jornal foca no fato

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FOCA NO FATO Quem Assistir à Final da Copa vai desembolsar R$ 1.700 Pg.5 Jornal laboratório das disciplinas de Planejamento Gráfico e Jornalismo Impresso Aplicado da UNIC – Universidade de Cuiabá Cuiabá-MT - Outubro de 2010 Produção Acadêmica Edição do Segundo Semestre de 2010 Uma Copa para todos os ‘mundos’ A falta de acessibilidade tira o direito de ir e vir de deficientes físicos e visuais Pg.8 Meninas do Mixto se destacam no futebol feminino Pg.2 Atraso nas obras do aeroporto gera preocupação no governo Pg.10 Ex-craque fala de mundial Pg.3 Evento beneficia outros esportes Pg.4 Turismo de MT pede socorro Pg.7 Cúpula da Segurança diver- ge sobre ação na Copa Pg.8 Do mundial de 50 para os dias atuais Pg.9 Governo emplaca Cuiabá como cidade sede Pg.11 Diversão vai além do futebol Pg.12 Imóveis em alta Pg.6 Mixto: Rumo à série B Pg.4 Foto: Agência Brasil

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Foca no Fato - Jornal laboratório das disciplinas de Planejamento Gráfico e Jornalismo Impresso Aplicado da UNIC – Universidade de Cuiabá. Professores responsáveis: Franclim José Santos (Ankh) e Janaína Pedrotti Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria GóesDiretor da Faculdade de Comunicação Social: Alexandre FrigeriEditora de Cidades: Mônica Tessaro Editora de Economia: Aline Marques Editora de política: Jhessika Moura Editor de Cultura: Yuri Marcel Pardal Ramires Editora de Esportes: Karine MirandaTextos: Alessandra Fernandes da Conceição, Aline Marques da Silva, Fabiola Gomes da Silva, Guilherme Silveira, Igor Moura Danieleviz e Silva, Jessica Regina Benitez Alves, Kamila Cristina de Pinho Arruda, Karine Miranda de Paula, Laura Izabel Rodrigues Dias, Monica Heloiza Tessaro, Nayara Rafaela Araujo Oliveira, Yuri Marcel Pardal Ramires, Jhessika Alexandre de Moura, Simone Seibert Ventura.

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Page 1: Jornal Foca no Fato

FOCA NO FATO

Quem Assistir à Final da Copa vai desembolsar R$ 1.700 Pg.5

Jornal laboratório das disciplinas de Planejamento Gráfico e Jornalismo Impresso Aplicado da UNIC – Universidade de Cuiabá

Cuiabá-MT - Outubro de 2010Produção Acadêmica Edição do Segundo Semestre de 2010

Uma Copa para todos os ‘mundos’

A falta de acessibilidade tira o direito de ir e vir de deficientes físicos e visuais Pg.8

Meninas do Mixto se destacam no futebol feminino Pg.2

Atraso nas obras do aeroporto gera preocupação no governo Pg.10

Ex-craque fala de mundial Pg.3

Evento beneficia outros esportes Pg.4

Turismo de MT pede socorro Pg.7

Cúpula da Segurança diver-ge sobre ação na Copa Pg.8

Do mundial de 50 para os dias atuais Pg.9

Governo emplaca Cuiabá como cidade sede Pg.11

Diversão vai além do futebol Pg.12

Imóveis em alta Pg.6

Mixto: Rumo à série B Pg.4

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Elas também entendem de bolaPelo bom desempenho na Copa Brasil as meninas do Mixto se destacam no futebol feminino

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Editorial

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A equipe do Mixto reúne destaques assim como no futebol feminino nacional.

O time feminino do Mixto existe há pou-co mais de quatro anos. As meninas do al-vinegro ganham espaço e comprovam que futebol também é para mulheres. Na Copa Brasil, em 2010, a equipe segue com uma boa pontuação e ocupa a posição nas semifinais. A atacante Dayane é um dos grandes destaques. Ela é artilheira. A ro-tina dela começa cedo, quando realiza os afazeres domésticos, depois, a tarde, vai para o trabalho e durante a noite estuda. O tempo para o futebol é curto, mas ela afirma que se empenha para não deixar o esporte de lado. “A gente faz de tudo para treinar todos os dias, porque é aquilo que a gente gosta.”

Mas assim como Dayane, essa é a vida da maioria das meninas do time. Algumas casaram, formaram e se tornaram mães. O futebol teve que ser a segunda opção. Ao contrário dos homens, em que a dedi-cação pode ser integral, elas ainda não vivem apenas com a bola no pé. O técni-co da equipe, Celso Nunes diz que, desde quando começou a lidar com o esporte há 15 anos, viu muita gente seguir outro ca-minho. “O que atrapalha ainda é a falta de incentivo,” comenta.

Se elas chegaram onde estão é porque o trabalho foi em longo prazo. Celso trei-nou as primeiras meninas em um projeto de futsal do Sesc, tempo depois assumiu o time de futebol do Cuiabá. Posteriormente foi técnico do Oratório Santo Antônio, para só em 2006 assumir o Mixto. O entrosa-mento da equipe é um ponto positivo. As meninas trabalham juntas há três anos. “Durante o treino com elas, é desenvolvi-do o trabalho técnico, tático e emocional. Tudo, para que elas tenham o apoio ne-

O tal do fuxico já tomou conta da ci-dade. Todos se preparam para o grande acontecimento, a Copa do Mundo 2014. Também pudera, imagina: quando o Bra-sil sediou o evento mundial, Cuiabá e seus vilarejos acompanharam os jogos pelas ondas do rádio, afinal a televisão ainda não era popular por aqui. O Foca no Fato partiu para as ruas, remexeu nos arquivos públicos e aproveitou para fiscalizar como

cessário”, afirma Celso. Claro, que existem as que se destacam

como a goleira Aline Camila Bossa. Ela dis-putou o campeonato Mundial de Futebol sub-20 na Alemanha este ano. Foi treta-campeã pelo campeonato sul-americano e é a única jogadora mato-grossense a com-por um elenco nacional. Aline começou a jogar bola com o irmão, quando pequena em Sinop. Praticou um tempo com meni-nos e joga atualmente também em um time de futsal. Ela reconhece o peso de uma competição internacional. “É preciso enfrentar o treinamento, a saudade da fa-mília, sessenta dias fora de casa é muito tempo, seu psicológico abala bastante. É uma experiência única. Com certeza você vai para ganhar, mas ultrapassa muitos obstáculos”.

Uma trajetória que também começou cedo foi a de Dayane. Após jogar campe-onatos municipais, ela conheceu Celso. E a partir daí, a relação dos dois continua. Os treinos, quando iniciou a carreira não eram freqüentes, mas a dedicação au-mentou e hoje ela é destaque na equipe do futebol feminino no estado. Ela já jogou no São Caetano de São Paulo e participava

em competições lá e aqui. Desde quando o time do Mixto foi formado, ela já fazia parte do elenco. “A gente já ganhou vários títulos, mas eu acredito que o futebol fe-minino ainda tem muito a crescer”, afirma.

Mas o que faz essas meninas não de-sistirem é a evolução da modalidade. “Há 20 anos a realidade era outra, hoje temos uma base nova e muito experiente”, diz Ju-cimar Rodrigues diretor do futebol femini-

estão os preparativos para o programação planetária. Encontramos quem “ouviu” os jogos pelo rádio aqui da terrinha tupini-quim. Também circulamos pelos principais ambientes públicos para conferir a acessi-bilidade desses locais para os portadores de deficiência, uma decepção só. Afinal, onde tem rampa de acesso, tem como por-ta de saída degraus, ainda falta planeja-mento para atender a “todos os mundos”.

Será que o Cuiabano poderá mesmo adentrar aos portões para assistir aos jo-gos, ou apenas acompanhará do lado de fora do estádio? Uma projeção econômi-ca, baseada no valor dos ingressos dos jogos mundiais nas últimas duas edições, projetada por um economista a pedido da reportagem, revela que o ticket da final de-verá custar R$ 1,7 mil, isso considerando que em sua última edição, na África, o va-lor pontuou em US$ 900 e a média de re-

ajuste, no intervalo de 4 anos é de 11,5%.Mas não é só de futebol que vive a

Copa. Em um giro por Mato Grosso, nossa equipe revela as maravilhas das águas de um azulado transparente de Nobres e as aventuras de Jaciara, nas matérias sobre o atrativo turístico da região. Tem também a beleza da biodiversidade do Pantanal. E para quem curte mesmo é o agito urbano, há um roteiro único para os mais badala-

dos eventos da city. Enfim, essa edição foi elaborada pensando em acompanhar a mobilização em torno do evento, não ape-nas no que nos é mostrado como vitrine, mas também no que está implícito, camu-flado pelas amarras da burocracia, ou pelo cotidiano que se torna invisível.

Foca no Fato - Jornal laboratório das disciplinas de Planejamento Gráfico e JornalismoImpresso Aplicado da UNIC – Universidade de Cuiabá. - Professores responsáveis: Franclim José Santos (Ankh) e Janaína Pedrotti - Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Góes Diretor da Faculdade de Comunicação Social: Alexandre Frigeri Editora de Cidades: Mônica Tessaro - Editora de Economia: Aline Marques - Editora de po-lítica: Jhessika Moura - Editor de Cultura: Yuri Marcel Pardal Ramires - Editora de Esportes: Karine Miranda Textos: Alessandra Fernandes da Conceição, Aline Marques da Silva, Fabiola Gomes da Sil-va, Guilherme Silveira, Igor Moura Danieleviz e Silva, Jessica Regina Benitez Alves, Kamila Cristina de Pinho Arruda, Karine Miranda de Paula, Laura Izabel Rodrigues Dias, Monica Heloiza Tessaro, Nayara Rafaela Araujo Oliveira, Yuri Marcel Pardal Ramires, Jhessika Ale-xandre de Moura, Simone Seibert Ventura

no do Mixto. A evolução é em nível de Bra-sil e só em Mato Grosso são 15 equipes amadoras e 12 equipes profissionais. Mais disciplinadas que os homens, elas entram em campo com garra e cumplicidade. Ao responderem a pergunta por que futebol é para mulher, todas não hesitaram. “Nós conquistamos o nosso espaço em campo.”

(Igor Moura, 6º semestre jornalismo)

Se elas chegaram onde estão é porque o trabalho foi em longo prazo. Celso Nunes treinou as primeiras meninas em um projeto de futsal do Sesc, tempo depois assumiu

o time de futebol do Cuiabá. Posteriormente foi técnico do Oratório Santo Antônio, para só em 2006 assumir o Mixto. O entrosamento da equipe é um ponto positivo. As

meninas trabalham juntas há três anos.

2008 Campeão Copa Mercosul

2008 Campeão Copa Centro Oeste 2010 Campeão Estadual

2006 Surgimento do time

2010 semi-finalistas na Copa Brasil

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Ícone do futebol mato-grossense e também do Brasil, Luis Carlos Beleza fez história na Vila Belmiro e no Verdão. Com 59 anos de idade e 43 de futebol, ele foi treinado por Mário Jorge Lobo Zagallo, atuou com o rei Pelé no Santos e hoje, orienta times regionais.

Na Vila Belmiro, jogou ao lado de Pelé, onde deixou de ser simplesmente Luis Carlos para se transformar em Luis Carlos Beleza, ou Lulu Beleza. O apelido foi dado por nada menos que o Rei do Futebol. “O “Beleza”, infelizmente, não tem nada a ver com a aparência física. Foi me dado pelo meu jeito alegre, espontâneo, boa gente ”, brinca.

Seu cruzamento preciso foi o que despertou o interes-se tanto do Santos quanto do Mixto em Mato Grosso. De acordo com o craque, o dirigente do time na época, Antero Paes de Barro, o contratou para fazer parte do grupo de base na qual ele deveria fi car por um ano. Mas a qualida-de do time, estrutura e calor da cidade não o deixou partir.

Ex-profi ssional do Mixto, Operário e União, Beleza mora na capital há duas décadas e quando questionado sobre a Copa 2014 garante que Cuiabá tem condições fa-voráveis para sediar o evento, mas demora e burocracia podem vir a prejudicar a recepção do evento.

Nos lugares aonde se realizam a Copa fi cam agrega-dos uma série de benefícios sociais e econômicos. Isso projeta o país como centro das atenções e as sedes como fontes turísticas e foco das possibilidades de crescimento nos mais variados âmbitos, principalmente, esportivo.

Por isso, o ex jogador, garante que questões infra-es-truturais, como a demolição do Verdão e a criação da Are-na Pantanal, demonstram a vontade da população para a realização do evento e acende a chama da esperança aos boleiros. “Toneladas de concreto do velho estádio es-tão sendo processadas para dar origem a mais uma es-perança para o velho e glorioso futebol que Mato Grosso já teve”, diz.

A construção de um estádio multiuso, moderno, que tenha toda a estrutura de acomodação e comunicação necessária e que possua uma participação direta com os times é mais que necessário. Assim, remodelar toda Cuiabá inclusive seus pontos históricos se tornou uma

obrigação. Além de questões infra-estruturais, Cuiabá precisa de

uma remodelação governamental. Para Beleza, o atual futebol é um refl exo de sua realidade nas décadas de 70 e 80, pois times e governo daquela época não souberam aproveitar a era de ouro do futebol regional. “Não criaram estrutura para os times. A base do futebol em Mato Gros-so não tem respeito nem moral”, assegura.

O lateral garante que para o futebol regional se desen-volver é preciso que times, diligência e governo sejam um só. Desenvolver projetos e criar estrutura para expandir a área esportiva e ampliar sua atuação é imprescindível. Levar os torcedores ao estádio e estimular o futebol da re-gião é um dos primeiros passos para que a copa se realize

em sua plenitude. Para isso, é preciso “arrumar a casa, pois estrutura existe, só falta organização”.

Ter dirigentes, técnicos e até políticos que valorizem a cuiabania é essencial para o crescimento do estado. A falta de reconhecimento de profi ssionais regionais que tenham história e que vivenciaram o futebol é o que de-sestimula tanto jogadores quanto torcedores. Além disso, a frequente contratação de equipes técnicas inteiras que não tem amor pelo futebol mato-grossense se torna a res-ponsável por este atual futebol fraco do estado de acordo com Beleza.

Pessoas capazes de construir estádios, aeroportos e toda a estrutura necessária para a Copa ou até mesmo levar os times de série C e D de Mato Grosso a um novo patamar no futebol existe aos “cachos”. Para isso, é pre-ciso, apenas, encontrá-las dentro do próprio estado. “Não é preciso procurar tão longe, pois santo de casa também faz milagres, sim”, fi naliza o craque orgulhoso.

(Karine Miranda, 6° semestre Jornalismo)

Santo de casa também faz milagreAmigo do Rei e símbolo de garra mixtense, o ex-craque Beleza fala sobre futebol e Copa em MT

FICHA TÉCNICA

Nome Completo: Luís Carlos José da SilvaApelido: Lulu BelezaNascimento: 11/03/1951 no Rio de JaneiroPosição: Lateral Principais conquistas: Tetracampeão mato-gros-sense pelo Mixto (1979 a 1982) e campeão da Taça Cuiabá 1980 pelo Operário.Clubes onde jogou: Botafogo-RJ, Ceará, Caldense-MG, América-MG, Santos-SP, Juventus-SP, Náutico-PE, Mixto, União, Operário e Dom Bosco.Atividades atuais: Ofi cial de Justiça e técnico de fute-bol de base.

1967

1967

Começa sua vida no fute-bol com apenas 16 anos sob o comando do técnico Zagalo no Juvenil do Botafogo-RJ e fez apenas duas partidas como profi ssional.

Transferiu-se para o Ceará e depois foi para o Caldense-MG. Foi elei-to o melhor lateral-direito do Campeona-to Mineiro no time América de Minas e des-pertou o inte-resse do Santos.

Vai para o San-tos, se torna ami-go do Pelé e re-serva do capitão do time Carlos Alberto Tor-res. Além disso, joga ao lado de estrelas como e Edu, Clodoaldo e Cláudio Adão.

Sai do Santos vai para o Náu-tico e depois para o Juven-tus-SP, de onde veio para o Mixto em Mato Grosso.

Transfere-se do Mixto para o Operário-MT e se torna cam-peão da Taça Cuiabá.

Volta ao Mixto e transforma-se em uma es-pécie de ‘Deus da Raça’ para os mixtenses e conquista o Te-tra campeonato pelo time.

Joga no União-MT e no Dom B o s c o - M T onde fi naliza sua carreira no futebol como profi ssional.

Permanece liga-do a sua paixão pela bola e co-meça como trei-nador de escoli-nhas de futebol.

Atualmente, Bele-za atua nas esco-lhinhas e revive o passado atrás das lembranças.

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Rumo a série B na copa 2014Tido como time mais querido de Mato

Grosso, o Mixto Esporte Clube é um símbo-lo do Estado quando o assunto é esporte.

Criado em 1934 por um grupo de amigos que se reuniam em um terreno baldio para conversar, se diver-tir e praticar atividades físicas, o Mixto tem um nome muito forte e possui a maior torcida de todo o estado.

A grandeza deste clube não tem parâmetros, pois desde sua fundação foi inúmeras vezes campeão, se tornando assim, o maior vencedor do Campeonato Ma-to-grossense com 24 conquistas, além de ser o único a ter conquistado o tetracampeonato, em 1951 a 1954 e de 1979 a 1982. Participou do campeonato Brasi-leiro em 13 edições, sendo o primeiro representante de Mato Grosso no Campeonato Brasileiro de 1976. Atualmente se encontra na serie C do mesmo. Seu maior rival é o Clube Esportivo Operário Várzea-Gran-dense (C.E.O.V) com quem faz o Clássico dos Milhões.

O Mixto e o Operário já se enfrentaram 107 ve-zes no “Clássico dos Milhões”, tendo assim o Mixto 32 vitórias , Operário 37 e 38 empates.

O Mixto Esporte Clube é alvinegro e tem como mas-cote um tigre, que carrega o codinome de “Tigre das Vargas”, devido a sua enorme garra e o arrojo de sua torcida. O clube possui três apaixonadas torcidas or-ganizadas, que protagonizam a festa nas arquiban-cadas em dia de jogo, são elas: A Boca Suja, Torcida

Desorganizada Comando Zero e a Razão Alvinegra. O atual presidente do Mixto Esporte Clube, Márcio Par-

dal diz que é uma honra presidir este clube de tanta impor-tância para Mato Grosso. “É um privilégio estar a frente de um clube tão popular como o Mixto, e estamos trabalhan-do muito forte devido a copa do mundo que vem aí”, conta.

Campeonato Nacional de 1976

Cuiabá é uma das cidades se-des da Copa do Mundo de Fute-bol em 2014 e com isso haverá melhorias em todos os setores e com o esporte não poderia ser di-ferente. Os clubes de Mato Groso trabalham firme para melhorar seu desempenho perante o futebol nacional. O Mixto Esporte Clube, apesar de estar atualmente na se-rie C do campeonato brasileiro e não se encontrar em uma fase tão boa está investindo e trabalhan-do em projetos para que quando a Copa chegar eles estejam me-lhor posicionados nacionalmente.

“Nosso objetivo é que daqui a quatro anos, no ano da Copa no Brasil, estejamos na série B do

campeonato Brasileiro”, diz o presidente do Mixto, Már-cio Pardal. O clube para alcançar o objetivo de chegar a série B do brasileiro tem contratado novos jogadores, reformulou a sua diretoria e trouxe de volta o campeão estadual pelo Mixto de 2008, o técnico Arildo Berdum.

(Kamila Arruda, 6º Semestre Jornalismo)

O Mixto pretende chegar a serie B do Campeonato Basileiro no ano da Copa do Pantanal

Mundial 2014: O legado para outros esportesA Copa 2014 não beneficiará somente o futebol, outras modalidades também desfrutarão desse legado

O futebol não será apenas o esporte privilegiado antes, durante e depois do mundial, outras modalidades também poderão desfrutar da infra-estrutura deixado como legado da Copa, como o futebol americano que vem ganhando espaço cada vez mais no estadual. Portanto, Maio de 2009, Cuiabá recebe título de umas das principais capitais brasileiras a sediar a Copa de 2014, competindo com Cam-po Grande (MS). De lá pra cá vários projetos apresentado pelo governo para o evento mundial.

O futebel Americano pode até parecer confuso ou vio-lento para quem está acostumado com outra modalidade do futebol, aquela que onze jogadores de cada lado tentam marcar gol apenas jogando com os pés. O futebol ameri-cano surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos de 1892 e também uma variação do rugby. Velocidade, força física, capacidade tática, força bruta e contato pessoal en-tre os jogadores é o diferencial desse jogo e também o fa-tor que costuma atrair apaixonados pela prática.

No estado o time Cuiabá Arsenal ganha destaque cada vez mais no meio dos esportes, ainda com Cuiabá sendo cidade sede. Segundo o jogador do time, Junior Martins (Defensive Line) ou Linha defensiva, são anos e anos de dedicação com o futebol americano no estado, Cuiabá sendo sede é a oportunidade do time mostrar todo seu de-sempenho e divulgar o esporte. Ele também ressalta que a mesma estrutura usada no futebol comum também é apli-cada no futebol americano. Dessa forma, a expectativa do grupo é que a vinda da Copa, em 2014, também promova avanços para outras práticas esportivas na cidade.

(Laura D ias, 6 º S emestre J ornalismo) Treino do time Cuiabá Arsenal

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CâMbio da notíCia

Preço para entrar no estádio em 2014Valor do ingresso será 11,5% superior

Quem for assistir aos jogos da Copa de 2014 deve eco-nomizar para assistir as disputas. Em 2006 na Alemanha, o valor do ingresso foi tabelado pela Federação Interna-cional de Futebol (FIFA) em Euros. Em 2010, na Copa da África, a entrada era em dólar. Se a final da Copa de 2014 fosse hoje, o preço que em 2010 foi US$ 900 custaria apro-ximadamente R$ 1.716, isso considerando a cotação atual do dólar, que vale R$ 1,71, o reajuste do preço do ingresso em quatro anos foi de 11,5%.

Mas esse valor pode mudar, explica o economista Ema-nuel Dabian. “Se a cotação do Real em 2014 estiver su-perior, pode ser que seja maior o valor do ingresso. Todo reajuste tem dois componentes, um é a inflação, que é a perda no valor da moeda e o outro é o aumento real. A in-flação sempre vai ter. Mas quando a demanda pelo ingres-so aumenta, o valor sobe. Portanto, essa porcentagem, de 11,5% é a inflação mais o aumento real, que teve diferença da Copa da Alemanha para a Copa da África em 2010”.

O valor do ingresso varia de acordo com a categoria es-tabelecida pela FIFA. A categoria um, é a mais cobiçada, se refere aos assentos ao longo das laterais do campo. A categoria dois se refere aos lugares próximos das bandei-rinhas de escanteio. A terceira aos assentos atrás dos gols próximos a categoria dois e por último a quarta categoria, que fica atrás dos gols, a mais acessível. Durante a Copa do mundo, são 64 partidas, e quanto mais próximo da final mais elevado é o preço. Cada pessoa pode comprar até quatro bilhetes, para um máximo de sete jogos.

Por exemplo, Cuiabá será sede dos jogos na chamada fase de grupos e quartas de finais. Em 2010, os valores dessas partidas na categoria um foram US$ 160 (R$ 278) e US$ 300 (R$ 522) respectivamente. Com o reajuste, em 2014 os valores projetados serão de R$ 305 e R$ 572. O valor total, para assistir a esses jogos, não sairia por me-nos de R$ 877. Na categoria três, mais barata, os valores em 2010 foram US$ 80 (R$ 139) e US$ 150 (R$ 261). Em 2014, irão custar R$ 152 e R$ 286, o que somam R$ 438.

O total do custo para quem assistir a todos os jogos na categoria dois, intermediária, será de R$ 3.600. Esse va-lor equivale a uma projeção do preço daqui quatro anos,

estar disposto a pagar mais. Já que o valor do ingresso do câmbio paralelo chegou a ter uma majoração de 900% na Copa de 2010. “Seria dizer ao espectador, que na final de 2014, caso precise comprar de um cambista, ele poderá pagar R$ 17.160, dez vezes mais do que é o valor tabelado. A copa não é para todo mundo”, projeta Emanuel. Confira a estimativa de quanto é preciso economizar para assistir a todos os jogos da Copa de 2014. (veja o quadro desta reportagem)

em relação ao preço de US$ 1.890 (R$ 3.288) que foi em 2010. “Em quarenta e dois meses se uma pessoa guardar R$ 90 ela poderá pagar esse valor. Mas como a cotação do dólar pode variar, o mais seguro seria a pessoa fazer depó-sitos no valor de R$ 100 por mês. Juntando assim, um total de R$ 4.200 mais os juros e correção monetária. Dinheiro usado apenas para entrar no estádio”, afirma Emanuel.

No entanto, quem foi para a Copa de 2010 diz que os preços durante o campeonato são maiores. Ivanilson Gon-çalves, gerente de uma instituição bancária em Cuiabá, viajou com o amigo para assistir o jogo da final na África. Eles foram presenteados pelo cliente do banco, que ga-nhou uma promoção da bandeira de um cartão de crédito. O prêmio foi a viagem com mais 10 amigos para os jogos

das quartas de final. Além de mais duas passagens para a final e um passeio em um Safari. Mas a mulher do cliente de Ivanilson não quis viajar porque tem medo de avião. E os dois sortudos foram acompanhar a final entre Alemanha e Holanda e contam que a euforia do dia influência direta-mente no valor do ingresso. “Enquanto estávamos na fren-te do estádio, junto a um grupo de brasileiros, um holandês chegou e nos ofereceu o ingresso para final por seis mil euros. Achamos um absurdo”, comenta Ivanilson.

Por isso, o torcedor que for comprar de última hora, deve

Quem torceu em 2006 afirma que o ingresso é mais caro na hora

A cidade conta atualmente com 6.710 leitos, além de 3.271 apartamentos em hotéis. A classificação vai de eco-nômica a cinco estrelas. A previsão é que outros 1.400 no-vos apartamentos fiquem prontos nos próximos três anos e que a oferta aumente em 60%, até 2012, quando a ci-dade será sede da Copa das Confederações. Os valores

das diárias para quartos individuais variam de R$ 75 a R$ 273. De acordo com a Agecopa, o projeto de renovação do Estádio Governador José Fragelli, o Verdão, será concluí-do em 2012, com capacidade para 48 mil torcedores. O custo da obra é de R$ 350 milhões. O transporte público regulamentado pela Câmara Municipal é feito por meio de

ônibus, micro-ônibus e moto-taxi. O valor da passagem de ônibus é R$ 2,30. A população é de 545.000 habitantes segundo a estimativa do IBGE em julho 2008.

(Igor Moura, 6º semestre Jornalismo)

A oferta de leitos pode aumertar 60% para a Copa de 2014 na cidade

Veja quanto vai custar para entrar nos estádios

O economista Emanuel Dabian fez uma previsão de quanto uma pessoa pode gastar indo a todos os jogos da Copa de 2014. Os valores são estimados a partir de 28 dias, período que dura a competição.

A diária de um bom hotel, por exemplo, custa apro-ximadamente, R$200, durante a hospedagem para ver os jogos o torcedor gastaria no mínimo R$ 6 mil. As pas-sagens aéreas, em média R$ 160 o trecho, totalizariam R$ 4.800. Mais o gasto com alimentação diária, dentro e fora do estádio: R$ 60, que no prazo de 30 dias equi-vale a R$ 1.800. Além do transporte na cidade sede, que não sai por menos que R$ 40 por dia. Acrescidos dos R$ 3.600 do valor do ingresso da categoria dois. O montante total individual pode custar até R$ 17.600, o equivalente 34 salários mínimos.

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Cuiabá e a preparação para os jogos de 2014

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Com a escolha da Cuiabá como sede da Copa de 2014 muitas mudanças es-tão acontecendo e uma delas é no ramo habitacional. Economistas já apostam que o investimento em habitações será o mais lucrativo nos próximos anos. Em contrapartida, aumentos no custo das ha-bitações já são observáveis com o evento. O condomínio Terra Nova é uma prova do acréscimo no valor final da habitação. A va-riação de preço ocorre conforme as carac-terísticas da moradia, garagem, churras-queira, etc. Essas incrementações fazem que o preço varie de R$ 102 a 170 mil. Em 2008, antes da escolha de Cuiabá como subsede da Copa, o preço de um condo-mínio era a apartir de R$ 64.910, um au-mento de R$ 37.090. Esse fenômeno nas habitações é um objeto de preocupação para quem vai adquirir um imóvel. A valo-rização da área é revertida em lucro para as imobiliárias, e o preço para o consumi-dor consequentemente terá um aumento. Tudo contribui para o custo final, lotes com boa infra-estrutura, pavimentação e me-lhor localização.

As imobiliárias estão otimistas com a Copa, pois esse evento gerara uma espe-culação imobiliária. Geovania Alvarenga corretora de imóveis da imobiliária Espaço imovéis diz que: “Gerou-se uma especu-lação depois da escolha de Cuiabá como sede da Copa, principalmente nas regiões próximas ao Verdão. Vai ter uma procura maior por imóveis principalmente por par-te de investidores.”

Na construção é acrescida uma taxa denominada como Índice Nacional de Cus-to da Construção (INCC). Trata-se de um índice medido mensalmente baseado nos preços praticados pela construção civil, como a mão de obra, materiais, etc. O cor-retor Júlio César comenta que “Este valor

é calculado em cima do valor do metro quadrado. Um terreno bem localizado custa em média 2.850 até 3.500 reais o metro quadrado. A construtora calcula o preço do ter-reno, o valor da construção e a partir daí coloca uma porcentagem de lucro para obter retorno.”

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O risco da inadimplência

O aumento do crédito e menores taxas de juros facilitam a compra da casa pró-pria, além do processo de comprovação de renda ser menos burocrático. Os trabalhado-res sem carteira assinada podem, por exemplo, comprovar renda por meio de extratos bancários, contratos de aluguel. A facilidade de crédito possibilita que o cidadão tenha acesso à casa própria. O que implica é saber se as taxas para adquirir a moradia terão aumento com um evento de renome mundial. Se o cidadão de baixa renda, que tem uma mensalidade acessível não terá seu orçamento comprometido com juros e custos que serão acrescidos. E se esta conseqüência não resultará em inadimplência. Para Geova-nia Alvarenga, a facilidade de adquirir um imóvel não resultará na inadimplência porque as instituições de créditos são burocráticas. Elas fazem uma pesquisa e uma análise cadastral antes da liberação. Analisar se o cliente tem condições de arcar com aquela despesa em longo prazo.

A Copa de 2014 trará desenvolvimentos para a Capital Matogrossense, entretanto, conseqüências negativas também podem ser ocasionadas, como a especulação imobi-liária.

Entrevista com Wanderley Torres, empresário do ramo das construções, dono da

Trimec Construção e Terraplanagem Ltda.

Quais as dificuldades em cons-truir habitações no estado. Dentre elas estaria ter que construir uma rede de esgoto privada?

Depende muito da região onde vai ser construída a habitação, em grande parte das regiões não exis-tem saneamentos básicos, portanto ser construído sim.

A copa de 2014 é um fator po-sitivo e irá aumentar o número de construções. O que pode pesar ne-gativamente?

O transtorno que irá acontecer no trânsito durante as obras de ade-quação, tais como: viadutos e trin-cheiras.

Com a promessa de empregos no ramo das construções, muitas pessoas migraram para Mato Gros-so. A maioria delas não é qualifica-da. Isso pode gerar um aumento da pobreza para o estado?

Após a conclusão das obras é um fator muito preocupante, porque se não houver outros tipos de em-preendimentos no estado, vai haver com certeza esse aumento de de-semprego.

Porque há diferenças de preços nas habitações e como é calculada a média de preço das moradias?

Depende da moradia que serão construídas, por exemplo, os con-juntos habitacionais feitos com re-cursos da Caixa Econômica Federal as prestações das casas já são pre-viamente calculadas pela instuição.

Os programas do governo fede-ral são atrativos para adquirir-se a casa própria. Tanta facilidade não ocasionará a inadimplência, já que com a copa os custos de moradia serão maiores?

Não, porque as prestações das casas já são previamente definidas pela Caixa Econômica de acordo com as rendas dos futuros proprie-tários.

O que o estado precisa para ser um exemplo para as metrópoles no ramo da construção?

Bons projetistas e bons enge-nheiros civis.

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Copa acelera mercado imobiliário em CuiabáO maior evento mundial já prevê mudanças nas habitações da capital

(Aline Marques - 6° semestre de Jornalismo)

CâMbio da notíCia

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já estão sendo feitas em seu restaurante para aconchegar os turistas e com recur-sos próprios.

“Estamos investindo não só na parte fí-sica do restaurante, mas também no aten-dimento, no cardápio, e no bem estar dos clientes, quanto ao incentivo público eu não tive nenhuma esperança e não posso esperar tanto tempo para melhorar meu negócio”.

O legado do turismo em Mato Grosso com a Copa do Pantanal dependerá de esforço e comprometimento das autorida-des para que a primeira impressão seja a melhor.

É preciso que os projetos que ainda nem saíram das pranchetas, sejam con-cretizados o quanto antes.

ce afi rma que o Estado ainda não tem um incentivo específi co para este fi m.

“O Governo Federal tem uma linha de crédito para empresas de hospedagem chamado BNDES ProCopa, que concede fi nanciamento somente para construção ou ampliação de hotéis”.

Uma opção a mais para o desenvolvi-mento econômico do estado seria a cons-trução de albergues, restaurantes popula-res, contratação de guias autônomos, sem vínculo com agencias de viagem, o que tra-ria uma redução de custos ao turista que deseja gastar pouco.

A turismóloga e proprietária de restau-rante em Várzea Grande, Rosana Resmini, afi rma que está com muita expectativa para a chegada da Copa e que reformas

Conhecido por suas belezas naturais e biodiversidade, Mato Grosso possui um grande chamariz turístico que são os três biomas: o Pantanal, a Amazônia e o Cerra-do. Apesar da ‘bondade’ natural, nenhum investimento foi realizado ainda para a Copa de 2014.

Com o mundial de futebol, em 2014, que será sediado também em Cuiabá, a grande expectativa do governo estadual é explorar o turismo para atrair pessoas do mundo todo e para que este seja o legado deixado pela copa e o motivo do retorno ao estado.

As cidades turísticas foram rotuladas, mas não criaram um projeto conscienti-zando a população mato-grossense e os turistas. Não existe uma elaboração de publicidade nos pontos turísticos de Mato Grosso, guias preparados para levar os visitantes até os principais lugares, não existe o apoio do governo ao peque no e médio empresário nas áreas hoteleiras e alimentícias. Não há sequer uma tabela de preços de passeios, hospedagens, ali-mentação, quesitos fundamentais a quem pretende ser mundialmente reconhecido.

A falta de planejamento e divulgação dos acessos aos pontos turísticos faz com que nem mesmo os mato-grossenses des-frutem. Os motivos são a falta de oportu-nidade, sendo que a maioria dos passeios considerados turísticos fi cam longe da capital, difi cultando o transporte destas pessoas.

Outro motivo são as taxas cobradas para conhecer rios, cachoeiras, trilhas, co-brando da própria população um valor ab-surdo por um bem que é da humanidade.

A secretária de turismo de Mato Grosso, Vanice Marques, alega que quanto ao de-senvolvimento e investimento para a Copa do mundo, já estão sendo qualifi cados os profi ssionais para atender a demanda de turistas no período da Copa e já existe a verba destinada a esse seguimento.

“São 150 milhões para ser empregado em obras de infra-estrutura turística, em ações de promoção e divulgação interna-cional do turismo e fortalecimento institu-cional. O que trabalhamos fortemente é com a qualifi cação para melhorar a mão de obra e com isso ter pessoas aptas para as necessidades que vão surgir com che-gada da Copa. O Bem receber Copa, Olá Turista e o Qualicopa que oferece qualifi ca-ção nas áreas de bartender, recepcionista de eventos, operador de microcomputa-dor, recepcionista em meios de hospeda-gem e outros.

Quando se fala em créditos e incenti-vos ao pequeno e médio empresário, Vani-

Turismo mato-grossense pede socorro

Cachoeira Serra Azul em Nobres, aproximadamente 140 km de Cuiabá

Jaciara cidade conhecida por suas águas termais e os espor-tes radicais como o rafting e o rapel praticados no famoso rio Tenente Amaral e cachoeira da fumaça.

Chapada dos Guimarães pro-porciona passeios aos visitantes, rios, cachoeiras, trilhas ecológi-cas, e a cidade com traços rús-ticos, aconchegante, mística e com clima agradável.

Poconé, portal do Pantanal, considerado a maior planície de inundação do planeta, com uma área de 135.000 hectares, é o pólo turístico mais procurado em Mato Grosso por turistas nacio-nais e estrangeiros, grande di-versidade natural, rico em fauna e fl ora.

Nobres possui rios de águas cristalinas, mergulho com os pei-xes, cachoeiras em meio à mata, grutas e cavernas exuberantes, ainda pouco exploradas por tu-ristas.

Primavera do Leste, Barra do Garças, Tangará da Serra, Barão de Melgaço, Cáceres, e tantas outras cidades do estado que merecem atenção e investimen-to por parte do governo do esta-do para a copa 2014.

Vias dE Fato

Principais Roteiros

(Mônica Tessaro - 6º semestre de Jornalismo)

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Uma Copa para todos os ‘mundos’

Com a vinda da Copa 2014 para o Bra-sil o tema acessibilidade é cada vez mais abordado e cobrado, não só pelos organiza-dores do evento que exigem adequações, mas também pela sociedade. Ao andar nas ruas do centro de Cuiabá, logo nota-se precariedade na estrutura destinada aos

portadores de defi ciência física. Segundo o Insti-tuto Brasileiro de Geografi a e Es-tatística (IBGE), no país, existem quase 1 milhão de cadeirantes. No mês de setem-bro deste ano, cerca de 280 rampas táteis foram construídas na capital para amenizar a situa-ção de defi cientes físicos e visuais. Porém, mesmo com a presença dos acessórios

vários cadeirantes não conseguem entrar em um ônibus, por exemplo. Segundo o secretário Municipal de Trans-portes Urbanos (SMTU), Edivá Pereira Alves, a cidade não tem planejamento para atender a grande demanda de defi ci-entes. “Na questão de acessibilidade nós

temos que fazer uma adaptação em toda a cidade. Afi nal todos sabem que Cuiabá sur-giu, e não foi elaborada”, explica. Ele ainda argumenta que por lei 20% da frota de ôni-bus tem que ser adaptada para embarcar cadeirantes. Na Capital essa porcentagem é ultrapassada com 50% dos veículos ad-equados para defi cientes físicos. O vende-dor Marcelo Silva, que comercializa doces, enfrenta as difi culdades de se locomover em uma cadeira de rodas diariamente, e afi rma: “essa falta de acessibilidade tira o meu direito de ir e vir”. Marcelo explica que com a prática ele já consegue se deslocar melhor sozinho, mas para uma pessoa inici-ante o esforço para se mover em vias públi-cas é dobrado. “Eu já tenho experiência. Sempre trabalhei na rua, e até basquete eu jogo. Mas para um analfabeto no assunto, andar sozinho de cadeira de rodas aqui no centro é muito complicado”, explica. No entanto essa situação deve ser ame-nizada, os investimentos na infraestrutura urbana são maiores com a vinda do mun-dial. Ainda de acordo com Edivá, mais 300 rampas de acesso serão construídas este ano, a intensão é totalizar mais 3 mil até 2014. Além dos podo táteis, semáforos

com sinalizador sonoro serão instalados em pontos estratégicos da cidade. “Eu já estou discutindo com o Ministério Público a possibilidade de instalar semáforos com sinalização sonora, para que o defi ciente visual possa atravessar a rua sozinho”, afi r-mou o secretário. O critério para a escolha dos locais onde as 280 podo táteis foram colocadas foi im-provisado. Conforme o secretário da SMTU a necessidade da construção dos acessóri-os era tanta, que não houve uma pes-quisa para indicar os lugares. “A escolha dos locais foi um pouco de conhecimento. Nenhum levantamento científi co foi feito. Houve apenas uma contagem de fl uxo, mas como tanto locais precisam e nós íamos fazer as 280 rampas, não foi difícil perceber onde havia mais necessidade”, justifi ca. Mesmo com uma grande demanda a ser atendida, Edivá garante que pelo menos 70% da questão que envolve a acessibili-dade estará resolvida até a vinda da copa 2014.

(Jéssica Benitez, 6° semestre jornalismo)

Marcelo Silva demonstra difi culdades de locomoção no centro de Cuiabá

- Cuiabá conta hoje com um efetivo de 2.500 policiais militares

- Para garantir a segurança na Copa do Mundo, quando haverá o desloca-mento de milhares de turistas para a capital, a cidade precisará se reforçar com mais 1.500 homens, pelo menos.

- A afi rmação é do Major Vanilto Nogueira Fixina.

- Ele considera que o número já seria o sufi ciente para Cuiabá e Várzea Grande, no contexto da segurança para os jogos do mundial 2014.

- Mas afi rma que essa seria sua estimativa apenas. “Não temos um informe ofi cial no momento, sobre o número correto de policias e viaturas a mais”, diz.

Pode-se notar, uma divergência de in-formações envolvendo a coordenadoria de segurança da agecopa, polícia militar e Secretaria de Segurança Pública. No site ofi cial da Copa em Cuiabá, muitas matérias citam que cerca de 11.800 policiais milita-res devem trabalhar na segurança da Copa das confederações, em 2013, e no Mundial de 2014. Entretando, para o coordenador de segurança da agecopa, José Lindomar, a secretaria de Segurança é quem deveria obter posse desses números. Mas, para a Secretaria, nenhum repasse do governo foi publicado ofi cialmente. O que resta saber, é qual informação é correta ou incorreta. Ou, se na verdade, existe alguma informação verídica no meio de tantas incertezas.

No entanto, a questão da segurança pública é tida como um problema de todo território nacional. Visto que, as grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, são grande pólos de monitoramento pre-cário, em Cuiabá essa questão não seria diferente.

Ao caminhar pelas ruas pode-se notar praças abandonadas tomadas por usuários de drogas. Também é comum, perceber guardadores de carro cheirando crack em plena via pública. Moradores de rua, fre-

quentemente são agredidos e nenhuma providência é tomada. E a pergunta que sempre fi ca - onde está a polícia?

Em uma cidade que não foi planejada, qualquer alteração é signifi cativa. Quando os cidadãos passaram pela Praça das Ban-deiras no Centro Político Administrativo, e notaram 26 novas viaturas estampadas uma ao lado da outra como troféus, logo pensaram que algo iria mudar na manuten-ção da segurança nas ruas. Mera ilusão

Números

Informações básicas como número de policiais nas ruas são contraditórios nos diferentes órgãos do setor

Prefeitura instalou rampas, mas locais não foram planejados

Cúpula da segurança diverge sobre atuação

dos cuiabanos.Prova disso, será a chegada da Copa em

2014 na Capital. Os cidadãos Cuiabanos, desde já se preparam e se entusiasmam com a geração de emprego, renda e lucro que o evento trará. No entanto, as muitas preocupações se concentram na mente de poucos. E uma das apreensões mais signifi -cativas, é a questão de segurança pública no dia a dia dos muitos turistas que virão à Cuiabá.

A capacitação de profi ssionais é um ponto que o coordenador José Lindomar aposta. “Precisamos de estrutura física e pessoal para capacitar os profi ssionais para assim, cumprirmos o que é exigido pela FIFA”, diz.

(Nayara Araújo, 6° semestre jornalismo)

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Do rádio para o ao vivo

A primeira e única Copa que ocorreu no Brasil, foi em 1950, e o futebol ainda não era uma paixão nacional, mas o cuiabano já acompanhava a transmissão dos jogos através do rádio, meio de comunicação da época e nesse ano, as cidades que sedia-ram o mundial foram: Belo Horizonte, Re-cife, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Naquela época, o futebol não tinha re-cursos econômicos, tecnológicos e o jorna-lista transmitia os jogos de cima do telhado.

Mas mesmo assim era melhor que hoje, pois ninguém ganhava, jogava por amor, por diversão, por esporte mesmo.

Segundo relatos de quem atuou na época, os jogadores tinham pouca técnica. Quando venciam os jogos, a comemoração era feita na beira do rio. Os dirigentes sus-tentavam os times, através de investimen-tos pessoais. O futebol era corrido, suado, chorado, se o jogador se machucava, pas-sava a mão pra tirar o sangue e continuava, “cheguei a quebrar 4 dentes numa partida, somente enxagüei a boca e continuei a jo-gar, mesmo machucado”, fala Sebastião, atleta da época.

Cuiabá em 1950

Cuiabá era uma cidade calma, mas por outro lado era a cidade que mais possuía veículos no Brasil, as pessoas vinham pra cá por causa do ouro. Não tinha prédios, era a cidade verde, Portal da Amazônia e porta do pantanal.

A principal atração era o cinema. A ci-dade contava com o Cine Teatro Cuiabá e o Cine São Luiz (Porto).

Passados os 12 anos do fim da Segun-da Guerra Mundial, a população não tinha empolgação e nem expectativas do Brasil vencer os jogos. A transmissão das dispu-tas era feita através do rádio, que tinha muita interferência e nem todos possuíam esse equipamento.

A Copa de 50, em Cuiabá, era como qualquer outro evento, o cuiabano não era fanático por futebol e naquela época não existia a euforia dos dias de hoje com os jo-gos do Brasil, as lojas não eram enfeitadas e a cidade não parava pelo fato de um jogo do Brasil estar acontecendo.

Aos sábados e domingos, se reuniam na casa de quem possuía o rádio, para ouvir os jogos. Na última partida, entre Brasil e Uru-guai, os rádios foram sintonizados na par-tida e houve aglomeração da população,

mas sem muita empolgação. As lojas que vendiam rádio faziam exposições de apare-lhos e quem passava por ali, ouvia.

“Quando o Brasil perdeu a copa por 2 a 1 do Uruguai, chorei igual criança”, diz, emocionado, Sebastião Barros da Costa, jo-gador do Atlético em 1950.

A chegada da bola em Mato Grosso

O futebol em Mato Grosso se originou a partir de 1905. O Padre Dom Antonio Ma-nan foi pra França em um congresso, e trou-xe em sua bagagem a bola.

A primeira partida oficial de futebol foi no dia 31 de janeiro de 1943, as equipes que disputaram o jogo foram: Mixto Esporte Clube vencendo de 5 a 1 o Clube Esporte Dom Bosco.

As disputas eram realizadas no Campo do Bosque Municipal, onde mais tarde se construiu o “Estádio do Comércio” – o 1º Estádio de Futebol de Mato Grosso. O gra-mado era areia com cascalho.

Tínhamos na Presidência do Brasil, um cuiabano de “tchapa e cruz”: Eurico Gaspar Dutra, que foi responsável por preparar o Brasil para sediar a copa do mundo e que criou o Maracanã.

Em 1950 o esporte teve seu avanço em Cuiabá. Eurico Gaspar Dutra anunciou a construção de um estádio, ele queria a réplica menor do Maracanã na capital.

Por conta de corrupção, o que era pra ser o maior estádio do Oeste brasileiro, se transformou em um mini estádio. Dutra se recusou ir à inauguração.

A cidade cresceu, expandiu principal-mente no plano vertical.

Antigamente existia um futebol pobre de assistência financeira, mas tinha referên-cias. Atualmente se contratam jogadores que só querem saber de dinheiro e fama. Na maioria dos casos, o profissional não tem preparo, ganha milhões mas não sabe como administrar isso.

O futebol, além de paixão, virou negócio. De 90 pra cá, com tecnologia e imposição do neoliberalismo, as equipes deixaram de investir.

“Gosto de ver futebol gostoso, a impren-sa, os locutores são um time só, não falam de outros times, é tendencioso, a predile-ção por tal time é visível”, desabafa Sebas-tião.

Cuiabá já se prepara para a Copa de 2014. Foi dada a largada para a era das obras do mundial, as ordens de serviço para a execução dos chamados “desblo-queios” são mera questão de tempo.

Uma nova cidade vem aí, mas é necessário que haja uma preparação e empenho dos profissionais de todos os setores e também, da consciência cidadã.

O advento da copa do mundo traz boas perspectivas para o comércio, que prevê prosperidade no futuro, e com o grande investimento financeiro, há preocupação na possibilidade de ocorrer novamente corrupção, como por exemplo, as obras do PAC (Projeto de Aceleração ao Crescimento), que foram interrompidas devido às irregu-laridades nas licitações.

O Ministério Público foi procurado para esclarecer se há algum departa-mento responsável pelo controle dos investimentos da Copa do Mundo, e a resposta é que já foram instaurados dois Inquéritos Civis Públicos.

A Copa prevê também moderniza-ção para a cidade, obras importantes para a mobilidade e um legado eterno para o turismo

“Tô vibrando não tanto pelo fute-bol, mas principalmente pelo legado deixado pela copa. Cuiabá crescerá 40 anos em 4” explica Roberto de Je-sus César: atleta, jogador, treinador e cronista.

Em 2014 a Copa estará de volta no Brasil, e dessa vez,Cuiabá será uma das sub sedes, motivo de orgu-lho para a população que está bastan-te satisfeita com a escolha de capital para sediar jogos do Mundial e pela forma de transmissão dos jogos, que ao contrário da década de 50, acom-panhada somente pelo rádio, terá como privilégio acontecer na era tec-nológica e Cuiabá acompanhando as tendências da globalização.

De 1950 para 2014: história, diferenças e expectativas para a Copa do Pantanal

Dutrinha e a corrupção

Diferenças e Expectativas

Uma nova cidade...

Estádio do Colégio Estadual de MT em 1955, onde se jogava futebol.

Projeto do Estádio Verdão para a Copa de 2014.

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(Simone Seibert Ventura - 5º Semestre Jornalismo

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A Copa no Brasil

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Preocupação no atraso das obras para a Copa do Mundo de 2014 é o “Calcanhar de Aquiles”

Reforma no Marechal Rondon

Governo pode assumir obras no Aeroporto devido a demora

A precariedade no Embar-que e desembarque de passa-geiros no aeroporto Marechal Rondon em Várzea Grande é um dos termômetros dos grandes desafi os das cida-des escolhidas para Sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014.

O não cumprimento dos prazos da FIFA pode gerar prejuízos econômicos e so-ciais a Mato Grosso, prejudi-car investimentos fi nanceiros do Estado e comprometer os esforços feitos até agora pelo governo estadual. Em Cuiabá essa preocupação tem sido o “calcanhar de Aquiles” do governo do estado e trade tu-rístico.

O Governo do Estado cobra da Infraero uma posição so-bre os prazos de conclusão das obras do aeroporto Mare-chal Rondon e ameaça intervir para tentar assumir o co-mando da reforma. O prazo é curto, já que Cuiabá pretende receber a Copa das Confederações, que antecede a Copa do Mundo de Futebol, sendo em junho de 2013.

Uma semana após sua reeleição, o governador Silval Bar-bosa (PMDB), nos concedeu em seu gabinete uma entre-vista exclusiva ao Jornal Foca no Fato e ao ser questionado sobre os prazos para o início das obras do aeroporto, ele foi enfático “Avançaremos 20 anos em 4. Porém, sou a favor que o Governo do Estado deva assumir as obras do aeroporto, afi nal, estamos a menos de quatros anos para a Copa e a Infraero ainda não conseguiu licitar as mesmas”.

Por outro lado, o superintendente da Infraero em Mato Grosso, “Sérgio Kennedy promete cumprir o cronograma previsto pela FIFA, que os projetos para licitação das obras está em fase avançada, que inclui reforma, ampliação do terminal de passageiros, adequação do sistema viário e es-

tacionamentos. Para essas modifi cações a empresa conta-rá com um investimento de 87,5 milhões assegurados pelo Governo Federal”, foi o que nos informou sua assessoria.

Em Mato Grosso, o registro de movimentação tem de-monstrado crescimento contínuo nos últimos sete anos. O movimento no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, registrou entre janeiro e julho deste ano um cres-cimento de 29,37% em comparação com o mesmo período de 2009. Esse percentual signifi ca que neste ano, até o momento, foram registrados 1.169.236 milhão de embar-ques e desembarques, enquanto que no ano passado fo-ram 903.724 registros.

No entanto, o aeroporto de Cuiabá - Várzea Grande conta com o desembarque feito num salão improvisado no térreo do prédio da Infraero, numa área de 700 metros quadra-dos, com apenas duas esteiras, o que torna a restituição da bagagem um transtorno.

Por telefone, o deputado federal Wellington Fagundes PR, critica a situação em que se encontra esse impasse sobre

as obras que precisam ser feitas no aeroporto. “Por diver-sas vezes já estive com o presidente da Infraero, Murilo Marques Barbosa, cobrando providências sobre o início das obras”, relata o deputado.

A luta da bancada federal tem sido para a aplicação dos R$ 87,5 milhões anunciados pela Infraero na reforma e ampliação do terminal de passageiros, além de um novo sistema viário para facilitar o acesso ao aeroporto e um novo estacionamento. “Essa obra, como todos sabem, é de fundamental importância para a Copa 2014, mas indepen-dentemente da Copa, é um aeroporto que tem um movi-mento muito grande de cargas e passageiros. Por isso, a obra é urgente”, avalia o parlamentar.

A empresária, Francinete Lima, se diz indignada com a falta de estrutura do aeroporto de uma capital como Cuia-bá. “Chegaram três vôos ao mesmo tempo, tive que espe-rar por mais de 50 min. para resgatar minha bagagem,”.

Rinaldo Cini, proprietário de agência de turismo na Ca-pital, lamenta a situação em que o aeroporto se encontra. Segundo ele, a procura de Mato Grosso como destino de turismo de pesca e de ecoturismo tem aumentado de for-ma considerável. A capital mato-grossense tem também como destino indutor de turismo, a realização de eventos nacionais como congressos, feiras e exposições.

Todos os esforços para dotar Cuiabá, Várzea Grande e municípios com potencial turístico de condições adequa-das para receber os eventos serão inúteis caso o aeroporto não esteja preparado para receber o público esperado no maior evento da história de Mato Grosso.

Custo da ampliação do Aeroporto Marechal Rondon está estimada em R$ 87,5 milhões

(Alessandra Fernandes - 6° semestre de Jornalismo)

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A luta foi grande para que Cuiabá fosse uma das 18 sub-sedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. A partir do anúncio que o maior evento do mundo seria no país, ainda no ano de 2007, o ex-governador de Mato Grosso (MT), Blairo Maggi, junto de seu, en-tão, vice-governador, Silval Barbosa, come-çaram a sustentar a idéia de que o Estado pudesse ser uma das sedes. Hoje esse so-nho tornou-se realidade.

Após Blairo governar MT em dois man-datos, ele saiu do cargo de governador para concorrer ao Senado nas eleições deste ano, então Silval foi escolhido para ser seu sucessor. Essa escolha precisava ser positi-va para poder dar continuidade no projeto da Copa. E deu certo, pois o novo governa-dor garante estar dando o devido andamen-to para a vinda da Copa em Cuiabá. Ele diz, “Iremos fazer de tudo por nosso Estado”.

Como o Brasil é um grande país, não foi fácil obter essa conquista, devido a quan-tidade de estados com mais desenvolvi-mento, melhor infra-estrutura e recursos que Mato Grosso. Porém, graças ao vínculo que Blairo, durante toda sua gestão como

governo, criou com o atual Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, foi possível ajudar a concretizar esse sonho de todos os mato-grossenses.

Em Brasília a Infraero, os Ministérios da Saúde, Cidades e do Turismo, foram alguns dos órgãos percorridos pela bancada de parlamentares do Estado, coordenado pelo gover-nador. Com a oportunidade de trabalhar diretamente com a bancada Federal é de suma importância para ter mais acesso de recursos para as obras de grande escala que serão

necessárias fazer em Mato Grosso, mas principalmente em Cuiabá. “É muito opor-tuno sempre, a bancada Federal estar nos acompanhando, porque vamos dispor de muitos recursos do Governo Federal para a execução das obras para Mato Grosso”, afirma Silval.

Um trabalho árduo para os parlamenta-res, porém recompensador. Integrar e inte-ragir são os papéis que o governo do Estado deve desempenhar no processo de gestão da Copa Do Pantanal. Essa realmente é uma das melhores oportunidades para o Estado, se não a melhor.

Quanto à possibilidade da capital mato-grossense deixar de sediar a Copa do Mundo, hoje não existe. Pois os recur-

sos para as obras de exigências da Fifa estão assegurados e Cuiabá é a cidade sede que mais se destaca no cenário nacional, sendo a mais avançada em

termos de planejamento.

Copa do Pantanal, um sonho para os mato-grossenses

As obras da Copa do Mundo, que estão dentro do escopo de exigência da Fifa, con-sistem prioritariamente nas obras de Mobilidade Urbana, sendo eles o Aeroporto, a rede hoteleira, a Arena (centros de treinamento) e também a intervenção no Fan Park (ponto de encontro do público para assistir aos jogos). Dentro desse contexto, a Agecopa já obteve os recursos do Governo de MT para assegurar as exigências no prazo previsto.

Há outro conjunto de obras que irão compor o legado da Copa do Pantanal de uma forma geral, e o Governo do Estado, junto do Governo Federal, já viabilizou os recursos ne-cessários através do Ministério das Cidades (Caixa Econômica), do Ministério do Esporte (BNDS) e do Ministério do Transporte (DNIT), que permitiram investimentos na ordem de três bilhões de reais para a reestruturação das cidades. Isso representa cerca de 30 anos de avanço em termos de infra-estrutura para Cuiabá e Várzea Grande, num espaço de tempo muito curto. Mato Grosso terá uma nova realidade.

Um dos setores essenciais a serem seguidos é o turismo, pois todo o estado acaba se beneficiando. Segundo Carlos Brito de Lima, diretor de infra-estrutura da Agecopa, os municípios precisam aproveitar esta oportunidade, “Muitas vezes o seu negócio não está em Cuiabá, mas nos municípios mato-grossenses, ou seja, qualquer município que se articule e esteja presente, poderá usufruir desta oportunidade, desde a área do turismo, ate o agronegócio”, afirma.

Uma oportunidade: É preciso entender a Copa do Mundo como uma grande oportuni-dade para que o estado possa ser inserido no contexto macroeconômico. O setor público deve revisar seus conceitos não somente em termos de obras físicas, mas também no serviço de segurança pública, saúde, educação, entre outros, trazendo impactos positivos para a população. O Diretor de infra-estrutura relata, “É um desafio muito grande, enten-dendo isso como um mutirão, que todos têm interesse, e que precisam cada qual fazer a sua parte”.

São muita preocupações que precisam ser consideradas dentro do projeto de organi-zação da Copa do Pantanal e um item bastante interessante seria a sustentabilidade am-biental. Não é possível realizar a Copa ignorando as questões ambientais, a necessidade da eficiência é vital. “É preciso que também seja uma oportunidade, para não só defen-dermos políticas, mas nos preocupar com ações práticas como na defesa do Pantanal, Rio Cuiabá e seus afluentes, tratamento de esgoto. O desafio é grande, mas a oportunidade também”, conclui Carlos Brito.

Assegurados os projetos para Mato Grosso

Blairo Maggi e Silval Barbosa ‘emplacaram’ a idéia de Mato Grosso sediar a Copa do Mundo

(Jhessika Moura - 6° semestre de Jornalismo)

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Trânsito contra População

O número de veículos transitando em Mato Grosso cresceu cerca de 12,14% no período de um ano. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), até abril deste ano a frota de veículos (incluindo caminhões e motos) so-mou 1.087.596; enquanto em abril do ano passado chegava a 969.851. Automóveis ainda são a maioria em trânsito, somando 380.490 segundo a última estimativa do mês de maio de 2010.

Se compararmos a frota de automóveis de Cuiabá, no ano de 2001 com agosto de 2010, a capital mato-grossense teve um crescimento de 114% em oito anos, com-parado a outras capitais do país, ficou à frente de Campo Grande com 95%, segui-do de Brasília com 88%, Belo Horizonte com 83% e Curitiba com 67%.

Um número grande para a população de Cuiabá, que é de 550.737 habitantes de acordo com a última estimativa rea-lizada em 2009 pelo IBGE. Somente na

capital são pelo menos 249,2 mil veículos emplacados. Somando isso com a popula-ção da conurbação (que é a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades), Várzea Grande tem 220.731 mil habitan-tes, fazendo a junção dos dois municípios o número ultrapassa os 771,468 mil habi-tantes.

Rotina

E a cada ano que se passa, a frota vai crescendo descontroladamente, fazendo muitos profissionais do trânsito mudarem sua rotina. Mariano Vieira de 43 anos é taxista há mais de 20 anos e a vida toda trabalhou com isso. Durante a entrevista com ele, seu Vieira disse que antes traba-lhava de dia, mas o stress do trânsito aca-bou fazendo com que Mariano passasse a trabalhar a noite. “Uma vez, fui buscar um cliente para levá-lo até a rodoviária, de-morei uma hora para fazer um trajeto de aproximadamente 6 km, era por volta do meio-dia. O cliente tinha uma viagem mar-cada e acabou perdendo. Isso foi um dos pontos fortes que fez mudar meu horário de trabalho, a noite o trânsito fica mais cal-mo e as ruas com acesso muito mais fácil e rápido”, lembrou Vieira.

(Guilherme Silveira - 6º Semestre de Jor-nalismo)

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giro Cultural

A procura por entretenimento e diversão no ano da Copa vai estar bastante em alta. Pensando nisso fi zemos uma busca dos lugares mais interessantes para que turistas e moradores possam se divertir antes e depois dos jogos. As dicas vão de programações culturais e o melhor das baladas noturnas da capital.

Club Garage: Inaugurada em 2008, o Club Garage hoje é sinônimo de uma boa

balada de música eletrônica. A boate conta com um sistema de leitura biométrica por digital – que controla a entrada e a consumação dentro do local – Além de contar com uma área vip e camarotes. Mas o que realmente chama a atenção é a dancefl oor, ou pra quem preferir a pista de dança. O Garage, como é co-nhecido é abastecido de muita tecno-logia, como a modernidade dos impo-nentes leds e o avançado sound system que fazem o diferencial da boate. O pre-ço da entrada depende muito da noite, variando de 30 reais até 100. Os ingressos são disponibilizados por lotes.

Onde? Av. Beira Rio – 4435/ Fone: 065 3634-7611Quanto? De 30R$ até 100R$

SESC Arsenal: O velho prédio que servia como um arsenal de guerra da Capita-nia de Mato Grosso, se tornou em um dos grandes símbolos da cultura local. O Ar-senal de Guerra abriu suas portas para os artistas e a população em agosto de 2001, como Centro de Atividades SESC Arsenal com belíssimos espaços para o lazer da sociedade cuiabana. Lá dentro encontram-se vários espa-ços para apreciação, entre eles estão o Centro de Realização Musical, o tea-tro, a biblioteca, uma galeria de artes e o cinema. Lembrando que a entrada é franca, geralmente é cobrado apenas em algumas atrações musicais, áudio-visual ou teatral. Além disso, o Sesc Arsenal conta com uma choperia, que foi idealizado para relembrar o passar da tarde cuiabana, de baixo de uma mangueira. A choperia conta com mú-sica ao vivo e um cardápio que valoriza a cultura local.

Onde? Rua 13 de junho - Centro Sul

(Yuri Ramires - 6º Semestre Jornalismo)

Quando se fala em siriri, poucos cuiabanos sabem ao certo a sua origem e como essa dança esteve “inserida” no contexto sócio-cultural e histórico da região Baixada Cuiabana (Cuiabá e municípios próximos).

Na dança em fi la, a coreografi a básica é formada por duas fi leiras dispostas fren-te a frente, damas de um lado e rapazes do outro (no caso da participação de ambos os sexos). Na dança em fi leira também ocorre o mesmo processo de bater as mãos espalmadas. Geralmente a dupla que está em uma das pontas da fi la, sai dançando por entre a fi leira, sendo seguida pelos demais membros até que todos retornem aos lugares de origem. O siriri é uma dança das mais populares da cultura mato-gros-sense, praticada especialmente nas cidades e na zona rural da chamada “Baixada Cuiabana”, fazendo parte das festas de batizados, casamentos e festejos religiosos. Considera-se, partilhando da conceituação do fi lósofo, pesquisador e Secretário Ad-junto de Cultura, Moisés Martins, o “siriri como uma ‘suíte’ de danças de expressão hispano- lusitana, fortemente cultuada no ritmo e no andamento, com expressão africana”. Ou seja, mesmo sem haver uma origem defi nida, acredita-se, por conta de elementos presentes, que a dança é originada da mistura de expressões indígenas, européias e africanas.

É dançado por homens, mulheres e até crianças, em uma coreografi a bastante variada e sem uma interpretação defi nida; foi muito praticada em sala de casa ou mesmo em quintais e terreiros; atualmente, ganhou os salões, os palcos dos festi-vais folclóricos e culturais do município e do Estado, (sem vinculação com santos ou religiosidade popular). Segundo afi rma Moisés Martins, o Festival é o ponto culmi-nante de um longo trabalho. Quando os grupos estão na arena é para se apresentar, talvez seja o ponto culminante do festival, e quando estão no quintal é justamente a

própria preservação da cultura. Inerente ao Festival está o projeto

de revitalização do patrimônio imaterial, cujo objetivo é estimular o conhecimen-to, a formação, a capacitação, a habili-tação e a profi ssionalização dos grupos de cururu e siriri. “Nós somos potência na questão da cultura. A cultura mato-grossense é muito rica e vem ganhando força e projeção nacional a cada dia”. Já estamos no 9º Festival de Cururu e Siriri

onde este ano foi organizado pela Federação em parceria com o Governo do Esta-do, a Agecopa, a Prefeitura Municipal de Cuiabá, o Pontão da Viola- de -Cocho, a Oi Futuro, O Boticário e o IFMT.

Nossa projeção para a Copa de 2014 é que o Festival Siriri e Cururu seja a essência cultural do Estado, e tenha um espaço único. “Nosso objetivo é fazer com que a população se envolva pelas várias identidades Culturais de Cuiabá e se apaixone pelo Estado. “O Brasil vai se envolver ao conhecer o que a nossa cultura tem a oferecer, fazendo com ela também seja orgulho para as nossas comunidades”.

(Fabiola Gomes - 6º Semestre Jornalismo)

Em uma das exigências da Fifa con-siste na construção de um local onde seja um ponto de encontro para torce-dores, com uma estrutura para receber várias pessoas. O Fun Park, como é co-nhecido pretende abrigar vários projetos, com praça de alimentação e telões para assistir os jogos.

Para o diretor de Infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito, não se pode de-senvolver o social sem pensar e respei-tar a parte cultural. Pensando nisso o projeto do Fun Park que estará localiza-do na região do bairro.

Dom Aquino, no Parque De Exposi-ções da Acrimat vai ser um novo centro de cultura mato-grossense. Além disso, Carlos Brito ainda comentou que o es-paço será de muita importância para fo-mentar o turismo local, sendo que Cuia-bá receberá uma importante área de sustentabilidade na economia. Além de

uma arena para shows, com telões para a população assistir os jogos o projeto do Park conta com a construção de um aquário de água doce, que segundo Brito pretende-se recriar o bioma do pantanal, um teatro digital que conta com a utili-zação de recursos tecnológicos e digitais para a captação da expressão artística e um planetário, para a observação de estrelas e planetas.

(Yuri Ramires - 6º Semestre Jornalismo)

Siriri e Cururu expressões indígenas valorizadas por vários povos

Você não pode deixar de conferir do Cult Arsenal ao moderno Garage

Para Copa de 2014 o Festival terá um espaço único

Fan Park será o novo centro cultural de Mato Grosso

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