folha de são paulo,23 de dezembro de 2014

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 DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO  ANO 94 H TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 H NO 31.310  EDIÇÃO SP/DF H CONCLUÍDA ÀS 23H58 H R$ 3,50 U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L     folha.com.br Desde 1921 Ve jacomoentra rem con tatocomo ser viçoaoassin ante ,as edit ori ase a ombudsman fale.folha.com.br FALE COM A FOLHA EDITORIAIS Opiniã o A2 Leia “Odólarna bal an- ça”, acerca de provável deficit comercial, e “Sobre leise salsi chas” , a respei- to de mudanças para redu- zir o sofrimento animal. TEC Aplicativos deixam plataformas on-line turbinadas ou mais fáceis de usar  A16 ILUSTRADA Morre aos 70 anos cantor britânico Joe Cocker, ‘goela de ouro’ do rock  C1 OUTRO CANAL Gabri el Medin a vi rafilme,e TV s disput am exibi r mun dia l de surfe C5 Escolapúblicatemprimeiro avançonoEnemdesde2009 Pela primeira vez desde 2009 , a pre senç a de esco las públicas avançou entre as melhores do país na prova doEnem . Dad osdo MECta- buladospela Folhamostram que , em2013,7, 3%dos colé- gi osentreos10% mai s bem colocadoserampúblicos.No ano anterio r,foram 6,6%. Essa participação caía desde quando o Enem pas- sou a funcionar como vesti- bularpara unive rsidade s fe- derais.Nosnúmerosabsolu- tos de 2013, 107 públicas fi- cara m ent re as 1.472 esco las da elite do país. Nenhuma, porém, figura mais entre as dezmelhores. CotidianoB1 Dilma di z q ue manterá diretoria da Petrobras Pres ide nte def ine como‘absu rdo’desvio em esta tal,mas pres tig ia Graç a Foster A presidente Dilma afir- mounestasegunda(22)que não pret endealterara dire- toriadaPetrobras,apesarde considerar um “absurdo” o montante de dinheiro des- viad o peloesquema de cor- rupçãonaestatal.Eladisse, porém, que fará trocas no ConselhodeAdministraç ão. A peti sta defe ndeua pre- sidente da Petrobras e insi- nuou haver interesse por trásdasacusaçõesdaex-ge- rente Venina Velosa, que disse ter avisado sobre irre- gularidade s antes do início da Operação Lava Jato. “A quem interessa tirar Graça Fost er?Sei da lisur a dela .” No Rio, a chefe da Petro- brasdisseque se encontrou pessoalmente com Venina “pouc as veze s”, masnegou que tenha sido omissa na apuração de supostos des- viosapontadosporela.“Te- nho feito mudanças suces- sivasnacompanhianabus- ca demelhorescontroles.” Dilmadeclarouaindaque consultaráoprocurador-ge- ral da República, Rodrigo Janot, antes de empossar ministro s para saber se os indicad os porpartidosestão namirada PF. PoderA4e A5 BERNARD O MELLO FRANCO Janot será usado como escudo contra a fúria de aliados incômodos. Opini ãoA2 RSexportatrigo contaminadopara aÁsiaeaÁfrica Produt ores gaúch os estão exportando para países da África e da Ásia, a preço re- duzido, milhares de tonela- das de trigo afetado por um fungoque,pelasnormasbra- sileiras , nãoé ind icad o nem paraanimais.Osagricultores argumentam que cada país define as regras para o con- sumohumano. MercadoA13 Papaafirmaque igrejasofrede‘15 doenças graves’ Em discurso que sur- pree ndeu , o pap a Franc isco disse,emmensagemdeNa- tal, que a Cúria Romana —car deais, bisp os e monse - nhore s daestrutur a daSan- taSé—sofrede “15 doe nça s grave s”. Entreelas citou“al- zheimerespiritual”e “terro- rismo dafofoca”. MundoA8 CIRCULAÇÃO 362.196/dia (impressos+ digitais) AUDIÊNCIA 28.378.148 visi tant esúnicos /mês EDIÇ ÃODE FIMDE ANO CADERNO A poder+ mundo+mercado+ tec CADERNO B cotidiano + saúde/ciência + esporte + folha corrida CADERNO C ilustrada Arrecadaçãocai emnovembroe podefecharano novermelho A arrecadaçã o detributos dogove rnocaiu 1%no ac u- mulado deste ano até no- vembro,já desc onta daa in- flação. Com esse resultado, aReceitaFederalestimaque a variação da receita em 2014serápróximadezeroou atéabaixodade2013.Aúlti- mavezqueaarrecadaçãote- vequedafoi em2009. O governo projetava alta deaté3,5%,masodesaque- cimento da economia frus- trouaexpectativa. MercadoA12 17.out.1997/Reuters  Joe Cocker em show na Suíça SergioLima/Folha press A presidente durante café da manhã com jornalistas ontem ATMOSFERA  Cotidi ano B2 DiachuvosonaGrandeSP Míni ma17ºC Máxi ma22ºC Mundo A8 Bebêdeprovetalho de espi ão cuba no libertadofezparte doacordocomEUA ou Nãodevemcircul ar carros complacascujonal seja: RODÍZIO  Cotidiano C  CotidianoB2 Partic ipaçã o daspúblicas nogrupodas % melho res esc ola s noEnem, em% , , , , , QUEDA INTERROMPIDA º º !º "º #º $º %º &º 'º (º Escolas ObjetivoIntegrado VérticeUnid. Móbile Bandeirantes Agostini anoMendel SantaCruz Palmares Etapa BeitYaacov AlbertSabin Bairro BelaVista CampoBelo VilaNova Concei ção VilaMariana Tatuapé Altode Pinheir os Pinheiros VilaMariana BarraFunda Parquedos Príncipes As dez melhores DACIDAD E DESP Escolas ObjetivoIntegrado Bernoull i- Unid.Lourdes Pontode Ensino Vértice- Unid. SantoAntônio DomBarreto SãoBento Aride SáCavalcante* Elit eValedo Aço Coleguium º º !º "º #º $º %º &º 'º (º UF SP MG RJ SP MG PI RJ CE MG MG Cidade SãoPaulo BeloHorizonte Riode Janeiro SãoPaulo BeloHorizonte Teresina Riode Janeiro Fortaleza Ipatinga BeloHorizonte As dez melhores DO PAÍS *Unid.MajorF acundo Fonte: Inep/MEC CAVALANCHE Esc ombrosdepartedomurodo cemité riodaConsol açã o,quedesaboucoma for techuv aem SãoPaulona noitede ont em(22) ;em Higienópolis,o pas sag eirodeum táximorreuapósumaárvorecaire ati ngiroveícul o  CotidianoB8 AvenerPrado/Folha press

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DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO   ANO 94 H   TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014  H  N O 31.310   EDIÇÃO SP/DF  H  CONCLUÍDA ÀS 23H58 H R$ 3,50
U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L     folha.com.brDesde 1921
Vejacomoentrarem contatocomo serviçoaoassinante,as editoriase a ombudsman   fale.folha.com.br
F A L E C O M A F O L H A
EDITORIAIS   Opinião A2
Leia “Odólarna balan- ça”, acerca de provável deficit comercial, e “Sobre leise salsichas”, a respei- to de mudanças para redu- zir o sofrimento animal. TEC
Aplicativos deixam plataformas on-line turbinadas ou mais fáceis de usar  A16
ILUSTRADA
Morre aos 70 anos cantor britânico Joe Cocker, ‘goela de ouro’ do rock  C1
OUTRO CANAL
Gabriel Medina virafilme, e TVs disputam exibir mundial de surfeC5
Escolapúblicatemprimeiro avançonoEnemdesde2009
Pela primeira vez desde 2009, a presença de escolas públicas avançou entre as melhores do país na prova doEnem. Dadosdo MECta- buladospelaFolhamostram que, em2013,7,3%dos colé- giosentre os10% mais bem colocadoserampúblicos.No ano anterior,foram 6,6%.
Essa participação caía desde quando o Enem pas- sou a funcionar como vesti- bularpara universidades fe- derais.Nosnúmerosabsolu- tos de 2013, 107 públicas fi- caram entre as 1.472 escolas da elite do país. Nenhuma, porém, figura mais entre as dezmelhores.CotidianoB1
Dilma diz quemanterá diretoria daPetrobras Presidente definecomo‘absurdo’desvioem estatal,mas prestigia Graça Foster
A presidente Dilma afir- mounestasegunda(22)que não pretendealterara dire- toriadaPetrobras,apesarde considerar um “absurdo” o montante de dinheiro des- viado peloesquema de cor- rupçãonaestatal.Eladisse, porém, que fará trocas no ConselhodeAdministração.
A petista defendeua pre- sidente da Petrobras e insi- nuou haver interesse por trásdasacusaçõesdaex-ge- rente Venina Velosa, que disse ter avisado sobre irre- gularidades antes do início da Operação Lava Jato. “A quem interessa tirar Graça Foster?Sei da lisura dela.”
No Rio, a chefe da Petro- brasdisseque se encontrou pessoalmente com Venina “poucas vezes”, masnegou que tenha sido omissa na apuração de supostos des- viosapontadosporela.“Te- nho feito mudanças suces- sivasnacompanhianabus- ca demelhorescontroles.”
Dilmadeclarouaindaque consultaráoprocurador-ge- ral da República, Rodrigo Janot, antes de empossar ministros para saber se os indicados porpartidosestão namirada PF.PoderA4e A5
BERNARDO MELLO FRANCO   Janot será usado como escudo contra a fúria de aliados incômodos. OpiniãoA2
RSexportatrigo contaminadopara aÁsiaeaÁfrica
Produtores gaúchos estão exportando para países da África e da Ásia, a preço re- duzido, milhares de tonela- das de trigo afetado por um fungoque,pelasnormasbra- sileiras, nãoé indicado nem paraanimais.Osagricultores argumentam que cada país define as regras para o con- sumohumano.MercadoA13
Papaafirmaque igrejasofrede‘15 doençasgraves’
Em discurso que sur- preendeu, o papa Francisco disse,emmensagemdeNa- tal, que a Cúria Romana —cardeais, bispos e monse- nhores daestrutura daSan- taSé—sofrede “15 doenças graves”. Entreelas citou“al- zheimerespiritual”e “terro- rismo dafofoca”.MundoA8
CIRCULAÇÃO 362.196/dia (impressos+ digitais)
poder+ mundo+mercado+ tec CADERNO B
cotidiano + saúde/ciência + esporte + folha corrida CADERNO C
ilustrada
O governo projetava alta deaté3,5%,masodesaque- cimento da economia frus- trouaexpectativa. MercadoA12
17.out.1997/Reuters
SergioLima/Folha press
ATMOSFERA   Cotidiano B2
,
, , ,

,
ObjetivoIntegrado
C AVALANCHE   Escombrosdepartedomurodo cemitériodaConsolação,quedesaboucoma fortechuvaem SãoPaulona noitede ontem(22);em Higienópolis,o passageirodeum táxi morreuapósumaárvorecaire atingiroveículo  CotidianoB8
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ab PUBLICADO DESDE 1921 - PROPRIEDADE DA EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S.A.
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Presidente: LUIZ FRIAS Diretor Editorial: OTAVIO FRIAS FILHO
Superintendentes: ANTONIO MANUEL TEIXEIRA MENDES E JUDITH BRITO
Editor-executivo: SÉRGIO DÁVILA
Conselho Editorial: ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, MARCELO COELHO, JANIO DE FREITAS, CLÓVIS ROSSI, CARLOS HEITOR CONY, CELSO PINTO, ANTONIO MANUEL TEIXEIRA MENDES, LUIZ FRIAS E OTAVIO FRIAS FILHO (secretário)
Diretoria-executiva: ANTONIO CARLOS DE MOURA (comercial), MURILO BUSSAB (circulação), MARCELO MACHADO GONÇALVES (financeiro) E EDUARDO ALCARO (planejamento e novos negócios)
EDITORIAIS   [email protected]
Pressionado pelo ambiente in- ternacional conturbadoe pelasin- certezas econômicas internas, o realatingiuna semanapassada o nível mais desvalorizado em dez anos: R$ 2,76 para 1 US$.
A moeda brasileira perde valor desde 2011 sem que o país tenha se beneficiado da contrapartida esperada. O estímulo às exporta- ções,queganhamcompetitividade comorealmaisbarato,aindanão passouda teoriaà prática.
Tudolevaacrerqueopaís,nes- teano, teráfeitomaisimportações do que exportações, numa situa- ção inédita desde 2000. O Banco Central projeta, além disso, um rombodeUS$86,2bilhões(4%do PIB)nas contas externas (o saldo dastransações debens e serviços como restante do mundo).
Emparte,osproblemasseexpli- campelocontextoglobal.Aqueda dospreçosdasmatérias-primas,re- flexodadesaceleraçãodaChina,é umadasprincipaisrazões.Opreço dominériode ferro, o maior item da pauta de exportaçõesbrasilei- ras,caiupela metade neste ano.
Osbensmanufaturados,porsua vez, sofremcom a crise naArgen- tina.ComvendasdeUS$3bilhões para o vizinho, o segmento auto- motivoregistraquedade 40%em relação a 2013. Ao todo, as nego-
ciações externas acumuladas até novembro ficaram em US$ 207,6 bilhões, patamar 6% inferior ao do anopassado.
Osaldosónãofoipiorporqueo desaquecimentointernorefreiaas importações. As compras de má- quinase equipamentos e bensin- termediários estãoem contração, evidênciada baixadisposiçãodas empresasbrasileiraspara investir.
Écertoqueoefeitodorealmais baratoaumentaarentabilidadeda atividadeexportadorae,aolongo do tempo, atrairá investimentos parasetores de bensmanufatura- dos nos quais o Brasil já foi com- petitivo.Trata-se de processolen- to,porém;levaráanos,nãomeses.
Alémdisso, nãohá garantiade sucesso,poisocenáriointernacio- nal continuará pouco favorável. Depois da onda de globalização dadécadade 2000,como avanço no comércio mundial propiciado pelaChina, a perspectivaé de di- namismo menor. Ganhar merca- do será mais difícil em uma eco- nomia globalque cresce menos.
OBrasil,ademais,perdeuopor- tunidades de conquistar espaço nascadeias de valor quese inter- nacionalizaram.A integração de- penderásobretudoda celebração deacordoscomerciaisdeenverga- dura,o queimplicarámaior aber- tura à concorrência global.
Noplanodoméstico,serápreci- so reduzircustos,sobretudoos li- gados a logística e tributos, além de darum saltode produtividade. Nenhumadessastarefas serárea- lizadada noite parao dia.
O dólar na balança Apesar de desvalorização do real, Brasil deve terminar o ano com deficit comercial; país precisa se adaptar ao novo contexto global
“Leissão comosalsichas,é me- lhor não estar presente quando elas são feitas.” A frase bem-hu- morada atribuídaao estadistaale- mãoOttovonBismarck(1815-1898) poderiaseraplicadacomproprie- dadeà maneiracomosão criados muitosbichoscuja carnese trans- formaemalimentoparahumanos.
Issonãoquerdizer,porém,que apenas a fabricaçãode leisterá o poderde erradicar técnicascruéis aindahojeempregadasparaaob- tençãode proteínaanimal.
A discussão não se restringe à propaganda vegetariana, embo- ra muitosargumentos só enverni- zemsentimentalismosdeslocados.
Jornalistas sérios como o ame- ricano Michael Pollan e filósofos célebrescomooaustralianoPeter Singer escreveram livrosbem ob- jetivossobre porcasimobilizadas paranãoesmagarleitõesvaliosos e galinhasautomutiladassob oes- tresse de gaiolas comárea menor queuma folhade papel.
Hárazõestambémeconômicas, alémdaséticas,paramodificaras práticasde criação, comovêmfa- zendo algumas empresas gigan- tesdosetoralimentarnoBrasil—e semque sejam obrigadaspor lei.
O bem-estar animalé hojeuma demanda crescente dos próprios consumidores. O conglomerado Unilever, por exemplo, dispôs-se a apoiar estudos com vistas a di-
minuiramortandadedepintinhos comumdia devida.
Trata-sedeaperfeiçoamentoain- daembrionárionopaís,quecarece de sistemas reconhecidos de cer- tificaçãopara tais práticas. O selo CertifiedHumane contano Brasil comuma única empresaagracia- da,a paulista Korin.
A Korin cria todas as suas ga- linhas no chão, livres de gaiolas. Em 1995, quando começou, aba- tia 12 mil frangos mensalmente; aproduçãocresceuparaosatuais 450 mil abates ao mês. A compa- nhia prevê dobrar esse desempe- nhoem doisanos.
Decerto esse ainda é um nicho deconsumo,emquecompradores maisexigentes aceitampagar um sobrepreço pelo produto que, na sua percepção, é superior, ainda que por razõesintangíveis.
É nessa direção,de todo modo, queomercadosemove,eumain- dústriaalimentarcompretensões globaisnão podeficar alheiaa es- se tipode pressão.
Sobre leis e salsichas
AsaçõesdeLirannãosere- sumem, no entanto, a matri- cular seu filho em uma esco- la na qual ele poderia apren- der a coexistência ou partici- pardemanifestaçõespelapaz. Logodepois queuma criança árabe foi sequestrada e quei- mada viva em represália à mortedetrêsadolescentesco- lonos judeus, ele e mais ou- trosativistasisraelensesorga- nizaram brigadas que ronda- vambairrosárabesdeJerusa- lém à noite a fim de impedir que ações parecidas ocorres- semnovamente.Enquantová- riosdiziamtemerpelaescala- da de violência enquanto viamtudopelosofáda televi- são,Liranagiu,mesmosaben- doquesuaaçãoeravistacom desprezopela grandemaioria de seus concidadãos.
Mas,agora,elesabequetal- vez tenha chegado a hora de esperaropior.Háalgumasse- manas, a coalização de Neta- nyahufoidissolvida.Osmem- bros mais “moderados” (se é que o termo ainda faz algum sentido) abandonaram o go- vernonomomentoemqueele investia toda sua força para aprovar a transformação do Estadoisraelenseem um“Es- tado judeu”. Certamente isto seráfeitonospróximosmeses.
Ou seja, Israel será um Es- tadonoqual,entreoutrascoi- sas, 20% da população (os não-judeus)estará definitiva- menterelegadaà condiçãode cidadãodesegundaclasse.Al- gotão brutalquanto definiro Brasilcomoumpaísnoquala cidadania plena é reservada aquelesquetêm laçosde san- gueeculturacapazesdecons- tituir uma identidade social excludente. O mínimo que se pode dizer é que um Estado dessanaturezaestáameioca- minho para institucionalizar uma forma profundamente perversade racismo.
A invenção do Estado mo- dernoteve,comoumadesuas principaisvirtudes, a dissocia- çãoentrenação, Estadoe po- vo. Ele construiu uma noção de cidadaniaassentadana in- diferença em relação às dife- rençasculturais, religiosas,ét- nicas e a toda e qualquer de- terminação identitária. Por maisquetalconstruçãotenha sido constantemente destruí- dapelas forçasmaisobscuras davida social,a ideia deuma igualdadepolíticabaseadana abstraçãoradical dasdiferen- ças é a única coisa que impe- denossosEstadosdesetrans- formaremem clubescomuni- taristasmilitarizados.
SeIsraelder esse passo,seu Estado será um trágico exem- plo de clube dessa natureza e crianças como o filho de Liran terão queacharoutraescola. VLADIMIR SAFATLEescreveàs terças-feiras nestacoluna.
Autodestruição do Estado
V L A D I M I R S A F A T L E
SÃO PAULO - A revelação de ubí- quosesquemasdecorrupçãonaPe- trobras faz com que muitos defen- dam a privatizaçãoda empresa.
O argumento meparece umpou- coingênuo.Seestaremmãosdepar- ticulares fosse garantia de não cor- rupção,diretoresdegrandesemprei- teiras não estariam hoje na cadeia. Daínãodecorre,éclaro,queapriva- tizaçãonãopossaservircomoremé- diopara vários malesque emmaior oumenor grauassolamas estatais.
O filósofoPeter Singer,num livri- nho de 1999 em que defende que a esquerdapasseaencamparodarwi- nismoemvezdecombatê-lo,coloca bemoproblema.Nopapel,istoé,de modoabstratoesemconsiderarana- tureza humana, a melhor forma de prover bens e serviços à população seriaomonopólioestatal.Eletemas vantagensproporcionadaspelosga- nhos de escala e não precisa distri- buirlucrosentre osacionistas.
Narealidade,porém, umbomsi- nônimo de “ineficiência” é “mono- pólio estatal”. Isso ocorre porque é
danaturezados sereshumanos tra- balhar melhor quando o fazem por razões egoístas,istoé, pelavontade deganhardinheiroeprestígio.Seos responsáveisportocarodiaadiada empresa não se beneficiam de seu sucesso, o resultado é um divórcio entreos interessesda organizaçãoe osde seus trabalhadores,o quege- ra,namelhorhipótese,ineficiências, e, na pior, corrupçãogeneralizada.
Daínãodecorrenecessariamente queaPetrobrastenhadeserprivati- zada,masnãohádúvidadequeela precisaincorporarhábitosdeempre- sasparticulares,comoarregimentar seusdiretoresporcritériosdecompe- tênciaenãoporindicaçõespolíticas.
SegundoSinger,um dosgrandes erros da esquerda foi acreditar que nãoexisteumanaturezahumanafi- xa,oquepermitiriaaosistemaforjar homensmelhores.Nossanaturezaé híbrida:somoscapazesde cooperar unscomos outros, masnãohesita- mosmuitoemtirarvantagemquan- doas condiçõesse oferecem. [email protected]
Privatizar a Petrobras? H É L I O S C H W A R T S M A N
BRASÍLIA - Dilma Rousseff infor- mou ontem que não terá a palavra finalnamontagemdeseunovomi- nistério. A nomeaçãode cadaauxi- liardependerádoprocurador-geral da República, Rodrigo Janot.Pelos planosda presidente,ele faráhora extra no fim do ano como avalista dos escolhidos para a Esplanada.
A ideiaé simples:a cada vezque umpartidoindicarumministeriável, Dilma ligará paraJanot.Ele consul- tará sua lista e dirá se o aliado está entreossuspeitosde desviardinhei- rodaPetrobras.Assim,apresidente se verálivredo constrangimentode nomearumministroeterquedemi- ti-lologodepois,quandoadenúncia daOperaçãoLavaJatovierapúblico.
“Paraqualquernomeação,nóspe- lo menos consultaremoso procura- dor”,explicou Dilma,no tradicional caféda manhã natalinocom jorna- listas no Paláciodo Planalto.
“Qualquerpessoaqueeuforindi- car,euconsultareioquetemquanto à pessoa. Eu não quero que ele me diga o que. Eu só quero que ele me
digasimou não, maisnada.” SeBrasíliafosseaRomaAntiga,o
procuradorseriaoCésarnoColiseu. Asortedecadaindicadodependerá deseu gestoda tribuna.Polegarpa- racima,ministronomeado.Polegar para baixo, ministro dispensado.
EstáclaroqueoobjetivodeDilma não é prestigiar Janot, e sim usá-lo comoescudo contra a fúriade alia- dos incômodos. Aquele deputado do PMDB não será ministro da Pre- vidência?Culpadoprocurador.Oex- governador bonachão não vai con- trolar o orçamentodo Esporte? Sin- tomuito,foioJanotquenãodeixou.
Conveniências à parte, é curioso queapresidenterecorraaoMinisté- rioPúblicopara escolhero primeiro escalãodesuaequipe.Emtese,oPla- naltojápagaascontasdaAbinpara evitar surpresas desagradáveis, co- moa prisão deauxiliaresrecém-no- meados. A experiência do primei- ro ano do governo, quando Dilma foiobrigadaa demitir seisministros suspeitosde corrupção, sugere que essefiltronão é tãoconfiável assim.
O procurador no Coliseu B E R N A R D O M E L L O F R A N C O
RIODE JANEIRO- Reconheço que acrônicaéímpiaparaessesdiasde confraternização e piedade, mas nem por isso me liberto da neces- sidadede reclamar contraa inexis- tênciadePapaiNoeledeDeus.Não meinteressaa verdadedestaques- tão,nem apelareiparaa Comissão Nacionalda Verdade.“Quidest ve- ritas?” —perguntou Pilatos a Cris- to.Não teveresposta.
De minha parte, faço o que pos- so.ErgominhaárvoredeNatalefico esperandoque alguma coisaacon- teça.Nos últimos anos,via satélite, assistoà“MissadoGalo”rezadape- lo papa no Vaticano. É um espetá- culobonito,quemuitomecomove. A mensagem do Natal fala de pas- tores,de estrelase daimensanoite da Judeia onde apareceu uma mi- lícia de Anjos cantando a “glória a DeusnasalturasepaznaTerraaos homensde boavontade”.
São coisas que não existem no nosso dia a dia de todos os dias. Masnãocustaesperarque alguma
coisa de bom ou de belo aconteça no mundo e em mim mesmo. Para osmeus lados,ano após ano, cada Natal me trouxe uma dose de de- sesperança e vazio.
Bemverdadequenãorezomais, desaprendi todas as orações que me ensinaram.Tampouco escrevo cartasaoPapaiNoel.Aliás,nãosou deescrevercartaalgumaeolhaque já escrevi muita coisa pior e mais abominável.
Um pouco de humildade talvez mesalve.Anoquevemtentarei(se ainda estivervivo), vero queacon- tece. Não é nada, não é nada, tal- vez a culpa seja, como sempre, de minhacarnemá,egoístae pecado- ra.Nãoseiexatamenteoquepedir noanoquevem,masjátenho,des- de já, o início da carta: “Meu que- rido Papai Noel”.
NãoprecisobotarmeuCEP queé longo: 22.471-003. Depois de mais este esforço de minha parte, acho que mereço, pelo menos, a esmo- la de um sinal.
Carta que nunca escrevi C A R L O S H E I T O R C O N Y
 
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014   H  H  H  opinião   A3ab 
Escândalo na Petrobras Estamosperplexoscomo ca-
soPetrobrase aguardamoso an- damentodos processos referen- tes aoscrimes cometidos. Porém mais urgenteseriaumplanopa- ratirara empresade umlabirinto de gravesproblemas,comocom- promissosda dívidaem 2015, baixado preçodo petróleo, que- dade investimentose a nãodi-
 vulgação do balanço trimestral. A presentediretoriatem condi- ções deagirde acordocoma ne- cessidade atual?Estãopreocu- padosapenas coma repercussão política, sem a diligência neces- sáriaparacom a empresa.
 JOSÉOSVALDOGONÇALVESANDRADE (BeloHorizonte,MG)
 va.Nuncaimagineique seríamos acusados de sê-loexcessivamente.
CLAUDIOWEBERABRAMO, diretor-executivo da TransparênciaBrasil(São Paulo,SP)
Posse deDilma Deondevemo dinheiropa-
ELISABETHFIORENCIO(Teresópolis,RJ)
H
URIELVILLAS BOAS(Santos,SP)
em fériassem analisar projetos essenciais”(“Poder”, 22/12).Vi-
 vemmesmo em outroplaneta, como disseuma vezClóvis Ros- si.Em temposde ajustesna eco- nomia, compossíveisaumentos deimpostose deinflação,nos- sosilustres congressistasse dão umaumento —legal,porque fun- dadona Constituição— imoral.E, coma consciênciatranquila,par- temparaum longorecesso.
MARIAHELENA RABELOCAMPOS  (NovaLima, MG)
todo antagonismoimplanta- dopormembros doPT naselei- ções(“Paulistanos sãovistos como maisegoístase orgulhosos”,“Po- der”,22/12).Pôr umaregião contra a outraé temerário,inconvenien- te e irresponsável,gerando efeitos danosose imprevisíveis.O paulis- tanoéorgulhosode suas raízese desuahistóriade lutanodesenvol-
 vimentodoBrasil,massemprefoi acolhedor,recebendobrasileiros detodosos rincõese estrangeiros.
TEREZINHADEJESUSDEFREITASCRUZ, funcionáriapública federal(SãoPaulo, SP)
tagem“Bem-estardos animais entrana mirados gigantesda ali- mentação”(“Mercado”, 21/12). Souobrigadaa parabenizar tam- bémas empresaspor se preocu- paremcomos animais.Indepen- dentementedos “avanços”, grito aomundoqueissotudoé umhor- ror, umholocaustoanimal.
PATRÍCIA DUTRA, jornalista(Belo Horizonte, MG)
Banco BVA A açãodo BVAapresentoupro-
 vasdeque oBC,durantea gestão dobanco,liberoumilhõesde reais adevedoressem justificativa,se- gundoo administradorjudicial,e deixoudegerira carteiradecrédi- to,criandoartificialpassivo ades- cobertode,nomínimo,R$ 3,5bi. Nãodá paracontestarfatoscom frasesde efeito(“ParaBC, açãoé frutode ‘sanhaindenizatória’”, “Mercado”,19/12). O BCdeve pro- moverauditoriae darrespostaefe- tivasobretais práticas, que,além degerar a responsabilidadecivilda instituição,podemvir aconfigu- rara práticadedelito.A leianticor- rupçãoconferegranderelevânciaà “cooperaçãoda pessoajurídicapa- raa apuraçãodasinfrações”.O BC precisafazercumprira legislação.
ANTONIOCARLOSCONVERSANO, diretordoBancoBVA(SãoPaulo, SP)
ESPECIAL   (18.DEZ,PÁG.2)   A distância entreCubaeosEUAédecercade144 km, não de 90 km, como publicado em “‘Isolamento não funcionou por cincodécadas’, diz Obama”.
SERAFINA   (14.DEZ,PÁG. 66)   Diferente- mentedo quefoipublicadona seção Vintage, o ator Chico Díaz escreveu que a política brasileira é um “nin- cho abluto de maragaifos”.
ERRAMOS   [email protected]
Os sindicatos patronais associa- dos à Fiesp (Federação de Indús- triasdo Estadode SãoPaulo)foram convocadosàs pressas paracompa- recer nodia 24de novembroà uma assembleia-geral extraordináriada instituição.O objetivoera discutira alteração de seus estatutos para prorrogar o períodode mandatoda atual diretoria, o qual expiraria le- galmenteem setembro de2015.
Emnenhummomentoaté adata da assembleia foi esclarecida qual seria a obscura motivação para es- sa medida, que fere a tradição his- tóricada casada indústria doEsta- do de São Paulo, a qual prevê a al- ternância de direção a cada perío- do máximo de dois mandatos con- secutivosde quatroanoscada um.
Haveria algumacrisefinanceira, institucional ou jurídica não reve- ladaque,por ventura,motivasse le- gitimamente essa prorrogação de mandatodaatualdiretoriae ocon- sequentecancelamentodaseleições ordináriasprevistaspara ocorreren- treabrile setembrode 2015?
Dianteda crise conjuntural e es- trutural por que passa a indústria brasileira, seriam os atuais inte- grantesdadiretoriadaFiesp osúni- cosempresárioshabilitadose capa- citadosa defenderos interesses do setorindustrialdiantedosgovernos federale estadual?
Ouseria,por acaso, motivadape- lo risco de uma eventual violação dosartigos46e48dosestatutosque impedema Fiesp depromovercan- didaturas a cargos eletivos políti- cos-partidários estranhos aos seus quadros administrativos?
Em defesa da legalidade dos es- tatutos da Fiesp levantaram-se al- gumas poucas vozes de importan- tes sindicatos de abrangência na- cional, que nada ou pouco depen- demdaFiesp noseudiaa dia,mas quese sentemameaçadospela cres- cente perda de credibilidade da classeempresarialdiante da “poli- tização obsessiva e desvairada” da Fiesp nosúltimosquatroanos.
Eles insistem que sejam preser-  vadas as determinações estatutá- rias para a realização das eleições em 2015 para a diretoria e para o conselho fiscal,e se opõem aogol- pe de alteração de estatuto ocorri- do nesta últimaassembleia-geral.
Dos131sindicatos patronaisfilia- dos à Fiesp, apurou-se que 34 não compareceramou seabstiveramde
 votar, 5 decidiram votar contra a prorrogação, e pouco mais de 2/3 deles, ou seja, 92 apoiaram a alte- raçãodo estatuto.
A prorrogação de mandato foi consumadaassimcomo foramelei-
tospor votaçãoindiretaos generais durante o regime militar. Havia um cheirodeAI-5noaremuitosdosvo- tantescochichavamentre si temero- sosda absurdasituaçãoque estavam endossando naquele momento. A consciência,no fundo,registrae dói.
Nomomentoem queo país atra-  vessa um quadro crítico de equilí- brio macroeconômico, com ênfase nacrescentecrisedosetorindustrial, a Fiesp, pela sua tradição de digna eindependenterepresentanteda in- dústriapaulista, nãodeveria aceitar atitudes casuísticase desmotivadas de razão, que venham a ensejar a perdadecredibilidadeedereconhe- cimento juntoà sociedadecivil e às autoridades governamentais.
Política empresarial e política partidárianãose confundeme têm de atuarde formaisolada.Queima- ram-se pontes de relacionamentos dessa instituição com os governos federal, estadual e municipal, as- sim como com o PSB, PSDB, PT e PMDB. Um feito difícil de ser repe- tido ou igualado por outrem, no qualseusprópriosautoresinsistem emnão reconhecero seu“mérito”, num casoclássico de autoengano.
Manifestominhasolitáriaopinião decidadão,empresárioe ex-diretor de RelaçõesInternacionais e Comér- cio Exterior da Fiesp. Esse é o legí- timo sentimento que me move, es- perando que no futuro próximo as lideranças empresariais do país se unam nesta manifestação pela de- fesa da imagem e da legalidade de suas instituições, atualmente tão delapidadas de representatividade. ROBERTOGIANNETTIDA FONSECA, 64,economista, épresidenteda KadunaConsultoria.Foidiretor de RelaçõesInternacionaise ComércioExteriorda Fiesp- FederaçãodasIndústriasdoEstadodeSão Paulo(2004-2013)
Em2003,26emcada1.000crian- ças nascidas no Brasil não chega- ramao quintoaniversário.Dezanos depois,esse númerohaviacaídopa- ra14. Esseprogressoé resultadode uminvestimentoestratégicoe dire- cionado e de umcompromissofor- te por parte do governo brasileiro, dasociedadecivil, dosetor privado e da comunidadeacadêmica.
Compolíticas sociaiscomo inves- timento no planejamento familiar, assistênciamédica, agricultura,nu- trição, educação e geração de em- pregos, o governo brasileiro trans- formousua economia—capitalizan- do o dividendo demográfico— e crioumelhoresperspectivaspara o futurode seuscidadãos.
Agora,ao investiraindamaisno desenvolvimentodas crianças, po- demosajudá-lasa prosperar.
A saúdee odesenvolvimentonos primeiros anosde vidasão cruciais parasedeterminaro futuro.A inte- ração com cuidadores, educação, assistênciamédica,nutriçãoe apro- teção à criança, donascimentoaté os oito anos, estabelecem o alicer- ce deuma vidaprodutiva.
Noano de 2003, a FundaçãoBill & Melinda Gates ajudou a lançar o projetoGrandesDesafios naSaúde Global (Grand Challengesin Global Health)—uma famíliade iniciativas para catalisar atitudes em relação a problemas globais fundamentais
referentesà saúdee aodesenvolvi- mento, por meio do incentivo a avanços em inovações científicas, técnicas, empresariais e sociais.
Na década que se passou desde que o projeto começou, mais de 2.000 concessões foram entregues paraapoiartrabalhosem 80países.
A faseseguintefoi anunciadare- centemente,incluindo novasinicia- tivas voltadas para um melhor su- porte a uma abordagem integrada ao desenvolvimento saudável da criançae aofortalecimentodasmu- lheres e meninas mais vulneráveis para melhorias na saúde e nos re- sultados do desenvolvimento, as- simcomoa igualdadede gênero.
A plataformaToda Criança Pros- perando é composta por diversas iniciativaspara apoiar onascimen- to,crescimentoe desenvolvimento. Issoincluia iniciativaSalvandoCé- rebros, uma parceria catalisada da Grandes Desafios Canadá, e finan- ciadapelo governocanadense,cu- jo objetivoé incentivarideias ousa- dasqueprotejame alimentemode- senvolvimentodo cérebro.
Desde 2011, a iniciativa investiu mais de 30 milhões de dólares ca- nadensesem ciência,inovaçõesso- ciaise empresariaisem prolda saú- de,nutrição,enriquecimentoe pro- teção. Graças a parceiros como as Fundações Maria Cecília Souto Vi- digale Bernardvan Leer, a Salvan- do Cérebros agora lança no Brasil ideiasousadas parafortalecer o po- tencialdas crianças brasileiras.
Além disso, a Grandes Desafios Brasil,uma iniciativado Ministério daSaúde,anuncioutambémumde- safio nacional para continuar mo-
 vimentandoas pesquisasno Brasil, o que vaiajudaro paísa prevenire a lidar com nascimentos prematu- ros, uma das maiores causas de mortalidade infantil no mundo.
Ao expandir o foco para ajudar crianças nãosomente a sobreviver, masa prosperar,o governodoBra- sil,a GrandesDesafiosBrasile par- ceirosestão abrindo o caminhopa- ra um futuro ainda mais brilhante para as crianças e a sociedade na qual elasviverãoe prosperarão.
GARYL. DARMSTADTémembrodadivisãode desenvolvimentoglobal naFundaçãoBill &Melinda Gatese doFórumdeInvestimentoGlobalem CriançasJovens
KARLEESILVERévice-presidentede desafios segmentados noprojeto GrandChallengesCanadae membrodo Fórumde InvestimentoGlobalem CriançasJovens
Oportunidades para as crianças do Brasil
R O B E R T O G I A N N E T T I D A F O N S E C A
G A R Y D A R M S T A D T E K A R L E E S I L V E R
Diante da crise por que passa a indústria, seriam os atuais integrantes da direção da Fiesp os únicos empresários habilitados a defender o setor?
Projeto da Fundação Bill & Melinda Gates lança no país iniciativas ousadas para fortalecer o potencial das crianças brasileiras
        P       a       u
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Instinto parlamentar Adivulgaçãodalistadepolíticoscitadosnadelação
ContençãoOsparlamen- taresresistema criminalizar o “caixa um” —243 deputa- dos e senadores receberam doações oficiais de emprei- teiras investigadas na Ope- raçãoLavaJato,o equivalen- tea 41% donovoCongresso.
Não quer... Ricardo Le- wandowskidemonstroucon- trariedade com a estratégia dosadvogadosdospresosna LavaJato,deesperaroreces- soparaingressar comos pe- didosde habeascorpus.
...calar Conversandocom um colega da corte, o presi- dente do Supremo Tribunal Federal se queixou de que elesdeveriamterapresentado aspetiçõesaojuiznaturaldo caso,orelatorTeoriZavascki.
Déjà-vu 1 Na decisão em quenegouliberdadeaEduar- doLeite,da CamargoCorrêa, o desembargadorJoãoPedro GebranNetocomparouaLa- va Jato ao mensalão. Disse que “ela não pode ser ana- lisada comolhos comuns”.
Déjà-vu2“Naaçãopenal 470,o próprioSupremoreleu suajurisprudência.Omesmo caminho deverá ser seguido nestecaso”, escreveu.
R.S.V.P.  LindberghFarias (PT-RJ) convidou Paulo Ro- berto Costa para ser seu se- cretáriodeEnergia,casoven- cesse as eleições para o go- verno do Rio. O convite foi relatado pelo presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro,em depoimentoaos investigadores da LavaJato.
Bom partido O senador petista confirma o convite e diz que, com “um currículo fortíssimo”, o ex-diretor da Petrobrasera uma“possibili- dadereal”.“Agentenãosabia denada”,dizsobreoenvolvi- mentodeCostanaLavaJato.
Mão aberta No depoi- mento, o presidente da Iesa também contou que foi pro- curadopelotesoureirodoPT, João Vaccari Neto, em 2010. A empreiteira contribuiu oficialmente para a campa- nha da sigla. “Em torno de R$4milhões”,disseCarreira.
ÀmineiraAliadosdeGe- raldoAlckminavaliaramque Aécio Neves foi “hábil” ao dizer que não pensa em ser candidato à Presidência no- vamente e tratar o governa- dor como “nome colocado” para disputar o Palácio do PlanaltopeloPSDB em2018.
OlhapraláComisso,di- zem interlocutores de Alck- min, o mineiro tenta com- partilhar com o governador o foco dos ataques petistas, além de vender uma ima- gem externa de conciliador.
Vem aqui O Palácio dos Bandeirantesiniciounofinal desemanaasconversascom as siglas aliadas que devem integrar o governo Alckmin.
Amigos, amigos Presi- dentedoPSDBmineiro,ode- putado Marcus Pestana lan- çoucampanhapela lideran- ça dabancada.Envioumen- sagemnofimdasemanaaos outros53colegasdeCâmara.
Negócios à parte Ape- sardemencionaraexistência deseis adversáriosao posto, Pestanadizquequemapostar na divisão da bancada “vai sedarmalcomoquemapos- tounasaçõesdaPetrobras”.
Ho,ho,ho Nacorridape- la presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esteve com cin- co Papais Noéis só no últi- mo domingo, em caminha- dacomumdeputadonoRio. “EstounumafaseBomVelhi- nho,bem light”, autoavalia.
VejabemOpresidentedo PSB,CarlosSiqueira,diznão ter discutido questões inter- nas do partido com o PSDB duranteasnegociaçõessobre apresidênciadaCâmara.Diz ainda que não há relatos de assédio do Planalto à sigla.
Ocustoprovocadopordecisõeserradasé  muitomaiorque o dacorrupção.A Petrobras
 precisamelhoraro seu processodecisório. DO PESQUISADORJOSÉ GOLDEMBERG,ministrono governoFernando Collor, sobrea crisevividana estatale denúnciasdecorrupção edesviosderecursos.
O velhinho sempre vem? Seguranças daCâmara conversavamno iníciode de-
zembro naentradado plenáriosobrea expectativade ga- nharbrindesde Nataldosdeputados.
—Anopassadofoimuitobom.Comoerao nome da- quele deputadomesmo?—perguntou umdos guardas.
—ValdemarCosta Neto —respondeuum veterano. —Isso.Chegaramumas30 sacolascom chesterdele. —Elefoi reeleito?—perguntouum terceiro,esperando
quea boavontadedo parlamentarse repetisse. —Quenada!O Valdemarestavapresoaté outrodiape-
lo mensalão...
NATUZA NERY MARIANAHAUBERT DEBRASÍLIA
A presidenteDilma Rous- seffdissenestasegunda(22) que não está “pretendendo alterar a diretoria da Petro- bras”, apesar de considerar um “absurdo” o valor des- viado da estatal pelo esque- ma decorrupçãodescoberto pela Operação Lava Jato.
Emcafédamanhãcomjor- nalistas, Dilma defendeu maisumavezapresidenteda companhia, Graça Foster, e insinuouhaverinteressespor trás das acusações de Veni- na Velosa,ex-gerenteda Pe- trobras que diz ter alertado Graça sobre irregularidades anosantesdasinvestigações.
A presidente afirmou que consultaráo Ministério Públi- co antes de empossar minis- tros para seu próximo man- dato.O objetivoé saberse os nomesindicadosporpartidos estão fora da teia de investi- gações da PolíciaFederal.
Dilma prometeu anunciar os novos integrantes do mi- nistériodia 29 dedezembro.
H
Empreiteiras Dilmaafirmouqueasemprei- teiras acusadas de participa- ção no esquema devem ser punidas, mas não “destruí- das”. “Temos de investigar e punir, isso não significa aca- bar com a empresa. Escutei inclusive quenós íamos cha- mar [estrangeiras]. Por que tem de chamar empresa es- trangeira, empreiteira?”,per- guntou.“Temosdepararcom essahistóriadequebrartudo.”
Graça A presidenteindicouque de- saprova a ideia de um nome do mercado financeiro para comandar a Petrobras. “Não é uma empresa simples, tri- vial”, disse. Para ela, não se pode contratar ninguém que interrompatodoo“choquede governança” que ela diz que Graça promoveu na estatal.
“EuconheçoaGraça.Seida seriedade e da lisura dela. A Graça assumiu a direção da Petrobras e mudou todaa di- retoria. Abriu todas as inves- tigaçõesqueestãoemcurso.”
Pressão Dilma reconheceuque a exe- cutiva,de quem é amiga,en- frenta pressões. “É um nível quepoucaspessoasseguram. Ela segurapelos compromis- sos que tem com a Petrobras
Presidentediz quevai ouvir procuradorantes de nomear ministros, masnão explicacomo a consulta seráfeita
Mudança iriainterromper ‘choque de governança’ na estatal, afirma petista
Dilmadefende Petrobras e diz que atual diretoria fica
ecomopaís.Cria-seumclima sem apontar uma falha dela, um clima muito difícil para ela. Agora, por isso vou tirá- la? Penalizo ela por algo que nãoéresponsabilidadedela?”
Venina A presidente exibiu irritação ao falar de Venina Velosa. “Como vocêtipifica alegação sem prova?”, indagou. “A quem interessa tirar Graça Foster?O queestápor trás?”
Diretoresficam “EuvoualteraroConselho[de Administração] da empresa. Nãoestoupretendendoalterar adiretoria”,disseDilma,sem dardetalhes.Elaadiantouque opresidentedocolegiadonão necessariamenteseráominis- tro da Fazenda, como hoje. Apesar do indicativo de ma- nutenção da atual diretoria, auxiliares da presidente ga- rantemqueatrocadecoman- doésóumaquestãodetempo.
Balanço Dilma cobrou do Ministério Públicoacessoaosdepoimen- tosdosdelatoresdoesquema, associando a divulgação do balanço da estatal à necessi- dade de saber os montantes desviados.Paraogoverno,as contasdaPetrobrassóterãoo aval de uma auditoria inde- pendenteseosvaloresdesvia- dos forem conhecidos. “[O MinistérioPúblico] não pode demorar anos sob pena de comprometer o país”,disse.
MinistérioPúblico Dilma prometeu consultar o Ministério Público antes de definirnomesparaseufuturo ministério.“Consultaremoso procurador[geraldaRepúbli- ca, Rodrigo Janot]. Eu vou perguntaroseguinte:há algu- macoisacontrafulanoqueme impeçade nomeá-lo?Só isso quevouperguntar.Nãoquero saber o que ele não pode me dizer.” A presidente não ex- plicou como fará a consulta, masafirmou quenão“demo- nizará” indicaçõespolíticas.
Rebaixamento Dilma disse temer o rebaixa- mento da nota da Petrobras pelasagênciasinternacionais declassificaçãoderisco,oque poderia agravar suas dificul- dadesfinanceiras.“Trabalha- moscomoseguintefato:uma luta incansável para não re- baixarem a nota”,afirmou.
Ajustefiscal A presidente afirmou que o ajustefiscalpróximoaR$100 bilhões, cogitado por sua equipeeconômica,nãopassa de “chute”, mas prometeu medidas mais “drásticas” para organizar as contas pú- blicas,gestocrucialparareto- maro crescimentodo país.
DEBRASÍLIA
A presidenteDilma Rous- seffconfirmouqueiráatuar para abrir o capital da Cai-
xa, mas indicou que o pro- cessodevedemorar.Elanão deu detalhes de como pre- tendeformalizaraoperação, mas,conforme antecipou a coluna Mercado Aberto, da Folha,integrantesdogover- noacreditam quea medida demoraráatédoisanospor- queseráprecisoorganizaro banco antes do processo.
Petistaconfirma planodeabrir capitalda Caixa
    a       /       F
A presidente Dilma Rousseffdurantecafé damanhãcom jornalistasno Paláciodo Planalto,nestasegunda-feira (22)
Dilma em diferentes momentos doeventocom a imprensa
ESCÂNDALO NA PETROBRAS
“Vouperguntar o seguinte: háalgu- macoisa contra fulanoqueme impe- çadenomeá-lo? Só issoquevoupergun- tar.Nãoquero saber oqueele[Janot]não podeme dizer
GRAÇA CONSULTA
 
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014   H  H  H  poder   A5ab 
PEDRO SOARES SAMANTHA LIMA DORIO
A presidenteda Petrobras, Graça Foster, admitiu, nesta segunda-feira, ter encontra- do pessoalmente “algumas poucas vezes” a funcionária Venina Velosa da Fonseca, que afirma ter feito à execu- tiva e a outros diretores de- núnciasde irregularidadesna companhia desde 2009.
Graçanegouter sidoomis- sa, “definitivamente”, e ne- gou também que Venina te- nhasofridoassédiomoral. Ela dissequeVenina“nãoeraex- plícita” eme-mails nosquais falavaem irregularidadesem licitações e que, nos encon- tros pessoais, a ex-gerente nuncaapresentoudenúncias.
“Veninanunca fez nenhu- ma denúncia usando as pa- lavrasconluio, cartel,corrup- ção, fraude, lavagem de di- nheiro.Veninanuncafez ne- nhuma denúncia na direto- riasobreessa questões.Eram e-mailstruncados,cifradose
muito misturados”, disse a executivaementrevistaàFo- lhae aojornal“O Globo”.
Graçarebateuainformação deque a funcionáriafoi para Cingapura contra sua vonta- de.Segundoela,a remunera- çãode Venina em Cingapura poderia chegara R$167,3 mil, “muitomais”do quea remu- neraçãoda presidente.Procu- rada, Venina não respondeu aospedidos de entrevista.
“Elapediu[parair].Agen- te não costuma falar salário. OsaláriofixodelaeraR$69,1 mil. Quando voltou para lá, manteveesse saláriomais R$ 54,4mil,a títulode adicional mensal. E depois, limite de reembolsodealuguel,R$ 43,8 mil. Se eu somar, vai dar R$ 167,3mil,que é muitomaisdo queeu ganho”, disseFoster.
Somados 13saláriose adi- cionais, mais 12 reembolsos de moradia, Venina teria re- cebidoR$2,1 milhões emum ano.Segundoarquivodaem- presanaCVM, Graçarecebeu R$1,9 milhãoem 2013.
SegundoGraça, asconver- sastrataramdaapreensãode Venina com a transferência, da qual ela não se queixava. “Eu não fui omissa. Definiti-
 vamente eu não fui omissa. Tenhofeitomudançasnabus- ca de melhores controles”.
“Ela [Venina] nunca disse
Oprimeiroencontrofoiem 2009,segundoGraça,parafa- lar da investigação conduzi- daporVenina naáreadeco- municação da diretoria de Abastecimentoquandoforam encontrados R$ 58 milhões em gastos sem justificativa.
Na ocasião, segundo Gra- ça,a funcionáriase mostrava “entristecida”. “Vi a Venina emocionada e muito triste. Havia uma ruptura entre ela e o PauloRoberto [Costa].”
Confirmadas as irregulari- dades,graçasà investigação, decidiu-se pela demissão do funcionário, que ocorreu em 2013.Graçadissequeelasem- pre“foi demuitotrabalho”,e negouser próxima a ela.
Essas características, dis- se, credenciaram-na a dirigir o escritório da Petrobras em Cingapura, cargoque elaplei- teou.Veninavoltouna sema- na passada e perdeu o cargo de chefedo escritórioporque uma investigação da Petro- brasapontou-acomoumados 11 funcionários responsáveis por não conformidades em contrataçõesdasobrasda re- finaria deAbreue Lima.
Segundoa presidente da companhia,Venina nunca fezacusações usandoas palavras ‘conluioou corrupção’
Graça Foster diz que ex-gerente da estatal pediu para ir a Cingapura e que recebia cerca de R$ 167 milmensais
ChefedaPetrobras negatersidoomissa diantededenúncias
ESCÂNDALO NA PETROBRAS
OgrupoJBSnegou“de for- ma veemente” nesta segun- da-feira(22) ligaçãocom em- presas doesquemade dolei- rosinvestigados naOperação Lava Jato daPolíciaFederal.
Segundo o jornal “Valor Econômico”,oJBSdepositou, em2012,R$800milemduas contasbancárias de umami- croempresa,aGilsonMarFer- reiraME, quetemsedenuma casaabandonada em SãoJo- sé dosPinhais (PR).
Essa empresa, segundo a Polícia Federal, recebeu ao menos trêsdepósitospor or- demdo doleiroCarlosChater, que mantinha negócios com AlbertoYoussef,presodesde marçopelaPF. Segundorela- tório dapolícia,as contasda Gilsonreceberamumtotalde R$29 milhõesde diversasem- presase pessoasfísicas.
O JBS disse que as contas emque depositouo dinheiro foram indicadas pela Rodo GS Transportes e os valores correspondiama parcelas da aquisição, pelo JBS, de uma unidadeindustrial em Ponta Porãe centrosde distribuição emSãoJosédosPinhaiseIta- jaí, em 2012, pertencentes à Rodoe a outrasempresas.
A  Folha não localizou os donos da Rodo. No Cade há registro da operação do JBS com a Rodo. Num dia que o principalíndice daBolsabra- sileirasubiu,ospapéisda JBS lideraramapontanegativado Ibovespacomperdade8,67%.
Empresafez depósitos em conta indicada
Grupo JBS negavínculo comdoleiros daLava Jato
OQUEELASDISSERAM O embate da gerente com a presidente da estatal
VENINAVELOSA Oqueeu possofalaré o seguinte:se falarde irregularidadena áreade comunicação é problemana licitação.Se issonão está suficientementeclaro,eu, comogestora,posso falaro seguinte:eu buscaria uma explicação,pr incipalmente porumapessoa queeu tinha muitoacesso
ASDENÚNCIAS DE VENINA ERAMVAGAS?
VENINAVELOSA Eu trabalheijunto com PauloRoberto. Issoeu não possonegar.Na diretoria deAbastecimento, a partir de2005...Se eutivesse participadode algum esquema,eu nãoestaria aqui hoje.Não teria feitoa denúnciaque eufiz
GRAÇAFOSTER Eudisse:“Venina, esse é um assunto do Abastecimento, com PauloRoberto”[Costa]. Passei [osdados sobrea investigação] para o Paulo.Soube desse assunto antespor umaconversa superficialda diretoria.Não existia nada deAbreue Lima. Elanunca usouas palavras conluio,cartel, corrupção, fraude, lavagemde dinheiro
GRAÇAFOSTER Trabalhamosna mesma área.Não éramos próximas. Estivemosjuntas algumas poucasvezesnesse período emque elapassoue-mail.O quea abatiae deixava tristeé quenãoestava tendouma boa relação como Paulo.Elase queixavade faltade apoio
GRAÇAFOSTER Euvia o prestígioqueela tinha como Paulo.Quandoele virou diretor,três diasdepois Venina jáera assistente doPaulo. Ele tinhanelamuitaconfiança. Aí elavirou gerente geral, gerente executiva. Elatinha umaconvivência intensa como Paulo. Intensa.De trabalho
 
ab A6  poder   H  H  H   TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014
 ASCRÍTICASde ministrosdo Supre- moedeadvogadosàdemoradeDil- maRousseffnasubstituiçãodeJoa- quimBarbosaincorremnoquecriti- cam:tambémelasdemorarammui- to. Ninguém com mais autoridade, e portanto com menos difícil audi- ção na Presidência, do que os pró-
 prios ministros para realçar os in- convenientesque a inexistênciado décimo primeiro traz àsjá retarda- dasdecisões dotribunal.
Cobradaparaaindicaçãodono- vo ministro logo em seguida à re- núncia deJoaquim Barbosa, Dilma nemsequer respondeuaos advoga- dos e políticos. Mas a falta de pro- vidência era sensata. Havia pela
 frenteuma eleiçãopresidencial,e a nomeação irremediável para um cargodetalimportânciaconviriafi- carparao eleito.
 A escolhajá deveriaocorrer logo depois do resultado eleitoral. Des- de então passaram-se dois meses.
 E apenasse definiu,graças ao café  presidencial com jornalistas para iniciarestasemana,queJoséEduar- doCardozo continuaráministro da
 Justiça. Por via indireta, assim Dil- maindicouqueainsistentenotada imprensa, dandoCardozo comofa- voritoparaaindicação,eramesmo chute e bolafora. Quanto à função denomear, o quese sabeé queDil- maconsomeosdiassobretudocom discussõessobretal ouqual fulano ocuparátal ou qualministériosem verba,comoserão todos.
 Não é o primeiro caso de injusti-  ficada demora de Dilma Rousseff   paranomeaçãoao Supremo.No an- terior, tardou, tardou, e afinal no-
meou Luiz Fux. Por força do lobby que o próprio, ainda sob a euforia danomeação, descreveucom crue-
 za histórica.
O PROTEGIDO
O deputado que está nos jornais  por insultar a deputada Maria do  Rosário chegou a isso por um per- cursosemcurvasnem desvios.Sua entrada na vida pública deu-se quandofez umplanoparaexplodir 
a adutora de água do Rio, além de outroscrimes,casonão fossemau- mentados os soldos dos tenentes, seu posto no Exército. Deu o plano a “Veja”, para chantagearo gover- no, e atribuiu a divulgação à mu- lher. Mas a autoria não era dela e, assim comoa chantagem,era pas- sível de processocriminal.
 A proteçãode castaassegurou a impunidade do tenente terrorista. Como capitão, deixou a ativa para eleger-se deputado, com os votos dosmilitarese suasfamíliasnoRio, aos quais tem representado com a
 precisãoatestadapor suassucessi- vasreeleições.Sempreobrandouma imbecilidadeagressiva em seguida
auma cretiniceviolenta, e vice-ver- sa. Sempre sujeito a um artigo do CódigoPenaledoRegimentodaCâ- mara.E sempreimpunemente.
O ataque à deputada Maria do  Rosário, e àsmulheresem geral,co- meçounaimpunidadeaoplanoter- rorista. Suadefesaa pretextoda li- berdade de expressão não tem ca- bimento: a liberdade de expressão não inclui o direito de agredir ver- balmente. Ou, do contrário, não existiriamas tãoconhecidasações
 penaispor calúnia,difamação e in-  júria,entre outras.
SOCCER
O Botafogo, você sabe e não de- veesquecer,caiuparaasegundadi- visão.Ou,comodizemos,paraa se-
 gundona. Não todos. O “ministro”   JoaquimLevydiz queo Botafogo“le- vou um downgrade”.
 MisterLevyé botafoguense, além do mais.
Orelegado  J A N I O D E F R E I T A S
As críticas dosministros doSTFà demorade Dilma para substituir Barbosa tambémdemorarammuito
COLUNISTAS DA SEMANA  segunda: Ricardo Melo, terça: Janio de Freitas,  quarta: Elio Gaspari, quinta: Janio de Freitas,  sexta: Reinaldo Azevedo, sábado: Demétrio Magnoli, domingo:  Elio Gaspari e Janio de Freitas
RENATA AGOSTINI DEBRASÍLIA
Segundoapuroua Folha,a decisãodeveserpublicadano “DiárioOficial”daUniãoesta semana.Comisso,aSuperin- tendência-Geral do Cade irá analisar paralelamente dois processossobre o caso.
Oprimeiroserá concentra- do no envolvimento das 18 empresasacusadasde parti- cipar do conluio. No outro, será apurada a atuação dos 109empregadosdestascom- panhias que supostamente participaramdo cartel.
O objetivodo Cade é agili- zar a investigação do papel de cada envolvidono esque- ma. Atendênciaé que odes- membramento torne a apu- raçãodacondutadasempre- sasno cartelmaiscélere.
Enquantotodasas compa- nhiasacusadasjáforaminti- madasasemanifestar,noca- so dos funcionários, esta fa- se aindaestá emcurso,apu- rou a Folha. Muitosdelesvi- vem no exterior, o que torna a notificação mais morosa. Há ainda aquelescujoende-
Processo apuraa existência de cartel em licitações de trens emetrônosEstados deSP,RJ,MG,RSeDF
Cade irá investigar paralelamente as empresas acusadas de conluioe a atuação dosfuncionários
Órgão regulador quer acelerar apuraçãosobrecarteldostrens
reço é desconhecido e até agoranãoforam localizados.
O prazoparaapresentação dedefesa—próximaetapado processo— sócomeçaa con- tarquandotodososacusados forem notificados. Ou seja, enquantooórgãonãoencon- traosfuncionários,oproces- so fica“parado”.
Além disso, nafasede de- poimentos,é permitidoa ca- daacusadoa inclusãode até três testemunhas. No limite, no caso das pessoas físicas, onúmerodepessoasaserem ouvidaspodechegar a 436.
Comojáforamnotificadas, a partir do desmembramen- to,asempresasterão60dias para apresentar sua defesa. Nãoháprazomáximo paraa conclusãoda investigação.
As provas reunidas pelo Cadeindicamqueocartelte- riaatuado em pelomenos 15 licitações promovidas entre osanosde 1998 e 2013.Estão sob suspeita contratos que somamR$ 9,4bilhões.
Entre as empresas acusa- dasdeparticipardoesquema estão a espanhola CAF, a ja- ponesa Mitsui, a canadense Bombardier, a francesa Als- tom,a americanaCaterpillar, a sul-coreana Hyundai-Ro- teme a alemã Siemens.
Entre as pessoas físicas, o maiornúmerode acusadosé da Alstom e da Siemens. A empresaalemãfirmoucomo Cade o chamado “acordo de leniência” no início de 2013 emtrocadereduçãonapuni- ção, que pode chegar ao pa- gamentode até20%do fatu- ramentoda empresa.
O Cade atua apenasna es- feraadministrativa.Há ainda a investigação criminal, que inclui a apuração do paga- mento de propina a funcio- nários públicosnos governos doPSDBem SãoPaulo.
SérgioLima - 27.nov.2014/Folhapress
EstudantededireitodaPUC- RJ, Marco Antônio vai se for- mar no início de 2015, segun- do sua assessoria. Elefoi elei- todeputadocom119milvotos, com uma campanha com for- teapoiodoPMDBdoRio(asi- glafinanciou68,6%dela).Di- ferentemente de Pezão, o fi- lhodoex-governadorapoioua candidatura dosenadorAécio Neves (PSDB) à Presidência.
O futuro secretário foi pre- sidente nacional da Juventu- dedo PMDBe vice-presidente doPMDBdoRio.
RIO
A operaçãoda PF, querevi- rouaprefeituranaquinta(18), foicomemoradacomfogosna cidade.Em setembropoliciais jáhaviamapreendidoumaFer- rari queMota usava parapas- searno Rio.O esquemaenvol- via fraudes em licitação e no- meação defantasmas. O dele- gadoHyltonCoelhodizqueha- via“umaespéciedemensalão” para ao menos 13 vereadores: “Ele [prefeito] é o chefedo es- quema”. Procurado, o prefei- to nãorespondeu às ligações.
ITAGUAÍ
AAlstomconfessounosEs- tados Unidos que subornou funcionários públicos para conquistarnegóciosna Indo- nésia, Arábia Saudita, Egito eBahamasefechouumacor- do com o Departamento de Justiçapelo qualpagaráuma multadeUS$772milhões(R$ 2bilhões)paraencerrarasin- vestigaçõescriminais.
É a maior multa criminal por violação da lei america- na que proíbe companhias comnegóciosnosEUAdepa- garpropinano exterior.
AAlstomconfessouterfal- sificado sua contabilidade, inserindo valorespara pagar
propinascomosefossemdes- tinadosapagarconsultorias.
Segundo o Departamento de Estado, “a Alstom pagou mais deUS$ 75milhões para conquistarprojetos de US$4 bilhões ao redor do mundo, comumlucroparaa compa- nhia de aproximadamente US$300 milhões”.
O presidente da Alstom, Patrick Kron, disse em nota que“haviaumasériedepro- blemasno passadoe nóses- tamos profundamente arre- pendidos disso”. Para ele, o acordo mostra a disposição de conduzir os negócios “de acordocomosmaiselevados padrõeséticos”.
NoBrasil,aAlstomrecusou um acordo em janeiro, pelo
qual pagaria US$ 33 milhões (R$80milhõesàépoca)para pôr fim às investigações que apontam que a empresa pa- gou propina a políticos do PSDBe funcionáriospúblicos para obter um contrato para o fornecimento de subesta- ções de energia em1998.
Umaação dos promotores Silvio Marques e José Carlos Blat pede o bloqueio de R$ 1,13 bilhãoda empresa.
“Vamosusaressaconfissão nosEUAnasnossasações no Brasil.PorqueaAlstompaga nosEUAe nãoquerpagar no Brasil? Pareceque aempresa nãotemmedodaJustiçabra- sileira”, disseMarques.
A Alstomafirmacolaborar comas apurações noBrasil.
Alstomconfessanos EUAouso depropina
 
 
DASAGÊNCIASDENOTÍCIAS
Em sua mensagem de Na- tal, o papa Francisco sur- preendeu a todos nesta se- gunda-feira (22),denuncian- do“as15doençasgraves”que afetam a Cúria Romana.
NoVaticano, diantedecar- deais, bispos e e monsenho- res, Francisco apresentou a lista das doenças que conta- minam os santos palácios.
Entre elas estão rivalida- des, fofocas, “alzheimer es- piritual”,“esquizofrenia exis- tencial”e atéfaltade humor.
O papa descreveu, de mo- do claro e direto, os defeitos e aslimitaçõesda hierarquia da igreja. “Como qualquer corpohumano, a Cúria sofre dedoenças,e éprecisoapren- dera curá-las.”
Pormeio deexpressõesim- pactantes, que provocaram desconcerto entre membros da Cúria e funcionários da SantaSé,o papaanalisouas principaispatologiasefez um chamado à reflexão, ao arre- pendimento e à confissão.
Aprimeiradoençamencio- nada por Jorge Mario Bergo- glio é a de se sentir imortal, autossuficiente e privado de autocrítica.
“UmaCúriaquenãofazau- tocrítica, não se atualiza e nãotentamelhoraré umcor- po doente”,afirmou.
MUROS E COSTUMES
Alémda petrificação men- tal e espiritual e da falta de coordenação —quefaz a igre- jaseruma “orquestra quesó produz ruído”—, Francisco citou o que classificou como “alzheimer espiritual”, que leva o apóstolo a esquecer o seufervorinicial.
Ele incluiu ainda entre os males a “esquizofrenia exis- tencial”, que acomete aque- les que se esquecem de que estão a serviço de “pessoas concretas”e selimitama rea- lizar trâmites burocráticos, “construindomurose costu- mes em torno de si” e fican- do“dependentesde seuspró- prios caprichos e manias”.
“Curar esta doença muito graveé urgente e indispensá-
Tomdafalafoisevero aotratardefofocas, ‘terrorismo’contrao qual todosdevemse proteger,diz pontífice
‘Como qualquer corpo humano, Cúria sofre de doenças’,afirma Francisco na mensagem de Natal
Igreja sofre de ‘esquizofrenia’ e ‘alzheimer espiritual’, diz papa
 vel”,afirmou o papa. O tomde suafalafoiseve-
ro quando citou a “fofoca”, uma “erva daninha”, e con-
 vocou todos a se protegerem desse “terrorismo”, porcon- ta dosestragosque causa.
Outra patologiacitadape- lopapafoi o“rostofúnebre”: eleconsidera queo apóstolo deva ser “uma pessoa amá-
 vel,serena e entusiasmada”. “[Ele]devetransmitiralegria. Quebemfazumaboadosede
humor...”,recomendou. Franciscolembrou queum
dialeuque ossacerdotessão como aviões, “só são notícia quando caem”.
“Equantomal podecausar a todo o corpo da igreja ape-
nas um sacerdote que caia”, disse, referindo-se indireta- mente aos escândalos se- xuais e financeirosda igreja.
Aofinalde suamensagem, Franciscoafirmouque“a cu- raéfrutodatomadadecons-
ciênciada doença”. Opapapediuqueosbispos
ecardeaispermitamqueoEs- pírito Santo inspire as suas ações, em vez de confiarem apenas em suas próprias ca- pacidadesintelectuais.
AndreasSolaro/Pool/Reuters
EnriqueDe LaOsa -20.dez.2014/Reuters
PATRÍCIACAMPOSMELLO ENVIADAESPECIALA HAVANA
Mais um mistério envol-  vendo as ultrassigilosas ne- gociaçõesentre EstadosUni- dos e Cuba foi revelado: um bebê de proveta foi crucial parao restabelecimentodas relações diplomáticas entre os dois países.
Quandoos trêsespiõescu- banoslibertadosforam rece- bidosno aeroportoemHava- na,na quarta(17),uma ima- gemgeroufofocana ilha in- teira.AdrianaPerez,mulher de Gerardo Hernández, 49, líder do grupo, estava visi-
 velmente grávida. ComoGerardoestavapreso
“Ninguém entende como ela ficou grávida. Acho que elapodiafazer visitasíntimas para elelá nosEUA, sópode serisso”,disse àFolhaa ven- dedora TaniaRodriguez.
Foi mais complicado. Adrianaera proibidade visi- tarseu maridona prisão, por- que ela também trabalhava paraa inteligência cubana.
A gravidez foiparteda ne- gociação para soltar Alan Gross,o americano queesta-
 vapreso desde2009em Cuba porlevarmateriais deteleco- municaçõesa dissidentes.
INSEMINAÇÃO
ACNN revelou que, duran- te asnegociações,o esperma de Hernández foi coletado e enviado para Cuba, onde Adrianafez inseminaçãoarti- ficial. Em troca, Havana ga- rantiumelhorescondiçõesna prisão para Alan Gross, cuja saúdeestavadebilitada.A in- formaçãofoiconfirmadanes- ta segunda (22)pelo Departa- mentode EstadodosEUA.
Hernándezfoi condenado
por conspiração para come- terassassinato,quandoaFor- ça Aérea cubana, a partir de informações do espião, der- rubou dois aviões da ONG Brothers to the Rescue que iriamsobrevoarHavanapara jogar panfletos.
Havana argumentou que estavatentandoevitarque os cubano-americanoscometes- sem ataques terroristas.
A troca de prisioneiros — osespiões Gerardo,Ramóne Antonio,peloladocubano,e AlanGrosse RolandoSarraff, pelo americano— foi essen- cial para o restabelecimento dasrelaçõesentreos países.
Nesta segunda (22), Josefi- na Vidal, responsávelpor as- suntosrelacionados aos EUA na ilha, disse que Cuba está abertaa todoo pacotede pro- postasdogovernoamericano para melhorar as relações e fortalecer as empresas priva- dase a sociedade civil.
Gravidez demulher deespiãopreso fez parte doacordo entre Cuba e EUA
c FOCO
Sentir-seautossufi- ciente, nãofazendo
Trabalhardemais sem repouso
comos quechoram'
ao excessode planejamento
Trabalharsem coordenação, como
esqueceram de seu encontro como Senhor
Fazer da aparência e dos títulos o principal
objetivo da vida
‘Esquizofrenia existencial’, que
pelascostas
Terum 'rosto fúnebre’, muitasvezessintoma
Tentar preenchero vazioexistencial do
sermaisfortes doque o todo















MUYHERMANOS
Os prelados conservadores que fazem críticas mais abertas ao papa Francisco
CARDEAL
RAYMONDBURKE
ARCEBISPO
STANISLAWGADECKI
Polonês,criticoua ênfasedo papa à misericórdia,pois isso “dáa impressão deque o ensinamento daigreja nãoera misericordioso”
BISPO
THOMASTOBIN
BISPOROGELIO
ARCEBISPO
CHARLESCHAPUT
 
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014   H  H  H  mundo   A9ab 
 ATENAS PODE ter inventado a de- mocracia, mas, agora, dirigentes
 gregos (e os mercados financeiros internacionais)estãoemplenacam-
 panhaterrorista paraevitar que se  pratique o mais simbólico ato de- mocrático,que é o de votar.
 Por partes: 1 - O Parlamento grego está vo-
tandoparaescolherumnovopresi- dente. São necessários 200 votos, dos300congressistas,paraqueum candidato se eleja.
 2 - O candidato da coalizão go- vernista obteve, na primeira vota- ção,apenas160votos.Nestaterça-
 feira,23, faz-sea segundavotação, comidêntico quórum.
 3 - Sede novonão foremalcança- dosos200votos,aporcentagemmí- nima cai para 180 na terceira e úl- timavotação,a se realizar dia29.
4-Senemassimforeleitoumpre- sidente,é obrigatóriaa convocação
de eleições gerais, estas sim desti- nadas a escolherquem governa, já que o presidente é umafiguraape- nas cerimonial.
 Eleições,parameugosto,sãosem-  pre a solução, não um problema.
 Masparaa Grécia,presano labi- rinto de sua formidável crise, con- vocar eleiçõesgeraisequivalea en- tregar o poder a uma certa Syriza (Coligação de Esquerdas), confor- medemonstramtodasaspesquisas.
 E a Syriza é virulentamente con- tra o programa de austeridade im-
 plantadonos últimosanose tidoco- mo responsável por um retrocesso econômico inéditoem país quenão
enfrentouuma guerra.  A economiaretrocedeu25% nes-
sescincoanosdecrise,odesempre-  go saltou de 8,3% para27% e a dí- vida pública mantém-se em núme- rosassustadores( €  322bilhões,cer- cade 170%do PIB).
 A Syrizaquer renegociara dívida eimplantarumprogramadegastos sociaisde cercade€ 11,6bilhões— condiçõesquesãoumanátemapa-
raoscredoreseparaatroika(Ban- coCentralEuropeu,FundoMonetá- rioInternacional e Comissão Euro-
 Paraevitarque a eleiçãoseja an- tecipada (o normal seria realizá-la em junho de 2016), o governo do conservador AntonisSamaras(No- vaDemocracia)estáfazendoodia- bo. Literalmente.
Segundo denúncia de um depu- tado dogrupo Gregos Independen- tes, um intermediário supostamen- teemnomedogovernoofereceusu- borno para que votasse a favor de Stavros Dimas, o candidato oficia-
listaà Presidência.O governo nega, como é fácil deimaginar.
 MasSamarastambémtentouado- çarabocadoscongressistasaopro- meterque,seelegeremumpresiden- te(mesmoquenãosejaDimas),an- tecipaa eleiçãogeralparao fimde
 2015,em vez de fazê-la no início do ano, como seria de regra caso não seconsiga elegero presidente.
 Espera,com esseintervalo,que se consolideatímidaeincipienterecu-
 Éuma apostanadademocrática, mas que se explica pelos números deoutrapesquisa,doPewResearch Center(EUA):95%dosgregossedi-
 zeminsatisfeitos coma maneira co- moandam ascoisasem seupaís.
Votar na coligação que promete mudá-las radicalmenteseria muito natural—e democrático. [email protected]
Grécia ‘desinventa’ a democracia C L Ó V I S R O S S I
Riscodequea esquerda ganhe umaeventual eleição geral leva amanobrasnada limpasou democráticas
COLUNISTASDA SEMANA segunda: RubensRicupero, terça: ClóvisRossi, quarta: MatiasSpektor, quinta: ClóvisRossi, sexta: Marcos Troyjo, sábado: Alexandre VidalPorto, domingo: ClóvisRossi
DIOGO BERCITO
ENVIADOESPECIALA TERRASSA (ESPANHA)
Quandoa reportagemper- gunta para fiéis na porta da mesquita Badr, em Terrassa (Espanha),sobreum brasilei- ro que costumava rezar ali, alguémlhe interrompe e diz: “MasHakimestá preso!”
Hakim, 18, é o brasileiro detido na Bulgária na sema-
napassadaa caminhoda Sí- ria,ondese juntariaaos com- batentesda milíciaradicalEI (EstadoIslâmico).
Alegandosigilo, autorida- des búlgaras informaram só suas iniciais, K.L.R.G. A  Fo- lha  apurou que o primeiro nomeé Kaíque, e umdos so- brenomes, Ribeiro. Procura- dos, os órgãos responsáveis em Madri afirmaram não ter autorização para divulgar o nomecompletodo brasileiro.
Suairmã, encontradapela reportagem em Terrassa e que não quis se identificar, confirmoua informação,mas preferiunão falarsobreo as- sunto até que ele seja extra- ditado a Madri. “Só tenho a
dizerqueeleéumbommeni- no, estudioso, e nunca teve problemaaquiou noBrasil.”
Ojovem,naturaldeFormo- sa (GO), atende pelo nome árabe Hakim desde sua con-
 versão ao islã, quando ele já  viviana Espanha.
DESCONFIANÇA
Nofimda oraçãodestase- gunda (22), membros da co- munidademuçulmana local encaminhavama reportagem ora ao escritório da mesqui- ta, ora a fiéis que pudessem conhecerHakim.
Masumhomemjovemves- tidocom roupastradicionais, coma cabeçacobertaporum lenço, dava em árabeinstru-
çõespara queeles nãofalas- semsobreo caso.
“Hakimvinhasemprecom os amigos. Eram um grupo pequenoe nãoconversavam sobreessascoisascomosou- tros”,disseum fiel,sem reve- lar o nome. Outros diziam nunca tê-lo visto no recinto.
Há nítido temor de que a história do extremista brasi- leiro leve a uma associação damesquita aoEI.
A menção ao brasileiro le-  vava,na maioriados casos,à frase “o brasileiro alto!”.Pa- recia haver consenso de que tivessecabeloclaroe nãofa- lasse árabefluente.
Informaçõesoficiaisapon- tamque Hakim estejadetido
KaíqueRibeiro,18, foi detido na Bulgária, no meioda travessiaaté o território sírio; eledeve serextraditadoa Madri
Fiéisde templona Espanha frequentado porjovem que tentava lutarcom facção na Síria evitam dardetalhes sobre ele
Brasileiro radicaleradiscretoemmesquita
A polícia da Catalunha já entrou no apartamento do amigomarroquinodeHakim,
também detido na Bulgária. Apesar de as informações
preliminares terem registra- doqueHakimvivianapeque- nacidadepróximadeMonis- troldeMontserrat,a reporta- gem apurou com a família queele morava em Terrassa.
OUTROCASO
O caso lembra o de Brian de Mulder,filhode umabra- sileiraquese converteuao is- lãna Bélgica,aderiu aoEsta- do Islâmico e passou a ser chamadodeAbuQassemBra- zilientreos militantes.
Semparadeiro conhecido, Briané julgadoporum tribu- nalbelgaportervínculocom rede terrorista.
ESPANHA
PORTUGAL
FRANÇAOceanoAtlântico
Madri
Terrassa
 
ab A10  mundo   H  H  H   TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014
CompanhiaPaulistade Securitização- CPSEC CNPJnº 11.274.829/0001-07- NIREnº 35300373367
AtadaAssembleiaGeralExtraordináriada CompanhiaPaulistadeSecuritização-CPSECrealizadaem18 dedezembrode2014 1. Data, Hora e Local da Assembleia:  Assembleia realizada no dia dezoito do mês de dezembro de 2014, às 17 horas, na sala de reuniões da Companhia Paulista de Securitização - CPSEC, situada à Avenida Rangel Pestana nº 300, 3º andar, nesta Capital. 2.Convocação: Dispensada a publicação de Editais de Convocação, conforme o disposto no Artigo 124, §4º da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.  3. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia.  4. Mesa: Os trabalhosforampresididospeloSenhorAndreaSandroCalabiesecretariadospeloSenhorJorgeLuizAviladaSilva.5.OrdemdoDia:Conformeaprovado(i)naSeptuagésima NonaReuniãodaDiretoriadaCompanhia,realizadaem17de dezembrode2014,(ii)naQuinquagésimaOitavaReuniãoOrdináriadoConselhoFiscaldaCompanhia,realizada em17de dezembrode2014,e (iii)naVigésimaReuniãoExtraordináriadoConselhode AdministraçãodaCompanhia,realizadaem17de dezembrode2014,(emconjunto,as “AprovaçõesSocietárias”),osacionistasdaCompanhiadereuniramparadeliberarsobreasseguintesmatérias:(a)aprovaraaquisição,pelaCompanhia,de parcelado direito autônomo de recebimento de créditos tributários relativos ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercador ias e sobre Prestações de Serviços de Transporte InterestadualeIntermunicipaldeComunicação-ICMS,nostermosdoartigo155,incisoII,daConstituiçãoFederal,vencidosenãopagosnasuarespectivadatadevencimento, osquaisforamobjetodeparcelamentoscelebradosnoâmbitodoProgramaEspecialdeParcelamento-PEP(“PEP”),aserrealizadamediantecessãoonerosadofluxofinanceiro dereferidos direitoscreditórios peloEstado deSão PauloàCompanhia (“DireitosCreditórios doPEP”);(b) aprovara celebraçãodo 3º(terceiro) aditamentoà “EscrituraParticular da1ª(Primeira)EmissãodeDebênturesSimples,NãoConversíveisemAções,emSérieÚnica,daEspéciecomGarantiaReal,paraDistribuiçãoPública,comEsforçosRestritos de Colocação da Companhia Paulista de Securitização” (“Debêntures da 1ª Emissão” e “Escritura da 1ª Emissão”), conforme deliberado na assembleia geral de titulares de Debênturesda1ªEmissão,realizadaem6 denovembrode2014(“AGDda1ªEmissão”);(c)aprovara celebraçãodo2º(segundo)aditamentoao“InstrumentoParticularda1ª (Primeira) Emissão Privada de Debêntures Subordinadas, Não Conversíveis em Ações da Companhia Paulista de Securitização”(“Debêntures Subordinadas”e “Escritura da EmissãoSubordinada”);(d)ratificaraaprovaçãopeloConselhodeAdministraçãodaCompanhiasobrea realizaçãoda2ª(segunda)emissão,pelaCompanhia,dedebêntures simples, não conversíveis em ações da Companhia, da espécie quirografária, com garantia adicional real, em 2 (duas) séries, para distribuição pública com esforços restritos, nos termos da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 476, de 16 de janeiro de 2009, conforme alterada (“Instrução CVM 476”), em regime de melhores esforços,novalortotaldeatéR$6.800.000.000,00(seisbilhõeseoitocentosmilhõesdereais)(“Debênturesda2ªEmissão”),nostermosda“EscrituraParticularda2ª(Segunda) Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, com Garantia Real Adicional, em 2 (Duas) Séries, para Distribuição Pública com EsforçosRestritos,da CompanhiaPaulistade Securitização”(“Escriturada 2ªEmissão”);(e) aprovaraoutorga degarantia, emfavordas Debênturesda1ª Emissão,representada porcessãofiduciáriadosaldopositivodacontaemquea CompanhiareceberáofluxoderecursosdosDireitosCreditóriosdoPEP,paraassegurarocumprimentodasobrigações daCompanhiaaseremassumidasnaEscriturada1ªEmissão(“ContadeRecebimentoPEP”e“CessãoFiduciáriadaContadeRecebimentoPEP”,respectivamente),conforme aprovado nas Aprovações Societárias e na AGD da 1ª Emissão;(f) ratificar, por ocasião da emissão das Debêntures da 2ª Emissão, a outorga de garantia real em favor das Debêntures da 2ª Emissão representada pela cessão fiduciária dos direitos de crédito de titularidade da Companhia referentes aos recursos mantidos e/ou depositados e/ou aplicaçõesmantidas,creditadose/oureferentesemcontascorrentesdaCompanhiavinculadasdiretamenteà emissãodasDebênturesda2ªEmissão(“CessãoFiduciáriade ContasVinculadas da 2ª Emissão”);(g) autorização para que os membros do Conselho de Administração deliberem sobre as matérias constantes dos itensVI aVIII do artigo 59daLei nº6.404,de15 dedezembrode1976,emrelaçãoàsDebênturesda2ªEmissão,conformeautorizao§4ºdo referidodispositivoeprevistonoincisoIIdo artigo12do Estatuto Social da Companhia. 6. Deliberações: Colocadas em discussão as matérias apresentadas, por unanimidade de votos e sem ressalvas, observadas as principais condições substancialmente estabelecidas no Documento I da presente ata, e com base no Parecer do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC n° 146/2014, foramaprovadas:(a)aquisição,pelaCompanhia,deparceladofluxofinanceirocorrespondentea71%(setentaeumpor cento)dovalordosaldodevedordecadaparcelamento vigente relativamente aos Direitos Creditórios do PEP, mediante a celebração do instrumento a ser firmado entre a Companhia e o Estado de São Paulo, nos termos da Lei Estadual nº 13.723, de 29 de setembro de 2009, conforme alterada, para a cessão onerosa dos Direitos Creditórios do PEP pelo Estado de São Paulo à Companhia, cujos termos e condições foram submetidos e aprovados pela Consultoria Jurídica da Secretaria da Fazenda por meio do Parecer nº 1542/2014, ratificados pela Procuradoria Geral do Estado - PGE; (b) celebração do 3 o (terceiro) aditamento à Escritura da 1ª Emissão; (c) celebração do 2 o (segundo) aditamento à Escritura da Emissão Subordinada; (d) consignação de ciência e ratificação da aprovação pelo Conselho de Administração da Companhia sobre a realização da emissão, pela Companhia, das Debêntures da 2ª Emissão;(e)constituição,pelaCompanhia,degarantiarealemfavordasDebênturesda 1ªEmissão,representadapelaCessãoFiduciáriadaContade RecebimentoPEP; (f) consignaçãodeciênciaeratificaçãodaconstituição,pelaCompanhia,degarantiarealemfavordasDebênturesda2ª Emissão,representadapelaCessãoFiduciáriadeContas Vinculadasda2ªEmissão;e(g)autorizaçãoparaqueosmembrosdoConselhodeAdministraçãodeliberemsobreasmatériasconstantesdositensVIa VIIIdoartigo59da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, em relação às Debêntures da 2ª Emissão, conforme autoriza o §4º do referido dispositivo e previsto no inciso II do artigo 12 do Estatuto Social da Companhia. 7.Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foram encerrados os trabalhos, lavrando-se a presente ata, a qual, depois de lida e aprovada, vai por todos assinada.São Paulo, 18 de dezembro de 2014. Certifico que confere com a original lavrada em livro próprio. Mesa:Andrea Sandro Calabi - Presidente;Jorge LuizAvilaDaSilva-Secretário.Acionistas:Estadode SãoPaulo;Companhia Paulistade Parcerias- CPP;AndreaSandro Calabi;PhilippeVedolimDuchateau; JorgeLuiz Avila da Silva.JUCESP nº 508.331/14-6 em 19/12/2014.F lávia Regina Britto - Secretária Geral em Exercício. Documento I - I.Principais características a serem alteradas por meiodo3º(terceiro)aditamentoà Escriturada1ªEmissão:(i)GarantiasReais:constituiçãodegarantiaadi