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1 Francisco Dimitrius Comiotto TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Comportamento do Consumidor Quanto a Influência no Descarte do Produto Marketing ITAJAÍ (SC) 2009

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Francisco Dimitrius Comiotto

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Comportamento do Consumidor Quanto a Influência no Descarte

do Produto

Marketing

ITAJAÍ (SC)

2009

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FRANCISCO DIMITRIUS COMIOTTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE

ESTÁGIO

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR QUANTO À INFLUÊNCIA DO

ENVOLVIMENTO NO DESCARTE DO PRODUTO.

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o estágio supervisionado do curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ- SC, 2009

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Deus, obrigado pela tua presença, marcando minha vida,

guiando meus passos nesta caminhada, através dos teus

princípios.

Ao Senhor toda a honra e gloria!

Neste momento quero lembrar e agradecer a todos os que

participaram desta caminhada, colaborando cada qual

dentro da sua possibilidade e seus feitos lembrarei levando

como exemplo na minha vida!

Ao meu Orientador, José Roberto Altoff, por compartilhar

seu grande conhecimento, dedicando seu tempo valioso,

principalmente agora com a chegada do seu filho Vinícius.

Mãe, nunca esquecerei a tua luta para que eu chegasse até

aqui, obrigado por ter lutado tanto por nós. Às minhas irmãs

Waleska, Nádia e Yuska, pelo exemplo de postura

acadêmica.

À minha Noiva, por me incentivar a iniciar, e seu

companheirismo e compreensão necessários para alcançar

o termino dessa jornada.

Por fim, a todos os amigos e professores que participaram e

colaboraram, caminhando juntos na busca da construção de

um conhecimento que possa ser utilizado para o

desenvolvimento social.

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Mas, em todas estas coisas somos mais que

vencedores, por meio daquele que nos amou [...]

Apóstolo Paulo.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Francisco Dimitrius Comiotto

b) Área de estágio

Pesquisa Mercadológica

c) Supervisor de campo

Jorge Silvino Sauer

d) Orientador de estágio

Prof. José Roberto Altoff, Msc.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Hai Automóveis Ltda.

b) Endereço

Rodovia Osvaldo Reis, 550, Bairro Fazenda, Itajaí – SC.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Área de vendas; Veículos Novos

d) Duração do Estágio

240H

e) Nome e cargo do Supervisor de campo

Jorge Silvino Sauer- Gerente Geral

f) Carimbo e visto da Empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 12 DE NOVEMBRO DE 2009.

A Empresa Hai Automóveis Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

de conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo

acadêmico Francisco Dimitrius Comiotto.

______________________________

Jorge Silvino Sauer

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RESUMO

Na busca por um espaço dentro do mercado competitivo, percebe-se a importância de conhecer o comportamento das pessoas e as influências existentes, ao comprar determinado produto. Buscou-se através desta pesquisa, compreender o comportamento do consumidor, quanto a influência do seu envolvimento e afeto no processo de decisão de compra. Teve como principais objetivos; caracterizar o perfil dos clientes; analisar o grau de envolvimento por automóveis, e afeto pelo veículo de posse; Identificar a intenção de trocar de veículo e os motivos que o impediriam; e por fim identificar as possíveis correlações entre estas variáveis. Para o levantamento dos dados foi utilizado um questionário vinculado no site Google Docs, ao qual foi composto por: um questionário VALS 2, duas tabelas, sendo uma NIP e outra PANAS, e duas perguntas objetivas quanto as intenções de trocar de veículo. Os participantes da amostra foram os clientes da Hai Automóveis Ltda. A pesquisa teve caráter Exploratório, e seus dados após serem tratados estatisticamente, foram correlacionados através do Software SPSS, permitindo uma analise das possíveis relações entre as variáveis. Os resultados obtidos foram satisfatórios. A leitura realizada das correlações entre as variáveis permite perceber a influência dos perfis delimitados pelos valores e estilo de vida, comprovando sua participação na construção do envolvimento e do afeto, as quais influenciam na decisão de trocar de veículo. Concluindo, os resultados apontam para uma nova postura dos vendedores perante o envolvimento e os sentimentos de afeto dos clientes por produtos de alto valor agregado.

PALAVRAS- CHAVES: comportamento, envolvimento, marketing

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 – Questões da tabela NIP...................................................................... 24

Figura 01 – Sistema de segmentação VALS .......................................................... 43

Figura 02 – Relação entre: Crença, Atitudes, Intenção comportamental e

Comportamentos ..................................................................................................... 54

Figura 03 – Modelo do Processo de Tomada de decisão do consumidor............... 61

Figura 04 – Processo de decisão de compra do consumidor.................................. 64

Figura 05 – Leiaute externo..................................................................................... 75

Figura 06 – Leiaute interno: mix dos produtos......................................................... 76

Figura 07 – Organograma da Hai Automóveis Ltda................................................. 77

Figura 08 – Local de entrega................................................................................... 78

Tabela 01 – Idade dos participantes da pesquisa.................................................... 80

Tabela 02 – Sexo..................................................................................................... 80

Gráfico 01– A renda dos Clientes............................................................................ 81

Tabela 03 – Escolaridade........................................................................................ 82

Tabela 04 – Classificação VALS 2........................................................................... 83

Gráfico 02 – Grau de envolvimento em relação a categoria de produto

automóvel................................................................................................................. 84

Gráfico 03 – Índice P/N de afeto dos clientes.......................................................... 86

Gráfico 04 – Risco percebido pelo cliente................................................................ 87

Tabela 05 – Intenção dos clientes em trocar de veículo.......................................... 88

Figura 09 – Correlação entre Perfis VALS 2 e Envolvimento.................................. 89

Tabela 06 – Relação entre Perfis VALS 2 e Envolvimento...................................... 90

Figura 10 – Correlação entre perfis VALS 2 e Afeto com o veículo atual................ 90

Tabela 07 – Relação entre perfis VALS 2 e Afeto com o veículo atual.................... 91

Figura 11 – Correlação entre perfis VALS 2 e Risco percebido pelo cliente........... 92

Tabela 08 – Relação entre perfis VALS 2 e Risco percebido pelo cliente............... 92

Figura 12 – Correlação entre perfis VALS 2 e Vontade de trocar de veículo.......... 93

Tabela 09 – Relação entre perfis VALS 2 e Vontade de trocar de veículo.............. 93

Figura 13 – Correlação entre Envolvimento e Afeto com o veículo atual................. 94

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Tabela 10 – Relação entre Envolvimento e Afeto com o veículo atual.................... 95

Figura 14 – Correlação entre Envolvimento e Risco percebido pelo cliente............ 95

Tabela 11 – Relação entre Envolvimento e Risco percebido pelo cliente............... 96

Figura 15 – Correlação entre Envolvimento e Vontade de trocar de veículo.......... 96

Tabela12 – Relação entre Envolvimento e Vontade de trocar de veículo............... 97

Figura 16 – Correlação entre Afeto e Risco percebido pelo cliente......................... 98

Tabela 13 – Relação entre Afeto e Risco percebido pelo cliente.............................. 98

Figura 17 – Correlação entre Afeto e Intenção de trocar de veículo......................... 99

Tabela 14 – Relação entre Afeto e intenção de trocar de veículo........................... 99

Figura 18 – Correlação entre Risco percebido e Intenção de trocar de veículo......100

Tabela 15 – Relação entre Risco percebido e Intenção de trocar de veículo......... 101

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 13

1.1 Problema da Pesquisa..................................................................................... 15

1.2 Objetivo do Trabalho........................................................................................ 17

1.3 Aspectos metodológicos................................................................................. 18

1.3.1 Caracterização do estudo.............................................................................. 19

1.3.2 Contexto e participantes................................................................................ 20

1.3.3 Instrumento e procedimento de coleta de dados.......................................... 22

1.3.4 Tratamento e análise dos dados................................................................... 26

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 29

2.1 Administração.................................................................................................... 29

2.1.1 Teorias da Administração.............................................................................. 30

2.1.2 Áreas da Administração................................................................................. 33

2.2 Marketing........................................................................................................... 34

2.2.1 Composto de Marketing................................................................................. 35

2.2.2 Marca............................................................................................................. 37

2.2.3 Mercado......................................................................................................... 38

2.2.3.1 Segmentação de mercado....................................................................... 39

2.2.3.2 Bases para segmentação......................................................................... 40

2.2.3.3 Abordagem híbrida de segmentação – Values and Lifestyle System...... 41

2.3 Comportamento do consumidor..................................................................... 45

2.3.1 Motivação...................................................................................................... 45

2.3.2 Envolvimento: um conceito para estruturar a análise do comportamento do

consumidor.................................................................................................... 47

2.3.3 O grau de envolvimento e a influência na solução de problemas................. 48

2.3.4 Mensuração do envolvimento........................................................................ 50

2.3.5 Atitude............................................................................................................ 52

2.3.6 Dos sentimentos ao afeto na formação das atitudes.................................... 55

2.4 Processo de decisão de compra..................................................................... 58

2.4.1 Variáveis que influenciam o processo de decisão......................................... 67

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2.4.1.1 Diferenças Individuais.........................................................................,.... 67

2.4.1.2 Influências ambientais.............................................................................. 70

2.4.1.3 Processos psicológicos............................................................................ 71

2.4.2 Descarte......................................................................................................... 72

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO......................................... 74

3.1 Caracterização da empresa............................................................................. 74

3.2 Resultados da pesquisa.................................................................................. 79

3.2.1 Apresentação e analise dos dados............................................................... 79

3.2.1.1 Caracterização dos respondentes............................................................ 79

3.2.1.2 Análise dos respondentes sob a perspectiva VALS 2............................. 82

3.2.1.3 Análise do grau de envolvimento segundo a tabela NIP......................... 84

3.2.1.4 Análise do afeto dos clientes por seu veículo Toyota segundo a tabela

PANAS..................................................................................................... 85

3.2.1.5 Análise do risco percebido que impediriam de trocar o veículo usado

Toyota...................................................................................................... 86

3.2.1.6 Análise da intenção de trocar de veículo................................................. 87

3.2.1.7 Análise da correlação entre os dados levantados na pesquisa................ 88

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................101

4.1 Conclusão....................................................................................................... 105

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 107

ANEXOS................................................................................................................ 112

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1 INTRODUÇÃO

A competitividade existente no mercado é decorrente de vários fatores

presentes, mais evidentemente no cenário nacional a partir do ano de 2007. As

novas tecnologias, o acesso às informações, ao crédito e as exigências cada vez

maiores dos clientes que procuram nas marcas e produtos soluções para suas

necessidades e desejos.

A união dos fatores citados acima, favoráveis ao mercado de automóveis à

uma economia estável, impulsionou as indústrias automobilísticas a atingirem seu

auge em vendas no ano de 2007, com um total de 1.975.518 veículos emplacados

(ANFAVEA, 2008), o que tornou o Brasil um mercado visado por diversas indústrias

automobilísticas.

O ano de 2008, em compensação, terminou um pouco diferente do seu

antecessor, quando uma crise de dimensão internacional de gênese norte-

americana gerou, através de seu impacto, incertezas sobre o futuro das indústrias

automobilísticas, decretado como primeiro setor industrial atingido. Embora o Brasil,

esteja vivenciando este momento de crise, a maioria das indústrias automobilísticas

confirmaram seus investimentos projetados a longo prazo. Foram apresentadas

diversas medidas, principalmente governamentais em busca de evitar a onda de

crise no Brasil, como: redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e

IOF (Imposto sobre operações financeiras) e a baixa no spread bancário para

pessoas físicas. (FENABRAVE, 2009)

Consultores da Federação Nacional da Distribuição de Veículos

Automotores – FENABRAVE - acreditam que neste momento o setor de usados é

fundamental para superar a crise, utilizado pelos empresários como um sacrifício,

para resguardar o market-share das concessionárias, promovendo as vendas e

absorvendo veículos na troca com preços acima do mercado. (FENABRAVE, 2009)

De acordo com estes fatos percebe-se um paradoxo entre a necessidade dos

concessionários de veículos novos em receber veículos com preços dentro da

realidade do mercado e mesmo assim diminuir o estresse do consumidor no

momento de avaliar a possibilidade de troca do seu veículo usado.

A solução dos problemas organizacionais é elucidada através da

administração, que utiliza de conhecimentos acadêmicos e empíricos dos

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profissionais das diferentes áreas para criar práticas solucionadoras para os

problemas, que são, em grande maioria, relacionados com a competitividade das

organizações. As organizações encontram na administração as soluções

necessárias para se manter nesta disputa por mercados, e no marketing a chave

para atingir suas metas. O conceito de marketing consiste em tornar a empresa mais

eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de mercado, desta forma,

satisfazendo as necessidades e desejos dos mercados alvos (KOTLER, 1998).

Através do marketing as organizações passam a conhecer o comportamento

do consumidor e os fatores relacionados à sua decisão por determinados produtos,

e, assim, a administração de marketing propõe estratégias que promovem o

crescimento das vendas, como em situações como estas vivenciadas no Brasil no

ano de 2009, data deste trabalho.

Inserida no mercado de automóveis, que passa por transformações devido

ao momento, encontra-se a empresa na qual foi realizado o presente trabalho: a Hai

Automóveis Ltda, sendo ela uma concessionária da marca Toyota para a

comercialização de veículos novos, nacionais e importados, para a cidade de Itajaí e

região. Entre outros serviços oferecidos pela empresa estão: a assistência técnica

autorizada, venda de acessórios, seguros e financiamentos.

A empresa tem como enfoque a qualidade, a melhoria contínua dos seus

serviços e a manutenção do padrão Toyota de atendimento ao cliente. O Desafio

encontrado neste momento é passar por esta crise internacional de gênese norte

americana refletida no Brasil, como citado posteriormente, atenuada pela dificuldade

dos concessionários de veículos como a Hai Automóveis, em absorver os veículos

que os consumidores pretendem entregar na compra por um novo, de forma

aceitável aos proprietários e ao mesmo tempo rentável para os concessionários.

Buscando mesmo assim aumentar sua participação de mercado, com medidas que

certamente já eram necessárias e deverão ser continuamente aplicadas. A empresa

tem por parâmetro a Toyota do Brasil que, na última convenção, realizada

anualmente, anunciou que reveria seu planejamento para este ano de 2009, devido

a sua superação nestes primeiros meses de crise. Para a empresa alcançar os

desafios impostos pela Toyota será necessário desenvolver um trabalho de

conhecimento do seu cliente alvo, para assim desenvolver ações direcionadas.

É evidente que o custo para conquistar novos clientes é maior do que o

despendido para manter os clientes que já possuem alguma experiência com a

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organização. A lealdade do cliente corresponde ao relacionamento com a marca e

com o produto através do atendimento das expectativas, inovações e

melhoramentos contínuos nos processos e produtos. (AAKER, 2001). Muitas

estratégias poderão ser desenvolvidas a partir do conhecimento do comportamento

do consumidor; o que influencia sua decisão, seus desejos, e de que forma este

indivíduo decide comprar determinados produtos.

No momento da inicialização deste trabalho, 1° trimestre de 2009, no qual a

FENABRAVE pronuncia-se acreditar que a participação dos veículos usados é

fundamental para superar a crise, a Hai Automóveis compartilhando da mesma

crença, coloca o foco na dificuldade já percebida pelos consultores, antes mesmo da

crise, e somente agravada neste momento, ao constatar que uma relevante

quantidade de clientes apresenta certa resistência em trocar seus veículos usados,

dificultando ou comprometendo a realização da troca. A facilitação da troca dos

veículos usados, através da diminuição do estresse do cliente é de interesse da Hai

Automóveis que, ao amenizar o fato, estará caminhando em direção aos seus

objetivos de vendas e conseqüentemente aumentando sua participação no mercado.

Utilizando ferramentas disponíveis no marketing e nos estudos do

comportamento do consumidor, o trabalho desenvolvido objetivou diagnosticar

fatores que influenciam no comportamento do consumidor que possivelmente

pudessem interferir no seu processo de decisão de compra, considerando-se

exclusivamente as situações nas quais estes compradores têm a necessidade de

descartar seu produto usado como parte de pagamento do novo bem adquirido. A

ciência e a comprovação dos fatores remetem a ações que minimizam o estresse na

hora da negociação, e fortalecem a marca, promovendo níveis de esclarecimento a

respeito do consumidor, impulsionadores da competitividade objetivada pela

organização.

1.1 Problema da Pesquisa

Segundo Soriano (2004), propor um problema a partir de uma visão

científica significa reduzi-lo a seus aspectos e relações fundamentais para, desta

forma, iniciar seu estudo intensivo. Para que seja proposto em termos concretos,

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deve-se ressaltar os elementos e vínculos da teoria e a prática, importantes para

uma aproximação inicial do estudo do fenômeno.

Em marketing, o interesse prático inicia-se com alguma indagação sobre

algo vivido pela administração de marketing da empresa, sendo necessário

encontrar respostas ou orientações para fundamentar a tomada de decisão.

(MATTAR, 2005). Através da compreensão do contexto ambiental chega-se a

identificação do problema de decisão gerencial, que será transformado em um

problema de pesquisa de marketing, e, para este, será proposta uma abordagem

apropriada (MALHOTRA, 2006).

Através das indagações são originados os fatos-problemas, através dos

quais o pesquisador de marketing utiliza para ajudar o tomador de decisão na

situação de decisão. Dependendo da definição e formulação do problema, a

pesquisa fornecerá informações e sugestões apropriadas para a melhor solução.

Utilizando do conceito de Mattar (2005), os fatos - problemas - encontrados

são responsáveis pela origem das pesquisas aplicadas de marketing. Um dos fatos-

problemas citado por Mattar (2005, p.60) que trata da “queda de vendas/participação

de mercado/lucros” pode ser observado na Hai Automóveis. O fato-problema foi

identificado nos processos de vendas, nos quais os consumidores apresentam a

intenção de trocar o seu veículo. Percebeu-se como interferência no processo da

venda um estado de estresse do cliente, no exato momento que está negociando a

troca do seu veículo usado por um novo. Gerando muitas vezes inibição ou até

mesmo adiando a conclusão da venda do carro novo, realçando a importância da

realização desta pesquisa.

Soriano (2004) contribui para a proposição do problema destacando que,

para sua resolução, é preciso colher dados teóricos e empíricos, devendo estes

serem empregados de forma integrada.

Diante do exposto, definiu-se o seguinte problema da pesquisa: Quais

aspectos comportamentais do proprietário de automóvel pode influenciar em sua

intenção de trocar seu carro atual por um novo?

Ao analisar alguns aspectos psicológicos do comportamento do consumidor,

a pesquisa encontrará ferramentas úteis para facilitar a compreensão dos motivos

que influenciariam na sua intenção de trocar um veículo usado por um novo,

trazendo à tona possíveis variáveis influenciadoras no processo de decisão de

compra.

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17

De forma sistêmica, o presente estudo envolve a Hai Automóveis

diretamente com os resultados obtidos, uma vez que estes podem influenciar

diretamente na sua intenção de incrementar sua participação de mercado. Além

disso, o conhecimento do comportamento do seu consumidor poderá resultar em

ações agregadoras de valor à marca, promovendo o crescimento substancial da

organização em longo prazo. A gerência está envolvida de forma estratégica e a

solução do problema cria suportes para as decisões gerenciais a respeito do

planejamento de novas ações de varejo. Para os vendedores, as respostas

encontradas a respeito do envolvimento do consumidor com o produto, serão

traduzidas como técnicas de vendas. Para o avaliador de veículos implicará no

entendimento de outras situações envolvidas além do preço pago ao veículo como

um objeto de troca.

O acadêmico reconhece a importância deste trabalho para sua conclusão no

curso de Administração de Empresas, ministrado pela Universidade do Vale do

Itajaí. Sua execução irá influenciar no desenvolvimento da sua vida acadêmica,

proporcionando continuidade aos estudos em busca da compreensão das ações

relativas ao comportamento do consumidor, e a forma pela qual as organizações

poderão agir estrategicamente, impulsionando o consumo. Não menos importante

será a contribuição ao profissional já existente neste jovem acadêmico colaborando

na construção do seu perfil.

Através da oportunidade oferecida ao acadêmico em desenvolver trabalhos

teóricos/práticos pela Univali, a mesma se beneficia agregando novos estudos ao

seu portfólio, que intensamente busca a interação entre o conhecimento acadêmico

e as técnicas profissionais. Esta busca promove uma relação sistêmica e produtiva

na construção de organizações preparadas para a crescente competitividade do

mercado.

1.2 Objetivos do Trabalho

O objetivo geral define o propósito do trabalho (ROESCH, 2007). A sua

definição deve estar amarrado e restrito a solução do problema da pesquisa

(MATTAR, 2005). Utilizando deste conceito fica definido que o objetivo geral deste

trabalho é: analisar de que forma o grau de envolvimento do consumidor com a

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categoria de produtos “automóvel” pode alterar a sua intenção de troca,

identificando nos fatores comportamentais, os motivos.

O objetivo geral não é suficiente para determinar como o trabalho será

desenvolvido, uma vez que este é formulado de uma forma genérica para abranger

vários objetivos específicos. (ROESCH, 2007). Considerando o objetivo geral

apresentado acima, definem-se os seguintes objetivos específicos:

a) Caracterizar o perfil dos clientes da empresa adotada como foco deste estudo

através do modelo Vals-2;

b) Analisar o grau de envolvimento do proprietário de um veículo Toyota com a

categoria de produtos “automóvel”;

c) Analisar o grau de afeto apresentado pelo proprietário do veículo Toyota com

seu carro;

d) Identificar a intenção que os clientes da Hai Toyota apresentam em trocar seu

veículo atual por um novo;

e) Identificar possíveis relações entre as características dos clientes e as

variáveis comportamentais pesquisadas;

f) Avaliar alguns dos possíveis motivos que impediriam os clientes da Hai

Toyota trocar seu veículo atual.

1.3 Aspectos Metodológicos

A pesquisa, segundo Demo (2003, p.16), “[...] não é ato isolado, intermitente,

e especial, mas atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos

limites desconhecidos que a natureza e a sociedade nos impõem.”

Contribuindo ao entendimento do processo de pesquisa científica, Soriano

(2004) percorre a origem do conceito diferenciando a pesquisa científica da que é

realizada pelo homem comum. A pesquisa científica emprega métodos e técnicas

sustentadas por teorias, permitindo formular explicações, fazendo previsões mais

precisas e utilizáveis na atividade humana. Já nas pesquisas feitas pelo homem

comum, os fenômenos e as impressões ou as experiências são tomadas como

teorias, explicando e prevendo, com alto grau de subjetividade e imprecisão, certos

aspectos do comportamento, da natureza e da sociedade.

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Entretanto, o conhecimento oriundo da academia é diferente do

conhecimento comum, sendo uma soberba não conhecer neste, também, o “saber”

(DEMO, 2003).

1.3.1 Caracterização do estudo

A pesquisa realizada caracterizou-se por ser do tipo Pesquisa-Diagnóstico,

que tem como característica levantar um problema, explorando o ambiente - neste

caso, o mercado consumidor. Este tipo de pesquisa tem como objetivo apresentar

soluções para que seja resolvido o problema definido. (ROESCH, 2007).

Para Roesch (2007), as oportunidades ou problemas podem ser explorados

e analisados mais completamente com métodos e técnicas. A natureza deste

trabalho é predominantemente quantitativa. A pesquisa quantitativa tem a intenção

de identificar a presença ou ausência de algo (MATTAR, 2005). As pesquisas

quantitativas podem, ainda, delimitar um problema, realizar observações e

interpretá-las com base nas relações encontradas, fundamentando-se nas teorias

existentes.

O método de pesquisa adotado foi o levantamento, que, segundo Malhotra

(2006), refere-se à aplicação de um questionário estruturado aos componentes de

uma amostra extraída da população definida, tendo por fim coletar informações que

auxiliem para atingir os objetivos previamente definidos. Aos indivíduos pesquisados

foram disponibilizadas várias perguntas sobre o seu comportamento, intenções,

atitudes, percepções, motivações, características demográficas e de estilo de vida.

Ao delimitar o nível da pesquisa encontrou-se uma limitação de conceitos,

pois, embora este trabalho tenha na coleta de dados uma forma estruturada e

claramente definida, o desenvolvimento do problema da pesquisa e seu objetivo

foram desenvolvidos de forma exploratória, que vem de acordo com Mattar (2005)

ao dizer que toda pesquisa tem uma parte inicial exploratória que ajudará no

delineamento da parte conclusiva. Outro ponto observado é que ao conduzir a

pesquisa não havia conhecimento suficiente para formular hipóteses específicas

(uma hipótese é uma afirmação que especifica a forma como duas variáveis devem

estar relacionadas), o que implica Mattar (2005) ao dizer que um fato em marketing

poderá haver inúmeras explicações alternativas, comprovando a necessidade da

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utilização da pesquisa exploratória, que permitirá tomar conhecimento, senão de

todas, a da maioria delas, determinando as variáveis relevantes para o objetivo

pretendido, alem de: clarificar o conceito; ajudar no delineamento do projeto final da

pesquisa e estabelecer prioridades para futuras pesquisas.

1.3.1 Contexto e participantes

A delimitação dos participantes da pesquisa ocorre primeiramente através da

observação da população, para a qual se utilizará o conceito de Barbetta (2001, p.

41), que define população como: “[...] um conjunto de elementos passíveis de serem

mensurados, com respeito às variáveis que se pretende levantar.” A população

demarcada para esta pesquisa, foi formada pelos clientes da Hai Automóveis,

caracterizados como pessoas físicas, residentes fixos ou sazonais na região do vale

do Itajaí, que tenham efetuado compras na empresa no período compreendido entre

os dias 1 de abril de 2008 e o dia 1 de abril de 2009. A dificuldade de acesso aos

clientes, por participarem de uma categoria muito exigente e diferenciada, fez com

que fosse necessário contar com o auxilio dos vendedores para selecionar dentro

deste período quais seriam colaboradores, delimitando assim a população em 133

clientes.

A coleta dos dados, entretanto, ocorreu através de uma amostra extraída da

população apresentada. Malhotra (2006, p. 320) define uma amostra como sendo:

“um subgrupo dos elementos da população selecionados para participação no

estudo.”

O tipo de amostragem utilizado foi a amostragem não probabilística, pois os

elementos da população na tiveram a mesma chance de serem selecionados para

participar da amostra. Dentro das técnicas disponíveis dentro da amostragem não

probabilísticas foi utilizada a amostragem por conveniência, cabível segundo

Malhotra (2006) para pesquisas de caráter Exploratório, deliberando a entrevistador

a seleção amostral. Para este tipo de amostragem os elementos da amostra foram

selecionados deliberadamente com base no julgamento do pesquisador

(MALHOTRA, 2006). A amostragem desta pesquisa utilizou a conveniência

considerando a afinidade, através do relacionamento do cliente com o vendedor.

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Foram identificados, através dos vendedores, os clientes que possibilitariam a coleta

dos dados necessários.

Para determinar o tamanho da amostra realizada, utilizou-se as equações

propostas por Barbetta (2001) para a determinação do tamanho mínimo da amostra.

Para estas equações, utilizam-se as seguintes variáveis:

N - tamanho (número de elementos) da população;

n - tamanho (número de elementos) da amostra;

no - uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e

E 0 - erro amostral tolerável.

O cálculo apresentado logo abaixo determina o tamanho da primeira

aproximação das dimensões da amostra. Considerando-se um erro amostral

aceitável de 7% (RICHARDSON, 1999), conclui-se que a determinação do corpo

amostral, sem se considerar as dimensões da população, deveria abarcar um grupo

formado por 204 indivíduos.

�� =1

���=

1

0,07�=

1

0,0049= 204

Este estudo, entretanto, conseguiu determinar através das características

desejadas, as dimensões precisas da população participante da pesquisa,

representada por um grupo de 133 indivíduos. Diante deste universo, e tendo-se por

apoio a equação responsável por determinar o tamanho da amostra quando se é

considerada uma população conhecida, identificou-se que o tamanho mínino

aceitável da amostra seria igual a 80 indivíduos.

� =� × ��

� + ��=

133�204

133 + 204= 80

Devido a dificuldade, já esperada, de acesso a população, foi obtido através

da coleta de dados o resultado de 54 respondentes. O que ocasionou a necessidade

de recalcular o erro amostral, para qual, foi utilizada novamente a fórmula de

Barbetta (2001), só que neste momento no seu sentindo inverso. O resultado do

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calculo é o erro amostral para uma população composta por 133 clientes, dos quais

54 responderam ao instrumento de coleta de dados, para qual foi identificado um

erro amostra de 10,5%. Por ser uma pesquisa Exploratória, torna-se possível a

continuidade do trabalho, e fica desta forma delimitada a amostra capaz de alcançar

os objetivos desta pesquisa assegurando a confiabilidade do trabalho desenvolvido.

1.3.2 Instrumento e procedimento de coleta de dados

Referente ao instrumento de coleta, utilizando-se o conceito de Malhotra

(2006) a respeito da pesquisa quantitativa, fixa-se o objetivo principal de se obter a

melhor visão e compreensão do contexto em que os componentes da amostra estão

envolvidos. A partir deste princípio a coleta de dados ocorreu através de um

instrumento estruturado, elaborando-se um questionário formal no qual as perguntas

foram feitas em ordem pré-determinada. Para se obter os dados necessários, optou-

se por uma abordagem direta com os componentes da amostra para que, assim,

estes indivíduos tivessem ciência dos objetivos da pesquisa, podendo contribuir

mais prontamente para o alcance das metas determinadas.

Desta forma foram desenvolvidas duas estratégias para realização da coleta

dos dados. Na primeira, os indivíduos que compuseram a amostra por conveniência

foram contatados por meio telefônico, com intuito de obter sua pré-disposição de

participar da pesquisa. O objetivo deste primeiro contato foi o esclarecimento do

propósito do estudo, políticas de preservação da privacidade e comunicar que

receberiam um e-mail oficial da Hai Automóveis, possibilitando o acesso à pesquisa

através de um link, uma vez que a pesquisa ocorreu através de meios eletrônicos. E

a segunda foi a abordagem direta dos indivíduos com os quais os vendedores da

loja possuíam alguma afinidade: esta abordagem ocorreu dentro da própria loja Hai

Automóveis. Esta estratégia consistia na explicação dos objetivos da pesquisa e a

orientação e coleta dos dados utilizando um computador disponível com acesso a

internet.

Para realização da coleta foi utilizado o Google Docs, um sistema que

possibilita a vinculação do questionário a uma página na internet. Clicando no link

anexado ao e-mail enviado aos clientes, abre-se uma página na internet de forma

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direta com o questionário, pronto para ser respondido, e que pode ser ao final

enviado ao clicar em “ENVIAR”.

A formulação do questionário foi de modo a atender aos objetivos

específicos da pesquisa, sendo dividido nas seguintes partes:

A primeira parte teve como objetivo caracterizar o perfil dos clientes da

empresa através dos dados demográficos relacionados ao estilo de vida, para desta

forma segmentar e retratar os consumidores no processo de compra elucidando

quais influências interferiu no mesmo. O modelo utilizado foi o Values and Lifestyle

System- VALS 2 desenvolvido pela empresa Norte Americana SRI Consulting

Business, sua dimensão retrata a utilização dos recursos físicos, psicológicos,

materiais e demográficos dispostos aos consumidores para seguir suas auto-

orientações, utilizando de 35 perguntas atitudinais e 4 perguntas demográficas. O

instrumento de mensuração de classificação da VALS 2, traduzido, foi retirado da

dissertação de Mestrado do Piloto (2008).

A segunda parte teve o objetivo de analisar o grau de envolvimento do

proprietário de um veículo Toyota com a categoria de produtos “automóvel”,

identificando o envolvimento nos interesses e valores inerentes ao indivíduo e os

aspectos situacionais temporários, capazes de aumentar ou diminuir a percepção de

relevância ou interesse a um objeto. Através da sua realização possibilitou-se

relacionar o envolvimento com as outras variáveis identificando sua interferência no

processo de decisão de compra dos clientes da Hai Automóveis. Para isso utilizou-

se o modelo da escala de New Involviment Profile – NIP, criada por Jain &

Srinivasan (1990, apud FONSECA, 1990), encontrado na dissertação de mestrado

de Fonseca (1990), que converteu o instrumento de coleta, originalmente feito na

língua inglesa, para a língua portuguesa através do método de tradução reversa. A

escala foi composta por 15 perguntas pautadas na técnica de diferencial semântico,

e caracterizou-se por ser uma avaliação multidimensional do envolvimento do

consumidor por determinado produto pesquisado.

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Dimensão do envolvimento

Perguntas

Relevância 1* 2*

3

Prazer 4 5

6*

Valor simbólico 7* 8*

9

Importância do risco 10* 11

12

Probabilidade do risco 13 14*

15* Quadro 01- Questões da tabela NIP Fonte: fundamentação teórica

A NIP constata o envolvimento utilizando três tipos de fatores: fatores como

os interesses e valores inerentes ao indivíduo denominado de fatores pessoal do

envolvimento; as características físicas de um produto causadoras de diferenciação

e interesse que é o fator físico do envolvimento; e os aspectos situacionais

temporários capazes de aumentar ou diminuir a percepção de relevância ou

interesse a um objeto que é o fator situacional do envolvimento. Representados nas

5 dimensões do envolvimento segundo Jain & Srinivasan (1990, apud FONSECA,

1990) no quadro 01, e sua fundamentação na mensuração do envolvimento no item

2.3.4 deste trabalho . As perguntas marcadas com asterisco proporcionaram escore

inverso, apresentou o extremo tido como negativo no lado oposto dos demais.

Utilizado para quebrar possíveis tendências dos respondentes em assinalar um lado

da escala.

Estes fatores também foram estudados por outros autores como: Laurent e

Kapferer (1985. apud. KARSAKLIAN, 2000); Karsaklian (2000); e Engle, Blackwell e

Minard (2005) e serão fundamentados posteriormente nesta pesquisa.

A terceira parte do questionário objetivou-se em analisar o grau de afeto

apresentado pelo proprietário do veículo Toyota com seu carro. A comprovação e

mensuração do grau de afeto tornaram capaz relacionar o afeto existente com

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outras variáveis encontradas, ajudando a identificar sua participação no processo de

decisão de compra. A coleta de dados foi realizada através da adaptação da

Positive Affect and Negative Affect Schedule - PANAS, constituído por 10 perguntas

contendo 2 dimensões do afeto, sendo 5 perguntas correspondente a estados

emocionais positivos (perguntas n°;1; 3; 5; 7; e 9) e 5 perguntas correspondente a

estados emocionais negativos (perguntas n°; 2; 4; 6; 8; e 10) focado no afeto do

cliente pelo seu carro. O modelo do questionário utilizado foi o de Likert, que

segundo Aaker, Kumar e Day (2004) este modelo requer que o correspondente

demonstre seu grau de concordância ou discordância, no caso desta pesquisa o

afeto pelo seu veículo. A avaliação do respondente tem como consideração para

cada uma das perguntas respostas de 1 à 5 ( muito pouco ou nada, um pouco,

moderadamente, bastante e extremamente). O material referencial foi o trabalho de

conclusão de mestrado de Oliveira (2008) em gestão do conhecimento e tecnologia

da informação.

A quarta parte da pesquisa foi a análise das intenções dos clientes perante o

seu carro usado, foi constituída pelos seguintes objetivos específicos a seguir:

Objetivo de avaliar alguns dos possíveis motivos que impediriam os clientes

da Hai Toyota trocar seu veículo atual, buscou-se levantar o risco considerado

inaceitável pelo cliente impossibilitando de trocar seu veículo usado. Estes dados ao

serem relacionados com os objetivos desta pesquisa reforçaram o entendimento do

grau das influências comportamentais dos clientes no processo de compra de um

veículo novo. O desenvolvimento ocorreu de forma aberta explorando através da

liberdade a resposta. O pesquisador classificará as respostas para, após, serem

tabuladas e analisadas através da utilização das categorias de riscos:

• Risco físico: risco de dano material

• Risco psicológico: especialmente um risco negativo para o auto-conceito.

• Risco de performance: de que o produto não apresente a performance

esperada.

• Risco financeiro: de que os resultados levaram a perdas financeiras.

As categorias de risco são levadas em consideração quanto ao envolvimento

como influência na solução de problemas, apresentadas por Blackwell, Miniard e

Engel (2005).

O objetivo que buscou Identificar a intenção que os clientes da Hai Toyota

apresentam em trocar seu veículo atual por um novo teve importância para constatar

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a relação entre as variáveis do envolvimento e do afeto com as intenções dos

clientes em trocar o seu veículo usado por um novo. Para o levantamento destes

dados foi realizada uma pergunta fechada, correspondendo a uma escala de 5

pontos (não tenho nenhuma intenção, tenho uma pequena intenção, tenho uma

intenção mediana, tenho bastante intenção, tenho muita intenção).

1.3.3 Tratamento e análise de dados

A análise de dados consiste em um conjunto de técnicas e métodos

empregados para obter informações e descobertas dos dados levantados. Tem

como características: a) conduzir o pesquisador às informações descobertas que de

outra forma não estariam disponíveis; b) ajudar a evitar conclusões e julgamentos

errôneos; c) proporcionar condições para auxiliar na interpretação e entendimento

das análises realizadas por outras pessoas; d) e o mais importante, influenciar

construtivamente nos objetivos e modelo da pesquisa (AAKER; KUMAR; DAY,

2004).

Os dados obtidos por meio de questionários passaram por uma avaliação

antes da análise por meios de técnicas estatísticas. Segundo Aaker, Kumar e Day

(2004), a qualidade dos resultados obtidos com a aplicação estatística e sua

interpretação dependem da quão adequadamente foram preparados e

transformados para análise, desta forma foram utilizadas as técnicas de a) edição; b)

codificação e; c) análise estatística dos dados, quando necessário.

Foi relatado através do tratamento dos dados o perfil do cliente da Hai

Automóveis, identificando de que forma o envolvimento com a categoria de produtos

automóveis e o afeto ao seu veículo usado, altera seu comportamento influenciando

no processo de compra.

Os dados coletados através da utilização do Google Docs, hospedados na

Internet foram baixados para o computador seguindo a configuração do Microsoft

Excel. Possibilitando o tratamento como descrito a seguir.

O tratamento da primeira parte do questionário, ao que se refere ao VALS 2

foi realizado utilizando-se do próprio site da SRI Consulting Business Intelligence. O

pesquisador digitou os dados de cada cliente no site da SRI, e obteve o diagnóstico

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respectivo de classificação de cada um dos participantes. Após, os dados foram

tabulados para tratamento estatístico, objetivando a analise de média e moda.

A segunda parte que abordava o grau de envolvimento do cliente pela

categoria automóveis, foi mensurada pelo modelo NIP que trata-se de uma escala

pautada na técnica de diferencial semântico. Seus dados foram transcritos para

valores entre 1 à 7 obedecendo a variação da escala. Os dados referentes às

perguntas: 1; 2; 6; 7; 8; 10; 14; e 15, tiveram seus valores invertidos, o que

representava 1 passou a ser 7; 2 passou a ser 6; 3 passou a ser 5; 4 continuou o

mesmo valor; 5 passou a ser 3; 6 passou a ser 2 e 7 passou a ser 1. Após a

inversão foram calculadas as médias referente a cada respondente, para depois

serem tabuladas. Para sua análise foram utilizadas técnicas estatísticas, através da

média e moda.

A terceira parte trata-se de uma adaptação da escala PANAS, a qual

analisou o grau de afeto apresentado pelo proprietário do veículo Toyota com seu

carro. Para seu tratamento foram tabuladas as respostas de 1 à 5, sendo que para

cada respondente foi realizado o somatório das perguntas correspondente ao estado

emocional positivo (perguntas n°;1; 3; 5; 7; e 9) denominado de: P, e o somatório do

estado emocional negativo (perguntas n°; 2; 4; 6; 8; e 10) denominado de: N. Para

mensurar o afeto foi necessário calcular o índice P/N, pela seguinte equação:

Ρ/� =� × 1,2

O resultado do cálculo mesmo que seja calculando os extremos entre os

estados emocionais positivos e negativos, apresentará um índice entre 0,24 e 6,

devido a multiplicação por 1,2 do estados emocionais positivos. O modelo

possibilitou para realizar a analise dos dados levantados o uso da estatística,

baseado na média e moda.

Encontram-se dentro da quarta parte do questionário dois objetivos

específicos, aos quais os dados foram tratados e analisados.

O primeiro objetivo abordado foi o de avaliar alguns dos possíveis motivos

que impediriam os clientes da Hai Toyota trocar seu veículo atual. Por ser

constituído por uma pergunta aberta, teve seus dados analisados e classificados

pelo pesquisador nas categorias descritas na coleta e citado na fundamentação. As

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respostas decodificadas a critério do pesquisador ao qual classificou através da

fundamentação o risco entre: risco material; risco físico; risco psicológico; risco

performance; risco financeiro. Desta forma os dados foram admissíveis de tabulação

possibilitando-se utilizar de tratamento estatístico, analisando a freqüência.

O segundo objetivo abordado foi o de identificar a intenção dos clientes da

Hai Toyota apresentam em trocar seu veículo atual por um novo. Esta questão de

múltiplas escolhas teve os seus dados tabulados, respeitando a ordem da escala de

1 à 5, possibilitou o tratamento estatístico, analisando média e desvio padrão.

Buscou-se nesta pesquisa o entendimento pelo qual as variáveis estão

operando, através do método de correlação, especificando o grau pelo quais

diferentes variáveis estão relacionadas. A correlação não-métrica possibilita o

calculo de correlação entre variáveis que não dispõem de propriedades de

escalonamento intervalar ou de razão, e não apresentam uma distribuição normal,

por assim consideradas não-métricas. No caso desta pesquisa, em função das

variáveis adotadas no instrumento de coleta, utilizou-se para calcular a correlação

entre as variáveis o rho de Spearman, considerando classificações e não somente

valores absolutos. A grandeza estatística obtida por este modelo pode variar entre -

1,0 e +1,0, sendo estes representados pelas correlações extremas entre as variáveis

testadas, podendo ser proporcionais, em caso de resultados positivos, ou

inversamente proporcionais, em caso de resultados negativos. (MALHOTRA 2006)

Adotou-se como suporte para o tratamento e a análise dos dados obtidos na

pesquisa a aplicação e o uso da informática, mas especificamente na figura das

planilhas de cálculo disponíveis no software Microsoft Excel, para as análises

descritivas dos dados, e o software SPSS 14.0 para as análises de correlação entre

as variáveis. (RICHARDSON, 1999).

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração

São denominados de organização os grupos de pessoas que trabalham

juntas, de modo estruturado e organizado, buscando atingir determinados objetivos,

com ou sem fins lucrativos. Para atingir seus objetivos utilizam recursos (humanos,

financeiros, materiais e de informação) que necessitam serem administrados. A

administração permeia a busca da eficiência e da eficácia dos processos em função

dos objetivos determinados, caracterizando-se como um conjunto de atividades, que

dentro as quais estão: planejamento e tomada de decisão, organização, liderança e

controle. (GRIFFIN, 2007)

A administração pode ser definida como arte, pois, para administrar,

aplicam-se habilidades diversas, e para proporcionar o desenvolvimento é

necessário o treinamento educativo das habilidades utilizadas pelo administrador

que passará realizar com desenvoltura as atividades nas organizações. (ANDRADE;

AMBONI, 2007). Segundo Daft (2005) são necessárias as seguintes habilidades na

formação de um administrador: a) conceitual: habilidade de ver a organização como

um todo e o relacionamento entre as partes; b) humana: habilidade de trabalhar com

outras pessoas e eficazmente dentro de um grupo; c) técnica: é o entendimento e a

proficiência no desempenho das tarefas específicas.

Segundo Maximiano (2000), as habilidades podem ser adquiridas ou

aprimoradas por meio de estudo ou experiência. Porém, para Andrade e Amboni

(2007), o aprendizado não deve limitar-se às diferentes áreas estratégicas da

administração: é importante a capacidade e habilidade de fazer arte para traduzir o

conhecimento em ações práticas que proporcionem resultados significativos para as

organizações.

Nas soluções dos problemas administrativos utilizam-se abordagens

racionais, lógicas, objetivas e sistemáticas, através de modelos quantitativos e

técnicas de decisão para chegar às decisões corretas. (GRIFFIN, 2007).

Conseqüentemente é possível conceituar administração como ciência, e para isso

utilizou-se o conceito de Andrade e Amboni (2007) a seguir:

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A administração é uma ciência pois lida com fenômenos

complexos, sobre quais o administrador tem pouco conhecimento.

Por ser uma ciência inexata, o administrador toma decisões com

base em informações incontroláveis, devido aos limites cognitivos

de racionalidade e por serem os negócios altamente mutáveis e

circunstanciais. (ANDRADE; AMBONI, 2007, p.7,).

Na administração é existente a condição lógica da ciência contendo termos

de procedimentos e operações intelectuais que: a) possibilitam a observação

racional e controlada dos fatos; b) permitem a interação e explicação adequada dos

fenômenos; c) contribuem para a verificação dos fenômenos positivados pela

experimentação ou pela re-observação e; d) fundamentam os princípios da

generalização ou o estabelecimento dos princípios e das leis. (ANDRADE; AMBONI,

2007).

2.1.1 Teorias da Administração

A Revolução Industrial, que teve seu início no século XVII, criou condições

para o estudo da administração através da consolidação do capitalismo e o processo

de modernização das sociedades ocidentais, desenvolvendo o campo para o

pensamento administrativo. (SODRAL; PECI, 2007).

Da necessidade de explicar, resolver os problemas concretos e prover a base

para planejar, surge as teorias da administração, que podem ser representadas por

um conjunto de princípios e prescrições na busca de facilitar a realização dos

objetivos das organizações. As teorias refletem as relações econômicas, financeiras

e sociais de uma época, sendo que cada teoria faz sua leitura respectiva a respeito

de um aspecto específico da administração.

As teorias que surgem a partir da Revolução Industrial são: a) a Teoria

Clássica; b) a Abordagem Humana e Comportamental, e; c) a Abordagem Sistêmica

e Contingencial.

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A Teoria Clássica tem sua origem junto à da administração, durante a

Revolução Industrial. Neste momento as fábricas começaram a transformar diversos

conceitos em práticas, sendo uma delas a divisão de trabalho.

Seus percussores foram Frederick Taylor, com a Administração Científica,

Henry Ford, com a Linha de Montagem, Henry Fayol, com o Processo de

Administração, e Max Weber, com a teoria da Burocracia. (MAXMIANO, 2000).

Taylor, com a Administração Científica, visava à utilização de métodos

científicos. Desenvolveu métodos e procedimentos diversificados, sendo uma das

suas principais contribuições o trabalho e estudo dos tempos e movimentos.

(ANDRADE; AMBONI, 2007).

Neste período Ford modificou a forma de produzir, que era anteriormente

dominada pelos métodos artesanais, para a linha de montagem, possibilitando a

produção em massa e utilizando a divisão do trabalho e a fabricação de peças e

componentes padronizados e intercambiais. (MAXIMIANO, 2000).

Fayol contribuiu com a administração devido aos seus trabalhos pioneiros

em anatomias e fisiologias das organizações: essa corrente foi chamada de Teoria

Clássica. Dividiu-se em seis funções empresariais que são: a) operação técnica; b)

operação comercial; c) operação financeira; d) operação de segurança; e) operação

de contabilidade; f) operação administrativa. Para Fayol, a função do administrador

estaria mais voltada a planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar as

atividades empresariais. (ANDRADE; AMBONI, 2007).

Weber, por sua vez, apoiou-se nos inúmeros aspectos sociológicos para

desenvolver seus estudos em administração. Publicou teorias as quais denominou

de tipo ideal de Burocracia, tentando descrever o alicerce formal que as

organizações reais se assentam, focado no processo de autoridade-obediência ou

processo de dominação. (MAXIMIANO, 2000).

A abordagem Humana e Comportamental iniciou com a publicação do livro o

Comportamento Administrativo, de Hebert A. Simon. Com foco nas pessoas, a

abordagem comportamental busca a integração dos objetivos das pessoas com os

organizacionais, quais as melhores formas de motivá-las, administrar e liderar,

considerando que são as pessoas que constituem as empresas. (LACOMBE;

HEILBORN, 2003)

“Quando se consideram as pessoas como pessoas, e como prioritário no

processo administrativo, o que se está fazendo é adotar o enfoque comportamental.

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O sistema técnico passa a ser conseqüência do sistema comportamental.”

(MAXIMIANO, 2000, p. 65.). Afirma-se, com isto, que no enfoque comportamental as

pessoas não são peças integrantes, mais sim parte importante do processo de

administrar organizações.

A Escola das Relações Humanas teve como alicerce a experiência de

Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, por Geroge Elton Mayo, e seus

colaboradores na fábrica da Western Electric Company, objetivando o experimento

relacionado com a luminosidade do ambiente de trabalho com a eficiência dos

operários medida pela produção. Tal estudo comprovou que o nível da produção é

determinado pela integração social. (ANBRADE; AMBONI, 2007). Seus principais

colaboradores foram Abraham Maslow e Frederick Herzberg, Douglas Mcgregor e

Rensis Likert e Herbert A. Simon. Seus objetivos é o estudo da motivação.

A abordagem sistêmica foi impulsionada pela teoria dos sistemas do biólogo

Ludwig von Bertalanffy na década de 1930, quando alguns conceitos da biologia são

aplicados nas diversas áreas do conhecimento como física, química e nas

organizações sociais adaptando as características de cada área. (LACOMBE;

HEILBORN, 2003).

Para Andrade e Amboni (2007, p. 172):

Os sistemas não podem ser plenamente compreendidos apenas pelas analises separada e exclusiva de uma das partes. Ela se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e das necessidades de sua interação.

“A abordagem sistêmica vê a organização como um todo integrado,

constituída por partes que interagem entre si e inserida num ambiente com o qual

interage permanentemente.” (LACOMBE; HEILBORN. p.42, 2003)

A Abordagem Contingencial, por sua vez, ampara-se na Teoria da

Contingência, e tem como objetivo compreender como a organização se relaciona

com o ambiente, mostrando a existência de uma relação funcional entre as

condições de ambiente e as técnicas administrativas apropriadas, visando o alcance

dos objetivos da organização. (ANDRADE; AMBONI, 2007)

Dentro deste conceito diferenciaram-se as organizações em mecanicistas e

organicistas. As mecanicistas são estáveis e a procura do mercado tem variações

apenas insignificantes e previsíveis. As organizações organicistas valorizam a

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agilidade e a flexibilidade, facilitam a interação entre o público externo e interno.

(ANDRADE; AMBONI, 2007)

2.1.2 Áreas da Administração

Os objetivos organizacionais estratégicos são realizados por meios de

planos administrativos ou funcionais, definindo ações específicas nas diferentes

áreas funcionais da empresa: a) marketing; b) desenvolvimento de produtos,

também chamado de produção (CORRÊA; CORRÊA, 2007); c) finanças; d) recursos

humanos.

Segundo Maximiano (2000), o planejamento nas áreas funcionais define as

linhas de ação, colocando em prática os objetivos estratégicos da organização. As

áreas mais importantes são:

a) Produção: através da sua administração orientada dos processos, é

responsável pela produção de bens ou serviços, tendo a pretensão de atender as

necessidades e/ou desejos de qualidade do mercado consumidor. Uma das

ocupações desta área é o gerenciamento estratégico de recursos escassos;

humanos; tecnológicos; informações entre outros, objetivando a eficiência no uso

dos recursos. A gestão estratégica de produção por uma visão complexa é dividida

em: a) administração estratégica das operações; b) gestão de produtos e processos;

c) projeto e gestão de instalações; d) planejamento e controle da rede de operações;

e) gestão da confiabilidade de processos (CORRÊA; CORRÊA, 2007).

b) Finanças: Define-se finanças como a arte e a ciência de administrar

fundos, dividida em duas grandes áreas: serviços financeiros e administração

financeira.

“Serviços financeiros é a área das Finanças voltada a concepção e a

prestação de assessoria tanto quanto a entrega de produtos financeiros a indivíduos,

empresas e governo.”(GITMAN, 1997.p. 4)

A administração financeira corresponde às ações relativas à análise e ao

planejamento financeiro, às decisões de investimentos e às decisões de

financiamentos, visando cumprir os objetivos traçados pelos proprietários da

empresa e seus acionistas. Esta área interage com os diversos setores da

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organização, utilizando de conhecimentos relacionados com a contabilidade e a

economia (GITMAN, 1997).

c) Recursos humanos: a administração de recursos humanos, dentro de uma

organização, é considerada como uma série de decisões integradas formadoras das

relações de trabalho. Desta forma, sua qualidade influencia diretamente na

organização quanto à sua capacidade de atingir seus objetivos. São

responsabilidades do administrador de Recursos Humanos a função de staffing,

desenvolvimento dos funcionários, recompensa e relações trabalhistas

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

2.2 Marketing

O Marketing pode ser definido por diversas perspectivas, e uma delas é

através da sua função social, que permite entendê-lo como: “um processo social e

gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através

da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.” (KOTLER; KELLER,

2006. p. 4). É evidente que os conceitos apresentados por diversos autores

fundamentam-se na seguinte definição de marketing da American Marketing

Association:

“[...] o marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação, e a entrega de valor para clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado.” (KOTLER; KELLER.p.4. 2006).

Desenvolvendo o conceito de marketing anteriormente apresentado da

American Marketing Association, porém abordando a perspectiva dos objetivos da

empresa, Palmer (2006), pontua o conceito focando no processo de oferta e troca

estabelecido com os clientes ao utilizar a definição do Charterded Institute of

Marketing, através da qual o marketing passa a ser visto como o processo que

identifica, antecipa e atende de modo eficiente e rentável, as exigências do cliente

No conceito anterior fica evidente a preocupação de buscar a rentabilidade

de forma eficiente nas exigências do cliente. Porém, cabe ainda delimitar um

conceito de marketing alinhado ao objetivo deste trabalho, o qual pôde ser

identificado em Kotler e Armstrong (2007), os quais caracterizam o marketing pela

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ação de administrar relacionamentos lucrativos com o cliente. Como fim, pode-se

dizer que o marketing almeja como objetivo: atrair novos clientes, prometendo-lhes

valor superior, e manter e cultivar os clientes atuais, proporcionando satisfação.

Para alcançar tais objetivos à administração de marketing se constitui nas

organizações através de um processo de planejamento que envolve análises,

planejamento, implementação e controle, na concepção de preço, promoção e

distribuição de idéias, bens, serviços para criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais. (KOTLER, 1998).

2.2.1 Composto de Marketing

Há muitas maneiras possíveis para satisfazer as necessidades dos

consumidores-alvos. Com tantas variáveis possíveis, a maneira de organizar e

simplificar a seleção de composto de marketing é reduzindo todas as variáveis para

quatro unidades mais básicas, formadoras do conceito do composto de marketing:

produto, preço, praça e promoção. (MACCARTHY; PERREAULT, 1997)

A forma de se utilizar o mix de marketing pode ser contemplada no conceito

de Kotler e Armstrong (p. 42. 2007), de forma simples e abrangente, ao definir o mix

de marketing como sendo “[...] o conjunto de ferramentas de marketing, táticas e

controláveis, que a empresa combina para produzir a resposta que deseja no

mercado-alvo”. O gestor de marketing pode ser visto, desta forma, como alguém que

mistura um conjunto de ingredientes para obter o resultado desejado. (PALMER,

2006).

Os componentes do mix de marketing podem ser entendidos, mais

especificamente, por:

a) Produto: configurado na forma de idéias, bens ou serviços. Destina-se a

atender as necessidades do mercado-alvo. (MACCARTHY;

PERREAULT, 1997). Pode ser considerado, também, como a

combinação de dois ou mais elementos (idéias, bens ou serviços) na

formação de um produto, o qual a empresa oferecerá ao mercado-alvo

(KOTLER; ARMSTRONG, 2007). O produto pode ainda ser definido

como os meios pelos quais as organizações satisfazem as necessidades

de seus clientes, podendo ser qualquer coisa que possa satisfazer uma

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necessidade: tangível ou intangível. Os profissionais de marketing podem

controlar compostos de produtos que incluem qualidade, estilo,

características especiais de designer, embalagem, variedade de

tamanhos e opções, garantias, serviços pós-vendas e imagens de marca.

(PALMER, 2006)

b) Preço: É a quantia de dinheiro paga pelo cliente para obter o produto

desejado. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007), sendo a tarefa dos gestores

fixá-lo corretamente (MACCARTHY; PERREAULT, 1997). A variável

preço é o elemento do composto de marketing mais difícil de ser fixado,

sofrendo interação das forças de mercado. Os gestores de marketing

definem ainda os preços com base de quanto custa para produzir, quanto

à concorrência vem cobrando e quanto os clientes estão dispostos a

pagar. (PALMER, 2006).

c) Praça: São as atividades da empresa que disponibilizam o produto aos

consumidores-alvos (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). As decisões a

respeito da praça implicam como a empresa deseja facilitar ao acesso

dos consumidores a seus produtos e mercadorias. Deve-se definir que

intermediários serão acionados locando o produto até o consumidor final,

como transportar o produto fisicamente e como manuseá-lo durante o

percurso. (PALMER, 2006).

d) Promoção: É responsável por comunicar ao mercado-alvo o produto

certo. (MACCARTHY; PERREAULT, 1997). É uma ferramenta utilizada

para comunicar os benefícios de seus produtos aos mercados-alvo,

utilizando de ferramentas como propaganda, vendas pessoais, relações

publicas, promoção de vendas, e marketing direto. As decisões incluem,

que mensagem utilizar, em que mídia, qual o momento adequado para a

campanha publicitária, quanto gastar e como avaliar o investimento.

(PALMER, 2006).

Através do mix de marketing o gestor deve delinear atividades de marketing

e montar programas de marketing totalmente integrados para criar, comunicar e

entregar valor aos consumidores, considerando que cada ferramenta de marketing é

projetada para oferecer um benefício ai cliente. (KOTLER; KELLER, 2006)

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37

2.2.2 Marca

Inicialmente é proposto o confronto do conceito de marca pela American

Marketing Association com o conceito utilizado na prática. Segundo a American

Marketing Association, marca é um nome, termo, símbolo, desenho ou uma

combinação desses elementos que deve identificar os bens ou serviços de um

fornecedor ou grupo de fornecedores e diferenciá-los da concorrência. Porém, o

conceito utilizado na prática define marca como algo que criou certo nível de

conhecimento, reputação e proeminência no mercado. Constata-se que as diretrizes

e gestão giram sempre em o quer dizer Marca. (KELLER, 2007).

Através dos conceitos anteriormente citados, percebe-se que a

complexidade do conceito da marca vai além de um nome. Para Kotler (1998) a

função da marca é desenvolver um conjunto de significados, utilizando seis níveis

que serão abordados posteriormente, que promovem, além dos atributos da marca

(que é o tangível), também os seus benefícios (que é o intangível),

Os níveis de significado de marca podem ser visíveis nas características da

marca e representam sua personalidade. A personalidade da marca, por sua vez, é

definida por Aaker (2001) como um conjunto de características humanas associadas

a uma determinada marca como gênero, idade e classe sócio econômica, além de

traços da personalidade humana como carinho, interesse e sentimentalismo.

Desta forma os níveis de significados contribuem para o entendimento da

diferença entre produto e marca, além de deixar mais evidente o conceito de marca.

Para Kotler (1998) os seis níveis de significados da marca são:

a) Atributos: a marca traz em mente certos atributos, por exemplo:

qualidade, durabilidade, prestígio e alto valor de revenda;

b) Benefícios: necessita-se transformar os atributos em benefícios

funcionais ou emocionais;

c) Valores: a marca deve transmitir certos valores dos fabricantes como

segurança, prestígio etc.

d) Cultura: a marca representa certos valores, por exemplo: a cultura do

povo representada na forma de produzir.

e) Personalidade: a marca pode assumir personalidade, como de uma

pessoa, animal ou objeto;

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f) Usuário: a marca sugere o tipo de consumidor ao qual se relaciona com o

produto através dos seus valores cultura e personalidade

Um dos objetivos de dotar um produto com uma marca é criar uma

diferenciação perceptível a ele, ensinando ao consumidor “quem” é o produto,

através da incidência do poder da marca: este processo é denominado de Branding.

O Branding diz respeito a criar estruturas mentais ajudando o consumidor a

organizar seu conhecimento sobre produtos e serviços, tornando sua tomada de

decisão de compra mais esclarecida, assim gerando valor à empresa. (KOTLER;

KELLER, 2006).

Após a constatação dos níveis de significado da marca é possível a

mensuração do valor da marca. Para Kotler (1998), o valor da marca pode ser

identificado pelo alto grau de consciência da marca (mensurado pelo índice de

lembrança da marca ou reconhecimento), ou alto grau de aceitabilidade da marca

(os consumidores não hesitariam em comprar novamente), podem ser também o

alto grau de preferência de marca, e por fim há marcas que comandam alto grau de

lealdade, situação percebida quando um consumidor que, ao não encontrar a marca

desejada em uma loja, sai a procura em outras até que encontrá-lo.Poucos

consumidores, porém, são leais as marcas.

A lealdade à marca é citada por Aaker (2001) ao referir-se a fidelidade dos

consumidores do automóvel Saturno. Demonstrado através dos índices de

satisfação e qualidade: ISV e ISC, da J.D. Power. Este caso comprova a fidelidade

quando a qualidade percebida e sua influência no comportamento do consumidor.

2.2.3 Mercado

As metas e trocas remetem aos mercados, que são formados por todos

consumidores potenciais que compartilham de um desejo ou necessidade comuns e

específicos, dispostos e habilitados a fazer uma troca que atenda seus desejos e

necessidades. (KOTLER, 1998).

A evolução do conceito anterior se adéqua à proposta deste trabalho, visto

que Kotler e Armstrong (2007) definem o mercado como um conjunto de

compradores reais e potenciais de um produto, compartilhando desejos ou

necessidades específicas, satisfeitos por meio de trocas e relacionamentos.

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39

2.2.3.1 Segmentação de Mercado

Para Kolter (1998), um segmento de mercado é formado por um grande

grupo de compradores identificáveis dentro de um mercado, pressupondo que os

consumidores identificados dentro de um segmento de mercado sejam bastante

similares em desejos e necessidades, porém, não idênticos.

A segmentação de mercado divide mercados grandes e heterogêneos em

segmentos menores que possam ser alcançados de forma mais eficiente com

produtos e serviços atendendo as suas necessidades específicas (KOTLER;

ARMSTRONG, 2007).

Para Blackwell, Miniard e Engel (2005) no processo de segmentar, identifica-

se um grupo de pessoas similares em uma ou mais formas, baseado em uma

variedade de características e comportamentos, trazendo o enfoque para o

comportamento. Desta forma, caracteriza-se como segmento de mercado “[...] um

grupo de consumidores com necessidades e comportamentos semelhantes que

diferem do restante do mercado.” (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005. p.41).

O conceito de Blackwell, Miniard e Engel (2005) sobre a segmentação de

mercado se diferencia do conceito de Kotler (1998), e torna-se essencial para

pesquisas que abordam o comportamento do consumidor especificamente por tratar

tanto das características, como dos comportamentos destes indivíduos

Em contra partida, se aceitarmos que todos os consumidores são iguais,

com as mesmas necessidades, desejos e vontades e os mesmo históricos pessoais,

educação e experiência, não precisaríamos segmentar o mercado, bastaria oferecer

o mesmo composto de marketing para todos os consumidores, o que caracteriza o

marketing de massa. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

Para justificar a utilização da segmentação ao invés do marketing de massa

Engel, Blackwell e Miniard (2000) afirmam que:

O marketing de massa torna-se menos eficaz em economias em que

a maioria dos consumidores já possui os benefícios funcionais ou

essenciais. A segmentação oferece variações em benefícios

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40

funcionais e mais atenção em relação às necessidades hedonistas.

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD. p. 25, 2000).

A partir do exposto, fica evidente que a segmentação baseia-se na

identificação e no apelo à consumidores com comportamento semelhante, e não

com características semelhantes. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Os programas de marketing eficazes normalmente exigem uma abordagem

entre segmentação extrema (produtos fabricados sob medida que combinam com o

comportamento de cada indivíduo) e marketing de massa (produtos padronizados

que não agradam a quase nenhum consumidor). (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD,

2000).

O método analítico de segmentação proposto por Engel, Blackwell e Miniard

(2000), foca-se em identificar o comportamento do consumidor e colocar cada

pessoa num grupo (segmento) minimizando a variação de comportamento entre os

membros do segmento e maximizando a variação entre os segmentos.

2.2.3.2 Bases para Segmentação

Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000) as bases que podem ser usadas

para a segmentação de mercado são geográficas, demográficas, psicográficas e

comportamentais. Os programas de marketing geralmente são baseados em co-

variáveis observáveis no comportamento, como variáveis demográficas ou

psicográficas.

a) Segmentação Demográfica

A segmentação demográfica ajuda a localizar um mercado-alvo, enquanto a

características psicológicas e sócio-culturais ajudam a descrever como os seus

membros pensam e sentem. Os dados demográficos são mais fáceis de medir em

comparação com outras variáveis de segmentação, porem são incluídos em estudos

psicográficos e socioculturais, pois estes adicionam significado ao resultado.

(SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

O segmento de mercado possivelmente encontrado através da segmentação

demográfica é dividindo em grupos com base em variáveis como: sexo, idade,

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41

tamanho da família, ciclo de vida da família, renda, ocupação, grau de instrução,

religião, etnia, geração e nacionalidade (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).

b) Segmentação Sociocultural

Schiffman e Kanuk (2000), afirmam que as variáveis socioculturais oferecem

mais bases para a segmentação de mercado, trabalhando com variáveis

sociológicas e antropológicas, como: ciclo de vida da família, classe social, valores

culturais fundamentais, associações subculturais e afiliação intercultural.

Para desenvolver uma estratégia de segmentação seleciona-se a base ou as

bases mais adequadas, que, para Schiffman e Kanuk (2000), são compreendidas

por: fatores geográficos, fatores demográficos, características psicológicas, variáveis

socioculturais, características relacionadas com o uso, fatores de situação de uso e

benefícios desejados. Também existem algumas formas de segmentação híbridas,

tais como: segmentação baseada em perfis demográficos/psicográficos, fatores

geodemográficos ou valores e estilos de vida.

2.2.3.3 Abordagem híbrida de segmentação- Values and Lifestyle System

A proposta de uma segmentação hibrida é a de oferecer à empresa

segmentos de consumos mais precisos, podendo alcançar resultados utilizando

apenas uma variável de segmentação (SCHIFFMAN; KNUK, 2000).

A Values and Lifestyle System- VALS (Sistema de valores e estilo de vida)

foi desenvolvido pela SRI Internacional. Sua construção foi baseada na

concordância e discordância dos consumidores em relação a várias declarações

temáticas. Observou-se, porém, que a medida a qual os consumidores começaram a

concordar com os temas sociais medidos, menos indicativo de comportamento

foram os resultados, resultando na classificação de todos os consumidores em

apenas duas categorias. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

Em 1989, ocorreu uma revisão concentrando-se mais explicitamente na

explicação do comportamento de compra do consumidor. Na nova tipologia, a VALS

2, dividiu os consumidores em 8 subgrupos distintos ou segmentados, baseado nas

resposta de 35 perguntas atitudinais e 4 perguntas demográficas.(SCHIFFMAN;

KANUK, 2000). A proposta destas mudanças foi a de encontrar uma forma mais

poderosa de segmentar os consumidores, percebendo que indicadores de estilos de

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vidas são mais capazes de prever o comportamento de compra do que o fato de

concordar com certo valor social. (SOLOMON, 2002)

A forma que os consumidores respondem à VALS 2 leva à classificação da

suas auto orientações, significando quais objetivos e comportamentos eles aspiram.

As suas auto-orientações foram classificadas por Blackwell, Miniard e Engel (2005)

como:

a) Orientadas por princípios: os consumidores decidem o que comprar

através de suas crenças e não por influência de terceiros.

b) Orientadas por status: estes consumidores são totalmente influenciados

pelas crenças, opiniões e ponto de vista dos outros.

c) Orientadas pela ação: estes consumidores compram produtos que

afetam seu ambiente, procuram por atividade, variedade e correm riscos.

Outra dimensão apresentada pela VALS 2 dá conta dos recursos físicos,

psicológicos, materiais e demográficos, disponíveis aos consumidores para seguir

suas auto-orientações.

Os estilos de vida representados pela classificação VALS 2 são

representados em oito categorias, tal como visualizado na Figura 01 e descritos na

seqüência:

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Figura 01- Sistema de segmentação

Fonte: Engel, Blackwell e Miniard (p.223, 2005)

a) Realizadores:

Importam-se muito com a sua

de muitos recursos. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005

Kanuk (2000) esses cons

produtos, tecnologias

assistindo pouco à televisão,

publicações.

b) Satisfeitos: Consumidores mad

práticos e buscam por

(BLACKWELL; MINIARD;

interesse em imagem e

para o lar. Assistem a programas educacionais e de noticias. Lêem de forma

abrangente e com freqüência

c) Crentes: são

baseadas nos códigos da igreja, comunidade, família e nação. Compram marcas

conhecidas. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005

Sistema de segmentação VALS 2

well e Miniard (p.223, 2005)

Realizadores: são consumidores bem sucedidos, ativos e sofisticados.

se muito com a sua imagem, apresentam elevada auto

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

esses consumidores gostam de coisas finas, são receptivo

e formas de distribuição. Desconfiam de

assistindo pouco à televisão, lêem com freqüência grande variedades de

Satisfeitos: Consumidores maduros, confortáveis e reflexivos. S

por funcionalidade, valor e durabilidade nos produtos

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Por tais características,

interesse em imagem e prestígio, seu consumo é voltado alem da média

para o lar. Assistem a programas educacionais e de noticias. Lêem de forma

abrangente e com freqüência. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

orientados por princípios, conservadores

baseadas nos códigos da igreja, comunidade, família e nação. Compram marcas

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). As suas mudanças de hábitos

43

ucedidos, ativos e sofisticados.

apresentam elevada auto-estima e dispõem

). Para Schiffman e

, são receptivos a novos

distribuição. Desconfiam de propaganda,

lêem com freqüência grande variedades de

uros, confortáveis e reflexivos. São

funcionalidade, valor e durabilidade nos produtos.

Por tais características, tem pouco

alem da média a produtos

para o lar. Assistem a programas educacionais e de noticias. Lêem de forma

orientados por princípios, conservadores e com crenças

baseadas nos códigos da igreja, comunidade, família e nação. Compram marcas

mudanças de hábitos

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44

são lentas. Assistem à televisão, mais do que a média, seus assuntos de preferência

são sobre aposentadoria, casa, jardim e assuntos de interesse geral. (SCHIFFMAN;

KANUK, 2000).

d) Controladores: são orientados para a carreira e gostam de sentir-se no

controle da sua vida, preferindo pouco risco e descoberta. Suas vidas sociais

envolvem família, igreja e carreira. Escolhem marcas de prestígios que informam

sucesso para seus pares. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Para Schiffman

e Kanuk (2000) esses consumidores são atraídos por produtos Premium. Assistem à

televisão medianamente, lêem sobre negócios, noticias e publicações de auto-ajuda.

e) Esforçados: estes consumidores preocupam-se com a aceitação dos

outros, desta forma estão em busca de auto-definição, segurança e a imagem de

sucesso. Tentam equiparar sua vida à imagem daquele que se esforçam a ser,

enfrentando as suas deficiências de recursos para atingir. (BLACKWELL; MINIARD;

ENGEL, 2005). Possuem renda discricionária limitada, mas têm crédito, gastando

em roupas e produtos de higiene pessoal. Preferem televisão à leitura

(SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

f) Experimentadores: são consumidores jovens, entusiastas e impulsivos,

apreciam o gosto de assumir riscos, variedade e excitação, não apresentam valores

de vida formados, comportamento e afiliação política. Procuram por produtos novos

e ainda não aceitos. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Outras características

apresentadas por Shiffman e Kanuk (2000) são que estes consumidores seguem

moda e os modismos, compram por impulso, gostam de propaganda e ouvem rock.

Gastam parte da sua renda com eventos sociais. (SHIFFMAN; KANUK, 2000).

g) Fazedores: são consumidores que vivem dentro da família e do trabalho,

prestando pouca atenção no contexto fora do seu mundo. Focam na sua auto-

suficiência. Podem ser encontrados consertando seus carros, almejando o consumo

de coisa que sejam funcionais como ferramentas. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL,

2005). Compram produtos que sejam duráveis, com bom preço e que ofereçam

conforto. Ouvem rádio e tem como habito leituras sobre automóveis, mecânica

domestica, pesca e vida ao ar livre (SHIFFMAN; KANUK, 2000).

h) Lutadores: são consumidores pobres, geralmente com baixa educação e

sem elos sociais. Preocupam-se com suas necessidades momentâneas como

compra de alimentos e cuidados com a saúde. Cautelosos, buscam por segurança.

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Caracterizam-se também por serem fieis a

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marca, acreditando em propaganda. Assistem à televisão com freqüência, e lêem

tablóides e revistas femininas. (SHIFFMAN; KANUK, 2000).

2.3 Comportamento do Consumidor

O comportamento do consumidor surge como um campo distinto de estudo

no ano de 1960, virando uma moda nas faculdades de administração. O importante

é saber que os profissionais de marketing adotaram em sua prática idéias e

conceitos, quase que imediatamente, da psicologia social, sociologia, antropologia

ou qualquer outro campo que se relacionasse com o comportamento do consumidor

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000).

O estudo para a compreensão do comportamento do consumidor não é só

de interesse do administrador, mas também dos profissionais da psicologia,

analistas de consumo e por economistas, e a contribuição de todos permite o

desenvolvimento de estratégias de marketing eficazes. (GADE, 1998).

“A área do comportamento do consumidor estuda como indivíduos, grupos e

organizações selecionam, compram, usam e dispõem de bens, serviços, idéias ou

experiências para satisfazer as suas necessidades e desejos.” (KOTLER, 1998.

p.161).

Embora a troca seja uma das partes importantes do comportamento do

consumidor, as visões mais abrangentes comparam o comportamento como um

processo de consumo, buscando questões que influenciam o consumo antes,

durante e depois da compra. (SOLOMON, 2002). Um exemplo é o conceito de

Richards (1984 apud MEDEIROS; CRUZ, 2006) ao caracterizar o comportamento do

consumidor pelas atividades mentais e emocionais realizadas na seleção, compra e

uso de produtos/serviços para a satisfação de necessidades e desejos.

A análise do comportamento do consumidor possibilita as empresas a utilizar

o composto mercadológico procurando adaptar-se ao mercado, desenvolvendo

produtos que atendam diversas necessidades dos seus consumidores ou clientes.

(GADE, 1998).

2.3.1 Motivação

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46

A motivação é observada através do comportamento em todas as pessoas

quando projetam objetivos e realizam esforços especiais para alcançá-los.

(KARSAKLIAN, 2000). O comportamento motivado é percebido pela persistência,

por tal afirmação caracteriza-se o motivo como:

[...] uma condição interna relativamente duradoura que leva o

indivíduo ou que o predispõe a persistir num comportamento

orientado para um objetivo, possibilitando a transformação ou a

permanência de situação. (SAWREY; TELFORD, 1976 apud

KARSAKLIAN, 2000 p.22).

A dinâmica do processo de motivação, segundo Engel, Blackwell e Miniard

(2000) começa quando há o reconhecimento (ou ativação) da necessidade: isso

acontece quando existe discrepância entre o estado desejado e o estado real. O

aumento da discrepância até determinado nível ativa um estado de despertar

chamando de impulso (quanto mais forte o impulso mais forte é a urgência

percebida de resposta). Certos padrões de comportamento são reconhecidos como

mais eficazes para a satisfação de necessidades, e funcionam como desejos.

As necessidades sentidas podem ser ativadas de formas diferentes,

podendo ser classificadas com base no benefício esperado de compra e

uso:(ENGEL; BLAKWELL; MINIARD, 2000).

a) Necessidades utilitárias: levam em consideração os atributos, benefícios,

objetivos, funcionais, do produto.

b) Necessidades hedonista/ vivenciais: abrangem respostas, prazeres,

fantasias e considerações estéticas subjetivas.

Um comprador, em uma decisão de compra, pode ser influenciado por

necessidades utilitárias e hedonistas simultaneamente. Porém, quando passamos

por necessidades hedonistas, as alternativas passam a ser mais espontâneas e

holísticas, com enfoque no simbolismo geral em oposição aos aspectos específicos.

Prevalece, no fim, o bom senso, e os consumidores acabam motivados tanto por

razões racionais (utilitárias) quanto emocionais (hedonista/vivenciais). (ENGEL;

BLACKWELL; MINIARD, 2000).

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Outro conceito a respeito da necessidade a classifica como o a interação do

indivíduo com o ambiente. Para Schiffiman e Kanuk (2000), a origem das

necessidades pode ser inata e outras adquiridas. As necessidades inatas

correspondem às necessidades fisiológicas e são responsáveis por manter a vida.

Esta característica faz com que sejam denominadas de primárias, fazendo parte

delas a necessidade de alimento, de água, de roupa, de abrigo entre outras.

As necessidades adquiridas são as que aprendemos em resposta à nossa

cultura ou meio ambiente, resultam do estado psicológico subjetivo do indivíduo e do

relacionamento com outros. Fazem parte das necessidades adquiridas as

necessidades de auto-estima, de prestígio, de afeto, de poder, de aprendizagem.

Por serem de caráter psicológico, são consideradas necessidades secundárias. Ao

haver associação entre elas, resulta-se no surgimento de necessidades compostas,

formadas pelas necessidades primárias e secundárias.

2.3.2 Envolvimento: um conceito para estruturar a análise do

comportamento de compra

A importância do envolvimento configura-se na sua relação com a motivação

e o comportamento do consumidor. Segundo Karsaklian (2000, p. 184):

O envolvimento é um estado não observável de motivação, de excitação e de interesse. Ele é criado por um objetivo ou uma situação específica e desencadeia comportamentos: certas formas de procura de produto, de processamento de informação e de tomada de decisão.

É importante destacar que o envolvimento firmado com um objeto ou

situação é decorrente da relevância percebida por uma pessoa com base em suas

necessidades, valores e interesses inerentes. (SOLOMON, 2002).

O envolvimento também é observado por Engel, Blackwell e Miniard (2000)

ao expor que seu conteúdo é de grande significado para compreender e explicar o

comportamento do consumidor. O envolvimento, quando presente, motiva o

consumidor a agir com deliberação, minimizando os riscos e maximizando os

benefícios obtidos da compra e uso. Torna-se ativo quando as características

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pessoais intrínsecas (necessidades, valores e auto-conceito) são confrontadas por

estímulos de marketing apropriados dentro de uma dada situação.

Cabe classificar o envolvimento através de suas características pessoais

intrínsecas, distinguindo-o entre envolvimento afetivo ou emocional e envolvimento

cognitivo, marcadamente utilitarista

Karsaklian (2000) aponta a existência e distinção entre os envolvimentos

afetivos relacionados com o afetivo emocional e o envolvimento cognitivo,

marcadamente utilitarista. O envolvimento afetivo é vinculado ao seu “eu profundo”,

expressado através de suas compras, enquanto o cognitivo envolve objetivamente a

razão.

Outras abordagens distinguem o envolvimento entre durável: onde uma

pessoa explica por sua experiência anterior ou seu sistema de valor, e temporário:

são as características do produto (complexidade técnica, duração de utilização) ou

para o contexto da compra (para si mesmo, para ofertar). (KARSAKLIAN, 2000)

O comportamento do consumidor é alterado de acordo com seu

envolvimento com o produto. Um consumidor mais envolvido procura mais

informações e as avalia de forma mais crítica: desta forma, quanto maior for seu

envolvimento, maiores serão suas expectativas, potencializando, então, sua

satisfação ou insatisfação (quando ocorrer) em relação ao objeto. (LAURENT;

KAPFERER, 1985 apud KARSAKLIAN, 2000).

Para Karsaklian (2000), a importância do envolvimento se dá do ponto de

vista estratégico, servindo para segmentar o mercado e posicionar os produtos. Ao

considerar que o envolvimento tem papel chave na atenção que a pessoa dá à

mensagem e com o cuidado que ela decodifica a mensagem, ao qual torna o

envolvimento do público-alvo um fator importante a ser levado em conta no

planejamento e no conteúdo de uma comunicação persuasiva.

2.3.3 O Grau de Envolvimento e a Influência na Solução de Problemas

Pode-se atribuir ao grau de envolvimento a influência sobre a solução de

problemas, que molda o processo de decisão de compra utilizado pelos

consumidores. Desta forma, Blackell, Miniard e Engel (2005) conceituam o

envolvimento como o nível de importância pessoal percebida e/ou interesse

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invocado por um estímulo em uma situação específica. É importante que os

profissionais de marketing atuem deliberadamente para minimizar o risco,

maximizando os benefícios obtidos pelo consumidor na compra e no uso do produto.

O objetivo, então, não reside somente em priorizar o produto, pois segundo

Zaichkowsky (1985, apud PILOTO, 2008), o envolvimento é dividido em duas

classes: o envolvimento com o produto (definido pelas necessidades e interesses

com determinada classe de produto); e o envolvimento com a marca (definido como

o interesse específico em definir a escolha por determinada marca, pois o produto

neste momento já está definido).

O grau de envolvimento é quão relevante ou central um produto é, estando

relacionado ao grau de interesse do indivíduo, Sheth, Mittal e Newman (2001)

consideraram duas formas referentes ao grau de envolvimento que são:

Envolvimento duradouro considerado como o grau de interesse regular que um

cliente sente por um produto ou serviço; e o envolvimento situacional considerado

como o grau de interesse em uma situação ou ocasião específica por exemplo

quando se compra ou consome um produto.

Blackwell, Miniard e Engel (2005) aprofundam o conceito referente ao grau

de envolvimento em função de quão importante os consumidores percebam o

produto: quanto mais importante, mais motivado ficará o consumidor em buscar se

envolver na decisão. Ao se envolver, os consumidores conferem maior importância

às informações adicionais sobre determinados produtos fornecidos por fabricantes

através de canais especializados, pois aumentam o envolvimento dos consumidores

por determinada categoria de produtos. (ENGELS; BLACKWELL; MINIARD, 2005).

Para determinar a o grau de envolvimento de um consumidor, pode-se

avaliar determinados fatores que, segundo Engels, Blackwell e Miniard (2005), os

consumidores adotam na tomada de decisão:

a) Fatores pessoais: o grau de envolvimento é maior quando a decisão afeta a

pessoa diretamente. A este atributo inclui-se: auto-conceito, saúde, beleza ou

condição física. Não contendo a ativação da necessidade e direcionamento a estes

fatores não haverá envolvimento, ao passo que tornar-se mais forte quando é

percebido como promotor de auto-conceito.

b) Fatores do produto: produtos e marcas podem se tornar envolventes quando

percebido algum risco na compra ou uso deles, os riscos são definidos como:

• Risco físico: risco de dano material

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• Risco psicológico: especialmente um risco negativo para o auto-conceito.

• Risco de performance: de que o produto não apresente a performance

esperada.

• Risco financeiro: de que os resultados levaram a perdas financeiras.

Desta forma quando maior o risco percebido pelo consumidor, maior o

probabilidade de seu envolvimento. Porém, quando o risco é considerado inaceitável

pelo consumidor na compra ou no uso do produto, pode-se evitar o produto ou

redefinir as alternativas através da busca de informações na pré-compra para

minimizar o risco.

c) Fatores situacionais ou instrumental: é referente às diferenças que podem

ocorrer quando se compra o mesmo produto em diferentes contextos, alterando-se

ao longo do tempo: podendo ser elevado temporariamente e diminuir à medida que

os resultados de compra são resolvidos. A alternância é de acordo com os fatores

que determinam se o produto é para uso pessoal ou para presentear alguém, se

será utilizado pelo comprador sozinho ou em companhia de alguém. Cita também o

autor que o envolvimento pode ser alterado presente a pressões sociais, quando

dependem de aspectos relativos à aceitação de determinado grupo social.

É importante observar que nenhum destes fatores é responsável por captar

o envolvimento do consumidor, por que essa qualidade pode ocorrer por diferentes

e/ou combinações de razões. Ao mensurar o envolvimento, permite-se aos

pesquisadores do consumidor captarem a diversidade da construção do

envolvimento. (SOLOMON, 2002)

2.3.4 Mensuração do Envolvimento

Ao classificar o envolvimento, nasce à importância de mensurá-lo e, para

isso, foram desenvolvidas escalas de medidas. Em 1985 dois excelentes trabalhos

marcaram uma nova era a respeito ao estudo do envolvimento do consumidor, os

artigos de Zaichkowsky (1985 apud FONSECA, 1990) e dos franceses Laurent &

Kapferer (1985 apud FONSECA, 1990) possibilitaram a mensuração do

envolvimento nas diversas categorias de produtos.

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Ao passo que Zaichkowsky (1985, apud FONSECA, 1990) trabalhou com

envolvimento como um construto unidimensional, Laurent e Kapferer (1985, apud

FONSECA, 1990) pressuporão que o envolvimento é um construto multidimensional,

ao desenvolver seu trabalhando a partir de quatro dimensões do envolvimento.

Desta forma, enquanto Zaichkowsky (1985 apud FONSECA, 1990) define

envolvimento como relação à relevância percebida que uma pessoa atribui a um

determinado objeto, Laurent e Kapferer (1985, apud FONSECA, 1990) defendem

que o tipo de envolvimento é tão ou mais importante que o seu nível, envolvendo

várias facetas. Estas facetas são responsáveis tanto pelo envolvimento situacional

quanto pelo envolvimento duradouro, são elas: importância percebida (o significado

pessoal do produto), probabilidade de risco (aborda as conseqüências de uma

escolha errada e a probabilidade do consumidor de fazer uma escolha errada), valor

simbólico (referente ao produto sua compra ou aquisição) e valor hedônico

(associada ao apelo emocional e as características de prazer e afeto encontradas no

produto).

Porem estas escalas segundo Jain & Srinivasan (1990, apud FONSECA,

1990) necessitavam serem melhoradas, pois, deveriam absorver as qualidades vitais

para a mensuração do envolvimento. Para tal objetivo criou uma escala associando

as escalas de Zaichkwosky (1985, apud FONSECA, 1990) com a de Laurent e

Kapferer (1985, apud FONSECA, 1990), consideradas até então como as principais

na mensuração do envolvimento. A New Involvement Profile – NIP como foi

chamanda, tem caráter multidinansional e retêm cinco dimensões do envolvimento.

A escala NIP foi constituída pelas seguintes dimensões: relevância; prazer;

valor simbólico; importância do risco e probabilidade do risco.

A dimensão da importância representa a relevância, considera a percepção

do significado pessoal ao produto. A dimensão do prazer é relacionada ao valor

hedônico que o produto proporciona ou ao apelo emocional nele percebido. Estas

duas dimensões correspondem ao envolvimento duradouro, significam a relação do

consumidor com o produto questão. (FONSECA, 1990).

Já a dimensão de valor simbólico possui caráter duradouro, entretanto,

dadas as características do produto, em casos de produtos sem estas

características podem possuir caráter temporário. (FONSECA, 1990).

As duas últimas dimensões representam o risco percebido em determinadas

situações de compra, remetendo ao envolvimento situacional que possui caráter

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temporário. Porem determinados produtos estão constantemente vinculados a um

tipo de risco, ao invés do normal, ao qual o tipo risco atrelado a um produto costuma

alterar de tipo, o que os torna um caso de envolvimento duradouro. (JAIN;

SRINIVASAN, 1990, apud FONSECA, 1990).

A utilização da escala NIP segundo Fonseca (1990) possibilita a visualização

das diferentes áreas que afetam o envolvimento, ao qual

[...] reflete os interesses e valores inerentes ao indivíduo (fator

pessoal), as características físicas de um produto que causam

diferenciação e interesse (fator físico) e os aspectos situacionais

temporários capazes de aumentar ou diminuir a percepção de

relevância ou interesse com relação a um objeto (fator situacional.

(FONSECA, 1990. p.38).

Outra característica relevante à utilização da escala NIP é a possibilidade de

ser aplicada nas variadas classes de produtos. Demonstrando todas as dimensões

e formas pelos quais o envolvimento é formado, através da analise de cada

dimensão pode se comprovar quais fatores são responsáveis pela relação de

envolvimento do consumidor com o produto a ser estudado. (FONSECA, 1990).

2.3.5 Atitude

As atitudes favoráveis dos consumidores (representam o que gostamos)

estão relacionadas, quase sempre, a um produto, sendo pré-requisito essencial para

manter o consumo ou a intenção de compra útil (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL,

2005). As atitudes existem porque exercem alguma função para a pessoa. Isto é,

são determinadas pelos motivos da pessoa. Karsaklian (2000, p. 65) acrescenta que

na pesquisa social o conceito de atitude não é diferente que para a psicologia,

definindo: “[...] como uma relação a um produto ou uma marca, como uma

predisposição para avaliá-lo de certa forma.”

Embora as atitudes sejam resultantes do comportamento, elas não são

sinônimos de comportamento. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000). O gostar de

determinado produto não é essencialmente uma intenção de compra, pois pode o

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consumidor gostar mais ainda de outro produto e comprá-lo. Desta forma as

preferências representam as atitudes sobre um objeto em relação ao outro. O

consumidor pode, ainda, ter preferência por determinado produto e não ter intenção

de comprá-lo, em razão de que não necessite ou até que não tenha capacidade de

comprá-lo. (ENGEL; BLACWELL; MINIARD, 2005).

“Basicamente, ter uma atitude favorável em relação a um produto não é o

mesmo que ter uma atitude favorável em relação a comprar ou consumir o produto.”

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD. p. 300) 2005

Atitude relativa ao objeto representa uma avaliação da atitude em relação ao

objeto como um produto. Exemplo: Quanto você gosta de ou tem aversão a carros

da Toyota; gosto muito/ Não gosto nem um pouco

Atitude relativa ao comportamento significa uma avaliação de um

comportamento envolvendo o objeto em relação ao qual se tem uma atitude.

Exemplo: Comprar um veículo da Toyota seria: Muito bom/ muito ruim; Muito

agradável/ muito desagradável. Assim, torna-se visível que as intenções estão mais

relacionadas às atitudes relativas ao comportamento.

Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000) e Karsaklian (2000), a atitude é

formada por três componentes:

a) Componente cognitivo: são os conhecimentos e as crenças de uma

pessoa sobre algum objetivo de atitude. Segundo Karsaklian (2000) essas

representações constituem a imagem.

b) Componente afetivo: representa os sentimentos em relação ao objeto de

atitude. Karsaklian (2000) acrescenta que, ao relacionar os componentes afetivos à

avaliação da imagem constituída, se resume os sentimentos em positivos e

negativos e as suas emoções conseqüentes.

c) Componente conativo: refere-se às tendências de ação ou

comportamentais da pessoa em relação ao objeto de atitude. Ou, como Karsaklian

(2000) conceitua, intenções de comportamento.

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Figura 02- Relações entre Crença, Sentimentos, Atitudes, Intenção Comportamental

e Comportamentos.

Fonte: Engel, Blackwell e Miniard (2000).

Através destas considerações

atitudes serem constituídas

sobre o objeto da atitude. Sua identificação é importante, pois fornece

para aqueles interessados em influenciar as atitudes do consumidor.

se que as intenções dos consumidores em desempenhar algum comportamento

dependerão das suas atitudes, compreende

intenções de um consumidor de ter determinado comporta

produto) devem aumentar conforme suas atitudes se tornarem mais favoráveis.

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000).

Além dos componentes da atitude é importante para este estudo conhecer

as propriedades das atitudes que para Engel, Blackwell e Miniard (2000), foram

classificas em cinco dimensões:

a) Valência: o fato de ser positiva, negativa ou neutra

b) Extremidade:

às marcas que tenha mesmo valência.

c) Resistência: é o grau de que uma atitude é imune à mudança

Relações entre Crença, Sentimentos, Atitudes, Intenção Comportamental

Fonte: Engel, Blackwell e Miniard (2000).

destas considerações, percebe-se que existem

serem constituídas - ver figura 2: seja pelas crenças, seja pelos

sobre o objeto da atitude. Sua identificação é importante, pois fornece

ados em influenciar as atitudes do consumidor.

que as intenções dos consumidores em desempenhar algum comportamento

s suas atitudes, compreende-se que as conseqüências e as

intenções de um consumidor de ter determinado comportamento (como comprar um

produto) devem aumentar conforme suas atitudes se tornarem mais favoráveis.

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000).

dos componentes da atitude é importante para este estudo conhecer

as propriedades das atitudes que para Engel, Blackwell e Miniard (2000), foram

dimensões:

o fato de ser positiva, negativa ou neutra

podendo haver graus variados de favorabilidade em relação

marcas que tenha mesmo valência.

é o grau de que uma atitude é imune à mudança

54

Relações entre Crença, Sentimentos, Atitudes, Intenção Comportamental

duas maneiras das

, seja pelos sentimentos

sobre o objeto da atitude. Sua identificação é importante, pois fornecem orientação

ados em influenciar as atitudes do consumidor. Considerando-

que as intenções dos consumidores em desempenhar algum comportamento

que as conseqüências e as

mento (como comprar um

produto) devem aumentar conforme suas atitudes se tornarem mais favoráveis.

dos componentes da atitude é importante para este estudo conhecer

as propriedades das atitudes que para Engel, Blackwell e Miniard (2000), foram

haver graus variados de favorabilidade em relação

é o grau de que uma atitude é imune à mudança

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d) Persistência: é a noção de que uma atitude pode desgastar com o passar

do tempo.

e) Grau de confiança: é a crença de uma pessoa que a sua atitude esteja

correta. Cabe ressaltar que se uma pessoa estiver confiante de que está correta, fica

mais fácil estimular sua decisão, porém mais difícil alterá-la. Isto seria Diferente se

houvesse crença de que sua atitude está errada, pois conseqüentemente a pessoa

iria buscar informação adicional para orientar o seu comportamento

2.3.6 Dos sentimentos ao afeto na formação das atitudes

Investigando-se o assunto pela perspectiva da psicologia, percebe-se,

através de Music (2005), que os conceitos de sentimentos, emoção e afeto têm

significados parecidos, tanto nos dicionários de psicologia quanto nos dicionários

comuns: estes conceitos costumam estar atrelados um ao outro. O afeto tem um

sentido mais objetivo, e pode ser observado em vez de sentido. O sentimento, por

sua vez, denota um estado interno, a experiência particular de um indivíduo, desta

forma não pode se observar um sentimento, mais sim o efeito de um sentimento ou

indícios de sentimentos de alguém. E, por último, a emoção é o equivalente ao afeto,

no uso popular e tem caráter mais objetivo que o sentimento. Importante realçar que

a separação do cognitivo e do emocional não é total, por exemplo, ao assistir a um

filme, o indivíduo pode se lembrar de um velho amigo e, após, sentir-se triste com a

passagem do tempo.

Music (2005) constata que ao expor crianças em situações de ausência da

mãe, um grupo reage ficando muito agitado e até chorando – chamados firmemente

apegados, e outro age como se nada estivesse ocorrido – chamados de apegados

esquivos. Porém, ao medir os batimentos cardíacos e a adrenalina, foi percebido

que todas as crianças tiveram sensações fisiológicas semelhantes ante o sumiço da

mãe – objeto de afeto. Observou-se, neste estudo, que o grupo esquivo não estava

em contato com seus sentimentos. Desta forma caracterizou o sentimento como

aspecto subjetivo que se observa fisicamente como resposta corporal.

Após analisar de forma introdutória os conceitos de sentimento e afeto, resta

explanar sua função na perspectiva do marketing que é o alvo deste trabalho para,

de forma mais específica, analisar um dos componentes da atitude: o componente

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afetivo utilizado pelo autor Engel, Blackwell e Miniard (tradução do autor. p.

364,1995) conceituado como aquele que representa “os sentimentos individuais em

relação à atitude.”

Os sentimentos são definidos como um estado afetivo (estado de humor

neste momento) ou uma reação (como os sentimentos experimentados durante o

consumo de um produto ou processamento mental de um anúncio). E as atitudes

são resultantes dos sentimentos em relação ao objeto questão. (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL 2005).

Os componentes do afeto já foram utilizados em outros estudos dentro da

administração como, por exemplo, Espinoza e Zilles (2004), ao tratar o assunto da

geração de afeto negativo a partir da atmosfera da loja e sua influência na intenção

de retorno e recomendação do consumidor. Este trabalho abordou as variáveis de:

dimensão social (refere-se às pessoas); dimensão design (características

essencialmente visuais); e a dimensão do ambiente (condições que afetam os

cincos sentidos humanos), em relação ao afeto, que na decisão, segundo Batra e

Stayman (1990 apud ESPINOZA; ZILLES, 2004) torna o processamento mais

heurístico, com menos atividades cognitiva. Comprovando que o a atmosfera gera

influências sobre o estado afetivo dos consumidores, alterando sua decisão de

compra

Outra pesquisa com o construto do afeto dentro da administração de

empresas foi desenvolvida na tese de mestrado de Oliveira (2008), que buscou,

através do modelo de Watson, Clark e Tellegan, (1998 apud Oliveira, 2008)

denominado de Positive Affect and Negative Affect Schedule: PANAS, identificar o

fator motivação na construção de equipes de alto desempenho, medindo a

conectividade- afeto- das pessoas. O PANAS é um formulário composto por 20

quesitos, sendo 10 positivos (interessado, excitado, forte, entusiasmado, orgulhosos,

alerta, inspirado, decidido, atendo e ativo) e 10 negativos (angustiado, aborrecido,

culpado, assustado, hostil, irritado, envergonhado, nervoso, agitado e temeroso),

Sua importância se deu na mensuração do afeto dos funcionários antes,

durante e depois de uma atividade de interação voltada para qualidade de vida no

trabalho. Elucidando a compreensão dos fenômenos das emoções sua transferência

para o corpo e para os relacionamentos interpessoais. As emoções são fatores

cruciais em cada esfera da ação humana modificando horizontes de possibilidades

das pessoas.

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O modelo de PANAS foi desenvolvido por Watson, Clark e Tellegen (1988,

apud OLIVEIRA, 2008.p. 28) tratando o afeto por duas dimensões:

[...] correspondem a fatores dominantes de personalidade com

característica extrovertida e ansiosa/neurótica, respectivamente. O

afeto positivo está relacionado a uma sensação de entusiasmo, de

ativação e alerta. Quando uma pessoa tem afeto positivo, tem

muita energia, total concentração e engajamento prazeroso. O

afeto negativo é caracterizado por aflição e desprazer, apresenta

tristeza e letargia. O afeto negativo e caracterizado por aflição e

desprazer, apresentando uma variedade de estados de humor

aversivos, como raiva, desprezo, desgosto, culpa, medo

nervosismo. Quando a taxa de afeto é baixa, o estado de humor

da pessoa é caracterizado por calma e serenidade.

Os sentimentos e emoções podem ser classificados pelos pesquisadores por

avaliatórios por natureza, pois, captam a avaliação direta ou global que um indivíduo

faz do objeto de atitude, por exemplo, o indivíduo pode avaliar o objeto da atitude

como favorável ou desfavorável e/ou bom ou mau. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

Os sentimentos podem ainda ser classificados como positivo (sentir-se feliz) ou

negativos (sentir-se desapontado), podem também ser sufocantes (como

experiência de proximidade da morte) ou pode ser virtualmente inexistentes (como

tomar uma cápsula de vitamina). (BLACWELL; MINIARD; ENGEL, 2005)

O sentimento como ser compreendido parte da experiência de consumo.

Blackwell, Miniard e Engel (2005) atribuem as experiências de consumo à evocação

dos sentimentos. Gosta-se de determinada experiência primeiramente pela

capacidade de evocar sentimentos. O consumidor fica mais satisfeito quando, ao

consumir, percebe sentimentos positivos e livres de sentimentos negativos,

proporcionando atitudes mais favoráveis sobre o produto. Por conseguinte os

sentimentos talvez tenham capacidade de influenciar as avaliações. (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL, 2005)

O sentimento também pode ser visto como um estado de humor, sendo

representado pela maneira que as pessoas se sentem em um determinado momento

no tempo. Podem influenciar muito fortemente a formação das atitudes. Até mesmo

no processamento dos anúncios ou das argumentações utilizadas para influenciar a

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formação das atitudes em relação ao produto ou situação. Porém os sentimentos

experimentados durante o consumo, classificados como mais intensos pelo autor, se

sobressaem ao estado de humor dos consumidores antes do consumo.

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005)

2.4 Processo de Decisão de Compra

Uma decisão é uma escolha entre duas ou mais alternativas, sendo que para

os consumidores a liberdade é expressa através da disponibilidade de um leque de

alternativas de escolha de produtos. Desta forma, sempre que houver uma escolha,

existerá uma oportunidade para os consumidores tomarem uma decisão

(SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

Serão apresentados três modelos de processo de decisão de compra e sua

abordagem pelos seguintes autores: Riva (1999); Schiffman e Kanuk (2000) e;

Blackwell, Miniard e Engel (2005).

O modelo de Rivas (1999) tem como característica as percepções de um

problema por um consumidor, implicando na busca de informação que o permita

solucioná-lo. A identificação das alternativas pode ocorrer classificando-as como

suficientemente atrativas e adequadas, abrindo uma nova seqüência de fatos que

engloba como etapa de decisão de compra.

Rivas (1999) busca referenciar os principais elementos, critérios e atributos

que um consumidor utiliza pra realizar uma escolha de compra. Através das

informações obtidas, o consumidor, escolherá por uma determinada marca ou

produto que se aproxima a seu desejo, e que possivelmente solucionará seu

problema.

O consumidor ao se relacionar com estabelecimento e a marca escolhida

como solucionadora do seu problema, acarreta em implicações, que por sua vez

desenvolverá uma relação de comportamentos internos e externos. O processo de

compra é uma evolução profunda das suas adequações, permitindo o individuo ficar

satisfeito ou insatisfeito. As adequações e as relações do consumidor, que

correspondem a condutas do consumidor são interessantes e importantes para

empresa.

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59

É percebido, cada vez mais, o valor lúdico da compra. Convertendo-a a um

ritual semelhante a um ofício de fim de semana, e uma forma de conseguir maior

integração familiar, solucionando o problema de relação familiar com diversão

individual. A participação da família tem mudado as idéias sobre o processo de

seleção e estabelecimento de compra por parte dos consumidores.

O modelo apresentado por Schiffman e Kanuk (2000), é composto por três

componentes principais: input, processo, output.

Input: são influências externas que servem como fonte de informações para

os consumidores, influenciando-os quanto aos valores, atitudes e comportamento

relacionados ao produto. Os mais importantes desses fatores são:

a) as atividades do composto de marketing: são as atividades de

marketing da empresa na tentativa de alcançar, informar e persuadir os

consumidores a comprar e usar os produtos. Transformam em formas

de estratégias específicas do composto de marketing as influências

socioculturais.Pode-se citar como exemplo de influências socioculturais

as influências da classe social, da cultura e da sub-cultura;

b) os códigos de condutas não escritos comunicados pela cultura,

indicam se a conduta é certa ou errada em determinado momento.

Diferentes dos esforços de marketing, não apóiam o consumo, mais

podem ajudar a evitar determinado produto.

Processo: maneira como os consumidores tomam suas decisões. O campo

psicológico representa as influências internas: motivação, percepção, aprendizagem,

personalidade e atitudes, as quais afetam o processo de decisão alterando o que os

consumidores esperam ou querem, o conhecimento sobre várias escolhas de

produto, sua atividade de reunir informações e a avaliação que fazem das

alternativas. O processo de decisão é composto, e o ato consiste em três estágios:

a) O Reconhecimento da necessidade ocorre quando um consumidor se

depara com um problema, os quais, em sua grande maioria,

apresentam duas diferentes necessidades ou estilos de

reconhecimento do problema. Consumidores do tipo “estado real”

percebem que têm um problema quando o produto pára de

desempenhar a sua função satisfatoriamente. Os outros consumidores,

do tipo “estado desejado”, surgem quando seu desejo por uma coisa

nova pode deflagrar o processo de decisão. O reconhecimento da

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60

necessidade ou problema também pode ocorrer de modo simples:

acontecem freqüentemente e o consumidor pode lidar quase que

automaticamente, e de modo complexo: quando um problema se

desenvolve ao longo do tempo, a partida que o estado atual e o desejo

gradualmente se afastam um do outro.

b) A busca pré-compra é a lembrança de experiências anteriores, faz com

que o consumidor perceba que a necessidade pode ser satisfeita por

uma compra e/ou consumo de um produto. A experiência anterior é

considerada como uma fonte de informação interna. Outra

característica apresentada, é que quanto mais forte for a experiência,

menos informação externa o consumidor precisa para tomar uma

decisão. Em situações de grande risco os consumidores tendem

envolver-se na avaliação de informação complexa.

c) A avaliação de alternativas se dá quando, ao avaliar as alternativas, os

consumidores buscam por dois tipos de informação: Primeiro em uma

lista de marcas as quais eles planejam fazer sua escolha (a lista

evocada é uma lista pequena de marcas, as quais ele lembra, e as

quais ele acha aceitável) e segundo através do critério que eles vão

utilizar para avaliar cada marca, geralmente são expressos em termos

da importância dos atributos do produto. Essas atitudes tendem

simplificar a tomada de decisão.

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Figura 03- Modelo do Processo de T

Fonte: Schiffman e Kanuk (2000)

Segundo Schiffman e Kanuk (2000)

consumo, nove entre dez compradores que vão à

estratégia de compras para economizar dinheiro. Apresenta

consumidores e as regras que utilizam:

a) Fiéis e práticos:

produtos que tem preferência e i

b) Compradores de preços baixos

compram itens de preço mais baixo

c) Trocadores oportunistas

decidir entre marcas da sua lista evocada.

d) Caçadores de barganha

não são fiéis à marca.

O estilo de vida

estratégica em um processo de

Modelo do Processo de Tomada de Decisão do Consumidor

Fonte: Schiffman e Kanuk (2000)

Schiffman e Kanuk (2000) de acordo com uma pesquisa de

nove entre dez compradores que vão à loja desenvolvem suas próprias

estratégia de compras para economizar dinheiro. Apresenta

consumidores e as regras que utilizam:

são os que buscam meios de economizar na marca e

produtos que tem preferência e iriam compra de qualquer maneira;

Compradores de preços baixos: não têm preocupação com a marca

compram itens de preço mais baixo;

Trocadores oportunistas: buscam por liquidações e cupons de desconto para

decidir entre marcas da sua lista evocada.

Caçadores de barganhas: são aqueles que procuram a maior

não são fiéis à marca.

de vida dos indivíduos também pode ser avaliada de forma

estratégica em um processo de tomada de decisão. Uma decisão individual ou

61

omada de Decisão do Consumidor.

acordo com uma pesquisa de

loja desenvolvem suas próprias

estratégia de compras para economizar dinheiro. Apresenta-se a seguir os

buscam meios de economizar na marca e

e qualquer maneira;

preocupação com a marca,

uscam por liquidações e cupons de desconto para

aqueles que procuram a maior pechincha, e

dos indivíduos também pode ser avaliada de forma

Uma decisão individual ou

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62

familiar, embasada em um estilo de vida em particular, pode causar grande impacto

em uma gama ampla de comportamentos cotidianos específicos do consumidor.

(SCHIFFMAN; KANUK, 2000)

Outro ponto referente à decisão é que o consumidor pode abortar a escolha

por falta de informações, as quais achem fundamentais para sua tomada de decisão,

buscando estratégias alternativas para compensar os elementos faltantes, da

seguinte forma:

a) Os consumidores podem adiar a decisão até que obtenham a

informação faltante, este processo é mais adotado quando a decisão é considerada

como de alto risco.

b) Os consumidores podem ignorar as informações que faltaram e

continuar com sua decisão atual.

c) Os consumidores podem mudar a estratégia de compra, para utilizar

outra mais adequada à informação faltante.

d) Os consumidores podem inferir, ou seja, construir a informação faltante.

A compra pode envolver uma séria de decisões na escolha de um

determinado produto. Ao comprar um automóvel, por exemplo, deve-se decidir pela

origem do automóvel (nacional ou importado), o revendedor, a financeira e os

opcionais, e no caso de uma substituição por outro, devem ser percebidas as

informações relacionadas à troca ou não do carro atual. Percebe-se que

consumidores que trocam o carro com freqüência diferem muito daqueles que

trocam o carro após muitos anos. Sendo que os que trocam com mais freqüência

estão mais preocupados com o estilo, imagem do carro e/ou status, preocupando se

menos com o custo. Já aqueles que trocam com menos freqüência colhem brande

quantidade de informação, pesquisando revendedores e foram em grande parte

influenciados pelos amigos. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

Output: refere-se a dois tipos de atividades pós-decisão estritamente

associadas:

a) O comportamento de compra: os consumidores fazem três tipos de

compra: as compras experimentais ocorrem quando o consumidor compra uma

marca para experimentar, é uma fase exploratória do comportamento de compra,

pois os consumidores tentam avaliar o produto. Outro tipo é a compra repetida,

quando o consumidor identifica a partir da experimentação como mais satisfatória,

comparando a outra marca ou produto,decidindo a compra. Esta diretamente ligada

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63

ao conceito de lealdade à marca, que fornece as empresas mais estabilidade no

mercado. Por fim as compras de comprometimento de longo prazo, que ocorrem

quando nem sempre é possível experimentar o produto ou marca. O consumidor

passa diretamente da avaliação para o comprometimento de longo prazo.

b) Avaliação pós compra: é o processo pelo qual o consumidor avalia,

através da experimentação, o desempenho à luz de suas próprias expectativas,

resultando em três alternativas dessas avaliações: desempenho efetivo de acordo

com as expectativas, levando a um sentimento de neutralidade; desempenho acima

das expectativas, causando o que se conhece como desconfirmação positiva das

expectativas, levando a satisfação; desempenho abaixo das expectativas, causando

a desconfirmação negativa das expectativas, levando a insatisfação.

Na avaliação pós-compra é possível reduzir as incertezas ou dúvidas do

consumidor durante o processo de compra, pois após a compra o cliente tende a

certificar se fez a escolha mais sábia, tentando reduzir a dissonância cognitiva pós-

compra. As estratégias adotadas pelos consumidores são as seguintes: podem

racionalizar sua decisão como sábia; podem buscar informações que reforcem suas

escolhas como anúncios de concorrentes; podem persuadir os vizinhos a comprar a

mesma marca (confirmando a sua própria escolha); ou procurar outros proprietários

satisfeitos para a reafirmação. A avaliação pós-compra é determinante para

influenciar o consumidor nas suas futuras decisões. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000).

O modelo de Blackwell, Miniard e Engel (2005) prevê que os consumidores

geralmente passam por sete estágios maiores de tomada de decisão:

reconhecimento da necessidade, busca de informação, avaliação de alternativa, pré-

compra, compra e consumo, avaliação pós-consumo e descarte. Através da

compreensão dos estágios demonstrados dentro do mapa de tomada de decisões

do consumidor, os profissionais de marketing poderão identificar porque os

consumidores compram ou não determinados produtos.

Primeiro estágio: Reconhecimento das necessidades

“O reconhecimento da necessidade ocorre quando o individuo sente a

diferença entre o que ele ou ela percebem ser o ideal versus o estado atual das

coisas.” (BALCKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005. p. 74).

A compra é realizada pelos consumidores quando acreditam que a

habilidade do produto em solucionar problemas vale mais que o custo de comprá-lo.

Fazendo com que o reconhecimento de uma necessidade não satisfeita seja o

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primeiro passo de venda de um produto. Os profissionais de marketing devem

conhecer as necessidades dos consumidores e assim abordar onde o consumidor

será influenciado, através de idéias de comunicação mais eficazes e canais de

distribuição mais acessíveis. Além de estarem sempre monitorando as tendências

dos consumidores, pois assim percebem se mudam seus problemas e

necessidades. Outra ação utilizada é a comunicação de uma necessidade já

existente no consumidor, porém ainda não percebida.

Figura 04. Processo de decisão de compra do consumidor Fonte: Blackwell; Miniard; Engel (2005, p.86)

Segundo estágio: Busca de informação.

Após a constatação da necessidade, os consumidores, passam a buscar por

informações e soluções para satisfazerem suas necessidades, pode ser por uma

busca interna, recuperando o conhecimento na memória ou talvez nas tendências

Estímulos

*Dominado pelo

profissional de

marketing

* Dominado por

profissionais não mercadológicos

Exposição

Atenção

Compreens

Aceitação

Retenção

Busca

Externa

Memória

Busca

Interna Busca

Reconhecimento da

Necessidade

Avaliação

de

Alternativas

Compra

Consumo

Avaliação

Pós-

Insatisfação

Descarte

Influências

Ambientais

* Cultura

* Classe Social

*Influências

pessoais

* Família

* Situação do

momento

Diferenças

Individuais

* Recursos do

consumidor

* Motivação e

Envolvimento

* Conhecimento

* Atitudes

*Personalidade,

Valores e Estilos de vida

Satisfação

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genéticas, ou externas, coletando informações entre pares, familiares e no mercado.

Quanto à forma de busca pode ser: passiva, quando simplesmente ficam receptivos

a informações ao seu redor; ou de comportamento ativo, quando se engajam em

buscar informações. Algumas vezes são impelidos ao processo de busca por fatores

situacionais inesperados, e geralmente fora de seu controle como a quebra do

automóvel, buscando informações como se fosse uma compra planejada.

As variáveis como personalidade, classe social, renda, tamanho da compra,

experiências passadas, percepção da marca, e satisfação dos consumidores, são

responsáveis pela extensão e a profundidade da busca de informação. Um exemplo

são os consumidores satisfeitos de uma determinada marca: eles apresentam pouco

ou nenhum comportamento de busca de informações, tornando mais difícil a

mudança por outra marca.

Na busca por informações os consumidores podem optar por informações

dominadas pelo profissional de marketing (fabricante ou varejista), as quais o

fornecedor tem a intenção de informar ou persuadir, utilizando de propaganda, sites

ou materiais em ponto-de-venda. Outra opção disponível ao consumidor são as

informações dominadas por profissionais não mercadológicos, como amigos,

famílias, líderes de opinião e mídia. Estas informações caracterizam-se por fugirem

do controle do profissional de marketing, pois grande parte destas informações vem

do boca a boca, fontes de avaliação de produtos, relatórios de consumidores e do

governo, ou notícias da mídia de massa.

O processamento da informação ocorre à mediada que o consumidor é

exposto à informação externa passando a processar o estímulo. O processamento

ocorre da seguinte forma: primeiramente através da exposição às informações

persuasivas alcançam os consumidores, ativando um ou mais sentidos, é quando o

processo preliminar inicia-se. Depois ocorre a alocação (ou não alocar) de acordo

com a relevância do conteúdo da mensagem, quanto mais relevante maior a

atenção atraída. Alguns consumidores apresentam atenção seletiva. A mensagem

passar a ser analisada, este processo é a compreensão, de acordo com as

categorias de sentido arquivadas na memória, é esperado pelo profissional de

marketing que a compreensão em relação ao seu objeto seja apurada.

Uma vez que a compreensão ocorre, passa-se a aceitação, a mensagem

pode ser considerada inaceitável, sendo dispensada, ou aceita. Sendo que o

objetivo da mensagem, pelo comunicador é modificar ou alterar crenças ou atitudes

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66

existentes. Finalmente a retenção, que é o objetivo de quem persuade, a informação

deve ser aceita e guarda na memória de uma forma acessível para o uso futuro.

Terceiro Estágio: Avaliação de alternativas Pré-compra.

Neste momento que é avaliada as alternativas identificadas durante o

processo de busca. Os consumidores comparam os produtos por diferentes pontos

que conhecem e que consideram importantes, estreitando o campo de alternativas,

antes de finalizar e resolver comprar uma delas. A seguir os consumidores

empregam critérios de avaliação diferentes, influenciada por variáveis ambientais e

diferenças individuais, o critério do avaliativo se torna uma manifestação produto-

específica dos valores necessidades e estilo de vida dos indivíduos, porém ainda os

consumidores deverão avaliar onde comprar; avaliando pontos de vendas.

Classifica-se ainda os atributos, podendo ser salientes ou determinantes,

afetando as estratégias de marketing. Atributos salientes são potencialmente os

mais importantes, no caso do carro: preço, confiabilidade entre outros. Atributos

determinantes são detalhes de estilo, como acabamento entre outros, geralmente

determinam qual loja e marca o consumidor escolhe. As pesquisas têm focado nos

elementos que afetam o processo de escolha, verificando-se que variáveis como

boca a boca e resenhas criticas , foram identificadas como influenciadores críticos,

outras variáveis são as psicológicas como as expectativas emocionais e interesse

latente ao produto. Ao avaliar as alternativas e realizar comparações entre atributos

dos produtos, as emoções dificultam o estabelecimento de critérios de troca e as

valorações de vários atributos durante o processo de escolha.

Quarto estágio: Compra

Neste momento, depois de decidir a compra, é passado por duas fases: uma

delas é a escolha do vendedor, e a segunda envolve a escolha dentro da loja,

influenciadas pelo vendedor, tais como vitrines, meios eletrônicos e propaganda no

ponto de venda. Variáveis como vitrines, contatos com outros vendedores podem

alterar a decisão do consumidor. É extrema importância o bom vendedor que

gerencia os atributos gerais e a imagem da loja para realizar suas vendas, gerindo

os aspectos da experiência de compra dentro da loja.

Quinto Estágio:Consumo

Ocorre depois do cliente comprar o produto e tomar posse, momento no qual

o consumidor utiliza o produto.

Sexto Estágio: Avaliação pós-consumo

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67

É quando o consumidor vivencia a experiência de satisfação ou insatisfação.

A satisfação ocorre quando a performance confirma as expectativas do consumidor,

e a insatisfação é o inverso, quando frustram as expectativas do consumidor. Seus

resultados são importantes, pois os consumidores guardam suas avaliações na

memória utilizando em decisões futuras.

Ao saber que o determinante para satisfação é o consumo, a forma que os

consumidores utilizam o produto, atribui-se que as empresas devem instruir como

utilizar seus produtos, fornecer garantias e serviços técnicos de assistência. A

dissonância cognitiva é diretamente relacionada ao preço, questões do tipo: Tomei a

melhor decisão? Eu considerei todas as alternativas?E devem ser tratadas dando

assistência ao consumidor através de informações pós-venda.

Sétimo Estágio: Descarte

O descarte pode ocorrer por diversas opções como descarte completo,

reciclagem ou revenda, a revenda pode ser a escolha de revender o produto a outro

consumidor ou trocar por outro produto, como por exemplo, o que ocorre com os

automóveis.

Existe uma crescente corrente que reconhece a satisfação e retenção do

cliente como a chave para o sucesso. Utilizando deste reconhecimento atribuem o

sucesso à volta ao marketing de relacionamento, realçando um relacionamento mais

duradouro, mais íntimo e individual com o cliente. Desta forma: “[...] é valido e vale à

pena examinar níveis de apego e significados associados à propriedade do objeto

sem colocar propriedade nas implicações para o marketing.” (ENGEL; BLACKWELL;

MINIARD, 2000. p. 173).

As pesquisas de consumo motivadas pelo lucro, segundo Engel, Blackwell e

Miniard (2000), foram decorrentes de um marketing de massa que enfraqueceu o

laço de individualização dos produtos, diminuindo assim a satisfação. Não se pode

mais confiar em pesquisas de grande amostragem que por sua vez tentavam revelar

a preferência do cliente. É tempo de entrar em casa e dialogar, observar e vivenciar

o mundo da mesma forma que o consumidor faz.

2.4.1 Variáveis que influenciam o processo de decisão

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68

Através da teoria de Blackwell, Miniard e Engel (2005), observa-se que os

consumidores costumam ser sistemáticos nos seus modelos internos, levando em

conta implicações de suas ações antes de decidir e realizar um determinado

comportamento. Desta forma, verifica-se que a tomada de decisão é influenciada por

três fatores principais: a) diferenças individuais; b) influências ambientais e c)

processos psicológicos.

2.4.1.1Diferenças Individuais

Cinco categorias das diferenças individuais que afetam o comportamento

segundo Blackwell, Miniard e Engel (2005):

a) Demografia: compreende as variáveis como renda e geografia,

importantes para compreender o comportamento do consumidor. Porém uma

compreensão maior pode ser obtida analisando as diferenças individuais como

personalidade, valores e estilo de vida e a forma que afetam o comportamento do

consumidor. Capacitando uma compreensão das características determinantes do

comportamento. O marketing utiliza de apelos fortes e que levam o consumidor a

pensar: “Este produto ou mensagem se ajusta às minhas crenças (valores), à forma

como normalmente me comporto (personalidade), e a situação da minha vida (estilo

de vida).” (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005. p. 220).

b) Personalidade é definida como repostas consistentes aos estímulos

ambientais. A personalidade é uma maquiagem psicológica individual única que

consistentemente influência como a pessoa responde ao seu ambiente. A teoria

Psicanalítica reconhece que a personalidade humana consiste em id, ego e

superego.

O id é a fonte da energia psíquica e busca de gratificação imediata para as necessidades biológicas e instintivas. O superego representa normas pessoais e sociais e funcionam como um obstáculo ético ao comportamento. O ego media as demandas hedônicas do id e as proibições morais do superego. A interação dinâmica desses elementos resulta nas motivações inconscientes que se manifestam no comportamento humano observado. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005. p. 221).

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69

Da teoria da Psicologia social, resulta uma combinação de elementos

sociológicos e psicológicos, onde o indivíduo se esforça para atender as

necessidades da sociedade, enquanto, a sociedade auxilia o individuo atingir seus

objetivos.

Através da teoria do Fator-traço pode-se caracterizar as pessoas no

enfoque quantitativo da personalidade, o qual considera que a personalidade da

pessoa inclui predisposições chamadas por características pessoais. As

características pessoais são qualquer forma perceptível e duradoura que levam os

indivíduos se diferenciarem uns dos outros. Os traços relevantes para o estudo do

comportamento do consumidor são: a) inovação, até onde a pessoa está disposta a

experimentar coisas novas; b) materialismo, o grau de ênfase na aquisição e na

posse de produtos; c) autoconsciência, até onde uma pessoa monitora e controla

sua imagem do eu apresentada aos outros; d) necessidade de cognição, o quanto a

pessoa está disposta a pensar e desprender esforço para processar a informação

sobre marcas. (SOLOMON, 2002)

Os profissionais de marketing podem encontrar utilidade no planejamento de

marketing da personalidade como na adoção de risco, autoconsciência e

necessidade de reconhecimento. Uma aplicação dessas teorias é na formação da

personalidade da marca. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005).

A personalidade tem papel decisivo na formação da atitude, pode-se utilizar

o exemplo de que pessoas com grande necessidade cognitiva gostam de raciocinar

e têm preferência por material rico em informação. Por outro lado, pessoas com

baixa necessidade cognitiva tendem a ficar satisfeitas com publicidades que

apresentam modelos atraentes utilizando linguagem simples (SCHIFFMAN; KANUK,

2000).

c) Valores pessoais: Os valores representam as crenças dos consumidores

sobre a vida e os comportamentos aceitáveis. Pelas pessoas possuírem os mesmos

valores, diferindo somente pelo grau de importância atribuído a eles, e pelos valores

pessoais apresentarem um papel tão central na cognição, os valores pessoais são

uma valiosa base para entender o comportamento do consumidor intra e

interculturais. Os valores pessoais são formados a partir dos valores sociais, que

definem o comportamento normal de uma sociedade ou grupo. As escolhas de um

indivíduo são conseqüência dos valores pessoais ou sistema de valores a que esse

indivíduo está exposto.

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70

d) Estilo de vida é definido como padrões nos quais as pessoas vivem e

gastam tempo e dinheiro, refletindo as atividades, os interesses e as opiniões, além

das variáveis demográficas discutidas anteriormente. O estilo de vida é altamente

volátil, mudando continuamente em resposta às necessidades pessoais de

conceituar, e relacionar e analisar os eventos que acontecem a sua volta, através

das pistas advindas das mudanças ambientais para que sejam consistentes com

seus próprios valores e personalidades. Os valores são relativamente permanentes,

mais o estilo de vida muda rapidamente. Segundo Solomon (2002) a perspectiva de

marketing de estilo de vida é focar nos padrões de comportamento a fim de entender

o consumidor.

A VALS 2, apresentada no tópico 2.2.3.3 deste trabalho, é utilizada como

uma abordagem de estilo de vida identificando o etilo de vida dos consumidores

caracterizando em oito diferentes categorias, como já apresentado neste trabalho.

2.4.1.2 Influências Ambientais

Além dos consumidores serem influenciados pelas diferenças pessoais, eles

interagem em um ambiente complexo, e suas decisões são influenciadas por fatores

ambientais: a) cultura; b) classe social; c) família; d) influências pessoais e ; e)

situação.(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005)

a) a cultura é definida como conjunto de valores, idéias, artefatos e outros

símbolos significativos que ajudam os indivíduos a comunicar-se, a interpretar e a se

avaliar como membros de uma sociedade. A cultura afeta os produtos que as

pessoas utilizam como estrutura de consumo, a tomada de decisão individual e a

comunicação com a sociedade.

b) a família: interfere em várias áreas do consumo desde a escolha do

produto até a utilização do mesmo. Este processo é complexo, pois envolve uma

variedade de papéis e atores. Os papéis são divididos em papéis instrumentais de

consumo abrangendo o financeiro e a performance dos membros do grupo. Podem

também ser denominado de papéis funcionais ou econômicos. Os papéis

expressivos dão suporte às decisões e a expressão de necessidades emocionais e

estéticas da família.

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71

A dinâmica dos papéis nas compras familiares faz com que estes possam

ser representados pelo marido, esposa, crianças ou outros membros do lar. Os

papéis atuados pelos membros são: o de iniciador que representa aquele que inicia

o pensamento da família sobre a compra, também reúne informações para ajudar na

decisão; o influenciador é indivíduo cujas opiniões são procuradas; o decisor é, a

pessoa que possui autoridade financeira, ou poder de decidir (de que forma o

dinheiro será gasto e em que produtos); o comprador que atua como agente

comprador indo até a loja e/ou ligando para fornecedores; e por fim o usuário, a

pessoa que usa o produto. O marketing familiar foca nas relações entre os membros

da família, com embasamento no papeis que eles assumem, sabendo que horas os

papeis podem alternar.

c) a influência pessoal determina que os consumidores atendam a normas e

expectativas fornecidas por outros, observando o que os outros estão fazendo como

informação sobre escolha de consumo e comparando com suas decisões.

d) situação influência os comportamentos determinada pela alternância de

comportamentos e situações, podendo ser imprevisível.

Os fatores ambientais também denominados de sócio culturais por autores

como Schiffman e Kanuk (2000), afetam o que os consumidores compram e a

maneira como eles usam aquilo que compram. Podendo ser dirigidas para o

individuo ou ativamente buscadas pelo individuo.

2.4.1.3 Processos Psicológicos

Aqueles que pretendem entender e influenciar o comportamento do

consumidor devem compreender os três processos psicológicos básicos

(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005):

a) Processamento de informação: Está tão associado à informação cognitiva

do consumidor quanto com a complexidade da informação a ser processada. O

consumidor processa a informação do produto de acordo com os atributos, marcas,

comparações entre marcas ou combinação desses fatores. O grau de

processamento varia de acordo com a quantidade de variáveis, e habilidade

cognitiva do consumidor, sendo capazes de integrar várias informações de

diferentes produtos (SCHIFFMAN; KANUK, 2000)

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b) Aprendizagem: No ponto de vista do marketing é: “[...] o processo pelo

qual os indivíduos adquirem o conhecimento e a experiência de compra e consumo

que aplicam a um comportamento correlato futuro.” (SCHIFFMAN; KANUK, 2000 p.

137). O aprendizado cognitivo acorre quando a informação processada na memória

de curto prazo passa ser armazenada na memória de longo prazo (BLACKWELL;

MINIARD; ENGEL, 2005).

c) mudança de comportamento e de atitude: qualquer modificação

subseqüente nela representa uma mudança de opinião. (BLACKWELL; MINIARD;

ENGEL, 2005)

2.4.2 Descarte

Freqüentemente se estabelece fortes laços entre o consumidor e o produto,

tornando a decisão de descarte das coisas dolorosa, pois os produtos apresentam

forte ligação com nossa identidade, pois é através dos produtos que “nosso passado

continua vivo em nossas vidas.” (SOLOMON, 2002. p. 248), este fator gera maior

dificuldade por algumas pessoas a descartarem das coisas.

No “Descarte: Geralmente, há uma grande dor de perda ou sentimento de

perda associado ao desgaste de um item ao qual damos alto valor. Não é

meramente em descarte físico, pois também deve haver um descarte emocional.”

(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000. p. 176).

Quando é percebido pelo consumidor que o produto não apresenta mais

utilidade, pode ele optar por manter o produto, descarta-se dele temporariamente ou

desfazer-se dele permanentemente. Mas é importante perceber que grande maioria

dos casos um novo produto é adquirido, apesar do antigo ainda funcionar. Os

fatores para que ocorra a substituição são: desejo de ter novas características; uma

mudança no ambiente da pessoa; ou uma mudança no papel ou na auto imagem da

pessoa. (SOLOMON, 2002)

Parar Engel, Blackwell e Miniard (2000) o descarte sempre existiu e

recentemente tornou-se foco na pesquisa e estratégia de marketing, principalmente

pela preocupação ambiental. O descarte foi dividido pelos autores em três

categorias principais:

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73

Descarte direto: É comum o consumidor criar laços psicológicos reais com

os itens que assumiram os estados de sagrados. Devido aos cuidados e a

necessidade de reposição é necessário realizar a troca, tronando o descarte uma

necessidade. Só como o objeto torna-se sagrado. “Tomamos por sagrado no reino

de consumo para nos referirmos àquilo que é considerado mais significativo,

poderoso e extraordinário do que o ego [...]” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD,

2000. p. 176). o descarte envolve um ritual de graus variados de formalidades. A

troca de objetos sagrados pode ser através também de despojamento no lugar de

um descarte.

Reciclagem: É algo comum de acordo com normas de obrigação, porém

segundo Solomon (2002) estudos revelaram que a reciclagem tem metas relevantes

do consumidor, que são ligadas a valores terminais como promover saúde/ evitar

doenças, atingir fins de sustentação da vida e prover a subsistência das futuras

gerações.

Remarketing: Engle, Blackwell e Miniard (2000), consideram crescente no

mercado a venda de produtos usados, e o fato de alguns venderem mais que seus

respectivos produtos novos. Bem como a utilização de mídia de propaganda de

remarketing. Se o crescimento continuar, Engel, Blackwell e Miniard (2000)

consideram que o remarketing influenciará o comportamento do consumidor.

A satisfação do cliente é uma avaliação pós-consumo ao qual a alternativa

escolhida atende ou excede a expectativa. Os clientes usam critérios para chegar a

este julgamento. O primeiro é uma avaliação objetiva do desempenho do produto. A

outra são as emoções diferenciadas da experiência de consumo assim como

respostas afetivas (pró/contra) ao produto como um todo e seus componentes, desta

forma o de processo só será por completo após a avaliação cognitiva e afetiva. Este

resultado afetará diretamente as intenções de recompra. (ENGEL; BLACKWELL;

MINIRD. 2000).

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74

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

3.1 Caracterização da Empresa

A empresa onde foi realizada a pesquisa é atuante no segmento de

comércio e serviços de veículos, representando a marca Toyota do Brasil Ltda. A

data da fundação foi 07/11/2004 , originada à ser uma filial, sendo que sua matriz

localizada até então em São José, grande Florianópolis. A Continental Comercio de

Veículos Ltda- Itajaí, razão social a qual foi fundada, localiza-se em Itajaí

precisamente na Rodovia Osvaldo Reis, n° 550, bairro Fazenda.

As expectativas de mercados e as instalações enxutas foram ao passar do

tempo modificando se, com o crescimento decorrente das afirmações dentro do

cenário local. A necessidade de novos investimentos e o crescimento da empresa

fez com que em 01/06/2007 ocorresse à sua compra por um novo investidor,

modificando o nome para o atual: Hai Automóvies Ltda, e de nome comercial Hai

Toyota.

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75

Figura 05 - Leiaute externo Fonte: Portfólio do pesquisador

A Hai Automóveis- Itajaí - apresenta hoje um crescimento de vendas em

torno de 166% da sua abertura até os dias atuais. Seus principais produtos estão

divididos em três categoriais: Automóvel, Sport Utility Vehicles- SUV, e Comerciais

Leves- Camionetes. Na categoria automóvel o veículo comercializado é o Corolla e

o Camry, no SUV são: a Hilux SW4; a Land Cruizer Prado; e a RAV 4, e na

camionetes é a Hilux cabine dupla, simples e chassi. Sua atuação é no mercado de

veículos de médio e grande porte, semi-luxo e luxo. As marcas de automóveis que

são seus principais concorrentes são: Honda; Mitsubishi, BMW, seguidos por:

Chevrolet, VolksWagen.

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76

.

Figura 06- Leiaute interno: mix de produtos Fonte: Portfólio do pesquisador

Alem de oferecer serviços de financiamento, seguro de veículos e venda e

instalação de acessórios. A Hai Automóveis disponibiliza serviços de assistência

técnica autorizada com o objetivo de fortalecer o conceito da marca resolvendo

problemas de dissonância cognitiva. O trabalho de assistência técnica é realizado

em conjunto a Toyota do Brasil e tem como suporte a garantia da fábrica, atendendo

a todas as categorias de produtos comercializados no mercado brasileiro.

“A política de empresa é observar os altos padrões de integridade e justiça

na condução de seus negócios e agir com a devida idoneidade, cuidado e presteza.”

A empresa tem como principais setores:

Administração

Recursos Humanos- RH, Financeiro, Informática, Contábil e Administrativo

Vendas de Veículos Novos e Semi Novos

Vendas e Serviços de Atendimento ao Consumidor- SAC

Pós vendas

Oficina, Lavação e Peças e Acessórios

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É importante comentar que não são todos os setores que estão localizados

na Hai Automóveis –

necessidade na busca da

Oficina, Lavação e Peças e Acessórios

O quadro efetivo de funcionários da empresa

1 está no setor administrativo; 15 no setor de vendas; e 14 no setor de pós

Para este trabalho é importante detalhar o setor ao qual foi focado, para isso

apresenta-se o organograma detalhado do setor de vendas de veículos novos

.

Figura 05- Organograma da Hai Automóveis LtdaFonte: Hai 2009

É importante comentar que não são todos os setores que estão localizados

Itajaí, por ser ainda considera uma filial

da sua independência. Os setores disponíveis são:

Administração

Administrativo

Vendas de Veículos Novos

Vendas

Pós Vendas

Oficina, Lavação e Peças e Acessórios

O quadro efetivo de funcionários da empresa é de 30 funcionários sendo

1 está no setor administrativo; 15 no setor de vendas; e 14 no setor de pós

Para este trabalho é importante detalhar o setor ao qual foi focado, para isso

se o organograma detalhado do setor de vendas de veículos novos

Organograma da Hai Automóveis Ltda

77

É importante comentar que não são todos os setores que estão localizados

Itajaí, por ser ainda considera uma filial, porem existe

Os setores disponíveis são:

funcionários sendo que

1 está no setor administrativo; 15 no setor de vendas; e 14 no setor de pós vendas.

Para este trabalho é importante detalhar o setor ao qual foi focado, para isso

se o organograma detalhado do setor de vendas de veículos novos

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78

A Hai Automóveis tem como clientes pessoas físicas ou jurídicas, com

domicilio fixo ou sazonal na região do vale do rio Itajaí, demarcada pela Toyota do

Brasil como sua área de atuação.

Os processos da empresa seguem ao padrão estipulado pela Toyota do

Brasil Ltda. O Toyota Sales Way – TSW, é um sistema padronizado na área de

vendas; Suportado por três pilares; Sistema de vendas Toyota – SVT; Índice de

satisfação do cliente – ISC; Processo de vendas Toyota – PVT. Seu objetivo é atingir

a missão da empresa com referência a qualidade dos processos, buscando a

satisfação dos clientes, com atendimentos padronizados e diferenciados.

O processo de vendas – TSW - é dividido em 8 passos: (1) prospecção; (2)

recepção; (3) qualificação; (4) demonstração; (5) test-drive; (6) negociação; (7)

entrega; (8) Acompanhamento.

Figura 08- Local de entrega de veículos Fonte: Portfólio do pesquisador

É na qualificação que o consultor de vendas percebe a necessidades do cliente em

trocar seu veículo, identificando também suas expectativas. O consultor por sua vez

encaminha o veículo para a avaliação. O avaliador informará o valor de compra do

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79

veículo para a concessionária ao consultor de vendas. Mais é somente na

negociação quanto o cliente já definiu qual carro ele deseja comprar, que é

informado a ele o preço que sei carro entrará no negócio.

Neste processo considerado como de decisão de compra complexa, o

consumidor enfrenta diferentes influências e resistências quanto a realizar ou não a

compra, ao qual a empresa levando em consideração seus objetivos deve auxiliar o

consumidor para assim realizar a venda.

A ampliação das operações é algo inevitável e compatível com a

consolidação da empresa dentro do segmento do comércio e assistência de

automóveis. Para isso a Hai automóveis visualiza através de um planejamento a

ampliação da sua estrutura e a possível ampliação de produtos e serviços

prestados, bem como um setor de revenda dos veículos recebidos na troca dos

veículos novos.

3.3 Resultados da Pesquisa

3.2.1 Apresentação e análise dos dados

Os dados levantados na pesquisa são apresentados através de tabelas,

gráficos e figuras, caracterizando o cliente através de dados demográficos e

comportamentais. Após o tratamento dos dados através da estatística descritiva, as

variáveis obtidas foram apresentadas e analisadas individualmente, para somente

então serem analisadas a partir das associações que se estabeleceram entre si.

3.2.1.1 Caracterização dos respondentes

A amostra foi caracterizada através das suas características demográficas,

demonstrando perfis que possibilitam localizar o mercado-alvo.

A Tabela 01 apresenta os dados referentes à idade dos respondentes,

permitindo classificá-los a partir desta característica. Estes dados foram obtidos da

primeira parte do questionário (disponível no apêndice 1) a qual trata de obter

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80

informações suficientes para a classificação VALS 2 dos indivíduos. Para ser mais

preciso, a idade é questionada na questão 37 do instrumento de coleta.

Tabela 01- Idade dos participantes da pesquisa

IDADE FREQUENCIA % 18-24 1 1,85% 25-29 8 14,81% 30-34 2 3,70% 35-44 11 20,37% 45-54 16 29,63% 55-64 13 24,07% 65- acima 3 5,56% TOTAL 54 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa.

Conforme a Tabela 01, pode-se observar através da amostra que a idade

que apresenta maior freqüência entre as respondentes é a de 45 a 54 anos,

representando 29,63%, e que o referente a 74,07% dos clientes apresentam idade

entre 35 e 64 anos de idade. Pode-se entender que os clientes participantes deste

estudo são representados por um grupo de indivíduos adultos e maduros.

A seguir apresenta-se na Tabela 02 o sexo dos clientes da Hai Toyota.

Obtiveram-se os dados que possibilitaram esta tabela a partir da questão número 36

da primeira parte do questionário (apêndice 1) ao qual refere-se a tabela VALS 2.

Tabela 02 - Sexo

SEXO FREQUENCIA %

Masculino 46 85%

Feminino 8 15%

Total 54 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Pode-se observar através da Tabela 02 a representatividade do sexo

masculino, com 85% na amostra, caracterizando-se como o principal perfil dos

clientes da Hai Toyota.

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O Gráfico 01 apresenta a renda dos clientes da Hai Toyota que participaram

deste estudo. A representatividade da renda está dentro do contexto do perfil sócio

econômico, o que pode representar o potencial de compra da família do

respondente. Os dados apresentam a renda mensal da família descriminado em

Reais. Os dados foram retirados da primeira parte do questionário,

especificadamente da questão número 39 da tabela VALS 2 (apêndice 1).

Gráfico 01- A renda dos clientes. Fonte: Dados coletados da pesquisa.

Ao analisar o Gráfico 01, percebe-se que 26% dos clientes Hai Toyota

apresentam renda familiar mensal entre R$ 8.000 à 11.699, e que 57% dos clientes

em rendas entre R$ 8.000 à 30.999. Estes resultados demonstram o elevado poder

aquisitivo dos clientes, capazes de influenciar na forma pela qual estes indivíduos

fazem suas escolhas, e no seu estivo de vida.

A seguir apresenta-se, na Tabela 04, a escolaridade dos componentes da

amostra deste estudo. Os dados foram extraídos da primeira parte do questionário,

mais precisamente através da questão número 39 constituinte da tabela VALS 2.

9%2%2%

2%

9%

18%

26%

15%

17%

57%

Até 1.500

1.500- 2.299

3.300-3.999

4.000-4.699

4.700-6.299

6.300- 7.999

8.000- 11.699

11.700- 15.599

15.600-30.999

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Tabela 03- Escolaridade.

ESCOLARIDADE FREQUENCIA %

1° à 4° Série Escolar 2 3,70%

5° à 8° Série Escolar 1 1,85%

2° Grau 9 16,67%

Superior Incompleto 9 16,67%

Superior Completo 17 31,48%

Pós- Graduação 16 29,63%

Total 54 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa.

Através da Tabela 04 percebe-se que os clientes da Hai Toyota apresentam,

em sua grande maioria, nível de escolaridade acima de segundo grau. A

participação de pessoas com nível superior concluído é de 31,48%, caracterizando o

modal da amostra, seguido por pós-graduados com 29,63%.

3.2.1.2 Análise dos respondentes sob a perspectiva VALS 2.

A VALS 2 é um questionário que representa o sistema de valores e estilo de

vida dos respondentes: através dela se obtém a classificação dos indivíduos em

função da sua auto-orientação, sendo capaz de determinar os objetivos e

comportamentos presentes naqueles que são avaliados. (SOLOMON, 2002). As

pessoas, segundo a VALS 2, podem ser orientadas por: princípios, status, e ação,

subdivididas em oito categorias representando os estilos de vidas, que são:

realizadores, satisfeitos, crentes, controladores, esforçados, experimentadores,

fazedores, e lutadores. As particularidades de cada perfil VALS 2 foram

apresentados, anteriormente no item 2.2.3.3

Para a classificação dos componentes da amostra através da VALS 2,

utilizou-se a primeira parte do questionário, composta por 35 perguntas atitudinais,

representadas pelas questões 1 à 35 do instrumento de coleta, além de outras 4

perguntas de caráter demográfico, constituídas pelas questões 35 à 39. A análise

destes dados, que teve como resultado o perfil do cliente dentro da classificação

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VALS 2, foi realizada através do site da SRI Internacional (http://www.sric-

bi.com/VALS/presurvey.shtml), e posteriormente transcritos para uma planilha

específica do Excel, o que permitiu gerar a Tabela 03.

Na Tabela 03 é apresentada a classificação dos clientes segunda os critérios

VALS 2, demonstrando o sistema de valores e estilo de vida dos clientes da Hai

Automóveis.

Tabela 04- Classificação VALS 2

PERFIL FREQUENCIA %

Realizadores 0 0%

Satisfeitos 22 41%

Controladores 9 17%

Experimentadores 7 13%

Crentes 4 7%

Esforçados 5 9%

Fazedores 6 11%

Lutadores 1 2%

Total 54 100%

Fonte: site SRI Internacional

Através da Tabela 04 percebe-se que 41% dos respondentes, representado

por 22 dos respondentes, são classificados pela VALS 2 como Satisfeitos, sendo a

maior freqüência. A segunda maior freqüência dos respondentes foram classificados

como Controladores, representado 17% da amostra, com 9 dos respondentes.

Através da classificação pode-se conhecer o comportamento dos clientes da Hai

Automóveis, para desta forma desenvolver estratégias voltadas especificamente

para o estilo de vida apresentado.

Os clientes que apresentam o estilo de vida classificado como Satisfeito são

orientados por princípios, além de ter características de maduros, confortáveis e

reflexivos. Desta forma a comunicação para com estes deverá abordar a

funcionalidade, o valor e a durabilidade dos produtos. Trabalhando com o perfil

apresentado como segundo de maior freqüência, poderá anexar à comunicação

requinte e sucesso. Como ambos são voltados à leitura, a mídia utilizada deve ser

jornais e revistas.

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84

3.2.1.3 Análise do grau de envolvimento segundo a tabela NIP

A NIP - New Involviment Profile - é uma escala que possibilita a avaliação

multidimensional do envolvimento dos indivíduos para com um objeto específico.

Este índice é composto por 5 dimensões do envolvimento, distribuídas nas 15

perguntas componentes da segunda parte do questionário. As dimensões

responsáveis pela NIP são: relevância, prazer, valor simbólico, importância do risco

e probabilidade do risco. As características de cada dimensão e a distribuição estão

especificadas no instrumento e procedimento de coleta de dados no item 1.3.3.

A escala de diferencial semântico presente no instrumento de coleta possui

uma abrangência de 7 pontos, sendo que as perguntas número :1, 2, 6, 7, 8, 10, 14

e 15 tiverem escores inversos, precisando, no tratamento, sofrer a inversão dos seus

respectivos valores. O resultado do tratamento da NIP está demonstrado no Gráfico

02.

Gráfico 02- Grau de envolvimento em relação ao produto automóvel Fonte: Dados da pesquisa

Para analisar o gráfico definiu-se o ponto médio da escala, definindo-se o

ponto escalar 4 como o grau médio de envolvimento. Através do Gráfico 02

observou-se que 46,30% dos respondentes apresentam envolvimento médio, e

42,59% demonstraram alto grau de envolvimento com a categoria de produtos

“automóvel”, o que, segundo os conceitos relacionados à NIP, pode influenciar na

1,85%7,41%

46,30%

42,59%

1,85%

44,44%

Grau 2

Grau3

Grau 4

Grau 5

Grau 6

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forma com que tais indivíduos percebem a relevância, prazer, valor simbólico,

importância do risco e probabilidade do risco em relação à aquisição e/ou troca do

produto que está sendo avaliado. O grau de envolvimento está relacionado quão

importante os respondentes percebem o produto “automóvel”, correspondendo as

suas necessidades, valores e auto-conceito. É importante lembrar que o produto

pode tronar-se influente quando os clientes percebem algum risco na compra ou

consumo.

O grau de envolvimento pode ser considerado resultante das características

pertencentes pelos perfis encontrados como predominantes na amostra, através do

conceito VALS 2, as seguintes características dos clientes, são maduros, práticos,

apreciam a funcionalidade, valor e durabilidade, preferindo correr pouco risco.

3.2.1.4 Análise do afeto dos clientes por seu veículo Toyota segundo a tabela Panas

Esta parte da pesquisa utilizou-se de uma adaptação do modelo de

questionário PANAS, baseado em perguntas referente ao afeto positivo e negativo

de um indivíduo em relação a um determinado produto ou marca em questão. No

questionário utilizado nesta pesquisa, o PANAS ocupou a terceira parte, e foi

formado por 10 perguntas contendo 2 dimensões do afeto, sendo 5 perguntas

correspondente a estados emocionais positivos (perguntas n°;1; 3; 5; 7; e 9) e 5

perguntas correspondentes a estados emocionais negativos (perguntas n°; 2; 4; 6; 8;

e 10) focado no afeto do cliente pelo seu carro.

O Gráfico 03 foi constituído para análise tendo como elemento o índice P/N,

formado a partir da soma dos resultados das 5 perguntas correspondentes aos

estados emocionais positivos, multiplicada por 1,2, e depois dividido pelo somatório

das 5 perguntas responsáveis pelo estado emocional negativo. O índice P/N permite

a leitura do grau de afeto que cada respondente apresenta pelo seu atual veículo

dentro de uma escala de 0,24 à 6.

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86

Gráfico 03- Índice P/N de afeto dos clientes Fonte: Dados da pesquisa

Ao analisar o Gráfico 03 observa-se que o índice P/N que caracteriza o afeto

dos clientes da Hai Automóveis com o seu veículo Toyota variou entre 2 e 6. A

média encontrada, através da ponderação do índice P/N de todos os respondentes,

foi 3,7634. O modal demonstrou que os participantes deste estudo possuem,

predominantemente, um afeto de grau 3 com o seu veículo, representado por 41%

dos respondentes. Pode-se considerar que 22% dos entrevistados apresentaram um

médio afeto por seu Toyota usado, e que 15% apresentaram, no momento da

pesquisa, um alto afeto para com seu veículo. O que pode significar que

possivelmente os clientes respondentes do instrumento de coleta de dados

encontraram no automóvel Toyota a satisfação das suas necessidades,

desenvolvendo referido grau de afeto.

3.2.1.5 Risco percebido que impediria a troca do veículo usado Toyota

Os riscos são os possíveis motivos considerados como inaceitáveis que

impediriam os clientes da Hai Toyota de trocar seu veículo atual. Para levantar os

dados foi realizada uma pergunta aberta, posicionada como a primeira pergunta da

quarta parte do questionário.

22%

41%

22%

9%

6%

15%

Grau 2

Grau 3

Grau 4

Grau 5

Grau 6

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A tabulação das respostas ocorreu após a classificação pelo pesquisador

dentro das categorias de riscos apresentadas na fundamentação, q

físico; Risco psicológico; Risco de performance; e risco Financeiro.

O Gráfico 04, a seguir, foi desenvolvido a partir da tabulação dos dados

coletados e interpretados pelo pesquisador, e demonstra os tipos de risco

percebidos pelos clientes

Gráfico 04- Risco percebido pelo respondenteFonte: Dados da pesquisa

Observa-se, através do Gráfico 04, que 55% dos clientes da Hai Automóveis

que responderam a pesquisa percebem e consideram, na

usado por um novo, o risco financeiro. Tal fato sugere que estes indivíduos

pressentem que o resultado de uma potencial troca do seu veículo findaria em

perdas financeiras, sendo que este item é o de maior freqüência entre os

respondentes. O segundo item de maior freqüência, com 24%, é o risco de

performance, que reflete a preocupação dos respondentes com o fato de uma

possível troca acarretar na aquisição de um novo produto com uma performance

inferior à desejada, em comparação a

3.2.1.6 Intenção de trocar de veículo

0%

24%

4%

2%4%

2%9%

A tabulação das respostas ocorreu após a classificação pelo pesquisador

dentro das categorias de riscos apresentadas na fundamentação, q

físico; Risco psicológico; Risco de performance; e risco Financeiro.

O Gráfico 04, a seguir, foi desenvolvido a partir da tabulação dos dados

coletados e interpretados pelo pesquisador, e demonstra os tipos de risco

percebidos pelos clientes da Hai Automóveis ao trocar seu veículo por um novo.

Risco percebido pelo respondente Fonte: Dados da pesquisa

se, através do Gráfico 04, que 55% dos clientes da Hai Automóveis

que responderam a pesquisa percebem e consideram, na hora de trocar seu veículo

usado por um novo, o risco financeiro. Tal fato sugere que estes indivíduos

pressentem que o resultado de uma potencial troca do seu veículo findaria em

perdas financeiras, sendo que este item é o de maior freqüência entre os

pondentes. O segundo item de maior freqüência, com 24%, é o risco de

performance, que reflete a preocupação dos respondentes com o fato de uma

possível troca acarretar na aquisição de um novo produto com uma performance

inferior à desejada, em comparação ao veículo que já é de sua posse.

3.2.1.6 Intenção de trocar de veículo

55%

9% Risco Financeiro

Risco Psicológico

Risco Performance

Risco Físico

Risco Psicológico e Financiero

Rico Performance e Financeiro

Risco Físico e Financeiro

Não apresenta

87

A tabulação das respostas ocorreu após a classificação pelo pesquisador

dentro das categorias de riscos apresentadas na fundamentação, que são: Risco

físico; Risco psicológico; Risco de performance; e risco Financeiro.

O Gráfico 04, a seguir, foi desenvolvido a partir da tabulação dos dados

coletados e interpretados pelo pesquisador, e demonstra os tipos de risco

da Hai Automóveis ao trocar seu veículo por um novo.

se, através do Gráfico 04, que 55% dos clientes da Hai Automóveis

hora de trocar seu veículo

usado por um novo, o risco financeiro. Tal fato sugere que estes indivíduos

pressentem que o resultado de uma potencial troca do seu veículo findaria em

perdas financeiras, sendo que este item é o de maior freqüência entre os

pondentes. O segundo item de maior freqüência, com 24%, é o risco de

performance, que reflete a preocupação dos respondentes com o fato de uma

possível troca acarretar na aquisição de um novo produto com uma performance

o veículo que já é de sua posse.

Risco Financeiro

Risco Psicológico

Risco Performance

Risco Físico

Risco Psicológico e Financiero

Rico Performance e Financeiro

Risco Físico e Financeiro

Não apresenta

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A intenção de troca é referente à vontade do cliente da Hai Automóveis em

trocar seu veículo usado por um novo. Para o levantamento destes dados foi

realizado uma pergunta fechada com a seguinte escala: não tenho nenhuma

intenção, tenho uma pequena intenção, tenho uma intenção mediana, tenho

bastante intenção, tenho muita intenção. Este foi o último questionamento

apresentado no instrumento de coleta.

A Tabela 05, então, apresenta os dados referente a intenção do cliente da Hai

Automóveis de trocar seu veículo usados por um novo.

Tabela 05- Intenção dos clientes em trocar seu veículo usado

INTENÇÃO DE TROCAR FREQUENCIA %

Não tenho nenhuma intenção 20 37%

Tenho uma pequena intenção 11 20%

Tenho uma intenção mediana 8 15%

Tenho bastante intenção 7 13%

Tenho muita intenção 8 15%

Total 54 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Através Tabela 05 observa-se que 20 dos respondentes, representando 37%

da amostra, não têm nenhuma intenção de trocar seu veículo usado no momento.

Em contrapartida, pode-se constatar que, embora o grau de intenção seja

relativamente baixo, 11 respondentes, o que equivale a 20% da amostra, já

apresentam algum interesse de trocar seu veículo por um novo, caracterizando-se

como a segunda maior freqüência. Se avaliarmos a intenção, sem considerar o grau

de interesse, pode-se encontrar nesta situação 63% dos participantes deste estudo

com algum tipo de intenção de trocar seu veículo usado por um novo. O que

representa para a Hai Automóveis uma possível oportunidade de negócio, ao qual

depende de estímulos apropriados, desenvolvidos através de influências em seus

comportamentos

3.2.1.7 Análise da correlação entre os dados levantados na pesquisa

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89

Uma vez tratadas todas as varáveis dispostas no instrumento de coleta,

encontrou-se condições para o cumprimento de um dos objetivos específicos deste

trabalho, que residia em analisar as correlações existentes entre as variáveis

mensuradas, tais como: as características dos clientes, as variáveis de

comportamento, a sua percepção de risco quanto à troca de veículo usado por um

novo e, propriamente, o seu desejo de trocar seu veículo usado.

Para que se cumprisse este objetivo, foi realizada a correlação dos dados

utilizado o índice de Spearman, analisando a variação delimitada entre -1 a 1. Os

cálculos foram realizados através do software estatístico SPSS, o qual gerou

quadros das correlações das variáveis levantadas nesta pesquisa.

A Figura 09, apresentada na seqüência, demonstra a correlação existente

entre duas variáveis: Perfis VALS 2 X Envolvimento do cliente com a categoria de

produto automóveis.

Vals2

Envolvimento_com_a_categoria_de_prod

uto Spearman's rho Vals2 Correlation Coefficient 1,000 -,015

Sig. (2-tailed) . ,917 N 54 54

Envolvimento_com_a_categoria_de_produto

Correlation Coefficient -,015 1,000 Sig. (2-tailed) ,917 . N 54 54

Figura 09 – Correlação entre as variáveis perfis VALS 2 e Envolvimento Fonte: Dados da pesquisa

O coeficiente de correlação entre os perfis da VALS 2 com o grau de

envolvimento dos clientes respondentes resultou em um grau de correlação igual a -

0,015. Considerando-se o índice máximo possível da correlação, pode-se afirmar

que a correlação entre estes fatores é negativa e fraca. Este resultado permite

compreender que a classificação dos clientes de acordo com o critério VALS 2 não

apresenta associação representativa com o grau de envolvimento que estes

indivíduos possuem com a categoria de produtos “automóvel”.

A tabela 06, de maneira complementar, demonstra a freqüência existente na

relação entre as variáveis VALS2 e envolvimento do cliente com a categoria de

produto, permitindo a leitura das incidências entre as relações.

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90

Tabela 06- Relação entre o perfis VALS 2 X Envolvimento.

PERFIL VALS 2 GRAU DE ENVOLVIMENTO

FREQUENCIA 1 2 3 4 5 6

Realizadores 0 Satisfeitos 1 7 11 3 22 Controladores 2 7 9 Experimentadores 1 4 2 7 Crentes 4 4 Esforçados 1 4 5 Fazedores 2 4 6 Lutadores 1 1 Total 0 0 1 13 35 5 54 Fonte: Dados da pesquisa

Através da Tabela 06 observou-se que os clientes com o perfil modal

qualificados pela VALS 2 como Satisfeitos apresentaram envolvimentos iguais ou

superiores ao grau 4. Por este motivo, pode-se supor que tais indivíduos apresentem

esta forma de envolvimento em decorrência do seu caráter racional de tomada de

decisões. Esta leitura permite a geração de um direcionamento mais pontual para os

argumentos utilizados em uma transação comercial, que deve estar pautada em

fatores relacionados à funcionalidade, durabilidade e valor do produto.

A figura 10 demonstra a correlação entre os perfis da VASL 2 com o grau de

afeto que os clientes possuem para com seus veículos.

Vals2 Afeto_com_o_veículo_atual

Spearman's rho Vals2 Correlation Coefficient 1,000 ,084 Sig. (2-tailed) . ,547 N 54 54

Afeto_com_o_v

eículo_atual Correlation Coefficient ,084 1,000

Sig. (2-tailed) ,547 . N 54 54

Figura 10- Correlação entre perfis VALS 2 e Afeto com o veículo atual Fonte: Dados da pesquisa

Através da Figura 10 observou-se que, embora o índice de correlação entre

as variáveis seja considerado fraco, estas apresentam correlação positiva de 0,084.

Este resultado sugere que a classificação dos clientes, de acordo com o critério

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91

VALS2, não apresenta associação representativa com o afeto que estes indivíduos

apresentam com o seu veículo atual.

A Tabela 07 demonstra a freqüência entre as relações das variáveis do perfil

VALS 2 com o afeto do cliente com seu veículo Toyota usado, permitindo a leitura

das incidências entre as relações.

Tabela 07- Relação entre perfis VALS 2 e Afeto com o veículo atual

PERFIL VALS 2 AFETO

FREQUENCIA 1 2 3 4 5 6

Realizadores 0 Satisfeitos 2 8 4 6 2 22 Controladores 4 5 9 Experimentadores 2 2 1 2 7 Crentes 2 1 1 4 Esforçados 3 1 1 5 Fazedores 1 3 1 1 6 Lutadores 1 1 Total 0 3 19 16 11 5 54

Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se, através da Tabela 07, que os clientes caracterizados através da

VALS 2 como Satisfeitos apresentam maior freqüência no grau de afeto 3,

considerado um afeto baixo. Porém, 12 dos 22 clientes classificados como

Satisfeitos apresentaram um grau de afeto de médio a forte por seu veículo Toyota.

Sabendo-se que os indivíduos Satisfeitos tomam suas decisões pautadas em

critérios como funcionalidade, desempenho e valor, o elevado grau na escala de

afeto pode propor que os mesmos têm encontrado no veículo de sua propriedade os

atributos que lhes interessam, convergindo, em parte, com os critérios relacionados

ao conceito de satisfação, que supõe o alinhamento entre as expectativas em

relação a um produto e a respectiva percepção de desempenho que o mesmo

apresenta.

Na figura 11 é demonstrada a correlação entre as variáveis: Perfis VALS 2 X

Risco percebido pelo cliente ao trocar seu veículo usado por um novo.

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92

Vals2 Risco Spearman's rho Vals2 Correlation Coefficient 1,000 -,099 Sig. (2-tailed) . ,475 N 54 54

Risco Correlation Coefficient -,099 1,000 Sig. (2-tailed) ,475 . N 54 54

Figura 11- Correlação entre perfis VALS 2 e Risco percebido pelo Cliente Fonte: Dados da pesquisa O coeficiente de correlação de -0,099 identificado entre as variáveis

apresentadas pode ser considerado negativo e fraco, não supondo associação

representativa entre as duas variáveis.

A Tabela 08 apresenta as freqüências das correlações entre o perfis VALS 2

e o risco percebido pelo cliente em trocar seu veículo usado por um veículo novo,

permitindo a leitura das incidências.

Tabela 08- Relação entre perfis VALS 2 e Risco percebido pelo cliente

Percebe-se, através da Tabela 08, que os clientes que compõem o modal da

VALS 2 nesta pesquisa apresentam como principal risco percebido numa possível

troca do seu veículo o fator financeiro, com uma freqüência de 14 respondentes,

seguido pelo risco de performance, com 4 respondentes. Tal informação vem

apenas corroborar com o perfil já explicitado dos Satisfeitos, que têm como fatores

de maior relevância em seus critérios comportamentais elementos relacionados à

funcionalidade e a valor.

Risco Financ

Risco Psico

Risco Perfor

Risco Físic

Risco Psico/Fin

Risco Perfor/Fin

Risco Fisc/Fin

Não Apresn

Realizadores 0

Satisfeitos 14 4 1 2 1 22

Controladores 5 3 1 9

Experimentadores 3 2 1 1 7

Crentes 2 1 1 4

Esforçados 2 1 1 1 5

Fazedores 3 2 1 6

Lutadores 1 1

Total 30 0 13 2 1 2 1 5 54FONTE: Dados da pesquisa

PERFIL VALS 2RISCO

FREQUENCIA

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93

A Figura 12, a seguir, apresenta a correlação existente entre as variáveis do

perfil VALS 2 X Intenção de trocar o veículo que já possui por um novo.

Vals2 Intenção de_trocar

Spearman's rho Vals2 Correlation Coefficient 1,000 -,010 Sig. (2-tailed) . ,943 N 54 54

Vontade_de_trocar Correlation Coefficient -,010 1,000 Sig. (2-tailed) ,943 . N

54 54

Figura 12 – Correlação entre perfis VALS 2 e Vontade de trocar de veículo Fonte: Dados da pesquisa Observa-se na Figura 12, que a correlação existente entre as duas variáveis

é de - 0,010, considerando as máximas apresentada por Spearman, pode se afirmar

que é fraca e negativa.

Apresenta-se complementarmente, através da Tabela 09, a freqüência

existente na relação entre as variáveis de perfis VALS 2 e a Intenção dos clientes da

Hai Automóveis em trocar seu veículo por um novo.

Tabela 09- Relação entre perfis VALS 2 e Intenção de trocar de veículo

Não tenho

nehuma intenção

Tenho uma

pequena intenção

Tenho uma

intenção mediana

Tenho bastante intenção

Tenho muita

intenção

Realizadores 0Satisfeitos 8 3 4 2 5 22Controladores 5 2 2 9Experimentadores 2 1 1 2 1 7Crentes 1 2 1 4Esforçados 2 2 1 5Fazedores 2 2 2 6Lutadores 1 1Total 20 11 8 7 8 54Fonte: dados da pesquisa

PERFIL VALS 2

INTENÇÃO DE TROCAR DE VEÍCULO

FREQUENCIA

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94

Observa-se através da Tabela 09 que 8 dos clientes caracterizados pela

VALS 2 como Satisfeitos não têm nenhum interesse em trocar seu veículo, mas que

14 apresentam intenção de trocar em diversos graus, sendo que 5 deles têm uma

intenção muito forte de trocar seu veículo. Os indivíduos caracterizados como

Controladores, por sua vez, têm 56% dos respondentes sem nenhuma intenção de

trocar de veículo.

A Figura 13 apresenta a correlação entre as variáveis: Envolvimento do

indivíduo com a categoria de produtos automóveis e o Afeto que os mesmos

apresentam em relação ao seu veículo atual.

Envolvimento_com_a_categoria_de_p

roduto Afeto_com_o_veícul

o_atual Spearman's rho Envolvimento_com_a_cate

goria_de_produto Correlation Coefficient 1,000 ,403(**)

Sig. (2-tailed) . ,003 N 54 54

Afeto_com_o_veículo_atua

l Correlation Coefficient ,403(**) 1,000

Sig. (2-tailed) ,003 . N 54 54

Figura 13- Correlação entre Envolvimento e Afeto com o veículo atual Fonte: Dados da pesquisa

Observando a Figura 13 percebe-se que a correlação ente as variáveis teve

um coeficiente de 0,403, o que permite afirmar que a correlação existente é positiva

e mediana, pois sua máxima seria 1,0.

A Tabela 10 demonstra a relação existente entre as variáveis Envolvimento

com a categoria de produtos automóveis e Afeto com o veículo atual, possibilitando

uma leitura mais detalhada destas relações.

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95

Tabela 10 - Relação entre Envolvimento e Afeto pelo veículo atual

AFETO FREQUENCIA

1 2 3 4 5 6

GR

AU

DE

E

NV

OLV

IME

NT

O 1

2

3 1 1

4 1 9 2 1 13

5 2 12 11 7 3 35

6 1 2 1 1 5 Total 3 23 15 9 4 54

Fonte: Dados da pesquisa

Ao analisar a Tabela 10 percebe-se que os clientes que demonstraram maior

grau de envolvimento, conseqüentemente apresentaram a maior freqüência de afeto

com seu veículo Toyota, pois dos 54 indivíduos que responderam à pesquisa, 28

declaram afeto e envolvimento igual ou superior ao grau 4.

Ao realizar a correlação com a utilização do SPSS entre as variáveis Perfis

VALS 2 e Envolvimento com a categoria de produto automóveis obteve-se o

resultado apresentado na Figura 14.

Envolvimento_com_a_categoria_de_pro

duto Risco Spearman's rho Envolvimento_com_a_cate

goria_de_produto Correlation Coefficient 1,000 -,226

Sig. (2-tailed) . ,100 N 54 54

Risco Correlation Coefficient -,226 1,000 Sig. (2-tailed) ,100 . N 54 54

Figura 14- Correlação entre Envolvimento e Risco percebido pelo cliente Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se, através da Figura 14, que a correlação existente entre as

variáveis apresentou um coeficiente igual a 0,226, sugerindo uma correlação

negativa e baixa entre as variáveis avaliadas.

A Tabela 11, a seguir, demonstra a freqüência de incidências cruzadas entre

as variáveis do Envolvimento com a categoria de produtos automóveis e o Risco

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96

percebido pelo cliente por trocar seu veículo atual, auxiliando a leitura de suas

incidências.

Tabela 11 - Relação entre Envolvimento X Risco

Ao analisar a Tabela 11, observa-se que 22 clientes que responderam o

questionário apresentaram grau 5 de envolvimento com a categoria de produto

automóvel e perceberam o risco financeiro como o principal fator de ponderação na

hora de trocar seu veículo usado. Diferentemente, aqueles que apresentaram grau

de envolvimento 4, sendo apenas 4 respondentes, perceberam o risco financeiro e

o risco de performance como os mais importantes a serem considerados no

momento da troca dos seus veículos.

A Figura 15, agora apresentada, ressalta a correlação entre as variáveis

Envolvimento do consumidor com a categoria de produtos automóveis e a sua

Vontade de trocar de veículo.

Envolvimento_com_a_categoria_de_produto

Intenção_de_trocar

Spearman's rho Envolvimento_com_a_categoria_de_produto

Correlation Coefficient 1,000 ,275(*)

Sig. (2-tailed) . ,044 N 54 54

Vontade_de_trocar Correlation Coefficient ,275(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,044 . N 54 54

Figura 15- Correlação entre Envolvimento e Vontade de trocar de veículo Fonte: Dados da pesquisa

Risco Financ

Risco Psico

Risco Perfor

Risco Físic

Risco Psico/Fin

Risco Perfor/Fin

Risco Fisc/Fin

Não Apresn

1 02 03 1 14 4 4 1 1 1 2 135 22 8 1 1 3 356 3 1 1 5

Total 30 0 13 2 1 2 1 5 54

RISCOFREQUENCIA

GR

AU

DE

E

NV

OLV

IME

NT

O

Fonte: Dados da pesquisa

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97

Analisando a Figura 15 observa-se que as variáveis apresentam um

coeficiente de correlação de 0,275, sendo positivo e fraco, em relação ao máximo

positivo que é 1,0.

A Tabela 12 demonstra a relação entre estas variáveis, porém, agora,

evidenciando a freqüência no cruzamento realizado entre si.

Tabela 12- Relação entre Envolvimento e Intenção de trocar de veículo

INTENÇÃO DE TROCAR DE VEÍCULO

FREQUENCIA

Não tenho

nehuma intenção

Tenho uma

pequena intenção

Tenho uma

intenção mediana

Tenho bastante intenção

Tenho muita

intenção

GR

AU

DE

E

NV

OLV

IME

NT

O 1 0

2 0

3 1 1

4 7 2 2 1 1 13

5 12 7 6 5 5 35

6 2 1 2 5 Total 20 11 8 7 8 54

Fonte: dados da pesquisa

Observando a tabela 12, percebe-se que 23 dos 35 clientes que

apresentaram grau 5 de envolvimento com a categoria de produtos “automóvel” tem

algum tipo de interesse de trocar de veículo, ao passo que todos os clientes que

apresentaram grau de envolvimento 6 tem algum tipo de interesse de trocar de

veículo.

A Figura 16 apresenta a correlação entre as variáveis Afeto com o veículo

Toyota e o Risco percebido pelo cliente em trocar o carro que possui, possibilitando

medir o grau de associação existente entre elas.

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98

Afeto_com_o_ve

ículo_atual Risco Spearman's rho Afeto_com_o_v

eículo_atual Correlation Coefficient 1,000 -,072

Sig. (2-tailed) . ,603 N 54 54

Risco Correlation Coefficient -,072 1,000 Sig. (2-tailed) ,603 . N 54 54

Figura 16- Correlação entre Afeto e Risco percebido pelo cliente Fonte: Dados da pesquisa

Através da Figura 16 visualiza-se que a correlação entre as duas variáveis é

de -0,072, considerada como negativa e muito fraca.

A Tabela 13 é composta pela análise cruzada entre as mesmas variáveis

apresentadas na Figura 13, o que possibilitou a leitura de incidências entre estas

variáveis.

Tabela 13 - Relação entre Afeto e Risco percebido pelo cliente

Verifica-se através da tabela 13 que quanto maior é o afeto do respondente

por seu veículo Toyota, menor se apresenta a incidência de clientes sensíveis ao

risco financeiro quando considera-se a possibilidade de troca do veículo atual por

um novo. Dos 4 clientes que percebem um grau afeto 6 por deu Toyota , 1 individuo

pressente que ao trocar seu veículo atual terá perdas financeiras e 4 deles terem

perdas de performance.

Risco Financ

Risco Psico

Risco Perfor

Risco Físic

Risco Psic/Fin

Risco Perf/Fin

Risco Fisc/Fin

Não Apresn

1 02 1 1 1 33 14 7 1 1 234 10 1 1 3 155 5 2 1 1 96 1 3 4

Total 30 0 13 2 1 2 1 5 54Fonte: Dados da pesquisa

RISCOFREQUENCIA

AF

ET

O

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99

A Figura 17 apresenta o coeficiente de correlação entre as variáveis Afeto do

cliente por seu veículo Toyota e sua respectiva Intenção de trocar de veículo.

Afeto_com_o_veículo_atual

Intenção_de _trocar

Spearman's rho Afeto_com_o_veículo_atual

Correlation Coefficient 1,000 ,171

Sig. (2-tailed) . ,215 N 54 54

Vontade_de_trocar Correlation Coefficient ,171 1,000 Sig. (2-tailed) ,215 . N 54 54

Figura 17- Correlação entre Afeto e Intenção de trocar de veículo Fonte: Dados da pesquisa

Através da Figura 17 pode-se identificar que a correlação entre as variáveis

resultou em um coeficiente igual a 0,171, caracterizado, então, como uma correlação

fraca e positiva. De forma complementar, a Tabela 14 apresenta de que forma se

relacionam estas varáveis.

Tabela 14 - Relação entre Afeto e Intenção de trocar de Veículo

Através da Tabela 14 observa-se que os clientes que apresentaram maior

grau de afeto por seu veículo Toyota também declararam maior intenção de trocar

seu veículo Toyota atual por um novo. Verifica-se, também, que 20 dos

respondentes do questionário, ou seja, 37%, declaram não possuir qualquer

Não tenho nehuma intenção

Tenho uma pequena intenção

Tenho uma intenção mediana

Tenho bastante intenção

Tenho muita

intenção1 02 3 33 8 6 4 2 3 234 4 3 3 3 2 155 5 2 1 1 96 1 3 4

Total 20 11 8 7 8 54

INTENÇÃO DE TROCAR DE VEÍCULO

FREQUENCIA

AF

ET

O

Fonte: Dados da pesquisa

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100

intenção de trocar seu veículo, independentemente de quanto afeto declara ter por

seu veículo atual. Numa leitura mais otimista, entretanto, verifica-se que 34

participantes da pesquisa declaram ter, ao menos, uma pequena intenção de trocar

o seu veículo atual, tais clientes representam 63% do total de indivíduos que

compuseram o corpo amostral, tal como destacado em cor amarela na tabela

apresentada da amostra, e estes números de apresentam, predominantemente, em

indivíduos que exprimem o seu grau de afeto acima do terceiro ponto escalar de

uma máxima de 6 pontos. Outro ponto importante a ser ressaltado é que todos

aqueles que apresentaram um grau de afeto máximo, ou seja, igual a 6,

apresentaram uma forte intenção de trocar seu veículo por um novo.

A Figura 18 apresenta o coeficiente de correlação encontrado entre as

variáveis Risco percebido pelo cliente em trocar seu veículo atual e a variável

Intenção de trocar de veículo.

Vontade_de_trocar Risco Spearman's rho Vontade_de_trocar Correlation Coefficient 1,000 -,102 Sig. (2-tailed) . ,462 N 54 54

Risco Correlation Coefficient -,102 1,000 Sig. (2-tailed) ,462 . N 54 54

Figura 18- Correlação entre Risco percebido e Intenção de trocar de veículo Fonte: Dados da pesquisa

Observou-se na Figura 18 que o coeficiente de correlação apresentado entre

as variáveis foi de -0,102, o qual pode ser considerado fraco e negativo. A Tabela

15, então, apresenta a incidência de respondentes na relação entre estas mesmas

variáveis.

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101

Tabela 15- Relação entre Risco percebido e Intenção de trocar de veículo

INTENÇÃO DE TROCAR DE VEÍCULO

FREQUENCIA

Não tenho

nehuma intenção

Tenho uma

pequena intenção

Tenho uma

intenção mediana

Tenho bastante intenção

Tenho muita

intenção

RIS

CO

Risco Financeiro 10 5 6 5 4 30

Risco Psicológico 0

Risco Performance 5 3 1 1 3 13

Risco Físico 2 2 Risco Psico/Finan

1 1

Risco Perfor/Finan

1 1 2

Risco Físico/Finan

1 1

Não Apresenta

1 2 1 1 5

Total 20 11 8 7 8 54

Fonte: Dados da pesquisa

Através da Tabela 15 percebe-se que 30 respondentes perceberam o risco

financeiro como o maior impeditivo para a troca do seu veículo e, destes, 10 não

apresentaram nenhuma intenção de trocar seu veículo atual, o que corresponde a

33% dos clientes que percebem o mesmo tipo de risco relativo a uma possível troca.

Entretanto, os componentes da amostra que não demonstraram qualquer percepção

de risco totalizaram apenas 5 indivíduos e, destes, somente 1 não apresentou

nenhuma intenção de trocar de veículo.

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102

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste trabalho foi a de realizar um estudo sobre o

comportamento do consumidor da concessionária de automóveis Hai Automóveis

Ltda, buscando analisar o processo de decisão de compra por uma determinada

categoria de produto que, neste caso, são os automóveis de médio e alto luxo, como

os comercializado na empresa adotada como foco deste estudo.

O processo de compra de produtos de alto valor agregado, como os

automóveis, é considerado complexo e sujeito a um grande número de influências,

dentre elas, influências individuais como a personalidade do indivíduo, seus valores

pessoais e seu estilo de vida. Variáveis ambientais, tais como aquelas advindas das

integrações com o ambiente, como a cultura, a classe social, o papel do indivíduo no

escopo familiar, as influências pessoais e situacionais, e, por fim, as influências dos

processos psicológicos, também levam o consumidor ao processamento, a

aprendizagem e a mudança de comportamentos de consumo.

Um dos questionamentos propostos residia em verificar como o

envolvimento e o afeto poderiam influenciar na intenção de trocar de veículo,

determinando a necessidade de fazer análises de correlação entre variáveis como:

a) o perfil dos componentes da amostra; b) o seu grau envolvimento com a categoria

de produtos “automóvel”; c) o seu grau de afeto como o automóvel que já possui; d)

o risco percebido numa possível troca do seu veículo atual e; e) sua intenção de

trocar o veículo que já possui por um novo.

Estes fatores remeteram ao objetivo de caracterizar o perfil dos clientes da

Hai Automóveis. Estes foram identificados por indivíduos adultos e maduros, os

quais 75% apresentam idade entre 35 e 64 anos, 85% são homens e 53%

apresentam uma renda familiar entre R$8.000,00 e R$30.999,00, podendo ser

considerados como consumidores com alto poder de compra. Outra característica

que também influencia na decisão de compra é o nível de escolaridade, sendo que,

neste caso, percebeu-se que 78% estão cursando ou terminaram o nível superior e

29,63% estão pós-graduados.

Para o estudo do comportamento do consumidor, porém, estas informações

não são suficientes, cabendo então buscar as características do perfil referente ao

estilo de vida e valores de tais indivíduos, o que ocorreu com o auxilio do modelo

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103

VALS 2. Os clientes da Hai Automóveis, de acordo com os resultados obtidos, são

orientados por princípios, o que os leva a decidir pela compra a partir de suas

crenças e não por influência de terceiros. O estilo de vida predominante da mostra,

de acordo com a classificação pela VALS 2, foi o de clientes denominados como

Satisfeitos, o que, de certa forma, é confirmado pela idade, poder aquisitivo e

formação educacional destes indivíduos, uma vez que este estilo é caracterizado por

pessoas maduras, confortáveis e reflexivas, que buscam por funcionalidade, valor e

durabilidade dos produtos. É importante lembrar que estes atributos são a identidade

da Toyota em seus produtos. O segundo perfil identificado foi o de Controladores

que, por sua vez, são orientados por status, levam em consideram a opinião e o

ponto de vista dos outros. Gostam de se sentir no controle da sua vida, preferem

correr pouco risco e são orientados para a carreira.

O envolvimento tem importante participação no processo de decisão, pois

está diretamente relacionado com a motivação e com o interesse sobre determinado

objeto: um cliente mais envolvido busca por mais informações para decidir. Os

clientes que responderam ao questionário estão divididos entre médio envolvimento,

com 46,30%, e alto envolvimento, com 44,44% dos respondentes.

As informações que estão em posse dos indivíduos são importante

componente das crenças dos consumidores, desencadeando suas atitudes. As

atitudes são compostas pelas crenças de que o produto vai atender suas

necessidades e pelos sentimentos existentes pelo produto ou a marca, pois os

clientes sentem-se mais satisfeitos quando percebem sentimentos positivos e se

sentem livres de sentimentos negativos, proporcionando atitudes mais favoráveis

sobre o produto. A análise dos sentimentos dos clientes, identificados através do

afeto por seu veículo usado, foi um objetivo também determinado e alcançado com

êxito. Foi demonstrado que 65% dos clientes apresentam de baixo a médio afeto por

seus veículos, e que semente 15% tem alto grau de afeto por seu veículo Toyota.

Para a correlação das informações foi necessário analisar os fatores que

estão diretamente relacionados com a situação, para isso buscou-se analisar quais

os fatores são percebidos como risco, e que impediriam a troca do veículo atual por

um novo. Identificou-se que o principal risco percebido pelo cliente é o financeiro,

relacionado com a percepção de perda monetária, com uma participação de 55%

dos respondentes da pesquisa. Na seqüência, identificou-se o risco de performance

em segundo posto, com 24% dos respondentes, sendo que tal risco está relacionado

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com comparação entre a performance esperada de um veículo novo quando

comparado com a performance do veículo que já se possui.

Ao caracterizar a intenção de trocar o veículo atual por um novo, percebeu-

se que 63% dos respondentes têm alguma intenção de trocar seu veículo, e esta

freqüência está distribuída em diversos graus de intenção.

O envolvimento com a categoria de produtos “automóvel” pode estar

relacionado com o envolvimento afetivo emocional ou com o envolvimento cognitivo

racional dos indivíduos. Embora o afeto apresentado nesta pesquisa não seja forte

entre os cliente, constatou-se que a correlação existente entre este e o envolvimento

é a mais forte entre todas as correlações apresentadas, com um índice de 0,403. Tal

constatação sugere que o envolvimento primeiramente, antes de adquirir o primeiro

veículo Toyota seja cognitivo, passando ser afetivo após as experiências, que

comprovam a promessa realizada pela Toyota no momento da venda. O sentimento

de afeto pelo veículo possuído é resultante da comprovação das informações

levantadas durante o processo de compra, correspondendo ao perfil dos clientes da

Toyota, que tem características de reflexivos e cautelosos, quanto aos riscos

decorrentes de uma má compra. Ao possuir o veículo encontra nele suas

necessidades, valores e auto definições, justificando o afeto apresentado na

pesquisa.

Outro fator relacionado ao envolvimento é o risco percebido pelo cliente.

Esta característica é marcante no perfil tanto nos clientes Satisfeitos, pois são

reflexivos e buscam funcionalidades, como também nos Controladores, que não

gostam de correr risco. A correlação comprovada através do coeficiente de -0,226,

mesmo que fraca, demonstrou que quanto mais envolvidos com a categoria de

produtos automóveis, menos riscos os respondentes percebem em uma possível

troca dos seus automóveis por um novo.

Por fim, o envolvimento que o cliente possui com a categoria de produtos

também está fracamente associado com a sua intenção de comprar um veículo

novo, tal como verificado a partir de um coeficiente de 0,275. Tal coeficiente sugere

que quanto maior for o envolvimento do indivíduo pela categoria de produtos

“automóvel”, maior é a sua intenção de trocar seu veículo atual.

O Afeto, além de estar relacionado com envolvimento, está associado

também com outras variáveis como o risco, sendo que os clientes que apresentam

menor sentimento de afeto pelo seu carro percebem o risco financeiro como o mais

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importante na hora de trocar seu veículo, ao passo que quanto maior for o afeto,

mais evidente se torna a percepção de riscos relacionados à performance. O afeto

como o envolvimento está relacionado com a intenção de trocar o veículo atual,

embora seja um grau muito sutil de correlação, apresentando um coeficiente positivo

de 0,171, sugere que sejam diretamente proporcionais. Porém, as relações

estabelecidas evidenciam que 75% dos clientes da amostra que apresentaram o

grau máximo de afeto apresentaram muita intenção de trocar seu veículo.

A correlação do risco com a vontade de trocar de veículo apresentou um

coeficiente negativo de -0,102, embora esta correlação seja muito fraca, a literatura

fortalece a afirmação de que quanto maior for o risco percebido na troca de um

veículo usado, menor se apresenta a intenção de consumar este ato.

Este estudo, por fim, possibilitou interpretar como o descarte do produto,

através da troca, pode influenciar a compra de um novo. Foi identificado que durante

o consumo os clientes desenvolvem níveis de apego através do afeto pelo produto

consumido, embora neste trabalho não tenhamos dados comparativos com outras

categorias de produto, para comparar o grau de afeto, percebe-se que ocorre no

caso do veículo usado Toyota um afeto de médio grau a alto. O afeto está

diretamente relacionado com a vontade de trocar de veículo, e inversamente com o

risco percebido pelo cliente para trocar de veículo, mas é importante perceber que

quanto mais afeto, mais os clientes se preocupam se o novo produto vai apresentar

melhores características de performance, advindas na satisfação de encontrar um

veículo que seja sua autodefinição, em funcionalidade e valores.

Os clientes da Hai Automóveis apresentaram um alto grau de envolvimento

com a categoria de produtos pesquisada, o que permite sugerir a predominância de

um envolvimento afetivo devido à forte correlação entre as varáveis afeto e

envolvimento. Receber informações detalhadas e alinhadas às suas expectativas em

relação ao seu carro Toyota, ou mesmo estimular o afeto pelo seu carro atual,

poderá diminuir o risco percebido num ato de troca, o que poderia potencializar esta

intenção. Outra conseqüência do aumento do afeto, é que o percepção do cliente de

risco passa de financeira para de performance, sendo que está é mais fácil de ser

influenciada, diminuído a percepção de risco e promovendo a decisão de compra.

Conhecendo estas associações deve-se explorar no momento da venda

informações que transmitam ganho de valor, durabilidade e funcionalidade, na troca

do veículo atual por um veículo Toyota novo.

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4.1 Conclusão

Os objetivos determinados neste trabalho foram alcançados com êxito,

colaborando para constatar que o envolvimento com a categoria automóveis está

relacionado com o afeto que o cliente sente por seu veículo usado, influenciando no

comportamento do consumidor através da percepção do risco de trocar seu veículo

atual por um novo, além de estar diretamente relacionado com a intenção de trocar o

veículo usado por um novo.

A metodologia utilizada foi adequada para o trabalho desenvolvido. O nível

de pesquisa exploratório colaborou através da liberdade de investigação das

variáveis envolvidas. As correlações que foram apresentadas poderiam ter sido

potencializadas caso o corpo amostral adotado para o estudo tivesse sido mais

representativo em termos numéricos. Este fato acorreu devido à dificuldade de

acesso aos clientes da Hai Automóveis justamente pelo fato de serem pessoas de

alto poder aquisitivo, na sua maioria, profissionais liberais ou empresários, e terem

pouco tempo para participar da pesquisa. Outro fatore foi o tempo disposto em

algumas fases do trabalho ocasionado pelas situações envolvidas no dia-a-dia de

uma organização.

Os resultados obtidos atenderam as expectativas do aluno orientando para

futuros estudos na área do comportamento do consumidor, além de ter colaborado

para o conhecimento profissional, para seu desempenho no mercado de trabalho em

que está inserido, através de compreensão das variáveis que influenciam a decisão

de compra dos clientes.

A Hai Automóveis, através dos resultados, poderá desenvolver novos

procedimentos quanto ao atendimento do cliente. Através do conhecimento dos

fatores que o influenciam no processo de decisão de compra, facilitando a troca de

veículos usados.

Para a UNIVALI o trabalho colaborou com a inovação do conhecimento

acadêmico, na exploração de uma área a qual a universidade tem interesse de

desenvolver futuras pesquisas. Os novos conhecimentos advindos do encontro da

Academia com o Profissional promovem o crescimento de uma sociedade

empresarial mais preparada para o futuro.

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Por fim este trabalho sugere novos estudos, com amostras mais expressivas

fortalecendo os resultados encontrados, promovendo maior compreensão a respeito

do comportamento do consumidor. As organizações podem através de pesquisas

como esta, facilitar e auxiliar o processo de decisão de compra utilizando o novo

conhecimento para o desenvolvimento de novas ferramentas, voltadas para gerar e

aumentar do afeto pelo produto de posse do cliente, como: serviços de pós-venda e

cuidados para o recebimento dos veículos entregues na troca. Aumentando o

relacionamento com o cliente ao apresentar os mesmos sentimentos de afeto e

valores pelo veículo recebido.

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ANEXOS

Apêndice 1 - Instrumento de coleta de dados :Questionário.