fortificações de campanha exercito brasileiro

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MINISTÉRIO DO EXÉRCITO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO C 5-15 6ª Edição 1996 Manual de Campanha FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA

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  • MINISTRIO DO EXRCITO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    C 5-15

    6 Edio1996

    Manual de Campanha

    FORTIFICAES DE CAMPANHA

  • CARGA

    EM......................

    C 5-15

    MINISTRIO DO EXRCITO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    6 Edio1996

    Preo : R$

    Manual de Campanha

    FORTIFICAES DE CAMPANHA

  • PORTARIA N 059-EME, DE 05 DE JULHO DE 1996

    Aprova o Manual de Campanha C 5-15 - FORTIFICAES DE CAMPA-NHA, 6 Edio, 1996.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXRCITO, no uso da atribuio quelhe confere o Art 91 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARA CORRESPON-DNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINISTRIO DO EXR-CITO, aprovadas pela Portaria Ministerial N 433, de 24 de agosto de 1994,resolve:

    Art 1 Aprovar o Manual de Campanha C 5-15 - FORTIFICAES DECAMPANHA, 6 Edio, 1996.

    Art 2 Revogar o Manual de Campanha C 5-15 - FORTIFICAES DECAMPANHA, aprovado pela Port N 169 - EME, de 24 de outubro de 1973.

    Art 3 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicao.

  • NOTA

    Solicita-se aos usurios deste manual a apresentao de suges-tes que tenham por objetivo aperfeio-lo ou que se destinem supres-so de eventuais incorrees.

    As observaes apresentadas, mencionando a pgina, o pargrafoe a linha do texto a que se referem, devem conter comentrios apropriadospara seu entendimento ou sua justificao.

    A correspondncia deve ser enviada diretamente ao EME, deacordo com o Art 78 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARA ACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINIS-TRIO DO EXRCITO, utilizando-se a carta-resposta constante do finaldesta publicao.

  • NDICE DOS ASSUNTOS

    Prf Pag

    CAPTULO 1 - INTRODUOARTIGO I - Generalidades........................................... 1-1 a 1-3 1-1ARTIGO II - Organizao e planejamento ..................... 1-4 a 1-7 1-2ARTIGO III - As posies defensivas e o terreno............ 1-8 a 1-11 1-4

    CAPTULO 2 - ESPALDES E ENTRINCHEIRAMENTOSARTIGO I - Generalidades ........................................... 2-1 e 2-2 2-1ARTIGO II - Espaldes para infantaria .......................... 2-3 a 2-15 2-2ARTIGO III - Espaldes para artilharia ........................... 2-16 e 2-17 2-21ARTIGO IV - Sapas e trincheiras ................................... 2-18 a 2-20 2-31

    CAPTULO 3 - ABRIGOSARTIGO I - Introduo ................................................. 3-1 3-1ARTIGO II - Abrigos sumrios ...................................... 3-2 3-3ARTIGO III - Abrigos preparados ................................... 3-3 a 3-5 3-4ARTIGO IV - Abrigos superficiais ................................... 3-6 a 3-8 3-7ARTIGO V - Abrigos a cu aberto ................................. 3-9 e 3-10 3-12ARTIGO VI - Abrigos em cavernas................................. 3-11 a 3-13 3-14ARTIGO VII - Postos de comando e observao ............. 3-14 e 3-15 3-16

    CAPTULO 4 - CAMPOS DE MINAS ............................... 4-1 a 4-12 4-1

    CAPTULO 5 - OBSTCULOS DE ARAME FARPADOARTIGO I - Introduo ................................................. 5-1 e 5-2 5-1ARTIGO II - Tipos de obstculos de arame ................... 5-3 a 5-14 5-6ARTIGO III - Clculo das necessidades de material e

    mo-de-obra ............................................. 5-15 e 5-16 5-14

  • CAPTULO 6 - OUTROS TIPOS DE OBSTCULOSARTIGO I - Generalidades........................................... 6-1 6-1ARTIGO II - Obstculos convencionais ......................... 6-2 a 6-4 6-1ARTIGO III - Obstculos expeditos ................................ 6-5 a 6-7 6-7ARTIGO IV - Obstculos pr-construdos....................... 6-8 e 6-9 6-9ARTIGO V - Obstculos de praia e de curso de gua .... 6-10 a 6-14 6-9ARTIGO VI - Obstculos contra tropas aeroterrestres .... 6-15 e 6-16 6-12ARTIGO VII - Agravamento de obstculos ...................... 6-17 6-13ARTIGO VIII - Armadilhas ................................................ 6-18 6-14ARTIGO IX - Agentes QBN e outros............................... 6-19 a 6-22 6-14

    CAPTULO 7 - EMPREGO DE EXPLOSIVOS NA ESCAVAODE ESPALDES

    ARTIGO I - Introduo ................................................. 7-1 7-1ARTIGO II - Ferramentas e material ............................. 7-2 7-2ARTIGO III - Profundidade e espaamento das cmaras 7-3 e 7-4 7-2ARTIGO IV - Colocao de cargas explosivas ............... 7-5 e 7-6 7-2ARTIGO V - Espaldes retangulares............................. 7-7 e 7-8 7-3ARTIGO VI - Espaldes circulares ................................. 7-9 e 7-10 7-4ARTIGO VII - Rampas .................................................... 7-11 e 7-12 7-6

    CAPTULO 8 - PROTEO QBN ..................................... 8-1 a 8-7 8-1

    CAPTULO 9 - POSIES PREPARADAS DE CONCRETO ........................................ 9-1 e 9-2 9-1

  • CAPTULO 1

    INTRODUO

    ARTIGO I

    GENERALIDADES

    1-1. FINALIDADE

    Este manual apresenta informaes sobre a preparao das posies detiro protegidas para as armas, abrigo para os homens, e para as unidades eobstculos diversos, construidos com o mnimo dispndio de tempo e mo-de-obra.

    1-2. ASSUNTO

    a. Este manual contm dados numricos sobre a construo deentrincheiramentos improvisados, espaldes, abrigos, redes e obstculos, em-prego de explosivos nas escavaes e medidas de proteo QBN. Comporta,ainda, dados sobre certos trabalhos semipermanentes, que podem ser construi-dos quando houver disponibilidade de tempo e material, quando o contato com oinimigo for remoto. Tais trabalhos so conhecidos por fortificaes de campanha.

    b. Os trabalhos de fortificaes de campanha so realizados:(1) em contato com o inimigo;(2) quando o contato for iminente;(3) na organizao de posies defensivas, posies iniciais ou suces-

    sivas de retardamento;(4) durante a consolidao de um objetivo conquistado;(5) antes da montagem de uma ofensiva ou contra-ofensiva;(6) durante uma ao de flancoguarda ou retaguarda

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    1-3. CLASSIFICAO DAS FORTIFICAES

    a. Fortificaes de campanha - So os trabalhos realizados em contatocom o inimigo, ou quando este contato iminente. Geralmente, consistem dalimpeza de campos de tiro; de escavaes de espaldes para armas e de posiespara o pessoal; do lanamento de campos de minas AC e AP e de redes de aramefarpado; de agravamento de obstculos; e/ou na escolha de PC e PO.

    b. Fortificaes permanentes - So as construdas longe do inimigo ougradativamente ampliadas, partindo de fortificaes de campanha. Comportamentrincheiramentos permanentes; fossos AC; obstculos de madeira, concreto eao; espaldes reforados para armas; redes reforadas de arame farpado;abrigos para o pessoal prova de tiro de artilharia e intempries; sistema decomunicaes; PC e PS prova de gs; e outros abrigos para diversas finalidades.

    ARTIGO II

    ORGANIZAO E PLANEJAMENTO

    1-4. ORGANIZAO DO TERRENO

    a. Os trabalhos de organizao do terreno (OT) so grupados em fortifica-es de campanha e camuflagem. A extenso dos trabalhos limitada pelo tempoe recursos disponveis. A proteo obtida disseminando-se os trabalhos emlargura e em profundidade, adaptando-os ao terreno, dissimulando-os e constru-indo-os com material resistente e adequado.

    b. Ao ocupar uma posio, qualquer unidade organiza sua defesa limpandoos campos de tiro, construindo abrigos para os homens e espaldes para as armase obstculos. As medidas de camuflagem devem ser realizadas simultaneamentecom execuo dos trabalhos de fortificao. O Cmt da unidade determina asprioridades desses trabalhos, baseando-se na situao ttica.

    1-5. PRIORIDADE DOS TRABALHOS

    a. Seqncia normal(1) limpeza dos campos de tiro e remoo dos objetos que dificultam a

    observao;(2) instalao dos sistemas de comunicaes e observao;(3) lanamento de campos de minas, reas minadas e preparao das

    destruies mais importantes;(4) construo de abrigos individuais e locais para as armas;(5) preparao dos obstculos e destruies secundrias.

    b. Planejamento da camuflagem - As obras de fortificao de campanhadevem ser localizadas de forma a permitir sua fcil camuflagem. A simulao edemais medidas de camuflagem so realizadas simultaneamente com o trabalhode fortificaes de campanha.

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    1-6. CONSTRUO

    Os tipos de fortificaes de campanha descritos neste manual foramselecionados, principalmente, pela praticabilidade, simplicidade e facilidade deconstruo.

    a. Tropas em geral - As fortificaes de campanha so construdas pelastropas que ocupam a posio, independente de sua natureza. Por isso, ostrabalhos devem ser simples e prticos.

    b. Tropas especiais - Nas operaes de grande envergadura, s unidadesde engenharia de escales superiores diviso cabem as misses mais pesadase os trabalhos de fortificao da rea de retaguarda. A Engenharia executadestruies em grande escala, cria zonas de obstculos, realiza trabalhos queexijam equipamentos e tcnica especializados, fornece equipamentos e supri-mentos de engenharia e proporciona sugestes e assistncia tcnica.

    1-7. FERRAMENTAS E MATERIAIS

    a. Ferramentas(1) Ferramentas de sapa - Transportadas pelos homens.(2) Equipamentos para trincheira.(3) Equipamentos pesados de dotao das unidades de engenharia.

    b. Materiais naturais - Todos os materiais naturais disponveis devem serempregados na construo e na camuflagem dos abrigos.

    c. Outros materiais(1) Os produtos manufaturados como estacas, arame farpado, madeira

    e material para revestimento so fornecidos pelos postos de suprimento espec-ficos.

    (2) Minas e explosivos so fornecidos pela cadeia normal de suprimento.(3) O material capturado ao inimigo e as construes danificadas por

    granadas ou bombas so excelentes fontes de material.

    d. Explosivos - Vrios trabalhos de fortificao so realizados, com maiorfacilidade, economia e rapidez, empregando-se explosivos, minas, granadas oubombas.

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    ARTIGO III

    AS POSIES DEFENSIVAS E O TERRENO

    1-8. POSIES DEFENSIVAS

    a. Localizao(1) Uma posio defensiva engloba ncleos de defesa e outras obras de

    fortificao. Essas posies devem ser planejadas e localizadas de tal forma quesejam aproveitadas todas as vantagens do terreno circunvizinho, a fim de se obtera eficincia mxima da potncia de fogo disponvel.

    (a) As posies defensivas no seguem um traado padro, devendoadaptar-se s caractersticas do terreno que as rodeia e s necessidades tticasimediatas da rea a defender.

    (b) O aspecto mais importante do planejamento de uma posiodefensiva sua localizao adequada para proporcionar a mxima eficincia dapotncia de fogo.

    (2) As obras so localizadas de forma a se apoiarem mutuamente, aindaque afastadas o suficiente para evitar que o mesmo projtil, atingindo uma delas,venha a danificar, simultaneamente, as vizinhas. Todo o terreno dever ser cobertoeficientemente pela observao e pelo fogo.

    (3) As fortificaes dos ncleos de defesa so construdas para a defesaem todas as direes. Estes ncleos podem ser escalonados em largura eprofundidade, dentro da zona de ao do escalo considerado.

    b. Espaldes para armas(1) A misso de fogo destas posies engloba a proteo das seteiras

    das obras permanentes, das vias de acesso e do tiro sobre as zonas desenfiadas.(2) So preparadas posies de muda para todas as armas, exceto para

    as fixas. As posies expostas ao fogo direto inimigo podem ser ligadas por sapase trincheiras, com ou sem teto, e camufladas.

    1-9. LOCALIZAO DAS OBRAS

    a. Reconhecimento - Os comandos dos escales mais elevados, normal-mente, decidem a localizao do LAADA (Limite Anterior da rea de DefesaAvanada), a repartio da rea de defesa avanada, o valor e a localizao dareserva, a defesa anticarro e outras medidas de segurana. Os reconhecimentossucessivos, pelos comandos subordinados, determinam as zonas de ao daspequenas unidades e a localizao de suas posies de combate. O reconheci-mento deve ser to minucioso quanto a situao o permita, comportando umestudo do terreno tendo em vista as provveis vias de acesso e a possibilidade deobservao do inimigo. O oficial encarregado do reconhecimento identifica, emprimeiro lugar, a rea a ser ocupada e escolhe vias de acesso desenfiadasnecessrias.

    b. Analise do terreno(1) As caractersticas do terreno tm uma influncia decisiva na escolha

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    das posies. Os obstculos naturais, como rios, pntanos e matas, proporcio-nam boa proteo contra carros, quando batidos pelo fogo, dificultando que oinimigo abra passagens.

    (2) As elevaes importantes e as cristas delimitam os compartimentosdo terreno e proporcionam sistemas de observao, de comando e de controle dotiro. Determinam, diretamente, a localizao dos PO e espaldes das armas deapoio e, indiretamente, a localizao das zonas de ao e de reunio.

    c. Tipos de terreno - Conforme a tabela 1-1.

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    Tab 1-1. Principais tipos terreno

    d. Obstculos(1) Os obstculos classificam-se em naturais e artificiais. As monta-

    nhas, florestas, rios e pntanos so obstculos naturais. Os artificiais soconstitudos por meios diversos, tais como arame farpado, minas, artifciosiluminativos e minas AP.

    (2) Os obstculos artificiais so empregados para evitar que o inimigodesencadeie um ataque de surpresa de locais muito prximos dos ncleos dedefesa. So colocados de tal forma que sua remoo ou neutralizao, peloinimigo, possa ser impedida pelo fogo das armas portteis e AC. Tais obstculosdevem ficar to prximos dos ncleos de defesa que permitam uma adequadavigilncia diurna e noturna, e suficientemente afastados (cerca de 100m), paraimpedir que o inimigo, coberto por eles, use com eficincia granadas de mo.Podem ser lanados obstculos adicionais em reas mais prximas dos ncleosde defesa.

    ONERRET SACITSRETCARAC EDSEIDNOC OAVACSE

    SOSRUCERARAPSIACOLOURTSNOC

    MEGALFUMACETNETSIXE

    AMILCEDODAREPMET

    -udnoetnemevauS-macedsaer,odal

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    esoiorraropsodat.soir

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    etnemlamroNarapsetnadnubaedsopitsosodot

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    OSOHNATNOM

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    AVLESED

    -aus,onalponerreTuoodaludnoetnemev

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    bosassepseeaxiab.serovrsa

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    siamoavacse.licfid

    .setnadnubAodrohleM.larutaN

    sortuomeeuq.onerretedsopit

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    1-6

    e. Espaldes(1) Espaldes so obras isoladas, cavadas no interior da zona de ao

    e localizadas de tal forma que proporcionem observao, proteo e camuflagemadequadas, e assegurem o mximo poder de fogo sobre as vias de acesso doinimigo. As condies do solo determinam, muitas vezes, a localizao precisade cada espaldo, os quais devem apoiar-se mutuamente.

    (2) Os espaldes normais, os de muda e os suplementares soescavados e camuflados para a proteo em todas as direes.

    f. Abrigos - Proporcionam proteo contra as intempries e ao inimiga,sendo construidos ou escavados para as tropas, suas armas e seus suprimentos.So comumente localizados em contra-encostas, bosques, ravinas, depressesou outros locais baixos e desenfiados. Os abrigos sumrios so construdos,normalmente, pelas tropas em apoio s unidades da frente.

    g. Sapas - So construes de fortificao de campanha que permitem amovimentao de pessoal entre as posies defensivas e entre essas e asinstalaes de apoio logstico, abrigando um homem de ccoras.

    h. Trincheiras - So construes de fortificaes de campanha quepermitem a movimentao de pessoal entre as posies defensivas e entre essase as instalaes de apoio logstico, abrigando um homem de p.

    1-10. ESCAVAO

    A tabela 1-1 apresenta, para cada tipo de terreno, as condies deescavao, os recursos locais para a construo e a camuflagem naturalexistente.

    1-11. LIMPEZA DE CAMPO DE TIRO

    Quando se est na ofensiva e constantemente em contato com o inimigo,h poucas oportunidades de se limpar campos de tiro. Entretanto, no preparo deposies defensivas, antes do contato com o inimigo, realizada, frente de cadaentrincheiramento ou espaldo, a limpeza apropriada dos campos de tiro. Nestetrabalho devem ser observados determinados princpios.

    a. No denunciar a posio em virtude de limpeza excessiva ou descuidada(Fig 1-1 ).

    b. Em zonas organizadas para a defesa aproximada, iniciar a limpeza apartir da posio da arma, avanando pelo menos 100m.

    c. Em qualquer caso, deixar uma delgada cortina de vegetao natural paraesconder as posies (Fig 1-1).

    d. Nas florestas densas, deve-se restringir o trabalho ao desbastamento davegetao rasteira e remoo dos ramos mais baixos das rvores maiores. Almdisso, preparam-se estreitos corredores de tiro para as armas automticas.

    1-9/1-11

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    1-7

    e. Ceifar as plantaes de cereais e o capim alto, ou queim-los, semaduros ou secos, caso isto no revele a posio.

    f. Antes de limpar um campo de tiro, fazer uma cuidadosa avaliao do vultode trabalho dentro do tempo disponvel.

    1-11

    CERTO

    TERRENO ORIGINAL

    ERRADO

    Fig 1-1. Limpeza dos campos de tiro

  • CAPTULO 2

    ESPALDES E ENTRINCHEIRAMENTOS

    ARTIGO I

    GENERALIDADES

    2-1. EMPREGO

    As fortificaes de campanha so, unicamente, posies defensivas. Asfortificaes de campanha aumentam a eficincia de combate das tropas, pelaproteo que proporciona s armas e ao pessoal contra as intempries e a aoinimiga. Devem ser habilmente empregadas para facilitar a misso das unida-des, mas no se deve permitir que seu emprego acarrete uma atitude passivapor parte das tropas de defesa.

    a. Emprego na zona de combate - Na ZC, todas as tropas constroemseus prprios entrincheiramentos e espaldes.

    b. Utilizao de obras existentes - As antigas posies inimigas, taiscomo crateras de bombas ou granadas, partes subterrneas de edifcios, etc,podem ser aproveitadas. Tal utilizao deve ser precedida de um cuidadosoestudo, que dever considerar o tempo de ocupao e a possibilidade daartilharia e dos morteiros inimigos possurem dados precisos para o tiro sobreessas posies.

    2-2. REQUISITOS

    Os entrincheiramentos e espaldes devem preencher os seguintes requi-sitos:

    a. permitir a cada homem ou guarnio das armas o cumprimento da

    2-1

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    2-2

    misso de fogo que lhes foi atribuda;

    b. ser simples e de fcil construo;

    c. proporcionar a mxima proteo com o mnimo de dispndio de tempoe mo-de-obra;

    d. proporcionar a mxima camuflagem.

    ARTIGO II

    ESPALDES PARA INFANTARIA

    2-3. GENERALIDADES

    a. As posies descritas neste artigo so empregadas na defensiva.Esses espaldes so abrigos preparados atravs de trabalhos de escavaespara armas portteis, metralhadoras, morteiros, armas anticarro e outras armas,bem como para suas guarnies. Sempre que possvel, devem ser construdosespaldes simulados para iludir o inimigo. Alm da posio principal, soescavadas posies suplementares e de muda para todas as armas.

    b. Na ofensiva, as armas da infantaria so colocadas sempre ondeexistam posies naturais ou j preparadas, que exijam o mnimo de mo-de-obra e de escavaes. Especial ateno deve ser dada aos campos de tiro ecamuflagem.

    2-4. CRATERA MELHORADA

    a. As crateras de vrios tamanhos, provocadas por granadas, bombas,minas e foguetes, existentes no terreno, oferecem um refgio imediato edisponvel, bem como posies de tiro parcialmente desenfiadas para as tropasque atuam nessa rea.

    b. Para melhorar-se uma cratera, cava-se verticalmente a sua borda, dolado do inimigo, e prepara-se uma posio cmoda para atirador deitado,ajoelhado ou de p (Fig 2-1).

    2-2/2-4

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    2-3

    Fig 2-1. Cratera melhorada

    2-5. POSIO PARA ATIRADOR DEITADO

    Esta escavao destina-se a proporcionar a um fuzileiro deitado umaposio de tiro temporria e sumria (Fig 2-2). Quando a situao exige abrigoimediato contra intenso fogo inimigo e no existem posies de tiro desenfiadas,cada soldado deita-se, de bruos ou de lado e, com sua ferramenta de sapa,escava e amontoa a terra, formando um parapeito baixo entre ele e o inimigo.

    INIMIGO

    SEM PARAPEITO

    Fig 2-2. Posio para atirador deitado

    2-4/2-5

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    2-4

    2-6. TOCAS

    a. As tocas so posies defensivas bsicas e individuais. Proporcionama mxima proteo contra o fogo inimigo de todos os tipos (exceto impactosdiretos) e contra a ao de esmagamento dos carros de combate.

    b. Qualquer que seja o tipo de toca, devem ser tomadas medidas paradrenar a gua da chuva ou superficial por meio de um poo. Tambm necessrio construir um sumidouro de granadas de mo, para que nele desapa-ream estes engenhos inimigos lanados no interior da toca. Exceto nosterrenos prova de carros de combate, a toca deve ser suficientemente profundapara garantir pelo menos 60cm (2 capacetes) de espao entre o soldadoencolhido e a borda da toca, a fim de proteg-lo contra a ao de esmagamento(Fig 2-3).

    2-6/2-7

    2-7. TOCA PARA UM HOMEM

    a. Dimenses - A Fig 2-4 apresenta as suas principais caractersticas.

    b. Poos - No fundo da toca e em toda sua largura deve ser cavado umpoo para coletar gua e permitir que o homem sentado coloque os ps.(Fig 2-5 e 2-6).

    c. Proteo superior(1) Contra esmagamento - Na maioria dos tipos de solos, a toca

    proporciona proteo efetiva contra a ao de esmagamento. Nos solos muitosarenosos ou frouxos, pode ser necessrio revestir os taludes para evitar seudesmoronamento.

    (2) Contra arrebentamentos de tempo - Para proteger os fuzileiros contraos precisos arrebentamentos de tempo, as tocas devem possuir teto. Em algunscasos, podem ser empregados troncos de 10 cm a 15 cm de dimetro, cobertoscom uma camada de terra; em outras situaes, qualquer material de circunstnciadisponvel pode servir, se coberto com 15 cm a 20 cm de terra, ou areia.

    Fig 2-3. Toca para um homem. Evita o esmagamento

    60 cm NO MNIMO

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    2-5

    d. Camuflagem das tocas - Se possvel, a terra escavada deve serremovida para um local onde no atraia a ateno do inimigo, e a toca camufladacom uma cobertura improvisada.

    e. Parapeito - Parte da terra escavada amontoada em torno da toca,deixando uma berma bastante larga para permitir que o soldado apie oscotovelos durante o tiro.

    2-7

    Fig 2-4. Toca para um homem

    Fig 2-5. Toca para um homem

    1- PARAPEITO COM REVESTIMENTO NATURAL (1 m)2- BERMA (30 cm)3- BANQUETA (60 cm)4- SUMIDOURO DE GRANADAS DE 50 cm (Declive de 30o)5- VALETA DRENAGEM (Declive de 10o, DE 20 cm)

    60cm

    BANQUETA DE TIRO

    60cm

    INIMIGO60 cm

    50 cmBERMA

    PARAPEITOBERMA

    TERRA ESCAVADA

    NVEL DO SOLO

    50 cm

    1,2 a 1,5 m

    TERRA ESCAVADA

    1,10 m

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    2-6

    Fig 2-6. Tipos de sumidouro de granadas

    DECLIVE DE 30OTIPO A

    DECLIVE DE 15OTIPO B

    2-7/2-8

    2-8. TOCA PARA DOIS HOMENS

    a. Nas posies defensivas, a toca para dois homens , geralmente,preferida toca para um homem, pelas seguintes razes:

    (1) preparada com maior facilidade. Um homem pode garantir aproteo, enquanto o outro trabalha na toca;

    (2) proporciona revezamento e repouso para os ocupantes;(3) se um soldado ferido ou morto, a posio continuar ocupada, o

    que no acarretar uma lacuna na posio;(4) em situao crtica, o efeito psicolgico da camaradagem mantm

    os homens na posio por mais tempo do que um homem isolado; e(5) proporciona maior conforto, especialmente em tempo frio, quando

    os ocupantes podero juntar seus cobertores e panos de barraca.

    b. As tocas para dois homens so muitas vezes utilizadas como PO. Nestecaso, sempre que possvel, construdo o teto.

    c. Construo da toca para dois homens - Esta a toca clssica enormal para o combatente. A partir deste modelo bsico, podem ser construdosdiversos outros tipos de tocas.

    d. Seqncia de tarefas - Inicialmente, aps saber o local exato de suaposio, o combatente deve ocupar uma posio sumria para fazer frente a umeventual ataque inimigo. Essa posio sumria deve ser preparada no lugaronde ser cavada a sua toca. Aps esta providncia inicial, comear aconstruo da toca definitiva que ser executada em seis tarefas.

    (1) Primeira tarefa - Cavar a toca (Fig 2-7).

  • C 5-15

    2-7

    LARGURA: 2 CAPACETES OU 2 BAIONETASCOMPRIMENTO: 2 FALPROFUNDIDADE: ALTURA DAS AXILAS

    Fig 2-7. Medidas e contornos do abrigo para dois homens(2) Segunda tarefa - Melhorar ou construir um parapeito - Esta tarefa

    simultnea primeira (Fig 2-8). O espao entre a toca e o parapeito chamadoberma.

    Fig 2-8. Parapeito(3) Terceira tarefa - Completar a limpeza dos campos de tiro - Essa

    limpeza deve ser feita de acordo com os princpios descritos no Art IV do Cap4 do C 21-74.

    (4) Quarta tarefa - Camuflar a posio - Ao fazer a escavao da toca, preciso muito cuidado para no alterar a feio natural do terreno.

    (a) A terra retirada, que no for usada na construo ou no reforodo parapeito, deve ser colocada em sacos ou sobre uma lona de barraca etransportada para a retaguarda.

    (b) Aps a concluso da limpeza dos campos de tiro, o combatentedeve colocar-se em frente toca, a uns trinta passos (alcance de uma granadade mo) e examin-lo do ponto de vista inimigo, de p e deitado. Assim, poderobservar os detalhes a serem camuflados.

    (c) O combatente iniciar, ento, os trabalhos de camuflagem,

    ALTURA(1 CAPACETE)

    BANQUETA

    TOCA

    PARAPEITO(1FAL)

    BERMA 1 CAPACETEOU 1 BAIONETA

    2-8

  • C 5-15

    2-8

    visando a dissimulao do abrigo no terreno circundante. Os materiais decamuflagem que no exigem substituio constante (troncos, pedras, placas degrama, arbustos vivos, etc), so preferveis vegetao cortada, que precisarser trocada com freqncia para no murchar.

    (d) Quando a camuflagem estiver pronta, deve ser feita uma novainspeo.

    (5) Quinta tarefa - Construir um teto(a) Para constru-lo, preparam-se duas bases de troncos, cunhetes

    de munio, etc (Fig 2-9). Essas bases devem ficar sobre a berma, frente e retaguarda da posio e um pouco afastadas da borda da toca (30cm), paraevitar desmoronamentos. As bases devem ser altas o suficiente para permitirque o homem atire sob o teto, mas no tanto que dificulte a camuflagem.

    Fig 2-9. Colocao das bases do teto(b) A seguir, constri-se o teto com toras, tbuas ou o que estiver

    mo e possa resistir ao peso da terra de cobertura (Fig 2-10). convenienteforrar esses troncos com papelo, plstico ou qualquer outro material (depreferncia impermevel), para prevenir o vasamento de terra ou lama. Sobreessa estrutura, coloca-se, ento, uma camada de 15 cm a 20 cm de terra,procurando-se mold-la de maneira que o teto do abrigo se harmonize com oterreno adjacente (Fig 2-11).

    Fig 2-10. A estrutura do teto

    2-8

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    2-9

    Fig 2-11. Abrigo com teto pronto

    Fig 2-12. Incio da construo do teto lateral(d) A prxima operao ser a colocao de toros, tbuas ou outros

    materiais que resistam ao peso do restante do material de proteo (Fig 2-13).

    Fig 2-13. A estrutura do teto lateral

    2-8

    (c) Quando um teto dessa natureza implicar em um aumentosignificativo na silhueta do abrigo, tornando-o mais fcil de ser descoberto,deve-se construir o teto lateral. Para faz-lo, marca-se inicialmente um retngu-lo na extremidade da toca, suficientemente mais largo que ela, para apoiar ostoros ou tbuas do teto. Em seguida, cava-se a rea delineada at a profundi-dade de 50 cm, com cuidado de guardar a leiva, eventualmente retirada, paracamuflagem (Fig 2-12).

  • C 5-15

    2-10

    (e) Completa-se, ento, o buraco com a terra sobre a estrutura detoros, concluindo a operao com leiva para a dissimulao. Sempre quepossvel, deve-se forrar os troncos com papelo, plsticos, caixas de rao,invlucros impermeveis de munio, etc (Fig 2-14).

    Fig 2-14. Camuflagem do teto lateral

    (f) Depois de pronto o teto, entrar na toca e, por baixo do teto, cavarum compartimento para proteo (Fig 2-15).

    Fig 2-15. Cavando o compartimento sob o teto lateral

    (6) Sexta tarefa - Fazer melhoramentos - Essa tarefa visa melhorar ascondies de defesa e de conforto do abrigo.

    2-8

  • C 5-15

    2-11

    (a) Apoio para os cotovelos (Fig 2-16)

    Fig 2-16. Apoio para os cotovelos(b) Drenagem da gua e sumidouro de granadas (Fig 2-17)

    SUMIDOURO

    INCLINADO

    VALETA

    Fig 2-17. Valeta de drenagem e sumidouro de granadas(c) As estacas de amarrao devem ser fincadas nos limites dos

    setores de tiro, para evitar disparos acidentais sobre as tocas vizinhas e nadireo das vias de acesso mais perigosas, a fim de balizar o tiro noturno.

    (d) Valetas para bips de fuzil - (Fig 2-18)

    2-8

  • C 5-15

    2-12

    Fig 2-18. Valeta para bip de FM(e) O revestimento necessrio em solo frouxo ou arenoso, quando

    a posio vai ser ocupada por vrios dias, para impedir os desabamentos e aeroso provocados pela ocupao constante e pelas vibraes das explosesde bombas e granadas. No revestimento, pode-se usar tbuas, troncos, varas,telas de arame, chapas de metal, etc. Esses materiais devem ser fixados nofundo do abrigo e ancorados com estais, ligados a estacas cravadas a certadistncia da borda do abrigo (Fig 2-19). Uma vez terminada a amarrao dosestais, as estacas de ancoragem devem ser enterradas at desapareceremabaixo do solo. Dessa forma, melhora-se a camuflagem e evita-se confuso comas estacas de amarrao do tiro.

    2-8/2-9

    Fig 2-19. Ancoragem do revestimento

    2-9. OUTROS TIPOS DE TOCAS

    a. Toca para dois homens separados (Fig 2-20) - Permite que umatirador de FM ou granadeiro atire em qualquer direo sem ter que trocar deposio com o companheiro, como aconteceria em uma toca para dois homens.Permite, tambm, a concentrao do fogo em uma mesma direo. Esse tipo detoca construda a partir de duas tocas individuais, cada uma com seuparapeito, ligadas entre si atravs de uma sapa coberta por um teto semelhanteao teto lateral j mostrado nas Fig 2-12 a 2-14.

    Estacassob o solo

    Estacas de ancoragem

  • C 5-15

    2-13

    Fig 2-20. Toca para dois homens separadosb. Toca para dois homens, modificada - Nem sempre a toca retangular

    para dois homens adapta-se perfeitamente ao terreno e aos parapeitos naturaisencontrados. Em terrenos irregulares, onde a rasncia e o apoio mtuo entreposies adjacentes so limitados, ou quando os ocupantes de uma tocaprecisam cobrir ngulos mortos imediatamente frente da posio, deve-semodificar a forma da toca de modo a adequ-la ao cumprimento da misso.Podem ento ser construdas extenses em uma ou ambas as extremidades,contornando o parapeito (Fig 2-21).

    2-9/2-10

    Fig 2-21. Duas formas de modificao da toca para dois homens

    2-10. ESPALDO PARA METRALHADORA LEVE (Mtr MAG)

    a. Alm dos requisitos que uma posio deve ter, um espaldo parametralhadora deve satisfazer s seguintes condies bsicas:

    (1) A posio da metralhadora deve permitir ao atirador:(a) ter os olhos no aparelho de pontaria e prximo ao visor da ala

    de mira, para a execuo correta da visada;

  • C 5-15

    2-14

    (b) acesso cmodo ao punho da arma, para o acionamento dogatilho;

    (c) acesso cmodo ao mecanismo de elevao, para modificaesda pontaria e rpido transporte do tiro em alcance; e

    (d) colocao do rosto encostado coronha, para firmeza dapontaria e execuo de transporte de tiro em direo, com movimentos segurose rpidos.

    (2) Para proporcionar ao atirador a posio adequada para a execuoda pontaria e acionamento da metralhadora, bem como o mximo de proteo,a posio da arma em relao ao espaldo deve obedecer s seguintescondies:

    (a) reparo na posio baixa; e(b) arma prxima ao atirador.

    b. Seqncia de tarefas - Com uma metralhadora no centro de seu ncleode defesa, o Cmt Pel ter de definir, com preciso, a posio onde pretendemanter a arma, os setores e tiro que lhe foram atribudos e a linha de proteofinal (LPF) (Fig 2-22).

    Fig 2-22. Espaldo tipo trs tocas, com mesa de tiro hexagonal

    (1) 1 Tarefa - Marcao do contorno do espaldo(a) Colocar a Mtr em posio (reparo na posio baixa) apontada de

    modo que possa ser empregada, perfeitamente, no setor principal de tiro, sobrea direo principal de tiro ou sobre a linha de proteo final (LPF).

    (b) Marcar a posio da toca do atirador com sua borda anterior(duas baionetas), paralela e rente barra de ligao das pernas traseiras doreparo.

    CHEFE DA PEA

    ATIRADOR

    MUNICIADOR

    DIREO SECUNDRIA DIREO SECUNDRIA

    2-10

  • C 5-15

    2-15

    (c) Marcar a posio das tocas do municiador ( esquerda) e dochefe de pea ( direita), com sua borda anterior voltada para o reparo, paralelaao suporte do limbo, a um palmo afastada do reparo.

    (2) 2 Tarefa - Construo das trs tocas - Conforme Prf 2-7.(3) 3 Tarefa - Construo da plataforma para o tiro

    (a) Demarcar a plataforma de tiro (hexagonal).(b) Cavar a plataforma de tiro.

    (4) 4 Tarefa - Preparao dos parapeitos, frontal, lateral e de retaguar-da.

    (5) 5 Tarefa - Limpeza dos campos de tiro.(6) 6 Tarefa - Camuflagem da posio.(7) 7 Tarefa - Construo da ligao entre as tocas - O processo de

    construo idntico ao da toca para dois homens separados.(8) 8 Tarefa - Construo do teto e espao para dormir - O processo de

    construo idntico ao da toca para dois homens.(9) 9 Tarefa - Melhoria da posio

    (a) Aproveitamento das condies de tiro, realizando a pontariacom a arma, vasculhando o setor de tiro, e certificando-se de que tem espaopara mover-se e atirar.

    (b) Estacas de amarrao limitaro o tiro de modo que no possaocorrer incidncia de impactos sobre o parapeito de outra posio.

    (c) A drenagem da gua, o sumidouro de granadas e o revestimentodas tocas devem ser efetuados conforme o descrito no pargrafo 2-7.

    c. Variante do espaldo de trs tocas - O espaldo destinado a baterum nico setor de tiro. A plataforma triangular e tem a profundidade de umcapacete.

    2-10

    Fig 2-23. Variante do espaldo tipo trs tocas, com mesa de tiro triangularque permite um setor de 90 graus

    ATIRADOR

    MUNICIADOR CHEFE DA PEA

  • C 5-15

    2-16

    2-11. ESPALDO PARA METRALHADORA PESADA (.50)

    a. O espaldo tipo trs tocas ser a posio utilizada pela metralhadora .50e sua guarnio, quando esse armamento for empregado sobre o reparo .50 M3,terrestre. Na construo do espaldo, deve-se observar que a borda anterior datoca do atirador esteja paralela e rente travessa de ligao das pernas traseirasdo reparo .50 M3 Ter (Fig 2-24).

    Fig 2-24. Espaldo para a metralhadora pesada. A plataforma de tiropoder ser hexagonal ou triangular

    b. Espaldo tipo antiareo(1) Quando o armamento for empregado no reparo .50 AAe M63, o

    espaldo constitudo conforme a Fig 2-25.

    Fig 2-25. Espaldo tipo antiareo (reparo AAe .50 M63)

    2 FAL (2 m)

    2 BAIONETAS (60 cm)1 BAIONETA (30 cm)1 FAL (1 m)

    BERMA60 cm

    PLATAFORMAALTURA DAS AXILAS

    PARAPEITO

    2-11

  • C 5-15

    2-17

    (2) Quando o armamento for empregado no reparo .50 M1 AAe, oespaldo ser constitudo conforme a Fig 2-26

    BERMA

    VISTALATERAL

    VISTASUPERIOR 30 cm

    (1 BAIONETA)

    PARAPEITO1m

    (1 FAL)

    2 m (2 FAL)

    ALTURA DASAXILAS

    2 m (2 FAL)

    PARAPEITONVEL DO SOLO

    Fig 2-27. Perfil de um espaldo para morteiro com as respectivas dimenses

    Mrt 60 : 1,50 (1 FAL + 1 BAIONETA)Mrt 81 : 2,0 (2 FAL)Mrt P : 2,50 (2 FAL + 2 BAIONETAS)

    2-11/212

    Fig 2-26. Espaldo tipo antiareo (reparo .50 M1 AAe)

    2-12. ESPALDES PARA MORTEIROS DE 60mm, DE 81mm E PESADO(120mm E 4.2")

    O espaldo para o morteiro constituir-se- conforme as Fig 2-27 a 2-29.Dever ser suficientemente grande para acomodar o armamento e sua guarni-o e proporcionar espao necessrio execuo do tiro. A estocagem damunio dever ser feita num nicho escavado no prprio espaldo e em abrigosadicionais construdos nas proximidades, devendo ficar protegida do contatocom o solo. Os abrigos para os elementos da guarnio que no sejamnecessrios junto arma devem estar situados prximos do espaldo.

    1,30 m (1 FAL + 1 BAIONETA)

    Mrt 60 : 2,0 m (2 FAL)Mrt 81 : 2,5 m (2 FAL + 2 BAIONETAS)Mrt P : 3,6 m (3 FAL + 2 BAIONETAS)

    1m (1 FAL)

  • C 5-15

    2-18

    PARAPEITO

    DIREO

    PRINCIP

    AL DE TI

    RO

    ACC

    ESSO PAR

    A TRIN

    CH

    EIRAS

    NICH

    O DE

    MUN

    IO

    PARAPEITOTOROSMADEIRA

    NICHO DEMUNIO

    VALETA DE DRENAGEM

    Fig 2-28. Vista superior e lateral de um espaldo paraMrt, com melhoramentos

    2-12/2-13

    Fig 2-29. Mrt P no interior do espaldo

    2-13. ESPALDO PARA LANA-ROJO E CANHO DE 57mm SEM RECUO

    O espaldo mostrado na Fig 2-30 poder ser empregado tanto para olana-rojo como para o CSR 57mm.

  • C 5-15

    2-19

    PARAPEITO

    SETOR DE TIROSETOR DE TIRO

    REA DE SOPRO

    (2 FAL)

    1 HOMEMAT ASAXILAS

    H

    Fig 2-30. Espaldo para o lana-rojo e o CSR 57mm

    2-14. ESPALDES PARA ARMAS AUTOPROPULSADAS

    Os canhes e obuses autopropulsados tm, sem deslocamento daviatura, um campo de tiro horizontal muito reduzido. Em conseqncia, poucoprtica a construo de espaldes para tais armas, devendo-se, inicialmente,buscar cobertas e abrigos naturais para a proteo contra o fogo inimigo.Conforme a situao, o tempo disponvel e os meios existentes permitam, asposies so preparadas e melhoradas, se possvel, com o apoio da EngenhariaFig 2-31.

    2-13/2-14

    Fig 2-31. Posio melhorada

  • C 5-15

    2-20

    2-15. ESPALDO PARA CANHO SEM RECUO 106mm

    A arma , normalmente, empregada numa viatura de 1/4 t. Aps algunstiros realizados de uma mesma posio, dever mudar de posio (Fig 2-32).

    Tab 2-1. Dados comparativos sobre as medidas maisusadas nos trabalhos de sapa

    2-15

    Fig 2-32. Espaldo para canho sem recuo

    3,6 m

    4,5 m

    PARAPEITO

    2,5 m

    3 m

    3 m

    0,30 m

    1,2 m

    3,6 m 4,5 m(LARGURA)

    0,75 m

    PRINCIPALDIREODE TIRO

    LAERADIDEM ETNEDNOPSERROCACITRPADIDEM

    mc02 omlaP1

    mc03 atenoiaB1

    mc03 etecapaC1

    mc57 ossaP1

    m00,1 LAF1

    m03,1 atenoiabmocLAF1

  • C 5-15

    2-21

    ARTIGO III

    ESPALDES PARA ARTILHARIA

    2-16. ESPALDES PARA A ARTILHARIA DE CAMPANHA

    a. Generalidades(1) A finalidade das fortificaes para a Artilharia de Campanha

    proporcionar abrigo para as respectivas guarnies, para as munies eposies de tiro .

    (2) Esses espaldes devem ter as seguintes caractersticas:- permitir executar o tiro nas respectivas zonas de ao;- permitir a realizao do tiro direto;- utilizar os acidentes do terreno para reduzir o trabalho;- aproveitar cobertas e abrigos naturais;- permitir um rpido deslocamento para uma posio de troca;- proteger pessoal e material contra tiro de contrabateria e bombar-

    deio areo;- ser de construo simples, exigindo o mnimo de tempo e mo-de-

    obra;- proporcionar conforto durante uma ocupao prolongada; e- permitir um melhoramento contnuo com as ferramentas e mate-

    riais disponveis.

    b. Emprego(1) Desde o incio da ocupao de uma posio, os trabalhos de

    fortificaes so executados de modo que, em ordem de prioridade, permitam:- abrir fogo prontamente;- proteger o pessoal e a guarnio;- proteger as peas; e- proteger as posies de troca.

    (2) dado, a seguir, um exemplo da seqncia adotada pela guarniode um obus de 105mm a 155mm na ocupao de uma posio previamenteescolhida:

    - colocar a pea em posio de tiro de forma que possa cumprir suamisso; apont-la e prepar-la para a execuo de suas misses. A dissimula-o levada em conta na escolha da posio e deve ser mantida continuamente;

    - cavar entrincheiramentos para o pessoal e abrigos para a muni-o;

    - estabelecer a camuflagem necessria;- cavar espaldes para as peas; e- repetir a seqncia acima nas posies de troca.

    (3) Na preparao dos espaldes, devem ser empregados explosivose equipamentos mecnicos disponveis, como tratores e guindastes comescavadeiras, salvo se a proximidade do inimigo impuser o silncio.

    c. Proteo para pessoal - Os tipos regulamentares de entrincheiramentosso empregados para a proteo contra bombardeios areos e de artilharia, bem

    2-16

  • C 5-15

    2-22

    como de um possvel ataque terrestre.

    d. Abrigos para munio - Estes abrigos so localizados e construdosde forma a proteger a munio contra as intempries e o fogo inimigo. Devemser dissimulados e de dimenses suficientes para conter a quantidade demunio prevista nas posies de tiro. Os projteis, as cargas de projeo, asespoletas e as estopilhas devem ser guardadas em locais separados.

    (1) Inicialmente, ou quando as condies do terreno limitam a escava-o, a munio colocada em depresses naturais e dispersada em quantida-des relativamente pequenas.

    (2) Algumas vezes, poder ser necessrio construir abrigos paramunio acima do terreno, particularmente se o nvel da gua subterrneaestiver prximo superfcie. Tais abrigos podem ser constitudos de umaarmao de troncos, revestida com terra em torno da munio.

    (3) Se o tempo disponvel permitir, podem ser construdos abrigosapropriados. As figuras 2-33 a 2-36 mostram abrigos para munio 105mm e155mm.

    2-16

    PARAPEITO

    SACOS DE TERRA

    CORTINA DE LONA

    TRONCO

    POO

    TRONCOS

    LONA

    TRONCOS

    Fig 2-33. Abrigo de munio em talude, com poo

  • C 5-15

    2-23

    Fig 2-34. Detalhes do abrigo de munio, em talude, com poo

    Fig 2-35. Abrigo para munio, de concreto

    2,50 m PARAPEITOINIMIGO

    1 m 50 cmCORTE "A-A"

    A

    2,5 m PLANTA

    INIMIGO

    1mPOO

    CORTE "B-B"

    1,5 m 1 m50 cm 1 m

    A

    BB

    1,5 m

  • C 5-15

    2-24

    Fig 2-37. Espaldo superficial

    Fig 2-36. Abrigo para munio, com tetoe. Espaldes para obuseiros autorebocados - H dois tipos de espal-

    des: o superficial e o poo, de 7,50m de dimetro para o material 105mm e de9 m para o material 155mm.

    (1) Espaldo tipo superficial (Fig 2-37)

    A

    4,5 m

    A

    3 m

    1 m

    CORTE A-A

    TOCASTOCAS

    PC

    ABRIGO DEMUNIO

    1 m

    2-16

    1 FAL

    1 FAL

  • C 5-15

    2-25

    (2) Espaldo tipo poo (Fig 2-38)

    f. Espaldes para obuseiros autopropulsados - Os obuseiros APpossuem campo de tiro em 6400'. Entretanto, as posies de tiro para estasarmas devero ser preparadas de acordo com o previsto no subpargrafo b. dopargrafo 2-16.

    g. Apoios para conteiras(1) Os apoios, feitos de toras, para conteiras, facilitam a mudana da

    direo de tiro para o obus 105mm, e so particularmente indicados se foremnecessrios grandes transportes ou a execuo do tiro em qualquer direo.Este apoio proporcionado pela colocao de vrias toras ou madeiras grossasencostadas na parte interna das paredes do espaldo tipo poo, onde seroapoiadas as ps das conteiras. A madeira deve ter 20 cm de dimetro ou maise cerca de 2 m de comprimento.

    (2) Durante o tiro continuado, em terreno mido ou mole, os obuseiros155mm, geralmente necessitam de apoio, alm do proporcionado pelas conteiras.Este apoio obtido colocando-se um tronco grosso ou uma viga de madeira soba conteira, perpendicularmente a cada flecha. O tronco deve ter 30 cm ou maisde espessura (ou dimetro) e 3,5m de comprimento, ficando com 2 m para cadalado do eixo da flecha, alm de nivelado com o terreno.

    Fig 2-38. Espaldo tipo poo

    PARAPEITO(50 cm)

    60 cm

    60 cm1 m

    ABRIGO DE MUNIOTRINCHEIRA

    PC

    Aprx

    15

    m

    7,5

    a 9

    m

    2-16

    RAMPA: 20%

  • C 5-15

    2-26

    2-17. ESPALDES PARA A ARTILHARIA ANTIAREA

    a. Generalidades(1) Normalmente, as obras de fortificao para material antiareo

    proporcionam suficiente proteo ao seu pessoal, entretanto, esta pode seraumentada pela escavao de tocas e trincheiras especiais, convenientementelocalizadas.

    (2) A camuflagem da fortificao de vital importncia, negando aoinimigo informaes sobre o dispositivo da defesa AAe. Aps a construo dosespaldes e abrigos, imperioso um reconhecimento areo, a fim de verificara eficincia da camuflagem empregada.

    (3) Considerando-se os componentes eletro-eletrnicos do materialantiareo, a construo dos espaldes no pode possibilitar acmulo deumidade ou deficincia de ventilao no seu interior.

    b. Emprego - As obras de fortificaes devem obedecer s seguintesprioridades:

    - pessoal;- radares, equipamentos de direo e tiro, e centro de operaes AAe;- peas;- demais rgos; e- posies de troca.

    c. Proteo do pessoal - realizada atravs de tocas que devem serconstrudas prximas aos locais das peas.

    d. Abrigos para munio antiarea(1) Parte da munio estocada em nichos no talude do espaldo.

    Neste caso, muitas vezes, cunhetes so enterrados sob o parapeito, de modoque o seu lado aberto fique no mesmo plano que o talude. Outros tipos de abrigospara munio, semelhantes aos descritos no pargrafo 2-16, podem ser utiliza-dos. A munio depositada no espaldo deve ser arrumada nos nichos, paraevitar que os estojos ejetados atinjam a base de um tiro.

    (2) Quando o tempo limitado, um abrigo para munio tipo poo abertopode ser usado, mas, se o tempo permitir devem ser providenciados abrigos com1 m ou mais de cobertura superior. Pode-se, ainda, usar uma trincheira ou umfosso coberto de troncos, sacos de areia e terra, ou um abrigo a cu aberto. Oacesso ao abrigo deve ser feito atravs de uma sapa de sacos de areia outrincheira com, pelo menos, uma volta em ngulo reto, a fim de reduzir o efeitode exploso.

    e. Espaldes para gerador - As caractersticas do espaldo para ogerador constam da Fig 2-39. Deve-se ligar uma extenso ao tubo de descargapara carrear os gases para fora do espaldo. O cabo de transmisso deve serenterrado. Devem ser acrescentadas 3 aberturas de 20 cm de cada lado paraventilao.

    2-17

  • C 5-15

    2-27

    2-17

    Fig 2-39. Espaldo para o gerador

    f. Espaldes para radares e diretores de tiro(1) Este espaldo uma escavao retangular com as dimenses

    internas adequadas ao tipo de material a ser abrigado, tendo a altura referenciadaao ngulo negativo da antena do radar. Numa das extremidades da obra construda uma rampa para instalao e remoo do radar ou do diretor de tiro.

    (2) Estes equipamentos so extremamente sensveis umidade e aocalor excessivo, sendo, portanto, preocupao principal mant-los em ambienteseco e ventilado.

    (3) Se o tempo permitir, o espaldo do diretor de tiro deve ser cobertopor troncos, madeira ou outro material disponvel.

    g. Espaldo para canho antiareo - O talude do espaldo deve ter umaaltura conveniente que permita o tiro em sua melhor elevao. Em qualquersituao, a fortificao no dever restringir o movimento da pea em direo eelevao (a posio circular com raio compatvel com o comprimento do tubo).Os depsitos de munio devem estar posicionados de tal forma que facilitemum rpido remuniciamento (Fig 2-41).

    TUBO DE DESCARGA

    A

    1 m

    RAMPA: 20%

    3m

    A

    4 m

    PARAPEITO REMOVVEL CORTE A-A PARAPEITO

    1,5 m

    50 cm

    PARAPEITOREMOVVEL

  • C 5-15

    2-28

    Fig 2-41. Espaldo para o canho AAe

    O PARAPEITO NO DEVE EXCEDER O NVEL DE ANGULAO MNIMO

    Fig 2-40. Espaldo para radares e diretores de tiro

    RAMPA: 20% ESTACA TRONCOS

    AA

    4 m

    7 m

    PARAPEITO REMOVVEL CORTE A-A 1 m

    RAMPA: 20%ESTACA TRONCOS

    POO

    1,5 m

    1,5 m

    ABRIGOS DEMUNIO

    5 m

    RAMPA 20%

  • C 5-15

    2-29

    h. Espaldo para mssil antiareo - O espaldo para os msseis que seencontrarem em posio esttica segue os mesmos princpios do espaldo docanho. O talude externo no pode ultrapassar a menor elevao dos tuboslanadores. Em qualquer situao, a fortificao no poder restringir o movi-mento da pea em direo ou elevao. O acesso da guarnio para oremuniciamento deve permitir uma rpida operao (Fig 2-42).

    Fig 2-42. Espaldo para o mssil antiareo

    i. Espaldes para o apontador tico auxiliar (AOA) (Fig 2-43)(1) O espaldo para AOA uma escavao circular que proporciona

    proteo a todas as suas partes, exceto a binocular.(2) A altura do espaldo deve ser inferior altura do AOA, permitindo a

    visada de todos os pontos do terreno, mesmo que em ngulo negativo.

    j. Espaldo para material eletrnico(1) Sempre que possvel, deve-se aplainar o local em que o material vai

    entrar em posio. Os parapeitos so construdos com sacos de terra ou areia(largura mnima de 1 m).

    (2) Na base dever haver vrias sadas para escoamento da gua dechuva.

    (3) O espaldo dever ser construdo no nvel do terreno ou mais alto.Em hiptese alguma, em nvel mais baixo, para se evitar o empoamento degua, pois o material eletrnico muito vulnervel a umidade.

    (4) Altura dos espaldes(a) Canho - Igual dos munhes.(b) CDT - Igual do teto (o radar fica totalmente para fora). No

    parapeito tem que ser prevista uma abertura de 20cm quadrados para aventilao.

    2-17

  • C 5-15

    2-30

    Fig 2-43. Espaldo para apontador tico auxiliar

    Fig 2-44. Espaldo para o radar

    CORTE A-APOO

    A2,5 m

    PARAPEITO

    A

    1 m

    PARAPEITO

    CABO

    1 m

    50 cm

  • C 5-15

    2-31

    ARTIGO IV

    SAPAS E TRINCHEIRAS

    2-18. SAPAS

    Apesar de as sapas chamarem a ateno dos observadores areos, serocavadas quando as condies de proteo, controle, ligao e suprimentosforem mais importantes que a dissimulao. Algumas sapas de pequeno porteso, s vezes, cavadas em lugares cobertos, para permitir os necessriosmovimentos diurnos nas reas expostas, particularmente depois que as posi-es tenham sido, indubitavelmente, reveladas. As sapas podem ser, tambm,cavadas em regies cobertas, como na selva, onde sua posio no serprovavelmente assinalada. As sapas tm, em mdia, 60 cm de largura por 30 cma 50 cm de profundidade. Com um parapeito de cerca de 25 cm de altura, assapas abrigam um homem em posio de engatinhamento.

    2-18

    Fig 2-45. Sapas

  • C 5-15

    2-32

    2-19. TRINCHEIRA ESPECIAL

    a. Finalidade - Para fazer face s necessidades da artilharia de campa-nha, foi estabelecida a trincheira especial. Se vrios homens devem ficarprotegidos dentro de uma rea reduzida, as trincheiras especiais sofreqentemente usadas, pois ocupam menos espao que a toca. Normalmente,elas so construdas e ocupadas pelos artilheiros e pessoal da retaguarda, poisso, tambm, indicadas para uso sob redes de camuflagem.

    b. Construo - A trincheira especial tem 60 cm ou menos de largura, ede 1 m a 1,50m de profundidade. cavada em trechos pequenos, em forma deV invertido, de Y ou de outra qualquer, de acordo com o espao disponvel. Parareduzir os efeitos de bombas, granadas e ataques areos rasantes, devem serfeitas mudanas de direo nessa trincheira.

    2-20. TRINCHEIRA NORMAL

    a. Finalidade(1) Comparada s tocas, a trincheira normal proporciona muito menos

    proteo, mais difcil de ser camuflada e exige mais tempo e mo-de-obra parasua execuo. Entretanto, facilita as ligaes, o controle, o suprimento e aevacuao. A construo de trincheiras uma deciso do comando. Astrincheiras normais podem ser usadas, com vantagem, nos seguintes casos:

    - como sapas, nas situaes estabilizadas, quando existe algumacoberta, ou as vantagens advindas justifiquem reduzir a proteo;

    - entradas de abrigos ou grupos de abrigos;- operaes em frio intenso, em que os soldados que permanecem

    em abrigos aquecidos at o ltimo momento devem poder dirigir-se abrigadoss posies de tiro; e

    - nos combates na selva ou em bosques, em que o movimento decarros de combate impossvel ou muito restrito e existem cobertas contra todasas espcies de observao inimiga, particularmente, de fotografias areas.

    (2) A Fig 2-46 mostra uma rede de trincheiras normais. Os abrigos eposies das armas devem ser colocados nas extremidades dos ramais curtos,fora das linhas principais da trincheira.

    b. Construo - A trincheira normal tem 1,70m de profundidade, 1,20m delargura na parte superior e 60 cm no fundo (Fig 2-47). A fim de reduzir o nmerode baixas provocadas por uma bomba ou granada que nela venha a explodir e,tambm, para facilitar sua camuflagem, a trincheira deve ter traado irregular,de trechos retos e curtos. Em todas as trincheiras, devem ser instaladosestrados prprios (Fig 2-48) nos quais poder ser utilizada madeira esquadriadaou rolia. Neste caso, a trincheira aprofundada de forma que a face superiordo estrado fique a 1,65m de seu fundo, como uma valeta de drenagem. Emterreno frouxo, sero necessrios apoios para o estrado.

    2-19/2-20

  • C 5-15

    2-33

    2-20

    30 cmANCORAGEM

    1 m

    ESTACA

    REVESTIMENTO

    ESTRADO DE MADEIRA

    60 cm

    20 cm

    1,7 m

    1,2 m

    Fig 2-47. Trincheira normal

    c. Posies de tiro - A trincheira normal pode ser usada para o tiro ou paraa ligao. Em ambos os lados da trincheira ou no, intervaladas de 5 m a 10m,so dispostas posies de tiro. Estas so cavadas, nos taludes da trincheira,com 60 cm de largura e 75 cm de comprimento, e com uma profundidade tal queo nvel do solo fique altura do peito do atirador. As posies de tiro devem serconstrudas em todas as trincheiras normais, no s para aumentar a eficinciada defesa, como para impedir que o inimigo distinga os trechos de circulao dos

    PARAPEITO (TERRA ESCAVADA)

    Fig 2-46. Rede de trincheiras normais

    1. VALETA DE DRENAGEM2. DRENO3. TRINCHEIRA4. CURVA DE NVEL

    DIREO DA GUA 2

    4

    3

    2

    1

  • C 5-15

    2-34

    2-20

    CORTE "A-A"

    3 X 5 cm5 X 10 cm

    50 cm

    RECOBRIMENTO(10 cm)

    A2 m

    APOIO A

    CORTE "B-B"

    B

    B

    30 cm

    50 cm

    30 cm

    5 X 10 cm

    Fig 2-48. Detalhes do estrado da trincheira e seu apoio

    Fig 2-49. Posies de tiro numa trincheira normal

    de tiro (Fig 2-49).

  • C 5-15

    2-35

    Tab 2-2. Dados sobre a escavao e a camuflagem de posies,em terreno mdio

    SEISOP OPITAAER

    RALFUMACmxm

    OAVACSEm2

    h/HSOIRSSECEN

    lizuF acoT 05,2x05,1 00,1 00,2

    MF acoT 00,3x00,3 00,1 05,1

    MF ooP 05,1x05,1 05,1 00,2

    ojoRanaL ooP 05,1x05,1 00,1 00,1

    ojoRanaL sacoT 05,2x00,3 00,1 00,3

    evelrtM arudarreF 05,4x05,4 05,3 00,5

    adaseprtM sacot2 05,3x05,3 00,2 05,2

    adaseprtM arudarreF 04,5x05,4 00,4 00,5

    adaseprtM sacot3 05,4x05,4 00,3 00,4

    mm06rtM ooP 05,4x05,4 00,2 00,3

    mm18rtM ooP 05,4x00,5 00,3 05,4

    mm57e75RSC )75/ps(ooP 05,1x05,1 05,1 00,2

    mm57e75RSC sacoT2 00,5x00,5 05,2 05,3

    mm57e75RSC arudarreF 00,5x00,5 00,5 00,6

    mm57e75RSC ladiozeparT 05,2x05,3 00,4 00,6

    sogirbA

    memoH1 memoharapoigfeR odatied 05,2x05,1 00,1 00,1

    memoH1 memoh1/pacoT

    memoH1 rimrod/placol/s- 05,2x05,1 00,1 05,1

    memoH1 rimrod/placol/c- 00,3x05,1 00,2 00,3

    snemoH2 snemoh2/pacoT

    snemoH2 rimrod/placol/s- 00,3x00,3 05,1 05,2

    snemoH2 rimrod/placol/c- 00,3x00,3 05,2 00,4

    snemoH3 VmeacoT 00,3x00,3 00,7 0,01

    snemoH3 YmeacoT 00,5x00,5 00,8 0,21

    sariehcnirT

    apaS )m01edohcert(asaR 00,01x00,2 00,4 0,6

    lamron soP1/cm01ohcerT orited 00,01x05,2 0,41 0,12

    laicepse gRadoalatsniuotrA )m2edohcert( 00,2x05,2 5,1 0,2

  • 3-1

    CAPTULO 3

    ABRIGOS

    ARTIGO I

    INTRODUO

    3-1. CONSIDERAES GERAIS

    a. Generalidades - Os abrigos tm a finalidade de proteger as tropas e omaterial contra a ao inimiga e contra as intempries. Pode-se dispor de abrigosnaturais com esse fim, ou mesmo constru-los, lembrando que no so posiesde combate. Entretanto, muitas vezes fazem parte delas ou ficam prximas.

    b. Construo - Os abrigos so construdos:- por tropas de apoio s unidades em 1 escalo;- por tropas que, em deslocamento para a ocupao de posies, faam

    um alto temporrio, devido s condies inclementes do tempo; ou- nos estacionamentos, zonas de reunio e de repouso.

    c. Localizao - Sempre que possvel, os abrigos devem ser localizadosnas contra-encostas, bosques ou locais desenfiados, evitando-se as linhasnaturais de drenagem. Todos os abrigos devem ser camuflados.

    d. Tipos de abrigos - Os abrigos, conforme sua construo em relao aosolo, podem ser superficiais, a cu aberto ou cavernas.

    (1) Os abrigos superficiais so construdos, geralmente, com recursoslocais. So mais visveis e vulnerveis ao fogo inimigo e situam-se acima dasuperfcie do solo (Fig 3-1).

    (2) Os abrigos a cu aberto (Fig 3-2) so aqueles construdos atravs deescavao aberta, sobre a qual colocado um teto formando uma camada toespessa quanto possvel, constituda de pedras, troncos, leivas ou terra escavada.

  • C 5-15

    3-2

    Fig 3-1. Abrigo superficial tipo cabana, de troncos

    Fig 3-2. Abrigo a cu aberto para pessoal, revestido comcunhetes vazios de munio

  • C 5-15

    3-3

    (3) Os abrigos-caverna (Fig 3-3) so aqueles construdos escavando ouperfurando as encostas de colinas, montanhas ou serras, de modo que o teto constitudo pelo terreno natual. Este tipo proporciona melhor dissimulao.

    3-1/3-2

    Fig 3-3. Abrigo-caverna

    ARTIGO II

    ABRIGOS SUMRIOS

    3-2. GENERALIDADES

    a. Consideraes gerais - Os abrigos sumrios, executados com recur-sos locais, so localizados acima do solo ou enterrados.

    b. Caractersticas - Os abrigos superficiais apresentam as seguintescaractersticas:

    - oferecem proteo contra intempries;- destinam-se a abrigar de 1 a 3 homens; e- suplementam ou substituem as barracas.

  • C 5-15

    3-4

    3-2/3-4

    Fig 3-4. Abrigo superficial de madeira, de circunstncia

    ARTIGO III

    ABRIGOS PREPARADOS

    3-3. GENERALIDADES

    Os abrigos preparados so construdos onde h maior liberdade demovimento, maior facilidade de se obter material e maior tempo disponvel.Sempre que as condies do terreno permitirem a escavao, os abrigos devemser subterrneos e com o teto mais espesso possvel. Os abrigos devem estardisseminados e, se destinados a pessoal, possuir capacidade adequada paradois grupos de combate (20 a 25 homens). Os abrigos para suprimento podem terqualquer tamanho, dependendo da localizao, do tempo e dos materiaisdisponveis. Quanto maior o abrigo, maior ser a necessidade de se ter entradae sada fceis. Os grandes abrigos devem ter duas sadas, pelo menos, bemdistanciadas entre si e camufladas.

    3-4. CARACTERSTICAS

    a. Observao - Se possvel, os abrigos devem ser dotados de algunsmeios de observao, tais como seteiras, em um abrigo superficial, ou periscpiocamuflado, em um abrigo subterrneo.

    b. Drenagem(1) Particularmente nos abrigos a cu aberto e cavernas, a drenagem

    muito importante e muitas vezes um problema complexo.

  • C 5-15

    3-5

    3-4

    (2) Depois de escavado o abrigo, os problemas de drenagem incluemmanuteno das guas superficiais e das chuvas longe das entradas, prevenoda infiltrao de gua no interior do abrigo, e retirada da gua que nele tenha seacumulado. Os pisos devem ter um declive de pelo menos um por cento, voltadopara a entrada, que dever ficar inclinada mais fortemente na direo de uma valetaou poo existente fora do abrigo.

    c. Infiltrao - A proteo contra a infiltrao da gua no interior dos abrigos importante. Num abrigo superficial ou a cu aberto, isso conseguido pelacolocao de papelo alcatroado ou plstico entre o revestimento do teto e amassa cobridora. Nos abrigos tipo caverna, podem ser colocadas folhas de metalonduladas, sustentadas por escoras. Deste modo, a gua de infiltrao conduzida para os lados do abrigo, onde coletada por uma valeta que a leva aum poo.

    d. Ventilao - A ventilao um fator particularmente importante nosabrigos tipo caverna.

    e. Circulao de ar(1) Nos abrigos superficiais e a cu aberto, o ar geralmente obtido

    mantendo-se as entradas abertas. Nos abrigos-caverna, geralmente, em comple-mento s entradas, so necessrios poos de ventilao, constitudos porpequenos orifcios verticais, que podem ser perfurados de dentro para fora, apsa construo do abrigo. Uma chamin colocada no poo facilita a circulao doar.

    (2) Uma galeria no deve ser cavada a profundidades maiores que 18msem ventilao artificial. Uma galeria de uma nica entrada ventilada atravs doar introduzido por meio de um conduto de madeira, metal ou lona. Nos trabalhosde escavao, indispensvel um aspirador de ar externo, acionado a mo ou amotor. Para uma escavao pequena, como dispositivo de ventilao improvisado,pode ser empregada uma forja porttil. Perfuraes atravs do teto das galeriasasseguram uma certa ventilao. Num sistema de galerias de duas sadas, o arpode ser introduzido por uma delas e expelido por outra. Para canalizar ou distribuiro ar, podem ser colocadas portas ou cortinas. A ventilao feita por meio deexaustores to satisfatria quanto a realizada por aspiradores de ar exterior.

    f. Abrigos no ventilados - Os abrigos no dotados de purificadores de ar,somente podero ser usados por pessoal que tenha que permanecer inativodurante a ocupao. Tendo em vista que um homem inativo necessita de 30decmetros cbicos de ar por minuto, a capacidade dos abrigos no ventilados limitada.

    g. As viaturas, reboques, geradores, etc, quando ocuparem a mesma reafortificada, de preferncia, devero guardar entre si uma distncia de seguranamnima de 10m, de forma a impedir que o impacto de uma determinado artefatoblico atinja com seus efeitos mais de uma posio. No caso de abrigossuperficiais devero ser construdos muros de conteno de explosivos, conformea Fig 3-5.

  • C 5-15

    3-6

    3-5. MEDIDAS PARA TORNAR UM ABRIGO PROVA DE GS

    3-4/3-5

    Fig 3-5. Muro de conteno de explosivos

    a. Generalidades - Todos os abrigos preparados devem ser prova de gs.Sua proteo assegurada por cortinas nas entradas. Durante os ataquesprolongados de gs, os homens devem poder trabalhar e descansar no interior dosabrigos sem fazer uso de mscaras contra gases.

    b. Entradas - A cortina prova de gs destina-se a impedir a entrada domesmo. Quando no se dispe dela, so improvisadas cortinas feitas decobertores, suspensas em armaes leves e inclinadas, bem ajustadas a cadauma das entradas. Estas armaes devem estar firmemente pregadas nasombreiras e nas vergas das entradas. Para os abrigos-caverna, s vezes, necessrio colocar cortinas prova de gs no meio das escadas mas, sempre quepossvel, devero ser colocadas nos seus patamares.

    c. Outras aberturas - As janelas devem ser cobertas com uma nicacortina. Todas as fendas devem ser calafetadas com barro, panos velhos ou sacosde areia. Para serem empregados durante os ataques de gs, deve-se contar comobturadores para os orifcios de periscpios, drenagem e ventilao. O cho e osdegraus junto s cortinas devem ser mantidos isentos de lama e de lixo. Ascortinas precisam estar constantemente umedecidas com gua ou solues prova de gs. Quando a rea estiver gasada, deve-se ter mo cloreto de clciopara coloc-lo entre a entrada e as cortinas, para que o pessoal que entre no abrigopossa neutralizar o gs mostarda ou outros gases persistentes, trazidos nasmos ou nos ps.

    d. Antecmara(1) As antecmaras so locais intermedirios entre o interior e o exterior

    dos abrigos. Asseguram a entrada de pessoal no abrigo sem deixar os gasespenetrarem.

    (sacos de areia comaltura mnima corres-pondente a altura doequipamento a ser pro-tegido)

    10 m

    50 cm

    ccVtr

    ccVtr

    Rbq

    Rbq

  • C 5-15

    3-7

    3-5/3-6

    (2) As portas de entrada e sada da antecmara so, geralmente,construdas com cortinas prova de gs ou com materiais improvisados.

    e. Protetores coletivos(1) Estes dispositivos so colocados fora dos abrigos para purificar o ar

    admitido, removendo os agentes qumicos. Alguns tipos so destinados a atendernecessidades especficas. A maioria dos protetores coletivos so acionados pormotores eltricos. A energia fornecida por gerador porttil, ou aproveitada deinstalaes comerciais, quando disponveis. Diretamente ligado ao motor, existeum ventilador que encaminha o ar externo por uma mangueira ou tubo de metal,forando-o atravs de um filtro de purificao para o interior do abrigo. Tendo emvista que a concentrao de gs maior nas proximidades do solo, a tomada dear deve ser colocada o mais alto possvel.

    (2) Os protetores coletivos so instalados nos abrigos a serem utilizadosdurante tempo considervel, como por exemplo, abrigos para PC, para repouso detropa e postos de socorro. Somente os abrigos que sejam construdos comsatisfatria vedao devem ser equipados com protetores coletivos.

    f. Instalaes sanitrias - A no ser nos abrigos sumrios ou superficiais,estas instalaes devem ser construdas em todos os demais. As fezes e a urinadevem ser depositadas em recipientes com produtos qumicos adequados, emfossas spticas ou drenadas em esgotos especiais.

    ARTIGO IV

    ABRIGOS SUPERFICIAIS

    3-6. GENERALIDADES

    a. Possibilidades de construo - Os abrigos superficiais s soestabelecidos quando:

    - as condies do terreno no permitem a construo de abrigossubterrneos;

    - no h edifcios, adegas ou outro tipo de abrigo aproveitvel; ou- a situao permite o dispndio de tempo e mo-de-obra necessrios.

    b. Ficam acima do solo, sendo relativamente perceptveis. No devem serconstrudos prximos da linha de contato, a menos que possam ser camuflados.

    c. So construdos com recursos locais, tais como madeira, ramos,material de edificaes demolidas, troncos cobertos com terra, pedaos de metalou chapa ondulada.

  • C 5-15

    3-8

    3-7/3-8

    3-7. CARACTERSTICAS COMUNS

    a. Ter, no mnimo, uma cobertura de 50 cm de terra, sacos de areia, ou outrotipo de teto; paredes externas de, pelo menos, 60 cm de espessura, construdascom esses mesmos materiais.

    b. Possuir um muro anti-sopro na frente da entrada do abrigo.

    c. Ter uma antecmara padro, construda na entrada, para proteo contragases.

    3-8. EXEMPLOS DE ABRIGOS SUPERFICIAIS

    a. Abrigos de madeira - Os abrigos superficiais de madeira so construdoscom qualquer madeira disponvel, ficando sua forma e dimenses a cargo doexecutante. A figura 3-4 apresentou um tipo de abrigo de madeira, de circunstn-cia e a figura 3-6, apresentam um abrigo aparelhado, semi-enterrado.

    Fig 3-6. Abrigo semi-enterrado, de madeira

    b. Abrigos de folhas de metal ondulado - Estes abrigos so superioresaos de madeira, porque so construdos mais rapidamente, necessitam decamadas protetoras menos espessas, constituem alvos menores e oferecemmaior proteo contra as intempries. Alm disso, a seo arqueada do abrigooferece maior resistncia ao sopro, ao empuxo de terra e circulao. Suasdesvantagens so a necessidade de um material relativamente escasso e orespectivo transporte para o local.

  • C 5-15

    3-9

    3-8

    Fig 3-7. Abrigo superficial de metal ondulado

    c. Refgio para um homem deitado - Os refgios para homem deitadoso empregados, principalmente, nas reas de retaguarda, para proteger oshomens contra os estilhaos de bombas e granadas. Oferecem, tambm,proteo contra o tiro de armas portteis, mas no podem ser usados para o tiro;no servem como tocas e no protegem contra o esmagamento dos carros decombate. Podem, no entanto, ser cavados rapidamente e constituem, para osoldado, um lugar protegido para o descanso. Esses refgios so, geralmente,utilizados na retaguarda, quando so previstos ataques terrestres e no h temposuficiente para cavar tocas; raramente so usados nas zonas de frente, excetonos grandes altos ou nas zonas de reunio antes do combate (Fig 3-8).

  • C 5-15

    3-10

    3-8

    60 cm

    60 cm

    Fig 3-8. Refugio para homem deitado

    d. Abrigo cnico(1) Generalidades - Em terrenos matosos, quando o solo estiver duro

    demais para ser escavado e for necessrio um abrigo imediato para um estacio-namento de curta durao, o abrigo cnico pode ser fcil e rapidamenteconstrudo; aloja trs homens e oferece espao para cozinhar em pequeno fogo.

    (2) Construo - Para construir este abrigo pode-se empregar a seguinterotina de trabalho:

    - cortar aproximadamente 25 galhos com 5cm de dimetro e 3m (3fuzis) de comprimento. Os galhos de rvores de folhas persistentes so osmelhores, podendo-se utilizar, entretanto, outros tipos;

    - deixar as folhas nos galhos e apoi-los inclinados sobre uma rvore,de modo que suas pontas mais grossas fiquem acerca de 2m (2 fuzis) de altura;

    - amarrar essas pontas, entre si e em torno do tronco, com uma cordade barraca, arame ou outro material;

    - espaar em torno da arvore, de aproximadamente 30cm, asextremidades que se apiam no solo, devendo ficar a 2m (2 fuzis) do p da rvore;

    - em seguida, cortar os ramos que ficarem para dentro do abrigo edobrar para baixo os ramos externos, de modo que formem uma superfcie maisou menos plana ao se apoiarem sobre os galhos. Os ramos que foram cortadospodem ser usados para fechar quaisquer brechas remanescentes na superfcie doabrigo;

    - envolver o conjunto com panos de barraca, ponchos ou outrosmateriais, para proteg-lo contra o vento; e

    - socar terra ou neve em torno de sua base externa e mesmo sobreo abrigo.

    (3) A figura 3-9 apresenta um abrigo semelhante, mais espaoso, quepode ser feito sem utilizar uma rvore como base ou apoio.

  • C 5-15

    3-11

    Fig 3-9. Abrigo cnico

    Fig 3-10. Abrigo tipo telheiro apoiado numa rocha

    4,5 m

    e. Abrigo tipo telheiro - Este abrigo feito com o mesmo material que oabrigo cnico (arbustos e galharia). Nele, os galhos so apoiados em um muro derocha, em uma encosta ngreme ou em qualquer superfcie vertical existente,sempre do lado abrigado do vento (Fig 3-10 e 3-11).

    3-8

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    3-12

    3-8/3-9

    TERRENO ORIGINAL

    CAMUFLAGEM

    PLSTICO OU LONA

    VALETA

    TERRA

    Fig 3-11. Emprego de abrigo tipo telheiro

    ARTIGO V

    ABRIGOS A CU ABERTO

    3-9. GENERALIDADES

    a. So os mais convenientes quando se dispe de tempo, mo-de-obra ematerial.

    b. Oferecem mais proteo contra os fogos inimigos que os abrigossuperficiais.

    c. Exigem menos tempo e esforo durante a escavao que os abrigos-caverna.

    d. Sua melhor localizao nas contra-encostas, montanhas, serras outaludes ngremes.

    e. A estrutura do abrigo (madeira esquadriada, rolia, chapa de metalondulado) assentada dentro da escavao.

    f. O material escavado colocado em torno e sobre a estrutura at o nveldo solo ou um pouco acima, sendo a seguir camuflado.

    g. O tipo de proteo que esse abrigo oferece depende do tipo de construoe do teto.

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    3-13

    3-9/3-10

    h. Para efeito de drenagem, o piso deve ser ligeiramente inclinado para olado da entrada. A escavao no deve ter tamanho maior que o necessrio, e omaterial escavado deve ser bem socado em torno da estrutura.

    3-10. EXEMPLOS DE ABRIGOS A CU ABERTO

    a. Abrigos de madeira rolia - Os abrigos a cu aberto so freqentementeconstrudos com madeira rolia e de forma semelhante aos abrigos superficiais.Um abrigo a cu aberto construdo numa escavao e coberto com a terraescavada. Quanto mais espessa a cobertura, mais resistentes devem ser oscaixilhos e o revestimento.

    b. Abrigos de chapas ou folhas de metal ondulado (Fig 3-6) - Os abrigosde chapas ou folhas de metal ondulados so rpida e facilmente construdos. So prova de sopro e estilhaos e oferecem a mxima proteo contra o empuxo daterra e contra gua. Devem ter o piso assoalhado.

    c. Abrigo de montanha para dois homens - Este abrigo demonstrou serprtico para uso em terreno montanhoso, particularmente no inverno ou sobcondies de tempo inclementes, quando houver chuvas quase dirias ou quandoas tocas no puderem ser feitas em virtude do solo rochoso. Normalmente, osabrigos deste tipo so constitudos de escavaes de 2m x 1m x 1m, cobertoscom troncos de 5 cm a 8 cm de dimetro e recobertos com galhos de rvores defolhas persistentes, panos de barracas e recursos locais. Seu piso deve serrevestido com ramos de rvores, panos de barraca ou outro material de circuns-tncia. Quando necessrio, pode-se preparar entradas em ambas as extremida-des. Um poo pode ser cavado numa das extremidades para um pequeno fogo.Um parapeito de terra, baixo, deve ser construdo em torno do abrigo para fornecermaior proteo a seus ocupantes. Esse abrigo muito semelhante a um refgiopara homem deitado, porm maior e provido de teto (Fig 3-12 e 3-13).

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    3-14

    3-10/3-11

    Fig 3-12. Abrigo de montanha para dois homens

    60 cmTETO LONA

    CHAMIN

    SUMIDOURODE GRANADAS

    FOGOPOO

    2 m

    Fig 3-13. Abrigo de montanha para dois homens

    ARTIGO VI

    ABRIGOS EM CAVERNAS

    3-11. GENERALIDADES

    a. As cavernas so abrigos permanentes para suprimentos e pessoal,construdos em posies defensivas preparadas, quando h disponibilidade detempo, material e mo-de-obra. Geralmente, os abrigos so escavados por umdos seguintes processos: perfurando encostas de colinas, escarpas, cortes oumontanhas, por meio de galerias; ou escavando em terreno plano uma ou duas

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    3-15

    galerias inclinadas at ser alcanada a profundidade desejada, e ento, abrindo-se o corpo do abrigo, que, no caso de duas galerias, ter ligao entre elas.

    b. Em virtude do terreno que cobre o abrigo no ser revolvido, o abrigo-caverna o menos visvel dos abrigos, desde que a entrada seja dissimulada.Assegura proteo efetiva, mesmo quando parcialmente concludo. , contudo,o tipo de abrigo mais difcil de escavar e, normalmente, o mais difcil de drenar. Aterra escavada poder ser utilizada em parapeitos e trabalhos semelhantes.

    3-12. ENTRADAS

    a. Como as entradas dos abrigos-caverna so visveis observao area,devem ser camufladas. A figura 3-14 apresenta uma das melhores localizaespara uma entrada de caverna para suprimentos; a entrada e a sada dodiretamente na trincheira.

    3-11/3-12

    SUMIDOURO DEGRANADAS

    TRINCHEIRA

    CORRIMO

    DECLIVE 45O

    SUMIDOURO DEGRANADAS

    Fig 3-14. Entradas inclinadas de abrigos-caverna

    b. Em terreno plano, quando as condies permitirem, escava-se umaentrada inclinada no terreno at a profundidade desejada, sob um ngulo de 45graus. Nessa rampa so cortados degraus que so reforados com travessas demadeira.

    c. Para abrigos grandes, so construdas pelo menos duas entradasinclinadas, uma em cada extremidade da cmara, para facilitar a sada e para ocaso de uma das entradas ser obstruda por bombardeio ou fechada por qualqueroutro motivo.

    d. Formato da cmara - A cmara, no fim da entrada, poder ter qualquerforma que se deseje. Entretanto, uma cmara estreita e comprida prefervel auma curta e larga, porque o peso do teto distribudo sobre uma rea maior emvez de concentrar-se em um s ponto.

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    3-16

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    3-13. ABRIGOS-CAVERNA TPICOS

    A figura 3-15 mostra um exemplo de caverna para pessoal tipo nicho, e afigura 3-16 apresenta uma caverna para pessoal tipo galeria.

    Fig 3-15. Abrigo-caverna para pessoal tipo nicho

    Fig 3-16. Abrigo-caverna tipo galeria

    ARTIGO VII

    POSTOS DE COMANDO E OBSERVAO

    3-14. POSTOS DE OBSERVAO

    a. Na ofensiva, o observador raramente tem tempo para cavar uma posio.Devem ser aproveitados, ao mximo, os pontos de observao existentes, tais

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    3-17

    3-14/3-15

    como rvores altas, pontos elevados dos acidentes do terreno e edifcios altos (naszonas urbanas). O PO ideal deve ter, pelo menos, uma via de acesso protegidae deve proporcionar abrigo ou coberta, bem como permitir uma vista desimpedidado terreno de posse do inimigo. Entretanto, no aconselhvel utilizar-se a rvore,o edifcio ou o ponto mais alto, pois so geralmente pontos de referncia para aartilharia inimiga. Quando se utiliza um ponto alto como posto de observao, oobservador deve escolher um local que no projete sua silhueta contra o cu.

    b. Sempre que houver possibilidade, deve-se enterrar o PO (Fig 3-17). Nassituaes defensivas ou estabilizadas, a caverna e a toca para dois homens comteto camuflados so suscetveis de serem utilizadas como PO.

    TERRA 50 cm

    TERRENO

    1 m

    1 m

    1,5 m

    TOROS MNIMO DE 10 cm

    15 cm

    POO DE DRENAGEM

    50 cm

    SACOS DE TERRA

    Fig 3-17. Posto de Observao

    3-15. POSTOS DE COMANDO

    a. Na localizao do PC de um escalo considerado, um dos fatorespreponderantes a considerar a sua posio em relao aos elementos subordi-nados, particularmente aquele que executa a ao principal. O abrigo e a coberturaso aspectos de grande importncia. Nas cidades ou localidades, deve-seempregar ao mximo os pores de edifcios ou outros locais abrigados, cobertose protegidos. As antigas fortificaes inimigas so utilizadas, sempre quepossvel.

    b. Um PC o centro nervoso de uma unidade em campanha. Para dificultara determinao de sua localizao pelo inimigo, os movimentos de viaturas epessoal, nas vizinhanas do PC, devem ser reduzidos ao mnimo, e as medidasde escurecimento, noite, so rigorosamente exigidas. Nas situaes queimpem freqentes deslocamentos, os postos de comando mveis, em reboquesou viaturas com carrocerias adaptadas, economizam muito tempo e mo-de-obra.

    c. Na defensiva, os PC das unidades e as sees do comando das grandesunidades so enterrados. Se necessrio, pode ser facilmente improvisado um PCenterrado com um toldo e a armao de uma viatura. Este tipo oferece proteocontra as intempries e um certo abrigo contra o sopro, os estilhaos e o fogo dasarmas portteis (Fig 3-18 e 3-19).

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    3-18

    Fig 3-18. PC enterrado em um bosque

    Fig 3-19. PC improvisado

    50 cm

    3-15

  • 4-1

    CAPTULO 4

    CAMPOS DE MINAS

    4-1. GENERALIDADES

    a. As minas terrestres constituem um dos mais eficazes obstculosartificiais nos campos de batalha.

    b. Em todos os lanamentos, quer com minas reais, quer com minasinertes durante a instruo, os campos de minas devem ser corretamenteregistrados para a proteo das tropas amigas e para facilitar o seu levantamen-to aps emprego.

    c. Entretanto, em terrenos muito frouxos, o efeito das minas, comoobstculos, reduzido. Para compensar seu afundamento nesse tipo de terreno,as minas so apoiadas sobre tbuas ou outro suporte de superfcie ampla.

    4-2. EMPREGO DAS MINAS

    As minas terrestres so empregadas para retardar ou deter tropasinimigas sob fogo planejado e concentrado, causar baixas ao inimigo e restringirseus movimentos. Informaes detalhadas sobre o emprego das minas constamdas IP 5-31 - MINAS E ARMADILHAS.

    4-3. TIPOS DE MINAS

    a. Minas antipessoal - So empregadas, principalmente, em torno dasposies e postos avanados para dissociar ou dificultar a ao de patrulhasinimigas e retardar o seu assalto. So empregadas, tambm, para dificultar aremoo das minas anticarro, como armadilha, como reforo de outros obstcu-los e, ainda, para abalar o moral da tropa, causando baixas.

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    4-2

    4-3/4-8

    b. Minas anticarro - So destinadas a imobilizar viaturas sobre lagartasou rodas ou para retardar um ataque de carros inimigos, possibilitando maioreficincia do fogo anticarro.

    4-4. TIPOS DE CAMPOS DE MINAS

    Os campos de minas quanto ao tipo, podem ser de proteo local, deunidade, de barreiras, de inquietao ou simulado. Os detalhes sobre essescampos esto contidos nas IP 5-31 - MINAS E ARMADILHAS.

    4-5. ORAMENTO DE MATERIAL E DE MO-DE-OBRA

    Para simplificar o lanamento, o registro e o oramento do tempo e domaterial necessrios, foram estabelecidos processos padronizados.AS IP 5-31 - MINAS E ARMADILHAS tratam do assunto em detalhe.

    4-6. LOCALIZAO DOS CAMPOS DE MINAS

    a. Importncia - A localizao adequada de um campo de minas importante porque determina a posio das armas de apoio e afeta sobremanei-ra as operaes.

    b. Princpios bsicos de coordenao(1) necessrio haver estreita ligao e coordenao entre a unidade

    que lana o campo e a que o vigia e protege.(2) Um campo deve ser lanado em terreno que possa ser efetivamente

    batido pelo fogo das armas portteis, armas anticarro e da artilharia de apoio.

    c. Utilizao do terreno - Se desbordados ou flanqueados, os campos deminas tero pouco ou nenhum valor ttico. Devem, pois, estar apoiados emobstculos naturais ou em qualquer outro obstculo artificial.

    4-7. CONDIES DE LANAMENTO DE CAMPO DE MINAS

    a. O modelo e o processo de lanamento devem ser simples, de maneiraa permitir que as minas sejam lanadas com rapidez e facilmente levantadas pornossas tropas, mesmo noite ou sob mau tempo.

    b. O traado padronizado e, ao mesmo tempo, flexvel para se adaptars variaes do terreno.

    c. As passagens so reduzidas ao mnimo necessrio.

    d. Um campo de minas instalado em quatro fases: localizao, lana-mento, demarcao e registro.

    4-8. CARACTERSTICAS DE UM CAMPO DE MINAS

    a. Ser batido pelo fogo.

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    4-3

    b. Ficar sob observao amiga.

    c. Normalmente, cercado, demarcado e registrado.

    d. Evitar qualquer forma geomtrica regular e posies que sejam facil-mente descobertas.

    e. Sempre que possvel, ser apoiado em obstculos naturais e dispostosde modo a evitar o desbordamento.

    f. Ser coordenado com outros elementos da defesa.

    g. Possuir densidade suficiente para deter um carro que penetre nocampo.

    h. Ter passagens para as patrulhas e viaturas amigas.

    4-9. ATIVAO DE MINAS

    O emprego de dispositivos de ativao varia com as normas estabelecidaspelo Cmt do Ex Cmp e com o tipo de campo a ser lanado. Os campos de minasde unidade, lanados com a finalidade de alerta, no necessitam de dispositivosde ativao. Entretanto, nos campos de minas de barreiras tal exigncia imperiosa. A quantidade de minas ativadas, lanadas em um campo de minas, determinada pelo comandante da unidade, de acordo com as normasestabelecidas.

    4-10. DEFESA DO CAMPO

    a. Fogos de apoio - Todos os campos de minas, exceto os de inquietao,devem ser batidos pelo fogo das armas portteis e anticarro. Quando fornecessrio realizar o fogo de todas as armas de apoio sobre um local deobstculos ou uma faixa de minas, a ligao com a artilharia torna-se importante.

    b. Os postos avanados podem ser colocados frente do campo de minasou da barreira, ou dentro do prprio campo, para evitar que o inimigo realizereconhecimentos completos ou remova partes do campo.

    4-11. PASSAGEM ATRAVS DE CAMPOS DE MINAS

    Nos campos minados so estabelecidas passagens tticas, brechas etrilhas possibilitando o trnsito de patrulhas amigas. Tais passagens soclaramente demarcadas, de forma que sua localizao no seja revelada aoinimigo. Suas localizaes devem ser freqentemente mudadas para que osrastros no as denunciem.

    4-12. EVOLUO DAS MINAS

    Devido grande mobilidade que os exrcitos adquiriram, tm sido feitosestudos no sentido de desenvolver novos artefatos e novas tcnicas na rea

    4-8/4-12

  • C 5-15

    4-4

    relativa a minas. Sabe-se que os exrcitos mais modernos desenvolveram eesto aperfeioando minas consideradas inteligentes, minas dotadas dedispositivos de auto-ativao, de auto-neutralizao e anti-remoo, minasativadas por corrente eltrica, por ondas eletromagnticas e por ondas de rdio,e minas que possuem carga de propulso e sensores com capacidade dedistinguir e escolher alvos, atingindo-os a determinada altura do solo. Sistemasde disperso de minas terrestres instalados sobre viaturas ou aeronaves somtodos avanados para o lanamento de campo minado. As minas lanadaspor esses novos mtodos tm como caractersticas uma relativa resistncia aoimpacto. Contudo, o mtodo tradicional de lanamento de campo de minas e aabertura de passagens atravs do campo minado pelo processo da sondagem,dependendo do terreno e da situao ttica, poder ser o mais indicado. Esteassunto est desenvolvido em sua ntegra nas IP 5-31 - MINAS E ARMADILHAS.

    4-12

  • CAPTULO 5

    OBSTCULOS DE ARAME FARPADO

    ARTIGO I

    INTRODUO

    5-1. GENERALIDADES

    a. A finalidade dos obstculos de arame farpado impedir ou retardar omovimento de tropas a p e viaturas sobre rodas ou lagartas.

    b. Esses obstculos so classificados em tticos, de proteo e suple-mentares (Fig 5-1).

    5-1

    Fig 5-1. Localizao das redes

    REA DE ALVOSDE MORTEIRO

    xxx REDE TTICA xx REDE SUPLEMENTAR x REDE DE PROTEO

  • C 5-15

    5-2

    5-1/5-2

    (1) As redes tticas so localizadas ao longo do lado amigo, na faixa deobstculo mais prxima da posio defensiva de um batalho, para dissociar oataque adversrio e manter o inimigo em reas batidas pelo fogo mais intensoda defesa. As redes tticas estendem-se por toda a frente da posio, mas noso obrigatoriamente contnuas.

    (2) As redes de proteo tm a finalidade de prevenir ataques desurpresa, partindo de pontos muito prximos da rea a defender. Devem ficarbem prximas dos ncleos de defesa, para permitir a observao diurna enoturna e suficientemente afastadas deles, para manter o inimigo alm doalcance normal das granadas de mo.

    (3) As redes suplementares so usadas para ligar os ncleos de defesade peloto e de companhia, e para iludir o inimigo quanto localizao exata darede ttica e direo da faixa final de obstculos.

    c. Quanto sua profundidade, as redes so classificadas em linhas, faixasou reas.

    (1) Linha uma fileira singela de qualquer rede de arame.(2) Faixa so duas ou mais linhas, sem espao entre elas.(3) reas so vrias faixas ou linhas dispostas em profundidade, com

    espao entre elas.

    d. Os obstculos de arame podem ser fixos ou portteis.(1) Os obstculos fixos so construdos no prprio local de emprego e

    no podem ser removidos, salvo se desmontados.(2) Os obstculos portteis podem ser preparados nas reas de

    retaguarda, transportados e instalados nas posies finais.

    e. Os obstculos de arame devem atender os seguintes requisitos:- serem batidos pelo fogo;- estarem sob observao e protegidos por minas AP e dispositivos de

    alerta;- evitarem traados geomtricos regulares e locais facilmente

    identificaveis;- serem camuflados contra as observaes terrestre e area;- serem coordenados com outros elementos da defesa.

    f. As passagens so estabelecidas nas redes de arame com a finalidadede:

    - assegurar a travessia de patrulhas ou de turmas de trabalho; e- permitir a progresso de tropas amigas.

    5-2. MATERIAL UTILIZADO

    a. Arame farpado - um fio de arame torcido, com farpas de quatropontas espaadas de cerca de 10 cm (Fig 5-2).

    b. Fita farpada - uma fita de ao de aproximadamente 2,5cm, comlminas espaadas de cerca de 2 cm (Fig 5-2).

  • C 5-15

    5-3

    5-2

    Fig 5-3. Bobina e boneca de arame farpado

    Fig 5-2. Arame farpado e fita farpadac. Normalmente, o arame farpado fornecido em bobinas (Fig 5-3A). Nas

    construes de pequenas extenses de cercas, na reparao de obstculo e instruo,so utilizadas as bonecas (Fig 5-3B). O manuseio est mostrado na Fig 5-4.

    A B

    Fig 5-4 Luva de aramado

    d. Na construo dos obstculos de arame so usadas estacas de metalou de madeira.

    (1) As estacas de metal so distribudas em tamanhos padronizados(curtas ou de fixao, mdias e longas) (Fig 5-5).

    EXTREMIDADE (MARCA)

    ESQUADRIADA ROLIA

    CRUZETAS(2,5 A 4 cm) 15 cm

    30 c

    m

    1 m

  • C 5-15

    5-4

    5-2

    25 c

    m

    Extremidadereforada

    1,2

    m 50 c

    m

    ESTACA CURTA

    ESTACA MDIA

    Fig 5-5. Estacas de metal(2) Na confeco das estacas de madeira podem ser empregados pau

    rolio e madeira esquadriada. As de fixao tm de 50 cm a 70 cm decomprimento, e as longas, 1,50m de comprimento (Fig 5-6 e 5-7).

    Fig 5-6. Estaca de madeira e de trilho

    OLHAL (facilita aamarrao)

    ESTACA LONGA

    1,5

    m

    Fig 5-7. Estaca de madeira, com sapata (uso em terreno frouxo)

  • C 5-15

    5-5

    5-2

    e. Amarraes de arame farpado - Na construo de redes de arame soempregados trs tipos de