fontes de direito

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INTRODUCAO AO ESTUDO DE DIREITO Introdução O presente trabalho tem por objecto mostrar a relacao entre Estado e Direito, fontes de direito em Moçambique e as fases de elaboracao e aprovacao da lei no ordenamento juridico moçmbicano. A sua pertinência é incontestável, por se tratar do problema de saber a origem das normas jurídicas, ou seja, a questão de saber o modo como certas normas ascendem à categoria de norma jurídica, e tudo que está mencionado anteriormente. Para ter as noções gerais de direito, importa reflectir de maneira a conhecer as fontes de direito. Assim sendo, analisar e expor as fontes de direito, ainda que de forma simples, constitui o objectivo principal do presente trabalho. Para a realizacao do presente trabalho, optámos por uma consulta e análise da melhor doutrina sobre o tema e incluindo a consultas de sítios da internet. Como plano de exposição, iniciarei por apresentar o conceito de fontes de direito seguido da sua classificação. Após analisar cada uma das fontes, apresentarei a sua herarquia, terminando a presente exposição com a apresentação da conclusão.

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Lei, Decreto, Decreto-le, Jurisprudencia, Doutrina e o Costume

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Page 1: Fontes de Direito

INTRODUCAO AO ESTUDO DE DIREITO

Introdução

O presente trabalho tem por objecto mostrar a relacao entre Estado e Direito, fontes de direito em Moçambique e as fases de elaboracao e aprovacao da lei no ordenamento juridico moçmbicano. A sua pertinência é incontestável, por se tratar do problema de saber a origem das normas jurídicas, ou seja, a questão de saber o modo como certas normas ascendem à categoria de norma jurídica, e tudo que está mencionado anteriormente. Para ter as noções gerais de direito, importa reflectir de maneira a conhecer as fontes de direito. Assim sendo, analisar e expor as fontes de direito, ainda que de forma simples, constitui o objectivo principal do presente trabalho. Para a realizacao do presente trabalho, optámos por uma consulta e análise da melhor doutrina sobre o tema e incluindo a consultas de sítios da internet. Como plano de exposição, iniciarei por apresentar o conceito de fontes de direito seguido da sua classificação. Após analisar cada uma das fontes, apresentarei a sua herarquia, terminando a presente exposição com a apresentação da conclusão.

FONTES DE DIREITO

Conceito

Não há um único conceito de fontes de direito, sendo que ele varia de acordo com o ponto de vista de cada doutrina. Assim sendo, a título de exemplo, Claude Du Pasquier, abordou o tema através de umametáfora, ao dizer que, buscar a fonte de direito é como se alguém procurasse a nascente deum rio, a delimitar o exacto ponto em que as águas surgem das profundezas da terra dandoorigem a um curso de água natural, como seja o ponto de emergência, o lugar onde ele

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passa de invisível a visível, onde sobe do subsolo à superfície. Neste sentido, afirma que afonte da regra jurídica é o ponto pelo qual ela sai das profundezas da vida social paraaparecer à superfície do Direito.Por sua vez, Hans Kelsen, em sua “Teoria pura do direito” solidificou o estudo do direito amais expressiva referência no âmbito da dogmática jurídica e, assim, afirma que a únicafonte do direito é a norma, já consolidada em seus aspectos formais e integrada ao direito positivo. Traduzindo-se o pensamento do eminente jurista austríaco, ao se reportar a fontede direito, irreleva qualquer facto social, moral ou político que tenha contribuído para osurgimento de uma regra.Para o jurista brasileiro, Miguel Reale, o termo fonte de direito deve indicar somente os processos de produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do poder, o qual,diante de factos e valores, opta por dada solução normativa e pela garantia do seucumprimento. Segundo Reale, a estrutura de poder é um requisito essencial ao conceito defonte. Entretanto a doutrina sociológica defende que fontes de direito são as vertentes sociais ehistóricas de cada época, das quais fluem as normas jurídicas positivas. Factores emergentes da própria realidade social, tais como os económicos, religiosos, morais, políticos e naturais.Do exposto, vai resultar a distinção das fontes de direito em sentido formal e material.Vejamos sumariamente cada um deles.Designam-se fontes de direito em sentido formal, os factos normativos a que o sistema jurídico imputa o efeito de pôr ou positivar normais juridicamente vinculantes

. Nestasenda, fontes de direito em sentido formal ou técnico-jurídico serão os modos de criação erevelação de normas jurídicas. Assim sendo, os factores sociais, económicos e políticos quecriam a necessidade de modificar o Direito, só por si não constituem fontes do direito emsentido técnico-jurídico, pois é preciso que as autoridades competentes se movamimpulsionadas por essa exigência desses factores e a atendam sob a forma de uma norma jurídica nova. É essa actividade desenvolvida pela autoridade competente que constituifonte do direito em sentido formal ou técnico-jurídico. Fontes de direito em sentido material, são elementos que emergem da própria realidadesocial e dos valores que inspiram o comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbrede um direito, ou seja, segundo João Baptista Machado, são factores ou poderes sociais

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defacto que causalmente originaram ou influíram o processo de produção normativa.Para o nosso estudo, interessa fontes de direito em sentido formal ou técnico-jurídico. Ditodoutro modo, interessa-nos fontes de direito enquanto modos de criação e revelação denormas jurídicas.

Classificação das fontes de direito

São várias as classificações das fontes de direito, essa variedade resulta do facto decompetir a cada direito positivo a definição das suas próprias fontes.Em Moçambique, o legislador estabeleceu nos artigos 1º a 4º do Código Civil disposiçõessobre Fontes de Direito. Segundo os referidos dispositivos do Código Civil são fontes imediatas do direito apenas as leis e as normas corporativas que não contrariem asdisposições legais de carácter imperativo. No artigo 2º, o legislador reconhece ao poder judicial a competência para, nos casosdeclarados na lei, fixar por meio de assentos doutrina com força obrigatória geral. Estacompetência é exercida pelo Tribunal Supremo.E no artigo 3º, o costume é reconhecido como fonte mediata de direito, quando nãocontrarie os princípios da boa fé. Por sua vez, no artigo 4.º ainda do Código Civil, ostribunais podem recorrer à equidade quando haja disposição legal que o permita, quandoexista acordo das partes e a relação jurídica não seja indisponível, ou ainda quando as partes tenham convencionado o recurso à equidade numa cláusula compromissória. De todo o exposto, é de referir que são fontes do nosso direito a lei, o costume, a jurisprudência e a doutrina. Sendo que, a lei é indiscutivelmente a principal fonte do direito. Vejamos cada uma daquelas fontes de direito.

A Lei: Sentidos da palavra

Lei em sentido material é toda disposição provinda de uma autoridade competente. Assimsendo, a lei vai desde a Constituição da República até aos assentos do tribunal supremo, passando pelas leis ordinárias e os regulamentos.Deste modo, lei em sentido material abrange a Lei propriamente dita da Assembleia daRepública, o Decreto-Lei do Conselho de Ministros, o Decreto Presidencial e o Decreto doConselho de Ministros e o Diploma Ministerial. Como se denota, embora varie o órgão quefaz a lei e a forma porque a faz, permanece idêntica a matéria, isto é, o conteúdo da lei ésempre o mesmo,

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que é no caso, uma regra jurídica geral e abstracta emanada do Estado emsentido amplo, abrangendo qualquer pessoa colectiva de direito público.

São normas corporativas as regras ditadas pelos organismos representativos das diferentes categoriasmorais, culturais, económicas ou profissionais, no domínio das suas atribuições, bem como os respectivosestatutos e regulamentos (n.º 2, do artigo 1 do Código Civil).

Por: Momade Aboo Bacar

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