gastroenterites - microbiologia médica

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Resumo didático sobre gastroenterites

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  • GASTROENTERITES Enterobactrias

    Jlia Carvalho Aula de Microbiologia I 16/05/2014

    A gastroenterite uma infeco no estmago e intestinos (intestino grosso). Os sintomas mais comuns so

    vmito, episdios repetitivos de diarreia (trs ou mais episdios em 24 horas) e dor abdominal. A maior parte

    das gastroenterites infecciosa. A condio instala-se quando as bactrias encontradas nas fezes so transferidas

    para a boca. As bactrias podem ser transferidas devido a uma m higiene. Se tocar no objeto contaminado e

    depois na sua boca, ou se ingerir comida contaminada, pode ficar infectado pelo vrus ou bactria. Uma vez

    infectado, sintomas de gastroenterite se desenvolvero, como vmito e diarreia.

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 1 Jlia Carvalho

    GASTROENTERITES

    Enterobactrias

    INTRODUO

    As gastroenterites bacterianas so as

    inflamaes e as alteraes causadas no tubo

    gastrointestinal por bactrias. Existe uma

    quantidade extremamente grande de

    microrganismos bacterianos que tem a capacidade

    de causar as gastroenterites. De uma maneira geral

    eles so agrupados em uma nica famlia chamada de

    enterobactrias, que so microrganismos que

    conseguem sobreviver no intestino colonizando a

    superfcie dos entercitos e, alguns deles, alm de

    ocupar as mucosas intestinais, tambm tem a

    capacidade de sobreviver em outras localidades,

    como no solo, na gua, no ambiente em geral. No

    significa, ento, dizer que as enterobactrias so

    aquelas que vivem na mucosa intestinal, algumas

    espcies, de fato, s so observadas nessa

    localidade, mas existem outras com capacidade de

    se manter em outros ambientes e tambm em

    outras espcies de animais que no sejam o homem.

    Quando esses microrganismos tm a

    capacidade de sobreviver na mucosa intestinal e

    causar alteraes nela, eles so considerados

    enterobactrias diarreinognicas com

    capacidade de causar distrbios que geram as

    manifestaes comuns desse trato, que seriam as

    nuseas, os vmitos, diarreia, que pode ser aquosa,

    pastosa, purulenta, sanguinolenta, vai depender da

    espcie de microrganismo e da sua concentrao.

    Denomina - se quadro diarreicos e de disenteria. A

    diferena entre eles consiste no nmero de

    evacuaes e normalmente a caracterstica dessas

    fezes. Quando as fezes so lquidas, pastosas, de

    pouco ou grande volume, contendo apenas massa

    fecal, diarreia, a qual ocorre em um nmero

    limitado dentro de 30 evacuaes dirias. Acima de

    30, mesmo tendo apenas elementos fecais, j

    considerado um quadro de disenteria. Ou ento

    uma quantidade menor de evacuaes, porm com

    a presena de muco, sangue, leuccitos abundantes

    somando a essa massa fecal. So pautados

    microrganismos encontrados nesses diferentes

    ambientes e alguns que fazem parte dessa

    microbiota normal que so favorecidos por um

    desequilbrio da mucosa e/ou do organismo. Alm

    disso, pode se ter o consumo desses

    microrganismos de maneira exagerada, abundante

    ultrapassando aqueles limites tolerados. Ento, se os

    alimentos ou gua, ou algum objeto so

    contaminados por esses agentes, fazer a ingesto

    deles pode ser que seja prejudicial ou pode ser que

    no.

    Existe um estudo com voluntrios que

    determinou o tamanho do inoculo necessrio para

    que cada espcie fosse capaz de causar o dano,

    causar as leses, alteraes que resultassem nas

    manifestaes de gastroenterites. Verifica se,

    ento, que diferentes espcies apresentam

    patogenicidade e virulncia distintas. Portanto,

    necessria uma quantidade muito maior, por

    exemplo, da ingesto de Escherichia coli quando

    comparada a Salmonella e a Shigella. Esses outros

    tem um potencial patognico e virulncia muito

    maior, desta forma, quantidades menores de

    bactrias j seriam suficientes para causar o dano.

    Com isso, para cada tipo de microrganismo existem

    escalas da quantidade que o aceitvel, o

    desejvel, que est presente nos alimentos e na

    gua, pois impossvel fazer a esterilidade desses

    produtos, j que esto constantemente expostos ao

    meio externo. Ocorre a ingesto e essa quantidade

    mnima no causa prejuzo. Existe uma quantidade

    que tolervel, est acima do desejvel, mas ainda

    assim no tem a capacidade de causar danos em

    indivduos imuno-competentes. Em indivduos

    imuno-suprimidos, indivduos de baixa idade e

    idosos, pode ser que essa quantidade tolervel para

    a maioria da populao seja prejudicial. E existe,

    ainda em uma quantidade maior que alm do

    tolerado que seria a quantidade indesejvel, que

    qualquer indivduo, mesmo sendo saudvel e imuno-

    competentes, o microrganismo tem a capacidade de

    causar danos e alteraes.

    Nos pases subdesenvolvidos e nos em

    desenvolvimentos, pela carncia nas medidas de

    higiene e sanitrias adequadas, acaba que a

    quantidade desses elementos, esses microrganismos

    nos produtos de consumo seja ainda elevada, o que

    consequentemente leva a um distrbio resultando

    principalmente numa desidratao com

    possibilidade de evoluo para a dor, especialmente

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 2 Jlia Carvalho

    em crianas nas quais pequena quantidade de lquido

    perdido j o suficiente para causar grandes

    alteraes sistmicas, originando desidratao

    muito mais precoce nessas crianas pequenas do

    que nos adultos, independente se for ingerido a

    mesma quantidade de microrganismos, a mesma

    quantidade de consumo do alimento que est

    contaminado; e a incidncia alta nessas

    populaes.

    ENTEROBACTRIAS

    Em relao aos microrganismos que causam as

    gastroenterites, so duas famlias. As

    enterobactrias, que so de fato o grupo que tem

    a maior representatividade como causadores dessas

    infeces, e as vibriobacterias, que tem apenas

    uma bactria de grande importncia, que o vibrio

    colrico, o agente causador da clera. Todas as

    outras que causam alteraes significativas esto

    presentes no grupo das enterobactrias.

    Lembrando que todas elas tm a capacidade de

    sobreviverem na mucosa intestinal, mas no quer

    dizer que so especficas dessa localidade. Pode

    estar agrupando outras espcies que tambm

    habitam o mesmo local.

    Figura 1: Morfologia das enterobactrias

    A Escherichia coli, Shigella, Salmonella e a Yersinia

    so consideradas enterobactrias diarreinognicas

    (enterobactrias enteropatognicas), causadoras de

    quadros diarreicos que provavelmente podem

    causar danos, apenas em locais que so capazes de

    invadir e se disseminar pelo organismo, causando

    alteraes sistmicas que levam a uma grande

    morbidade, podendo resultar tambm em

    mortalidade.

    Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella, Edwardsiella,

    enfim, tem uma quantidade extremamente grande

    que vive no intestino mas que normalmente no

    causam danos significativos. Existem algumas dessas

    enterobactrias que alm de sobreviverem no

    intestino, colonizando a mucosa intestinal, tambm

    colonizando de maneira habitual e normal outros

    tecidos e o exemplo a Klebsiella que alm de fazer

    parte dessa mucosa intestinal de todos os indivduos

    como representante normal e comum, cerca de

    30% da populao apresenta de maneira comensal

    esse mesmo microrganismo nas vias areas, e da

    deriva se o nome dela, que Klebsiella pneumoniae.

    Ento, na verdade, como enteropatgeno, ela no

    tem grande importncia, pois usualmente ela no se

    relaciona aos quadros diarreinogenicos, embora ela

    habitualmente sobreviva na mucosa intestinal. Mas,

    colonizando a mucosa respiratria, ela est

    intimamente relacionada ao desenvolvimento de

    quadros de pneumonia, cuja foi descoberta

    primeiramente ocupando essa mucosa causando a

    algum dano, que seria o desenvolvimento desses

    quadros de pneumonia. Depois foi verificado que ela

    faz parte de maneira natural da mucosa intestinal de

    todos os indivduos e apenas uma pequena

    populao abriga de maneira natural esse

    microrganismo na mucosa respiratria, os quais

    podem ser passados para outros, disseminando

    quadros de pneumonia.

    Essas enterobactrias apresentam em comum,

    todas elas, independente se fazem parte da famlia

    das enterobactrias ou da famlia das

    vibriobacterias, o fato de todas serem bacilos Gram

    Negativos. A diferena que as enterobactrias so

    bacilos Gram Negativos retos, e as vibriobacterias

    so bacilos Gram Negativos curvados, em forma de

    vrgula, da a denominao de vibrio, mas so

    bacilos, porm, curvados. Pela morfologia j

    possvel realizar uma prvia diferenciao, se fazem

    parte das enterobactrias bacilos Gram Negativos

    retos ou parte das vibriobacterias que tem bacilos

    Gram Negativos curvados.

    Todos eles de maneira geral apresentam pili na

    sua superfcie e alguns podem apresentarem flagelos

    que podem ser nicos ou podem ser mltiplos

    dependendo principalmente do local que eles

    habitam de maneira natural, se mucosa do

    intestino delgado, se mucosa do intestino grosso,

    isso vai fazer diferena porque a quantidade de

    muco nessas mucosas so diferentes, ento as

    bactrias que normalmente ocupam o intestino

    grosso vo possuir maior quantidade de flagelos

    para facilitar a sua locomoo, a sua migrao, visto

    que a espessura da mucosa do intestino grosso

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 3 Jlia Carvalho

    maior. As bactrias que alm de sobreviverem na

    mucosa intestinal e tem a capacidade de sobreviver

    no ambiente, principalmente no ambiente aqutico,

    tambm apresentam uma grande quantidade de

    flagelos para facilitar a locomoo desses

    microrganismos no meio ambiente.

    ENTEROPATOGNICIDADE

    As enterobactrias so divididas em

    enteropatognicas, aquelas que tem o potencial

    diarreinogenico, e as no enteropatognicas,

    embora todas possam sobreviver na mucosa

    intestinal, sendo assim classificadas como

    enterobactrias.

    A Escherichia coli possui cinco variantes que so

    potencialmente prejudiciais ao homem, que so as

    enteropatognicas, enterotoxignicas,

    enteroagregativas, enteroinvasivas e as

    enterohemorrgicas. Todas elas podem estar

    presentes na mucosa intestinal, mas medida que

    aumentam de concentrao, elas podem adquirir

    capacidade de causar dano, ou ento o indivduo

    adquiri esses microrganismos de produtos expostos

    ao ambiente, ou proveniente de outros animais, por

    exemplo: a enterohemorrgica, seu principal

    reservatrio so os bovinos; a Salmonella, tambm

    presente na mucosa intestinal, possui outros

    reservatrios, como aves, rpteis e outros

    vertebrados podem transmitir, alm de ser

    encontrada solta, livre no ambiente; Shigella,

    normalmente apenas nos seres humanos; e a

    Yersinia, seres humanos e, dependendo da espcie,

    tambm pode sem encontrada em outros

    organismos. Tem uma espcie de Yersinia que no

    enterobactria, Yersinia pestis, que seria agente

    etiolgico da peste negra, peste bubnica, e seu

    reservatrio a pulga, que quando pica transmite

    essa espcie de Yersinia, que parasita os gnglios

    linfticos causando inchao e edema, e causa

    tambm destruio e necrose dos tecidos. Peste

    bubnica porque os linfonodos ficam inchados,

    edemaciados, formam bubes. Peste negra porque

    as extremidades sofrem necrose e comeam a ficar

    enegrecidas, levando a perda desses tecidos.

    Portanto, a Yersinia possui espcies que so

    enterobactrias, mas tem tambm a espcie pestis

    que o agente etiolgico das pestes bubnica e

    negra, que anteriormente era causa de grande

    mortalidade de grande parte da populao, mas que

    hoje em dia est controlada.

    As no-enteropatognicas mas que

    sobrevivem nessa mucosa intestinal: Edwardsiella,

    Providencia, Hafinia, Citrobacter, Klebsiella, Proteus,

    Morganella, Serratia e Escherichia coli uropatognica.

    Normalmente essas enterobactrias no-

    enteropatognicas elas so agentes responsveis das

    infeces das vias urinrias, do trato urinrio. A

    Escherichia coli uma das principais bactrias que

    causam quadros de cistite e pielonefrite,

    principalmente pelos hbitos incorretos de

    higienizao, prevalecente nas mulheres que fazem

    a limpeza no sentido inverso, do nus para a vagina

    levando contaminao de resqucios fecais a essa

    mucosa vaginal e, pela proximidade e tamanho

    diminudo da uretra, favorece a ascendncia e

    colonizao, desenvolvendo processos patolgicos

    na bexiga (cistite) podendo, tambm, ascender pelo

    ureteres se instalando nos rins, causando quadros

    de pielonefrite. a principal causa dessas infeces

    das vias urinrias, as UTI ou ITU que seriam

    Infeces do Trato Urinrio, causadas pelas

    bactrias uropatognicas. Essa Escherichia coli

    uropatognicas diferente sorologicamente das

    demais, mas qualquer uma dessas bactrias podem

    causar esses quadros de cistite e pielonefrite,

    porque todas tem a capacidade de fazer a

    colonizao dessas vias urinrias. A Serratia

    marcescens tem potencial muito grande de aderir a

    essa mucosa e ascender levando s causas de

    pielonefrite, e tem uma resistncia muito grande aos

    agentes antimicrobianos gerando infeces de difcil

    tratamento que podem levar a quadros de falncia

    renal, sendo necessrio fazer dilise desses

    pacientes.

    Algumas so mais importantes e outras menos.

    A Klebsiella, embora possa fazer o desenvolvimento

    dessas manifestaes urinrias, esto mais

    relacionadas s infeces das vias respiratrias,

    levando aos quadros de pneumonia. Algumas delas

    s causam patologias em imuno-suprimidos como:

    Hafinia, Providencia, Edwardsiella, tambm a Pantoea

    agglomerans, que atuam nos imuno-suprimidos,

    preferencialmente nos soropositivos, as quais

    conseguem aumentar de concentrao e causar o

    dano.

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 4 Jlia Carvalho

    Qualquer uma dessas, independente se elas

    so enteropatognicas ou no-enteropatognicas,

    se elas forem levadas a alguma superfcie orgnica

    que no tenham esses microrganismos como

    habitantes naturais, elas podem sim causar dano.

    Ento, se houver a ruptura do intestino e ocorrer o

    extravasamento de massa de bolo fecal para o

    peritnio, vai ter sim o desenvolvimento de uma

    peritonite, mesma que o indivduo no apresente

    bactrias consideradas enteropatognicas de grande

    capacidade de dano. Mas qualquer uma que passa a

    habitar o ambiente que no habita de modo

    frequente, que no normal, gera uma resposta

    imunolgica e possivelmente vai ter manifestaes

    clnicas.

    Alm da ingesto desses microrganismos com

    consequente desenvolvimento das alteraes,

    alguns deles so veiculados via area, tendo,

    tambm, a capacidade de causar danos no trato

    respiratrio. E, alm de permanecer no intestino, no

    trato respiratrio ou nas vias urinrias, eles tm a

    capacidade tambm de se disseminar via corrente

    sangunea, causando quadros de bacteremia,

    sepsemia, e muitos deles conseguem ultrapassar a

    barreira hematoenceflica, os quais seriam agentes

    de meningites.

    ESTRUTURA DAS ENTEROBACTRIAS

    Esses bacilos Gram Negativos que fazem parte

    do grupo das enterobactrias, e tambm os vibros,

    o que eles apresentam de comum? A quantidade

    extremamente excessiva de pilis na sua superfcie,

    garantindo uma aderncia, capacidade de reteno

    a essa mucosa de maneira firme e estvel,

    principalmente e mucosas que apresentam

    peristaltismos, quem tem o arraste de bolo fecal. Se

    esses microrganismos no estiverem aderidos de

    uma maneira muito firme e estvel, a medida que

    ocorre o peristaltismo com a passagem do bolo

    fecal elas so eliminadas junto com as fezes. lgico

    que grande parte desses microrganismos, medida

    que vo envelhecendo, diminuindo seu metabolismo

    e entrando em falncia, se desprendem e so

    arrastados e eliminados juntos com o bolo fecal.

    Ento a quantidade de microrganismos nas fezes

    muito grande. Porm, aqueles que tm a viabilidade

    preservada, o metabolismo preservado,

    permanecem firmemente retidos, mantendo a

    colonizao. Por isso que a ausncia de evacuaes

    dirias em indivduos que apresentam quadros de

    constipao extremamente perigosa porque tem

    se um acmulo excessivo desses microrganismos,

    podendo levar a falncia devido ao aumento deles,

    mesmo que no apresentem grande potencial

    patognico, causam danos. Indivduos que ficam um

    dia, dois dias, trs dias, uma semana sem evacuao

    em quadros de constipao, aquela quantidade que

    diariamente deveria ser eliminada, no foi,

    aumentando consideravelmente o nmero desses

    microrganismos. A maioria deles so fermentadores

    e produzem gases que causam uma dilatao, um

    mal estar, um desconforto, e as fezes vo

    ressecando cada vez mais, dificultando mais a

    eliminao, e a soma desses microrganismos podem

    causar danos, aparecendo os quadros diarreicos.

    Alm dos pilis, a maioria apresenta flagelos,

    podendo estes serem nicos, mltiplos, em ambas

    as extremidades ou em apenas uma, cuja

    concentrao, quanto maior for, mais facilita a

    locomoo e a migrao desses microrganismos.

    Figura 2: Flagelos distribudos pela superfcie da

    enterobactria

    As outras estruturas so comuns a qualquer

    outra clula bacteriana Gram Negativa, como a

    presena de cpsula pois so microrganismos

    encapsulados, porm, no tem a capacidade de

    formar esporos. Dessa forma, quando soltos no

    meio ambiente, quando soltos no meio externo, se

    as condies no forem apropriadas, adequadas, vo

    entrar em ressecamento, falncia e morte. No

    possuem a capacidade de se transformar em

    esporos e adquirir essa estrutura de resistncia que

    garante o encontro com outro hospedeiro ou

    ambiente favorvel. No h essa possibilidade. Mas

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    P g i n a | 5 Jlia Carvalho

    apresentam uma espessa cpsula, cuja espessura

    favorece sua manuteno no ambiente por um

    perodo prolongado quando comparado com os

    vibries que tambm apresentam cpsula, porm

    mais finas, ou com aqueles que no apresentam as

    cpsulas. A parede de peptdeoglicano, e uma

    camada externa de membrana que contm a

    presena de LPS (lipopolissacardeo).

    Figura 3: Representao da parede celular das

    enterobactrias

    Ento, fezes humanas, animais contendo esses

    micrbios, objetos contaminados, alimentos e

    lquidos com a presena desses microrganismos,

    que foram contaminados por fezes ou outras fontes

    animais e pelo meio ambiente. Na ingesto desses

    microrganismos ou de suas toxinas, vai haver a

    colonizao desse microrganismo na mucosa

    intestinal. Se a ingesto apenas das toxinas, vai

    haver o dano, mas limitado. Quando tem a

    presena do microrganismo, ele tem a capacidade

    de causar dano, e alm disso, se esse microrganismo

    for capaz de produzir toxina, h o dano pela sua

    presena (multiplicao, secreo de enzimas, e

    componentes da sua parede tecidual), j tem o

    potencial de causar alteraes. Mas se tiver

    capacidade de produzir toxina. Esse potencial

    patognico aumentado. Existe a possibilidade de

    serem ingeridas apenas as toxinas, porque a maior

    parte dessas enterotoxinas so termoestveis, ou

    seja, fritar, cozinhar, assar o alimento elimina o

    microrganismo que no resiste as altas

    temperaturas, mas as toxinas produzidas quando

    eles contaminavam o alimento antes de passarem

    pelo processamento, permanecem estveis, e ento

    o indivduo vai ingerir a toxina que vai causar o dano.

    Quando uma intoxicao, normalmente limitada,

    porque toxinas so protenas, que com o passar do

    tempo so inativadas, de uma maneira normal ou

    ento neutralizada pelas clulas e anticorpos de

    defesa. Se tem a presena do microrganismo,

    normalmente uma infeco e o perodo de

    manifestaes tende a ser maior.

    Uma vez no intestino, esses microrganismos se

    multiplicam, produzem as enzimas, as toxinas, os

    componentes de paredes e da cpsula so indutores

    de uma resposta inflamatria, ento a presena do

    LPS estimula uma resposta imune com liberao de

    citocinas e de mediadores lipdicos,

    consequentemente h vasodilatao, aumento da

    permeabilidade, induz a motilidade intestinal com o

    intuito de eliminar o microrganismo que est

    causando o dano, e essa motilidade aumentada,

    vasodilatao, aumento da permeabilidade fazem

    que ocorram dores, clicas abdominais, e elas

    podem ser insuportveis, mediante a quantidade, o

    tipo de microrganismo e a resposta inflamatria

    induzida por esses agentes. Aumenta tambm a

    produo e secreo de muco pelas clulas que

    favorece a eliminao. Ento, pode manter se

    localizada apenas no intestino causando alteraes

    gastrointestinais, e com isso, a diarreia, nusea, o

    vmito, as clicas e, juntamente com esses quadros

    diarreicos, a liberao do microrganismo no

    ambiente, re-contaminando a gua, os alimentos, os

    objetos, podendo ser novamente ingeridos por esse

    prprio indivduo ou por outros. A via de

    transmisso dessas enterobactrias causadoras de

    gastroenterites chamada de fecal-oral: os

    microrganismos so eliminados nas fezes,

    contaminam o ambiente (gua, alimentos, objetos),

    assim como as mos, se o indivduo no tem o

    hbito de higienizalas, e ai o microrganismo

    consegue adentrar novamente o trato

    gastrointestinal, invadindo novamente o intestino.

    Existe tambm a capacidade destes microrganismos

    que esto colonizando a mucosa intestinal de

    invadir, ou ento eles no tm a capacidade de

    invaso, mas as suas toxinas difundem - se pela

    mucosa intestinal, tecidos submucosos e, como

    consequncia, ter acesso a circulao e se espalhar

    no organismo e se disseminar, causando as

    chamadas manifestaes extra intestinais que

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 6 Jlia Carvalho

    podem ser meios de bacteremia, sepsemia, ou ento

    localizadas em outros tecidos orgnicos que no

    sejam o intestino, gerando os quadros de meningite,

    pneumonia ou infeco de outras localidades.

    Tm alguns autores que falam de

    enterobactrias de maneira geral, em apenas

    um captulo. Tm outros que explicam cada

    espcie bacteriana em um captulo. Cada

    espcie bacteriana tem seus fatores de

    virulncia especficos, particulares, recebem

    nomes de acordo com a espcie. No possvel

    estudar todos os fatores de virulncia de todas

    as espcies.

    FATORES DE VIRULNCIA

    No geral, os fatores de virulncia que

    normalmente so compartilhados por todas as

    enterobactrias, no incluindo os fatores especficos

    de cada uma.

    Presena da endotoxina: Ou seja, do LPS que

    um constituinte da parede celular das bactrias

    Gram Negativas. um componente importante

    dessa membrana externa. A medida que vai

    aumentando a concentrao dos microrganismos, a

    concentrao de LPS consequentemente aumenta, e

    a presena dessa substncia j um fator importante

    que estimula uma resposta inflamatria. A medida

    que esses microrganismos vo envelhecendo, vo

    diminuindo sua viabilidade, esse LPS liberado, o

    qual pode ficar livre e causar uma forte induo

    resposta imune.

    Presena de cpsula espessa: Determina sua

    capacidade de resistncia fagocitose. Aumenta o

    potencial de aderncia com a mucosa, garante a

    proteo contra os antimicrobianos produzidos

    pelos fagcitos, que so as enzimas, os lisossomos e

    os derivados intermedirios do oxignio.

    Variao de fase antignica: Os microrganismos

    expressam determinados antgenos na superfcie,

    mas medida que vai ocorrendo o ciclo biolgico

    desses microrganismos, ocorre a mudana desses

    antgenos, e isso ruim, pois a nossa resposta imune

    se organiza, se direciona contra esses primeiros

    antgenos, e quando comea a ter o controle, a

    neutralizao dessas bactrias, esses antgenos so

    alterados, e os anticorpos atuantes perdem a

    capacidade de neutraliza-lo. O microrganismo ganha

    o potencial de se expandir, mesmo na vigncia de

    uma resposta imune j esclarecida.

    Captao de fatores de crescimento: Existem

    protenas bombeadores que tem a capacidade de

    fazer uma depresso do organismo, ou seja, roubar,

    tiras nutrientes necessrios e essenciais para a

    manuteno e viabilidade das nossas clulas,

    utilizados pelos microrganismos, levando a uma

    falncia do organismo e um ganho para esses

    agentes, principalmente a captao de ferro. Eles

    so capazes de fazer um bombeamento tpico e

    remover o ferro da circulao, o qual essencial

    para todas as clulas, e que garante a multiplicao

    desses agentes.

    Resistncia a destruio srica: Por terem uma

    espessa cpsula, o sistema complemento e os

    anticorpos no tem grande potencial e capacidade

    efetiva para realizar a destruio desses

    microrganismos. Porque o Sistema Complemento

    se adere superfcie do microrganismo e

    desencadeia aquela cascata que resulta na formao

    do MAC, via alternativa, via das lectinas, ou ento

    os anticorpos se ligam e ativam o sistema

    complemento via clssica. Mesmo que tenha a

    formao do MAC, por ter essa espessa camada,

    essa espessa cpsula, no h a destruio, no

    consegue formar poro e causar a lise dessas clulas

    bacterianas. Ento, h resistncia a esses produtos

    do organismo.

    Resistncia a ao dos antimicrobianos:

    Independente do foco infeccioso que o indivduo

    apresenta, pode ser uma meningite, uma

    pneumonia, um abcesso ossoalveolar, uma

    erisipela, enfim, pode ser qualquer infeco

    bacteriana existente no local, a via de tratamento

    a utilizao dos antimicrobianos, que agem tambm

    na microbiota normal, todos esses microrganismos

    fazem parte da microbiota normal do intestino.

    Ento, as infeces anteriores, mesmo no sendo

    causadas por esse grupo especfico, j fez com que

    eles fossem expostos e com que fosse adquirida

    essa resistncia aos medicamentos que so

    utilizados no tratamento das resolues das

    infeces bacterianas. Ento, os antibiticos para

    esse grupo de agentes, quando causam as

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 7 Jlia Carvalho

    manifestaes intestinais, no so utilizados, no so

    recomendados, pois no tem grande potencial para

    fazer a resoluo e a cura. Como so

    microrganismos que promovem a invaso e

    alteraes sistmicas ou localizadas em outros

    tecidos que no sejam do intestino, ai sim

    recomendase fazer a administrao desses

    antibiticos. Mas em quadros de diarreia, no

    utiliza-se antibiticos.

    MANIFESTAES CLNICAS

    As intra-intestinais so os quadros de

    gastroenterites, nuseas, vmitos, diarreias, clicas

    abdominais. Esses quadros de diarreias podem

    evoluir para disenterias pela presena de mltiplas

    evacuaes e componentes que no sejam apenas o

    bolo fecal.

    As extra-intestinais podem ocorrer por duas

    vias: ou esses microrganismos entram no corpo, no

    pela via oral-fecal, que se for por essa via vai pro

    intestino, e do intestino tem que invadir a mucosa e

    ai se dissemina para outros locais (isso ocorre

    apenas para as bactrias com capacidade de

    invaso). Pode ser que bactrias, at mesmo as que

    no so diarreinognicas, que no sejam

    enteropatognicas, causem manifestaes extra-

    intestinais, pois podem ter acesso a outros tecidos

    atravs de trauma, de cortes, perfuraes de

    inalao e ento causar danos em outras localidades.

    Ento, uma pessoa que, por exemplo, sofreu um

    trauma na cabea e teve uma abertura da caixa

    enceflica, esses microrganismos podem contaminar

    o sistema nervoso, gerando quadros de encefalite,

    meningite, e pode ser qualquer bactria. Pode ser

    uma E. coli enteropatognica, como pode ser outro

    enteropatgeno, mas pode ser uma Hafinia, Pantoea,

    pode ser outras que no tenha potencial patognico

    quando na mucosa intestinal, mas se tiverem acesso

    a outras localidades vo causar dano.

    Alm de causar essas manifestaes extra

    intestinais localizadas, o grande risco so as

    bacteremia que evoluem para casos de sepsemia.

    Bacteremia a presena de microrganismos no

    sangue, mas sem alterar o funcionamento normal do

    sistema circulatrio. Quando ocorre a alterao

    desse sistema (vasodilatao, aumento da

    permeabilidade, formao de trombos, obstruo

    da circulao) gera um quadro de sepsemia, que

    pode levar ao choque sptico.

    Dessas enterobactrias, considerando o

    vibrio, tem-se as no invasivas, que so aquelas que

    permanecem apenas no intestino embora possam

    causar manifestaes extra-intestinais, mas no por

    invaso. Localizam-se principalmente na poro

    superior do intestino (intestino delgado). Essa

    poro tem como principal funo fazer a

    reabsoro de lquidos, ento, se essas bactrias

    ocupam essa parte superior, essa absoro de

    lquidos fica comprometida, justificando a perda

    desse lquido de maneira abundante, gerando,

    normalmente, os quadros diarreicos liquefeitos,

    com perda abundante de gua levando a

    desidratao rpida e severa, podendo resultar na

    morte. Os principais representantes dessas

    bactrias no invasivas, levando a gerao dessas

    diarreias aquosas, so: os vibries colricos, cuja

    diarreia promovida, a clera, um quadro diarreico

    aquoso to intenso que no so observadas massas

    fecais, somente a liberao de gua, uma gua

    esbranquiada, que caracterizada como gua de

    arroz, aquela gua rala; Escherichia coli

    enterotoxignicas, enteropatognica, e a

    enteroagregativa. Essas variantes, ou subtipos, de E.

    coli sempre sero denominados com essa

    nomenclatura.

    Das invasivas, aquelas que ocupam a mucosa

    intestinal, causam danos a essa mucosa e ainda

    conseguem invadir os tecidos adjacentes e se

    disseminar pelo organismo: Salmonella, Shigella

    (quadros de shiguelose), E. coli enteroinvasiva, E. coli

    enterohemorrgica. Em alguns livros, a E. coli

    enterohemorrgica pode ser E. coli similar a shiga

    (toxina produzida pela Shigella), pois essa cepa

    uma variante que causa esses quadros hemorrgicos

    porque produz uma toxina semelhante da Shigella.

    E as Yersinias, que so duas com capacidade de

    causar dano no intestino que so as Y. enterocoliticas

    e as Y. pseudotuberculosis. A Y. pestis responsvel

    pela peste bubnica, peste negra.

    Em quadros de diarreia, ocorre a expulso dos

    agentes patognicos, assim como a dos que fazem a

    manuteno da microbiota normal. Se a

    concentrao desses componentes normais diminui,

    a mucosa fica desfavorecida e exposta a outros

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 8 Jlia Carvalho

    agentes que no so os habituais, pois eles

    competem com outras bactrias, garantindo sua

    sobrevivncia. Ento, refazer essa microbiota

    importante. Nos casos de diarreia , tambm,

    perigoso o uso de medicamentos que param a

    evacuao, pois se a causa for uma infeco, o

    microrganismo tem que ser eliminado. Se a

    evacuao evitada, ele se acumula e, se for

    invasivo, a probabilidade de invadir outros tecidos

    maior.

    Refazer essa microbiota importante. Nos

    quadros de diarreia o FLORATIL recomendado. O

    EMOSEC para parar a evacuao perigoso, porque

    se a causa for uma infeco esse microrganismo tem

    que ser eliminado. Se a evacuao evitada, este, se

    for invasivo, se acumula e aumenta o gnglio. A

    probabilidade dele invadir maior. Portanto, essa

    parada de eliminao tem que ser muito bem

    avaliada. O FLORATIL s vai garantir o

    repovoamento dessa mucosa intestinal, mas no

    um medicamento com fins teraputicos. Paras as

    dores abdominais, podem ser administrados

    relaxantes musculares, pois a clica uma

    contrao da musculatura, e o relaxante vai

    promover uma diminuio dessa contrao, desses

    espasmos, aliviando a clica. No para

    completamente as contraes, mas diminui a

    vigorosidade delas.

    No caso de intoxicao para se fazer a

    diferenciao de estafiloccica ou por outra

    bactria, necessrio observar o perodo de tempo

    que vo iniciar-se as manifestaes clinicas aps o

    consumo do alimento. As enterotoxinas

    estafiloccicas normalmente, de 2 a 4 horas, j se

    manifestam, com tempo de vigncia 12 a 24 horas

    para a resoluo. No caso de uma intoxicao,

    medicaes que cortam a diarreia podem ser

    administradas. menos prejudicial, pois as toxinas

    encontram se ligadas aos receptores da mucosa

    intestinal e, com o tempo, sero eliminadas pelas

    fezes. Nesse caso, como no h microrganismo,

    somente a toxina, ao evitar a diarreia, evita-se a

    desidratao. Fezse o consumo de alimento e em

    duas horas depois comeou a passar mal,

    provavelmente intoxicao por ingesto de toxinas

    estafiloccicas.

    GASTROENTERITES NO INVASIVAS

    As manifestaes das gastroenterites no

    invasivas, no geral, colonizam a parte superior do

    intestino, ou seja, o intestino delgado que

    responsvel pela absoro de gua. Isso significa que

    as fezes sero liquidas e abundantes.

    Vibrio cholerae

    Normalmente as infeces causadas pelo

    vibrio, nos quadros de clera, tem um grande

    potencial de mortalidade, principalmente quando

    em crianas, podendo tambm ser fatal em adultos.

    uma doena causada pela ingesto de gua e

    alimentos contaminados. Devido a uma perda de

    gua muito abundante e muito rpida, a desidratao

    pode ocorrer em cerca de 6 a 12 horas resultando

    em um quadro de hipovolemia, hipocalcemia e

    morte. Existem localidades em que a clera

    endmica, como no Haiti e na ndia, cujos nveis de

    sanitarismo so muito precrios, e suas populaes

    possuem frequentes manifestaes.

    Existem dois subtipos, o Clssico e o El Tor.

    O El Tor o mais virulento, tem um potencial maior

    de evoluo para o bito, pois o dano muito

    intenso.

    Figura 4: Colnia de Vibrio cholerae

    A presena do microrganismo e seus

    componentes de superfcie, juntamente a

    capacidade de produzir toxina, que estimula a

    liberao de potssio e de cloreto, so os principais

    responsveis pela intensa perda de gua. Se a clula

    joga K e Cl para fora, o que acontece com a gua,

    uma vez que ela responsvel pelo equilbrio liso-

    osmtico? A HO sempre sai do meio menos

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 9 Jlia Carvalho

    concentrado para o mais concentrado. Se todas as

    clulas da mucosa esto secretando K e Cl, a HO

    sai de dentro da clula e a abundncia dessa gua e

    a ausncia da reabsoro vai fazer com que essas

    fezes fiquem realmente liquefeitas e, as toxinas

    produzidas pela bactria, inibem a reabsoro de

    Na.

    Os Sinais e sintomas caractersticos so

    nuseas, clica abdominal muito intensa e as fezes

    totalmente liquefeitas, dando um aspecto de gua

    de arroz, perca de 22 litros de gua

    consequentemente levando falncia e aos quadros

    de hipocalcemia e morte. Desidratao severa e

    hipovolemia que resulta na falncia. 22L quer dizer

    o mximo, no regra. O indivduo perde gua

    gradativamente. Em uma criana no necessrio

    ter uma perda to grande, to intensa, pois, em

    volumes menores, j suficiente para promover a

    morte. Ela fica totalmente murcha, desidratada. Em

    adultos j foi verificado a perda de 22L, mas no

    quer dizer que somente se perder 22L sintoma de

    clera. Tinha uma questo de prova que era isso

    perca de 8 a 10 litros ai ento no pode ser clera.

    No isso, no que tem q perder 22L, mas j foi

    identificado casos com uma perda muito grande.

    No livro a cidade do sol, o autor

    vivia nos campos de refugiados e relata

    alguns casos de clera. Tem uma parte

    em que todo mundo tinha que entrar na

    fila para receber alimentos e cuidados,

    e os doentes ficavam evacuando na fila

    mesmo enquanto esperavam para

    serem atendidos e receberem os

    cuidados. Ento no tinha como fazer o

    controle porque as fezes so totalmente

    liquefeitas, gerando perda do controle

    do esfncter.

    O principal sintoma da clera so essas fezes

    diarreicas com ausncia de massa fecal. So

    totalmente liquefeitas, favorecendo a diferenciao.

    O microrganismo bacteriano mais

    conhecido, mais estudado e caracterizado a

    clera no enteropatognica, que no causa

    esses danos, mas que pode, por ventura, causar

    alteraes nas vias urinrias. A medida que foi sendo

    cultivada de maneira contnua no laboratrio, ela foi

    perdendo sua capacidade de dano.

    Existem dois tipos de microrganismos, os

    denominados selvagens e aqueles de manuteno

    contnua. Os selvagens so aqueles que ainda

    apresentam os fatores de virulncia e capacidade de

    causar alteraes. Agora aqueles que passam por

    milhes de repiques sucessivos vo se modificando

    e perdendo esse potencial.

    Escherichia coli

    Na Escherichia coli existem essas cepas de

    laboratrio que so estudadas: seu ciclo celular, sua

    gentica. um microrganismo utilizado para fazer a

    engenharia gentica, introduo de plasmdeos,

    fabricao do que se queira, por exemplo,

    fabricao de insulina.

    So bacilos Gram Negativas com presena

    abundante de pilis, so mveis com grande

    quantidade de flagelo e com um nico ponto de

    insero.

    Possuem 5 grupos de cepas: Das no

    invasivas, tm-se as enteropatognicas (ETEC),

    enterotoxignicas (EPEC) e enteroagregativas

    (EAggEC); das invasivas, tm-se as invasivas (EIEC)

    e enterohemorrgicas (EHEC). A uropatognica no

    causa dano gastrointestinal mas sim nas vias

    urinrias.

    A enterotoxignica aquela conhecida

    como diarreia do viajante, por exemplo: foi para

    Salvador, comeu um acaraj e depois de 2 horas

    comeou a passar mal. H uma contaminao dos

    alimentos, mas, medida que so processados, o

    microrganismo eliminado, porm, a toxina

    permanece. Logo aps a ingesto temos quadros

    diarreicos, em cerca de 6 a 8 horas.

    A enteropatognica a presena do

    microrganismo, causa diarreias aquosas, mais

    frequentemente em crianas pequenas ou ento em

    Figura 5: Quadro resumo sobre as cepas de E. coli

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 10 Jlia Carvalho

    imuno-suprimidos. A medida que a criana vai

    crescendo cria-se uma resistncia e esses quadros

    de diarreias vo ficando menos comuns. Crianas

    pequenas mesmo que estiverem sob alimentao

    materna so passveis de serem infectadas.

    A enteroagregativa persistente, ento,

    faz-se uma diferenciao em relao

    enteropatognica. Na enteropatognica tem-se a

    diarreia, mas ela autolimitada, durando 1 semana, 3

    dias ou um pouco mais. A enteroagregativa

    persistente porque ela vai formar um biofilme na

    superfcie da mucosa intestinal sendo difcil de ser

    removido porque, mesmo que tenha a

    administrao de medicamento, age nas camadas

    superficiais mas ad profundas continuam aderidas,

    causando danos, gerando quadros diarreicos mais

    longos, que perduram por meses. Os soropositivos

    so os mais acometidos.

    Na enteroinvasiva, h quadros de diarreia

    sanguinolenta.

    Na enterohemorrgica, h a diarreia

    sanguinolenta acompanhada de quadro de colite,

    que a formao de ulceras, de leses na mucosa

    intestinal, mais grave.

    PATOGNESE

    As enterotoxignicas ficam na superfcie da

    mucosa no causando alteraes, mas liberam

    toxinas que alteram a liberao e o funcionamento

    da bomba de Na e K, e alteram a liberao dos

    eletrlitos. A gua consequentemente sai para fazer

    o equilbrio liso-osmtico. A ligao da E. coli a essa

    mucosa intestinal por esses pilis feita

    principalmente por uma protena chamada de

    intimina, que faz essa ligao ntima e estvel. Isso

    no caracteriza uma infeco por microrganismo,

    pois pode ser uma infeco por intoxicao, na qual

    h a presena da bactria multiplicando toxinas, mas

    pode ser que no tenha o microrganismo, mas tenha

    a toxina. A toxina sem microrganismo tambm

    invade e causa danos.

    Na enteropatognica h a capacidade de fazer

    essa ligao atravs dessa intimina e depois alteram-

    se os filamentos de actina para garantir essa firme

    ligao e, consequentemente, faz a mudana na

    superfcie da mucosa, que contm microvilosidades,

    as quais so importantes para reabsoro de gua e

    eletrlitos. Quando a superfcie comea a ficar plana

    pela formao desses pedestais de intimina e

    filamentos de actina, diminui a reabsoro, liberando

    grande quantidade de lquido nas fezes.

    Figura 6: Mecanismos de ao da E. coli no invasiva

    A enteroagregativa forma o biofilme, essas

    mltiplas camadas e consequentemente o acesso

    dos produtos. A mucosa diminuda fazendo com

    que se tenha essa diarreia de tempo prolongado, de

    difcil controle e resoluo, pela formao do

    biofilme, no qual elas se agregam umas s outras.

    A enteroinvasiva tem a capacidade de se

    ligar e alterar essa mucosa e induzir uma endocitose,

    na qual ela passa para dentro do entercito e

    liberada na regio submucosa, ativando a resposta

    imune, se disseminando e causando alteraes

    sistmicas assim como leso na mucosa, inflamao

    intensa e fezes sanguinolentas.

    Figura 7: Mecanismos de ao da E. coli

    enteroinvasiva

    A enterohemorrgica produz uma toxina

    semelhante da Shigella que, alm de formar um

    pedestal que libera toxina extremamente txica que

    destri e leva a morte celular. No somente a perda

    da regulao de lquidos e manuteno do equilbrio

    liso-osmtico, ela leva morte da clula. A mucosa

    vai perdendo as clulas, formando aberturas que so

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    P g i n a | 11 Jlia Carvalho

    as lceras, levam a um quadro de colite gerando

    necrose do tecido.

    SALMONELLA

    Alm dos humanos, outros animais tambm

    so reservatrios. Dos principais reservatrios

    tem-se as aves, principalmente as galinhas sendo, o

    consumo de ovos crus, um dos principais

    mecanismos para infeco dos seres humanos;

    alimentos que so preparados com ovos crus, como

    maionese e glac de bolo, principalmente.

    Embora o indivduo apresente a Salmonella em

    sua mucosa intestinal, uma enterobactria. Mas,

    normalmente, os quadros de doena ocorrem pela

    ingesto dessas bactrias que esto contaminando

    os alimentos.

    Dividem-se em dois grupos: as tifoides e as no

    tifoides. As espcies tifoides, S. typhi e S. paratyphi,

    esto relacionadas a uma doena chamada febre

    tifoide, que era muito comum antigamente. A febre

    tifoide um quadro de febre muito alta, com linfo

    adenopatia generalizada e falncia circulatria,

    gerando manchas na superfcie corprea e pode

    levar morte. J na no tifoide causada pela S.

    enteritis, causando quadros diarreicos de

    transmisso fecal-oral.

    um bacilo Gram Negativo extremamente

    mvel, com grande quantidade de flagelos

    percorrendo toda a superfcie bacteriana. Essa

    grande quantidade justificada porque ela tambm

    de vida livre, podendo viver na gua, necessitando

    de mltiplos flagelos para se locomover. Alm disso,

    ocupa a camada mais profunda do intestino, ou seja,

    sua poro inferior, onde tem maior concentrao

    de muco, facilitando na movimentao.

    A contaminao se d por ovos crus, pois

    essas bactrias tem as aves como reservatrios, mas

    pode ser, tambm, por carne mal cozida

    contaminada. Pode tambm vir na casca do ovo

    contaminado, j que como ela faz parte da cloaca

    quando o ovo expulso a parede dele

    contaminado. Ainda existe a capacidade de haver a

    invaso, mas essa contaminao s vai acontecer

    quando o ovo quebrado, da preciso que este

    ovo seja lavado para evitar esse tipo de

    contaminao. Apesar do ovo ser poroso, a sua

    membrana interna, o alantoide, impede essa

    contaminao. O problema o consumo de ovo

    cru, depois de cozido h o extermnio dessas

    bactrias.

    Figura 8: Mecanismos de infeco por Salmonella

    A contaminao por carne crua ou mal

    cozida, alimentos contaminados com fezes, mos

    contaminadas, leite, ovos, derivado. Em 6 a 48 horas

    o perodo de incubao, iniciando as

    manifestaes com cerca de 1 semana de quadros

    diarreicos. Esses quadros diarreicos causados por

    Salmonella so, no necessariamente abundantes,

    mas as fezes so pastosas, porque um

    microrganismo que no vive mais no intestino

    delgado e sim no intestino grosso, na poro

    inferior. Existe uma modificao na mucosa que faz

    com que se tenha uma certa perda de lquido, mas

    no o suficiente para fazer com que as fezes sejam

    liquefeitas. Tem a capacidade de alterar a superfcie

    e tambm de invadir e causar alteraes com

    consequente disseminao para outras localidades,

    sendo considerado um microrganismo invasivo. So

    clicas abdominais acompanhadas de fezes

    diarreicas pastosas.

    SHIGELLA

    Seu nico reservatrio o homem. So

    divididas em 4 espcies, sendo, a principal, a S.

    dysenteriae, que leva aos quadros de disenteria,

    embora os outros possam tambm causar

    alteraes e, consequentemente, manifestaes. A

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    P g i n a | 12 Jlia Carvalho

    transmisso fecal-oral em ambientes que tenham

    uma higiene limitada e deficincia nas medidas de

    sanitarismo bsico. Tambm causa alteraes,

    capacidade de invaso e induo da resposta

    inflamatria, alm de induzir a endocitose e passar

    para a mucosa, ficando expostas s clulas sem

    serem eliminadas pelos mecanismos de defesa.

    O tenesmo, uma das principais

    caractersticas, a vontade contnua de evacuar e

    que no sai nada, e quando tem as evacuaes o

    volume bem pequeno. As fezes elas so pastosas,

    normalmente so pedaos de massa fecal com gua,

    e muito sanguinolentas. Pode haver presena de

    leuccitos abundantes nas fezes, sangue e outras

    caractersticas compatveis com quadros de

    gastrenterites so muito fortes como dores muito

    intensas no corpo, nuseas, vmitos, clica

    abdominal insuportvel, podendo levar a quadros de

    convulses em crianas.

    As enterobactrias no invasivas: ocupam

    o intestino delgado gerando as fezes aquosas,

    secretrias, liquefeitas; as invasivas ocupam o

    intestino grosso gerando diarreias pastosas,

    disenteria, mltiplas evacuaes, tenesmo, muco,

    sangue ou no e a colite hemorrgica, que so fezes

    vermelhas, com sangue vivo. Fezes sanguinolentas e

    colite hemorrgica so quadros diferentes. As fezes

    sanguinolentas podem ser visveis, detectveis no

    papel higinico, mas, normalmente, so constatadas

    por um exame chamado de deteco de sangue

    oculto. J a colite sangue eliminado, sangue vivo,

    visvel.

    QUADROS DE DIARRIA

    Quando totalmente liquefeita, com

    caracterstica de gua de arroz, causada pelo

    vibrio. Quando liquida, mas no to rala, pensa-

    se em E. coli enterotoxignica, E. coli enteropatognica

    e E. coli enteroagregativa. A Escherichia coli

    enteroagregativa causa diarreia por perodo bastante

    prolongado. Diarreias abundantes, lquidas,

    pastosas, sanguinolentas ou no, Salmonella. Os

    quadros de disenteria, pequeno volume porm

    contnuo, tenesmo, sangue, muco ou pus podem ser

    Shigella, E. coli enteroinvasiva ou ento a Yersinia. No

    caso da Yersinia, alm de causar o quadro citado

    anteriormente, causa a necrose da mucosa

    intestinal. E a colite hemorrgica seria a E. coli

    enterohemorrgica, que caracterizada pelo sangue

    vivo sendo liberado nas fezes, sem leuccitos, sem

    febre com um bloqueio da resposta inflamatria e

    destruio da mucosa intestinal.

    DIAGNSTICO

    laboratorial, feito atravs dessas

    observaes: consistncia das fezes, o perodo

    depois da ingesto dos alimentos e as manifestaes

    clnicas. Para o diagnstico de confirmao faz a

    coleta do material, podendo ser as fezes, e no caso

    de crianas pequenas utiliza-se um suab retal, faz a

    bacterioscopia que seria a colorao e a visualizao

    de bacilos Gram Negativos, e o cultivo, que feito

    normalmente em meios seletivos. O mais utilizado

    o gar MacConkey, mas pode ser o IBM, o SS que

    especfico para Salmonela e Shigella. A identificao

    bioqumica, identificao sorolgica; no caso da E.

    coli, os testes bioqumicos acusam a E. coli, mas para

    diferenciar as espcies necessita uma identificao

    sorolgica para saber se E. coli enteroinvasiva, E. coli

    enterohemorrgica, etc.

    E a realizao do antibiograma. Nos

    quadros apenas diarreicos, o antibiograma

    normalmente no feito por no ser recomendado

    o uso de antibiticos. Mas utilizado em

    manifestaes extra-intestinais e sistmicas.

    necessrio e obrigatrio faz-lo, porque so

    microrganismos resistentes, e precisa-se fazer uma

    medicao que de fato vai ter uma funo.

    O isolamento, a visualizao, e a

    identificao morfotintorial de bacilos Gram

    Figura 9: Mecanismos de infeco por Shigella

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 13 Jlia Carvalho

    Negativos, flagelados ou no, encapsulados, e a

    semeadura em um meio seletivo, cujo mais utilizado

    o MacConkey, para visualizao do crescimento

    das colnias. O MacConkey um meio seletivo que

    tem alto teor de sais biliares, favorecendo o

    crescimento das enterobactrias, embora as

    Pseudomonas consigam sobreviver e crescer, assim

    como os enterococcus, mas no so enterobactrias.

    Pseudomonas habita o trato respiratrio gerando

    infeco respiratria, mas conseguem sobreviver

    nesse meio de cultivo, embora no colonizem o

    intestino. J o Enterococcus fecalis coloniza e

    consegue tambm se desenvolver nesse meio.

    Dessa forma, o meio parcialmente seletivo.

    Dentre esses bacilos Gram Negativos

    existem dois padres: os fermentadores e os no

    fermentadores. Sua avaliao feita no tubo com

    gar TSI (triplo acar ferro). Quando

    fermentadores, tem a capacidade de fazer a via

    glicoltica, quebrando os carboidratos. Quando no

    fermentadores eles fazem apenas a via oxidativa.

    Existem enterobactrias que fazem as duas vias, de

    aerobiose e anaerobiose, fazem a fermentao de

    preferncia mas na ausncia de carboidratos fazem

    a via oxidativa, que o teste realizado em gar

    citrato de Simmons, para ver se h a quebra do

    nitrognio e formao de amnia. Caso no sejam

    fermentadores, o gar com TSI vai fazer a grande

    separao dos grupos de enterobactrias.

    FERMENTADORES

    Se fermenta os aucares e a oxidase negativa,

    so enterobactrias. Se houve fermentao, mas a

    oxidase positiva, so vibriobacterias. Esses

    microrganismos enteropatgenos so de duas

    famlias: as enterobactrias e as vibriobacterias. Elas

    se diferenciam pelo teste de oxidase, j que ambos

    so fermentadores.

    NO FERMENTADORES

    Se forem oxidase positivo, so

    Pseudomonas spp, que sobrevivem no gar

    MacConkey. Realizase o teste de TSI, que, se ficou

    alcalino-alcalino, e no fermentou, Pseudomonas

    spp. Para confirmar, faz oxidase positiva ou ento

    outros testes para no fermentadores. Na oxidase

    negativa vem o Acinetobacter spp e outros, que

    colonizam a mucosa intestinal, mas normalmente

    no causam danos nessa mucosa, podendo causar

    alteraes em outros tecidos.

    Figura 10: Cultura de enterobactrias em gar

    MacConkey

    Em gar MacConkey, quando se faz a

    semeadura, j se consegue identificar

    microrganismo fermentadores ou no da lactose,

    devido alta concentrao deste no gar

    MacConkey. Quando a enterobactria

    fermentadora da lactose, o meio fica rosa envolvido

    por com um anel claro porque, na fermentao da

    lactose h produo de cido, e essa acidificao

    deixa o meio rosinha. Quando no fermentador

    da lactose, tem-se colnias claras e o meio tende a

    ficar vermelho, marrom.

    AULA PRTICA

    Nas placas da aula prtica, tinham uma que o

    meio ficou rosado, que foi a da E. Coli, bactria

    fermentadora da lactose, e duas que no tinham essa

    caracterstica de fermentao, que eram

    Pseudomonas spp e Salmonella. Nesse primeiro

    cultivo j se percebe se o microrganismo

    fermentador ou no. Dos fermentadores, existe

    uma grande quantidade de enterobactrias que

    fermentam a lactose, sendo necessrio fazer a

    identificao. Toda enterobactria fermentadora da

    lactose so denominadas de coliformes totais,

    que fazem a fermentao da lactose a 35C, em

    quantidade abundante. As que fazem a fermentao

    da lactose em 44C so apenas trs: Enterobacter,

    Escherichia coli e Klebsiella. Dessas trs, que so

    chamadas de coliformes fecais, a Escherichia coli a

  • GASTROENTERITES

    P g i n a | 14 Jlia Carvalho

    nica exclusiva da microbiota intestinal. Essas

    outras duas tambm so encontradas no ambiente,

    na gua, em outros animais.

    Como padro de qualidade de alimentos, se

    eles esto ou no contaminados com coliformes

    fecais, utiliza a investigao da presena de

    Escherichia coli, e, se estiver presente, aquele

    alimento foi exposto as fezes, porque a E. coli s

    proveniente da mucosa intestinal.

    Os tubos de identificao, aqui, no caso,

    mostrando apenas o TSI: cido-alcalino, cido-cido

    com sulfeto de H, cido-alcalino com sulfeto de H,

    cido-cido com produo de gs, respectivamente.

    TRATAMENTO

    feito atravs da reposio de lquidos e

    eletrlitos, oral ou endovenoso, dependendo da

    gravidade, sendo, de fato, o tratamento padro. Os

    antibiticos, para gastroenterites, no diminuem o

    tempo de doena, no amenizam. Eles s so

    utilizados para as bactrias invasivas que so aquelas

    que iro causar danos extra-intestinais. Usa-se

    relaxante muscular e anti-espasmticos para aliviar

    a clica e os que fazem a reconstituio da

    microbiota normal. Ingesto de gua de coco,

    Gatorade, soro caseiro, etc.

    MEDIDAS DE PREVENO E

    CONTROLE

    Lavar as mos antes da alimentao e aps a

    defecao, lavar os alimentos, usar produtos que

    fazem a desinfeco, ferver e filtrar a gua, enfim,

    medidas padres.

    Figura12: Medidas padres de preveno e

    controle

    Figura11: Tubos de identificao bioqumica