos financeiros e ten-
tar explic-los, porque haveriasempre o risco de que o no
entendimento perfeito gerasse
desinformao e, conseqente-
mente, desconfiana e insatisfa-
o dos funcionrios.
Esse era nosso prximo desafio!
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Um por todos, todos por um
Mais uma vez, a idia era manter
todos os grupos as pequenas
grandes empresas cooperando
entre si para garantir a boa perfor-
mance da diviso.
Um dos grandes erros dos planos
de incentivo e de participao nos
lucros que so implementados por
a dividir demais, criar apenas
metas especficas para cada depar-
tamento, esquecendo-se da impor-
tncia das metas gerais.
No h dvida de que cada depar-
tamento contribui de forma dife-
rente para o desempenho global,de acordo com suas funes.
Porm, ao enfatizar apenas a con-
tribuio de cada departamento
isoladamente, cria-se o ambiente
do eu fiz a minha parte e pron-
to, do cada um por si, cada
um com seus problemas, cada
um com suas metas.
Participao nos resultados
Com certeza, a postura do cada
um faz a sua parte no era a que
queramos implantar.
O primeiro passo foi decidir assu-
mir o risco de substituir lucro por
resultados. A razo era simples.
Lucro traz consigo uma srie de
fatores sobre os quais a grande
maioria dos funcionrios pratica-mente no tem poder de influen-
ciar. Por exemplo, o incremento de
uma proviso para desvalorizao
do estoque ou para devedores
duvidosos poderia ser o divisor de
guas entre o lucro e o prejuzo
ou, ento, a diferena responsvelpor no se chegar meta de lucra-
tividade da diviso.
Pontuao de produtos
Decidimos, ento, montar o plano
de participao no resultado de
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vendas. Com isso, precisaramos
nos assegurar de que, uma vez
alcanados, os resultados de ven-
das aproximar-se-iam das metas
de lucratividade estabelecidas.Para chegar a essa estimativa, pro-
videnciamos uma anlise de renta-
bilidade de cada produto da divi-
so nos ltimos anos, tomando
como base o mais rentvel deles.
Em seguida, atribumos pontos aos
demais produtos, que somavamcerca de 300 itens.
Se o mais rentvel dentre os pro-
dutos tivesse valor estipulado em
dez pontos, um outro valia nove,
outro oito, e assim por diante. De
posse das metas de vendas do
oramento anual, dividimos pelos
pontos do produto mais rentvel.
Pronto! Tnhamos em mos os
nmeros de pontos a serem alcan-
ados no ano. Mantendo os custos
em ordem e no havendo qual-
quer variao absurda em custos
de matrias-primas ou preos ,
estvamos com o instrumento
ideal para aplicar o plano.
Simples assim
Montamos a tabela de pontuao
de produtos e, mensalmente, mos-
trvamos o acompanhamento aos
demais funcionrios. Na prtica, faci-litava bastante realizar os clculos.
Por exemplo, era indiferente vender
um produto equivalente a dez pon-
tos ou dois de cinco ou quatro de
2,5. O resultado era o mesmo.
O plano funcionou muito bem e,
mais uma vez, demonstramos queestvamos todos no mesmo barco.
Um dos aspectos mais importantes
para o sucesso desse projeto foi a
simplicidade na comunicao, tpico
do prximo captulo, que veremos
mais adiante.
O plano funcionou muitobem e, mais uma vez,
demonstramos que
estvamos todos no mesmo
barco. Um dos aspectos
mais importantes para o
sucesso desse projeto
foi a simplicidadena comunicao.
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Pai adotivo de idias
Sobre os trs projetos descritos
Prazer em Conhecer. Somos da
Contabilidade, Pequenas Grandes
Empresas e Participao nos
Resultados , posso afirmar, sem
falsa modstia, que fui o criador
de cada um deles e me orgulho
muito disso.
Acontece que as idias, por mais
que sejam a cara do dono, no
admitem teste de DNA, sendo
muito fcil que um novo papai
saia correndo para assumir a pater-
nidade delas, principalmente as
bem implementadas.Minha av chamava isso de fazer
reverncia com o chapu alheio.
Das trs idias apenas uma, a tercei-
ra, no teve a paternidade cari-
nhosamente assumida por outra
pessoa. No por ser ruim, muito
pelo contrrio, afinal ela foi muitobem-aceita. O provvel motivo
que, por trs da simplicidade da
atribuio de pontos aos produtos,
havia um arcabouo estatstico um
tanto quanto complexo para um
novo pai desavisado explicar.
Essas atitudes comprovam que os
chupa-sangues existem mesmo
nas melhores empresas.
Tudo bem. Como j sou escolado,
aprendi a eu mesmo dar tapinhas
de felicitao nas minhas costas.
Entretanto, vale como um alerta.
Reconhecer a paternidade original
de uma contribuio valorizar a
auto-estima de quem dispendeu
tempo e esforo para realizar algo
especial. Esquecer-se ou apoderar-
se de idia alheia ou, ainda, permi-
tir que o faam, uma deciso
altamente desmotivadora.
Boas-vindas aos novatos
Retomando o tema dos grupos de
trabalho, importante dar uma
mozinha integrao das pes-
soas. Essa contribuio ser sempre
bem-vinda.
Para comear, possvel criar umprocesso formal digo formal no
sentido de ser formalizado de
integrao de novos funcionrios,
que, por um determinado tempo,
podem dispor de um mentor, uma
pessoa com mais experincia, com
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a funo de apresentar a empresa
e as pessoas.
Os novos funcionrios tambm
podem passar por um rpido pro-
cesso de aprendizado sobre os
valores, as prticas, o jeito da
empresa e das pessoas, para que se
ambientem com mais facilidade.
So providncias simples para evi-
tar que o novo empregado se sinta
um estranho no ninho.
Caf com o presidente
Para manter a unio da equipe,
reunies, convenes, eventos,
happy hoursdesempenham umpapel importante.
Existem empresas que costumam
organizar o chamado caf-da-
manh com o presidente. uma
boa idia, se voc resolver levar um
bom papo com os funcionrios. S
tome cuidado para no fazer comque os felizardos precisem acor-
dar mais cedo ainda para encontr-
lo. Horrio um fator higinico que
pode gerar insatisfao, principal-
mente, se os funcionrios tiverem a
percepo de que apenas eles esto
sacrificando suas horas de sono
para conversar com o presidente.
Da mesma forma, procure preservar
os fins de semana como dias de des-
canso para os empregados. H
empresas que usam e abusam do
tempo do funcionrio, como se ele
no tivesse famlia nem vida fora da
organizao. Assim, evite marcar
convenes e eventos que comeam
no sbado apenas para no
perder dias de trabalho. Isso d a
impresso de que o tempo de des-
canso no importante para a
empresa e ainda passa a imagem
de mesquinharia.
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Vontade do grupo
Situaes de descontrao, como
happy hourse churrascos, podem
se transformar em timos momen-
tos para ouvir o que os funcion-
rios tm a falar e tambm para
notar o quanto esto integrados.
Entretanto, o grande segredo para
o sucesso dessas atividades extra-
expediente reside na no obrigato-
riedade de participao. Ou seja,
no tem carto de ponto nem
qualquer retaliao a quem no
puder ou no quiser comparecer.
preciso respeitar o momento de
vida de cada um dentro da equipe.Alguns se mostram mais dispostos
a se dedicar integralmente a todas
as atividades dentro e fora da
empresa; outros preferem priorizar
programas que no envolvam a
empresa; ainda tem aqueles que
estudam, que moram longe ouque no gostam de cerveja ou
so vegetarianos.
Assim, se o comparecimento for
obrigatrio, perde-se totalmente a
espontaneidade. Por isso, at
melhor deixar que os grupos orga-
nizem suas atividades, sem interfe-
rncia direta da liderana.
J ouvi um lder afirmar categori-
camente que determinado funcio-
nrio no esteve na Festa de So
Joo promovida pela empresa por-
que no queria se integrar. Pode
ser verdade, mas a afirmao foi,
no mnimo, leviana.
Quem tem conhecimento de causa
para avaliar se uma pessoa est ou
no integrada so os prprios cole-
gas de grupo.
Respeito e valorizao
Para fortalecer a equipe, absolu-tamente fundamental que se res-
peite e valorize o indivduo. Isso
uma responsabilidade que precisa
ser compartilhada por todos. Deve-
se buscar o fortalecimento das
relaes dentro das equipes e
entre as equipes, respeitando aindividualidade de cada um.
As boas relaes entre os empre-
gados estimulam a cooperao,
palavra-chave que, no final das
contas, diferencia um simples
bando de uma grande equipe.
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Equipe x bando
Pouco a pouco, medida que os
exemplos se sucedem, tornam-semais claras as diferenas entre
grupos que formam equipes e
grupos que formam bandos.
Que me perdoem Robinho,
Ronaldo, Zidane, alguns dos cra-
ques deste Real Madrid do incio
do sculo XXI, mas o time notem passado de um bando de
estrelas em campo. Eles vm mos-
trando to pouca eficincia, que,
juntos, j comearam a ofuscar o
brilho e o talento individual. Os
comentaristas podem argumentar
que, comparad