folha humanitaria fev 2013

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O Leia nesta edição: Lições da tragédia de Santa Maria: pensar e agir preventivamente O incêndio que matou, no dia 27 de janeiro, mais de 230 pesso- as em uma boate na cidade gaú- cha de Santa Maria é um exemplo clássico de que, só depois que acontece um sinistro de propor- ção devastadora, que as autori- dades tomam as devidas medidas de fiscalização e de prevenção. Depois da tragédia, o que vimos foi um jogo de empurra. De quem é a culpa? Das auto- ridades que não fiscalizaram de maneira eficaz ou porque não exigiram o cumprimento das leis; ou foi dos proprietários que não se preocuparam com a segurança de seus clientes? As investigações chegarão a uma conclusão. No entanto, o que se vê é um conjunto de er- ros que começa com o descaso com a vida humana, à medida que usaram material mais barato como revestimento acústico e permitiram a realização de um show de pirotecnia com mate- rial inadequado ao espaço e também mais barato. Uma eco- nomia que saiu bem mais cara, com a perda de vidas humanas. Segundo o Sargento Bombei- ro Militar, Ronaldo Batalha de An- drade Leão, é fundamental que a estrutura física de uma edificação contemple as normas de seguran- ça. Existem normas construtivas, sobretudo o COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que regulamentam como Distribuição dirigida: Volta Redonda, Resende, Piraí, Pinheiral e Mendes - Fevereiro 2013 - Ano II - Nº 22 Informativo da Cruz Vermelha Brasileira de Volta Redonda-RJ www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] Pág. 3 – SOS Chuvas - Filial realiza atendimento emergencial às famílias atingidas em Barra do Piraí Pág. 4 – Notícias do CICV – Consequências humanitárias do conflito no Mali Pág. 5 – Filial de Santa Maria atua na tragédia Informações sobre os Projetos Sociais e cursos Pág. 10 – Entrevista com Edson dos Santos Ribeiro sobre consumo de álcool na adolescência Pág. 11 – Artigo: Um “brinde” a um amigo os proprietários devem realizar as obras. Temos ainda outras fontes de informação, por meio de programas de prevenção e de orientações, a exemplo do que está previsto na Norma Regula- mentadora 23, de proteção contra incêndios, que disciplina sobre as regras complementares de segurança e saúde no trabalho. Além disso, é obrigatório por lei que a população fixa de um local (os funcionários, por exemplo) tenha o conhecimento a respeito do Plano de Emergência Contra Incêndio (ANBT NBR-15219). Quanto aos materiais utili- zados, a espuma deve ser tra- tada para torná-la retardante de chama, mas isso não é barato. Para Dagoberto Barbosa da Silva, bombeiro profissional civil e técnico de segurança do trabalho, é uma irresponsabilidade econo- mizar, colocando em risco a vida das pessoas. Ele explica que a função do bombeiro profissional civil (BPC) foi regulamentada em 2009 e afirma que, provavelmen- te, não havia este profissional na boate de Santa Maria, já que este deveria impedir o uso daquele material pirotécnico, durante a apresentação da banda. Mas uma vez a lei não foi cumprida. Dagoberto explica que o BPC é um agente prevencionis- ta, fazendo a vistoria das edi - ficações, o controle de público e a checagem do material de combate a incêndio, (extintores, mangueiras, etc.). Esta visto- ria deve ser feita uma vez por ano, porém, nem sempre essa prática preventiva é cumprida. Acostumados a conviver com A Cruz Vermelha de Santa Maria, junto com outras instituições, atuou na tragédia que comoveu o Brasil o risco iminente de terremotos e outros desastres naturais, os japoneses aprendem ainda na escola como proceder nesses casos. Não só lá, mas em ou- tros países, como nos Estados Unidos, as pessoas realizam simulações em caso de desastres e, principalmente, em caso de incêndio. No Brasil, infelizmen- te, não temos essa cultura de pensar e agir preventivamente. Para Dagoberto, muitas das vezes um acidente é fatal porque as pessoas não sabem como proceder em situação de perigo. O Sargento Batalha reforça que precisamos desenvolver uma cul- tura prevencionista, por meio da educação e da informação. “Pode ser que a tragédia nos deixe al- gum aprendizado, tanto para as autoridades, que devem intensifi- car a fiscalização, bem como para a sociedade em geral, que deverá estabelecer novas condutas, por meio de treinamento. O fato está sendo esclarecedor para que a população forme uma visão críti- ca”, afirmou Batalha. Ele ressalta ainda que, a partir de agora, é possível que as pessoas ao entrar num cinema, ou em qualquer ou- tro local, passem a observar onde está a saída de emergência, ava- liando se o ambiente está seguro. A tragédia de Santa Maria causou grande impacto na cole- tividade, mas não pode cair no esquecimento. Cabe ao conjunto da sociedade responsabilizar-se pelo desenvolvimento desta cultu- ra prevencionista, que passa pela divulgação das informações, pelo treinamento constante e pela co- brança do cumprimento das leis. Que cada um assuma seu papel, porque a vida não tem preço. Que a dor não nos deixe esquecer o que aprendemos.

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folha humanitaria FEV 2013

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O

Leia nesta edição:

Lições da tragédia de Santa Maria: pensar e agir preventivamente

O incêndio que matou, no dia 27 de janeiro, mais de 230 pesso-as em uma boate na cidade gaú-cha de Santa Maria é um exemplo clássico de que, só depois que acontece um sinistro de propor-ção devastadora, que as autori-dades tomam as devidas medidas de fiscalização e de prevenção.

Depois da tragédia, o que vimos foi um jogo de empurra. De quem é a culpa? Das auto-ridades que não fiscalizaram de maneira eficaz ou porque não exigiram o cumprimento das leis; ou foi dos proprietários que não se preocuparam com a segurança de seus clientes?

As investigações chegarão a uma conclusão. No entanto, o que se vê é um conjunto de er-ros que começa com o descaso com a vida humana, à medida que usaram material mais barato como revestimento acústico e permitiram a realização de um show de pirotecnia com mate-rial inadequado ao espaço e também mais barato. Uma eco-nomia que saiu bem mais cara, com a perda de vidas humanas.

Segundo o Sargento Bombei-ro Militar, Ronaldo Batalha de An-drade Leão, é fundamental que a estrutura física de uma edificação contemple as normas de seguran-ça. Existem normas construtivas, sobretudo o COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que regulamentam como

Distribuição dirigida: Volta Redonda, Resende, Piraí, Pinheiral e Mendes - Fevereiro 2013 - Ano II - Nº 22Informativo da Cruz Vermelha Brasileira de Volta Redonda-RJ

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected]

Pág. 3 – SOS Chuvas - Filial realiza atendimento emergencial às famílias atingidas em Barra do Piraí

Pág. 4 – Notícias do CICV – Consequências humanitárias do conflito no Mali Pág. 5 – Filial de Santa Maria atua na tragédia Informações sobre os Projetos Sociais e cursosPág. 10 – Entrevista com Edson dos Santos Ribeiro sobre consumo de álcool na adolescênciaPág. 11 – Artigo: Um “brinde” a um amigo

os proprietários devem realizar as obras. Temos ainda outras fontes de informação, por meio de programas de prevenção e de orientações, a exemplo do que está previsto na Norma Regula-mentadora 23, de proteção contra incêndios, que disciplina sobre as regras complementares de segurança e saúde no trabalho. Além disso, é obrigatório por lei que a população fixa de um local (os funcionários, por exemplo) tenha o conhecimento a respeito do Plano de Emergência Contra Incêndio (ANBT NBR-15219).

Quanto aos materiais utili-zados, a espuma deve ser tra-tada para torná-la retardante de chama, mas isso não é barato.

Para Dagoberto Barbosa da Silva, bombeiro profissional civil e técnico de segurança do trabalho,

é uma irresponsabilidade econo-mizar, colocando em risco a vida das pessoas. Ele explica que a função do bombeiro profissional civil (BPC) foi regulamentada em 2009 e afirma que, provavelmen-te, não havia este profissional na boate de Santa Maria, já que este deveria impedir o uso daquele material pirotécnico, durante a apresentação da banda. Mas uma vez a lei não foi cumprida.

Dagoberto explica que o BPC é um agente prevencionis-ta, fazendo a vistoria das edi-ficações, o controle de público e a checagem do material de combate a incêndio, (extintores, mangueiras, etc.). Esta visto-ria deve ser feita uma vez por ano, porém, nem sempre essa prática preventiva é cumprida.

Acostumados a conviver com

A Cruz Vermelha de Santa Maria, junto com outras instituições, atuou na tragédia que comoveu o Brasil

o risco iminente de terremotos e outros desastres naturais, os japoneses aprendem ainda na escola como proceder nesses casos. Não só lá, mas em ou-tros países, como nos Estados Unidos, as pessoas realizam simulações em caso de desastres e, principalmente, em caso de incêndio. No Brasil, infelizmen-te, não temos essa cultura de pensar e agir preventivamente.

Para Dagoberto, muitas das vezes um acidente é fatal porque as pessoas não sabem como proceder em situação de perigo. O Sargento Batalha reforça que precisamos desenvolver uma cul-tura prevencionista, por meio da educação e da informação. “Pode ser que a tragédia nos deixe al-gum aprendizado, tanto para as autoridades, que devem intensifi-car a fiscalização, bem como para a sociedade em geral, que deverá

estabelecer novas condutas, por meio de treinamento. O fato está sendo esclarecedor para que a população forme uma visão críti-ca”, afirmou Batalha. Ele ressalta ainda que, a partir de agora, é possível que as pessoas ao entrar num cinema, ou em qualquer ou-tro local, passem a observar onde está a saída de emergência, ava-liando se o ambiente está seguro.

A tragédia de Santa Maria causou grande impacto na cole-tividade, mas não pode cair no esquecimento. Cabe ao conjunto da sociedade responsabilizar-se pelo desenvolvimento desta cultu-ra prevencionista, que passa pela divulgação das informações, pelo treinamento constante e pela co-brança do cumprimento das leis.

Que cada um assuma seu papel, porque a vida não tem preço. Que a dor não nos deixe esquecer o que aprendemos.

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] 2 - FEVEREIRO 2013

EXPEDIENTE

Presidente: Luís Henrique Veloso Malta Vice-Presidente: Francisco Severino de Almeida Diretor Tesoureiro: Paulo Pereira TiburcioDiretor Tesoureiro Adjunto: Luiz Gonzaga ForsterContato para sugestão de matérias:Jornalista Responsável: Carla Beatriz de Souza Tiburcio MTB/DRT 17923/88 Assessoria de Comunicação SocialTel: 3076-2500 – ramal: 206 - E-mail: [email protected].: Rua 40, nº 13 - Vila Santa Cecília - Volta Redonda - RJO Jornal Folha Humanitária não se responsabiliza por conceitos e opiniões expressos nos artigos assinados

E d i t o r i a l

A vida em primeiro lugarA tragédia de Santa

Mar ia comoveu todo Brasil que acompanhou o sofrimento de tantas famílias que perderam seus filhos no incêndio ocorrido em uma boate na cidade gaúcha.

O incêndio reuniu um conjunto de fatos que contribuíram para aumentar ainda mais a dor. Eram jovens, que comemoravam e foram vitimados pelas próprias razões que os deixavam eufóricos. Um show de pirotecnia que levava to-

dos ao delírio foi o início do que se transformaria em uma tristeza profun-da e talvez inesquecível.

Uma tristeza que nos faz pensar como a vida pode ser encarada como tanto descaso. Ninguém quer assumir que falhou, que deixou de fazer seu “dever de casa”.

Agora nos restam a dor e o aprendizado de que cada um tem que se comprometer primeiro com a segurança. Sejam as autoridades compe-tentes, sejam os profis-

Carla Beatriz TiburcioEditora

sionais, e até mesmo o cidadão comum, todos são responsáveis em ter que colocar a vida humana acima de todos os interesses. O que pa-rece não ter acontecido.

A preciosidade da vida só é notada quando perdida.

Agência Por Aqui - [email protected] Geral: Diego Campos RaffideDiretor de Arte: Eduardo AvilaWeb Developer: Migliore PublicidadeColaboradora desta edição: Rita Procópio.

Anuncie no jornal Folha Humanitá[email protected]: 4 mil exemplares

Inscrições abertas para os cursos- Estética- Cuidador de Idosos- Mecânica de Kart- Paisagismo- Manicure- Designer de Unhas

Informações: - Na Cruz Vermelha de Volta Redonda – Tel:

3076.2500, ramal 218 – setor de Assistência Social- No Centro de Referência da Assistência Social

(CRAS) de seu bairro

Projeto de Inclusão Produtiva

Agên

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www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] - 3FEVEREIRO 2013

O bairro Califórnia de Barra do Piraí sofreu com alagamentosA Filial de Volta Redonda encaminhou donativos para as famílias afetadas pelas enchentes

Voluntários da Cruz Vermelha de VR colaboraram com o cadastramento das pessoas atingidas pelos alagamentos

Filial realiza atendimento emergencial às famílias atingidas em Barra do Piraí

ParCErIa CoM EsCotEIros arrECaDa

alIMEntosEm parceria com o 22°

Grupo Escoteiro São Judas Tadeu-VR/RJ, a Cruz Ver-melha de Volta Redonda intensi f ica, no dia 23 de fevereiro, a arrecadação de a l imentos nos super-

mercados das redes Royal, Poupe, Ex t ra , Avanço e Supermarket.

Ao fazer suas compras, os clientes podem colaborar com a doação de alimentos não perecíveis e de fáci l consumo (macarrão instan-tâneo e biscoitos), material de higiene e limpeza.

VolUntárIos PrEstaM atEnDIMEnto EM

ColônIa DE férIasUma equipe de voluntários

da Filial de VR prestou atendi-mento de primeiros socorros, na colônia de férias, promovida pelo Clube dos Funcionários, no mês de janeiro.

Cerca de 150 crianças,

com idades entre 4 e 15 anos, participaram do evento.

MarEs Do sUlNo dia 2 de fevereiro, a

Filial de Volta Redonda se fez presente na cobertura do even-to MARES DO SUL, promovido pelo Clube dos Funcionários da CSN, prestando atendimento

em primeiros socorros.

rEbanhãoVoluntários atuaram na pres-

tação de serviço de primeiros socorros, no Rebanhão, projeto da Renovação Carismática Ca-tólica, realizado durante os dias de carnaval, com a presença de aproximadamente 4 mil pessoas.

A Cruz Vermelha de Volta Redonda continua a prestar atendimento emergencial às fa-mílias vítimas das chuvas, como parte das ações da Campanha SOS Chuvas.

A filial já enviou cerca de duas toneladas de alimentos e roupas que foram destinadas às famílias afetadas de Angra dos Reis. No entanto, mais de 50 pessoas ainda continuam em estado crítico, em moradias em condições precárias devido aos novos alagamentos ocor-ridos, agravando ainda mais a situação.

Cerca de 300 pessoas também foram atingidas pelas enchentes no bairro Califórnia, de Barra do Piraí, localizado no limite com Volta Redonda. A Filial de Volta Redonda encami-nhou, aproximadamente, meia tonelada de donativos, entre roupas e alimentos.

Voluntários da filial realiza-ram, em parceria com a Defesa Civil de Barra de Piraí, o cadas-tramento das famílias residentes nestas localidades, atingidas pelas enchentes.

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] 4 - FEVEREIRO 2013

Notícias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha

A distribuição começa com a simbólica entrega de bolsas contendo utensílios domésticos essenciais.

Veículos do CICV chegam ao ponto preparado para começar a distribuição de alimentos e outros artigos essenciais para as pessoas que foram obrigadas a fugir das suas casas em decorrência dos confrontos no Mali

© CICV / T. Touré

© CICV / T. Touré

Cruz Vermelha adverte para ameaça de desastre humanitário em Mali

CICV e Cruz Vermelha do Mali distribuem assistência emergencial

A situação das grevesde fome de palestinos piora

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) advertiu so-

bre a ameaça de um desas-tre humanitário em Mali em consequência dos combates no centro do país entre o Exército e grupos armados salafistas procedentes do nor-

te da nação africana, região que controlam desde meados de 2012.

“Se aproxima um desastre no centro do país. Os comba-tes ameaçam dificultar ainda mais as condições de vida de uma população já extre-mamente colocada à prova”,

declarou o CICV.“Este fluxo poderia piorar

as já desalentadoras con-dições de vida, tanto dos refugiados como dos resi-dentes”, alertou Jean-Nicolas Marti, chefe da delegação do CICV no Níger e em Mali. O funcionário da Cruz Vermelha

lembrou que os refugiados en-contraram abrigo em famílias “que estão compartilhando seus poucos recursos, inclu-ída comida”.

A organização humani-tária redobrou seus esforços para tentar levar alimentos, assistência médica e água

potável aos refugiados.“Lembramos a todas

as partes em conflito a ne-cessidade de respeitar a lei humanitária internacional”, afirmou Marti, em referência à obrigação dos combatentes de proteger civis, feridos e prisioneiros de guerra.

O CICV está preocu-pado com o estado de saúde dos detidos pa-lestinos que atualmente fazem uma duradoura greve de fome. A orga-nização solicita as au-toridades israelenses a

encontrarem uma solução imediata para salvar as vidas desses detidos. O CICV também lembra as autoridades detentoras da sua obrigação de permitir a visita dos familiares das pessoas detidas.

Cerca de sete mi l pessoas recebe-ram suprimentos de

emergência compostos de alimentos e outros gêneros não alimentícios essenciais, nas cidades de Niono, Kala Siguida e Mariko, na parte central do país. A assistên-cia foi distribuída pelo CICV e pela Cruz Vermelha do Mali. Cada família deslocada recebeu arroz, milho, feijão, sal e óleo de cozinha, além

de cobertores, mosquitei-ros, roupas, utensílios de cozinha e outros artigos de necessidade básica. As pessoas deslocadas con-tam com a boa vontade dos moradores, que ajudam ao compartilhar os seus parcos recursos e, quando podem, os acolhem. O CICV e a Cruz Vermelha do Mali também fornecem alimentos a essas generosas famílias acolhedoras.

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] - 5FEVEREIRO 2013

Projetos Sociais

A Cruz Vermelha de Santa Maria durante a caminhada da população até a boate. A Filial continua prestando atendimento às famílias das vítimas mesmo depois da tragédia

Nossos Cursos

Estão InClUíDos nos ValorEs:InsCrIção, aPostIla E CErtIfICaDo aos aProVaDos.

Primeiros socorrosCarga horária: 40 horas. Horário: sábado de 8h30 às 17hInvestimento: R$120,00 + 1Kg de alimento

Cuidador de IdososCarga horária: 60 horas - Horário: oito sábados de 8h30h às 17hInvestimento: R$150,00 + 1Kg de alimento

resgateCarga horária: 60 horas - Horário: oito sábados de 8h30 às 17hInvestimento: R$200,00 + 1Kg de alimentoPré-requisito: ter o certificado do curso primeiros socorros.

feridas com técnicas de curativosCarga horária: 16 horas - Horário: dois sábados de 8h30 às 17hInvestimento: R$100,00 + 1Kg de alimento

aplicação de InjetáveisCarga horária: 12 horasHorário: um sábado e meio de 8h30 às 17h e 8h30 às 12h30Investimento: R$140,00 + 1Kg de alimento Público alvo: profissionais da área de saúde.

EstétICaDuração: 04 mesestotalizando 196 horas/ aula.Período de execução: 08 horas sema-nais, sendo 04 horas por dia e duas vezes por semana.

CUIDaDor DE IDososDuração: 02 mesestotalizando 96 horas/ aula;Período de execução: 08 horas sema-nais, sendo 04 horas por dia e duas vezes por semana.Informações na Cruz Vermelha setor de assistência social

MECÂnICa DE KartDuração: 02 mesestotalizando 24 horas/aula;Período de execução: 03 horassemanais, às quartas;local: Kartódromo Internacionalde Volta redonda.Informações: (24) 3076.2500ramal: 218

Informações: Na Cruz Vermelha de Volta Redonda

Tel: 30762500, ramal 218setor de Assistência Social

No Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) de seu bairro

CUrsos DE InClUsão ProDUtIVa

Cruz Vermelha de Santa Maria atuano incêndio ocorrido na cidade gaúcha

Curso Bombeiro Profissional Civil

CICV e Cruz Vermelha do Mali distribuem assistência emergencial

Paisagismo/Manicure/Designer de Unhas - Informações no setor de assistência social

- Inscrições abertas para socioludoteca- Projeto socioludoteca - “a arte do brincar, ensinar e apren-der” objetiva unir arte e educação em uma perspectiva ludoterápica, para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos.Informações: 3076.2500, ramal 231

- Grupo de fortalecimentode Vínculos para idosos Desenvolve atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudá-vel, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidade nos vínculos fami-liares, do convívio comunitário e na prevenção de situação de risco social. as reuniões acontecem na sede da Cruz Vermelha de Volta redonda, toda segunda-feira, de 7h30 às 8h30.

- Piloto CidadãoInscrições abertas - os interessados deverão procurar o nosso setor de serviço social de segunda a sexta--feira, de 13h às 18h, com os seguintes documentos: - cópia da certidão de nascimento ou identidade; - cópia do comprovante de residência; - cópia do documento da tipagem sanguínea; - de-claração da escola; - 1 (uma) foto 3 X 4.

A Cruz Vermelha de Volta Redonda em parceria com a Dafalle Consultoria promovem o curso de Bombeiro Profissional Civil, previsto para iniciar no mês de março.

O objetivo é capacitar o profissional para atuar do modo preventivo e prestar um atendimento com eficiência e rapidez em locais como shoppings, indústrias, condomínios, helipontos, clubes e eventos que tenham uma grande circulação de pessoas.

Inscrições abertas Início das aulas em marçoCarga horária: 240 horas

Horários a serem definidos a partir da formação das turmasInvestimento: R$550,00 a vista ou 3x de R$200,00

+ 1Kg de alimento

No dia 27 de janeiro, a Cruz Vermelha Brasileira - Filial Santa Maria/RS foi acio-nada pela Defesa Civil para prestar atendimento no incên-dio ocorrido na boate Kiss, que já vitimou 239 pessoas.

As ações realizadas pela equipe de socorro da CVBSM, sob a coordenação do pre-sidente da Filial e diretor do Departamento de Socorro e Desastre, Ronimar Costa dos Santos, foram inicial-

mente concentradas na ajuda da retirada dos corpos das vítimas fatais no local do sinistro. Depois o trabalho concentrou-se no serviço de socorro e transporte de pa-cientes do Centro Desportivo Municipal para hospitais e pronto socorros da cidade. A fil ial também participou da Coordenação de Ações Psicossociais realizada pela psicóloga Melissa H. Couto Moraes. Esse trabalho contou

com apoio da Cruz Vermelha Brasileira – Filial do RS, da Cruz Vermelha Brasileira e do Departamento Nacional de Socorro e Desastres.

A Filial de Santa Maria agradece a solidariedade de diversas outras filiais da CVB de todo o Brasil, além do inestimável apoio de outros voluntários de outras organi-zações e a solidariedade de muitas pessoas pelo esforço e dedicação.

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www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] - 9FEVEREIRO 2013

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] 10 - FEVEREIRO 2013

“Precisamos de unidade na adversidade, formar uma legião de pessoas e instituições que, com sua própria identidade,

ajude uns aos outros a minimizar esse flagelo social”

É membro da Pastoral da Sobriedade há 12 anos e há 28 anos trabalha com a temá-

tica da dependência química. É professor do Colégio Nossa Senhora do Rosário e da UniFoa, é bacharel em Comu-nicação Social, pós graduado em Psicopedagogia, assessor em Recursos Humanos, es-pecialista em Dependência Química e especialista em adolescentes.

Nesta entrevista, Edson vai abordar sobre os perigos do consumo de álcool na ado-lescência.

folha humanitária: há quanto tempo trabalha com o tema “dependência quí-mica”?

Há 28 anosfh - Quanto tempo está

na Pastoral da sobriedade?Há 12 anosfh - Por que o álcool

está sendo consumido cada vez mais cedo pelos adoles-centes?

Por fatores sociais e emocionais.

sociais: Alta facilitação de se conseguir a bebida, propagandas na mídia só mos-trando coisas belas e boas, falta de fiscalização por parte das autoridades competentes, negligência familiar, etc.

Emocionais: autoafir-mação por parte do adolescen-te, fase da onipotência (tudo posso, nada me acontece), pressão por parte do grupo que participa.

fh - Quais são as con-sequências deste consumo precoce?

Físicas, psíquicas, so-ciais e espirituais.

Problemas de saúde, au-mento da violência, acidentes, mortes, desvios de conduta,

Edson dos Santos Ribeiro

(pernas), dores de cabeça (cefaleia), tudo isso causado pela falta do álcool (Síndrome de Abstinência).

E dependência psicológi-ca, quando aparecem reações como irritabilidade, ansiedade, agressividade, fobias, transtor-nos emocionais, insegurança, flutuação de humor também pela falta do álcool.

Se a pessoa não conse-gue ficar sem ingerir a bebida alcoólica, ela está comprome-tida e podemos dizer que está dependente.

fh - Uma pessoa que toma cerveja todos os fins de semana, por exemplo, já pode estar dependente?

Não ou Sim. Essa afir-mação só pode ser feita depois do indivíduo fazer o teste da abstinência temporária, ou seja, ficar sem o álcool por um tempo (um mês). Se ele não sentir falta ou não tiver nenhuma fissura ou instiga (vontade forte de beber) ele é considerado um usuário recreativo.

Do contrário, ele desen-volveu a dependência por não conseguir ficar sem a droga ou controlar-se sem seu uso.

fh - a lei seca está mais rigorosa. Você acredita que essa medida pode contribuir com a redução do consumo de álcool, principalmente entre os adolescentes?

É um paliativo, serve para colocar medo não para conscientizar. Mexe no bol-so, mas não propriamente na consciência, no coração. Penso que só a Lei Seca é pouco, é mais repressiva do que educativa.

fh - Essa medida pode

conduzir a uma mudança de comportamento com relação ao consumo de álcool e direção?

Vejo muitos dizendo que é só dá uma gorjeta que fica tudo bem. Que é só fogo de pa-lha, passa rapidinho. Portando o descrédito é total devido à corrupção.

Mas se essa medida for para todos, sem discriminar, penso que seja uma medida repressiva que surte efeito.

fh - Como você avalia a nossa rede de atendimento para trabalhar a prevenção e o tratamento para o alcoolismo?

Penso que existem vá-rias iniciativas, mas ainda lon-ge uma da outra. Precisamos de unidade na adversidade, formar uma legião de pessoas e instituições que, com sua própria identidade, ajude uns aos outros a minimizar esse flagelo social.

Quanto ao local para tratamento estamos muito carentes. Precisamos abrir novos centros de tratamento em nossa cidade e região.

fh - Que orientação você deixa para os pais e responsáveis?

Pais e responsáveis, não desistam de seus filhos e filhas, lutem por eles, saibam que o exemplo é a melhor opção e que palavras conven-cem, mas o exemplo ARRAS-TA. Tenham em vossas casas uma espiritualidade, diálogo e tempo para seus filhos.

A FAMÍLIA É, E SEM-PRE SERÁ, O PORTO SEGU-RO DOS FILHOS.

QUE DEUS OS ABEN-ÇOE E LHES DÊ SABEDO-RIA. AMÉM.

problemas na área emocional como depressão e fobias, des-controle do centro de censura do cérebro, causando atitudes irresponsáveis.

fh- o que falta para reduzir o acesso dos ado-lescentes às bebidas alco-ólicas?

Primeiro um acompa-nhamento dos pais mais de perto, dando limites e sendo referência de comportamento. Uma política de prevenção mais contundente com presen-ça nas escolas e instituições. Uma melhor fiscalização nos estabelecimentos que rece-bem adolescentes como ba-res, boates, clubes, etc.

fh - Políticas mais severas podem contribuir para um controle maior ou trabalhar mais conscienti-

zação nos grupos em que os adolescentes estão inse-ridos, como por exemplo na escola?

Sim. Foi o que relatei acima. As escolas podem, com certeza, desenvolver práticas preventivas perpassando pe-las matérias curriculares, bem como projetos multidisciplina-res abordando o assunto de forma agradável e com uma linguagem jovem.

fh - Quando podemos considerar que uma pes-soa já está dependente do álcool?

Dependência tem dois lados. Dependência física, quando o indivíduo está apre-sentando sintomas como insô-nia, tremor nas mãos, secura na boca, retenção de líquidos nas partes periféricas do corpo

www.cruzvermelhavr.org.br | [email protected] | [email protected] - 11FEVEREIRO 2013

Um “brinde” a um amigo

a meu amigo dentista, que colocava a arte em cada trabalho que fazia, chegan-do o mais próximo possível do realismo; brindo ao meu amigo Presidente por várias gestões da Cruz Vermelha de Volta Redonda, que co-locava seu coração acima de qualquer coisa; brindo a meu amigo Secretário Geral da Cruz Vermelha de Volta Redonda, último cargo ocupado por ele aqui; brindo ao meu amigo algumas vezes ranzinza, outras brincalhão; brindo a todas as suas piadas, até àquelas que não con-seguiam arrancar de mim uma gargalhada, sequer um sorriso (uma façanha alguém conseguir isso de mim); brindo a todos os

nossos atritos; apesar de muitas vezes extirpar os meus nervos, os nossos ca-minhos continuaram se cru-zando esses anos todos, porque nós dois sempre fomos profissionais na arte de separar profissionalismo de amizade.

Se eu tivesse que es-crever uma autobiografia hoje, com certeza não fal-taria essa pessoa que fez e continua fazendo parte da minha história. Pode me tirar da sua vida, Flá-vio Tolomelli, mas jamais da sua história. Aliás, já estou no seu primeiro livro, “Eu e a Cruz Vermelha de Volta Redonda” entre seus agradecimentos.

Você faz falta aqui Flá-vio Tolomelli. É feito com

os mesmo elementos com os quais ajudou a criar essa entidade, portanto, jamais estará livre dela ou ela de você. E jamais estará livre de todos aqueles que fize-ram parte de sua história, porque todos nós somos parte de uma história que muda a cada momento, a cada minuto, até porque, como seres em construção que somos, estamos em crescente estado de trans-formação.

Muitos anos se passa-ram, mas eu estou aqui, ainda ajudando a escrever a sua história, qualquer que seja ela daqui por diante, porque a gente nunca sabe aonde a vida irá nos levar. A minha, costuma sempre ir e vir, como o vento, pra

Conheci o Flávio Tolomelli muito antes de a Cruz Vermelha existir

aqui em Volta Redonda. Acompanhei um pouco, ainda que de longe (já que a vida sempre cuidou de me distanciar dos amigos), a sua entrega total aos ideais da Cruz Vermelha. Fui testemunha de muitas renúncias feitas para que objetivos e metas da enti-dade fossem alcançados. Trabalhamos juntos, entre pausas longuíssimas, em três momentos de nossas vidas: no consultório dele, em uma transportadora, e, recentemente aqui na Cruz Vermelha, onde por algum tempo eu o secretariei.

Entre minhas andan-ças pelo mundo, a gente nunca se perdeu um do outro. No tempo das cartas, eram elas que me traziam notícias do meu amigo. Era também através de-las ou de algum membro da minha família que ele obtinha notícias minhas, porque naquela época, não podíamos contar com o advento da internet, que hoje faz menores todas as distâncias.

Então, estou aqui, para brindar a todos os “Flávios Tolomelli” que eu conheci:

lá e pra cá, mas é sempre bom ter um porto seguro para voltar e amigos com quem se possa contar.

Então, esse foi o co-meço de uma história que ainda que pudesse, não deveria ser mudada, por-que, se esse começo fosse por ventura mudado, não teríamos esse mesmo fim, responsável por transfor-mar tantas vidas ao longo desses anos e por aliviar tantas dores.

Parabéns, Flávio Tolo-melli! E que essa história não termine aqui, porque com certeza, ainda há flo-res para serem colhidas através das sementes que você plantou, afinal: “se-mente de amor só dá flor, quando alguém a semeia”, não é? E que venham os próximos capítulos!

Por Rita Ferreira ProcópioEspecialista em Meio Ambiente

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