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22/02/2011 32 XIX

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estado de minas - P. 24 - 22.02.2011

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diário de comércio - P. 25 - 22.02.2011

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HoJe em dia - P. 23 - minas - 22.02.2011

Minas tem 30 casais adeptos do ensino em casa

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Ezequiel Fagundes João Franco confirmou ao Estado de Minas que

fez as viagens particulares com o carro da Assembleia, mas disse que tinha o aval da Mesa Diretora

O ex-diretor geral da Assembleia Legislativa de Minas Gerais João Franco Filho foi denunciado por im-probidade administrativa pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte. Ele é acusado de ter usado carro, motorista e gasolina pagos pela Assembleia Legislativa em viagens particu-lares de fim de semana pelo interior do estado. As re-giões do Triângulo e Alto Paranaíba, onde o ex-diretor-geral mantém parte de seu patrimônio imóvel, foram os locais mais visitados. Atualmente lotado em cargo de confiança na Prefeitura de Uberaba, cidade adminis-trada pelo ex-presidente da ALMG Anderson Adauto (PMDB), João Franco ocupou o cargo de diretor geral entre 2001 e 2005, período em que a Casa foi presidida pelo peemedebista Antônio Júlio (2001-2002) e pelo tucano Mauri Torres (2003/2004 e 2005/2006).

estemunha-chave do processo, que corre na 5ª Vara da Fazenda Estadual do Fórum Lafayette, o motorista da Assembleia Péricles Luiz Ferreira deu detalhes so-bre as viagens em interrogatório para os promotores de Justiça da capital. Segundo ele, em quatro anos, foram cerca de duas viagens por semana. Na maioria dos ca-sos, segundo o motorista, João Franco ou seus familia-res estavam a bordo do carro. Péricles contou ainda que o ex-chefe tinha o hábito de carregar grandes quantias em dinheiro. Certa vez, segundo relato feito à promoto-ria, chegou a levar R$ 200 mil em espécie até a cidade de Perdizes para efetuar pagamentos.

“Tinha uma fazenda lá. Mas acredito que houve um engano por parte do motorista. A quantia em questão não passava de R$ 25 mil”, contestou o ex-diretor geral da ALMG para o Estado de Minas. Ele, no entanto, não soube informar qual débito teria sido quitado na oca-sião com a quantia. “Isso já faz muitos anos. Você vai me desculpar, mas não consigo lembrar o que foi pago”. Além de Perdizes, Péricles Ferreira contou que já levou João Franco e seus familiares até Uberaba, Uberlândia, Araxá e Patos de Minas. Nessa última cidade, ele rela-tou que foi algumas vezes exclusivamente para levar a Celeida Rodrigues, mulher do ex-diretor geral. Em ou-tras oportunidades, chegou a se deslocar de Belo Hori-zonte para Uberaba ou Araxá somente para buscar João Franco e sua família no aeroporto local e, em seguida, levá-los até Perdizes ou Patos de Minas.

Em depoimento e em entrevista, João Franco con-firma as irregularidades apontadas na denúncia de im-probidade administrativa dos promotores de Justiça de BH. “É verdade, não tem como negar. Mas é muito im-portante deixar bem claro que usei os recursos com o aval da Mesa Diretora da Casa”, afirmou.

Os deputados Antônio Júlio (PMDB) e Mauri Tor-res (PSDB) afirmaram ontem que o cargo de diretor ge-ral tem autonomia administrativa e financeira. Os dois, no entanto, declaram que neste caso a prestação de con-tas não é fiscalizada e que sua lisura e transparência vão depender da postura pessoal de cada diretor.

“Todo diretor tem essas prerrogativas até hoje, mas a forma da utilização da verba não era vigiada”, decla-rou o peemedebista. “O cargo tem algumas liberalida-des. Por isso, é difícil controlar quem usa as prerrogati-vas fora do horário de trabalho”, alegou o tucano.Sem precisar o prejuízo aos cofres públicos, o Ministério Público Estadual pediu o ressarcimento integral dos va-lores empenhados nas viagens. O cálculo, por sua vez, será feito pelo Poder Judiciário.

Síndico Espécie de síndico da Casa, a figura do di-retor geral tem multifunções, entre elas planejar, coor-denar, orientar, dirigir e controlar as atividades adminis-trativas. Todas as diretorias são subordinadas ao diretor geral, que tem ligação direta com a Mesa Diretora.

Depois de quatro anos no cargo, João Franco Filho virou secretário de Desenvolvimento Econômico do prefeito Anderson Adauto, em Uberaba. Ficou no cargo até janeiro, quando foi remanejado para outro posto. Atualmente, segundo o próprio, está desenvolvendo o projeto de implantação de um escritório de representa-ção de Uberada em São Paulo. “É como se fosse uma embaixada”, explicou.

motorista Não é a primeira vez que um motorista complica o

“chefe”. No esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello e o tesoureiro Paulo César Farias, o motorista Eriberto França teve participação decisiva nas investigações. Em depoimento na CPI criada para apurar as denúncias de irregularidades no Planalto, Eriberto, que prestava serviço para a secretária de Collor, Ana Acioli, con-firmou que as empresas de PC faziam depósitos com regularidade nas contas fantasmas movimentadas pela secretária. Essas informações atingiram diretamente o então presidente da República.

improbidade

Viagem particular com verba públicaMP denuncia ex-diretor da Assembleia de Minas João Franco Filho por ter usado carro, motorista e

recursos do Legislativo para viajar a passeio com a família para o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

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estado de minas - 8 - 22.02.2011

Isabella Souto Enquanto o Supremo Tribunal Federal

(STF) discute a legalidade da aposentado-ria vitalícia paga a ex-governadores, 18 ex-vereadores de Belo Horizonte ou suas viúvas podem se gabar de receber o bene-fício e não correr o risco de perdê-lo – a folha mensal desses parlamentares é de R$ 63.442, uma média de 3,5 mil para cada. No ano, o rombo nos cofres públicos é de R$ 824.746 – uma pequena bolada de R$ 45 mil para cada um –, incluindo o 13º salário. Tudo isso graças a uma decisão do próprio STF. Parlamentares na capital mineira nas décadas de 1970 e 1980, eles contribuíram pelo menos durante dois mandatos para o hoje extinto Instituto de Previdência da Câ-mara Municipal, conhecido na época como “caixinha”, o que permitiu a eles receber uma aposentadoria proporcional ao tempo de contribuição.

Na década de 1980, o instituto foi ex-tinto por legislação apresentada pelo então vereador Patrus Ananias (PT) e sanciona-da pelo então prefeito Eduardo Azeredo (PSDB). Com a revogação da lei que criou o instituto, a Prefeitura de Belo Horizonte interrompeu todos os pagamentos – o que levou os beneficiários da época a recorrer à Justiça. O município saiu vitorioso em pri-meira e segunda instâncias, mas perdeu no Supremo. Os ministros que compunham a Corte entenderam que os ex-vereadores que já recebiam a aposentadoria teriam o direito adquirido ao benefício.

“Não temos dúvida da impropriedade legal dessa aposentadoria e tentamos aca-bar com ela no Judiciário. Mas os ministros do Supremo entenderam que essas pessoas que já eram aposentadas no momento da extinção do instituto tinham direito a con-tinuar recebendo”, informa o procurador da Prefeitura de Belo Horizonte, Marco Antonio Teixeira. Segundo ele, na ocasião todo o patrimônio do extinto Instituto de Previdência foi repassado ao município. O dinheiro daqueles vereadores que contribu-íram e ainda não haviam se aposentado foi

Legislativo

R$ 825 mil para ex-vereadores Parlamentares de BH nas décadas de 1970 e 1980 recebem aposentadorias, que custam aos cofres do município mais de R$ 63 mil por mês. E não correm o risco de perder o benefício

devolvido por meio de precató-rio.

Não há dúvida de que a deci-são do Supremo gerou um custo para o caixa de Belo Horizonte, obrigado a arcar com as aposen-tadorias sem receber nenhuma contrapartida, já que não existe mais a contribuição previdenci-ária dos vereadores. Ou seja, a prefeitura banca sozinha o cus-to anual de mais de R$ 800 mil. “Mas não podemos fazer nada. É uma decisão do Supremo que temos que cumprir”, afirma Tei-xeira.

Ainda tramita no STF, há quase nove anos, uma ação res-cisória em que o município pede a extinção da aposentadoria para cinco dos 18 ex-vereadores. O argumento é que eles não contri-buíram por pelo menos oito anos, conforme determinava a legisla-ção que criou a “caixinha”. Isso porque o último mandato deles foi menor: enquanto eram vere-

adores, a posse que ocorria em março passou a ser em janeiro. Desde dezembro, a ação está na Procuradoria Geral da Repúbli-ca.

O regime previdenciário de agentes políticos é tema de uma longa e polêmica discussão no mundo jurídico. Uma legislação aprovada em 1997 – a Lei Federal 9.506 – vinculou políticos com mandato, caso dos vereadores, ao regime geral, ou seja, o Insti-tuto Nacional do Seguro Social (INSS). Eles deveriam contribuir mensalmente para o INSS sem-pre que não houvesse instituto de previdência próprio. No entanto, o Supremo entendeu que a lei era inconstitucional. Tudo mudou com a Emenda Constitucional 20, de 1998, que modificou o ar-tigo que trata da previdência so-cial. Seis anos depois, em 2004, foi aprovada a Lei 10.887, que trouxe novamente a contribuição dos políticos ao INSS.

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FERNANDOTORRESO número de pessoas com acesso à internet banda larga e TV

por assinatura progride ano a ano. A má notícia é que os protestos contra os prestadores desses serviços também aumentam. Só em Belo Horizonte, segundo o Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), as reclamações relacionadas à TV por as-sinatura cresceram 58% entre 2009 e 2010, passando de 413 para 652. Já às referentes à web subiram de 291 para 544, um aumento de 87% no mesmo período. Elas estão, respectivamente, em séti-mo e décimo lugares no ranking de queixas.

Em nível nacional, os protestos contra esses serviços cres-ceram 46% entre 2009 e 2010, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As reclamações referentes à internet passaram de 11.853 para 17.363, sendo que 7.667 queixas são de-vido a problemas de reparos. No caso da TV por assinatura, as re-clamações subiram de 4.919 para 7.196, sendo o principal motivo a velha “cobrança indevida”, com 2.635 registros.

Foi o que aconteceu com o funcionário público Alessandro Malveira, 36. Ele adquiriu um pacote de TV por assinatura e in-ternet na Net por R$ 125,86. Mas, sete meses depois do início do contrato, a empresa mandou uma fatura de quase R$ 200. O valor excedente referia-se à mensalidade do telefone fixo, serviço que o cliente não possuía. “Entrei em contato com a empresa e o atendente prometeu me enviar um boleto com o valor correto, para ser pago até 20 de janeiro. Mas, antes disso, no dia 10, a empresa debitou automaticamente a tarifa errada na minha conta corrente”, conta Malveira.

Insatisfeito, o cliente decidiu ir pessoalmente à sede da Net em Belo Horizonte registrar a reclamação. “Chegaram a me dizer que o débito era problema meu, que eu deveria ter ido ao banco solicitar o cancelamento”, desabafa. Segundo Malveira, as faturas seguintes vieram com o valor correto, mas até hoje ele não conse-guiu receber o estorno referente ao valor excedente. “Eu me sinto muito lesado, pois a empresa não prometeu aquilo que foi estabe-lecido no contrato”, diz.

Consultada pela reportagem, a assessoria da Net admitiu, em nota, que as informações prestadas por Alessandro são proceden-tes. “Como solicitado, a Net vai adequar os valores da banda larga e da TV por assinatura”, diz a empresa.

Segundo a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Veridiana Alimonti, quem tiver problemas com provedores de TV e internet deve, primeiramente, formali-zar a reclamação com serviço de atendimento da própria empresa. “Nunca esqueça de anotar o número do protocolo, necessário para eventual encaminhamento ao Procon e localização da gravação da chamada”, orienta. No caso de reparos, as empresas têm até cinco dias úteis para solucionar o problema. “Mas o Plano de Metas da Anatel prevê 48 horas”, adianta.

Proteção

Consumidor tem direitos legaisO Código de Defesa do Consumidor (CDC)protege o cliente

que se sente lesado por empresas prestadoras de serviços. Segundo o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, “ele tem direito à reparação dos danos, à adequada prestação de serviço e ao pagamento proporcional da fatura quando o serviço não é efetuado em todo o período contratado”.

O cliente também tem direito ao cancelamento imediato do

serviço prestado de maneira inadequada. O argumento de multa rescisória por conta do período de fidelização não é válido. “Se o consumidor rompe o contrato por problemas referentes à empresa, está liberado da multa”, informa Barbosa. Ele também afirma que as prestadoras só podem estabelecer contrato de fidelidade se ofe-recerem algum benefício extra no ato da compra. O prazo pode se estender por, no máximo, 11 meses, e não 18 ou 24, como algumas empresas fazem.

Depois de reclamar com a empresa, o cliente pode acionar o Procon, que irá propor uma audiência de reconciliação no prazo de 30 dias úteis. Caso o problema não seja resolvido, o consumidor pode entrar com ação gratuitamente no Juizado Especial de Rela-ções de Consumo.

Na opinião de Barbosa, o diálogo não está funcionando para resolver as reclamações do setor. “O Ministério Público deve-ria aplicar punições maiores, abrindo processos administrativos e ações coletivas em defesa ao consumidor”, diz. Segundo ele, o cliente deve se inteirar da qualidade dos serviços antes de fechar o contrato. “Observe atentamente as condições da promoção, além de verificar os índices de reclamação no Procon”, sugere. (FT)

Popularizaçãoanatel justifica queixas

pela demanda maiorEmbora o aumento e a quantidade total de queixas não pos-

sam ser desconsiderados, a Agência Nacional de Telecomunica-ções (Anatel) chama a atenção para a proporção entre as reivindi-cações e o número cada vez maior de usuários. Em nota emitida pela assessoria de imprensa, a Anatel informa que o número de comunicados referentes à internet para cada mil assinantes, na ver-dade, caiu de 1,512 em 2009 para 1,063 em 2010, o equivalente a 30%. Para a TV por assinatura, o índice subiu 3%, de 0,712 para 0,732 a cada mil assinantes.

“Os dados devem ser vistos com cuidado. O segmento vem crescendo fortemente nos últimos dois anos, com a entrada de grandes prestadoras das telecomunicações. O público-alvo é a ascendente classe C, que tem muito desconhecimento das regras desse setor. A desinformação gera a maior parte das reclamações”, informa a Anatel em nota.

A advogada Veridiana Alimonti, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), acrescenta que a infraestrutura tec-nológica ainda não está preparada para receber tantos consumido-res, resultando em serviços instáveis. “O treinamento dos técnicos também deve acompanhar o crescimento da demanda”, diz. (FT)

cobrança indevida deve ser paga em dobroO desconhecimento das leis deixa muitos clientes no prejuí-

zo. O laboratorista Reinaldo Pardini preferiu rescindir o contrato com o provedor de TV e internet depois de várias queixas. “Os va-lores das faturas nunca eram o que havia sido fechado no contrato, sempre vinham a mais”, diz.

Embora tenha conseguido pagar o valor justo, Reinaldo não foi indenizado como deveria. “O consumidor deve ser ressarcido em dobro por todas as cobranças indevidas”, informa o coordena-dor do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa. Segundo ele, além da falta de informação, o mau atendimento dos call centers difi-culta a “briga” pelos direitos. “O consumidor não pode ficar iner-te. Ele deve criar o hábito de reclamar pelo que é justo”, defende Marcelo Barbosa. (FT)

o temPo - P. 10 - 21.02.2011 - economia ranking

Queixas por acesso à TV e internet crescem 58% e 87%Cliente insatisfeito deve, primeiro, reclamar à empresa e, depois, ao Procon

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estado de minas - 5 - 22.02.2011

Juliana Cipriani nquanto milhares de brasileiros lutam para sobreviver

com um salário mínimo – que, ao que indicam as negocia-ções no Congresso, será de R$ 545 – os 77 deputados esta-duais recebem quatro vezes este valor, ou R$ 2.250, somente para custear a moradia em Belo Horizonte. Pelo menos 26 dos que têm o auxílio extra são proprietários de casas e apar-tamentos na capital, conforme consulta feita pelo Estado de Minas ao banco de dados da Justiça Eleitoral. Mesmo depois do aumento de 61,8%, que lhes deu um contracheque de R$ 20.042,35, apenas quatro parlamentares abriram mão, até agora, do benefício previsto em lei e pago automaticamente – a não ser que peçam dispensa.

A declaração de bens feita ao Tribunal Regional Eleito-ral de Minas Gerais (TRE) para as eleições do ano passado mostra que um teto para morar nem de longe é problema para os deputados estaduais mineiros. Para alguns, os regis-tros mostram que até sobra espaço. É o caso de Alencar da Silveira Jr. (PDT), que tem registrados em seu nome vários lotes e imóveis na capital, além de propriedades em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Somente no Bairro Lourdes, Alencar tem um aparta-mento que vale R$ 359 mil e parte de outro declarado em R$ 270,9 mil. O parlamentar teria ainda a opção de ir para um dos três imóveis que tem em apart hotéis no Funcioná-rios. Constam ainda, na declaração dos R$ 2,7 milhões em imóveis do parlamentar, dois apartamentos e parte de outro no Bairro Estoril e 50% do valor de 20 apartamentos em construção no Santa Mônica.

Não ficam muito atrás os deputados Dilzon Melo (PTB)

e Bonifácio Mourão (PSDB). Somando seus imóveis, o pri-meiro tem um patrimônio de R$ 1,7 milhão dividido em seis apartamentos e o segundo de R$ 989,9 mil em cinco apartamentos. A deputada Ana Maria (PSDB) é outra que está bem de moradia. Somente um dos seus apartamentos, no Lourdes, vale R$ 600 mil. Ela tem ainda participação de uma casa e outro apartamento que, somados ao primeiro, somam R$ 897,9 mil.

O deputado Anselmo José Domingos (PTC) também não tem do que reclamar. Em seu nome aparece um apartamento no Bairro Lourdes de R$ 75 mil e metade de outros três re-sidenciais no Buritis, Barreiro e Vila Sales, respectivamente de R$ 120 mil, 100 mil e R$ 36,5 mil. Dois parlamentares, com menos sorte talvez, tem apartamentos ainda financia-dos pela Caixa Econômica Federal. Almir Paraca (PT) tem imóvel de R$ 400 mil no Bairro São Pedro e Duarte Bechir (PMN) no Calafate, de R$ 90 mil.

O auxílio-moradia de R$ 2.250 é previsto em lei e, as-sim como o subsídio dos deputados estaduais, corresponde a 75% do que ganham os deputados federais. Além disso, os parlamentares fazem jus a R$ 20 mil de verba indenizató-ria. Os únicos parlamentares que abriram mão da verba até agora foram André Quintão (PT), Fred Costa (PHS), Délio Malheiros (PV) e João Leite (PSDB).

Na legislatura passada foram gastos R$ 8.465.925 pelo Legislativo para arcar com as despesas de moradia dos par-lamentares, uma média de R$ 2,1 milhões em cada um dos quatro anos. Nesse período, os únicos entre os 77 parlamen-tares que abriram mão do auxílio foram Délio Malheiros, João Leite e Duarte Bechir (PMN).

BeneFÍcio de dePUtado

Auxílio-moradia para quem tem casa própriaVinte e seis parlamentares têm imóveis na capital mas não abrem mão de receber a verba extra da Assembleia no valor de R$ 2.250 todos os meses

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Problema é herança da Constituição Federal

HoJe em dia - P. 20 - minas - 20.02.2011131 leis viram “letra morta” em Minas

Especialistas acreditam que a não regulamentação significa a decadência do Executivo e do Legislativo

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cont.... HoJe em dia - P. 20 - minas - 20.02.2011

o estado de sP - P. a8 - 22.02.2011

Reforma Os presidentes dos tribunais elei-

torais de todo o país manifestaram em uma carta, no final do 52º Encontro do Colégio dos Presidentes, que acon-teceu no fim de semana em Recife, a necessidade de uma reforma eleito-ral no Brasil. Segundo o documento as mudanças no sistema de escolha dos representantes deveria ser feita ao mesmo tempo em que estão sendo discutidos os pontos da reforma políti-ca. O objetivo da reunião foi avaliar o andamento das eleições do ano passa-do, erros e acertos das regiões duran-te o processo eleitoral. No encontro, os presidentes sugeriram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criação de novos cargos na Justiça Eleitoral, para evitar que servidores de outros órgãos sejam chamados para trabalhar nos cartórios eleitorais.

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FoLHa de sP - P. c-4 - 22.02.2011

Polícia ocupa favela em Belo HorizonteSegurança foi reforçada após onda de protestos desencadeada por morte de 2 pessoas

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VaLoe econÕmico - sP - P.a7 - 22.02.2011

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Um esquema de milícia tão bem articulado quanto às instala-das em morros violentos do Rio de Janeiro. Denúncias dão conta de que, por trás do assassinato de Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e de seu tio Renilson Veriano da Silva, de 39, na madruga-da de sábado, se esconde um esquema montado por maus policiais militares para cobrança de propinas de traficantes em troca da livre atuação nos pontos de venda de drogas no maior conjunto de fave-las de Belo Horizonte, o Aglomerado da Serra. Extraoficialmente, nomes de dois policiais que não participaram da execução foram confirmados como suspeitos de envolvimento em corrupção. Já um dos acusados de atirar em Jeferson e Renilson é ainda investigado pela Corregedoria da PM por outros quatro homicídios.

No dia seguinte ao fim de semana de conflito com a PM no aglomerado, moradores “cansados dos abusos” revelaram ao Esta-do de Minas o suposto esquema envolvendo policiais do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e do 22º Batalhão de Polícia Militar em matanças, agressões – inclusive com a possível existência de um grupo de extermínio – e tráfico e consumo de dro-gas. Num grave erro de percurso, segundo testemunhas, eles teriam executado sumariamente Jeferson e Renilson ao confundi-los com traficantes que comandam uma boca da região do Arara – um dos maiores pontos de venda de drogas numa das favelas que compõem o Aglomerado da Serra.

“Os quatro policiais do Rotam foram ao local cobrar a ‘caixi-nha’ da semana. A cada semana, depois do pagamento de R$ 1 mil, os donos das 17 ou 18 bocas ficam livres para traficar. Tudo sob a proteção de PMs. Na sexta-feira, a propina não foi paga, o que gerou revolta entre os militares. Depois de um desentendimento, os traficantes correram pelos becos e saíram da vista dos policiais. Na fuga, os militares se depararam com Jeferson e Renilson e os exe-cutaram”, relata o líder comunitário Paulo (nome fictício), que, com medo de retaliação, prefere não denunciar o esquema, instalado há mais de um ano e meio, diretamente à Secretaria de Estado de Defe-sa Social. “É falar e morrer”, diz. Um tiro foi ouvido por moradores do aglomerado, que presenciaram das janelas a sequência de fatos que pode incriminar os quatro PMs. Em entrevista ao EM, a primei-ra testemunha ocular ouvida pela Polícia Civil no Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) confir-mou que a história é bem diferente da relatada pelos militares, numa tentativa de proteger os acusados da execução. “Depois do primeiro disparo, Jeferson ainda estava vivo. Gemendo no chão, deu um úl-timo chamado. Gritou: ‘Mãe’”, relata Fabiana (nome fictício), que presenciou os fatos por 10 minutos da fresta da janela de casa. “Um dos PMs então lhe disse: ‘Você quer sua mãe? Toma’. E disparou mais uma vez nele”, recorda a mulher, lembrando que a vítima es-

tava de barriga para cima. Até então, ela só tinha conseguido ver uma pessoa baleada.

Mas, segundo a mulher, um PM chamou reforço, via rádio, avisan-do que havia duas pessoas baleadas no aglomerado. Pouco depois, um policial a viu e disse: “Você quer morrer? Para dentro de casa agora. Quer morrer?”, recorda Fabiana, que, imediatamente, obede-ceu à ordem, antes de ouvir mais dois tiros. “Foi uma covardia. Era um menino que não tinha maldade. Já vi muitas mortes na porta da minha casa, mas essa foi aterrorizante”, diz a testemunha.

Minutos depois do duplo assassinato, equipes da PM che-garam ao local para tentar ajudar a acobertar o caso. Um cabo do 22º Batalhão, identificado pelo apelido de “Cabeça de Repolho”, reconheceu o erro cometido pela guarnição do Rotam e, segundo o líder comunitário Paulo, disse: “Vocês fizeram a maior m… da vida. Desce com os corpos”, orientou o experiente militar. A reco-mendação era para que os policiais pusessem os corpos nos carros e os levassem para o hospital, simulando que as vítimas estariam somente feridas. Assim, evitariam o trabalho da perícia no local e teriam tempo suficiente para inventar uma história.

Antes disso, segundo o denunciante, “eles tiraram duas fardas de uma mochila que se encontrava na viatura e as usaram para in-criminar as vítimas”. A partir de então, o tenente Clayton Santana, do Rotam, relatou à imprensa a versão que, entre 15 e 20 homens, armados e fardados como PMs, teriam atirado nos militares e que só revidaram. Mas, mesmo em número bem inferior – só quatro policiais –, apenas um tiro teria acertado um deles, e dois inocentes civis eram mortos. Além disso, nenhum dos outros 15 ou 20 bandi-dos foi preso.

Depois de conflitos com moradores revoltados com a execução de Jeferson e Renilson, o subcomandante do 22º Batalhão, major Luís José Francisco Filho, responsável pela operação no Aglome-rado da Serra, o Rotam não estaria envolvido na ação, para evitar maiores confusões. Mas, segundo os dois denunciantes da comu-nidade, os militares subiram o morro pela parte de trás e desceram a Rua Bandoneon fazendo ameaças. “Eles gritaram com fuzil na mão: ‘Quem abrir a boca vai morrer. Nós vamos matar mesmo’”, relatou Paulo.

O chefe do Comando de Policiamento Especializado, tenen-te-coronel Antônio Carvalho, confirmou o afastamento dos quatro militares do Rotam acusados da execução de Jeferson e Renilson, enquanto as denúncias são investigadas. “A PM não quer encobrir nada e é preciso que se mostre isso à comunidade”, disse o oficial. Ele confirmou ainda que a antiga guarnição de um dos militares é investigada por outros quatro homicídios no Aglomerado da Serra, restando definir se a participação nos crimes foi direta ou indireta.

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cont... estado de minas - 6 - 22.02.2011

Pedro Rocha Franco Pouco a pouco, moradores se sentem amparados – seja pela

própria polícia, pela imprensa ou por outros órgãos – e denunciam a participação ativa de militares num esquema de corrupção ativa no Aglomerado da Serra, o maior da capital mineira, que abriga mais de 50 mil pessoas. Depois de denúncias anônimas, foi confirmada extra-oficialmente a investigação que apura a participação de dois militares na formação de um grupo de milicianos no conjunto de favelas de Belo Horizonte, que reúne as vilas Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Marçola, Santa-na do Cafezal e Novo São Lucas. São eles o sargento Tiago Santiago, o Pica-Pau, do Tático Móvel do 22º Batalhão, e um outro policial chamado pelo apelido “Cabeça de Repolho”. Esse último, bastante conhecido nas vilas, é acusado por moradores de ser o mais truculento dos PMs que atuam na área e apontado como chefe de uma boca de fumo no Alto Vera Cruz.

Segundo o líder comunitário Paulo (nome fictício), que detalhou ao Estado de Minas o esquema de milícia, “uma vez por semana, Ca-beça de Repolho e outros militares iam ao aglomerado cobrar propina

de traficantes”, mas, “quando não recebiam em dinheiro vivo, acei-tavam em troca eletrodomésticos e outros objetos de valor”. Mas o esquema dele não se limitava à cobrança de ‘favores’ na favela. “Ele mantém uma boca no Vera Cruz e parte da droga que apreendia na Serra revendia lá”, denuncia. Ontem, informantes da polícia que pre-ferem ter os nomes preservados confirmaram que a ficha dos dois está sendo analisada, mas antecipam que as denúncias têm fundamento.

“Os PMs cruzavam o aglomerado gritando: ‘Cadê nosso negó-cio? Cadê o dinheiro?’ Isso toda a população podia ver a olho nu”, reforça Paulo. O denunciante diz que “oito homicídios é pouco para Repolho”. Segundo testemunhas, o militar esteve pouco depois da suposta execução no local do crime e orientou como deveria ser a atuação dos PMs para tentar encobrir a atuação. Também sem o menor constrangimento, segundo Paulo, o consumo de drogas entre militares seria frequente. “Eles cheiram cocaína no olho de todo mundo. Não é um só, é a maior parte deles”, afirma o líder comunitário, que, por medo de retaliação a familiares, prefere não procurar a Corregedoria da Polícia Militar e outros órgãos que possam ajudar nas investiga-ções.

Milícia sob investigaçãoMilitares são acusados pela comunidade de manter esquema de corrupção no maior aglomerado

de BH, cobrando dinheiro de traficantes e revendendo droga apreendida pela própria polícia

Criado nos fins da década de 1970, o Radiopatrulhamento de Rondas Táticas Metropolitanas, conhecido pela sigla Rotam e hoje batalhão, teria como objetivo combater a “macrocriminalidade da pe-sada”. Trinta anos depois, o modelo adotado pela PM é tido como ultrapassado, corrupto e violento e aponta uma enorme contradição no esquema de atuação da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG): ao mesmo tempo que dá força para o Grupamento Especializado em Áreas de Risco (Gepar), tipicamente voltado para o policiamento co-munitário, mantém no rol da tropa de elite da corporação um dos ba-talhões mais criticados – o Rotam. A crítica é feita por um dos maiores especialistas em segurança pública de Minas Gerais, o coordenador do Centro de Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas e ex-se-cretário estadual de Defesa Social, o sociólogo Luis Flávio Sapori.

Ele afirma que o Rotam é a unidade que historicamente mais recebe denúncias na PM e adota um modelo de policiamento basea-do unicamente na “repressão”. Sapori explica que a polícia não pode se basear no “entra e sai das favelas”. Esse tipo de atuação torna o Rotam “muitas vezes excessivamente violento. Baseado no confronto direto”, diz.

Em contrapartida, o Gepar, criado em meados da última década,

apresenta um modelo “respeitado pela comunidade e que se baseia no diálogo com moradores”, diz Sapori. O sucesso da unidade serviu inclusive de inspiração para a criação das Unidades de Polícia Pacifi-cadora (UPPs), no Rio de Janeiro. Bastante ampliadas em relação ao Gepar, as UPPs contribuíram na redução da criminalidade na capital fluminense. “A UPP está presente 24 horas. O Gepar é um modelo que precisa ser expandido”, afirma o sociólogo. Uma das diferenças primordiais entre BH e Rio é que lá as unidades pacificadores desar-maram as favelas, enquanto por aqui a polícia convive com bandidos armados e, muitas vezes, se mostra conivente. “É hora do comando da PM tomar uma atitude em relação ao modelo de policiamento”, afirma o especialista.

No Aglomerado da Serra, durante vários momentos no fim de semana, moradores se mostraram indignados com a truculência de atuação do Rotam na região. Eles se dirigiram diretamente aos co-mandantes da operação para pedir a retirada dos militares da favela. “A Serra entrou em desespero pelos abusos da PM. Eles vêm aqui, estufam o peito e fazem o que quer”, diz o cunhado de Jeferson Co-elho da Silva, de 17 anos, um dos mortos na madrugada de sábado, Gilberto Nascente, de 27. (PRF)

Rotam é ultrapassado

Valquiria Lopes A versão deveria ser oficial, mas, de acordo com fontes da

Polícia Civil, é fantasioso o relato dado pelos policiais do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) sobre o duplo homicídio ocorrido na madrugada de sábado no Aglomerado da Serra. Conforme militares, o auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e o tio dele, o técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39, estariam carregando fardas e fariam parte de um grupo de crimi-nosos que abriu fogo contra os PMs durante patrulhamento no local. Contrário, o entendimento da Civil pode dar outro encaminhamento às investigações. “Mataram inocentes e, por isso, está havendo esse clamor popular no aglomerado. A comunidade não iria brigar porque bandidos morreram. Essa história de que eles estavam com fardas de policiais é fantasiosa”, diz a fonte que pediu anonimato.

Entre moradores do aglomerado e familiares, a versão da Civil é unânime. “Tudo o que a PM falou é asneira. A história da farda é plantada. Viram que o Renilson era irmão de policial e inventaram.

Se eles estivessem com as fardas, elas estariam com sangue e cheias de marcas de tiro”, diz Jailson Veriano, de 30, tio de Jeferson e irmão de Renilson. Segundo ele, os parentes estariam em um baile e, quando voltavam para casa, foram surpreendidos pelos PMs, que chegaram atirando sem perguntar. Ontem, a Corregedoria da Polícia Militar abriu inquérito para apurar o caso. “O trabalho ainda é preliminar, as testemunhas não foram ouvidas”, afirmou o tenente-coronel Alberto Luiz Alves, da comunicação da PM. Moradores que atestam que a execução partiu dos militares procuraram a Polícia Civil para dar de-poimento.

Atento ao andamento das investigações, o promotor de Justiça Joaquim Miranda Júnior, que coordena o Centro de Apoio Ope-racional Criminal do Ministério Público Estadual (MPE), afirma que é cedo para dizer se houve culpa ou inocência por parte da PM. “Já tive acesso a algumas informações, mas ainda não temos elemen-tos para dizer se a versão dos militares é ou não fantasiosa. Tomare-mos as medidas necessárias para que os culpados sejam punidos.”

Versão de fardas é fantasiosa

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ProteÇÃo Apesar de já terem prestado depoi-

mento, nenhuma das testemunhas esta-va incluída no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas do Ministério

da Justiça, segundo Miranda Júnior. “ Caso peçam proteção, o pedido será analisado rapidamente e a pessoa pode ser atendida no mesmo dia.” O promo-tor de Controle Externo da Fiscalização

Policial do MPE, Rodrigo Filgueiras, alertou que “aqueles que se sentirem ameaçados devem pedir proteção aos órgãos compententes., que também de-vem estar atentos.”

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PraÇa de gUerra - Aglomerado exige justiçaDepois de receber centenas de moradores que participaram de passeata nas ruas, comissão da

Assembleia Legislativa decide ouvir hoje, nas vilas, as queixas e denúncias da comunidade

FAMÍLIAS FAZEM APELO Á PAZ

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Ernesto Braga Por pouco, mais um veículo, o sex-

to, não foi incendiado no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul da capital, onde moradores protestam desde sábado devido ao assassinato de dois vizinhos por policiais militares. Cinco veículos (dois ônibus, um micro-ônibus e dois automóveis) foram consumidos pelas chamas no sábado e domingo. Na manhã de ontem, três funcionários da Cemig fa-ziam reparos na rede elétrica danificada pelo incêndio do microônibus quando um grupo de 15 pessoas jogou gasolina e fogo no carro da estatal, na Praça Bela Vista, na Vila Cafezal.

Deivid Vaz de Castro, de 22 anos, mora perto da praça e afirmou ter presen-ciado o atentado. “Foi tudo muito rápido. Os funcionários da Cemig estavam em cima da caminhonete, mexendo na rede elétrica, quando o grupo chegou com uma garrafa de gasolina, pôs fogo no carro e saiu correndo. As chamas começaram a destruir os bancos, mas os próprios fun-cionários conseguiram apagá-las”, disse. A Cemig informou que os funcionários da estatal usaram o extintor do veículo para debelar as chamas. Por segurança, eles deixaram o local rapidamente.

Mesmo com a presença de uma via-tura da ronda escolar da PM, três escolas do Aglomerado da Serra ficaram fecha-das ontem por causa das manifestações. No portão da Escola Municipal Professor Edson Pisani, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, foi afixado um cartaz infor-mando que não haveria aula. A Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei), ad-ministrada pela Professor Edson Pisani e que fica a poucos metros da escola, tam-bém não abriu as portas. cLima de tensÃo

A Secretaria Municipal de Educação confirmou que as duas escolas ficaram fechadas por causa do clima de tensão no aglomerado gerado pelos protestos. Além disso, algumas linhas de ônibus usadas pelos professores não circula-ram, o que prejudicou o acesso às uni-dades. Segundo a secretaria, a Gerência Regional de Educação Centro-Sul ainda não havia definido, até a noite de ontem, quando elas voltarão a funcionar.

A Escola Estadual Laura das Chagas

Três escolas ficam fechadasFerreira também não abriu as portas na tarde de ontem. De acordo com a Se-cretaria de Estado da Educação, a deci-são foi tomada pela Superintendência Metropolitana de Ensino B e pela di-reção da unidade de ensino, por causa da insegurança gerada nos pais de alu-nos pela manifestação, além da falta de ônibus. A previsão é que a escola volte a funcionar normalmente hoje.

A BHTrans informou que as linhas 102 (Nossa Senhora de Fátima/Hospi-tal Evangélico), 103 (Vila Cafezal/Rua Pouso Alto) não rodaram ontem. Os ônibus da 4107 (Alto Caiçara/Serra), cujo ponto final fica na Praça do Car-doso, palco dos protestos, só circulou até o Hospital Evangélico, ou seja, al-guns quarteirões abaixo.

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Cinco versões para as duas mortes no Aglomerado da Serra

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Flávia Tavares Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria

com o Sesc projeta uma chocante estatística: a cada dois mi-nutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. E já foi pior: há 10 anos, eram oito as mulheres espancadas no mesmo intervalo.

Realizada em 25 Estados, a pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado ouviu em agosto do ano passado 2.365 mulheres e 1.181 homens com mais de 15 anos. Aborda diversos temas e complementa estudo similar de 2001. Mas a parte que salta aos olhos é, novamente, a da violência doméstica.

“Os dados mostram que a violência contra a mulher não é um problema privado, de casal. É social e exige políticas pú-blicas”, diz Gustavo Venturi, professor da USP e supervisor da pesquisa.

Para chegar à estimativa de mais de duas mulheres agredi-das por minuto, os pesquisadores partiram da amostra para fazer uma projeção nacional. Concluíram que 7,2 milhões de mulhe-res com mais de 15 anos já sofreram agressões - 1,3 milhão nos 12 meses que antecederam a pesquisa (veja acima).

A pequena diminuição do número de mulheres agredidas entre 2001 e 2010 pode ser atribuída, em parte, à Lei Maria da Penha. “A lei é uma expressão da crescente consciência do pro-blema da violência contra as mulheres”, afirma Venturi.

Entre os pesquisados, 85% conhecem a lei e 80% aprovam a nova legislação. Mesmo entre os 11% que a criticam, a princi-pal ressalva é ao fato de que a lei é insuficiente.

Visão masculina. O estudo traz também dados inéditos so-bre o que os homens pensam sobre a violência contra as mulhe-res. Enquanto 8% admitem já ter batido em uma mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que fizeram o mesmo e 25%

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A cada 2 minutos, 5 mulheres espancadasApesar de chocante, nº vem caindo nos últimos anos - eram 8 há uma década; 8% dos homens admitem já

ter agredido a companheira

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Dois casos no fim de semana ilus-tram tristemente as estatísticas de vio-lência contra a mulher. Maria da Con-ceição Gama dos Santos, de 30 anos, foi morta na madrugada de sábado na zona leste de São Paulo, depois de sair de um forró. O suspeito, cujo nome não foi revelado pela polícia, é o ex-companheiro da doméstica. Ele a teria ameaçado de morte há 15 dias. O ca-sal viveu junto por quatro anos. Maria reclamava constantemente do ciúme excessivo do companheiro.

No Recife, uma separação con-jugal terminou em tragédia familiar, também na noite de sábado. Inconfor-mado com o fim do casamento, Acyr de Oliveira Correia, de 57 anos, matou uma filha e feriu a outra. Na sequên-cia, ele se matou. Correia estava sepa-rado havia 15 dias da mulher, depois que ela soube que ele teria assediado a empregada.

As duas histórias confirmam uma das conclusões da pesquisa da Funda-

têm parentes que agridem as companhei-ras. “Dá para deduzir que o número de homens que admitem agredir está subes-timado. Afinal, metade conhece alguém que bate”, avalia Venturi.

Ainda assim, surpreende que 2% dos homens declarem que “tem mulher que só aprende apanhando bastante”. Além disso, entre os 8% que assumem praticar a violência, 14% acreditam ter “agido bem” e 15% declaram que bate-riam de novo, o que indica um padrão de comportamento, não uma exceção.

Na infância. Respostas sobre agres-sões sofridas ainda na infância reforçam a ideia de que a violência pode fazer par-te de uma cultura familiar. “Pais que le-varam surras quando crianças tendem a bater mais em seus filhos”, explica Ven-turi. No total, 78% das mulheres e 57% dos homens que apanharam na infância acreditam que dar tapas nos filhos de vez em quando é necessário. Entre as mulhe-res que não apanharam, 53% acham ra-zoável dar tapas de vez em quando.

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Fim de semana teve assassinatos em São Paulo e

Recife

ção Perseu Abramo e do Sesc: a infide-lidade, ou a desconfiança sobre a fide-lidade, tem papel preponderante entre as motivações das agressões. Entre as entrevistadas, 46% das mulheres que sofreram violência atribuem a agres-são a esse questionamento. Já entre os homens agressores, 50% dizem ter tido o “controle de fidelidade como razão”.

“Essas respostas são espontâneas. Elas fazem questionar o papel da monoga-mia na cultura da violência. A socieda-de não discute esse tema”, diz Gustavo Venturi, supervisor da pesquisa.

FLÁVIA TAVARES, ELVIS PE-REIRA e MONICA BERNARDES, ESPECIAL PARA O ESTADO

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saúde - Após sete anos, STF retoma processo que autoriza aborto de anencéfaloo estado de sP - P. a19 - 19.02.2011

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José Carlos G. Xavier de Aquino - Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)

Recentemente, lancei a segunda edição de meu livro intitulado Ensaio sobre o fato, a verdade e a certeza, pela Editora Del Rey, de Belo Ho-rizonte, quando então tive a grata satisfação de ser objeto do comentário levado a efeito pelo festejado jornalista e bri-lhante advogado Joseval Pei-xoto, no encerramento do jor-nal da manhã da rádio Jovem Pan, ocasião em que o âncora desse noticiário obtemperou que a obra “era uma verda-deira cartilha de orientação, principalmente para os novos advogados e juízes em razão de ser um tema sobre o qual muito pouco se escreveu no Brasil”. Ademais, esse traba-lho quiçá serve para os mem-bros do Ministério Público e, sobretudo, para todos os can-didatos às carreiras jurídicas.

Isso porque, como é sa-bido, amiúde, os operadores do direito convivem com o fato, a verdade e a certeza no exercício de seus afazeres jurídicos, sem, contudo, se aprofundar no sentido de sa-ber seus conceitos no campo da gnosiologia e da filosofia. Essas ciências, todavia, é que dão o real significado das coi-sas, porquanto proporcionam não só a teoria do conheci-mento (ou de uma ordem de-terminada desse) e a amplia-ção incessante da compreen-são de suas realidades, como também se consubstanciam em instrumento capaz de fa-zer apreender o real juízo de nossos pensamentos sensíveis

e racionais, na direção de re-alizar aquela operação do es-pírito sobre as próprias ideias, de molde a ensejar a efetiva relação de consciência entre o sujeito e o objeto.

O conhecimento de tais conceitos, à evidência, se tor-na indispensável para o bom exercício do mister jurídico. Tentei, nesse trabalho, de for-ma acessível para aqueles que se dedicam às coisas do direi-to, adentrar na obscura estra-da dessas ciências, no sentido de conhecer a essência das coisas e atestar sua validade, satisfazendo a curiosidade do ser humano e mais especifica-mente a do juiz, incumbido da difícil missão de julgar seus semelhantes, dando a cada um o que é seu, com igualdade. Daí por que a compreensão das questões que foram apre-sentadas melhorará, na sua vida prática, sobremaneira a realização de seu mister de aplicar justiça, tendo em vista a disciplina axiológica (forma de agir mais adequada).

Sabemos que o agente do Poder Judiciário, nos dias de hoje, ao analisar os confli-tos sociais, mais do que um seguidor das regras que pre-conizam o direito deverá ser um aplicador de justiça, razão pela qual mais significativo exsurge o conhecimento da axiologia.

Todavia, registre-se, des-de logo, que tal desiderato não ultrapassa os lindes da pretensão nesse campo, pois esse labor, como foi dito, é dirigido ao ramo do direito e não às ciências antefaladas – conquanto haja relação en-tre estas e aquele – em virtude

de suas complexidades e abs-trações.

Os filósofos, ou seja, os amantes da sabedoria, que nos desculpem.

Em suma, o trabalho foi conceitual, dando ênfase para a realidade objetiva, tendo em vista a influência que o tema tem na área da prova, para quem a razão, a percepção, a atenção, a compreensão e a experiência dão a exata di-mensão do acontecimento de relevância jurídica. Nesse diapasão, o marco inicial des-se labor foi centrado no fato, ponto nodal de toda e qual-quer relação jurídica.

Ao depois, passo a exami-nar a memória e, por conse-guinte, analiso esse mecanis-mo de uma maneira científica porquanto nesse processo não se busca alguém que venha depor reconstruindo os fatos pretéritos, seja na fase admi-nistrativa do procedimento, seja sob o crivo do contra-ditório, como o personagem Funis, o memorioso, de Jor-ge Luis Borges, na sua obra Ficções, que era portador de memória prodigiosa. Ora, o agente do Poder Judiciário fica condicionado a uma série de circunstâncias e, para bem exercer o seu mister, depen-de daquilo que lhe foi trazido para o bojo dos autos, com o intuito de buscar a verdade judiciária ou certeza possível, outro objeto deste trabalho, porquanto o magistrado, dian-te das provas recolhidas, terá de fazer opções em relação às provas amealhadas para o ca-derno processual e optar por aquelas dignas de confiança.

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O fato, a verdade e a certeza no processo

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O uso de informações privilegiadas, para operações vantajosas no mercado de capitais ou de ações, é crime no Brasil desde 2002, e é punido com rigor nos mercados internacionais quando descoberto. O diferente aqui, até agora, era que tal prática, mesmo quando com-provada, não ia além da esfera administrativa na Comissão de Valo-res Mobiliários (CVM) e as punições se limitavam a multas. Pode-se dizer, pois, que o mercado de capitais brasileiro ganha pontos, em termos de credibilidade, com a condenação penal, pela primeira vez no País, de dois ex-executivos da Sadia pelo crime de uso indevido de informações privilegiadas, de acordo com sentença proferida pelo juiz da 6.ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo.

Informações sensíveis sobre os negócios de companhias abertas valem dinheiro e as oportunidades para manobras ilícitas têm sido hoje mais frequentes, com o constante aumento das fusões e incorporações e do uso da internet. Os princípios éticos que fundamentam a legis-lação em vigor obrigam ao sigilo os executivos de empresas abertas ou as instituições que as assessoram até que informações que podem afetar as cotações em Bolsa sejam divulgadas como fatos relevantes. Mas, não raro, pessoas que estão a par de operações planejadas pelas empresas utilizam o conhecimento obtido no exercício de seus cargos para fazer jogadas no mercado de ações em proveito próprio.

Foi o que se verificou com relação à oferta de compra da Perdi-gão feita pela Sadia em 2006. Luiz Gonzaga Murat Júnior, condenado a um ano e nove meses de prisão e ao pagamento de uma multa de R$ 349,7 mil, era diretor de Finanças e Relações com o Mercado da Sa-dia; também condenado a um ano e cinco meses de prisão e multa de R$ 374,9 mil, Romano Ancelmo Fontana Filho era membro do conse-lho de administração da empresa. Ambos compraram papéis da Sadia na Bolsa de Nova York antes de a oferta vir a público e realizaram lucros, embora a operação não se tenha concretizado na época. Um terceiro envolvido, Alexandre Ponzio de Azevedo, ex-superintendente

do Banco ABN Amro, que assessorava a operação, pagou uma multa à CVM em 2008, encerrando o processo administrativo.

Foi a Securities & Exchange Commission (SEC) dos EUA que levantou o assunto, impondo multas aos executivos para não proces-sá-los criminalmente. As investigações por parte da CVM e do Mi-nistério Público, porém, continuaram e a ação penal, aberta em 2009, culminou agora em sentença, em prazo relativamente rápido pelos padrões da Justiça brasileira. Isso se deve à capacitação das Varas da Justiça Federal especializadas em crimes contra o sistema financeiro nacional.

Para alguns analistas, as penas impostas são leves em compa-ração às aplicadas nos EUA e países da Europa. No caso específico dos dois executivos condenados, eles têm o direito de recorrer em liberdade e a detenção pode ser substituída pela prestação de serviços à comunidade ou instituições públicas. O Ministério Público Federal também vai recorrer, pedindo punições mais severas.

Seja como for, a condenação por utilização de informações privi-legiadas é um marco histórico para o mercado brasileiro. Há e sempre haverá especulação nos mercados de risco. Mas é preciso desfazer a impressão de que ganhos extraordinários são auferidos ilicitamente e que a impunidade prevalece. Isso abala a confiança do público em relação ao mercado, especialmente dos acionistas minoritários, que se sentem lesados.

Tanto a CVM como a BM&FBovespa têm estimulado a adoção, pelas empresas abertas, das normas de governança corporativa, que incluem a transparência entre os seus fundamentos. Isso é de grande importância como prevenção contra o insider trading, mas, como os fatos demonstram, o desenvolvimento do mercado de capitais no Bra-sil requer também medidas repressivas mais duras, que possam resul-tar em ações criminais, além das sanções cíveis e administrativas.

o estado de sP - P. a3 - 21.02.2011 Punição modelo

Tráfico acuadoestado de minas - P. 02 - direito d& JUstiÇa - 21.02.2011

Josemar dantas - Advogado e jornalista O tráfico mundial de armas ilegais e o narcotráfico faturam

em conjunto algo em torno de US$ 750 bilhões por ano. Todavia, com a contabilização dos gastos em cultura e perdas, as operações no mercado internacional de psicotrópicos elevam-se a US$ 1 tri-lhão. As cifras resultam de estudo sobre dados gerais coligidos pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Un-doc). O comércio monstruoso de substâncias psicoativas refluiu em algumas áreas do planeta, como os Estados Unidos. Mas cresce em outras latitudes. Vale dizer: permanece em expansão. Na Amé-rica do Sul, o Brasil, já transformado em principal rota de distri-buição do produto oriundo dos cartéis bolivianos e colombianos, é, também, o destino de armamentos contrabandeados.

A entrada de arsenais em território nacional, a maioria com-posto de armas usadas em operações bélicas, abastece as falanges do crime organizado, em particular as que operam no campo das drogas. A ação conjugada dá origem a vasta sociedade de celera-dos, formada, de um lado, por fornecedores de apetrechos militares e, de outro, por mercadores de narcóticos. Também com base em pesquisas do Undoc, sabe-se que a venda de pistolas, revólveres, metralhadoras, granadas, lança-foguetes e munição a quadrilhas brasileiras gera receita superior a R$ 1,4 bilhão por ano.

No Rio, um dois maiores centros do banditismo antes das bem-sucedidas operações contra narcotraficantes em favelas e morros, o faturamento ascendia acima de R$ 633 milhões anu-ais, com lucros estimados em R$ 130 milhões. A rázia policial ali apenas imobilizou uma das vanguardas da marginalidade. Mas não as esmagou nos demais estados da Federação, São Paulo em primeiro lugar.

A ameaça persiste. A grandeza dos aportes financeiros de-monstra que os comandos das organizações criminosas dispõem de monumental soma de recursos para aliciar asseclas no submun-do e corromper autoridades. Anote-se que a invasão da maconha, cocaína, crack e outros alcaloides ocorre, sobretudo, pela fronteira amazônica. São 6,6 mil quilômetros de divisas terrestres e fluviais. Do outro lado, entre outros países, alinham-se Colômbia, Peru e Bolívia. São as nações que respondem pela quase totalidade da produção de tóxicos ao Sul do Rio Grande.

Sobre o quadro de desafio à soberania nacional, projetam-se, agora, ações conjuntas do Ministério da Justiça, das Forças Arma-das, da Polícia Federal e do Ministério Público para opor resistên-cia eficaz ao banditismo estrangeiro e aos marginais aliciados no Brasil. As ações preventivas e repressivas passaram a incorporar a força nacional e os agentes de segurança dos estados fronteiriços, treinados na forma do Programa Especializado no Policiameno de Fronteiras. Aviões não tripulados vigiarão as divisas terrestres e fluviais para registrar e transmitir movimentos suspeitos.

No último semestre do ano passado, juntou-se iniciativa que amplia as expectativas de controle dos espaços amazônicos. Lei aprovada pelo Congresso, de iniciativa do Executivo, concede amplos poderes de polícia às Forças Armadas. Os efetivos foram investidos de competência para patrulhamento, revista de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves — e podem prender quem jul-gue envolvido nos negócios de drogas e armas. Agora, é esperar que os efetivos e equipamentos disponíveis atuem de forma orgâ-nica e articulada, com mais eficácia do que as operações coorde-nadas dos criminosos.

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