fundaçoes i - muro de arrimo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX Fundações I MURO DE ARRIMO Professor: Paulo Henrique Alunos: Andre Fernandes Dias da Silva Glaucia Sandim Freitas Kenia Sales Maciel Marlene da Penha Barcelos Oliveira Pollyanna Roberta Hott Borges Rodrigo Gomides da Costa Firmo Rosiane Rodrigues de Souza Sabrina Rocha e Silva Thais Cacheado Quirino Wallace Mateus Silva de Oliveira Belo Horizonte 2013

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Page 1: Fundaçoes I - Muro de arrimo

CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX

Fundações I

MURO DE ARRIMO

Professor: Paulo Henrique

Alunos: Andre Fernandes Dias da Silva

Glaucia Sandim Freitas

Kenia Sales Maciel

Marlene da Penha Barcelos Oliveira

Pollyanna Roberta Hott Borges

Rodrigo Gomides da Costa Firmo

Rosiane Rodrigues de Souza

Sabrina Rocha e Silva

Thais Cacheado Quirino

Wallace Mateus Silva de Oliveira

Belo Horizonte

2013

Page 2: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Andre Fernandes Dias da Silva

Glaucia Sandim Freitas

Kenia Sales Maciel

Marlene da Penha Barcelos Oliveira

Pollyanna Roberta Hott Borges

Rodrigo Gomides da Costa Firmo

Rosiane Rodrigues de Souza

Sabrina Rocha e Silva

Thais Cacheado Quirino

Wallace Mateus Silva de Oliveira

MURO DE ARRIMO

Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

Fundações I

Professor: Paulo Henrique

Belo Horizonte

2013

Page 3: Fundaçoes I - Muro de arrimo

SÚMARIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2 O QUE É MURO DE ARRIMO? ............................................................................ 5

3 TIPOS DE MURO DE ARRIMO ........................................................................... 5

3.1 GRAVIDADE OU PESO ................................................................................. 5

3.1.1 PERFIL RETANGULAR ...................................................................... 6

3.1.2 PERFIL TRAPEZOIDAL ...................................................................... 7

3.1.3 PERFIL ESCALONADO ...................................................................... 8

3.2 MURO DE ARRIMO DE FLEXÃO .................................................................. 9

3.3 MUROS DE ARRIMO COM GIGANTES OU CONTRAFORTE........................9

4 ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE ARRIMO .......................................... 10

4.1 EQUILÍBRIO DE ROTAÇÃO.......................................................................... 11

4.2 EQUILÍBRIO ELÁSTICO................................................................................ 11

4.3 ESCORREGAMENTO E TOMBAMENTO .....................................................12

5 EMPUXO DE TERRA .........................................................................................14

6 DETALHES DA EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE ARRIMO .........................16

6.1 MÉTODO DE EXECUÇÃO .............................................................................17

6.1.1 MURO DE ARRIMO EM ALVENARIA DE PEDRA ARGAMASSA ...... 17

6.1.2 MURO DE ARRIMO EM CONCRETO ARMADO ..................................19

7 CONCLUSÃO .....................................................................................................20

8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................21

Page 4: Fundaçoes I - Muro de arrimo

4

1 - INTRODUÇÃO

O desafio da engenharia civil em superar imposições naturais a edificações é

muito comum, usar de artifícios técnicos para superar essas condições naturais de

solo depende de avaliações criteriosas de perfil granulométrico do solo e espaço

físico da área de edificação. Para obras onde a área de edificação é em um terreno

com inclinação (aclive ou declive), se faz necessário uso de técnicas especificas de

contenção do solo.

Um tipo comum de contenção usado em áreas muito grandes de terreno é o

talude, por se tratar de uma área grande pode-se fazer o corte do solo, onde ao final

da terraplanagem o terreno terá uma área plana para edificação, uma área ocupada

pelo talude que será consideravelmente grande dependendo do tamanho do terreno

e uma área do terreno sem alteração.

O tipo de contenção que é o alvo de pesquisa desse trabalho é o muro de

arrimo, como o talude, o muro de arrimo é um tipo de técnica construtiva que busca

a contenção e acomodamento do solo em terrenos com inclinações (aclives ou

declives ). Usado normalmente em terrenos de áreas médias e pequenas, onde se

busca um maior aproveitamento de área para a edificação. Por se tratar de um muro

de contenção vertical sem inclinação, haverá ao final da terraplanagem e da

construção do muro de arrimo, um terreno plano sem inclinação e sobre essa área

plana ou abaixo dela um perfil como um degrau.

A utilização do muro de arrimo como contenção é muito comum, porém as

solicitações das forças atuantes sobre ele, que definiram o tipo de perfil, tipo de

estabilidade e método de execução da sua construção. É um tipo de contenção

prática, funcional e eficaz o seu finalidade, que é de contenção e acomodamento do

solo.

Page 5: Fundaçoes I - Muro de arrimo

2 - O QUE É MURO DE ARRIMO

Sistema de contenção de solo que estabiliza um maciço de terra constituído

de aterro, excluindo-se os maciços de encosta. Tem o objetivo de proteger, apoiar

ou escorar áreas que apresentam riscos de deslizamento, desmoronamento.

Podendo ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões

ou pneus) de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes.

Figura 2.0: Principais tipos de muros de contenção

Fonte - Califórnia Departament of Transportation, Keller.

3 TIPOS DE MURO DE ARRIMO

3.1 - Gravidade ou Peso

Os muros de arrimo ou gravidade são obras de contenções, estruturas

corridas de grande espessura, que tem o objetivo de restabelecer o equilíbrio da

encosta, através do seu próprio peso, suportando os empuxos do maciço. São

normalmente utilizados onde o solo apresenta elevada capacidade de suporte, e não

necessitam de equipamentos especiais para a sua construção.

Neste tipo de muro, os materiais mais usados são: concreto ciclópico, alvenaria de

pedra e solo cimento ensacado.

O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante o

preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões

variadas. Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de

um sistema adequado de drenagem.

Podem ser de perfil retangular, trapezoidal ou escalonado.

Page 6: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Figura 3.1: Modelo de muro de gravidade

Fonte - MACHADO, 1997.

3.1.1 - Perfil Retangular

Os muros de perfil retangular são geralmente para alturas até 2,0m e feitos de

concreto ciclópico, MOLITERNO 1994. Considerados apenas para pequenas alturas

devidas aos aspectos econômicos.

Figura 3.1.1: Muro de gravidade com perfil retangular

Fonte - (Moliterno 1994)

Moliterno (1994) apresenta seguintes sugestões para pré-dimensionamento,

seção retangular:

- Muros de alvenaria de tijos: b = 0,40·h;

- Muros de alvenaria de pedra ou concreto ciclópico: b = 0,30·h.

Page 7: Fundaçoes I - Muro de arrimo

3.1.2 - Perfil Trapezoidal

Os muros de perfil trapezoidal são usados para alturas superiores a 2,0m, e o

centro de gravidade o muro voltado para o lado do terreno

A largura da base da ordem de 50% da altura do muro. A especificação do

muro com faces inclinadas ou em degraus pode gerar uma economia considerável

de material.

Sua geometria é para evitar o tombamento por rotação em torno da aresta

externa da base, e para atender a esforços elevados, demandam maior espaço para

a implantação, tornando economicamente inviáveis, pelo alto custo de sua

execução.

Os furos de drenagem podem ser na face posterior (tardoz) do muro através

de uma manta de material geossintético (tipo geotêxtil), para evitar o impacto visual

devido às manchas que o fluxo de água causa na face frontal do muro. Neste caso,

a água é recolhida através de tubos de drenagem adequadamente posicionados.

Figura 3.1.2: Muro de gravidade com perfil trapezoidal

Fonte - (Moliterno 1994)

Moliterno (1994) apresenta seguintes sugestões para pré-dimensionamento,

seção trapezoidal.

- Muros de concreto ciclópico: b0 = 0,14·h e b = b0 + h/3

- Muros de alvenaria de pedra ou concreto ciclópico: b = (1/3)·h;

t = (1/6)·h e d ≥ t.

Page 8: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Fundações em boas condições pode-se utilizar muros rígidos, como por

exemplo, de concreto. Se a fundação pode deformar, é recomendável o uso de

muros flexíveis, como gabião.

Todos os muros deverão ser construídos com base em projeto executivo e

com acompanhamento técnico.

Fatores para escolha do tipo de muro:

Condições da fundação

Tipo de solo do aterro

Disponibilidade de espaço e acessos

Sobrecarga

Altura do muro

Custo dos materiais disponíveis

Qualificação da mão-de-obra

3.1.3 - Perfil Escalonado

O muro com perfil escalonado é utilizado para situações idênticas à do muro

trapezoidal. Executado em alvenaria de pedra, apresenta a vantagem de uma maior

economia de material.

Figura 3.1.3 - Muro de gravidade com perfil escalonado

Fonte - (Moliterno, 1980)

Page 9: Fundaçoes I - Muro de arrimo

3.2 - Muros De Arrimo De Flexão

O nome muro de flexão vem pelo fato da estrutura resiste aos empuxos por

flexão, sendo estruturas finas em formato de “L” (Figura 3.2) . O murro se equilibra

com o uso do maciço depositado sobre sua base independente da sua forma.

Podendo fazer-se o uso de fundações diretas ou profundas, geralmente esse tipo de

murro é construído com o uso do concreto armado o que se faz inviável

economicamente o seu uso com alturas superiores a 5m a 7m de altura, mas o muro

de flexão também pode ser de alvenaria estrutural.

Figura 3.2 - Muro de arrimo em “L”

Fonte - Infra Estrutura Urbana, Projetos, custos e construção.

Na construção do murro de arrimo de ate 5m de altura sua base tem que ter

de 50 a 70% de sua altura, quando a contenção é superior a 5m se faz o uso de

contrafortes que são construídos com um espaçamento aproximado de 70% da

altura do muro.

Em alguns casos de faz ouso de tirantes ancorados a base do muro com o fim

de melhorar a estabilidade do mesmo, se faz necessário esse uso quando o muro

concorre com outros materiais (rocha sã ou alterada) o quando o espaço é pequeno

para a construção da base em relação ao muro.

3.3 - Muro De Arrimo Com Gigantes Ou Contrafortes

Em uma estrutura de arrimo existem muitos fatores que comprometem a sua

estabilidade, muitas causadas pela ação do empuxo da terra, acarretando

Page 10: Fundaçoes I - Muro de arrimo

deslizamentos, rupturas, entre outros. Para isso é necessário adicionar um reforço à

estrutura de acordo com a solicitação, uma das soluções é a adição de contrafortes.

O Contraforte ou Gigante (figura 3.3) é adotado em muros de flexão onde

existem grandes elevações de altura, sendo recomendado para estruturas de porte

acima 6 metros. O contraforte deve ter a inclinação de acordo com o

dimensionamento do projeto levando em conta os esforços atuantes.

O tipo de fundação utilizada em muros que adotam gigantes são, as sapatas

e estacas, essas realizam o apoio na terra entre o contraforte e a cortina,

reforçando-as para não haver o tombamento.

Figura 3.3 – Figura esquemática do muro de arrimo com contraforte

Fonte: Fundações: teoria e pratica.

4 - Estabilidade Das Estruturas De Arrimo

Existe a necessidade de resistência aos carregamentos pela estruturas de

contenção, provocados por exemplo pelo empuxo do solo sobre a contenção

estrutural de arrimo. Encontrar e definir prioridades de condições de equilíbrio são

fundamentais para o efetivo funcionamento deste tipo de estrutura de contenção.

Abaixo nos tópicos 4.1 e 4.2 identificamos e descrevemos dois tipos de equilíbrio de

importância para estruturas de arrimo.

Page 11: Fundaçoes I - Muro de arrimo

4.1 - Equilíbrio de rotação

Equilíbrio de rotação: Ocorre quando há um equilíbrio das forças de momento

atuantes sobre a estrutura de arrimo que tendem a provocar uma rotação da

estrutura; a ruptura do solo abaixo da estrutura, provocada pelo carregamento das

forças verticais e horizontais podem desencadear esse fenômeno demonstrado na

figura 4.1.

Figura 4.1 – Representação das forças atuantes em duas estrutura de arrimo de

(a,b) e (c,d) onde podem causar uma rotação da estrutura

Fonte: Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações.

4.2 - Equilíbrio Estático

Equilíbrio estático: A estabilidade estática de arrimo só é possível quando o

arranjo das forças atuantes sobre uma estrutura de arrimo tem módulo igual a zero,

mantendo a estrutura em repouso. Conforme representado na figura 4.2.

Figura 4.2 – Representação das forças atuantes em uma contenção por estrutura

de arrimo, onde a somatória das forças deve ter módulo igual a zero para que haver

estabilidade estática.

Page 12: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Fonte: Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações.

4.3 - Escorregamento e Tombamento

Na verificação de um muro de arrimo, seja qual for a sua seção, devem ser

investigadas as seguintes condições de estabilidade: tombamento, deslizamento da

base, capacidade de carga da fundação e ruptura global.

Figura 4.3 - Estabilidade de muros de arrimo.

Fonte: Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações.

Segurança contra o Tombamento

Para que o muro não tombe em torno da extremidade externa (ponto A da

figura). O momento resistente deve ser maior do que o momento solicitante. O

momento resistente (Mres) corresponde ao momento gerado pelo peso do muro. O

momento solicitante (Msolic) é definido como o momento do empuxo total atuante

Page 13: Fundaçoes I - Muro de arrimo

em relação ao ponto A. O coeficiente de segurança contra o tombamento é definido

como a razão:

Segurança contra o Deslizamento

A segurança contra o deslizamento consiste na verificação do equilíbrio das

componentes horizontais das forças atuantes, com a aplicação de um fator de

segurança adequado o fator de segurança contra o deslizamento será:

Onde: Ep = empuxo passivo; Ea = empuxo ativo; S = esforço cisalhante na

base do muro.

O empuxo passivo, quando considerado, deve ser reduzido por um Fator de

segurança entre 2 e 3,uma vez que sua mobilização requer a existência de

deslocamento significativos:Alternamente,esta componente pode ser simplesmente

desprezada.

Figura 4.3.1- Segurança contra o deslizamento.

Fonte: Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações.

Segurança contra a Ruptura Global

A última verificação refere-se à segurança do conjunto muro-solo. A

possibilidade de ruptura do terreno segundo uma superfície de escorregamento ABC

também deve ser investigada.Para isso devem ser utilizados os conceitos de analise

da estabilidade geral.

Page 14: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Figura 4.3.2 - Estabilidade global

Fonte: Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações.

5 - Empuxo De Terra

Ao esforço exercido pela terra contra o muro chamamos de empuxo de terra.

São pressões horizontais, e elas são determinadas com o conceito da teoria de

elasticidade que relaciona o comportamento das tensões e deformações em

diferentes direções nos materiais.

Quando o solo está em equilíbrio nomeamos este equilíbrio de repouso do

solo, que acontece quando às deformações laterais são nulas, ou seja, quando o

solo sofre deformações somente na vertical.

Se o solo for deformado nas laterais por compressão ou extensão o equilíbrio

é alterado e não á mais condição de repouso.

Os termos ativo e passivo são usualmente empregados para descrever as

condições limites de equilíbrio correspondente ao empuxo do solo.

É considerado passivo, quando atuar no muro contra a terra. Acontece com

frequência nos caso dos escoramentos de valas e galerias.

Page 15: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Figura 5.1 – Empuxo Passivo

Fonte: Caderno de muros de arrimos – Antônio Moliterno

E o ativo acontece pela resultante da pressão da terra contra o muro.

Figura 5.1.1 – Empuxo Ativo

.

Fonte: Caderno de muros de arrimos – Antônio Moliterno

Page 16: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Figura 5.1.2 - Variações no tipo de empuxo com o deslocamento da parede.

Fonte: Tópicos em Geotecnia e Obras de Terra - Prof. M. Marangon

6 - DETALHES DA EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE ARRIMO (FUNDAÇÕES)

O sistema estrutural constitui-se por paramento e fundação e, eventualmente,

por elementos de reforço do maciço. Os paramentos podem ser de concreto armado

ou ciclópico, pedra argamassada, crib-wall, gabião, solo-cimento compactado,

alvenaria armada e outros. Além desses elementos, normalmente compõem o muro

de arrimo filtros de areia ou brita e drenos como: profundos, barbacãs,

subhorizontais e canaletas.

Figura 6.0 – Fudação Direta

Figura 6.1 - Fundação com Estaca

Inclinada

Fonte: Departamento de Estrada e Rodagem - Instruções de Projeto, Projeto de Muro de Arrimo.

Page 17: Fundaçoes I - Muro de arrimo

A construção de um Muro de Arrimo dever seguir algumas orientações, tais como:

Fazer um desenho do local a ser construído o muro, em planta e em corte. No

caso de muros de grande porte (altura superior a 2m) deverá ser feito um

levantamento topográfico.

Verificar a presença de águas e esgotos superficiais a céu aberto ou

canalizados.

Verificar através de furos de sondagens feitos com cavadeiras ou pá e

picareta, a qualidade do solo, particularmente o da fundação e profundidade

do nível da água.

NOTA: As sondagens devem prosseguir até no mínimo 1,50m abaixo do nível

da fundação do muro.

Verificar qual o material adequado disponível na região para a execução do

muro (concreto armado, gabiões, solo cimento ensacado, blocos estruturados

de concreto, etc).

Verificar qual o tipo de drenagem profunda a ser utilizada e prever sua

execução no projeto, bem como a posição dos barbacãs (tubos de saídas de

água que atravessam o muro de arrimo) se necessário.

6.1 - SERÃO APRESENTADOS MÉTODO DE EXECUÇÃO DE DOIS MUROS DE

ARRIMO

6.1.1 - Muro de Arrimo em Alvenaria de Pedra Argamassa

São construídos gabaritos de madeira a cada 10 m, ao longo do eixo dos

mesmos, definindo a seção do maciço conforme as dimensões do projeto, utilizando

linhas de nylon ou arame recozido devidamente esticados, passando de um gabarito

para o outro.

Efetuada a locação e alinhamento do muro, é executada a escavação da área

e uma escavação adicional a montante do muro, executando-se um talude de

pequeno ângulo que ofereça segurança à área de trabalho, de maneia que tenha

uma área maior para a execução dos trabalhos.

Page 18: Fundaçoes I - Muro de arrimo

Após a escavação, o fundo das cavas deverá ser compactada utilizando-se

soquetes de 30 a 50 kg e regularizado com a aplicação de um lastro de concreto

magro com 5 cm de espessura e largura 10 centímetros maior que a base do muro

de arrimo.

Deverão ser selecionadas pedras de boa qualidade e graduação uniforme,

não se admitindo o uso de material em estado de decomposição ou proveniente de

capa de pedreira.

As pedras deverão ser assentadas com argamassa de cimento e areia no

traço indicado no projeto ou na falta dessa indicação usar o traço 1:4 (um de cimenta

e quatro de areia). Essas pedras serão colocadas lado a lado em camadas

horizontais, preenchendo os vazios com pedras menores.

Deverá ser prevista drenagem das águas oriundas do talude, de acordo com

o projeto, e na falta de um projeto específico, é considerado ideal dreno de

proporção de 100cm2 por metro quadrado, que serão colocados durante a execução

do muro.

Todo muro de arrimo, para ter um bom funcionamento precisa da construção

entre ele e o terreno de um filtro (areia e brita). O filtro tem com função de aliviar a

pressão da água (Pressão Neutra). Com o filtro a água é drenada e o muro fica livre

da pressão, conforme figura abaixo.

Figura 6.1.1 – Detalhamento do muro

Fonte - UFSC – Arquitetura e Urbanismo, Tecnologia da Edificação 1

Page 19: Fundaçoes I - Muro de arrimo

6.1.2 - Muro de Arrimo em Concreto Armado

O inicio da execução é a mesma do muro de arrimo em alvenaria e pedra,

com a locação, escavação, compactação e concretagem magra.

Depois são colocados as formas laterais e a armação, de acordo com o

projeto estrutural, da sapata contínua ou soleira da fundação, deixando-se os ferros

de espera do muro propriamente dito nas devidas posições.

Procedida a concretagem da sapata ou soleiras e após o endurecimento do

concreto, executam-se as formas da primeira camada do muro ou de sua totalidade,

dependendo do plano de concretagem adotada, e esse plano de concretagem deve

ser escolhido devido à altura do muro.

Deverá ser prevista drenagem das águas oriundas do talude, de acordo com

o projeto específico de drenagem, essas drenagens, serão colocadas juntamente

com as formas, nos locais determinados no projeto, devidamente protegidos de

eventuais desvios ou avarias causadas pela concretagem do maciço.

Lembrando que todo muro de arrimo precisa que seja construído entre ele e o

terreno um filtro (areia e brita).

O aterro da área do muro é feito após a retirada das formas e cimbramentos

porventura utilizados, preenchendo-se a base do mesmo material de características

drenantes, como pedregulhos e cascalho, diminuindo-se a graduação desse material

na medida em que se atinge a parte mais alta do aterro.

Page 20: Fundaçoes I - Muro de arrimo

7 - Conclusão

Os diversos tipos Muros de arrimos são de extrema importância na

engenharia civil, pois esse tipo de contenção permite a execução de cortes, aterros

e desaterros o que em alguns terrenos se faz necessário para a execução de um

projeto maior. Quando se faz a escolha da utilização desse tipo de contenção deve-

se ter cuidado procurando analisando o tipo de solo, o espaço para sua execução,

qual tipo de fundação, empuxo, a estabilidade da estrutura entre outros fatores que

foi descrito nesse trabalho.

O muro de arrimo como em todas as contenções se faz a implementação de

drenagem e para conter as águas infiltradas no maciço sobre a base do muro e

sempre realizar a manutenção na estruturas de acordo com cada situação.

A execução de contenções é essencial em determinadas situações onde a

segurança pública, a integridade física das pessoas e o meio ambiente encontram-

se em risco. A escolha da técnica pode variar de acordo com a necessidade e a

oportunidade, mas o objetivo maior é proporcionar meios para a preservação dos

recursos materiais, humanos e ambientais.

Page 21: Fundaçoes I - Muro de arrimo

8 - Referências Bibliográficas

MOLITERNO, Antonio, Caderno de Muros de Arrimo – 2ª Edição Revista.

LOBO, Ademar da Silva, FERREIRA, Cláudio Vidrih e RENOFIO, Adilson, Muros de

arrimo em solos colapsíveis provenientes do arenito Bauru.

G. BAUD, Manual de Construção, Infra-estrutura, Contenções e Escoramento,

Muros de Arrimo. Disponível em < >. Acesso em:

http://187.17.2.135/orse/esp/es00311.pdf

SECRETÁRIA DE TRANSPORTES – Departamento de Estrada e Rodagem -

Instruções de Projeto, Projeto de Muro de Arrimo. Disponível em < >. Acesso em:

ftp://ftp.sp.gov.br/ftpder/normas/ip-de-c00-005_a.pdf

UERJ – Faculdade de Engenharia, Departamento de Estruturas e Fundações,

Estrutura de Contenção, Muros de Arrimo. Disponível em < >. Acesso em:

http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf.

UFSC – Arquitetura e Urbanismo, Tecnologia da Edificação 1- Tema: Muros.

Disponível em < >. Acesso em: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2004-

1/muros/muros.pdf.

JOPPERT JUNIOR, Ivan. Fundações e contenções de edifícios: qualidade total

na gestão do projeto e execução.

FAMIH. Curso de Arquitetura e Urbanismo, Fundações e contenções. Disponível

em < >. Biblioteca - Instituto Metodista Izabela Hendrix.

HACHICH, Waldemar. FALCONI, Frederico F. SAES, Jose Luiz. Fundações: teoria

e pratica.

Faculdade de Engenharia - Departamento de Estruturas e Fundações. Disponível

em < >. Acesso em: http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf.

Infra Estrutura Urbana, Projetos, custos e construção. Disponível em < >. Acesso

em: http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/2/artigo213006-3.asp