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Fundamentos Históricos/Sociológicos/Filosóficos e a Prática de Formação na Educação Infantil

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Fundamentos Históricos/Sociológicos/Filosóficos e a Prática de Formação na Educação

Infantil

� Contribuir com a política de formação docente na rede pública estadual e no fortalecimento das reflexões teórico-práticas acerca dos fundamentos da Educação Infantil.

1. Infâncias e CriançasConcepçõesEstudos das Infâncias e das Crianças na

contemporaneidade e marcos teóricos e legais: a criança enquanto sujeito de direitos

2. Crianças e culturas infantisCultura de paresParticipação Infantil enquanto direito

3. As crianças pequenas e o seu atendimento em InstituiçõesEducação Infantil como 1ª etapa da Educação Básica: uma conquista político-socialDireito à Educação Infantil de Qualidade

4. Formação de Docentes para a Educação InfantilReferenciais teórico-metodológicos: currículo,

trabalho e formação docente – sentidos e significadosPerspectivas e desafios

Antigamente quando eu me

excedia

Ou fazia alguma coisa errada

Naturalmente minha mãe dizia:

"Ele é uma criança, não entende

nada"...

Por dentro eu ria

Satisfeito e mudo

Eu era um homem

E entendia tudo...

Arnaldo Antunes

Sou hoje um caçador de

achadouros da infância.

Vou meio dementado e enxada

às costas cavar no meu quintal

vestígios dos meninos que

fomos...

Manoel de Barros

� Exercício de revisitar a infância para buscar vestígios dos meninos e das meninas que fomos...

Os termos Infância(s) e Criança(s) não se excluem, mas complementam-se:

� Infância(s): momento vivido dentro de um contexto real que determina as representações sociais dos atores que nele habitam. Processo que determina e produz as subjetividades infantis num mundo real constituído de aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais que constroem o que cada um é o que não é.

� É o espaçotempo da construção das culturas infantis, da produção de conhecimento, de posicionamento no mundo pelos pequenos e pequenas.

� As Infâncias produziram-se e produzem-se intensamente determinando as subjetividades infantis, ou seja, tudo aquilo que caracteriza o ser humano como sujeito histórico, real, concreto, inacabado...

� Crianças: sujeitos produzidos pela(s) Infância(s), numa dada época, num dado projeto de sociedade e contexto

� A concepção de criança(s) é uma noção historicamente construída e que muda ao longo dos tempos

� Criança(s): produz cultura, se expressa em múltiplas linguagens, interage, constrói seus saberes, vivencia a solidariedade, aprende a conhecer o mundo com todos os seus sentidose de corpo inteiro;

� Sujeito(s) de direitos, forte, competente, com potencial para produzir conhecimento e cultura

� Segundo Corsaro (2011), as crianças criam cultura, inventam e reinventam o cotidiano, brincadeiras, vivem papéis e os recriam, em interação, de forma dinâmica e altamente criativa.

� Filme: A invenção da Infância

� Sinopse: Ser criança não significa ter infância. Uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo.

� Direção e roteiro: Liliana Sulzbach � Levantamento dos aspectos centrais

relacionados as concepções abordadas para debate

Exercício reflexivo

� A Constituição Federal de 1988 inovou na proteção à criança e ao adolescente ao adotar a Doutrina da Proteção Integral, tornando a criança e o adolescente, sujeitos de direitos, passando a tratar os mesmos como pessoas em especial condição de desenvolvimento, merecedoras da proteção integral do Estado, da família e da sociedade em geral

� “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”

� Na Lei 8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 2º, considera-se criança, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos

� Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

� Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

� Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

“A criança a ser considerada, a ser ouvida, a defendida e amada é a criança de hoje, com aquilo que sabe fazer, com seus sentimentos. A nova cultura da infância é a cultura do presente, da criança de hoje”

Francesco Tonucci

Participação infantil

� Artigo 13: “A criança terá direito a liberdade de expressão.”

Convenção dos Direitos da Criança

� Busca pela superação do adultocentrismo

� Filme: Crianças invisíveis – “Bilu e João”

� Crianças que vivem em contextos complexos, onde a violação de direitos não e vista

� Invisibilidade de algumas Infâncias e negação do direito de ser criança

Reflexão e debate:

� Afinal, em que tempo vive a criança da educação infantil? O tempo do presente, o tempo da infância do presente, ou o tempo de um sujeito em formação para o que virá? O que almejam os adultos que escrevem as propostas pedagógicas?

� Qual currículo para as infâncias contemporâneas?

Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser?É ter um corpo, um jeito, um nome?Tenho os três. E sou?Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?Ou a gente só principia a ser quando cresce?

Carlos Drummond de Andrade

� Aspectos históricos:

Pedagogia Moderna: origem da escola publica -democrática.

Pestalozzi: um dos pioneiros da Pedagogia Moderna - experiência com crianças abandonadas em Burgdorf e depois com a escola primária em Yverdon (Suíça) – o contato com a natureza e a vida em comunidade era o centro do currículo. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação integral capaz de atingir o povo.

� Froebel: (interlocutor de Pestalozzi) concebia a criança dócil, semente no jardim de infância, possuidora de uma força interna, inata, impulsionadora do processo de desenvolvimento, desperto pela experiência com o mundo exterior.

� Os currículos das escolas devem basear-se nas atividades e interesses de cada fase da vida da criança.

CONTRIBUIÇÕES:� sistematização de uma proposta para educar crianças

pequenas; � organização específica pautada nas características

dos pequenos; � olhar para a integralidade;� a partir da auto-atividade como ação peculiar ao seu

desenvolvimento, em que a criança exerce a sua capacidade expressiva na interação com o mundo;

� princípio das conexões internas: unidade entre o homem, a natureza e Deus;

� Dewey: tal como Froebel, defende a liberdade no processo educativo.

� Pensamento reflexivo: investigação e a disciplinarização do sujeito frente ao conhecimento, em que se pese a sua capacidade de pensar, avaliar e controlar os meios para atingir os fins.

� A educação é um processo ativo de vida e não uma preparação para o futuro.

� Para Dewey a escola, � “como instituição social, deve representar a

vida presente - uma vida tão real e vital para a criança como aquela que vive em casa, na vizinhança ou no parque, em outras palavras, uma forma embrionária da vida em sociedade” (PINAZZA, 2007, p. 81)

� Dewey entendia a educação como processo social e democrático.

� A liberdade como princípio educativo em que os sujeitos exercem a reflexão em busca da sua emancipação sobre o conhecimento;

� A sociedade moderna é democrática, na qual se instaura o sentido da equidade.

� NA FRANÇA � Pedagogia Freinet: a educação pelo trabalho, a

liberdade de expressão, a cooperação. � Proposta de educação para as massas, tendo em vista

seu posicionamento político contrário ao regime autoritário da época.

� A escola provê os meios para o desenvolvimento do processo educativo: contato com os elementos do cotidiano da vida real; organização e sistematização de conhecimentos; enriquecimento e ampliação de suas experiências.

� Metodologia: criação de situações desafiadoras; curiosidade sobre os fatos do cotidiano; levar a criança a pensar e solucionar os problemas encontrados no meio.

� Contato com os elementos da natureza, como a terra, a água, as plantas e o animais, denominando seu método de natural (ELIAS, 2002).

NO BRASIL � Final do século XIX: influências da pedagogia

froebeliana. � Jardim de Infância Caetano de Campos (SP)

•Rotina: atividades estruturantes, expressivas e lúdicas, que se repetiam diariamente - regularidade para os adultos e as crianças. •Rituais: a entrada (com canto e saudações); o repouso; o recreio; a refeição; os pensamentos, méritos e cantos de despedida; e a saída (KUHLMANN, JR, 1998, p, 128). •Trabalho dirigido: linguagem, jogos e brincadeiras, com exercícios e cantos - aprendizagens para o desenvolvimento interior.

� Início do século XX: influência das ideias de Dewey sobre a escola democrática e da aprendizagem por meio da experiência e da vivência com o conhecimento.

� Movimento da Escola Nova (década de 1930) com alguns dos representantes dos "Pioneiros da Educação" no Brasil, dentre eles destaca-se Lourenço Filho, que contribuiu com suas ideias sobre a escola primária.

� NO BRASIL

•Heloísa Marinho: integrante do grupo de Lourenço Filho. - Método natural de leitura e escrita; - Referência para a história da educação infantil, com sua experiência nos jardins de infância do Rio de Janeiro; - Propagou suas ideias como professora na Escola Normal após a década de 1930 até meados da década de 1970, com propostas didáticas elaboradas de forma a propiciar às crianças a manipulação de materiais e objetos como realização de um trabalho voltado ao aprendizado da língua. - Quadros de pregas e as cartelas com palavras escritas.

A CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO [1ª ETAPA] ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS • Da concepção assistencialista à uma concepção educacional • Constituição de 1988 • Criança como sujeito de Direitos • 1990 – ECA • Os movimentos sociais discutem os direitos das crianças nas

instituições. • 1996 – LDB • Educação Infantil 1ª etapa da educação básica • DCNEI – 1999/2009 • As propostas pedagógicas e a criança de 0 a 5 anos

� O período que antecedeu a abertura democrática ficou marcado pela dicotomia presente na história da Educação Infantil brasileira, do atendimento à criança pequena evidenciada por diferentes abordagens de acordo com a realidade sociocultural das crianças.

� Concepção assistencialista: instituições públicas ou privadas de cunho filantrópico, de atendimento à criança pequena e pobre, e que constituiu forte referência sobre as práticas de cuidados nas creches (KUHLMANN JR,1998).

� Concepção escolarizadora: com forte apelo preparatório e de certa forma elitista, presente em instituições que em geral eram destinadas às crianças oriundas de famílias mais abastadas economicamente;

� Concepção cognitivista: mais voltada às teorias da psicologia que tinham como foco o desenvolvimento infantil, e que por configurarem um atendimento característico de instituições privadas atingiam principalmente crianças advindas da classe média (OLIVEIRA, 1992).

� Luta por creches: para suprir as demandas do mercado de trabalho, como uma necessidade da mulher trabalhadora;

� Pré-escola, ou o jardim de infância servindo às classes mais abastadas e enquanto etapa preparatória à entrada das crianças na escola primária.

� Classe média: escola infantil, jardins de infância com propostas diferenciadas, sem cunho escolarizador, sob a influência da psicologia, que se manifestou mais fortemente pelo construtivismo piagetiano.

� Na década de 1990, Maria Malta e Fúlvia Rosemberg, pesquisadoras da área da infância e precursoras do Movimento Interfóruns da Educação Infantil no Brasil (MIEIB), elaboram o documento “Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças” (BRASIL, 1995).

� A mobilização dos movimentos sociais, da comunidade científica em prol da infância e demais setores e organizações sociais contribuiu significativamente para a conquista da legitimidade da Educação Infantil.

� A consolidação dessa oferta como direito de todas as crianças à educação requer olhá-la sob a sua condição social, histórica e cultural.

� LDB 9394/96 – Art. 29 “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”

� A institucionalização da primeira etapa da Educação Básica e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil: um processo de conquista do lugar da infância na escola

� Processo de implantação a educação infantil: regulamentada por princípios e procedimentos adequados ao atendimento da criança pequena em instituições educacionais.

� Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) - CEB/CNE (BRASIL, 1999).

� Organização das propostas pedagógicas das Instituições de Educação Infantil (IEIs) quanto à sua especificidade, a fim de promover “práticas de educação e cuidados, que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo/linguísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível” (BRASIL, 1999, p.1).

� As propostas pedagógicas devem explicitar a identidade dos sujeitos envolvidos e da unidade educacional em seu contexto;

� Promover práticas de educação e cuidados de crianças pequenas sob a égide da indissociabilidade do binômio educar/cuidar, tema amplamente discutido por autores da área como sendo essa a especificidade da educação infantil a ser apropriada por seus profissionais (KRAMER, 2005).

� Compreensão dos profissionais envolvidos, desde os gestores municipais aos professores, de que a educação infantil deve ser gestada sob uma intencionalidade pedagógica:

� Práticas que contemplem: as peculiaridades da faixa etária; as necessidades das crianças; as particularidades expressas por demandas significativas à sua realidade sociocultural e à sua condição de desenvolvimento

� Em 2009: homologadas as novas DCNEI com a adequação, afirmação e atualização de aspectos delimitadores da oferta.

� Ampliação do entendimento acerca da concepção de educação infantil, de sua especificidade e do que deverá constituir o trabalho pedagógico com essa faixa etária;

� Currículo concebido como um “conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico” (BRASIL, 2009b, p. 1)

� Sobre os aspectos que representam avanços expressos nas DCNEI destaca-se como objetivo do processo educativo que a criança aprenda em contato com as diferentes linguagens da cultura sendo respeitadas as condições para o seu pleno desenvolvimento.

� Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. (BRASIL, 2009, p. 2)

� As novas diretrizes avançam ainda no sentido de apontar para as possibilidades da prática educativa como determina seu art. 9º “As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira” (BRASIL, 2009b, p. 4).

� Uma organização do trabalho pedagógico que contemple as diferentes possibilidades de interações significa pensar em pares, oportunidades e objetos que atendam aos interesses das crianças.

� Conhecer as peculiaridades da faixa etária: não se pode prescindir dos conhecimentos relativos às teorias do desenvolvimento infantil; dos conhecimentos que correspondem ao contexto sociocultural em que a criança está inserida; e as práticas sociais ou culturais com as quais convive.

� Nas interações estabelecidas em seu cotidiano com a natureza, com os sujeitos de seu meio e com os produtos da cultura, as crianças se apropriam de conhecimentos de maneira formal e informal.

� Conhecimentos informais: aprendizados por meio de vivências e da participação das práticas sociais.

� Conhecimentos formais: aprendizagens de práticas produzidas historicamente pela humanidade e organizadas com intencionalidade em contextos educativos.

� Vídeo – DCNEI – Ana Paula / USP

� Art. 62. A formação de docentes para atuar naeducação básica far-se-á em nível superior, emcurso de licenciatura, de graduação plena, emuniversidades e institutos superiores deeducação, admitida, como formação mínimapara o exercício do magistério na educaçãoinfantil e nas quatro primeiras séries do ensinofundamental, a oferecida em nível médio, namodalidade Normal.

� § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios,em regime de colaboração, deverão promover a formaçãoinicial, a continuada e a capacitação dos profissionais demagistério.

� § 2º A formação continuada e a capacitação dosprofissionais de magistério poderão utilizar recursos etecnologias de educação a distância

� § 3º A formação inicial de profissionais de magistério darápreferência ao ensino presencial, subsidiariamentefazendo uso de recursos e tecnologias de educação adistância

� Ciência, a Tecnologia, a Cultura e o Trabalho como princípios educativos

� Educação realizada nas instituições responsáveis pela formação humana e profissional dos sujeitos sociais

� A educação é também uma manifestação histórica do estar e do fazer humano que fundamentam o processo de socialização

� “O currículo não deve ser dicotômico, pois o “fazer e saber sobre o fazer” deverão ser elementos integrados ao processo de formação dos alunos. Os saberes disciplinares não poderão ser independentes dos saberes profissionais. Ao ensinar química, biologia, matemática, português, ou outra disciplina, os docentes deverão ter presente o compromisso com aqueles conhecimentos, no sentido de que eles serão ensinados pelos futuros professores das crianças de 0 a 10 anos de idade. Os alunos, por sua vez, deverão estar comprometidos com o processo de aprendizagem porque estão se preparando para um trabalho com características especiais - a educação de crianças.”

� LDB 9394/96 – Art. 62. � “A formação de docentes para atuar na educação

básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.”

� Quais os desafios e perspectivas?

Legislação: Formação de Docentes

� •diversidade nas formas de implementação pelos municípios brasileiros;

� •constituição de práticas que pouco correspondem aos pressupostos teórico-metodológicos estabelecidos em suas propostas pedagógicas;

� formação inicial e continuada que não considera a trajetória da EI

� Operacionalização de um projeto com intencionalidade que nem sempre tem o foco na criança em si, mas na criança que se quer, que se almeja, que é a promessa de um futuro.

� Aproximação das pesquisas ao universo da EI.

� A escola se modifica conforme a especificidade da etapa, mas as crianças vivem seu processo de desenvolvimento progressivamente, de 0 a 12 anos, e as rupturas causadas pela organização do sistema de ensino por vezes desconsidera as peculiaridades da condição em que a criança está inserida.

� É durante a infância que a criança constrói sua identidade, e na escola isso ocorrerá, principalmente, em relação a um coletivo.

� A trajetória da criança perpassa diferentes contextos, nos quais estabelece referências por meio das relações com seus pares, e com sujeitos adultos;

� Em cada idade ela tem demandas diferentes, exigindo dos adultos a compreensão de suas condições enquanto sujeito-criança.

� Os professores (das diferentes etapas) estão preparados para as condições que as crianças apresentam, independente do contexto educacional?

� É possível transcender para uma visão de tempo da infância em que a criança está imersa e propor a ação educativa de acordo com aquilo que a criança é capaz de realizar e ser?

� É possível transformar o espaço da formação docente num espaço de encantamento e profundo compromisso pela Educação Infantil com intencionalidade pedagógica e como direito da criança?

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A maior riqueza do homemé a sua incompletude.Nesse ponto sou abastado.Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde,que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc.

PerdoaiMas eu preciso ser Outros.Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

Obs: Slides adaptados em relação à versão da

1ª Oficina ministrada pela Profª Daniele

Vieira