formaÇÃo contÍnua reabilitaÇÃo e manutenÇÃo do … · definição dos critérios de...
TRANSCRIPT
FORMAÇÃO CONTÍNUA
REABILITAÇÃO e MANUTENÇÃO do PATRIMÓNIO
Módulo RM1
1
DESEMPENHO das CONSTRUÇÕES(durabilidade, resistência e manutenção)
2002, 1 de Abril
THOMAZ RIPPER
HUMANA
FRACO
PATOLOGIA das ESTRUTURAS de BETÃO ARMADO e PRÉ-ESFORÇADO
2
ACIDENTE
iNTRÍNSECA
FRACO
DESEMPENHO
THE HAi THEORY
CAUSA EFEITO
CAUSA EFEITO
Reparação / ReforçoRedução da Vida
HUMANA
ACIDENTE
DesconhecimentoIncompetência
Incúria
Natureza
3
Redução da Vida ÚtilLimitação na UtilizaçãoColapso
INTRÍNSEC
A
ACIDENTE
pH do Ambiente ≅≅≅≅ 7
Aço: Produto Instável
Óxido de Ferro: Produto Estável
Betão: pH ≅≅≅≅ 12
Betão Armado: Material Energeticamente Instável
Reacções com o Meio Ambiente
Perda de alcalinidade do betão
Despassivação do Aço
DeterioraçãoFraco Desempenho das Estruturas de Betão Armado
- Causas e Efeitos - Questões Macro
CAUSA EFEITO
Acções Mecânicas (?)Chuvas Ácidas
Incêndios
ConcepçãoProjecto
EspecificaçãoFabricação
AplicaçãoConstruçãoUtilização /Manutenção
Materiais
FissuraçãoDelaminaçãoDesagregaçãoPerda de Aderência
HUMANA
4
ACIDENTE
INTRÍNSECA
CorrosãoGelo - Degelo
ErosãoReacção Álcali - Inerte
Ataque de SulfatosAtaque de Cloretos
Ataque Biológico
IncêndiosSismos
Tempestades
Perda de AderênciaExposição de ArmadurasAbrasãoCalcinaçãoDescoloraçãoEnvelhecimentoDeflexões ExageradasRotações ExageradasRotura
Fraco Desempenho das Estruturas de Betão Armado - Causas e Efeitos - Pormenor
DONO da OBRA PROJECTISTAS CONSTRUTOR USUÁRIO
DESEMPENHO da CONSTRUÇÃO
5
FISCALIZAÇÃO
Os Responsáveis pelo Desempenho de uma Construção
Propósito do Empreendimento
Custo da ConstruçãoVida Útil
Características
da Construção
Requisitos
funcionais
definidos pelo
Proprietário e/ou
Qualidade dosrequisitos necessários
Qualidade da construção quando
em utilização
6
Proprietário e/ou
Investidor
Características
do Projecto
Qualidadedo Projecto
Qualidade da execução e dos
materiais
Círculo da Qualidade para a Construção CivilC.E.B. - Boletim n.º 183 - (1989)
DURABILIDADE
DESEMPENHO
VIDA ÚTIL
• meio ambiente• agentes agressores
• protecção
7
DIMENSIONAMENTOà ROTURA
• controlo de tensões e
deformações
• estabilidade
• solo - estrutura
VIDA ÚTIL
VIDA ÚTIL de uma construção é o período durante o qual esta conserva os requisitos estabelecidos em projecto quanto a
segurança, funcionalidade e estética sem custos inesperados de MANUTENÇÃO (reparação)
VERIFICAÇÃO em SERVIÇO
rf
RF
δδ ≤×
FONTE de PESQUISAConcepção
/ Projecto
Deficientes
Materiais
Não
Adequados
Má Execução
Utilização Indevida
Outras Falhas
C.E.B. Boletim 157 (82) 50 ���� 40 ���� ���� 10 ����
BRE (U.K, 76) 50 10 30 ���� 10 ����
D. Plum, J. Hayes (Edimburgo, 83) 46 11 33 ���� 10 ����
Cóias e Cachadinha (Lisboa, 83) 12 ���� 81 ���� ���� 7 ����
Jean Blévot (Paris, 74) 35 ���� 58 ���� ���� 7 ����
J. Loss (U.S.A, 87) 62 ���� 32 ���� ���� 6 ����
J. Hauser (U.S.A, 79) 36 10 44 5 5
FEFAAP (São Paulo, 89) 18 6 52 14 10
P. Aranha, D. Molin (IBRACON, 94) 30 5 39 ���� 26 ����
8
P. Aranha, D. Molin (IBRACON, 94) 30 5 39 ���� 26 ����
E.N.R. (U.S.A, 79) 10 10 65 ���� 15 ����
LEMIT (Venezuela, 75) 20 43 23 ���� 14 ����
F. Gabaldón (Madrid, 82) Espanha 41 13 31 11 4
Bélgica 49 15 22 9 5Reino Unido 49 11 29 10 1
Alemanha 37 14 30 11 8Dinamarca 36 25 22 9 8
Roménia 37 22 19 11 11M. Cnudde (Bruxelas, 91) 46 15 22 8 9A. Paterson (Londres, 84) 37 5 51 ���� 7 ����
Thomaz Ripper (Lisboa, 97) 36 37 32 9 6
Frequência de Ocorrência das Falhas
projecto
37%
construção
51%
materiais
5%
manutenção
7%
Falhas por Custo de Reparação
projecto
43%
construção
43%
materiais
6%
manutenção
8%
Bureau Securitas – França – 10000 Edifícios – 1968 a 1978
9
Frequência de Ocorrência de Falhas em Projecto
concepção
14%
pormenorização
78%
materiais
5%
cálculo
3%
Falhas em Projecto por Custo de Reparação
concepção
18%
materiais
10%
cálculo
13%
pormenorização
59%
65% das falhas são notadas durante os três primeiros anos da construção
The primary causes of engineering disasters are usually considered to be:
(i) human factors (including both 'ethical' failure and accidents);
(ii) design flaws (many of which are also the result of unethical practices);
(iii) materials failures;
(iv) extreme conditions or environments;
and, most commonly and importantly, (v) combinations of these reasons.
State University of New York at 30/04/99
10
and, most commonly and importantly, (v) combinations of these reasons.
A recent study conducted at the Swiss federal Institute of technology in Zurich
analyzed 800 cases of structural failure in which 504 people were killed, 592 people
injured, and millions of dollars of damage incurred. When engineers were at fault, the
researchers classified the causes of failure as follows:
Insufficient knowledge ............................……………. 36%
Underestimation of influence .....................………... 16%
Ignorence, carelessness, negligence ..............……… 14%
Forgetfulness, error .............................……………….. 13%
Relying upon others without sufficient control ....... 9%
Objectively unknown situation ...................………….. 7%
Unprecise definition of responsibilities .......……….... 1%
Choice of bad quality ....................………………......... 1%
Other ......................................................................... 3%
�Requisito básico: cultura para a função�Análise da construção como um bem de consumo, com a sua consequente classificação�Definição dos propósitos da construção�Disponibilização atempada das verbas necessárias, entendendo que haverá sempre um custo conhecido para a qualidade e outro,
RESPONSABILIDADES do DONO da OBRA(Arquitecto / Consultores)
11
haverá sempre um custo conhecido para a qualidade e outro, desconhecido, mas certamente muito maior, para a falta de qualidade �Concessão de prazos adequados�Estipulação da vida útil da construção�Avaliação e consideração das condições ambientais�Adopção de uma arquitectura não patológica�Exigir a caracterização do solo de fundação (sondagens geotécnicas)�Definição do custo e do tempo de incidência das tarefas de manutenção�Atribuição de responsabilidades
FALHAS na ETAPA de CONCEPÇÃO(Dono da Obra / Arquitecto / Consultores)
durávelnão durável
12
Arquitectura PatológicaAs fachadas e a sua vida útil
expectável
FALHAS na ETAPA de CONCEPÇÃO(Dono da Obra / Arquitecto / Consultores)
13
Aproveitamento indevido de espaços
FALHAS na ETAPA de CONCEPÇÃO(Dono da Obra / Arquitecto / Consultores)
14
Concepção PatológicaDesconhecimento do
comportamentodos edifícios face às acções
sísmicas
RESPONSABILIDADES do PROJECTISTA(Arquitectura / Estabilidade / Fiscalização)
�Obediência ao Projecto Arquitectónico, com discussão responsável dos aspectosque possam interferir na resistência / durabilidade da construção�Trabalho conjunto, com interacção dos vários Projectos�Avaliação da influência das condicionantes ambientais�Definição dos critérios de segurança e de servicibilidade�Consideração da interacção solo - estrutura (exigir sondagens geotécnicas!)�Adopção de regulamentos actualizados e adequados�Modelização estrutural
15
�Cálculos de estabilidade (resistência, deformação, ductilidade, durabilidade)�Desenhos de pormenorização (geometria, armaduras, sistemas executivos)�Caracterização e estudo dos materiais a utilizar (resistência, durabilidade, juntas,negativos para instalações, colocação, cura, acabamento e protecção)�Análise dos elementos não resistentes (alvenaria, impermeabilizações, vãos,rebocos e pinturas)�Definição das tolerâncias dimensionais�Avaliação da exequibilidade do Projecto, com eventuais correcções�Elaboração do manual de utilização, inspecção e manutenção da construção�Estudo de custos da Empreitada�Assistência na construção e no pós-venda
FALHAS na ETAPA de PROJECTO(Projectista de Estabilidade / Fiscalização)
16
Deficiente análise do comportamento do solo de fundação ao longo do tempo
FALHAS na ETAPA de PROJECTO(Projectista de Estabilidade / Fiscalização)
17
Desconhecimento do comportamento do solo de fundação depois de carregado
FALHAS na ETAPA de PROJECTO(Projectista de Estabilidade / Fiscalização)
18
Deficiências de conceito e de pormenor para as acções sísmicas
FALHAS na ETAPA de PROJECTO(Projectista de Estabilidade / Fiscalização)
Falha na execução de desenhos
60 m
19
FALHAS na ETAPA de PROJECTO(Projectista de Estabilidade / Fiscalização)
20Desconsideração do comportamento diferenciado entre
os materiais da estrutura, alvenaria e revestimento
RESPONSABILIDADES do CONSTRUTOR(Fiscalização)
�Atendimento ao Projecto�Elaboração do programa de trabalhos�Selecção da mão de obra, dos equipamentos e dos materiais e misturas�Ensaios preliminares em materiais e misturas�Sistemas de cofragem, escoramento e descofragem�Sistema de controle de qualidade e conformidade
21
�Sistema de controle de qualidade e conformidade�Execução esmerada – armaduras: amarração, empalmes, espaçamento erecobrimento�Execução esmerada – betão: juntas, negativos para instalações, lançamento,vibração, cura, acabamento e protecção�Execução esmerada – impermeabilizações, alvenarias, rebocos e pinturas�“Check-list” das operações�Testes de verificação de conformidade e aceitação�Revisão do manual de utilização, inspecção e manutenção da construção�Assistência no pós-venda
FALHAS na ETAPA de CONSTRUÇÃO(Empreiteiro / Fiscalização)
22Incorrecção no posicionamento das armaduras
FALHAS na ETAPA de CONSTRUÇÃO(Empreiteiro / Fiscalização)
23Falta de cuidado durante a execução
FALHAS na ETAPA de CONSTRUÇÃO(Empreiteiro / Fiscalização)
24
Falta de cuidado durante a execução
FALHAS na ETAPA de CONSTRUÇÃO(Empreiteiro / Fiscalização)
25
Incompatibilidade entre Projecto de Arquitectura / Projecto de Estrutura
associado a uma má execução
RESPONSABILIDADES do UTILIZADOR
�Leitura, entendimento e garantia de estrita observância ao Manualde Utilização e Manutenção da Construção�Observação das condicionantes de funcionamento da construção�Garantia do atendimento às sobrecargas de utilização
26
�Garantia do atendimento às sobrecargas de utilização�Não alteração da geometria dos elementos resistentes daconstrução�Responsabilidade pelas rotinas de inspecção, com registo�Fiscalização da prática de manutenção periódica�Controlo das reparações�Alarme e Manutenção de emergência�Controle dos custos de Manutenção
FALHAS na ETAPA de UTILIZAÇÃO(Inquilino / Gestor)
27
Descalço das Fundações
FALHAS na ETAPA de UTILIZAÇÃO(Inquilino / Gestor)
28
Sobrecarga de utilização superior à especificada
FALHAS na ETAPA de UTILIZAÇÃO(Inquilino / Gestor)
29Alteração da distribuição estrutural
UM EXEMPLOObra: Great Belt Link - Dinamarca
Exigência do Dono da Obra:
Aspecto estético – traçado – definido por Arquitectos
100 anos de vida útil, sem qualquer trabalho de manutenção significativo
Critério do Projectista de Estabilidade:
Estabelecimento de uma estratégia múltipla de protecção contra os agentes agressores (MC 90)
����Identificação dos agentes agressores
����Determinação dos mecanismos de transporte
30
����Determinação dos mecanismos de transporte
����Criação de barreiras protectoras
Aplicação do ponto ���� da estratégia múltipla à East Bridge (a maior de entre as obras de arte):
Betão: taxa de cimento > 300 kg/m³; razão A/C < 0,45; cura > 96 h;
Cobrimento: 10 cm, com armadura de pele em aço inox ou 7,5 cm, com varões da armadura revestidos de epóxido;
Pormenores: cantos arredondados enenhuma junta de construção nas zonas de maré ou de rebentação;
Revestimento do betão com tinta hidro-repelente;
Protecção catódica
What is sad to say is that the original
cause – there are often several – of the
problem is often minor in itself, although
large in consequences.
After all, somebody thinks, “it’s only
31
After all, somebody thinks, “it’s only
concrete - any fool can do it”.
The trouble is that he does.
Adrian Neville, Ottawa, 92