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1 Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (FAENG) Curso de Arquitetura e Urbanismo PROJETO DE EXTENSÃO Estudos de Densidade, Verticalização e Sustentabilidade em Campo Grande(MS) TERMO DE COOPERAÇÃO SECOVI-MS E FAPEC-UFMS PLANO DE TRABALHO E TERMOS DE REFERÊNCIA Campo Grande - Julho de 2016

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Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis

Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (FAENG)

Curso de Arquitetura e Urbanismo

PROJETO DE EXTENSÃO

Estudos de Densidade, Verticalização e Sustentabilidade em Campo Grande(MS)

TERMO DE COOPERAÇÃO SECOVI-MS E FAPEC-UFMS

PLANO DE TRABALHO E TERMOS DE REFERÊNCIA

Campo Grande - Julho de 2016

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PARCERIAS:

SECOVI MS

Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul

FAPEC UFMS

Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Cultura

EQUIPE EXECUÇÃO:

Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS

Docentes UFMS:

Ângelo Marcos Vieira de Arruda

Coordenador da Ação e Gestor

Maria Lúcia Torrecilha

Co-orientadora

Lusianne de Azamor Torres

Colaborador

Discentes UFMS:

Cauê de Lima Paula

Isabela de Oliveira Gallindo

Juliana Veneruchi de Campos

Lais Caroline Bertolino de Almeida

Rebeca Lemos Pereira

Técnico-administrativo UFMS:

Paulo Eduardo Barbosa de Abreu

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vantagens e problemas da alta e baixa densidade urbana. .................................................................... 9

Figura 2 – Características do desenho urbano que influenciam na densidade. .................................................... 10

Figura 3 – Simulação de diferentes formas de ocupação. ..................................................................................... 13

Figura 4 - Esquematização de diferentes formas de planejamento. ..................................................................... 18

Figura 5 - Proposta de Macrozoneamento da revisão do Plano Diretor de 2014. ................................................ 24

Figura 6 - Rua Marechal Deodoro - Curitiba/PR.[ .................................................................................................. 25

Figura 7 - Densidade populacional de Curitiba-2010. ........................................................................................... 26

Figura 8 - Eixo cicloviário. ...................................................................................................................................... 27

Figura 9 - Parque Tanguá. ...................................................................................................................................... 27

Figura 10 - Parque Barigui. .................................................................................................................................... 28

Figura 11 - Localização da área de intervenção do 22@Barcelona. ...................................................................... 29

Figura 12 - Área de abrangância - 22@Barcelona. ................................................................................................ 29

Figura 13 - Eixos de inovação - 22@Barcellona. .................................................................................................... 31

Figura 14 - Incentivos aos equipamentos públicos. .............................................................................................. 31

Figura 15 - Incentivos à infraestrutura. ................................................................................................................. 32

Figura 16 - Incentivos a preservação do patrimônio histórico .............................................................................. 32

Figura 17 - Áreas com mais de 1 ha segundo proprietário - 1997. ........................................................................ 34

Figura 18 - Vazios Urbanos por estrato de área. ................................................................................................... 34

Figura 19 - Dados Demográficos - Campo Grande/MS. ......................................................................................... 35

Figura 20 - Densidade Urbana Bruta - Campo Grande/MS. .................................................................................. 36

Figura 21 – Levantamento por fotointerpretação – Campo Grande/MS. ............................................................. 36

Figura 22 - Área sem edificação - Campo Grande/MS........................................................................................... 37

Figura 23 - Domínio das áreas não edificadas - Campo Grande/MS. .................................................................... 38

Figura 24 - Espaços livres e áreas de domínio público - Campo Grande/MS. ....................................................... 38

Figura 25 -Vazios Urbanos – Campo Grande/MS. ................................................................................................. 39

Figura 26 - Vazios urbanos por região - Campo Grande/MS. ................................................................................ 40

Figura 27 - índice de exclusão social - Campo Grande/MS. ................................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Problemas com o aumento da densidade urbana. .............................................................. 11

Tabela 2 - Densidades para cada tipologia de habitação. ..................................................................... 12

Tabela 3 - Relatório das atividades de densidade urbana - economias por hectare. ........................... 12

Tabela 4 - Aspectos para a eficiência da sustentabilidade urbana eficaz. ............................................ 18

Tabela 5 Potenciais e Condicionantes da Densidade Urbana. .............................................................. 20

Tabela 6 - Potenciais e Condicionantes da Verticalização. ................................................................... 20

Tabela 7 - Potenciais e Condicionantes da Sustentabilidade. ............................................................... 20

Tabela 8 - Tabela detalhada dos estudos referente ao vazios urbanos em Campo Grande/MS. ......... 42

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SUMÁRIO

1.

1. Introdução.......................................................................................................7

2. Conceituação...................................................................................................8

2.1 Densidade urbana ........................................................................................................ 8

2.2 Verticalização ............................................................................................................. 14

2.3 Sustentabilidade ........................................................................................................ 16

3. Densidade e verticalização com sustentabilidade..........................................19

4. Estatuto da Cidade e Indicadores..................................................................21

5. Estudos de casos............................................................................................23

5.1 Curitiba – PR ............................................................................................................... 23

5.2 22@Barcelona – Espanha .......................................................................................... 28

6. Densidade urbana em Campo Grande............................................................33

7. Plano de Trabalho............................................................................................43

7.1 Montagem da equipe técnica da UFMS e dos parceirosErro! Indicador não definido.

7.2 Montagem da equipe dos estagiários da UFMS e de outros locais fora da UFMS,

especialmente do SECOVI e FAPEC ........................................... Erro! Indicador não definido.

7.3 Treinamento e capacitação da equipe .......................... Erro! Indicador não definido.

7.4 Aproximação com o Banco de Dados e uso de Sofwares .............. Erro! Indicador não

definido.

7.5 Divisão de tarefas por equipes, para cada bairro, com organização e sistematização

de todas as informações ........................................................... Erro! Indicador não definido.

7.6 Preparação dos trabalhos com sistematização das informações a serem colhidas,

desenhadas e especificadas ...................................................... Erro! Indicador não definido.

7.7 Levantamento de dados e mapeamento da verticalização e adensamento ......... Erro!

Indicador não definido.

7.8 Visita in loco para algumas verificações ........................ Erro! Indicador não definido.

8. Referências Bibliográficas................................................................................

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Apresentação

O Projeto de Extensão “Estudos de Densidade, Verticalidade e Sustentabilidade em

Campo Grande (MS), aprovado e inscrito no Sigproj 225777.1133.203.03062016 tem por

finalidade estudar a densidade urbana e a verticalização na cidade de Campo Grande,

visando otimizar o uso das áreas vazias identificadas no trabalho de Extensão “Vazios

Urbanos em Campo Grande”, a infraestrutura disponível, os equipamentos comunitários e

urbanos e o uso do solo.

A partir desta perspectiva, foi celebrada parceria entre o Sindicato da Habitação de Mato

Grosso do Sul (SECOVI-MS) com a FAPEC UFMS visando operacionalizar este projeto de

extensão, por meio de Termo de Cooperação assinado em 1 de julho de 2016.

Este documento apresenta o Plano de Trabalho e os Termos de Referência bem como

uma pesquisa do Referencial Teórico-Metodológico a ser aplicado no trabalho e foi

elaborado, cumprindo as letras “a”, “b” e “c” do artigo 2º. do supracitado Termo de

Cooperação Mútua e contém a metodologia de trabalho bem como os conceitos que serão

utilizados na pesquisa sobre a densidade urbana e a verticalização em Campo Grande.

Professor Ângelo Marcos Vieira de Arruda

Coordenador do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS

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1. INTRODUÇÃO

A finalidade desta etapa inicial do trabalho é buscar a conceituação e

fundamentação teórica para o embasamento dos estudos e análises que posteriormente

serão trabalhados neste projeto diante do cenário de adensamento e verticalização dentro

do perímetro urbano de Campo Grande, ancoradas nos conceitos de densidade,

verticalização e sustentabilidade que fundamentam toda a proposta do projeto.

Dentro desta perspectiva, o objetivo desta etapa será trabalhar dentro da

conceituação/fundamentação teórica, estudos de casos que se baseiam nessa teoria e que

apresentam semelhanças ao Município de Campo Grande, e a busca de indicadores dentro

dos instrumentos estabelecidos no Estatuto da Cidade, que possibilitam os experimentos de

densidade e verticalização.

O capitulo 2 apresenta a conceituação da proposta da pesquisa, conceitos de

densidade urbana, verticalização e sustentabilidade.

O capítulo 3 faz a estrutura os conhecimentos por meio dos estudos conceituais

apresentando os potenciais e condicionantes dos três aspectos, a uma futura análise e base

para os cálculos de densidade, com embasamento pela busca da densidade ideal.

O capítulo 4 apresenta o Estatuto da Cidade, política de planejamento urbano e os

indicadores necessários que os cálculos e estudos de viabilidade da densidade urbana.

O capítulo 5 apresenta os estudos de casos sobre cidades que se encaixam nos

aspectos relacionados a pesquisa.

O capítulo 6 analisa os dados de densidade urbana de Campo Grande usando os

dados da pesquisa sobre Vazios Urbanos de 2015 e por fim, o capítulo 6, que apresenta o

Plano de Trabalho norteador para o desenvolvimento das etapas e tarefas.

O trabalho se baseia na identificação, mapeamento e análise do processo de

verticalização e adensamento dentro do perímetro urbano do Município de Campo Grande,

tendo como resultado alternativas eficazes de metodologia para um futuro adensamento e

verticalização na cidade com estudos de caso de densidade em edifícios da cidade.

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2. CONCEITUAÇÃO

2.1 Densidade urbana

A densidade, de maneira geral, é definida como a relação entre o número de

habitantes de um determinado lugar e a área onde eles vivem. Como resultado, é possível

informar o grau de concentração da população, variando conforme a intensidade de uso e

ocupação do solo. (Acioly, 1998)

Este conceito está diretamente ligado à tomada de decisões dos planejadores

urbanos, arquitetos e urbanistas e engenheiros que trabalham no planejamento urbano de

uma determinada área.

As unidades de medidas mais utilizadas para a densidade são habitantes por

hectare (hab/ha) ou habitações por hectare (habitação/há), nos quais podem indicar

qualidades específicas e potenciais de desenvolvimento de determinados locais quando se

trata de densidade.

Acioly (1998) apresenta duas formas de valores expressos referente a densidade

urbana, tratando-se de:

Densidade bruta: relação entre o número total de habitantes e o total de

área onde a população mora, trabalha, circula e utiliza para recreação (áreas

de assentamentos, ruas e acessos, espaços públicos, etc.);

Densidade líquida: relação entre a população residencial e a área líquida na

qual se reside (cálculo utilizado somente para áreas alocadas de uso

residencial).

É realizado uma análise das vantagens e desvantagens de baixas e altas densidades

no espaço urbano, no qual possibilita uma análise para uma futura escolha na metodologia

de um planejamento urbano. De forma geral, a alta densidade possui maiores vantagens

para o planejamento urbano (Figura 01). Para altas densidades são apresentadas as

vantagens de: eficiência na oferta de infraestrutura, uso eficiente da terra, possibilidade na

geração de mais receitas, vitalidade urbana, maior controle social, economias de escala,

facilidade de acesso aos consumidores e maior acessibilidade às atividades diárias; em

contrapartida, suas desvantagens são: criminalidade, sobrecarga na infraestrutura, poluição,

maiores riscos de degradação ambiental e congestionamento e saturação do espaço. (Acioly,

1998)

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Em controvérsia às altas densidades, as baixas densidades possuem poucas

vantagens e muitos problemas. Dentre as vantagens estão: possibilidade de saneamento de

baixo custo, menos poluição, mais silêncio e tranquilidade; e as desvantagens: precária

acessibilidade as atividades diárias, altos custos de oferta e manutenção de serviços, baixa

interação e controle social, altos custos e precariedade do transporte público e acesso de

consumo de terra urbana e infraestrutura. (Acioly, 1998)

Figura 1 - Vantagens e problemas da alta e baixa densidade urbana. Fonte: ACIOLY e DAVDSON, 1998.

Diante dos aspectos defendidos por Acioly e por outros aspectos de vários teóricos

estudiosos da densidade urbana (como: Ewards, Rogers e Mascaró), há uma busca pela

densidade urbana ideal em uma cidade, porém ainda não houve nenhum fundamento e

embasamento teórico para definir especificamente essa proporção, devido as diversas

peculiaridades existentes em cada cidade, suas necessidades, aspectos ambientais,

planejamento existente, etc.

Para Acioly, a densidade ideal se encontra nas altas densidades, àquela que permite

a interação social, a conectividade e acessibilidade para todos, garantindo segurança e

geração de receitas para a economia do Município, porém para se encontrar uma densidade

aceitável em um determinado local é necessário pautar análises em diversos fatores

influenciadores. Acioly sistematiza e auxilia no entendimento dos padrões de densidade

sobre o desenho urbano, apresentando alguns destes fatores, onde salienta aspectos como

o layout do desenho urbano, a disponibilidade do solo urbano da cidade, as tipologias

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habitacionais, tamanhos e formas dos edifícios, legislações, lotes, ruas e espaço público, e a

tipologia familiar. (Figura 02)

Figura 2 – Características do desenho urbano que influenciam na densidade. Fonte: Acioly, 1998.

Uma das condicionantes que deve ser considerada para a densidade urbana é o

tamanho do espaço alocado para os setores público e privado que influenciam

consideravelmente nos indicadores de densidade urbana e nas características morfológicas

dos assentamentos urbanos.

Em determinados assentamentos a quantidade de áreas públicas (áreas verdes,

tráfego veicular, circulação de pedestres, etc) são maiores, em outros, sua maior parte

concentra usos privados (residencial, mistos, comércios, indústrias, etc.), gerando

segregação e densidades altas em determinados localidades. É importante ressaltar

condicionantes que influenciam as densidades e a configuração urbana, tendo como

relevância no momento do cálculo da densidade e no planejamento de sua morfologia:

(Acioly, 1998)

Número total de ocupantes/moradores por unidade residencial (constituição

familiar);

Área total do assentamento, que se trata da área definida pela poligonal de

urbanização do assentamento;

Área total dos lotes e as normas urbanísticas que definem as dimensões

mínimas e tamanho dos lotes de acordo coma atividade humana destinada;

Área total da unidade residencial e os padrões normativos vigentes que

determinam a dimensão mínima dos diversos espaços para a moradia;

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Legislação reguladora da taxa de ocupação do lote, ou seja, a proporção do

terreno que pode ser ocupada por construção;

O índice de ocupação do solo e/ou o coeficiente de aproveitamento (a razão

entre a área do lote e o total de área construída permitida;

Área total alocada para a circulação veicular (padrões e normas que definem

a largura e comprimento das ruas e dos caminhos de pedestres).

Para Mascaró (1989), a densidade ideal pode estar nas baixas densidades. Ele

defende que os problemas urbanos aparecem na medida em que a densidade urbana

aumenta. Na Tabela 01, ele apresenta os problemas que surgem com o crescimento da

densidade urbana.

Tabela 1 - Problemas com o aumento da densidade urbana.

Densidade Urbana Problemas

30 famílias por hectare ou mais Surgimento de problemas com ruídos e

perda de intimidade

100 famílias por hectare ou mais Perda do sentido de intimidade nos espaços

verdes

200 famílias por hectare ou mais Surgimento de dificuldade para arranjar

espaço para estacionamento e recreação

450 famílias por hectare ou mais O espaço público poderá congestionar

totalmente

Fonte: Mascaró, 1989.

Mascaró (1989) estabelece as densidades normais para cada tipologia habitacional,

em condições que ele considera aceitável para ventilação, iluminação e privacidade. Ele

defende essas densidades como ideais, ou seja, densidade maiores poderão obter perca de

qualidade de vida. A Tabela 2 apresenta as densidades para cada tipologia de habitação por

ele defendida.

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Tabela 2 - Densidades para cada tipologia de habitação.

Tipo de habitação Densidade (em famílias/hectare)

Líquida Bruta (bairro)

Unifamiliares isoladas 20 12

Geminadas a dois 25 a 30 18

Geminadas em fita 40 a 50 30

Blocos de 3 plantas 100 a 110 50

Blocos de 10 plantas 200 a 210 70

Fonte: Mascaró, 1989.

A Secretaria de Planejamento de Porto Alegre - RS, acredita que a densidade urbana

ideal pode estar em níveis maiores. Foi realizado, em 1995, uma pesquisa apresentando a

relação de níveis econômicos por densidades, apontando seus efeitos e, como resultado, é

obtido uma densidade economicamente desejável de 100 a 150 economias/hectare, tendo

como pontos positivos: serviços públicos econômicos, transporte público eficiente, espaços

públicos otimizados, utilização de parques e equipamentos por maior número de pessoas,

miscigenação na tipologia residencial e miscigenação de usos. (Tabela 03)

Tabela 3 - Relatório das atividades de densidade urbana - economias por hectare.

Características da ocupação

Classificação Densidade

(economias/hectare)

Efeitos

Antieconômica Menor que 45

- serviços públicos extremamente caros; - transporte público ineficiente; - ruas desertas; - equipamentos comunitários subutilizados.

Economicamente aceitável

De 45 a 100

- serviços públicos caros; - transporte público ineficiente; - boa quantidade de vida em zonas exclusivas de habitação unifamiliar; - privacidade nas áreas verdes, praças, parques, etc. - espaços públicos subutilizados; - pouca miscigenação de usos nas zonas residências.

Economicamente desejável

De 100 a 150

- serviços públicos econômicos; - transporte público eficiente; - espaços públicos otimizados; - utilização de parques e equipamentos por maior número de pessoas; - miscigenação na tipologia residencial; - miscigenação de usos.

Economicamente aceitável

De 150 a 200 - serviços públicos econômicos; - transporte público eficiente; - desapropriações para alargamento do sistema viário;

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- redução de circulação de carros particulares; - perda de privacidade nos equipamentos comunitários.

Antieconômica Mais que 200

- congestionamento da infraestrutura; - congestionamento da circulação urbana; - má qualidade de vida; - investimentos de porte em infraestrutura, circulação e transporte de massa.

Fonte: Secretaria de Planejamento de Porto Alegre, 1995.

Além da busca pela densidade urbana ideal - ela por si só, não consegue

representar a configuração urbana-, é possível obter várias morfologias urbanas com a

mesma densidade em uma mesma área. Por isso, para o planejamento de uma cidade, é

necessário a análise em paralelo de outros aspectos que incidem na área, como os índices

urbanísticos (índice de aproveitamento, taxa de ocupação, recuos, gabarito, etc.), aspectos

estes que auxiliam na busca de uma densidade urbana ideal para determinadas cidades.

Na figura 3 é apresentado (exemplo), como uma densidade populacional específica

pode ser distribuída de várias formas em um mesmo espaço urbano, por meio de densidades

prediais diferenciadas.

Figura 3 – Simulação de diferentes formas de ocupação. Fonte: Vargas, 2003.

Diante desta perspectiva, é necessário buscar, dentro das características urbanas do

Município estudado, os melhores aspectos de configuração urbana juntamente com os

estudos de densidades que resultem em uma morfologia urbana e densidade urbana ideal

para a cidade.

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2.2 Verticalização

A verticalização no espaço urbano se deu por meio do surgimento dos elevadores

em meados do século XIX. Fábricas inglesas se preocuparam em evitar a perda de energia

dos trabalhadores em transporte de cargas nos estabelecimentos de trabalho e, através

disso, foram surgindo elevadores para o transporte de pessoas. Em 1857 foi registrado o

primeiro elevador em um edifício alto em Nova York.

A verticalização pode ser apresentada como a junção da tecnologia e do

planejamento urbano, gerando transformações técnicas e desenvolvimento de diferentes

modos de se planejar o espaço urbano. Para Macedo (1987), a verticalização é um forte

potencial das transformações morfológicas e funcionais de diversos segmentos da paisagem

urbana, possibilitando a valorização da ocupação do solo por meio do potencial de

aproveitamento.

Para Façanha (1998), a verticalização é um dos símbolos da geografia dos espaços

metropolitanos, por meio do surgimento de edifícios em determinadas áreas do espaço

urbano, resultando ativamente nas questões de prosperidade do uso do solo. Ele defende

também que a verticalização se dá em áreas onde possui maior concentração de bens e

serviços (locais que apresentam maior infraestrutura).

Souza (1994) já relata a verticalização como um processo de desenvolvimento nas

áreas que possuem a expansão do local de moradia da classe dominante, áreas nas quais a

legislação é permitida.

Os estudos sobre verticalização no Brasil iniciaram a partir dos anos 80, com

diversos pesquisadores da área, como Homem (1982), Ferreira (1987), Souza (1989),

Macedo (1987), Façanha (1998) entre outros, nos quais grande parte se concentrava na

Universidade de São Paulo. Diante das pesquisas destes vários autores, Ramires apresenta

um artigo “ O processo de verticalização das cidades brasileiras”, onde este, apresenta uma

análise das pesquisas realizadas, tendo como resultado uma avaliação crítica, onde foi

possível a percepção do consenso de alguns aspectos sobre a verticalização urbana: a

questão da modernidade; técnica, espaço e verticalização; impactos na estrutura interna da

cidade; legislação urbana e verticalização; incorporação imobiliária e verticalização e etapas

da verticalização. Estes aspectos são apresentados como:

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Questão da modernidade: a verticalização é um fator predominante da

modernidade, sendo apontada como um marco revolucionário na fisionomia

das cidades. O surgimento de apartamentos no espaço urbano foi aceitado

primeiramente pela classe média, posteriormente pela classe alta.

Técnica, espaço e verticalização: a verticalização se tornou uma opção

revolucionária na forma da construção, aplicando técnicas revolucionárias

para sua execução. Por meio da evolução tecnológica neste ramo, é possível

a percepção do crescimento da verticalização em todo o mundo, inclusive no

Brasil.

Impactos na estrutura interna da cidade: a verticalização possui grande

responsabilidade nas grandes alterações estruturais das cidades,

promovendo mudanças sociais e na forma de uso e ocupação do solo

urbano.

Legislação urbana e verticalização: a legislação vem como uma maneira de

planejamento adequado para a implantação da verticalização de forma

responsável. O poder público se responsabiliza pelo planejamento urbano

eficaz da cidade, através de legislações como o zoneamento, definição dos

gabaritos dos prédios, estipulação de taxas de ocupação e índices de

aproveitamento urbano do lote.

Incorporação imobiliária e verticalização: a incorporação imobiliária está

ativamente ligada a verticalização, o incorporador reforçou o seu papel

enquanto um agente capaz de produzir mudanças profundas na estrutura

interna das cidades.

Etapas da verticalização: a verticalização surgiu em paralelo com a

preocupação da articulação dos fenômenos econômicos, sociais e políticos

da formação social brasileira como um todo, com a preocupação de

articulação das escalas nacional, regional e local.

A verticalização está consequentemente atrelada a expansão urbana de uma cidade

e acompanha o seu crescimento populacional. O surgimento de edifícios modifica o espaço

urbano e, para Tows e Mendes (2011), a verticalização é desenvolvida por meio do

crescimento quantitativo e espacial, alterando a forma da paisagem urbana e o modo de

viver a cidade.

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Nunes (2011) destaca que a construção de prédios aumenta o adensamento, por

meio da população, do número de veículos e circulação, e consequentemente, maiores

conflitos com os pedestres nas áreas de lazer, jardins e calçadas da cidade e, em

consequência, é gerado o aumento da concentração do dióxido de carbono, poeira e do

material particulado em suspensão.

Costa (2008 apud MONTEIRO; OLIVEIRA, 2013) já apresenta pontos positivos e

negativos no processo de verticalização do espaço urbano e destaca os aspectos positivos

como a otimização do uso do solo, a racionalização dos custos da habitação, minimização

das distâncias percorridas e a segurança e os aspectos negativos como a sobrecarga da

infraestrutura, na impermeabilização do solo e no aumento da área exposta e da

temperatura provocando as ilhas de calor.

2.3 Sustentabilidade

Discussões sobre sustentabilidade iniciaram no início do ano de 1972, através de

reuniões de alguns intelectuais que entendiam e se preocuparam pelas questões ambientais,

política, economia internacional e desenvolvimento sustentável. (Vargas, 2002)

No Brasil, esse tema teve início por meio da Conferência das Nações Unidas a

respeito do meio ambiente e desenvolvimento (CNUCED), que aconteceu no Rio de Janeiro

no ano de 1992, onde ficou conhecida como a RIO-92 ou ECO-92. Nesta conferência

participaram pesquisadores, chefes de Estado e representantes da sociedade organizada de

179 países, com um total de aproximadamente 35 mil pessoas presentes, para a discussões

relacionadas ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável para o século XXI. A grande

discussão perpetuou nas críticas sobre os perigos do modelo de desenvolvimento retratado

na população mundial, com isso, buscou-se a criação de um documento representado como

um acordo internacional das ações que buscaram melhorar a qualidade de vida das pessoas

e meio ambiente como um todo, apresentado como Agenda 21.

A Agenda 21 salientou a importância de um desenvolvimento sustentável, de

acordo com a Declaração da Conferência de Estocolmo (1972), onde apresentavam

propostas de novos conceitos e instrumentos metodológicos para um leque de ações e

investigações que tinham como base a relação entre o ser humano e o meio ambiente

(Santos, 1999).

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O pensamento da construção de cidades sustentáveis surgiu por meio dessas

reuniões intelectuais discutidas a respeito da sustentabilidade (por volta dos anos 1970), e é

a busca da aplicação de boas práticas no meio urbano, com o incentivo do uso de materiais

menos poluentes, transporte público de qualidade, uso do solo de forma eficiente e melhor

qualidade de vida as pessoas.

Roger-Machart, citado por Magalhães (2006) afirma: “ uma cidade sustentável é a

que preenche as necessidades de seus atuais cidadãos, sem esgotar os recursos das futuras

gerações de todo o mundo (...) recursos de maximização da eficiência do uso dos recursos”.

(Magalhães, 2006)

A cidade sustentável, atualmente, é defendida como uma cidade humana e

equilibrada, onde as atividades diárias, como emprego, escola e alimentação estão

próximas, assim como também são atendidas de forma adequada as questões de

saneamento, segurança e cultura.

Leite (2012) defende que uma cidade sustentável deve atender os quesitos sociais,

ambientais, políticos e culturais, como também os objetivos econômicos e físicos dos seus

habitantes. Essas características estão extremamente ligadas com a chamada cidade

compacta, onde se conceitua com a concentração do uso e ocupação do solo misto

planejado de forma equilibrada e com densidades urbanas altas, ou seja, um adequado e

planejado uso do solo urbano, misturando funções urbanas (habitação, comércio, serviços,

lazer, etc.) de forma eficiente, em conjunto com um sistema de mobilidade urbana que gere

conexão qualificada do transporte público, e consequentemente o incentivo ao uso do

modal a pé e de bicicleta.

Rogers (2000) defende a cidade compacta como a cidade ideal devido as suas

características sustentáveis, com moradias em forma de comunidade, ele alega que a cidade

tem que ser próxima e vivida por seus habitantes, proporcionando conectividade e

qualidade de vida. A figura 4 apresenta esquematicamente a eficácia do modelo de

planejamento urbano compacto.

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Figura 4 - Esquematização de diferentes formas de planejamento. Fonte: Rogers, 2000.

O modelo esquemático da sustentabilidade urbana pode ser apresentado com

alguns pilares que fundamentam e estruturam a sustentabilidade de uma cidade, Leite

(2012) destaca os seguintes eixos para a sustentabilidade urbana eficaz:

Tabela 4 - Aspectos para a eficiência da sustentabilidade urbana eficaz.

Sustentabilidade Urbana

1 Construção e infraestrutura sustentáveis

2 Governança

3 Mobilidade

4 Moradia

5 Planejamento e ordenamento territorial

6 Questões ambientais

7 Segurança

8 Serviços e equipamentos

9 Oportunidades Fonte: Leite, 2012.

Leite(2012) apresenta também alguns aspectos que estão totalmente ligados a

cidade sustentável e compacta, e que são fatores primordiais para a implantação deste

conceito nas cidades, nos quais são: densidade qualificada, necessidades urbanas básicas

eficientes, interação social, solução dos déficits habitacionais e da falta de diversidade

sócioterritorial e crescimento ordenado do território, assim:

A cidade sustentável baseia-se em um modelo de desenvolvimento urbano que promove relativamente altas densidades de modo qualificado, ou seja, com adequado e planejado uso misto do solo, misturando funções urbanas (habitação, comércio e serviços).

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- Densidade qualificada é aquela planejada urbanisticamente para cada contexto, de acordo com os diversos usos adequados, não conflitantes com as necessidades dos usuários, procurando a valorização do uso misto na escala intraurbana e que favoreça a população local estar próxima de suas necessidades urbanas básicas. - As necessidades urbanas básicas do morador são tudo aquilo que lhe faz falta no seu dia a dia usual: serviços e equipamentos urbanos básicos, espaços verdes, comércio e local e acesso ao sistema de transporte coletivo e devem, em núcleos compactos, ser acessíveis em, no máximo, 10 minutos a pé ou estar em distância máxima de sua moradia de 1.000 metros. - A população residente possui mais oportunidades para a interação social, bem como uma melhor sensação de segurança pública, uma vez que se estabelece melhor o senso de comunidade (proximidade, mix de usos, e calçadas e espaços de uso coletivo vivos). - O imenso gargalo do déficit habitacional e a falta de diversidade socioterritorial nas grandes cidades brasileiras devem ser resolvidos com novos modelos de desenvolvimento urbano sustentável, incorporando processos que promovam moradias em áreas mais densas e compactas, com mistura de usos, próximas ao sistema de mobilidade, que ofereçam diversidade tipológica e promovam a vida urbana mais inclusa e menos isolada. - O crescimento ordenado do território é pré-requisito básico para uma cidade mais sustentável. Compondo este tema, têm-se os parâmetros que o definem como os elementos de desenho urbano, que formam a adequação urbanística do território (formas de implantação adequada, adequações visual, paisagística e sonora, preexistências a manter, geografia a respeitar), o nível de compacidade do território (onde compactar mais a cidade e com quais índices) e densidade qualificada (adensar com parâmetros de uso misto adequados a cada trecho da cidade), os eixos de crescimento e desenvolvimento urbano nas escalas regional e macrometropolitana, os graus de renovação urbana, o desejável crescimento territorial integrado ao sistema de mobilidade e os níveis de uso misto e uso coletivo do território. “ (Carlos Leite, 2012)

Neste aspecto é possível perceber que a cidade sustentável não pode ser

implantada sem a junção da busca de uma densidade urbana ideal e da verticalização,

conceitos anteriormente trabalhados.

3. DENSIDADE E VERTICALIZAÇÃO COM SUSTENTABILIDADE

A densidade urbana, verticalização e sustentabilidade, como vimos, devem

caminhar juntas nos aspectos que se referem à busca de uma cidade sustentável.

Para que se busque uma cidade sustentável, é necessário encontrar a densidade

urbana ideal para a cidade, considerando diversos aspectos teóricos e específicos do

Município. Com isso, por meio dos estudos teóricos apresentados anteriormente, foi

possível analisar aspectos de potenciais e de condições como um caminho no qual possa se

seguir para nortear os estudos de densidade urbana, com o objetivo de buscar a densidade

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urbana ideal para a cidade de Campo Grande. Através disso, serão apresentados os

potenciais e condições dos três eixos de estudo dessa pesquisa (densidade, verticalização e

sustentabilidade), que serão aspectos norteadores para os cálculos de densidade urbana.

Tabela 5 Potenciais e Condicionantes da Densidade Urbana.

Densidade urbana

Potenciais Condicionantes

-Eficiência na oferta de infraestrutura; -Layout dos assentamentos e equilíbrio entre público e privado;

-Uso eficiente da terra; -Disponibilidade de solo urbano

-Vitalidade urbana; -Tipologia habitacional;

-Geração de receitas;

-Maior controle social; -Tamanho e forma dos edifícios;

-Economias de escala;

-Facilidade de acesso aos consumidores; -Legislação e planejamento;

-Maior acessibilidade as atividades diárias;

-Miscigenação de usos; -Tamanho e dimensão do lote;

-Serviços públicos econômicos;

-Transporte público eficiente; -Tamanho das famílias;

-Utilização de parques e equipamentos por maior número de pessoas.

-Área total das unidades habitacionais.

Fonte: Acioly. Dados trabalhados por Lais Caroline Bertolino de Almeida.

Tabela 6 - Potenciais e Condicionantes da Verticalização.

Verticalização Potenciais Condicionantes

Concentração de investimentos; Questões da modernidade; Geração de emprego e renda; Técnica, espaço e verticalização; Aquecimento do mercado imobiliário; Impactos na estrutura interna da cidade; Conectividade com atividades diárias; Legislação urbana e verticalização; Concentração de usos; Incorporação imobiliária e verticalização; Valorização do uso do solo e infraestutura. Etapas da verticalização. Fonte: Ramires. Dados trabalhados por Lais Caroline Bertolino de Almeida.

Tabela 7 - Potenciais e Condicionantes da Sustentabilidade.

Sustentabilidade Potenciais Condicionantes

-Infraestrutura; -Necessidade urbanas básicas para o -Governança; morador; -Mobilidade; -Interação social; -Moradia; -Déficit habitacional e a falta de -Planejamento e ordenamento territorial; diversidades socioterritorial; -Questões ambientais; -Crescimento ordenado do território; -Segurança; -Densidade qualificada. -Serviços e equipamentos. Fonte: Leite. Dados trabalhados por Lais Caroline Bertolino de Almeida.

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4. Estatuto da Cidade e Indicadores

O Estatuto da Cidade é uma importante lei brasileira que se origina da aplicação e

regulamentação dos artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O Estatuto – lei

federal 10.257/01 foi criado com seus princípios e instrumentos implementadores que tem

por finalidade regulamentar e estabelecer diretrizes urbanísticas referentes à política de

desenvolvimento da cidade e à função social da propriedade.

Dentro do Estatuto é estabelecido uma série de princípios, no qual expressa a

conceituação de cidade, de planejamento e de gestão urbana, dentre eles, o

macrozoneamento que o seu planejamento deve apresentar a proposta de densidade

urbanas mais altas em regiões que apresentam maior infraestrutura, para posteriormente

continuar seu crescimento. A ideia é o melhor aproveitamento da infraestrutura existe na

cidade.

Para que se estabeleça a melhor densidade urbana, além dos cálculos referentes a

densidade que devem ser estudados, existem outros indicadores que caminham em paralelo

com a densidade, e que fazem total diferença na hora de suas definições, que são os índices

urbanísticos. Estes são extremamente importantes para o dimensionamento e localização da

infraestrutura, dos equipamentos sociais e de serviços (esgoto, luz, água, escolas, transporte

coletivo, parques, etc.), e devem ser estabelecidos também nas leis de zoneamento, para

que se tenha uma organização e controle maior do planejamento urbano.

A seguir serão apresentados os indicadores necessários para o cálculo eficaz da

densidade urbana e o planejamento de um determinado espaço:

1. Densidade média urbana: a relação entre a população e a área urbana

(aquela ocupada pelo perímetro urbano).

2. Densidades residenciais ou habitacionais: é a relação entre uma população

com a área do local de sua residência. Podem ser divididas em:

a) Densidade residencial bruta: relação entre a população residente e a

área bruta que ela ocupa, sem descontar as vias, áreas verdes de uso

frequente, escolas, áreas comerciais, etc.

b) Densidade residencial líquida: relação entre a população residente e

a área líquida, ou seja, a área ocupada pelos lotes residenciais.

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Quando os lotes residenciais não edificados são descontados no

cálculo, é definido como densidade imobiliária.

3. Área Total Construída (AC): a soma das áreas cobertas de todos os

pavimentos de uma edificação.

4. Coeficiente de aproveitamento (CA): relação entre a área construída

computável e a área do lote.

5. Taxa de Ocupação (TO): relação entre a área da projeção horizontal da

edificação ou edificações e a área do lote.

6. Taxa de permeabilidade (TP): relação entre a parte permeável, que permite

a infiltração de água no solo, livre de qualquer edificação, e a área do lote.

7. Recuo: é o afastamento mínimo exigido da construção em relação às divisas

do lote podendo ser frontal, lateral e fundos.

8. Dimensão máxima de quadra: medidas máximas do perímetro e áre que

uma quadra pode ter.

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5. ESTUDOS DE CASOS

Os estudos de casos apresentados possuem relação com a finalidade do trabalho a

que se quer chegar como resultado, apresentando modelos aplicados nos aspectos que

configuram o espaço em densidade, verticalização urbana e sustentabilidade.

O primeiro estudo de caso apresentado é a cidade de Curitiba, tendo como aspecto

semelhante ao município de Campo Grande as questões políticas, por ambas serem capitais,

e urbanísticas no que se refere a intenção dos traçados urbanos, o que se pode dizer como

justificativa a presença do mesmo planejador urbano em algum momento da história dessas

cidades. Curitiba atualmente apresenta aspectos de cidades sustentáveis, pelo traçado viário

e estruturante, pela sua arborização e pelo seu zoneamento, permitindo sempre áreas de

lazer em raios acessíveis aos habitantes.

O segundo estudo de caso é o 22@Barcelona, um bairro totalmente planejado com

a intenção de propor um novo conceito de cidade, o que pode denominar como cidade

compacta, com interação social, uso e ocupação do solo diversificado, conectividade,

geração de tecnologia e altas densidades urbanas. A intenção é apresentar os aspectos

inovadores existentes neste trabalho e a possível aplicabilidade dos mesmos, através de um

eficiente planejamento do uso do solo.

5.1 Curitiba – PR

A preocupação sobre a urbanização e densidade urbana em Curitiba se deu durante

os últimos 30 anos, tendo como divisor de águas em suas decisões urbanísticas o plano

diretor de 1966, primeiro plano que se preocupa com as questões de descongestionamento

central da cidade e a preservação da herança arquitetônica. A intenção do plano era

promover o incentivo de novos empreendimentos comerciais fora do centro da cidade e

estabelecer uma conexão com a implantação de áreas residenciais de alta densidade e a

oferta de transporte público eficiente, trabalhando os coeficientes de densidade, como o

índice de aproveitamento e taxas de ocupação, de forma que diminuíssem à medida que

fosse tomando distância dos eixos estruturantes de transporte. A Figura 5 apresenta a

proposta de macrozoneamento de 2014, seguindo os princípios já estabelecidos pelo plano

de 1966.

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Figura 5 - Proposta de Macrozoneamento da revisão do Plano Diretor de 2014. Fonte: Ippuc, 2014.

Por meio desse plano, a gestão urbana realizou seu trabalho com extremo cuidado

nas posteriores aprovações de projetos, respeitando a demanda sobre a infraestrutura e

estacionamentos.

Dessa forma, foram criados eixos estruturantes, onde no centro da via passa o

transporte público e em suas extremidades a circulação de automóveis, planejadas para que

os eixos de transporte passem nas direções Norte-Sul, Leste-Oeste e Sudeste-Norte. Esses

setores demarcaram o perfil urbano da cidade, acomodando o uso diversificado do solo,

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com residências e comércios, em densidades de até 600hab/ha. Nessas áreas estruturantes,

é permitido os edifícios atingirem até 6 vezes a área do lote.

Figura 6 - Rua Marechal Deodoro - Curitiba/PR.[ Fonte: Ippuc.

O conceito de densidade foi adotado por Curitiba como um instrumento capaz de

induzir maiores taxas de ocupação e coeficientes de aproveitamento dos lotes e ajudou a

definir um perfil e uma silhueta para a cidade. As regiões entre os eixos estruturantes

possuem baixas densidade, alcançando 70hab/ha, e são alcançadas densidade mais altas em

regiões próximas aos eixos estruturantes, com ocupações multifamiliares em prédios de

vários pavimentos, chegando a 180hab/ha.

O Ippuc ainda destaca que as altas densidades urbanas por meio dos eixos

estruturantes de transporte pública promove a maximização dos investimentos públicos e

ajuda o município a economizar 25% de consumo de energia, no mesmo momento que

promove a diminuição de emissões de dióxido de carbono. (IPPUC)

A Figura 6 apresenta o mapa de densidade populacional de Curitiba no ano de 2010,

apresentadas em hab/km², é possível perceber a maior concentração populacional nos eixos

estruturais da cidade.

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Figura 7 - Densidade populacional de Curitiba-2010. Fonte: IBGE, 2010.

Por meio da forma de planejamento urbano de Curitiba, a cidade teve como

resultados alternativas de aplicação da sustentabilidade na cidade, por meio de transporte

públicos a biodiesel, a alternativa do transporte público de qualidade como meio primordial

de locomoção de seus habitantes (tendo 45% das viagens realizadas por este modal), além

de ser uma das maiores cidades com incentivos ao uso cicloviário, com 120 quilômetros de

ciclovias ligando a cidade de ponta a ponta.

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Figura 8 - Eixo cicloviário. Fonte: Lucília Guimarães.

Curitiba se destaca pela busca de seu desenvolvimento sustentável, encontrando-se

com 16 parques, 14 bosques, mais de 1.000 espaços verdes distribuídos pelo espaço urbano,

possui legislação ambiental na qual protege a vegetação local, recicla aproximadamente 70%

de seus lixos e possui por volta de 1,5 milhão de árvores plantadas em vias e estradas.

(IPPUC)

Figura 9 - Parque Tanguá. Fonte: Google.

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Figura 10 - Parque Barigui. Fonte: Michel Willian.

5.2 22@Barcelona – Espanha

O Plano 22@, aprovado efetivamente em julho de 2000, é apresentado como uma

modificação do Plano Metropolitano Geral de Barcelona de 1976, a fim de renovar a área

industrial de Poblenou, que sofreu degradação após a saída de grandes indústrias da região.

A modificação consiste em permitir novo uso aonde antes só era permitido indústria.

O distrito 22@ que teria em torno de 115 quadras e fica entre a Gran Via, a Ronda

Litoral e a Vila Olímpica, teria então mais prédios, mais áreas verdes e espaços públicos para

fins de habitação de interesse social. A atividade industrial anterior seria substituída por

escritórios e equipamentos relacionados às novas tecnologias de informação e comunicação.

Tais modificações são um exemplo de compactação da cidade, uma vez que possuem na

mesma área e zona atividades que vão desde pesquisa, trabalho e indústria tecnológica até

residência e lazer.

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.

Figura 11 - Localização da área de intervenção do 22@Barcelona. Fonte: 22@barcelona.

]

Figura 12 - Área de abrangância - 22@Barcelona. Fonte: Quaderns.

A finalidade do projeto possui três eixos norteadores (Figura 13):

1) Renovação urbana: visa a restauração do dinamismo econômico e social do

Poblenou, e cria um ambiente equilibrado e diversificado, espaços produtivos que coexistem

com habitação, instalações e espaços verdes melhorando a qualidade de vida e de trabalho.

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2) Renovação econômica: transformar Poblenou em uma importante plataforma

científica, tecnologia e cultural, fazendo de Barcelona uma das cidades mais dinâmica e

inovadora internacionalmente.

3) Renovação social: incentiva a interação entre os diferentes profissionais que

atuam na área e a participação dos moradores do distrito nas oportunidades oferecidas

pelas novas tecnologias.

A Prefeitura de Barcelona, responsável pelo projeto de intervenção do 22@, fundou

a empresa AT 22 BCN, SAU em 2000, com a finalidade de promover e gerir as

transformações necessárias do projeto, que inclui mais de 4.000 m² de novas moradias, a

reurbanização de 37 km de estradas e fornecer cerca de 240.000 m² de terrenos para novas

instalações públicas, parques e habitações. Seu investimento do plano é de 180 milhões de

euros.

Desde o início do projeto já foram realizadas mais de 70% de renovação das áreas

industriais de Poblenou, com 139 ferramentas de planejamento. Estes projetos permitem

mais de 3.029.106 m² de construções, novas instalações de produção e serviços de

habitação. Na área econômica, já se iniciou com 4.500 novas empresas instaladas no local, e

representa uma média de 545 novas empresas instaladas anualmente. Em relação aos

trabalhadores no local, se totalizam 56.000 novos trabalhadores, metade deles possuem

formação universitária e a tendência é chegar aos 150 mil.

A metodologia do trabalho seguiu as seguintes etapas:

I. 1998-1999 - Debate sobre o destino das áreas reservadas à qualificação industrial de

Poblenou, Barcelona;

II. Desenvolvimento da Modificação do Plano Geral Metropolitano, com a participação

da comunidade local, segundo legislação e metas elaboradas pela prefeitura de

Barcelona;

III. Em julho de 2000, aprovação da Modificação do Plano Geral Metropolitano;

IV. A Prefeitura de Barcelona cria uma associação privada, 22@bcn S.A., de

responsabilidade jurídica própria, encarregada da gestão dos serviços e das

atividades municipais;

V. Desenvolvimento e execução pelo escritório 22@bcn S.A. de todas as atividades

urbanísticas que se referem às áreas industriais da região 22@.

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(a) (b) (c)

Figura 13 - Eixos de inovação - 22@Barcellona. Fonte: 22@Barcelona.

(a) Inovação Urbana (b) Inovação Econômica (c) Inovação Social

Produtos obtidos com o Plano:

• Estímulos para a diversificação do uso do solo e densificação da região;

• 10% da área transformada se torna equipamento público;

• Criação do plano especial de infraestrutura.

Figura 14 - Incentivos aos equipamentos públicos. Fonte: 22@Barcelona.

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Figura 15 - Incentivos à infraestrutura. Fonte: 22@Barcelona.

• Destinação de 10% da antiga área industrial e do total de áreas privadas para a

criação de novas zonas verdes;

• Recuperação de antigas moradias tradicionais e a construção de novas habitações de

proteção oficial;

• Conservação de elementos que contribuam para a preservação do legado histórico e

cultural.

Figura 16 - Incentivos a preservação do patrimônio histórico Fonte: 22@Barcelona.

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6. DENSIDADE URBANA EM CAMPO GRANDE

Dados do Censo Demográfico do ano de 2010 indicam que a densidade urbana

bruta em Campo Grande é extremamente baixa, mesmo em sua região central. De acordo

com os dados do PLANURB (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), em Campo

Grande e do Observatório de Arquitetura e Urbanismo, existem aproximadamente 700

imóveis verticais, considerados os que possuem mais de 3 pavimentos e a densidade menor

que 25 hab/ha em toda a cidade.

O Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, no ano de 2014 e 2015,

executou o Projeto de Extensão “Vazios Urbanos em Campo Grande”, coletando todas as

informações necessárias para a o banco de dados de vazios urbanos no Município, onde

correlacionou este estudo com outro antecedente de 1997, da autora Iris de Almeida

Rezende Ebner “A Cidade e seus Vazios: investigação e proposta para os vazios de Campo

Grande”.

Antes desses dois estudos, o único dado estatístico existente, era do Plano Diretor

de 1970, elaborado pela Empresa Hidroservice Engenharia que indicava um perímetro

urbano com 27.123 hectares e área urbanizada em torno de 5.760hectares na época. Ou

seja, há mais de 35 anos, a cidade já apresentava sinais de baixa densidade e enorme

extensão do perímetro urbano sem utilização e urbanização.

Em 1997 foram coletados todos os vazios urbanos existentes, como também a

relação das áreas de poder público e privado e a densidade urbana as áreas pertencentes ao

poder público e eram de 90,46% localizadas nas zonas Leste, Oeste e Sul, a zona Central

possui um total de 0,37% distribuídas nos bairros Bela Vista, Itanhangá e Amambaí; e a zona

Norte com aproximadamente 9,18% de terras públicas, com praticamente todas elas no

bairro Nova Lima. A Tabela 8 apresenta o levantamento das áreas com mais de 1 ha segundo

proprietário.

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Tabela 8 - Áreas com mais de 1 ha segundo proprietário - 1997. PROPRIETÁRIOS ÁREA (ha) PERCENTUAL (%)

Particulares 5.549,52 48,93

Construtoras e Imobiliárias 2.341,37 20,64

Poder Público 1.357,63 11,97

Empresas e Bancos 1.045,43 9,21

COHAB/EMHA/PREVISUL 577,30 5,09

Cooperativas Habitacionais 173,16 1,53

Outros (Igrejas, Associações,

Sindicatos, etc)

297,91 2,63

TOTAL 11.342,32 100,00

Fonte: Iris Ebner. A Cidade e seus Vazios.

A Tabela 8 apresentada aponta o estudo de 1997 dos vazios urbanos. O resultado

apresenta o número total de lotes de 116.320 lotes vazios, com uma área de 108.762.053 m²

de vazios urbanos.

Tabela 9 - Vazios Urbanos por estrato de área.

Extrato de área Número de lotes % Área (m2) %

250-500 99.231 85,31 37.567.029 34.54

501-1.000 11.422 9,82 7.150.991 6,57

1.001-2.500 1.577 1,36 2.261.959 2,08

2.501-5.000 1.537 1,32 6.981.089 6,42

5.001-10.000 1.152 0,99 7.692.254 7,01

10.001-20.000 786 0,68 10.143.412 9,33

20.000-50.000 411 0,35 12.424.862 11,42

50.000-90.000 204 0,18 24.683.457 22,62

TOTAL 116.320 100,00 108.762.059 100,00

Fonte: Iris Ebner. A Cidade e seus Vazios.

Posterior aos estudos de 1997, os vazios urbanos em Campo Grande foram

estudados através do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do

Mato Grosso do Sul, em 2014. O objetivo do trabalho foi mapear e classificar as áreas não

edificadas úteis para o uso urbano dentro do perímetro urbano do Município, objetivo no

qual oferece o suporte e base para o tema de estudo atual – densidade urbana,

verticalização e sustentabilidade em Campo Grande.

De acordo com os estudos de 2014, Campo Grande possui uma área urbana de

35.903,52 ha, e uma taxa de urbanização de 98,66% de acordo com o IBGE (Instituto

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Brasileiro de Geografia e Estatística). A cidade está dividida em sete regiões urbanas (Centro,

Segredo, Prosa, Bandeira, Anhanduizinho, Lagoa e Imbirussu), composta por 74 bairros e 793

parcelamentos.

Em relação a sua taxa média geométrica de crescimento, vem diminuindo desde

1980, onde possui uma taxa de crescimento de 7,61%, que diminuiu para 1,72% em 2010. A

figura 19 apresenta o estudo dos dados demográficos realizado pelo Observatório de

Arquitetura e Urbanismo.

Figura 17 - Dados Demográficos - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

A densidade urbana bruta estudada no ano de 2014 varia de 10 hab/ha até 63,680

hab/ha, densidade trabalhada por bairros. A figura 20 apresenta o mapa da densidade

urbana bruta de Campo Grande, por meio dele é possível analisar as áreas mais adensadas

(em azul mais escuro) e é possível salientar que as áreas mais adensadas da cidade não estão

na região Centro, estas estão na região Lagoa, Anhanduizinho e um bairro da região Prosa.

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Figura 18 - Densidade Urbana Bruta - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

Para a realização do trabalho dos vazios urbanos, foi realizado um levantamento

por fotointerpretação, este no qual, coleta as informações como áreas edificadas e não

edificadas, áreas de domínio público ou particular, e formas de ocupação, informações nas

quais são essenciais para a compreensão da morfologia de Campo Grande. A figura 21

apresenta o organograma deste estudo em Campo Grande.

Figura 19 – Levantamento por fotointerpretação – Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

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Em relação as áreas sem edificação da cidade (consideradas taxa de ocupação até

25%), representam 52,65% das áreas dentro do perímetro urbano de Campo Grande, o que

corresponde um pouco mais da metade de toda a área urbana da cidade. A figura 22

apresenta em mapa as áreas sem edificação de Campo Grande.

Figura 20 - Área sem edificação - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

O domínio das áreas não edificadas está dividida em 40,34% sem edificação

particulares e 12,31% de áreas sem edificação pública. Grande parte destas áreas estão

concentradas nas extremidades do perímetro urbano de Campo Grande. É possível perceber

a distribuição das áreas de poder público ao longo de todo o perímetro urbano.

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Figura 21 - Domínio das áreas não edificadas - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

As áreas do poder público estão divididas em espaços livres e áreas de domínio

público. Na figura 24 é possível analisar as áreas em verde, nos quais representam todos os

espaços livres existentes dentro do perímetro urbano de Campo Grande, e em azul, todas as

áreas de domínio público.

Figura 22 - Espaços livres e áreas de domínio público - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

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Os vazios urbanos são considerados todas as áreas de domínio particular que pode

ser urbanizada por estar disponível para o mercado imobiliário e para o setor público, com

potencial de serventia aos diversos usos e a consequente possibilidade de exercer a função

social da terra urbana, o que corresponde a 39,92% de toda a área dentro do perímetro

urbano. Além destes, outros espaços vazios são as áreas livres e as áreas de domínio público,

que equivalem a 12,73% de toda a área urbana. Estes dados são apresentados e melhor

visualizados por meio da representação em mapa da figura 25.

Além dos estudos dos vazios urbanos realizados de forma geral, foram coletados

dados de vazios urbanos por região da cidade, apresentada na tabela da figura 26. A região

que possui maior vazios urbanos é o Bandeira, seguido da região Imbirussu e Segredo

(51,46%, 48,26% e 44,37%, respectivamente). A figura 26 apresenta a tabela com a relação

dos vazios urbanos existentes em cada região da cidade em ha, e seus respectivos

percentuais.

Figura 23 -Vazios Urbanos – Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

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Figura 24 - Vazios urbanos por região - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

O índice de exclusão social tem como objetivo possibilitar o reconhecimento do

grau de desigualdade social. O mapa abaixo apresenta este incide, no qual onde as cores

estão mais acentuadas, são as áreas de maior desigualdade.

Figura 25 - índice de exclusão social - Campo Grande/MS. Fonte: Observatório de Arquitetura e Urbanismo – UFMS, 2014.

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A tabela 8 apresenta detalhadamente todos os dados gerais dos vazios urbanos em

toda a cidade de Campo Grande, trazendo os indicadores de áreas de domínio público, áreas

livres com seu respectivo detalhamento (canteiros, praças, parques, etc), e os vazios

urbanos.

Diante dos dados e informações apresentadas sobre a realidade de Campo Grande

nas questões de densidade urbana, a existência de vazios urbanos e as consequências que

esta causa à cidade, o trabalho relacionará a teoria e o objetivo a que se quer alcançar,

juntamente com os dados coletados da realidade da cidade. Por meio desse embasamento

teórico/conceitual e diagnóstico, possibilitará os estudos de densidade urbana,

verticalização e sustentabilidade em Campo Grande/MS.

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Tabela 8 - Tabela detalhada dos estudos referente aos vazios urbanos em Campo Grande/MS - 2014

Toda a cidade - Campo Grande/MS

35903,52 ha

TOTAL POUCO OCUPADO: 18729,51 ha 52,17 %

ADP ESPAÇOS LIVRES VAZIOS URBANOS

1702,20ha 2825,57 ha 14201,75ha

4,74% da RU 7,87% da RU 39,56% da RU

público particular TO = 0 0 < TO <= 25%

2678,38ha 147,18ha

9363,90ha 4837,85ha

94,79 5,21 % da tipologia

65,93 34,07 % da tipologia

ADP_N ADP_SUB PRAÇA PARQUE CANTEIRO TERM/FERR MILITAR OUTROS L LE_N LE_SUB UNP_N UNP_SUB LOTFECH_N LOTFECH_SUB

869,29ha 832,91ha 151,62ha 793,87ha 265,05ha 599,68ha 845,62ha 169,73ha 2502,52ha 883,23ha 776,31ha 5896,70ha 3746,95ha 81,45ha 314,60ha

51,07%daTIP 48,93%daTIP 5,37%daTIP 28,10%daTIP 9,38%daTIP 21,22%daTIP 29,93%daTIP 6,01%daTIP 17,62%daTIP 6,22%daTIP 5,47%daTIP 41,52%daTIP 26,38%daTIP 0,57%daTIP 2,22%daTIP

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7. PLANO DE TRABALHO

7.1 Objetivos

O objetivo geral da ação é identificar, mapear e analisar o processo de verticalização

e adensamento das edificações dentro do perímetro urbano de Campo Grande a partir das

informações disponíveis no banco de dados do Instituto Municipal de Planejamento Urbano

- PLANURB, contidas nas sete regiões urbanas.

O Projeto objetiva ainda:

a) elaborar Mapas Urbanos com os edifícios existentes com mais de 3 pavimentos,

encontrados bairros e zonas de uso;

b) analisar os dados encontrados possibilitando nova leitura sobre a cidade para

investigações futuras;

c) possibilitar construir indicadores para a revisão do Plano Diretor em 2016/2017 com bases

de dados mais consistentes permitindo encontrar novas políticas setoriais;

d) divulgar para os usuários - profissionais da arquitetura e engenharia, profissionais do

setor imobiliário e investidores em especial - dados mais confiáveis da situação urbana do

adensamento de Campo Grande;

e) elaborar indicadores de sustentabilidade da construção vertical;

f) possibilitar a construção de políticas públicas para adensamento e verticalização na

cidade.

7.2 Metodologia e Avaliação

A metodologia adotada na execução do projeto consiste na realização de quatro

atividades assim distribuídas:

a) levantamento das informações e referências;

b) o inventário da verticalização com mapeamento dos dados com usando como base

a pesquisa cadastral do PLANURB;

c) a análise e elaboração de uma planilha de indicadores;

d) produção dos resultados do trabalho.

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A primeira parte do trabalho tem como metodologia a utilização de informações

existentes na Prefeitura de Campo Grande, por meio do PLANURB e SEMADUR, qual seja o

cadastro imobiliário lançamento de tributos, licenciamentos municipais e implementação

das diversas políticas como educação, saúde, meio ambiente, assistência social e

desenvolvimento urbano e social, bem como no software livre Google Earth, com as imagens

e com o banco de dados de imagens do PLANURB, além do banco de dados do trabalho

'Vazios Urbanos em Campo Grande'.

A segunda parte consiste em proceder levantamento de toda a verticalização de

Campo Grande, constituída de todos os edifícios da cidade com mais de 3 pavimentos, por

zona de uso e por bairro, com mapeamento digital e dados geoprocessados e

georeferenciados.

A terceira parte consiste em analisar os dados mapeados e identificar os espaços

mais adensados e verticalizados por bairro e por tipologia de lotes e áreas além de relacionar

indicadores que necessitam ser usados na análise de estudos de casos de 5 situações

emblemáticas de adensamento e verticalização e por fim a ultima parte consiste em analisar

todos esses dados e elaborar um relatório final que contemple a real situação do assunto em

Campo Grande.

As ações propostas para cada atividade são descritas a seguir: ATIVIDADE 1 – LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES E REFERÊNCIAS Nesta atividade, está programada a seguinte estrutura de trabalho:

1. montagem da equipe técnica da UFMS e dos parceiros;

2. montagem da equipe dos estagiários da UFMS e de outros locais fora da UFMS,

especialmente do SECOVI e FAPEC;

3. montagem do Plano de Trabalho;

4. treinamento e capacitação da equipe;

5. aproximação com o Banco de Dados e uso dos softwares;

6. divisão das tarefas por equipes, para cada bairro, com organização e sistematização de

todas as informações;

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7. preparação dos trabalhos com sistematização das informações a serem colhidas,

desenhadas e especificadas;

8. levantamento de dados e mapeamento da verticalização e adensamento;

9. visita in loco para algumas verificações.

Nessa etapa, contaremos com um profissional do Laboratório de Estudos

Urbanos/Observatório de Arquitetura e Urbanismo e um profissional cedido pela FAPEC

além de um grupo de acadêmicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, lotados no

Observatório de Arquitetura e Urbanismo. As tarefas serão coordenadas pelos professores

do projeto além dos profissionais dos entes parceiros.

ATIVIDADE 2 – INVENTÁRIO DA VERTICALIZAÇÃO E MAPEAMENTO

Nessa atividade está programada a seguinte estrutura de trabalho:

1. análise da consistência dos dados a serem produzidos e confiabilidade da informação;

2. montagem de uma estrutura para o inventário com base nos dados disponíveis no banco

de dados da PLANURB, do SECOVI-MS e do Observatório por zonas, bairros e regiões

urbanas;

3. mapeamento digital dos dados.

ATIVIDADE 3 – ANÁLISE DOS DADOS E INDICADORES

Nessa atividade está programada a seguinte estrutura de trabalho:

1. análise dos dados e para a construção dos indicadores;

2. estudo de caso de edifícios em diversas situações de verticalização e adensamento,

usando como base os indicadores.

3. divulgação dos resultados preliminares.

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ATIVIDADE 4 – PRODUÇÃO DOS RESULTADOS, DIVULGAÇÃO E RELATÓRIO FINAL

Nessa atividade está programada a seguinte estrutura de trabalho:

1. produção de um relatório final contendo o inventário da verticalização e adensamento de

Campo Grande, contendo o mapeamento e os indicadores usados para as análises além dos

resultados obtidos;

2. divulgação de todos os dados por meio de Seminários e palestras e divulgação pela

imprensa local.

A disseminação de conhecimentos específicos realizadas pelo projeto se dará com a

divulgação dos dados por meios eletrônicos e mídias além do Relatório Final a ser entregue

aos parceiros.

Com os conhecimentos gerados a partir dessas atividades, os alunos envolvidos no

projeto poderão realizar outras atividades de pesquisa e de extensão ou ainda iniciar outros

projetos de iniciação científica bem como o trabalho, certamente, produzirá material teórico

suficiente para dar início a outros trabalhos.

A avaliação dos resultados será realizada em todas as etapas, por meio de reuniões

técnicas com palestras do andamento das etapas e com a finalização dos trabalhos.

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8. Referências Bibliográficas

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