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Os funcionários da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro vem realizando protocolaços na prefeitura, redigindo e assinando, individualmente, protocolos de exigência para que o prefeito cumpra os seguintes direitos da categoria: Publicação do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro Edição atualizada em 04 de outubro de 2019 Rede Municipal/RJ REDE MUNICIPAL FARÁ GREVE DE 24 HORAS PELO 1/3 DE PLANEJAMENTO EXTRACLASSE Funcionários realizam Protocolaço na Prefeitura em defesa de seus direitos - O pagamento retroativo da adequação de escolaridade para merendeiras e agentes educadores; - Inclusão das serventes na lei que garante a adequação; - Realização do curso para secretários escolares; - Reconhecimento das Agentes de Educação Infantil no magistério. Nas manifestações, os funcionários também denunciam as precárias condições de trabalho em toda a rede, sendo ressaltada a questão da formação para Agentes de apoio à Educação Especial e a dificuldade dos profissionais desenvolverem um trabalho de qualidade com esse segmento educacional. Em 13 de agosto, quando foi realizado um Protocolaço, dia da Greve Nacional da Educação, da qual a categoria participou, marcou presença no ato em frente à prefeitura o professor de História Jeremie Berthuin, do Sindicato “Solidarie” da França, que faz parte do movimento dos coletes amarelos, sendo uma de suas lideranças. O companheiro fez uma saudação durante o ato em apoio à nossa luta no Brasil. feroz, que perseguiu minorias e coibiu de maneira selvagem o direito à livre expressão. Os profissionais das escolas municipais do Rio de Janeiro farão greve de 24 horas, dia 10 de outubro (quinta), com assembleia no Circo Voador (Lapa), 10h, seguida de ato em frente às sedes do Ministério Público e Tribunal de Jusça-RJ (Centro). Esta mobilização é uma reação da categoria contra determinação do Tribunal de Jusça-RJ, de 19/09, de que a prefeitura do Rio suspenda o Centro de Estudos Parciais no calendário atual, atendendo, parcialmente, pedido do Mi- nistério Público (MPRJ). O MPRJ também pede a reposição de 27,5 dias de aulas pelos profissionais da rede, mas este pedido ainda está sendo apreciado pelo TJ, não tendo sido deferido na decisão de 19/09. Estes 27,5 dias que o MPRJ pede à Jusça que sejam re- postos foram ulizados pelos profissionais nos Centros de Estudos Parciais, pontos facultavos concedidos pela prefei- tura, entre outros. Para o Sepe-RJ, o pedido do MPRJ (que ainda não foi aceito pelo TJRJ) pode se transformar em uma verdadeira punição aos profissionais de educação, que te- riam que trabalhar muito mais do que os 200 dias levos no ano determinados pela Lei de Diretrizes e Bases. Assim que soube da nocia, o Sepe-RJ organizou a rea- ção da categoria, tendo realizado assembleia extraordinária dia 28/09 para discur e deliberar sobre o risco da imposi- ção de reposição de dias-aulas por parte da ação do MPRJ. O Sepe-RJ também entrou com um pedido na Jusça para parcipar como interessado (“amicus curiae”) na ação do MPRJ. A direção do Sepe-RJ se reuniu no dia 1º de outubro com representantes da SME-RJ e dos Conselhos de Professores e Diretores de escolas. A SME-RJ informou que publicará reso- lução, suspendendo os Centros de Estudos Parciais até que haja a audiência com o TJRJ para buscar um acordo com re- lação ao calendário 2019. O restante do calendário, segundo a SME-RJ, está mando. A SME-RJ também informou que será publicado um documento sobre o tempo de 50 minu- tos, que passaria a ser citado como “tempo para planeja- Os desembargadores que compõem o Órgão Espe- cial do Tribunal de Jusça-RJ discuram, no dia 23 de setembro, os embargos de declaração (recursos) in- terpostos pela procurador de Jusça do Estado, Câma- ra Municipal e o próprio Sepe-RJ contra a decisão do mesmo TJ de considerar inconstucional a lei relava à escolaridade do cargo de Agente de Educação Infanl (AEIs) – processo nº 0030921-10.2018.8.19.0000. Nes- te julgamento do dia 23/09, o órgão Especial acatou parcialmente os embargos, afastando a possibilidade de exonerar as AEIs e outros prejuízos; no entanto, os desembargadores manveram o entendimento da in- constucionalidade da lei, com reflexos sobre a aplica- ção da GDAC (graficação). mento extraclasse” e não mais “hora relógio”, como vem sendo pracado, irregularmente, em algumas escolas. Na reunião, o Sepe defendeu a aplicação da Lei do Piso e consequente aplicação do 1/3 de planejamento extra- classe. Assembleia decide por Greve de 24 horas Na assembleia do dia 28/09 foram aprovados os se- guintes eixos de lutas: 1) Nenhuma reposição de dias ou horas, como pre- tende o MPRJ. Os trabalhadores da educação já cumpri- ram sua carga horária; 2) Nenhuma reposição de dias facultavos! A catego- ria não decide sobre pontos facultavos; 3) É a prefeitura que deve horas extras aos professo- res! Pagamento do tempo de 1/3 trabalhado em intera- ção com os educandos e não pago desde 2008; 4) Conselhos de Classe sem aulas regulares e com a presença de alunos e pais! COC não é prejuízo à garana da educação; 5) CEs parciais e integrais não são prejuízo ao aluno! Fazem parte do processo colevo de replanejamento e de avaliação pedagógica permanente; 6) Pelo cumprimento imediato do 1/3 de avidade extraclasse, conforme o Parecer 18 do MEC e a proposta aprovada pela assembleia da rede; 7) Pelo fim das incursões policiais nas áreas confla- gradas! Pela garana do direito à educação! Leia nas pá- ginas 2 e 3 o relato sobre a violência; 8) Não aos sábados levos! Sábado é dia de convívio e de lazer para as crianças; 9) Chamada imediata dos concursados e novos con- cursos para garanr 1/3. Na assembleia realizada em 28/09 registramos a pre- sença do Movimento de Pais e Responsáveis pela Escola Municipal Carioca (MoVEM), que prestou apoio aos pro- fissionais de educação. O Sepe-RJ irá aguardar a publicação em Diário Oficial do acórdão (sentença) do Órgão Especial para decidir os próximos passos de modo a afastar, plena- mente, qualquer dita inconstucionalidade do cargo e qualquer ameaça às AEIs. Importante, então, reafirmar: aquela ameaça de exoneração foi afastada em decisão dos desembar- gadores do Órgão Especial do TJ-RJ, em reunião do dia 23/09, o que já foi uma primeira vitória – mas não queremos só isso. Vamos interpor mais recursos na Jusça e connuar mobilizando os profissionais de educação para pressionar a prefeitura do Rio e o MP-RJ, porque NENHUM AGENTE INFANTIL É IN- CONSTITUCIONAL. Com isso, queremos garanr os direitos plenos das AEIs. Assembleia no Circo Voador (10h) e ato público no Ministério Público-RJ e no TJ-RJ, contra a tentativa de impor reposição de 27,5 dias de aula Plenária das AEIs no auditório do Sepe-RJ Protocolaço realizado no dia 13 de agosto TJ-RJ decide contra exoneração de AEIs DIA 10 DE OUTUBRO

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Page 1: Funcionários realizam Protocolaço Rede Municipal/RJ na … · 2019-10-07 · dos fuzis de policiais e bandidos centenas de milhares de moradores inocentes, provocando mortes e ferimentos

Os funcionários da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro vem realizando protocolaços na prefeitura, redigindo e assinando, individualmente, protocolos de exigência para que o prefeito cumpra os seguintes direitos da categoria:

Publicação do Sindicato Estadual dos Profissionaisda Educação do Rio de Janeiro

Edição atualizada em 04 de outubro de 2019

Rede Municipal/RJ

REDE MUNICIPAL FARÁ GREVE DE 24 HORAS PELO 1/3 DE PLANEJAMENTO EXTRACLASSE

Funcionários realizam Protocolaço na Prefeitura em defesa de seus direitos

- O pagamento retroativo da adequação de escolaridade para merendeiras e agentes educadores;

- Inclusão das serventes na lei que garante a adequação;

- Realização do curso para secretários escolares;- Reconhecimento das Agentes de Educação

Infantil no magistério.Nas manifestações, os funcionários também

denunciam as precárias condições de trabalho em toda a rede, sendo ressaltada a questão da formação para Agentes de apoio à Educação Especial e a dificuldade dos profissionais desenvolverem um trabalho de qualidade com esse segmento educacional.

Em 13 de agosto, quando foi realizado um Protocolaço, dia da Greve Nacional da Educação, da qual a categoria participou, marcou presença no ato em frente à prefeitura o professor de História Jeremie Berthuin, do Sindicato “Solidarie” da França, que faz parte do movimento dos coletes amarelos, sendo uma de suas lideranças. O companheiro fez uma saudação durante o ato em apoio à nossa luta no Brasil. feroz, que perseguiu minorias e coibiu de maneira selvagem o direito à livre expressão.

Os profissionais das escolas municipais do Rio de Janeiro farão greve de 24 horas, dia 10 de outubro (quinta), com assembleia no Circo Voador (Lapa), 10h, seguida de ato em frente às sedes do Ministério Público e Tribunal de Justiça-RJ (Centro). Esta mobilização é uma reação da categoria contra determinação do Tribunal de Justiça-RJ, de 19/09, de que a prefeitura do Rio suspenda o Centro de Estudos Parciais no calendário atual, atendendo, parcialmente, pedido do Mi-nistério Público (MPRJ). O MPRJ também pede a reposição de 27,5 dias de aulas pelos profissionais da rede, mas este pedido ainda está sendo apreciado pelo TJ, não tendo sido deferido na decisão de 19/09.

Estes 27,5 dias que o MPRJ pede à Justiça que sejam re-postos foram utilizados pelos profissionais nos Centros de Estudos Parciais, pontos facultativos concedidos pela prefei-tura, entre outros. Para o Sepe-RJ, o pedido do MPRJ (que ainda não foi aceito pelo TJRJ) pode se transformar em uma verdadeira punição aos profissionais de educação, que te-riam que trabalhar muito mais do que os 200 dias letivos no ano determinados pela Lei de Diretrizes e Bases.

Assim que soube da notícia, o Sepe-RJ organizou a rea-ção da categoria, tendo realizado assembleia extraordinária dia 28/09 para discutir e deliberar sobre o risco da imposi-ção de reposição de dias-aulas por parte da ação do MPRJ. O Sepe-RJ também entrou com um pedido na Justiça para participar como interessado (“amicus curiae”) na ação do MPRJ.

A direção do Sepe-RJ se reuniu no dia 1º de outubro com representantes da SME-RJ e dos Conselhos de Professores e Diretores de escolas. A SME-RJ informou que publicará reso-lução, suspendendo os Centros de Estudos Parciais até que haja a audiência com o TJRJ para buscar um acordo com re-lação ao calendário 2019. O restante do calendário, segundo a SME-RJ, está mantido. A SME-RJ também informou que será publicado um documento sobre o tempo de 50 minu-tos, que passaria a ser citado como “tempo para planeja-

Os desembargadores que compõem o Órgão Espe-cial do Tribunal de Justiça-RJ discutiram, no dia 23 de setembro, os embargos de declaração (recursos) in-terpostos pela procurador de Justiça do Estado, Câma-ra Municipal e o próprio Sepe-RJ contra a decisão do mesmo TJ de considerar inconstitucional a lei relativa à escolaridade do cargo de Agente de Educação Infantil (AEIs) – processo nº 0030921-10.2018.8.19.0000. Nes-te julgamento do dia 23/09, o órgão Especial acatou parcialmente os embargos, afastando a possibilidade de exonerar as AEIs e outros prejuízos; no entanto, os desembargadores mantiveram o entendimento da in-constitucionalidade da lei, com reflexos sobre a aplica-ção da GDAC (gratificação).

mento extraclasse” e não mais “hora relógio”, como vem sendo praticado, irregularmente, em algumas escolas. Na reunião, o Sepe defendeu a aplicação da Lei do Piso e consequente aplicação do 1/3 de planejamento extra-classe.

Assembleia decide por Greve de 24 horasNa assembleia do dia 28/09 foram aprovados os se-

guintes eixos de lutas:1) Nenhuma reposição de dias ou horas, como pre-

tende o MPRJ. Os trabalhadores da educação já cumpri-ram sua carga horária;

2) Nenhuma reposição de dias facultativos! A catego-ria não decide sobre pontos facultativos;

3) É a prefeitura que deve horas extras aos professo-res! Pagamento do tempo de 1/3 trabalhado em intera-ção com os educandos e não pago desde 2008;

4) Conselhos de Classe sem aulas regulares e com a presença de alunos e pais! COC não é prejuízo à garantia da educação;

5) CEs parciais e integrais não são prejuízo ao aluno! Fazem parte do processo coletivo de replanejamento e de avaliação pedagógica permanente;

6) Pelo cumprimento imediato do 1/3 de atividade extraclasse, conforme o Parecer 18 do MEC e a proposta aprovada pela assembleia da rede;

7) Pelo fim das incursões policiais nas áreas confla-gradas! Pela garantia do direito à educação! Leia nas pá-ginas 2 e 3 o relato sobre a violência;

8) Não aos sábados letivos! Sábado é dia de convívio e de lazer para as crianças;

9) Chamada imediata dos concursados e novos con-cursos para garantir 1/3.

Na assembleia realizada em 28/09 registramos a pre-sença do Movimento de Pais e Responsáveis pela Escola Municipal Carioca (MoVEM), que prestou apoio aos pro-fissionais de educação.

O Sepe-RJ irá aguardar a publicação em Diário Oficial do acórdão (sentença) do Órgão Especial para decidir os próximos passos de modo a afastar, plena-mente, qualquer dita inconstitucionalidade do cargo e qualquer ameaça às AEIs.

Importante, então, reafirmar: aquela ameaça de exoneração foi afastada em decisão dos desembar-gadores do Órgão Especial do TJ-RJ, em reunião do dia 23/09, o que já foi uma primeira vitória – mas não queremos só isso. Vamos interpor mais recursos na Justiça e continuar mobilizando os profissionais de educação para pressionar a prefeitura do Rio e o MP-RJ, porque NENHUM AGENTE INFANTIL É IN-CONSTITUCIONAL. Com isso, queremos garantir os direitos plenos das AEIs.

Assembleia no Circo Voador (10h) e ato público no Ministério Público-RJ e no TJ-RJ, contra a tentativa de impor reposição de 27,5 dias de aula

Plenária das AEIs no auditório do Sepe-RJ

Protocolaço realizado no dia 13 de agosto

TJ-RJ decide contra exoneração de AEIs

DIA 10 DE OUTUBRO

Page 2: Funcionários realizam Protocolaço Rede Municipal/RJ na … · 2019-10-07 · dos fuzis de policiais e bandidos centenas de milhares de moradores inocentes, provocando mortes e ferimentos

Historicamente, os profissionais de educação, através do Sepe, denunciam a violência vivida por eles, cotidianamente, dentro das escolas em que trabalham; muitas delas localizadas dentro de áreas consideradas de risco, tal a inércia e incompetência dos governos estadual e municipal de garantirem a segurança de professores, funcionários e alunos. Ainda em 2006, o sindicato produziu um dossiê (entregue às autoridades estaduais e municipais), que mapeava as escolas localizadas em áreas de risco e a violência que afetava o trabalho dos profissionais e o desenvolvimento pedagógico dos seus alunos, muitas vezes obrigados a deitar no chão dos corredores da escola para se abrigar durante as operações policiais e o tiroteio entre policiais e bandidos.

Ano passado, mostramos o agravamento da situação para a SME

Em 2018, o Sepe teve audiência com o então secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, César Benjamim, quando informamos que há anos o

sindicato tem denunciado a falta de segurança nas escolas da rede e a violência cotidiana que sofrem os alunos e profissionais; também denunciamos a carência na rede de profissionais fundamentais na prevenção à violência, como porteiros e inspetores de alunos.

Desde então, a situação só tem piorado. O governo Witzel tenta implementar a ferro e fogo uma política de guerra contra as drogas e as operações policiais tem aumentado o número de confrontos e, consequentemente, o número de vítimas nestes locais, sejam eles delinquentes ou não. Chegou a hora da população do Rio dar um basta a tanta violência, que atinge em sua maioria a população negra e favelada. O Sepe-RJ se une às comunidades e aos movimentos de luta pelos direitos civis para sair às ruas e dizer em som alto e forte: Parem de matar os nossos alunos e cidadãos inocentes.

Desde janeiro de 2019, já houve cinco casos de morte de crianças atingidas por balas perdidas na cidade do Rio de Janeiro. Todas eram menores de 12 anos e moravam em zonas conflagradas de favelas e da periferia da capital. Mas as mortes de Ágatha, Kauê, Kauã, Kauan (uma tétrica coincidência nos nomes desses meninos abatidos em meio à guerra que se trava em nossa cidade) e Jéssica, se somam à outras 57 mortes de menores com idades que vão até os 14 anos ocorridas entre os anos de 2007 e 2019. Todas

A morte da menina Ágatha Vitória Félix, de 8 anos, no dia 20 de setembro, que foi baleada no Complexo do Alemão durante mais uma desastrada operação policial, só vem confirmar o erro da política de segurança do governador Wilson Witzel nas favelas e bairros da periferia mais carente. Sob a ótica já tantas vezes disseminada de “guerra contra o crime”, utilizada também por governos anteriores, as autoridades responsáveis pela Segurança deixam na mira dos fuzis de policiais e bandidos centenas de milhares de moradores inocentes, provocando mortes e ferimentos em crianças e adultos, que nada tem a ver com a criminalidade.

Em nota divulgada pelas redes sociais a OAB-RJ repudia a morte da menina e mostra que ela vem se somar a uma estatística macabra: somente nos oito primeiros meses deste ano - ou seja, do início do mandato Witzel - 1.249 pessoas foram mortas pela polícia, o que dá uma média de cinco pessoas mortas diariamente pela polícia, um número que não pode ser encarado com normalidade.

Ágatha: mais uma vítima de um confronto desumanoNão à guerra contra os pobres e negros

Operações colocam em risco alunos e moradores das comunidades No dia 19 de setembro, toda a imprensa denunciou

mais uma operação da polícia realizada na Maré, que colocou em risco moradores e alunos de escolas municipais e uma creche localizadas na área em que ocorreram os confrontos. Mais uma vez os vídeos enviados por moradores assustados mostram o sobrevoo do helicóptero blindado da Polícia Civil que dava rasantes sobre as lajes das casas e das escolas e o fogo dos atiradores de dentro da aeronave, inclusive com disparos na direção de uma das escolas do complexo de unidades que ali funcionam, na qual também foram encontrados muitos cartuchos nos pátios.

SME RJ não reconhece perigo para estudantes e profissionais de educação

A SME-RJ, em nota divulgada no mesmo dia 18, de maneira defensiva dada à notoriedade das situações que vem se desenrolando em várias favelas do Rio, com destaque para os Complexos da Maré, Alemão e Cidade de Deus, reproduziu um discurso do prefeito

Crivella, informando que as escolas não foram fechadas e que notícias em contrário não passariam de “boatos”. Crivella chegou a criticar a imprensa e os moradores que se comunicam pelas redes sociais de “criarem um clima que prejudica o funcionamento das escolas, quando ocorrem casos deste tipo”. Ou seja, mesmo com a gravidade da situação, com fotos e vídeos que desmentem o governo municipal e mostram que população e alunos correm perigo com a realização destas ações policiais mal planejadas e violentas - um vídeo com dezenas de alunos se abrigando no chão dentro de uma das escolas atingidas viralizou, enquanto a SME tentava negar o inegável.

Ao invés de procurar o governo do estado e especialistas na área de Segurança Pública para discutir uma forma de evitar que os alunos e moradores destas comunidades sejam expostos a riscos diários durante tais operações, a prefeitura prefere tentar tapar o sol com a peneira. Os procedimentos de segurança a serem adotados nas escolas não são claros e, muitas vezes, as CREs e a SME-RJ não permitem que as direções fechem as unidades durante os confrontos.

Dossiê do Sepe de 2006 já falava sobre as escolas em áreas de risco

#EscolaSemCensura: Denuncie a Lei da Mordaça e a violência nas escolas na página www.seperj.org.br

Basta de matança nas favelas e na periferia Ao invés de combater o crime com armamento pesado e helicópteros blindados, o governo do Estado deveria investir prioritariamente em políticas públicas voltadas para o bem estar social da população, como escolas funcionando em boas condições, atendimento de saúde digno e obras de infraestrutura nestas comunidades. Tais medidas conjugadas com o respeito à cidadania e ao direito de ir e vir desta população – que é a maioria em nosso estado e no país inteiro – garantiriam índices mais baixos de violência e colocariam por terra as desculpas de mentes delirantes

como a do governador de que só a bala pode resolver um problema criado por ele e outros governos que, há décadas, deixam de lado as favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro.

O Sepe e os profisssionais de educação das escolas públicas do Rio de Janeiro que, muitas vezes, veem seus alunos abatidos pelas balas assassinas do sistema de segurança do Estado, lamentam a morte de mais um inocente e veementemente repudiam tal política de segurança em nossas favelas e periferias.

Menos bombas e tiros e mais investimentos sociaisforam vitimadas em meio a confrontos ou operações policiais em favelas ou bairros da periferia mais carente da capital.

O governo estadual, ao invés de aplicar e implementar políticas públicas que atendam às demandas dos moradores destas comunidades, aplica a lei da bala, fazendo com que as forças de segurança se engajem numa guerra em que seus agentes considerem como bandidos e potenciais alvos todos os moradores, principalmente os negros.