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Artigo apresentado no 1º ESLE?XXI SBIE, realizado em João Pessoa-PB em 2010.

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FORMAÇÃO DOS PROFESSORES EM INFORMÁTICA EDUCATIVA: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DO CURSO DE INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO

DIGITAL DO PROGRAMA PROINFO INTEGRADO

Fco Cesar M. da Silva1, Antonio Ailton G. da Silva1, Daniel C. Borges2

1Faculdade Sete de Setembro- FA7. Rua Alm. Maximiano da Fonseca, 1395 – Eng. Luciano Cavalcante - Fortaleza – CE / 4006.7600

Curso de Especialização em Tecnologias Digitais na Educação2Dr. em Eng de TeleInformática – UFC.

Resumo. Esta pesquisa tem por objetivo fazer uma análise da formação dos educadores municipais realizada pelo seu Núcleo de Tecnologia Educacional em informática educativa. Para tanto foi acompanhada uma turma durante sua formação no curso de Introdução à Educação Digital, curso este que faz parte da formação do Proinfo Integrado. Para se chegar às proposições da pesquisa foi aplicado um questionário de entrada composta de questões fechadas, também se utilizou do ambiente de aprendizagem SOCRATES da Universidade Federal do Ceará - UFC onde foram disponibilizados todo o material do curso, fóruns onde os cursistas postaram suas concepções sobre o uso das novas tecnologias na educação.

Abstract. The aim of this research is to analyze the training of municipal educators done by Computer-Assisted Instruction Center in information technology education. With this objective, a class during its formation was followed by the information technology introduction course. This course is part of the integrated training of Proinfo. In order to reach the aims of the research, at first, it was applied a questionnaire composed by closed issues. It was also used SOCRATES learning environment of Federal University of Ceará - UFC all course materials were available, and the forums where participants have posted their ideas about the use of new technologies in education.

Introdução

A escola tem por seu objetivo principal “formar integralmente seus educandos, capacitando-os para que se insiram ativamente no mundo, a fim de que sejam protagonistas de sua própria vida e agentes de mudança da realidade” (LLANO & ADRIÁN, 2006, p.29). Para alcançar esse objetivo, os governantes, teóricos, técnicos em educação e todos aqueles envolvidos no processo, vêm protagonizando a educação em várias cenas de tentativas e erros, ocasionando descontinuidade no processo ensino aprendizagem e levando a educação nacional a níveis baixíssimos quando comparados aos internacionais.

Uma dessas tentativas foi a disponibilidade de computadores nas escolas, onde se tinha a compreensão de que se resolveria a problemática da educação. No entanto, não foi o que aconteceu, pois “a realidade, porém, demonstrou que a mera introdução do computador não gerou mudança alguma” (LLANO & ADRIÁN, 2006, p. 31). Por que isso acontece?

A escola é uma instituição social na qual se agregam agentes, normas e relações sociais. É um ambiente complexo onde se solidificam as relações

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interpessoais. Ao se colocar máquinas nessa instituição, espera-se provocar transformações radicais em suas relações, entretanto, não se pode prever a sua amplitude positiva, pois a relação entre seres humanos é muito complexa. Portanto, essas máquinas só produzirão algum efeito se os agentes que conduzem a vida da escola se apropriarem delas, transformando-as em recursos pedagógicos integrando-as às rotinas escolares como ferramentas que apoiam na produção da aprendizagem.

Nesse caso o profissional da educação torna-se o agente principal do processo de inserção das tecnologias na escola, e para isso ele precisa de formação em serviço, suporte e acompanhamento. Essa formação, segundo Andrade “deve coadunar a apropriação e o domínio adequado dessa tecnologia aos fundamentos necessários à renovação da cultura escolar” (ANDRADE, 2003, p. 65).

Desde a década de 1980, o Brasil vem desenvolvendo vários programas para estimular a incorporação das novas tecnologias da informação e comunicação na educação. Dentre eles pode-se citar, o projeto Educom – Educação com computadores (1983), o Programa de Ação Imediata em Informática (1987), com a criação de dois projetos - Formar e Cied e por último o ProInfo (1995 até os dias atuais), projeto este que cria os NTEs (Núcleos de Tecnologias Educacionais). O que se observa é que estes projetos sempre priorizam a formação do professor para que esteja modernizado para a realidade na qual está inserido.

De acordo com Tajra (2005) dentre esses projetos o mais ambicioso e atuante, que tem o governo federal como impulsionador é o ProInfo que apresenta a proposta de introduzir a tecnologia de informática na rede pública de ensino. “Esta proposta é uma forma de aproximar a cultura escolar dos avanços de que a sociedade já vem desfrutando, com a utilização das redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações” (Tajra, 2005, p.34).

No entanto, vários autores tais como Valente (2003), Almeida (2004), Llano & Adrián (2006), Warschauer (2006), concordam que só o fato de incluir computadores nas escolas não garantiu, nestes últimos anos, a melhoria da qualidade da educação. Diante dessa realidade, o Proinfo passou por uma reforma e no ano de 2007 passou a ser denominado de Proinfo Integrado, objetivando uma maior integração de todas as mídias em prol de uma educação de qualidade.

Esta pesquisa objetivou fazer uma análise da formação dos educadores municipais realizada pelo Núcleo de Tecnologia Educacional em informática educativa. Além disso, procurou-se também verificar o grau de conhecimento do professor com relação às tecnologias educacionais; identificar as formas de atuação do professor com relação à informática educativa e finalmente preparar o professor para o uso pedagógico do computador como ferramenta de apoio ao processo ensino aprendizagem.

Metodologia

Esta pesquisa foi realizada com uma turma do curso de Introdução às Tecnologias Digitais e teve seu momento de cunho quantitativo devido à abordagem que se aplicou, através de um questionário de 15 questões fechadas. Partindo do pressuposto de que a pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser qualificável, significando que se pode traduzir em números opiniões e informações para assim poderem ser classificadas e analisadas. Requerendo, portanto, o uso de recursos e técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc” (Silva & Menezes, 2001 p.20).

O questionário foi aplicado no primeiro encontro do curso como forma de

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sondagem para saber o nível de conhecimento dos cursistas sobre os temas que seriam tratados durante o mesmo. Os dados dos questionários foram processados no BrOffice.Org.Calc e dispostos em planilhas e gráficos para efeito de análise. Eles foram analisados e agrupados por similaridades, buscando encontrar o que os faz divergentes e comuns culminando com a construção das proposições.

Os professores/cursistas que participaram da pesquisa foram selecionados através de uma inscrição para o curso de 40 horas de Introdução às Tecnologias Digitais. Este curso, idealizado pelo Proinfo, ocorreu de forma semi-presencial, tendo encontros presenciais interligados com momentos a distância. Todo o material do curso foi disponibilizado no ambiente virtual SOCRATES da UFC. Os encontros presenciais ocorreram no Núcleo de Tecnologia Educacional do município. Já os momentos a distância ficaram na disponibilidade de tempo do professor.

Toda metodologia do curso de Introdução às Tecnologias Digitais será voltada para a prática do professor em sala de aula com o uso de software livre, ressaltando sempre a importância da tecnologia para a sua vida pessoal e profissional, tendo como objetivo familiarizar, motivar e preparar os professores para a utilização de recursos básicos de computadores e Internet.

A amostra da população da pesquisa constou de vinte e um professores e um gestor escolar que foram inscritos para o curso, cujos pré-requisitos para participar foram: ser funcionário efetivo do município, estar lotado numa escola, ter disponibilidade de tempo para fazer o curso e ter conhecimento básico em informática. A quantidade de alunos por turma é uma recomendação do Proinfo, que sinalizou em vinte alunos, sabendo-se que a maioria dos laboratórios por ele distribuídos são compostos, em sua maioria, por dez computadores, ficando assim dois alunos no máximo por um computador.

Análise dos Resultados

Diante das análises dos questionários e dos fóruns podem-se tirar os seguintes resultados: Os profissionais de educação mais jovens são melhores receptivos aos cursos que envolvem as novas tecnologias como ferramenta pedagógica na sala de aula. Ficando constatado na pesquisa que mais de 70% dos pesquisados têm até 10 anos de atividade na educação. O conhecimento do professor com relação a informática básica ainda é tímido e, em relação, a informática educativa e software educativo mais da metade dos pesquisado não os conhecem, e dos que afirmaram que conhecem softwares educativos menos de um terço dos entrevistados afirmaram que já utilizaram em sua prática pedagógica. Os professores pesquisados têm consciência da importância do uso da tecnologia na educação, que esta contribuirá para a melhoria da aprendizagem do aluno e que as vantagens sobrepõem a desvantagens. Todavia, a pesquisa apresentou que o tempo, assim como o interesse do profissional da educação para se aperfeiçoar é pouco, pois sua carga horária de trabalho é extensa, restando-lhe pouco tempo livre para tal prática, e a instituição não disponibiliza treinamento em serviço. Esta conclusão anterior se depara com um grande desafio: conscientizar os gestores municipais e secretários de educação sobre tal importância, pois aproximadamente 88% dos entrevistados afirmaram que suas escolas não

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disponibilizam tempo em sua grade para uso do computador como ferramenta pedagógica e esta formação, em particular, foi oferecida fora do horário de trabalho do professor. A pesquisa constatou que um dos três principais motivos pelos quais o professor não usa o computador é porque ele não tem tal ferramenta. Os outros dois foram não terem tempo e por não terem treinamento. A pesquisa constatou que um dos três principais motivos pelos quais o professor não usa o computador é porque ele não tem tal ferramenta. Os outros dois foram não terem tempo e por não terem treinamento. Apesar da pouco habilidade do professor com o computador, a sua interação com a grande rede (WWW) e suas ferramentas de interatividades online, a pesquisa constatou que quase 50% dos pesquisados têm e-mail, 25% possuem Orkut e MSN, no entanto, somente 2,5%, que equivale a 1 pesquisado, possui blog. Assim o uso da internet na prática pedagógica é negada por, aproximadamente, 82% dos pesquisados.

Considerações Finais

O panorama foi este encontrado pela pesquisa. O MEC através do Programa Proinfo Integrado tem o objetivo de propagar os laboratórios de informática nas escolas, assim como as diversas mídias, para que sejam usadas como ferramenta pedagógica nas escolas. O curso Introdução à Tecnologias Digitais (40h) faz parte de uma formação continuada que vem para atender a essa demanda reprimida dos profissionais da educação, pois não se pode mais tratar com desdém o uso das novas tecnologia na educação. Os profissionais demonstram interesse em apreender o uso das novas tecnologias como ferramenta pedagógica, restam, contudo, políticas públicas por parte do gestor público municipal que seja efetivas e permanentes.

Em vista disso, proporcionar a continuidade da formação do professor em informática educativa é uma ação que deverá se tornar permanente no município, pois há uma demanda crescente por esta formação.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconini de. Inclusão digital do professor: formação e prática pedagógica. São Paulo: Articulação, 2004.ANDRADE, Pedro Ferreira de. Aprender por projetos, formar educadores. In: VALENTE, José Armando. (org.) Formação de professores para o uso de computadores na escola. Campinas, SP: UNICAMP/SIED, 2003.Instituo UFC virtual. Disponível em: http://www.vdl.ufc.br/. Acesso: 17/05/08. LLANO, José Gregório de & ADRIÁN, Mariella. A informática educativa na escola. São Paulo: Loyola, 2006.SILVA, Edna Lúcia da. & MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação 3ª. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. TAJRA, Samia Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 6ª ed. rev., atual. e ampla. – São Paulo: Érica, 2005.VALENTE, José Armando, (org.) Formação de professores para o uso de computadores na escola. Campinas, SP: UNICAMP/SIED, 2003.WARSCHAUER, Mark. Tecnologia e inclusão digital: a exclusão digital em debate; tradução Carlos Szlak. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.