gazeta “a república tem um problema sério de governabilidade

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Gazeta Imperial Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Dezembro de 2012 Ano XVII Número 203 www.brasilimperial.org.br Pág. 14 “A República tem um problema sério de governabilidade, que força o Brasil a ser gerido através da corrupção”. Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança Um feliz Natal e um próspero Ano Novo!!!

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Page 1: Gazeta “A República tem um problema sério de governabilidade

GazetaImperialJornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Dezembro de 2012 Ano XVII Número 203 www.brasilimperial.org.br

Pág. 14

“A República tem um problema sério de governabilidade, que força o Brasil a ser gerido através da corrupção”.

Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança

Um feliz Natal e um próspero Ano Novo!!!

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GazetaImperialA Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens podem ser enviados para [email protected]

Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

[email protected]

Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

Palavra do Presidente

Mensagem de Natal e Ano Novo Chegamos ao final de mais uma etapa e aí vem aquela ponta de esperança. Esperança em Jesus, o menino Deus que deu sua vida para nos salvar.Natal é o aniversário de JESUS, isso é tudo, tão simples e tão lindo. Natal é a ternura do passado, o valor do presente e a esperança do futuro.O Natal começou no coração de Deus. Só está completo quando alcançar o coração do homem. Natal é a Luz, o sím-bolo de Jesus, que nasce em nossos corações neste Natal.É a Crença em Jesus filho de Maria e José que nos faz acredi-tar que no primeiro dia do ano novo tudo irá mudar. É a vira-da, o tempo dos sonhos. 2013 traz a esperança de dias mel-hores. Basta acreditar. O importante é acreditar. Para isto, é preciso buscar esta chama de esperança que está dentro de cada um e faze-la brilhar. 2013 é o ano da força, da coragem. De abraçar os desafios e vence-los. Porque não há vitória sem sacrifício. E não há sacrifício sem vitória. Acreditem, confiem. Esta é a verdadeira fé. Aquela que nos dá forças para continuar. Confiem e alcancem os sonhos, pois a vida é feita de sonhos e sem eles a caminhada não tem sentido, é muito triste e solitária. Acreditem e os sonhos se realizarão. Que o amor seja a marca mais profunda em tudo que for planejado, realizado e vivenciado no ano que está por vir! Em nome da Diretoria e do Conselho do Instituto Brasil Impe-rial, desejo a todos um Feliz Natal e que o Ano Novo, chegue com muita luz, paz, prosperidade e com a fé que tudo realiza!

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Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

Artigo

NO CAMINHO CERTOOU PETRÓPOLIS +10

Bruno HellmuthConselheiro do Instituto Brasil Imperial (IBI)

No dia 22 de novembro de 2012, um dos jornais de maior circu-lação no Brasil, publicou um ar-tigo com o título “Entre o Estado e o governo”, assinado por Jorge Maranhão, publicitário que, com a sua organização A Voz do Ci-dadão, luta para difundir a cultura de cidadania entre nós. Infelizmente ainda somos um povocarente dessas noções essen-ciais ao convívio civilizado numa sociedade que se pretende democrática.Neste artigo, o autor apresenta aos leitores uma excelente ex-plicação para as diferenças en-tre chefia de Estado e chefia de governo, usando como exemplo a atuação da atual Presidente da República nestas duas fun-ções. Para feliz surpresa nossa, logo no primeiro parágrafo, salta aos olhos uma menção ao Poder Moderador do Império. Na ver-dade, a nossa alegria se deveu ao fato de o Sr. Jorge Maranhão ter participado, como palestrante, da Jornada Monarquista do Rio de Janeiro, há exatamente um ano. Perguntado, via mensagem eletrônica, se esta menção ao Poder Moderador seria um eco da brilhante palestra proferida pelo Prof. Gastão Reis, naquela mesma ocasião, res pondeu que, de fato, havia sido convencido por aquele grande líder do nosso Movimento do importante papel que a reintrodução daquele Quar-to Poder no sistema de governo do Brasil poderia desempenhar na solução dos graves defeitos da organização política de que o país padece há 123 anos.Esta história acima relatada demonstra, claramente, que nós monarquistas temos propostas

consistentes para o Brasil. E que temos sólidas razões para ser-mos levados, cada vez, mais a sério. Comprova também como é fundamental a promoção de seminários com a participação de personalidades não- monar-

quistas, principalmente quando se trata de conhecidos forma-dores de opinião como foi o caso em questão.Por coincidência, há exatos dez anos, ou seja, em 23 e 24 de novembro de 2002, na Ci-

dade Imperial de Petrópolis, pela primeira vez, após o plebiscito de 1993, um grupo de monar-quistas se reuniu para discutir estratégias visando à Restau-ração da monarquia parlamen-tar, que tanto permitiu avançar

Esta história relatada demonstra, claramente, que nós monarquistas temos propostas consistentes para o Brasil. E que temos sólidas razões para sermos levados, cada vez, mais a sério. Comprova também como é fundamental a promoção de seminários com a participação de personalidades não- monarquistas, principalmente quando se trata de conhecidos formadores de opinião como foi o caso em questão.

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04em termos político-institucionais ao longo da segunda metade do século XIX.As idéias lançadas naquela oc-asião foram melhor desenvolvi-das e sedimentadas nas reuniões sequenciais de fevereiro e junho de 2003. Após cada um destes tres eventos, foram redigidos relatórios, dando origem às con-hecidas Cartas de Petrópolis, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Naqueles documentos, já se en-contram recomendações no sen-tido de trazermos formadores de opinião não-monarquistas para os nossos debates. O artigo do Sr. Jorge Maranhão, mencion-ando o Poder Moderador, é uma prova de que pelo neste ponto as Cartas estavam indicando o caminho certo a seguir.

Se grupos monarquistas de todo o país se animarem a re-alizar seminários, regularmente, seguindo este modelo de debate com simpatizantes e não monar-quistas, simultaneamente a um trabalho de colaboração com a Família Imperial para que os Pretendentes ao trono alcancem crescente visibilidade política e ainda avançarmos, paralela-mente, na gestão organizacion-al e financeira do Movimento Monarquista, teremos grandes possibilidades de, em poucos anos, tornarmos a proposta da monarquia parlamentar uma im-portante força política em nosso país.Em especial, no sentido de fazer com a opinião pública entenda que o poder fiscalizado, e pron-tamente punido quando extrapo-lar seus limites legais, é a mel-hor receita para o bom governo. É justamente por isso que a res-tauração do Poder Moderador é tão importante, como percebeu o ilustre Jorge Maranhão. Uma solução que já foi parte de nossa História e que nos trouxe imen-sos prejuízos nas áreas política, social, econômica e cultural ao ser extirpado de nossas institu-ições pelo golpe que instaurou a república.

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2012

Bruno Hellmuth

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Luís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e Artista Plástico

O processo de criação e con-solidação das instituições, bem como a sua constante atual-ização, só é possível com o con-curso de indivíduos imbuídos nesse mister de serem membros de um corpo preparado para, quando necessário, realizar com eficiência e eficácia, aquilo que dele se espera. E numa institu-ição como a Marinha Brasileira, que se confunde com a nação brasileira e esta fadada a exis-tir enquanto houver a pátria bra-sileira, o cumprimento dos seus objetivos, se dá pelo constante diálogo de gerações que se suce-dem no seu comando, ao longo da sua existência, através da ca-maradagem que uni os homens e mulheres de marinha aos lon-go de suas carreiras, principal-

Artigo

Todos só falam emMAURITY

mente pelos exemplos positivos, que as novas gerações de obri-gam a perpetuar. Nessa perspectiva, podemos exemplificar num mo-mento crucial da vida brasileira, como foi a guerra do Paraguai, o quanto uma geração de jo-vens oficiais, como os futuros almirantes Saldanha da Gama, Custódio de Melo, barão de Ja-ceguai, Alexandrino de Alencar e Cordovil Maurity, entre outros, aprenderam e se motivaram com o desprendimento e a dedicação de seus comandantes como o marquês de Tamandaré, o vis-conde de Inhaúma, o barão do Amazonas e o barão de Angra, entre outros oficiais superiores. Um caso a se destacar é o do almirante Joaquim Antônio Cordovil Maurity, nascido na ci-dade do Rio de Janeiro a 13 de janeiro de 1844, filho de Jacob

Maria Maurity, português, e de Joaquina Eulália Cordovil de Siqueira e Melo, esta do clã dos Cordovil, célebres provedores da fazenda real ao tempo dos vice-reis, aos quais se deve o bairro de mesmo nome na cidade do Rio de Janeiro, onde se localiza-va o engenho do provedor, como nos conta o saudoso genealogis-ta, Dr. Waldyr da Fontoura Cordo-vil Pires. O alte. Cordovil Maurity teve cinco irmãos e irmãs.Ingressando na Academia de Marinha em 1860, após passar pelo imperial colégio de Pedro II, em 1862 é guarda-marinha, em 1864 2° tenente da Armada. Ten-do o Império sido covardemente atacado pelos paraguaios, Cor-dovil Maurity já a 28 de janeiro de 1866 se encontrava em Mon-tevidéu, se preparando para en-trar em combate, no esforço de guerra que faria os paraguaios

pagarem caro a ousadia de inva-direm o solo sagrado do Império do Brasil.Cordovil Maurity participou de várias operações onde o poder de fogo da Armada se fez necessário, desde o bombardeio do for te de Itapiru, a passagem do Passo da Pátria, os ataques às for talezas de Curuzu e Curu-paiti, tendo no primeiro caso par-ticipado da ação conjunta com o exército na formação da cabeça de ponte, para desembarque das tropas para a tomada daquela for taleza. No reconhecimento e ataque a Curupaiti, mesmo ferido em combate, sustentou à frente de sua nave o bombardeio àque-la for taleza, merecendo elogio na ordem do dia do seu coman-dante. A essa altura Maurity já era 1° tenente, no entanto o di-visor de águas na sua carreira foi à passagem de Humaitá.

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06A fortaleza de Humaitá, até en-tão inexpugnável, era o principal objetivo da guerra e a passagem por ela seria o primeiro passo para a sua tomada e destruição. Após a sua tomada o ditador paraguaio só faria recuar até a derrota final. Assim, na oper-ação para a passagem por ela, coube ao tenente Cordovil Mau-rity comandar o monitor Alagoas, do total de quatro monitores em um total de seis embarcações envolvidas na operação. Nesse combate os navios brasileiros tinham de atacar a for taleza, manterem-se fora do alcance da mesma e defenderem-se das chatas artilhadas e canoas que os paraguaios usavam para ten-tar aborda-los. Seguia o Alagoas unido ao Bahia, conseguem os paraguaios, separa-los, segue então o Alagoas, só tentando pela segunda vez passar o obs-táculo, tendo dificuldade no seu deslocamento o comandante da esquadra sinaliza para o Alagoas fundear, ao que o 1° tenente Maurity não toma conhecimento e tenta a terceira investida, con-seguindo passar, mas o navio é atingido pelo fogo da fortaleza, um segundo tiro certeiro avaria a máquina do navio que, a deriva, retrocede rio abaixo sob fogo in-imigo, num esforço hercúleo sua tripulação conserta as avarias, para pela quinta vez investir con-tra Humaitá, certamente, tendo os paraguaios não acreditando, ser aquilo possível. Dessa vez o Alagoas passa definitivamente pela for taleza, até então inex-pugnável e que ao término da guerra será apenas ruínas, para os paraguaios se lembrarem da mão pesada do Império. Mas rio acima o Alagoas ainda deparar-se-ia com muitas canoas tentan-do abordá-lo, mas sua tripulação protegida no seu interior abrira a metralha e encheram o rio Paraguai de corpos paraguaios e afundam as ditas canoas. Rio acima força a passagem de Timbó, posição mais modesta dos paraguaios, mas não menos temível para uma embarcação seriamente atingida quanto o Alagoas. Ao fundear nas águas do Taií, se contabilizou 200 acer-tos paraguaios no casco do mes-

mo, tendo o navio de ser encal-hado para não afundar e poder ser reparado. A insistência de Maurity em vencer o obstáculo, mesmo correndo todos os riscos, fez com seu nome passasse a ser conhecido em todos os quad-rantes do Brasil, e também aos olhos dos seus comandantes, como homem de coragem e de-terminação. Como vemos nas palavras do Visconde de Inhaú-ma, ao dirigir-se a Armada: “em nome, pois da nação brasileira, da honra e do brio, dirijo meus louvores ao senhor Chefe da 3° Divisão, aos bravos comandan-tes, oficiais e guarnições que os acompanharam tornando-se mais salientes e, por conseguinte dig-no de colher a mais importante parte dos louros da vitória, o senhor Primeiro-Tenente Maurity, comandante do Alagoas, pelo seu belo e muito especial comporta-mento nesse dia”, apud. Cordovil Pires, pag.21. Vale ressaltar tam-bém ter Maurity granjeado tam-bém a simpatia e a admiração do comandante em chefe da tropas aliadas, o sr. Marquês de Caxias. As proporções que tal fama atin-giu, podemos medir pelas pala-vras do visconde de Taunay em suas Memórias, quando fala do seu retorno aos campos para-guaios, após a retirada da La-guna, dessa vez como secre-tário do marechal conde d`Eu, comandante em chefe das forças aliadas na última fase da cam-panha: “o meu objetivo era a glória, glória em todos os senti-dos, militar, literário!... Pensava, então, poder subir, subir muito alto, tornando-me conhecido em todo o Brasil, assim uma espécie de Maurity, cujo nome era tão aclamado desde a célebre façan-ha na passagem pelas baterias de Humaitá, a 18 de janeiro de 1868”. “Era, com efeito, difícil gozar de mais popularidade do que este oficial da marinha. (...) Naquele tempo, porém, não se falava senão em Maurity, e por toda a parte, cidades do litoral e do interior o aclamavam e da-vam-lhe brilhantes e seguidas festas”, pag. 315.Em outras homenagens, vemos 15 marcas de cigarro com seu nome em Pernambuco, inclu-

sive a da fábrica Araújo que na embalagem estampa o seu re-trato sendo coroado com louros, e em baixo uma faixa o seu nome e patente Capitão-tenente Joaquim Antônio Cordovil Mau-rity. Pelo decreto n° 1613 de 10 de julho de 1869 é concedida ao barão da Passagem (Delfim Car-los de Carvalho) chefe de divisão e ao Capitão-Tenente Cordovil Maurity uma pensão anual de 1:200$000, pelo extraordinário feito na passagem de Humaitá. Pelo seu intrépido valor, fez Mau-rity jus as Imperiais Ordens: de Cristo, da Rosa, do Cruzeiro e de São Bento de Aviz, recebeu tam-bém a Medalha Geral da Cam-panha do Paraguai, a Medalha da Passagem de Humaitá, as medalhas da campanha do Para-guai das repúblicas, nossas alia-das, Argentina e Uruguai, e ainda o Mérito Militar.Ao terminar a Campanha do Paraguai, Maurity já é Capitão-Tenente, chegando a Almirante em 1903. Sua carreira foi um constante ascender, tendo ex-ercido várias e digníssimas co-missões, além de cargos e em associações recreativas e de es-tudos de sua profissão, pois veio a ser o segundo presidente do Clube Naval, de 19/04/1885 a 11/06/1886, quando ainda era capitão de mar-e-guerra, além de figurar entre os sócios funda-dores do mesmo. Na carreira re-alizou viagens de estudo e aper-feiçoamento, notadamente no campo da artilharia naval. Rep-resentou o Brasil na conferência Marítima em Washington, para onde foi, em 1889, com carta de recomendação do Imperador ao cientista Louis Agassiz, onde SMI diz “é dos mais distintos ofi-ciais da marinha do meu país, comandava o pequeno monitor Alagoas, que cortou sob o fogo das baterias da for taleza de Hu-maitá a corrente que barrava o rio Paraguai. Ele vai assistir à conferência marítima e eu vô-lo recomendo vivamente” (Cordo-vil Pires, pag.21). Vale ressal-tar que o cmg Maurity, em fun-ção dessa viagem para os EUA, não viu o golpe de Estado que implantou a república no nosso país, e por coincidência estan-

do o alte. Saldanha da Gama em viagem ao oriente estava a marinha naquele momento, sem os dois expoentes que poderiam organizar um contragolpe, como declarou o próprio Saldanha da Gama. Estando o estado de coi-sas consumado, e a marinha res-ignada, os republicanos tratam logo de eleva-lo ao almirantado já em 1890, talvez para lisonjeá-lo e não dar margem a insatis-fações, em função da promoção de eventuais adesistas, sem os mesmos méritos que ele. Em 1892 assume a vice-presidência do Conselho Naval, em abril do mesmo ano assume o comando da 1° Divisão Naval até mar-ço de 1893, neste mesmo ano vemo-lo novamente nos EUA, como presidente da Comissão Brasileira na Exposição Colom-biana na Pennsylvania, estando, portanto, Maurity longe, quando se deflagra a Revolta da Armada contra o governo inconstitucion-al do mal. Floriano, que ardilosa-mente e com o apoio dos ameri-canos vence os revoltosos e os persegue e manda assassinar. Revolta essa onde o alte. Cordo-vil Maurity perdeu muitos amigos e leais colegas, entre eles o alte Saldanha da Gama e o cmg Fred-erico Guilherme de Lorena.Serenado o tão tumultuado e sangrento parto da república, que não foi a dos sonhos de ninguém, e quem sabe seja um pesadelo até hoje, dadas as condições atuais de violência e corrupção no nosso país. Pôde o alte. Maurity dar o seu con-curso para o engrandecimento da Marinha, que tanto sofreu por ter permanecido monarquista. Ao longo de sua carreira coman-dou os seguintes navios: Lima Barros, Bahia, Javari, Aquida-ban, Goiaz e o Riachuelo (Palha, pag.342). De sua visão profis-sional publicou os seguintes trabalhos: Material Flutuante da Armada Nacional e o folheto Artilharia Naval. Na sua direção à frente da Repartição da Carta Marítima, são construídos vários faróis na costa brasileira, são eles: Macaé, Castelhanos, Ilha da Paz e Ponta do Boi, estando Maurity presente a inauguração de quase todos eles.

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07Em 1906, assume a chefia do Es-tado-Maior da Armada. Em 1907, juntamente com o Ministro da Marinha, alte Alexandrino de Alencar, terão a grande honra de presidir as comemorações do 1° centenário de nascimento do alte Marquês de Tamandaré, grande e venerado líder da marinha, e que ambos conheceram em vida e certamente dele receberam exemplos, que nortearam suas próprias vidas pessoais e profis-sionais, com destaque para a sua fidelidade aos seus princí-pios de honra e lealdade, e por conseguinte, coragem para en-frentar todos os obstáculos na defesa dos seus ideais e valores. Estavam ambos presentes na in-auguração do busto do grande marinheiro na Avenida Beira-Mar em 13/12 daquele ano.Em agosto de 1908, assumindo o comando em chefe da arma-da, realiza grandes manobras de instrução e aperfeiçoamento em alto-mar à altura do litoral norte do Estado do Rio de Janei-ro. Em março de 1909, deixa o comando do Estado-Maior, para se dedicar a chefia da Comissão de Fiscalização da construção

de navios na Europa, entre eles os encouraçados Minas Gerais e São Paulo, que marcam o rea-parelhamento e modernização da marinha, e serão o orgulho da marinha por muitos anos.O almirante Joaquim Antônio Cordovil Maurity, faleceu em 06/01/1915, cercado pelo amor dos seis filhos que teve com sua esposa dona Lucia Brett Maurity, dos quais todos foram cidadãos valorosos e de algum modo con-correram para a grandeza do Brasil. Em sua homenagem, a ci-dade do Rio de Janeiro batizou a rua lateral à fábrica de gás do visconde de Mauá, de Rua Comandante Maurity.Nesses tempos difíceis em que vivemos, onde nós brasileiros passamos grandes adversidades no tocante a formação dos va-lores superiores que motivam o cidadão comum ao fiel cum-primento do dever de cada um de ser íntegro e leal a si próp-rio e ao seu semelhante, para a construção de um país justo e fraterno, aproveito para re-produzir as palavras de Amé-rico Palha, sobre Maurity, no seu – Soldados e Marinheiros

do Brasil: “O almirante Maurity teve uma grande vida. Toda ela foi consagrada à pátria, sem preocupações políticas. No Im-pério e na república, ele foi um patriota de alta estirpe. Nomes como o desse insigne soldado do mar, não honram somente uma corporação, honram e dignifi-cam a própria Nação. E Maurity falecido a 6 de janeiro de 1915, é, sem dúvida, uma das glórias mais puras do Brasil, e sua vida, um padrão para a mocidade da nossa grande terra”.O autor é economista, pós-grad-uado em história, sócio corre-spondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Bibliografia:Bittencourt, V.Alte. Luiz Edmundo Brígido. A Marinha Imperial na Guerra do Paraguai não foi só Ria-chuelo. Antônio de Oliveira Perei-ra Editor – Rio de Janeiro – 2011.Carvalho, Alte. Antônio Maria de. Histórico do Clube Naval de 12/04/1884 a 11/06/1968. Bap-tista de Souza & Cia – Editores – Rio de Janeiro – GB – 1968.Gerson, Brasil. História das Ruas

do Rio. 5° edição. Lacerda Edi-tores – Rio de Janeiro – 2000.Leite, Mario Eduardo. Paradoxos de uma cidade: O Rio de Janeiro por dois fotógrafos. Universidade Federal do Ceará – Campus do Cariri - s/d.Palha, Américo. Soldados e Marinheiros do Brasil. Biblioteca do Exército Editora – Rio de Ja-neiro – 1962.Pires, Waldyr da Fontoura Cordo-vil. Cordovil suas origens, a famíl-ia, o bairro. Edição do Autor – Rio de Janeiro – 2000.Souza, Embaixador Carlos Alves de. Um Embaixador em Tempos de Crise. Livraria Francisco Alves Edi-tora – Rio de Janeiro – 1979.Taunay, Visconde de. Memórias. Biblioteca do Exército Editora – Rio de Janeiro- 1960.Periódico – Noticiário Marítimo Jan/1908, pag. 991 – 1002.Fontes eletrônicas:www.senado.gov.br/legislaçãowww.faroisbrasileiros.com.br/far-oiswww.archive.org/stream/.../cata-logodosmapp00nacioj00j_djvu.txtwww.wor thpoint.com/wor thope-d i a / 18 9 3 _ c o l u m b i a m _ ex p o s i -tion_wfs_pennsylvania_brazil

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08Artigo

A sensação de guerra civil vem cre-scendo no Brasil, num viés parale-lo entre três segmentos: o Estado através dos seus organismos liga-dos à segurança pública e à justiça, os comandos organizados pelos “generais” dentro do sistema pri-sional, e uma crescente construção de fileiras de indivíduos recrutadas aqui fora, a partir dos presídios.Uma das definições de guerra civil é: “Diz-se guerra civil a um conflito armado entre facções, partidos ou grupos de um mesmo povo, ou ainda a que ocorre entre povos ou etnias habitantes de um mesmo país. (...) A guerra pode ter motivos religiosos, étnicos, ideológicos, econômicos ou territoriais”. No caso brasileiro é mais sério, porque toda a socie-dade paga impostos que consomem dos cidadãos quatro meses de tra-balho por ano, mas sentem-se in-seguros ou desprotegidos por uma guerra civil entre facções do Estado e facções criminosas.A origem da criminalidade urbana é recente. Começou depois de 1970 com a urbanização brasileira e a marginalização de enormes cama-das de pessoas que vieram do meio rural para cidades que não se pre-pararam para receber os fluxos. A favelização, a ausência de serviços essenciais de educação, de sanea-mento, de saúde pública, de trans-portes, de pavimentação das ruas, de legalização dos terrenos e o tratamento dos moradores como ci-

Onofre Ribeirojornalista em Mato [email protected]

GUERRA

dadãos de segunda classe. Sem ed-ucação adequada formaram cama-das de trabalhadores braçais ou de segunda linha.Nesse ambiente proliferou a baixa auto-estima e a competição com os cidadãos de primeira classe. Perde-dores desde o início, os jovens dos últimos dez anos nessa condição vi-ram no crime a saída imediata para os seus anseios de competição pelo consumo de bens pessoais, com um simples tênis ou roupas de marca. Cooptados pelo chamado crime organizado, tudo o que está acon-tecendo são jogos de mercado fá-ceis de serem compreendidos.Paralítico ou míope, o Estado prefe-riu lidar com essas situações com o discurso político de ganha-ganha unilateral, não indo além da ex-ploração dos votos dessas imen-sas camadas urbanas, mediante promessas de soluções futuras. E se desculpando sempre com a falta de recursos públicos, como essas camadas sociais não pagas-sem impostos e fossem desvalidos sociais mais ou menos descar-táveis.Agora, no momento em que eles se organizaram politicamente e tem comando centralizado dentro dos presídios, protegidos pelo Estado e salvos de sanções legais, as filei-ras de soldados cá fora dos presí-dios se multiplica progressivamente e já confronta o Estado, com suas velhas táticas. Hoje, prender já não significa nada. No lugar do preso surgem novos voluntários, porque os “generais” presos nos presídios

estaduais ou nos de segurança máx-ima garantem às suas famílias, ren-da, proteção, armas, planos de ação

e um status social.Aí estão as raízes da atual guerra civil. Voltarei ao assunto.

CIVIL

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09Artigo

A terrível crise econômica e política por que passa a pátria-mãe lusa dos bra-sileiros faz reacender em muitos ambi-entes a discussão sobre a restauração – ou reinstalação, para os que não partilham de uma visão passadista – da monarquia portuguesa, na figura do chefe da Casa Real e, de jure, di-nasticamente, Rei D. Duarte III de Por-tugal, conhecido em todo o país como Duque de Bragança, um dos muitos títulos que possui D. Duarte Pio, nas-cido em 1945, na Suíça, quando a lei de banimento dos Bragança ainda im-perava na República Portuguesa… D. Duarte Pio João Miguel Gabriel Ra-fael de Bragança e Orleans e Bragan-ça, afilhado de batismo do Papa Pio XII (1876-1958), é o primogênito de D. Duarte Nuno (1907-1976), Duque de Bragança e neto e sucessor de D. Miguel I, o desditoso irmão de nosso D. Pedro I, e de D. Maria Francisca (1914-1968), nascida princesa de Orleans-e-Bragança, neta da Redentora. Ele casou-se na festa de Nossa Senho-ra de Fátima, em 13 de maio de 1995, em uma megaevento televisionado para Portugal e quase todos os países lusófonos, no Mosteiro dos Jerônimos, com a nobre portuguesa D. Isabel Inês de Castro Curvello de Herédia, da Casa dos Viscondes de Ribeira Brava, uma linhagem de administradores dos terri-tórios insulares portugueses de Açores e Madeira. O casal (Casal Real para os portugueses ditos “monárquicos”) gerou os almejados três herdeiros da Coroa: o Príncipe da Beira, D. Afonso de Santa Maria (1996), a Infanta D. Maria Francisca Isabel (1997) e o In-fante D. Diniz de Santa Maria (1999). D. Duarte, um bisneto de D. Isabel I que costuma definir Portugal como sua “pátria” e o Brasil como sua “má-tria”, goza de uma estima considerável entre os habitantes do outrora Reino de Portugal e Algarves e seus antigos

Bruno de Cerqueirahistoriador, monarcólogo, especialista em Relações Internacionais, professor de Cerimonial e Protocolo, indigenista especializado (analista) da FUNAI e gestor do IDII.

domínios coloniais, aí incluindo nosso País. Desde adolescente, ele visitou o Brasil inúmeras vezes, conheceu a Amazônia, encontrou e travou contato com muitas tribos indígenas; nesse ín-terim, é válido salientar que ele e seu primo-irmão brasileiro, D. João Hen-rique, têm o espírito do avô, D. Pedro de Alcantara (1875-1940) e do tio-avô, D. Luiz (1878-1920), que adoravam as viagens, as expedições, os desbrava-mentos. Pois bem, em 5 de outubro de 2012 as autoridades portuguesas celebraram os 102 anos da proclamação de sua República, sem manifestações popu-lares. A República Portuguesa, quando foi proclamada, em 1910, depôs D. Manuel II (1889-1932), jovem rei alça-do ao trono pelo assassinato de seu pai e seu irmão no famoso Regicídio do Terreiro do Paço, em Lisboa, dois anos antes. Até hoje essa incruenta passagem da história lusa produz em poetas e escritores portugueses pró ou contra a monarquia textos can-dentes. A comemoração republicana exibiu cenas inusitadas: o Presidente Cavaco Silva empunhou a bandeira nacional de cabeça para baixo na Câ-mara Municipal de Lisboa e uma de-sempregada em pânico invadiu a festa e protestou contra a crise que assola o país. Tudo isso assistido por menos de 40 populares… (http://www.ionline.pt/portugal/5-outubro-cerimonia-mar-cada-bandeira-hasteada-ao-contrario). O último Bragança-Saxônia-Coburgo-Gotha reinante em Portugal, D. Manuel II, morreu sem descendência em seu exílio inglês e parece ter deixado claro que os direitos dinásticos ao trono pas-sariam ao ramo “miguelista” da Casa de Bragança, na pessoa de seu primo-sobrinho, D. Duarte Nuno, já citado. Casando-se com a prima brasileira (do ramo “constitucionalista” dos Bra-gança) em 1942, na catedral petropoli-tana, e dela gerando três filhos, D. Du-arte Nuno afirmou-se como rei titular da quase totalidade dos monárquicos portugueses. Ele morreu em dezembro de 1976 e seu filho, igualmente D. Du-

arte, tornou-se o chefe da Casa e king-to-be. O príncipe serviu como piloto da Força Aérea Portuguesa em Angola entre 1968 e 1971, diplomou-se em agrono-mia em Lisboa e cursou a pós-gradu-ação de Desenvolvimento Econômico da Universidade de Genebra. Se um plebiscito for proposto em Portugal para decidir se quer ou não D. Duarte como chefe de Estado vitalício e heredi-tário pode ser que algo surpreendente destitua o stablishment português e o mundo ouça falar em “volta da monar-quia”, como se deu no Camboja, em 1993. Na festa republicana acima citada, ao tempo em que o Presidente Ca-vaco Silva falava aos políticos, D. Du-arte de Bragança falava a centenas de monárquicos, no Palácio da Inde-pendência (antiga sede da Casa de Al-mada); leu um manifesto à Nação, em que critica duramente os sucessivos governos que têm administrado Portu-gal no parlamentarismo da “III Repúbli-ca Portuguesa” (1974- ), considerando muitos de seus mandatários como ir-responsáveis e corruptos. Aos analistas internacionais, em geral bem despreocupados com o assunto, fica a dica: acompanhem mais de per-to os sucessos de D. Duarte e seus se-guidores… Passando ao outro extremo europeu, vamos para o leste, mais precisa-mente os Bálcãs, terra de deliciosas paisagens, mas também de terríveis histórias bélicas. O antigo “barril de pólvora” da Europa está hoje bem mais pacificado, com seus povos tentando, a duras penas, o soerguimento e a re-construção nacional. Do outrora Reino da Iugoslávia (literalmente, terra dos eslavos do sul), resta hoje apenas a República da Sérvia, país cuja dinastia nacional (a Casa de Karadjordjevic, ou seja, os descendentes do herói Karad-jordje) forjou esse Estado entre o XIX e o XX, aproveitando-se do fim dos Impé-rios Turco-Otomano e Austro-Húngaro na I Guerra Mundial. As atuais repúbli-cas da Croácia, da Macedônia, da

Eslovênia e, por fim, do Montenegro, todas promoveram a secessão do an-tigo estado dos Karadjordjevic que foi mantido durante os anos de comunis-mo (1946-1989) com a mão de aço do Marechal Josip Broz Tito (1892-1980), um socialista considerado “lhano” perto de seus vizinhos sanguinários da Cortina de Ferro. Isto sem falar da Bós-nia-Herzegovina, hoje uma federação independente, mas de triste memória – sua capital, Sarajevo, foi palco do estopim da I Grande Guerra e de lutas fratricidas no anos 1990. Em 1991, o herdeiro do trono sé-rvio, Aleksandar Karadjordjevic, nas-cido em 1945 em uma suíte do ho-tel londrino Claridge´s, declarada especialmente território iugoslavo pelo Governo Britânico (princípio da extra-territorialidade), finalmente pisou o solo de Belgrado, para ele e sua família considerado sagrado. Conhecido como Aleksandar II, desde que seu pai mor-reu no exílio, em Illinois (EUA), é pen-taneto de D. Pedro I, uma vez que sua avó paterna, a Rainha Marija (1900-1961), nascida princesa da Romênia, era neta da Infanta D. Antonia de Por-tugal, filha de D. Maria II… O príncipe – em linguagem técnica de genealogia dinástica “Sua Alteza Real o Augusto Senhor Aleksandar, Príncipe-Chefe da Casa Real da Sérvia etc.” – é o filho e sucessor do Rei Petar II da Iugoslávia (1923-1970), um afilhado de batismo do rei britânico George V (1865-1936), que não pôde contar com a ajuda das tropas do Reino Unido quando da deposição e do banimento, ao término da II Guerra Mundial. Ainda assim, ele exilou-se em Londres, onde nasceu-lhe o filho, que foi batizado por ninguém menos que o Rei George VI e sua filha-herdeira, Princesa Elizabeth, na Abadia de Westminster. O vídeo desse batizado histórico pode ser acessado na página oficial da dinastia real sérvia (www.royalfamily.org). Aleksandar teve uma infância compl-exa, visto que sua mãe, a Rainha Alek-sandra (1921-1993), nascida princ-esa da Grécia e da Dinamarca, era

Os Orleans e Bragança próximos do poder… em Portugal e na Sérvia

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10instável emocionalmente. Foi criado pela avó Marija e enviado ao internato suíço Le Rosey. Depois, recebeu ampla formação militar na academia norte-americana de Culver e na britânica Mons Office Cadet School. Da parte de sua “royal godmother” recebeu sempre bastante afeição e, por este motivo, esteve presente em todos os eventos da Família Real britânica, so-bretudo no período em que viveu em Londres. Isto inclui, óbvio, ter assistido ao enlace do Príncipe de Gales com Lady Diana Spencer, tanto quanto ao mais recente, do Príncipe William com Miss Kate Middleton. Casou-se em 1972, no palácio de Vil-lamanrique de la Condesa, próximo de Sevilha, na Espanha, com a Princ-esa D. Maria da Glória de Orleans-e-Bragança, nascida em Petrópolis em 1946. O príncipe, que se estabeleceu como empresário nos Estados Unidos e na Espanha, chegou a passar tem-poradas em Petrópolis e no Rio de Ja-neiro. Ele e D. Maria da Glória tiveram três filhos: o herdeiro, Petar (1980) e os gêmeos Filip e Aleksandar (1982). De maneira que esses três príncipes da Sérvia são trinetos da Redentora e du-plamente descendentes de D. Pedro I. Se o mais velho deles vier um dia a ser rei, será chamado de “Petar III”, o que significa “Pedro III da Sérvia”… Divorciando-se de D. Maria da Glória em 1985, ambos anularam o casamento: ele obteve do Patriarca da Igreja Ortodoxa Sérvia a anulação e ela da Sacra Rota Romana. Aleksandar II uniu-se à cidadã grega Katherine Batis, filha do megaem-presário Robert Batis, mas não gerou filhos. A princesa brasileira desposou D. Ignacio de Medina y Fernandez de Córdoba, duque de Segorbe etc., um dos filhos da Duquesa de Medinacelli, D. Victoria Eugenia de Fernandez de Córdoba y Fernandez de Henestrosa. A Casa de Medinacelli é a dinastia du-cal-principesca espanhola que, junta-mente com a Casa de Alba, constitui a mais alta classe sócio-genealógica do país, diretamente abaixo da Casa Real (dinastia Borbón, ou Bourbon, no origi-nal francês). Após a queda de Slobodan Milosevic (1941-2006), em outubro de 2000, os ventos democráticos proporcionaram aos príncipes da Sérvia não somente retornar em definitivo ao país, como advogar no Judiciário nacional o retor-

networking que construíram ao longo dos anos; os jovens príncipes, despor-tistas e guapos, fazem grande sucesso entre os jovens. Em 4 de outubro de 2012, os Karad-jordjevic conseguiram fazer com que o governo da Sérvia repatriasse os restos mortais do Príncipe Pavle (1893-1976) e de sua mulher, Olga (1903-1997), nascida princesa da Grécia e da Di-namarca. O Príncipe Pavle da Iugos-lávia foi o regente do Reino na menori-

dade do primo, Petar II, de outubro de 1934 a março de 1941. As cerimônias de Estado foram co-presididas pelo Presidente da República, Tomislav Nicolic, e o Príncipe Aleksandar, caben-do a condução dos ofícios sacros ao Patriarca Irinej I, supremo líder dos or-todoxos sérvios e um filo-monarquista declarado… É curioso notar que tanto em Portugal, quanto na Sérvia, as bandeiras nacio-nais restauraram os antigos brasões

no de suas propriedades, confiscadas pelos comunistas em 1947. O antigo palácio real de Belgrado (chamado de “Palácio Branco”) e outras casas foram devolvidos aos Karadjordjevic, que residem oficialmente na capital desde julho de 2001. A família trabalha incessantemente pela instalação da monarquia con-stitucional-parlamentar no país. Alek-sandar II e sua consorte, Princesa Katherine, usam de forma profícua a

É curioso notar que tanto em Portugal, quanto na Sérvia, as bandeiras nacionais restauraram os antigos brasões reais há mais de uma década. Pesquisas de opinião recentes mostram aumento significativo de simpatia pelo parlamentarismo monárquico em ambos os pequenos Estados.

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11reais há mais de uma década. Pes-quisas de opinião recentes mostram aumento significativo de simpatia pelo parlamentarismo monárquico em am-bos os pequenos Estados. Uma fina ironia perpassa a possibi-lidade desses “Orleans e Bragança” de Portugal e da Sérvia retornarem ao poder. Eles pertencem ao que a imp-rensa brasileira chama de “ramo de Petrópolis da família imperial brasilei-ra”. D. Duarte é o sobrinho e os menin-os Petar, Filip e Aleksandar os netos do falecido D. Pedro Gastão (1913-2007), príncipe-titular de Orleans-e-Bragança. No Brasil, o ramo de D. Pedro Gastão e o ramo de D. Pedro Henrique (1909-1981) permanecem separados e o monarquismo certamente não é su-ficiente para uni-los. As causas de desunião são antigas e não dizem re-speito, como muitos pensam e dizem, a direitos dinásticos. Trata-se do prob-lema da herança das propriedades pe-tropolitanas de D. Isabel. Em 1946, o príncipe-chefe da Casa Imperial do Brasil, D. Pedro Henrique, perdeu para seu primo a causa em que defendia a anulação do negócio juríd-ico de venda das ações da Compan-hia Imobiliária de Petrópolis durante a II Guerra Mundial; advogou para ele o renomado civilista carioca Carlos de Saboia Bandeira de Mello (1890-1963). Contudo, a Justiça do Rio de Janeiro deu ganho de causa a D. Pe-dro Gastão e desde então a briga entre eles jamais cessou. Pois a contenda girava em torno do laudêmio result-ante da enfiteuse do Centro Histórico de Petrópolis, cujos dividendos vão ex-clusivamente para o ramo primogênito de D. Isabel, enquanto o ramo secun-dogênito, especificamente a família de D. Pedro Henrique e D. Maria da Bavi-era (1914-2011), ficou em situação de quase-penúria. A irmã de D. Pedro Henrique, D. Pia Maria (1913-2000), casada com o conde francês René de Nicolaÿ, nunca passou apertos. A questão é complexa e não se re-stringe a uma história de “mocinhos” e “bandidos”. Para aumentar as desa-venças, acresceu-se a vontade mani-festa por D. Pedro Gastão, durante toda sua vida, de negar o ato de renún-cia ao trono assinado em 1908 pelo primogênito de D. Isabel, seu pai. Por desejarem, D. Isabel e o marido, que seu herdeiro se unisse a uma moça de “família régia”, i.e., uma casa principesca reinante ou ex-reinante,

eles convenceram D. Pedro de Alcanta-ra a renunciar aos seus direitos suc-essórios, no que concernisse ao Brasil, passando-os a D. Luiz. Na recente biografia deste príncipe, a historiadora paulista Teresa Malatian explicita que a renúncia não se deve exclusivamente a fatores genealógico-dinásticos, pois D. Luiz tinha muito mais interesse numa eventual restauração monárquica bra-sileira do que D. Pedro. Este, contudo, se sentia muito brasileiro e sofria com os desejos do pai, que o manietava no sentido de se assumir como “Príncipe Pierre de Orleans” e futuro “Conde de Eu”. A união de Isabel, princesa de Bra-gança e Gaston, príncipe de Orleans, celebrada em 15 de outubro de 1864, deu origem à Casa de Orleans-e-Bra-gança, que teria sinonímia com a Casa Imperial do Brasil se o casal tivesse reinado como D. Isabel I e D. Gastão (imperador-consorte) e o primogênito de ambos (D. Pedro) tivesse se tornado D. Pedro III. Nada disso ocorreu. Em 1908, após assinar a renúncia por si e os eventuais descendentes, D. Pedro casou-se com a Condessa Elisabeth Dobrzenska de Dobrzenicz (do Reino da Bohêmia, império hab-sbúrgico) e seu irmão-herdeiro, D. Luiz, desposou a Princesa D. Maria Pia das Duas Sicílias, princesa de Bourbon. Desses casamentos nasceram cinco crianças, do primeiro, e três do seg-undo. Todos receberam, na França, o nome civil de “Orléans-Bragance” ou “Orléans et Bragance”. Os oito netos da Redentora (D. Pedro Henrique, D. Isabel, D. Luiz Gastão, D. Pedro Gastão, D. Pia Maria, D. Fran-cisca, D. João e D. Thereza) foram, to-dos, batizados em cerimônias em que a brasilidade era exaltada, e às quais afluíam, na medida do possível, os no-bres brasileiros que viviam exilados em Paris e na França. A todos se lhes reconhecia a condição de “Príncipes Brasileiros nascidos no exílio”, ainda que nossa República negasse tal pre-tensão. Não vou entrar nas minudên-cias históricas da condição genealógi-ca desses príncipes; devo afirmar, contudo, que todos se sentiam bra-sileiros, para além das outras identi-dades, mormente a francesa, que pud-eram gozar e/ou partilhar no curso de suas vidas. Nascidos em solo francês e trinetos do último rei do país (Louis-Philippe I dos Franceses), os príncipes de Orleans-e-Bragança eram bilíngues

desde o berço, falando Português e Francês todo o tempo. Foram criados como verdadeiros pri-mos-irmãos, partilhando tudo, alegrias e tristezas. O destino encarregou-se de torná-los pessoas distantes umas das outras, como ocorre em muitas famíli-as numerosas e tradicionais… No fim de 1921, estavam mortos D. Isabel e dois de seus filhos: D. Luiz e D. Antonio. Sobravam o velho Conde d´Eu, alquebrado em anos, D. Pedro com mulher e filhos e D. Maria Pia, viúva, com os filhos. No ano seguinte (1922) a Nação Brasileira comemorou os 100 anos de sua independência e a família ex-reinante foi convidada pelo governo da República a retornar ao solo pátrio e receber as homenagens. Se o Conde d´Eu era o chefe daquela família de um ponto de vista moral e de organização interna, era ao pequeno D. Pedro Henrique, de 12 anos, que ca-bia a honrosa situação de “herdeiro da Coroa e chefe da Casa Imperial”. Mor-to o Conde d´Eu em agosto de 1922, em Águas Brasileiras, suas exéquias constituíram aos pequenos Orleans e Bragança que pisavam o Brasil pela primeira vez uma boa oportunidade de sentir o calor humano das demon-strações de apreço popular àquela es-timada Família. D. Pedro de Alcantara, com a morte do pai, é o único príncipe adulto vivo. Ele retorna à França com os despojos mortais de D. Gastão, a fim de enter-rá-los no mausoléu dos Orléans, na Capela Real de São Luís de Dreux, no Vale do Loire. Resoluto a voltar a morar na sua querida Petrópolis, mas pre-so à França pelas propriedades da família, o príncipe-titular de Orleans-e-Bragança — era esse seu título genealógico, uma vez que não se casara morganaticamente, que ja-mais renunciara ao nome de família e à primogenitura da linhagem nas-cida do casamento de seus pais — inicia o longo processo de inventário dos genitores. Ele fica com o Castelo de Eu e a viúva de D. Luiz, sua cun-hada, com o palacete de Boulogne-sur-Seine. Embora senhor de Eu, D. Pedro nunca quis solicitar ao primo, chefe da Casal Real da França, seu título de “Conde d´Eu”, em prova cabal de que se sentia mais brasileiro do que francês. Por outro lado, apesar de não esconder certa mágoa pela renúncia ao trono praticada em

1908, nunca a negou. Respeitou a condição do sobrinho e, enquanto viveu, aparou as eventuais arestas e rusgas que podiam nascer do incô-modo familiar. Ele, a mulher e a cunhada preocu-pavam-se com o futuro das crianças. Em 1931, ele casou sua primogênita justamente com o futuro herdeiro dos Orléans, o Delfim de França, Henri (1908-1999), Conde de Par-is. Após o faustoso casamento, D. Pedro resolveu voltar ao Brasil e se instalar na antiga “Casa dos Se-manários”, ou seja, o palacete atrás da residência de verão de D. Pedro II, em Petrópolis, que servia de pou-sada aos nobres que se revezavam no “serviço do Paço”. Embora não fosse, de um ponto de vista dinástico, o “Príncipe do Grão-Pará”, título que a Constituição do Império (art. 105) lhe garantiu no nascimento e pelo qual foi conhe-cido e reverenciado durante todo o tempo em que vivera aqui, D. Pe-dro, em clara demonstração mais afetiva do que racional, intitulou a residência de “Palácio Grão-Pará”, nome pelo qual os petropolitanos conhecem o prédio até hoje. Viveu nesse solar da Região Serrana fluminense até 1940, quando mor-reu. Na década de 1990, D. Pedro Gastão trasladou para a Catedral de São Pedro de Alcântara os despo-jos do pai, bem como os da mãe, D. Elisabeth, que morrera em Portugal, em 1951. Se o “ramo de Petrópolis” pode re-constituir o Reino de Portugal e o Reino da Sérvia, o “ramo de Vas-souras”, herdeiro do Império do Brasil, parece estar longe da possib-ilidade de remonarquizar os brasilei-ros… Ainda assim, em abril de 1993 o plebiscito previsto nas disposições transitórias da Constituição de 1988 foi realizado e a monarquia parlamentar recebeu cerca de 13% dos votos válidos, o que é um exce-lente resultado, dada a ampla falta de conhecimento do que represente essa forma de governo nos dias at-uais, mesmo entre uma quantidade considerável de historiadores, juristas e outros cientistas sociais. Seja como for, estão todos, príncipes e monar-quistas brasileiros, rezando para que os sérvios e os portugueses coroem Aleksandar II e D. Duarte III. Será que os céus atenderão suas preces?

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A PRINCESAIvanaldo Santos Filósofo ([email protected])

Atualmente estamos vendo um renas-cimento do interesse por uma dos vul-tos mais importantes e significativos da monarquia brasileira e, ao mesmo tempo, da segunda metade do século XIX e início o XX. Trata-se da princesa Isabel. Uma mulher simples que con-seguiu, de forma rara, fundir a no-breza, a fé cristã e a atividade políti-ca. Já no século XIX a princesa Dona Isabel conseguiu colocar em prática o ideal de união entre os valores do Evangelho e a experiência política. Esse ideal é defendido e incentivado pela Igreja. De forma rara e surpreendente a princesa Dona Isabel conseguiu unir duas grandes virtudes, sendo elas: a fé cristã e o serviço público ao povo brasileiro.De um lado, a princesa Dona Isabel foi à mulher que soube viver radical-mente a fé e os valores do Evangelho. Mulher de oração, seu modelo de mul-her era a Virgem Maria, boa esposa e ótima mãe. Do outro lado, ela foi uma mulher a frente do seu tempo. Muito antes de se falar em emanci-pação e de participação da mulher na vida pública, a princesa Dona Isabel já estava mergulhada e engajada nas lutas políticas do Brasil. No entanto, é preciso ressaltar que, ao contrário de muitos políticos e homens públicos que atualmente são encontrados no Brasil e em muitos outros países do mundo, políticos profissionais preocu-pados com o acumulo de riqueza e de poder; a princesa Dona Isabel foi uma mulher que levou para dentro da vida pública os valores do Evangelho e a

doutrina da Igreja. Por causa disso ela conseguiu estar a serviço do povo bra-sileiro. Um serviço prestado, por exem-plo, na luta contra a escravidão, pela difusão da cultura e da educação. A princesa Dona Isabel não foi uma política profissional, ou seja, o tipo de pessoa que vive em busca de cargos e honrarias do Estado. Exerceu sim com muita humildade os cargos previstos na constituição, sendo a princesa Dona Isabela primeira senadora do Brasil, cargo a que tinha direito como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade, segundo a constituição im-perial brasileira de 1824 - a primeira carta constitucional do Brasil. Assumiu por três vezes a regência do império durante as viagens do im-perador Pedro II ao exterior. Na sua primeira regência (1871-1873), san-cionou a Lei do Ventre Livre, pela qual libertou os filhos que nascessem de mãe escrava. Seu segundo período na regência ocorreu quando da viagem de Pedro II aos Estados Unidos (1876-1877). Na sua terceira oportunidade como regente (1887-1889), san-cionou a lei que abolia a escravidão, a Lei Áurea, em 13 de maio (1888). A decisão valeu à princesa imperial a condecoração Rosa de Ouro, conce-dida pelo papa Leão XIII. Em grande medida, sua luta foi silen-ciosa, nos bastidores da vida política brasileira. Com isso, na condição de filha do imperador e de princesa, ela soube usar o prestígio que desfrutava em prol das grandes lutas sociais do seu tempo. É preciso ressaltar que essa luta não foi marcada pelo espírito antirreligio-so e antievangélico que está em moda nos círculos de intelectuais do Brasil e

de outras partes do mundo. Sua luta foi alicerçada pelo Evangelho, pela devoção a Virgem Maria e, por con-seguinte, pela doutrina cristã. Em grande medida, a princesa Dona Isabel só conseguiu ser a grande fig-ura feminina da política brasileira do século XIX, porque sempre esteve fun-damentada na fé cristã. Por causa disso ela, um personagem do século XIX, é um modelo a ser se-guido pelos homens e mulheres do século XXI. Homens e mulheres que, muitas vezes, ficam perdidos diante

de tantos modismos, de tantas ex-igências de competência e de super-ação profissional. A princesa Dona Isabel nos apresenta uma vida sim-ples, marcada pela oração, mas rica em lutas sociais. Esse é um estilo de vida que se seguido por nós poderá ajudar muitos brasileiros – (e não so-mente as mulheres as quais ela é rep-resentante) – a superarem o medo e a angustia que nascem no cotidiano e irem à busca da santificação pessoal e da transformação das estruturas so-ciais.

DONA ISABELUma mulher cristã a serviço do povo brasileiro

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Uma mensagem a Garcia ou a quem interessar possaGen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Corria o ano de 1899, e no seu de-curso, a guerra entre os EUA e a Es-panha. Primordial era o contato entre o presidente Mac Kinley e o chefe re-voltoso, General Garcia, que se encon-trava numa fortaleza desconhecida no sertão cubano.O presidente necessitava da valiosa colaboração de Garcia. Mas era im-possível o entendimento com ele pelo correio ou pelo telégrafo. Já ouvimos falar do guia, o Rowan, que imbuído da missão de levar uma mensagem do Presidente para o General Garcia, enfrentou estoicamente terríveis di-ficuldades.A mensagem era fundamental para a vitória dos combatentes, pois os alia-dos necessitavam do apoio de Garcia. Assim, a missão do guia Rowan era de primordial importância. Diz a tradição oral que o dedicado guia apenas rece-beu a sua missão de entregar aquela missiva para o destinatário e, sem de-longas, partiu.Na sua árdua jornada enfrentou co-lossais dificuldades, mas imbuído de um sentimento inquebrantável de cumprimento do dever, lá foi ele.E cumpriu a sua tarefa. Por vários motivos o incansável guia poderia ter desistido, pois desculpas, algumas aceitáveis, poderiam derrotar o dili-gente mensageiro. Foram terríveis os obstáculos enfrentados. Mas nunca o suficiente para desanimar um homem determinado a cumprir a sua impor-tante missão.Quantas desilusões, quantos camin-hos tortuosos, contudo, quanta dig-nidade, quanta fibra. Contra todas as adversidades lá foi o intimorato Rowan.Não somos Rowan, nem temos as suas virtudes nem a sua determi-nação, mas mesmo assim, seguimos o seu exemplo, pois temos uma men-sagem da sofrida Pátria e, através dos anos, estamos procurando um General Garcia, que talvez tenha dado baixa, e agora seja um civil.

Cidadão Garcia, por favor, apareça, aqui estamos para entregar – lhe uma carta, é um pedido, um apelo de mil-hares de cidadãos brasileiros; manda-nos um reforço, assuma a luta que o inimigo é ignóbil, insidioso e solerte.Não somos porta - voz de bolsistas, nem de ocupantes de cargo de confi-ança, nem filiados ao PT, nem negros (?) (a nossa saudosa avó era), somos simplesmente gente temente a Deus, que clama por justiça e vislumbra o abismo que nos espera. Gostaríamos de ser Garcia, mas por artes da vida tentamos pelo menos ser o destemido Rowan, e como ele, nunca desistimos; e carregamos como o intrépido guia um tesouro, a mensagem clemente da Pátria, e pretendemos entregá – la, pessoalmente, para que o bravo Garcia avalie quão importante ela é.Sim, incansavelmente, vamos seguindo pistas, fazendo denúncias, testemunhando cretinices e uma calamidade de barbaridades que nos impulsionam e animam a procurar Garcia. Cidadão Garcia, logo chegare-mos até você, na esperança de que um patriota de sua grandeza nos dará o apoio necessário para banirmos de nossa terra este bando de salafrários e saqueadores, que infelizmente dom-inam o País.Cidadão Garcia, sua fama de batal-hador e de homem integro cruzou fronteiras e a sua grandeza nos ani-mará e, certamente, fará a quadrilha de patifes borrar - se nas calças.Nesta certeza, General Garcia, ainda estamos a sua procura, imbuídos da convicção de que ao receber a men-sagem da gentil mãe Pátria, tudo mu-dará.Se alguém vir ou ouvir falar do corajo-so Garcia, por favor nos informe, pois como o destemido e resoluto Rowan temos uma mensagem urgente e de suma importância para ele.Trata - se do salvar o futuro desta in-cauta e espoliada Nação.

Brasília, DF, 17 de novembro de 2012

As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o suficiente para reconhecer o quão importante você é para o Instituto Brasil Impe-rial. Nossa cumplicidade monárquica vai se tornando forte, e como Presi-dente do IBI me sinto comovido a homenagear os/as Confrades aniver-sariantes do mês. Feliz aniversário! E que você seja muito, muito feliz!

DEZEMBRO Tito Barros Leal de Pontes Medeiros 2 Fortaleza - CEBruno Cezar Pereira Soares 1 Brasília - DFDouglas Ferreira Costino 31 Itapuranga - GOReginaldo Pereira Duque 14 Guaxupé - MGLuiz Antonio Vital Teixeira 6 Juiz de Fora - MGDouglas Soares Dourado 20 Manga - MGSamuel Caputo de Castro 20 Uberlândia - MGÁlvaro José de Almeida Neto 16 Belém - PAAgustinho Macedo 28 Arcoverde - PEJorge Cely Ferreira Ribas 30 Curitiba - PRWesley Vinicius da Cruz 27 Londrina - PRCarlos Henrique Mello 20 Ribeirão Claro - PRMatheus Pereira Gonçalves 23 Campos dos Goytacazes - RJHigor Porto Rodrigues 28 Campos dos Goytacazes - RJNatalia Costa Silva 26 Duque de Caxias - RJWinker Joffre French Turon Poubel 25 Niteroi - RJFrancisco Tomasco de Albuquerque 25 Niterói - RJGastão Reis Rodrigues Pereira 8 Petrópolis - RJMarco Aurélio Barcelos Valente 16 Rio de Janeiro - RJEdson Murilo Prazeres 5 São José - SCThiago Fernandes Costa 2 Guarulhos - SPAlex Sandro de Oliveira 23 Mauá - SPWilza Silveira 20 Praia Grande - SPJefferson Afonso Milatias 16 Santo André - SPCelso Amodio Mantovani 27 São Bernardo do Campo - SPNelson Gonçalves 3 São José do Rio Preto - SPFlávio Lopes Coutinho 10 São Paulo - SPMiguel Saliby Neto 28 São Paulo - SP JANEIRO Almir Gomes 10 Barra de Santo Antonio - AL José Monteiro Pessoa Neto 17 Manaus - AM Marcio Etiene N. Almendros de Oliveira 22 Manaus - AM Marco Antonio Portella de Macêdo 17 Manaus - AM Hélder Targino Pereira 5 Salvador - BAFernando Antonio Saraiva de Souza 24 Fortaleza - CE Sérgio Luiz Ferreira de Abreu 18 Fortaleza - CE João Gabriel Guimaraes Ribeiro 7 Brasilia - DF Junio Afonso Menegussi 1 Mimoso do Sul - ESFernando Henrique Vital 1 Uberlandia - MG Giovani Barbosa Alves 31 Belo Horizonte - MG Josué da Silva Brito 6 Paracatu - MG Carlos Rogério de Brito 15 Araputanga - MT João Alves Pereira 21 Londrina - PRJosé Luiz Ribeiro da Silva 9 Curitiba - PR Douglas Bispo Peixoto 27 Rio de Janeiro - RJ Paulo Roberto Costa Franco 6 Campos dos Goytacazes - RJ Paulo Rene Farias Lessa da Rosa 6 Piratini - RS Grover Holzwarth 16 Sao Miguel do Oeste - SC Anderson Aurelio dos Santos 9 Votorantim - SP Bruno Simões da Silva 2 São Paulo - SP Daniel da Rocha Simões 19 São Paulo - SP Felipe William Rodrigues Silva 7 Ribeirão Preto - SP Fernando Chiarelli 21 Ribeirão Preto - SP Israel Azevedo Oliveira de Carvalho 19 Caçapava - SP Paulo Fideles 27 Salto de Pirapora - SP Paulo Oliveira Sousa 11 Avaré - SP Paulo Santos 10 Bélgica

Seu nome não consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Não temos a sua data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você completasse o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo. Se já tem a senha é só acessar e completar os dados no site www.brasilimpe-rial.org.br

Aniversários

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Dom Rafael, quarto na linha de sucessão, filho de Dom Antônio e de Dona Cristine. Nascido em Petrópolis, hoje com 26 anos, é engenheiro de produção da AmBev, em meio a ocupação e com-promissos respondeu gentilmente às perguntas da Herdeiros do Porvir.

Qual o nome completo de Vossa Alteza, e o significado de cada um?Rafael Antônio Maia José Francisco Miguel Gabriel Gonzaga de Orleans e Bragança. “Rafael Antônio” é meu nome próprio, sen-do “Antônio” uma promessa que meu pai fez a Santo Antônio,

Entrevista

PRÍNCIPEDom Rafael de Orleans e Bragança Publicada na Revista Herdeiros do Porvir

se seu filho nascesse homem. Os nomes “Maria e José” estão nos nomes de todos os integrantes da família, em homenagem a Nossa Senhora e São José, assim como “Miguel” “Gabriel” e ”Rafael”, em devoção aos arcanjos. “Francisco” é meu padrinho de batismo (Dom Francisco, irmão de meu pai) e “Gonzaga” hom-enagem a São Luiz, patrono da família.

Tem algum hobby? Algum esporte preferido? O que faz nas horas vagas?Sou muito esportista. Jogo futebol toda semana e squash sem-pre que posso. Sem contar com o golfe e tênis, que já viraram tradição na família.

Dom Antônio, seu pai, é exímio pintor: Dona Gabriela, sua irmã, declarou sua inclinação para a música. V.A. tem al-gum pendor artístico? Sempre gostei muito de desenhar, Fiz curso de desenho quando era mais novo, mas há algum tempo não pratico. Aprecio muito desenhos a lápis, principalmente retratos. Sou um grande ad-mirador dos croquis de Leonardo da Vinci.

V.A. tem algum medo? Se a resposta for positiva, qual e por quê?Acho que todos temos medo de algo. Mas nunca deixo isso transparecer, e tento sempre enfrentar as situações em que este medo e/ou ansiedade se apresentam.

Como V.A. se define como pessoa (temperamento, caráter, etc.)? Pode comentar?Sou discreto e reservado, e sempre me considerei tímido. Mas

“A República tem um problema sério de governabilidade, que força o Brasil a ser gerido através da corrupção. Isso cria uma desilusão com relação à República. Desta maneira o povo não acredita mais nas instituições, e a vida se transforma num vale tudo. Em outras palavras, num completo desrespeito às leis e à civilidade”.

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quando a situação me permite, exercito meu senso de humor.

Elizabeth II da Inglaterra disse que, para ela, ser rainha não é trabalhoso, sendo muito feliz desempenhando suas tarefas. V.A. acha pesado ser Príncipe herdeiro do Brasil?Não acho que seja penoso. E sempre soubemos da importância que nossa família tem na história do país.

É uma preocupação constante dos monarquistas a con-tinuidade da Família Imperial. V.A. pretende se casar? Caso positivo, que qualidades a princesa escolhida deve-ria ter para desempenhar tão importante papel?Sim, pretendo. Acho que o mais importante é encontrar uma pes-soa e que tenha os mesmos princípios e valores, e que tenha re-cebido a mesma educação. Isso é essencial para a felicidade de um casal, de acreditarem no mesmo ideal, e que possam passar para seus filhos.

Vemos no Brasil e no mundo uma ação feroz de meios de comunicação e legisladores no sentido de destruir a famíl-ia. O que devemos fazer para preservá-la?Vivemos num sistema econômico baseado no consumismo, onde os bens materiais passam por cima dos valores morais e cris-tãos. As pessoas se tornam objetos e a essência da família se perde quando se estabelecem relações “descartáveis”. Devemos enfrentar este materialismo fortalecendo a fé e a espiritualidade, sobretudo através da educação.

Na opinião de V.A., qual a principal qualidade do povo bra-sileiro? E o maior defeito?Temos inúmeras qualidades. O povo brasileiro é trabalhador, alegre e bondoso. Mas eu destacaria a generosidade. O brasilei-ro, vendo a dificuldade do próximo, é voluntarioso e generoso. Ele se reconhece na dor do outro e por isso o ajuda. É muito difícil encontrar um defeito num povo com tantas qualidades. Mas vejo que, depois de tantas décadas de uma desastrosa República, o brasileiro desenvolveu tendência de respeitar cada vez menos os valores, as leis e os próprios indivíduos. Isso é uma ameaça às nossas qualidades natas.

O que V.A. acha do atual momento brasileiro?A República tem um problema sério de governabilidade, que força o Brasil a ser gerido através da corrupção. Isso cria uma desilusão com relação à República. Desta maneira o povo não acredita mais nas instituições, e a vida se transforma num vale tudo. Em outras palavras, num completo desrespeito às leis e à civilidade.

Quais nossos principais problemas? O que faria para solu-cioná-los?Hoje, para o país ser “governável”, a máquina precisa fomentar a corrupção e esta, por sua vez, alimenta a ineficiência. Os serviços públicos prestados à população acabam sendo de péssima quali-dade. Na Bélgica, Inglaterra, Espanha e outras monarquias, em contrapartida, vemos a população sendo tratada com dignidade, especialmente os menos favorecidos.

Se tivesse que assumir o poder hoje, qual o primeiro ato de V.A.?É difícil materializar um ato concretamente. Acho que primeiro tra-balharia para aproximar a população de seu soberano. A Repúbli-ca não escuta e não une os cidadãos.

Nas viagens de V.A. representando a Família Imperial como tem sido a receptividade com relação à monarquia, sobr-etudo dos jovens?Vejo um movimento jovem crescente, o que me enche de esper-ança, porque cada vez mais a população tem vontade de mudar a situação política atual. E estão vendo que a Monarquia passa a ser a melhor opção para esta mudança acontecer.

V.A. considera possível a restauração da Monarquia no Brasil para breve?Há uma ruptura clara o cidadão e o governo. E isso não tem como se sustentar a longo prazo. Não vejo recuperação possível para República. A restauração da Monarquia passa a ser uma questão de tempo.

De que fatores a restauração depende?Basicamente de um grande trabalho de comunicação e educação, em que se evidencie a falência da República e mostre que a Monarquia é o regime do futuro, e que as pessoas entendam que não é coisa do passado.

V.A se sente preparado para dedicar-se exclusivamente à causa monárquica, se a possibilidade da restauração se desse hoje?Com certeza. Fomos educados para servir ao país, e tomo isso como um dever e uma honra e não como direito.

Que atuação os monarquistas poderiam exercer com vistas à restauração da Monarquia?Focar no trabalho de comunicação. Estabelecer um contato di-reto com núcleos da sociedade para conquistar mais brasileiros à causa. Sempre agindo de maneira humilde e generosa, como bons brasileiros.

“Vejo um movimento jovem crescente, o que me enche de esperança, porque cada vez mais a população tem vontade de mudar a situação política atual. E estão vendo que a Monarquia passa a ser a melhor opção para esta mudança acontecer”.

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Museu Imperial apresenta berlinda de d. Pedro II restauradaMuseu Imperial

Após um ano de trabalho intenso, a equipe do Museu Imperial concluiu a restauração da Berlinda de Aparato de d. Pedro II, veículo que o imperador utilizava em ocasiões solenes. A peça foi apresentada ao público no dia 15 de dezembro.A restauração, que contou com pa-trocínio da empresa petropolitana GE Celma, a partir da Lei de Incentivo à Cultura, foi realizada às vistas do público na Galeria de Restauro, sala anexa ao Pavilhão das Viaturas criada para permitir que os interessados pu-dessem acompanhar o trabalho dos técnicos. A partir de agora, o espaço receberá outras peças para serem restauradas publicamente.

“O trabalho de conservação e restau-ração da berlinda do imperador d. Pedro II foi elaborado a partir de um projeto de pesquisa minucioso e de-talhado, sobre a história da berlinda, bem como o contexto histórico, so-cial, político e cultural em que ela se insere. Foram realizadas ainda pes-quisas dos materiais e das técnicas que fizeram parte da manufatura do objeto, integrando campos disciplin-ares distintos, tais como: biólogos, conservadores, engenheiros, historia-dores e historiadores da arte, restau-radores e ainda profissionais artesãos especialistas em metais e bordados da comunidade petropolitana, cujo trabalho constitui uma raridade nos dias atuais”, afirmou Eliane Zanatta, responsável pelo Laboratório de Con-

servação e Restauração do Museu e coordenadora do projeto.Foi a primeira vez que a berlinda pas-sou por uma intervenção tão compl-exa. Além da equipe do Laboratório de Conservação e Restauração do Museu Imperial, também trabalharam no restauro pessoas da comunidade petropolitana, capacitadas pelo Mu-seu. Participaram ainda consultores externos, a partir de convênios com universidades e instituições de pes-quisa.Ainda segundo Eliane, a complexi-dade do trabalho se dá, em espe-cial, pelo caráter único e histórico da peça. “Todas as intervenções foram fundamentadas em análises labora-toriais, testes químicos, físicos e bi-ológicos, com objetivo de obter uma

maior compreensão e respeito pelos objetos, requisito essencial quando se trata de bens culturais, que leva a posturas verdadeiramente conserva-tivas. Intervir num bem de interesse cultural, que é documento histórico e possui papel memorial, é ato de ex-trema responsabilidade, pois se trata, sempre, de documentos únicos e não reproduzíveis”, disse.Além de preservar esse patrimônio brasileiro, o projeto permitiu tam-bém um estudo aprofundado sobre a peça. Foram descobertas, por exem-plo, marcas de artesãos que atuaram em sua manufatura, como ferreiros, marceneiros e bordadeiros, e até a própria data provável da finalização dos trabalhos do arcabouço – até en-tão, acreditava-se ser 1837, mas uma

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17gravação na parte interna permitiu corrigir a informação para 1835.

A BerlindaA berlinda de aparato foi construída pela firma britânica Pearce & Countz,

fornecedora da Casa Real Inglesa, especialmente para a cerimônia de sagração e coroação de d. Pedro II, ocorrida no dia 18 de julho de 1841. Era utilizada pelo imperador em oc-asiões solenes, como os casamentos de suas duas filhas, a abertura e o fe-

chamento da Assembleia Geral.A carruagem foi confeccionada em madeira e ferro e tem em seus el-ementos decorativos prata, madeira entalhada com folha de ouro e pintura que remete a cana de açúcar, couro, janelas em cristal, bordados e galões

em fios dourados, estofamentos e revestimentos em veludo de algodão, etc. Puxada a oito cavalos, era conhe-cida pela população como “Monte de prata”, devido ao material predomi-nante, ou “Carro cor de cana”, em razão de sua coloração.

Saudamos a Família Imperial do Brasil na pessoa do Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança. Receba os Votos do IBI Instituto Brasil Imperial, de um Feliz Natal e um Ano de 2013, com a proteção de Deus, com muita Saúde, Perseverança, e Crença na pronta Restauração da Monarquia Brasileira.

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www.brasilimperial.org.br

Mensagem ao AssociadoAgradecemos a todos os associados militantes monarquistas, que cada um à sua ma-neira contribuiu-o com o Instituto Brasil Imperial durante o ano de 2012. A perseverança e a sua participação, é que nos dá força para continuar no firme propósito de restaurar a Monarquia Parlamentar Constitucional.A participação da militância tem sido crucial para a continuidade de nossos trabalhos, enviando sugestões e/ou manifestações de apoio, escrevendo matérias para a Gazeta Imperial, coordenando os núcleos estaduais e/ou municipais, ou contribuindo financeira-mente através do pagamento do boleto bancário.Ainda contamos com os militantes que ajudam, postado em nossas páginas do Facebook, e ainda os que estão criando o blog gazetaimperialnarede e o fórum Brasil Imperial, am-bos com lançamento para janeiro próximo. Com a entrada no ar, comunicaremos os links para poderem acessar.Se você ainda não recebe o jornal Gazeta Imperial, faça seu cadastro e receba mensal-mente via eletrônica em PDF.O IBI não tem renda, a não serem as contribuições dos associados militantes por boleto bancários, cuja soma é insuficiente para pagar o telefone e a internet, sendo necessário colocar do bolso para completar as contas.Neste mês precisamos pagar o contador, as taxas de lei e a renovação dos registros de marcas e dos domínios e a manutenção de site e nossa caixa está com insuficiência de numerário.Solicitamos a sua colaboração, se você já contribui por boleto e tem boletos pendentes faça um esforço para efetuar os pagamentos, se você ainda não autorizou a emissão de boletos, pode autorizar agora renovando seu cadastro pelo site: www.brailimperial.org.br.Se a sua vontade for de fazer uma contribuição especial, pode fazer um depósito bancário:Banco Bradesco, Agencia: 0134, Conta: 71785-1, Favorecido: Instituto Brasil ImperialCNPJ: 00.649.568/0001-38.

O IBI é você, todos juntos vamos fazer as mudanças pretendidas na nossa amada Nação.

Atenciosamente,

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Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial