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BRASÍLIA-DF ANO XXXIV Nº 194 OUT/NOV/DEZ 2007 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO BRASÍLIA-DF ANO XXXIV Nº 194 OUT/NOV/DEZ 2007 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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BRASÍLIA-DF • ANO XXXIV • Nº 194 • OUT/NOV/DEZ 2007 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITOBRASÍLIA-DF • ANO XXXIV • Nº 194 • OUT/NOV/DEZ 2007 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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PUBLICAÇÃO DO CENTRO DE COMUNICAÇÃOSOCIAL DO EXÉRCITO (CCOMSEx)

• Chefe do CCOMSEx:Gen Bda Adhemar da Costa Machado Filho

• Subchefe do CCOMSEx:Cel Cav Luiz Felipe Kraemer Carbonell• Chefe de Produção e Divulgação:Cel Cav João Humberto Dalla Torre

CONSELHO EDITORIALCel Inf José Carlos Sappi

Cel Cav João Humberto Dalla TorreCel R/1 Jefferson dos Santos Motta

SUPERVISÃO TÉCNICACel R/1 Jefferson dos Santos Motta

REDAÇÃOCel Art Afonso Henrique Ignácio Pedrosa

Cel Cav João Humberto Dalla Torre Cap QCO Regina Célia de Souza Lemos Barros

PROJETO GRÁFICO1º Ten QAO Osmar Leão Rodrigues

1º Ten QAO Topo Carlos Alberto Ramos de Morais1º Ten OTT Aline Sanchotene Alves

SC Margonete Nazide Nogueira

COORDENAÇÃO E DISTRIBUIÇÃOCentro de Comunicação Social do Exército

IMPRESSÃOGRÁFICA EDITORA PALLOTTI

Av. Plínio Brasil Milano, 2145 – Passo D’Areia90520-003 – Porto Alegre-RS

Fone: (51) 3021-5001

TIRAGEM30.000 exemplares • Circulação dirigida

(no País e no exterior)

FOTOGRAFIASArquivo CCOMSEx

JORNALISTA RESPONSÁVELMaria José dos Santos Oliveira – RP/DF/MS 3199

PERIODICIDADETrimestral

É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a fonte,exceto das matérias que contiverem indicação em contrário.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAQuartel-General do Exército – Bloco B – Térreo70630-901 – Setor Militar Urbano – Brasília/DF

Telefone: (61) 3415-4399 • Fax: (61) 3415-5263www.exercito.gov.br

[email protected]

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C – ANO XXXIV – Nº 194 – OUT/NOV/DEZ 2007

Gen Bda Adhemar da Costa Machado FilhoChefe do CCOMSEx

aro leitorAo encerrar-se o ano de 2007, a Revista V V V V Verererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva aborda um tema de

crescente preocupação mundial: a preservação do meio ambiente. Nesta edição mos-traremos o papel desempenhado pelo Exército Brasileiro na questão ambiental.

Ações de proteção e preservação do meio ambiente são realizadas por todas asOrganizações Militares. Por possuir unidades distribuídas em todo o território nacional,o Exército, em vários locais, é a única presença do Estado e o único promotor dasatividades ambientais. A Revista V V V V Verererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva 194 contempla o nosso leitor com váriasreportagens dessas ações. Seja no paraíso ecológico da Marambaia (RJ), seja na Matado Curado – principal reserva ecológica metropolitana do Recife. Na bacia hidrográficado São Francisco com o 55º BI e o 72º BI Mtz, ou na implantação de ParquesZoobotânicos em Petrolina (PE) e em Boa Vista (RR).

O Exército Brasileiro tem como espinha dorsal a formação de seus recursos huma-nos. A preservação ambiental perpassa o desenvolvimento de uma consciência decor-rente de uma efetiva educação ambiental. Aprecie, na página 9, a estrutura de ensinomilitar que forma profissionais comprometidos com a proteção do meio ambiente.

O patrimônio ambiental sempre foi foco de atenção do ordenamento jurídico doBrasil. Conheça a legislação ambiental brasileira e sua evolução histórica no artigo dapágina 6.

O preparo profissional da tropa deve considerar a preservação do meio ambiente eeliminar ou reduzir conseqüências antrópicas negativas. Perceba como o Exército exercesuas atividades preservando o meio ambiente com o artigo “O Preparo Operacional daTropa e a Preservação do Meio Ambiente”.

No campo científico-tecnológico, o Instituto Militar de Engenharia criou, em parce-ria com o Ministério dos Transportes, uma ferramenta de controle gerencial dos proce-dimentos ambientais. O artigo “Sistema de Gestão Ambiental VVVVVerererererde-de-de-de-de-OlivaOlivaOlivaOlivaOliva (SGAVO)”apresenta esse sistema que pode ser acessado por qualquer usuário na internet. Estabe-leça contato com o SGAVO e saiba como acessá-lo.

A preservação do meio ambiente e a saúde estão intrinsecamente associadas.A Diretoria de Saúde nos brindou com um artigo que esclarece essa relação e apontaações em favor da saúde e do meio ambiente. Não deixe de consultar a página 39.

O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) desenvolve o melhor curso deformação de combatente de selva do mundo, mas sua ação não se limita a isso. Atua,também, na questão ambiental com o Centro de Pesquisa da Fauna e da Flora daAmazônia, entidade que realiza e apóia pesquisas zoobotânicas em parceria com oInstituto Nacional de Pesquisa Amazônica (INPA). Universidade Federal do Amazonas(UFAM) e a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM). Aprecie este tra-balho diferenciado do CIGS.

Finalmente, caro leitor, o Exército Brasileiro possui uma firme e concreta tradição napreservação do patrimônio nacional, incluindo o meio ambiente, associada à permanên-cia secular nas áreas administradas pela Instituição. Nesta Revista V V V V Verererererde-de-de-de-de-Oliva,Oliva,Oliva,Oliva,Oliva, pode-rá ser testemunhada essa realidade. Boa leitura e até a próxima edição.

Imagens de meio ambiente

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6 - A evolução histórica daLegislação Ambiental no Brasil

23 - 0 55º BI e o meioambiente

9 - A educação ambiental noExército Brasileiro

16 - O Sistema de Gestão Ambi-ental no Exército Brasileiro

19 - Gestão Ambiental no Com-plexo Científico-TecnológicoGuaratiba-Marambaia

27 - Como o CMNE realiza apreservação de ecossistemas

31 - O reconhecimento de umtrabalho de preservaçãoambiental

33 - O Exército e o Dia daÁrvore

36 - 72º BI Mtz – uma OM pre-ocupada com a preservaçãoambiental

39 - Meio Ambiente e Saúde:uma preocupação global

42 - Educação Ambiental –16ª Base Logística de Selva

46 - O Centro de Pesquisa daFauna e da Flora da Amazônia

50 - O Zoológico do C Fron RR/7º BIS

52 - I Simpósio de MeioAmbiente

54 - Personagem da NossaHistória – Coronel JorgeTeixeira de Oliveira

12 - O preparo operacional datropa e a preservação do meioambiente

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Ilustre leitor, obrigado por sua contribuição no ano de 2007. Nomomento em que encerramos mais um ano de trabalho, a Equipe daRevista VO aproveita para formular aos nossos leitores um 2008 plenode realizações. É nossa a expectativa de continuarmos juntos .

Prezado General Adhemar,Tenho recebido regularmente a Revista Verde-Oliva,

veículo de divulgação das atividades do Exército Brasilei-ro. A excepcional qualidade do seu conteúdo mostra oresultado de um trabalho profissional de elevado valor,conduzido no sentido de divulgar aos seus leitores a ima-gem verdadeira da Força Terrestre, no contexto nacional.Nota-se a preocupação dos seus responsáveis, desde aChefia, o Conselho Editorial, a Supervisão Técnica, a Re-dação e o Projeto Gráfico, em oferecer ao seu público-alvo o que de melhor pode ser feito em matéria de Comu-nicação Social.

O número – 192, Abr/Mai/Jun 2007 – extrapolouem beleza e qualidade de realização. A objetividade doseu conteúdo abrangente, com assuntos de alto teor in-formativo, conservou a alta qualidade dos números ante-riores.

Sendo privilegiado em receber a “Verde-Oliva” em mi-nha casa, sinto-me como ainda trajando o uniforme dosmeus dias de atividade e orgulhoso da Força que me aco-lheu e proporcionou-me os melhores momentos de minhavida profissional.

Com meu cordial abraço, desejo a V. Exa todo sucessona sua gestão”.

Gen Iran CarvalhoEx-Diretor do Arsenal de Guerra do Rio (AGR).

Parabenizo a todos os integrantes da Revista Verde-Oliva pela matéria “Recursos Humanos do Exército Brasi-leiro”, veiculada no exemplar nº 192. Certamente, o re-conhecimento público do trabalho realizado pelo capitalhumano de nossa Força Terrestre – em especial das Pra-ças – constitui fonte renovadora e motivadora para o apri-moramento dos seus Quadros”.

Subtenente LeonardoCentro de Documentação do Exército–Brasília-DF

Estava folheando e lendo as páginas da edição nº 191,desta tão significativa revista (Verde-Oliva), que informasobre as atividades e as organizaçõs militares de nossaForça Terrestre.

Sou um paisano com um “espírito militar”. Valorizo aInstituição e sou um apologista de nosso Escudo Verde-Oliva, peitos e braços defensores desta mui amadapátria”.

Antonio Moras de SouzaCampo Grande – Rio de Janeiro-RJ

Prezado Gen Adhemar (meu ex-cadete)Foi com muita satisfação que recebi a Revista Verde-

Oliva nº 192. Desejo agradecer e, principalmente,cumprimentá-lo e a todos da equipe Verde-Oliva pela qua-lidade da publicação. Bom gosto e profissionalismopermeiam os artigos. Oportuna referência aos nossos atletaspassados da época do PAN 2007. O foco no homem,viga mestra da Instituição, é outro destaque. Continuemassim, a opinião pública precisa nos conhecer a cada dia!Um abraço”.

Gen Div Théo Espindola Basto.

Eu me chamo Patrícia Montenegro e meu avô, GenDanilo Augusto Ferreira Montenegro, sempre recebeu arevista de vocês: a Verde-Oliva, e sempre apreciou muito,assim como toda a família.

Infelizmente, meu avô faleceu em fevereiro de 2007e agora não estamos mais recebendo essa revista tão espe-cial para todos nós.

Minha avó (viúva do Gen Danilo Montenegro) gosta-ria de receber a revista, se for possível. Ela ficará muitofeliz em não perder esse elo tão importante com a famíliamilitar brasileira”.

Patrícia MontenegroLagoa – Rio de Janeiro-RJ

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ito A EVOLUÇÃO HISTÓRICA

DA LEGISLAÇÃOAMBIENTAL NO BRASIL

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tinham seu foco voltado para a proteção de determi-nados recursos ambientais de importância econômi-ca. O Código de Águas, por exemplo, muito mais quea proteção desse recurso natural, privilegiava a gera-ção de energia elétrica.

Nas décadas de 60 e 70, verificou-se um grandeavanço com a criação de Unidades de Conservação(UCs) e surgiram as primeiras propostas para criaçãode um “sistema nacional”.

Ainda nos meados da década de 60, apareceramas primeiras preocupações referentes à utilização dosrecursos naturais de forma racional, com a compreen-são de que estes só se transformariam em riquezas seexplorados de forma controlada e segundo usos múl-tiplos. Dessa forma, o uso para exploração dessesrecursos naturais para determinada finalidade não

patrimônio ambiental sempre foi foco deatenção da legislação brasileira. No princípio,predominava, em relação ao meio ambiente,

os interesses fundiários da Coroa e dos próprios lo-catários. Entretanto, era sempre uma preocupaçãosetorial relacionada a benefícios econômicos imedia-tos. Basta lembrar que, nos primeiros tempos, a ex-ploração da madeira e de seus subprodutos repre-sentavam a base colonial e se constituíam em Mono-pólio da Coroa.

Mesmo depois da Independência, os cuidados como meio ambiente tinham como objetivo prolongar suaexploração. No século XX, a partir da década de 30,quando o país sofreu profundas modificações políti-cas, o velho Código Florestal, o Código de Águas,assim como o Código de Caça e o de Mineração,

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impediria para outros fins, nem viria em detrimento dasaúde da população e de sua qualidade de vida. Des-se período, datam, entre outros, o Estatuto da Terra,o novo Código Florestal, a Lei de Proteção à Fauna, oCódigo de Pesca, o Código de Mineração e a criaçãodo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal,com incumbência expressa de "cumprir e fazer cum-prir" tanto o Código Florestal como a Lei de Proteçãoà Fauna. Também foram instituídas reservas indígenase criados Parques Nacionais e Reservas Biológicas.

No final da década de 60, preocupada com o cres-cimento econômico e o processo de industrializaçãopredatória, a Suécia propôs à ONU (Organizações dasNações Unidas) a realização de uma conferência in-ternacional para discutir os principais problemasambientais que já alcançavam uma dimensão global,relacionando-os a questões socioeconômicas, em es-pecial à pressão do crescimento demográfico sobreos recursos naturais nos países pobres.

A Conferência das Nações Unidas para o MeioAmbiente realizada em Estocolmo em 1972, queresultou na “Declaração sobre o Meio AmbienteHumano”, foi marco decisivo e repercutiu de formanotável sobre a legislação ambiental brasileira. A parti-cipação do Brasil nessa Conferência foi muito impor-tante para os seus rumos, influindo fortemente nasrecomendações da Declaração de Estocolmo sobre oMeio Ambiente. Contudo, devido a distorções de con-ceitos impostas pela mídia nacional e internacional,

a opinião pública passou a acreditar que o Brasil pre-conizava o desenvolvimento econômico a qualquer cus-to, mesmo devendo pagar o preço da poluição emalto grau. Na verdade, a posição oficial brasileiradefendia o Homem como o principal sujeito da prote-ção ambiental, sendo tão danosa a chamada “poluiçãoda pobreza” (falta de saneamento básico e de cuida-dos com a saúde pública - alimentação e higiene) comoa “poluição da riqueza” (industrial). Esse mal-entendi-do, entretanto, acabou por ser benéfico. A necessi-dade de dar uma prova pública de que o GovernoBrasileiro tinha também preocupações com a polui-ção e com o uso racional dos recursos ambientaisresultou na criação da Secretaria Especial do MeioAmbiente. Ela foi criada pelo Decreto nº 73.030, de30 de outubro de 1973, como “órgão autônomo daAdministração Direta” no âmbito do Ministério doInterior “orientada para a conservação do meio ambi-ente e uso racional dos recursos naturais”.

As competências outorgadas à antiga SEMA(Secretaria do Meio Ambiente), que com a Superin-tendência da Borracha, a Superintendência da Pesca eo Instituto Brasileiro de DesenvolvimentoFlorestal formavam o IBAMA, lhe deram condiçõesde tratar o meio ambiente de uma forma integrada,cuidando das transformações ambientais adversas comvários instrumentos, inclusive influindo nas normas definanciamentos e na concessão de incentivos fiscais.

Essas competências representaram uma verdadei-ra guinada na forma com que a União utilizava os re-cursos naturais e exercia o controle da poluiçãoambiental.

A primeira delas já é emblemática dessa nova vi-são: “acompanhar as transformações do ambiente atra-vés de técnicas de aferição direta e sensoriamento re-moto, identificando as ocorrências adversas e atuan-do no sentido de sua correção”. As demais tambémrepresentam notável progresso, basta ver que entresuas competências estava: “promover a elaboração eo estabelecimento de normas e padrões relativos àpreservação do meio ambiente, especialmente dos re-cursos hídricos, que assegurem o bem-estar das po-pulações e o seu desenvolvimento econômico”.

É acentuada, pela primeira vez, a íntima ligação exis-tente entre a necessidade da conservação ambiental eo desenvolvimento econômico e bem-estar das po-pulações: por isso, foi outorgado a um órgão ambientala missão de atuar junto aos agentes financeiros paraconcessão de financiamento a entidades públicas eprivadas com vistas à recuperação dos recursos

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Arara-azul

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naturais afetados por processos predatórios oupoluidores; e exercido o assessoramento a órgãos eentidades incumbidas da conservação do meio am-biente tendo em vista o uso racional dos recursosambientais. A necessidade de se promover a educa-ção ambiental em escala nacional, assim como a for-mação e o treinamento de técnicos e especialistasem assuntos relativos à preservação ambiental, nãoforam esquecidos.

Proveniente de uma mensagem do Poder Executi-vo elaborada pela antiga SEMA e amplamente discuti-da no Congresso Nacional, foi, em 31 de outubro de1981, sancionada a Lei que estabeleceu a Política Na-cional do Meio Ambiente. As conquistas obtidas emâmbito estadual e federal foram consolidadas e ampli-adas. A principal qualidade dessa legislação foi o re-conhecimento, ditado pela experiência, de que a exe-cução de uma Política Nacional do Meio Ambiente,em um país com as dimensões geográficas do Brasil,não seria possível se não houvesse uma descentralizaçãodas ações. Os Estados e Municípios foram acionadoscomo executores de medidas e providências que de-vem estar solidamente embasadas no postulado que omeio ambiente representa “um patrimônio a ser ne-cessariamente assegurado e protegido, atendendo ouso coletivo”.

A Política Nacional de Meio Ambiente foi o pri-meiro marco do ordenamento jurídico ambiental. EssaLei trouxe para o mundo do Direito o conceito demeio ambiente como objeto específico de proteçãoem seus múltiplos aspectos; o de instituir o Sistema

Nacional de Meio Ambiente, apto a propiciar o plane-jamento de uma ação integrada de diversos órgãosgovernamentais através de uma política nacional para osetor; e o de estabelecer a obrigação do poluidor dereparar os danos causados, de acordo com o princí-pio da responsabilidade objetiva em ação movida peloMinistério Público.

O segundo marco coincidiu com a edição da leique disciplinou a ação civil pública como instru-mento processual específico para a defesa do meioambiente e de outros interesses difusos e coleti-vos. Possibilitou, também, que a agressão ambientalfinalmente viesse a tornar-se um caso de justiça.Mediante essa lei, as associações civis ganharamforça para provocar a atividade jurisdicional e, demãos dadas com o Ministério Público, puderamem parte frear as inconseqüentes agressões aomeio ambiente. Para exemplificar a dimensão reale a importância efetiva do afrouxamento das re-gras de legitimação para agir, basta lembrar quepaíses mais desenvolvidos da União Européia e tãopróximos de nossa tradição jurídica, como Ale-manha, França, Bélgica, Portugal e Espanha, aindabuscam, sem resultados concretos, um sistema deacesso coletivo à Justiça.

O terceiro marco foi a promulgação da Constitui-ção Federal em 1988. O progresso foi notável na me-dida em que a Carta Magna dedicou, ao meio ambien-te, um capítulo próprio e um dos textos mais avança-dos do mundo (artigo 225: “Todos têm direito ao meioambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso co-mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e à coletividade o de-ver de defendê-lo e preservá-lo para as presentes efuturas gerações”.

O quarto marco foi a criação da “Lei de CrimesAmbientais”, que representa significativo avanço na tu-tela do meio ambiente ao inaugurar uma sistematiza-ção das sanções administrativas e tipificar, organica-mente, os crimes ecológicos. O diploma também ino-va ao tornar realidade a promessa constitucional de seincluir a pessoa jurídica como sujeito ativo do crimeambiental, superando o clássico princípio societasdelinquere non potest. (sociedades não podemdelinqüir).

A preocupação com o meio ambiente tem se mos-trado cada vez mais evidente no Brasil, fato constata-do pelo arcabouço jurídico ambiental brasileiro, quevem se adaptando à realidade dos problemas ambientaisexistentes.

Pau-brasil

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o ambiente institucional, o sistema de ensino é res-ponsável pela formação do indivíduo. Nesse intui-to, a Educação Ambiental constitui uma forma

abrangente de educação, por meio de um processo peda-gógico participativo permanente que procura incutir noeducando uma consciência sobre a problemática ambiental.Dentro dessa premissa e de acordo com a Lei nº 9.795,de 27 de abril de 1999, o Exército Brasileiro desenvolve aEducação Ambiental. O Art. 10 da Lei define que a Edu-cação Ambiental será desenvolvida como prática integra-da, contínua e permanente em todos os níveis de modali-dade do ensino formal, contudo, o seu § 1º determinaque não deva ser implantada como uma disciplina especí-fica no currículo. Determina, ainda, no seu Art. 13, que aeducação não-formal deve permear todo o processo pormeio de ações e práticas educativas voltadas à sensibilizaçãoda coletividade sobre as questões ambientais e à sua orga-nização e participação na defesa da qualidade do meioambiente.

Vejamos como algumas de nossas escolas desenvolvemessas duas modalidades de educação ambiental – a formale a não-formal.

SISSISSISSISSISTEMA COLÉGIO MILITTEMA COLÉGIO MILITTEMA COLÉGIO MILITTEMA COLÉGIO MILITTEMA COLÉGIO MILITAR DOAR DOAR DOAR DOAR DOBRASILBRASILBRASILBRASILBRASIL

No Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) a educa-ção ambiental se dá em duas esferas: a disciplinar e ainterdisciplinar.

No âmbito disciplinar encontramos conteúdoscurriculares – notadamente nas disciplinas de Ciências Fí-sicas e Biológicas do Ensino Fundamental, e de Biologiado Ensino Médio – os quais, organizados racionalmente,garantem uma abordagem valorativa sobre o tema. Asdemais disciplinas que, em seus conteúdos específicos, nãotratam diretamente da questão, guardam para ela um olharque reconhece sua importância e urgência e, sempre quepossível, seus professores inserem informações relevantesem suas aulas.

Na esfera interdisciplinar encontramos grandeocorrência de projetos que mobilizam todos os membrosdos Colégios Militares para – dessa vez, em caráter maisprático – atuar em prol do meio ambiente.

Como exemplos, podemos citar: o projeto “Lugar eAmbiente”, criado em 2005 pelo Colégio Militar de Por-to Alegre (CMPA), que tem como objetivo despertar nacomunidade o interesse pela preservação e recuperaçãodo ambiente no qual está inserida; o projeto“Reciclamundo”, criado em 2006 pelo Colégio Militar deSanta Maria (CMSM), que congrega diversas atividadesecológicas, sempre visando a uma maior interação entre asociedade local e o CMSM, tais como o plantio de árvo-res, a realização de palestras, o percurso por trilhas etc;os projetos Observação de Aves e Propagação de PlantasNativas e Exóticas – e este último realiza coleta de algu-mas sementes nesta área – e o projeto de Compostagem,que foi criado pelo Colégio Militar de Campo Grande(CMCG), em 2006.

Além dos projetos, os Colégios Militares adotam práti-cas de conscientização que, ocupando o tempo de conví-vio dos alunos dentro dos educandários – tempo este quedeve, sempre, ser pedagogicamente orientado –, os levama vivenciar experiências frutíferas para as suas formações, taiscomo o uso racional dos recursos naturais, a coleta seletivade lixo e a pesquisa da fauna e flora. Entre essas práticas,podemos referenciar o “Recreio Cultural” instituído peloColégio Militar do Rio de Janeiro, a partir de 2006, comooportunidade de expressão artística sobre o tema.

COLÉGIO MILITCOLÉGIO MILITCOLÉGIO MILITCOLÉGIO MILITCOLÉGIO MILITAR DEAR DEAR DEAR DEAR DESALSALSALSALSALVVVVVADOR E ESCADOR E ESCADOR E ESCADOR E ESCADOR E ESCOLOLOLOLOLA DEA DEA DEA DEA DEADMINISTRAÇÃO DOADMINISTRAÇÃO DOADMINISTRAÇÃO DOADMINISTRAÇÃO DOADMINISTRAÇÃO DOEXÉRCITOEXÉRCITOEXÉRCITOEXÉRCITOEXÉRCITO

Como um reflexo do enorme desafio que a sociedademoderna enfrenta atualmente, ou seja, como mudar arelação da sociedade com o meio ambiente no plano locale no global, a Educação Ambiental ganhou força na

A EDUCAÇÃOAMBIENTAL

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aPalestra no 25º GAC L sobre o meio ambiente

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Escola de Administração do Exército (EsAEx) e no ColégioMilitar de Salvador (CMS) nos últimos cinco anos.

A gestão e a educação ambiental, nessas Escolas, têmquatro grandes metas:

• gestão adequada dos resíduos sólidos produzidosnas Escolas;

• educação ambiental do público interno e discentes;• uso racional dos recursos naturais, em particular de

água e energia elétrica; e• manejo adequado da área verde da Organização

Militar.Em 2004, junto com a conscientização do público

interno por meio de palestras e panfletos, foi implantada areciclagem de lixo, permitindo destinar cerca de três tone-ladas/ano a uma cooperativa de catadores de lixo. Já em2007, a Organização Militar passou a reciclar papel,plásticos, metal e vidro, resíduos de garagem e lâmpadasfluorescentes. Essas iniciativas são realizadas com oenvolvimento do corpo docente e discente e têm contri-buído para uma nova visão ambiental.

No CMS, em 2007, foi implantado o Grêmio de MeioAmbiente, entidade orientada por educadores ambientais.Atualmente, é composto por 48 alunos e está situado numespaço físico localizado junto à reserva florestal da Orga-nização Militar. Ali são realizadas oficinas de reciclagem,reflorestamento, pesquisa de fauna, educação ambiental,entre outras atividades. O Grêmio realiza, durante o anoletivo, palestras de Educação Ambiental e gestão do meioambiente no Exército. Os alunos da EsAEx e do CMS de-senvolvem durante os cursos pesquisas e publicações so-bre o tema transversal meio ambiente como forma deinternalizar novos conceitos e mudar sua postura frente anatureza e a vida no planeta.

ESCESCESCESCESCOLOLOLOLOLA DE SARA DE SARA DE SARA DE SARA DE SARGENTGENTGENTGENTGENTOS DOS DOS DOS DOS DASASASASASARMAS (ESA)ARMAS (ESA)ARMAS (ESA)ARMAS (ESA)ARMAS (ESA)

A educação ambiental é ensinada de maneira indireta,seus fundamentos estão na aptidão do líder de fração em

não permitir que seus comandados deixem vestígios poronde passarem e a utilizar o terreno e a vegetação comoaliados fundamentais do militar em operações. É nainstrução de saneamento e de instalações em campanhaque o aluno aprende a destinar corretamente os resíduossólidos e líquidos, visando à higiene e à conseqüentecapacidade da tropa em durar na ação em campanha.

Como parte das comemorações internas alusivas aoDia Internacional do Meio Ambiente, a Escola de Sargen-to das Armas realizou, em junho de 2007, um plantio deárvores na área de seu aquartelamento, localizado em umaalça do Rio Verde, simbolizando, assim, o comprometi-mento com a preservação do meio ambiente na Escola.

A EsSA possui estações de tratamento de esgotos, evi-tando-se a poluição do Rio Verde.

ACACACACACADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITADEMIA MILITAR DAR DAR DAR DAR DASASASASASAGULHAS NEGRAS (AMAN)AGULHAS NEGRAS (AMAN)AGULHAS NEGRAS (AMAN)AGULHAS NEGRAS (AMAN)AGULHAS NEGRAS (AMAN)

Nas normas de sistema de gestão ambiental da AMANestão inseridos os principais cuidados com o Meio Ambi-ente, todos coerente com a legislação ambiental.

A educação ambiental é ensinada transversalmente nosquatro anos de Academia, sendo que, no terceiro ano, ocadete tem aulas sobre o tema Gestão Ambiental.

A AMAN tem, também, como ponto forte em suasinstalações, cujo projeto remonta à década de 40 do sé-culo passado, uma estação de tratamento de esgoto quefunciona plenamente. Em seus postos de lavagem e lubri-ficação, há o cuidado ambiental de separar os resíduosprovenientes das viaturas para não contaminar os cursosd'água alimentadores da bacia do Rio Paraíba do Sul.

É da AMAN que sai a maioria dos jovens oficiais quecontribuirão com a mentalidade pró-ativa de preservaçãoambiental no Exército Brasileiro.

Concurso de Fotografia Ambiental no CMS

Dia do Meio Ambiente – EsAEx-CMS

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INSINSINSINSINSTITUTTITUTTITUTTITUTTITUTO MILITO MILITO MILITO MILITO MILITAR DEAR DEAR DEAR DEAR DEENGENHARIA (IME)ENGENHARIA (IME)ENGENHARIA (IME)ENGENHARIA (IME)ENGENHARIA (IME)

Localizado na Praia Vermelha, este Instituto de For-mação de Engenheiros também pratica a educaçãoambiental. O assunto é explorado no primeiro semestredo ano dentro da matéria “Efeitos do ComponenteAmbiental nas Obras de Engenharia”. Os trabalhos de con-clusão de curso contemplam o tema Meio Ambiente.

ESCESCESCESCESCOLOLOLOLOLA DEA DEA DEA DEA DEAPERFEIÇOAMENTO DEAPERFEIÇOAMENTO DEAPERFEIÇOAMENTO DEAPERFEIÇOAMENTO DEAPERFEIÇOAMENTO DEOFICIAIS (ESAO)OFICIAIS (ESAO)OFICIAIS (ESAO)OFICIAIS (ESAO)OFICIAIS (ESAO)

A Escola dos Capitães tem em seu currículo, para oscapitães-alunos dos Cursos de Engenharia e de MaterialBélico, respectivamente, o estudo dos impactos das ope-rações militares e a recuperação no meio ambiente.

ESCESCESCESCESCOLOLOLOLOLA DE COMANDO EA DE COMANDO EA DE COMANDO EA DE COMANDO EA DE COMANDO EESESESESESTTTTTADO-MAIOR DO EXÉRADO-MAIOR DO EXÉRADO-MAIOR DO EXÉRADO-MAIOR DO EXÉRADO-MAIOR DO EXÉRCITCITCITCITCITOOOOO(ECEME)(ECEME)(ECEME)(ECEME)(ECEME)

Sua missão é a de preparar oficiais superiores para oexercício de funções de Estado-Maior, comando, chefia,direção e de assessoramento aos mais elevados escalõesda Força Terrestre. Além disso, coopera com os Órgãosde Direção Geral e de Direção Setorial no desenvolvimen-to da doutrina para o preparo e o emprego da Força Ter-restre.

A educação ambiental é explorada por meio de pales-tras e painéis, sendo que, na conclusão do curso, sãoexigidas monografias sobre temas de interesse do Exérci-to, entre os quais está inserido o Meio Ambiente.

INSINSINSINSINSTRTRTRTRTRUÇÃUÇÃUÇÃUÇÃUÇÃO MILITO MILITO MILITO MILITO MILITAR NAR NAR NAR NAR NOOOOOPREPPREPPREPPREPPREPARARARARARO E EMPREGO DO E EMPREGO DO E EMPREGO DO E EMPREGO DO E EMPREGO DAAAAATRTRTRTRTROPOPOPOPOPAAAAA

O ensino não-formal voltado para o meioambiente é destinado aos cabos e soldados eé desenvolvido durante o período de instru-ção anual como matéria componente do pre-paro e emprego da Força Terrestre.

O Plano de Instrução Militar (PIM) pres-creve cuidados com a flora, a fauna e os re-cursos hídricos em qualquer bioma do terri-tório nacional e, em especial, em unidadesde conservação e terras indígenas, tudo semperder o realismo do treinamento para ocombate.

O Exército desenvolve, desde 2004,mediante parceria com a Fundação Culturaldo Exército, o projeto Educação Ambientalpara o Desenvolvimento Sustentável. O ob-jetivo do projeto é formar o agentemultiplicador do conhecimento ambiental emtodos os jovens que serão licenciados após oserviço militar.

A Educação Ambiental do Exército visa, antes de tudo,a desenvolver junto aos recursos humanos da Força amentalidade de prevenção, preservação e conservação dosrecursos naturais, bem como formar o cidadão capaz deviver em harmonia com o meio ambiente.

ESCESCESCESCESCOLOLOLOLOLA DE INSA DE INSA DE INSA DE INSA DE INSTRTRTRTRTRUÇÃUÇÃUÇÃUÇÃUÇÃOOOOOESPECIALIZADAESPECIALIZADAESPECIALIZADAESPECIALIZADAESPECIALIZADA

Os Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos daEscola de Instrução Especializada (EsIE) apresentam, emsua grade curricular, na disciplina Administração MilitarII, a Unidade Didática Gestão Ambiental, na qual constamos seguintes assuntos: os possíveis impactos das opera-ções militares ao meio ambiente e a legislação brasileirasobre o tema.

Os sargentos-alunos são divididos em pequenosgrupos encarregados da realização de pesquisas na Internetsobre os temas, incluindo o estudo das legislações atual-mente em vigor e a apresentação de trabalhos sobre oscuidados com o emprego de animais na instrução, oscuidados com o meio ambiente, as sanções previstas naslegislações e os impactos das operações militares ao meioambiente. Durante as instruções, são, ainda, aproveitadasas experiências vivenciadas pelos alunos nos Corpos deTropa dos diferentes Comandos Militares, o que vem aenriquecer e aumentar o cabedal de conhecimentosadquiridos.

As Seções de Intendência e de Topografia são respon-sáveis pelo processo de aperfeiçoamento de sargentos naEscola de Instrução Especializada. Dessa forma, são res-ponsáveis pelo preparo do Sargento-aluno nos diversosassuntos afetos à Gestão Ambiental, tornando-o difusor eagente ativo desse novo paradigma que é o de uma socie-dade que busca o desenvolvimento, contudo, preocupadana proteção e conservação do nosso meio ambiente.

EsIE – Sgt-aluno apresentando trabalho ao final da Instrução

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Defesa da Pátria e a Garantia da Lei e da Ordem,Missões Constitucionais das Forças Armadas, pa-recem, à primeira vista, atividades antagônicas

quando se imaginam operações militares concomitantescom a preservação do Meio Ambiente.

Porém, o Exército Brasileiro (EB), norteado pelas Mis-sões Constitucionais que lhe estão confiadas, não perdede vista o contido no Art. 225 da Constituição Federal /88, que trata do Meio Ambiente, cuja Política Nacionalinsere a Força como componente do Poder Público na suadefesa e preservação. Assim sendo, fica claro e compre-ensível que o Exército, em suas ações subsidiárias e emtreinamento, deverá colaborar com o desenvolvimentosustentável do País.

Para tal, o Exército Brasileiro criou normas e estabele-ceu uma série de procedimentos que orientam seus in-tegrantes nos cuidados que se deve ter com o Meio Ambiente.

O Sistema de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro,elaborado em 2002, em última análise, se orienta pelaPolítica de Gestão Ambiental, pela Diretriz Estratégica deGestão Ambiental e pelos Planos Básicos de GestãoAmbiental.

Outros documentos merecem destaque como o Planode Instrução Militar (PIM) e o Regulamento Interno e dosServiços Gerais (R/1-RISG).

No Plano de Instrução Militar, expedido anualmente,estão contidas todas as orientações e coordenações nasatividades de Preparo e Emprego da Força Terrestre parao ano de instrução em vigor; portanto, atinge diretamenteos Corpos de Tropa.

Já o Regulamento Interno e dos Serviços Gerais, noseu capítulo IX, “Do Controle Ambiental”, define

A

cuidados, responsabilidades e principais providências noâmbito de uma Organização Militar (OM) para proteger oMeio Ambiente, incluindo-se aí, os Campos de Instrução.

Saliente-se que os Campos de Instrução são áreas apro-priadas ao Preparo da Tropa, onde, simultaneamente, sãorealizadas treinamento para seu Emprego e, também, otiro real de armas de qualquer tipo, buscando-se a simula-ção do combate.

OS CAMPOS DE INSTRUÇÃOOS CAMPOS DE INSTRUÇÃOOS CAMPOS DE INSTRUÇÃOOS CAMPOS DE INSTRUÇÃOOS CAMPOS DE INSTRUÇÃODO EXÉRCITO BRASILEIRODO EXÉRCITO BRASILEIRODO EXÉRCITO BRASILEIRODO EXÉRCITO BRASILEIRODO EXÉRCITO BRASILEIRO

O EB, para atender às necessidades em treinamento deseus efetivos, instituiu Campos de Instrução (CI) quezelam pelas áreas destinadas às Manobras Militares, nosquais uma OM pode se desdobrar e se desenvolveroperacionalmente no terreno em vários quilômetros.

Esses CI são preservados para oferecer cenários pecu-liares para cada situação de combate, como terrenos come sem vegetação, áreas topograficamente irregulares,matas, cursos d'água, estradas, locais próprios para tirode qualquer arma, dentre outros.

No sul, estão localizados os Campos de Instrução Ba-rão de São Borja (CIBSB) em Rosário do Sul-RS; de Butiá

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Biomas Brasileiros e os Campos de Instruçãodo Exército Brasileiro

Fonte: IBAMA e Exército Brasileiro

O PREPARO OPERACIONAL DA TROPA EA PRESERVAÇÃO

DO MEIOAMBIENTE

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(CIB), em Butiá-RS; do Rincão (CIR), em São Borja-RS; ede Santa Maria (CISM), em Santa Maria-RS.

No bioma Mata Atlântica, estão localizados os Cam-pos de Instrução Marechal Hermes (CIMH), em Três Bar-ras-SC; de Gericinó (CIG), no Rio de Janeiro-RJ; de Juizde Fora (CIJF), em Juiz de Fora-MG; e Marechal NewtonCavalcanti (CIMNC), localizado a cerca de 60 km da re-gião metropolitana do Recife.

No ecossistema do Cerrado, está localizado o Campode Instrução de Formosa (CIF), em Formosa-GO,administrado pelo 6º Grupo de Lançadores Múltiplos deFoguetes.

Ao sul do Pantanal Mato-Grossense localiza-se oCampo de Instrução de Betione (CIBe), em Miranda-MS.

OS EXERCÍCIOS E MANOBRASOS EXERCÍCIOS E MANOBRASOS EXERCÍCIOS E MANOBRASOS EXERCÍCIOS E MANOBRASOS EXERCÍCIOS E MANOBRASDESENVDESENVDESENVDESENVDESENVOLOLOLOLOLVIDVIDVIDVIDVIDAS NAS NAS NAS NAS NOS “CI”OS “CI”OS “CI”OS “CI”OS “CI”

O terreno é fator preponderante na decisão de umplanejamento militar.

O Exército, para se tornar um eficaz vetor de combate,necessita que seus treinamentos sejam conduzidos noterreno, familiarizando seus integrantes no uso deequipamentos conforme a missão tática (marchar, atacar e/oudefender, etc.). Nesse mister os Campos de Instrução crescemem importância para a eficácia dos treinamentos necessários àsdiferentes tropas da Força Terrestre.

Como não poderia deixar de ser, as instruções nos CIinterferem no Meio Ambiente, pois são realizados tiros dediferentes armamentos leves e pesados (fuzis, metralha-doras, obuseiros, canhões, morteiros, granadas, fogue-tes); detonações e/ou destruições utilizando-se de explo-sivos e granadas; emprego de lança-chamas e agentesquímicos; realização de acampamentos com barracas,cozinhas, latrinas e área de estacionamento de viaturas;transposição de curso d'água; trabalhos de fortificaçõesde campanha (tocas, espaldões e/ou trincheiras) e camu-flagem; transporte de cargas perigosas (combustível emunições); tráfego de viaturas sobre rodas ou lagartas

dentro e fora de estradas; produção de energia por meiode geradores; e, sobretudo, o emprego de tropa a pé nasestradas ou campo, bem como o preparo exigido pelasdiversas oficinas de instrução.

Esses tipos de atividades são potencialmente geradorasde ações antrópicas negativas por serem causadoras defortes ruídos, de risco de incêndios, fumaça, compactaçãodo solo, supressão da vegetação, fuga da fauna, crateras,com potencial para contaminação do solo e/ou mananciaisd'água. Estas conseqüências, ou impactos indesejáveis, estãodiretamente relacionadas com a envergadura das mano-bras, a quantidade de meios militares empregados e aduração dos exercícios.

Desse modo, o componente ambiental não deve serdesconsiderado no planejamento dos exercícios e mano-bras, objetivando que as ações antrópicas indesejáveis nãose tornem irreversíveis.

Cabe ressaltar que as Manobras Militares num CI ofe-recem alto risco para a atividade humana, notadamente,para curiosos e intrusos nessas áreas, mesmo após a saídados militares, pois não se pode desconsiderar a factívelpresença de artefato(s) não detonado(s) que pode(m)encontrar-se ainda ativo(s).

Campo de Instrução de Formosa Campo de Instrução de Formosa – vista aérea

Campo de Instrução de Formosa

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e chefes de instrução da tropa em exercício, antecipando-se a qualquer degradação ambiental.

AS AAS AAS AAS AAS ATIVIDTIVIDTIVIDTIVIDTIVIDADES E AS MEDIDADES E AS MEDIDADES E AS MEDIDADES E AS MEDIDADES E AS MEDIDASASASASASPREVENTIVPREVENTIVPREVENTIVPREVENTIVPREVENTIVAS/ MITIGAS/ MITIGAS/ MITIGAS/ MITIGAS/ MITIGADORASADORASADORASADORASADORAS

Para a consecução de atividades militares será funda-mental que se considerem medidas preventivas emitigadoras desde a fase de planejamento.

Para que estas medidas tenham efeito, é oportuno quea tropa em exercício seja orientada que em um Campo deInstrução existem Áreas de Preservação Permanente (APP),protegidas por lei, como encostas de morro com declividademaior que 45º, o terço superior de morros e cursos d'águae nascentes, independente de terem cobertura vegetal. EstasAPP merecem especial atenção e devem ser poupadas porocasião dos treinamentos daquelas indesejáveis açõesantrópicas.

A seguir, apresentamos um resumo das medidas pre-ventivas/mitigadoras nas principais atividades em um Cam-po de Instrução.

• Fazer abastecimento de viaturas afastado de cursosd'água e tubulações.

• Preparar os locais de abastecimento ou manutençãocontra derramamentos de combustíveis e lubrificantes,possuindo um “kit” de emergência contra derramamentoacidental.

• Não enterrar e não queimar lixo. Fazer a coleta sele-tiva do lixo e recolher os resíduos.

• Construir latrinas afastadas de fontes d'água ealagadiços.

• Utilizar o lema “Deixar a região de exercícios maislimpa do que estava”.

• Realizar o emprego de artefatos químicos em instala-ções próprias para o emprego, tipo câmaras.

• Utilizar, preferencialmente, trilhas e estradas nos des-locamentos de viaturas e grandes efetivos de tropa, evitan-do o uso desnecessário de locais com cobertura vegetal.

• Evitar o uso de espécies nativas na instrução de ca-muflagem.

• Evitar cargas explosivas subaquáticas. Utilizar ma-deira comercial para abatises.

• Utilizar animais comerciais para abate, preparo e con-sumo da caça nas instruções de sobrevivência, bem comorealizar demonstração de abrigos com espécies comerciaisou que não estejam protegidas por lei.

• Especial atenção com relação aos fatoresdeterminantes de incêndio nas instruções de tiro, comovegetação seca, áreas matosas, munição traçante ouiluminativa, bem como a limpeza da área com relação aengenhos falhados.

• Evitar o corte da vegetação ciliar nos acessos das regiõesde transposição de curso d'água, utilizando-sesempre a mesma trilha de acesso em locais de vegetação ciliar.

A despeito de todas as ações antrópicas citadas, verifi-ca-se que os Campos de Instrução permanecem bem con-servados em sua fauna, flora e recursos hídricos.

O ZONEAMENTO DOSO ZONEAMENTO DOSO ZONEAMENTO DOSO ZONEAMENTO DOSO ZONEAMENTO DOSCAMPOS DE INSTRUÇÃOCAMPOS DE INSTRUÇÃOCAMPOS DE INSTRUÇÃOCAMPOS DE INSTRUÇÃOCAMPOS DE INSTRUÇÃO

Os Campos de Instrução possuem zonas peculiares,chamadas de áreas. Essas áreas têm por objetivo otimizara utilização do Campo e permitir, simultaneamente, o usopor mais de uma OM; disciplinar o uso, concentrandodeterminados tipos de exercícios em locais mais apropria-dos; e prevenir a ocorrência de acidentes nas atividadesde instrução militar, principalmente, quando da execuçãode tiro real. Essas áreas foram consagradas por medidasde segurança.

Um CI poderá ter uma ou mais áreas, dependendo datopografia, da cobertura vegetal, dos cursos d'água e dascaracterísticas do material de emprego militar a ser utili-zado pelas OM clientes do local, podendo possuir as se-guintes áreas:

• sede do CI;• estacionamento da tropa, incluindo locais destina-

dos a viaturas;• posições de tiro/lançamento;• alvos;• destruição de engenhos;• para trabalhos de organização do terreno;• armadilhas;• destinada para a execução de ações das patrulhas;• pistas de obstáculos;• transposição de cursos d'água, incluindo locais para

concentração de meios;• tiro de ação reflexa; e• manobras / exercícios.Verifica-se, no zoneamento militar, que para cada ati-

vidade há um local próprio, o que permite a recuperaçãodo bioma local.

Independente da atividade, um monitoramento e umafiscalização são importantes por parte dos gestores dos CI

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• Estabelecer um local próprio para fumantes decigarros e assemelhados.

• Não lavar viaturas e(ou) equipamentos na redehidrográfica e proteger as nascentes contra açõesantrópicas.

• Evitar, ao máximo, o uso de fogueiras, principalmen-te em matas fechadas.

CONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOO Exército Brasileiro estabeleceu uma série de orienta-

ções ambientais por meio de uma Política de Gestãobalizada pela Política Nacional de Meio Ambiente e pelaConstituição Federal.

Dentro de um Campo de Instrução, praticam-se simu-lações de combate, empregando simultaneamente o movi-mento de tropas e o tiro de armas variadas.

Muito embora esses exercícios sejam potenciais gera-dores de risco ambiental, o que se observa é que, justa-mente nas áreas desses Campos de Instrução, há um pro-cesso de recuperação dos ecossistemas, mormente por seencontrarem protegidas da expansão imobiliária, forman-do verdadeiras manchas verdes dentro dos perímetrosurbanos, como, por exemplo, no Rio de Janeiro, o Campode Instrução de Gericinó.

Das instruções militares, a mais impactante é, semsombra de dúvidas, o tiro realizado com munição traçantee granadas de artilharia/morteiros, que aumentam o riscode incêndios, principalmente, em tempo seco. Medidaspreventivas, como um aceiro, o rodízio da área de impac-tos ou de armas, o aumento do intervalo entre as jornadasde tiro, mitigam o impacto ambiental, facilitando a recu-peração do bioma local.

As medidas preventivas contra um possível acidenteecológico devem ser sempre tomadas e serão fundamen-tais para quaisquer Exercícios de Campanha, por menorque seja sua envergadura, tudo, sem comprometer aoperacionalidade.

Ressalte-se que o custo para reverter um dano ambientalé sempre alto e subtrai o brilho de um exercício, casovenha a ocorrer.

A criação da mentalidade de prevenção e cuidados aoMeio Ambiente, elo vital de uma Gestão Ambiental eficaz,será obtida e fortalecida por "educação" fornecida aindano aquartelamento, precedendo a ida ao CI, mas reavivadaem todos os momentos na consecução dos treinamentospor meio de atitudes e exemplos dos oficiais e sargentos,principalmente.

O monitoramento e a fiscalização é responsabilidadede todos os militares, por estarem fortemente comprome-tidos com a conservação do Meio Ambiente. Para tal, devese valer da cadeia de comando, ou seja, terá a obrigaçãode alertar seus superiores sobre um provável risco/danoambiental, para que este possa coibi-lo e tomar as provi-dências imediatas.

Ressalta-se que as medidas apontadas, longe de esgo-tar o assunto, podem e devem ser aplicadas em quaisqueráreas de uso militar e servir de motivação para difusão desua prática.

A conciliação do preparo operacional e da preserva-ção do Meio Ambiente nos Campos de Instrução, comoem outras áreas, ocorrerá quando todos osrecursos humanos, financeiros e tecnológicos da ForçaTerrestre estiverem comprometidos por meio da educaçãoambiental.

Astros II – no 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes – Convivência harmoniosa com o meioambiente no Campo de Instrução de Formosa

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O ExérO ExérO ExérO ExérO ExércitocitocitocitocitoBrasileirBrasileirBrasileirBrasileirBrasileiro,o,o,o,o,Instituição deInstituição deInstituição deInstituição deInstituição deEstado, estáEstado, estáEstado, estáEstado, estáEstado, estáfortementefortementefortementefortementefortementeempenhado comempenhado comempenhado comempenhado comempenhado coma Pa Pa Pa Pa Política deolítica deolítica deolítica deolítica deMeio Ambiente,Meio Ambiente,Meio Ambiente,Meio Ambiente,Meio Ambiente,vez que évez que évez que évez que évez que émembrmembrmembrmembrmembro ativo eo ativo eo ativo eo ativo eo ativo epresente empresente empresente empresente empresente emtodos os biomastodos os biomastodos os biomastodos os biomastodos os biomasdo Brasil.do Brasil.do Brasil.do Brasil.do Brasil.

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legislação ambiental brasileira classificou os em-preendimentos nos modais de transportes comopotencialmente poluidores, sendo a maioria de

alto risco para o meio ambiente (Resolução do ConselhoNacional do Meio Ambiente (CONAMA) 001/86). Comoconseqüência, é necessária a realização de licenciamentoambiental dos empreendimentos do setor, cujo órgão exe-cutor, no Ministério dos Transportes, é o DepartamentoNacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT. Essefato impõe dificuldades em todo o processo de planeja-mento, implantação e operação dos empreendimentos queprecisam ser superadas de forma rápida, apropriada, pre-cisa e segura.

Por iniciativa do DNER (atual DNIT), realizou-se, noano de 2000, a elaboração de um projeto para desenvol-vimento e implantação de um Sistema de Gestão Ambiental(SGA) com o objetivo de auxiliar nas atividades ambientaisdos empreendimentos de transporte. Convidado pelo DNITa participar do projeto, coube ao Instituto Militar deEngenharia (IME) dar continuidade aos trabalhos, bemcomo propor mudanças e complementações estruturaispara facilitar as estratégias de implantação do sistema.

Inicialmente, foram elaborados os requisitos do SGApara implementação, em uma plataforma computacionalweb-servidor de apoio à gerência ambiental, dos empre-endimentos do modal rodoviário. Posteriormente, tambémfoi implementada uma plataforma de suporte ao processode treinamento e ensino ambiental a distância.

Após validação e utilização rotineira, o SGA, que apre-senta ênfase inicial no Sistema de Apoio à Gestão AmbientalRodoviária Federal (SAGARF), tornou-se ferramenta im-prescindível para o cumprimento da legislação ambientalexigida nos projetos de adequação, recuperação e amplia-ção da capacidade dos corredores da malha viária federal.

Iniciado efetivamente em 2001 no IME, o SAGARFcontinua evoluindo, sendo aperfeiçoado no Centro deExcelência em Engenharia de Transportes (CENTRAN),órgão voltado para a realização de pesquisa e desenvolvi-mento de novas tecnologias na área de infra-estrutura detransportes e oriundo da parceria firmada entre os Minis-térios dos Transportes e da Defesa por meio da Portaria

Interministerial nr 407, de 28 de março de 2005.Tendo em vista a experiência acumulada no desenvol-

vimento do SAGARF, foi possível idealizar e desenvolver,no CENTRAN, a partir de proposta de requisitos apre-sentada pelo Departamento de Engenharia e Construção(DEC), um sistema similar para o Exército Brasileiro, inici-almente denominado de Sistema de Gestão AmbientalVerde-Oliva – SGA Verde Oliva.

O SISTEMAO SISTEMAO SISTEMAO SISTEMAO SISTEMAO SGA Verde Oliva é um sistema informatizado, via

web, de controle gerencial dos procedimentos ambientaisque devem ser atendidos durante a execução de umaobra rodoviária do Sistema de Obras de Cooperação doExército. O SGA Verde Oliva, já em versão preliminar,permite o acompanhamento e o controle de todas as açõesrelacionadas às questões ambientais que afetam diretaou indiretamente um empreendimento rodoviário. Istoé, o registro e acompanhamento de todas as medidas decontrole ambiental, condicionantes, validade de licençase demais procedimentos exigidos pelos órgãos ambientaiscompetentes. A figura a seguir apresenta a tela inicial dosistema.

A importância do sistema baseia-se no fato de que aquestão ambiental é um fator preponderante para o su-cesso de uma obra rodoviária, pois o seu não atendimento

O SISTEMA DE GESTÃOAMBIENTAL VERDE-OLIVAUma proposta inovadora

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ção

Tela inicial do SGA Verde-Oliva

1 61 61 61 61 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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• informações adicionais (geradas pela supervisãoambiental ou outros);

• cópia dos demais documentos relacionados (PDF); e• matriz de responsabilidades (OM, Órgão Ambiental,

DEC).O processamento do SGA deve:• correlacionar todas as exigências ambientais com suas

respectivas atividades de engenharia (relação de depen-dência entre atividades);

• registrar, durante a execução e controle da obra, oandamento de todas as etapas ambientais (data de inícioefetivo da atividade, percentual executado, data de términoefetivo da atividade, documentos vinculados, observaçõesdo executor, observações do supervisor ambiental, etc.);

• gerar um gráfico comparativo (planejado x executa-do) – Gráfico de Gantt;

• permitir alterações de planejamento, guardando asinformações anteriores;

• registrar quem efetuou as alterações e definir níveisde acesso ao sistema por competência;

• informar automaticamente (sinal visual e auditivo) cadaatividade ambiental atrasada ou não atendida de acordocom o planejado; e

• permitir inserir fotos (JPEG) das etapas em andamen-to e concluídas.

Como dados de saída, o SGA Verde-Oliva gera relató-rios padrão, impressos ou em tela e ainda permite criarmodelos de relatórios em forma de tabelas, gráficos ou acombinação de ambos, com ou sem fotos.

Durante o processo de aprimoramento do SAGARF,verificou-se a viabilidade técnica de incluir sistemas volta-dos para a utilização de geoprocessamento que permitemagilizar e apoiar o processo de tomada de decisão estraté-gica nos empreendimentos.

Assim, ferramentas computacionais de geoproces-samento também foram incorporadas ao SGA Verde-Oliva, o que ampliou a capacidade de informaçãovisual e gráfica, possibilitando mais subsídios nodetalhamento dos registros e informações contidas nabase de dados do sistema. Esse recurso técnico permiteum maior nível de detalhes para os dados referentes aopassivo ambiental, cuja informação é de suma impor-tância. Duas imagens georreferenciadas são mostradasa seguir: a primeira apresenta um mapa do Brasil comas Organizações Militares e Reservas Indígenas e asegunda apresenta um detalhamento do mapa anteriorno Estado de São Paulo.

O SGA Verde-Oliva pode ser acessado por meio doendereço eletrônico: http://sagarf.centran.eb.br/sgaex/logon.asp. É possível o acesso de qualquer usuário.Para isso, deve-se fornecer o login “consulta” e clicar em“acessar”. Destaca-se que há restrição de informações aosusuários de consulta.

1 71 71 71 71 7 – ANO XXXIV – Nº 194 – OUT/NOV/DEZ 2007

inviabiliza o empreendimento, independentemente dequalquer etapa em que se encontre.

O sistema tem uma interface amigável, com informa-ções de fácil acesso e contém um banco de dados comtodas as informações disponíveis envolvendo as questõesambientais.

Tem como premissas que o empreendimento já possuitodas as licenças ambientais necessárias para o início dostrabalhos e que o projeto executivo existe, está completo,é de boa qualidade e atende às exigências ambientais.

Destaca-se que o sistema não atende à etapa de plane-jamento, que deve ser desenvolvida antes da inserção dasinformações.

O projeto piloto foi desenvolvido inicialmente para aobra da BR-101/NE - Lote 5. Na figura a seguir, é possí-vel observar algumas informações disponíveis para esseprojeto.

Informações cadastradas na BR-101 Nordeste

Como dados de entrada, o SGA Verde-Oliva devereceber as seguintes informações da obra:

• dados cadastrais (OM, Obra, número do Plano deTrabalho, etc.);

• cronograma de execução (atividades, datas de inícioe de término e relação de dependência); e

• arquivos dos documentos da Obra em PDF (PortableDocument Format) – (Plano de Trabalho, Convênio,projetos, etc.).

O sistema também possibilita receber as seguintesinformações sobre as questões ambientais:

• licença prévia (dados do documento e cópia PDF);• estudo de impacto ambiental/Relatório de Impacto

Ambiental (EIA/RIMA) (dados do documento e cópia PDF);• licença de instalação (dados do documento e

cópia PDF);• licenças suplementares (dados do documento e cópia

PDF);• licença de operação (dados do documento e cópia

PDF);

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1 81 81 81 81 8 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Detalhamento noEstado de São Paulo

Mapa do Brasil com asOrganizações Militarese Reservas Indígenas

1 81 81 81 81 8 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

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as várias teorias formuladas para explicar osurgimento da Restinga da Marambaia, uma dasmais aceitas é a do Professor Hélio RoncarattiHélio RoncarattiHélio RoncarattiHélio RoncarattiHélio Roncaratti,

que situa o fenômeno como tendo ocorrido entre 3400 a3600 anos atrás.

Essa restinga, situada na zona oeste do Estado do Riode Janeiro, apóia-se na Ilha da Marambaia e desenvolve-se com uma forma alongada, no sentido W - E, totalizando42,5 km de extensão. Quanto à largura, a sua maior di-mensão é de 5 km e a menor, de aproximadamente 30metros.

A parte W é conhecida como Pontal da Marambaia,isto é, a Ilha propriamente dita. De formação vulcânica,tem relevo montanhoso, cujo ponto culminante é o Pico

da Marambaia, com 641 metros de altitude. Sua paisa-gem é a Mata Atlântica, como ocorre em todo o litoralbrasileiro, a partir do Nordeste.

No restante da restinga, o solo é formado, basicamen-te, por sedimentos de origem oceânica ao sul e sedimen-tos de origem continental ao norte. Esse fato faz com quese apresentem duas características altamente adversas paraa vida vegetal: a existência de poucos nutrientes e a gran-de permeabilidade do solo, não permitindo que a água e aumidade permaneçam junto à superfície.

Os ventos dominantes são os de leste e de sudoeste e orelevo baixo não oferece obstáculos que possam amenizaros seus efeitos.

GESTÃO AMBIENTALComplexo Científico-TecnológicoGuaratiba-Marambaia

D

Vista Aérea da restinga da Marambaia (Rio de Janeiro-RJ)

ANTECEDENTESANTECEDENTESANTECEDENTESANTECEDENTESANTECEDENTES

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2 02 02 02 02 0 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Submetida a todas essas condicionantes, a vegetaçãoteve que se adaptar e, curiosamente, o resultado dessatransformação foi muito semelhante a ocorrida na regiãoNordeste do País. Predominam cactáceas, bromélias,aroeiras e o “guriri”, palmeira responsável pela fixaçãodas dunas existentes que se desenvolvem pelo meio darestinga, formando, aparentemente, uma estrutura de sus-tentação.

A fauna, vivendo nesse ambiente agreste e tendo comosuporte para sua alimentação e abrigo essa paisagem,também se adaptou. Na restinga, encontramos répteis(lagartos e cobras), aracnídeos (aranhas e escorpiões),mamíferos (guaxinins, tatus e capivaras, estas nas proxi-midades de pequenos lagos existentes e mesmo nomanguezal) e aves (saracura e gaviões como as presençasmais significativas).

Nesse meio ambiente, a presença do homem está assi-nalada a cerca de 2000 anos. O índio, que vivia da caça eda pesca e condicionado pela existência do extensomanguezal na parte interna da restinga, deixou o teste-munho de sua passagem pela área na forma de “sambaquis”,formações de sedimentos orgânicos dispostos em cama-das, acumulados em determinadas áreas, em geral nos"apicuns", partes mais altas e secas do manguezal.

Essas formações são constituídas basicamente de res-tos de alimentos, em sua maior parte peixes e mariscos,onde, ocasionalmente, são encontrados esqueletos dessesprimeiros habitantes da restinga. Existem cerca de 147sambaquis na área, dos quais 33 já foram abertos e estu-dados e o material neles encontrado foi recolhido ao Mu-seu Nacional.

ENVENVENVENVENVOLOLOLOLOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTO HISO HISO HISO HISO HISTTTTTÓRICÓRICÓRICÓRICÓRICOOOOOO envolvimento histórico da restinga remonta a 28 de

dezembro de 1614, quando cinco embarcações da frota

de seis chalupas do almirante holandês Joris VJoris VJoris VJoris VJoris VanananananSpilbergenSpilbergenSpilbergenSpilbergenSpilbergen, que já se encontrava há oito dias no interiorda Baía de Sepetiba, aportou na Marambaia em busca deágua potável e frutas.

Martim de SáMartim de SáMartim de SáMartim de SáMartim de Sá, que tinha engenho em Jacarepaguá,foi ao encontro dos intrusos com 12 canoas e 300 ho-mens e atacou-os de surpresa na enseada do Rio daMarambaia, matando 22 e aprisionando três embarcaçõese 14 homens. O restante da frota fugiu.

Em 11 de setembro de 1710, o comandante francêsJean FFFFFrançois Du Clerrançois Du Clerrançois Du Clerrançois Du Clerrançois Du Clerccccc desembarcou 1100 homensem Guaratiba, alcançando, em marchas sucessivas porCamorim e Jacarepaguá, pela retaguarda, a cidade do Riode Janeiro.

No Império, a Ilha de Marambaia abrigou importanteponto de recebimento e triagem de escravos da famíliados Breves: a fazenda São Joaquim, propriedade docomendador José de Souza Breves José de Souza Breves José de Souza Breves José de Souza Breves José de Souza Breves. Em determinadafase, a fazenda chegou a possuir cerca de 6000 escravos,que, após um período de quarentena, eram enviados paraas fazendas no continente, em especial para a FazendaSão Joaquim da Grama, principal propriedade docomendador.

A Marambaia foi usada, principalmente, comoentreposto negreiro até 1888, época da abolição da es-cravatura. Com a morte do comendador, em setembro1889, a fazenda entrou em decadência, e a área acabousendo vendida para a Companhia Promotora de Indústriase Melhoramentos que, em 1896, por liquidação forçada,transferiu a propriedade para o então denominado Bancoda República do Brasil.

Em 1905, a União, por meio da Fazenda Nacional,adquiriu do Banco da República do Brasil a Marambaia"com todas as suas terras, contrucções, dependências eservidões...".

PRESENÇA DAS FORÇASPRESENÇA DAS FORÇASPRESENÇA DAS FORÇASPRESENÇA DAS FORÇASPRESENÇA DAS FORÇASARMADASARMADASARMADASARMADASARMADAS

Em 1906, a Marinha do Brasil instalou, na ilha, a Es-cola de Aprendizes de Marinheiros do Estado do Rio de

Eugenia Copacabanensis

Cattleya Intermédia

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2 12 12 12 12 1 – ANO XXXIV – Nº 194 – OUT/NOV/DEZ 2007

Janeiro, que lá permaneceu até 1910. Dessa data até1924, quando a Diretoria de Portos e Costas da Marinhainstalou um serviço de pesca, a restinga permaneceu semaplicação.

Em 1927, o então Ministério da Guerra solicitou aentrega da restinga para a construção de um Polígono deTiro de Artilharia.

O Ministério da Marinha concordou, mantendo po-rém, sob sua jurisdição, a Ilha da Marambaia.

Em 1931, a Confederação Geral dos Pescadores doBrasil fundou sua sede e uma escola de pesca, aproveitan-do as antigas instalações da Fazenda dos Breves.

Em 03 de agosto de 1944, foi criado o Polígono deTiro da Marambaia (PTM), que esteve instalado, a títuloprovisório, em dois locais diferentes na cidade do Rio deJaneiro.

Finalmente, em 27 de novembro de 1945, a sede foitransferida, em caráter definitivo, para a Restinga daMarambaia.

Para a sua instalação foram construídas, inicialmente,um mínimo de dependências, podendo se destacar a ad-ministração, o quartel do contingente (50 praças), umparque de material de artilharia (50m x 20m), um depósi-to de materiais diversos (30m x 15m), uma garagem para10 viaturas, uma oficina mecânica, uma carpintaria, esta-ções meteorológica e de rádio e a residência do diretor.

Com o tempo, foram construídas 48 residências e maisalgumas instalações administrativas e de apoio, resultandoem cerca de 100 edificações.

Em 04 de fevereiro de 1947, a Unidade começava acumprir a sua destinação institucional com a elaboraçãodo Relatório Técnico nº 1. Daquela data até os dias dehoje, foram realizados mais de 2200 Relatórios e 94000Exames de Valor Balístico.

CCCCCAMPO DE PRAMPO DE PRAMPO DE PRAMPO DE PRAMPO DE PROOOOOVVVVVAS VERSUSAS VERSUSAS VERSUSAS VERSUSAS VERSUSECOLOGIAECOLOGIAECOLOGIAECOLOGIAECOLOGIA

Paradoxalmente, é opinião corrente nos institutos depesquisa, universidades e faculdades do Estado que a pre-sença das Forças Armadas na área é o fator principal paraque a região exiba elevado grau de preservação.

Como se pode comprovar, desde o início da presençado homem na área, o ecossistema vem sendo utilizadocom propriedade. Os índios o utilizavam para satisfazeras suas necessidades de subsistência, e a atividade negreirae a instalação de outros projetos não causaram danos demonta ao meio ambiente.

Observando-se a instalação dessa Unidade, verifica-seque nossos antecessores foram bastante cautelosos na ocu-pação da área. As construções existentes são poucas,concentradas em sua maior parte na entrada da restinga,e as demais não estão isoladas, concentrando, destemodo, o movimento de pessoas em poucos locais e, emconseqüência, perturbando menos a vida silvestre. As vias

de acesso que penetram para o interior restringem-se aomínimo necessário para que se possa alcançar toda a área.

Ao que tudo indica, a própria localização da restinga,separada do continente pelo mar e com uma única entradaacessível, também colaborou para que o isolamento resul-tante assegurasse a manutenção do ambiente em ótimascondições.

Com o nível de informações de que hoje se dispõe arespeito da degradação do meio ambiente em escala mun-dial, se torna mais fácil conscientizar as pessoas para anecessidade de manter a restinga da mesma forma que arecebemos. Isso só valoriza, ainda mais, o trabalho de quemnos antecedeu, uma vez que é recente a preocupação como meio ambiente e com conceitos como biodiversidade,ecossistema e sustentabilidade, que somente agora passa-ram a fazer parte do dia-a-dia da sociedade.

Hoje, está confirmada a presença de 82 espécies vege-tais ameaçadas de extinção que eram endêmicas no Estadodo Rio de Janeiro. Dessas, ressaltamos a EugeniaEugeniaEugeniaEugeniaEugeniaCopacabanensisCopacabanensisCopacabanensisCopacabanensisCopacabanensis, Anthurium HarrissiAnthurium HarrissiAnthurium HarrissiAnthurium HarrissiAnthurium Harrissi, AnthuriumAnthuriumAnthuriumAnthuriumAnthuriumAffAffAffAffAff. InconspicuumInconspicuumInconspicuumInconspicuumInconspicuum, Cathedra rubricaulisCathedra rubricaulisCathedra rubricaulisCathedra rubricaulisCathedra rubricaulis, CattleyaCattleyaCattleyaCattleyaCattleyaforbessiforbessiforbessiforbessiforbessi, Cattleya guttata Cattleya guttata Cattleya guttata Cattleya guttata Cattleya guttata e Cattleya intermédiaCattleya intermédiaCattleya intermédiaCattleya intermédiaCattleya intermédia.Quanto à fauna, destacam-se pelo menos quatro espécies:o Sabiá-da-Praia, o Lagartinho-Branco-da-Praia, a Bor-boleta Branca da Praia e a Formiga Saúva Preta.

Em agosto de 1976, o professor Eugenio IzecksohnEugenio IzecksohnEugenio IzecksohnEugenio IzecksohnEugenio Izecksohn

Leptodactylus marambaie

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2 22 22 22 22 2 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

relatou a descoberta de uma nova espécie de Leptodactylus,endêmica da restinga da Marambaia, que recebeu, de seudescobridor, o nome de Leptodactylus Marambaiae.

Há cerca de 15 anos, a restinga é visitada por pesqui-sadores e alunos de universidades que encontram localpropício ao desenvolvimento de suas teses.

A partir de 1998, foi desenvolvido um programa depalestras e visitas destinado aos estabelecimentos de ensi-no públicos e privados, com o enfoque principal nosaspectos relativos à preservação ambiental, de modo aressaltar o fato de que temos mais de 90% da área daUnidade totalmente preservada.

Também, a partir daquela época, foi ampliada a nossainteração com as empresas de mídia e iniciou-se a elabo-ração e a fiscalização da execução dos Termos de Autori-zação de Uso para a realização de gravações.

No período de janeiro a agosto de 2007,foram realizadas as seguintes atividades:

GravaçõesGravaçõesGravaçõesGravaçõesGravações• 25 gravações de 06 empresas.Visitas e Palestras ministradas sobre o meioVisitas e Palestras ministradas sobre o meioVisitas e Palestras ministradas sobre o meioVisitas e Palestras ministradas sobre o meioVisitas e Palestras ministradas sobre o meio

ambienteambienteambienteambienteambiente• Recebemos grupos de 18 instituições, aí incluídos

estabelecimentos de ensino e organizações de apoio àterceira idade.

Pesquisas – Instrumento de CooperaçãoPesquisas – Instrumento de CooperaçãoPesquisas – Instrumento de CooperaçãoPesquisas – Instrumento de CooperaçãoPesquisas – Instrumento de Cooperação• A Área tem sido utilizada para a realização de pes-

quisas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,do Departamento de Botânica do Museu Nacional, daFundação Parques e Jardins e da Petrobras, esta última

para treinamento de geólogos juniores em sedimentologia.A entrada de pessoas na área, para lazer, é controlada

por normas específicas, que estabelecem restrições aomovimento e determinam regras para a utilização dolocal.

A presença de estranhos no interior da área é fiscali-zada pela ação de patrulhas, que, periodicamente, são re-alizadas de modo a dissuadir essa prática.

Assim, a Unidade, ao mesmo tempo em que coíbe prá-ticas como as de pesca predatória, coleta de plantas oucaça de animais, promove maior interação com a socieda-de civil, permitindo o uso da área de maneira controlada.

CONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃONão há como negar que algumas atividades desenvolvi-

das pela Marinha, a partir de 1906, e do Exército, a partirde 1944, podem causar danos ao meio-ambiente. Contu-do, são esporádicas e restritas a determinados locais. O fatoé que, diferentemente de outras áreas na região, mais doque 90 % da Marambaia permanece preservada.

É opinião unânime entre os condutores de pesquisana área de Biologia específica para o ambiente de restingaque a presença do Exército é, sem dúvida, o principalfator para que este ecossistema esteja totalmente preser-vado, o que é motivo de orgulho para todos os integran-tes desta tradicional Unidade do Sistema de Ciência eTecnologia do Exército Brasileiro. A Restinga daMarambaia é um exemplo de convivência harmônica en-tre o preparo operacional do Exército e a preservaçãoambiental.

Vista aérea da área administrativa do Centro de Avaliações do Exército

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2 32 32 32 32 3 – ANO XXXIV – Nº 194 – OUT/NOV/DEZ 2007

Amais remota origem do 55° Batalhão de Infanta-ria (55º BI) está na 1ª Companhia do 2° Batalhãode Caçadores, criada em 19 de abril de 1851,

com sede em Salvador (Bahia).Em conseqüência de reestruturações ocorridas no Exér-

cito, suas raízes chegaram ao 12º RI, com sede em BeloHorizonte (Minas Gerais).

Com a extinção dos Regimentos, em 1975, por repre-sentação do Exército, surgiram do extinto 12º RI, o 12ºBI e o 55º BI, ambos em Belo Horizonte-MG.

Devido à atuação de políticos da região de MontesClaros (MG), o 55º BI foi transferido de sua sede paraaquela cidade e, em 13 de setembro de 1983, lhe foiconcedida a denominação histórica de Batalhão DionísioCerqueira.

Quartel do 55º Batalhão de Infantaria

2 32 32 32 32 3 – ANO XXXIV – Nº 194 – OUT/NOV/DEZ 2007

O 55º BIO 55º BIO 55º BIO 55º BIO 55º BI E O MEIO AMBIENTE

Consciência danecessidade de

respeito ànatureza

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2 42 42 42 42 4 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

PLPLPLPLPLANANANANANO DE GESO DE GESO DE GESO DE GESO DE GESTTTTTÃÃÃÃÃOOOOOAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTALALALALAL

Finalidades• Preservação da bacia hidrográfica do Rio São

Francisco.• Reflorestamento de mata ciliar nas nascentes e ao

longo de rios.• Uso racional da água evitando sua poluição.• Orientação sobre prevenção de incêndios florestais.• Orientação sobre seleção do lixo / reciclagem.• Conscientização dos corpos docente e discente em

todos os níveis.

ObjetivoO Comando do 55º Batalhão de Infantaria com

os Órgãos de Administração Pública e com ainiciativa privada, tem como objetivo a conscientização daopinião pública, por meio de campanhas educativas sobrea importância da preservação e do uso racional do meioambiente, particularmente do Rio São Francisco, naregião do norte de Minas Gerais.

Eles preconizam atividades realizadas no sentido depreservar o meio ambiente, respeitando a biodiversidadeexistente, demonstrando total abnegação, nacionalismo eamor ao solo pátrio.

Missão do 55º BIInteragir junto à Sociedade no sentido de organizar

as necessidades, apoios e ações para a execução dasmetas a serem propostas no sentido de viabilizarprojetos de conscientização por meio de órgãos deeducação, com palestras realizadas por integrantes do55º Batalhão de Infantaria.

Ações a realizar

PRESERVAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIOSÃO FRANCISCO

• Buscar levantamentos já realizados.• Levantar principais áreas de degradação e

assoreamento.• Levantar áreas viáveis para reflorestamento da vege-

tação nativa, com a ajuda de estudantes.

REFLORESTAMENTO DE MATA CILIAR NAS NAS-CENTES E AO LONGO DE RIOS

• Levantar, inicialmente, como será feita a aquisição demudas nativas.

• Levantar principais nascentes degradadas eassoreadas.

• Levantar a melhor forma de reproduzir maior quan-tidade de mudas nativas.

USO RACIONAL DA ÁGUA EVITANDO SUAPOLUIÇÃO

• Levantar pontos de desperdício de água.• Levantar pontos principais de poluição da água.• Levantar locais acessíveis para realização de ações

junto com estudantes e professores.

ORIENTAÇÃO SOBRE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOSFLORESTAIS

• Levantar principais motivos causadores.• Levantar principais áreas atingidas.• Levantar as formas mais eficientes de prevenção de

incêndios.

ORIENTAÇÃO SOBRE SELEÇÃO DO LIXO/RECICLAGEM

• Levantar as iniciativas locais sobre seleção e reciclagemde lixo.

• Levantar iniciativas locais sobre desenvolvimentosustentável.

CONSCIENTIZAÇÃO DOS CORPOS DOCENTE EDISCENTE EM TODOS OS NÍVEIS:

• Levantar todas as Escolas Públicas do município deMontes Claros.

• Levantar todas as Escolas Privadas do município deMontes Claros.

• Levantar formas de serem feitas palestras nos estabe-lecimentos de ensino.

• Levantar formas de realização do plantio de vegeta-ção nativa em nascentes e margens de rios.

• Levantar principais necessidades para a realizaçãode atividades supracitadas.Visão de Futuro

É objetivo maior do 55º BI criar uma mentalidade depreservação ambiental e de uso racional dos recursosambientais no sentido de manter a biodiversidade donorte mineiro e o Rio São Francisco com seus afluentes,nas melhores condições possíveis.

2 42 42 42 42 4 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Participação na 1ª Expoágua – atividade que reuniumais de 5.000 crianças no Parque Municipal

da cidade de Montes Claros(MG)

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Ação de plantio de vegetação nativa em nascentes e margens de rios

Para isso, também conta com o apoio irrestrito daSecretaria do Planejamento e a do Meio Ambiente doEstado de Minas Gerais, que apresentam sugestões eprojetos existentes de prevenção de incêndios florestais,uso racional de água, preservação da Bacia Hidrográficado São Francisco, seleção de lixo / reciclagem e refloresta-mento de mata ciliar ao longo dos rios.

Da mesma forma, é elogiável a participação da

(*) CARTA ESCRITA PELO MAGNÍFICO REITOR

PROFESSOR PAULO CÉSAR GONÇALVES DE ALMEIDA

“““““AÇÃO POR UM FUTURO MELHORAÇÃO POR UM FUTURO MELHORAÇÃO POR UM FUTURO MELHORAÇÃO POR UM FUTURO MELHORAÇÃO POR UM FUTURO MELHORLouvável, em todos os aspectos, o Plano de Gestão do Meio Ambiente, desenvolvido pelo 55º Batalhão de

Infantaria do Exército em Montes Claros, que busca a preservação da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco,reflorestamento de matas ciliares e a conscientização de parte da população com relação à preservação do meioambiente, seja na prevenção de incêndios florestais, coleta seletiva, reciclagem de lixo e uso racional de água.

A iniciativa do Comando do 55º Batalhão de Infantaria revela uma fase moderna da Corporação, buscando,ainda mais, aproximação com a sociedade e demonstrando a importância da cidadania, da preservação do meioambiente e da necessidade do desenvolvimento sustentável, sem agredir a natureza. Essas iniciativas contribuem,de forma inquestionável, para a formação de uma geração comprometida com um futuro mais próspero, consci-ente de seus deveres e pronta para mudar o atual cenário.

O 55º Batalhão de Infantaria do Exército em Montes Claros, o nosso Batalhão Dionísio Cerqueira, usa dasarmas mais poderosas para melhorar o presente e proporcionar futuro mais promissor: a conscientização.

Somente através da educação será possível mudar os rumos, a forma de enxergar a vida e de criar novas metas navida das pessoas. Por isso mesmo, a atuação do Exército em Montes Claros e na região deve ser enaltecida.Porque, na verdade, quando busca a conscientização das pessoas em favor da preservação do meio ambiente, o 55ºBatalhão de Infantaria do Exército, além de outros aspectos relevantes, está promovendo a DEFESA DA VIDA!”

(*) Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES.

Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais porviabilizar a realização de palestras de especialistas empreservação e uso racional do meio ambiente para osestudantes da rede estadual e municipal, a fim de que setornem multiplicadores dos ensinamentos adquiridos. O55º BI realizou palestras de conscientização em cerca de40 escolas da rede pública e privada, atingindo mais de2000 crianças e adolescentes.

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2 62 62 62 62 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

o dia 10 de Dezembro de 2007, o 20º Grupo deArtilharia de Campanha Leve (20º GAC L), em

conjunto com a Prefeitura de Barueri-SP, participou doprojeto “Dia do Bem”, autorizando o plantio, em sua área

Exército BrasileiroEducação Ambiental

de responsabilidade, de 18.886 mudas de árvores. Alémde promover o reflorestamento, o referido projeto tinhapor objetivo a conquista do Recorde Mundial de plantiode mudas em um só dia e local.

Plantio de árvores

N

2 62 62 62 62 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

CARTA ESCRITA PELO EXCELENTISSÍMO SENHORPROMOTOR PAULO CÉSAR VICENTE DE LIMA (*)

“CUIDANDO DO HOMEM E DA ÁGUA“CUIDANDO DO HOMEM E DA ÁGUA“CUIDANDO DO HOMEM E DA ÁGUA“CUIDANDO DO HOMEM E DA ÁGUA“CUIDANDO DO HOMEM E DA ÁGUA

Acerca do Projeto de Educação Ambiental e da parceria estabelecida entre 55º Batalhão de Infantaria e osdiversos órgãos ambientais do norte de Minas, gostaríamos de destacar o importante apoio que temos recebido,em especial em ações concretas de revitalização ambiental nas regiões de Bocaiúva, Mirabela e São Francisco,onde esta cooperação permitiu o cercamento de nascentes e veredas dentro de projetos de recuperação ambientaldesenvolvidos pelos sujeitos locais.

Em uma região com tão baixa disponibilidade hídrica, com IDH dos mais baixos do país, a água, sem dúvidas,é um dos bens de uso comum mais fundamental ao seu Desenvolvimento Social. Com o apoio na preservação dasnascentes e das veredas, “oásis do sertão”, o 55º Batalhão contribui para a solução definitiva do problema da secana região, ou seja, leva a água de forma emergencial através de caminhões pipa, mas de forma consciente eplanejada preocupa-se com o futuro, no sentido de criar-se solução definitiva para o problema, qual seja: revitalizaçãodos mananciais da região.

Não há desenvolvimento sem capital social e não há capital social sem educação. A iniciativa do55º Batalhão no sentido de implementar projeto de educação ambiental em diversas escolas da regiãoafetada pela seca, contribui para a formação de uma consciência ambiental mais consentânea com arealidade e carências regionais.

Sinceramente, esperamos poder continuar com o apoio inestimável do 55º Batalhão de Infantaria nos projetosambientais desenvolvidos, e esperamos que as pequenas sementes que hoje o Exército está plantando aqui possamcrescer, florescer e efetivamente contribuir para o Desenvolvimento Sustentável do norte de Minas Gerais.”

(*) Promotor de Justiça, Coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Rio São Francisco Sub-baciado Rio Verde Grande.

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pós o regresso das tropas que combateram naII Guerra Mundial, o Exército Brasileiro assumiunova estrutura administrativa e operacional,

passando a ser organizado em quatro Zonas Militares:Norte, Centro, Oeste e Sul, que, por sua vez, subdividi-ram-se em Regiões Militares.

A Zona Militar do Norte (ZMN), com sede em Recifee alcançando todos os estados do Nordeste e da Amazô-nia, englobava as 6ª, 7ª, 8ª e 10ª Regiões Militares daépoca. O comando da ZMN foi criado pelo Decreto-Lein° 9.510, de 24 de julho de 1946, origem mais remotado atual Comando Militar do Nordeste (CMNE).

Em 1956, modificada a denominação para IV Exérci-to, a parcela Amazônica foi desmembrada para constituiro Comando Militar da Amazônia.

Em 1979, as instalações do Quartel-General doIV Exército foram transferidas da Rua do Príncipe, ondehoje está instalado o Hospital Geral do Recife (HGeR),para o Complexo Militar do Curado. Em 1985, mudousua denominação para Comando Militar do Nordeste.

COMO OCMNEREALIZA APRESERVAÇÃODEECOSSISTEMAS

A

Entrada do Quartel-General do Comando Militar do Nordeste

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Mata do Curado

Hoje, três Grandes Comandos subordinam-se aoCMNE: 6ª Região Militar (BA e SE), 7ª Região Militar/7ª,Divisão de Exército (AL, PE, PB e RN) e 10ª Região Mili-tar (CE,PI e MA), com sedes, respectivamente, nas cida-des de Salvador, Recife e Fortaleza. Além disso, o Coman-do do 1° Grupamento de Engenharia, instalado em JoãoPessoa (PB), coordena, dirige e controla as ações de seusbatalhões por toda a Região Nordeste.

Ao lado das atividades-fim, de cunho essencialmentemilitar, o CMNE realiza inúmeras ações complementaresem sua área de jurisdição, todas em apoio à populaçãocivil nordestina, caracterizando a Mão Amiga do ExércitoBrasileiro.

Entre essas ações efetivas implementadas tanto pelosGrandes Comandos como pelas Unidades Subordinadas,destaca-se a preservação ambiental realizada através dabusca da harmonia entre atividade-fim e o meio ambiente.

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O Comando Militar do Nordeste, cônscio de sua res-ponsabilidade social, publicou, no dia 12 de julho de 2007,o Plano de Gestão Ambiental. O documento traça objeti-vos do Comando Militar de Área para a preservação dosrecursos naturais na Região Nordeste em áreas de res-ponsabilidade do Exército Brasileiro. Ele estabelece, tam-bém, procedimentos que devem ser adotados paraminimizar os impactos ambientais decorrentes do preparoe emprego da tropa; orienta a execução de planos de ges-tão ambiental no âmbito dos Grandes Comandos, Gran-des Unidades e organizações subordinadas e vinculadas edesenvolve, nos integrantes da Força, uma consciênciasócio-ambiental voltada para a preservação e conserva-ção do meio ambiente.

Entre as várias diretrizes expedidas pelo Plano, estãoos cuidados que todos os militares devem observar, prin-cipalmente nas situações de emprego da tropa e de ades-tramento, quando devem ser avaliados os riscos de danose a tomada de procedimentos impeditivos de impactosambientais.

Nele estão listadas ações que devem avaliar os riscosna realização de tiros de armas de qualquer calibre quepossam provocar incêndios ou qualquer outro dano; ocontrole das instruções de guerra química, bacteriológicae nuclear, principalmente quanto ao uso de artefatos bé-licos lesivos ao meio ambiente e causadores de poluição;a caça de animais silvestres; e o destino adequado aosdejetos líquidos (óleos, lubrificantes, solventes), resíduossólidos (lixo doméstico, baterias, pilhas) e resíduos gaso-sos, principalmente o controle e a fiscalização do grau deemissão de gases de viaturas e automóveis.

O Plano de Gestão do CMNE também traça metaspara os quartéis subordinados, como a capacitação derecursos humanos, o conhecimento das legislações muni-cipal, estadual e federal, e o estímulo de cooperação cominstituições públicas e privadas em atividades voltadas paraa preservação.

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O aquecimento global, com alterações do climaem todos os biomas do planeta, suas devastadoras conse-qüências, como os degelos das regiões frias, o desapareci-mento dos recifes de corais e de reservas florestais, tempreocupado governos, organizações não-governamentaise a sociedade civil.

Ações de preservação têm sido incentivadas em todasas áreas, como reflorestamentos, recuperação de matasciliares, nascentes e mananciais, criação e preservação dereservas florestais e diminuição dos impactos das ativida-des produtivas, evidenciando a preocupação com o futuroda vida no planeta.

O Exército Brasileiro sempre procurou estar em sintoniacom o meio ambiente, desde muito antes dos recentesalertas dados por cientistas e meios de comunicação.

Um dos grandes exemplos é a Mata do Curado, umadas principais reservas ecológicas da Região Metropoli-tana do Recife, localizada a 12 km do centro da capitalpernambucana. Essa área de 102 hectares, verdadeirapreciosidade da vegetação nativa, de clima tropical e comíndice pluviométrico de 2000mm, está localizada dentrodo Quartel-General do (CMNE).

Parte de um cenário cada vez mais raro, por conta dadevastação que vem sofrendo ao longo de quase cincoséculos, esse resquício de mata atlântica, preservado e

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Trilha ecológica da Mata do Curado

mantido pelos quartéis que formam o Complexo Militardo Curado (QG do CMNE, QG da 7ª RM/7ªDE, QG da10ª Bda Inf Mtz, 5º CTA, 10º Esqd C Mec, 4º BPE), setornou área oficial de preservação em 1987, com a LeiNº 9.989, que definiu as reservas ecológicas da RegiãoMetropolitana do Recife.

Sete anos antes, em 1980, o Exército já havia dadoum passo importante na preservação da Mata do Cura-do, ao ceder uma área de 10 hectares de mata atlânticaintacta à Prefeitura do Recife, que a transformou em Jar-dim Botânico da cidade.

A Mata do Curado é um oásis que abriga cerca de100 espécies de plantas nativas, a maioria árvores degrande porte, como sucupiras e jaqueiras. Visgueiros esapucaias imensas são rodeadas por arbustos típicos damata atlântica. As trilhas são a melhor maneira de con-templar cada detalhe das árvores, plantas e flores emum conjunto exuberante armado pela natureza. A prin-cipal trilha do CMNE é apreciada por estudantes,grupos de escoteiros, grupos da terceira idade e aman-tes da natureza. A Mata também é um verdadeiro vi-veiro natural para estudantes e professores da Univer-sidade Federal Rural de Pernambuco, que mantém con-vênio de pesquisa com o CMNE, de onde já saíramnumerosas teses de graduação e pós-graduação.

Dividindo esse pedaço de Mata Atlântica com as árvo-res, alguns animais, vez ou outra, saem de seus esconde-rijos para se mostrar ao público. Os sagüis são os maisanimados. Barulhentos, aparecem sempre em grupos e atéfazem pose para as fotos. Outros, menos amistosos, comoas cobras corais e jibóias, quase nunca deixam seus ni-nhos. Borboletas, abelhas, dezenas de espécies de passa-rinhos, preguiças, capivaras e tatus completam a fauna dareserva.

Além de preservada e ser exemplo de respeito ànatureza, toda essa riqueza convive em harmonia com o

dia-a-dia dos quartéis e militares do Complexo Militar doCurado.

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O Centro de Instrução Marechal Newton Cavalcanti(CIMNC) está localizado a cerca de 60 km do Recife.Com uma área de 6.280 ha, atinge seis municípiospernambucanos: Araçoiaba, Paulista, Igarassu, Paudalhoe Tracunhaem.

A área pertencia, até o início dos anos 40 do séculoXX, a nove engenhos produtivos de cana-de-açúcar. Em1944, durante a segunda Guerra Mundial, foram desa-propriados pela União para ceder espaço a um local detreinamento militar. O Brasil tinha declarado guerra aospaíses do Eixo e precisava adestrar seus soldados no Nor-deste em um campo de instrução operacional e moderno.

Em pouco mais de um ano, já era inaugurado o Cam-po de Instrução Militar Engenho Aldeia, nas cercanias deRecife.

Desde então, passados 62 anos, o campo de Instru-ção, rebatizado de CIMNC, esteve sempre com seu viésvoltado para o lado operacional, adestrando e treinandotropas. Entretanto, uma das grandes contribuições doCIMNC, neste mais de meio século de vida, foi a preser-vação ambiental. A quase totalidade de seus seis milhectares, até então área de engenho, passou a receberatenção especial do Exército. Hoje, cercado por planta-ções de cana-de-açúcar, é uma ilha de Mata Atlântica,com um rígido controle e fiscalização contra lenheiros,madeireiros, caçadores e outras formas de exploração.

A mata atlântica da área abriga dezenas de espécies deplantas nativas, arbustos típicos do bioma, nascentes,cachoeiras, animais, aves, anfíbios, insetos e dezenas deoutras espécies nativas. O local também é referência e basede pesquisa de biólogos e estudos de botânica e zootécnicada Universidade Federal de Pernambuco.

Na comparação de fotos antigas de diversas áreas docampo de instrução com novas imagens (páginas aseguir) pode-se notar o resultado das décadas depreservação.

É possível observar a mudança na cobertura vegetaldo local. Em 1944, a área que margeava o lago tinhaapenas alguns trechos de matas fechadas. Hoje, o espaçoestá recuperado, com sua cobertura totalmente refeita.

Quem, há 60 anos, passou por suas estradas parachegar à sede do campo de instrução, não reconheceria ocaminho. O que antes era um descampado, rescaldo damonocultura, com gramíneas e poucos arbustos, hojepercorre um caminho cercado por uma floresta com árvo-res de várias espécies e tamanhos.

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ANTES HOJE - área preservada

Estrada de acesso à sede do Centro de Instrução

Área do Lago

Região de casario

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história da 6ª Região Militar (6ª RM) está forte-mente ligada à Bahia. Estabelecida em sua terra eirmanada com sua gente, lutou pela defesa dos

mais autênticos interesses de nossa Pátria, constituindo-seno povo em armas. Em seu rastro de glórias, desde o des-cobrimento do Brasil, encontram-se, indeléveis, exemplosde coragem, amor à terra, nativismo, ideal de indepen-dência e resistência ao jugo estrangeiro, extraídos da lutacontra os invasores holandeses, do estabelecimento dadefesa da costa e das participações nas Guerras da Inde-pendência, do Paraguai, Canudos e 2ª GuerraMundial.

Na área de meio ambiente, a 6ª RM procura conduzire orientar as Organizações Militares subordinadas na exe-cução de ações efetivas de preservação que proporcionemo bem-estar e a satisfação da população baiana que lhe éhospitaleira.

Anualmente, a Câmara Municipal de Salvador home-nageia uma Instituição Pública ou Privada que tenha sedestacado na promoção e defesa do meio ambiente. Em2007, por unanimidade, esse reconhecimento incidiu so-bre o Exército Brasileiro. O Presidente da Comissão doPlanejamento Urbano e Meio Ambiente da Câmera Muni-cipal de Salvador, proponente da menção, justificou a con-cessão afirmando que o Exército, ao longo dos anos,

mantém o domínio e preserva, com raro esmero, umadas maiores reservas de Mata Atlântica em área urbanado país, situada no coração de Salvador-BA.

A concessão da Medalha do Mérito Ambiental MárioLeal Ferreira ao Exército Brasileiro foi aprovada emsessão solene no dia 05 de junho de 2007 e entregue aoComandante da 6ª RM no Dia Mundial do Meio Ambien-te e da Ecologia.

A reserva da Mata Atlântica, motivo da premiação,corresponde à área onde está instalado o 19º Batalhão deCaçadores (19º BC).

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Organização Militar de Infantaria, foi criado no dia16 de janeiro de 1920. Unidade organizada e instalada,inicialmente, no Forte de São Pedro, em Salvador-BA,ocupa, no momento presente, uma área no bairro doCabula, onde há uma reserva de Mata Atlântica, a maispreservada da região metropolitana da cidade graças aostrabalhos desenvolvidos pela Unidade.

Unidade Militar, que há 87 anos presta serviço à Pá-tria, manteve sempre os mais altos ideais de civismo e as

A

O RECONHECIMENTODE UM TRABALHO DE

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Medalha do Mérito Ambiental

Imagem de satélite do 19º Batalhão de Caçadores

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tradições castrenses, participando de momentos históri-cos, como a Revolução de 1924, na capital paulista.

Possui como Patrono o Marechal Alexandre GomesAlexandre GomesAlexandre GomesAlexandre GomesAlexandre Gomesde Argolo Ferrãode Argolo Ferrãode Argolo Ferrãode Argolo Ferrãode Argolo Ferrão – Visconde de Itaparica – soldadobaiano que atuou na guerra da Tríplice Aliança. Naquelaoportunidade, ao ser consultado pelo Duque de Caxiassobre a possibilidade de ser construída uma estrada atra-vés do charco paraguaio, Argolo respondeu: “Marechal!Se for possível, está feita! Se for impossível, vamos fazê-la!”. Essa frase tornou-se o lema de todos os integrantesdo 19º BC.

Em 18 de agosto de 1953, com o objetivo de cultuara memória e os feitos heróicos dos filhos desta terra, foisancionado decreto que atribuiu ao 19º BC a denomina-ção histórica de "Batalhão Pirajá".

A RESERA RESERA RESERA RESERA RESERVVVVVA DA DA DA DA DA MAA MAA MAA MAA MATTTTTAAAAAATLÂNTICAATLÂNTICAATLÂNTICAATLÂNTICAATLÂNTICA

Considerando a importância da preservação dosecossistemas onde estão instaladas, as unidades do Exérci-to desempenham suas atividades em consonância com a

legislação ambiental brasileira, tendo seus comandantes aresponsabilidade e a atribuição adicional de fiscalizar asua execução.

Fruto dessa conscientização de respeito à naturezatransmitida para todos os componentes do Batalhão, o19º BC preserva uma área da Mata Atlântica de, aproxi-madamente, 200 hectares, na região central de Salvador,sem se afastar de seu objetivo primordial: a preparação docombatente de infantaria por meio da instrução prática.

Entre as ações e programas de preservação ambientaldesenvolvidos pela Unidade, destaca-se o plantio de mu-das de pau-Brasil em sua área de responsabilidade, reali-zado no Dia Mundial do meio ambiente por adolescentesdo Projeto Caminhar.

Do mesmo modo, o 19º BC tem apoiado diversas Ins-tituições de Ensino Superior nas atividades de pesquisa dafauna e da flora na área remanescente de Mata Atlântica,destacando-se, entre outras, a Universidade Federal daBahia (UFBA), a Universidade Católica de Salvador(UCSAL), a Faculdade de Salvador, a Faculdade deTecnologia e Ciências e a Faculdade Jorge Amado.

Área preservada pelo 19º BC – Dique do Cascão

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árvore, perante a multiplicidade de utilidades,além de ser um importante componente na ins-trução militar, protege a lavoura, reduz os efeitos

sonoros, auxilia na absorção da poluição atmosférica eproduz oxigênio (fotossíntese).

No dia 21 de Setembro, Dia da Árvore, a ForçaTerrestre volta suas atenções para a conservação da natu-reza e a preservação das nossas matas e florestas, consci-ente dos riscos que o planeta Terra corre acerca de umacidente ambiental de proporções consideráveis.

Com o objetivo de conciliar suas atividades com a pre-servação da natureza, participa e acompanha a PolíticaAmbiental Brasileira e, por intermédio de suas Organiza-ções Militares, vem implementando ações que possibilitemo resgate de melhores condições e proporcionem uma qua-lidade de vida adequada.

É a “Mão Amiga” presente no trabalho silencioso daForça, enquanto o “Braço Forte” zela pelos interesses es-tratégicos nacionais e pela defesa permanente da nossasoberania.

Conheça, a seguir, alguns eventos desenvolvidos emcomemoração ao Dia da Árvore.

INAUGURADO O VIVEIROINAUGURADO O VIVEIROINAUGURADO O VIVEIROINAUGURADO O VIVEIROINAUGURADO O VIVEIROVERDE-OLIVVERDE-OLIVVERDE-OLIVVERDE-OLIVVERDE-OLIVAAAAA

Moradores de Ituverava(SP), autoridades municipais,integrantes de diversos segmentos da sociedade e o Tiro-de-Guerra 02-058, participaram da inauguração do Vi-veiro Verde-Oliva no Dia da Árvore. Na ocasião, os par-ceiros do Projeto Verde-Oliva realizaram o plantio de umamuda de Pau-Brasil, árvore-símbolo do projeto e do País.Diversas escolas visitaram o viveiro.

Após a solenidade de inauguração, ocorreu a 1ªEcocaminhada de Ituverava com a presença de alunos deescolas da rede municipal, estadual e particular. A finali-dade foi informar a população sobre maneiras básicas de

preservação do meio ambiente, pois só através do esforçoconjunto é que teremos qualidade de vida. Durante o per-curso, os atiradores replantaram na Av Dr. Anibal Soaresde Oliveira, no centro da cidade, 130 mudas de Jerivá.Finalizando as comemorações do “Dia da Árvore”, foramplantadas árvores nativas na mata ciliar do Rio do Carmopor alunos do curso de biologia da Faculdade FranciscoMaeda e por atiradores do Tiro-de-Guerra.

Integrado ao Projeto Verde-Oliva, o viveiro visa à edu-cação ambiental para que a sociedade conheça as princi-pais espécies das nossas matas, aprecie a beleza e crieuma mentalidade de preservação. Sua construção nasceude parceira firmada entre o Tiro-de-Guerra, a Prefeitura,a Faculdade de Agronomia Francisco Maeda e o RotaryClub de Ituverava. O Tiro-de-Guerra é responsável pelaadministração do Viveiro, construído em área da Prefeitu-ra, enquanto a Faculdade está encarregada do apoio téc-nico e o Rotary Club promoverá subprojetos para divul-gação, execução, reciclagem, plantio e educação ambiental.

O EXÉRCITO E O DIA DA

ÁRVORE

A

Inaugurado o Viveiro Verde-Oliva – Ituverava-SP

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I JORNADA DE MEIOI JORNADA DE MEIOI JORNADA DE MEIOI JORNADA DE MEIOI JORNADA DE MEIOAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTE

O 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º GAC),Bagé-RS, promoveu a I Jornada do Meio Ambiente. Naoportunidade, foram realizadas palestras sobre o Planeja-mento Estratégico Municipal, a gestão sustentável de re-cursos hídricos, a correta destinação dos resíduos e as açõesde sustentabilidade com a utilização de recursos naturais. Oevento contou com a participação da Prefeitura Municipalde Bagé, de órgãos municipais e do Instituto dePermacultura.

PLPLPLPLPLANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDASASASASASNo 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (59º B I Mtz),

Maceió-AL, a comemoração do Dia da Árvore contoucom a participação de radialistas da cidade, SociedadeAmigos do Batalhão Hermes Ernesto da Fonseca(SOABHEF), crianças atendidas pelo Programa Educacio-nal de Resistência às Drogas e a Violência (PROERD) eGrupo de Escoteiros Adelina de Carvalho. Prestigiaram oevento diversas autoridades ligadas ao meio ambiente, entreelas a Secretária Estadual do Meio Ambiente e RecursosHídricos, o Secretário Municipal de Proteção ao MeioAmbiente e a Promotora do Meio Ambiente.

15ª Companhia de Engenharia de Combate15ª Companhia de Engenharia de Combate15ª Companhia de Engenharia de Combate15ª Companhia de Engenharia de Combate15ª Companhia de Engenharia de Combate(15ª Cia E Cmb), Palmas-PR(15ª Cia E Cmb), Palmas-PR(15ª Cia E Cmb), Palmas-PR(15ª Cia E Cmb), Palmas-PR(15ª Cia E Cmb), Palmas-PR

Desenvolveu a Campanha da Árvore entre os dias 17e 21 de setembro do corrente ano. O plantio de 3000mudas de árvores (2500 pinus americanos, 300 uvas dojapão e 200 angicos) foram realizados por crianças daAPAE e de escolas municipais, pelo Grupo da 3ª Idade epelos soldados da Companhia. As mudas plantadas foramfornecidas pelo viveiro municipal.

Dia da Árvore no 25º GAC – Bagé-RS Dia da Árvore no 15ª Cia E Cmb – Palmas-PR

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Dia da Árvore no 59º BI – Maceió-AL Dia da Árvore no DC Mun – Paracambi-RJ

Depósito Central de MuniçãoDepósito Central de MuniçãoDepósito Central de MuniçãoDepósito Central de MuniçãoDepósito Central de Munição(D C Mun), em Paracambi-RJ(D C Mun), em Paracambi-RJ(D C Mun), em Paracambi-RJ(D C Mun), em Paracambi-RJ(D C Mun), em Paracambi-RJ

Realizou o plantio de 3000 mudas de árvores na-tivas da mata atlântica. O objetivo é, integrado com asociedade e com parcerias na área de meio-ambiente,realizar o reflorestamento com, pelo menos, 180.000mudas de árvores. Depois do plantio, todos foramconvidados a assistirem ao teatrinho de marionetessobre educação ambiental. O projeto conta com umaparceria com a ONG SOS Mata Atlântica e compõeuma das propostas do Programa de ExcelênciaGerencial da OM.

11º Regimento de Cavalaria Mecanizado11º Regimento de Cavalaria Mecanizado11º Regimento de Cavalaria Mecanizado11º Regimento de Cavalaria Mecanizado11º Regimento de Cavalaria Mecanizado(11º R C Mec), Ponta Porã-MS(11º R C Mec), Ponta Porã-MS(11º R C Mec), Ponta Porã-MS(11º R C Mec), Ponta Porã-MS(11º R C Mec), Ponta Porã-MS

No Dia da Árvore, o 11º R C Mec realizou o plantiode mudas na área interna do Regimento. O evento contoucom a participação de crianças das escolas de Ponta Porã.

BABABABABATTTTTALHÃALHÃALHÃALHÃALHÃO DO DO DO DO DA GUA GUA GUA GUA GUARDARDARDARDARDAAAAAPRESIDENCIAL COMEMORA OPRESIDENCIAL COMEMORA OPRESIDENCIAL COMEMORA OPRESIDENCIAL COMEMORA OPRESIDENCIAL COMEMORA ODIA DA ÁRVOREDIA DA ÁRVOREDIA DA ÁRVOREDIA DA ÁRVOREDIA DA ÁRVORE

O Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), Brasília-DF,recebeu a visita da Escola Maternal e Jardim de Infância Bar-quinho Amarelo no Dia da Árvore. Os alunos, acompanha-dos da Diretoria e de professores, visitaram a horta do Bata-lhão e realizaram o plantio de um coqueiro em comemoraçãoao Dia da Árvore.

ARSENAL DE GUERRAARSENAL DE GUERRAARSENAL DE GUERRAARSENAL DE GUERRAARSENAL DE GUERRAGENERAL CÂMARA REALIZAGENERAL CÂMARA REALIZAGENERAL CÂMARA REALIZAGENERAL CÂMARA REALIZAGENERAL CÂMARA REALIZAPLPLPLPLPLANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDANTIO DE MUDASASASASAS

O Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC), GeneralCâmara-RS, realizou o plantio de mudas de árvores nativasno interior do aquartelamento e na sua Área de Instrução.A atividade fez parte da Campanha da Árvore/2007 e con-tou com a participação dos alunos da Associação de Pais eAmigos de Excepcionais (APAE) local.

Dia da Árvore no 11º RC Mec – Ponta Porã-MS

Dia da Árvore no AGGC – General Câmara-RS

Dia da Árvore no BGP – Brasília-DF

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3 63 63 63 63 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

O 72º Batalhão de Infantaria Motorizado(72º BI Mtz), “A Casa do Combatente daCaatinga”, foi criado em 1º de janeiro de

1975, por transformação da 2ª Companhia de Fu-zileiros do 35º Batalhão de Infantaria, situado emFeira de Santana-BA, com o objetivo de guarnecero alto sertão nordestino. Integrante da 10ª Briga-da de Infantaria Motorizada, fica localizado emPetrolina-PE, no Vale do Rio São Francisco, incrus-tado em plena caatinga. Possui, em sua área de res-ponsabilidade, 40 municípios: 37 em Pernambucoe 3 na Bahia.

72º BI Mtz– UMA OMPREOCUPADACOM APRESERVAÇÃOAMBIENTAL

3 63 63 63 63 6 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

Ambiente operacional da caatinga Jacaré – parque zoobotânico

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Unidade berço dos Combatentes da Caatinga, o72º BI Mtz é presença marcante e positiva do ExércitoBrasileiro no semi-árido nacional. Identifica-se plenamen-te com a garra e a fibra do homem sertanejo. Tem amissão de estudar, planejar e desenvolver trabalhos visan-do à cristalização de uma doutrina de atuação na Regiãode Caatinga. Para isso, está ligado ao Comando de Ope-rações Terrestres como tropa de emprego peculiar. Des-taca-se, também, por ser a única Organização Militar doExército Brasileiro dotada do uniforme de caatinga, carac-terizado pela cor cáqui, com aplicações em couro, seme-lhante à vestimenta típica do vaqueiro nordestino.

Desde sua criação, o batalhão vem preservandouma vegetação de caatinga com aproximadamente3.000.000 m² inserida na área urbana de Petrolina-PE.Uma grande variedade de espécies de vegetais e animaissobrevive na área não construída do quartel. O Batalhãopossui ainda um Centro de Instrução de Operações naCaatinga (CIOpC), que abrange uma área de caatinga pre-servada com aproximadamente 28.000.000 m². Os trei-namentos militares e os Estágios de Adaptação à Caatingaocorrem de forma harmônica com o meio ambiente.

O Primeiro Parque Zôobotânico do Comando Militardo Nordeste (CMNE), implantado em parceria com a Com-panhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco(CODESVASF), encontra-se em funcionamento na OM.O Projeto é de cunho sócio-pedagógico-cultural e temcomo objetivo preservar espécies da fauna e flora caracte-rísticas do bioma caatinga. Ao todo, são 22 viveiros ecerca de 40 espécies de vegetais. Definitivamente implan-tado, o parque zôobotânico funciona como apoio em pes-quisas escolares, ponto turístico, apoio a projetos de pes-quisa de entidades de ensino superior locais, área parainstrução militar e está aberto a visitação pública.

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renováveis), atuando como um dosparceiros do projeto, repassa, à Unidade Militar, animaisapreendidos e doados. Uma vez recebidos, os animais sãomedicados, tratados, observados e, posteriormente, in-troduzidos no zôo, que possui ambientação o mais próxi-mo possível de seus habitats. Em apoio às unidades locaisdo Ibama, a equipe do parque auxilia no processo derecondução e soltura de espécies apreendidas, assim como

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Onça-parda – parque zoobotânico Arara-canindé – parque zoobotânico

Fachada do 72º BI Mtz – Região de Caatinga

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na prestação de cuidado veterinário emergencial. É im-portante ressaltar que sob o aspecto da recondução e sol-tura de animais silvestres em novas áreas, o Batalhão esta-beleceu uma parceria com o Ministério da Integração,apoiando o projeto da Transposição do Rio São Francisco.

Desde sua inauguração, o Parque Zoobotânico BiomaCaatinga tem recebido centenas de visitantes, a maior partede escolas da região. Dessa forma, contribui na formaçãode uma massa crítica e na conscientização da necessidadede preservação da nossa mata branca, além de possibilitaraos estudantes a oportunidade única de vislumbrar a ri-queza natural da Caatinga. Uma equipe da OrganizaçãoMilitar, com profundo conhecimento do bioma, tem a in-cumbência de recepcionar e explanar acerca dos animais evegetais encontrados nas dependências do parque.

No mês de julho/2007, novamente incrementando suaparticipação nesse processo de desenvolvimento sustentá-vel do Bioma, o Batalhão estabeleceu uma parceria com aEMBRAPA e diversos órgãos ligados ao meio ambientepara o plantio de 200 mil mudas de plantas nativas,produzidas artificialmente em viveiros, nas margens do“Velho Chico”, dentro do processo de revitalização domaior rio genuinamente brasileiro. Outra grande parceriafoi firmada pelo Batalhão com a Universidade Federal doVale do São Francisco (UNIVASF) para cadastramento detodas as espécies vegetais existentes na área sob sua res-ponsabilidade, estabelecendo um valioso banco de dadospara posterior estudo e formação de agentes ambientais,destinados ao projeto de revitalização do Rio São Francis-co.

Desse modo, o 72º BI Mtz, interagindo com a atualproblemática mundial, busca realizar um trabalho concre-to e duradouro de preservação ambiental, que já colhefrutos e ganha respaldo junto ao Governo Federal e àsociedade local.

Fot

os: S

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72º

BI

Mtz

Animal em tratamento

Crianças visitam o zôo

Peixamento

Animal medicado

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MEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTESUSSUSSUSSUSSUSTENTTENTTENTTENTTENTÁÁÁÁÁVEL: SURVEL: SURVEL: SURVEL: SURVEL: SURGIMENTGIMENTGIMENTGIMENTGIMENTOOOOODO CONCEITODO CONCEITODO CONCEITODO CONCEITODO CONCEITO

Primeira Conferência das Nações Unidas sobreo Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em1972, reuniu a comunidade internacional e

enunciou os princípios que inspirariam os esforços dospovos do mundo para a preservação do meio ambiente.

Em 1987, a Comissão Mundial de Meio Ambientedivulgou o Relatório Brundtland, associando a preserva-ção ambiental ao conceito de desenvolvimento sustentáveldefinido como “o desenvolvimento que atende àsnecessidades das gerações atuais sem comprometer asnecessidades das gerações futuras”. Esse novo conceitopermearia todas as futuras discussões sobre o meio ambi-ente e influenciaria os documentos internacionais e aslegislações de vários países.

RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DERESÍDUOS DOS SERVIÇOS DERESÍDUOS DOS SERVIÇOS DERESÍDUOS DOS SERVIÇOS DERESÍDUOS DOS SERVIÇOS DESAÚDE: RISCOS AO MEIOSAÚDE: RISCOS AO MEIOSAÚDE: RISCOS AO MEIOSAÚDE: RISCOS AO MEIOSAÚDE: RISCOS AO MEIOAMBIENTE E À SAÚDEAMBIENTE E À SAÚDEAMBIENTE E À SAÚDEAMBIENTE E À SAÚDEAMBIENTE E À SAÚDEPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICA

Atualmente, os chamados Resíduos dos Serviços deSaúde (RSS) constituem a grande preocupação ambientale sanitária de risco, pois, além de serem responsáveis dire-tos pela contaminação ambiental e pela transmissão dedoenças infecciosas, estão envolvidos com os aspectos

relativos às doenças ocupacionais, à preservação do meioambiente e às questões sociais.

Os riscos decorrentes da contaminação do meioambiente pelos RSS podem ser dos tipos biológico, quími-co, radiológico e físico, tais como a contaminação porbactérias e vírus, por mercúrio, pelos resíduos dos servi-ços de quimioterapia e de radioterapia, e pelas lesões oca-sionadas por materiais perfurocortantes.

Vários microrganismos causadores de patologias gra-ves e de infecções hospitalares são encontrados nos RSScom grande potencial de persistência no meio ambiente.Entre esses microrganismos estão o bacilo causador datuberculose humana (Mycobacterium tuberculosis), o ví-rus da Imunodeficiência Humana (HIV), o vírus da Polio-mielite (Poliovírus) e a Salmonella sp. A Tabela 1 relacio-na alguns destes microrganismos com os seus respectivosperíodos de sobrevivência no meio ambiente.

No ano de 2000, o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) realizou a Pesquisa Nacional de Sanea-mento Básico, constatando que 1% de todos os resíduoscoletados no País correspondem aos RSS (o que totalizacerca de 2.300 toneladas diárias) e que apenas 57% doshospitais segregam os seus resíduos.

Os RSS que não são segregados adequadamente con-taminam, por conseguinte, os "resíduos comuns", impe-dindo a reciclagem e contribuindo para o aumento dovolume total de resíduos contaminados.

MEIO AMBIENTE E SAÚDE:UMA PREOCUPAÇÃO GLOBAL

A

Tabela 1 - Tempo de persistênciade alguns microrganismospatógenos em resíduos sólidos

Modificada de OrganizaçãoMundial de Saúde, 1993, apudBidone3

Dir

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de

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Essa pesquisa também constatou uma grande incoe-rência entre a correta segregação e a disposição final dosRSS, já que a maioria dos municípios brasileiros (cerca de74%) deposita o lixo classificado como "hospitalar" a céuaberto, sem realizar a disposição final adequada em aterrosanitário. Foi demonstrado, também, que mesmo quandorealizada a segregação pelos estabelecimentos de saúde,não há um correto tratamento final dos detritos, visto

Simbologia utilizada no gerenciamento dos resíduos de serviços de saúdepara indicar riscos biológicos, químicos, radioativos e físicos (perfurocortantes)

Código de cores e símbolos utilizados na reciclagem de resíduos não contaminados (resíduos comuns)

Figura 2

que somente 14% das prefeituras tratam adequadamenteos RSS.

Nesse contexto, não se deve relegar o aspecto queenvolve a biossegurança e a questão social, destacando-seo risco de transmissão de doenças infecto-contagiosas paraos manipuladores de resíduos, pois estima-se que há maisde 200 mil catadores de lixo no Brasil, sendo que, desses,mais de 45 mil são crianças.

Figura 1

AÇÕES EM FAÇÕES EM FAÇÕES EM FAÇÕES EM FAÇÕES EM FAAAAAVVVVVOR DOR DOR DOR DOR DA SA SA SA SA SAAAAAÚDEÚDEÚDEÚDEÚDEE DO MEIO AMBIENTEE DO MEIO AMBIENTEE DO MEIO AMBIENTEE DO MEIO AMBIENTEE DO MEIO AMBIENTE

Frente à preocupação nacional e internacional relativaà preservação do meio ambiente, seus efeitos deletérios àsaúde e considerando a questão da biossegurança, o Ser-viço de Saúde do Exército vem consolidando ações proativasnesse sentido, alinhadas com as diretrizes da Força e fun-damentadas nos princípios e nas regras do arcabouçonormativo ambiental brasileiro.

A Diretoria de Saúde do Exército, como Órgão Técni-co-Normativo, integra-se às ações em favor do meio am-biente, atualizando seus quadros quanto aos aspectos le-gais que norteiam o tema, no sentido de proporcionar, aosHospitais, Policlínicas, Postos Médicos de Guarnição eSeções de Saúde de Organizações Militares, as informa-ções e orientações necessárias ao cumprimento da lei edas diretrizes do Exército, atuando diretamente ou porintermédio das Seções de Saúde Regionais.

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Coletores nas cores utilizadas paraa coleta seletiva de resíduos.

Laboratótio Químico-Farmacêutico do Exército - 2007.

Figura 3

Como exemplos de realizações nessa área, podemosdestacar o Hospital Central do Exército (HCE) e o Institu-to de Biologia do Exército (IBEx), localizados no Rio deJaneiro(RJ) que, cientes das conseqüências danosas dodescarte inadequado dos seus resíduos, vêm implementandoseus planos de gerenciamento de RSS com etapas demanejo que devem incluir a segregação, a reciclagem, oacondicionamento adequado, a coleta seletiva interna, otratamento na unidade geradora, a coleta seletiva externae a correta disposição final.

Criado em 21 de maio de 1808 por D. João, o Labo-ratório Químico-Farmacêutico do Exército (LQFEx), insti-tuição pioneira na Farmácia do Brasil, utiliza tecnologiasmodernas e ecologicamente corretas para enquadrar-seno conceito de desenvolvimento sustentável. Para tanto,adotou os princípios de gerenciamento de seus resíduos,minimizando sua quantidade, substituindo tecnologiasultrapassadas e promovendo a reciclagem. Cabe ressaltarque o LQFEx possui uma Estação de Tratamento deEfluentes (ETE) para seus resíduos líquidos que, quandodescartados na rede coletora, não acarretam poluição ouriscos à saúde pública.

No contexto do ensino militar, o assunto adquiriuimportância progressiva, com destaque para as escolaspor onde passam os oficiais médicos, farmacêuticos,dentistas, enfermeiros e veterinários da Força durante suascarreiras.

A Escola de Saúde do Exército (EsSEx), berço da for-mação do oficial de saúde, inseriu em seu programa deensino um módulo versando sobre “Biossegurança” nos

Cursos de Formação de Oficiais e de Formação e Aperfei-çoamento de Sargentos. Entre os assuntos abordados nessadisciplina, destacam-se a regulamentação dos níveis debiossegurança dos laboratórios e dos biotérios, a preven-ção quanto aos riscos químicos, biológicos e radiológicosnos estabelecimentos de saúde, os sistemas de proteção, amanipulação correta dos rejeitos, os riscos ocupacionais,os impactos ambientais, a reciclagem e a legislaçãoambiental brasileira.

Na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) otema Meio Ambiente é desenvolvido de forma integradana disciplina de Administração Hospitalar e conta com acolaboração de um professor da Fundação Oswaldo Cruz(FIOCRUZ), que desenvolve o tema "Gerenciamento deResíduos dos Serviços de Saúde". O assunto tem se-qüência na Escola de Comando e Estado-Maior do Exér-cito (ECEME), onde aspectos relacionados ao planeja-mento alcançam níveis mais elevados. O objetivo da in-serção desse conhecimento nos Estabelecimentos de En-sino da Força é fazer com que o tema seja debatido emtodas as esferas, aproveitando tais momentos para a for-mação de educadores e disseminadores do tema MeioAmbiente em todos os graus de atuação do Serviço deSaúde. Dessa forma, o Exército busca solucionar o pro-blema dos RSS com a educação ambiental, o treinamen-to adequado dos profissionais de saúde e o uso das me-didas de biossegurança e das técnicas que diminuem aprodução de resíduos, visando à preservação do meioambiente e a promoção da saúde para as gerações dopresente e do futuro.

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16ª Base Logística de Selva está localizada,estrategicamente, na cidade de Tefé-AM, regiãode florestas alagadas, com características

naturais e culturais bem peculiares, na confluência dosrios Japurá, Solimões e Juruá, que partem dos territóriosda Colômbia e da República do Peru e penetram naAmazônia Ocidental. Essa OM constitui-se no braçologístico da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, “Brigadadas Missões”.

HISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICOHISTÓRICOA 16ª Base Logística de Selva teve como origem o

Depósito de Subsistência de Tabatinga-AM, criado em

1975, embrião do Serviço de Intendência na AmazôniaOcidental.

Com a criação da 16ª Bda Inf Sl e sua transferência deSanto Ângelo-RS para Tefé, o Depósito de Tabatinga foidesativado e seus meios orgânicos transferidos para Tefé,com isto originando a 16ª Ba Log Sl, conforme a Portarianº 009-EME-Res, de 02 de Fev de 1994.

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO• Proporcionar apoio logístico aos elementos orgâni-

cos da 16ª Bda Inf Sl, cuja área abrange 27 municípios,sendo 22 no Estado do Amazonas e cinco no Estado doAcre.

A

EDUCAÇÃO AMBIENTAL16ª BASE LOGÍSTICA DE SELVA

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• Proporcionar apoio logístico por área às OMsituadas nas proximidades geográficas de sua zona de ação,quando determinado.

POSSIBILIDADESPOSSIBILIDADESPOSSIBILIDADESPOSSIBILIDADESPOSSIBILIDADES

Em tempo de paz• Receber, armazenar e distribuir as diversas classes de

suprimentos, de acordo com o planejamento logístico re-gional e as capacidades de seus depósitos e câmarasfrigoríficas.

• Prestar apoio de manutenção de 2º escalão a todomaterial de emprego militar orgânico das Unidades apoia-das.

• Realizar a manutenção do armamento, de viaturas,das embarcações e dos motores de popa.

Em operações• Assegurar o apoio logístico de todas as classes de

suprimentos, à Bda, exceto material de aviação e deinformática, para até cinco dias de suprimento.

AAAAATIVIDTIVIDTIVIDTIVIDTIVIDADES DESENVADES DESENVADES DESENVADES DESENVADES DESENVOLOLOLOLOLVIDVIDVIDVIDVIDASASASASASEssas atividades baseiam-se na trilogia. “Transportar,

Manutenir e Suprir”.

TransportarNo que diz respeito ao apoio logístico em transporte,

a 16ª Ba Log Sl desloca, periodicamente, suprimento detodas as classes para as guarnições de Tabatinga-AM eCruzeiro do Sul-AC, navegando pelas calhas dos rios daregião. Concomitantemente, são realizados reconhecimen-tos de áreas e itinerários, operações de Inteligência, AçõesCívico-Sociais (ACISO) e atualização de LevantamentoEstratégico de Área (LEA), que remetem essa funçãologística ao novo conceito: “operações logísticas”.

ManutenirCom relação à função logística manutenção, a

16ª Ba Log Sl realiza essa atividade conforme seu planode trabalho, sendo que, para o Comando de FronteiraSolimões/8º BIS (Tabatinga-AM), 61º BIS (Cruzeiro doSul-AC) e seus respectivos Destacamentos e Pelotões Es-peciais de Fronteira (PEF) presta apoio direto, valendo-sede seus meios fluviais orgânicos e do apoio da Força Aé-rea Brasileira que, a cada dois meses, em média,disponibiliza uma aeronave durante uma semana. Assim,a equipe percorre todas as OM da fronteira, fazendo ma-nutenção e levantando necessidades futuras.

Equipe de Apoio Diretocom destino a

Tabatinga (8º BIS)

Balsa Marechal Bittencourt sendo carregadacom Suprimento Classe I

Balsa Marechal Bittencourt (Ferryboat)com destino a Cruzeiro do Sul (AC)

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SuprirQuanto à função logística suprimento, a 16ª Ba Log Sl

realiza as atividades de levantamento das necessidades,obtenção, estocagem, controle e distribuição de todas asclasses para a Brigada. O suprimento Classe I é recebidopela cadeia regional.

Apoio direto em Tabatinga: manutenção de um motor de popa

Manutenção do armamento do 17º BIS (Tefé-AM)

Além das atividades já mencionadas, a 16a Ba Log Slexecuta exames laboratoriais para monitoramento da qua-lidade da água dos poços artesianos que abastecem osQuartéis e Vilas Militares da Guarnição de Tefé. Possui,também, um Laboratório de Inspeção e AnáliseBromatológicas (LIAB), para que possa manter a alta qua-lidade e a validade dos diversos produtos alimentícios es-tocados em seus depósitos.

Quinzenalmente, realiza exames visuais e revolve acarga, de modo que todo estoque seja ventilado por igual,evitando, dessa maneira, a proliferação de fungos, devidoà alta umidade da região.

É na função logística transporte que a 16ª Ba Log Sldemonstra quão valiosa é para a Brigada das Missões,vocacionada, fundamentalmente, para conduzir operaçõesfluviais. Com uma área de 570.000 km², sem nenhumtrecho de via terrestre que interligue duas localidades, omodal fluvial é essencial nessa área operacional. Os dadosnuméricos obtidos no ano de 2006 e abaixo relacionadosretratam sua relevância:

• cumpriu 48 missões de transporte, sendo 23deslocando tropa e 25, carga em geral, ao custo deR$ 469.025,00 (quatrocentos e sessenta e nove mil evinte e cinco reais);

• transportou 461,3 toneladas de cargas diversas –equivalente ao peso de 385 (trezentos e oitenta e cinco)carros populares –, percorrendo, aproximadamente,39.500 Km, o que corresponde a uma volta completa emtorno da Terra pela linha do Equador;

• a fim de cumprir todas essas missões de transporte,as embarcações e tripulantes navegaram 285 dias do anode 2006, utilizando 191.361 litros de óleo diesel e 4.731litros de gasolina.

PLPLPLPLPLANANANANANO BÁSICO BÁSICO BÁSICO BÁSICO BÁSICO DE GESO DE GESO DE GESO DE GESO DE GESTTTTTÃÃÃÃÃOOOOOAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTALALALALAL

Trata-se de um plano de preparação dos militares paraque desenvolvam valores e atitudes responsáveis emDepósito de Suprimento Classes VI e IX

Análise da água consumida nas vilas militares e quartéis

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relação ao meio ambiente, sempre comprometidos com odesenvolvimento de sociedades sustentáveis. As ações vi-sam a fortalecer as atenções voltadas para a preservaçãodos recursos naturais e permear as diversas atividadesoperacionais e de manutenção desenvolvidas pela Unida-de. A seguir, dois exemplos.

Vida vegetativa da OMGrupamentoGrupamentoGrupamentoGrupamentoGrupamento: seção de transporte fluvial, motoristas

e mecânicos de viaturas.AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade: instrução de 1º e 2º escalões sobre moto-

res de popa, embarcações e viaturas.RiscosRiscosRiscosRiscosRiscos: contaminação do meio ambiente com dejetos

líquidos ou resíduos sólidos.Medida preventivaMedida preventivaMedida preventivaMedida preventivaMedida preventiva: implementação de um processo

que permita a eliminação dos dejetos líquidos e a destrui-ção dos resíduos sólidos.

Sobrevivência na selvaGrupamentoGrupamentoGrupamentoGrupamentoGrupamento: todos os militares da Unidade.AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade: instrução de sobrevivência na selva.RiscosRiscosRiscosRiscosRiscos: incêndio acidental e crime ambiental configu-

rado pelo abate de espécie protegida por Lei ou pesca emperíodo de procriação.

Medida preventivaMedida preventivaMedida preventivaMedida preventivaMedida preventiva: exame criterioso da área esco-lhida para execução da sobrevivência e clareza na orienta-ção aos instruendos sobre as espécies da fauna e da floraque não podem ser abatidos ou cortados.

CONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOEm sua visão de futuro, a 16ª Base Logística de Selva

busca ser reconhecida como um Centro de Referência eExcelência nas atividades logísticas na Amazônia Ociden-tal consoante às Políticas de Logística em estudo no Esta-do-Maior do Exército e no Departamento Logístico.

Dessa forma, pode-se concluir que a logística dealta performance - associada a outras atividades milita-res (operações logísticas) – que vem sendo executadapela 16ª Ba Log Sl é essencial para a condução deoperações militares na Amazônia, em particular na suaporção ocidento-setentrional, cuja maior parte é áreade responsabilidade da 16ª Brigada de Infantaria deSelva.

Tratamento de dejetos da embarcação- responsabilidade ambiental

Instrução de sobrevivência na selva – soldados da 16ª Ba Log Sl

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Centro de Pesquisas da Fauna e da Flora daAmazônia (CPFFAM) - “Zoológico do CIGS -1967” foi implantado na estrutura existente do

antigo zoológico do CIGS (Centro de Instrução deGuerra na Selva) e inaugurado em 1999. A partir daí,com o aperfeiçoamento da infra-estrutura geral e da res-tauração do complexo hospitalar veterinário, passou a re-alizar e apoiar pesquisas e atividades acadêmicas em coo-peração com instituições nacionais na área do zoológico eno Campo de Instrução do CIGS. Conta com 159 exem-plares de mais de 54 espécies animais amazônicos, entreaves, mamíferos e répteis.

O CPFFAM desenvolve, também, estágios supervisio-nados obrigatórios para discentes de Medicina Veterináriaem fase final de conclusão de curso, com o objetivo decontribuir para o aprendizado teórico-prático em medici-na de animais silvestres amazônicos.

O CPFFAM colabora com instituições públicas ouprivadas de ensino, prestando serviços à comunidade daregião metropolitana de Manaus, desde visitações aozoológico e assistência em projetos de desenvolvimentosustentável em área do CIGS até a recuperação deanimais silvestres.

A PRESERA PRESERA PRESERA PRESERA PRESERVVVVVAAAAAÇÃÇÃÇÃÇÃÇÃO DO DO DO DO DAAAAANNNNNAAAAATUREZATUREZATUREZATUREZATUREZA

Umas das importantes missões do CPFFAM é zelarpela preservação dos 1.150 km² de floresta primária exis-tente no Campo de Instrução do CIGS (CICIGS). Essaárea compreende um polígono de 50 km por 30 km,delimitada ao sul pelo lago Puraquequara; a leste pelo riode mesmo nome; ao norte pela rodovia AM-010, que ligaManaus à cidade de Rio Preto da Eva; e a oeste por esserio. É uma imensa área destinada à especialização dos

O CENTRODEPESQUISASDA FAUNA EDA FLORADAAMAZÔNIA

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Alimentos de origem vegetal

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alunos dos cursos de operações na selva, distante 60 kmda base urbana do CIGS, facilitando o apoio logístico àsoperações. Com a expansão da cidade de Manaus emdireção ao norte e ao leste, torna-se imperiosa a fiscaliza-ção constante da área do CICIGS, a fim de que não ocor-ram a posse e a caça predatórias e o desmatamento.

DESENVDESENVDESENVDESENVDESENVOLOLOLOLOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTOOOOOSUSSUSSUSSUSSUSTENTTENTTENTTENTTENTÁÁÁÁÁVELVELVELVELVEL

A imensa área do CICIGS foi desapropriada pelo Go-verno do Estado do Amazonas e doada à União na décadade 1960. Porém, algumas famílias que residiam naquelaárea não foram indenizadas e permaneceram ao longo dotempo. Para se evitar a pesca predatória e a extração demadeira para subsistência, o CPFFAM criou, na comuni-dade ribeirinha de São Francisco do Mainá, um projeto depiscicultura para criação de tambaquis, atendendo as as-pirações da própria população. Sendo assim, o CPFFAMprovidenciou os recursos, os técnicos, a execução da obra,os alevinos de tambaquis, a ração e a manutenção do pro-jeto. Hoje, os ribeirinhos podem comercializar o pescadoe promover a sustentabilidade do projeto.

AS PESQUISAS BIOLÓGICASAS PESQUISAS BIOLÓGICASAS PESQUISAS BIOLÓGICASAS PESQUISAS BIOLÓGICASAS PESQUISAS BIOLÓGICASApenas manter intacta essa imensa área de floresta

primária seria um desperdício. Por isso, o CPFFAM vemprotagonizando pesquisas zoobotânicas em parceria comdiversas entidades, entre as quais destacam-se o InstitutoNacional de Pesquisa Amazônica (INPA), a UniversidadeFederal do Amazonas (UFAM) e a Fundação de MedicinaTropical do Amazonas (FMTAM).

Em parceria com o INPA, tem levantado espécies ani-mais da área do CICIGS, em particular roedores (pacas,cutias e ratos selvagens) e xenartras (tatus e preguiças),hospedeiros intermediários da malária e da leishmaniose,visando a realizar estudos sobre essas doenças e a demar-car áreas de ocorrência. Ainda com esta entidade, oCPFFAM tem realizado: trabalhos de preservação do ga-vião real (ou harpia), a maior ave de rapina brasileira eque se encontra em extinção; a coleta de material paraexames e comparação com a literatura veterinária existen-te; a biometria; e o monitoramento.

Já com a FMTAM, o CPFFAM estabeleceu uma parce-ria para realizar o levantamento de hematoparasitos emrépteis e, atualmente, executa o mesmo em aves e mamífe-ros.

Já a UFAM realiza pesquisas do espelho d'água do lagodo Puraquequara a fim de verificar se atividades antrópicasestão poluindo o Rio Puraquequara; levanta cariótipos depreguiças pelo seu DNA; e está formando um banco deDNA dos felinos selvagens amazônicos a partir de pêlosextraídos dessas espécies (folículo piloso).

Vale salientar que o CPFFAM apóia qualquer institui-ção de pesquisa, desde que seja nacional e que apresenteum trabalho em zoologia de interesse do CIGS.

rea do Centro de Instrução de Guerra na Selva

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Gavião-real ou harpia

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O ZOOLÓGICO DO CIGSO ZOOLÓGICO DO CIGSO ZOOLÓGICO DO CIGSO ZOOLÓGICO DO CIGSO ZOOLÓGICO DO CIGSCom 159 exemplares de 54 espécies de ani-

mais, as grandes vedetes do Zôo do CIGS são asonças, símbolo do combatente de selva; o mutumdo nordeste, animal em extinção, sem sinais de ocor-rência naquela região geográfica brasileira; o casalde gavião real ou harpia, por seu belo porte e porestarem ameaçados de extinção; e o mico-leãozinho(ceboela pigmaea), o menor mico do mundo,raríssimo e com majestosos 8 cm de altura.

O visitante que chega ao Zôo do CIGS vai en-contrar animais da Amazônia Brasileira que vivemem habitats com características muito próximas dosnaturais. São animais capturados por traficantes queos retiraram, indevidamente, do seu habitat; resga-tados pela Polícia Federal ou Militar ou pelo Institu-to Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (IBAMA); são trazidos ao CIGSpara serem tratados e, se possível, reintroduzidosna natureza.

Nesse sentido, o CPFFAM veio, progressivamente, re-duzindo a quantidade de animais nos recintos até chegarao número de espécies que se tem atualmente, a quantida-de máxima para se manter em recintos que reproduzem ohabitat destes animais.

AS INSAS INSAS INSAS INSAS INSTTTTTALALALALALAAAAAÇÕES DO CPFFÇÕES DO CPFFÇÕES DO CPFFÇÕES DO CPFFÇÕES DO CPFFAMAMAMAMAMMuito bem aparelhado, o CPFFAM conta com um cen-

tro cirúrgico capaz de realizar qualquer tipo de operação;um ambulatório; uma sala de diagnóstico por imagens;um biotério (local para criação de presas e animais de la-boratório); uma sala de nutrição com complexo de câmarafrigorífica; uma enfermaria e uma biblioteca. É uma estru-tura moderna e prática, capaz de prover o tratamento desaúde não só para os animais silvestres amazônicos doZôo do CIGS, como também para aqueles que nele che-gam, apreendidos pelos órgãos de fiscalização.

A REPRODUÇÃO DE ANIMAISA REPRODUÇÃO DE ANIMAISA REPRODUÇÃO DE ANIMAISA REPRODUÇÃO DE ANIMAISA REPRODUÇÃO DE ANIMAISA Instrução Normativa nº 04/2002 do IBAMA, que

regula o funcionamento dos zoológicos, dispõe que osanimais em cativeiro devem ser pareados. O CPFFAM temrealizado hercúleo esforço em reproduzir naturalmentesuas espécies.

Sendo assim, nossa maternidade tem recebido anual-mente filhotes de quatis e macacos, em particular o maca-co aranha da cara preta, entre outros animais. Sempreque possível, os animais são reintroduzidos na natureza.Quando isso não é permitido, são incorporados aopatrimônio da União e passam a compor o acervo doCPFFAM. Fato como esse ocorreu com a onça parda (oupuma, ou suçuarana) Tiene, que nasceu em maio de 2004e hoje é uma das mais lindas mascotes do CIGS.

Um belo exemplo de reintrodução na natureza de ani-mais que nasceram no CPFFAM em 2007, por reprodu-ção facilitada, foi o de 13 filhotes de sucuris reintroduzidosna área do CICIGS uma semana após seu nascimento.

AS MASCOTESAS MASCOTESAS MASCOTESAS MASCOTESAS MASCOTESMascote é um substantivo feminino de origem france-

sa que significa boa sorte. Os grandes exércitos do mundosempre tiveram mascotes. O Exército Brasileiro adota aonça pintada como mascote das organizações militares daRegião Amazônica.

O CIGS já teve o prazer de possuir três onças-pintadas que acompanharam várias gerações de guerrei-ros de selva: a mascote “CIGS”, de 1966 a 1986; a onçamascote “COSAC”, de 1969 a 1996; e a onça-pintada“XINGU”, de 1986 a 2006.

Atualmente, conta com quatro onças mascotes: umaonça parda, com três anos de idade, de nome Tiene; uma

Chitara – onça mascote

Macaco-aranha

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onça preta, com oito anos, chamada Garoto; e duas onçaspintadas, uma fêmea, com 11 anos, chamada Chitara eoutra, com três anos, de nome Simba.

Até 2006, as onças mascote eram distribuídas por re-cintos espalhados pelo Zôo e, assim, o manejo desses ani-mais era realizado em área de trânsito do público visitan-

te. A partir de outubro de 2007, o CIGS dispôs derecintos que as isolam do trânsito de visitantes elimitam o contato apenas com os militares que acom-panham as atividades de rotina do Centro, uma vezque os visitantes têm outras oito onças disponíveispara visita no onçário do Zôo. Esses recintos pos-suem poços, árvores, tronco e grama, imitando ohabitat de um grande felino amazônico e criandomelhores condições de vida para esses nobres animais.

SOLSOLSOLSOLSOLTURA DE ANIMAIS NTURA DE ANIMAIS NTURA DE ANIMAIS NTURA DE ANIMAIS NTURA DE ANIMAIS NAAAAANNNNNAAAAATUREZATUREZATUREZATUREZATUREZA

O CPFFAM realizou, em 2007, a soltura, nanatureza, de 13 sucuris nascidas no Zôo do CIGS.Estas cobras possuíam a capacidade de viver sozi-nhas e foram soltas no CICIGS, já que a mãe nãotem o instinto materno de criar seus filhotes.

No 1º semestre de 2007, uma jaguatirica ma-cho foi atropelada na Rodovia AM 010. A equipedo CPFFAM foi acionada para resgatar o felino e o

conduziu até o CIGS. Lá o anestesiou, realizou uma deli-cada cirurgia para a recuperação de seus membros, fez oacompanhamento pós-operatório, a fisioterapia e a alimen-tação em cativeiro, e por fim, o soltou no CICIGS, nomesmo local onde fora encontrado.

RECUPERAÇÃO DE ANIMAISRECUPERAÇÃO DE ANIMAISRECUPERAÇÃO DE ANIMAISRECUPERAÇÃO DE ANIMAISRECUPERAÇÃO DE ANIMAISA Polícia Militar do Amazonas apreendeu, em Coari,

um filhote de onça pintada durante uma operação decombate ao narcotráfico. Esse felino foi doado ao CIGSem setembro de 2006. Infelizmente, o filhote, de nomeRaio da Selva, demonstrou uma síndrome neurológica queé tratada até hoje. Após 8 meses de tratamento, Raio daSelva apresenta sinais de intensa melhora, obtendo umprognóstico de reservável a favorável, o que permite acre-ditar que poderá se tornar uma grande mascote.

Com a expansão da cidade de Manaus, ocorre umgrande número de casos de preguiças acidentadas porcaírem de castanheiras ou por encostarem em redes dealta tensão. Boa parte dos animais recuperados possuemcondições de serem soltos no CICIGS e assim é feito. Po-rém, alguns deles não possuem mais condições de se adap-tar a vida livre, embora estejam saudáveis. Para essas pre-guiças, o CPFFAM desenvolve um projeto de construçãode um recinto adequado para acomodá-las, imitando seuhabitat.

Preocupado com esses animais, lançará, brevemente,a campanha de conscientização da população de Manausentitulada “Essa Preguiça é Legal”, com a finalidade dealertar a sociedade para não se amedrontar com as pre-guiças que se encontram em áreas verdes, por serem ino-fensivas, e para não retirá-las do pequeno conjunto deárvores em que vivem.

Gavião pombo

Preguiça

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Comando de Fronteira Roraima / 7º Batalhão deInfantaria de Selva, “Batalhão Forte SãoJoaquim”, mantém, há mais de 15 anos, em suas

dependências físicas, animais provenientes de situaçõesilegais. No ano de 2005, o C Fron RR / 7º BIS contoupela primeira vez com a presença técnica de um médicoveterinário a sua disposição, sendo possível realizar asseguintes melhorias:

• organizar as atividades inerentes ao zoológico;• montar uma equipe especializada para desenvolver

as atividades do zoológico;• legalizar sua situação perante os órgãos ambientais

competentes;• buscar parcerias para o melhoramento das instala-

ções e revitalização da área;• estabelecer Programas de Referência nas áreas de

educação ambiental, cursos de capacitação, palestra,conservação e pesquisa; e

• estabelecer o manejo adequado dos animais: enri-quecimento ambiental, nutricional e clínico.

Desse modo, foi criado, naquele mesmo ano, oCriadouro Conservacionista de espécies ameaçadas evulneráveis do C Fron RR/ 7º BIS, que através de LicençasAmbientais específicas para sua instalação e operação,ficou registrado sob o nº 02025.001.507/05-33(IBAMA/RR).

Com a legalização do Criadouro, o Minizôo, como é

O chamado, estabeleceu um forte Programa de EducaçãoAmbiental monitorada. Recebe, a cada ano, cerca de35.000 visitantes, entre escolas municipais, projetossociais, grupos diversos e visitantes em geral.

O Minizôo conta atualmente com um plantel deespécies da fauna brasileira, com ênfase em espécies daAmazônia e do Estado de Roraima. A grande maioria constana lista de espécies ameaçadas do IBAMA e da UniãoInternacional para a Conservação da Natureza e dosRecursos Naturais. O plantel possui cerca de 250animais, que são mantidos ex-situ (estratégia de preserva-ção e recuperação de espécies vegetais e animais queenvolvem populações não-naturais, como plantas cultiva-das em estufas e sementeiras, e animais criados em zooló-gicos ou aquários), dentro dos requisitos estabelecidos nosmelhores zoológicos do Brasil.

Um dos maiores problemas enfrentados pelo Minizôo,refere-se a suas antigas instalações, que, atualmente, en-contram-se fora dos requisitos solicitados pela legislaçãovigente (Instrução Normativa 04, de 4 de março de 2002/ IBAMA), que estabelece as dimensões mínimas para amanutenção de espécimes da fauna nativa e exótica.

Entretanto, com a parceria firmada entre a Prefeiturade Boa Vista e o Exército Brasileiro, no ano de 2005 oprograma de revitalização e ampliação do zoológico teveinício com a edificação do “Parque das Aves” (I FASE). Aconstrução dos viveiros das aves deve-se à grande

OZOOLÓGICODOC FRON RR /7º BIS

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demanda de apreensões deste grupo de animais pela Secre-taria Municipal de Gestão Ambiental (SGMA) e AssuntosIndígenas e IBAMA, pois estes ficaram sem destinação, comtraumas físicos e psicológicos devido às atividades do tráfi-co de animais silvestres e criações ilegais.

Essa parceria tem possibilitado também que crianças ejovens de todas as Escolas Municipais e programas soci-ais, possam ter a oportunidade de um aprendizado conti-nuado in loco sobre ecologia, Amazônia, fauna regional esobre biologia dos animais, o que permite umaconscientização sobre as problemáticas ambientais do es-tado de Roraima e seus potenciais econômicos e desustentabilidade.

O Mini-Zoológico do C Fron RR/7º BIS tem, também,desenvolvido um programa de educação ambiental de re-ferência com seus visitantes, pela organização, conduta einformações que são transmitidas. Além disso, muitas ati-vidades de conscientização ambiental em campo fazemparte do programa, como em Comunidades Indígenas,Municípios distantes e outros.

O C Fron RR/7º BIS tem a preocupação de capacitarseu corpo técnico de forma continuada, para que estejasempre preparado para lidar com as particularidades de seviver na Região Amazônica.

Assim, o C Fron RR/7º BIS tem criado e executadoinúmeros cursos em parceria com várias instituições liga-das ao meio ambiente. Os cursos têm sido voltados paraos militares, estudantes universitários, técnicos ambientais,profissionais, especialistas, professores. Entre outros,podemos citar:

• Seminário sobre a Floresta Amazônica, fauna e co-munidades tradicionais.

Público-Alvo: corpo técnico do zoológico e técnicos efiscais da Secretaria Municipal de Gestão Ambiental eAssuntos Indígenas (SMGA).

• Curso de contenção física e química de animais

selvagens: medidas de segurança e equipamentos.Público-Alvo: corpo técnico do zoológico, militares de

Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) que trabalham comanimais, fiscalização da SMGA e Guarda Municipal.

• Aprendendo a plantar com o Horto Municipal(paisagismo e plantas medicinais)

Público-alvo: Militares.• Educação Ambiental no Zoológico do C Fron RR/

7º BIS.Público-Alvo: corpos técnicos e auxiliares do

zoológico.• Curso de pisciculturaPúblico-alvo: Militares• Curso de atualização e manejo de faunaPúblico-Alvo: Militares, funcionários da Prefeitura

Municipal de Boa Vista, do IBAMA e convidados.No mês de junho de 2007, o C Fron RR/7º BIS

lançou sua página na internet visando a divulgar eretirar dúvidas sobre o Minizôo e também as atividadesdesenvolvidas por essa Organização Militar tanto paraa família militar quanto para a comunidade em geral.Portanto, para obter mais informações acesse oendereço: www.cfrr7bis.eb.mil.br.

Espécie muito rara e fortemente ameaçada, aaratinga solstitialis (jandaia sol) é pouco conhecidano estado de Roraima. Vem sendo estudada pelaprefeitura de Boa Vista em parceria com pesquisa-dores da USP e a equipe do zoológico do C FronRR/7º BIS. No plantel do C Fron RR/ 7º BIS existemtrês indivíduos provenientes do tráfico de animaissilvestres. Há 180 anos esta espécie não era maisregistrada para Roraima, mas, recentemente,pesquisas encontraram uma população no municí-pio de Normandia, sede do 2º Pelotão Especial deFronteira.

Animal em tratamento

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I Simpósio de Meio Ambiente do Exército Brasi-leiro foi realizado em meados de 2007 e tevecomo objetivos principais estudar a proposta da

nova estrutura organizacional de meio ambiente no Exér-cito Brasileiro e levantar os problemas ambientais mais co-muns, propondo soluções.

Participaram do Simpósio Oficiais Superiores repre-sentantes dos Comandos Militares de Área, das RegiõesMilitares, do Gabinete do Comandante do Exército, dosÓrgãos de Direção Setoriais, das Sub-Chefias e Assesso-ria Jurídica do Estado-Maior do Exército.

Os trabalhos em grupo, aproveitando a experiênciaprofissional de cada um dos participantes, buscaramencontrar soluções para aprimorar a Política e DiretrizEstratégica de Gestão Ambiental do Exército para maisquatro anos ou, até 2010, propor a Nova EstruturaOrganizacional de Meio Ambiente no Exército, proporinserção da Educação Ambiental e uma ampla Estruturaçãodo Ensino, de forma a se incluir como tema curricular aEducação Ambiental e propor um plano de capacitaçãodos Recursos Humanos para mobiliar o Sistema.

Os participantes apresentaram os problemas ambientaismais comuns em suas áreas de atuação e propuseram so-luções.

OBJETIVOS DO SIMPÓSIOOBJETIVOS DO SIMPÓSIOOBJETIVOS DO SIMPÓSIOOBJETIVOS DO SIMPÓSIOOBJETIVOS DO SIMPÓSIO• Atualizar os conhecimentos dos integrantes do Sis-

tema de Gestão Ambiental do Exército (SIGAEB) com re-ferência à legislação que regula a Política Nacional de MeioAmbiente.

• Proporcionar a troca de experiências e de conheci-mentos desenvolvidos no desempenho das atividades doSistema de Gestão Ambiental do Exército.

• Analisar e propor modificações na Política de Ges-tão Ambiental do Exército.

• Analisar e propor mudanças na dinâmica e na orga-nização para otimizar o gerenciamento do SIGAEB.

• Dar novas feições às ações gerenciais estabelecidas

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I SIMPÓSIO DE MEIOAMBIENTE

para os Órgãos de Direção Setoriais, Comandos Militaresde Área e Regiões Militares dentro da modernização doSIGAEB.

• Analisar e propor soluções aos problemas mais co-muns apresentados pelos participantes.

• Avaliar e propor a inclusão da Educação Ambientalem todos os níveis do Sistema de Ensino do Exército.

• Planejar a capacitação de Recursos Humanos paramobiliar o SIGAEB.

TEMAS APRESENTTEMAS APRESENTTEMAS APRESENTTEMAS APRESENTTEMAS APRESENTADOSADOSADOSADOSADOSPELPELPELPELPELOS POS POS POS POS PALESALESALESALESALESTRANTESTRANTESTRANTESTRANTESTRANTES

• Avaliação da Política e a atual Diretriz Estratégica deGestão Ambiental do Exército Brasileiro (DEGAEB) –5ª Subchefia do EME.

• Os desafios do Meio Ambiente para o Exército Bra-sileiro – EME.

• A PETROBRAS e o Meio Ambiente – PETROBRAS.• A nova metodologia do Sistema de Planejamento do

Exército e o Meio Ambiente – 3ª Subchefia do EME.• O Sistema Ambiental do Exército Americano – DEC.• A legislação ambiental brasileira e sua inserção no

mundo globalizado – MMA.• A Política de Meio Ambiente Brasileira e seus instru-

mentos – IBAMA.• A educação ambiental no Brasil – MEC.• A educação ambiental no Exército Brasileiro – DEP.• A sensibilização e a conscientização ambiental –

Instituto ECHUS de Responsabilidade Social.

PRINPRINPRINPRINPRINCIPCIPCIPCIPCIPAIS CAIS CAIS CAIS CAIS CONONONONONCLCLCLCLCLUSÕES DO IUSÕES DO IUSÕES DO IUSÕES DO IUSÕES DO ISIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTESIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTESIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTESIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTESIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTE

O Simpósio atingiu plenamente os objetivos propostospara sua realização, permitindo a reunião, durante umasemana, de representantes do Gab Cmt Ex, do ODG, dosODS, dos C Mil A e RM.

Os trabalhos desenvolvidos durante o evento alcança-ram resultados compensadores, principalmente pela opor-tunidade dada aos participantes de debater as questõesligadas ao Meio Ambiente e apresentar sugestões e solu-ções, usando suas experiências para resolver os proble-mas existentes e padronizar as soluções.

Saliente-se que as soluções apresentadas podem serimplementadas integral ou parcialmente, carecendo deaprovação do Comando do Exército. Assim, são elas:

• servir de instrumento de Visão Prospectiva da Forçano que concerne a este relevante tema da atualidade, queocupa agendas de diferentes fóruns;

• elaborar uma nova Portaria do Comandante do Exér-cito para atualizar o Sistema de Gestão Ambiental (Emfase de estudo e aprovação);

• inserir o assunto na Política Militar Terrestre,quando de sua reestruturação;

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• atualizar a DEGAEB a partir dos ensinamentos co-lhidos na troca de experiências;

• confeccionar uma Instrução Geral (IG) de Meio Am-biente;

• centrar o Sistema de Meio Ambiente do EB no EME,órgão normativo, gestor de estratégias e de coordenação,para acompanhamento e controle de atividades, e no DEC,como órgão supervisor e técnico para coordenação e exe-cução de trabalhos mais freqüentes;

• instituir um canal técnico complementar que agilizeas medidas corretivas, sempre que necessário;

• realizar intercâmbios para troca de experiência comexércitos integrantes da Conferência dos Exércitos Ameri-canos (CEA). Este tema foi incluído no fórum dos Coman-dantes dos Exércitos signatários da CEA, ocorrido em no-vembro, tendo sido decidido pela realização de uma “Con-ferência Especializada de Meio Ambiente”, coordenadapelo Brasil, em 2008;

• formar e capacitar recursos humanos especializadosno assunto;

• ampliar o conhecimento técnico a respeito do tema;• intensificar a Educação Ambiental no âmbito da Força;• intensificar intercâmbios com os Órgãos de Gestão

Ambiental e outros afins, ocasião que, fruto de convênios,poder-se-á aplicar os recursos ditos "verdes" (extra-orça-mentários) no Meio Ambiente, cooperando diretamentecom os órgãos governamentais de diferentes níveis;

• aprofundar estudos para verificar a necessidade ounão da inserção do Meio Ambiente no Estudo de Situaçãodo Comandante nos escalões mais elevados;

• realizar a difusão dos trabalhos voltados ao MeioAmbiente, em conformidade com a Diretriz do Coman-dante do Exército, pelos meios de comunicação disponí-veis, aproveitando, ainda, oportunidades oferecidas aoExército pela mídia em geral; e

• prosseguir cooperando com a proteção dabiodiversidade brasileira.

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Apresentação de trabalhos pelos Grupos de Estudo

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Coronel JorJorJorJorJorge Tge Tge Tge Tge Teixeixeixeixeixeira de Oliveiraeira de Oliveiraeira de Oliveiraeira de Oliveiraeira de Oliveira nasceuem 3 de julho de 1921, na cidade de GeneralCâmaras (RS).

Incorporado às fileiras do Exército em 1º de maio de1942, cursou a Escola Preparatória de Cadetes (Fortale-za-CE) e a Escola Militar de Resende (Resende-RJ), sendodeclarado a Aspirante-a-Oficial de Artilharia em 1947.

Durante a sua carreira, foi Instrutor-Chefe do Curso deArtilharia da Escola de Sargentos das Armas (TrêsCorações-MG); oficial do Estado-Maior da Brigada deInfantaria Pará-quedista (Rio de Janeiro-RJ); criador,organizador e comandante do Colégio Militar de Manaus.Exerceu, ainda, outros cargos e funções que lhe foram atri-buídos, tendo recebido diversas condecorações militares.

Cursou o Jungle Operations Training Center (Exércitodos EUA, Fort Sherman, Panamá), Curso de treinamentode Combate na Selva, sendo considerado Jungle Expert.Como major, foi o primeiro Comandante do Centro deInstrução de Guerra na Selva (CIGS).

Cumpriu várias missões reais de proteção e manuten-ção da inviolabilidade do território nacional, principalmentenos Estados do Amazonas, do Pará e de Roraima. Em 5de janeiro de 1969, quando era comandante do CIGS,foi nomeado, pelo Comandante do Comando Militar daAmazônia (CMA) e da 8ª Região Militar (8ª RM),Comandante das tropas brasileiras em Roraima, nas loca-lidades de Bonfim, Normandia, Surumu e Marco BV-8para fazer face aos problemas advindos da revoluçãointerna ocorrida em Rupununi, na República Cooperativada Guiana. Na oportunidade, exerceu, na plenitude, suashabilidades de chefia e liderança.

Contribuiu na implantação do brado da selva, cujaorigem reside no fato de o CIGS não dispor de ficha deserviço de viatura em seus primeiros dias, o que levava asentinela a perguntar o destino das viaturas que saíam do

Quartel. Quase sempre recebia uma resposta apressada elacônica – “selva” – como destino. A resposta curta, tãorepetida, fez-se saudação espontânea e vibrante, alastrou-se, expandiu seu significado, ecoou por toda Amazôniacontagiando todos com o mesmo ideal.

Cooperou para a criação e a organização do CírculoMilitar de Manaus, favorecendo, assim, a família verde-oliva, e estreitando os laços com a sociedade local.

Em 1975, foi nomeado Prefeito de Manaus pelo Pre-sidente da República Ernesto GeiselErnesto GeiselErnesto GeiselErnesto GeiselErnesto Geisel. Criou eimplementou o Plano de Desenvolvimento Local Integra-do de Manaus, ampliou a Estrada da Ponta Negra e dupli-cou a Avenida Djalma Batista, possibilitando o crescimen-to da cidade e o melhor escoamento dos veículos.

Em 1979, foi nomeado Governador do TerritórioFederal de Guaporé pelo Presidente da República JoãoJoãoJoãoJoãoJoãoBaptista de Oliveira FigueiredoBaptista de Oliveira FigueiredoBaptista de Oliveira FigueiredoBaptista de Oliveira FigueiredoBaptista de Oliveira Figueiredo. Fruto do seu esfor-ço, trabalho e dedicação, propiciou progresso e projeçãoao povo daquela região. Em 1983, tomou posse do Go-verno do recém-criado Estado de Rondônia, sendo, por-tanto, o seu primeiro Governador.

Por seus exemplos de amor à Pátria, recebeu muitashomenagens. O CMA batizou o seu campo de paradacom o nome do Coronel JorJorJorJorJorge Tge Tge Tge Tge Teixeixeixeixeixeiraeiraeiraeiraeira, visando a pre-servar a memória; os habitantes de Manaus o conhecemcomo “Teixeirão” e deram seu nome ao Mercado Público.A Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas outor-gou-lhe o honroso título de Cidadão do Amazonas, umaprova de gratidão e admiração do povo amazonense. EmRondônia, foi criado o Memorial Jorge Teixeira.

O Exército Brasileiro rendeu-lhe justa homenagem pormeio da denominação histórica concedida ao Centro deInstrução Guerra na Selva, que se denomina: “Centro deInstrução de Guerra na Selva – Centro Coronel JorgeTeixeira”.

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O ExérO ExérO ExérO ExérO Exército Brasileircito Brasileircito Brasileircito Brasileircito Brasileirooooopermanecerá fiel e cuidadoso,permanecerá fiel e cuidadoso,permanecerá fiel e cuidadoso,permanecerá fiel e cuidadoso,permanecerá fiel e cuidadoso,assegurando o respeito devidoassegurando o respeito devidoassegurando o respeito devidoassegurando o respeito devidoassegurando o respeito devidoao Meio Ambiente que lheao Meio Ambiente que lheao Meio Ambiente que lheao Meio Ambiente que lheao Meio Ambiente que lheestiver confiado, como, aliás,estiver confiado, como, aliás,estiver confiado, como, aliás,estiver confiado, como, aliás,estiver confiado, como, aliás,historicamente o vem fazendo.historicamente o vem fazendo.historicamente o vem fazendo.historicamente o vem fazendo.historicamente o vem fazendo.No cumprimento de sua MissãoNo cumprimento de sua MissãoNo cumprimento de sua MissãoNo cumprimento de sua MissãoNo cumprimento de sua MissãoConstitucional fará o melhorConstitucional fará o melhorConstitucional fará o melhorConstitucional fará o melhorConstitucional fará o melhorpossível para manter essapossível para manter essapossível para manter essapossível para manter essapossível para manter essarelação harmoniosa entre suasrelação harmoniosa entre suasrelação harmoniosa entre suasrelação harmoniosa entre suasrelação harmoniosa entre suasatividades e a pratividades e a pratividades e a pratividades e a pratividades e a proteçãooteçãooteçãooteçãooteçãoambiental.ambiental.ambiental.ambiental.ambiental.

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