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MARTINA CORREIA

O FUNDAF

Abordaremos outro assunto do edital do concurso da PGFN, o FUNDAF, que se encontra

previsto no item 20 do programa de Direito Tributário.

Em cumprimento ao escopo estabelecido pela Constituição Federal, de priorizar os recursos à

administração tributária, fora criado o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das

Atividades de Fiscalização – FUNDAF, por meio do Decreto-Lei nº 1.437/75. Assim dispôs o artigo 6º

do referido normativo:

Art. 6º - Fica instituído, no Ministério da Fazenda, o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento

das Atividades de Fiscalização - FUNDAF, destinado a fornecer recursos para financiar o reaparelhamento e

reequipamento da Secretaria da Receita Federal, a atender aos demais encargos específicos inerentes ao

desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização dos tributos federais e, especialmente, a

intensificar a repressão às infrações relativas a mercadorias estrangeiras e a outras modalidades de fraude

fiscal ou cambial, inclusive mediante a instituição de sistemas especiais de controle do valor externo de

mercadorias e de exames laboratoriais.

Ou seja, através do FUNDAF, pretende-se aperfeiçoar as atividades de arrecadação e

fiscalização da União, financiando o seu reaparelhamento e reequipamento, inclusive com o fim de

possibilitar um maior combate às infrações e fraudes fiscais ou cambiais. Ainda, segundo o parágrafo

único do referido dispositivo, objetiva-se, também, por meio deste Fundo, o custeio do

funcionamento dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais do

Ministério da Fazenda, inclusive com o pagamento de despesas com diárias e passagens referentes

aos deslocamentos de Conselheiros e da gratificação de presença; bem como o custeio de projetos

e atividades de interesse ou a cargo da Secretaria da Receita Federal, inclusive quando

desenvolvidos por pessoa jurídica de direito público interno, organismo internacional ou

administração fiscal estrangeira.

Conforme previsão do aludido decreto, constituem recursos do FUNDAF as dotações

específicas previstas na lei de orçamento ou em créditos adicionais; as receitas diversas, decorrentes

de atividades próprias da Secretaria da Receita Federal; e outras receitas que lhe forem atribuídas

por lei. Neste sentido, por previsão específica da Lei 7.711/88, estabeleceu-se a destinação ao

FUNDAF das verbas referentes ao Encargo Legal, bem como o produto da arrecadação de multas,

inclusive as que fazem parte do valor pago por execução da dívida ativa e de sua respectiva

correção monetária, incidentes sobre os tributos e contribuições administrados pela Secretaria da

Receita Federal e próprios da União, excluídas as transferências tributárias constitucionais para

Estados, Distritos Federal e Municípios.

Deve-se, no entanto, fazer uma distinção. Por disposição legal, o FUNDAF, em geral, é gerido

pela Secretaria da Receita Federal, nos termo de plano aprovado pelo Ministro da Fazenda. No

entanto, no que tange aos valores do encargo legal, seu recolhimento ocorre em subconta especial,

cuja gestão compete ao Procurador-Geral da Fazenda Nacional, para utilizá-lo no financiamento de

despesas com o programa de “Incentivo à Arrecadação da Dívida Ativa da União”, que tem por

escopo o incentivo à arrecadação de receitas inscritas em Dívida Ativa; à implementação,

desenvolvimento e modernização de redes e sistemas de processamento de dados; ao custeio de

taxas, custas e emolumentos relacionados à atuação da Fazenda Nacional em Juízo e de diligências,

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publicações, pro labore de peritos técnicos, de êxito, inclusive a seus procuradores e ao Ministério

Público Estadual, e de avaliadores e contadores, bem como aos serviços relativos à penhora de bens

e à remoção e depósito de bens penhorados ou adjudicados à Fazenda Nacional.

Por fim, ao final de cada exercício, apurada a existência de saldo do FUNDAF, este é

automaticamente transferidos, por disposição legal, para o exercício seguinte.

Bons estudos, e até a próxima.

Rodolfo Cursino

Procurador da Fazenda Nacional

*Legislação estudada: Decreto-lei nº 1.025/69; Decreto-Lei nº 1.437/75; Decreto-lei nº 1.645/78 e Lei

7.711/88.