frete - piscofins

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O tema relativo à possibilidade de aproveitamento das des como crédito dedutível na apuração da base de cálculo das contrib PIS e à COFIS não cumulativos !leis 10.637/02 e 10.833/03 " é muito controvertido e# por este breve arti$o# pretende%se apenas mostra camin&a a 'urisprud(ncia em relação a esta )uestão* Pois bem# em )ual)uer &ip+tese# o crédito decorrente de despesas somenteé admitido na operação# )uando o ,nus forsuportado pelo vendedor* -lém disso# a )uestão se subdivide em tr(s possibilidade fretes sobretransfer(ncias de matérias%primas# produtos intermediários# material de embala$em e serviços reali/ados entre estabele mesma empresa# empresas do mesmo $rupo# ou entre parceiros0 !ii" produtos acabados entre estabelecimentos0 e !iii" fretes sobre ve mercado e1terno* - 'urisprud(ncia tem decidido no se$uinte sentido. (I) Fretes sobre transferências de matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, empresas do mesmo grupo, ou parceiros. !"F 2uanto a esta )uestão# o C-3F tem admitido o crédito* 4is parte d proferida pela 56 c7mara da 86 turma Ordinária da 56 seção de 9ul do C-3F# )uanto a esta )uestão. :F34;4* ICI<=CI- >O C?@?A-;IB-* C?S;O <4 P3O<? >O* Dera direito a créditos do PIS e da Cofins não%cumulativos o disp frete pa$o pelo ad)uirente à pessoa 'urídica domiciliada transportar bens ad)uiridos para serem utili/ados como insumo na de produtos destinados à venda# bem assim o transporte de bens en estabelecimentos industriais da pessoa 'urídica# desde )ue este'a fase de industriali/ação# ve/ )ue compõe o custo do bem:* !E" :Portanto# &ão de ser considerados os créditos oriundos de fretes transfer(ncias de matérias%primas# produtos intermediários# material de embala$em e serviços reali/ados entre filiais ou entre parceiros !criadores de aves e suínos" e as filiais do contribuinte# os )ua

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Frete - Desconto de Pis e Cofins

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O tema relativo possibilidade de aproveitamento das despesas de frete como crdito dedutvel na apurao da base de clculo das contribuies ao PIS e COFINS no cumulativos (leis10.637/02e10.833/03) muito controvertido e, por este breve artigo, pretende-se apenas mostrar como caminha a jurisprudncia em relao a esta questo.Pois bem, em qualquer hiptese, o crdito decorrente de despesas com frete somente admitido na operao, quando o nus for suportado pelo vendedor.Alm disso, a questo se subdivide em trs possibilidades principais: (i) fretes sobre transferncias de matrias-primas, produtos intermedirios, material de embalagem e servios realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, empresas do mesmo grupo, ou entre parceiros; (ii) frete de produtos acabados entre estabelecimentos; e (iii) fretes sobre vendas para o mercado externo.A jurisprudncia tem decidido no seguinte sentido:(I) Fretes sobre transferncias de matrias-primas, produtos intermedirios, material de embalagem e servios realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, empresas do mesmo grupo, ou parceiros.CARFQuanto a esta questo, o CARF tem admitido o crdito. Eis parte da deciso proferida pela 3 cmara da 1 turma Ordinria da 3 seo de Julgamento do CARF, quanto a esta questo:"FRETE. INCIDNCIA NO CUMULATIVA. CUSTO DE PRODUO.Gera direito a crditos do PIS e da Cofins no-cumulativos o dispndio com o frete pago pelo adquirente pessoa jurdica domiciliada no Pas, para transportar bens adquiridos para serem utilizados como insumo na fabricao de produtos destinados venda, bem assim o transporte de bens entre os estabelecimentos industriais da pessoa jurdica, desde que estejam estes em fase de industrializao, vez que compe o custo do bem".()"Portanto, ho de ser considerados os crditos oriundos de fretes sobre transferncias de matrias-primas, produtos intermedirios, material de embalagem e servios realizados entre filiais ou entre parceiros integrados (criadores de aves e sunos) e as filiais do contribuinte, os quais compe o custo de produo do produto final, nos termos do art.3, II, das Leis IV 10.637/02, e n 10.833/03, o que no se confunde com atividades de transporte do produto acabado entre quaisquer estabelecimentos" (Processo n 11080.003380/2004-40, Recurso n 253.618 Voluntrio, Acrdo n 3301-00.424 3 Cmara / 1 Turma Ordinria).STJO STJ no distingue o frete relativo transferncia de produtos acabados, do frete relativo transferncia de insumos e servios realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. O tribunal vem decidindo que o crdito somente admitido nas operaes de venda, no sendo, portanto, admitido em quaisquer transferncias.De acordo com a jurisprudncia do STJ, mesmo que exista previso legal de desconto de crditos relativos ao frete pago nas operaes de venda de mercadorias (art. 3, IX, da lei n 10.833/03), esta autorizao no engloba as despesas realizadas no transporte interno de mercadorias entre os estabelecimentos do contribuinte, haja vista que tais despesas no esto diretamente ligadas em operaes de venda.Segue a transcrio de uma deciso neste sentido:"TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL. PIS E COFINS. LEIS 10.637/2002 E 10.833/2003. REGIME DA NO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE. TRANSFERNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAO LITERAL.1. Consoante decidiu esta Turma, "as despesas de frete somente geram crdito quando relacionadas operao de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor". Precedente.()" (AgRg no REsp 1335014/CE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 08/02/2013)(II) Frete de produtos acabados entre estabelecimentosCARFQuanto ao frete de produtos acabados entre estabelecimentos, o CARF tem decises nos dois sentidos, tanto admitindo crdito dos produtos acabados como inadmitindo.A 3 cmara da 1 turma Ordinria da 3 seo de Julgamento do CARF decidiu que as despesas de frete com a transferncia interna de mercadorias entre estabelecimentos no enseja direito ao crdito.Eis transcrio de parte da deciso:"De se registrar que no geram crditos as despesas com frete de produtos acabados entre estabelecimentos da contribuinte, vez que no se trata de "frete na operao de venda".Este tema foi elucidativamente abordado na Soluo de Consulta n 210, SRRF/8RF/Disit, de 25/06/2009, nos seguintes termos:()Todavia, no caso do transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da consulente seja correspondente a frete pago a terceiros ou a simples custo de transporte de produtos acabados, h que se considerar que o mero deslocamento das mercadorias (produtos acabados) dos estabelecimentos industriais at os estabelecimentos distribuidores, com intuito de facilitar a entrega dos bens aos futuros compradores, no integra a operao de venda referida pelo art.3, inciso IX da Lei n 10.833, de 2003".(Processo n 11080.003380/2004-40, Recurso n 253.618 Voluntrio, Acrdo n 3301-00.424 3 Cmara / 1 Turma Ordinria).A 4 cmara da 1 turma Ordinria da 3 seo do CARF, por sua vez, admitiu o aproveitamento de crditos de despesa de frete nas operaes de transporte de produtos entre seus estabelecimentos destinados venda."COFINS EXPORTAO. NO CUMULATIVIDADE. FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. TRANSPORTE DE INSUMOS E PRODUTOS ACABADOS. DIREITO A CRDITO. LEI N 10.833/2003, ART. 3, INCS. II E IX.A norma introduzida pelo inc. IX do art. 3 da Lei n 10.833/2003, segundo a qual a armazenagem e o frete na operao de venda suportados pela vendedora de mercadorias geram crditos, ampliativa em relao aos crditos previstos no inc. II do mesmo artigo.Com base nesses dois incisos, geram crditos, alm do frete na operao de venda, para entrega das mercadorias vendidas aos seus adquirentes, os fretes entre estabelecimentos da prpria empresa, desde que para o transporte de insumos, produtos acabados ou produtos j vendidos". (CARF 3 Seo, 4 Cmara, 1 Turma Ordinria, Acrdo 3401-002.075, Processo 16366.003307/200738).STJConforme mencionado acima, quanto a esta questo, o entendimento do STJ pacfico para inadmitir o crdito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos:"Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes s operaes de transferncia interna das mercadorias entre estabelecimentos de uma nica sociedade empresarial" (REsp 1147902/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 06/04/2010)(III) Fretes sobre vendas para o mercado externoCARFO CARF tem posio favorvel quanto a esta questo. A 3 cmara da 1 turma Ordinria da 3 seo do CARF entendeu pela possibilidade de aproveitamento dos crditos referentes a despesas com fretes internacionais contratados para o transporte at o destinatrio final de mercadorias vendidas para clientes no mercado externo, quando prestados por pessoa jurdica domiciliada no territrio nacional, ainda que com sede no exterior. Eis a transcrio de parte da ementa da deciso:"COFINS. REGIME NO-CUMULATIVO. CRDITOS RELATIVOS A SERVIOS DE FRETAMENTO REALIZADO POR EMPRESA DOMICILIADA NO BRASIL.Os valores referentes aos fretes internacionais contratados para o transporte at o destinatrio final de mercadorias vendidas para clientes no mercado externo, compem o somatrio dos crditos a serem descontados da Cofins No-Cumulativa, quando prestados por pessoa jurdica domiciliada no Pas, ainda que com sede no exterior, desde que o nus seja do vendedor". (Processo n 11030.000602/2007-19, Recurso n 261.904 Voluntrio, Acrdo n 3301-00.626 3 Cmara / 1 Turma Ordinria).__________* Amal Nasrallah advogada do escritrioPacfico, Advogados Associados.