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Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso www.spoftalmologia.pt Futuro do ensino e da investigação Especialistas portugueses e estrangeiros discutem o lugar da Oftalmologia nos diferentes níveis académicos e a importância da investigação nesta área (com a apresentação dos resultados de um trabalho que traz novos achados na área da DMI exsudativa), na sessão «Ensino e Investigação – desafios futuros». Pág.6 Prof. António Castanheira-Dinis Dr.ª Ruth Williams Prof. Miguel Correia Prof. Mark Mannis EDIçãO DIáRIA 55.º Congresso Português de Oftalmologia/1.º Congresso de Oftalmologia de Língua Portuguesa | 6 a 8 de Dezembro 2012 CERIMÓNIA DE ABERTURA ÀS 19H00: a não perder! É o momento-alto do programa de hoje. A cerimónia de abertura conta com a intervenção de representantes do Governo, da Ordem dos Médicos e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Segue-se a atuação da Orquestra Geração, um projeto de desenvolvimento social através da música clássica. Pág.9 DEZ. 6 QUINTA-FEIRA

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Page 1: Futuro do ensino e da investigação - SPO | Sociedade Portuguesa de … · ... um projeto de desenvolvimento social através da música clássica. Pág.9 ... de dois tópicos:

Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso

www.spoftalmologia.pt

Futuro do ensino e da

investigação Especialistas portugueses e estrangeiros

discutem o lugar da Oftalmologia nos diferentes níveis académicos e a

importância da investigação nesta área (com a apresentação dos resultados de

um trabalho que traz novos achados na área da DMI exsudativa), na sessão

«Ensino e Investigação – desafios futuros». Pág.6

Prof. AntónioCastanheira-Dinis

Dr.ª Ruth Williams

Prof. Miguel Correia

Prof. Mark Mannis

EDição DiáRiA

55.º Congresso Português de oftalmologia/1.º Congresso de oftalmologia de Língua Portuguesa | 6 a 8 de Dezembro 2012

CERIMÓNIA DE ABERTURA ÀS 19H00: a não perder! É o momento-alto do programa de hoje. A cerimónia de abertura conta com a intervenção de representantes do Governo, da Ordem dos Médicos e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Segue-se a atuação da Orquestra Geração, um projeto de desenvolvimento social através da música clássica. Pág.9

DEZ.6 quinta-Feira

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ImportâncIa da tomografIa corneana

«Através de secções ópticas sequen-ciais da córnea e do segmento

anterior, a tomografia permite efetuar a re-construção tridimensional baseada em mo-delos matemáticos», explica o Prof. José Salgado-Borges, diretor do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga - Feira (CHEDV- -Feira). E acrescenta: «Comparando com a Medicina em geral, a tomografia corneana será o equivalente à tomografia axial com-putorizada (TAC). Basicamente, existem três métodos de análise para este exame: a fotografia de Scheimpflug, a optical cohe-rence tomography (OCT) e o ultrassom de alta frequência.»

O Curso, que tem lugar no Auditorium 1, começa com a referência às diferenças e potencialidades dos diversos equipa-mentos de tomografia disponíveis. De seguida, a Dr.ª Cláudia Costa-Ferreira, assistente hospitalar de Oftalmologia no CHEDV-Feira, apresenta os diferentes ma-pas disponíveis e a caracterização do exa-me tomográfico normal.

O tema da importância da tomografia na patolo-gia médica e cirúrgica da córnea, com implicações na cirurgia refrativa, é abordado por Salgado- -Borges e Cláudia Costa--Ferreira. Será dado es-pecial relevo ao estudo e deteção do queratocone precoce ou subclínico e à importância da tomo-grafia na orientação e

seguimento dos doentes submetidos a in-tervenção cirúrgica de segmentos de anéis intraestromais (ver imagem abaixo), trans-plante da córnea e cross-linking.

O Prof. Manuel Monteiro, do Serviço de Oftalmologia do Hospital de São João, no Porto, aborda a importância do cálculo bio-métrico correto após cirurgia refrativa com referência a exemplos práticos e didáticos. A biometria correta e a avaliação das carac-terísticas oculares ideais para a escolha dos diferentes tipos de lentes intraoculares, tanto fáquicas como pseudofáquicas, são outros temas focados por este interveniente.

Por fim, O Prof. Salgado-Borges e o Dr. Filipe Esteves, interno de Oftalmologia no CHEDV-Feira, apresentam o tema «Pre-sente e futuro da tomografia», referindo-se à possibilidade atual de intercâmbio entre os dados dos diferentes equipamentos to-mográficos, bem como à potencial mais-va-lia da integração dos dados do Corvis como complemento da informação fornecida pela tomografia.

fIcha técnIca

Organização: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

Campo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 LisboaTel.: (+351) 217 820 443 • Fax: (+351) 217 820 445

[email protected]

Nota: Os textos desta publicação estão escritos segundo as regras do novo Acordo Ortográfico

Edição: Esfera das Ideias, Produção de Conteúdos Av. Almirante Reis, n.º 114, 4.º E • 1150 - 023 Lisboa • Tel.: (+351) 219 172 [email protected] • www.esferadasideias.ptDireção: Madalena Barbosa ([email protected]) Assessora de direção: Zaida Fernandes ([email protected])Gestor de projetos: Tiago Mota ([email protected]) Textos: Inês Melo, Luís Garcia, Tiago Mota e Vanessa Pais • Fotografia: Luciano Reis • Design: Fillipe Chambel

Patrocínios:

Bem-vindos ao 55.º Con-gresso Português de Oftal-

mologia e ao 1.º Congresso de Oftalmologia de Língua Por-tuguesa. Este encontro é um momento único de partilha de saber e de cumplicidades, que também visa o estreitar de amizades e o convívio en-tre a Oftalmologia portuguesa e a Oftalmologia lusófona.

Este ano, temos eleições para a nova Direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) no nosso Congres-so. Aos candidatos, desejo serenidade e ponderação. Todos queremos o mesmo para a SPO: uma Sociedade forte, unida, cada vez melhor e maior. Devemos enaltecer os valores que nos unem e esbater as diferenças que nos podem separar.

Juntos, nestes dias, vamos aprender, partilhar e conviver. A todos, desejo um excelente Congresso.

Manuela CarmonaPresidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

menSagem de boaS-VIndaS

«como descrever tomografia corneana?» é o tema do primeiro curso deste congresso, que decorre entre as 8h30 e as 09h30, com coordenação do prof. José Salgado-borges.Luís Garcia

Tomografia no pós-operatório de anéis de Ferrara

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deScrIção de ecogramaS

O Curso «Como descrever ecografia» surge como resposta à solicitação

frequente de como relatar de forma com-preensiva e sistematizada um exame ultrassonográfico em Oftalmologia. Serão assim relatados diversos ecogra-mas ilustrativos do segmento anterior e do segmento posterior.

«Será um curso teórico-prático e, den-tro do espaço temporal de que dispo-mos, será fomentada a interação com a

Luís Garcia

«como descrever ecografia?» é a pergunta a que um grupo de oftalmologistas vai procurar dar resposta no curso, que decorre entre as 9h30 e as 10h30, no auditorium 1, coordenado pela dr.ª helena prior filipe.

audiência», explica a Dr.ª Helena Prior Filipe, assistente hospitalar graduada no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa.

O Curso está estruturado em torno de dois tópicos: o segmento posterior e o segmento anterior. No âmbito do pri-meiro, desenvolver-se-ão dois temas: «Neoformações» (apresentação a cargo da Dr.ª Filomena Pinto, assistente hospi-talar graduada de Oftalmologia no Cen-tro Hospitalar de Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria) e «Interface vítreor-retiniana» (apresentações a cargo dos Drs. Pedro Candelária e Carlos Batalha, chefes de serviço de Oftalmologia no Centro Hospitalar de Lisboa Central, e da Dr.ª Luísa Vieira, interna de Oftalmo-logia no mesmo Centro Hospitalar).

No que concerne ao segmento ante-

rior, serão abordados essencialmente dois assuntos: «Neoformações», pelo Dr. José Maia Seco, chefe de serviço no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto; e «Glaucoma», pela Dr.ª Helena Prior Filipe. «A metodologia seguida centrou-se em saber responder à pergunta que um ecograma naturalmente nos suscita e que se prende com a elaboração da estratégia de relato deste exame», expli-ca a coordenadora do Curso.

«O ecografista tem sempre a vanta-gem, relativamente a quem solicita o exame, de conhecer a perspetiva cinéti-ca e é ele que selecionará os ecogramas mais ilustrativos da situação clínica em estudo. Da sua descrição, que contem-plará também estes aspetos, resultará um acréscimo na orientação clínica», explica Helena Prior Filipe.

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C M Y CM MY CY CMY K

PuB.

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noVIdadeS em SubVISão

As novas tecnologias, como os tablets, estão a melhorar a vida de muitos doen-

tes com subvisão. «O iPad e os telemóveis com maior capacidade de ampliação estão a permitir que estas pessoas consigam ultra-passar as dificuldades que sentem no dia a dia de forma cada vez mais fácil e económi-ca», explica o Dr. Fernando Bívar, do Insti-tuto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa, e moderador deste Curso.

«Os oftalmologistas nunca descuraram a sua atitude perante o grande amblíope e o cego, apesar das situações irreversíveis com que muitas vezes se deparam», refere

Luís Garcia

as necessidades dos doentes com subvisão e a importância da orientação por parte do oftalmologista são os temas do curso que decorre entre as 8h30 e as 10h30, no auditorium 2.

conVerSaS ImproVáVeIS na área Implanto-refratIVa

Segundo a coordenadora do encontro, Dr.ª Isabel Prieto, chefe de serviço

de Oftalmologia no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), a sessão girará em torno de três grandes grupos de temas associados à cirurgia im-planto-refrativa. O primeiro é o «femtofaco» ou cirurgia de catarata por femtolaser. O segundo grupo de temas aborda as lentes premium, designação habitualmente dada às lentes intraoculares tóricas e multifocais

Luís Garcia

os mais recentes avanços na cirurgia implanto-refrativa e o rumo a seguir nesta área estão em debate na sessão que decorre entre as 15h45 e as 16h30, no auditorium 1.

ou acomodativas, «que permitem uma me-nor dependência dos óculos após cirurgia do cristalino». O terceiro grupo abarca as técnicas alternativas de correção da pres-biopia, como os implantes intracorneanos.

Segundo Isabel Prieto, a abordagem dos temas obedecerá a «um formato um pouco diferente do habitual». A primei-ra intervenção cabe ao Dr. Francisco Loureiro, atual coordenador da Cirurgia Implanto- -Refrativa de Portugal (CIRP), uma secção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, que, de forma breve, fará menção à Reunião CIRP 2012, que se realizou em Troia, no mês de junho.

Seguem-se duas pequenas apresenta-ções: a primeira, a cargo do Dr. Fernando Vaz, do Hospital de Braga, tem como tema o «femtofaco»; ao passo que a segunda, proferida pelo Dr. Eduardo Marques, do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, é dedicada às lentes premium e à cirurgia da presbiopia. O objetivo, ex-plica Isabel Prieto, é «informar a assistên-

cia sobre o que há de novo nestas áreas e também sobre os encargos económicos que estas inovações implicam».

Introduzidos os vários temas, o de-bate decorrerá de modo informal entre os restantes convidados: Prof. António Marinho, do Hospital da Arrábida, em Vila Nova de Gaia; Dr. António Limão, do Instituto de Microcirurgia Ocular de Lisboa; Dr. Bernardo Feijóo, do Hospital Amadora-Sintra; Dr. Joaquim Estrada, do Hospital de Viseu; Prof. Joaquim Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Dr. Júlio Barros de Andrade, bastonário da Ordem dos Médicos de Cabo Verde; Dr. Miguel Trigo, do Centro Hospitalar de Lisboa Central; Dr.ª Sandra Moniz, do Hospital do Funchal; e Dr. Vicente Barreto, do Hospital da Horta, nos Açores.

«Temos convidados com realidades de trabalho e experiências diferentes que nos poderão proporcionar uma conversa tal-vez “improvável” mas, espero eu, interes-sante», conclui Isabel Prieto.

pital de Egas Moniz, fala sobre «Desporto e baixa visão»; a Dr.ª Luísa Santana Silva, do Centro Hospitalar de Setúbal, aborda o tema «Baixa visão no adulto»; e a Dr.ª Conceição Neves, do Centro Hospitalar de Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria, é responsá-vel pela comunicação «Prevenção terciária em Oftalmologia».

«Neuropatia óptica hereditária de Leber – células estaminais ou terapia génica?» é a questão a que vão procurar responder o Dr. Fernando Bívar, a Prof.ª Constança Coelho, docente de Genética na Lisbon Me-dical School, e o Dr. Peter Pêgo, oftalmo-logista no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra). As considera-ções finais ficam a cargo do Prof. Luís Nuno Ferraz de Oliveira, fundador do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Egas Moniz e cofundador da Faculdade de Ciências Mé-dicas da Universidade Nova de Lisboa.

Fernando Bívar. «No entanto, nos últimos tempos, a evolução tecnológica tem alarga-do a possibilidade de aproveitamento dos resíduos visuais ou a utilização dos outros sentidos. Só o oftalmologista pode estar preparado para a escolha da ajuda técnica mais adequada e de acordo com a ética mé-dica.»

Este é um dos temas abordados no Curso de Subvisão, que conta com a participação da Dr.ª Catarina Paiva, oftalmologista no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar de Coimbra, com a apresentação «Baixa visão na idade pediátrica»; e da Dr.ª Helena Faria, oftalmologista no Centro Hospitalar de Lisboa Central/Hospital de São José, com o tema «Viver com baixa visão – a im-portância de uma casa adaptada».

O Dr. José Luís Dória, oftalmologista no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental/Hos-

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deSafIoS futuroS no enSIno e na InVeStIgação

A qualidade do ensino em Oftalmologia é fundamental para a excelência dos

cuidados de saúde. No entanto, para as-segurar uma formação de alto nível, é necessário saber o que ensinar em cada fase. O Prof. António Castanheira-Dinis, docente de Oftalmologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), sublinha que é necessário distin-guir entre o ensino pré-graduado prévio à especialização, o ensino para internos e a formação pós-graduada.

Na sua opinião, devem ser definidos con-teúdos específicos para cada etapa. «Não faz sentido ensinar todos os conhecimentos de Oftalmologia a alguém que vai ser mé-dico de família», exemplifica. E completa: «Nestes casos, o importante é dotar os jo-vens médicos da capacidade para fazerem a deteção precoce da doença e identificar se a situação é grave.» Estes são alguns tópicos a abordar por Castanheira-Dinis na sessão «Ensino e investigação – desafios futuros», que foca as várias metodologias e experiências formativas ao nível nacional e internacional.

Outro orador da sessão é o Prof. Miguel Correia, docente na Faculdade de Ciências Médicas e vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa (UNL), que aborda a relação en-tre os mundos académico e clínico, numa palestra com o tema «As universidades e a Oftalmologia». Miguel Correia também enfa-tiza a distinção de conteúdos formativos en-tre o ensino pré-graduado – focado nos co-nhecimentos básicos de Oftalmologia, como «o diagnóstico diferencial de olho vermelho e as repercussões sistémicas ao nível do globo ocular» – e a formação pós-graduada, vinculada ao domínio da especialização e ao contexto hospitalar.

No âmbito da pós-graduação, o vice-reitor da UNL destaca a importância de «alguns aspetos transversais de investigação que

podem ser dados em cursos doutorais nas universidades, essencialmente na área clíni-ca». Esta formação académica transversal deve ser complementada com a especiali-zação em contexto hospitalar, «num Serviço de Oftalmologia devidamente credenciado», e com «estágios de interespecialização», defende Miguel Correia.

MuDANçAS NA FOrMA DE ENSINArTambém oradora na mesma sessão, a presidente da Academia Americana de Oftalmologia (AAO), Dr.ª Ruth Williams, re-conhece a crescente dificuldade em manter uma oferta formativa de topo. «À medida que a educação médica se torna cada vez mais complexa e exigente, muitos países estão a ter dificuldades para proporcionar e pagar um ensino médico de qualidade. A tecnologia, a educação e a investigação são caras», admite.

Outra das preocupações da presidente da AAO é encontrar uma forma de envol-ver a próxima geração no futuro da Oftal-mologia. «A nossa cultura está no cen-tro de uma revolução. A mudança está a dar-se a uma velocidade incrível. Os jovens que entram agora no mercado de trabalho cresceram num ambiente diferente: herdaram um mundo médico eletrónico e eficiente», diz Ruth Williams. E conclui: «Os jovens esperam trabalhar num gran-de sistema de saúde integrado, que seja avaliado de acordo não apenas com parâ-metros clínicos, mas também económicos. Precisamos destes jovens oftalmologistas. Mas, para isso, as nossas organizações de Oftalmologia precisam de mudar.»

A sessão termina com a intervenção de Mark Mannis, professor na Universidade da Califórnia e presidente da Associação Pan-americana de Oftalmologia, sobre o papel desta Associação numa perspetiva da Oftal-mologia a nível global.

Luís Garcia

o que ensinar, como ensinar e qual o futuro da oftalmologia e da investigação nesta área são alguns dos temas em discussão esta tarde, na sessão que decorre entre as 17h00 e as 18h30, no auditorium 1.

Na sessão «Ensino e investigação – desafios futuros», a Dr.ª Ana

Bastos-Carvalho, do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, é responsável pela Lecture SOE (European Society of Ophthalmology). Esta oradora vai apresentar o trabalho de investiga-ção que desenvolveu no Departa-mento de Oftalmologia e Ciências Vi-suais da Universidade de Kentucky, nos EUA, como parte do seu projeto de doutoramento, orientado pelo investigador Jayakrishna Ambati, tendo ainda como mentores os Profs. António Castanheira-Dinis e Manuel Monteiro-Grillo. Fica aqui um resumo do que será apresentado, nas pala-vras da autora:

«O trabalho que apresentarei inci-de sobre as recentes descobertas quanto ao papel da proteína adapta-dora MyD88 na neovascularização coroideia (NVC), no contexto da degenerescência macular da idade (DMI) exsudativa. Este conjunto de experiências utilizou múltiplas es-tratégias de inibição desta proteína (ablação genética ou farmacológica) ou de moléculas efetoras a jusante da MyD88, verificando-se que o re-ferido adaptador tem uma função crítica no desenvolvimento de NVC. Adicionalmente, foi possível con-firmar que esta função é mediada por sinalização através da molécula HMGB1. Concluindo, o trabalho ex-põe o possível papel que a inibição desta via de sinalização poderá ter na terapêutica da DMI exsudativa e em outras patologias que cursam com NVC.»

noVoS achadoS na dmI

exSudatIVa

Prof. António Castanheira-Dinis Prof. MiguelCorreia Prof. Mark MannisDr.ª Ruth Williams

destaque de caPaDEZ.6

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DEZ.6

Criação de prémio ARVO-AFER/MSD “Inovative Opthalmology Research Award”

Acordo com a Santen Pharmaceuticals Co, Lda. para representação da primeira e única prostaglandina sem conservantes.

Primeira formulação de um beta-bloqueante tópico de formulação lenta

Primeira combinação fixa de um inibidor da anidrase carbónica e beta-bloqueante

Introdução de uma terapêutica para a conjuntivite

Criado para encorajar a investigação em áreas críticasda Oftalmologia

Aquisição e início dos estudos que conduziram à descoberta doprimeiro beta-bloqueante tópico

Início do Programa de Doação da MSD paracombater a cegueira dos rios – hoje, um dosmaiores programas de doação contínua

Primeiro de uma nova classe de medicamentospara a terapêutica tópica do glaucoma desdeos beta-bloqueantes: inibidor da anidrasecarbónica

Primeira formulação sem conservantes de um inibidor da anidrase carbónica e um beta-bloqueante em associação fixa

OCT-2013 OPH-2011-PT-3242-J

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conferêncIaS da manhã abordam problemaS frequenteS

as conferências dos profs. paulo torres, mark mannis e ana rosa pimentel decorrem entre as 11h00 e as 12h30, no auditorium 1. a moderação está a cargo do prof. Joaquim murta, diretor do Serviço de oftalmologia

do centro hospitalar e universitário de coimbra; do dr. carlos aguiar, diretor do Serviço de oftalmologia do centro hospitalar do porto/hospital de Santo antónio; e do dr. João lisboa, oftalmologista no centro

hospitalar de lisboa central. deixamos aqui um resumo de cada conferencista.

«As glândulas de Meibomius foram

descritas pela primeira vez por Henrich Meibom no século XVII. São glându-las sebáceas localizadas

nas placas tarsais das pálpebras, compostas por múltiplos ácinos excretores dispostos circularmente em torno de um ducto central para o qual drenam. Os orifícios correspondentes estão dispostos ao longo das margens palpebrais, anteriormente à junção mucocu-tânea, e separados por intervalos regulares. A excreção dos lipíde-os produzidos nestas glândulas faz-se em sincronismo com o mo-vimento mecânico do pestanejo reflexo, e estes são dirigidos para a superfície ocular externa. Vão constituir a camada lipídica externa do filme lacrimal e têm como funções principais a diminuição da

«A obstrução da via lacrimal excretora, que resulta em lacrimejo acompanhado ou não de secreção, é um problema comum

em Oftalmologia. O principal tratamento é a dacriocistorrinostomia (DCR), que conecta o saco lacrimal com a fossa nasal, realizada por incisão cutânea próxima ao saco lacrimal (DCR externa) ou através da fossa nasal (DCR endonasal).

A DCR externa, basicamente realizada pelo oftalmologista, mantém o mesmo princípio técnico desde o início do século pas-sado, com pequenas modificações e com o uso de tubos e de antimetabólitos que permitem a patência do novo canal. A taxa de sucesso varia entre 85 e 95%.

A DCR endonasal foi introduzida em 1893, não alcançando popularidade devido ao acesso difícil ao saco lacrimal. Com o advento da cirurgia endoscópica endonasal, em meados dos anos de 1980, renovou-se o interesse pela DCR endonasal. A taxa de sucesso varia entre 63 e 90%, com maior hipótese de insucesso quando se utiliza laser.

Apesar de mais consagrada, a DCR externa está relacionada com maior sangramento, campo cirúrgico pequeno e cicatriz ines-tética. Os cirurgiões oftalmológicos evitam a indicação e os pacien-tes temem as complicações. A via endonasal ganhou espaço nos

dISfunção daS glândulaS de meIbomIuS

dacrIocIStorrInoStomIa: IndIcaçõeS e técnIcaS

prof. paulo torreS

prof.ª ana roSa pImentel

chefe de serviço de Oftalmologia no centro Hospitalar do Porto/Hospital de santo antónio

chefe do departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil

evaporação da própria lágrima e a lubrificação entre as estruturas.Na minha conferência, abordarei as principais causas de do-

ença e disfunção das glândulas de Meibomius, como também a sua classificação mais atual. A avaliação dos sinais e sintomas, os métodos de diagnóstico precoce e os diagnósticos diferen-ciais serão relembrados. Abordar-se-ão também as medidas de prevenção profissional e pessoal, assim como os tratamentos.

As blefarites posteriores, particularmente a disfunção das glândulas de Meibomius, estão entre as patologias oculares mais comuns no mundo e afetam praticamente todas as faixas etárias e raças. São responsáveis pelo desconforto ocular referi-do por milhões de indivíduos. Quando são crónicas e não estão convenientemente tratadas, podem contribuir para uma perda da integridade da superfície ocular externa que, em casos extre-mos, pode levar à diminuição irreversível da visão.»

últimos dez anos, tendo como vantagens menor in-vasividade, menor san-gramento intraoperatório e menor tempo cirúrgico. As desvantagens incluem a abertura pequena no saco lacrimal, o alto índice de re-cidiva e o elevado custo.

Por outro lado, a DCR externa foi otimizada pelo uso de microscó-pio cirúrgico, pela osteotomia com brocas e pelo bloqueio anestési-co mais eficiente. A análise do sucesso destas vias de abordagem é tendenciosa e baseada em estudos isolados, não controlados e não randomizados, que atualmente mostram sucesso equiparado nas duas técnicas. Há raros trabalhos com força metodológica e estes apontam para um melhor resultado da DCR externa.

Revendo a literatura dos últimos 18 meses, encontramos 187 publicações, sendo 30% em periódicos de Otorrinolaringologia, o que denota a busca pela melhoria do conhecimento anatómico, pela inovação tecnológica e pela análise dos fatores de risco para falência da técnica.»

A disfunção das glândulas de Meibomius é uma das principais causas de olho seco evaporativo no mundo!

O olho seco é, atualmente, uma das queixas mais frequentes em consultas de rotina de Oftalmologia!

A disfunção das glândulas de Meibomius é, provavelmente, a patologia ocular mais subvalorizada, subdiagnosticada e subtratada!

ivo

Godi

nho

DEZ.6

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formação em ferIdaS palpebraIS

Tiago Mota

o curso «princípios básicos de sutura de feridas palpebrais», ministrado pelo Dr. Ricardo Dias, oftalmologista no Hospital de São João, no Porto, decorre entre as 15h45 e as 16h30, no auditorium 2.

O Dr. Ricardo Dias vai partilhar os seus conhecimentos e as boas práticas so-

bre fios de sutura, agulhas e tratamento de feridas das pálpebras num Curso estrutura-do em dois momentos complementares.

A primeira parte da formação incide sobre os fios e as agulhas mais frequentemente utilizados no tratamento das lesões palpe-brais. Entre outros aspetos, «são analisadas as principais características dos diferentes materiais e também o seu manuseamento»,

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.SM

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«A evolução da queratoplastia distanciou-se do habitual trans-

plante total da córnea através da subs-tituição seletiva das camadas disfun-cionais. Deste modo, a queratoplastia endotelial com remoção da membrana de Descemet (DSEK, na sigla inglesa) tornou-se no tratamento-padrão para a doença do endotélio corneal (distrofia de Fuchs e queratopatia bolhosa pseu-dofáquica), enquanto a queratoplastia lamelar anterior profunda (DALK, na sigla inglesa) é normalmente uma op-ção nos casos de distúrbios do estroma anterior e médio da córnea.

Algumas complicações ‒ como cata-rata concomitante, glaucoma pré-exis-tente (com ou sem intervenção cirúrgi-ca prévia) e afaquia cirúrgica ‒ podem requerer alterações no que respeita à técnica cirúrgica e também complicar o procedimento da DSEK, caso estas al-terações não sejam realizadas. Por ou-tro lado, pode ainda ser feita em simul-tâneo a cirurgia da catarata e a DSEK, com alterações mínimas ao nível da abordagem cirúrgica.

No entanto, o cirurgião precisa de ajustar a potência da lente intraocular, tendo em conta o acréscimo do enxerto da córnea. Glaucoma pré-existente ou combinado com DSEK requere técnicas especiais, por forma a assegurar que a bolha de ar injetada mantém a córnea do doador na posição adequada. Da mes-ma forma, a afaquia pode ser agravada pela migração posterior da bolha e pela deslocação do botão do doador, durante o período pós-operatório imediato.»

noVaS dIreçõeS na cIrurgIa da córnea

prof. mark mannISProfessor na universidade da

califórnia e presidente da associação Pan-americana de Oftalmologia

adianta o formador. A segunda parte abor-da os princípios gerais da sutura de feridas palpebrais, ilustrando as regras básicas de atuação e apresentando alguns exemplos práticos de aplicação.

Ricardo Dias sublinha que o Curso que hoje ministra «é dirigido a todos os oftalmo-logistas que trabalham nos Serviços de Ur-gência e aos que pretendam fazer uma atu-alização sobre este tema», inserindo-se na perspetiva de «formação e valorização pro-fissional que é fomentada nos congressos da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia».

Depois das intervenções de represen-tantes do Governo, da Ordem dos

Médicos e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), «sobem ao palco» da sessão de abertura deste 55.º Congresso Português de Oftalmologia/1.º Congresso de Oftalmologia de Língua Portuguesa, marcada para as 19h00, os músicos da Orquestra Geração. Mais do que um concerto de música clássica, esta será uma oportunidade única para conhe-cer um projeto de desenvolvimento social através da música.

Inspirado no Sistema Nacional de Or-questras Juvenis e Infantis da Venezuela, o projeto tem como objetivo a formação de orquestras em escolas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos, contribuindo para um crescimento

mais harmonioso das crianças e jovens ao alargar as suas perspetivas de vida através da promoção de uma maior mo-bilidade social.

Atualmente, o projeto da Orquestra Geração está implementado em cer-ca de 11 instituições (entre as quais a Escola Miguel Torga, na Amadora, que atua hoje na abertura oficial deste Con-gresso) e chega a mais de 600 crianças e jovens provenientes, sobretudo, de meios carenciados.

No decorrer da sessão de abertura, será ainda inaugurada a exposição «25 anos do Programa Mectizan», uma inicia-tiva promovida pela Sociedade Portugue-sa de Oftalmologia (SPO) e pela Funda-ção Champalimaud. inês Melo

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patologIa oncológIca ocular naS conferêncIaS da tarde

entre as 14h30 e as 15h45, o auditorium 1 recebe as conferências do prof. miguel burnier, da prof.ª zélia corrêa e da dr.ª maría antonia Saornil. os moderadores são o prof. rui proença, presidente do colégio da especialidade de oftalmologia da ordem dos médicos; o dr. José pita negrão, diretor do Serviço de

oftalmologia do centro hospitalar de lisboa central; e a dr.ª paula barbosa, oftalmologista no hospital do divino espírito Santo, em ponta delgada. Seguem-se os resumos do que poderá ouvir nestas conferências.

Os conceitos atuais, o diagnóstico diferencial e os tratamentos mais avançados do retinoblastoma

são focados na conferência de Zélia Corrêa, professora associada do Departamento de Oftalmologia da univer-sidade de Cincinnati, nos EuA. Apesar dos avanços, o controlo destes tumores pediátricos com preservação ocular continua a ser um desafio para a Medicina moderna. Ao nível do diagnóstico, «a definição da herança genética permite agora identificar, por exem-plo, a probabilidade de a criança desenvolver outros tumores primários e transmitir essa neoplasia para os

seus futuros descendentes», avança a investigadora. O tratamento dos retinoblastomas, por sua vez, «tem

sido revolucionado pelo uso da quimioterapia intra-ar-terial superseletiva com resultados iniciais promisso-res», indica Zélia Corrêa, que tem participado em estu-dos dedicados aos novos protocolos quimioterápicos e ao uso da quimioterapia intra-arterial superseletiva com medicamentos alternativos. Mais recentemente, «a possibilidade de realizar injeções intravítreas de drogas quimioterápicas é uma nova opção terapêutica para estas crianças».

noVaS opçõeS terapêutIcaS no retInoblaStoma

«O melanoma da úvea é uma neoplasia

maligna rara, mas poten-cialmente mortal. Ao lon-go das últimas décadas, a morbilidade da doença tem

diminuído de forma acentuada, como resultado dos avanços ao nível do diagnóstico, que permite agora detetar tumores mais pe-quenos numa fase precoce.

Este avanço tornou possível o recurso a tratamentos mais conservadores, evitando a enucleação. Ainda assim, a mortali-dade permaneceu inalterável, o que indica que a esperança de vida é independente do controlo local do tumor. Normalmente,

«A braquiterapia consiste na aplicação de uma fonte radioativa muito próxima ou inserida no tumor a ser tratado, com a fina-

lidade de atingir uma dose máxima na massa tumoral que se quer destruir e uma dose mínima nos tecidos circundantes.

No caso dos tumores intraoculares, particularmente o melano-ma (o tumor intraocular maligno mais frequente), a braquiterapia é aplicada sob a forma de placas com carga radioativa suturadas à esclerótica, na área correspondente à base do tumor, durante o tem-po necessário para conseguir a dose adequada para o destruir. No tratamento do melanoma, é a alternativa mais comum à enucleação. Nas unidades de Oncologia Ocular, é utilizada em mais de 60% dos doentes com melanoma, com uma percentagem de sucesso do tra-tamento superior a 90% (<10% de recidivas).

Podem ser utilizados diferentes isótopos radioativos, mas os mais frequentes são o iodo 125 e o ruténio 106, quer isoladamente quer como coadjuvantes da ressecção cirúrgica. A braquiterapia é uma

conceItoS atuaIS Sobre o melanoma da úVea

SuceSSo da braquIterapIa noS melanomaS da úVea

prof. mIguel burnIer

dr.ª maría antonIa SaornIl

diretor-geral do centro de investigação da universidade McGill, no canadá

unidade de tumores intraoculares do serviço de Oftalmologia do Hospital clínico universitário de Valladolid, em espanha.

a metastização, que é a principal causa de morte, só é diagnos-ticada muitos anos mais tarde (apesar do tratamento com êxito do tumor primário) e numa fase avançada, quando já não existe qualquer terapêutica eficaz. Estas observações sugerem que a doença já estava disseminada quando o tumor foi diagnostica-do – uma conclusão que é reforçada pela deteção de células malignas circulantes na corrente sanguínea em diferentes fases da evolução da doença.

Este intrigante aparecimento tardio de metástases tem sido ex-plicado pela teoria do adormecimento neoplásico. A minha palestra vai incluir a apresentação de alguns dos conhecimentos mais re-centes no que diz respeito ao comportamento biológico do melano-ma da úvea, bem como de potenciais novos alvos terapêuticos.»

técnica multidisciplinar que envolve oftalmologistas, radioterapeutas, físi-cos e pessoal técnico com qualifica-ções específicas, permitindo a indi-cação, o planeamento, a seleção da placa mais apropriada (em termos de dimensão e carga) para cada caso e sua aplicação.

Os efeitos secundários mais frequentes da braquiterapia são a catarata e a retinopatia por radiação, que muitas vezes levam à di-minuição da visão. Em menos de 10% dos casos, as complicações conduzem ao desenvolvimento de glaucoma neovascular (olho cego e doloroso), que pode levar à enucleação secundária do globo ocular.

Portanto, a braquiterapia episcleral é uma técnica que permite tra-tar com sucesso o melanoma, com menos de 10% das recorrências, conservando o globo ocular e a função visual – ainda que, geralmen-te, esta acabe por ser diminuída devido aos efeitos secundários.»

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