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Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

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Page 1: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas -

Farmacologia

Anticonvulsivantes

Profa. Daniela Martí Barros

Page 2: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Epilepsia

Transtorno neurológico crônico que atinge 0,5 – 1% da população.

Caracterizada por crises súbitas e espontâneas associadas à descarga anormal, excessiva e transitória de células nervosas.

O sítio de descarga e sua extensão são fatores determinantes da sintomatologia clínica apresentada.

Varia desde a perda da consciência por poucos segundos até crises generalizadas prolongadas.

Page 3: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Epilepsia

Causas prováveis: infarto cerebral

tumor

infecção

trauma

doença degenerativa

Page 4: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Epilepsia

70 a 75% das crises são tratáveis farmacologicamente

Page 5: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Classificação das crises epilépticas

CRISES PARCIAIS

Crises simples (consciência não afetada)

-com sinais motores

- com sintomas sensoriais ou somatossensitivos

- com sintomas autonômicos

- com sintomas psíquicos

Liga Internacional contra Epilepsia (1981)

Page 6: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Classificação das crises epilépticas

CRISES PARCIAIS

Crises parciais complexas (com comprometimento da consciência)

-início parcial simples progredindo para comprometimento da consciência

- com comprometimento da consciência desde o início

Liga Internacional contra Epilepsia (1981)

Page 7: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Classificação das crises epilépticas

CRISES PARCIAIS

Crises parciais evoluindo para crises generalizadas secundariamente

-crises parciais simples evoluindo para crises generalizadas

- crises parciais complexas evoluindo para generalizadas

- crises parciais simples evoluindo para crises parciais complexas e subseqüentemente, para crises generalizadas

Liga Internacional contra Epilepsia (1981)

Page 8: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Classificação das crises epilépticas

CRISES GENERALIZADAS (convulsivas ou não convulsivas)

Ausência (pequeno mal)

Crises Mioclônicas

Crises Clônicas

Crises Tônicas

CrisesTônico-clônicas (grande mal)

Crises Atônicas

Formas combinadas

Liga Internacional contra Epilepsia (1981)

Page 9: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Mecanismo de Ação das Drogas Antiepilépticas

aumento da atividade sináptica inibitória

diminuição da atividade sináptica excitatória

controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica.

Page 10: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

FENITOÍNA

• Mecanismos celulares –

Bloqueio uso dependente dos canais de sódio

• Efeitos sobre a descarga –

Inibe a propagação da descarga

• Principais indicações –

Todos exceto crises de ausência

• Principais efeitos indesejáveis –

Ataxia, vertigem, hipertrofia gengival, hirsutismo, anemia megaloblástica, malformação fetal, reações de hipersensibilidade

Page 11: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

CARBAMAZEPINA

• Mecanismos celulares –

Bloqueio uso dependente dos canais de sódio

• Efeitos sobre a descarga –

Inibe a propagação da descarga

• Principais indicações –

Todos exceto crises de ausência, particularmente epilepsia de lobo temporal, tb utilizada na neuralgia do trigêmio

• Principais efeitos indesejáveis –

Ataxia, sedação, visão turva, retenção de água, reações de hipersensibilidade, leucopenia, insuficiência hepática (rara).

Page 12: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

VALPROATO

• Mecanismos celulares –

Incerto. Efeito fraco sobre a GABA transaminase e sobre os canais de sódio

• Efeitos sobre a descarga –

Desconhecido

• Principais indicações –

A maioria dos tipos, particularmente as crises de ausência

• Principais efeitos indesejáveis –

Em geral são menores do que com outros fármacos, náusea, queda de cabelos, aumento de peso, malformações fetais

Page 13: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

ETOSSUXIMIDA

• Mecanismos celulares –

Inibição dos canais de cálcio do tipo T

• Efeitos sobre a descarga –

Inibe a descarga de “pontas e ondas” talâmica 3/s

• Principais indicações –

Nas crises de ausência. Pode exacerbar as convulsões tônico-clônicas

• Principais efeitos indesejáveis –

Náusea, anorexia, alterações do humor, cefaléia

Page 14: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

FENOBARBITAL

• Mecanismos celulares –

Potencialização da ação do GABA. Inibição da excitação mediada por glutamato?

• Efeitos sobre a descarga –

Inibe o início da descarga

• Principais indicações –

Todos os tipos exceto crises de ausência.

• Principais efeitos indesejáveis –

Sedação e depressão

Page 15: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos

BENZODIAZEPÍNICOS – Clonazepam, clobazam, diazepam

• Mecanismos celulares –

Potencialização da ação do GABA.

• Efeitos sobre a descarga –

Inibe a propagação

• Principais indicações –

Todos os tipos. Diazepam usado por via I.V. Para controle do estado de mal epiléptico.

• Principais efeitos indesejáveis –

Sedação e síndrome de abstinência

Page 16: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos

CONVULSÕES TÔNICO-CLÔNICAS (grande mal) –

• Carbamazepina – preferida em virtude da baixa incidência de efeitos colaterais.

• Fenitoína

• Valproato

PREFERE-SE O USO DE UM ÚNICO FÁRMACO (quando possível), DEVIDO AO RISCO DE INTERAÇÕES.

• AGENTES MAIS RECENTES –

Vigabatrina, lamotrigina, felbamato, gabapentina

Page 17: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos

CONVULSÕES PARCIAIS (focais)

• Carbamazepina

• Valproato

• Clonazepam

• Fenitoína

alternativas

Page 18: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos

CRISES DE AUSÊNCIA (pequeno mal)

• Etossuximida

• Valproato Utiizado quando as crises de ausência coexistem com convulsões tônico-clônicas.

Page 19: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO

• DEVE SER TRATADO COMO EMERGÊNCIA COM DIAZEPAM POR VIA I.V.; EM LACTENTES SEM VEIAS ACESSÍVEIS, POR VIA RETAL.

Page 20: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Ciências Fisiológicas - Farmacologia Anticonvulsivantes Profa. Daniela Martí Barros

NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS

VIGABATRINA

• Atua ao inibir a GABA transaminases

• Eficaz em pacientes que não respondem a fármacos convencionais.

• Principais efeitos colaterais: sonolência, alterações comportamentais e de humor

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NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS

LAMOTRIGINA

• Atua ao inibir canais de sódio

• Perfil terapêutico amplo.

• Principais efeitos colaterais: reações de hipersensibilidade

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NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS

FELBAMATO

• Mecanismo de ação desconhecido

• Perfil terapêutico amplo.

• Uso restrito aos casos intratáveis, devido ao grave risco de reações de hipersensibilidade.

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NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS

GABAPENTINA

• Mecanismo de ação desconhecido

• Absorção saturável, sendo portanto segura em superdosagem

• Relativamente isenta de efeitos colaterais

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NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS

TIAGABINA

• Inibidor da captação de GABA.

• Efeitos colaterais: tonteira e confusão

TOPIRAMATO

• Ações complexas que não estão totalmente esclarecidas.

• Semelhante a fenitoína, porém com menos efeitos colaterais

• Risco de teratogênese