fotografia vol.2

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    Na noite de 3 de dezembro de 2009, em Balnerio Cambori (SC), foi lan-

    ada a primeira edio da Foto Graa - Revista Acadmica de Fotograa,

    destacando os projetos dos alunos da primeira turma de ps-graduao em

    fotograa da UNIVALI. Depois de 3 meses, aps um signicativo aprimoramento

    grco e editorial, publicada a segunda edio, fomentando e apoiando cada vez

    mais a produo intelectual universitria. Conseguimos, com a Foto Graa, abrir es-

    pao para divulgar e incitar t rabalhos de dois grupos que por vezes, infelizmente, no

    recebem seu devido mrito: fotgrafos e universitrios.

    As pginas dessa edio contemplam diversos e admirveis projetos fotogrcos

    elaborados por acadmicos de vrios locais do Brasil. Temos aqui uma mistura sur-preendente de tcnicas, ngulos, paisagens, modelos e temas; tudo isso feito no s

    por prossionais, mas tambm por amadores e amantes da arte que fotografar.

    Inegavelmente, sabe-se que to importante quanto a produo prtica, a produo

    terica. Ela, a teoria, nos revela e explana valiosas informaes que so indispen-

    sveis para o crescimento intelectual pessoal, gerando resultados cada vez mais con -

    ceituados e elaborados. Incentivar a produo textual cientca, nesse caso, na rea

    fotogrca, , para ns, e acreditamos que para todos, algo recompensador. Por isso,

    disponibilizamos uma seo destinada unicamente produo textual acadmica,

    onde todos podero desfrutar a leitura de artigos plausveis que com certeza abriro

    ainda mais o leque do conhecimento de cada leitor.Temos conscincia que criamos e estamos rmando um espao alternativo para pub -

    licao de trabalhos acadmicos na rea da fotograa, agora evidenciado por uma

    diagramao mais atualizada, juntamente com colunas e entrevistas informativas e

    instigantes, resultando em um projeto editorial que estimula cada vez mais a leitura

    do conhecimento produzido dentro das universidades.

    Para nalizar, fundamental destacar a importncia que a UNIVALI - Universidade

    do Vale do Itaja - d s aes de socializao do conhecimento, apoiando iniciativas

    como esta. O esprito de coletividade da instituio faz-se presente, pois a UNIVALI

    tornou possvel a criao de um espao alternativo para a publicao e divulgao de

    novos trabalhos e novos talentos na rea da fotograa, onde as oportunidades no selimitam apenas aos seus alunos, mas alcanam a comunidade acadmica nacional.

    LAPIS Comunicao e Cultura

    I n the evening of 3rd of December, 2009, in Balnerio Cambori, Santa CatarinaState, it was launched the First Edition of Foto Graa The Academic Photo -gra phy Magazine, highlighting the rst graduation class students projectsof UNIVALI University of Itajai Valley (Universidade do Vale do Itajai, in portu-

    guese). Three months later, following a remarkable graphic and editorial upgrading,

    it is published the Second Edition, promoting and increasingly supporting university

    intellectual production. With Foto Graa, we are succeeding to disclose and encour-

    age works of two groups that, often, are not getting their deserved recognition: Pho-tographers and Graduates.

    This edition brings several successful photographic projects prepared by graduates

    from all over the country. We have here a fascinating mix of techniques, angles, land-

    scapes, models and themes; all brought by professionals, amateurs and lovers of the

    photography art.

    It is well known that as well as practice, theoretical production is also important.

    Theory proves and explains valuable crucial information needed for personal intellec-

    tual growth, leading to more elaborated and worthy results. Stimulating the scientic

    textual production in photography is something fairly rewarding and that is why we

    have a special section for academic textual production, where you can enjoy must-readarticles which will certainly expand every readers knowledge.

    We are well aware that we have created an alternative path and are strengthening it

    by publishing academic works related to photography, now emphasizing a more up

    to date layout, along with exciting and informative columns and interviews, making

    of Foto Graa a editorial project that stimulates more and more the spreading of the

    knowledge produced within the university.

    It is fundamental to highlight how much UNIVALI respects and encourages actions

    of knowledge sharing like these. UNIVALIs community appeal is visible, as the in -

    stitution made possible the creation of an alternative path to publish and advertise

    new works and talents in photography, where these opportunities benet not only itsstudents, but also the national academic community.

    LAPIS Communication and Culture.

    EDITORIAL

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    EXPEDIENTE

    ErrataNota de redao

    Revista Acadmica Foto Grafia

    Edio n 2

    ABRIL de 2010

    Idealizador/Editor: Ricardo Gallarza

    Projeto grfico: LAPIS Comunicao e CulturaEstagiria de jornalismo: Paola Carolina Santos Donner

    Colunistas: Estdio Nag, Janaina Souza,

    Marcelo Juchem e Santiago Adolfo Ramos

    Reviso: Marcia Haeser

    Traduo: Brbara Dvojatzki

    Grfica: COAN

    Editora:

    RGF Comunicao e Cultura

    Balnerio Cambori - Santa Catarina - Brasil

    fone - 55-47-33490980

    www.grupolapis.com.br

    twitter.com/grupolapis

    [email protected]

    As fotografias e artigos cientficos assinados so de total

    responsabilidade dos autores e no refletem, necessariamente,

    a opinio da revista. A produo total ou parcial de qualquer texto

    ou imagem, por qualquer meio, sem autorizao dos responsveis

    ou da revista totalmente proibida.

    A Revista Acadmica Foto Grafia um projeto de fomento produo

    intelectual universitria. Agradecemos a todos aqueles que participam

    das seles de projeto, tornando possvel a realizao desta. Para ser

    um colaborador confira os editais no site da editora e envie seu

    material pelo e-mail: [email protected]

    Na edio n1 (set. 2009) da Revista Foto Grafia houve um erro de informao no

    segundo pargrafo do texto Baleias Francas

    (pg. 10). O massacre ocorreu entre os sculos XVIII, XIX e XX e no entre os sculos XVIII,

    XIV e XX como mencionado.

    A revista Foto Grafia revisda seguindo as normas da

    ltima reforma ortogrfica brasileira.

    4 - Univero VirtualVeja o que voc pode encontrar demelhor sobre fotograa no universovirtual.

    28 - Falando de eninoAprender a eninarveru eninar a aprender

    29 - Fae da friaRiardo Daloo retrata adiveridade deum pa p-uerra

    30 - Falando de tenoloiaEra diital

    38 - Artigos cientcos

    49 - Enli verion

    5 - Falando de meradoMerado de oportunidade

    6 - Projetos fotogrcos

    IMAGEM DE CAPA: Ricardo Dalbosco

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    6/564 FOTO GRAFIA N 2 / UNIVERSO VIRTUAL

    Ainternet oferece novas manei-ras de ver e ser visto. O redutovirtual permite-nos aprimorarhabilidades, mostrar nosso trabalho, ad-

    quirir novas tecnologias e conhecer o que

    tendncia no mundo todo.

    A fotograa tem seu lugar garantido nesseuniverso, ilustrando informaes numa lin-

    guagem universal. Prova disso o Google

    - maior portal de pesquisa do mundo - e

    sua categoria de busca por imagens. Auto-

    intitulando-se a pesquisa de imagens mais

    completa da web, investem pesado em

    maneiras de manter esse ttulo. Ao fazer

    uma pesquisa, pode-se escolher a cor pre-

    dominante da imagem, alm de close no

    rosto, tamanho exato ou aproximado, fotoou desenho, entre outros, a pesquisa por

    similaridade, em que se pode buscar uma

    imagem e escolher entre suas semelhantes

    por visual ou signicado.

    Agora vem a o Googles, um sistema de

    busca no qual a imagem a base para a

    pesquisa. Utilizando uma foto tirada pelo

    seu celular, pode-se perguntar o que quiser

    sobre o que foi fotografado, seja um produ-

    to, logotipo ou ponto turstico.Entretanto, para a fotograa, a internet

    no se resume a uma busca de imagens

    prontas. Mostramos aqui um pouco do que

    podemos encontrar de melhor, para uso on-

    line ou no, em diversos setores. Pesquise,

    compartilhe, aprenda, divulgue. Apenas

    no deixe de desfrutar de tantas possibili-

    dades.

    Cmr Smutor :www.kmrsmutor.s/g/

    Site sueco que simula on-line as funes

    de uma cmera fotogrca na congurao

    manual. possvel testar diversas combi-

    naes de ISO, abertura do diafragma e

    velocidade do obturador. Praticar virtual-

    mente uma tima maneira de entender

    a relao entre eles, serve tambm como

    uma eciente ferramenta de ensino. O site

    oferece tambm a possibilidade de relacio-

    nar abertura e velocidade para que sejam

    proporcionais.

    Site em ingls.

    Touchpuppt :

    www.touchpuppt.com

    Arte, moda e fotograa se renem nesse

    site criado e mantido por um grupo de

    americanos jovens, estudantes da rea. O

    site contm editoriais das maiores publi-

    caes de moda do mundo e atualizado

    vrias vezes por dia, informando sempre

    o nome do fotgrafo, modelo e revista em

    questo. Inspirao de sobra para quem

    atua na rea de fotograa de moda ou quer

    se manter informado sobre as tendncias

    do meio.

    Site em ingls.

    Fckr :www.ickr.com

    O Flickr uma grande sada para com-

    partilhar imagens. O site tornou-se popu-

    lar no mundo todo e conta com diversos

    recursos como estatsticas de acesso, dados

    EXIF da foto, busca por tags, georrefer-

    ncia, edio e organizao de imagens. O

    upload de fotos e vdeos contm algumas

    restries na verso gratuita, mas pode-

    se adquirir uma conta anual que permitearmazenamento ilimitado. O comparti-

    lhamento seguro e permite controle de

    privacidade sobre contedo ao seu usurio.

    Ideal para portiflio, negcios ou armaze-

    namento, e praticamente obrigatrio para

    quem trabalha com fotograa.

    Site em portugus e ingls.

    Dgt Photogrphy Rvw :

    www.dprvw.comQuando o assunto anlise de equipamen-

    tos fotogrcos, este site considerado uma

    autoridade. Alm de noticiar lanamentos

    de cmeras e objetivas das principais mar-

    cas do mercado fotogrco, seu banco de

    dados contm as especicaes detalhadas

    de todo esse equipamento e uma galeria de

    fotos tiradas com cada uma delas. Em seu

    guia de compra, tambm possvel compa-

    rar marcas e modelos, colocando-os lado alado para pesar prs e contras. Indispen-

    svel na hora de comprar material ou apro -

    fundar o conhecimento tcnico.

    Site em ingls.

    Pck :

    www.pck.com

    Editor de imagens on-line que permite al-

    terar fotos armazenadas no computador ou

    hospedadas na internet sem a necessidadede download ou instalao de programas.

    Sua interface amigvel possibilita o con-

    trole de cores, saturao e brilho; correo

    de olhos vermelhos; girar, redimensionar

    ou cortar imagens; alm de inserir alguns

    efeitos e contar tambm com a ferramenta

    autocorreo. Depois de alterada, a foto

    pode ser salva ou enviada para outros sites.

    Gratuito e fcil de usar, oferece um servio

    prtico e de qualidade para retoques rpi-

    dos ou emergenciais.

    Site em portugus e ingls.

    UNIVERsO VIRTUALVEjA O qUE VOc PODE ENcONTRAR DE MELhORsObRE FOTOgRAFIA NA INTERNET.Por Janana Souza,acadmica de Fotograa da Univali responsvel pelotwitter@foto_graa

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    5 FOTO GRAFIA N 2 / MERCADO

    Oestado de Santa Catarina tornou-se referncia nacional e interna-cional quando o assunto moda.A viso de prestadores de servios quali-

    cados, como fotgrafos e designers, deixou

    o eixo Rio - So Paulo e as grandes mar-

    cas acharam aqui, no estado, prestadores

    de servios capacitados para suprir a de -

    manda e direcionar de forma criativa suasaes.

    A demanda e a concorrncia crescem

    paralelamente, o que acentua a busca e a

    valorizao de quem atua nesse segmento;

    e s quem est realmente qualicado, per-

    manecer trabalhando.

    A

    universidade um grande alierce

    para o futuro prossional. ela

    quem vai ensinar as tcnicas e

    apresentar os ramos de atuaes, mas aproduo de material j deve comear ali,

    na academia. A poca de escolher seu cam-

    po de atuao e de projetar-se prossional-

    mente durante o perodo universitrio,

    pois quando h oportunidade de corrigir

    os erros e aperfeioar os trabalhos. Alm

    disso, onde se pode iniciar um portiflio

    na rea de atuao escolhida, auxiliado por

    professores e mestres da rea.

    A Universidade no o limite, deve-se uniras informaes acadmicas realidade do

    mercado para produzir um portiflio coer-

    ente s necessidades e tendncias da rea

    em que se pretende atuar, isso deve ser uma

    constante na formao prossional.

    A moda est em constante mudana e pre-

    cisa de novas idias, pois as marcas lanam

    de duas a quatro colees anuais, no tem

    como car parado em um mercado como

    esse. graticante quando os clientes

    sentem nas ruas o retorno dos materiais

    desenvolvidos. Isso resultado de muita pesquisa e percepo das diretrizes do

    mercado.

    Quando falamos de mercado, falamos tam-

    bm de resultados. O ensaio fotogrco, o

    design feito com as imagens e a criao de

    uma realidade paralela qual vivemos

    acelera o consumo e de nossa respon-

    sabilidade. No adianta produzirmos fo-

    tograas bonitas e grandes idias se elas

    no satisfazem as necessidades do cliente. Nosso objetivo sempre posicionar da

    melhor forma a marca e aprimorar resul-

    tados nas vendas a cada coleo, o que

    s possvel graas a todo o planejamento

    desenvolvido antecipadamente execuo

    dos materiais e isso exige muita pesquisa

    e inovao. J trabalhamos para concor-

    rentes diretos, mas sempre usamos a tica

    como fator de separao dos trabalhos. O

    resultado de uma marca no interfere naoutra, o que acaba delizando os clientes.

    O conceito e sua contextualizao so as

    aes-chave para quem pretende ingres-

    sar no mercado de trabalho no ramo de

    fotograa e ilustrao de moda. Alm de

    vender estilos de vida, comportamento e

    vestimenta, a juno do glamour do mundo

    fashion com o trivial do dia a dia aproxima

    pessoas comuns do mercado da moda. A

    imagem o elo entre a moda e o consumi -

    dor. So as guras que despertam o desejo

    de compra e criam a identicao do cli-ente com o produto consumido.

    P or ser tratar de um mercado emconstante mutao, isso no nos permite fazer planejamentos lon-gos. Trabalhamos normalmente com pero-

    dos de seis meses, tempo mdio de durao

    de uma coleo.

    Outro fator que interfere em nosso tra-

    balho a r igorosidade do mercado: ele no

    permite que voc erre. Por esse motivoachamos que a hora de arriscar e produzir

    o momento acadmico. Voc tem nesse

    perodo tempo suciente de corrigir seus

    erros e criar uma linha de trabalho coe-

    rente realidade do mercado em que voc

    pretende atuar. Pois ao entrar no mercado

    os erros so inadmissveis. Ressaltamos

    isso diariamente em nosso Estdio.

    O ideal escolher um segmento e tornar-se

    referncia nele, assim os clientes passam av-lo como referncia. Por isso, impor-

    tante o estudo constante das tendncias e

    saber aonde se quer chegar. Ns optamos

    por sermos patres de ns mesmos, mas,

    antes disso, foram necessrios trs anos de

    jornada dupla de trabalho, dividindo nossaatividade prossional entre duas empresas

    at estruturarmos o Estdio Nag.

    Marcelo e Marcos, idealizadores e proprietrios

    do Estdio Nag, falam da realidade do merca-

    do de trabalho em que atuam e da necessidade

    de especializao de novos prossionais.

    MERcADODE OPORTUNIDADEsvisite - www.estudionago.com

    FALANDO DE MERcADO

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    Um dos maiores objetivos da Foto Graa ceder espao para a publicao autoral defotograas produzidas por universitrios, assim estimulamos a produo e somossurpreendidos com novos talentos.

    07 - Vinicius de Oliveira08 - Bruno Ropelato09 - Natlia Cunha Mastrela10 - Flavio Tin11 - Luana Werb12 - Davi Spuldaro13 - Gisele Trevisan14 - Isabela Nishijima15 - Thiago Silva Maia16 - Shester Cardoso Damasco

    17 - Rodrigo Acosta

    18 - Bruno Alencastro19 - Thaisa Bezerra Figueiredo20 - Jusselen Maria Nunes21 - Pedro Caetano Eboli22 - Alexandra Martins Costa23 - Juliano Baby24 - Julio Cesar Ric25 - Alana Linhares26 - Max Yan Scoz27 - Lincon Mikail

    Os seguintes fotgrafos foram selecionadospara esta edio:

    PROjETOs FOTOgRFIcOs

    Consulte os editais de publicao no site www.grupolapis.com.br

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    7 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Vcus d OvrUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja - UniVali

    www.fckr.com/[email protected]

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    8 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Bruo RoptoUniVeRSiDaDe DO eSTaDO De SanTa CaTaRina UDeSC

    [email protected]

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    9 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    nt Cuh MstrUniVeRSiDaDe FeDeRal De GOiS UFG

    [email protected]

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    10 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Fvo TUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja UniVali

    [email protected]

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    11 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    lu WrbUniVeRSiDaDe PaUliSTa UniP

    www.fckr.com/[email protected]

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    12 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Dv SpudroUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja UniVali

    www.fckr.com/[email protected]

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    13 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Gs TrvsUniVeRSiDaDe CiDaDe De SO PaUlO UniCiD

    [email protected]

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    14 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    isb nshmUniVeRSiDaDe TeCnOlGiCa FeDeRal DO PaRan UTFPR

    www.fckr.com/[email protected]

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    15 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Thgo Sv MUniVeRSiDaDe FeDeRal DO Vale DO SO FRanCiSCO UniVaSF

    www.fckr.com/[email protected]

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    16 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Shstr Crdoso DmcoUniVeRSiDaDe CaTliCa De PelOTaS UCPel

    [email protected]

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    17 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Rodrgo acostFaCUlDaDeS inTeGRaDaS CORaO De jeSUS FainC

    [email protected]

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    18 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Bruo acstroUniVeRSiDaDe DO Vale DO RiO DOS SinOS UniSinOS

    [email protected]

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    19 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Ths Bzrr FgurdoUniVeRSiDaDe CaTliCa De PeRnaMBUCO UniCaP

    www.fckr.com/[email protected]

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    20 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    juss Mr nusUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja UniVali

    www.fckr.com/sus

    [email protected]

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    21 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Pdro Cto ebo nogurUniVeRSiDaDe FeDeRal DO RiO De janeiRO UFRj

    www.pcbo.mutpy.com

    [email protected]

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    22 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    axdr Mrts CostCenTRO UniVeRSiTRiO De BRaSlia UniCeUB

    br.ohrs.com/[email protected]

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    23 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    juo BbyUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja UniVali

    [email protected]

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    24 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    jo Csr Rcc Pcdo d SvUniVeRSiDaDe eSTaDUal PaUliSTa - UneSP iaSP

    [email protected]

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    25 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    a lhrsUniVeRSiDaDe FeDeRal DO CeaR UFC

    www.fckr.com/mvrck

    [email protected]

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    28/56

    26 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    Mx Y ScozUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja UniVali

    www.fckr.com/mxy_

    [email protected]

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    29/56

    27 FOTO GRAFIA N 2 / PROJETOS FOTOGRFICOS

    lco Mk Zrbtt d OvrUniVeRSiDaDe FeDeRal De OURO PReTO UFOP

    www.fckr.com/cozrbtt

    [email protected]

    em determinada rea no mais garantia E para contribuir em todos estes aspectos

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    30/56

    28 FOTO GRAFIA N 2 / ENSINO

    Aprendi fotograa sozinho, lendo li-

    vros mportdos prtcdo tttv

    rro. S voc s trss p bogr-

    a de grandes fotgrafos nacionais, com

    certeza j leu ou escutou uma armao

    como esta. Casualmente esta ctcia,

    inventei agora, mas cabe perfeitamente

    trajetria prossional de diversos fo-

    tgrafos de mo cheia e click certeiro.

    Em um passado no to distante,

    digamos menos de 10 anos, estu-

    dar fotograa exigia um enorme

    esforo autodidata, como zeram os au-

    tores de declaraes semelhantes minha,

    ou a busca de um curso que, em algum

    momento, teria algumas disciplinas de fo-

    tograa no currculo. Jornalismo, publici-

    dade, arquitetura e artes so alguns deles,

    nos quais os alunos precisam adquirir e

    desenvolver conhecimentos de outras es-

    feras para s ento ter algum contato com

    o aprendizado da fotograa propriamente

    dita, muitas vezes de forma breve e super-

    cial. No se consideram aqui cursos rpi-

    dos de algumas semanas ou meses - cursos

    esses que tambm tm seu valor pelo co-

    nhecimento que propiciam, mas sim de um

    ensino ainda mais terico e aprofundado,

    aqui no Brasil normalmente associado

    Academia.

    Que diversos grandes fotgrafos contem-

    porneos armem ter aprendido sozinhos

    certamente louvvel, e saber que hoje e-

    xistem possibilidades bem mais ecientes,

    mais louvvel ainda! Se antigamente

    grandes fotgrafos conseguiram alcanar

    bons resultados apenas tendo a infor-

    mao, ou seja, aprendendo sozinhos nos

    raros livros sobre fotograa, hoje em dia

    estas informaes esto muito mais dis-

    ponveis seja em livros, cursos rpidos ou

    mesmo na internet. Mais importante do

    que ter a informao saber o que fazer

    com ela, esse um dos frutos da sociedade

    da informao.

    A sociedade atual exige mais capacitao e

    conhecimento, pois apenas ser competente

    em determinada rea no mais garantia

    de sucesso prossional e pessoal, como h

    alguns anos parecia ser. A especicidade

    dos atuais cursos de graduao, seja aqui no

    sul do pas, seja em todo o terr itrio brasil-

    eiro, comprova isso. A SME, Sndrome da

    Medicina Especializadssima, patologia

    que, para efeitos deste raciocnio que aca-

    bei de criar, parece ter se espalhado para

    todos os cursos. Explico: mdico mdico;

    mas cirurgio geral tambm mdico; or-

    topedista tambm mdico; dermatologis-

    ta, da mesma forma, mdico; e assim por

    diante. Ou seja, conhecimentos gerais para

    todos e especcos para cada especialista,

    com o perdo da redundncia. Na prtica,

    quando se tem uma doena especca, bus-

    ca-se um mdico especco, certo?

    Assim, cada vez mais no basta termos o

    conhecimento genrico (nfase s aspas)

    de um curso de graduao, pois nos so

    exigidos, alm deste, os conhecimentos es-

    pecializados de cada rea. De certa forma,

    procura-se por generalistas especialistas:

    prossionais que tenham conhecimentos

    amplos e genricos, mas que, ao mesmo

    tempo, tenham seu diferencial especco.

    Isso em partes explica a proliferao de

    cursos de ps-graduao e a criao de

    inmeros outros cursos de graduao in-

    imaginveis h poucos anos. Porm, isso

    de forma alguma pejorativo, muito antes

    pelo contrrio. Voc prefere um advogado

    que entenda um pouco de tudo, ou um

    que, alm disso, seja especialista em Direi-

    to Civil, ou Penal, ou de Famlia, para re-

    solver um problema civil, ou penal, ou de

    famlia?

    Saber usar as informaes acerca da fo -

    tograa acaba sendo a maior diculdade

    dos aspirantes a fotgrafos. Apenas fo -

    tografar fcil: diafragma versus ob-

    turador e algumas variantes aqui ou ali.

    Pensar fotograa muito mais difcil!

    Saber a importncia da fotograa, ana-

    lisar o ato fotogrco, o objeto fotograa,

    o equipamento, as novas tecnologias e o

    prossional fotgrafo acabam sendo muito

    mais complexos do que apenas fotogra-

    far.

    E para contribuir em todos estes aspectos

    que temos, hoje em dia, os cursos espec-

    cos de fotograa, em mbito de gradu-

    ao tecnolgica e ps-graduao. Neles,

    busca-se oferecer alguns conhecimentos

    genricos arte, sociedade, comunicao,

    e diversos especcos desta arte, tendo o

    Servio Nacional de Aprendizagem Com-

    ercial (SENAC), a Universidade Anhembi

    Morumbi de So Paulo, a Universidade do

    Vale do Itaja (UNIVALI) e a Universidade

    Estadual de Londrina (UEL) como algu-

    mas referncias nacionais.

    Vontade de aprender, a mesma que os au-

    todidatas tm, obviamente muito bem-

    vinda na Universidade. Conhecimentos

    tcnicos de fotograa sobre equipamentos,

    suprimentos ou mesmo da prtica pros-

    sional do fotgrafo, tambm. Estes, porm,

    se adquirem ao longo do curso; vontade h

    que se trazer de casa.

    O que podemos desenvolver na Academia

    a paixo por esta mdia fenomenal que

    a fotograa. Analisar, teorizar, praticar,

    pensar fotograa so objetivos destes cur-

    sos acadmicos, cujos professores com

    certeza gostariam de ter feito exatamente

    estes cursos, mas pelo simples fato de que

    no eram oferecidos, no puderam faz-los

    (falo por mim, mas tomo a liberdade de

    assumir por vrios colegas), e buscaram

    complementar seus estudos em pesquisas

    paralelas e cursos de ps-graduao, bem

    como atravs da prtica prossional.

    P

    or tudo isso, estamos criando

    uma forma de ensinar fotograa.

    Amantes e praticantes dessa arte,

    professores e alunos, todos juntos, esto

    reinventando uma Pedagogia da Fotogra-

    a. Precisamos separar nossas paixes

    fotogrcas particulares dos temas e as-

    suntos a serem abordados. Precisamos

    aproveitar a experincia dos professores

    e os conhecimentos prvios dos alunos,

    muitas vezes bastante aprofundados, para

    a construo do saber fotogrco entre to-

    dos ns. E nada disso fcil. E ningum

    disse que seria! E por isso que ensinar

    e aprender fotograa s serve para quem

    encara grandes desaos.

    APRENDER A ENsINARVERsUsENsINAR A APRENDER

    FALANDO DE MERcADO

    Marcelo Jushen estudou direito, agronomia e comunicao social at pesquisar sobre

    fotograa no mestrado em literatura alem. Atualmente professor na UNIVALI, ondepensa, faz e ensina fotograa desde 2004.

    signicativa Continuam nas etapas de pr TV do mundo realizado em Cannes (FR)

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    29 FOTO GRAFIA N 2 / TECNOLOGIA

    Aequipe tcnica de Hasselblad de-

    clarou h alguns anos que ingres-

    sariam na era digital quando con-

    cebessem uma mquina cuja imagem fosse

    da mesma qualidade que a gerada pelas

    suas cmeras tradicionais. E conseguiram!

    Lanaram a Hasselblad HD3 II em janeiro

    de 2007, cmera que possui um chip de 39

    megapixels, mas com o custo elevado de

    aproximadamente USD 30.000.

    Falando em cinema, Sidney Lumet (85

    anos), aps ter dirigido os maiores astros

    de Hollywood, fez seu ltimo lme com

    cmeras Sony XDCam, conguradas com

    lentes Arriex e que registravam no CMOS

    uma imagem de 1920 por 1080 linhas. Na

    estria do lme, o diretor declarou para a

    imprensa: Entrei na era digital para no

    sair mais. Esta a forma mais prtica de

    lmar a linguagem do cinema atual.

    J o longa-metragem de origem indiana

    Quem Quer Ser Milionrio foi lmado

    integralmente com cmeras S2K, da Sili-

    com Imaging (www.siliconimaging.com),

    tendo como resultado o sucesso interna-

    cional conhecido por todos. Se a informa-

    o sobre este fato no fosse o suporte da

    campanha publicitria da Silicom Imag-

    ing, ningum saberia do assunto, j que a

    qualidade de imagem do lme no mostra

    diferenas que nos levem a pensar que

    foram utilizadas cmeras digitais ao invs

    das tradicionais Panavision.

    A televiso tambm est entrando rapida-

    mente na era digital. As mais importantes

    emissoras do mundo j abandonaram os

    antigos sistemas analgicos para produzir

    e gerar programao com imagens de alta

    qualidade com formato widescreen - tela

    em formato de paisagem. Esse padro de

    tela usado nos cinemas e a relao entre

    sua altura e largura de 16:9.

    As vantagens de produzir com sistemas

    digitais comeam durante o desenvolvi-

    mento do projeto, quando descobrimos que

    o oramento sofreu uma reduo altamente

    signicativa. Continuam nas etapas de pr-

    produo e de produo, quando o sistema

    de storage cou mais simples e resolvido

    com uma pequena torre de HDs externos

    ou quando, no nal de uma cena, podemos

    assisti-la num monitor 2K para decidir se

    temos que repeti-la ou mandar imprimi-

    la e passar para a seguinte. 2K um dos

    trs nveis mnimos de qualidade projetiva

    para o cinema, proposta em 2005. Sua re-

    soluo de 2048 x 1080 pixels e reproduz

    24 quadros por segundo (QPS) ou, do in-

    gls, frames per second (FPS).

    Denitivamente, a ps-produo digi-

    tal traz innitas possibilidades para uma

    equipe criativa e com um mnimo de e-

    quipamentos. Existem inmeros progra-

    mas para melhorar as imagens recm-

    produzidas e lev-las a resultados com um

    padro internacional de qualidade. Isso

    amplia os nossos horizontes e nos permite

    pensar em coproduzir, juntamente com

    empresas de outros pases, ou em ingressar

    nossos produtos nos mercados da Europa e

    do Oriente.

    Para ns, documentaristas, ca s uma in-

    terrogao como conseqncia deste avan-

    o tecnolgico: O que acontecer quando

    necessitarmos utilizar imagens do nosso

    arquivo? 16 mm, U-matic, Betacam, S-

    VHS, Hi-8, M I I, DV, e DVCam so alguns

    dos formatos das imagens de um arquivo

    com milhares de horas de vdeo que, para

    digitaliz-las e transform-las em Full HD

    16:9, deveremos nos resignar a uma grande

    perda da qualidade original.

    Eeste problema no s nosso. To-

    das as equipes jornalsticas das

    emissoras de TV utilizam, quando

    necessrio, seus arquivos para sustentar a

    informao. Cyril Lollivier, da Gaumont

    Path Archives - empresa de cinema fran-

    cesa fundada em 1897, h dois anos nos

    contava que tinham adquirido recente-

    mente os arquivos do Kremlin. Ou seja,

    so mais de 80 anos da histria da Rssia

    em imagens que no so Full HD 16:9.Contudo, parece haver uma luz no m

    do tnel. Em outubro de 2009, durante o

    MIPCOM - maior mercado de cinema e

    TV do mundo, realizado em Cannes (FR),

    a maioria das Emissoras e Redes de TV

    Internacionais optaram por manter o for-

    mato 4:3 para as imagens de a rquivo, ainda

    que a emisso normal fosse 16:9 e Full

    HD. Resumindo: apesar de a maioria das

    emissoras estarem a caminho de emitir em

    formato 16:9 ou widescreen, formato muito

    diferente em tamanho e forma do tradicio -

    nal 4:3 de tela quadrada, o material de

    arquivo registrado, editado e guardado

    neste formato quadrado, ser utilizado na

    sua forma original, sem modicaes que

    baixam a qualidade da imagem. uma

    excelente notcia para os documentaristas

    (que utilizam o arquivo constantemente, j

    que as produes levam anos de trabalho

    durante os quais a tecnologia sofre mudan-

    as) e para os editores de jornalismo das

    emissoras que se apoiam no arquivo para

    sustentar as notcias polticas, econmicas,

    judiciais, comerciais e tantas outras.

    P ara os fotgrafos, o trnsito entreas duas tecnologias mais simples.Hoje existem scanneres de grandestamanhos nos quais possvel colocar o

    negativo de um lme antigo e, atravs de

    um procedimento especco, extrair uma

    fotograa digital. Depois, a imagem pode

    ser trabalhada em programas de correo

    e melhoramento de imagem como se fosse

    uma fotograa obtida com uma mquina

    digital.

    O formato 16:9 deixa a TV mais perto do

    cinema, o que representa um avano nas

    reais possibilidades das pequenas e mdias

    produtoras de realizar uma produo que

    se insira em grades de programao nacio -

    nais e internacionais. O sistema Full HD

    fornece uma imagem similar imagem

    de uma cmera de cinema, resultando em

    produes com melhor qualidade e muito

    mais is realidade que esto docu-

    mentando. So estes avanos tecnolgicos

    que, apesar de causarem forte impacto

    na produo de imagens, garantem a lon-

    gevidade dos registros sobre a geograa, ahistria, a cultura e os acontecimentos que

    tanto comovem o nosso Planeta.

    A ERA DIgITAL

    FALA NDO DE TEcNOLOgIA

    Analgica e Digital so as duas palavras que denem as diferentes etapas em

    que podemos dividir a histria da fotograa, do cinema e da televiso.

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    O litoral catarinense e suas belezas,

    od Rcrdo Dbosco scu fo

    criado, serviu como fonte de inspirao

    pr su grsso o mudo d fotogr-

    a. Da infncia formao prossional,

    possbdd d trspor um pouco d

    viso e do sentimento dos lugares pelos

    qus hv pssdo fo um modo dprmorr rt d fotogrfr.

    Com o intuito de beneciar o meio am -

    bt trvs d um trbho qu g-

    rasse resultados realmente visveis foi

    qu Rcrdo optou por cursr Oc-

    ograa para dedicar-se ao planejamento

    urbo mpctos socombts. Su

    perodo de graduao (2002-2008) foi

    marcado por muito estudo, trabalho e

    vgs rcods os sus protosuvrstros. O rotro cu vsts

    o Pru os stdos ort-mrcos

    da Califrnia e Arizona, residncia em

    Montana e Hawaii (EUA), travessia do

    deserto do Atacama (CHL) e estgio nas

    cidades de Ubatuba e So Jos dos Cam-

    pos (SP).

    aS CMeRaS FOTOGRFiCaS

    A primeira cmera fotogrca de Ricardo

    foi um presente dado por seus pais em

    2004, antes da sua primeira viagem a tra-

    balho nos Estados Unidos. Foi morando ao

    lado do Parque Nacional de Yellowstone,

    o parque nacional mais antigo do mundo,

    e portando uma cmera Canon compacta

    de lme que sua paixo pela fotograa au-

    mentou. medida que conhecia outros lu-

    gares e expandia seus conhecimentos, esseoceangrafo percebeu a necessidade de ad-

    quirir um equipamento fotogrco melhor

    e mais completo.

    A pesar da paixo pela fotograa,Ricardo estava ciente de quetambm necessitava aprofundarseus conhecimentos tcnicos e tericos.

    Durante o ano de 2005 pesquisou a respeito

    de cmeras e teve uma breve introduo a

    respeito do material que desejava adquirir,uma vez que estava ingressando na era

    digital da fotograa. No nal do mesmo

    ano, foi estagiar no National Oceanic and

    Atmospheric Administration (NOAA ou,

    em portugus, Administrao Ocenica e

    Atmosfrica Nacional) no Hawaii, Ricardo

    conseguiu economizar dinheiro e comprar

    uma cmera digital Canon EOS Rebel 300

    D, com lentes de 300 mm e de 18-55 mm.

    Esse foi o passo decisivo para que a dedi-

    cao fotograa se tornasse incansvel.

    Aps esse estgio e de volta ao Brasil, Ri-

    cardo trocou as milhagens do seu carto

    delidade por passagens ao Chile e Peru,

    onde leu todo manual de instrues de sua

    cmera e, aos poucos, deixou de oper-la

    no modo automtico, passando a explorar

    as paisagens e a luz no modo manual. Aps

    a expedio chilena, o estudante buscou

    aperfeioar suas tcnicas fotogrcas. Foiento que recorreu aos seus professores e

    orientadores universitrios Marcus Polellte

    e Ricardo Magoga Gallarza hoje consi-

    derados seus pais e grandes incentivadores

    quando o assunto meio-ambiente e fo -

    tograa.

    COnHeCenDO O VelHO MUnDO

    Em novembro de 2008, Ricardo recebeu

    um convite para trabalhar com planeja-

    mento urbano e regional e consultoria

    ambiental, em Angola, principalmente nas

    reas mais afetadas pela guerra que termi-

    nou em 2002. Foi a que vi a oportuni-dade perfeita para continuar atuando dire-

    tamente na minha vertente de formao

    e aliar com meus trabalhos fotogrcos,

    arma Ricardo.

    Se forem somadas, as guerras em Angola

    duraram aproximadamente 40 anos e con-

    squrd: Mesmo em um pas desiludido

    aps a guerra, reunies de igrejas so ocasies

    para todos usarem suas melhores vestimentas e

    celebrarem as conquistas com os amigos.

    abxo: Casa tpica de Angola, construda por

    tijolos de adobe (barro) e telhado de zinco com

    pedras em cima para o telhado no voar. Os tijo -

    los de barro, que so deixado s ao sol para secar e

    serem vendidos, so comercializados em mdia

    por 25 Kz cada (aproximadamente R$0,46).

    FAcEs DA FRIcARiardo Daloo retrataa diveridade deum pa p-uerra

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    Osis no deserto da Nambia: referncia turs-

    tica em Angola, conhecido como Arco e mis-tura deserto, gua, conchas pr-histricas e

    animais.

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    descaso da populao mundial ainda

    visvel. H a necessidade de o fotojorna-

    lismo ser entendido como uma ferramenta

    que completa o texto jornalstico, mas que

    tambm causa repercusses quando obser-

    vada isoladamente, estimulando a buscapelo entendimento do meio e dos caminhos

    frente resoluo dos problemas. Porm,

    tambm se faz necessria a inteno de mu-

    dar o perl comportamental dos leitores,

    de modo que as informaes possam ser

    potencializadas e provoquem mudanas e

    aes positivas.

    a OUTRa FaCe aFRiCana

    Apesar das diculdades que o povo enfren-

    ta, Angola um pas de belezas raras. Lu-

    ao realmente signicativa. inevitvel a

    mudana no seu modo de ser, sentir e agir

    aps alguns meses no continente afr icano,

    diz Ricardo.

    Uma viagem a Angola, para quem deseja

    apenas visitar o pas, envolve inmeras di-

    culdades. Uma expedio fotogrca no

    pas, segundo estudos do ECA Internacio-

    nal, custa muito caro; Luanda a cidade

    mais cara do mundo para trabalhadores

    estrangeiros, onde a diria em uma penso

    custa cerca de 200 dlares. Luanda tam-

    bm um local perigoso para andar com

    um equipamento caro, como o fotogrco,

    principalmente noite.

    Apesar de todas essas diculdades e dife-renas sociais africanas serem mostradas

    constantemente na televiso e jornais, o

    tabilizam cerca de 500.000 mortos, segun-

    do o historiador Daniel Santiago Chaves.

    O confronto entre Angola e Portugal pela

    independncia do pas africano aconteceu

    entre os anos de 1961 e 1975. J a Guerra

    Civil Angolana, iniciada no mesmo ano,terminou ocialmente em 2002.

    A pesar de ter se informado pre-viamente a respeito de Luanda capital de Angola e primeirolugar onde Ricardo residiu, o espanto com

    a nova realidade foi grande. Fui prepar-

    ado para muito trabalho, ver muito sofri-

    mento, e com a pior imagem possvel. Isso

    no demonstra ser pessimista, demonstra

    saber para onde estamos indo. O primeiroimpacto o emocional, ter a percepo

    da impotncia que temos de fazer alguma

    acm: Regio sul de Angola, prxima

    fronteira com a Nambia, em meio Savana e

    prxima fonte de gua que abastece o gado da

    regio, assim como fonte de gua para muitas

    pessoas.a drt: Tribo das Mumuilas: o colorido dos

    colares contrasta com a pele escura, o tmido

    sorriso tenta se opor ao cansao do trabalho

    para sobrevivncia.

    anda e Lubango, cidades de residncia de

    Ricardo, possuem uma beleza cnica m-

    par que o fascinaram. Quando se chega na

    frica, o barro vermelho e os musseques

    (favelas) interminveis j so vistos du-

    rante o pouso do avio. Depois se nota a

    baguna no trnsito, a falta de saneamento

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    bsico e os muitos jovens e crianas na

    rua, mas essa selva urbana no esconde a

    alegria, as cores, a cultura e a dana desse

    povo, arma.

    Ocontraste entre as crianas e ostanques de guerras chocante

    aos olhos estrangeiros e normais

    aos olhos de moradores, mas Ricardo con-

    segue parar o tempo e nos permite anal-

    isar profundamente a imagem, congelar o

    instante e revelar uma beleza que jamais

    seria enxergada em meio ao caos do dia-

    a-dia.

    O colorido dos colares usados pelas mu-

    lheres contrasta com sua pele escura, aomesmo tempo em que o tmido sorriso

    tenta se opor ao cansao do trabalho para

    sobrevivncia. Mesmo em um pas de-

    vastado, mas esperanoso, aps a guerra,

    reunies de igrejas so ocasies para to -

    dos usarem suas melhores vestimentas e

    celebrarem as conquistas com os amigos,como se nenhum problema ou diculdade

    estivesse presente.

    A cmera fotogrca algo que chama

    a ateno na frica, mas a aceitao dos

    moradores bem diversa. Ricardo teve a

    oportunidade de conhecer e fotografar

    um senhor com idade superior expecta-

    tiva de vida angolana 42 anos segundo a

    ONU, mas sua reao foi agressiva devido

    ao medo da cmera. Em contrapartida,Ricardo no encontrou diculdades para

    fotografar seis meninos que aproveitavam

    a praia no deserto da Nambia em um dia

    de sol forte em fevereiro de 2009. Todos

    queriam aparecer na foto e era difcil en -

    quadr-los, eles no paravam de se mexer

    e virem cada vez mais prximo da lente.Alm disso, todos estavam tomando banho

    pelados. Uma simpatia os garotos, lem-

    bra.

    Abiodiversidade da regio destaca-se por sua beleza e Ricardo tevea oportunidade de retratar algunsdesses lugares incomuns. Em junho de

    2009, ele esteve em um osis no deserto

    da Nambia, quase no pas da Nambia.

    O osis, referncia turstica em Angola, conhecido como Arco e mistura deserto,

    gua, conchas pr-histricas e animais.

    Luanda foi projetada para 500 mil pes-

    soas, mas hoje abriga aproximadamente 6

    milhes. A taxa de pobreza enorme e as

    diculdades socioeconmicas e culturais

    so totalmente diferentes das vividas pormim antes, mas que agora me ajudam a

    traar novos objetivos na vida, assim como

    reavaliar vrios aspectos e valores relacio-

    nados a minha v ida pessoal e prossional,

    arma Ricardo.

    O FUTURO

    Apesar de estar inserido h pouco tempo

    no mercado prossional da fotograa, oprximo projeto de Ricardo Dalbosco a

    insero de suas imagens no calendrio de

    uma ONG internacional com sede na Itlia

    e atuao em inmeros pases. O material

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    ser distribudo em nvel mundial e dever

    ter grandes repercusses.

    Aps passar um ms no Brasil, ooceangrafo retorna a Lubango cidade localizada ao sul de An -gola, onde mora atualmente, e retoma seusegundo ano de atividades prossionais

    na rea de planejamento urbano. Porm, a

    fotograa um hobby que o acompanha

    constantemente e o incentiva a ajudar a

    mostrar a realidade mundial s pessoas,

    atravs de uma imagem.

    Na frica, mais do que nunca, sinto-me

    incapaz em mudar o mundo atravs das

    minhas fotos, mas posso comear a provo-

    car essa mudana para quem a quiser. An-gola um pas extremamente difcil para

    a mdia em geral mas, apesar de restrito,

    necessrio que o fotojornalismo busque

    consolidao como forma de uma ferra-

    menta emancipatria a outros questiona-

    mentos, assim como crtica, em funo da

    formao de objetivos socioambientais. A

    contribuio do fotojornalismo evidente

    para o processo de informao e educao

    e essa linha de trabalho deve ser enfatizada.Sendo assim, o uso do fotojornalismo pode

    ser visto tambm como um processo edu-

    cativo, mobilizador e perceptivo quanto

    realidade social, estimulando a busca pelo

    entendimento e resoluo dos problemas,

    encerra Ricardo.

    squrd: Os dois garotos no entendiam

    nada do meu portugus falavam um dialeto.

    Mas quando comecei a tentar danar um pas-

    sos de Kuduro (dana tpica no Pas), a dana

    tornou-se numa linguagem nica. A fotograa

    dos ps foi consequncia da interao com os

    garotos demonstrando que desde cedo o tra-

    balho duro faz parte desde povo.

    drt: Meninos em Nambia (Angola):

    Todos queriam aparecer na foto e era difcil

    enquadr-los, eles no paravam de se mexer e

    vir cada vez mais prximo da lente lembra o

    fotgrafo.

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    A informao faz rever conceitos, abre novos horizontes, permite a socializao do co-

    nhecimento, instrui fornecendo dados, vises, instrues, percepes, e, acima de tudo,bases tericas que so princpios elementares de uma arte ou cincia.Como sabemos, fotografar uma arte e, logicamente, no poderamos deixar de publicarsuas teorias na Foto Graa.

    O TRABALHO DE JERRY UELSMANN COMO PROVA DA FOTOMONTAGEM A PARTIR DONEGATIVO FOTOGRFICO

    A FOTOGRAFIA COMO PRODUTO NO MERCADO DA ARTEA CONTRIBUIO DA FOTOGRAFIA DIGITAL NO PROCESSO PROJETUAL DO DESIGN

    Apreciem, sem o mnimo de moderao, asprodues textuais autorais disponibiliza-das nessa seo.

    ARTIgOs cIENTFIcOs

    Consulte os editais de publicao no site www.grupolapis.com.br

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    41/56

    39 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    ReSUMO

    A fotomontagem nasce da fotograa

    analgica com a manipulao de nega-

    tivos, no da fotograa digital como seconvencionou armar. Jerry Uelsmann

    um fotgrfo mrco qu trbh h

    50 anos com esse tipo de manipulao,

    por sso um prov qu ps co-

    rma essa armao. Para a realizao

    deste artigo, uma pesquisa de referncias

    bibliogrcas foi efetivada em biblioteca

    e acervo pessoal, alm da prpria inter-

    t. Sobr Usm form cotrdos

    apenas artigos na lngua inglesa, o queno dicultou o desenvolvimento deste

    trabalho. Suas fotograas tambm ser-

    viram como fonte de referncia, uma vez

    que servem como comprovao de que o

    qu qu xposto vrddrmt x-

    st.

    1 inTRODUO

    Com o advento da fotograa digital, a po- pularizao massicada dessa manifesta-

    o artstica visual fez crescer tambm a

    proliferao de softwares especializados

    em edio de imagens. Logo, tornou-se

    mais comum e mais notria a utilizao dos

    mesmos por aqueles que acreditavam que

    isso no fosse possvel ou que fosse umacoisa recente. O fato que a fotomontagem

    to antiga quanto a prpria fotograa e

    seu bero no modo analgico da captura

    de imagem: o negativo. Apertado o ga-

    tilho, nada mais pode mudar (Barthes,

    1980, p. 126). esse pensamento cartesia-

    no que se pretende mudar com este artigo,

    apresentando evidncias que constatam

    esse fato e citando um exemplo vivo de que

    esse tipo de manipulao possvel: Jer-ry Uelsmann. Esse trabalho ser baseado

    em referncias bibliogrcas de tericos

    renomados no que concerne a Fotograa,

    tais como Michael Busselle, Boris Kossoy,

    Philippe Dubois, Vilm Flusser e Roland

    Barthes.

    2 ONDE TUDO COMEOU

    Em sua concepo mais pura, a fotograa tida como um fragmento de realidade

    que foi congelado e xado em um suporte,

    atravs de um processo fsico e qumico,

    sucessivamente. A luz que incide no con-

    junto de lentes da cmera escura sofre

    uma srie de reexes dentro dela, at que

    chega aos nossos olhos para que vejamoso que ser registrado, e, aps o clic, o pro -

    cesso fsico cede a vez ao qumico, que vai

    gravar em um suporte aquela luz a qual ele

    extremamente sensvel, tudo isso em uma

    frao de segundos.

    Ela nasceu da necessidade do homem em

    realizar seus desenhos de maneira mais

    simplista. Isto aconteceu no sculo XVII,

    quando o cientista Della Porta inventou a

    cmara escura: um quarto totalmente ve-dado, possuindo apenas um orifcio que

    permitia a entrada da luz, que reetia de

    maneira invertida na sua parede oposta a

    paisagem exterior cmara. Desse modo, o

    trabalho seria apenas copiar os traos dessa

    imagem e o desenho estava feito. A partir

    de ento surgiu a necessidade de registrar

    essa tal imagem, de modo que o homem

    no precisasse intervir com seus lpis e

    pincis. Foi pensando nisso que Nipce re-alizou testes e conseguiu, por m, em 1826,

    em um papel banhado em agentes qumi-

    cos. Dubois (1999, p. 132) descreve: a

    descoberta da sensibilidade luz que vai

    permitir abandonar o trabalho do decalque

    e da cpia manual da imagem em proveito

    de um novo meio de registro: a inscrioautomtica. Como toda descoberta leva a

    outra, novas necessidades nasciam a partir

    das que acabavam de ser desvendadas. Sa-

    bendo que era possvel registrar a imagem

    em papel, o que poderia ser feito para que

    ela casse perpetuamente xada? Foi en-

    to que, no Brasil, Hercules Florence ini-

    ciou seus estudos de impresso da luz e ob-

    teve xito, em 1832, fazendo uso de cloreto

    de ouro como agente revelador e amniacomo agente xador. Devido ao alto custo,

    ele trocou tais produtos por nitrato de prata

    e a prpria urina, respectivamente. Contu-

    do, muitos armam que o responsvel por

    tal descoberta foi Louis Jacque Mand Da-

    guerre, em 1835, que, conhecendo Nipce,

    observou que os produtos por ele utilizados

    limitavam o processo. Testou outros novos

    agentes, sensibilizou uma chapa e a exps

    luz, porm a imagem no se apresentava.Ele guardou esta chapa em um armrio, e

    dias depois voltou a v-la. Para sua surpre -

    O TRAbALhO DE jERRy UELsMANNcOMO PROVA DA FOTOMONTAgEMA PARTIR DO NEgATIVOFOTOgRFIcOluc nscmto Urtg

    UniVeRSiDaDe FeDeRal De CaMPina GRanDe UFCG

    [email protected]

    A partir de ento apenas aperfeioou-

    se tudo que j havia sido inventado, mas

    deve-se destacar o surgimento da fotogra-

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    42/56

    40 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    sa, a imagem estava nela xada.A nova necessidade, aps essa descoberta,

    era a de diminuio do tempo de exposio,

    que era de 15 a 30 minutos. Obtiveram-se

    duas respostas: a primeira foi a utilizao

    do brometo de prata como acelerador; a se-

    gunda foi a criao, em 1830, de uma lente

    dupla por Josef Petzval, que, devido a sua

    maior abertura de diafragma, o tempo de

    exposio reduziu drasticamente. A partir

    de ento a fotograa ganha certa notorie-dade e pblico. Busselle arma (1977, p.

    31): Mais do que qualquer outro, foi esse

    invento o responsvel pela imediata popu-

    larizao do daguerretipo e, na verdade,

    da fotograa. Apesar de ter sido reconhe-

    cida, a fotograa ainda no havia chegado

    inveno correta, pois a possibilidade de

    fazer cpia era invivel. Deu-se a William

    Fox Talbot o reconhecimento de reproduo

    de cpias em grande quantidade a partir da

    chapa original, que acabou por inuenciar

    a origem do lme em rolo e, desse modo,

    [...] a morte do daguerretipo, pois almde menos dispendioso, o novo processo

    possibilitava a obteno de cpias sem

    maiores problemas (idem, 1977, p. 32). Oresponsvel por este foi George Eastman,

    que conseguiu popularizar a fotograa

    com a cmera da Kodak, em 1888, com o

    slogan Voc aperta o boto e ns fazemos

    o resto. A chapa de vidro deu lugar a uma

    base exvel de nitrocelulose que poderia

    ser enrolada, introduzida cmera e car

    pronta para fotografar. Tiradas todas as fo-

    tos, o cliente mandava a cmera de volta ao

    laboratrio de Eastman, onde o lme erarevelado em papel, e a cmera reposta com

    um novo rolo de negativo de 100 poses.

    deve se destacar o surgimento da fotogra

    a digital. Seguindo o mesmo princpio da

    cmara escura, a fotograa digital difere

    da analgica apenas pelo seu suporte de

    xao da imagem, que passa a ser um

    CCD (Charge-Coupled Device). A luz,

    em vez de ser gravada em uma pelcula

    banhada em agentes qumicos, sensibiliza

    aquele dispositivo, que converte para el-

    tricos esses sinais luminosos, gravando-

    os em um disquete. A primeira cmera

    digital foi a Mavica, que conseguia gerar

    50 imagens, armazenadas em um disco de

    1,44MB. Hoje temos modelos dos mais di-

    versos, inclusive adaptaes das cmeras

    de pequeno, mdio e grande formato, com

    capacidade de armazenamento innita-

    mente superior.

    3 neM TUDO O QUe PaReCe

    Por sua semelhana com a realidade, a fo -

    tograa por muito foi tida como verdade

    absoluta e incontestvel.

    A fotograa nunca mais do que umcanto alternado de Olhe, Veja, Aquiest; ela aponta com o dedo um certofrente-a-frente, e no pode sair desta

    pura linguagem dectica. [...] teimosiado referente em estar presente, [...] oreferente adere. [...] a Referncia a or-dem fundadora da Fotograa. [...] estacoisa, que nenhuma pintura realista

    poderia dar-me: a certeza de que elesestavam l; aquilo que vejo no uma

    recordao, uma imaginao, uma re-constituio, um fragmento da Maya,como a arte prodigaliza, mas o realno estado passado: simultaneamenteo passado e o real. [...] A fotograa crua, em todos os sentidos da palavra[...] toda evidncia. (Barthes, 1980,

    pp. 18-20,109,117,147,149)

    Para Martine Joly (1999, p. 119), a fotogra-

    a analgica era intocvel aps sua realiza-

    o, armando que:

    [...] a transformao da fotograa em

    uma cena com personagens e situa-

    es acrescentadas ou apagadas iria se

    tornar, em menos de vinte anos, uma

    aqueles autores supracitados acreditem

    que se trata de uma manifestao atual.

    complementares para suas montagens que

    fogem do real e entram em um universo

    fantstico. (Fotos 1, 2, 3, 4.)

    DUBOIS, P. O ato fotogrco e outros

    ensaios. 3.ed. Campinas: Papirus, 1999.

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

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    41 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    possibilidade real atravs das manipu-

    laes que os programas de computa-

    o grca podem hoje imprimir sobre

    uma foto.

    Ora, a manipulao da fotograa j

    possvel desde a primeira metade do

    sculo XIX, quando os fotgrafos mer-

    gulhados em seus escuros laboratrios

    faziam correes de contraste, de man-

    chas em pele etc., e mais tarde, no incio

    do sculo XX, com as vanguardas Pop

    Art, Dadasmo e Cubismo. Boris Kos-

    sy, em seu livro Realidades e ces na

    trama fotogrca, defende a idia de

    que As possibilidades de o fotgrafo

    interferir na imagem e portanto na

    congurao prpria do assunto no

    contexto da realidade existem desde

    a inveno da fotograa. (2002, p. 30)

    As fotomontagens nascem em um ambi-

    ente reprimido pela Segunda Guerra Mun-

    dial, quando os artistas Georg Grosz e John

    Hearteld resolveram criticar de maneira

    artstica a represso causada pelo governo

    alemo. Hoje, com o advento da fotograa

    digital e de softwares especcos, a foto-

    montagem est cada vez mais se populari-

    zando e se expandindo. Talvez, por isso,

    3.1 O FanTSTiCO MUnDO De jeR-

    RY UelSMann

    Jerry Uelsmann um exemplo de que a

    manipulao de negativos fato. Ele

    um fotgrafo americano que h cinqenta

    anos j realiza trabalhos de fotomontagens

    a partir de seus negativos. Ele defende a

    idia de que a fotograa no depende ex-

    clusivamente de um nico negativo, mas

    da composio a partir de outros. Perce -

    bendo isso e observando suas obras, nota-

    se que a fotograa passa a ganhar carter

    artstico-visual de grande poder esttico.

    Uma citao de Flusser (2002, p. 21) pode

    ser aplicada a ele: o verdadeiro fotgrafo

    aquele que procura inserir na imagem uma

    informao no prevista pelo aparelho fo-

    togrco.

    Toda sua carreira envereda pelos caminhos

    da fotograa, ora como pesquisador, ora

    como professor, sendo este ltimo sua fon-

    te de renda, uma vez que no produz suas

    fotomontagens com interesse comercial.

    Ele conta que se tornou inquieto tentando

    achar na cmera uma imagem que o sa-

    tiszesse . A partir de ento ele partiu com

    sua cmera na mo fotografando paisagens

    e objetos isolados que ele percebia como

    5 COnClUSO

    A fotomontagem hoje apenas est mais

    vivel e barata, mas isso no signica que

    por ter entrado em reconhecimento agora

    graas ao advento digital ela seja nova.

    antiga, e essencialmente artesanal. o

    processo de criao de uma foto a partir de

    outras, numa criao simulando a prpria

    cmera: o quarto obscuro. Nessa imensido

    invisvel, contando apenas com a ilumina-

    o de uma pequena luz vermelha, o fo-

    tgrafo vai agir tal qual a luz, desenhando

    imagens. Uma metalinguagem: fotograa

    da fotograa.

    6 ReFeRnCiaS

    BARTHES, R. A cmara clara. Rio de

    Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

    BERMAN, L. Jerry Ueslmann Inter-

    view. Disponvel em: . Acesso em: 20 out. 2009.

    BUSSELLE, M. Tudo sobre fotograa.

    So Paulo: Crculo do Livro, 1977.

    FLUSSER, V. Filosoa da Caixa Preta:

    Ensaios para uma futura losoa da

    fotograa. Rio de Janeiro: Relume Du-

    mar, 2002.

    JOLY, M. Introduo anlise da ima-

    gem. 11.ed. Campinas: Papirus, 1999.

    KOSSOY, B. Realidades e ces na tra-

    ma fotogrca. 3.ed. So Paulo: Ateli

    Editorial, 2002.

    SOUZA, D. A manipulao fotogrca

    como processo de representao do real:

    a reconstruo da realidade. Disponvel

    em: .

    Acesso em: 20 out. 2009.

    UELSMANN, J. Jerry N. Uelsmann.

    Disponvel em: .

    Acesso em: 20 out. 2009

    BERMAN, L. Jerry Uelsmann Interview. Disponvel em: Acesso em: 20 out. 2009

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    44/56

    42 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    inTRODUO

    Algumas perguntas e observaes sobre a

    fotograa, seu percurso no reconhecimento

    como arte, os fotgrafos que as produzem

    e o mercado hoje estabelecido ao redor da

    fotograa de arte, trouxeram-me at esta

    breve explanao do trajeto da fotograa.

    O percurso escolhido vai desde a sua in-veno, sua aceitao como forma de

    manifestao artstica, entrada em in-

    stituies de arte (museus e galerias) e o

    mercado que se formou e ainda se forma ao

    redor destas obras.

    Por se tratar de algo na fotograa que

    ainda manifesto vivo, apresento informa-

    es, mas muito mais que isso tento propor

    questes e caminhos para serem percor-

    ridos e respondidos pelo tempo e pela fo -tograa.

    O SURGiMenTO Da FOTOGRaFia

    O nascimento da fotograa, assim como

    toda a sua histria - arma Francesca A-

    linov - baseia-se num equvoco estranho

    que tem a ver com sua dupla natureza de

    arte mecnica: o de ser um instrumento

    preciso e infalvel como uma cincia e, aomesmo tempo, inexato e falso como a arte.

    A fotograa, em outras palavras, encarna

    a forma hbrida de uma arte exata e, ao

    mesmo tempo, de uma cincia artstica,

    o que no tem equivalentes na histria do

    pensamento ocidental. [1]

    Nipce, em suas experincias, traz uma

    herana artstica, patente no uso da cmara

    escura, no sentido dos valores e do negativo

    emprestados gravura e na inuncia do

    processo litogrco; uma lgica industrial,derivada sobretudo deste; um vetor cient-

    co, presente no uso de lentes de telescpio

    ou microscpio.

    Daguerre e Nipce so confrontados diari-

    amente com a crescente demanda social de

    imagens, sentem a inadequao dos modos

    de produo tradicionais e a elas tentam

    responder, dando incio a uma serie de ex-

    perincias que culminaro na daguerreo-

    tipia.A daguerreotipia proporciona uma repre-

    sentao precisa e el da realidade, retiran-

    do da imagem a hipoteca da subjetividade.

    A imagem, alm de ser ntida e detalhada,

    forma-se rapidamente; o procedimento

    simples, acessvel a todos, permitindo uma

    ampla difuso. O ato quase mstico e total-

    izador da criao manual da imagem cede

    lugar a uma sucesso de gestos mecnicos

    e qumicos parcelados.O fotgrafo no o autor de um trabalho

    minucioso, e sim o espectador da apario

    autnoma e mgica de uma linguagem

    qumica [2]

    No importa que o daguerretipo seja uni-

    co como as tcnicas tradicionais da pintura

    e da miniatura; seu poder de seduo no

    est na sua exclusividade, e sim na deli-

    dade da imagem com o referente real.

    De 1839 aos anos 50, o interesse pela fo-

    tograa se restringe a um pequeno nmerode amadores, provenientes das classes abas-

    tadas, que podem pagar os altos preos co-

    brados pelos artistas fotgrafos [3] como

    Nadar, Carjat, Le Gray, por exemplo.

    Por volta de 1880, tem incio um momento

    de massicao, quando a fotograa se

    torna um fenmeno prevalentemente co-

    mercial, sem deixar de lado sua pretenso

    a ser considerada arte.

    Em armao de uma revista da poca, aelite social prefere as fotograas pintadas,

    o que lhes assegura a delidade da fo -

    tograa e a inteligncia do artista, ar-

    mao esta que reete como uma parte dos

    consumidores de fotograa a enxergavam

    dentro do contexto das artes visuais.

    Embora no seja o homlogo da realidade,

    to enfatizado por seus inventores e por

    propagandistas entusiastas como Disdri,

    a fotograa no escapa facilmente da visonegativa que a acompanha desde o incio.

    Deste modo, a histria da fotograa se

    caracteriza, de certo modo, pelo recon-

    hecimento progressivo de uma forma de

    expresso artstica no seu todo, diferente e

    especca.

    a enTRaDa Da FOTOGRaFia nO

    UniVeRSO DaS aRTeS

    Desde que a fotograa existe, ela nuncadeixou de se relacionar com a pintura, e de

    avali-la em relao a ela mesma.A pintura

    teve inuncia histrica sobre a fotograa.

    A fotograa herdou da pintura do sculo

    XIX a tradicional separao dos gneros:

    retrato, paisagem, nu e natureza morta. A

    prtica da pintura exerceu-se durante vri-

    os sculos em funo desta classicao

    temtica.

    Os fotgrafos de sculo XIX quiseram serreconhecidos como artistas, apesar de esta

    reivindicao nem sempre agradar os crti-

    cos da poca.

    Baudelaire, um destes crticos, sustentava

    que a fotograa: tratava-se de uma arte

    fria e mecnica, sem alma, incapaz de sus-

    citar emoo.

    Tambm Roland Barthes escreve em sua

    obra A Cmara Clara que a fotograa foi

    essencialmente um problema de qumica,a descoberta de um processo que permitiu

    xar a luz. E o que diferencia a fotograa

    A FOTOgRAFIA cOMO PRODUTO NO

    MERcADO DA ARTEVss avsUniVeRSiDaDe DO Vale DO iTaja - UniVali

    [email protected]

    da pintura que se trata de uma arte sem

    matria.

    No incio se xou mais a ateno ao pro-

    todos os pases onde se pratica a fotoga.

    Assim arma Gisele Freund sobre o movi-

    mento pictorialista:

    A Straight Photography no se apresenta

    como uma simples alterao nas formas

    da imagem, trata-se antes da armao de

    elevar ao mesmo nvel, atravs do desen-

    volvimento de suas particularidades e das

    suas diferenas, pelo desabrochar de suas

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    45/56

    43 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    p

    cesso da fabricao da imagem, o re-

    curso qumica, portanto a um processo

    cientco que sempre foi, na fotograa,

    considerado mais importante que o resto, e

    em particular fez esquecer que o olhar con-stitua o que mais tarde se admitiu como o

    essencial do ato fotogrco.

    A idia de rivalizar com a grande arte da

    pintura anima os fotgrafos da poca, que

    seriam reconhecidos como criadores, no

    mesmo nvel de um pintor. Este complexo

    tal que os fotgrafos pensam em elevar a

    fotograa categoria de uma arte, inspi-

    rando-se nos modelos da pintura, e acabam

    por no perceber que nela existe algo detotalmente original.

    E assim que o movimento pictorialista

    toma forma, pois os fotgrafos se interes-

    sam mais pelos efeitos da imagem fotogr-

    ca do que pelo ato de fotografar propria-

    mente dito.

    A soluo encontrada pelos pictorialistas na

    busca de uma fotograa artstica resultou

    em uma verdadeira imitao dos padres

    da pintura do sculo XIX: Romantismo, Naturalismo, Realismo e Impressionismo

    deslavam, de forma algo pattica, nos

    sales do mundo inteiro.

    Na tentativa de elevar-se categoria de arte

    a fotograa abdicava de sua prpria identi-

    dade.Se a fotograa no era arte, a partir

    de suas intervenes pictoriais tornava-se

    arte.

    O pictorialismo inuenciou decisivamente

    a realidade da fotograa como um todo,pois sua atuao determinou o m da es-

    ttica documental do sculo XIX, e foi, em

    suma, uma reao de ordem romntica que,

    ignorando as caractersticas realmente ino-

    vadoras que a fotograa apresentava, ten-

    tou introduzi-la no universo da arte atravs

    de uma concepo clssica de cultura.

    O dado positivo do pictorialismo foi dar

    fotograa o estatuto de obra de arte e

    permitir a uma camada de accionados daburguesia acesso expresso artstica.

    O movimento pictorialista vai estender-se a

    p

    Inventam-se novos processos [....], com

    o auxilio dos quais se tenta tornar a

    fotograa cada vez mais parecida com

    a pintura a leo, com o desenho, coma gua-forte, litograas e outras tc-

    nicas do domnio da pintura. O seu

    efeito principal consiste em substituir

    a nitidez da objetiva pela suavidade

    dos contrastes. Os fotgrafos julga-

    vam conferir uma nota artstica aos

    seus trabalhos se apagassem o que

    justamente caracterstico da imagem

    fotogrca: a sua nitidez [...], Quanto

    mais a fotograa parecesse um substi-tuto da pintura, mais o grande pblico

    pouco culto a achava art stica. [4]

    Com o distanciamento e o conhecimen-

    to bastante completo que hoje temos da

    poca, os historiadores concordam que o

    que vai produzir-se aps o pictorialismo

    uma reao face a todos estes processos

    que desvirtuaram a fotograa e signica-

    ram a sua decadncia.Se o pictorialismo recolhe, de certo modo,

    a adeso internacional, a reao no tarda a

    fazer-se sentir, vindo em primeiro lugar de

    um fotgrafo chamado Alfred Stieglitz.

    Juntamente com um grupo de fotgrafos

    que rene a sua volta, em Nova Iorque,

    demarca-se do esprito reinante nos clubes

    pictorialistas da poca.

    Alfred Stieglitz intervm neste momento

    de efervescncia e provvel que o picto -rialismo lhe parea ento, cada vez mais,

    como um estilo pertencente ao sculo pas-

    sado, e o academicismo em que a fotograa

    tinha mergulhado devia ser derrubado.

    Foi neste esprito que organizou ex-

    posies, abriu em seguida uma galeria e

    fundou a revista Camera Work, contribuin-

    do efetivamente com todas estas manifes-

    taes e publicaes, para precisar pouco a

    pouco a sua idia de Straight Photography(fotograa direta) e tambm o seu ponto de

    vista sobre a arte em geral.

    g

    uma nova concepo do ato fotogrco.

    Paul Strand, fotgrafo que tambm com-

    partilha com St ieglitz dos ideais da Straight

    Photography, em 1916, realiza uma fo-

    tograa, The White Fence [A barreirabranca], que os historiadores so unnimes

    em considerar como uma imagem-chave

    na ruptura denitiva com a paisagem pic-

    torialista. De fato ela caracteriza uma nova

    atitude esttica.

    A publicao de Stieglitz, Camera Work,

    representa o produto de uma poca em

    plena efervescncia. A fotograa, por seu

    turno, debate-se com o movimento picto-

    rialista. o reinado dos fotoclubes; e entreos mais importantes contam-se o de Viena

    e os de Paris, onde se discutem e questio-

    nam a incluso da fotograa no mundo da

    arte.

    a enTRaDa Da FOTOGRaFia nOS

    MUSeUS

    Em 1901, Alfred Stieglitz organizou uma

    exposio de fotograas no National ArtsClub de Nova Iorque, a que deu o titulo de

    An Exhibition of Photography Arranged

    by the Photo-Secession, utilizando o ter-

    mo secession de um grupo de pintores de

    Munique.

    Em 1910, organiza, em Bufallo, uma se-

    gunda grande exposio fotogrca, que

    vai contribuir para consolidar o seu em-

    preendimento, conseguindo concretamente

    o reconhecimento desta arte, visto que omuseu compra cinquenta dos trabalhos

    expostos, constituindo-se assim a primeira

    coleo pblica de fotograas.

    O posicionamento da publicao Came-

    ra Work rearma, atravs de um de seus

    representantes, Edward Steichen, o que a

    fotograa pode ser quando a pintura est

    afastada de sua descrio. Se a fotograa

    est misturada nas paredes da galeria e nas

    paginas de Camera Work com as restantesartes, no porque nelas encontre mo-

    delos estticos, mas sim porque h que se

    p

    prprias qualidades.

    Apesar de a fotograa ter nascido na Fran-

    a e ali tenham notabilizado as primeiras

    grandes guras da histria desta arte, no

    h duvidas de que foi nos Estados Unidosque foram lanadas as bases do seu comr-

    cio. Esta palavra no deve ser entendida

    apenas no sentido econmico, mas tambm

    no sentido de troca, de circulao cultural

    de imagens.

    De fato, foi em Nova Iorque, no mbito

    do Museu de Arte Moderna, que, nos

    anos trinta, nasceu a ideia de consagrar

    fotograa um espao especco de ex-

    posies e de coleo. ainda em Nova Iorque, na galeria Julien

    Levy, que o francs Henri-Cartier-Bres-

    son apresenta a sua primeira exposio

    (1932). Por estas diferentes razes, o mer-

    cado da fotograa desenvolveu-se neste

    local de forma mais signicativa do que

    em qualquer outra cidade. Nova Iorque

    um local onde este mercado ganhou hoje

    dimenses comparveis s da pintura -

    conforme atestam os nmeros praticadospelas salas de leiles e onde os grandes

    colecionadores tm certeza de encontrar as

    imagens que lhes interessam.

    Nos anos sessenta, o mercado organiza-

    se realmente ao redor das galerias e dos

    leiles. Em 1969, Lee Witkin abre em Nova

    Iorque a primeira galeria importante dedi-

    cada exclusivamente comercializao da

    fotograa. S em 1974 imitado em Paris

    por Agathe Gaillard. Trs anos depois, abreo centro Georges Pompidou, e no mbito

    do Museu Nacional de Arte Moderna surge

    um departamento consagrado fotograa

    e ao cinema.

    Mas na Frana vai ser necessrio aguardar

    o incio dos anos oitenta para assistirmos

    ao desenvolvimento de um verdadeiro

    mercado da fotograa e para se realizarem

    os primeiros leiles que lhe sero inteira-

    mente dedicados.Nos anos oitenta, assiste-se a uma autnti-

    ca exploso da fotograa, que se torna um

    produto cultural, ao mesmo tempo que a li-

    teratura, a msica ou o cinema. A fotograa

    era conhecida, mas no reconhecida como

    N d d l

    bra de tabus por parte dos compradores e

    aumento considervel da procura.

    Segundo armao de Georgianna Basto,

    i i i d G l i T

    onde foram vendidas mais de 60 obras e

    arrecadados R$ 70 mil reais. Tendo em

    vista o considervel sucesso do leilo, no

    t t d d b il i b

    postas.

    ReFeRnCiaS BiBliOGRFiCaS:

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    46/56

    44 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    arte. No se pensava poder pendur-la nas

    paredes de uma galeria, da mesma forma

    que uma tela.

    Paralelamente ao mercado dos leiles, a fo-

    tograa fez o seu aparecimento tambm em

    feiras de arte contempornea, como a Fiac,

    em Paris, que agrupa as mais importantes

    galerias atuais.Neste momento, ainda no

    podendo rivalizar com a pintura, dado o

    volume e a qualidade de suas transaes,

    a fotograa procurou rapidamente outros

    espaos que lhe conviessem. Desde ento

    o mercado da fotograa vem evoluindo

    consideravelmente.

    Hoje temos, dentro dos museus e galerias,

    imagens realizadas sob a perspectiva arts-

    tica, ou atravs da fotograa como suporte

    pelos artistas contemporneos no registro

    de aes efmeras ou na construo de

    situaes, alem da insero da fotograa

    documental, mais recentemente.

    H um registro de que nos ltimos cinco

    anos houve um aumento signicativo dos

    preos e da procura por obras fotogrcas.

    No mercado internacional atual, grandes

    casas de leiles tm alcanado cifras mi-

    lionrias com a venda de fotograas, como

    exemplo podemos citar: em novembro de

    2005, Untitled (Cowboy), de Richard

    Prince, foi vendida por U$$ 1,248 milhes,

    tratava-se de uma fotograa publicitria,

    e alguns meses depois, a imagem Pond-

    Moonlight(Lago ao Luar), do pioneiro

    Steichen, alcanou o valor de U$$ 2,9 mi-

    lhes.

    No mercado brasileiro de arte tambm

    houve esta valorizao da fotograa, que-

    scia-proprietria da Galeria Tempo, no

    Rio de Janeiro, a fotograa o segmento

    artstico que mais cresce no mercado; hoje

    30% das obras presentes em minha galeria

    so fotogrcas.

    Apesar de o mercado de fotograa de arte

    no Brasil restringi-se quase ao eixo Rio-

    So Paulo, temos fotgrafos e produes

    fotogrcas com forte cotao no mercado

    internacional.

    No Brasil, alm das galerias e dos colecio-

    nadores particulares, alguns museus e ins-

    titutos vinculados a instituies privadas

    mantm importantes acervos de fotogra-

    a.

    O MAM, Museu de Arte Moderna de So

    Paulo, por exemplo, mantm o clube dos

    colecionadores de fotograa do MAM, que

    um grande aquisitor de imagens, alm de

    incentivador de colecionadores particu-

    lares. Podemos citar tambm o Instituto

    Moreira Salles, que possui um riqussimo

    acervo fotogrco, alm de trabalhos em

    edies de livros e assuntos relacionados.

    Traando um breve perl dos coleciona-

    dores particulares de fotograas, vemos

    que ele diverso. Encontramos curadores

    de museus, artistas plsticos e fotgra-

    fos, bem como interessados de um modo

    geral, empresrios e apreciadores de artes

    visuais.

    Percebe-se que ainda h uma timidez no

    mercado brasileiro em relao aos valores

    das fotograas comercializadas, mas j se

    tem um registro do primeiro leilo (bene-

    cente) de fotograas realizado no Brasil.

    Foi em So Paulo, em setembro de 2006,

    contexto do mercado brasileiro, abrem-se

    precedentes para que num futuro prximo,

    tenhamos outros leiles bem sucedidos e

    com pblico crescente.

    COnSiDeRaeS FinaiS

    O caminho que a fotograa percorreu

    desde a sua inveno, no sculo XIX, nos

    mostra que desde o seu surgimento trata-se

    de uma manifestao da criao humana.

    Ainda que nem sempre com a nalidade

    primeira de ser arte, a fotograa nunca

    conseguiu negar seu carter ideolgico e

    autoral, sendo assim uma manifestao

    artstica.

    Como arte, institucionalizou-se e, desde

    ento, tambm produto comercial de gal-

    erias, museus, fotgrafos, colecionadores

    etc.

    Mas o tempo ainda no rmou seu de -

    poimento, e hoje temos mais questes a

    respeito deste tema que respostas propria-

    mente ditas. Algumas questes sero re-

    spondidas no futuro. A quanto pode chegar

    o valor de uma imagem fotogrca? E

    quantas copias ela ter?

    O que vale mais para o mercado de fo -

    tograas, uma fotograa produzida sob a

    perspectiva artstica, documental, publici-

    tria ou o seu uso para o registro de outras

    manifestaes artsticas? Ou o valor est

    no fotgrafo? No seu percurso fotogrco?

    Quem decide e responde a tudo isso?

    Nesse momento cabe a ns observarmos,

    apreciarmos e, se for o caso, produzirmos

    obras para que o tempo traga-nos as res-

    BARTHES, Roland. A Cmara Clara:

    notas sobre a fotograa. Rio de Janeiro:

    Nova Fronteira, 1984.

    BAURET. Gabriel. A Fotograa: Histo-

    ria. Estilos. Tendncias e aplicaes.

    BenjaMin. Wtr . Obrs escohds

    COSTA, Heloise . A Fotograa Moderna

    o Brs

    SILVA, Renato Rodrigues

    FABRIS, Annateresa. Imagem e Con-

    hcmto. eD USP

    Fotograa: Usos e

    funes no sculo XIX

    KOSSOY. Boris . Origens e expanso da

    fotograa no seculo XIX

    SAMAIN. Etienne. O Fotogrco ED

    Sc

    WiTKn. l D. Th Photogrphy Co-

    ctor Gud

    lOnDOn Brbr

    Revista Imagem n. 7 ED Unicamp Maio/

    agosto/2006

    Revista Bien art n. 17

    Revista Fotosite n. 14 set/out 2006

    1: F. alivoni, La fotograa: Illusione della Realu=ita, Bologna, 1981

    2: A Roill, L Empire de la fotographie, Paris, 1982 pp 38-39

    3: Denominao usada pela autora Annateresa Fabris em A inveno da Fotograa: Repercusses sociais

    4: Freund, Gisele, Fotograa e sociedade

    5: Edward Steichen, revista Cmera Work

    6: . Benjamin Walter, A obra de arte na era de sua reprodutibilidade tcnica 1935

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

    47/56

    45 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    vando seus desejos e necessidades.

    As evolues das novas tecnologias im-

    pem ao prossional da rea uma atua-

    lizao constante e necessria, exigindo a

    implementao em uma velocidade prati-

    camente imediata. Dessa maneira os pro-

    cessos digitais assustam os novos pros-

    sionais, pois as referncias estabelecidas

    ao longo da histria so substitudas rapi-damente no cenrio atual.

    No processo de criao de novos produtos

    grcos ou industriais, o designer utiliza

    diversas ferramentas para o bom desenvol-

    vimento de suas aes.

    A construo de um conceito, atualmente,

    utiliza instrumentos computacionais (soft-

    wares) para o estudo, realizao e concre-

    tizao de projetos. Dentre tais instrumen-

    tos, a fotograa tem sido subutilizada.A fotograa teve e ainda tem papel sig-

    nicativo na metodologia do design, no en-

    tanto, o que se v hoje uma distncia do

    designer dessa tcnica, to necessria para

    a atividade. Possivelmente um dos aspec-

    tos a serem conrmados a rpida inser-

    o e a evoluo signicativa do processo

    digital, ocorrendo num primeiro momento

    o distanciamento e na seqncia a rejeio

    frente s novas tecnologias.

    O artigo tem como objetivo abordar e con-textualizar a fotograa e o design; vericar

    a evoluo histrica e sua inteno em cada

    momento de registro do design, e como as

    novas tecnologias podem contribuir no

    processo projetual, especicamente aquele

    ligado fotograa e ao design.

    ReViSO BiBliOGRFiCa

    O PaPel DO DeSiGn

    Denir o design e o seu papel no presente

    momento se torna abrangente e remete ao

    estudo histrico do mesmo, o que no

    nossa inteno. No entanto, entender seu

    signicado cabe no presente.

    Denis (2000) realiza uma reexo perti-

    nente, em que aponta que no faltam no

    meio prossional denies para o design,

    o que tem suscitado debates inndveis e

    geralmente maantes. Eles se baseiam naetimologia da palavra, principalmente no

    Brasil, onde design um vocbulo de im-

    portao relativamente recente e sujeito a

    confuses e desconanas. A palavra ori-

    gina-se do ingls onde o substant ivo design

    se refere tanto idia de plano, desgnio,

    inteno, quanto de congurao, arran-

    jo, estrutura, tanto de objetos de fabricao

    humana como do universo. A origem mais

    remota da palavra esta no latim designare,verbo que abrange ambos os sentidos, o de

    designar e o de desenhar.

    ReSUMO

    O prst rtgo tm como obto d

    pesquisa a insero da fotograa digital

    o procsso protu do dsg pr-

    td dscutr o pp ds ovs tco-

    logias, suas implicaes e ferramentas.

    Para isso sero analisadas as metodolo-

    gias existentes do design e se vericarem que momento a fotograa se esta-

    bc como frrmt ou suport pr

    o to protu.

    inTRODUO

    O papel do designer na congurao da

    nova sociedade vem sendo construdo

    sistematicamente na relao consumo x

    novas tecnologias. Para que o design exis-ta, preciso que a sua produo seja consu-

    mida, isto , inserida na sociedade ,obser-

    A cONTRIbUIO DA FOTOgRAFIA

    DIgITALNO PROcEssOPROjETUAL DO DEsIgNjco Csr Rcc Pcdo d Sv

    UniVeRSiDaDe eSTaDUal PaUliSTa - UneSP iaSP

    www.uorcco.com

    [email protected]

    processo de reproduo dos objetos, que

    inicialmente era realizado de forma arte-

    sanal, o que possibilitava sua aquisio ou

    acesso somente pela classe composta por

    Portanto, do ponto de vista etimolgico,

    o termo j contm nas suas origens uma

    ambiguidade, uma tenso dinmica, entre

    um aspecto abstrato de conceber/projetar/

    despercebida em nosso cotidiano pelo fato

    de que o universo fotogrco est em u-

    tuao e uma fotograa constantemente

    substituda por outra Criando assim uma

    mento fotogrco, nos tempos atuais da

    cibercultura, de grande importncia a

    construo de um guia interativo.

    Devido nova realidade digital a cons-

  • 8/3/2019 Fotografia Vol.2

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    46 FOTO GRAFIA N 2 / ARTIGOS CIENTFICOS

    acesso somente pela classe composta por

    reis, clero e a burguesia rica da poca.

    aS nOVaS TeCnOlOGiaS Da FO-

    TOGRaFia

    Com a evoluo da sociedade, esse pro-

    cesso sofreu uma reviravolta e os limites

    acabaram sendo extrapolados, como visto,

    com a insero das novas tecnologias, que

    acabaram gerando baixos custos e, assim,

    propiciando acesso a todos.

    Dentre estas, destaca-se a fotograa, fer-

    ramenta necessria ao design, de acordo

    com Denis (2000) que, em captulo espe-

    cco de sua obra, destaca que a imagem

    gerada pela fotograa teve pouco impacto

    sobre a arte do design grco, no tendo

    sido implementada de imediato. A fotogra-

    a permaneceu por um longo tempo como

    curiosidade tecnolgica e de uso exclusivo

    de poucas pessoas. Causou impacto mais

    no plano conceitual do que da tecnologia.

    Com o decorrer do tempo, o desenvolvi-

    mento tecnolgico e a criao de novas tc-

    nicas de produo e reproduo de imagens

    propiciaram sua proliferao em grande

    escala, em que a presena de tais imagens

    no est sendo percebida. Contudo Flsser

    (1985) argumenta que a imagem passa

    um aspecto abstrato de conceber/projetar/

    atribuir e outro concreto de registrar/con-

    gurar/formar (DENIS, 2000).

    Bonsiepe (1978) a partir da denio de

    desenho industrial idealizada por Mal-

    donado; Y. Soloviev, em 1969, elaborou

    uma denio que continua atual e sugere

    reexes sobre a mesma.

    El diseo industrial es una actividad

    creadora que tiende a la constitucin

    de un ambiente material coherente

    para subvenir de manera ptima a las

    necesidades materiales y espirituales

    del hombre. Esta nalidad debe ser

    alcanzada por medio de una determi-

    nacin de las propiedades formales de

    los productos industriales. Por propie-

    dades formales no hay que entender

    exclusivamente los caracteres exteri-

    ores y superciales sino aquellas rela-

    ciones estructurales que coneren a un

    sistema coherencia funcional y formal

    y. al mismo tiempo, contribuyen al in-

    cremento de la productividad. (Bon-

    siepe, 1978 pg. 22)

    A produo do design, ou o resultado de

    sua atividade, remonta, segundo De Mo-

    raes (1997) s limitaes existentes no

    substituda por outra. Criando, assim, uma

    alienao do homem ao instrumento, es-

    quecendo do motivo pelo qual imagens so

    produzidas.

    Atualmente a insero da fotograa est

    relacionada a novos conceitos e termos que

    esto aos poucos ocupando o universo do

    design, as inuncias das poesias digitais,

    a virtualidade da imagem panormica,

    a arte interativa, a criao da vida arti-

    cial, o universo multimdia, a internet, o

    hipertexto. Todos estes e os novos adven-

    tos da tecnologia contempornea inuem

    sistematicamente no processo do projeto.

    Portanto, numa insero e fundamentao

    inicial verica-se a necessidade de estudos

    mais aprofundados na rea.

    COnSiDeRaeS FinaiS

    Hoje a fotograa ainda tem um papel si-

    gnicativo para os prossionais de design,

    mas seu papel necessita de uma atualizao

    constante e necessria, pois esses acabam

    no utilizando todas as ferramentas dis-

    ponveis. Tem sido relegada a um segundo

    plano, no havendo tempo hbil para que

    seus conceitos sejam considerados no pro-

    cesso projetual do design.

    Assim, para diluir a alienao ao instru-

    Devido nova realidade digital, a cons

    truo de um guia para orientao do

    designer se faz necessria; a insero da

    fotograa digital na metodologia projetual

    poder implementar novas aes para o

    Design.

    Nele o indivduo poder participar como

    coautor ou coprodutor dessa obra em um

    determinado espao virtual, onde, atravs

    de aes coletivas em um ambiente vir-

    t