formação em engenharia química: percepção dos alunos em...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA
EVERTON AUGUSTO LIMA DE OLIVEIRA
THOMAZ PELEGATTI VIEL ZANIVAN
Formação em Engenharia Química: percepção dos alunos
em relação ao perfil profissional
Lorena – SP
2012
EVERTON AUGUSTO LIMA DE OLIVEIRA
THOMAZ PELEGATTI ZANIVAN
Formação em Engenharia Química: percepção dos alunos
em relação ao perfil profissional
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Escola de Engenharia de Lorena da Universidade
de São Paulo como parte dos requisitos para
conclusão da graduação.
Orientador: Prof. Dr. Humberto Felipe da Silva
Lorena – SP
2012
Resumo
A formação profissional tem passado por um processo de discussão no
mundo todo. O sistema de ensino superior foi forjado para atender a
características profissionais necessárias aos sistemas produtivos do século
passado. As mudanças impressas ao sistema produtivo pelas novas tecnologias,
principalmente aquelas relacionadas aos sistemas de informação, modificaram as
demandas técnicas e as habilidade necessárias para se trabalhar neste novo
mercado de trabalho. A indústria química é um dos segmentos que foram mais
impactados pelas mudanças econômicas mundiais com reflexos no perfil
desejável dos profissionais que atuam na área. Em vista disso é importante
entender este novo perfil profissional para adequar a formação dos estudantes de
forma a atender às reais necessidades deste mercado. Por outro lado,
compreender a percepção dos alunos de um curso de graduação quanto ao perfil
profissional desejável contribui para entender suas expectativas e melhorar a
forma de intervir neste processo de formação. O objetivo deste trabalho foi o de
avaliar qual a expectativa que os alunos ingressantes têm em relação à sua
formação e perceber como os alunos do último ano consideram o mercado de
trabalho. Discutiu-se inicialmente de forma breve tanto a evolução deste
segmento industrial quanto o sistema de formação do engenheiro químico.
Buscou-se também discutir o momento atual e as tendências na área, com base
destas informações verificamos se os alunos tem uma boa percepção do mercado
atual de trabalho. A pesquisa foi realizada com alunos do primeiro e último ano
dos cursos de Engenharia Química e Engenharia Industrial Química na Escola de
Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo (EEL-USP).
PALAVRAS-CHAVE: Perfil, Engenharia, Percepção.
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
1. A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA QUÍMICA ................................................... 7
1.1. A indústria química no mundo ........................................................................... 7
1.2. A indústria química no Brasil .............................................................................. 8
1.3. Presente da Engenharia Química ...................................................................... 11
1.4. Futuro da Engenharia Química ......................................................................... 15
2. A EVOLUÇÃO DA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA ..................... 19
2.1. Dados históricos ............................................................................................... 19
2.2. Profissionais contemporâneos.......................................................................... 23
3. METODOLOGIA ............................................................................................ 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 29
4.1. Perfil da amostra .............................................................................................. 29
4.2. Habilidades técnicas ......................................................................................... 34
4.3. Habilidades humanas ....................................................................................... 39
4.4. Expectativas dos Alunos ................................................................................... 44
5. CONCLUSÃO ................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 50 Apêndice A – Formulário de Questão para alunos no primeiro ano .......................... 53 Apêndice B – Formulário de Questões para os alunos de último ano ....................... 55
5
INTRODUÇÃO
A ideia para desenvolver este trabalho nasceu nas aulas de Processos
Químicos Industriais III, onde tivemos a oportunidade de conhecer um pouco
mais sobre as áreas que atualmente os engenheiros químicos estão atuando.
Além de que o bom momento econômico brasileiro, os grandes eventos
esportivos a serem realizados no país e a descoberta do pré-sal são apenas
alguns exemplos de que a demanda por engenheiros no país é grande e que,
baseando-se na atual realidade da educação no Brasil, essa demanda não será
suprida. Vemos nesse cenário uma excelente oportunidade para o crescimento e
o destaque profissional do engenheiro, mais especificamente o Engenheiro
Químico. Antigamente esse profissional era apenas requisitado a trabalhar dentro
de plantas industriais e em laboratórios, mas atualmente diversas áreas estão
absorvendo esses profissionais. Isso levantou a uma nova questão, quais as
habilidades o mercado está cobrando desses profissionais. Será que seriam as
mesmas exigidas pelo mercado do século passado ou essas habilidades
evoluíram junto com a mudança ocorrida nas empresas e no mundo? Ao
desvendar as habilidades cobradas para atuar na profissão, os futuros
engenheiros terão mais chances de se preparar profissionalmente e
pessoalmente e assim alcançar mais facilmente uma boa colocação profissional.
Logo, neste trabalho visamos identificar as atuas e futuras tendências da
indústria química, assim como as competências cobradas aos novos
profissionais. Como principal objetivo busca-se a percepção de alunos do
primeiro e último ano dos cursos de Engenharia Química e Engenharia Industrial
Química na Escola de Engenharia de Lorena – USP em relação às tendências de
mercado. Ao final da pesquisa será traçado um comparativo entre a percepção
dos alunos e as exigências do mercado de trabalho, verificando desta forma se
os alunos estão atentos às novas tendências do mercado.
O Capítulo 1 trata basicamente da Indústria Química, falando desde os
fatos que marcaram a história dessa profissão até as futuras tendências de
mercado. O Capítulo 2 traz um foco para o desenvolvimento da formação do
engenheiro no decorrer dos séculos. No Capítulo 3 está descrito a metodologia
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utilizada para realizar a pesquisa entre os alunos da Escola de Engenharia de
Lorena. O Capítulo 4 apresenta os resultados e discussões encontrados pela
pesquisa. E o Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho.
Há dois Apêndices, o primeiro mostra o formulário de questões utilizado
para realizar a pesquisa entre os alunos de primeiro ano. E o segundo apresenta
o formulário de questões utilizado pelos alunos de último ano.
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1. A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA QUÍMICA
1.1. A indústria química no mundo
De acordo com Cremasco (2010) a indústria química moderna nasceu a
partir da indústria de corantes sintéticos. Essas indústrias, em suas maiorias
localizadas na Alemanha, foram as responsáveis pela passagem da química de
corantes sintéticos para a química farmacêutica, produtos químicos para
fotografia, aditivos para a indústria de borracha, polímeros dentre outras. A
Alemanha até a Segunda Guerra Mundial foi a grande potência industrial no setor
químico. Empresas como Bayer e Basf produziam em escala comercial produtos
descobertos em seus laboratórios como a aspirina da Bayer, em 1897, o corante
índigo sintético da Basf, em 1897 e ácido sulfúrico através de processo catalítico
da Basf, em 1898. Dentre vários processos de destaque, podemos citar a síntese
direta da amônia desenvolvida por Fritz Haber em 1910 e sua produção em larga
escala pelo processo Haber-Bosch em 1913. Em 1925, se forma a IG Farben a
partir da junção da Basf, Bayer, Hoescht e outras empresas. A IG Farben foi
responsável pela produção de vários produtos sintéticos como metanol a partir do
coque; a gasolina a partir do carvão e as fibras de PVC (policloreto de vinila) a
partir do cloreto de vinila. Após a derrota alemã na Segunda Guerra, a IG Farben
se desintegrou e dividiram-se novamente em Basf, Bayer e Hoescht. A partir de
então os americanos se tornam a nova potência mundial no setor químico. Ao
comprar à licença do processo de hidrogenação a alta temperatura do carvão em
pó da IG Farben, a Standard Oil of New Jersey (criada em 1870 por John
Rockfeller), hoje Exxon, dominou o processo de hidrogenação a alta pressão
permitindo o desenvolvimento de vários processos, entre eles: tratamento e
estabilização de lubrificantes por hidrogenação, produção de álcool isopropílico a
partir do propeno, hidrogenação do di-isobuteno gerando o isooctano (aditivo para
combustível). Vale ressaltar que após a Segunda Guerra Mundial a indústria de
petróleo americana já era muito desenvolvida. Seu nascimento data-se em 1850
com tentativas de converter o petróleo em querosene. Em 1860 já existiam 15
refinarias em operação no EUA e em 1865, 194 refinarias, produzindo
principalmente querosene para o mercado de iluminação, lubrificantes e graxas.
8
No final do século XIX surge também o plástico, descoberto por John e Isaiah
Hyatt, em 1863, na tentativa de achar um substituto para o marfim na produção de
bolas de bilhar. O produto patenteado com o nome de “celulóide” era uma mistura
de nitrato de celulose e cânfora com álcool aquecido sob pressão. Em 1884,
surgiu a primeira fibra sintética denominada “rayon”. Está fibra foi sintetizada nos
laboratórios de Louis Pasteur por um de seus assistentes, Hilaire de Chardonett.
Após a descoberta do rayon, várias outras fibras sintéticas foram desenvolvidas,
destacando a descoberta do nylon por Wallace Hume Carother em 1935 para a
Du Pont. Pouco antes, em 1931, Carother descobriu o cloro-propeno, levando a
Du Pont a fabricar borracha sintética em 1931 com o nome neopreno. Em 1933, a
Imperial Chemical Industrial (ICI) descobre o polietileno. Em 1937, a Dow
Chemical disponibilizou o poliestireno e sua espuma, o isopor, para o consumo.
Em 1938, o teflon (politetrafluoretileno) foi desenvolvido por Roy Plunket nos
laboratórios da Du Pont. Após a Segunda Guerra, os EUA, já consolidados como
o grande produtor de petróleo, fornecem à Alemanha a tecnologia de novos
processos petroquímicos. A Alemanha deixa o carvão como sua principal matéria-
prima, trocando-o por petróleo. A partir da década de 1970, o Japão tornou-se um
dos grandes produtores químicos do planeta, atrás somente dos EUA.
1.2. A indústria química no Brasil
De acordo com Cremasco (2010) o investimento na indústria de
transformação no Brasil foi bastante restrito até meados do século XIX, momento
em que a Europa passava pela Revolução Industrial. Após a transferência do
governo português em 1808, algumas proibições impostas por Portugal foram
revogadas e o Brasil começou a produzir além de açúcar e aguardente, sabão,
potassa, barrilha, salitre, cloreto de amônio, cal, drogas medicinais e resinas
vegetais. Todavia, os investimentos continuaram desestimulados em virtude de
acordos realizados principalmente com a Inglaterra e do trabalho escravo. As
poucas fábricas espalhadas pelo território nacional se encontravam em condições
precárias e os processos eram extremamente rudimentares. Apesar da existência
de algumas fábricas espalhadas pelo Brasil, não se pode falar em industrialização
no Brasil antes da Guerra contra o Paraguai (1865-1870), pois após este conflito é
que se encontram as primeiras tentativas de se modernizar a indústria brasileira
em termos de mecanização.
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A industrialização, de fato, vem a ocorrer a partir da década de 1880. A
partir de então, é que se estabeleceram grandes fábricas de tecidos e outras
começaram a se desenvolver, como usinas de açúcar, indústria de papel e
celulose, moinhos de trigo, cervejarias, fábricas de fósforos, alguns ramos das
indústrias de metal mecânicas e indústria de tintas. Na década de 1890, o então
ministro da Fazenda, Rui Barbosa, decretou uma série de leis que propunha
diminuir a dependência do Brasil de produtos importados. Pode-se considerar
como marco da indústria química brasileira a fundação da Fábrica de Produtos
Chimicos de Luís de Queiroz & C. em 1895 com produção em larga escala de
ácido sulfúrico, ácido muriático e nítrico e bissulfito de cal. Nas primeiras décadas
do século XX se instalam no Brasil as primeiras multinacionais como Bayer
(1911), Companhia Brasileira de Carbureto de Cálcio (pertencente a Solvay,
1912), White Martins (1912) e Rhodia (1919). A Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) estabelece outro marco na indústria brasileira, pois a escassez de matérias-
primas e insumos básicos fez com que houvesse necessidade de incrementar a
indústria interna para obter tais produtos. Na década de 1920 observa-se a
diversificação das indústrias. Diversas empresas foram fundadas como Kodak
Brasileira (1920), Esso Química (1921), Hélios (1922), Merck (1923), ICI do Brasil
(1928) e Industrial Irmãos Lever (1929).
Segundo Suzigan (1988) o Brasil ainda era um país essencialmente
agrícola, a ponto de sentir fortemente a Grande Depressão nos EUA e a Crise do
Café, ambas em 1929. Na década de 1930 a indústria tomou o lugar central na
dinâmica econômica, antes dominada pela agricultura. Na década de 1940 o
Brasil ainda importava muitos insumos químicos evidenciando um atraso na
indústria química nacional. Somente depois das décadas de 1940 e 1950 que o
Brasil iria passar por um procedimento de desenvolvimento mais intenso da sua
indústria de produtos químicos pesados.
De acordo com Cremasco (2010) Getúlio Vargas criou em 1938 o Conselho
Nacional do Petróleo (CNP) e em 1953 a Petrobras. Na década de 1960 houve
um grande impulso no setor químico brasileiro. O total acumulativo de empresas
que iniciaram suas operações foi de 269, contra 144 na década de 1950 e 64 na
década de 1940. Em 1964 é criado o Grupo Executivo da Indústria Química
(Geiquim), sendo o primeiro instrumento de coordenação voltado especificamente
para a Indústria Química.
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O estudo de Hemais, Barros e Pastorini (2001) mostra que a grande
arrancada e consolidação da indústria química em nosso país ocorreu após a
década de 1960. O evento mais marcante foi o estabelecimento dos três polos
petroquímicos brasileiros: o de São Paulo em 1972, do Nordeste em 1978 e do
Sul em 1982.
De acordo com Nitsch (1991) em 1975 a crise mundial do petróleo fez o
Brasil procurar fontes alternativas de energia, criando assim o Programa nacional
do Álcool, o Proálcool. O governo tinha como objetivo diminuir a dependência
energética do pais.
Segundo Cremasco (2010) ao final da década de 1980, a produção
química brasileira abrangia cerca de 300 produtos diferentes e distribuídos em
diversas categorias como produtos inorgânicos, orgânicos, termoplásticos,
defensivos agrícolas, elastômeros, solventes, corantes e pigmentos, fibras,
detergentes, tensoativos, fertilizantes e plásticos. Em 1990, a indústria química
que vinha em uma crescente, passou a sofrer os mesmos desafios de viabilizar-
se em um mercado cíclico. Sofreu também com medidas impostas pelo governo
Collor, integração do país a economia internacional, e após perda de
competitividade em vários setores ocorreu uma série de desativações de
unidades químicas. Apesar do comportamento da década de 1990, o Brasil era
completamente diferente daquele do final da década de 1960, em que o país era,
basicamente, um exportador de matérias-primas e de produtos agrícolas, que
alcançavam preços inferiores aos manufaturados produzidos por nações
plenamente industrializados. Em 2000, a Indústria Química brasileira figurava
entre as dez maiores do mundo. O setor químico não era capaz de suprir a
demanda de produtos químicos no país, gerando um déficit na balança comercial.
Isto evidenciou a necessidade de se aumentar a capacidade de produção e o
desenvolvimento de novas tecnologias, processos e produtos, aflorando assim a
urgência na modernização do parque industrial.
11
1.3. Presente da Engenharia Química
O bom desempenho do setor químico em um país é fundamental para a
sua competitividade econômica, pois as indústrias químicas estão presentes em
todas as cadeias produtivas de um país. As maiores economias do mundo
também são lideres na fabricação de produtos químicos e isso não é coincidência.
Muitos países criaram oportunidades de trabalho e agregaram valor as suas
indústrias apenas investindo na expansão da capacidade produtiva das indústrias
químicas. Por isso devemos ficar atendo as mudanças que ocorreram na indústria
química nestes últimos anos, estas mudanças foram basicamente motivadas pela
globalização, a concentração, a especialização e a descentralização
geográfica (Wongtschowski, 2011a).
A globalização da indústria foi decorrente da abertura do mercado
financeiro, da mobilidade financeira de capital e principalmente pelas inovações
em telecomunicação que facilitaram a transferência de dados em tempo real a
qualquer local do planeta. O trabalho de Gorender descreve a importância que a
telecomunicação teve no processo de globalização das empresas.
Segundo Gorender (1997, p. 324)
As novas tecnologias de computação e de telecomunicação permitem que os produtos sejam resultado de operações efetivadas em diferentes países [...]. Tal possibilidade incrementou a capacidade de expansão das empresas multinacionais (EM´s), dando-lhes agilidade a fim de localizar suas operações nos pontos mais vantajosos sob os aspectos de custo e de mercado
Nas últimas décadas as empresas passaram por uma reestruturação dos
seus negócios originais. Essa reestruturação ocorreu e ainda ocorre através de
dois fenômenos: a concentração e a especialização.
A concentração é basicamente verificada pelas fusões e aquisições de
companhias. O objetivo desse processo é conquistar novos mercados sem a
necessidade de construir novas filias ou plantas industriais (MIRANDA; MARTINS,
2000). Os setores de fármacos, petróleo, produtoras de químicos industriais e
agroquímicos foram os que mais sofreram essa tendência (WONGTSCHOWSKI,
2002).
12
A Tabela 1 mostra as empresas químicas lideres em globalização em 1997.
Percebe-se que grandes empresas como Unilever, DuPont e Hoeschst tem a
grande parte de suas operações alocadas fora do país de origem da empresa.
Isso aponta como as empresas estão globalizadas e descentralizadas
geograficamente.
Tabela 1 - Empresas líderes em globalização
Empresa / Pais % venda fora do mercado
doméstico
% funcionários fora do
mercado doméstico
Unilever - Inglaterra 90 90
DuPont – EUA 50 33
Hoechst- Alemanha 82 76
Novartis – Suíça 60 50
Johnson & Johnson – EUA 50 53
Dow – EUA 56 55
Glaxo Welcome – Inglaterra 92 n.d.
Zeneca – Inglaterra 93 61
Solvay – Bélgica 93 89
Colgate-Palmolive – EUA 72 80
Warner-Lambert – EUA 55 67
Air Liquide – França 73 71
Avon – EUA 65 76
Rohm &Haas – EUA 47 33
Praxair- EUA 51 40
n.d.: não disponível
Fonte: Baseado (WONGTSCHOWSKI, 2002)
No Brasil foi registrado apenas no primeiro semestre de 2012 um total de
17 operações de fusões e aquisições no setor de produtos Químicos e
Farmacêuticos. De acordo com a KPMG (2012) esse foi o melhor resultado desde
1994. Resultados similares foram vistos apenas nos anos de 2005 e 2011, onde
no primeiro semestre de cada ano foram realizadas 10 operações de fusão e
aquisição. Vale ressaltar que dentre as 17 transações realizadas 10 partiram de
empresas de capital majoritário estrangeiro que adquiram empresas brasileiras
situadas no Brasil
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Para exemplificar esse processo de concentração industrial segue o
Quadro 1 que mostra a concentração das empresas químicas no setor de
agroquímicos, entre os anos 1983 e 2001.
Quadro 1 – Concentração ocorrida nas empresas agroquímicas
1983 1999 2000 2001
Ciba
Novartis
Syngenta Syngenta
Dr. Maag
Sandoz
Diamond Shamrock
Velsicol
Zeneca
Zeneca Stauffer
ISK
Fermenta
Shell American Home
Products
American Home
Products Basf Celamerck
Cyanamid
Basf Basf Basf
Rohm & Haas Rohm & Haas Rohm & Haas
Dow AgroSciences Dow Dow AgroSciences Dow AgroSciences
Eli Lilly
Rhône-Poulenc
Aventis
CropScience
Aventis
CropScience Bayer CropScience
Union Carbide
Hoechst
Schering
FBC
Bayer Bayer Bayer
Sumitomo Sumitomo Sumitomo Sumitomo
Chevron
Monsanto Monsanto Monsanto Monsanto
DuPont DuPont DuPont DuPont
FMC FMC FMC FMC
Fonte: (WONGTSCHOWSKI, 2002)
14
A especialização tende a juntar a fabricação de produtos afim, através da
criação de novas empresas por joint-ventures (associação de duas ou mais
empresas em uma nova entidade jurídica) ou spin-off (separação de parte de uma
empresa em uma nova entidade jurídica).
De acordo com Ribeiro e Santos (2011, p. 35)
Em outubro de 2000, todas as atividades da BASF no seguimento de corantes têxteis se incorporaram à DyStar, joint-venture da Bayer e da Hoechst. A BASF passou a ter 30% da DyStar, que se tornou a maior produtora mundial desses corantes. (Em 2004, as três sócias venderam suas participações na DyStar ao grupo americano Platinum Equity).
A descentralização geográfica foi bem definida no seguinte trabalho de
Verdelho (2012, p.1)
Se a primeira grande linha de pensamento industrial [...], prezava pela concentração espacial de todos os processos produtivos (verticalização) além da proximidade dos estabelecimentos industriais das fontes de matéria-prima e do mercado consumidor, a nova tendência organizacional [...] privilegia a descentralização espacial das diferentes etapas de produção (horizontalização) e a não necessidade da proximidade dos recursos de matéria-prima ou do mercado consumidor, caracterizando assim um novo espaço industrial.
E em alguns casos esse deslocamento geográfico é alavancado pelo aumento
das normas legislativas ambientas. Alguns países desenvolvidos deslocaram
fábricas inteiras de poluição intensiva para países em desenvolvimento, pois
nesses países a legislação ambiental é menos rígida (WONGTSCHOWSKI,
2002).
O influente relatório “Technology Vision 2020: The Chemical Industry”
(OLESSON; HAYNES; RAMAKER, 1996) resume e complementa todas as
tendências discutidas nesse trabalho. O relatório foi elaborado após algumas
discussões entre membros americanos na área de química e engenharia química
que apontaram as principais tendências do mercado de engenharia química.
Neste relatório foram resumidas as cinco forças que estão modelando a
topografia da paisagem empresarial atual, elas são:
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Aumento da globalização do mercado;
Demandas sociais por maior performance ambiental;
Demandas do mercado financeiro por aumentar a lucratividade e a
produtividade sobre o capital investido;
Aumento na expectativa dos clientes;
Mudança nos requisitos na força de trabalho
Podemos concluir que durante essas últimas décadas as empresas
químicas passaram por diversas mudanças na forma de gerenciar seus negócios
e analisar os riscos de mercado. As empresas criaram mais sinergia, pois
agregaram tecnologias e mercados afins, incentivaram o desenvolvimento
cientifico para manterem-se competitivas, aumentando a escala produtiva e
buscaram diminuir os custos produtivos em diversas formas.
1.4. Futuro da Engenharia Química
O mundo está vivendo uma situação de constante instabilidade decorrente
da economia globalizada, da persistente modificação nas tecnologias de
comunicação e das questões ambientais. Atualmente a única certeza que temos é
a de mudanças radicais na forma de nos comunicarmos, relacionarmos, de
realizar negócios e gerenciar projetos. Porto (2007) levantou as seguintes
questões: “Qual é o papel do engenheiro neste novo contexto? Quais são as
oportunidades que nos esperam? Quais os novos desafios? O que nos reserva o
mercado de trabalho, e qual será o nosso trabalho?” As respostas a estas
perguntas estão totalmente atreladas aos novos desafios que a nossa sociedade
terá que enfrentar, pois como engenheiros nós sempre estaremos à frente dessas
mudanças e revoluções na forma de produzir bens e serviços.
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De acordo com o relatório “Technology Vision 2020: The Chemical Industry” o
desenvolvimento da indústria química deve basear-se no fortalecimento de quatro
principais áreas (OLESSON; HAYNES; RAMAKER, 1996):
Nova ciência química e tecnologia de engenharia;
Melhor gerenciamento da cadeia de suprimentos;
Melhor utilização dos sistemas de informação;
Aumentar a eficiência das operações de manufatura.
As tendências são favoráveis para a indústria química brasileira nos próximos
anos. Em 2010 o Brasil ocupava a sétima posição no ranking mundial de países
fabricantes de produtos químicos. Segue abaixo a tabela 1 que ilustra o esse
ranking.
Tabela 2 – Ranking mundial de produtos de químicos
PAÍS FATURAMENTO
[Bilhões de US$]
CHINA 903
ESTADOS UNIDOS 720
JAPÃO 338
ALEMANHA 229
CORÉIA 139
FRANÇA 137
BRASIL (7º lugar) 130
ÍNDIA 125
ITÁLIA 105
REINO UNIDO 94
RÚSSIA 83
HOLANDA 73
ESPANHA 70
Fonte: Abiquim (2012)
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E a economia brasileira tem previsão de crescimento de 4% ao ano até 2020, isso
irá atrair investimentos em diversas áreas (WONGTSCHOWSKI, 2011a). Com
novos investimentos e o apoio do governo O Pacto Nacional da Indústria Química
prevê os seguintes benefícios para o país (FURTADO, 2010):
- Contribuição ativa para o alcance dos objetivos estratégicos de desenvolvimento
brasileiro;
- Criação de mais de 2 milhões de empregos, incluindo os diretos, os indiretos e o
efeito-renda;
- Aumento da atratividade do país para investimentos externos diretos;
- Aumento da importância do Brasil no comércio internacional;
- Redução da vulnerabilidade externa;
- Agregação de valor aos insumos oriundos do pré-sal;
- Ampliação do potencial de aproveitamento dos recursos da biomassa, por meio
da química dos renováveis;
- Estímulo ao desenvolvimento do setor de bens de capital;
- Criação e desenvolvimento de tecnologia, com cultura de inovação e pesquisa;
- Fortalecimento do mercado de capitais, com empresas químicas mais fortes;
- Conquista de uma posição de liderança mundial em sustentabilidade.
Em um mercado globalizado a inovação tecnológica dita à competitividade
de uma empresa química. Por isso áreas estratégicas como síntese química,
biotecnologia e novos materiais recebem grandes incentivos para realizarem
pesquisas. Os estudos nessas áreas buscam melhorar a eficiência na conversão
de matérias-primas em produto final, criação de novas rotas químicas e
reutilização de insumos pela reciclagem (OLESSON; HAYNES; RAMAKER,
1996). A biologia vem ganhando destaque dentro do contexto industrial e já está
sendo considerada como o novo pilar dessa profissão. Em 2007, o presidente da
Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq) afirmou “Já está na hora de
incorporar a biologia como um quarto pilar a sustentar a disciplina de engenharia
química, ao lado da física, da química e da matemática” (ZAPAROLLI, 2007).
Como visto a indústria busca inovação para manter-se competitiva no mercado e
investe fortemente em pesquisas em bioquímica e biotecnologia, buscando novos
processos fermentativos e genômicos (GALEMBECK et al., 2007).
18
A indústria a base de química renovável apresenta grande potencial de
crescimento e geração de competitividade para indústria brasileira.
Segundo Furtado (2010, p. 14):
Estima-se que, em 2020, haverá uma participação da chamada química verde de pelo menos 10% no conjunto da oferta de produtos petroquímicos. O Brasil poderá deter, se forem viabilizados os investimentos necessários, uma fatia relevante da oferta total.
Atualmente o Brasil já fabrica polímeros, solventes e diversos intermediários
químicos através de matéria prima renovável como o açúcar, o etanol e os óleos
vegetais (WONGTSCHOWSKI, 2011b).
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2. A EVOLUÇÃO DA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
2.1. Dados históricos
A primeira escola de formação profissional de química foi proposta por
Justus Von Liebig em 1825 na Universidade de Giessen. Os químicos importantes
do séc. XIX foram discípulos de Liebig ou alunos dos alunos de Liebig
(CREMASCO, 2010).
O intercâmbio entre a academia e o setor produtivo foi a essência do
desenvolvimento do setor químico alemão, que atingiu o topo durante a 2º Fase
da Revolução Industrial. As indústrias alemãs, com incentivos do Estado,
recrutavam os melhores alunos para incorporá-los em seus laboratórios e fábricas
com excelentes salários e isso fez com que o interesse dos estudantes por
matérias relacionadas à química crescesse rapidamente. Nesta época, doutores
em química e engenheiros mecânicos, civis e elétricos trabalhavam em equipes e,
por isso, não existia a necessidade de um profissional especialista em que nele
convergissem conhecimentos da Química e da Engenharia.
Os primeiros departamentos especializados em Engenharia Química
apareceram nas universidades alemãs no início da década de 1930. Na Inglaterra
e nos Estados Unidos existiam químicos que ocupavam, até 1880, postos de
baixo nível e realizavam tarefas de auxiliares em laboratórios rudimentares nas
fábricas. Com os descobrimentos científicos da época aumentaram as
possibilidades de químicos e engenheiros aplicarem seus conhecimentos no
campo industrial, e dessa maneira, iniciou-se uma atividade distinta para tais
profissionais. Os químicos trabalhavam com engenheiros, em sua maioria
mecânicos, em projetos de novos equipamentos. Este trabalho inicialmente era
limitado a recomendar aos industriais os equipamentos que consideravam mais
eficientes e, pouco mais adiante, começaram a projetar e fabricar equipamentos
específicos.
Em 1880, George E. Davis propôs sem sucesso a criação da Society of
Chemical Engineering e em 1887, ministrava palestras relacionadas ao exercício
da Engenharia Química. Em 1901, Davis publicou o seu Handbook of Chemical
Engineering.
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Foi nos Estados Unidos, no Massachusetts Institute of Technology (MIT),
onde Davis e Lewis Norton lançaram as bases, em 1888, do primeiro curso de
Engenharia Química no mundo e rapidamente o curso se espalhou para outras
universidades americanas. Em todos os cursos, prevalecia o ensino da química
descritiva dos processos industriais, utilizando-se de metodologias que contribuía
pouco à compreensão dos principais científicos. A maior parte do tempo era
dedicada para a descrição de centenas de indústrias em que os processos se
repetiam frequentemente.
A partir da década de 1920 a Engenharia Química se expande nos EUA
permitindo a elaboração de trabalhos revolucionários na época e direcionados,
basicamente, à indústria de petróleo. Os diversos autores envolvidos nesses
trabalhos puderam ser agrupados no American Institute of Chemical Engineering
(AIChE), fundado em 1908, e assim desenharam um corpo curricular e fixaram
atribuições profissionais dos engenheiros químicos nos EUA.
No Brasil, é importante salientar a instalação, em 1893, do curso de
Engenharia Industrial na USP, e em 1896 da Escola de Engenharia do Mackenzie
College. Em 1915, foi instalado no Mackenzie o curso de Química Industrial, com
duração de três anos, destinado a formar técnicos industriais de nível médio.
Segundo Almeida e Pinto disciplinas de química eram ensinadas nas Escolas
Superiores de Agricultura e Medicina Veterinária, fundadas em Pernambuco em
1912, por monges beneditinos (ALMEIDA; PINTO, 2011). Os currículos destas
escolas tinham forte conteúdo de química, próximo ao modelo pedagógico
alemão, da química agrícola de Justus Liebig. Essas escolas, em 1967, se
transformaram na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Talvez seja esta
uma das razões pelas quais tantos agrônomos tiveram e têm grande destaque na
ciência química brasileira. Durante o começo da década de 1920 esse curso se
espalha rapidamente pelo Brasil, que passava por um momento pós Primeira
Guerra Mundial, onde tinha que produzir localmente produtos químicos antes
importados. Em 1922, o Prof. Alfred Cownley Slater, fundou e estruturou o
primeiro curso de Engenharia Química do Brasil, na Escola de Engenharia do
Mackenzie College. Esse curso congregou, além da parte específica de química,
metalurgia e mecânica aplicadas à indústria de transformação.
21
No mesmo ano de 1922, foi criada a Sociedade Brasileira de Chimica como uma
das decisões do primeiro Congresso Brasileiro de Química, que ocorreu naquele
ano, no bojo das celebrações do primeiro centenário da independência do Brasil.
Em 1933, a grafia foi alterada de chimica para química, e a Sociedade existiu até
1951 (ALMEIDA; PINTO, 2011). Em 1925, na USP instalou-se o segundo curso
de Engenharia Química do Brasil. Este curso teve como precursores os cursos de
Engenharia Industrial, o de Química e o de Química Industrial. Após a quebra da
bolsa em Nova York e a Crise do Café, o Brasil viveu um momento de
reaquecimento de sua economia e assim nasceram novos cursos de Engenharia
Química pelo país. Porém enquanto outros países, principalmente a partir da
segunda metade da década de 1940, as Ciências da Engenharia Química se
desenvolvia e se aperfeiçoava cada vez mais, no Brasil o curso era apenas
evolução do curso de Química Industrial que formavam profissionais com
conhecimento defasado em relação aos centros mais desenvolvidos. O setor
produtivo continuava a importar máquinas e mão-de-obra. Após a criação, em
1963, do Programa de Mestrado da COPPE/UFRJ, que moldou a pós-graduação
vigente até hoje 1951 (ALMEIDA; PINTO, 2011), inaugurou-se o período das
Ciências da Engenharia Química no Brasil. Já no início de 1970, com professores-
mestres, criaram-se cursos com currículos tipicamente de Engenharia Química,
como são os casos da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade
Estadual de Campinas. No final da década de 1960 a profissão de engenheiro
químico foi regulada pela Lei Federal 5194. Na década de 1970, com a instalação
dos polos petroquímicos a profissão viria a deslanchar. Em 30 de Abril de 1975 a
Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) foi criada.
Ao decorrer das últimas décadas mudanças foram realizadas pelas
universidades brasileiras para adequar a formação dos alunos ao perfil
considerado ao novo engenheiro. Hoje, por exemplo, a ideia de que o profissional
de engenharia deve trabalhar isolado, disseminada nos cursos até as décadas de
60 e 70 do século passado, já está irreversivelmente ultrapassada. Os alunos são
estimulados ao trabalho em equipe desde os primeiros anos de sua formação.
Hoje, há uma boa flexibilidade propiciada pela oferta cada vez mais diversificada
de disciplinas eletivas.
22
A revolução promovida pela informática e os paradigmas da globalização
econômica estão sendo incorporados à cultura acadêmica, apesar do tempo
elástico da implantação de novas culturas. Um tempo, aliás, incompatível com a
velocidade das mudanças estruturais (BARBOSA; SCHNAID; TIMM, 2001).
Segundo Azevedo (2001), os cursos existentes promovem uma formação
significativa nas áreas das ciências de base (matemática, física e química), nas
disciplinas essenciais de ciências de engenharia (fenómenos de
transporte/mecânica de fluidos, termodinâmica e físico-química) e nas disciplinas
de engenharia química propriamente dita que poderemos agrupar em engenharia
das reações, processos de separação e engenharia de sistemas. Apontar-se-ão
lacunas, aqui ou ali, em projeto, em materiais, em segurança industrial e
sensibilização ambiental, em conceitos de desenvolvimento sustentado, em
informática industrial (exigência recente), mas globalmente a formação de base é
sólida.
Porém segundo Barbosa, Schnaid e Timm (2001), os cursos de engenharia
ainda continuam engessados à estrutura curricular formatada nas décadas de 50
e 60. A maioria dos cursos de engenharia são cursos prioritariamente
informativos, apesar do fato de que a informação está hoje inteiramente acessível
e os conteúdos disponibilizados em múltiplas mídias, inclusive na internet.
Felizmente há boas iniciativas individualizadas, em várias universidades, sobre
como tornar esse ensino mais formativo, capaz de instrumentalizar a atitude
curiosa e observadora do engenheiro, transformando-a em uma saudável cultura
de busca autônoma de informações, apropriação e uso do conhecimento para
tomada de decisões e flexibilidade na escolha por soluções criativas e inovadoras.
Podemos definir nos dias atuais Engenharia Química como a profissão que
se ocupa da aplicação de ciências e técnicas respeitantes a processos e seus
produtos, nas atividades de investigação, concepção, estudo, projeto fabril,
construção, produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo coordenação
e gestão dessas atividades e outras com elas relacionadas. Complementarmente
definimos processo como um conjunto de equipamentos interligados, funcionando
por forma a produzir produtos, experimentando a matéria alterações de
composição, de conteúdo energético ou de estado físico (AZEVEDO, 2001).
23
O grande desafio atual na formação do Engenheiro Químico é a
necessidade de uma formação básica adequada que sirva de alicerce à formação
continuada, à atitude do auto aprendizado, do olhar criativo e flexível, da
curiosidade e do prazer pela busca do conhecimento, de si mesmo e do mundo
(BARBOSA; SCHNAID; TIMM, 2001).
Segue abaixo a figura 1 que retrata, desde a década de 30, a evolução na
área de atuação do profissional formado em engenharia química.
Figura 1 – Evolução do campo de atuação do engenheiro química (CREMASCO, 2010).
Na figura 1 podemos perceber bem a evolução do campo de atuação do
engenheiro química. Atualmente o campo de trabalho para este profissional é
enorme comparado a década de 30. Hoje encontramos engenheiros químicos
trabalhando em praticamente todos os segmentos de produção.
2.2. Profissionais contemporâneos
Como visto nesse trabalho as mudanças ocorridas nas indústrias e na
sociedade de forma geral foram grandes nessas últimas décadas. E
consequentemente as competências pedidas pelas empresas também se
24
modificaram. Para se adaptar a essas continuas mudanças a sociedade europeia
assinou a Declaração de Bolonha, em 1988. Assegurando desta forma a
independência e a autonomia das universidades, para que o ensino superior
pudesse adaptar-se continuamente as necessidades da sociedade e contribuir
com os avanços científicos (EINEM et al., 2012). Esse marco na historia europeia
mostra como tendências mundiais podem afetar uma sociedade.
Para entender quais são as novas variáveis cobradas pelas empresas
deve-se primeiramente entender o significado de competência. Nas palavras de
Fleury e Fleury (2001, p. 187) podemos definir competência como:
A noção de competência aparece assim associada a verbos como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber engajar-se, assumir responsabilidades, ter visão estratégica. Do lado da organização, as competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o individuo.
Podemos verificar essa mudança de competências pedidas aos novos
profissionais através dos trabalhos de autores diversos.
Segundo as autoras Nose e Rebelatto. (2001, p.1)
As grandes mudanças industriais e econômicas aumentaram os requisitos para a competitividade das empresas num mundo globalizado, onde a concorrência está cada vez mais acirrada. Paralelamente, os profissionais precisam se adequar ao novo cenário, onde as competências exigidas tornam-se cada vez mais elevadas.
De acordo com Braga (2001, p.29),
Em épocas anteriores ao processo de internacionalização dos mercados e aumento da competitividade, bastava que o trabalhador dominasse as atividades pertinentes ao seu posto de trabalho para ser considerado qualificado. Eram exigidos conhecimentos que envolviam aspectos teóricos e técnicos [...] Essas qualificações ainda hoje são importantes, mas a elas foram agregadas outras que envolvem aspectos mais subjetivos como trabalho em equipe, iniciativa, criatividade.
Assim, além das habilidades técnicas já exigidas para se conseguir um
cargo dentro de uma empresa, o profissional deve levar em conta o
desenvolvimento de habilidades comportamentais.
25
Podemos ter uma noção deste novo perfil procurado pelas empresas
baseando-se no perfil apresentado por Nose e Rebelatto (2001). O perfil
apresentado pelas autoras foi determinado após uma pesquisa realizada com
diversas empresas. Nesta pesquisa elas buscaram apontar as habilidades,
competencias e atitudes mais pedidas aos engenheiros.
- Ter capacidade de trabalhar em equipe;
- Trabalhar levando em consideração à ética;
- Ser flexível e dinâmico;
- Saber trabalhar sob pressão;
- Apresentar espírito empreendedor;
- Ter espirito de liderança;
- Saber lidar com pessoas;
- Ter boa comunicação oral e escrita;
- Ter conhecimentos em informática.
No relatório da National Academy of Engineering, discutiu-se as habilidades
esperadas para um engenheiro contemporâneo. Dentre as competências
apresentadas podemos citar:
- Habilidades analíticas;
- Habilidades práticas;
- Criatividade;
- Boa comunicação;
- Princípios de gestão;
- Liderança;
- Altos padrões éticos;
- Profissionalismo;
- Dinamismo, agilidade, resiliência e flexibilidade;
- Estudante para toda a vida.
26
Uma visão prática desses conceitos pode ser verificado no discurso da Sofia
(2012), presidente da Cia de Talentos, falando sobre as características
comportamentais exigidas pelas empresas. Ela afirma que “Hoje mais que o nome
da faculdade o que as empresas querem ver é o que esse profissional, essa
pessoal, construiu para ela própria”. Ela também mostra em seu discurso que o
desenvolvimento dessas habilidades comportamentais durante o período da
graduação pode ser realizado por atividades extracurriculares. Dentre essas
atividades podemos citar participar de trabalhos voluntários, realizar esportes
coletivos e fazer parte da empresa jr. da faculdade.
Desta maneira a formação universitária permite complementar a gama de
competências e habilidades, técnicas e comportamentais, necessárias ao
desenvolvimento de um profissional mais generalista.
27
3. METODOLOGIA
Realizou-se uma pesquisa de natureza exploratória com os alunos de
graduação de Engenharia Química e Engenharia Industrial Química na Escola de
Engenharia de Lorena – USP. A pesquisa foi realizada com alunos do primeiro e
último ano. Desta maneira pretende-se separar os alunos em dois extremos
distintos para identificar possíveis diferenças de perspectiva entre os alunos. Foi
utilizado um formulário especifico para cada amostra. Após a coleta de todos os
dados, realizou-se uma análise estatística. Ao analisar-se os resultados dos
alunos de graduação, verificou-se o perfil e as expectativas dos alunos cursando
a graduação em relação à visão do mercado de trabalho.
A Escala Likert foi utilizada como ferramenta estatística para mensurar a
opinião dos alunos entrevistados.
A Escala Likert , descrita pela Social Research Methodos, é uma escala de
classificação utilizada para pesquisas quantitativas que tenta, de modo geral,
demonstrar a opinião do entrevistado de acordo com suas declarações. A Escala
Likert foi criada por Rensis Likert em 1932 e se tornou rapidamente a escala mais
utilizada em questionários e pesquisas de opinião. Geralmente são utilizados
cinco níveis de respostas sendo eles: concordo totalmente, concordo
parcialmente, indiferente, não concordo parcialmente e não concordo totalmente.
Porém podem ser utilizados mais níveis de respostas dependendo de cada caso.
As principais causas que podem distorcer o resultado da Escala Likert são:
sujeitos perguntados podem evitar o uso de respostas extremas, concordar com
afirmações apresentadas ou tentar passar para si ou para suas
empresas/organizações uma opinião mais favorável. Uma forma de minimizar
estes desvios é realizar uma pesquisa com respostas mais balanceadas com
mais níveis de resposta.
Para este trabalho, os resultados da pesquisa foram transformados em
curvas, que foram sobrepostas, a fim de facilitar a visualização da diferença de
opinião entre as duas amostras.
Os formulários utilizados para a pesquisa entre os alunos foram elaborados
com o objetivo de buscar a percepção dos alunos em relação às tendências do
mercado. Isso foi possível apenas após a realização do levantamento bibliográfico
e do prévio conhecimento das habilidades cobradas aos novos profissionais. Com
28
base neste conhecimento foi elaborado quatro grupos de gestões. No primeiro
grupo de questões buscamos conhecer a nossa amostra, logo perguntamos sobre
a idade, formação técnica, se o aluno teve alguma experiência profissional antes
da faculdade, etc. No segundo grupo de questões buscamos as percepções do
aluno em relação à importância de habilidades técnica na profissão de engenharia
química. Por motivos práticos buscamos focar nossas questões em três pontos, a
importância de bioquímica e da biotecnologia, a importância de conhecimentos de
gestão e a importância do conhecimento de outras línguas na vida profissional de
um engenheiro químico. No terceiro grupo de questões buscamos as percepções
que os alunos têm em relação à importância das habilidades comportamentais.
Aos alunos de último ano buscamos também quantificar se eles durante o período
da graduação realizaram atividades para desenvolver as habilidades
comportamentais. E no quarto grupo de questões buscamos as expectativas dos
alunos após concluir a faculdade. Perguntamos em relação à pretensão salarial,
se eles querem dar continuidade aos estudos, vagas que desejam ser efetivados,
etc.
29
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como apresentado nesse trabalho o engenheiro do século XXI deve
apresentar um perfil que concilie habilidades técnicas e comportamentais. Além
de que o novo profissional deve estar preparado para assumir posições em
empresas cada vez mais globalizadas e competitivas. O que por sua vez força o
novo profissional a ter boas aptidões de comunicação e liderança.
A competitividade de mercado alavanca áreas como a biotecnologia,
simulação e controle de processos, tecnologia em novos processos, com o
objetivo de diminuir custos, gerar novos produtos e diminuir os impactos
ambientas gerados pela indústria.
Na pesquisa realizada com os alunos de primeiro e último anos buscamos
traçar as perceptiva que os alunos têm em relação às habilidades cada vez mais
cobradas pelo mercado.
4.1. Perfil da amostra
As amostras analisadas foram divididas em duas partes: alunos do primeiro
ano (uma amostra de 154 pessoas) e alunos do último ano (uma amostra de 57
pessoas).
Segue a analise dos alunos do primeiro ano:
Observa-se no gráfico 1 que a amostra possui uma range entre 17 e 24
anos, com um pico em 18 anos. A idade média da amostra é 18,8 anos.
Gráfico 1 – Idade dos alunos 1º Ano
21
60
35
20
9 4 2 3
0
10
20
30
40
50
60
70
17 18 19 20 21 22 23 24
Nú
mer
o d
e P
esso
as
Idade
Idade - alunos 1º ano
30
Nos gráficos 2, 3, 4 e 5 verifica-se a formação que os alunos de 1º ano
tiveram antes de ingressar na faculdade.
Gráfico 2 – Ensino médio alunos do 1° ano
Gráfico 3 – Formação técnica dos alunos do 1° Ano
Pública 24%
Privada 76%
Ensino Médio - Alunos do 1
Ano
Sim 23%
Não 77%
Formação Técnica - Alunos do 1° Ano
31
Gráfico 4 – Formação técnica dos alunos do 1° ano
Observa-se que 24% dos alunos do primeiro ano cursaram ensino médio
em escolas públicas e 23% cursaram algum curso técnico. É importante ressaltar
que 54% dos que cursaram ensino técnico, cursaram química.
Gráfico 5 – Cursinho preparatório alunos do 1° Ano
Verifica-se que a grande maioria da amostra, 63% dos entrevistados,
realizou um cursinho preparatório para ingressar na Escola de Engenharia de
Lorena sendo que a maioria frequentou 1 ano de curso preparatório.
Química 54%
Outros 46%
Formação Técnica - Alunos do 1° Ano
32
No gráfico 6 pode-se verificar a porcentagem de alunos que já trabalharam
antes de ingressar na faculdade.
Gráfico 6 – Trabalho antes de ingressar na faculdade – Turma do 1° Ano
A amostra mostrou que 27% dos alunos do 1° ano já exerceram alguma
atividade remunerada antes de ingressar na faculdade.
Segue a análise do perfil dos alunos do último ano:
Observa-se no gráfico 7 que a amostra possui um range entre 22 e 43
anos, com um pico em 23 anos. A idade média da amostra é 24,4 anos.
Gráfico 7 – Idade dos alunos do último ano
Sim 27%
Não 73%
Já trabalhou antes de ingressar na faculdade?
11
16
14
6
3 2 2
0 0
2 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 43
Nº
de
Pes
soas
Idade
Idade - Alunos do Último Ano
Idade
33
No gráfico 8 segue a porcentagem de alunos de último ano que tiveram
formação técnica antes de inicar a graduação.
Gráfico 8 – Formação técnica alunos do último ano
Verifica-se que 23% dos alunos que estão cursando o último ano possuem
formação técnica, coincidentemente a mesma porcentagem dos alunos do
primeiro ano.
Segue abaixo o gráfico da porcentagem dos alunos, turma do último ano,
que realizaram iniciação científica no período da graduação.
Gráfico 9 – Iniciação científica turma do último ano
Sim 23%
Não 77%
Formação Técnica - Alunos do Último Ano
Sim 37%
Não 63%
Iniciação Científica - Turma do Último Ano
34
Segue abaixo o gráfico da porcentagem dos alunos, turma do último ano,
que realizaram ou ainda realizam estágio no período da graduação.
Gráfico 10 – Estágio alunos do último ano
Constata-se que 37% dos alunos do último ano realizaram Iniciação
Científica e 72% dos entrevistados já realizaram ou estão realizando estágio.
4.2. Habilidades técnicas
As habilidades técnicas são adquiridas em sala de aula, através das
disciplinas do curso de graduação em Engenharia Química e Engenharia
Industrial Química ou em cursos extracurriculares.
Na pesquisa buscou-se obter as percepções que os alunos têm em relação
às disciplinas de biotecnologia, gestão e conhecimento em outras línguas.
Segue, abaixo, o gráfico 11 com os resultados obtidos em relação a
percepção que os alunos tem em relação as matérias de bioquímica e
biotecnologia.
Sim 72%
Não 28%
Estágio - Alunos do Último Ano
35
Gráfico 11 – Perspectiva dos alunos em relação às matérias de bioquímica
Verificou-se que 60% dos alunos do primeiro ano e 53% dos alunos do
último ano concordam totalmente que matérias de bioquímica e biotecnologia
serão cada vez mais importantes em engenharia química. Além de que 32% dos
alunos do primeiro ano e 30% dos alunos de último ano concordam parcialmente
com a afirmativa. Isto indica uma boa percepção das duas amostras pesquisadas
em relação a importância da bioquímica e da biotecnologia para um engenheiro
químico. Esses resultados mostram-se muito importantes, pois o Brasil apresenta
consideráveis indicações de investimento em química renovável, como
apresentado pelo Pacto Nacional da Indústria Química, isso indica a necessidade
de conhecimentos em bioquímica e biotecnologia. Com base nos resultados da
pesquisa e na tendência apresentada pode-se aferir que os alunos da faculdade
estão alinhados a realidade da indústria química brasileira.
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º Ano 60% 32% 6% 1% 0%
Último ano 53% 30% 16% 0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
"A bioquímica e a biotecnologia terão cada vez mais importância na engenharia química."
36
Segue abaixo o gráfico 12 com os resultados obtidos a pesquisa de
percepção em relação aos conhecimentos de gestão
Gráfico 12 – Perspectiva dos alunos em relação às matérias de gestão
Verificou-se que 70% dos alunos de primeiro ano e 84% dos alunos de
último ano concordam totalmente que conhecimentos em gestão são importantes
a um engenheiro químico. Além de que 28% dos alunos de primeiro ano e 16%
dos alunos de último ano concordaram parcialmente com a afirmativa. Os
resultados mostram que a grande maioria dos alunos tem a percepção da
impôntancia das habilidades de gestão na vida de um engenheiro química. Estes
resultados mostram-se muito relevantes, pois com discutido no relatório da
National Academy of Engineering uma das competências esperadas nos novos
profissionais em engenharia é o conhecimento de gestão. Com base nos
resultados da pesquisa e nessa tendência da profissão podemos aferir que os
alunos estão alinhados a este requisito profissional.
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º Ano 70% 28% 3% 0% 0%
Último ano 84% 16% 0% 0% 0%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Tít
ulo
do
Eix
o
"Os conhecimentos de gestão financeira, gestão de pessoas e administração são importantes a um profissional de
engenharia química"
37
Aos alunos do primeiro ano pesquisamos a impôntancia dada ao
conhecimento de inglês. E quais línguas que eles acreditam serem as mais
importantes a um profissional de engenharia química ter conhecimento. Os
resultados destas perguntas estão apresentados nos gráficos 13 e 14.
Gráfico 13 – Perspectiva dos alunos em relação a importância do inglês
Gráfico 14 – Grau de importância do conhecimento de outras línguas.
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º Ano 81% 19% 0% 0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
" Engenheiros químicos fluentes em inglês terão melhores colocações no mercado de trabalho"
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
80.00%
90.00%
51.95%
88.96%
27.27%
2.60%
30.52%
Quais línguas você acha importante um profissional de engenharia química ter
conhecimento?
Espanhol
Alemão
Francês
Italiano
Mandarim
38
Neste caso observa-se que os alunos tem total conciência da importância
que a lingua inglesa tem no cenário global e consequentemente na engenharia
quimica tambem.
E como segunda lingua eles acharam importante, o espanhol
provavelmente devido o Brasil estar na América Latina e o alemão devido a
Alemanha ser o berço de grandes companhias químicas
Aos alunos de último anos pesquisou-se o nível de inglês adquirido durante
o período da graduação. E o conhecimento adquirido em outras línguas além de
inglês. Os resultados das questões relacionadas ao conhecimento de outros
idiomas se encontram nos gráficos 15 e 16
Gráfico 15 – Classificação do nível de inglês
5%
28%
48%
19%
Como você classifica o seu nível de inglês? Turma último ano
Básico
Intermediário
Avançado
Fluênte
39
Gráfico 16 – Conhecimento em outras línguas
Os resultados mostram que 48% dos alunos do último ano classificam o
seu nível de inglês como avançando e 19% como fluentes. Poucos alunos
consideram seu inglês básico. O conhecimento em inglês é considerado uma
competência necessaria a todo engenheiro, como indicado pela pesquisa de Nose
e Rebelatto (2011) e pelo relatório da National Academy of Engineering. Isso
mostra que os alunos estão preparando-se para atender está exigencia que o
mercado está pedindo. Em relação as outras linguas estudadas, um fato muito
interessante constatado na pesquisa foi que 100% dos alunos entrevistados já
cursaram uma segunda lingua.
4.3. Habilidades humanas
As habilidades humanas relacionam-se às características
comportamentais, já abordadas nesse trabalho.
Na pesquisa buscamos obter a percepção que os alunos têm em relação
ao envolvimento com atividades que melhorem o relacionamento interpessoal,
seja através de trabalho voluntário, Atlética, CAEQ, Empresa Jr.,DA, etc.
70%
12%
9%
3%
2% 4%
Qual(is) outra(s) língua(s) você estuda ou já estudou?
Turma último ano
Espanhol
Alemão
Frances
Italiano
Mandarin
Russo
Japonês
40
No gráfico 17 verificamos a perspectiva dos alunos em relação a
importância de realizar um trabalho voluntário.
Gráfico 17 – Perspectiva dos alunos em relação a realização de trabalho voluntário
Verificou-se que 69% dos alunos de primeiro ano e 70% dos alunos de
último ano concordaram totalmente que a realização de trabalho voluntário
acrescenta habilidades ao profissional de engenharia. Além de que 24% dos
alunos de primeiro ano e 23% dos alunos de último ano concordaram
parcialmente com a afirmativa. De acordo com o discurso da Sofia, presidente da
Cia de Talentos, alunos que durante a graduação participam de atividades de
voluntariado conseguem desenvolver habilidades comportamentais. Habilidades
cobradas cada vez mais pelas empresas. Logo com base nos dados e na
tendência apresentada, podemos aferir que os alunos tem a percepção dessa
nova realidade do mercado de trabalho.
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º ano 69% 24% 5% 1% 1%
Último ano 70% 23% 7% 0% 0%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%
"O trabalho voluntário acrescenta habilidades que poderão ser
aproveitadas em sua vida profissional."
41
Aos alunos de último ano perguntamos se durante o período da graduação
eles efetivamente participaram de algum projeto que envolvesse atividades que
exigissem a pratica de relacionamento interpessoal, por exemplo: Atlética, CAEQ,
Empresa Jr. DA, etc. No gráfico 18 segue a porcentagem de alunos que
efetivamente realizaram alguma atividade em grupo durante o período de
graduação.
Gráfico 18 – Porcentagem de alunos que realizaram atividade em grupo
A pesquisa mostrou que apenas 33% dos alunos de último ano participação
de alguma atividade em grupo durante o período de graduação. Este valor é baixo
levando em consideração o tempo de graduação nos cursos de engenharia, e a
previa consciência da necessidade de se desenvolver habilidades
comportamentais importantes ao engenheiro, como comprovado pelo pergunta
anterior.
Sim 33%
Não 67%
Realização de atividade em grupo Alunos último ano
42
Ao realizar um programa de intercambio a pessoa não apenas aprende
uma nova língua, mais também vivencia uma nova cultura e ganha
amadurecimento pessoal.
Para está pesquisa consideramos intercâmbio como um período em que o
aluno estuda, mora ou trabalha (pode haver combinação entre às ações) por um
período mínimo de um mês em outro país visando aprimorar um idioma ou
realizando alguma atividade acadêmica. O intercâmbio pode ocorrer durante
qualquer época do ano, seja durante as férias ou durante o semestre letivo, neste
último caso, obrigando o estudante a trancar a faculdade. O intercâmbio pode
ocorrer através de agências particulares ou através de instituições que promovem
esse tipo de atividade sem fins lucrativos.
Aos alunos de primeiro ano perguntamos qual o grau de importância em se
realizar intercambio para o desenvolvimento profissional do engenheiro.
Gráfico 19 – Perspectiva dos alunos em relação à importância de realizar um intercâmbio
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º ano 52% 42% 5% 1% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Tít
ulo
do
Eix
o
"Realizar intercâmbio é importante à formação do engenheiro químico"
43
Aos alunos de último ano buscamos quantificar se eles tiveram a
oportunidade de realizar um programa de intercâmbio durante o período de
graduação. Segue o gráfico 20 com o resultado obtido.
Gráfico 20 – Alunos que realizaram um programa de intercâmbio
Observa-se que realizar um intercâmbio é algo que a grande maioria dos
alunos do primeiro ano considera importânte e deseja realizar durante a
graduação. Para os alunos do último ano considera-se alto o valor de 42% de
pessoas que o realizou devido ao fato dos custos serem relativamente altos e
pelo fato de ter que trancar a faculdade durante um período. A grande maioria dos
alunos no primeiro ano tendem a realizar no minimo um intercâmbio durante a
graduação, devido ao aumento de bolsas como Ciências Sem Fronteiras, bolsas
de estudo acadêmicas e etc, bolsas que os alunos do último ano não tiveram
oportunidade de concorrer.
Buscamos recolher a percepção que os alunos tem em relação a
importância das habilidades comportamentais como por exemplo: pro-atividade,
liderança, boa comunicação oral e escrita em relação as habilidades técnicas.
Sim 42% Não
58%
Você já realizou um intercâmbio? Turma último ano
44
No gráfico 21 verificou-se a percepção que os alunos tem em relação a
importância das habilidades comportamentais.
Gráfico 21 – Percepção dos alunos em relação a importância das habilidades comportamentais
Verificou-se que 69% dos alunos de primeiro ano e 65% dos alunos de último
ano concordaram totalmente que habilidades comportamentais são diferenciais
tão ou até mais importantes que habilidades técnicas. Além de que 29% dos
alunos de primeiro ano e 35% dos alunos de último ano concordaram
parcialmente com a afirmativa. Como discutido por Braga (2001), Nose e
Rebelatto (2001), Sofia (2012) e indicado no relatório da National Academy of
Engineering habilidades comportamentais atualmente estão sendo consideradas
tão ou até mais importantes que habilidades técnicas na vida profissional de um
engenheiro. Logo a percepção dos alunos está alinhada a tendência do mercado.
4.4. Expectativas dos Alunos
Para conhecer as perspectivas e desejos após a graduação em relação à
carreira de engenharia química abordamos temas como pretensão salarial,
realizar uma pós-graduação/MBA e onde o aluno quer estar depois de formado.
Concordototalmente
Concordoparcialmente
IndiferenteDiscordo
parcialmenteDiscordo
totalmente
1º Ano 69% 29% 0% 2% 0%
Último ano 65% 35% 0% 0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
"Habilidades comportamentais são diferenciais tão ou até mais importantes que habilidades técnicas."
45
Os gráficos entre 22 – 27 apresentam os resultados.
Gráfico 22 – Desejo após se formar – turma 1º ano
Gráfico 23 – Desejo após se formar – turma de último ano
32%
24%
36%
1%
2% 4%
1%
Desejo após se formar - Turma 1° Ano
Prestar concurso e seguir carreiracomo funcionario publico ou em umagrande estatalSer efetivado independente do salárioe/ou cargo
Ser selecionado como Trainee em umamultinacional
Trabalhar com a familia
Abrir um negocio proprio
Seguir carreira academica
Outra opção
14%
19%
60%
2% 0%
2%
3%
Desejo após se formar - Turma último ano
Prestar concurso e seguircarreira como funcionariopúblicoSer efetivado independente docargo e/ou salário
Ser selecionado como Traineeem uma multinacional
Trabalhar com a família
Abrir negocio proprio
Seguir carreira acadêmica
Outra opção
46
Nesta questão abordada observamos nitidamente que 32% dos alunos do
primeiro ano sonham com a estabilidade profissional de concurso público ou uma
estatal, como a Petrobras, proporciona. E atrelado ao que o mercado está
mostrando esses novos profissionais serão facilmente absorvidos
(WONGTSCHOWSKI, 2011). Já os alunos do último ano e 36% dos alunos de
primeiro ano desejam ingressar no mercado de trabalho como Trainee, cargo que
atualmente considerado uma ótima porta de entrada em uma empresa e é muito
valorizado pelas grandes empresas atuantes no mercado.
Gráfico 24 – Pretensão salarial – turma 1º ano
Gráfico 25 – Pretensão salarial – turma último ano
11%
48%
28%
13%
Qual sua pretensão salarial no primeiro emprego depois de formado?
Turma 1º ano
< R$ 3000
R$ 3000 a R$ 4000
R$ 4000 a R$ 5000
> R$ 5000
12%
44%
37%
7%
Qual sua pretensão salarial no primeiro emprego depois de formado?
Turma último ano
< R$ 3000,00
Entre R$ 3000,00 a R$4000,00
Entre R$ 4000,00 a R$5000,00
>5000
47
Em relação a pretensão salarial não observamos diferenças consideráveis
entre os alunos dos diferentes anos. Podemos concluir que os alunos estão
cientes do salário pago pelo mercado, que gira em torno de R$ 4000,00 tomando
como base o salário dos principais processos de trainee.
Gráfico 26 – Porcentagem de alunos que desejam fazer especialização – turma 1º ano
Gráfico 27 – Porcentagem de alunos que desejam fazer especialização – turma último ano
Sim 78%
Não 22%
Pensa em cursar uma pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado ou qualquer outro
tipo de especialização em um período de 2 anos após se formar?
Alunos 1º ano
Sim 89%
Não 11%
Pensa em cursar uma pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado ou qualquer outro
tipo de especialização em um período de 2 anos após se formar?
Alunos último ano
48
A pesquisa mostrou que 78% dos alunos de primeiro ano e 89% dos alunos
de último ano pretendem continuar estudando após concluir a graduação. Esse
dado é muito importante, pois como apontado pelo relatório da National Academy
of Engineering e pelos autores Barbosa, Schnaid e Timm (2001) a educação
continuada deve ser uma constante na vida de um engenheiro químico.
49
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Podemos concluir que os alunos da Escola de Engenharia de Lorena –
Universidade de São Paulo (EEL-USP) tem uma boa percepção das habilidades
necessárias a um profissional contemporâneo de engenharia química. Dentre as
habilidades focadas nesse trabalho, importância da bioquímica e biotecnologia,
importância do conhecimento em gestão, importância de uma segunda língua e a
importância das habilidades comportamentais, os alunos apresentam uma boa
percepção da importância dessas habilidades aos novos profissionais da área.
Em relação aos alunos de último ano percebemos que pouco efetivamente
participaram de atividades que pudessem desenvolver as habilidades
interpessoais.
Sugerimos que outros trabalhos possam dar continuidade aos temas
abordados neste trabalho. E que em futuros trabalho, possa se investigar por que
poucos alunos ainda se envolvem com atividades que ajudam no
desenvolvimento das habilidades interpessoais. Assim como discutir a melhor
forma de conduzir a formação dos alunos dentro da faculdade para que eles
possam estar cada vez mais preparados para enfrentar esse novo mercado de
trabalho.
50
REFERÊNCIAS
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brasileira. s.l. : Cienc. Cult., 2011. pp. 41-44. Vol. 63. ISSN 0009-6725. AZEVEDO, Sebastião F. 2001. A Engenharia Química para Além da Ciência e Perspectivas de Futuro. BARBOSA, Fernando F., SCHNAID, Fernando e TIMM, Maria I. 2001, O Perfil
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51
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52
WONGTSCHOWSKI, Pedro. 2002. Indústria Química - Riscos e Oportunidades.
2º ed. São Paulo : Edgard Blücher LTDA, 2002.
ZAPAROLLI, Domingos. 2007. Biotecnologia e cuidados com meio ambiente
quebram pradigmas da atividade. 2007.
53
Apêndice A – Formulário de Questão para alunos no primeiro ano
1) Idade: ______
2) Qual em qual escola você realizou a maior parte do seu ensino fundamental e médio:
( )Publica ( )Privada
3) Possui algum curso técnico? ( ) Sim ( ) Não
Em qual área? ______________________
4) Fez cursinho preparatório para o vestibular? ( ) Sim ( ) Não
Por quantos anos? ___________
5) Já trabalhou antes de ingressar na universidade? ( ) Sim ( ) Não
6) De acordo com a afirmação:
Engenheiros químicos fluentes em inglês terão melhor colocação no mercado de trabalho.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
7) Quais línguas você acha importante um profissional de engenharia química ter
conhecimento?
( ) espanhol ( ) alemão ( ) francês ( ) italiano ( ) mandarim
8) De acordo com a afirmação:
Os conhecimentos de Excel avançado, programação e simulação de processos são importantes a
um profissional de engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
9) De acordo com a afirmação:
Realizar intercâmbio é importante à formação do engenheiro químico.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
10) De acordo com a afirmação:
Os conhecimentos de gestão financeira, gestão de pessoas e administração são importantes a um
profissional de engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
11) Qual sua pretensão salarial no primeiro emprego depois de formado?
( ) < R$ 3000,00 ( ) R$ 3000,00 a R$ 4000,00 ( ) R$ 4000,00 a R$ 5000,00 ( ) > R$ 5.000,00
12) Qual seu maior desejo após se formar?
( )Prestar concurso e seguir carreira como funcionário público ou em uma grande estatal.
( )Ser efetivado no estágio como Engenheiro Junior ou cargo similar.
( )Ser efetivado, independente do salário e/ou cargo.
( )Ser selecionado como Trainee em uma multinacional.
( )Trabalhar com a família.
( )Abrir um negocio próprio.
( )Seguir carreira acadêmica.
( )Outra opção. (Favor especificar) _______________________
13) Pensa em cursar uma pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado ou qualquer outro tipo
de especialização em um período de 2 anos após se formar? ( )Sim ( ) Não
Especialização em qual área? __________
54
14) Está disposto a aceitar cargos em outros estados ou países após se formar? ( ) Sim (
)Não
15) De acordo com a afirmação:
A bioquímica e a biotecnologia terão cada vez mais importância na engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
16) De acordo com a afirmação:
O trabalho voluntário acrescenta habilidades que poderão ser aproveitadas em sua vida
profissional.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
17) De acordo com a afirmação:
Habilidades comportamentais (por exemplo: pro-atividade, liderança, boa comunicação oral e
escrita, etc) são diferenciais tão ou até mais importantes quanto habilidades técnicas.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
Obrigado pela participação, Everton A. e Thomaz Zanivan
55
Apêndice B – Formulário de Questões para os alunos de último ano
1) Idade: ______
2) Você já fez ou está fazendo Iniciação Científica? ( ) Sim ( ) Não
Por quanto tempo? ___________
3) Você já fez ou está fazendo estágio? ( ) Sim ( ) Não
Por quanto tempo ? ___________
4) Cursou alguma escola técnica? ( ) Sim ( ) Não
Qual curso?_____________
5) Como você classifica o seu nível de inglês ?
( ) básico ( ) intermediário ( ) avançado ( ) fluente
6) Qual outra língua você estuda(ou) ?
( ) espanhol ( ) alemão ( ) francês ( ) italiano ( ) mandarim ( ) não estudo outras línguas
7) Você realizou intercâmbio ? ( ) Sim ( ) Não.
Qual país você foi ? _____________
8) Em relação a sua experiência na universidade responda de acordo com a afirmação:
Os conhecimentos de Excel avançado, programação e simulação de processos são importantes a
um profissional de engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
9) Em relação a sua experiência na universidade responda de acordo com a afirmação:
Os conhecimentos de gestão financeira, gestão de pessoas e administração são importantes a um
profissional de engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
10) Durante o período da faculdade você realizou algum curso de qualificação (por exemplo:
excel avançado, gestão de pessoas, gestão financeira, etc) ? ( ) Sim ( ) Não
11) Qual sua pretensão salarial no primeiro emprego depois de formado?
( ) < R$ 3000,00 ( ) R$ 3000,00 a R$ 4000,00 ( ) R$ 4000,00 a R$ 5000,00 ( ) > R$ 5.000,00
12) Qual seu maior desejo após se formar?
( )Prestar concurso e seguir carreira como funcionário público ou em uma grande estatal.
( )Ser efetivado no estágio como Engenheiro Junior ou cargo similar.
( )Ser efetivado, independente do salário e/ou cargo.
( )Ser selecionado como Trainee em uma multinacional.
( )Trabalhar com a família.
( )Abrir um negocio próprio.
( )Seguir carreira acadêmica.
( )Outra opção. (Favor especificar) _______________________
13) Pensa em cursar uma pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado ou qualquer outro tipo
de especialização em um período de até 2 anos após se formar? ( )Sim ( ) Não
14) Está disposto a aceitar cargos em outros estados ou países após se formar?
( ) Sim ( )Não
56
15) Em relação a sua experiência na universidade responda de acordo com a afirmação:
A bioquímica e a biotecnologia terão cada vez mais importância na engenharia química.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
16) Em relação a sua experiência na universidade responda de acordo com a afirmação:
O trabalho voluntário acrescenta habilidades que poderão ser aproveitadas em sua vida
profissional.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
17) Durante o período da faculdade você participou de algum trabalho voluntário? ( ) Sim ( )
Não
18) Em relação a sua experiência na universidade responda de acordo com a afirmação:
Habilidades comportamentais (por exemplo: pro-atividade, liderança, boa comunicação oral e
escrita, etc) são diferenciais tão ou até mais importantes quanto habilidades técnicas.
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo parcialmente ( )
Discordo totalmente
19) Durante o período da faculdade você participou de atividades em grupo (por exemplo:
Atlética, CAEQ, Empresa Jr., DA, etc.) ? ( ) Sim ( ) Não
Obrigado pela participação, Everton A. e Thomaz Zanivan