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Fundamentos da Alfabetização Prof. Dorival Rosa Brito 1

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Eu sozinho menino entre as mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé,

comprida história que não acabava mais.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

(Infância, Carlos Drumond de Andrade)


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• Para refletir:

• Comumente, como se

caracterizam as práticas pedagógicas

na modalidade Educação de Jovens

e Adultos – EJA?



• Ao lançarmos um olhar sobre a Educação de Jovens e Adultos – EJA, verificamos que esta deve se caracterizar por uma proposta pedagógica flexível que considere as diferenças individuais e os conhecimentos informais dos alunos, adquiridos a partir das vivências diárias e no mundo de trabalho.



• Trata-se de uma modalidade de ensino que tem

suas especificidades que a diferenciam do ensino regular em sua estrutura, duração, regime escolar e metodologia. Caracteriza-se pela flexibilidade e pelo ensejo de soluções

novas exigidas pelas diferentes realidades.



• Apesar de não existir dúvida em relação a essas características da EJA, comumente temos nos deparado com o oferecimento dessa modalidade de ensino com práticas pedagógicas baseadas no ensino diretivo, centrado na figura do professor, o qual estabelece quais, como e quando “transmitirá” os conhecimentos aos alunos, dessa forma desprezando as experiências e as vivências dos alunos.



• Conseqüentemente, o espaço escolar torna- se uma espécie de campo neutro, despolitizado, perdendo assim sua condição de espaço social de construção de conhecimentos.



• Vale pensar:

• O que contribui para essa

triste realidade?



Uma suspeita... Muitos professores que

integram os programas

de educação de jovens e adultos têm ou já tiveram experiências com ensino regular infantil e, baseados nessa experiência, acabam apenas fazendo adaptações de conteúdos e programas.



• Bom, mas o que há de

errado nisso?



Outra suspeita:

Os métodos e conteúdos da

educação infantil servem para os jovens e adultos?

Quais as especificidades dessa

faixa etária?



Compreendendo os Sujeitos da EJA



Nossa pista...

Malcolm Shepherd Knowles (1913 - 1997)


•


Malcolm Knowles apresenta nesta obra um referencial para compreensão dos sujeitos da Educação de Jovens e Adultos, um tratado sobre as transformações e interesses dos adultos em relação à escola:

• A Andragogia.



Preceitos da Andragogia



1º Preceito

Os adultos passam de pessoas dependentes para indivíduos independentes, autodirecionados.



2º Preceito

• Os adultos acumulam experiências de vida que vão ser fundamentos e substrato de seu aprendizado futuro.



3º Preceito

• Seus interesses pelo aprendizado se

direcionam para o desenvolvimento de

habilidades que utilizam no seu papel social, na

sua profissão.



4º Preceito

• Os adultos passam a esperar uma imediata aplicação prática do que aprendem, reduzindo seu interesse por conhecimentos a serem úteis num futuro distante.



5º Preceito

• Os adultos preferem aprender para resolver problemas e desafios, mais que aprender simplesmente um assunto.



6º Preceito

• Passam a apresentar motivações internas (como desejar uma promoção, sentir- se realizados por serem capazes de uma ação recém- aprendida, etc.), mais intensas que motivações externas como notas em provas, por exemplo.



• E que muda quando temos a

andragogia e não a pedagogia como

referência no processo educativo?



• O professor não é o referente, aquele

que conduz (leva)

o aluno ao saber,

como ocorre na

educação com

crianças. Um pedagogo acompanhando o

seu pequeno discípulo à palestra



A aula



• Tendo a Andragogia como referencial, o professor passa a ser um mediador que além de desenvolver habilidades que favoreçam a construção do conhecimento dos adultos, também é um aprendiz do saber desses.

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