xv seminario nacional de grandes barragens utilizacao de um muro... · 2009-04-21 · 0 crib wall...
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XV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO 1983
A UTILIZACAO DE UM MURO TIPO CRIB WALL
NA BARRAGEM DE TERRA DE ITUMBIARA
TEMA IV
* Agenor A. B . Galletti
** Luiz Antonio P. Araujo
* Eng° Chefe do Lab . de Solos
* Eng4 Ass. do Lab. de Solos
FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S.A.
INTRODUCAO
A constrqao de uma estraaa de acesso, necessaria a execu
cao dos serviros de concretagem e montagem dos condutos form
doe da Obra de Itumbiara (fotos 1 e 2), tornou necessario um
deslocamento do pe do talude de enrocamento da barragem de ter
ra da margem esquerda. Pelo projeto, o enrocamento situava-se
jun to as estruturas da Casa de Controle e Area de Servico, blo
queando o acesso dos equipamentos (figura 01).
Dentre as varias alternativas estudadas , optou-se pela
construgao ae um muro de coniengao tipo Crib Wall, de concreto
pre-moldado, pois outras solug6es mostraram-se inviaveis, por
raz6es economicas , ou construtivas, ou mesmo por quest6es de es
tabilidade envolvidas.
Por outro lado, qualquer alternativa que nao fosse ume es
trutura de contengao, necessitaria talude provisorio mais ingre
me do que o angulo de repouso da rocha, que e de 1V:1,3H.
GENERALIDADES
A barragem de terra de Itumbiara constituida de segao
transversal homogenea em quase toda sua extensao, possui junto
aos dole muros de transigao (esquerdo e direito), segao zoneada
com nucleo de argila e flancos de enrocamento.
0 macigo de enrocamento junto as estruturas da Casa de Con
trole e Area de Servigo apresentava, segundo o projeto inicial,
talude medio de 1V:1,6H ate a elevagao 523,00 m (crista da bar
ragem ), com bermas de 3 metros de largura e taludes parciais in
termediarios de 1V:1,45H a cada 15 metros (figuras 02 e 03).
A alternativa adotada constituiu na construgao de um maci
go de enrocamento, com talude de 1V:1,35H no trecho abaixo da e
levagao 480,00 m, juntamente com um muro tipo Crib Wall posicio
nado na 451,00 in, assente sobre enrocamento compactado.
0 muro de contengao executado situa-se no pe do talude de
433
jusante da barragem de terra da margem esquerda, e possui dimen
soes aproximadas de 55,00 m de comprimento por 4,50 m de altura
e 2,80 m de largura (figura 04).
DEFORMA^OES
Para o acompanhamento periodico das deformacoes, foram inn
talados 9 marcos (pinos), em tres segbes transversais do Crib
Wall. As leituras eram feitas mensalmente e registravam-ee as
deformac6es longitudinais (x), as verticais (z) - ambas no pla
no do muro - e as deformag6es laterais (y), devidas a agao do
empuxo ativo do macigo de enrocamento.
Na figura 05 estao indicados as tres secoes instrumentadas
com os nove marcos de referencias e as direg5es dos deslocamen
tos.
Atraves da fiuura 06, podemos analisar o comportamento do
muro nas direg6es (y) e (z), estando em abscissas as deforms.
96es laterais e em ordenadas os recalques (ou expans6es).
Nas figures 07, 08 e 09, podemos observar o comportamento
de cada ma co de referencia ao longo do tempo , comparando-o com
o alteamen to do macigo de enrocamento.
MtTODO CONSTRUTIVO
. Descrigao
0 Crib Wall da barragem de terra de Itumbiara, a um muro
de arrimo composto de pegas de concreto pre-moldadas, articula
das entre si e dispostas como indicado na f igura 10, e foto 3.
Fabricagao das Pegas
As pegas f oram pre-moldadas em aerie no canteiro de obras,
utilizando- se formas de madeira, ago CA-25 e concreto de brita
com diametro meximo de 19 mm, curado no local de fabricagao.
434
. Dosagem do Concreto
0 concreto empregado na execucao das pegas, foi especifica
do para uma resistenca caracteristica de 210 kgf/cm2 a 28 di
as, apresentando a seguinte composicao:
fator a : c .. .............................. 0,595
c im e n t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 4Q lg/m3
ague ..................................... 202 kg/m
areia natural ............................ 594 kg/m3
areia artificial 114 kg/m3
brita 1 (3/16"< ^ <3/4") ................. 1.144 kg/m3
(uantidade e Tipos de Pecas
Apenas tres tipos de pecas foram utilizadas, as quais po
dem ser vistas corn detalhes na figure 11 e estao resumidas no
quadro abaixo:
Tipo Comprimento
(rn)Quantidade
(pg)
Transversina "kill 2,00 268
Transversina "A2" 2,80 190
Longarina "B" 1,75 804
. Preparo da Base
As primeiras pecas foram assentadas sobre uma camada de en
rocamento compactado e regularizado corn pedrisco (0 <3/16") a
fim de assegurar um melhor posicionamento (foto 4).
. Inclinacao
A inclinacao de 1H:6V estabelecida pelo projeto , foi execu
tada a partir do piano da fundacao construindo- se a base de en
rocamento compactado corn esta declividade.
. Colocacao das Pecas e Preenchimento
A medida que as peYas eram colocadas , o interior das "cglu
435
1as" era preenchido com pedra britada de diametro maximo de 7
polegadas . Esta escolha de tamenho , teve como objetivo princi
pal facilitar o manuseio , alem de evitar-se a quebra das pegas
pre-moldadas pelo impaeto do material de enehimento no momento
da colocacao (foto 5).
CONCLUSAO
0 Moro de contenyao tipo Crib Wall, f of projetado, com a
finalidade inicial de estrutura provisoria , uma vez que, nao
possuiamos dados reais e nem comprovagao pratica de seu desempe
nho em obras desse porte.
Analises e acompanhamentos topograficos de seu comportamen
to, efetuados durante a construgao da barragem, levaram o Prof.
A. Casagrande a redomenda-1o como obra permanents.
Esta mudanca de concepcao, trouxe inumeros beneficios tec
nicos e economicos para a Obra, pois a reconstituigao do enroca
mento complementar , apesar de prevista , seria de dificil execu
gio e de um custo relativamente elevado.
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem a Furnas-Centrais Eletricas S.A., a
autorizagao para a publicagao deste trabalho. Agradecem tambem
ao EngQ Jose Luiz Jorge Abbes pela sua colaboragao.
REFERENC IAS
• Relatorio Final do Quadro de Consultores - Obra de Itum
biara ( Margo , 1980 ) - A. Casagrande , Roy W. Carlson, Don
U. Deere e James W. Libby.
Hidroservice ( Margo , 1976 ) - Estudo das Alternativas pa
ra a Construgao da Estrada de Acesso Junto ao Pe do Maci
436
go de Enrocamento da Transicao Esquerda - Obra de Itumbi
ara.
Associagao Brasileira de Cimento Portland (1963) - Muros
de Arrimo Celulares de Pecas Pre -Moldadas de Concreto.
437
RESUMO
Neste trabalho os autores apresentam algumas consideracoes
sobre o muro de contencao tipo Crib Wall, situado a jusante da
barragem de terra de Itumbiara e construido com a finalidade de
permitir a execucao dos servigos de montagem e concretagem na
linha de projeto.
Inicialmente projetado como estrutura provisoria, tornou-
se uma Obra permanente, tendo em vista o seu comportamento ao
longo do tempo,
Todos os dados e acompanhamentos efetuados que permitiram
esta conclusao, alem de detalhes construtivos, estao contidos
neste trabalho.
439
FIGURA 01
APROVEITAMENTO HIDROELETRICO DE ITUMBIARA
HIOROLOGIA
Area do Boac Hidrografico
Vozio Media Mensal Minima
Vozio Media Mensal Maxima
Maxima Vozbo Ocorrida
Vozbo de Projeto do Vertedouro
BARRAGEM DE TERRA
95000 Km2
200 m3/s
5 400 m3/s
8900 m3/s
16 2 00 m 3/s
6 200 m
RESERVATORIO
Area 780 Km2
volume Total 17, 0 x 109 m3
volume Util 13,7 x 109 m3
N A. Maximo Normal 520,00 m
CASA DE FORcA
Capocidode Total Instalada 2 100 000 KWCompnmento do Cristo
Altura Maxima
Volume Total de Matenais
Volume Total de Escovotbo
BARRAGEU DE CONCRETO
106 m Turbines 6 Unidades Tipo Francis de 355 000 KW
37 200000 m3 coda e 94,7 rpm.
6 685 000 m3 Geradores 6 Unidodes de 365 MVA de Potineia coda
uma eTensi o Nominal de 13,8 kV
Comprimento do Cristo 517 m
Altura Maximo 96 m
Volume Total de Concreto 2 070 000 m 3
Volume Total de Escovocoes
Material Comum 1 629 200 m3Roche 2001700 m3
Comportos do Vertedouro 6 Unidodes de 15 m de Largura a 18 m de Altura
Condutos Forcados 6 Unidodes de 10m de Diometro Interno e 91 m de Compnmento coda umo
441
442
443
455,20
400
55, 44 m.
E levocao do Crib-Wall
0
Escala Grafica
Pecos A 2
Estrada Acesso
Secoo Transversal Tipica do Crib.Wall
4
FIGURA 04
20 m
Pecos B
444
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4
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2 4 6 8 10 L2 U
Dehrmap6.s Laisrau (am) Y(Deflef6es)
S.cao 3
-j -4
452,034 +2
-^ € 0PoelpO. huDW - 2
Deforma;6ss Laserels (no) Y
( Deflesoes )
0 2 4
Deformacoes Laterals x Recalques I FIGURA 06
446
0
0
0
10
20
30
40
70
80
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520
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0U
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470
460
100 450
Comportarnento de coda Wnto no Direcao y
FIGURA 07
1.977 1.9 78 1 979
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rElevo^bo do Ervocamento 5 9
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+10
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- 30
1.9 77 1 .978 1.979
JF M A M J J AS OND JI F M A JJ AS ON DJ F A MJJ AS 2
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Elevocao do Enrocomento
Comportamento de coda Ponto no Dtrecao X
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470
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I FIGURA 08
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+ 30
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Comportamento de coda Ponto no Dire9do Z
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451
° C
Tabela 1
Fe rrog em
2Comprimento (m )
N 0 QuontidodeUnitorio Total
1 1/2" 4 x 268 2.66 2.851,52
2 3/16 to 12 x 26816 x 190 050 3 128,00
3 1/2" 4x 190 3.54 2 690,40
4 1/ 2 4 x 804 2.55 8 .200,80
5 3/16" 10 x 804 0.70 5 628,00
6 3/16" 10 x 804 0.50 4.020,00
7 3/16" 2.524 0.60 1.514,40
Resumo
0 kq/mComprimento
Total ( m)
Peso Total
(kg)
3/16" Q14 14.290,40 2000,66
1/2" 1,00 13 742,72 13 742,72
Aco CA•25 28 033,12 15 743 ,38
Tabelo 2
Volume de Concreto
P°^aVolume - m3
UnitarioQuontid ode
Volume Totalm3
Ai 0,1054 268 28,25
At 0,1227 190 23,31
B 0,0528 804 42,45
Volume Total - 94m3
452
453
454