fotografias cristiano mascaro -...

13
1 rio revelado fotografias Cristiano Mascaro texto Pedro Vasquez rio revelado fotografias Cristiano Mascaro texto Pedro Vasquez rio revelado fotografias Cristiano Mascaro texto Pedro Vasquez

Upload: buingoc

Post on 07-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

rio reveladofotografias

Cristiano Mascaro

texto

Pedro Vasquez

rio reveladofotografias

Cristiano Mascaro

texto

Pedro Vasquez

rio reveladofotografias

Cristiano Mascaro

texto

Pedro Vasquez

2 3

4 5

r i o r e v e l a d o

Cristiano Mascaro é considerado unanimamente o maior fotógrafo de arquite-tura em atividade no Brasil. É um exemplo único de arquiteto que se tornou fotógrafo, tendo se doutorado pela usp com a tese “Fotografia e Arquitetura” em 1995.

Sobre ele Antonio Candido nos diz:

“Ruas, casas, arranha-céus, veículos, pessoas, vistos de longe ou de perto, isola-dos ouem conjunto, claros ou escuros, no todo ou em parte, na madrugada, no dia, na noite, são todos deste modo manipulados pela imaginação do fotógrafo com a mirada criadora revestida pelo olho dirigido da máquina. E nós percebe-mos que a cidade foi reinventada, oferecendo ao nosso olhar desarmado uma realidade que não suspeitávamos, porque é a realidade tornada essencial graças à seleção operada pela maestria do artista.”1

Nascido e ativo em São Paulo, seu trabalho há muitos anos abarca todo o país. Em suas muitas andanças ele registrou de forma única as principais urbes bra-sileiras. Seu olhar se deteve especialmente no Rio de Janeiro, tendo produzido em 2013 o livro Arquitetura moderna carioca / 1937-1969 em parceria com Lauro Cavalcanti, sobre as obras primas do primeiro modernismo na então capital fe-deral. Ficaram também famosos seus registros visuais do prédio do Ministério da Educação, projetado pela nata da vanguarda arquitetonica carioca sob a egide de Le Corbusier, assim como outras muitas imagens da capital fluminense.

Por ocasião dos 450 anos da cidade, surge a ideia de publicar um ensaio visual deste grande fotógrafo sobre o patrimônio construído da cidade do Rio de Janei-ro. Trata-se de registrar, em um livro primorosamente impresso, uma poderosa homenagem à relação especial, às vezes difícil, às vezes brilhante, entre urbe e paisagem, entre a cidade construída e sua situação paisagística ímpar. Entre cultura e natureza.

450 anos de ocupação arquitetônica resultaram numa cidade com característi-cas únicas, que somente este grande fotógrafo poderia retratar.

1 Isto é, Cristiano Mascaro.

claraboia na entrada da biblioteca nacional

6 7

centro cultural do banco do brasil

cúpula do saguão principal

páginas seguintes:

saguão da associação brasileira de imprensa

8 9

10 11

salão principal do real gabinete português de leituraarcos da lapa

12 13

· 1 · o q u e p r o p o m o s

Realizar um ensaio fotográfico sobre a cidade do Rio de Janeiro, por ocasião de seus 450 anos, produzido por Cristiano Mascaro, considerado o maior fotógrafo de arquitetura do Brasil. O trabalho contará com um estudo sobre a obra do fotógrafo escrito por Pedro Vasquez.

· 2 · p o r q u e p r o p o m o s

A cidade do Rio de Janeiro conta com vasta documentação visual editada. Esta abarca, em sua maioria, a história passada, sobretudo a grande contribuição da fotografia do século XIX dos “Artistas viajantes”, e também contribuições recentes de fotógrafos nativos que privilegiam o fascinante cenário natural que a cidade possui. Por outro lado, o patrimônio arquitetônico e urbanístico não foi objeto de nenhum registro coerente e de forte qualidade estética. Este projeto tem por objetivo preencher esta lacuna, além de propiciar a realização de um trabalho artístico de grande qualidade por aquele que é considerado o mais im-portante fotógrafo de arquitetura do Brasil.

· 3 · i m pa c t o s q u e c a u s a m o s

(sociais e socioambientais)

Por ocasião dos 450 anos da cidade, surge a ideia de publicar um ensaio visual sobre o patrimônio construído da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de registrar, em um livro primorosamente impresso, uma poderosa homenagem à relação es-pecial – às vezes difícil, às vezes brilhante – entre arquitetura e paisagem, entre a cidade construída e sua situação paisagística ímpar, entre cultura e natureza.

página anterior:

saguão do banco boavista

14 15

· 4 · c o m q u e m p r o p o m o s

Cristiano Mascaro · fotografias Formado pela Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, iniciou sua carreira profis-sional como repórter fotográfico na revista Veja, onde, durante 4 anos, realizou inúmeras reportagens no Brasil e no exterior. Em 1985 recebeu o Prêmio Eugè-ne Atget, concedido pela prefeitura de Paris e, em 1990, lhe foi atribuída a Bolsa Vitae de Artes. Em 1995 se doutorou pela usp. Já realizou diversas exposições no Brasil e no exterior, com fotografias fazendo parte de coleções particulares e de museus como o International Museum of Photography at Georges Eastman (Rochester, ny, usa), Bibliothèque Nationale de Paris (França), Centre d’Art et de Culture Georges Pompidou e diversas instituições brasileiras. Tem diversos livros publicados.

Pedro Afonso Vasquez · texto Escritor, tradutor, fotógrafo e curador, é autor de 24 livros, entre os quais figuram Dom Pedro II e a Fotografia no Brasil, Fotógrafos Alemães no Brasil do Século XIX e O Brasil na Fotografia Oitocentis-ta, consideradas obras de referência. Formado em Cinema pela Université de la Sorbonne, é mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, e trabalha como editor de não-ficção na editora Rocco. Como administrador cultural, foi responsável pela criação do Instituto Nacional da Fotografia da Fu-narte, assim como do Departamento de Fotografia, Vídeo & Novas Tecnologias do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo sido também diretor do Solar do Jambeiro. É membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasi-leiro e do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói.

Victor Burton · projeto editorial e design gráfico Nascido no Rio de Janeiro, teve seu aprendizado profissional na editora Franco Maria Ricci de Milão, Itália, onde residiu de 1963 a 1979. No Brasil desde 1979, dedica-se ao design gráfico na área editorial e de produções culturais, tendo realizado mais de 3.000 capas de livro e 300 projetos de livros de luxo. Foi destaque nas edições de 1998 e 2000 da Bienal de Design Gráfico, na seção Capa de livro, e ouro adg na edição 2002 na categoria Livro. Ganhou o prêmio Jabuti, da Câma-ra Brasileira do Livro, de melhor capa em 1993, 1995, 1996, 1999, 2001 e 2005, e de melhor projeto editorial em 1997, 1998 e 2000. Ganhou o prêmio Aloísio Magalhães, da Biblioteca Nacional, de melhor projeto gráfico em 1995, 1997 e 2001. Destaca-se sua longa colaboração com editoras nacionais como Compa-nhia das Letras, Record, dba, Objetiva, Sextante, Nova Fronteira e edusp.

pilotis do prédio do ministério da educação

16 17

fundação castro maya

museu do açude

vista da zona norte a partir de santa teresa

18 19

v e r pa r a fa z e r v e r ·

Antonio Candido

A boa fotografia equivale sempre a uma reforma do nosso olhar. Sobretudo quando se trata de fotografias que surpreendem o momento fugidio da cidade, como estas, de Cristiano Mascaro, mestre na sua arte difícil.

A rua está aí. Casas, postes, fios, carros, transeuntes nos quadros de tijolos, ci-mento, pedras, asfalto. Estou entre eles, sou parte deles, por isto mesmo não os vejo. Apenas os enxergo, vagamente, “voltado para a vida, absorto na vida” se-gundo o poema de Manuel Bandeira. Como parte do fluxo, sou incapaz de per-ceber a prodigiosa realidade plástica, móvel e imóvel que me envolve e me ar-rasta, banalizada pelo desgaste do cotidiano, pelo automatismo do hábito. Neste ponto, surge o fotógrafo com a sua câmera e me ensina a ver. O conjunto de colunas torna-se então uma floresta mágica de concreto; um trecho de rua visto de cima parece um tecido raro plantado de hastes, riscado pelas suas sombras; o ciclista no cruzamento é um aventureiro prestes a enfrentar as listas de passa-gem de pedestres como se fossem ondas no asfalto. Capaz de construir à medida que vê, Cristiano Mascaro me mostra a renda de ferro de uma sacada, bordando o pedaço de parede ocupado por uma porta ladeada de janelas, destacando-o da fachada onde estava dissolvido e transformando-o num quadro inesperado. Com a simples escolha de um bom ângulo, transforma agora um correr de ca-sas, vistas de esguelha, numa espécie de teclado arquitetônico desenhado pela abertura estranha de janelas-frestas, modulado pelos contrastes de luz. Depois, é um operário incrustado na sombra densa, mas ressaltado na sua humanidade pela parede clara que o recupera. Aqui são prédios altos vistos em planos de tonalidades diferen-tes do preto ao esfumaçado, compondo um painel abstrato. Mais adiante, os trilhos da estrada de ferro saem da estação como paralelas ver-tiginosas em busca de seu infinito, prontos para cortarem a “cidade tentacular”.

Ruas, casas, arranha-céus, veículos, pessoas, vistos de longe ou de perto, isolados ou em conjunto, claros ou escuros, no todo ou em parte, na madrugada, no dia, na noite são todos deste modo manipulados pela imaginação do fotógrafo com a mirada criadora revestida pelo olho dirigido da máquina. E nós percebemos que a cidade foi reinventada, oferecendo ao nosso olhar desarmado uma rea-lidade que não suspeitávamos, porque é a realidade tornada essencial graças à seleção operada pela maestria do artista.

Isto é, 2010.

jardim botânico

aleia das palmeiras e chafariz

20 21

a m i z a d e s a l i n h ava d a s ·

Sebastião Salgado

Meu primeiro encontro com Cristiano Mascaro aconteceu em Paris, em 1970. Época de minha entusiástica descoberta do mundo das imagens. Queria passar das tabelas e gráficos da sociologia ao sonho sublime da materialização em foto-grafias dos sentimentos, das dignidades, dos sofrimentos e das esperanças.

Eu errava desnorteado durante uma feijoada oferecida na incomum Casa do Brasil em Paris, quando me deparei pela primeira vez com meu futuro amigo. Ele estava ao lado de uma japonesinha linda e levava, como um sol bem crava-do no centro do peito, uma sublime Nikon ftn preta, equipada com uma lente de 55 mm; a alça de couro que pendia do seu pescoço era um tanto curta, fa-zendo com que a câmera naquela posição tão alta desse a ele a aparência de um superatleta da imagem. O conjunto me transmitia um claro sentimento de que ele estava seminu, vestido apenas de suas ferramentas – ferramentas de imagem –, sendo levado por Satiko, sua mulher, a um pódio.

E isso tudo ali, bem na minha frente! E com tanta experiência! O que descobri nos momentos que se seguiram ultrapassava qualquer expectativa daquele so-nâmbulo da fotografia que era eu.

Antes mesmo de terminar a universidade, ele já havia começado a trabalhar em uma grande revista brasileira e estava na Europa só afinando as cordas de seu instrumento já bem definido. Transitava entre a Suíça e a Universidade de Vin-cennes, em Paris, onde fazia o curso de análise semiológica, além de outro de sociologia do cinema e mais um de gráfica. Enfim, de coisas feitas para o adorno e engrandecimento das imagens.

Desde o início nos entendemos muito bem. As afinidades e as paixões eram pra-ticamente as mesmas. E era tão importante trocar idéias com alguém que, sain-do da universidade, havia deixado falar mais forte que a arquitetura as primeiras palavras, apenas balbuciadas, da fotografia, que podia deixar coabitar, de forma circular e compa tível, a vida profissional e os sonhos desmedidos.

Quando Cristiano voltou para o Brasil com o objetivo de continuar sua carrei-ra na revista Veja, eu ainda seguia o curso de pós-graduação em economia na Universidade de Paris. Uma verdadeira amizade havia nascido de nossas longas trocas de idéias e de alguns esboços de reportagem que fizemos juntos. Sua in-

fluência e sua generosidade foram determinantes no amadurecimento de meu querer fotográfico.

Pude seguir de longe algumas de suas reportagens. Fiquei impressionado com seu trabalho no terrível incêndio do edifício Andraus, em São Paulo. Só no ano seguinte, quando fiz algumas reportagens na Europa para a revista Veja, fiquei sabendo que Mascaro havia abandonado o jornalismo – por coincidência no mesmo instante que eu tinha começado a minha nova aventura de repórter.

No início dos anos 80 já me encontrava na agência Magnum, em plena ativida-de de repórter. O Cristiano mudara mais que todos nós; reaproximando-se da ar-quitetura, voltou para a fau, onde era coordenador do Laboratório de Recursos Audiovisuais, e dava aula de fotojornalismo na Enfoco e de programação visual na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos.

Nada, porém, havia mudado nas afinidades e paixões que possuímos pelas ima-gens. Cristiano desbravava São Paulo inteira em seus momentos livres, arras-tando num carrinho de mão as pesadas máquinas, suas novas ferramentas de imagens.

Tive o privilégio de acompanhá-lo algumas vezes por suas longas andanças atra-vés da metrópole. Avaliava perspectivas, buscava ângulos de luz, formas urbanas, como que exorcizando um fantasma escondido numa selva de linhas de pedra, de vidro e de aço. Acompanhava os cidadãos como um cirurgião buscando o fluido vital e ardente nas veias da cidade. Conseguia mergulhar nos interiores para captar as imagens das atividades dos grupos e das famílias, voltando em seguida à tona das perspectivas e praças de São Paulo.

Dessas longas peregrinações urbanas, quase um karma de paulistano “pioneiro Militão”, uma série de trabalhos fascinantes foi realizada: Bom Retiro e Luz: um roteiro, Paisagem paulistana, Retratos paulistanos, o livro na coleção As melho-res fotos, com retratos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Luís, uma dissertação de mestrado – O uso da fotografia na interpretação do espaço urbano – e uma tese de doutorado – A fotografia e a arquitetura. O conjunto dessas imagens é sem dúvida alguma uma das maiores contribuições para a fotografia de cidades.

Quando, em 1988, abandonou o trabalho no Laboratório de Recursos Audiovi-suais da fau e a missão de lecionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos, optando pela vida de aventuras de fotógrafo independente, suas imagens já se enveredavam por caminhos mais tortuosos que somente as ruas da cidade.

Bombaim, Índia · Outubro de 1995

22 23

cotas de participação

% R$ Título Aplicação da marca

Página institucional

Cota da tiragem

100 341.916,80 Patrocínio exclusivo

Página de créditos, 4ª capa, convites,

material de imprensa

Em todos exemplares 300

75 256.437,60 Patrocínio

Página de créditos, 4ª capa, convites,

material de imprensa

Em tiragem à parte 225

50 170.958,40 Co-patrocínio

Página de créditos, 4ª capa, convites,

material de imprensa

Em tiragem à parte 150

25 85.479,20 Apoio

Página de créditos, 4ª capa, convites,

material de imprensa

Não 75

rio reveladoCasa da Palavra

ficha técnica

Nome do projeto · Rio reveladoCapa · Dura

Formato · 29 x 32 cmPáginas · 196

Papel · Couché fosco 170g/m2

Impressão de miolo · 3/3 coresImpressão de sobrecapa · 4/0 cores

Impressão de capa · 2/0 coresTiragem · 3.000 exemplares

página 1 calçadão de copacabana

páginas 2-3 pilotis do térreo do museu de arte moderna

24

Avenida Calógeras, 6 · sala 1001 Centro · Rio de Janeiro, rj · cep 20030-070

Telefones: (21) 2222 3167 · (21) 2224 [email protected]