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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS CURSO DE ENFERMAGEM Marcos Antonio Portela “A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE COM DEFICIENCIA AUDITIVA” ASSIS 2009

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS CURSO DE ENFERMAGEM

Marcos Antonio Portela

“A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE COM DEFICIENCIA AUDITIVA”

ASSIS 2009

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS CURSO DE ENFERMAGEM

Marcos Antonio Portela

“A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE COM DEFICIENCIA AUDITIVA”

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado a Fundação Educacional do Município de Assis, como exigência para a obtenção do título de Enfermeiro. Orientadora: Profª . Dra. Elizete Mello da Silva

ASSIS 2009

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VE

DE

PORTELA, Marcos Antonio Título: “A importância do Enfermeiro no cuidado do paciente com deficiência auditiva” PORTELA, Marcos Antonio Assis, 2009. 44f.: il; 30 cm Orientadora: Professora Doutora Elizete Mello da Silva Trabalho Monográfico (Curso de Enfermagem) – Fundação Educacional do Município de Assis, 2009.

1. Surdez e o paciente com deficiência auditiva. 2. O processo de comunicação em Enfermagem. 3. Aspectos da comunicação do enfermeiro e o deficiente auditivo

CDD:

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS CURSO DE ENFERMAGEM

Marcos Antonio Portela

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado a Fundação Educacional do Município de Assis, como exigência para a obtenção do título de Enfermeiro. Orientadora: Profa. Dra. Elizete Mello da Silva.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. .............................................................

Fundação Educacional do Município de Assis

___________________________________________

Prof. .............................................................

Fundação Educacional do Município de Assis

_____________________________________________

Prof. .............................................................

Fundação Educacional do Município de Assis

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS

CURSO DE ENFERMAGEM

Marcos Antonio Portela

“A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE COM DEFICIENCIA AUDITIVA” Com base no disposto da lei Federal n. 9160, de 19/02/1998, AUTORIZO a Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, sem ressarcimento dos direitos autorais, a disponibilizar na rede mundial de computadores e permitir a reprodução por meio eletrônico ou impresso do texto integral e/ou parcial da OBRA acima citada, para fins de leitura e divulgação da produção científica gerada pela Instituição.

Assis-SP, ____/_____/_____

_____________________________________

Marcos Antonio Portela

Declaro que o presente Trabalho de Conclusão de Curso, foi submetido a todas as Normas Regimentais da Fundação Educacional do Município de Assis e, nesta data AUTORIZO o depósito da versão final desta monografia bem como o lançamento da nota atribuída pela Banca Examinadora.

Assis-SP, ____/_____/_____

Profa. Dra. Elizete Mello da Silva Orientadora

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus todo poderoso, por nos conceber mais está

vitória.

A minha orientadora Elizete Mello (Dedé) pela

determinação, dedicação, carinho e atenção.

À minha família, pela compreensão e apoio.

Aos colegas do 4º ano de Enfermagem pelo carinho.

Marcos Antonio Portela

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SUMÁRIO

RESUMO------------------------------------------------------------------------------------------08

ABSTRACT---------------------------------------------------------------------------------------09

INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------10

CAPITULO 1

� SURDEZ E O PACIENTE COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

1.1 Sobre a surdez ---------------------------------------------------------------------------12

1.2 Pacientes com insuficiência auditiva ----------------------------------------------15

1.3 Código de Libras ------------------------------------------------------------------------17

CAPITULO 2

� O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM

2.1 Comunicação em enfermagem ------------------------------------------------------20 2.2 Linguagem não verbal ------------------------------------------------------------------22

2.3 A comunicação e o cuidado humanizado -----------------------------------------27

CAPITULO 3

� ASPECTOS DA COMUNICAÇÃO DO ENFERMEIRO E O DEFICIENTE AUDITIVO

3.1 O uso da linguagem de sinais (LS) na comunicação entre os atuantes da equipe de enfermagem ou da área da saúde ------------------------------------------29

3.2 A falta de autonomia dos pacientes com deficiência auditiva ---------------31

3.3 As ações voltadas ao paciente com deficiência auditiva ----------------------33

CONCLUSÃO-----------------------------------------------------------------------------------35

REFERÊNCIA----------------------------------------------------------------------------------36

ANEXOS ----------------------------------------------------------------------------------------38

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RESUMO

O trabalho de pesquisa visa abordar a relação do cuidado entre clientes

com deficiência auditiva que utilizam a comunicação não verbal e os

profissionais da saúde. A qualificação mais humanizada do profissional da

saúde, em especial dos enfermeiros, e o conhecimento sobre código de Libras,

são formas de vencer as dificuldades do cuidador na relação estabelecida com

o deficiente auditivo.

Palavras-chaves: deficiência auditiva, Enfermagem, humanização, código de

Libras

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ABSTRACT

The research work seeks to approach the relationship of the care among

customers with hearing deficiency that you/they use the communication no

verbal and the professionals of the health. The professional's of the health

humanized qualification, especially of the nurses, and the knowledge on code of

Pounds, they are forms of winning the caretaker's difficulties in the established

relationship with the deficient hearing.

Word-key: hearing deficiency, Nursing, humanização, code of Pounds

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Introdução:

A presente pesquisa tem como proposta analisar a relação estabelecida

no processo de comunicação entre enfermeiro e paciente com deficiência

auditiva nas diferentes práticas do cuidar. Sob o ponto de vista da Enfermagem,

as necessidades especiais dos portadores de deficiência auditiva fazem

despertar um cuidado diferenciado no atendimento e tratamentos dos mesmos.

Na rede pública de Saúde devemos nos preocupar com a destreza e a

qualificação técnica dos funcionários que irão atendê-los. O simples fato de não

saber interpretar os seus sinais irá desqualificar o procedimento e o tratamento

pretendido. Neste sentido, se faz necessária a utilização da comunicação não

verbal, gestual e mímica. Justamente para aperfeiçoar o processo comunicativo

entre o cuidador e aquele que precisa do cuidado.

A qualificação mais humanizada do profissional da Saúde, em especial

do enfermeiro, quanto ao conhecimento sobre o código de LIBRAS, é

certamente uma das formas de vencer as dificuldades que o cuidador

comumente enfrenta com o deficiente auditivo.

Neste âmbito, também são pertinentes as discussões das ações políticas

e governamentais na área da Saúde voltadas aos cuidados destes

paciente/clientes.

E neste viés poderemos perceber o enfermeiro proporcionando uma

maior autonomia no cuidado dos pacientes com deficiência auditiva e a

importância do uso da linguagem de sinais na comunicação entre os atuantes

da área da saúde.

Diante de tais perspectivas de analise, percorremos na presente

pesquisa uma serie de referencias teóricas e temáticas abordando a literatura

especializada e os artigos publicados na área da Saúde. Tratando-se, assim, de

uma pesquisa bibliográfica.

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O trabalho foi estruturado em três capítulos. No primeiro conceituamos o

que é surdez e analisamos os perfis de pacientes com deficiência auditiva, bem

como a linguagem do código de libras. Já na segunda parte falamos sobre o

processo de comunicação em Enfermagem e o uso da linguagem verbal e não

verbal articulada no cuidado humanizado. No terceiro capitulo tratamos da falta

de autonomia do paciente com deficiência auditiva e a importância do uso da

linguagem de sinais entre enfermeiros e os atuantes na área da saúde.

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Capitulo 1- Surdez e o paciente com deficiência

auditiva

1.1 - Sobre a Surdez

Antes de abordamos as questões pertinentes sobre o paciente, portador

de necessidades especiais, precisamos entender o que é ser um deficiente

auditivo.

Como conceitua o dicionário Aurélio (2002) surdo é aquele não ouve

nada, ou aquele que ouve pouco. Quando uma pessoa é portadora de tal

deficiência seja suas necessidades se tornam limitadas seja congênita ou

adquirida. No caso de surdez congênita a pessoa já nasce com esse tipo de

deficiência, e a adquirida tem como origem uma doença, um trauma, ou uma

fatalidade. Geralmente a surdez, é tratada como um defeito, que não se pode

ver, e por isso mesmo, só tomamos conta quando percebemos que há algo

errado e dai então passamos a perceber a importância da audição na vida do

ser humano.

A orelha ou órgão de audição como nos informa Gray (2005, p.875)

sendo dividido em: orelha externa, orelha média ou cavidade timpânica e orelha

interna ou labirinto. Sendo a orelha externa constituída por uma porção

expandida ou pavilhão e pelo meato acústico externo que tem como função

captar as vibrações do ar e conduzi-los para a cavidade timpânica, sendo um

pavilhão ovóide com extremidade voltada para cima onde sua estrutura é

composta por lamina de cartilagem elástica a sua pele é fina e aderente a

cartilagem com vários pelos delicados e seus dois ligamentos; anterior e

posterior que prendem a orelha ao lado da cabeça, onde a orelha externa

composta pelo meato acústico externo e sendo separada do ouvido médio pela

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membrana timpânica e se encontram três ossículos moveis: martelo, bigorna,

estribo e o ouvido interno sendo dividido por dois labirintos, um ósseo e outro

membranoso, entre esses dois labirintos existe um liquido, a perlinfa. As

vibrações são produzidas por estímulos sonoros que são conduzidos pelo

ouvido médio até a perlinfa onde as vibrações vão ser conduzidas à endolinfa

que é um liquido composto no ouvido interno que vai envolver o órgão de Corti,

sendo neste órgão encontrados os receptores auditivos que tem como função

de captar os estímulos sonoros e transmiti-los para o córtex auditivo e o sistema

nervoso central vai decodificá-los.

Existem dois tipos de surdez, sendo as mais comuns a surdez por

condução, que é considerada a menos grave e afeta o ouvido externo. Como

conseqüência as ondas sonoras não são ser bem conduzidas para o pavilhão

do ouvido interno. Suas principais causas são: o excesso de cerume no ouvido,

infecções agudas, perfuração timpânica que ocorre devido a infecções crônicas

no ouvido.

E a surdez do nervo auditivo que vai ocorrer na cóclea que é parte

anterior do labirinto, ou ouvido interno que lembra um formato de caracol. É um

órgão interno da nossa audição e a mesma não consegue transformar a energia

mecânica da vibração que um som é capaz de produzir e a mesma tem como

função de transformar em energia elétrica para ser transmitida ao cérebro que

por sua vez irá fazer a interpretação desse som.

Esse tipo de surdez é hereditário, sendo as pessoas do sexo feminino

mais afetadas do que as do sexo masculino, aparecendo na faixa etária dos 20

aos 30 anos de vida é progressiva podendo chegar à surdez total. Os fatores

predisponentes estão relacionados à exposição ao ruído de alta intensidade ou

volumes de som altos.

A presbiacusia, é a surdez causada pela idade avançada, por viroses

como caxumba, meningite e rubéola, uso de drogas e medicamentos, traumas

na região do pavilhão auditivo, doenças cardiocirculatórias, defeitos congênitos,

alguns tipos de alergias, tumores e diabetes mellitus.

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Os tipos de surdez em graus se classificam em surdez leve, moderada,

acentuada, severa e profunda. Considerando uma freqüência menor que 20

(dB) decibéis1, podemos dizer que será um ouvinte normal, sem conseqüências

sociais para o paciente, ocorrendo apenas algumas perturbações ovais.

De 25 a 40 decibéis - surdez leve ocorrem dificuldades de se ouvir vozes

graves ou a certa distância e a maioria dos sons da sua rotina diária se

consegue captar e entender os sons.

De 41 a 55 decibéis - surdez moderada com escala de grau 1 que vai de

uma freqüência de 41-55 dB o cliente consegue interpretar melhor se o

interlocutor estiver à vista. E o mesmo consegue captar alguns sons da sua

rotina diária.

De 56 a 70 decibéis - surdez acentuada que é considerada de grau 2

De 71 a 90 decibéis - surdez severa onde uma freqüência de 71-80 dB é

considerada de grau 1 e com uma freqüência de 81-90 dB vai ser de grau 2,

onde é possível se ouvir se o interlocutor estiver próximo ao ouvido do cliente e

apenas sons altos são captados.

Na surdez profunda sendo percebidos ou captados apenas os sons bem

altos ou acima de 91 decibéis.

1 Intensidade ou volume dos sons que é medida em unidades

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1.2 - Pacientes com insuficiência auditiva

Em casos de surdez leve as pessoas com esse tipo de perda auditiva se

dão conta que ouvem menos, e que se pode se tornar distorcidos e com uma

conversação com palavras de difícil entendimento.

Devem-se analisar quais as causas foram ocasionando a perda auditiva.

Se for ocasionado por um acúmulo de cerume no canal do ouvido, este pode

ser resolvido apenas com um procedimento medico até mesmo no consultório

para realização de lavagem, ou seja, procedimento que o profissional habilitado

realizara para fazer a retirada do conteúdo de cera da região do ouvido.

Já em casos de perfurações timpânicas e lesões nos ossículos martelo,

bigorna e estribo o procedimento vai ser cirúrgico.

Em casos de otite secretora onde ocorre um acúmulo de secreção atrás

da região timpânica com um período de mais de noventa dias sem ocorrer uma

melhora na audição, para os casos de tumores, o tratamento vai ser definido

pelo profissional capacitado que poderá indicar o procedimento que poderá ser

cirúrgico, radioterápico ou radiocirúrgico.

Para pacientes com casos de surdez severa e profunda vai ser indicado

o uso de implante coclear, que são sistemas eletrônicos que vão ter a função de

transmissão de estímulos elétricos ao cérebro através do nervo auditivo, onde

esses estímulos elétricos vão ser interpretados pelo cérebro como sons. É um

procedimento cirúrgico e tem como função o restabelecimento do canal

auditivo.

Em muitos pacientes se tem indicação de aparelhos auditivos, para

amplificação dos sons, que também vai depender do grau de surdez que o

paciente vai apresentar.

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Principalmente quando há um grupo de pessoas conversando ao mesmo

tempo, sendo necessário o aumento do tipo de som para que as palavras

fiquem de forma de fácil entendimento ou até mesmo ouvir o sinal de um

aparelho telefônico ou até mesmo uma buzina de um automóvel.

É simples a percepção para leigos com relação a este tipo de assunto. É

fácil notar quando uma criança não ouve, pois esta não se assusta com os

barulhos existentes como o som de uma buzina, ou até mesmo o ato de falar

com um tom mais elevado. E quando mais tarde realizado seu diagnostico, a

criança vai apresentando dificuldades de aprendizagem, dificuldades de

relacionamento e passam a serem excluídas. Por isso quanto mais cedo esse

diagnostico for realizado maior será a chance de esta criança vir a ter uma vida

social menos atribulada, o que vai depender do tipo de deficiência, suas causas

e um melhor atendimento para este portador de tal deficiência e o designo de

um tratamento para que a mesma tenha uma vida o mais normal possível.

A audição é o órgão responsável para que possamos ouvir e nosso

cérebro saber interpretar o que estamos ouvindo, seja um som agradável ou

algo que nos desagrade. Então imagine o que é não poder ouvir absolutamente

nada, um mundo onde se imagina através de percepções. De vibrações que

nos possam dizer algo e tentarmos traduzir como isto funciona.

Em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do ligeiro ao

profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia. A perda

auditiva leve não tem efeito significativo no desenvolvimento desde que não

progrida, geralmente não é necessário uso de aparelho auditivo. Perda auditiva

moderada pode interferir no desenvolvimento da fala e linguagem, mas não

chega a impedir que o individuo fale. Perda auditiva severa interfere no

desenvolvimento da fala e linguagem, mas com o uso de aparelho auditivo

poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da

fala e linguagem. Perda auditiva profunda: Sem intervenção a fala e a

linguagem dificilmente irão ocorrer.

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1.3 - Código de Libras

A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é a linguagem usada pelos surdos,

não se tem conhecimento sobre seu inicio, mas algumas literaturas dizem ser

de origem Francesa, foi reconhecida como meio de linguagem pelos surdos,

através de Lei Federal nº 10.436/02 e regulamenta através de decreto nº 5.626

de 22 de Dezembro de 2005 (anexo 1).

A partir deste decreto a comunidade passou a usar a linguagem de sinais

como língua natural. Sendo usada como meio de inclusão social, e necessita de

recursos de expressão gestual como mímica e gestos e como em toda

linguagem se faz necessário o conhecimento do seu domínio para aprendizado

e ensino na capacitação e expressão dos pacientes surdos.

A Língua de Sinais (LS) é uma linguagem natural da comunidade surda,

possui sua própria estrutura gramatical, não são só mímicas mais sim gestos

soltos, ou seja, muito se usa a expressão facial, gestos qual os mesmos são

utilizados pelos surdos para facilitar sua comunicação e uma melhor

interpretação, e atribui se de língua pelos níveis lingüísticos, fonológico,

morfológico, sintático, e o semântico.

Denominamos sinais palavras orais auditivas quais podem ser

compreendidas, o que diferencia a linguagem de sinais é a sua modalidade

visual espacial, onde uma pessoa que quer entrar em contato com a linguagem

de sinais, vai estar aprendendo um nova língua, onde poderá discutir qualquer

tema ou assunto e até mesmo escrever uma historia ou um fato quem sabe, e

assim vai conseguir ou tentar entender como funciona o mundo dessas

pessoas.

Cada país possui a sua própria linguagem de sinais (LS) e adaptada

conforme a sua cultura, seus costumes e seus hábitos, e tem expressões que

diferem de cada região, e designa ali a língua utilizada. Os sinais dessa

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linguagem irão ser formados pela combinação dos gestos e movimentos das

mãos do ponto do corpo ou onde esses sinais são feitos, que designarão o

sentido do sinal, a configuração das mãos que é objeto principal desta

linguagem será a datilologia (que indica uma relação com os dedos), onde a

mão dominante será usada, ou então o uso das duas mãos para conversação e

atenção para cada parte do corpo.

O mesmo sinal pode ter varias formas de interpretação isso vai depender

de que ponto de articulação esse sinal é feito ou onde o mesmo toca a parte do

corpo. Os sinais podem ter movimento ou não, isso também vai designar o

sentido do sinal e a forma que ele vai representar para a identificação da

palavra.

As expressões faciais ou mímicas, e as expressões corporais vão ser

primordiais, pois é a mesma que vai identificar a entonação real do sinal da

linguagem de sinais (LS). Os sinais também servem como parâmetros com o

sentido de ir e vir ou com sentido de orientação e direção.

A grafia da Linguagem de Sinais (LS) que são os sinais usados em

Libras vai ser representada na língua portuguesa em letra maiúscula como:

OBJETO, NOMES. Já a datilologia ou alfabeto manual vão ser usados para

expressar o nome das pessoas, lugares e certas palavras que não possuem

sinais, vai ser representada nas palavras separadas por hífen, como por

exemplo, M-A-R-C-O-S. Quanto à concordância verbal irão ser apresentados no

infinitivo e suas concordâncias e também suas conjugações vão ser feitas

através de espaço, já as frases vão ter que obedecer as estruturas de LIBRAS

e não a da Língua Portuguesa e os pronomes pessoais vão serem

representados por um sistema de apontação, que é muito usado nesse tipo de

gramática, onde culturalmente é muito bem aceito.

Para entender e também o saber da conversação em LIBRAS, tem que

se conhecer os sinais da dessa linguagem de uma forma bem expansiva, deve

se conhecer também como funciona sua estrutura gramatical e a sua

combinação com as frases.

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O alfabeto de LIBRAS foi desenvolvido e adaptado um alfabeto para

cada país, como forma de linguagem da mesma.

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2. O processo de comunicação em Enfermagem

2.1 - Comunicação em Enfermagem

Atualmente muito se tem discutido sobre tal assunto e de que melhor

forma de podemos por em pratica tal aprendizado sendo a comunicação um

fator diário, seja para o nosso trabalho, nosso lazer e nas coisas mais simples

que executaremos no dia a dia.

A comunicação em Enfermagem segundo, Silva (2006, p.13) “está

relacionada à tarefa do profissional de saúde é decodificar, decifrar e perceber

o significado da mensagem que o paciente envia, para então estabelecer um

plano de cuidados adequado e coerente com suas necessidades”.

Entre as formas de comunicação temos a comunicação verbal, a

comunicação não verbal, a oral e a comunicação escrita onde é utilizada uma

linguagem verbal, sendo nesse tipo de escrita a palavra, pois quando se usa tal

ferramenta para falarmos com alguém ou quando estamos lendo algo ou

quando escrevemos algo esse tipo de comunicação. É a mais usada em nosso

cotidiano para podermos expor nossas idéias. Através de nossos pensamentos

que por desse meio de comunicação vai sempre, ser muito importante, desde

que aprendemos a conhecer e a formar palavras, e começamos a entender

seus significados e começamos a dar a importância devida para esse tipo de

comunicação entre nós os seres humanos.

Para a equipe de Enfermagem, a escrita é um dos meios de

comunicação mais usados pela equipe, pois através dela iremos anotar no

prontuário do pacientes todas as intercorrências, medicações, cuidados

prestados e de que forma estão ocorrendo às evoluções do paciente, tudo no

que diz respeito ao cuidado realizado com o mesmo. E o que usamos para

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realizar tais tarefas, sem duvida são as anotações, tendo que ser de forma

clara, diretas sem rasuras, ticadas e checadas sempre que um procedimento for

realizado. E através da escrita que conseguimos realizar tais tarefas, por isso, é

preciso estarmos atentos as anotações, pois, seguindo as mesmas vamos dar

continuidade ao tratamento do nosso cliente.

A equipe de Enfermagem tem que ter consciência dessa importância, e o

responsável por essa equipe deve sempre contar com a colaboração de seus

funcionários, para um bom andamento da unidade e de sua equipe. E como

nossa preocupação refere á pacientes com certo tipo de deficiência, o

Enfermeiro precisa elaborar metas e planejamento para trabalhar com esse tipo

de paciente.

Elaborando cuidados através da linguagem escrita, e uma linguagem não

verbal para pacientes que não conseguem entender a escrita deve-se elaborar

meios de comunicação para que a equipe de enfermagem possa entender as

necessidades de seus pacientes através de fotos, desenhos onde possam nos

trazer informações sobre o paciente cuja comunicação não seja prejudicada.

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2.2 - Linguagem Não Verbal

Para usar a linguagem não verbal, podemos usar uma forma simples de

comunicação as figuras, onde através de um desenho conseguimos identificar o

que ela nos representa e podemos entender e compreender a mensagem que

nos é passada.

Esse tipo de linguagem é muito usado em escolas, onde os primeiros

ensinamentos que são passados as crianças para uma melhor fixação. Na

ausência da palavra vamos ter uma linguagem não-verbal usando códigos para

identificar o que esta sendo passado que também podem ser usados os gestos,

a dança, a mímica e também as cores como o semáforo onde preconizam se

três cores: verde significa vá, amarelo significa atenção e o vermelho significa

pare.

A comunicação nas suas várias formas é a troca de informações onde o

emissor envia a mensagem e o receptor a capta. O mesmo acontece quando

conversamos com alguém, ou estamos lendo uma revista ou um bom livro. A

palavra é o nosso código, ou seja, a linguagem verbal está sendo usada, e

desta forma estamos usando a linguagem do nosso cotidiano seja ela de forma

escrita ou falada.

E quando estamos nos comunicando por sinais ou por outra forma seja

ela por gestos, mímica e dança, ou através de nosso corpo através da

simbologia da linguagem não-verbal, também estamos nos comunicando, pois

conseguimos entender e interpretar o que estes símbolos ou códigos estão nos

dizendo, seja ela qual forma da mensagem que nos foi passada.

Para as pessoas com deficiência auditiva devem ser alfabetizadas em

escolas tanto estaduais ou municipais para auxilio do papel de inclusão social,

pois a forma de aprendizagem de uma criança que possui tal deficiência, como

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podemos explicar que ela sempre vai ser diferente das outras no sentido de

educação, nas brincadeiras e nos modos de socialização.

Na tarefa de educação de seus filhos cabe aos pais tal escolha, e

existem escolas especializadas para crianças com necessidades especiais,

além de profissionais treinados para tal papel de educador, além do uso de

aparelhos de surdez e outras formas de linguagem. E o educador deve ter em

mente que essas crianças precisam estudar mais do que seus amigos de

classe, por isso muitas vezes ele deve estar preparado para o estresse devido

às mesmas estarem mais sujeitas a um comportamento diferenciado devido à

sobrecarga por questão de atividades e suas dificuldades sensoriais e

emocionais.

Para o uso de uma linguagem não-verbal o educador ou o profissional da

saúde, deve usar meios como uma melhor comunicação de seus alunos como

os pacientes. Podendo usar de métodos que podem ser:

A linguagem corporal muito usada para esse tipo de comunicação. Alem

de outros suportes como gestos, mímicas, desenhos pinturas que vai auxiliar no

dia a dia do portador com deficiência auditiva que vai servir de mensagem para

a comunicação e todo o processo de interação com o aluno ou o nosso

paciente vai ser muito prestativo, um simples fato de comunicação não-verbal

que podemos citar são as expressões que irão ser muito usadas para

comunicar-se, pois um sorriso pode indicar felicidade, compreensão ou através

até mesmo do silencio pode significar um tipo de comunicação no sentido de

reflexão ou sentimento.

Desde os primórdios dos tempos o homem sente a necessidade da

comunicação, pois faz parte da sua sobrevivência, descobriu se a necessidade,

pois um grupo de indivíduos pertencente à mesma espécie, e também na

melhora da qualidade e equilíbrio de sua própria espécie.

A comunicação não verbal desempenha várias funções que ajudam o ser

humano a comunicar. O principal meio de expressão e comunicação também

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na apresentação do Eu e do seu corpo, pois, dá uma imagem de si mesmo ao

mundo que o envolve (PAES, 2006).

Os tipos de comunicação não verbal podem ser: Cinésica, Proxémica e

Paralinguagem.

A cinésica vai servir de integração dos movimentos corporais. E que

através dos movimentos e expressões corporais vai auxiliar no segmento do

contexto para analise e pensamento ou reflexões. Podendo ser contato visual,

as expressões faciais e corporais através de gestos e os movimentos do corpo

e que através desses movimentos podemos identificar informações sobre nosso

paciente/cliente como o balançar da cabeça como forma de entendimento ou

lateralizacão do rosto como forma de resposta de um não.

E podemos destacar o contato visual como uma melhor forma de

comunicação, olhando fixo em seu paciente para poder enviar mensagens para

um melhor relacionamento entre enfermeiro e o cliente.

Ao se manter um contato visual devemos nos policiar a certos tipos de

olhares que possam indicar comportamentos pré concebidos ao olhar do

cliente. Fixar olho no olho e cuidados para o nosso cliente não interpretar como

malicia ou algo do gênero.

Os gestos podemos também indicar uma forma de comunicação de

comportamento não verbal muito usado por nosso cliente, para grande

expressividade podendo ser simbólicos, com emblemas, ilustrações, gestos que

podem indicar estados de espírito. Onde através desses sinais de linguagem

não-verbal podemos interpretar o significado dos gestos emitidos por nosso

cliente e podemos usar também os sinais ilustrativos como escala de dor, por

exemplo, fornecendo ao seu paciente uma folha com 10 caretas e com números

de 0 a 10 e pergunta através de gestos para que ele indique em que grau de

dor está naquele momento. E com relação aos gestos indicadores conseguimos

reconhecer ansiedades, suas tensões, seus medos e suas frustrações, e

quanto aos gestos que nos vão indicar emoções podem ser atribuídos para

aqueles que são capazes de transmitir ansiedade, medo e tensões e que

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podem modificar comportamentos que podem estar relacionados com o

procedimento, sua internação e o seu tratamento.

Para se manter o fluxo de conversação podemos exibir gestos que

podem ser reguladores, ou seja, através de um gesto conseguimos identificar

se o interlocutor está interessado ou não em manter a conversa, podemos

também utilizar gestos de adaptação quando ocorre interação entre mensageiro

e mensagem.

Um dos principais meios de comunicação da expressão é a face que por

onde conseguimos transmitir e desempenhar varias funções, como a expressar

emoções, sentimentos, dores, frustrações, angustias e podem revelar muito da

personalidade de uma pessoa.

Um outro aspecto que podemos relatar na comunicação não-verbal é a

postura, pois vai nos indicar hábitos que são adquiridos com o tempo, sendo os

nossos e do nosso paciente que sempre na maioria das vezes é involuntário, e

pode nos ajudar muito no entendimento e compreensão dos movimentos que

vai nos indicar hábitos de nossos pacientes como o movimento da cabeça, um

exemplo simples o fato de resposta de um sim ou não, pois há pacientes

ouvintes que conversam muito através de expressões e respostas com um

simples balançar de cabeça.

E através desse aceno conseguimos identificar se o paciente está nos

entendendo, e que expressa sinais que podemos prosseguir a comunicação ou

parar para reflexão para mudança de estratégia na comunicação com o nosso

paciente/cliente.

A proxémica pode ser definida como um um conjunto das observações

de teorias quanto ao uso de um espaço da comunicação usada pelo ser

humano, que vai estar relacionado com a cultura, à situação e até mesmo a

cultura de uma pessoa e que pode ser dividido em três níveis:

O Infracultural vai nos indicar a raiz e o que está relacionado ao passado

em que vivemos e como nos comportamos por herança do mesmo. Por sua vez

o pré- cultural fornece um estado fisiológico em que vivemos o hoje, e o

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microcultural vai ser aquele em que podemos localizar as nossas observações

proxemicas.

Paralinguagem é todo meio que pode se aplicar em modalidades de voz

como timbres, intensidade, ritmo que podem fornecer informações como se

encontra o nosso cliente. E entre podemos qualificar as vocalizações que são

emitidas em qualidade da voz, características vocais, qualificacidade da voz, ou

também os murmúrios expressos pelo nosso cliente, ou as secreções vocais

que podem identificar palavras através de fluxo como haha, huhum, hem, ahn, e

pausa na mesma.

E quando for se dirigir a comunicação para uma pessoa que faz uso de

aparelho de surdez lembrar-se da importância da diminuição de ruídos

externos, simplesmente fechando a porta para abafar o som, sempre se

direcione em frente à pessoa com um olhar sempre ao mesmo, pois alguns

desses pacientes conseguem fazer leitura labial e lembre sempre “não precisa

gritar”, pois o nosso paciente é deficiente auditivo.

Sendo de grande importância o estar atento a todo tipo de

comportamento não verbal para que possamos decifrar o que ocorre e não

entremos em paradoxos entre tipos de comunicação verbal e a comunicação

não verbal.

Neste âmbito, é pertinente adequarmos o tipo de comportamento e

comunicação não-verbal na relação do cuidado entre paciente/cliente e a

equipe de enfermagem.

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2.3- A comunicação e o cuidado Humanizado

No referencial de Boff (1999 p.35) que nos diz que: “o ser humano é um

ser de cuidado, mais ainda sua essência se encontra no cuidado. Colocar

cuidado em tudo o que proteja e faz, eis a característica singular do ser

humano”.

Quando estamos realizando um procedimento seja, ele com o cliente ou

para o cliente, a equipe de Enfermagem tem que ter a noção de que estamos

lidando com algo muito serio o ser humano. Então temos que ter a ciência de

que aos estarmos frente ao paciente devemos tratá-lo com respeito, e atenção

explicando cada procedimento a ser executado, chamando o pelo nome, evitar

palavras como “Tiozinho (a)”, “Vozinho (a)”, “Lindinho (a)” “Amorzinho” ou

termos diminutivos sempre prestar atenção na sua forma de expressão, pois

também estaremos usando a linguagem não-verbal, ou seja, através de nossa

fisionomia poderemos passar muitas coisas ao nosso cliente. Devemos estar

sempre receptivos, não demonstrando duvida no procedimento a ser realizado,

pois com certeza o nosso cliente vai conseguir identificar a nossa capacidade

profissional e com certeza, vamos poder passar mais confiança na tarefa que

está sendo executada.

Atualmente tanto se fala ou se discute a palavra empatia2, então se é

aprendido ou discutido como tal porque não se colocar em ação tal significado,

e se colocar no lugar do outro, fazendo o melhor como se estivesse sendo feito

pra você ou para um ente querido. Ao colocar em pratica tal virtude, o

profissional da saúde com certeza já vai ter uma melhor visão de um cuidar

mais humanizado.

2 Tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra

pessoa.

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A ligação que estabelece entre os pacientes e seus cuidadores será tão

maior quanto maior for à confiança existente entre eles, como relata Giordani

(2008, p.75)

A equipe de enfermagem sempre coordenada pelo Enfermeiro tem

como destaque a comunicação, pois, através dela conseguiremos

planejar, executar e atingir metas necessárias na elaboração de um

cuidado mais humanizado, e termos uma condição de compreensão

ao seu seu sofrimento, á sua complexidade biopsicossocial. Para isso,

é importante acolhê-lo, refletir sobre seu sofrimento, praticar a

comunicação sensível, para, a partir daí, perceber como, por que e

qual o sentido desse sofrimento para o sujeito para promover

cuidados e efetivamente “cuidando”.

Sendo assim, humanizar o atendimento é valorizar o significado atribuído

pelo ser humano, á sua experiência de adoecimento, ao seu sofrimento,

reconhecendo as relações interpessoais como um processo, que permeia a

organização produtiva do trabalho e suas dimensões técnico-assistenciais.

Atentar para o espaço do acolhimento, da escuta atenta e interessada

nas necessidades e expectativas das pessoas pode ser um estimulo à

transformação das praticas em saúde, em que a clinica não é ignorada, mas

associada ao conhecimento de mundo daqueles que procuram diariamente um

serviço de saúde, e no conceito de compreensão do contexto de vida dos

indivíduos portadores de deficiência auditiva e de suas relações sociais e que

nos condiz à humanização e oferecer e dar condição de um atendimento mais

humano.

Humanizar não é uma técnica, uma arte e muito menos um artifício, é um

processo vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali

trabalham, procurando realizá-lo e dando ao paciente o tratamento que merece

como pessoa humana. E dentro das circunstancias, ou seja, entender desde a

sua chegada, a busca por um atendimento e entender cada um no momento de

sua dor, suas angustias seus medos e assim, podermos tomar certas atitudes

frente ao paciente e seus familiares para assim se obter um cuidado mais

humanizado.

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3. Aspectos da comunicação do enfermeiro e o

deficiente auditivo

3.1 - O uso da linguagem de sinais (LS) na comunicação

entre os atuantes da equipe de enfermagem ou da área da

saúde

Para podermos realizar tal procedimento com este tipo de paciente,

primeiramente o profissional da saúde tem que estar ciente que terá que ter

pelo menos uma noção ou entendimento da Língua de Sinais (LS), seja ele na

atenção preventiva ou aquele que vai dar assistência em Postos de saúde, ou

até mesmo um agente comunitário realizando visitas domiciliares ou aquele que

vai dar assistência curativa seja, ela no ambulatório ou Hospitalar sobre a

importância do entendimento desse tipo de linguagem.

A necessidade de se entender tal linguagem está relacionado ao

profissional capacitado, ou seja, se ter noções de como funciona e o quer dizer

os sinais apresentados, ou seja, conhecer a linguagem de sinais, para poder

tentar compreender e entender o que o nosso cliente está querendo nos

informar ou até relatar um fato ou um acontecimento. E de que forma pode se

feito isso? Tendo um profissional responsável pelo aprendizado de tal

linguagem e depois que repasse aos colegas de trabalho, que relativo à Lei

10436/2002, (anexo 2) que institui a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS)

reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão e outros

instrumentos de expressão a ela relacionados.

O código de Libras é codificado como um sistema lingüístico de natureza

visual motora. Com estrutura gramatical peculiar, associado a um processo

lingüístico de propagação de conceitos, idéias e fatos, originados dos

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segmentos de pessoas portadoras de deficiência auditiva no território brasileiro,

disponibilizado em anexo.

Cabe ao profissional da saúde sendo aqui nosso foco o enfermeiro a

importância do conhecimento da Lei e identificar de tais direitos e deveres

desse tipo de paciente e comunicar a sua equipe sobre a mesma.

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3.2 - A falta de autonomia dos pacientes com deficiência

auditiva

Quando o paciente necessita de uma consulta seja ela de Enfermagem

ou Medica ele sempre vai vir acompanhado de um tradutor, ou seja, para leigos,

alguém que consiga passar suas informações para aqueles que não

conseguem entender ou não entendem a linguagem de sinais.

E com certeza ficaria bem mais a vontade se estivesse a sós com o

profissional de saúde, e ficaria menos inibido (a) para a coleta de dados, onde

ele se estivesse com um acompanhante o mesmo era quem nos teria de passar

tais informações e que de certa foram geraria certo transtorno ou

constrangimento para o paciente ali atendido.

Sendo de suma importância a presença de um intérprete, quando o

paciente necessita nos passar informações sobre seu estado de saúde, suas

dores, suas angustias, seus medos, e através do interprete poderemos obter

tais informações. Onde através de uma linguagem não-verbal, seja ela também

passada pelo cliente através da língua de sinais (LS), pois aquele que é leigo

no assunto e não consegue captar tais informações, geralmente o interprete é

seu parente como pai, mãe, irmão ou irmã, um amigo (a) ou alguém conhecido

que entende e compreende a língua de sinais.

A necessidade do profissional de Saúde, entender a linguagem de sinais

vai de valor primordial para este tipo de atendimento, pois, facilita a

comunicação usada pelo paciente, além de uma coleta de dados mais precisa o

planejamento, o tratamento e a sua evolução de Enfermagem vai permitir um

tratamento mais digno, e uma melhora no atendimento alem de passar mais

confiança para tal paciente, ele com certeza vai indicar para outros pacientes o

atendimento ali prestado.

E no que diz respeito à Humanização Giordani (2008, p.77) relata que:

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que a humanização do cuidado consiste num processo que perpassa

as relações interpessoais a todo momento, durante cada tentativa e

resolução de problemas. Diga-se de passagem, que, para se

estabelecer um tratamento, a comunicação é tão relevante quanto

mostrar-se cordial e disponível para o cliente e seus familiares, ou

apresentar-se bem pessoalmente. De modo geral, nas relações

interpessoais, a comunicação não se restringe ás palavras emitidas,

mas em Saúde se deve atribuir elevada relevância aos gestos, as

expressões corporais, olhares, timbres e tonalidades de voz.

E podemos perceber através do retorno do nosso cliente para outras

consultas de Enfermagem a sua satisfação com o tipo de atenção que lhe foi

assistida.

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3.3- As ações voltadas ao paciente com deficiência

auditiva

O enfermeiro deve ter ciência da participação em campanhas de saúde

voltadas para este paciente, pois, atraves do conhecimento desses direitos

podera elaborar planos de cuidados para e uma participacao maior desses

pacientes junto aos conselhos municipais e estaduais de saúde para uma

melhor reinvindicação junto aos orgãos prestadores de serviços como:

Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia de Saúde da Família (ESF) e os

Ambulátorios Médico Especiais (AME), para um melhor tratamento a esses

pacientes.E com atenção o Enfermeiro das Unidades Básicas de Saúde que

visa o atendimento primario para este tipo de paciente e sua família,

acompanhamento e visitas rotineiras em sua residência visando um bom

andamento no atendimento da saùde para todos os membros que ali residem.

Estar sempre antenado em congressos, palestras e reunioes e sempre

que possivel estar participando desses eventos, pois alem de estar sempre

informado das novidades poderá dar um treinamento mais digno e confiavel

para todos os membros de sua equipe, principalmente com relacão as tecnicas

mais usadas em um atendimento mais humanizado.

E a melhor forma de estar ciente de seus direitos, fornecendo lhe

palestras e interação com os pacientes seus familiares e a comunidade, e

incentivar para que os mesmos participem de reuniões dos conselhos

municipais através dos conselhos gestores e explicar ao paciente/cliente e seus

familiares a necessidade de tais direitos e deveres.

Um adequado procedimento é estar sempre antenado com as nossas

leis, principalmente com relação a diretrizes e bases do SUS (Sistema Único de

Saúde) no qual vai estar sempre informado sobre mudanças, capacitações, e

de atividades voltadas para a população, e de forma simples vai colaborar na

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prestação de serviços voltados para os pacientes seus familiares e a

comunidade.

É fator indispensável o profissional da área da saúde, que queira

trabalhar com este tipo de paciente, aprender e saber lidar com as

necessidades especiais deste tipo de paciente, cujo os serviços e as prestações

de serviços para como o mesmo em nosso país é muito carente com esse tipo

de profissional, e de uma forma muito gratificante poder ajudar e obter

resultados positivos sobre cuidados tanto primários, ou seja, trabalhando com

prevenção, seja ela com aulas, palestras, reuniões com essas pessoas e seus

familiares.

Através da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência

(anexo 3) reforça os direitos e a promoção da qualidade de vida, bem como a

integralização social das pessoas portadoras de deficiência.

E uma melhor forma nos apresenta Giordani (2008) onde nos chama a

atenção para um cuidado mais Humanizado onde devemos ter mente o nosso

principal foco que aqui nosso “paciente/cliente” e nos mostra a importância de

darmos para nós e nosso cliente tal cuidado.

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Conclusão:

A importância do Enfermeiro no cuidado do paciente com deficiência

auditiva tornou-se um tema pertinente voltado ás nova ações que podem

permear o trabalho da equipe de Saúde.

Neste âmbito procuramos contribuir debatendo as dificuldades

encontradas no atendimento dos pacientes com insuficiência auditiva pelos

agentes de Saúde.

A comunicação em Enfermagem deve absorver a linguagem de sinais,

especificamente o código de Libras, para assim tornar efetivo o cuidado destes

portadores e ampliar a autonomia dos mesmos durante todo o processo de

atendimento.

O cuidado “humanizado” também se faz presente perante as mudanças

necessárias para um novo modelo de cuidado. Neste viés, são extremamente

importantes as ações governamentais que estimulem direitos e uma maior

qualidade de vida a esses segmentos.

Assim, o trabalho de pesquisa ora concluído teve como proposta auxiliar

na promoção de um cuidado mais integral e humanizado voltado aos deficientes

auditivos.

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STEFANELLI, Maguida Costa; CARVALHO, Emilia Campos de. A comunicação

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11/06/2009 as 20:40 hora

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11/08/2009 as 08:13 hora

http://www.fcee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=

419&Itemid=91 site acessado em 11/06/2009 as 20:58 hora

www.ee.usp/reusp/Rev Esc Enferm USP 2007; 41(3): 411-8 site acessado em

11/06/2009 as 21:10 hora

www.ines.org.br site acessado em 06/06/2009 as 20:35 hora

www.libras.org.br site acessado em 11/08/2009 as 09:25 hora

www.saude.gov.br site acessado em 06/06/2009 as 20:35 hora

www.sur10.net site acessado em 06/06/2009 as 20:20 hora

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Anexo (01)

Fonte: www.sur10.net

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Anexo (02)

LEI N.º 10.436 de 24 de abril de 2002 Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiólogia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de abril de 2002; 181º da Independência e 114º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza

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Anexo (03)

Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPES Secretaria de Atenção a Saúde - SAS

“TODAS AS PESSOAS NASCEM LIVRES E IGUAIS EM DIGNIDADE E DIREITOS. SÃO DOTADAS DE RAZÃO E CONSCIÊNCIA E DEVEM AGIR EM RELAÇÃO UMAS ÀS OUTRAS COM ESPÍRITO DE FRATERNIDADE.” Art. 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Disque Saúde 0800 61 1997 Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde www.saude.gov.br/bvs Principais causas das deficiências e sua evitabilidade As principais causas das deficiências são: · As hereditárias ou congênitas – que aparecem por questões genéticas (no feto). Podem ser evitadas, em parte, com exames pré-natais específicos (cariótipo e para outros erros inatos do metabolismo como fenilcetonúria, hemoglobina, hipertiroidismo congênito) e serviços de genética clínica para aconselhamento genético aos casais. · As decorrentes da falta de assistência ou da assistência inadequada às mulheres durante a gestação e o parto – são evitáveis com investimento e melhoria da qualidade do pré-natal (consultas e exames laboratoriais), parto (natural, de risco, cesarianas) e pós-parto. · A desnutrição, que acomete famílias de baixa renda, especialmente crianças a partir do primeiro ano de idade – é evitável por meio de políticas públicas e empresariais de distribuição de renda, criação de emprego e melhoria das condições gerais de vida da população. · As que são conseqüência de doenças transmissíveis, como a rubéola, o sarampo, a paralisia infantil, as doenças sexualmente transmissíveis (como a sífilis na gestante) – são evitáveis por ações de proteção e promoção à saúde, como informação, vacinação e exames pré-natais. · As doenças e eventos crônicos, como a hipertensão arterial, o diabetes, o infarto, o acidente vásculo-cerebral (AVC), a doença de Alzheimer, o câncer e a osteoporose – são em parte evitáveis pela mudança de hábitos de vida e alimentares, diagnóstico precoce e tratamento adequado. · As perturbações psiquiátricas, que podem levar a pessoa a viver situações de risco pessoal – são em parte evitáveis por meio da proteção à infância, e do diagnóstico precoce, da assistência multiprofissional e do uso de medicamentos apropriados. · Os traumas e as lesões, muitas vezes associados ao abuso de álcool e às drogas, principalmente nos centros urbanos, onde são crescentes os índices de violência e de acidentes de trânsito – são evitáveis pelas políticas públicas integradas e multisetoriais para a redução da violência e da melhoria das condições gerais de vida (habitação, escolaridade, oportunidades, esporte, arte, lazer) e de mudanças de hábitos da população. Atuar sobre os fatores que causam as deficiências é tarefa de toda a sociedade, o que inclui os poderes públicos, as entidades não governamentais e as privadas, as associações, os conselhos, as comunidades, as famílias e os indivíduos. entes ao eliminar barreiras atitudinais e arquitetônicas que impedem a efetiva participação social das pessoas com deficiência.

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As sociedades devem se modificar, de modo a atender às necessidades de todos os seus membros. Uma sociedade inclusiva não admite preconceitos, discriminações, barreiras sociais, culturais ou pessoais. Uma cidade acessível e acolhedora será melhor para todos os cidadãos. Incluir socialmente as pessoas com deficiência significa respeitar as necessidades próprias da sua condição e possibilitar acesso aos serviços públicos, aos bens culturais e artísticos e aos produtos decorrentes do avanço social, político, econômico, científico e tecnológico da sociedade para os cidadãos brasileiros. Em seu artigo 23, capítulo II, a Constituição determina que “é competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiências.” Outros instrumentos legais vêm sendo estabelecidos, desde então, regulamentando os ditames constitucionais relativos a esse segmento populacional, com destaque para as Leis nº 7.853/89 (sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social); nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde); nº 10.048/00 (estabelecendo prioridades ao atendimento); nº 10.098/00 (determinando critérios para a promoção da acessibilidade); e os Decretos nº 3.298/99 (dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência) e nº 5.296/04 (regulamenta as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00). A Portaria do Ministério da Saúde MS/GM nº 1.060, de 05 de junho de 2002, instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. O entendimento do conceito relativo à deficiência vem evoluindo em todo o mundo, especialmente após a década de 60, quando se formulou um conceito que reflete a estreita relação entre as limitações que as pessoas com deficiência experimentam, a estrutura do meio ambiente e as atitudes da comunidade. Após ter declarado o ano de 1981 como Ano Internacional da Pessoa Deficiente, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 1982, o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência. A Organização dos Estados Americanos editou a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, em 1999, e que foi promulgada, no Brasil, pelo Decreto nº 3.956/01. Tais documentos ressaltam o direito das pessoas com deficiência a terem oportunidades iguais, para usufruírem das melhorias nas condições de vida resultantes do desenvolvimento econômico e do progresso social. Estabeleceram-se diretrizes para as áreas da saúde, educação, emprego e renda, seguridade social, legislação, orientando os estados membros na elaboração de políticas públicas. Outro importante aporte foi a aprovação da Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIF), em 2001, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cujos princípios enfatizam o apoio, os contextos ambientais e as potencialidades dos indivíduos, em vez de valorizar as incapacidades e limitações. Abriu-se um novo caminho para as práticas da reabilitação e da inclusão social, propondo a análise da saúde a partir de cinco categorias: funcionalidade, estrutura morfológica, participação na sociedade, atividades da vida diária e ambiente social. Uma nova forma de avaliação, a ser adotada como guia pelos governos de todo o mundo, organizando, orientando e padronizando informações sobre pessoas com deficiência. Finalmente, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/2006) tem o objetivo de promover, defender e garantir condições de vida com dignidade e a emancipação das pessoas que têm alguma deficiência. O Brasil assinou-a sem reservas, em 30 de março de 2007, bem como o seu protocolo facultativo, comprometendo-se com os cinqüenta artigos que tratam dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais dos brasileiros com deficiência. Seu texto foi integrado, como emenda, à Carta Constitucional brasileira, em julho de 2008. A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência é, portanto, resultado de múltiplos movimentos e longa mobilização, nacional e internacional, de muitos fatores sociais e institucionais.

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PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL O Brasil vem se organizando em termos de dados estatísticos oficiais sobre as pessoas com deficiência. Após a Lei nº 7.853/89, que tornou obrigatória a inclusão de itens específicos nos censos nacionais, o Censo Demográfico de 1991, pela primeira vez, incluiu questões que atestaram a presença de 2.198.988 pessoas com deficiência, em uma população total de 146.815.750 habitantes, o que representa 1,49 % desta. Já o Censo de 2000, utilizando nova abordagem conceitual e metodológica (CIF/percepção de funcionalidade), identificou 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (14,5% da população brasileira), desde alguma dificuldade para andar, ouvir e enxergar, até as graves lesões incapacitantes. Foram detectados, no total de 24,5 milhões, 48% de pessoas com deficiência visual, 23% com deficiência motora, 17% com deficiência auditiva, 8% com deficiência mental e 4% com deficiência física. A metodologia adotada incluiu, na contagem, muitos idosos que apresentam dificuldades para se locomover, ver e/ou ouvir. Ao se considerar apenas as pessoas com limitações mais severas (percepção de incapacidade) o percentual encontrado foi de 2,5% do total da população (4,3 milhões de pessoas). A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA A presente política do Ministério da Saúde, voltada para a inclusão das pessoas com deficiência em toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar o processo de respostas às complexas questões que envolvem a Atenção à Saúde das pessoas com deficiência no Brasil. Assim, define, como seus propósitos gerais, um amplo leque de possibilidades que vai da prevenção de agravos à proteção da saúde, passando pela reabilitação: proteger a saúde da pessoa com deficiência; reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da vida social; e prevenir agravos que determinam o aparecimento de deficiências. Suas principais diretrizes, a serem implementadas solidariamente nas três esferas de gestão e incluindo as parcerias interinstitucionais necessárias, são: a promoção da qualidade de vida; a prevenção de deficiências; a atenção integral à saúde; a melhoria dos mecanismos de informação; a capacitação de recursos humanos; e a organização e funcionamento dos serviços. 1. PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA – é uma diretriz que deve ser compreendida como responsabilidade social compartilhada, visando assegurar a igualdade de oportunidades, a construção de ambientes acessíveis e a ampla inclusão sociocultural. As cidades, as escolas, os ambientes públicos, coletivos e de lazer, os serviços de saúde, os meios de transporte, as formas de comunicação e informação, devem ser pensadas de modo a facilitar a convivência, o livre trânsito e a participação de todos os cidadãos em iguais condições de direitos, nos vários aspectos da vida diária das comunidades. Especificamente na área da saúde, buscar-se-á tornar acessíveis as unidades de saúde, por meio do cumprimento da normatização arquitetônica (de acordo com a Norma Brasileira 9050/ABNT, como descrito no Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde, MS, 2ª ed., Brasília, 2008), e assegurar a representação das pessoas com deficiência nos Conselhos de Saúde, viabilizando sua participação na proposição de medidas, no acompanhamento e na avaliação das ações levadas a efeito nas esferas municipal, estadual e federal. 2. PREVENÇÃO DE DEFICIÊNCIAS – uma diretriz com alto grau de sensibilidade à ação intersetorial, devendo a Saúde unir esforços a outras áreas como: educação, segurança, trânsito, assistência social, direitos humanos, esporte, cultura, comunicação e mídia, dentre outras, para atuaçãopotencializada. Especificamente na área da saúde devem ser implementadas estratégias de prevenção, tendo em vista que cerca de 70% das ocorrências são evitáveis ou atenuáveis, com adoção de medidas apropriadas e oportunas. Ações em imunização, acompanhamento às gestantes (em especial as de risco), exames para os recém-nascidos, acompanhamento do crescimento infantil, acompanhamento aos diabéticos, hipertensos

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e pessoas com hanseníase, prevenção de acidentes (domésticos, no trânsito e no trabalho) e violências (álcool/drogas). Medidas preventivas deverão envolver, também, ações de natureza informativa e educacional, voltadas à população, aos profissionais de saúde e aos gestores de serviços, em todo território nacional. 3. ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE – diretriz de responsabilidade direta do Sistema Único de Saúde e sua rede de unidades, voltada aos cuidados que devem ser dispensados às pessoas com deficiência, assegurando acesso às ações básicas e de maior complexidade, à reabilitação e demais procedimentos que se fizerem necessários, e ao recebimento de tecnologias assistivas. Toda pessoa com deficiência tem o direto de ser atendida nos serviços de saúde do SUS, desde os Postos de Saúde e Unidades de Saúde da Família, até os Serviços de Reabilitação e Hospitais. Tem direito à consulta médica, ao tratamento odontológico, aos procedimentos de enfermagem, à visita dos Agentes Comunitários de Saúde, aos exames básicos e aos medicamentos que sejam distribuídos pelo SUS. Não se pode esquecer que há homens e mulheres com deficiência em todas as faixas etárias, devendo bebês, crianças, jovens e adultos ser acolhidos em todas as Unidades de Saúde e ter respondidas suas necessidades, sejam elas vinculadas ou não à deficiência que apresentam. São consideradas parte da atenção integral à saúde das pessoas com deficiência as ações voltadas para sua saúde sexual e reprodutiva, incluindo medicamentos, recursos tecnológicos e intervenções especializadas. Para o desenvolvimento desta Política, a Atenção Básica tem fundamental importância, com a Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde que, trabalhando com áreas territorializadas de abrangência, capilarizam o cuidado à saúde e ao adoecimento, aproximando os serviços das comunidades, famílias e indivíduos. O Ministério da Saúde propôs a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF - Portaria MS/GM nº 154, de 24/01/08) com equipe multiprofissional, que pode incluir fisioterapeuta, médico, acupunturista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e educação física. Os processos de trabalho devem incorporar, ao reconhecer seus territórios de responsabilidade sanitária, um olhar especialmente voltado às pessoas com deficiência que habitam as comunidades. Daí a importância do tema ser incluído nas capacitações, manuais, cartilhas, protocolos técnicos e clínicos, sensibilizando gestores, profissionais e comunidades. Há que se trabalhar os processos de Acolhimento, Atenção, Referência e Contra-referência, voltados às especificidades das pessoas com deficiência para que elas possam ter acesso às Unidades de Saúde, em todo o país, sem barreiras (arquitetônicas ou atitudinais), como todos os demais cidadãos brasileiros. De acordo com suas características, as pessoas com deficiência têm direito ao encaminhamento para serviços mais complexos, a receber assistência específica nas unidades especializadas de média e alta complexidade, para reabilitação física, auditiva, visual e intelectual, como também às ajudas técnicas, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção de que necessitem, complementando o trabalho de reabilitação e as terapias. As equipes das unidades de reabilitação devem ser multiprofissionais e trabalhar de forma interdisciplinar, envolvendo as famílias, as unidades básicas de saúde e as comunidades, buscando recursos locais que facilitem o desenvolvimento integrado de processos de inclusão da pessoa com deficiência. 4. MELHORIA DOS MECANISMOS DE INFORMAÇÃO – esta diretriz deve ser pensada e desenvolvida em vários pontos interdependentes. Um deles refere-se à necessária melhoria dos mecanismos de registro e coleta de dados sobre as pessoas com deficiência no país. Outro ponto importante está voltado ao aperfeiçoamento dos sistemas nacionais de informação do SUS, e à construção de indicadores e parâmetros específicos para esta área, com o desenvolvimento de estudos epidemiológicos, clínicos e de serviços, e com estímulo às pesquisas em saúde e deficiência.

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A melhoria da quantidade e qualidade das informações produzidas será essencial para o adequado equacionamento das questões relativas à saúde da pessoa com deficiência. Outro aspecto a se considerar para esta diretriz diz respeito ao estímulo à criação, à produção e à distribuição de material educativo e informativo na área da saúde em formatos acessíveis, isto é, em Braille, em Libras, em CD, em programa TXT para conversão em voz, em caracteres ampliados etc. 5. CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – esta diretriz mostra-se de suma importância, tendo em vista que as relações em saúde são baseadas essencialmente na relação entre pessoas. Profissionais permanentemente atualizados, capacitados e qualificados, tanto na rede básica (incluindo as equipes de Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde) quanto nos serviços de reabilitação (física, auditiva, visual, intelectual), potencializam os cuidados às pessoas com deficiência usuárias do SUS. Com a criação dos NASF espera-se grande reforço à atuação das equipes, em todos os municípios. Busca-se, com o Ministério da Educação, a inclusão de disciplinas e conteúdos de prevenção, atenção e reabilitação às pessoas com deficiência, nos currículos de graduação das profissões na área da saúde, bem como o fomento de projetos de pesquisa e extensão nessa área do saber. Outro foco de desenvolvimento e capacitação são os gestores de serviços em saúde, para que haja incremento no planejamento de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência no país. Por fim, nesta diretriz de capacitação, é importante registrar a programação dos cursos de formação de profissionais ortesistas e protesistas no país, que terá início em 2009. 6. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS – pretende-se que os serviços de atenção às pessoas com deficiência se organizem como uma rede de cuidados, de forma descentralizada, intersetorial e participativa, tendo as Unidades Básicas de Saúde (ou Saúde da Família) como porta de entrada para as ações de prevenção e para as intercorrências gerais de saúde da população com deficiência. O NASF tem como objetivo ampliar a resolutividade das ações da Atenção Básica. A equipe do NASF/1 será formada por no mínimo 05 profissionais dentre os seguintes: médico (pediatra, ginecologista, homeopata, acupunturista, psiquiatra), assistente social, profissional da educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional. O NASF/2 poderá ter equipe de no mínimo três profissionais dos listados acima, menos a categoria dos médicos. A inclusão da assistência aos familiares é essencial para um atendimento humanizado e eficaz, com ações de apoio psicossocial, orientações para atividades de vida diária e suporte especializado em situações de internamento (hospitalar/domiciliar). Nas unidades especializadas, de abrangência regional, qualificadas para atender às necessidades específicas das pessoas com deficiência, a atenção será multiprofissional e interdisciplinar, com a presença de alguns dos seguintes profissionais: médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, conforme o perfil do serviço. Neste nível será possível a avaliação de cada caso para a dispensação de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, bem como o acompanhamento dos processos de adaptação aos equipamentos. Para as unidades de alta densidade tecnológica, ambulatorial ou hospitalar, reservam-se os casos que justificam intervenção intensa e mais freqüente, recomendando-se que estejam vinculadas, se possível, a centros universitários ou formadores de recursos humanos. Nestas unidades, provavelmente estarão as pessoas que sofreram traumas recentes, caracterizando uma via de entrada para a atenção no SUS. Para o seguimento destes casos há que se criar um fluxo entre os serviços e pontos de atenção, para que as pessoas tenham acesso, após a alta hospitalar, às unidades básicas de saúde mais próximas de seus locais de moradia.

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Em todo o país, prestando atendimento de média e alta complexidade, conta-se com serviços de Reabilitação Física, serviços de Atenção à Saúde Auditiva, serviços para Deficiência Mental e autismo e serviços para Reabilitação Visual. As Redes de atenção para as pessoas com deficiência instituídas são: Rede de Atenção à Saúde Auditiva (Portarias MS/SAS nº 587/04 e nº 589/04); e Rede de Assistência à Pessoa com Deficiência Física (MS/GM nº 818/01 e MS/SAS nº 185/01) e ainda Serviços de Atenção à Ostomia, Assistência Ventilatória a doenças Neuromusculares (MS/GM nº 1.370/08 e MS/SAS nº 370/08), Osteogêneses Imperfecta (MS/GM nº 2.305/01), Deficiência Mental/Autismo (MS/GM nº 1.635/02), e Serviços de Reabilitação Visual (MS/GM nº 3.128/08, MS/GM nº 3.129/08). É fundamental que haja uma interlocução entre as redes de Reabilitação, os NASF (considerando suas ações em reabilitação), o atendimento em reabilitação nos serviços especializados e hospitalares, sendo fundamental a comunicação com as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos/deficiências e reabilitação das UBS, integrando todos eles em uma rede de assistência. Para localizar as unidades especializadas e outras informações, acessar: www.saude.gov.br