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Boletim nº 5 - Dezembro 2014

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Boletim da plataforma de iniciativas de transição nacional

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Boletim nº 5 - Dezembro 2014

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Conteúdo IX Encontro Nacional em Coimbra- Pág. 3

Curso de iniciação às Cidades em Transição - Pág. 6

Transição a Prosperar - Pág. 8

Transição na Convergência de Permacultura em Portugal - Pág. 10

Encontro Nacional na Convergência de Permacultura - Pág. 12

O sal das nossas vidas Aveiro em Transição - Pág. 14

Vozes de Transição de Nils Aguilar - Pág. 16

Um Ano em Transição e REconomia - Pág. 17

ECOLISE rede europeia - Pág. 18

Horta FC-UL (Dragon Dreaming; Apoio da U. de Lisboa ; Nurturing plants in the Permaculture way)- Pág. 20

COMPOLIS (Um olhar sobre a participação política e a comunicação em questões ambientais) - Pág. 26

Convergências… Conectando o Movimento Integral e a Transição em Portugal - Pág. 27

Jornal MAPA - Pág. 28

Nota final - Pág. 29

Com o solstício de Inverno chega a 5ª Edição do boletim “Folha de Couve”, o boletim da Plataforma das Iniciativas de Transi-ção em Portugal!

Outubro, Novembro e Dezembro, um trimestre de inúmeras actividades e projectos “em transição”, com os olhos postos já em 2015! Em menos de 3 meses aconteceu o IX encontro de Iniciativas de Transição (Coimbra), dois cursos de “Iniciação às Cidades em Transição” (Setúbal e Covilhã), o primeiro curso “Transição a prosperar” (Setúbal), várias iniciativas de transição participaram na primeira Convergência de Permacultura em Portugal (Fundão), o filme “Vozes de Transição estreou-se em Portugal com a presença do realizador Nils Aguilar (Lisboa e Fundão), lançou-se o programa "1 ano em Transição" e o pro-jecto "REconomia" em Portugal com um primeiro evento público já agendado para 28 de Fevereiro 2015!

Actualmente e no âmbito destes dois projectos procuram-se histórias inspiradoras de como podemos ter uma influência significativa na nossa economia local e/ou jovens até 35 anos com ideias de projectos que criem a sua subsistência econó-mica contribuindo para a sua comunidade.

Para além disso, chegaram-nos notícias do projecto ECOLISE - A nova rede Europeia de iniciativas comunitárias que foi lan-çado em Fevereiro de 2014, novidades dos projectos que estão a acontecer na iniciativa de transição Horta FCUL, do projec-to COMPOLIS – Um olhar sobre a participação política e a comunicação em questões ambientais com a presença do grupo eco-comunidades da planície, notícias de Gaia in Harmonia com um evento "Convergências... Conectando o Movimento Integral e a Transição em Portugal" agendado para dia 16 de Janeiro, etc., etc.

De salientar ainda LAN Party (só festa! uhh) do grupo do site da Plataforma das Iniciativas de Transição em Portugal que a todo o vapor tem contactado pessoas e iniciativas para partilharem as suas experiências, tornarem o site da Transição em Portugal mais interactivo... e os resultados estão á vista! Espreitem o site da transição (http://transicaoportugal.net/)! E já temos um blog da Transição Portugal (http://transicaoportugal.net/folha_de_couve/blog-da-transicao-portugal/) no qual vamos publicando as notícias que vão chegando das diferentes iniciativas de transição. Enviem-nos as vossas histórias ([email protected]), descrição de actividades, aprendizagens, partilhem os bons e menos bons momen-tos, para em conjunto podermos aprender e contribuir para o movimento de transição em Portugal.

Por agora terminamos com esta rica folha de couvinha, com a certeza que será um belo petisco para esta época natalícia assim juntinho à "lareira". Boas leituras!

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IX Encontro Nacional em Coimbra

Por Anneleike van der Sluijs

Iniciativa Coimbraem Transição

Aconteceu há tanto tempo, o IX Encontro em Coimbra, que muitas novidades já se tornaram “história”. Por isso, optei por destacar uns ele-mentos de que sinto que são significativos para o nosso desenvolvimento enquanto rede nacional. O relatório completo encontra-se no site da Tran-sição Portugal. Obrigada às nossas “guardiãs de história” Andreia Ruela, Ana Jervis e Paula Soares de Aveiro em Transição e Sara Rocha de Coimbra em Transição. Primeiro “Encontro de Trabalho” Todos os encontros até ao IX encontro tinham sempre duas funções igualmente importantes: partilha/convívio entre iniciativas, para nos conhe-cermos, e trabalhar nos assuntos de interesse nacional. Com a Convergência de Permacultura no Fundão a decorrer 3 semanas depois, uma oportu-nidade muito boa para a partilha e convívio, este encontro foi planeado como um pequeno encon-

tro de trabalho. Os assuntos principais foram: preparação da presença da Transição Portugal na Convergência de Permacultura, o funciona-mento dos grupos de trabalho e um relatório do Encontro Internacional das plataformas de iniciativas de transição (hubs) em Copenhaga, resultando na introdução do programa Um Ano em Transição/REconomia. Participação por skype Foi o primeiro Encontro Nacional com participação por skype. Mostrou-se bastante produtivo. Tivemos ligação directa com André Vizinho, a Margarida Sousa e Luís Bello Morães. Juntos representaram os dois grupos de trabalho actualmente em função (site/comunicação e formadores). A Margarida funcionou ainda como elo de ligação com a organização da Conver-gência. Sabor regional A participação presencial tinha mais do que nunca um carácter regional (Aveiro e Coimbra), que soube tão bem que convi-damos todas as regiões de vez em quando encontrarem-se presencialmente. Para os participantes que normalmente não

participam nos encontros nacionais, foi revelador os temas e o sig-nificado para o trabalho local. Por outro lado, encontrámos mais possibilidades de colaborar e apoiar uns aos outros, aproveitando da proximidade geográfica.

O que é a Transição? Como tivemos presente alguns membros novos das iniciativas de Aveiro e de Coimbra, tornou-se pertinente dedicar tempo a esta pergunta antes de entrar nos assuntos da agenda do encontro. Falando muito através de experiência concreta de cada um dos pre-sentes, todos ficaram com percepção mais rica e completa de como é que se pode viver a Transição. Esta questão suscitou também uma reflexão sobre a forma como estamos a comunicar e a integrar novos membros nas iniciativas de Transição.

Estruturar os assuntos de interesse para o Espaço Aberto

Almoço partilhado: delícia.......

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IX Encontro Nacional em Coimbra

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Grupos de Trabalho Neste momento, temos dois grupos de trabalho em funcionamento. Observação geral é que o trabalho se desenvolve mais lento do que desejado para dar resposta às necessidades sentidas pelas iniciativas envolvidas. Somos também cada vez mais procurados por entidades públicas interessadas na filosofia de Transição, como a Câmara Municipal de Fundão, enti-dade organizadora da Convergência de Permacultura, e a Fundação António Cupertino de Miranda do Porto (ver anúncio Seminário “Porto, Cidade em Transição” nesta Folha de Couve). Falou-se em possíveis melhoramentos. Envolvimento mais activo de cada iniciativa Uma atitude mais autónoma e proactiva da parte das iniciativas ligadas à rede de transição nacional fazia toda a diferença. Para dar um exemplo: neste momento, o Fernando e a Margarida (Folha de Couve) utilizam a maior parte do seu tempo ao “caçar” histórias. Resulta em demasiado tempo por trás do portátil e a impossibilidade de dedicar-se a uma estratégia de comunicação. Uma pequena história de cada iniciativa de 6 em 6 meses significava 20 notícias em cada edição da Folha de Couve e uma forma para dar conhecer a rede através do blog da Transição Portugal.

Ao fim da tarde fizemos uma visita à Rua Direita, onde a Coimbra em Transição tem papel na dinamização deste espaço público à espera de um novo destino. O ar fresco e a energia do espaço com a sua pequena horta, mosaico belo, outras

expressões de arte e mesa enorme fez nos bem.

Desenvolver um bom processo de tomada de decisão. O grupo activo no processo de tomada de decisão da plataforma das iniciativas de transi-ção nacional actualmente gostaria muito de sentir consentimento das iniciativas e reacções adequadas para nutrir o desenvolvimento da rede. Com um bom processo de decisão, cada grupo podia elaborar propostas sobre o seu funcionamento, propósito e projectos concre-tos, para ganhar autonomia no exercício das suas funções. Para além do método (já falá-mos na exploração da Sociocracia em Portale-gre), a actualização dos contactos de cada ini-ciativa e a forma em que cada iniciativa conse-gue dar resposta atempadamente às questões nacionais merece atenção. Remunerar trabalho chave que precisa aten-ção contínua? Por último, falou-se da importância de segurar

funções essenciais de continuidade e desenvolvimento de cada grupo. Existe necessidade de tornar certas actividades voluntárias em tarefas remuneradas. É de ver como, sugeriu-se explorar pos-sibilidades com moeda alternativa/ banco de tempo para além de remuneração financeira. Grupo do site/comunicação Com o site nacional em funcionamento desde Junho 2014 e a Folha de Couve a sair trimestral desde Julho 2013, este grupo está a fazer um bom trabalho ao mostrar que somos uma rede. Celebração! Para além das contribuições de notícias de cada iniciativa (Folha de Couve, blogue) era bom cada iniciativa cuidar da sua pre-sença online no site. O processo de contactar as iniciativas com que ainda não temos contacto regular está em andamento. Grupo de formação O grupo de formação está a reorganizar-se para dar resposta à necessidade das iniciativas para cursos mais avançados (Transição a Prosperar, Transição Interior), com desejo de alargar o número de facilitadores. Novo grupo de trabalho: 1AT/REconomia Surgiu um novo grupo de trabalho por causa do financiamento inicial que a Transição Portugal recebeu da Transition Net-work para implementar o programa Um Ano em Transição (1AT) no contexto maior do programa REconomia (ver documento de base aqui). Este grupo está aberto para novos membros e “observadores”, pessoas que queiram estar á par do seu desen-volvimento sem um ser membro activo.

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IX Encontro Nacional em Coimbra

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E ainda uma sugestão: Dia/Semana de Transição? Uma boa forma de dar visibilidade à nossa rede era escolher um momento no ano em que cada iniciativa abrisse as suas portas e organizasse actividades locais. Paula Soares e Ana Jervis (Aveiro em Transição) estão com vontade de levar esta iniciativa para frente se houver interesse das iniciativas e suficiente pessoas para a sua organização. Participação na Convergência de Permacultura no Fundão Durante este encontro preparou-se grande parte da presença da Transição Portugal na Convergência. Foi muito bom ter este momento colectivo. Surgiu uma vontade grande de conhecer as iniciativas de Transição que ainda não conhecemos para dar uma visão global da rede em Portugal e ajudar pessoas interessadas a encontrar a iniciativa mais perto de si. Com tanta coisa a marinar sobre o nosso funcionamento, cada momento de reunião é de celebrar. Na notícia “Transição Portu-gal na Convergência em Fundão” podem ler como correu. Seguimento? Resumindo, existem as seguintes possibilidades concretas para reforçar a Transição Portugal: Iniciativas Indicar quais as pessoas de contacto da vossa iniciativa ([email protected]) Actualizar informação no site (podem contactar a Sara ou o Manuel para ajuda). Se a tua iniciativa é nova, podes ler

aqui como registá-la. De 6 em 6 meses, escrever uma pequena notícia sobre uma actividade, como é que estão a viver a Transição, a for-

ma em que colaboram com outras entidades locais ou outro assunto de interesse nacional para a Folha de Couve e o blog da Transição Portugal ([email protected])

Organizar o próximo encontro nacional?? ([email protected]). Pessoas com boa visão global da Transição em Portugal Ajudar em contactar as iniciativas de Transição com que ainda não temos contacto regular para conhecê-las, dar os bem-vindos se são novas, ajudá-las para elaborar a sua presença no site e ficar com pessoas de contacto ([email protected]) Pessoas que queiram participar num dos grupos de trabalho: mandar e-mail para [email protected] (grupo de formação) [email protected] (grupo do site e da comunicação) [email protected] (grupo 1AT/REconomia) Pessoas com capacidades gráficas e comunicativas Ajudar a dar visibilidade ao movimento de Transição em Portugal através de material gráfico e textos apelativos e informa-tivos ([email protected] - grupo do site e da comunicação) Grupos de trabalho Elaborar proposta para melhorar a sua autonomia e segurar a continuidade do seu trabalho, a apresentar no próximo encontro nacional. Assuntos para debate, desenvolvimento e experimentação colaborativos: Processo de tomada de decisão. Remuneração de trabalho de algumas funções nos grupos de trabalho. Como comunicar a Transição na integração de novos membros nas iniciativas de Transição? Organizar um “dia/semana” de Transição? Se gostarias envolver-te, podes enviar email para [email protected]

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Curso de Iniciação ás Cidades em Transição

Edição Covilhã — Por Carla Gasparini

Iniciativa Covilhã em Transição

No último trimestre de 2014 aconteceram dois cur-sos de "Iniciação às Cidades em Transição", um na Biovilla (Setúbal) e outro na Covilhã. Muitas pessoas inspiradas e com vontade de agir! Fica aqui o relato do curso que aconteceu na Covilhã (Edição Covilhã). Nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, sob organização da Iniciativa Covilhã em Transição e facilitação de André Vizinho e Gil Penha-Lopes, pessoas de diferentes localidades juntaram-se para assistir a uma mágica... Todos curiosos e cheios de expectativas, reuniram-se na LAPA, a Liga do Amigos de Penedos Altos, a esperar pelo incrível acontecimento... No início do dia, com o sol do final de outono a aquecer e animar nossos espíritos, a proposta foi a dinâmica de mapear a diversidade do grupo ali presente. Viramos cidades, ao nos posicionarmos em um mapa imaginário. Viramos escalas diversas vezes, ao medirmos níveis de

conhecimento e desenvolvimento pessoal. Em círculo, como em antigas tradições indígenas, apresentamo-nos uns aos outros: Gil, André, Tereza, Manuel, Diogo, Luís, Pedro, Marta, Joao, Patrícia, Susana, Isabel, Chico, Joana, Antónia, Cristina, Ricardo, Margarida, Ana e Carla. Nessa diversidade de trejeitos, seguimos para aprender mais... Como o passado é a chave do presente, conhecemos e aprofundamos o conceito de Transição e como foi o início do movimento da Rede Internacional das Cidades em Transição. O conceito de Transição foi criado na Irlanda por Louise Rooney e Catherine Dunne e popularizado nos anos de 2005 e 2006 pelo ambientalista e professor Rob Hopkins, juntamente com Naresh Giangrande, com a criação da Cidade de Transição em Totnes (Inglaterra). O objectivo deste movimento (Transition Network) é transformar as comunidades em modelos sustentáveis, menos dependentes de recursos externos, como o petróleo, e mais ligadas à natureza e mais resilientes a crises externas, tanto económicas como ambientais.Aprofundamos cada um dos Sete Princípios, em trocas de falas e muitas reflexões. A lembrar quais são eles: 1.Visão Positiva 2. Promover e confiar nas pessoas 3. Inclusão e abertura 4. Partilha e Criar Redes 5. Transição Interna e Externa 6. Construir Resiliência 7. Auto-organização e decisão ao nível adequado.

Por falar em princípios, vale também relembrar aqueles da permacultura, outro movimento muito alinhado com as propostas de Transição. São os seguintes: 1. Cuidar das pessoas 2. Cuidar do Planeta 3. Partilhar os excedentes. No círculo dos sonhos, visualizamos o futuro. No círculo da raiva visualizamos aquilo que nos incomoda e que por sua vez, nos impulsiona a agir. No círculo do jogo das cartas, debatemos conceitos sobre alterações climáticas, pico do petróleo e pegada do carbono e pegada ecológica.

O curso contou com a presença de dezenove

pessoas ao longo de dois dias incríveis.

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Curso de Iniciação ás Cidades em Transição

Muitos outros temas foram tocados, como a Comunicação Não-Violenta, facilitada pelo Manuel Lourenço; o Dragon Dreaming (uma forma de tornar sonhos em realidade: Visão, Missão e Valores), os “Sete Mas...”, o processo de mudança, a dinâmica “Café do Mundo” e a situação atual da Rede de Transição Portugal enquanto “Revolução Silenciosa”, a contar com 25 iniciativas e aproximadamente 600 pessoas envolvidas.

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O Processo de Mudança passa por diferentes etapas.

Nem tudo foi apenas círculos, pois tivemos aula sobre a “Teoria U”, a qual é uma “forma de desenhar e conduzir profundos processos de aprendizado coletivo”. O processo em U é dividido em três fases, as duas primeiras são sentir e presenciar, e a última engloba a criação de protótipos e atuação em uma única etapa chamada de realizar. Estas etapas tem as seguintes características: 1 - “Sentir: questionar profundamente seus modelos mentais, vendo a realidade que está além do próprio filtro;” 2 - “Presenciar: mover-se dali para um processo profundo de se conectar com uma visão e um propósito, individual e coletivamente;” 3 - “Realizar: e então elaborar rapidamente um protótipo para traduzir essas visões em modelos de trabalho concretos, dos quais se possa receber

Atividade proposta “Café do Mundo”.

Conhecemos diversos projetos e experiências de iniciativas locais que acontecem no mundo e ferramentas para criar ou aderir a redes que já existem. São projetos que surgiram a partir de uma visão positiva da sustentabilidade, felicidade e abundância e que ganharam campo no mundo prático, a partir de um planeamento integrado, trabalho em grupo e desenvolvimento pessoal.Foram dois dias intensos, de muita inspiração, onde descobrimos que a tão esperada mágica não tem uma receita certa: acontece quando nos dispomos a sair de dentro de nós mesmos e mergulhar no olhar da ancestralidade, a clamar por um futuro com mais harmonia para todas as pessoas e seres do

Com profunda

gratidão!!!!

Aho!

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Transição a Prosperar

Por Fernando Oliveira

ITLaV - Iniciativa de Transição em Linda-a-Velha

Nos dias 8 e 9 de Novembro, aconteceu na Biovilla, em Palmela, o “Thrive – Transição a Prosperar”. Foi uma formação muito motivadora e que reuniu gente de várias iniciativas. Algumas de Transição, outras ligadas á Per-macultura, grupos de consumo, ONG’s, o que tornou a experiência muito rica, com partilhas e motivações muito deversifi-cadas. Como formadores estiveram a May East e do Gil Penha Lopes, que nos orientaram de uma forma fluida e com objetivos claros. Esta formação dotou os participantes de novas ferramentas de análise do estado das iniciativas/projetos e planeamento de ações que as façam prosperar, sempre contextualizando e enquadrando os diversos projetos para que todos podessem sair com possibilidade de aplicar estes novos métodos. A recepção da Biovilla foi excelente, criando um ambiente apropriado para a formação e sempre presentes no apoio que lhes foi solicitado. Bem hajam!

Resumo do Thrive por Filipa Santos (O Fojo Permacultura)

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Transição a Prosperar (Biovilla - Setubal)

Agora partilho algumas partilhas de anfitriões, formadores e participantes nesta formação.

"Que surpresa retornar dois anos depois que fizemos o Transition Launch e perceber como o movimento está fortalecido em Portugal. Multifacetado, genuíno, comprometido, questionador. Foi uma honra estar presente neste processo." May East - Formadora

"Receber o curso thrive na Biovilla, foi como a realização de um sonho. Em dois dias o Vale dos Barris na Arrábida foi um ponto de Convergência do movimento de transição, recebemos os nosso colegas de criação de sonhos de um mundo melhor como a mentora May East que nos ajudou a identificar as falhas e toda a nossa força para sermos resilientes neste mundo contraditório." Inês Besugo - Biovilla

"48 horas super intensas de partilha, de alegria, de transformação pessoal e colectiva, magistralmente facilitado pela May East e pelo Gil, onde o sol e a chuva, o dia e a noite tiveram presentes e trouxeram o melhor dos elementos até nós para uma experiência vivencial única, cheia de magia mas também de muito trabalho e introspecção num encontro marcante na história da Transição em Portugal." Filipe Alves - Biovilla "Foi surpreendente a forma como o o grupo se integrou e o curso fluiu. Um grande obrigada a todos!" Cristina Vieira "Agradeço-vos as vivências de troca e de partilha que juntos experienciámos ao longo deste fim de semana... no vale de barris com a inspiradora May East com quem partilhamos a terra dos nossos 'avós'...!! Aconteceu magia na Biovilla... e é tão bom tão bom saber que somos cada vez mais sonhadores em acção espalhados por este Portugal com tanto potencial...!!" Paula Soares

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A Transição na Convergência de Permacultura em Portugal

Por Margarida Sousa

Iniciativa Covilhã em Transição

De 24 a 26 de Outubro, cerca de 340 pessoas deslocaram-se ao Fundão para participar naquela que seria a primeira con-vergência de permacultura em Portugal (resumo do encontro aqui: h t t p s : / / c o n v e r g e n c i a p e r m a c u l t u r a . w o r d p r e s s . c o m / r e s u m o - d a - c o n v e r g e n c i a / Muitas foram as iniciativas de transição que marcaram presença neste encontro e até o Rob Hopkins do Transition Net-work esteve presente na abertura da convergência com a sua mensagem de boas vindas: "Durante muitos anos ensinei Permacultura. Adoro! É fantástico! Muda a forma como vemos o mundo. É como colocar um novo par de óculos e passar a ver possibilidades em vez de problemas. E para mim, isso foi a base para criar aquilo que agora chamamos Transição." (Rob Hopkins, In: Boas Vindas - https://convergenciapermacultura.wordpress.com/apresentacoes-videos/) Logo no primeiro dia (24 de Outubro - Cuidar da Terra), a iniciativa de Transição da Horta FCUL com o Henrique Bastos dinamizou uma oficina prática: Espiral de plantas aromáticas inserida numa Horta Mandala. Uma oportunidade de colocar resiliência em acção, de adaptar-se aos recursos existentes e em conjunto encontrar soluções criativas.

Nesta apresentação Filipa e Annelieke criaram ligações entre permacultura e transição ("a importância de trabalhar as margens", "trabalhar em rede", etc.), falaram um pouco sobre os encontros internacionais de Transição, resiliência, tipos de liderança, diferen-ças culturais, etc. Ainda tiveram tempo para apresentar o projecto REconomia e um ano em Transição. A apresenta-ção pode ser vista na totalidade no site da convergência de permacultura ( h t t p s : / /c o n v e r g e n c i a p e r m a c u l t u -ra.wordpress.com/apresentacoes-videos/).

Espiral de plantas aromáticas invertida - Foto: Keren Yosef

No entanto, o dia com mais actividades e apresen-tações dinamizadas por iniciativas de transição foi o segundo dia da Convergência, 25 de Outubro - Cuidar das Pessoas. Logo de manhã Filipa Pimen-tel (coordenadora internacional das plataformas nacionais das iniciativas de transição e activa da iniciativa de transição de Portalegre) e Annelieke van der Sluijs (representante de Portugal ao nível internacional e membro da iniciativa de transição de Coimbra) apresentaram "O movimento de Transição a nível local, nacional e internacional – uma rede de aprendizagem, apoio e colaboração."

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A Transição na Convergência de Permacultura em Portugal

Seguiram-se as apresentações de diferentes iniciativas de Transição como por exemplo Aveiro, Madeira, Covilhã, Telheiras e Linda-a-Velha que partilharam um pouco do seu percurso, como começaram, actividades, ideias e desafios que já lida-ram e que são comuns a muitas iniciativas de transição. Umas iniciativas foram apresentadas a 4 vozes (Aveiro em Transição - Ana Cunha, Paula Soares, Jenny Tavares e Andreia Ruela), outras foram apresentadas em família (Linda-a-Velha em Transição - Carla e Fernando Oliveira), outras foram autênticas entrevistas "in loco" (Viver Telheiras - Filipe Matos e Luís Pereira)... O próximo artigo "Aveiro em Transição, o sal das nossas vidas" descreve um pouco a partilha da iniciativa de transição de Aveiro durante a convergência de permacultu-ra.Da parte da tarde ainda houve tempo para uma sessão dinamizada por Coimbra em Transição (Annelieke van der Sluijs e Sara Rocha) "Construir a soberania alimentar e uma cultura de abundância nas coisas práticas do dia-a-dia", que contou com a presença de inúmeros projectos: CASAS – Clube de Alimentação Saudável e Sustentável (Francisco Dinis), AMAP – Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade (http://amap.pt/), Projecto Local no Porto (Hugo Dunkel) e Cesto Cheio (Annelieke van der Sluijs,http://cestocheio.pt/) África das Joaninhas (Patrícia Serôdio, https://sites.google.com/site/hortadaafrica/Home), Projecto 270 (Nuno Belchior,http://projecto270.com/) e Prossumidores (Manuel Vicente, http://prossumidores.pt/). Ainda houve tempo para várias oficinas práticas: chucrute (Hugo Dunkel) snacks, criativos e saudáveis (Jeannette Trevethyen), etc. Impressionante o número de participantes que estiveram presen-tes nesta sessão e demonstraram interesse em dar continuidade a este tema da soberania alimentar. No final do dia ainda houve tempo para um encontro aberto das Iniciativas de Transição Portuguesas que contou com inú-meros participantes e curiosos e onde foi possível realizar várias dinâmicas e aplicar um processo de tomada de decisão inspirado na sociocracia.

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A Annelieke em breve irá partilhar este processo de tomada de decisão no blog da Transição Portugal. No terceiro dia 26 de Outubro - Partilhar excedentes ainda marcou presença o projecto "Troca a Tod@s" (feira de trocas com moeda comunitária) da cooperativa Coolabora em colaboração com o Covilha em Transição e outras entidades locais. A presença das iniciativas de transição na Convergência de Permacultura foi sem dúvida uma mais valia para ambos os movimentos - transição e permacultura. Uma oportunidade de trabalhar e enriquecer as margens, criar e consolidar redes, aumentar a resiliência... Novos projectos de transição/pessoas foram mapeados, experiências partilhadas. Como alguém partilhou "saio desta convergência com uma ideia completamente diferente do que são iniciativas de transição e o impacto que estão a ter na sua comunidade." Terminamos esta pequena viagem da participação da Transição na Convergência de Permacultura com Rob Hopkins e a sua mensagem de Boas Vindas à Convergência de Permacultura. " A transição está em talvez 50-60 países pelo mundo, a permacultura ainda mais. Pessoas com as mangas arregaçadas, a fazer as coisas acontecer. Podes sentir que o projecto em que estás envolvido é apenas tu a fazer algo pequeno na tua comunidade. Mas não é esse o caso, fazes parte de uma rede fascinante de pessoas a trazerem mudanças fenomenais pelo mundo todo!" Aho -assim seja.

Processo Tomada Decisão - Foto: Susana Guimarães (Su Gu)

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Encontro Nacional na Convergência de Permacultura

Por Anneleike van der Sluijs

Iniciativa Coimbra em Transição

Depois do IX Encontro de Coimbra o André Vizinho lançou novamente a ideia de experimentar com um modelo de tomada

de decisão baseado na Sociocracia durante este encontro. Abarcámos numa experiência positiva e muito bem visitada

(cerca de 80 participantes!), mas incompleta, que merece seguimento no nosso próximo encontro nacional e no funciona-

mento dos grupos de trabalho.

Com cada vez mais iniciativas envolvidas e grupos de trabalho a dedicar-se a projectos concretos, torna-se fulcral adotar

processos de tomada de decisão que contribuam para a capacidade de um grupo tornar o seu funcionamento verdadeira-

mente participado, tornando-se co-responsável de um projecto que emerge da inteligência colectiva. Inicialmente, este

encontro das Iniciativas de Transição era suposto ser só para membros de iniciativas de Transição. Mas falando com outros

participantes da Convergência percebemos que existia tanto interesse no movimento de Transição bem como neste tema,

Depois, dividimo-nos em três grupos para ensaiar o método avaliando propostas diferentes que eram mais apresentações

de planos do que decisões verdadeiras (as propostas foram anteriormente mandados aos representantes das iniciativas

através da lista de e-mail da Transição Portugal):

Luís Bello Moraes (Portalegre em Transição) apresentou o desejo do grupo do site e da comunicação para receber mais

autonomia e remunerar algumas tarefas chave para dar continuidade ao trabalho.

Andreia Ruela (Aveiro em Transição) apresentou o documento de base do grupo 1AT/REconomia e o desejo de dar início

ao trabalho deste grupo.

Eu (como representante do hub português) apresentei o desejo de formar um grupo de trabalho novo para pensar a

estrutura do nosso HUB nacional, com algumas propostas concretas que surgiram do IX Encontro em Coimbra sobre o rit-

mo de encontros nacionais e um dia/semana de Transição nacional.

Filipa e Claudian Dobos, o nosso formador que estava de visita da Roménia e também já experienciado, assistiram os gru-

pos no seguimento do processo. Cada grupo percorreu um ciclo de apresentação de proposta e esclarecimento, os grupos

do site e do HUB fizeram ainda algumas adaptações concretas.

que decidimos à última de hora tornar o encon-

tro aberto para todos os participantes da Conver-

gência.

A “nossa” Filipa Pimentel, coordenadora dos pla-

taformas das iniciativas nacionais de cada país

(hubs) do Transition Network, partilhou a expe-

riência dela numa introdução inspiradora. Trans-

mitiu bem o espírito do processo, onde cada pes-

soa faz um processo interior profundo de colocar

-se em função do objectivo do grupo. Se este

processo é bem feito, uma dúvida ou resistência

verdadeira de uma pessoa torna-se numa opor-

tunidade de enriquecer a proposta ou numa

visão mais clara sobre o trabalho que é preciso

para a completar.

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Encontro Nacional na Convergência de Permacultura

No final, os grupos se juntaram-se com propósito inicial de consentir as propostas e celebrar. Consentimento não é consen-

so. Nos processos colaborativos como nos grupos de Transição, muitas vezes estamos a inventar novas formas de fazer e

de resolver as coisas. Isto é uma “obra em andamento”, em que é preciso percorrer ciclos curtos de experimentação e ava-

liação que vão resultar em novas propostas. Por isso, cada pessoa avalia se a proposta em causa seja suficiente boa e segu-

ra para experimentar. Neste caso, uma pessoa pode colocar uma objecção. Se fosse necessário estar totalmente de acor-

do, seria difícil de avançar e muito provavelmente ia se perder muitas oportunidades de descobrir novos caminhos.

Boletim nº5—Dezembro 2014

Pag. 13

Percebemos que o contexto e o tem-

po não foram suficientes para com-

pletar os processos de decisão inicia-

dos. Para que este processo possa

apoiar a transformação para um para-

digma alternativo, é preciso tempo

para respirar, para ouvir activamente

e questionarmo-nos a nós próprios

em permanência. Entretanto, os gru-

pos continuam os seus trabalhos. Vão

dando oportunidades para colaborar

na concretização das propostas e em

casos simples pode se fazer a volta do

consentimento por e-mail. Assuntos

mais complexos estão à espera do

próximo encontro nacional.

Até lá, vou escrever pequenas notas

sobre elementos relevantes para o

funcionamento da nossa rede no blog

da Transição Portugal.

É de celebrar que finalmente iniciá-

mos este processo, e que outras ini-

ciativas alternativas em Portugal tive-

ram o prazer de saborear connosco.

Grata, Sara Serrão e André Vizinho

para a colaboração na preparação,

todos os facilitadores e Sara Rocha

para um aquecimento criativo à moda

Transição!

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Boletim nº5—Dezembro 2014

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Aveiro em Transição — O sal das nossas vidas

Por Iniciativa Aveiro em Transição

No âmbito do convite da Convergência em Permacultura, que se realizou entre os dias 23 e 26 do passado mês de Outu-bro, a iniciativa Aveiro em Transição teve a oportunidade de apresentar, com muita alegria e entusiasmo, o seu percurso e as atividades até agora desenvolvidas. Esta apresentação estava enquadrada numa série de apresentações de outras iniciativas ali presentes que mostraram também o evoluir das suas atividades, ideias e anseios, os obstáculos e as estra-tégias para os ultrapassar de modo criativo, unificando o grupo. Estes são desafios comuns a muitas iniciativas que, no seu início, colhem um grande fulgor da parte dos seus mentores e participantes e que, por vezes, têm um percurso inter-mitente. Esta experiência foi muito enriquecedora tanto como um exercício de reflexão e de síntese sobre a atividade do nosso grupo, bem como nos permitiu vivenciar diferentes momentos de partilha com as outras iniciativas ali presentes e conhecer projectos inovadores. O grupo Aveiro em Transição iniciou a sua apresentação, feita a quatro vozes, com um regresso aos movimentos e aos

grupos informais que estiveram na base da sua criação, em Junho de 2013, recordaram-se os motes de desafio

(motivações e cidadania), aliados a uma troca de compotas, dirigidos a cidadãos de vários quadrantes, que, pela sua rede

de relações de amizade ou de afinidade em relação às temáticas, se encontraram para reflectirem sobre os seus sonhos

para uma cidade em transição.

Gostamos de interpretar o grupo de uma forma orgânica, destacando quatro vertentes: 1. Respiração, função mantida pelos pulmões, o que corresponde aos núcleos de trabalho temáticos e à reflexão colecti-va, componente essencial à vida do grupo; 2. Consciência, assegurada pelo cérebro, neste campo incluímos as ferramentas, os conhecimentos e as relações estabe-lecidas nos contextos de formação ou de encontros, fundamentais para a concepção, a reinvenção e a concretização dos sonhos; 3. Expiração, contributos para a comunidade, ou seja, o que devolvemos, como as Oficinas de Partilha de Saberes, o gru-po Mães em Transição, a Educação Livre de Aveiro, o grupo da Mobilidade, as Tertúlias e o Cinema, entre outros. 4. Diafragma, ou o que nos sustenta: parcerias e recursos partilhados pela comunidade, novas ligações que nos dão alen-to e que enriquecem este projecto.

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Aveiro em Transição — O sal das nossas vidas

A actividade tem sido desenvolvida através de diferentes grupos de trabalho. O grupo da Mobilidade, no âmbito da iniciativa Vamos de Bicicleta!, promoveu acções para ensinar a andar de bicicleta e

realizar percursos em segurança e uma tertúlia sobre o novo código da estrada aplicado aos velocípedes. O grupo aco-

lheu novos membros recentemente, estando a planear vários projectos em parceria, iniciando um mapeamento da cida-

de, que identificará zonas sensíveis e pontos bike-friendly, como ferramenta base para o restante trabalho.

A Oficina de Partilha de Saberes, evento gratuito que ocorre na primeira segunda-feira do mês, colheu uma grande ade-

são de diferentes pessoas que queriam experimentar novos saberes, sabores e modos de confecção, debater práticas

parentais e partilhar preceitos ancestrais, pensamentos pertinentes. Através de parcerias, demos visibilidade a grupos e

a projectos já existentes, assim como a participantes, permitindo dar a conhecer as suas actividades perante novos públi-

cos.

O grupo Mães em Transição reúne pais, mães e outras pessoas para quem a parentalidade assume um papel importante.

Através dos Piqueniqueternura mensais tem-se construído uma rede de suporte às famílias, nos quais se têm debatido

temas pertinentes escolhidos pelos participantes. A partir deste grupo nasceu o desafio de criar um projecto educativo

alternativo, tendo sido criado o grupo de trabalho ELA - Educação Livre de Aveiro. O ELA nasceu em Fevereiro de 2014 e

tem dinamizado reuniões regulares de trabalho e de lazer, em espaços ao ar livre ou que possam oferecer condições de

acolhimento, para pais, filhos e profissionais de várias áreas. Um dos momentos-chave que proporcionou o alargamento

da reflexão sobre a ideia de base deste grupo aconteceu com o encontro Liberdade para Aprender, que contou com a

participação do Professor José Pacheco, o qual acolheu um nível de adesão inesperado. Aproveitando a elevado número

de pessoas de diferentes vertentes da pedagogia, o grupo promoveu posteriormente debates sobre três temas basilares,

homeschooling, mudar a escola e comunidades de aprendizagem, através da aplicação da metodologia world café.

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No final de cada actividade promo-

vemos uma celebração com chá,

compotas e mel caseiro oferecidos

pelo grupo da iniciativa, convidan-

do a que todos os participantes

levem a sua caneca para este

momento de breve confraterniza-

ção.

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Vozes de Transição de Nils Aguilar

Por Margarida Sousa

Iniciativa Covilhã em Transição

Nils Aguilar esteve recentemente em Portugal para lançar o seu filme “Vozes de Transição” (http://voicesoftransition.org) o qual ganhou vários prémios internacionais, como por exemplo melhor filme ambiental 2014 (Colorado). Em 2013 foi con-siderado um dos 10 melhores filmes de transição, pelo Transition Network. Por onde passou Nils procurou estimular a acção nos espectadores: "É um filme de acção no sentido verdadeiro da palavra: em vez de assistir passiavemente, o espectador é convidado a levantar-se, juntar e contribuir para a transformação da sociedade!" Nils E por isso antes sequer do filme começar, Nils pede para cada participante escolher alguém que não conheça e partilhe o motivo pelo qual veio ver o filme. Um convite a sair da zona de conforto e agir no momento! Após o filme segue-se a tradicional discussão e troca de ideias, mas sempre com a tónica no: “o que é que podemos fazer?

“pessoas certas”. Fica aqui um depoimento de um dos participantes.

“Parabéns Nils Aguilar é um filme muito bem conseguido, que reúne alguns dos principais problemas do modelo ocidental e aponta para as possíveis soluções. Daquilo que já fui vendo sobre esta temática, é como se este fosse um documentário que reúne as diferentes preocu-pações num só, indo mais longe mostrando soluções já aplicadas. Tudo isto de uma forma clara e muito elucida-tiva.... quanto mais o tempo passa mais a vontade de fazer alguma coisas pelas próprias mãos... Deixemo-nos inspirar....” Antónia Silvestre Como diz a Antónia, deixemo-nos inspirar!

“Que tal começar uma iniciativa de transição? É tão simples como juntar duas ou trẽs pessoas, lançar uma página e aos poucos ir reunindo interessados. O importante é agir” refere Nils. Aliás este foi o principal objectivo do realizador. “ chegar ao maior número de pessoas possíveis e inspirá-las a agir”

Em Lisboa na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa o filme teve casa cheia e segundo o realizador “jfoi como um jogo em casa” - a maioria dos participantes partilhava das ideias e soluções apresentadas pelo filme e viveu-se um ambiente de grande entusiasmo! No Fundão apesar de menos pessoas, as que vieram, como se costuma dizer, foram as

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1 Ano em Transição e no contexto do programa REconomia

Por Anneleike Van Der Slujs

Iniciativa Coimbra em Transição

“PROCURAM-SE projectos inspiradores economicamente viáveis que cuidam das pessoas e da terra implemen-tados em Portugal.” “PROCURAM-SE jovens com ideia de projecto que crie a sua subsistência económica contribuindo para a sua comunidade”. In: Um ano em transição/Reconomia Para saber mais: http://transicaoportugal.net/wp-content/uploads/2014/12/1AT_REconomia_141210.pdf

As iniciativas ligadas à Plataforma Transição Portugal estão interessadas em criar uma visão positiva para o futuro da sua localidade, de forma inclusiva e participada, para que cada pessoa, grupo informal, empresa e instituição possa inspirar-se e imaginar como fazer a sua parte. Uma das áreas do nosso interesse é a economia, no seu significado original: gerir a nossa casa. É importante gerar mais pos-tos de trabalho e um rendimento financeiro, mas com todos os desafios de hoje em dia achamos importante sermos mais completos. Quais os produtos e serviços que mais precisamos para um bom funcionamento da nossa comunidade? Como fazer com que cada pessoa encontre o seu papel e seja valorizada? Podemos utilizar mais recursos locais e renováveis, apro-veitar melhor as terras, o património etc. duma forma cuidadosa? Será possível colaborar com outras entidades e pessoas locais para encontrar mais-valias? Qual o valor de estilos de liderança que incluam a participação activa e o desenvolvimen-to de cada pessoa? Estas perguntas não são novas e sabemos que há respostas ja implementadas em Portugal. Queremos conhecer as pessoas e as entidades que têm exemplos inspiradores! Autarquias no interior que conseguem impulsionar este tipo de actividade económica e atrair pessoas novas sem tornar-se dependentes de subsídios. Empresas/iniciativas que transformam resíduos em produtos úteis ou lugares abandonadas em sítios bem visitados. Voluntários que tornaram o seu serviço à comunidade um posto de trabalho. Bairros/freguesias que encontraram soluções para questões de educação, habitação e inclusão social. Grupos de pessoas que estão a desenvolver o mercado alimentar local. Iniciativas colectivas de energia renovável. Entusiastas de informática que desenvolveram servi-ços que facilitam o funcionamento em rede. Cada uma destas histórias pode inspirar pessoas com ideias semelhantes. Todas juntas podem criar uma visão sobre como podemos ter uma influência significativa na nossa economia local. Escreve-nos para [email protected] sobre projectos inspiradores que conheças em Portugal! O programa RECONOMIA (em inglês REconomy) foi criado pela Transition Network com o objectivo de apoiar pessoas a transformar o destino económico do local onde vivem para torna-lo mais resiliente e agradavel de viver. Muitas transforma-çoes na economia local exigem mais do que novas formas de empreendorismo. O programa pretende inspirar iniciativas no seu desenvolvimento, tanto ao nível de estruturas e sistemas (político, jurídico, económico, etc) como ao nível organizacio-nal. Em Portugal juntámos a REconomia com Um Ano em Transição, lê a nossa proposta aqui. A equipa: Andreia Ruela (Aveiro), Annelieke van der Sluijs (Coimbra), Júlio Carvalho (Margem Sul) e Sara Serrão (São Luís) | Contacto: [email protected]

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ECOLISE — A nova rede europeia de iniciativas comunitárias

Artigo adaptado por Gil Penha-Lopes, membro da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Artigo original elaborado por May East, membro do Gaia Education

A recente explosão no número de iniciativas locais comunitárias que vivem e trabalham com fim à sustentabilidade e ação climática (mitigação e adaptação às alterações climáti-cas) levou à criação de uma nova rede euro-peia, ECOLISE (designação original “European COmmunity-Led Initiatives towards a Sustainable Europe). Esta rede visa apoiar o intercâmbio e a cooperação entre as diferentes iniciativas e a colabora-ção com outras instituições (ONGs e Institui-ções de ensino superior e investigação) de forma a promover o surgimento saudável de novas iniciativas comunitárias em todo o espaço Europeu. Um estudo realizado pela Associação Euro-peia de Informação sobre o Desenvolvimen-to Local (AEIDL) em 2013 identificou mais de 2.000 iniciativas de comunidades ativas na “luta” contra as alterações climáticas e pro-movendo sustentabilidade na Europa. Várias fontes indicam que este número está a cres-cer muito rapidamente.

Membros da ECOLISE 2014

"Este é um grande avanço", diz Eamon O'Hara, o coordenador do estudo e co-fundador da rede ECOLISE. "É claro que há muitas pessoas que têm um desejo real de participar das grandes questões mundiais e que optam por tomar medidas e ações concretas ao nível local. Esta é uma parte muito importante de uma resposta eficaz às mudanças climáticas e com o objetivo de criar uma sociedade mais sustentável e resiliente. Políticas discutidas e implementadas pelos organismos de nível nacional e internacional não funcionam sem o compromisso local e é por isso que é tão importante apoiar estas ini-ciativas." A rede ECOLISE reúne parceiros de toda a Europa, incluindo a Rede de Transição e “HUBs” nacionais de Transição em toda a Europa, a Rede Global de Ecovilas da Europa (GEN-Europe), a rede de Permacultura do Reino Unido, Gaia Educa-tion, ICLEI (rede de Municípios para a ação climática), a Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, entre outros. No total, existem atualmente cerca de 24 membros, incluindo várias iniciativas comunitárias bem como várias instituições especializadas e experientes na formação, pesquisa e advocacia. " A missão da ECOLISE é ser uma plataforma para a aprendizagem, a ação e a promoção de iniciativas comunitárias em matéria de alterações climáticas e enraizar a sustentabilidade em toda a Europa", diz Eamon, actual presidente desta rede de redes. "Esta missão tem três componentes principais. Em primeiro lugar, queremos entender melhor qual a situação actual, para entender o que funciona e o que não funciona, e compartilhar este conhecimento através da rede. Em segundo lugar, queremos apoiar o trabalho que está em andamento pelas iniciativas comunitárias existentes, através da partilha de ferramentas e experiência assim como, por exemplo, apoiar a criação de uma plataforma web multilingue (escala Europeia). Em terceiro lugar, queremos aumentar a visibilidade, nas instituições regionais, nacionais e europeias, da ação comunitária sobre as alterações climáticas e sustentabilidade na Europa e incentivar uma maior partilha das ideias e experiências que emergem da rede, provenientes do conhecimento empírico".

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Promover o intercâmbio de ideias e experiências é uma parte fundamental do trabalho atual da ECOLISE e tem sido o principal motivo de criação da rede. "Todos nós sabemos da necessidade de uma ação urgente para contrabalançar as alterações climáticas presentes (e futu-ras) assim como a falta de processos e produtos sustentáveis na sociedade em que vivemos. Tempo é um fator chave na redução das emissões de carbono e para travar a perda de biodiversidade assim como para proteger e mesmo regenerar dos vários recursos finitos deste planeta. É por isso que querem ajudar e incentivar as iniciativas comunitárias a se cria-rem, crescerem e desenvolverem permitindo-as desenhar estratégias e implementar medidas necessárias, envolvendo o maior número de atores influenciados (beneficiados ou prejudicados) pelas mesmas. Queremos promover um ambiente político mais favorável para encorajar os decisores políticos, especialmente a nível da UE e nacional, a seguir políticas e programas que apoiem a ação comunitária local. Sabemos que há políticos e outros líderes que apoiam estes objectivos e esforços, e sabemos que temos de ser mais estruturados e determinados a fim de alcançar o compromisso de uma mudança real." Com o apoio adequado dos governos, e de uma plataforma europeia para facilitar o intercâmbio de ideias e experiências, os membros da ECOLISE acreditam que as iniciativas comunitárias focadas na ação climática e sustentabilidade podem contribuir de forma muito significativa para a transição e transformação societal que é necessária ocorrer nos dias de hoje. "Os governos ou as comunidades não podem fazer isto sozinhos", Eamon argumenta. "Temos que trabalhar juntos, reco-nhecendo a importante contribuição que cada nível e sector societal tem que fazer. A ECOLISE é uma tentativa de preen-cher esta lacuna e criar uma abordagem conjunta que tem faltado até agora." Contato: Eamon O'Hara: eamon.ohara (at) aeidl.eu

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Artigo adaptado por Gil Penha-Lopes, membro da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FFCUL), de um artigo elaborado por May East, membro do Gaia Education (GE é uma das 1.300 ONG associada ao Departamento de Informação Pública das Nações Unidas, que se espalha a educação para a sustentabilidade em todo o mundo). A FFCUL e a GE são membros fundadores da ECOLISE.

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HortaFCUL 2014 Dragon Dreaming Uma ferramenta inovadora para partilhar expectativas e criar um plano de acção

Por David Avelar

Iniciativa TU-FCUL

Uma vela acendeu-se e, com ela, os nossos sonhos para a Horta. Iniciou-se assim o Dragon Drea-ming… John Croft, um australiano, apercebendo-se da perda de biodiversidade do nosso planeta decidiu conceber uma ferramenta designada por Dragon Dreaming, que visa desenvolver uma postura de estar “ao serviço da Terra” enquanto desenvolve-mos os nossos projectos. Hoje em dia, em resulta-do da elevada especialização que caracteriza as sociedades mais desenvolvidas, cada pessoa tende a isolar-se em áreas muito especializadas perden-do uma visão holística do mundo em que vive. Uma forma de contrariar esse isolamento, é atra-vés da promoção da cooperação.Por isso, as ferra-

mentas do Dragon Dreaming estão associadas ao propósito de “criação de comunidades”, estimulando as pessoas a con-trariar a sua tendência em querer estar nas suas zonas de conforto e abrirem-se para lá, onde se encontram os medos. Os medos são os dragões e o Dragon Dreaming, diz-se, é dançar com os nossos dragões, provar a zona de desconforto, arriscar e sonhar. A zona de desconforto cria momentos de iluminação e trás novas perspectivas, e o uso do Dragon Dreaming é uma forma de as partilhar com outras pessoas. Através da promoção de ideia próprias e partilha das mes-mas o mundo avança e dá-se o “crescimento pessoal”. A vivência de Croft com tribos aborígenes australianas, marcou a sua visão. O “sonho” é muito importante para os aborí-

genes e eles recorriam a rituais para acederam à criatividade colectiva e à compreensão profunda de certos problemas

(ambientais, de comunidade,etc, ..) . Um dos rituais das tribos consistia em reunir os seus membros à volta da fogueira

para tomarem decisões ou sonharem o seu futuro, designados por “Nódulos”. Cada membro, quando tem o “Pau falan-

te” na sua mãos, tem a oportunidade de partilhar os seus sonhos.

Estes nódulos estão ligados por linhas, as “Song Lines”, uma designação que está associada ao facto de, após ter sido tomada uma decisão, os membros cantarem até à decisão seguinte. Dois componentes e quatro fases são essenciais para o Dragon Dreaming. Os dois componentes são a Pinakarri ( escuta

profunda) e a comunicação carismática (transmissão integral de uma mensagem). As quatro fases são: Sonhar – Planear -

Implementar - Celebrar (contribuição para transformação pessoal) .

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Dragon Dreaming HortaFCUL 2014

Dragon Dreaming na Horta Em contacto com a natureza (a Horta), à volta da fogueira (uma vela) e com um “pau falante” (um cantil), o Dragon Drea-ming iniciou-se com a questão: “O que é que este grupo de pessoas ambi-

ciona para a Horta FCUL nos próximos tem-

pos?”

Os ‘sonhos’ começaram a surgir, de pessoa

em pessoa, tais como a Arte na Horta, Cele-

brar o pôr do sol, construção de casinha

para pássaros, contactar Hortas noutros

países, fazer uma bio-construção com um

dragão por cima da horta, e muitos, muitos

mais.

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De seguida, organizaram-se todos os sonhos por diversas categorias: Actividades, Projectos, Pessoas e ‘Ciências e Educa-ção’ e decidiu-se que cada pessoa escrevesse uma frase memorável e inspiradora. Essa frase, que deveria reflectir o objectivo da Horta FCUL para este ano, foi escolhida por todos em conjunto: “Horta FCUL, uma ideia, um projecto, uma comunidade, celebrar o sonho a caminho da sustentabilidade, aqui e no mun-

do!”

Depois, com um grande papel (o tabuleiro

do dragão ou Karabirrdt, nome arborígene)

definiram-se um conjunto de tarefas SMART

(Specific, Measurable, Accepted, Realistic,

Timely) para realizar os sonhos. Como seria

de esperar, foram muito diversas essas tare-

fas, deste contactar docentes e planear for-

mação de workshops a comprar ferramen-

tas, realização de protocolos com a direc-

ção, etc.

Estas tarefas foram ordenadas de acordo

com as 4 fases referidas antes (sonhar-

planear- implementar- celebrar). Depois de

ordenadas, fizeram-se circulos (“Nódulos”)

e “Song lines”, ligando os assuntos aparen-

tados e sequenciais.

Com os Nódulos feitos, distribuíram-se as pessoas do projecto pelos respectivos nódulos. Cada pessoa pode agora esco-

lher o papel que pretende ter em cada Nódulo, escrevendo o seu nome junto ao Nodulo, usando uma de três cores:

Mentor (a preto), Líder (a verde) ou Aprendiz (a vermelho).

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Dragon Dreaming HortaFCUL 2014 Por Madalena Gaspar e Inês Santos - Iniciativa TU-FCUL

Com os sonhos partilhados, a visão do pro-jecto co-criada, as tarefas definidas e as res-ponsabilidades distribuídas pelas pessoas, chegou-se à fase da Celebração. O grupo voltou a sentar-se à volta da foguei-

ra (vela) e cada membro expressou a suas

emoções relativamente a este acontecimen-

to, ao Dragon Dreaming. Uma sensação de

união pairava no ar e a vontade de moldar o

futuro estava bem acesa dentro do grupo.

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Era altura de concluir o Dragon Dreaming

relembrando os rituais dos aborígenes recitan-

do uma canção, de olhos fechados e em con-

tacto com todos os outros através da música. A

nossa “Song line”.

Íris Mota (Guardiã da HortaFCUL)

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Em Maio do passado ano lectivo, os Guardiões da HortaFCUL tomaram a decisão (cheia de esperança, acrescente-se) de concorrer para ganhar um fundo de apoio a atividades extracurriculares de estudantes, docentes, investigadores e outros trabalhadores da Universidade de Lisboa. A proposta tomou o nome de “Projeto Permacultura HortaFCUL – Promover ciclos sustentáveis” e escolheu-se investir em cinco atividades, consideradas prioritárias, no sentido de impulsionar a evolução da HortaFCUL enquanto um projeto coeso e diversificado. Chegando a Julho, a resposta de que a nossa candidatura havia sido selecionada finalmente che-gou e agora, terminadas as celebrações, é tempo de agir! Assim, eis as principais atividades a que nos iremos dedicar durante este ano lectivo!: Reabilitar o viveiro e criar um espaço dedicado à germinação de sementes e crescimento de hortícolas que irão susten-tar a horta, diminuindo assim a nossa dependência em relação a outras estufas e, por conseguinte, fechando o ciclo da horta. Montar um banco de sementes, complementar à atividade do viveiro, possibilitando a conservação das nossas semen-tes - as nativas - também designadas sementes crioulas, assim como a produção de outras. Em adição, esta atividade será coordenada em parceria com o Banco de Sementes do Jardim Botânico de Lisboa e com a Associação Colher para Semear (da qual a HortaFCUL é sócio-guardião), armazenando sementes, na prevenção da extinção de certas culturas portuguesas! Produção de óleos essenciais, extraídos das plantas aromáticas que vivem na horta, visando: i) potenciar o conhecimen-to sobre esta temática; ii) promover o estudo dos seus componentes celulares e, assim, a diversidade de aplicações dos óleos essenciais; iii) incentivar a comunidade académica a descobrir e a criar vínculos com a Natureza. Identificar e catalogar a diversidade biológica da horta, num esforço de dar a conhecer ao público em geral as temáticas que nos inspiram e as atividades desenvolvidas. Pintura do mural da horta (o muro subjacente, isto é), pelo artista amador MONK.ey, trazido até nós em colaboração com a Arte Viral, no âmbito de comunicar conhecimento científico sobre solos e sucessão ecológica à comunidade aca-démica através da arte! Muitas destas atividades foram sonhos partilhados no Dragon Dreaming (http://www.fc.ul.pt/noticia/03-10-2014/dragon-dreaming-hortafcul-2014) e, para nós, tem sido fantástico ver que tão rapidamente os sonhos se começam a tornar realidade, com a ajuda da UL! Esperamos que, depois desta leitura, estejam tão empolgados com este novo ano lectivo na HortaFCUL como nós! A pouco e pouco vamos pavimentando o caminho para a sustentabilidade, junta-te a nós na actividade que mais te motivar!

Universidade de Lisboa apoia a HortaFCUL — Domando Dragões

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This article was submitted and accepted for oral presentation in NutriPLANTA 2014 “XV Simpósio Luso-Espanhol de nu-trição mineral das plantas (http://www.congressos.abreu.pt/Nutriplanta2014/index.htm)

ABSTRACT

Current conventional agriculture is dominated by a linear system organization with productivity dictated by high external energy input and short-term efficiency goals. Due to the intense land and resource use, these systems have widespread environmental impacts, including soil degradation, loss of biodiversity and wildlife habitats, as well as public health threats. Therefore, there’s urgency for an imperative transformative change on system-level towards agricultural sustain-ability. HortaFCUL advocates the application of permaculture design principles as an appropriate framework for redesigning hu-man food systems to achieve long-term sustainability. Following this framework, productive agriculture systems should mimic the productivity, processes, patterns and relationships of natural ecosystems. In HortaFCUL we try to discover working with, rather than against nature, through the incorporation of biological and ecological scientific knowledge. In this presentation we will show concrete examples of the application of those principles with the aim of promoting healthy plant nutrition with economic, environmental and social side effects. More specifically, we explore how permaculture sys-tems contribute to more sustainable and resilient communities in the Faculty of Sciences of Lisbon University (FCUL), through community development processes such as relationship building, genuine participation, inclusiveness, resource mobilization and creating space for knowledge sharing.

INTRODUCTION

The Green Revolution was a turning point in terms of how agricultural systems were managed to support livelihoods through food and fibre production using an industrialized agriculture approach reliant on fossil fuels. At the time this was seen as an alternative (and superior) way to reduce famine after the Second World War economic crisis, by increasing agricultural production through the use of chemicals such as pesticides, herbicides and inorganic fertilizers (Coutts, 1997). As a result, Millenium Ecosystem Assessment, 2005, stated that in the last 50 years humans have more dramatically and rapidly changed the ecosystems than in any other moment of our history. Today, we are facing an exponential population growth, as well as an increase in food demand, but we are still lacking the possibility to increase arable land without fur-ther destroying natural habitats. Agriculture already covers about 38% of the Earth’s terrestrial surface and uses up 70% of the global freshwater withdrawals. Moreover, the actual practices of intense farming bring along countless environ-mental impacts, such as soil degradation, alterations in nutrient cycles, water pollution and loss of biodiversity, with all effects together contributing 30–35% to global greenhouse gas emissions (Foley et al., 2011). Furthermore, food, drugs, fuels and all kind of natural products travel long distances to get to the consumers, which generate waste and a discrep-ancy in resource distribution. Current natural resources management cannot supply our growing global demand. The challenge of reversing the ecosys-tems degradation, while meeting the increasing demand of services has to be achieved under alternative scenarios than the one pursued today. It needs to involve significant changes in policies, institutions and practices that are still not under way (Millenium Ecosystem Assessment, 2005). As a result of this, solutions for a sustainable food production and its fair distribution are crucial to create sustainable human populations. This is especially relevant in urban systems due to the contrast between its demand and supply of food. The resulting food importation leads to an increased ecological foot-print due to the necessity of long distance distribution. To face these new societal challenges, several agroecological systems have been proposed and tested in cities worldwide. Some examples of these alternative approaches are organic agriculture, biodynamics, community supported agriculture, community gardens and urban permaculture. As a concrete example, “HortaFCUL” applies the permaculture principles to not only address the question of food production, but also the relations between people and the environment. It was started in 2009 on the FCUL campus by a group of students already familiar with Permaculture techniques and concepts. FCUL is more than a 100 years old and well recognized for its mission on education, research, innovation and knowledge transference in the natural and technical science areas stakeholders. Moreover, it also promotes culture production, dif-fusion and sharing, with strong the integration of civil society (FCUL, 2014). Within this spirit, the project HortaFCUL dem-onstrates how an urban food garden can look like if being built with Permaculture techniques. This is achieved by

Nurturing plants in the Permaculture way: The HortaFCUL case study. Por Florian Ulm

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mimicking patterns found in nature in order to maximize the production of a small piece of land, keeping always in mind the aesthetic value of a campus. The project was created with the purpose of demonstrating and spreading the Per-

maculture concepts with “hands-on” work as well as by collaborating with the academic and social community (by workshops, talks, celebrations or even small parallel projects).

Nurturing plants in the Permaculture way: The HortaFCUL case study.

Figure 1: The landscape of the HortaFCUL project in 2010 (left) and 2013 (right).

METHODS

HortaFCUL is located in FCUL, Lisbon, Portugal. With a edified area of 80 000m2, and has a staff of around 600 professors, researchers and other employees (642 in 2013), integrates around 5000 students every year (5236 in 2013) and graduates around 1300 persons per year (1352 in 2013). HortaFCUL has 3 main infrastructures, the gardening area with around 160 m2 size, the supporting house with 13 m2 and the nursery with an area of 22 m2. Currently, 14 people are actively involved (1st circle - the guardians) that have a long-term commitment with the project and are the ones responsible to make strategic decisions. There are around 25 people (2nd circle - the supporters) that come regularly to the project activities and events, but have no commitment with the project and around 100 individuals (3rd circle – the influence circle) that have joined at least one HortaFCUL activity in the past 2 years and stayed connected. David Holmgren, one of the creators of the permaculture concept, put forward 12 fundamental design principles. The theoretical background of these ideas is heavily influenced by concepts on energy flow in ecological systems (Holmgren, 2007) from ecologist H.T. Odum, such as the maximum power principle: "[...], During self-organization, system designs develop and prevail that maximize power intake, energy transformation, and those uses that reinforce production and efficiency." (Odum, 1995). Following this reasoning, the project “HortaFCUL” tries to prevail, following the 12 principles, with the goal of setting up a permanent (agri)culture in FCUL, in the situation encountered on an academic campus with its specific resources and shortcomings. It is important to note that while each of them can and sometimes should be pur-sued individually, they'll only lead to a fruitful outcome if used in conjunction and being iterated various times.

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COMPOLIS

Por Pedro Horta Eco-Comunidades na Planície

Ainda pairava o ano de 2013 quando recebemos o primeiro contacto do projecto Compolis, um pedido de entrevista, com alguns dos membros do grupo Eco-Comunidades na Planície, no âmbito da investigação sobre comunicação e envolvimen-to político em questões ambientais, e porque o Movimento de Transição em Portugal seria um caso de estudo. Ainda o nosso grupo, sediado em Beja, não tinha um ano de existência (tendo sido formado em Fevereiro desse ano), mas já nos tínhamos inscrito na rede de Transição, enquanto iniciativa inspirada por muitas das ideias do movimento, e por lá, na 'Trasition initiatives' fomos encontrados. Com uns ajustes de disponibilidade e alguma sincronia, as entrevistas foram fei-tas no dia de um dos encontros do grupo, onde o Luís Coentro (membro do grupo) iria fazer uma pequena apresentação sobre economia e moedas locais, e a investigadora do Compolis, Maria Fernandes-Jesus, participou na nossa cessão de apresentação e discussão, mesmo depois de já ter conduzido as entrevistas. Foram nos breves momentos que partilhamos com a Maria Fernandes-Jesus que se tornou claro que o Compolis era uma investigação que tocava em questões que nós próprios, dentro do grupo, nos colocamos regularmente: como nos devemos envolver e comunicar com a nossa comunidade? De que forma devemos expressar as nossas preocupações na arena públi-ca? Como disseminar ideias e catalisar a confluência e participação igualitária dos nossos concidadãos? Todas estas são perguntas centrais à nossa missão de restituir o protagonismo à comunidade, protagonismo na decisão consciente e colectiva do nosso próprio futuro e na construção do nosso paradigma de desenvolvimento. As respostas con-seguidas através de uma reflexão séria sobre estas questões são de extremo valor para a compreensão do nosso papel. Mas para que isso aconteça os resultados da investigação não poderiam ficar num dossier poeirento num qualquer reposi-tório de bibliografia académica. A 12 de Novembro o ISEG foi, então, anfitrião da conferência de encerramento do Compolis. Para lá do caso de estudo dos grupos de Transição portugueses, foram apresentadas várias conclusões sobre os mecanismos de participação pública nos mecanismos de tomada de decisões acerca de questões ambientais. As conclusões apresentadas reforçaram um cenário de fran-cas limitações à participação dos cidadãos nas políticas e projectos, mar-cada pelas barreiras de linguagem, os curtos períodos de consulta públi-ca e a sua limitada divulgação, a falta de conhecimento do público acerca das ferramentas de participação, a reduzida receptividade e feedback das participações, agregadas a uma perda acentuada na confiança nos decisores políticos e um sentido de irrelevância pela parte do público. Este “público ausente” foi também apontado como um dos obstáculos a ultrapassar para a Transição em Portugal. Como envolver toda a comunidade nas dinâmicas de transformação? É uma questão que paira, mas tenho a certeza que as possíveis respostas são tão diversas quanto os contextos. Eu faria outro tipo de pergunta: não estará já, toda a comunidade, a manifestar essas dinâmicas? Se a resposta for “sim”, talvez o nosso papel seja o de congregar essas dinâmicas e desenhar espaços e tempo para que se teça uma narrativa de comunidade que dê um significado colectivo à resistência que partilhamos e praticamos, ainda que individualmente. No final da conferência o José Parreira (membro do grupo Eco-Comunidades na Planície) levantou uma questão de extre-ma pertinência: “E agora?”. Feita a investigação, demarcadas as conclusões (algumas claras outras difusas) que caminho a seguir? Como integrar este (e outros) conhecimento(s) nos movimentos sociais que os podem usar como ferramentas para a transformação participativa? Que outras cumplicidades podemos estabelecer com o mundo académico? Poderão os investigadores “estar connosco” nos momentos cruciais de participação política, dando peso e credibilidade às questões que apontamos como cruciais? A resposta não poderia deixar de ser afirmativa, no entanto a forma e a regularidade de colaboração multilateral ainda está por construir... A vontade esteve e está em todos, as pessoas certas aguardam caminhos concretos. Vamos a isso!

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Boletim nº5—Dezembro 2014

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Convergências… Conectanto o Movimento Integral e a Transição em Portugal...

Por Paula Soares - Co-Criadora de Gaia in Harmonia - Iniciativas Criativas de Transição Co-Criadora da Plataforma Portugal Integral

No âmbito da Grande Transição que a Humanidade e o Planeta atravessam... é muito gratificante, de vez em quando, abrirmos o mapa da Rede Convergir e veri-ficarmos como esta Rede se tem vindo a ampliar intensamente desde que foi cria-da... um sinal de que efectivamente, este pequeno paraíso à beira mar plantado, está a semear em todo o território laboratórios de experimentação local a partir de múlti-plas perspectivas e abordagens... (Transição, Permacultura, Desenvolvimento Pessoal, Novas Ferramentas Sociais e Eco-nómicas, etc.)...

Quero acreditar que esses laboratórios que juntos estamos a semear sejam a garantia para o bem-estar das próximas sete gerações, como nos lembra May East, sem dúvida a mãe-madrinha da proliferação do Movimento de Transição em Portugal... E no âmbito deste grande fervor de experimentação de novas abordagens que alegremente acompanhamos em Portu-gal, verificamos que o que caracteriza esta Era que transitamos é a enorme facilidade com que podemos estabelecer conexões... Novas Conexões... entre Grupos e Movimentos que se inserem na Grande Transição nos seus vários Qua-drantes... Interior/Exterior, Individual/Colectivo... Podemos talvez dizer que todos nós que integramos Movimentos de Transformação somos Co-Criadores de um Novo Nós em Portugal... A par com o Movimento de Transição, encontramos também o Movimento Integral a proliferar no Planeta e na Europa. A 1ª Conferencia Integral Europeia que decorreu em Budapeste, na Hungria em Maio 2014, veio abrir portas para a Co-Criação de uma Rede Integral na Europa que tem como propósito acentuar a Emergência da Consciência Integral na Europa. Através da participação neste evento, Portugal obteve um impulso criador para a manifestação da Plataforma Portugal Integral (www.portugalintegral.org). Uma das funções desta Plataforma é, entre outros, promover a convergên-cia entre Pessoas e Instituições que usam a Teoria e Práticas Integrais em Portugal. Com o intuito de em conjunto manifestarmos um 1º Encontro de Portugal Integral em Constelação convidamos todos aqueles que integram Iniciativas de Transição ou outras Iniciativas de Transformação Pessoal e Social a estarem presen-tes neste evento histórico...! Para facilitar o 1º Encontro de Portugal Integral em Constelação iremos ter Bence Gánti da Academia Integral da Hungria e Coordenador Internacional do Integral Institute, que no âmbito da IEC Integral European Conference facilitou uma ses-são de Constelações Europeias que nos revelou que, no âmbito da Co-Criação de Novas Comunidades é necessário resga-tarmos também as nossas Raízes Culturais... O 1º Encontro de Portugal Integral em Constelação irá decorrer na 6a-feira 16 de Janeiro 2015, das 17h às 21h no Quiron em Lisboa (perto do Chiado). No fim de semana 17 e 18 de Janeiro 2015, irá decorrer o Workshop de Integral Flow com Bence Gánti das 10h-18h tam-bém no Quiron. Quem tiver interesse em participar no 1º Encontro de Portugal Integral em Constelação, ou no Workshop de Integral Flow, ou em ambos, poderá obter mais informações em http://www.integralportugal.org/contacto--contact.html . Vamos ampliar Convergências... Conectando o Movimento Integral e a Transição em Portugal... Venham também...!

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Boletim nº5—Dezembro 2014

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Jornal MAPA

Por Samuel Filipe Nunes (jornal MAPA)

Recebemos o contacto do Jornal MAPA que por vezes possui conteúdos relacionados com Transição, sendo que fica aqui a descrição do mesmo para eventuais interessados em contribuir com artigos/outros para este projecto. « MAPA é um jornal trimestral de informação crítica que surgiu em finais de 2012. Assume-se como um instrumento de comunicação para a resistência. Propõe-se enquanto ferramenta, através da informação e discussão, a ser usada para o desenvolvimento da crítica enquanto alimento do pensamento e de práticas de autonomia e liberdade em todos os aspec-tos da vida. MAPA no desígnio de mapear o terreno em busca de resistências às nocividades do dia-a-dia, as alternativas em marcha e a arte do pensamento livre.

O Jornal MAPA (jornalmapa.pt) pretende alargar o leque de lugares e projectos com acesso à edição em papel no território interior de Portugal. Nesse sentido gostaríamos de fazer um apelo a diversas iniciativas e projectos, com ou sem espaço físico e que tenham interesse, para que nos contactem para que possamos dar a conhecer o jornal MAPA. O nosso interes-se é chegarmos a projectos e colectivos de pessoas, procurando saber de espaços/associações/colectividades onde seria possível colocar o MAPA disponivel na sala de leitura/biblioteca/bar. Eventuais interessados na sua distribuição local são obviamente bem vindos.

O envio dos jornais é feito de forma gratuita pelo que se solicita o nome do projecto/link ou descrição do mesmo, endere-ço postal e correio electrónico para [email protected]»

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NEWSLETTER TRANSIÇÃO EM PORTUGAL (NTRP)

[email protected]

Margarida Sousa (Covilhã em Transição)

Susana Santos (Covilhã em Transição)

Fernando Oliveira (Linda-a-Velha em Transição)

Ilustração da Capa

Filipa Santos (Fojo Permacultura)

PRÓXIMO NÚMERO

Gostaríamos de lançar o número 6 da Folha de Couve da transição em Portugal na Primavera de 2015, mas

uma reflexão sobre este ano e meio de publicações está a levar-nos a considerar outro modelo de publica-

ção. Veremos o que acontece até á Primavera de 2015 mas é certo que haverá mais uma folha desta bela

couve.

Vamos deixar de contar com a colaboração da Margarida Sousa, que desde já agradecemos o seu trabalho e

impulso para que este boletim tenha sido possivel e vamos dar as boas vindas á Susana Santos que vem

cheia de energia para dar continuidade a este trabalho.

Para o próximo numero, solicitamos que enviem os vossos artigos até dia 15 de Março. Sugerimos que os

textos não excedam as 400 palavras (1 página A4), que incluam para além do nome do autor, a referência da

iniciativa de transição, email de contacto, blog/site. Solicitamos que enviem 2 a 4 imagens por cada artigo.

Podem enviar os artigos durante este periodo porque vamos colocando no blogue da Folha de Couve (http://

transicaoportugal.net/folha_de_couve/blog-da-transicao-portugal/)

Enviar o material para:

[email protected]

NOTA FINAL

A todos os que contribuíram para este quinto número do Boletim Transição em Portugal um MUITO OBRI-

GADA!!!