gastronomia de portugal
TRANSCRIPT
Gastronomia de Portugal
A culinária portuguesa, ainda que esteja restrita a um espaço geográfico
relativamente pequeno, mostra influências mediterrânicas (incluindo-se na
chamada “dieta mediterrânica”) e também atlânticas, como é visível na
quantidade de peixe consumida tradicionalmente. Muito mudou desde que
Estrabão se referiu aos Lusitanos como um povo que se alimentava de bolotas.
A base da gastronomia mediterrânica, assente na trilogia do pão, vinho e
azeite, repete-se em todo o território nacional, acrescentando-se-lhe os
produtos hortícolas, como em variadas sopas, e os frutos frescos. A carne e as
vísceras, principalmente de porco, compõem também um conjunto de pratos e
petiscos regionais, onde sobressaem os presuntos e os enchidos. Com o
advento das descobertas marítimas, a culinária portuguesa rapidamente
integrou o uso, por vezes quase excessivo, de especiarias e do açúcar, além
de outros produtos, como o feijão e a batata, que foram adoptados como
produtos essenciais. Note-se que a variedade de pratos regionais se verifica
mesmo em áreas restritas. Duas cidades vizinhas podem apresentar, sob o
mesmo nome, pratos que podem diferir bastante na forma de confecção, ainda
que partilhem a mesma receita de base. As generalizações nem sempre estão
correctas: as diversas culinárias regionais variam muito na mesma região.
A dieta mediterrânica
Após o 25 de Abril de 1974, alguns nutricionistas portugueses resolveram criar
um esquema
que resumisse as virtudes nutricionais da tradicional dieta mediterrânica.
Elaborou-se uma nova versão deste esquema, a Roda dos Alimentos que
mantinha, contudo, a proporção e variedade de alimentos conotados com este
tipo de alimentação.
Com a adopção em Portugal da nova pirâmide dos alimentos, divulgada pela
Organização Mundial da Saúde, a chamada dieta mediterrânica ganha ainda
mais destaque. Estudos diversos parecem indicar que Portugal é o país
"mediterrânico" que menos alterou os seus hábitos alimentares tradicionais,
apesar de nem ser banhado por este mar.
O pão
Folar de Chaves
O pão é, sem dúvida, um dos alimentos base da alimentação portuguesa.
Existe em diversas formas ao longo do território nacional, não se limitando ao
pão de trigo, de que o pão alentejano é talvez o mais representativo, existindo
também a broa de milho, típica do Norte de Portugal, ainda que apreciada em
todo o país, o pão de centeio (por exemplo, da Serra da Estrela), etc. O pão
alentejano, geralmente de grandes dimensões (pão de quilo) e com miolo
compacto, é pensado para durar mais do que um dia (algumas variedades são
ainda mais apreciadas no dia seguinte à cozedura) e é utilizado em diversos
pratos como as açordas e as migas à Alentejana.
Fora do Alentejo, continua-se a utilizar pão para outros pratos, como o torricado
(um pão grande, torrado com azeite e que é servido como acompanhamento,
próprio do centro do país), o bacalhau espiritual, diversos
ensopados e, entre os doces, as rabanadas ou fatias-paridas, os mexidos, etc.
Note-se que o doce de Évora designado como pão de rala não leva pão na sua
confecção.
Broa de Avintes a sair do forno de lenha.
No norte de Portugal, junto ao Porto, é célebre a designada vulgarmente "broa
de Avintes". Existem outras espécies de pão, como a fogaça, a rosca (o pão
vulgarmente utilizado no norte, ao Domingo, dia em que o padeiro não vai levar
o pão a casa), as “caralhotas” de Almeirim (pães redondos e de tamanho
médio, especialmente apreciados quando acabados de sair do forno), o pão-
com-chouriço (frequente em feiras e festas, onde é consumido quente,
cozendo
no forno com o chouriço já no seu interior), os folares (próprios da Páscoa), etc.
No norte de Portugal, há ainda a referir as "bolas" (lê-se "bôlas") que tanto
podem significar grandes pães com carne misturada (em Trás-os-Montes) ou
pães baixos, redondos e compactos servidos com sardinhas ou carne (como
acontece em algumas partes do Minho).
O azeite
Azeitonas na oliveira, base do Azeite
O azeite é o alimento indicado para a dieta dos portugueses, principalmente
utilizado como condimento nas sopas de legumes, nas migas à moda da beira
(em que se misturam feijões, couve e pão de milho), no bacalhau assado, onde
é acompanhado com bastante alho, etc. Mesmo na doçaria, o azeite também
se faz presente, como em alguns bolos, principalmente alentejanos, mas
também em diversas "broas
de azeite". As batatas cozidas, servidas juntamente com diversos pratos, como
peixes grelhados, são geralmente regadas com azeite, um golpe de vinagre,
salsa e cebola picada.
Grande parte dos pratos começam por ser preparados a partir de um refogado
de cebola e/ou alho, mais ou menos puxado (mais ou menos escuro), em
azeite.
O vinho
Vinho do Porto.
Portugal orgulha-se especialmente dos seus vinhos que também apresentam
uma variedade impressionante, consoante a região onde são produzidos. Os
vinhos generosos, de alto teor alcoólico e sabor geralmente doce (mas nem
sempre) incluem o inevitável vinho do Porto, o vinho da Madeira, o vinho de
Carcavelos, o moscatel de Setúbal, entre outras variedades, como os vinhos
“abafados”, em que o mosto não chega a fermentar porque é diluído em
aguardente.
As regiões produtoras de vinho mais afamadas são, sem dúvida, o Alentejo e o
Douro, ainda que mereçam referência outras regiões: Dão, Terras do Sado,
Bucelas, etc.
No Minho existe a região demarcada do vinho verde, que se bebe jovem e
fresco. Ao contrário do que muitas pessoas pensam (mesmo alguns
portugueses), o vinho verde não é um tipo específico de vinho branco. De
facto, existe vinho verde tinto (o que é, aliás, mais consumido no Minho) e
vinho verde branco.
Sopas e cozidos
Caldo verde
Os produtos hortícolas são muito utilizados para diversos fins: saladas, sopas
de legumes, cozidos, etc. São frequentes as sopas frias, como o gaspacho,
no Alentejo, as “picadas” (pepino picado com água fria, sal, vinagre e azeite),
além de diversas sopas de legumes. Estas costumam resultar da adição de
legumes (nabiças, couve, espinafres, etc) a uma base de puré mais ou menos
espesso (consoante os gostos) de batata, cenoura e, eventualmente, cebola.
O
caldo verde, composto por puré de batata e couve-galega cortada em tiras
muito finas é talvez a mais famosa das sopas portuguesas. No norte de
Portugal é comum acompanhar o caldo verde com rodelas de chouriço. Note-
se que na região do Alentejo dá-se outro significado à palavra “sopas” que são,
nessa acepção, semelhantes às açordas – pedaços de pão num meio líquido
aromatizado, que acompanha outros ingredientes, geralmente ovos, carne, ou
peixe.
Cozido à portuguesa tradicional e seus acompanhamentos
O cozido à portuguesa, considerado por muitos como o prato nacional, é
composto por uma grande diversidade de ingredientes cozidos em água
abundante – as receitas variam muito de local para local, havendo muitas que
reclamam ser mais legítimas que outras. Contudo, é costume referir como
ingredientes mais utilizados as diversas qualidades de couve (couve-galega,
couve-lombarda, tronchuda, etc), batatas, feijão, cabeças de nabo, cenoura,
enchidos (chouriço, farinheira, moura, etc), outras carnes, geralmente de porco,
e, por vezes, adições de carnes de frango ou galinha.
As saladas mais confeccionadas são as de alface e de tomate. É curioso
notar que existe, em algumas regiões do país, uma certa confusão na
linguagem popular entre os termos que designam alface e salada, como se
ambos referissem à mesma coisa. A salada de tomate costuma ser
aromatizada com orégãos.
Enchidos
Uma montra de enchidos portugueses.
Alguns produtos e enchidos portugueses fazem parte de uma lista restrita que
a Comissão Europeia atribuiu a menção de Denominação de Origem Protegida
nomeadamente, para a zona de Estremoz e Borba, tais como, a Paia de
Toucinho, o Chouriço de Carne, a Paia de Lombo, a Morcela, os Maranhos, o
Chouriço grosso.
No Nordeste de Portugal, a criatividade popular permitiu a confecção de
enchidos à base de pão e carne de galinha, denominadas alheiras. Foram
criadas como forma de reacção por parte dos judeus portugueses no século
XVI, ao dilema de não lhes ser permitido comer carne de porco por motivos
religiosos e o imperativo de dar entender que se tinham convertido ao
cristianismo.
Temperos
Prato de bacalhau decorado com salsa.
Em termos gerais, é no sul que se usam mais as ervas aromáticas. Enquanto
que no norte de Portugal se usa quase exclusivamente a salsa, o louro, a
cebola e o alho, no sul, especialmente no Alentejo, utilizam-se os coentros, as
mentas (hortelã, poejo, etc), os orégãos, o alecrim, etc. Desde que Vasco da
Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia que os portugueses utilizam
a pimenta (designada no Brasil como pimenta-do-reino), a noz-moscada,
o cravinho-da-índia, o açafrão, etc. A doçaria regional faz uso abundante da
canela.
Peixe e marisco
Amêijoas à Bulhão Pato
É obrigatória a referência ao peixe consumido tradicionalmente em Portugal.
Além da célebre sardinha portuguesa, o bacalhau, pescado em águas mais
frias e afastadas, são os peixes mais usados pela cozinha lusitana. Não nos
podemos esquecer, contudo, da grande variedade de mariscos, sem ser de
viveiro, como o berbigão, o mexilhão, as conquilhas, etc. As amêijoas são
utilizadas não só como principal iguaria, ao natural ou à Bulhão Pato, mas
também a acompanhar outras, como na carne de porco à Alentejana. Existe
ainda uma grande variedade de receitas de açordas e feijoadas de marisco.
Doçaria
Pão-de-ló
A doçaria portuguesa tem grande parte da sua origem nos conventos e
mosteiros portugueses no século XVI. O uso abundante de gemas de ovos em
muitas destas especialidades está relacionado com o uso das claras de ovos
nos conventos. As claras de ovos para a confecção de hóstias, para manterem
seus hábitos (vestuário das religiosas) sempre engomados, e para a
clarificação dos vinhos. Para não desperdiçarem as gemas e com o açúcar
vindo do Novo Mundo, os frades e, principalmente, as freiras de Portugal
aperfeiçoaram as receitas ancestrais. A criatividade conventual extravasava em
doces ricos em açúcar, em gemas de ovos, em frutos secos e em amêndoas.
Entre outros doces que importa referir, há ovos moles de Aveiro,
cuja fórmula e método de produção original se deve às freiras da Ordem dos
Carmelitas no século XIX, o pastel de nata (incluindo os famosos pastéis de
Belém que nasceram no Mosteiro dos Jerónimos), queijadas de Sintra,
conhecidas desde o século XIII, e os agora já célebres travesseiros da
Periquita, os pastéis de Tentúgal, queijadinhas de hóstia, as Tigeladas de
Abrantes, o pudim Abade de Priscos, quartos de marmelada do Convento de
Odivelas, Barriga de Freira de Arouca, castanha doce de Arouca, cristas de
galo (ou Pastéis de Vila Real, Pastéis de Toucinho, Viuvinhas), Bolo de Dom
Rodrigo (ou somente D. Rodrigo), Fatias de Tomar (ou Fatias da China),
Lampreia de Portalegre (ou Lampreia de Amêndoa, Lampreia à Antiga ou
Lampreia de Massapão), Palha de Abrantes, Trouxas de Ovos das Caldas,
Rebuçados de Ovos, atribuídos ao Convento de São Bernardo de Portalegre,
Pau de Abóbora (ou Abóbora coberta) entre outras specialidades mais ou
menos conhecidas. No Algarve, principalmente, são típicos os doces de
amêndoa e de figo seco; no Alentejo, a Sericá (ou sericaia), o Pão de Rala, os
Nógados. No arquipelago dos Açores, na ilha da Graciosa sao famosas as suas
queijadas. De facto, quase todas as localidades têm o seu doce típico. No
arquipélago da Madeira, destaca-se o chamado bolo de mel.
Gastronomia portuguesa no mundo
Vindalho em primeiro plano, com outros pratos de culinária de Goa ao fundo
A presença portuguesa no mundo ao longo da história,
principalmente durante os chamados descobrimentos do século XV e nos
territórios do império português, influenciou em ambos os sentidos, com os
portugueses a importarem técnicas e novos ingredientes e a deixar também a
sua marca em países tão distantes como o Brasil, Índia e Japão.
Da Ásia, onde era conhecida pelo nome narang, as laranjas terão chegado à
Europa através de Portugal no tempo das cruzadas. Da Índia os portugueses
trouxeram depois laranjas doces, que plantaram ao longo das suas rotas no
século XV, dada a sua importância no combate ao escorbuto que afectava os
marinheiros. Desde então muitos países nomearem este fruto como o seu
nome, como o Búlgaro portokal, Grego portokali (πορτοκάλι), Persa porteghal (
,and Romeno portocală. Também no dialecto napolitano de Itália ,(پرتقال
portogallo ou purtualle, no Turco Portakal, Árabe al-burtuqal (البرتقال), e
Georgiano phortokhali (ფორთოხალი).
Feijoada brasileira com diversos acompanhamentos
Para além das especiarias vindas da Ásia, cujo comércio os portugueses
dominaram - como a canela desde então muito presente na doçaria tradicional
- a influência oriental na gastronomia portuguesa pode ver-se na tradicional
"canja", um caldo de galinha e arroz tradicionalmente utilizado como terapia de
convalescentes, que tem o seu paralelo no asiático congee, cujo nome,
ingredientes e utilização são idênticos. Também do oriente os portugueses
trouxeram o Chá [1]. Em breve a Europa começou a importar
as folhas, com a bebida a tornar-se rapidamente popular, especialmente entre
as classes abastadas em França e Países Baixos. O uso do chá, bem como da
compota de laranja amarga (orange marmalade) em Inglaterra é atribuído a
Catarina de Bragança, princesa portuguesa que casou com Carlos II de
Inglaterra) cerca de 1650.
Tempura de camarão
Uma teoria afirma que terão sido os portugueses a levar a primeira pimenta
malagueta do novo mundo para a Índia, através de Espanha, onde é hoje um
ingrediente fundamental, baseado na sua forte presença na culinária de Goa,
centro da presença portuguesa na Índia.
Bolo Castella de Nagasaki
Os portugueses deixaram também a sua influência na culinária do Brasil, com
variações da feijoada e da caldeirada. E em Goa, com pratos como o vindalho,
cujo nome tem origem no tempero tradicional de marinada em vinha d'alhos, e
na culinária macaense. O comércio português estendeu-se ao Japão a partir de
de 1542. A doçaria portuguesa deixou marcas na culinária japonesa, onde
introduziu pela primeira vez o açúcar refinado, originando os chamados
Kompeito e ainda na adaptação dos fios de ovos e trouxas, que originaram a
especialidade japonesa keiran somen (鶏卵素麺), ou "cabelos de anjo"[3] Esta
receita tornou-se também muito popular na Tailândia com o nome "Kanom Foy
Tong". O tradicional "pão de ló" derivou em Nagasaki no bolo Castela (カステ
ラ), Kasutera. A tempura, hábito de fritar alimentos envoltos em polme, foi
introduzida
no japão em meados do século XVI por missionários portugueses, sendo
inspirada no prato português peixinhos da horta.
Gastronomia e Tradição
Com um clima ameno e fortificante, com uma vasta costa marítima rica em
pescas e com os seus vales protegidos e planos... Não é de estranhar que
Portugal, com as ricas produções de vinho e azeite, já tenha sido bastante
cobiçado pelos romanos. No século VIII, durante a ocupação dos Mouros e
graças às novas técnicas de irrigação, a agricultura desenvolveu-se
consideravelmente. No início do século XV, os portugueses construíram a sua
primeira caravela e partiram à descoberta da Madeira, das Ilhas dos Açores e
do Brasil. Em 1498, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo que o
levaria ao encontro de valiosas especiarias que se encontravam, até então
escondidas no oriente.
Os portugueses trouxeram para a Europa os coentros, a pimenta, o gengibre, o
caril, o açafrão e a paprika. Graças à expansão do seu império ultramarino,
eles foram os primeiros europeus a desembarcar nas Molucas, na China, no
Japão e na Etiópia. Eles acabariam por trazer muitos outros produtos exóticos,
completamente desconhecidos até então na Europa, tais como o arroz e o chá
do Oriente, o café e os amendoins de África e, claro, o ananás, a pimenta, o
tomate e a batata do Novo Mundo. |
Um Paraíso de Peixe e Crustáceos
O facto de ter como vizinha a costa do Atlântico levou, naturalmente, a que a
sua gastronomia se
virasse para os produtos que o mar oferece. Há, no entanto, nas ementas
diárias da cozinha portuguesa, um prato inevitável e muito importante: a sopa.
Em Portugal a sopa mais importante é o caldo verde, uma sopa de cor verde
esmeralda como a província do Minho onde foi confeccionada pela primeira
vez. É definitivamente uma sopa que não deve deixar de provar.A receita é
muito simples - um repolho cortado em tiras muito finas, cozinhado numa
panela com batatas e azeite, temperada com algumas rodelas de chouriço. É
delicioso! Apreciará também bastante o "cozido à portuguesa", o prato
nacional, muito parecido com o "beef and cabbage" irlandês, e a saborosa
"caldeirada", confeccionada com o melhor peixe do país.Contudo, há que dar
valor ao que é devido: o bacalhau ocupa o seu lugar de honra em várias mesas
durante toda a semana. Diz-se, usualmente, que existem tantas maneiras
diferentes de o cozinhar (umas mais sofisticadas, outras menos) como dias
num ano. Além de outras especialidades de peixes, terá o prazer de saborear o
linguado, o salmonete, o peixe espada e o eiroz. E por fim o último mas não o
pior, um dos peixes menos dispendiosos mas mais saborosos - a sardinha, um
petisco essencial nos churrascos e festas ao ar livre um pouco por todo o país.
A não ser que prefira os deliciosos caranguejos estufados, os excelentes
mexilhões ou os mariscos algarvios cozinhados na cataplana com chouriço,
bacon e ervas.Em relação aos peixes de água doce,
pode saborear a lampreia e o salmão do Minho, a truta da Serra da Estrela e
da Madeira, ou o sável dos rios Tejo e Douro. |
No Reino da Fantasia: Carnes, Aves e Caça
|
Apesar da grande qualidade do seu peixe, os portugueses gostam muito de
carne e confeccionam-na de acordo com as mais variadas e saborosas
receitas.
O "Bife à Portuguesa", cozinhado normalmente com um molho à base de vinho
do Porto, é servido um pouco por todo o país. Também muito populares são as
espetadas, condimentadas com vinho e alho à medida que a carne é
cozinhada, dando-lhes um sabor especial. Em relação ao carneiro, você
preferirá o delicioso cabrito ou o borrego, ora ensopado, ora condimentado com
especiarias e depois cozido.
A carne de porco é também muito popular. O porco adora as bolotas e as trufas
brancas muito abundantes nos bosques de carvalhos alentejanos. Não deixe
de provar a famosa "carne de porco à alentejana", feita com bocados de carne
de porco e condimentada com colorau e amêijoas ou o leitão assado. |
Cabrito assado
Preparação do Chouriço |
Queijos de Portugal
|
O queijo português mais popular, o "Queijo da Serra", é um queijo de ovelha
produzido na região da Serra da Estrela, onde se situa o ponto mais alto de
Portugal continental. Tem uma consistência suave e um sabor delicado
comparável aos melhores queijos Brie.
Terá também oportunidade de provar os pequenos e cremosos queijos de
Azeitão, muito populares na Primavera.
E regozije-se saboreando o queijo "Serpa" do Alentejo, muito suave e
gorduroso quando está fresco, e muito rijo e seco após um ou dois anos num
ambiente fresco. A não ser que prefira o "cabreiro", um queijo com um sabor
forte, ou o queijo da ilha, um queijo fabuloso das Ilhas dos Açores que é usado
cortado (como o Parmesan) em vários pratos regionais. |
Queijo de Serpa
Preparação do queijo |
As sobremesas: Ovos, Doces e Fantasia!
|
Os portugueses têm gosto! As suas especialidades incluem pelo menos duas
centenas de tipos de massas para bolos. Este gosto nacional pelos doces
parece ser originário da época das ocupações dos Mouros; e no século XV
havia a cana do açúcar plantada na Madeira. Mais tarde no séculos XVII e
XVIII, os conventos ficaram famosos pelos seus bolos, como se pode ver pelo
nomes alusivos das suas especialidades: "toucinho do céu" ou "barriga de
freiras".
Os melhores doces confeccionados à base de ovos são os "ovos moles",
originários de Aveiro. Eles ocupam um local de destaque na pastelaria
portuguesa, podendo encontrá-los em pequenas conchas servindo de
complemento a tartes e tortas ou decorando bolos: por vezes são cobertos com
pequenas quantidades de canela, com noz moscada ou com amêndoas.
Neste paraíso de requinte português, só tem que se deixar levar pelas infinitas
variedades de "pão de ló", pela deliciosa "palha de Abrantes", pelos ricos
"pastéis de Belém", pelos maravilhosos pastéis de amêndoas
do Algarve e mesmo pelo "pão de rala" de Évora, confeccionado com doce de
gila coberto com massa de amêndoa. |
Pão de Ló
Pasteis de nata & Leite creme |
Gastronomia portuguesa
Portugal tem uma gastronomia tão rica e variada como a paisagem e o
património.
É o mar que imprime a característica mais marcante à culinária portuguesa.
Saboreie um simples peixe grelhado, sempre fresquíssimo, tal como o marisco
que abunda em todo o litoral e dê-nos a sua opinião. Um arroz de marisco ou
de peixe também são escolhas acertadas.
Em pratos de carne, uma sugestão de todo o país: o celebrado cozido à
portuguesa mistura carnes e legumes, cozidos de forma suculenta.
Se estiver no norte, também pode saborear as tripas à moda do Porto, uma
variedade de feijoada, que também é feita à transmontana, no interior da
região.
O azeite português, de grande qualidade, está sempre presente e integra todas
as receitas de bacalhau (dizem que há 1001!
), em que somos exímios, na forma de o preparar e apreciar.
Cada prato tem um vinho certo para companhia. É que temos vinhos em todo o
país, e se o Porto tem fama, os tintos do Douro, do Alentejo e tantos outros não
têm menos distinção.
E os queijos! Só lhe falamos do Serra, mas todos os do Centro de Portugal e
do Alentejo são deliciosos.
Os doces, com raízes nos muitos conventos onde eram preparados, fazem-nos
ainda hoje "dar graças aos céus". E não deixe de provar um pastel de nata.
Vai sempre bem com o café, que tomamos expresso.
Aceita um Porto ou Madeira como digestivo?
|
Sabores do Porto e Norte
A gastronomia do Porto e Norte, das mais variadas do país, tem peixes e
mariscos da costa e carnes saborosas do interior.
Prepare um Portonic como aperitivo e comece a refeição por um típico caldo
verde. A sopa mais popular de Portugal traz umas rodas de chouriço, dos
enchidos e fumados do interior norte, onde têm fama os presuntos de Chaves e
Lamego, as alheiras de Mirandela, ou os salpicões de Vinhais. Na feira anual
de Vinhais pode adquiri-los todos.
O litoral tem diferentes tradições, com o peixe a ocupar lugar cimeiro em
Matosinhos, Leça, Póvoa ou Viana. O bacalhau tem aqui algumas das suas
melhores receitas e a sardinha é "viva da costa", como no arraial de S. João,
no Porto. Peixes e mariscos acompanham-se no Minho com vinho verde, tinto
ou branco, bem frio.
Ah, e a costa ou o interior são também lugar certo para a lampreia ou trutas e
demais peixes de rio.
Os afamados tintos do Douro preferem as receitas de porco, que no Norte
adquire o sabor de rojões, o arroz de frango, que adquire sabores divinos ou
pratos de vitela barrosã, maronesa, mirandesa e outras.
Só falta mais uma delícia à sobremesa: em Braga tem o restaurante do pudim
"Abade de Priscos", em Amarante papos de anjo, e em todo o lado leite creme
e arroz doce que, no Norte, são sempre garantidos. Desculpe, afinal ainda falta
um
cálice de Porto para completar o bouquet do Porto e Norte.
Gastronomia de Lisboa
A começar na sardinha assada acabando nos pastéis de Belém, Lisboa tem
uma gastronomia tão convidativa como a cidade e a região.
A sardinha assada come-se em todo o país, mas em Lisboa tem especial
tradição nas festas populares de Junho. Sobretudo no Verão, é prato
obrigatório num restaurante típico ou esplanada de praia, com pimentos
assados, temperada com o excelente azeite português.
Porém, os barcos que dão cor aos muitos portos de pesca da região - Nazaré,
Peniche, Ericeira, Cascais, Sesimbra ou Setúbal - fornecem muitos outros
peixes e mariscos de suculentas caldeiradas, sopas de peixe ou simples peixes
grelhados. No fim do Inverno, também enguias, uma açorda de sável e outros
peixes de rio podem ser deliciosos.
Muitas tentações doces só por si justificam a viagem: as nozes de Cascais,
queijadas e travesseiros deliciosos de Sintra, em Torres Vedras pastéis de
feijão, nas Caldas da Rainha cavacas e trouxas de ovos, fatias da China em
Tomar e muitos outros.
A nossa doçaria não acaba... portanto só mais um must de Lisboa: na zona
monumental de Belém, faça uma pausa para os gulosos pastéis de Belém, um
ex-libris da pastelaria portuguesa.
Já agora só outra sugestão para início ou fim da refeição: o queijo de Azeitão é
dos melhores de Portugal e aqui encontra também alguns dos melhores vinhos
da região. Prove um moscatel de Setúbal como aperitivo
ou digestivo e termine com chave de ouro a refeição.
Gastronomia da Madeira
A Madeira tem uma gastronomia simples que pode provar em ambientes
requintados como os dos hotéis e resorts de todo o arquipélago.
Em pleno Atlântico, os peixes e mariscos do arquipélago são saborosos e
cozinhados com tradição, como os filetes de espada preto ou bifes de atum,
acompanhados com o estaladiço milho frito. Ou o polvo e mariscos deliciosos,
a começar nas lapas, caramujos e muitos outros.
Nas carnes, o prato mais tradicional é a famosa espetada de vaca em pau de
loureiro, que lhe dá um sabor inconfundível.
Lugar de clima excepcional, na Madeira existe grande variedade de culturas,
com lugar para a cana-de-açúcar e frutos tropicais, (da apreciada banana, ao
ananás e maracujá), presentes em bebidas e delicadas sobremesas.
O famoso vinho da Madeira, bebido como aperitivo ou digestivo, vai bem com o
tradicional bolo de mel (de mel de cana). É também com a cana-de-açúcar que
se faz a aguardente da célebre poncha, a provar quando subir ao Pico do
Areeiro.
Falta falar do bolo do caco. Só que este não é um bolo, mas um pão que,
cozido sobre um bocado de telha, foi assim nomeado. Também com batata-
doce se faz pão na Madeira: as apetitosas rosquilhas de batata-doce.
Se for a Porto Santo, outra ilha abençoada para a vida à beira-mar, deixe-se
embalar pela memória dos repastos e dos bons momentos vividos na Madeira.
Gastronomia do Algarve
De
Sagres ao Guadiana, o Algarve é região de sol, peixe e marisco.
A qualidade e variedade é tão grande que um peixe grelhado ou uns percebes
numa praia da costa vicentina podem ser um autêntico manjar dos deuses. E
depois tem receitas próprias que os realçam, com cataplanas, caldeiradas,
sopas de peixe, ou os petiscos e acepipes que são refrigério para um dia de
praia, de golfe, de bom tempo.
Experimente uns carapaus alimados, ou a tradicional sardinha assada em
Portimão, acompanhe com uma salada montanheira na Cacela, e verá que não
há melhor que esta saborosa simplicidade. Do bife de atum de Tavira e polvo
de Santa Luzia, o Algarve é exímio nestes cardápios. Que passam pelas
deliciosas ameijoas, conquilhas, lingueirão, pelas ostras da Baleeira, de Alvor e
da ria Formosa, pelas lulinhas e choquinhos em todo o Algarve.
.. enfim, terra de pescadores!
Mas também tem serra e receitas próprias do barrocal, como o cozido de grão.
E os frutos que dão sabor a doces, como os de amêndoa, de laranja, de figo, e
os morgados, os dom rodrigos, a que ninguém resiste... Entre esses frutos,
ainda tem os que dão sabor a licores e aguardentes, como o medronho da
serra, e a amêndoa amarga, para provar gelada.
Que mais quer para um jantar romântico, um fim de tarde e uma bola a pôr
fogo no mar?
Gastronomia dos Açores
Na gastronomia dos Açores os peixes e mariscos têm algumas espécies únicas
em Portugal.
Nas nove ilhas dos Açores os
mariscos são do mais saboroso, com cavaco, cracas e lapas à cabeça, e são
património gastronómico de todas as ilhas. Como os peixes, que tanto se
apresentam grelhados na sua frescura, como em caldeiradas e sopas de peixe.
O polvo guisado é outra iguaria comum.
Nas carnes, destaque para a alcatra da Terceira, e o apreciado cozido das
Furnas, em S. Miguel, em que os recipientes hermeticamente fechados são
colocados debaixo de terra e os alimentos são cozinhados com o seu calor.
Não referindo a também típica receita de inhames com linguiça das várias
ilhas.
Há excelentes queijos em todas as ilhas, contudo, o mais famoso é o de S.
Jorge, que em Portugal se chama simplesmente "queijo da ilha".
No sector dos vinhos é forçoso falar do verdelho, mais conhecido o do Pico, em
que a paisagem de cultura da sua vinha foi classificada Património Mundial, e o
dos Biscoitos, na Terceira.
Nas sobremesas, a massa sovada é predominante, mas há gostosas queijadas
na Graciosa e outros doces em cada ilha. Porém, o que não pode perder é o
ananás dos Açores, dulcíssimo, que lhe vai deixar uma recordação excelente
da sua estada em cada ilha.
Gastronomia do Centro de Portugal
O Centro de Portugal tem algumas das mais apreciadas especialidades da
gastronomia portuguesa.
No centro de Portugal, onde florestas verdes e alguns dos mais antigos
vestígios histórico-arqueológicos do país sugerem óptimos itinerários, a
gastronomia também tem fundas raízes
e é um saboroso motivo de viagem.
Um expoente da gastronomia do Centro de Portugal é o leitão da Bairrada,
acompanhado com o espumante da região.
A costa oferece mariscos e peixes frescos que se apresentam em caldeiradas e
ensopados, pratos que pode preparar também com peixes dos muitos rios e
lagos, todos bem assessorados por um Bairrada branco.
Nas serras, pode provar os tintos do Dão com as receitas de cabra, como a
chanfana (cozinhada em vinho tinto) e o cabrito assado, tal como com a vitela,
que em Lafões tem receita própria.
Os enchidos típicos do interior são maranhos, morcelas de arroz e outros, cada
um com sua distinção, por vezes das ervas que lhes dão sabor.
Há queijos certificados, como o famoso Serra (da Estrela), o Castelo Branco,
Alcains ou Rabaçal. Amanteigados ou curados, são todos excelentes.
Nos doces, sugerimos só ovos moles de Aveiro e pão-de-ló de Ovar, do agrado
de todos. Sabemos que nos vai agradecer.
Rota do azeite alentejano
Ligeiramente espesso, frutado, com cor de ouro e por vezes com um ligeiro tom
de verde. É assim o azeite alentejano.
Conheça um ingrediente essencial da cozinha portuguesa e parta em busca
dos diferentes sabores de cada região de Denominação de Origem Protegida:
Moura, Alentejo Interior e Norte Alentejano.
Em Moura, visite o Museu do Azeite - o Lagar de Varas do Fojo, do século XIX -
e aprenda como já foi produzido, com este importante testemunho da
tecnologia
tradicional. No fim da visita, satisfaça o estômago em Serpa com uns pezinhos
de porco de coentrada bem regados daquele néctar e descubra a razão da
expressão "tão fino como o azeite de Moura".
Continue a Rota do Azeite pela região do Alentejo Interior e siga para Portel,
Vidigueira, Cuba, Alvito, Viana do Alentejo, Ferreira do Alentejo ou Beja. Em
qualquer um destes concelhos vai encontrar uma cooperativa de portas abertas
onde poderá provar um óleo de azeitona madura, com ligeiro travo a maçã ou a
figo.
Para provar o azeite perfumado produzido no Norte Alentejano, não deixe de
visitar um dos muitos lagares existentes na região.
Queijos portugueses
Aceite o nosso convite e venha saborear um dos mais genuínos produtos
portugueses - os queijos!
Vai ficar surpreendido com a qualidade e variedade de queijos que vai
encontrar em Portugal. Quer sejam de ovelha, vaca ou cabra, os queijos com
origem portuguesa são bastante apreciados.
Degustar um queijo Serra da Estrela, amanteigado, ou um Nisa, de pasta
semidura, acompanhados dum bom vinho, é uma experiência que nunca irá
esquecer.
O queijo de Azeitão, de Serpa e o Terrincho acompanhados dum vinho do
Porto, mostram-lhe porque é que o casamento entre os queijos e os vinhos
portugueses é perfeito.
Mais picantes, os queijos da Beira Baixa e do Pico são normalmente
consumidos como sobremesa e entradas. E, o fondue do queijo São Jorge, que
chega a pesar entre 8 e 12 quilos, é inesquecível.