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Prescrição de suplementos, fitoterápicos e alimentos funcionais 1 Prescrição de suplementos, fitoterápicos e alimentos funcionais Professora Dra. Daniela Caetano Gonçalves

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Prescrição de suplementos, fitoterápicos e alimentos funcionais

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Prescrição de suplementos, fitoterápicos e alimentos funcionais

Professora Dra. Daniela Caetano Gonçalves

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Prescrição de suplementos, fitoterápicos e alimentos funcionais

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Prescrição de fitoterápicos e suplementos nutricionais 3Farmacocinética 4

Processos farmacocinéticos 6

Posologia medicamentosa 13

Interações medicamentosas 18

Prescrição de fitoterápicos 20

Prescrição de suplementos alimentares 21Como prescrever suplementos alimentares 21

Atividades não permitidas ao nutricionista em relação à suplementação 22

Portarias e resoluções relacionadas à suplementação 22

Alimentos funcionais 23Definição 23

Nutrientes e substâncias bioativas 25

Carotenoides 26

Flavonoides 30

Fitosteróis 36

Ácidos graxos ômega 3 37

Prebióticos e probióticos 45

Alimentos funcionais e seus componentes bioativos 51

Aveia 51

Psyllium (Plantago Ovata) 52

Linhaça 53

Soja 54

Azeite de oliva 55

Oleaginosas 57

Referências bibliográficas 58

SUMÁRIO

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PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Para realizar prescrição em fitoterapia o profissional deve conhecer alguns termos comuns e utilizados na comercialização dos princípios ativos, tanto alopáticos quanto fitoterápicos ou homeopáticos.

Medicamento de referência – deve ser um produto com característica inovadora e registrado na vigilância sanitária e somente após o trâmite comercializado no país deve comprovar eficácia, segurança e qualidade científica no ato do registro (ANVISA, 2010).

Medicamento inovador – aquele que apresenta em sua composição um princípio ativo com patente, mesmo que essa já esteja em seu prazo final de existência, pela empresa responsável no seu desenvolvimento e colocação no mercado do país de origem e a partir daí disponível no mercado nacional (ANVISA, 2010).

Medicamento similar – é uma cópia do medicamento inovador, apresenta o mesmo princípio ativo, forma farmacêutica, via de administração, indicação terapêutica e posologia, no entanto não passou pelos ensaios necessários para ser denominado genérico, por esse motivo é indicado pelo nome comercial (fantasia) ou de sua empresa (ANVISA, 2010).

Medicamento genérico – sua produção começa após a extinção da patente do medicamento inovador e passa por ensaios de biodisponibilidade e bioequivalência, que comprovam que são idênticos ao inovador. Devem ser chamado pela denominação comum brasileira (DCB) e na sua falta pela denominação comum internacional (DCI), pelo nome de seu princípio. Como são idênticos ao inovador, são intercambiáveis, ou seja, podem ser trocados pelo medicamento de referência ou inovador (ANVISA, 2010).

Medicamento homeopático – são ativos diluídos de forma no mínimo centesimal, confeccionados de acor-do com especificações farmacotécnicas, definidas pela Farmacopeia Homeopática Brasileira (ANVISA, 2010).

Medicamento fitoterápico – aquele medicamento que é constituído exclusivamente por matérias-primas vegetais, denominadas de drogas vegetais. Caso o medicamento apresente em sua composição princípio ativo isolado de planta, não pode mais ser denominado de fitoterápico, nesse caso ele passa a ser chamado de preparação fitoterápica, como é o caso de tinturas (ANVISA, 2010).

Os medicamentos fitoterápicos apresentam sua garantia de qualidade e eficácia, assim como um medicamento alopático, pois apresentam registro no órgão competente do país, a ANVISA, e para tanto disponibilizam estudos clínicos de fase III, que devem ser publicados em revistas científicas indexadas ou em sites acadêmicos de busca, como Medline, Chemical Abstracts ou Biosis, sempre na forma de aditamento ou processo de patente (ANVISA, 2010).

Das bases da farmacologia dependem o sucesso terapêutico de qualquer prescrição. Não consiste somente em escolher o fármaco mais adequado com a intenção de reverter, atenuar ou prevenir um processo patológico específico; o clínico, seja ele médico, nutricionista ou outros prescritos, ao prescrever, deve buscar o mais adequado que atenda as características fisiopatológicas, do paciente, como: idade, sexo, peso corporal, raça e muitas vezes até religião. A capacidade de induzir um efeito seja ele tóxico ou terapêutico, depende da concentração que o fármaco atinge próximo ao seu local de ação ou no caso o receptor, é preciso que o

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medicamento apresente concentrações necessárias junto ao órgão ou sistema suscetível ao seu efeito para apresentar significância clínica.

Nesse contexto a dose e a manutenção das concentrações terapêuticas junto aos sítios moleculares de reconhecimento no organismo devem ser calculadas e estudadas. Quando quantidades insuficientes estão presentes no sítio receptor, o medicamento pode parecer ineficaz, no entanto, pode tão somente fazer efeitos desnecessários, como o caso da resistência a antimicrobianos; em uma situação como esta, o fármaco pode ser considerado ineficaz, sendo que o sucesso terapêutico poderia ser alcançado se a dose e/ou o intervalo de administração (posologia) corretos fossem adequados.

Farmacocinética

O termo cinética refere-se à movimentação, que pode ser de um fármaco, um corpo ou de qualquer objeto. Farmacocinética compreende as ações do fármaco do seu local de administração até o momento em que ele atinge a corrente sanguínea, não relacionado diretamente ao seu efeito, mas às etapas necessárias para que ele alcance o seu local na corrente sanguínea para ser distribuído. Para fins didáticos, a farmacocinética foi dividida em processos, sendo eles: absorção, distribuição, biotransformação e excreção.

A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento temporal dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Nestes estudos, os teores dos fármacos e seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre estas substâncias, tais como:

• condições para seu uso adequado, pela determinação da via de administração, posologia (doses e intervalo entre as doses) e variações correlatas em função de patologias como insuficiência renal, alterações hepáticas e outras;

• previsão de outros efeitos em potencial, como os colaterais, por exemplo, no caso de acúmulo do fármaco em determinado compartimento (organotropismo); ou, ainda, os oriundos de interações medicamentosas no nível dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção;

• determinação dos principais sítios de biotransformação;

• determinação das vias de excreção.

O estudo ainda pode ser dividido em fases:

a) fase farmacêutica;

b) fase farmacocinética;

c) fase farmacodinâmica.

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Tabela 2 – Possíveis interferentes da farmacocinética

Características do pacienteIdade

Sexo

Peso corporal total

Tabagismo

Consumo de álcool

Obesidade

Outros medicamentos em uso

Estados patológicos

Disfunção hepática (cirrose, hepatite)

Insuficiência cardíaca

Infecção

Queimaduras severas

Febre anemias

a) Fase farmacêutica

Essa fase compreende a saída do princípio ativo ou da associação desses na forma de apresentação, ou seja, quando o ativo do medicamento deixa a sua forma de comprimido, por exemplo: quando a dipirona deixa a forma de comprimido para iniciar o seu processo farmacocinético e alcança a corrente sanguínea sem sofrer degradações ou promover reações indesejadas. Inicia-se com a liberação e completa-se com a dissolução do ativo, seja essa na corrente sanguínea ou no suco gástrico.

Liberação: significa sair da forma farmacêutica em que se encontra, por exemplo, o comprimido deve liberar o princípio ativo, para que ele consiga passar a segunda fase. A liberação garante que o princípio ativo esteja disperso em líquido, como o de secreções estomacais.

• Dissolução: significa que o princípio ativo estará disperso em solução aquosa, essa fase é determinante para a velocidade do processo de absorção e assim início de efeito.

b) Fase farmacocinética

Fase que estuda o movimento do fármaco da sua administração até a sua chegada na corrente sanguínea dividida em: absorção, distribuição, biotransformação e excreção de fármacos, nessa fase inclui-se perdas do processo.

c) Fase farmacodinâmica

Fase que estuda a interação do fármaco com o seu receptor, até o aparecimento do efeito, nesse momento o fármaco deve estar próximo ao seu local de ação em concentração adequada e pode atuar tanto estimulando quanto inibindo seu receptor.

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Processos farmacocinéticos

A absorção constitui o primeiro processo da farmacocinética, dela depende a característica química da molécula, para que alcance a corrente sanguínea. Durante a absorção o fármaco não deve causar danos aos tecidos, isso é garantido, pelo local correto de absorção. Para chegar ao sangue algumas barreiras devem ser ultrapassadas, como membranas, variações de pH e dependem do fármaco.

• Transporte através de membranas

Os processos de transporte de fármacos por membranas normalmente são simples ou facilitados, o que evita o gasto de energia com esse processo. No entanto, o transporte só é simples para moléculas pequenas e polares ou os extremos moléculas apolares.

Difusão simples: aquela que ocorre a favor do gradiente de concentração e sem gasto de energia ou necessidade de transportadores específicos de membrana, esse é o fenômeno de transporte mais simples e desejado para um fármaco e depende somente do coeficiente e difusão da molécula, para esse tipo de transporte moléculas pequenas e não carregadas são as mais indicadas, bem como os gases. No caso, moléculas lipossolúveis são as que mais fazem esse tipo de transporte, pois apresentam afinidade com as moléculas que constituem as membranas celulares.

Difusão por poros: também chamada de difusão facilitada, esses poros são proteínas de membranas e substâncias hidrossolúveis são beneficiadas por esse transporte, como íons, ureia, metanol e principalmente a água, esse processo é definitivamente importante para os tecidos renais e hepáticos, envolvidos em excreção e metabolização de fármacos, respectivamente.

Filtração: essencial para a eliminação de muitos fármacos, é um processo passivo. Nesse contexto tanto o soluto quanto o solvente movem-se ao mesmo tempo pela membrana a favor do gradiente de concentração. Tamanho e carga influenciam na passagem, sendo que no rim a pressão osmótica e hidrostática, bem como a coloidosmática, influenciam muito, sendo que levam a ajustes de doses em caso de pacientes que apresentem esse processo renal comprometido.

Transporte ativo: essa fase compreende a saída do princípio ativo ou da associação desses da forma de apresentação, ou seja, quando o ativo do medicamento deixa a sua forma de comprimido, por exemplo: quando a dipirona deixa a forma de comprimido para iniciar o seu processo farmacocinético.

A velocidade do transporte depende de alguns fatores determinantes, como espessura e área da membrana, mas também sofre influência das características químicas dos fármacos que realizarão o transporte. Essas características são: tamanho, forma molecular e o seu coeficiente de partição água/óleo.

De todas as características a constante de dissociação do fármaco é a que mais interfere, pois não pode ser alterada e impede ou aumenta a absorção de fármacos por via oral, principal via de administração.

A constante de dissociação denominada de pKa é diretamente influenciada pela concentração hidrogeniônica (pH) do meio em que se encontra o fármaco, no caso estômago ou intestino, uma vez que formulações parenterais (injetáveis) não sofrem essa interferência.

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Os fármacos em sua maioria são eletrólitos fracos, como sais de ácidos ou bases fracas, para esses o pH do meio (estômago — ácido ou intestino — básico) determina seu grau de dissociação em solução, influenciando diretamente a concentração que será absorvida em determinado local. Nessa situação o transporte da molécula depende da sua afinidade a óleo (lipossolubilidade) ou a água (hidrossolubilidade), bem como da forma não ionizada, também chamada de molecular.

A equação de Henderson – Hasselbach determina o grau de ionização da molécula, determinado por dois fatores:

• o pka do fármaco (constante de dissociação);

• o pH do meio (estômago ou intestino) onde se encontra a molécula que tende a ser diferente entre os lados da membrana.

O valor do pKa representa o valor em que pH a substância encontra-se 50% na forma molecular e 50% na forma ionizada.

Em valores distintos de pH a substância poderá estar em desequilíbrio, ou seja, mais na forma molecular que ionizada ou vice-versa. Nesse caso vai predominar a forma de solubilidade em água ou em óleo para que seja absorvida.

Observando-se a equação abaixo:

HA = H+ + A-

HA = Forma protonada (molecular) do ácido não ionizada.

H+ e A- = Formas dissociadas ou ionizadas.

Em meio ácido, as bases fracas, maioria dos fármacos, são aceptoras de prótons e estão na sua maioria na forma ionizada, dissociada, mais polar e assim mais hidrossolúvel, com maior dificuldade de transpor a membrana plasmática.

Isso é representado na equação abaixo:

B + H+ = BH+

BH+ = Forma protonada da base, carregada, hidrossolúvel, ionizada.

Alterando-se o pH do meio em que se encontra a molécula, tornando-o meio alcalino, os processos serão invertidos, quem estava dissociado associa-se e vice-versa, portanto, o pH do meio interfere no grau de ionização do fármaco.

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Resumindo, fármacos ácidos são absorvidos no estômago, pois pelo menos 50% da sua forma será molecular, sendo que pKa=pH e fármacos alcalinos são absorvidos no duodeno, onde pelo menos 50% dos fármacos estarão na forma molecular, uma vez que o pKa também será igual ao pH do meio.

Essa é a base da farmacocinética, que inicia-se na absorção de fármacos sendo necessária a fármacos de administração por via oral, que sofrem interferência de alimentos que podem alterar o pH do meio, no caso do estômago, deixando-o alcalino e do duodeno deixando-o ácido.

É importante lembrar as variações de pH no tubo digestório que começa em pH 1 a 3,5 no estômago, depois a 5 e 6 no duodeno e chega próximo de 8 no nível do íleo.

Para o tratamento de algumas intoxicações medicamentosas modifica-se o pH do meio para permitir a liberação do fármaco ativo do local de fixação nos tecidos e acelerar a sua excreção, como por exemplo: a alcalinização da urina acelera a excreção renal de um barbitúrico (fenobarbital).

Absorção de fármacos

Os fatores que podem alterar a absorção:

A - Via de administração do fármaco

• Superfície de absorção: em superfícies de grandes áreas, o fármaco é absorvido rapidamente; como nos alvéolos pulmonares e na mucosa intestinal. A superfície absortiva é determinada pela via de administração.

• A circulação sanguínea no local de administração: massagens, aplicação de calor aumentam a circulação sanguínea no local da administração e potencializam a absorção de fármacos, no entanto, aplicação de gelo, substâncias vasoconstritoras, como adrenalina, retardam a absorção de fármacos.

B - Relacionados aos fármacos

• Solubilidade do fármaco no meio em que se encontra

A molécula de um fármaco precisa ser hidrossolúvel suficiente para se dissolver nos líquidos dos locais de absorção, porém lipossolúvel para atravessar a bicamada fosfolipídica das membranas celulares através de difusão passiva. Quanto mais lipossolúvel o fármaco, maior será a sua absorção, no entanto esse deve estar dissolvido, o que é concreto é que fármacos lipossolúveis alcançam o sistema nervoso central, pois são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica, enquanto os hidrossolúveis apresentam dificuldades para chegar até o SNC, sendo retidos pela barreira.

Alguns pontos podem diferenciar a solubilidade de um princípio ativo no seu local de absorção e assim alterar todo o contexto terapêutico, veja a seguir.

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• O pH no local de absorção

Fármacos ácidos são absorvidos no estômago e fármacos básicos no intestino, alimentos ou medicamentos que alteram o pH desses compartimentos, podem aumentar ou diminuir o processo de absorção.

• O tamanho das partículas dos fármacos

Quanto menor o tamanho da partícula, mais fácil será a absorção, uma vez que a passagem por membranas será facilitada, pela superfície de contato do fármaco.

• Presença de adjuvantes farmacotécnicos ou alterações de formas farmacêuticas

Os adjuvantes são substâncias farmacologicamente inertes que auxiliam na estabilidade ou mesmo nas características organolépticas (cor, sabor e odor) do princípio ativo do medicamento. São denominados por diluentes, desintegrantes, aglutinantes, estabilizantes, lubrificantes.

Em formas farmacêuticas de administração por via oral ocorre a ordem de liberação da substância ativa para absorção:

Solução > Xarope > Suspensão > Pó > Cápsula > Comprimidos > Drágeas.

Para o ativo ser absorvido a forma farmacêutica em que ele se encontra interfere, pois no caso de comprimido existe uma fase a mais, o que dificulta a liberação do ativo, o paciente acaba sentindo isso quando percebe que soluções são mais rápidas, de início de efeito, que comprimidos.

• Comprimidos ―› Desintegração ―› Dissolução ―› Absorção;

• Solução ―› Dissolução no Meio de Absorção ―› Absorção.

A Concentração do fármaco no seu local de absorção

A concentração do fármaco na absorção altera a velocidade de absorção, caso seja administrado em soluções altamente concentradas serão absorvidos rapidamente. Isso ainda depende:

• da estabilidade química;

• peso molecular (PM);

• grau de ionização do fármaco: fármacos ácidos absorvem em locais ácidos, fármacos básicos absorvem em locais básicos.

Esses são fatores que interferem na absorção de fármacos, mas estão ligados à sua produção e características químicas, existem também fatores relacionados ao indivíduo.

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• Fatores ligados ao indivíduo (paciente)

A administração por via oral requer alguns cuidados relacionados aos indivíduos, que serão medicados, entre eles fatores fisiológicos e patológicos que interfiram com o trato gastrointestinal, que terão influência principalmente no processo de absorção de formas farmacêuticas sólidas, como cápsulas, comprimidos e drágeas.

Alterações de compartimentos

• pH: interfere no grau de ionização do fármaco.

• Presença de muco: a mucina, mucopolisacarídeo, cuja função é proteger o epitélio, atua como barreira para absorção de alguns fármacos, principalmente os catiônicos, originando compostos com elevado peso molecular que não serão absorvíveis.

• Os sais biliares: apresentam componentes tensoativos e solubilizantes, que podem acelerar a dissolução de fármacos e, consequentemente, o processo de absorção.

• Enzimas e proteínas: reagem com fármacos diminuindo sua absorção.

• Viscosidade característica dos fluidos digestivos: quando elevada, influencia negativamente dificultando a dissolução e consequentemente a absorção do fármaco.

Influência do tempo de trânsito intestinal

• Esvaziamento gástrico: quanto mais rápido for o tempo de esvaziamento gástrico menor será o tempo disponível para a dissolução e liberação completa do fármaco de sua forma farmacêutica, sendo assim menor será a sua absorção. É necessário que o fármaco permaneça determinado período de tempo no TGI, alguns fatores, entre eles: nervosismo, hiperacidez, tipo de alimento presente no TGI, bem como fármacos constipantes (codeína) e estimulantes de peristaltismo como metoclopramida e laxantes, também alteram a absorção por influenciar no tempo de trânsito intestinal.

• Presença de alimentos: esses são capazes de gerar complexos insolúveis com os princípios ativos, o que diminuem a sua absorção. Os alimentos dificultam a desintegração de formas farmacêuticas sólidas, alterando negativamente a velocidade de dissolução e diminuindo a velocidade de absorção.

• Repouso no leito e exercício: respectivamente essas duas atividades diminuem e aumentam o tempo de trânsito intestinal, alterando a absorção.

• A circulação êntero-hepática: essa circulação é responsável por reter o ativo por período prolongado de tempo e assim retarda a farmacocinética, principalmente o processo de eliminação do fármaco do organismo, atualmente com o grande número de pacientes que retiram a vesícula em decorrência do aparecimento de cálculos biliares, faz com que esse processo tenha envolvimento na falha terapêutica de alguns fármacos de circulação êntero-hepática.

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• O metabolismo de primeira passagem: esse metabolismo compreende a primeira vez que o fármaco passa pelo fígado e esse altera o ativo deixando pronto para a excreção, para evitar esse efeito deve-se alterar a via de administração de oral, por exemplo, para retal ou sublingual, evitando assim perdas desnecessárias de concentração de fármaco biodisponível.

» Condições fisiopatológicas: síndromes de má absorção, acloridria, tireotoxicose.

» Microbiota intestinal: pode biodegradar alguns fármacos, diminuindo a absorção ou, ainda, pode ser necessária a absorção.

Processo de distribuição de fármacos

A distribuição compreende o momento em que o fármaco encontra-se na corrente sanguínea e será levado ao seu local de atuação, seguindo a circulação.

Fármacos que são de administração parenteral (fora do TGI) são 100% biodisponíveis e começam o processo farmacocinético pela distribuição.

Para chegarem ao seu local de atuação os fármacos deverão ser carreados pela corrente sanguínea, por proteínas carreadoras, essas são produzidas no fígado, com a função fisiológica de manter a estabilidade osmótica, mas contribuem para que fármacos sejam transportados pela corrente sem causar grandes efeitos, pois quando ligados a essas proteínas estão em forma inativa.

As proteínas se ligam aos fármacos por afinidade química, proteínas básicas, transportam fármacos ácidos, como a albumina e proteínas ácidas, como a glicoproteína ácida, transporta fármacos básicos, sendo assim não existe, nesse caso competição entre os fármacos pelas proteínas, o que permite a administração conjunta de fármacos com características químicas distintas.

A distribuição de alguns fármacos não é homogênea, pois esses podem apresentar afinidade com um determinado tecido diz-se que esse apresenta tropismo, é o caso, por exemplo, dos corticoides. Quando um fármaco apresenta tropismo e acaba ficando mais em determinado tecido, recebe o nome de droga de depósito, pois fica acumulado no tecido alvo, sendo disperso aos poucos para a corrente sanguínea.

A distribuição responde algumas perguntas em relação aos fármacos, dentre elas a posologia e a dose que se deve ingerir. Para o cálculo de dose utiliza-se o volume de distribuição.

• Volume de distribuição

Também denominado de volume de distribuição aparente, refere-se à quantidade de sangue que um indivíduo apresenta para distribuir determinado fármaco, normalmente se utiliza a média de 5L de sangue para drogas comerciais e a fórmula abaixo:

Vd = quantidade do fármaco/Concentração plasmática do fármaco

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A determinação da posologia passa pelo tempo de meia vida do fármacos.

• Meia-vida biológica (t1/2)

O tempo de meia vida é o tempo que a dose inicial do fármaco leva para cair a metade na corrente sanguínea. Por exemplo, se a dose inicial for 100mg e demorar 6 horas para ela cair a 50mg na corrente sanguínea, então p tempo de meia vida será de 6 horas. Para evitar intoxicações por sobrecarregar a farmacocinética se faz a administração de fármacos de doses múltiplas no tempo de meia-vida.

Biotransformação de fármacos

Esse processo compreende a passagem do fármaco por órgão metabolizador que em 90% dos casos é o fígado. Os fármacos são metabolizados em sua maioria para que se tornem inativos, mais hidrossolúveis e assim possam ser excretados pelo rim.

As enzimas responsáveis pela metabolização hepática, são da família P450, atualmente denominadas de CYP, que representa a sigla para citocromos, muitas são conhecidas, mas a principal de metabolismo de fármacos é a CYP3A4. Essas enzimas podem sofrer competição por outros substratos o que pode acelerar ou inibir a metabolização de fármacos.

O fígado faz dois tipos de metabolismo com os fármacos: os de fase I, no qual ocorrem reações de óxido-redução e os de fase II de conjugação, principalmente com ácido glicurônico. Existem fármacos que passam por metabolismo de fase I e já estão prontos para a excreção e fármacos que passam pelos dois processos para serem eliminados completamente.

• Indução enzimática

Alguns fármacos podem induzir, acelerar o seu metabolismo ou causar isso em outro fármaco reduzindo o seu tempo de efeito, fazem isso aumentando a concentração de CYP ou sua afinidade ao substrato, no caso o fármaco.

Ex: Erva de São João apresenta a capacidade de induzir a expressão da CYP3A4 e assim acelerar o metabolismo próprio e de outros fármacos que utilizem a mesma enzima metabolizadora.

• Inibição enzimática

Alguns fármacos podem inibir, reduzir o seu metabolismo ou causar isso em outro fármaco aumentando o seu tempo de efeito, fazem isso reduzindo a concentração de CYP ou diminuindo a afinidade ao substrato, no caso o fármaco.

Ex: Ação inibitória da Valeriana sobre a CYP3A4, diminuindo o metabolismo de outros fármacos que utilizam a mesma via de metabolização.

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Excreção de fármacos

Existem alguns locais de excreção de fármacos, entre eles rins, pulmões, suor, glândulas lacrimais e salivares, mama (leite materno) e tubo digestivo (fezes e secreção biliar); sendo que desses a excreção renal é a mais significativa.

Um fármaco pode ser excretado pelo rim na sua forma inativa, após metabolismo ou ainda na sua forma ativa por secreção ativa.

O processo de excreção é o inverso da absorção, fármacos ácidos são excretados mais facilmente em ambiente alcalino e fármacos básicos em ambiente ácido.

Para se determinar a taxa de excreção de fármacos se utiliza a depuração ou clearance, que também auxilia no ajuste de dose para pacientes com problemas renais.

Posologia medicamentosa

Os medicamentos podem ser administrados em dose única, doses múltiplas, por tempo pré-determinado ou de forma continuada, por via oral ou por infusão, entre outras possibilidades. A escolha da via de administração e da forma farmacêutica está associada às propriedades físico-químicas e farmacológicas dos fármacos, bem como da abordagem medicamentosa desejada. Medicamentos por via oral atingem o pico de concentração plasmática mais demoradamente e raramente são totalmente absorvidos, enquanto a via sublingual ou parenteral produz ação mais rápida. Nestas últimas opções se atinge níveis séricos maiores e mais rapidamente, mas por outro lado, o risco de efeito indesejado é potencialmente maior pelas mesmas razões (ZANINI et al., 2009).

Algumas condutas minoram os riscos relacionados à posologia nos idosos: (i) iniciar com doses menores que o padrão para adultos; (ii) aumento gradual das doses; (iii) usar preferencialmente medicamentos que permitam administração única diária. O objetivo geral é fazer o possível para usar menos medicamentos e de maneira mais facilmente administrável, certificando também a real necessidade do medicamento e evitando sobreposição de ações semelhantes (GORZONI, 2009).

As interações medicamentosas podem ser de natureza farmacêutica (ocorrem in vitro) devido a reações físico-químicas, farmacocinéticas (alteram os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção) ou farmacodinâmicas (ocorrem nos sítios de ação dos fármacos) (KAWANO et al., 2006).

Formas farmacêuticas de apresentação

As formas de apresentação de um fármaco são definidas pelo seu estado físico e para plantas medicinais secas ou frescas, podem ser as mais diversas, portanto dividem-se da seguinte forma:

Formas farmacêuticas sólidas

São as formas de cápsulas, comprimidos, pílulas, drágeas, são preparadas associando-se ao princípio ativo um excipiente, sendo esse considerado um agente agregador, farmacologicamente inerte.

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Formas farmacêuticas líquidas:

São os xaropes, elixires, soluções, suspensões, soluções coloidais, tinturas.

Essas formas farmacêuticas são preparadas segundo a farmacopeia e vale ressaltar que xaropes são feitos com açúcar, caso contrário deve estar escrito na embalagem e elixires, assim como tinturas com álcool.

Formas farmacêuticas semissólidas:

Cremes, pomadas, géis, emulsões

A diferença entre eles está na composição do veículo, que tem o mesmo papel do excipiente — carrear o princípio ativo e pode, como no caso de pomadas, ser oclusivo e de baixa absorção, cremes e emulsões de absorção moderada e géis de alta absorção. Essas formas são consideradas tópicas e suas compatibilidades com os ativos estudados pela farmacotécnica.

Plantas in natura (considerada em estado natural sem processamento)

Podem ser utilizadas como:

Alimento (sucos, saladas, sopas e molhos)

Chás: infusão ou decocção

Macerados

Óleos essenciais

Exemplos:

Suco — capim - limão, hortelã

Infusão — camomila, melissa

Decocção — gengibre, catuaba

Aplicação tópica: babosa

Sumo

Obtido após espremer ou triturar a planta num pilão, liquidificador ou centrífuga. Após qualquer um dos procedimentos deve-se deixar o sumo em repouso por 1 hora, recolher o líquido e utilizá-lo logo em seguida, pois essa preparação sofre rápida degradação.

Exemplo: boldo.

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Infusão

É o processo mais antigo de extração de princípio ativo de plantas, o preparo consiste em verter água fervente (80 – 90ºC) sobre a planta ou droga vegetal rasurada, normalmente são folhas e flores — tampar e deixar em repouso por um tempo variável de 5-10min.

Os infusos para tratamento de resfriados, gripe e problemas respiratórios devem ser adoçados e tomados ainda morno a quente.

Os indicados para males do aparelho digestório, indigestão, diarreia e vômitos devem ser tomados mornos, frios ou gelados.

Preferencialmente devem ser preparados em doses individuais para serem usados logo em seguida. Em caso de doses repetidas, o chá deve ser preparado e mantido fechado e guardado na geladeira.

Pode-se usar o infuso para administração via oral, mas também serve para uso como, banhos, compressas, bochechos, gargarejos.

Exemplo: infusão de hortelã, capim-limão, capim-cidreira, boldo-do-chile.

Decocção

Também chamada de cozimento envolve colocar a droga vegetal rasurada na água fria e levar a fervura que poderá variar de 5 a 20 minutos, de acordo com a consistência da planta. Após o cozimento deixar em repouso de 10 a 15 minutos e coar em seguida. Esse processo é indicado para partes mais duras do vegetal, como: cascas, raízes, frutos, sementes, folhas coriáceas.

Ex: quina, canela, espinheira-santa.

Maceração

Ocorre pela exposição da droga rasurada a um solvente a temperatura ambiente, durante um período pré-determinado de horas a dias, em um recipiente fechado ao abrigo de luz, geralmente para drogas termossensíveis, pode ser em água, álcool ou proporção dos dois, chamadas de preparações hidroalcóolicas (formadas por água e álcool).

As macerações com água demoram em média 10 dias e são chamadas de águas vegetais (água de rosas, água de malva).

Para a preparação hidroalcóolica o contato do solvente da droga deve durar de 24-48 horas, com agitação diária.

Ex: macerado do boldo-do-chile.

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Digestão

Realizada em recipiente fechado no período de dias (hidroalcóolica) sob agitação ocasional e sem remoção de solvente com temperatura de 40ºC.

Percolação

A droga é moída e colocada no percolador, um recipiente cônico cilíndrico, através do qual passa o solvente extrator, sendo essa operação simples ou fracionada.

Tintura

Trata-se de um processo feito em temperatura ambiente pela ação do álcool ou de uma mistura de água e álcool sobre a droga vegetal (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta) deixando em contato com um recipiente fechado ao abrigo da luz por cerca de 8 a 10 dias. A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em planta seca, ou seja, 200g de planta seca permitem preparar 1000g de tintura. Terminado o tempo de maceração, decanta-se, filtra-se e coloca-se em frasco âmbar. Caso seja feita com planta seca são 500g para 1000mL de produto final, nesse caso recebe o nome de alcoolatura (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988). Esse processo é realizado pela indústria farmacêutica e farmácias de manipulação, não sendo recomendado para preparação caseiras.

Ex: Tintura de uso externo de arnica, tintura de uso interno de Hera.

Extrato fluido

É a preparação em que cada ml do extrato contém os constituintes ativos correspondentes a 1g de droga vegetal.

Elixir

Preparação líquida, límpida, hidroalcóolica que apresenta teor etanólico na faixa de 20 a 50% (v/v).

Xarope

Preparação de gosto agradável e fácil preparação, com no mínimo 40% de açúcar em sua composição. Indicada para o tratamento de vias aéreas superiores, tosse, bronquite, rinite e asma. Adiciona-se ao xarope o infuso, decocto ou tintura, com uma parte de açúcar cristal. O xarope feito a frio é filtrado após 3 dias de contato, com 3 a 4 agitações fortes por dia. O xarope a quente é obtido fervendo-se a mistura até desmanchar o açúcar, deixar esfriar e filtrar. O xarope deve ser conservado em local fresco ao abrigo da luz. Essa preparação não deve ser utilizada por longo período e deve-se verificar se o xarope não fermentou (ficou azedo).

Xarope comum pode ser preparado por dissolução, a calor brando (60º a 80ºC), de 650g de açúcar cristal em 350g de água filtrada.

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Cuidado a administração de xaropes a pacientes diabéticos é proibida, a menos que esteja especificado que o xarope foi feito com adoçante e manteve as suas características.

Ex: xarope de guaco.

Compressas

Preparação de uso local (tópico). Na verdade é a forma tópica de aplicação das preparações acima.

Cataplasma

Preparação feita com farinha de mandioca ou fubá de milho e água, geralmente quente, também tópica.

Banhos, bochechos e gargarejos, inalação, unguentos, pomadas. São formas de aplicação dos preparados.

Azeite

É um preparado com plantas medicinais aromáticas, geralmente folhas, que são colocadas em um recipiente, preferencialmente âmbar, adicionando-se azeite de boa qualidade até cobrir a quantidade de planta utilizada. Deve permanecer em repouso por no mínimo 30 dias protegido da luz. Filtrar e manter em frasco âmbar.

Ex: Azeite de alecrim e tomilho.

Prescrevendo chás medicinais:

A prescrição deve conter orientação para a preparação e administração de espécies.

I - Nome do paciente

II - Receita – Rx

III - Descrição detalhada e quantidade dos componentes

Folha de Betonai conc. 20.0g

Folha de Uva-Ursi conc. 30.0g Ccc

IV - Subscrito (direções da composição) por exemplo urologia.

V - Indicação: chá medicinal indicado para bexiga e rins.

1 colher de sopa para 1 copo de água, na forma de infuso, 3 vezes ao dia após as refeições, tomar ainda morno.

Nome e assinatura do profissional prescritor.

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Cuidados ao prescrever um fitoterápico

As plantas medicinais apresentam propriedades terapêuticas, mas também podem ser extremamente tóxicas se administradas sem critério.

O prescritor deve ter conhecimento sobre a planta, os seus aspectos principais.

Nenhum tratamento deve ser suspenso sem consentimento médico, mesmo que a terapia fitoterápica seja iniciada.

Interações medicamentosas

A interação medicamentosa pode ser definida como resposta farmacológica ou clínica da coexposição do medicamento convencional com outra substância, seja ela alopática ou fitoterápica, que acaba modificando a resposta do paciente a este medicamento.

Considera-se que cerca de 20 a 30% das reações adversas ao medicamento ocorram por interações medicamentosas (KUHLMANN; MUCK, 2001).

Entre os fitoterápicos também existem interações que podem ocorrer quando se associa duas ou mais plantas ou, ainda, plantas com alimentos e/ou medicamentos. Existem tipos de interação medicamentosa, podendo ser classificada de acordo com o período da farmacocinética, veja a seguir.

a) Absorção - os fitoterápicos podem causar o atraso no esvaziamento gástrico, o aumento do pH intestinal, o aumento do fluxo sanguíneo êntero-hepático e a diminuição do trânsito gastrintestinal (KUHLMANN; MUCK, 2001).

Flavonoides de plantas como chá-verde, ginkgo, sementes de uva efeito inibitório sobre o transporte de quimioterápicos para o interior da célula (FUCHIKAMI et al., 2011).

b) Distribuição - os fitoterápicos podem possuir princípios ativos que se liguem às proteínas plasmáticas, podendo gerar toxicidade ao fármaco que está sendo ingerido junto com o fito ou mesmo com a toxicidade dele.

Ex: Ácido betulínico, princípio ativo com ação antineoplásica encontrado em diferentes plantas, principal-mente nas do gênero bétula spp que se liga à albumina humana (PISHA et al. 1995; GANGULYet al. 2006).

c) Biotransformação - definitivamente o maior número de interações medicamentosas por fitoterápicos ocorre por indução ou repressão enzimática de proteínas de fase I ou fase II. As principais enzimas que metabolizam fitoterápicos são: CYP3A4, CYP2D6,CYP1A2 e CYP2D9 (RENDIC; DI CARLO, 1997).

Ex: suco de toranja (Grapefruit ) inibidor da enzima do complexo do citocromo p450 CYP3A4 nos enterócitos (EDWARDS; BELLEVUE,1996).

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Diversas plantas já demonstraram efeitos inibitórios da CYP3A4, como extratos de batata africana (NAIR et al., 2007) e gingko biloba (YALE et al. 2005). Outro exemplo de inibidora é a erva de São João (hipericumperforatum) que deve ser evitada por pacientes em quimioterapia com Irinotecan® Gleevec® (mesilato de imatinib), pois o consumo concomitante levou a mielossupressão, visto que a planta inibe a enzima de metabolização desses fármacos e aumenta o efeito colateral, no caso mielossupressão (MATHIJSSEN et al. 2012).

d) Eliminação - a eliminação da substância pelas células tem como passo importante a ligação a proteínas transportadoras que têm por função expulsar os xenobióticos da célula.

Cuidado com as seguintes interações medicamentos x fitoterápico

Ginkgo biloba: associado a anticoagulantes, varfarina, heparina, aspirina; evitar com inibidores da MAO (IMAO - antidepressivos); diuréticos tiazídicos - hidroclorotiazida, clortalidona - casos de hipertensão foram atribuídos a associação.

Kava-kava: não associar com ansiolíticos ou qualquer depressor do SNC, pois pode levar a potencialização dos efeitos; ainda alprazolam e kava-kava = depressão profunda. O álcool potencializa efeitos do fitoterápico e identificou-se redução da eficácia da levodopa (medicamento utilizado para tratamento de doença de Parkinson) e efeito sinérgico com hypericum perforatum e valeriana.

Não consuma Hypericum perforatum (erva de São João) com alimentos que contenham tiramina (queijos amarelos, vinho e cerveja), pois há risco de hipertensão, aumenta o efeito de drogas indutoras de sono, antagoniza o efeito de reserpina (anti-hipertensivo) e potencializa os efeitos dos IMAOS, com os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (fluoxetina, sertralina) não se recomenda, pois pode levar a crise serotoninérgica, com os contraceptivos hormonais orais induz hemorragia intermenstruais, com loperamida pode gerar episódios de delírio.

Guaco: não associar a anticoagulantes, potencializa o efeito e antogoniza a vitamina K, a presença de saponinas em sua constituição pode levar ao aumento da absorção de alguns fármacos.

Guaraná: neutraliza o efeito de barbitúricos, inibe o clearance do lítio, tem efeito aumentado na presença de contraceptivos hormonais orais, fluorquinolonas, dissulfiram, cimetidina, fenilpropanolamina, diminui a absorção de ferro, aumenta a resposta aos agonistas beta-adrenérgicos.

Ginseng: diminui o efeito depressor de substâncias como fenobarbital e anfetaminas, sinergismo com drogas antineoplásicas, com fenilazina precipita episódios maníaco-depressivo, não associar com AAS potencializa a ação antiagregante plaquetária, potencializa o efeito de cafeína, diazepam e podem levar a hipertensão.

Cáscara-sagrada: potencializa o efeito de glicosídeos cardiotônicos (digitoxina, digoxina), podendo levar a parada cardíaca.

Passiflora: potencializa os IMAO, barbitúricos, benzodiazepínicos e morfina, seu efeito é potencializado pelo uso de álcool e anti-histamínicos.

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Valeriana: potencializa o efeito do álcool e depressores do SNC, apresenta sinergismo com hipérico e kava-kava.

Prescrição de fitoterápicos

A suplementação de fitoterápicos deve ser realizada, contemplando todas as informações pertinentes à manipulação, como mostra o modelo abaixo.

Deve conter os seguintes itens:

• nome do fitoterápico (nomenclatura botânica, sendo opcional o nome popular),

• a forma farmacêutica e modo de preparo,

• a posologia e o tempo estimado para consumo,

• horários e modo de uso,

• nome, identificação do profissional e número de registro no CRN.

Exemplo de ficha de prescrição:

NOME DO PROFISSIONAL E/OU DA CLÍNICA

DATA:

NOME DO CLIENTE:

Uso oral:

(nome do fitoterápico forma farmacêutica) ---- (dosagem por cápsula)

Extrato de chá verde (camellia sinensis) – 150mg

Quercetina – 200mg

Período estimado de consumo: 30 dias (ou uso contínuo)

Nome do profissional (com assinatura e carimbo)

CRN

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PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

A resolução do CFN n°390/2006 regulamenta a prescrição dietética de suplementos nutricionais pelos nutricionistas. Segundo esta resolução, é de competência do profissional nutricionista a suplementação nutricional, desde que esta atenda aos itens abaixo:

• a prescrição de suplementos nutricionais deve ter caráter de suplementação do plano alimentar do cliente e não de substituição de uma alimentação saudável e equilibrada;

• os suplementos nutricionais que o nutricionista pode prescrever são os seguintes: “formulados de vitaminas, minerais, proteínas e aminoácidos, lipídios e ácidos graxos, carboidratos e fibras, isolados ou associados entre si”;

• o nutricionista pode prescrever polivitamínicos e/ou poliminerais, desde que estejam classificados como de “venda sem exigência de prescrição médica”;

• a prescrição de suplementos nutricionais deve respeitar os limites estabelecidos pelas DRIs, não ultrapassando o valor de UL (Upper intake level);

• não é permitido ao nutricionista prescrever produtos que usem vias de administração diferentes do sistema digestório;

• os suplementos prescritos devem ser regulamentados pela ANVISA;

• não é permitido ao nutricionista prescrever medicamentos.

Como prescrever suplementos alimentares

A prescrição do nutricionista deve conter:

1 - nome do paciente;

2 - data;

3 - assinatura;

4 - carimbo do profissional;

5 - número de seu registro no conselho (CRN-3/xxxx);

6 - telefone e endereço completo ou outro meio de contato pessoal;

7 - esquema posológico - indicação de via de administração, dose, horário de administração e tempo de uso;

8 - forma de apresentação do produto - cápsula, pó, tablete, gel, liquido, drágea ou outra;

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9 - identificação do nutriente com a respectiva forma química e a concentração por unidade de consumo.

Atividades não permitidas ao nutricionista em relação à suplementação

Ainda em relação à prescrição de suplementos, a resolução do CFN n°334/04, que dispõe sobre o Código de Ética do Nutricionista, proíbe ao nutricionista:

• vincular sua atividade profissional ao recebimento de vantagens pessoais oferecidas por empresas ou pessoas físicas envolvidas com a produção ou comercialização de produtos alimentares ou farmacêuticos, materiais, equipamentos e/ou serviços relacionados;

• divulgar, dar, fornecer ou indicar produtos de fornecedores que não atendam às exigências técnicas e/ou sanitárias estipuladas;

• divulgar, fornecer, anunciar ou indicar produtos e marcas alimentares ou não de empresas ou instituições, atribuindo a estes benefícios para a saúde, sem que haja eficácia comprovada cientificamente;

• receber comissão, remuneração ou vantagens que não correspondam a serviços prestados;

• receber ou pagar remuneração ou comissão, por intercâmbio de indivíduos ou coletividades a serem assistidas ou pelo encaminhamento de serviços;

• atuar profissionalmente para obtenção de vantagens de empresas que fabricam ou comercializam produtos de qualquer natureza e que possam ser utilizados na prescrição dietética.

Portarias e resoluções relacionadas à suplementação

• A portaria SVS/MS no 29/1998 que aprova o regulamento técnico referente a alimentos para fins especiais.

• A portaria SVS/MS no 30/1998 que aprova o regulamento técnico referente a alimentos para controle de peso.

• A portaria SVS/MS no 223/1998 que aprova o regulamento técnico referente a complementos alimentares para gestantes ou nutrizes.

• A resolução ANVISA no 449/1999 que aprova o regulamento técnico referente a alimentos para nutrição enteral.

• A resolução RDC no 18/2010 que dispõe sobre alimentos para atletas.

• A portaria SVS/MS no 32/1998 que aprova o regulamento técnico para suplementos vitamínicos e ou minerais.

Tais portarias e resoluções serão discutidas independentemente nos módulos específicos.

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ALIMENTOS FUNCIONAIS

Definição

O conceito de alimentos funcionais surgiu inicialmente no Japão, na década de 80, mas sua sigla em inglês FOSHU surgiu na década de 90 (Foods for specified health use). Estes alimentos eram definidos como alimentos usados como parte de uma dieta saudável, porém demonstravam características fisiológicas benéficas e/ou redução do risco de doenças crônicas, além de suas funções básicas na nutrição. Atualmente, não existe um consenso internacional que defina e regularize os alimentos funcionais, entretanto cada país tem adotado uma definição própria e normas específicas para classificar um alimento como funcional.

No Brasil não há definição oficial para alimentos funcionais, entretanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde é responsável pela regularização desses alimentos. A ANVISA instituiu, em 1995, a Comissão de Assessoramento Técnico em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF). Esta comissão foi responsável pela elaboração de resoluções sobre o tema e o estabelecimento de diretrizes para utilização da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde.

A Portaria n. 398 de 30/04/99 da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde (MS) define que “Alimento funcional é todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológico e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica”. O Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais e Novos Alimentos através das seguintes Resoluções.

• Resolução ANVISA/MS 16/99: procedimentos para registro de alimentos e ou novos ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) para registar um alimento, além de permitir o resgistro de novos produtos sem histórico de consumo no país e também novas formas de comercialização para produtos já consumidos.

• Resolução ANVISA/MS 17/99: diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança de alimentos, baseadas em estudos e evidências, avalia-se que o produto é seguro sob o ponto de vista de risco à saúde ou não.

• Resolução ANVISA/MS 18/99: regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde, alegadas em rotulagem de alimentos.

Nesta última resolução, duas definições foram estabelecidas, veja a seguir.

» Alegação de propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não-nutriente tem no crescimento, no desenvolvimento e em outras funções normais do organismo.

» Alegação de saúde é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com uma doença ou condição relacionada com a saúde.

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Para que a ANVISA permita a alegação de propriedades funcionais e ou saúde em determinados alimentos, são necessários os seguintes itens:

• o alimento ou ingrediente que alegar propriedade funcional ou de saúde pode produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde (além de funções nutricionais básicas);

• deve ser seguro para consumo sem supervisão médica;

• nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela comunidade científica não têm necessidade de demonstração de eficácia ou análise para alegação funcional na rotulagem (item 3.3 da Resolução ANVISA n. 18);

• quando se tratar de uma nova propriedade funcional, há necessidade de comprovação científica da alegação de propriedade funcional e ou de saúde e da segurança de uso;

• não são permitidas alegações de saúde que façam referências à cura ou prevenção de doenças.

Um alimento para ser registrado como funcional pela ANVISA deve ter alegação de propriedade funcional ou de saúde comprovada com base em:

• consumo previsto ou recomendado pelo fabricante;

• finalidade, condições de uso e valor nutricional;

• evidência(s) científica(s): composição com caracterização molecular, ensaios bioquímicos, ensaios nutricionais e ou fisiológicos e ou toxicológicos em animais de experimentação, estudos epidemiológicos; ensaios clínicos; evidências abrangentes da literatura científica, legislação internacionalmente reconhecida sobre as propriedades e características do produto, comprovação de uso tradicional, não possui associação de danos à saúde.

Abaixo segue a lista dos produtos com alegação de propriedade funcional e/ou de saúde aprovados pela ANVISA:

Produto/ Alimento/Nutriente Alegação de propriedade funcionalAzeite de oliva. Contém ácidos graxos monoinsaturados que auxiliam o

na manutenção da concentração sérica de colesterol.

Creme vegetal contendo fitosteróis. Auxilia na redução da concentração sérica de colesterol total.

Frutoligossacarídeos (FOS) e inulina (para adição em alimentos).

Auxiliam na manutenção do equilíbrio da flora intestinal; contribuindo para uma flora intestinal saudável.

Leite com ácidos graxos ômega-3 e/ou ômega-6. Ajudam a regular a fluidez do sangue e a regular a concentração sérica de triglicerídeos, além de auxiliar na resposta anti-inflamatória e imunológica.

Leites fermentados à base de Lactobacillus acidophilus e/ou bifidobacterium lactis (em pó, para adição em líquidos).

Manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal, aumentando os microrganismos benéficos e diminuindo as bactérias patogênicas.

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Ômega-3 e ômega-6 em cápsulas. Ajudam na regulação da fluidez do sangue regulam a concentração sérica de triglicerídeos.

Psyllium (Plantago ovata). Reduz a absorção de gorduras no intestino.

Quitosana ou fibra de crustáceo (pó ou cápsula). Auxilia no controle de peso e na redução do colesterol sérico.

Além dos alimentos citados acima, muitos outros alimentos, nutrientes e substâncias têm sido investigadas e possuem efeitos fisiológicos benéficos descritos na literatura, sendo considerados internacionalmente como alimentos funcionais. Na tabela abaixo encontramos os principais alimentos e substâncias bioativas que receberam destaque científico nas últimas décadas pelas suas propriedades funcionais:

Composto Ativo Efeito Fonte AlimentarCarotenoides Atividade antioxidante e

anticarcinogênica.Damasco, melancia, mamão, melão, pêssego, abóbora, brócolis, cenoura, espinafre, inhame, nabo, tomate.

Ácido fenólico Atividade antioxidante. Frutas cítricas, morango, uva, agrião, berinjela, brócolis, cenoura, pimenta, repolho, salsa, tomate.

Antocianinas Antocianinas Atividade antioxidante e antitumorigênica.

Frutas vermelhas como amora, framboesa, morango.

Catequinas Atividade antioxidante e redução do risco de doenças cardiovasculares.

Cacau, morango, uva, chás verde e preto, vinho Tinto.

Flavonoides Atividade antioxidante, redução do risco de câncer e doenças cardiovasculares.

Cereja, frutas cítricas, soja, abóbora, berinjela, brócolis, couve, salsa, tomate, nozes.

Isoflavonas Inibição do acúmulo de estrogênio, reposição hormonal e redução de células carcinogênicas.

Soja.

Oligossacarídeos e polissacarídeos Diminuição do risco de câncer e da concentração sérica de colesterol.

Cereais integrais, frutas, leguminosas e verduras.

Ômega-3 e Ômega-6 Redução do risco de câncer, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Linhaça, óleo de canola, nozes e peixes de água fria.

Prebióticos e probióticos Regulação do trânsito intestinal e pressão arterial sistêmica, redução dos riscos de câncer, da concentração sérica de colesterol total e frações e dos triglicerídeos, redução da intolerância a lactose.

Alcachofra, alho, aspargos, aveia, banana, cebola, centeio, cevada, mel, raiz de chicória, tomate e trigo.

Fonte: Fagundes e Costa (2003).

Nutrientes e substâncias bioativas

Substâncias bioativas são substâncias presentes em alimentos (podem ser nutrientes com funções bem estabelecidas na nutrição normal ou outras substâncias sem papel definido no funcionamento do organismo). Estas substâncias são responsáveis por contribuir beneficamente na saúde do indivíduo, evitando o aparecimento de doenças e contribuindo de forma funcional na saúde dos indivíduos.

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Carotenoides

Os carotenoides compreendem um grupo de substâncias antioxidantes pertencentes à classe dos terpenos. São substâncias responsáveis pela pigmentação dos alimentos, portanto conferem coloração às plantas, como o laranja, vermelho e verde escuro. Alguns Carotenoides como a luteína, neoxantina e beta-caroteno encontram-se em uma variedade de vegetais, enquanto outros como o licopeno e a capsantina, apesar de encontrados em abundância, são restritos a poucos alimentos.

Os carotenoides são substâncias tetraterpênicas, formadas por um grupo de mais de 600 compostos químicos, porém apenas 10% destas são precursores da vitamina A. A principal característica dos carotenoides é sua função antioxidante, a partir da neutralização dos radicais peróxidos. Por se tratar de substâncias lipossolúveis, tem sua ação principalmente em meios lipídicos. Desta forma, desempenham papel importante nos radicais livres que danificam as membranas celulares.

Os carotenoides podem ser divididos em:

1. Carotenos: alfa-caroteno, beta-caroteno e licopeno.

2. Xantofilas: beta-criptoxantina, luteína e zeaxantina.

beta-caroteno

astaxantina

OH

HO

HO

OH

O

O

O

O

licopenoluteína

cantaxantina

alfa-caroteno

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Na tabela abaixo, temos os principais carotenoides encontrados na natureza e sua taxa de conversão em vitamina A:

CAROTENOIDES ATIVIDADE PRO-VITAMÍNICA A (%)ß-caroteno 100α- caroteno 50 – 54γ-caroteno 42 – 50ß-criptoxantina 50 – 60luteína inativolicopeno inativo

Fonte: Cozzolino (2012).

Luteína e zeaxantina

A luteína e zeaxantina fornecem proteção nos olhos contra danos oxidativos induzidos pela luz, pois são os únicos carotenoides presentes na retina e na mácula. O consumo de 6mg/dia destes carotenoides pode reduzir o risco de catarata. As principais fontes de zeaxantina incluem o milho e derivados e de luteína são vegetais verdes folhosos.

Alegação funcional da ANVISA (1999):

“A luteína tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

“A zeaxantina tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

Licopeno

O licopeno é um hidrocarboneto (C40H56) acíclico que apresenta uma cadeia de 13 carbonos conectados por duplas ligações, 11 dos quais são conjugados e dispostos linearmente. Sua principal característica é a cor avermelhada, a solubilidade em óleo e sua atividade antioxidante. Sua atividade antioxidante é 10 vezes maior em relação ao beta-caroteno e esta substância possui a maior capacidade sequestrante do oxigênio singlete, possivelmente devido à presença das duas ligações duplas não conjugadas, conferindo maior reatividade. Em estudos experimentais (HEBER, 2002), o licopeno apresentou maior capacidade antioxidante, em relação aos outros carotenoides. Segue abaixo a ordem de reativade dos carotenoides (maior para o menor):

1) licopeno;

2) alfa-tocoferol;

3) alfa-caroteno;

4) beta-criptoxantina;

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5) zeaxantina e beta-caroteno;

6) luteína.

As principais fontes de licopeno são os tomates, goiaba, mamão e pitanga, como mostra a tabela abaixo:

Descrição Procedência Nº de lotes analisados Quantidade Média de Licopeno

Goiaba "Ogawa" SP 5 57 μg/g

Goiaba "Pamula" SP 5 66 μg/g

Mamão "Formosa" SP, RJ 17 21 μg/g

Mamão "Golden" ES 5 19 μg/g

Mamão "Solo" SP 10 21 μg/g

Mamão "Sunrise" BA 5 24 μg/g

Mamão "Tailândia" SP 10 40 μg/g

Melância "Crimson Sweet" SP 5 36 μg/g

Pitanga, parcialmente madura SP 5 38 μg/g

Pitanga parcialmente madura PR 5 7,4 μg/g

Pitanga, madura SP 10 76 μg/g

Pitanga, madura PR 5 15 μg/g

Tomate "Carmen" SP 6 35 μg/g

Tomate "Santa Cruz" SP 15 34 μg/g

Fonte: Rodriguez-Amaya et al. (2008).

Alimento Quantidade de Licopeno (mg/100g peso seco)Tomate fresco 3,1 - 7,74Tomate processado 11,21Extrato de tomate enlatado 30,07Suco de tomate processado 7,83Sopa de tomate enlatada 3,99Catchup 16,60Melancia 4,10Mamão 2,0 - 5,30

Fonte: Nguyen e Schwartz (1999).

Biodisponibilidade do licopeno

Como discutido anteriormente, o tomate é a principal fonte de licopeno encontrada na natureza. A maior ingestão de licopeno no mundo ocorre pela ingestão de tomates, que representa cerca de 85% do total de licopeno ingerido. O tomate é um fruto amplamente ingerido no Brasil, ele representa quase 50% da ingestão total de hortaliças pelos brasileiros.

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Entretanto, alguns fatores podem contribuir para diferentes concentrações de licopeno encontradas neste fruto, como tipo e variedade de tomate, práticas agrícolas, condições ambientais de amadurecimento e grau. Um exemplo é a variedade de tomate L. Pimpinellifolum (tomate selvagem), que contém até 40mg/100g de alimento fresco. Já oL. esculentum (tomate comum), contém cerca de 10mg/100g. O grau de amadurecimento interfere na concentração de licopeno, uma vez que quanto mais maduro, mais licopeno apresenta, pois este perde a cor verde caracterizada pela concentração de clorofila e adquire aspecto mais avermelhado, caracterizado pelo licopeno. Como a temperatura ambiental está relacionada ao grau de amadurecimento da fruta, tomates plantados no verão tendem a apresentar mais licopeno do que no inverno. Entretanto, o excesso de calor e de luz solar pode inibir a produção de licopeno, desta forma, a região em que o tomate é plantado também interfere na produção do licopeno. Desta forma, o tomate comum brasileiro pode apresentar menor quantidade de licopeno em comparação a outros frutos como a goiaba, o mamão e a pitanga.

O tomate vermelho maduro contém maior quantidade de licopeno em relação aos outros tipos, portanto, quanto mais vermelho o fruto, maior sua quantidade. Desta forma, os tipos de tomate que apresentam maior quantidade de licopeno são: tomate ameixa, tomate para salada, tomate cereja e tomate caqui. Os tipos de tomate mais amarelados apresentam mais beta caroteno em sua composição. Isto ocorre pela quantidade da enzima beta-ciclase, responsável pela transformação do licopeno em beta-caroteno.

O licopeno, assim como os carotenoides em geral, estão presentes em maior concentração na casca dos alimentos e sua concentração é maior em frutos originários de regiões de climas quentes, pois sabe-se que o estresse produzido pelos raios ultravioleta aumenta sua produção.

Além do licopeno, os tomates são considerados importantes antioxidantes, pois apresentam em sua composição a vitamina C (vitamina hidrossolúvel) e a vitamina E (vitamina lipossolúvel). A ação antioxidante deste fruto pode variar de acordo com o seu processamento, portanto ingerir os tomates frescos aumenta a disponibilidade de vitamina C, enquanto ingerir os tomates processados aumenta a biodisponibilidade de vitamina E e licopeno. Como a atividade antioxidante é maior com o aproveitamento da vitamina E e licopeno agregado em comparação à vitamina C do fruto, a melhor ação antioxidante da ingestão de tomates se dá com o consumo do fruto processado.

O consumo do tomate processado favorece maior absorção do licopeno, pois o aumento de temperatura leva a um rompimento da parede vegetal das células do tomate, facilitando a extração deste carotenoide dos cromoplastos, estruturas celulares vegetais que armazenam o licopeno. A liberação do licopeno dos cromoplastos favorece sua absorção, visto que componentes da parede vegetal celular não podem ser digeridos quimicamente pelo trato digestório. Além disso, lipídios ingeridos juntamente com os tomates favorecem a absorção do licopeno, pois este é uma substância lipossolúvel e para que haja melhor absorção deste carotenoide é interessante que ocorra emulsificação do licopeno pelos sais biliares.

A ingestão de cerca de 5g de gordura concomitante à ingestão de tomates é suficiente para estímulo de secreção de sais biliares e formação de micelas, auxiliando o processo de absorção. Um estudo realizado por Gartner e col., 1997, mostrou que a ingestão de molho de tomate cozido em óleo resulta em um aumento de 2 a 3 vezes na concentração sérica de licopeno um dia após sua ingestão, diferente da ingestão de suco de tomate fresco, que não foi capaz de aumentar o licopeno sérico.

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O aumento da biodisponibilidade do licopeno a partir da ingestão de lipídios também está relacionado à modificação da forma isomérica desta substância. Cerca de 80% do licopeno presente nos tomates, encontra-se sob a forma do isômero trans (trans-licopeno), entretanto a forma bioativa do licopeno encontrada no sangue e tecidos estão em sua maioria na forma do isômero cis (cis-licopeno). O trans-licopeno possui baixa absorção, porém o processamento térmico dos tomates e seus produtos, melhora a sua biodisponibilidade. Além disso, pode ocorrer isomerização do licopeno (modificação do trans-licopeno para o cis-licopeno), quando este é separado da matriz alimentar e incorporado nas micelas. Os cis-isômeros de licopeno são melhor absorvidos pela sua maior solubilidade em micelas e por não se agregarem como o trans- isômero.

A quantidade de licopeno em produtos processados também pode sofrer variações, de acordo com a composição do alimento de origem e as condições de processamento. A concentração de licopeno em produtos processados é geralmente maior que a concentração encontrada em alimentos crus, pelos fatores discutidos acima.

Alegação de propriedade funcional do licopeno

Segundo a literatura científica, o consumo dietético de tomate, bem como alimentos produzidos a partir deste fruto, produz propriedades funcionais, pois está associado a uma redução do risco de doenças cardiovasculares e redução do risco de câncer de próstata.

A ANVISA reconhece o licopeno como funcional e a alegação permitida em produtos contendo licopeno é a seguinte:

“O licopeno tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

Flavonoides

São compostos fenólicos produzidos por plantas e são responsáveis pela cor e sabor delas. Possuem funções específicas nos vegetais, tais como crescimento, desenvolvimento e na defesa contra o ataque de patógenos e da radiação ultravioleta.

A estrutura molecular básica dos flavonoides consiste em dois anéis fenólicos A e B e um anel C, entretanto estas estruturas podem sofrer modificações, formando subclasses deste composto. Atualmente algumas subclasses dos flavonoides foram descritas, dentre elas, podemos destacar: calconas, dihidrocalconas, auronas, flavonas (apigenina, luteolina, diosmetina), flavonóis (quercetina, miracetina, kaempferol), dihidroflavonol, flavanonas (naringina, hesperidina), flavanol, flavandiol, antocianidina, isoFlavonoides (genisteína, daizdeína), bioFlavonoides e proantocianinas.

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A figura a seguir mostra a estrutura molecular básica dos flavonoides.

A

HO

OH

8

7

65 4

3

2

2’

6’

5’

4’3’

OH

OH

OH

O

C

BO

A modificação de sua estrutura pode se dar por meio de glicosilação, esterificação, amidação e hidroxilação, alterando sua atividade biológica. A função básica dos flavonoides está relacionada à sua função antioxidante (neutralizam os radicais livres formados por reações metabólicas). Além disso, podem atuar como quelantes de metais responsáveis pela peroxidação lipídica.

Luteolína

HO

OHO

OH

OH

O

Crisina

HO

OHO

O

Galangina

HO

OH

OH

O

O

Tectocrisina

CH3O

OHO

O

Fonte da imagem: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/46/artigo.htm>. Acesso em: 31 jul. 2014.

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Resveratrol

O resveratrol é um flavonoide pertencente ao grupo de estilbenos e possui efeitos antioxidantes que são comuns aos polifenóis. Além disso, o consumo de resveratrol tem sido associado a um menor risco de doenças cardiovasculares e câncer. O efeito positivo na redução dos riscos de doença cardiovascular está associado à inibição da suscetibilidade do LDL à oxidação e agregação plaquetária. As principais fontes de resveratrol são as uvas, sendo que as uvas de casca escura possuem uma quantidade dez vezes maior em relação às uvas claras. Como a concentração de resveratrol é maior na casca e semente deste fruto, o vinho tinto representa a principal fonte destes flavonoides, em relação ao alimento fresco e desta forma é o principal alimento funcional associado à redução de doenças cardiovasculares.

Concentração dos compostos fenólicos majoritários em vinhos tintos e brancos

Fen is Vinho Tinto (mg/L) Vinho Branco (mg/L)Catequina 191 35

Epigalocatequina 82 21

Ácido gálico 95 7

Cianidina 3 0

Malvidina-3-glicos deo 24 1

Rutina 9 0

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Quercetina 8 0

Miricetina 9 0

Ácido cafeico 7,1 2,8

Resveratrol 1,5 0

Teores médios de fen licos totais 2567 239

Fonte: adaptado de Frankel (1995).

Além das doenças cardiovasculares e câncer, alguns estudos mostram os benefícios do resveratrol nas seguintes condições patológicas e doenças:

• propriedades antioxidantes;

• propriedades vasodilatadoras;

• propriedades cardioprotetoras;

• controle e prevenção de diabetes;

• proteção antiviral;

• efeito neuroprotetor;

• efeitos anti-inflamatórios.

Quercetina

A quercetina (3,5,7,3’-4’- pentahidroxiflavona) é o flavonoide mais ingerido na dieta (75% do total de flavonoides ingeridos). Sua estrutura molecular é responsável pela sua característica antioxidante. Seu consumo estimado pode variar entre 13 a 64mg/dia, dependendo da composição da dieta. As principais fontes de quercetina são frutas vermelhas como framboesa, morango, mirtilo e amoras, cebola, maçã, chá preto, chá verde, erva mate, alface roxa, couve, brócolis, espinafre, pera, uva e vinho tinto.

Conteúdo quercetina nos alimentos

Fonte mg/100g alimento (parte comestível)

Cebola branca 21

Cranberries 15

Pimenta verde 14,7

Alface roxa 12

Couve 7,7

Mirtilo 5,05

Maçã 4,7

Pera 4,5

Espinafre 4,1

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Chá preto 3,1

Chá verde 3

Tomate cereja 2,8

Cereja 2,6

Erva mate 2,6

Brócolis 2,5

Vinho tinto 2,2

Uva vermelha 1,4

Morango 1,1

Fonte: USDA Database for flavonoid content of selected foods, 2007

Os estudos científicos relataram vários efeitos benéficos da quercetina, relacionados abaixo:

• potente capacidade antioxidante (5Xs maior em relação à vitamina C);

• efeito anti-inflamatório;

• efeito imunomodulador;

• biogênese de mitocôndrias isoladas.

Catequinas

As catequinas são substâncias antioxidantes encontradas principalmente em frutas da família do morango, uva e chá verde, alimento que possui maior quantidade destes flavonoides. Dentre as catequinas mais encontradas no chá verde, destacam-se a epicatequina, epigalocatequina e epigalocatequina — 3- galato.

As catequinas possuem, além de sua função antioxidante, outras funções benéficas relatadas na literatura:

• diminuição da absorção intestinal de lipídios e glicose;

• aumento da sensibilidade à insulina;

• diminuição da lipogênese;

• aumento do gasto energético;

• efeito anti-inflamatório;

• efeito antitumorigênico;

• controle da obesidade, diabetes, esteatose hepática e câncer.

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Estudos mostram que o aumento da concentração plasmática de catequinas ocorre 1 a 2,7 horas após a ingestão de chá verde. Estas por sua vez, possuem vida média na corrente sanguínea de 1,5 a 5,7 horas após sua ingestão. Desta forma, podemos verificar que as catequinas possuem baixa biodisponibilidade e rápida eliminação urinária, o que dificulta sua ação benéfica no organismo. Portanto, para que o chá verde apresente efeito benéfico desejado, estima-se que a ingestão diária está em torno de 5 a 10 copos de chá por dia, o que contradiz a recomendação diária de chá verde que está em torno de 2 xícaras de 200mL/dia. O excesso de chá verde pode levar à toxicidade hepática.

Contra indicações:

• nefrite;

• doenças psiquiátricas;

• dependência química;

• glaucoma;

• hipertensão;

• 600 mg/dia induz à deficiência de ferro na gestação.

Antocianinas

As antocianinas são pigmentos fenólicos ligados a açúcares que conferem às flores e alguns frutos suas cores características. A antocianidina é o polifenol livre, ou seja, não ligado à glicose, o que confere cor avermelhada aos vegetais. Já a antocianina está ligada à glicose, conferindo cor arroxeada aos alimentos. Suas principais fontes são as ameixas, uvas, framboesa, amora, mirtilo, açaí, repolho roxo.

Dentre os efeitos benéficos relatados na literatura, podemos destacar:

• controle da adipogênese (aumento do número de células adiposas), levando a um controle antiobesidade;

• aumento da adiponectina, hormônio relacionado com o aumento da sensibilidade à insulina e geralmente diminuído no diabetes;

• efeito antioxidante.

Isoflavonas

Isoflavonas são fitoestrógenos derivados da fração proteica da soja e de seus derivados. As principais fontes de isoflavonas são o leite de soja, tofu e proteína texturizada da soja. Dentre as isoflavonas mais encontradas, podemos destacar a genisteína e daidzeína.

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Os efeitos benéficos relatados das isoflavonas estão relacionados abaixo:

• efeito antitumorigênico;

• prevenção do câncer de mama, ovário e próstata;

• prevenção de doenças cardiovasculares;

• controle dos sintomas da menopausa.

Fitosteróis

Fitosteróis são componentes naturais das plantas semelhantes ao colesterol das células animais. Foram descritos cerca de 40 tipos diferentes de fitosteróis, porém os mais comuns são o β-sitosterol (mais encontrado na alimentação), o campesterol e o estigmasterol.

Como os fitosteróis e o colesterol apresentam grandes semelhanças na sua forma estrutural, a ingestão destes fitosteróis na alimentação pode inibir a absorção de colesterol. Este mecanismo ocorre, pois os fitosteróis substituem o colesterol nas micelas mistas. Além disso, a hidrogenação dos fitoesteróis forma fitoesteróis saturados que são mais eficientes na inibição da absorção de colesterol. Além da redução da absorção do colesterol, os fitosteróis promovem um aumento na expressão de receptores hepáticos de LDL, contribuindo para a redução da concentração sérica de colesterol.

A figura abaixo mostra as semelhanças estruturais entre o colesterol e o fitosterol.

Vários estudos demonstram que a ingestão de fitosteróis levam a uma redução do LDL colesterol em 10 a 30%. A recomendação da ingestão de fitosteróis é de 3 a 4g/dia, segundo a Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose (2007). Entretanto, a ingestão destes compostos participa de forma coadjuvante ao tratamento e deve estar associado a uma alimentação balanceada e um estilo de vida saudável.

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Sabe-se atualmente que estas quantidades são muito difíceis de alcançar por meio da alimentação, desta forma, para alcançar a recomendação estabelecida, faz-se necessária a ingestão de alimentos funcionais enriquecidos com fitosteróis.

Em 2002 a ANVISA reconheceu as propriedades funcionais dos fitosteróis. A alegação autorizada pela ANVISA é a seguinte:

“Os fitosteróis auxiliam na redução da absorção do colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

Para que os fitosteróis possam desempenhar os efeitos desejados, os produtos devem fornecer no mínimo 0,8g/fitosteróis por porção, associado a uma ingestão dietética diária que possa garantir uma ingestão entre 1 a 3g/fitosteróis /dia.

Ácidos graxos ômega 3

Os ácidos graxos ω-3 têm sido amplamente estudados por seus diversos efeitos biológicos. O principal componente da família destes ácidos graxos é o ácido linolênico 18:3, encontrado em óleos vegetais e sementes, entretanto sabe-se atualmente que os efeitos biológicos mais discutidos estão relacionados a dois tipos de ω-3 encontrados em óleos extraídos de peixes: o ácido eicosapentanoico, 20:5 (EPA) e o ácido docosahexanoico 22:6 (DHA). Entre as principais funções dos ácidos graxos ω-3, destacam-se a conformação das membranas celulares, assim como precursores de substâncias, como as prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos.

As fontes alimentares desses ácidos graxos são as castanhas e frutas oleaginosas (castanha do Pará, avelã, amendoim, pistache); alguns óleos vegetais como o óleo de canola; frutas como o abacate e principalmente o avocado e a linhaça. Entretanto a maior fonte alimentar de ácidos graxos do tipo ϖ-3 está relacionado aos peixes de águas frias (salmão, atum, truta, arenque). Estes peixes possuem grande quantidade de ácidos graxos ϖ-3 em sua composição, principalmente os dois tipos que foram primeiramente descobertos e são atualmente os mais estudados: o ácido graxo eicosapentanoico (EPA, 20:5 n-3) e o docosahexanoico (DHA, 22:6 n-3).

A tabela abaixo mostra as principais fontes alimentares dos AGPI ω-3:

Alimentos Gordura total AGPI total EPA DHAAtum 4,6 1,6 0,02 0,14

Marisco 1,8 0,6 0,3 0,1

Óleo de fígado de bacalhau

99,9 30,5 10,8 8,3

Ostras 1,3 0,5 0,14 0,16

Salmão 11 3,1 0,5 0,86

Sardinha enlatada em óleo de soja

9,7 5,02 0,47 0,51

Truta 5,2 1,7 0,2 0,8

Fonte: Química Industrial SPES, 2001 In González et al., 2003.

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Funções biológicas dos AGPI ω-3

Os efeitos biológicos dos AGPI ω-3 têm sido relatados pela literatura científica há algum tempo. As descobertas iniciais de seus efeitos biológicos apontaram sua importância no metabolismo de eicosanoides, grupos de compostos biologicamente ativos de vinte carbonos (C20) que incluem as prostaglandinas, tromboxanas e os leucotrienos. Os eicosanoides são substâncias derivadas do ácido araquidônico (AA), ácido graxo da família do ω-6 e são sintetizados a partir dos ácidos graxos poli-insaturados componentes dos fosfolipídios das membranas celulares. Possuem função parácrina, ou seja, são produzidos em pequenas quantidades e agem somente nas células próximas onde são sintetizados. Dentre suas funções, destacam-se efeitos fisiológicos na função reprodutiva, na inflamação, febre, dor associada à lesão ou doença, formação das plaquetas e regulação da pressão arterial, secreção de ácidos gástricos e uma variedade de outros processos fisiológicos importantes.

Os AGPI ω-3 interferem no metabolismo de eicosanoides, aumentando ou diminuindo a síntese de séries específicas de prostaglandinas, tromboxanas e leucotrienos. Os principais efeitos encontrados na literatura são:

• diminuição de PGE2 (prostaglandina pró-inflamatória);

• diminuição TA2 (tromboxana que possui função de agregador plaquetário);

• diminuição LB4 (quimiotaxia – recrutamento de monócitos);

• aumento TA3 (fraco agregador plaquetário);

• aumento de PGI3, PGL2 (substâncias vasodilatadoras);

• aumento de LB5 (fraco agente inflamatório).

Os principais efeitos da modificação do perfil de eicosanoides são: diminuição na aderência de plaquetas, diminuição nos níveis de triacilglicerol plasmático, melhora na fluidez da membrana de eritrócitos e mudanças no endotélio vascular resultantes na produção de compostos anti-inflamatórios, promovendo a diminuição de fatores trombogênicos.

Discutiremos a seguir as funções biológicas relacionadas à ingestão dos AGPI ω-3, assim como os mecanismos de ação propostos.

Ômega 3 e metabolismo das lipoproteínas

Como já discutido em módulos anteriores, as principais lipoproteínas plasmáticas são os quilomícrons (QM), lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de densidade intermediária (IDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL). A VLDL é a principal lipoproteína responsável pelo transporte de triacilglicerol (TAG) no plasma e geralmente o seu aumento plasmático indica um aumento na concentração de TAG no sangue. A LDL é responsável pelo transporte de colesterol e a HDL responsável pelo transporte reverso de colesterol.

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As dislipidemias, responsáveis pela gênese de problemas cardiovasculares, estão associadas ao aumento de VLDL e/ou LDL plasmáticos, assim como uma diminuição de HDL. Os AGPI ω-3 possuem função no metabolismo destas lipoproteínas, pois interferem nas concentrações destas lipoproteínas no sangue.

Produção hepática de VLDL: no estado de jejum, a concentração elevada de triacilgliceróis no sangue reflete a presença do excesso da quantidade de VLDL na circulação. Os estudos mostram que óleos de peixe ricos em EPA e DHA diminuem a concentração de VLDL no plasma, pela diminuição de VLDL. Estudos em animais e humanos mostram a diminuição da taxa de secreção de VLDL promovida pelo fígado, além de diminuir a quantidade de TAG presente na partícula, promovendo a liberação de uma partícula de VLDL menor. Estes efeitos ocorrem pois os óleos de peixe regulam a produção hepática de VLDL, de várias formas, podendo-se destacar:

• inibição da síntese de ácidos graxos pelo fígado;

• aumento da oxidação de ácidos graxos hepáticos;

• diminuição da esterificação de triacilgliceróis e colesterol hepáticos pelo fígado;

• aumento da degradação da apolipoproteína B (ApoB), proteína componente da VLDL.

Pesquisas recentes demonstram que os efeitos do óleo de peixe são mediados pela ativação de muitos receptores nucleares que interferem em nível molecular, por meio da transcrição gênica, nas células hepáticas. Dentre os receptores nucleares modulados por esta classe de AGPI, destacamos os receptores ativados por proliferadores de peroxissomos (PPARs), receptores X do fígado (LXRs), o fator nuclear hepático 4 (HNF4), e a proteína ligadora do elemento regulador de esterol (SREBP). Estes receptores nucleares interferem na expressão de enzimas e outras proteínas reguladoras do processo de montagem e secreção da VLDL. Abaixo estão descritos os mecanismos pelos quais os óleos de peixe interferem nestes processos.

Síntese de ácidos graxos: a maior enzima lipogênica do fígado é a sintetase de ácidos graxos (FAS). O promotor responsável pela estimulação e expressão da enzima FAS é o receptor SREBP, que por sua vez é regulado pelo LXR. Os óleos de peixe são responsáveis em interferir na ligação do LXR com a região promotora do DNA, diminuindo a disponibilidade do SREBP e consequentemente diminuindo a transcrição da enzima FAS.

Oxidação hepática de ácidos graxos: os óleos de peixe aumentam o catabolismo de ácidos graxos pelo estímulo de enzimas hepáticas que promovem a β-oxidação nos peroxissomas, como a enzima Acil CoA oxidase (AOX) e na mitocôndria, como a carnitina palmitoil transferase (CPT). O aumento da expressão da AOX se dá por meio do estímulo do receptor nuclear PPAR-α, entretanto o aumento da expressão da CPT não ocorre pela ativação deste receptor.

Esterificação de triacilglicerol e colesterol hepáticos: os AGPI contidos nos óleos de peixe são substratos fracos na esterificação do triacilglicerol, ou seja, normalmente não são utilizados como estoque, assim como são substratos fracos na esterificação do colesterol. Desta forma, estes ácidos graxos são preferencialmente incorporados aos fosfolipídios. Alguns estudos mostram que a ingestão dos óleos de peixe causam uma queda de 25% na produção de glicerol e uma diminuição de 15% da incorporação de

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diacilglicerois no pool de TAGs que são acrescentados na VLDL, além de uma diminuição de 20% na secreção de TAG hepático.

Degradação da ApoB: a ApoB é a principal proteína constituinte da montagem da VLDL, que ocorre em duas etapas: na primeira etapa, uma pequena quantidade de TAG é associado a ApoB no retículo endoplasmático rugoso do hepatócito, formando um precursor de VLDL pequeno e mais denso. Este processo é facilitado pela proteína de transporte microssomal de tricilglicerol (MTP). Durante a segunda etapa, a molécula precursora da VLDL se junta com o droplet de TAG e forma uma grande molécula de VLDL madura. A proteína ARF-1 (ADP-ribosylation fator 1) está diretamente relacionada a este processo. Os óleos de peixe interferem na ligação da ApoB com o TAG na primeira etapa, promovendo sua degradação no próprio retículo endoplasmático rugoso, em uma etapa denominada proteólise presecretória pós-retículo endoplasmático.

Produção intestinal de quilomícrons: após uma refeição, o aumento de TAG plasmático reflete a quantidade de quilomícrons produzidos no intestino. Os efeitos do óleo de peixe na produção de quilomícrons têm sido reportados em animais e humanos por meio dos estudos de demonstram as características absortivas das gorduras enriquecidas com EPA e DHA e os efeitos crônicos da suplementação do óleo de peixe na produção dos quilomícrons. Estes estudos mostram que em humanos, refeições ricas em óleo de peixe aumentam a concentração de quilomícrons na circulação quando comparados a refeições ricas em azeite de oliva, o que comprova que uma única refeição rica em óleo de peixe não produz efeito na liberação de quilomícrons, portanto não foi verificado um efeito agudo. Entretanto o consumo crônico de óleo de peixe pode causar mudanças adaptativas, diminuindo a secreção de quilomícrons após a refeição, assim como diminuindo a concentração de quilomícrons remanescentes.

Lipólise dos tricilgliceróis das lipoproteínas: ambas as lipoproteínas QM e VLDL são responsáveis principalmente pelo transporte de TAG, que são hidrolizados nos tecidos periféricos, em sua maioria por meio da ação da enzima lípase de lipoproteína (LPL). A ingestão de óleo de peixe demonstrou aumento da hidrólise do TAG das lipoproteínas, favorecendo a captação de ácidos graxos pelos tecidos. Existem duas possíveis explicações para este efeito: a primeira seria que o efeito do óleo de peixe em diminuir o tamanho da VLDL e QM favoreceria sua hidrólise e a tornaria mais eficiente. A segunda hipótese é de que os AGPI ω-3 aumentariam a atividade das enzimas envolvidas com a hidrólise do TAG.

Metabolismo da LDL: apesar de vários efeitos benéficos relatados nas doenças coronarianas, não existem estudos que provam a eficácia da ingestão de óleos de peixe na diminuição da maior lipoproteína aterogênica da circulação: a LDL. Ao contrário, alguns estudos sugerem que esta gordura pode provocar um aumento da LDL na circulação. Este aumento poderia ocorrer pela conversão da VLDL em LDL ou pela super secreção de apoB da LDL. Alguns estudos em modelos animais mostram que os ω-3 podem diminuir o número de receptores de LDL, porém este efeito não foi comprovado em humanos.

Metabolismo da HDL: a suplementação com AGPI ω-3 tem sido associada a modificações na HDL colesterol. Estudos recentes indicam que os óleos de peixe podem preferencialmente aumentar as partículas pequenas e pobres em colesterol da HDL, o que poderia ser mais eficiente na remoção do colesterol. Os óleos de peixe podem também aumentar a entrega de colesterol da HDL para o fígado, por meio do aumento da expressão de receptores scavenger B-1.

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Óleos de peixe como terapia nutricional na hiperlipidemia

Atualmente o grupo das estatinas é considerado a terapia medicamentosa mais eficiente na diminuição do LDL colesterol, enquanto os fibratos têm sido utilizados na diminuição da hipertrigliciridemia. Apesar de essas duas classes de medicamentos poderem ser utilizadas em conjunto no tratamento da dislipidemia mista, a terapia conjunta pode aumentar o risco de miopatias. Desta forma, a suplementação de ω-3 tem sido utilizada em conjunto com as estatinas como alternativa do fibrato, na diminuição de TAG plasmático.

Ômega 3 e resistência à insulina

A ingestão de AGPI ω-3 em pacientes diabéticos tem sido recomendada primordialmente para o tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares, pois esta patologia leva um aumento da incidência de doenças cardiovasculares de 2.4 a 5.1 vezes. Os estudos realizados com suplementação de ω-3 em diabéticos não apontaram melhora do quadro hiperglicêmico, alteração na secreção de insulina e outros hormônios, melhora do quadro de resistência à insulina, entre outros. Portanto esta suplementação é indicada apenas para controle e prevenças das DAC, principalmente em mulheres.

Ômega 3 e depressão

Alguns estudos sugerem que a suplementação de óleo de peixe pode ser utilizada no tratamento da depressão. As evidências iniciaram quando uma revisão epidemiológica publicada sugeriu que há uma ligação entre depressão e consumo de peixe. Os pesquisadores compararam as taxas de depressão em nove países e a estimativa de consumo de peixe per capita. Os resultados mostraram uma relação inversamente proporcional: países ocidentais possuem uma proporção de depressão de 3 a 6% e uma baixa a moderada ingestão de peixe per capita, em comparação a países como o Japão que possuem alta ingestão de peixes

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per capita e apresentam índices de depressão de apenas 0,12% na população. Estes resultados sugerem uma correlação de 84% entre a alta ingestão de peixe e a diminuição da depressão, assim como se observou que os sintomas depressivos são mais comuns em consumidores irregulares de peixe, quando comparados aos indivíduos que consomem peixe pelo menos 1X por semana. Controversamente, um estudo realizado na Finlândia, não demonstrou relação direta entre o consumo de peixe e alta ingestão de ω-3 com a diminuição de sintomas depressivos.

A população conhecida como esquimós, habitantes da Groelândia, é um grupo étnico que possui dieta extremamente rica em peixes de água fria, ricos em ômega 3. Nestas sociedades a depressão é basicamente ausente, apesar do clima frio e das condições ambientais. Alguns estudos levantam a teoria de que apesar destes indivíduos viverem em um lugar escuro e frio durante o inverno, as taxas de depressão e suicídio são extremamente baixas. Os resultados deste estudo sugerem que há evidência clínica na correlação entre a alta ingestão de ômega 3 e os dados apresentados, pois esta população apresenta alta concentração deste ácido graxo nas membranas das hemácias e dos tecidos neuronais.

Uma revisão feita em 1995 levantou a hipótese da relação entre a deficiência de ômega 3 e sua importância etiológica no desenvolvimento da depressão. Dados epidemiológicos mostraram uma tendência em relação à diminuição da ingestão de AGPI ω-3 e aumento da depressão. Além disso, estes estudos mostram uma significância maior no aumento da razão na ingestão de ω-6/ω-3 do que a baixa ingestão de ω-3 isoladamente, visto que estes dois ácidos graxos competem pelo sítio de ligação da enzima responsável pelo alongamento e desaturação de ambos. A alta ingestão de ω-6 também inibe a incorporação de AGPI ω-3 nos fosfolipídios das membranas celulares, levando à diminuição da fluidez da membrana e impedindo a sinalização celular.

As evidências da relação entre baixa ingestão de ω-3 e depressão é dada por inúmeros estudos que examinaram a composição da membrana dos eritrócitos, ésteres de colesterol no sangue e fosfolipídios. Os dois maiores estudos nesta área descobriram que a depressão está associada a uma diminuição significativa total de AGPI ω-3, aumentando a proporção de ácidos graxos monoinsaturados e a razão ω-6/ω-3, mais especificamente a razão entre o ácido araquidônico e o ácido eicosapentanoico em ésteres de colesterol e fosfolipídios. Outro estudo mostrou a relação entre diminuição significativa de DHA nas membranas dos eritrócitos e depressão.

Esta área de estudos sobre dieta e função cerebral ainda está no início de suas pesquisas e portanto não há valores terapêuticos definidos da ingestão de ω-3 para melhora do quadro depressivo. Portanto a melhor estratégia seria seguir as recomendações de ingestão de ω-3 estabelecidas pela associação americana do coração (AHA), sociedade europeia de cardiologia e outras associações internacionais de cardiologia.

Segundo a ISSFAL, uma ingestão adequada de ácido linoleico (ω-6) está em torno de 2% do valor calórico total, a ingestão de ácido linolênico em torno de 0,7% do valor calórico total e a ingestão adequada de EPA e DHA deve totalizar o mínimo de 500mg por dia. A razão ideal entre ω-6/ω-3 deve ser de aproximadamente 5:1. Entretanto alguns estudos sugerem que uma razão ótima entre ω-6/ω-3 deve variar de acordo com a condição patológica, assim como sua severidade. Portanto mais estudos clínicos devem ser realizados para que se possa designar a ingestão diária terapêutica para pacientes com depressão.

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Ômega 3 e artrite reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma condição crônica, debilitante e progressiva que afeta o bem estar físico, emocional e social de pacientes e membros da família. Esta doença é caracterizada por períodos variáveis de remissão e crise aguda, podendo alguns pacientes apresentar estabilidade no desenvolvimento do quadro clínico, enquanto outros apresentam desenvolvimento agressivo da doença.

A AR é uma doença autoimune caracterizada por sinovite inflamatória crônica, de origem desconhecida. Os principais sintomas são dor e inchaço das articulações das mãos e pés, entre outras. As dores e inchaço são causadas pelo processo inflamatório do líquido sinovial das articulações. Esta doença é duas vezes mais comuns em mulheres, provavelmente pelos hormônios sexuais femininos, mas também há indícios de uma predisposição genética para o seu desenvolvimento.

A suplementação dietética com AGPI ω-3 é a mais promissora área da manipulação dietética na AR. Muitos estudos realizados na área mostram que esta suplementação diminui as dores articulares nos pacientes. Os mecanismos envolvidos na melhora do quadro envolve a inibição na produção de eicosanoides e citocinas envolvidas com o inchaço e a dor. As estratégias nutricionais dos estudos incluem doses farmacológicas de EPA e DHA (1 a 1.7g/dia), considerando a ingestão controlada de ω-6 e ácidos graxos saturados provenientes da alimentação.

Ômega 3 e exercício

Exercícios exaustivos e prolongados geram aumento da concentração plasmática de catecolaminas, leucocitose, ácidos graxos livres, antagonistas dos receptores de IL-1β e IL-6 e aumento de TNF-α, assim como redução na concentração sérica de insulina, condições fisiológicas também observadas em paciente com sepse ou trauma. O exercício interfere na produção de citocinas pró- inflamatórias como a IL-1β, e TNF-α e a IL-6 que possuem tanto propriedades pró- inflamatórias como anti-inflamatórias e pode atuar inibindo a produção das duas citocinas anteriores. A produção de citocinas pró-inflamatórias é geralmente aumentada em resposta do exercício aeróbico em adultos saudáveis treinados ou não.

Eicosanoides estão envolvidos na modulação da intensidade e duração do processo inflamatório. Os dois maiores eicosanoides que tem sido estudados em relação ao processo inflamatório são as prostaglandinas E2 (PGE2) e os leucotrienos B4 (LTB4), ambos relacionados a inúmeros efeitos inflamatórios.

A suplementação dos AGPI ω-3 medeiam seus efeitos em indivíduos submetidos a exercício físico predominantemente alterando a composição lipídica da superfície de membrana das células e a expressão de moléculas de adesão. A suplementação diária diminui a concentração sérica de citocinas IL-1β e TNF-α e de eicosanoides de indivíduos treinados PGE2 e LTB4 de indivíduos saudáveis. Apesar de alguns estudos terem reportado que a suplementação de ω-3 leva ao aumento do VO2 máx em atletas e adultos sedentários submetidos ao treinamento, outros estudos não reportam este aumento, indicando que o aumento deste VO2 máx é uma consequência direta do treinamento e não da suplementação.

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Ômega 3 em pacientes com caquexia associada ao câncer

Atualmente há inúmeros trabalhos na literatura que relacionam os ácidos graxos essenciais ϖ-3 e uma melhora na síndrome da caquexia. Esse lipídio vem sendo amplamente utilizado em fórmulas hospitalares enterais e parenterais que visam não apenas aumentar o suporte energético dos pacientes, mas também diminuir o processo inflamatório do hospedeiro, alterado pela presença do tumor.

Os trabalhos realizados com pacientes com caquexia e suplementação de ϖ-3 pesquisam a eficácia dessa suplementação em diferentes parâmetros relacionados à caquexia: ganho de peso, apetite, concentração de hormônios e concentração de agentes pró-inflamatórios.

Um dos principais interesses dos pesquisadores é verificar se a suplementação de ϖ-3 em pacientes reverte a perda de peso ou até mesmo leva a um ganho de peso. Alguns trabalhos mostram que a ingestão de cerca de 2g/dia de ϖ-3 leva a um ganho de peso de até 1Kg em apenas 3 semanas de suplementação. Outros estudos mostraram uma estabilização do peso em dois meses de suplementação. Entretanto a maioria dos trabalhos revelam que a suplementação com ϖ-3 falha na tentativa de reverter ou aumentar o ganho de peso em pacientes com caquexia. Nenhum dos trabalhos citados demonstrou mudanças no apetite desses pacientes.

Em relação à concentração de prostaglandinas e citocinas pró-inflamatórias, os trabalhos mostram-se controversos. Wigmore (1996), verificou uma queda da concentração de proteína C reativa em pacientes suplementados com cerca de 2g de ϖ-3 durante 3 meses. Entretanto, um estudo realizado por Barber (1999) mostrou que a mesma suplementação por apenas 3 semanas não é capaz de alterar este parâmetro. Observa-se também resultados contraditórios em relação às citocinas. Barber e col (2001), verificaram queda da concentração de IL-6 em pacientes suplementados com 2g de ϖ-3 por 3 semanas. Essa redução não foi encontrada em um estudo realizado por Gogos e col (1998) assim como não houve alteração da concentração de IL-1β. Além disso, esse estudo demonstrou um aumento da concentração de TNF-α, assim como de células T auxiliares. Um único estudo verificou uma diminuição da concentração de PGE2 após suplementação de cerca de 5g de ϖ-3 em pacientes com caquexia por 7 dias.

Apesar dos estudos com animais suplementados com ϖ-3 demonstrarem resultados positivos em relação à caquexia, os resultados obtidos com humanos ainda são conflitantes. Entretanto os efeitos desse ácido graxo parecem estar associados à dose e tempo de ingestão, assim como a quantidade de EPA e DHA contida nas fórmulas e cápsulas. Os resultados parecem ser mais satisfatórios com um tempo de suplementação superior a dois meses.

Recomendações

Não há um consenso mundial sobre as recomendações de Ômega 3, entretanto existem diversas recomendações derivadas de diferentes organizações internacionais, veja a seguir.

• Estados Unidos: ingestão de ácido alfa-linolênico de 2,2g/dia e ácido eicosapentaenoico e ácido docosahexaenoico, combinados, atinjam 0,65g/dia, não ultrapassando 6,7g/dia.

• Canadá: consumo de ácidos graxos Ômega-3 de 1,2 a 1,6g/dia, independente do tipo.

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• Reino Unido: ingestão de 1% das calorias consumidas de ácido alfa-linolênico e 0,5% da combinação de EPA e DHA.

• FAO/WHO: ingestão de 0,8g a 4g/dia.

• DRIs (Dietary Reference Intakes): 5 a 10% do valor calórico diário total deve ser de Ácidos Graxos Ômega-6 e 0.6 - 1.2% do valor calórico diário total de Ácidos Graxos Ômega-3.

Razão ômega 6/ômega 3

Os ácidos graxos poli-insaturados ômega 6 e 3 competem pelas enzimas dessaturases e alongases no organismo e estas apresentam maior afinidade pelos AGPI n-3. Desta forma, mais importante do que consumir a quantidade correta destes ácidos graxos individualmente, é manter uma razão de consumo entre eles saudável. Algumas razões foram estabelecidas dependendo do país. Estas quantidades estão descritas abaixo:

País N-6/n-3 ReferênciasCanadá 4:1 - 10:1 SCR

EUA 2:1 - 3:1 Simopoulos

EUA 4:1 Scheafer

França 5:1 Chardigny et al

Japão 2:1 Kris-Etherton et al

Suécia 5:1 NCM

WHO/FAO 5:1 - 10:1 WHO

Martin et al. (2006).

Prebióticos e probióticos

Probióticos e prebióticos são substâncias presentes em alimentos que, quando consumidos de forma regular e associados a uma dieta saudável, promovem efeitos benéficos ao organismo e evitam a disbiose intestinal. Na disbiose intestinal, ocorre um desequilíbrio entre microorganismos benéficos e patogênicos, gerando uma situação desfavorável à saúde do ser humano. Este desequilíbrio pode levar à doenças, pois nestas condição ocorre:

• não absorção de vitaminas;

• inativação de enzimas digestivas;

• aumento da fermentação;

• desconjugação de sais biliares;

• produção de promotores tumorais, como as nitrosaminas;

• destruição da mucosa intestinal, gerando a hipermeabilidade e superativando o sistema imunológico.

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Probióticos

Alimentos probióticos são definidos como alimentos ou preparações alimentares que contém em sua composição microrganismos viáveis, definidos e, em quantidades adequadas, capazes de alterar a microbiota própria das mucosas por implantação ou colonização de um sistema do hospedeiro, produzindo deste modo, efeitos benéficos a sua saúde.

Para que um microrganismo seja considerado probiótico e um alimento funcional possa receber esta nomenclatura, os leites fermentados e iogurtes devem conter, no mínimo, 107 células viáveis por grama ou ml do produto. Entretanto, a quantidade mínima exigida para ser considerada como dose terapêutica é de 105 células viáveis por grama ou ml do produto.

Os microorganismos em questão devem ser habitantes normais do trato digestório, capazes de sobreviver à passagem pelo estômago e devem manter a atividade no intestino. Dentre os efeitos benéficos relatados dos probióticos, podemos destacar:

• promoção do equilíbrio da microbiota intestinal;

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• aumento da tolerância à lactose;

• atividade anticarcinogênica, pela produção de ácidos graxos de cadeia curta;

• modulação da absorção da amônia;

• síntese de vitaminas do complexo B;

• aumento da absorção do cálcio;

• modulação do sistema imunológico;

• redução da concentração sérica de colesterol.

Composição da Flora Intestinal

As principais bactérias utilizadas em alimentos funcionais com função probiótica são as pertencentes dos gêneros lactobacillus e bifidobacterium e enterococcus faecium, bactérias encontradas no trato digestório humano saudável. O local de preferência de colonização destas bactérias é a porção íleo terminal (lactobacilos) e o cólon (bactérias) como um todo.

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Os lactobacilos mais estudados são L. acidophillus, L. casei, L. fermentum, L. reuteri e uma variação do lactobacillus casei.

Prebióticos

São componentes alimentares e/ou ingredientes alimentares não digeríveis, que exercem benefícios à saúde no sentido de estimular, seletivamente, o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon. Estas bactérias estimuladas pelos prebióticos exercem funções benéficas ao indivíduo, dentre elas:

• promoção do equilíbrio da microbiota intestinal;

• aumento da tolerância à lactose;

• atividade anticarcinogênica, pela produção de ácidos graxos de cadeia curta;

• modulação da absorção da amônia;

• síntese de vitaminas do complexo B;

• aumento da absorção do cálcio;

• modulação do sistema imunológico;

• redução da concentração sérica de colesterol.

Características dos prebióticos:

• não podem sofrer hidrólise por enzimas digestória ou absorção no intestino delgado;

• devem alterar a microbiota colônica para uma microbiota saudável, capaz de induzir efeitos favoráveis à saúde.

Os principais prebióticos descritos atualmente fazem parte de um grupo de carboidratos não-digeríveis, sendo os principais: lactulose, inulina, fruto-oligossacarídeos e outros tipos de oligossacarídeos que fornecem carboidratos não aproveitados pelo indivíduo, porém utilizados pelas bactérias probióticas como substrato energético.

Os frutanos (inulina e a oligofrutose) são considerados ingredientes funcionais, pois sua ingestão crônica promove melhoria à saúde do indivíduo e reduz o risco de diversas patologias. As principais fontes de inulina e oligofrutose são a chicória e a alcachofra. A inulina e os fruto-oligossacarídeos (FOS) são considerados fatores bifidogênicos, pois são fermentados seletivamente por bactérias.

Os fruto-oligossacarídeos (FOS) são açúcares não convencionais e são importantes ingredientes na indústria alimentícia, pois fornecem características físicas no alimento semelhantes ao açúcar, como textura e função espessante nos alimentos. Além disso, possui características funcionais excelentes. A estrutura do

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FOS consiste em moléculas de sacarose, adicionadas de frutose por ligações β-(2-1), o que torna impossível sua digestão pelo trato digestório humano. O FOS pode ser encontrado naturalmente em alcachofra, raiz de chicória, dália, dente de leão, alho, cebola, banana, dentre outros, entretanto a quantidade encontrada nesses alimentos é pequena. Portanto, para se obter a quantidade necessária de FOS, o consumo destes alimentos deve ser elevado ou deve-se obtê-lo a partir do consumo de alimentos enriquecidos e adicionados de FOS, assim como suplementos alimentares.

72%

82% 44%

46%

9%

17%

16%

2%

1%

1%

3%

7%

Clostridia Bacterioides Fusobactéria

0 - 15 diasSacarose

15 - 30 diasFOS

30 - 45 diasSacarose

A tabela abaixo indica a quantidade de FOS em alimentos frescos.

Alimento Porcentagem de FOSCebola 2,8

Tomate 1,8

Centeio 0,7

Banana 0,3

Alho 0,2

Fonte: MITSUOKA (1990).

As funções dos prebióticos estão descritas abaixo:

• alteração do trânsito intestinal;

• redução da incidência de diarreia e obstipação intestinal;

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• diminuição do risco de câncer;

• redução da concentração de colesterol total e frações;

• controle da pressão arterial sistêmica;

• aumento da biodisponibilidade dos minerais provenientes da alimentação;

• redução do risco de obesidade e diabetes Mellitus tipo 2;

• redução da intolerância à lactose.

Mecanismos de ação dos prebióticos

A fermentação dos prebióticos no intestino por bactérias intestinais benéficas, como as bifidobactérias, produz ácidos graxos de cadeia curta — AGCC (acetato, propionato e butirato), responsáveis pela apoptose de células tumorais, redução de fração lipídica sérica e proteção intestinal. Estes ácidos graxos podem ser absorvidos pelo trato intestinal, chegando intactos ao fígado através de veia porta. No hepatócito, estes ácidos graxos podem ativar a enzima acetil-CoA sintetase 2 citosólica, enzima chave ativadora dos processos de colesterogênese e lipogênese. Esta é a principal forma de ação dos prebióticos em relação a seu efeito hipercolesterolêmico.

A recomendação de FOS e inulina é de 4-5 g/dia, sendo que o valor calórico estimado destes complexos de fibras é de 1,5 Kcal/g.

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Alegação de propriedade funcional do licopeno

Segundo a literatura científica, o consumo dietético de FOS e inulina, assim como alimentos enriquecidos com estes oligossacarídeos, produz propriedades funcionais, pois está associado a uma redução do risco de doenças cardiovasculares e redução do risco de câncer de cólon.

A ANVISA reconhece o FOS como funcional e a alegação permitida em produtos contendo FOS é a seguinte:

“Os fruto-oligossacarídeos — FOS contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

Alimentos funcionais e seus componentes bioativos

Os alimentos funcionais apresentam não apenas um composto ativo ou nutracêutico, mas são considerados desta forma por um conjunto de características que envolvem compostos ativos, vitaminas, minerais, fibras, que os tornam funcionais.

Aveia

A aveia é caracterizada como um cereal que possui alta qualidade nutricional, pois é fonte de proteínas e lipídios como o ácido oléico e linoleico, vitaminas antioxidantes e fibras solúveis como as β-glucanas.

As funções benéficas da aveia incluem:

• redução significativa da concentração plasmática de colesterol total e LDL — colesterol em humanos hipercolesterolêmicos, pela ação das β-glucanas, responsáveis pelo aumento da síntese de ácidos biliares e redução da absorção do colesterol alimentar;

• efeito protetor no desenvolvimento do câncer de cólon;

• diminuição da absorção da glicose, favorecendo o controle da glicemia em diabéticos.

As β-glucanas são polissacarídeos lineares, consideradas fibras solúveis compostas por glicose ligadas por ligação β-1,4 e β-1,3, o que as tornam não digeríveis pelas enzimas do trato digestório.

A aveia produzida no Brasil possui alta concentração de β-glucanas, sendo que o farelo de aveia apresenta concentração significativamente maior de β-glucanas em relação a outras formas de processamento. Atualmente, o farelo de aveia é considerado o alimento disponível no mercado com maior teor de β-glucanas e, portanto, um dos alimentos com ação mais potente em relação à diminuição da concentração de colesterol total sanguíneo.

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A tabela abaixo mostra a concentração média de β-glucanas em 100g de aveia.

Aveia β-glucanas (%) Desvio padrão Máximo Mínimo C.V. (%)Descascadas 5,11ª 0,79 6,63 3,90 15,46

Tostada 4,67ab 0,59 5,19 3,12 12,63

Flocos nº 1 5,57ª 0,29 6,07 5,05 5,19

Cortada 5,65ª 0,27 6,03 5,20 4,78

Flocos 5,09ª 0,81 6,39 3,71 15,91

Flocos finos 5,54ª 1,22 7,18 3,43 22,02

Farinha 3,74b 0,90 4,90 2,80 24,06

Farelo 9,51c 2,08 13,08 6,34 21,87

Retirado de De Sá e Soares, 1998.

Em 1997, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou a regulamentação que permite que produtos de aveia integral possam trazer em seus rótulos apelo de benefício à saúde, relacionando seu consumo à redução do risco de doenças cardíacas. Entretanto, para que este alimento tenha o efeito benéfico, deve-se ingerir cerca de 3g/dia de β-glucanas, o que seria o equivalente a 40g de farelo de aveia ou 60g de farinha de aveia por dia.

A ANVISA considera a aveia um alimento funcional mediante a seguinte alegação: “Dietas ricas em aveia ou farelo de aveia e pobres em gordura saturada e colesterol podem reduzir o risco de doenças coronárias”.

Psyllium (Plantago Ovata)

O psyllium compreende todo alimento produzido a partir das cascas das sementes, que são utilizadas pela indústria farmacêutica na produção de compostos à base de fibras solúveis (aproximadamente 35%) e insolúveis (aproximadamente 65%). A composição das sementes utilizadas é formada de altas concentrações de carboidratos (aproximadamente 75g/100g) e elevada porcentagem de goma (aproximadamente 40g/100g), além de outros tipos de fibra solúvel e açúcares.

Além de seu conteúdo altíssimo de fibras, o psyllium é também composto por substâncias biologicamente ativas, tais como: compostos hidrossolúveis como o ácido clorogênico, ácido felúrico, ácido cumárico e ácido vanílico e compostos insolúveis do psyllium que possuem atividade imunomoduladora.

A recomendação é de 1,78g/porção, com um total de 4 porções/dia.

Os efeitos benéficos do consumo de Psyllium incluem:

• redução do colesterol plasmático;

• controle da glicemia.

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Linhaça

A linhaça é a semente obtida a partir do linho (linum usitatissimum) e possui excelente composição nutricional, pois é a principal fonte de ácido alfa-linolênico (57%), da classe dos AGPI n-3, principal fonte alimentar de lignanas (seu conteúdo é 800Xs maior em relação a outros alimentos), 28% de fibras, fitoestrógenos, linhaça como fonte de fibras.

O teor de fibras da linhaça é extremamente alto, desta forma, sua ingestão pode ser uma importante forma de aumentar o consumo dietético de fibras.

A tabela abaixo mostra a composição nutricional da linhaça

Composto Quantidade/100g

Fibra insolúvel 33,2g

Fibra solúvel 11,0g

Beta-glucanas 0,38g

Lecitina 0,8g

Proteína 26g

Ácido graxos 20g

a-linolênico 13,2g

Linoleico 2,8g

Oléico 2,0g

Capacidade hidrófila 8,3ml/g

TACO, 2011.

Os efeitos benéficos da linhaça estão descritos abaixo:

• redução e prevenção de dislipidemias, relacionadas ao seu alto teor de fibras, especialmente as lignanas;

• efeitos anti-inflmatórios, relacionados à concentração de ácido alfa-linolênico

• efeitos antioxidantes;

• ação moduladora dos efeitos da menopausa;

• efeito hipoglicêmico, auxiliando o controle da glicemia no diabetes;

• efeito laxativo, evitando constipação intestinal.

Dois tipos de linhaça são conhecidas: a marrom e a dourada. A linhaça marrom é cultivada em regiões de clima quente e úmido, como o Brasil; a linhaça dourada é originária de regiões frias como o norte dos Estados Unidos e o Canadá. Sabe-se que infelizmente no cultivo da linhaça marrom são utilizados agrotóxicos, enquanto a dourada é cultivada de forma orgânica, desta forma a concentração de lignanas na semente dourada é superior a encontrada na semente marrom, além de não fornecer prejuízos à saúde.

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A linhaça também apresenta algumas substâncias denominadas fatores antinutricionais: o glicosídeo cianogênico, a linatina e ácido fítico.

As principais ações maléficas destes compostos estão descritas a seguir.

• Glicosídeo cianogênico: substância encontrada em plantas, libera cianeto (composto venenoso) quando degradada por enzimas ou ácidos orgânicos. A quebra do glicosídeo cianogênico pode levar também à produção de ciareto a partir do tiocianato — substância que bloqueia a captação do iodo pela glândula da tireoide, podendo desenvolver o bócio. Indivíduos com ingestão adequada de iodo não apresentam tais efeitos colaterais, entretanto indivíduos com disfunção na tireoide devem evitar o consumo elevado. A literatura científica sugere que a cocção destrói a enzima que metaboliza esta substância.

• Linatina: atua como um antagonista da vitamina piridoxina (B6), bloqueando as suas ações. Apesar desta função, a quantidade de linatina da linhaça aparenta ser baixa, não interferindo no metabolismo da piridoxina.

• Ácido fítico: pode atrapalhar a absorção de vitaminas, principalmente do complexo B.

A linhaça é comercializada nas formas de sementes de grãos inteiros, semente de linhaça triturada, óleo de linhaça prensado à frio e em cápsulas de óleo de linhaça prensado à frio.

Com base nas informações discutidas, a melhor forma de consumo da linhaça, é sua forma triturada, para potencializar os benefícios de n-3 e da lignana. Além disso, as suas substâncias antinutricionais são inativadas durante o aquecimento da linhaça, antes de triturar para o consumo, desta forma ela deve ser submetida à alta temperatura em calor seco ou úmido.

As recomendações variam de acordo com os estudos apresentados e os efeitos desejados. A quantidade de duas colheres de sopa diárias (30g) parece fornecer quantidades adequadas de ácido alfa linolênico, fibras e lignanas.

Soja

A soja é uma leguminosa pertencente à família fabaceae é um importante alimento utilizado na fabricação de óleos comestíveis. A soja possui alta composição nutricional, pois é rica em proteínas de alto valor biológico, fonte de fibras, rica em vitaminas do complexo B, vitamina C, potássio, magnésio, fósforo, cobre e zinco. Além da sua rica composição nutricional, a soja é fonte de isoflavonas (já discutidas anteriormente), como mostra a tabela abaixo:

Alimento Daidzeína Genisteína Gliciteína Total Missô 16,13 24,56 2,87 42,55

Queijo de soja 11,24 20,08 - 31,32

Bebida de soja 2,41 4,60 - 7,01

Fibra de soja 18,80 21,68 7,90 44,43

Farinha de soja texturizada 59,62 78,90 20,19 148,61

Farinha de soja desengordurada 57,47 71,21 7,55 131,19

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Farinha de soja integral e crua 71,19 96,83 16,18 177,89

Tofu fermentado 14,29 16,38 5,00 33,17

Tempeh (cozido) 19,25 31,55 2,20 53,00

Grão de soja verde, cru 67,79 72,51 10,88 151,17

Grão de soja cozido, s/sal 26,95 27,51 - 54,66

Broto de soja cru 19,12 21,60 - 40,71

Coalho de grão de soja 14,30 22,40 2,30 39,00

Molho de soja 0,10 - - 0,10

TACO, 2011

Os principais efeitos benéficos da soja estão descritos a seguir.

• Prevenção e controle de doenças cardiovasculares, pois promove uma mudança favorável do perfil lipídico, reduzindo o colesterol total e LDLc. Além disso, a proteína de soja ativa a via receptora da lipoproteína de baixa densidade (LDL — colesterol), diminuindo sua oxidação e formação de placa de ateroma. A proteína da soja também pode ativar diretamente os receptores hepáticos de LDL, promovendo a redução do colesterol sérico. As isoflavonas da soja também parecem desempenhar função hipocolesterolemiante.

• Redução dos efeitos colaterais da menopausa como fogachos, relacionados às isoflavonas, que são capazes de se ligar aos receptores de estrógeno, promovendo a redução dos efeitos colaterais causados pela redução e interrupção de produção do hormônio em mulheres na menopausa.

A recomendação de consumo para obtenção dos efeitos benéficos desejados é de no mínimo 25 gramas por dia de proteína da soja, para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Entretanto, a quantidade ingerida deve respeitar as seguintes características nutricionais: deve conter 6,25 gramas ou mais de proteína de soja, ser pobre em lipídios (<3g) e pobre em colesterol (<200mg).

A alegação de propriedade funcional permitida pela ANVISA é a seguinte:

“O consumo diário de no mínimo 25 g de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.

Azeite de oliva

O azeite de oliva é o óleo obtido a partir da prensagem de azeitonas, que pode ser feito à frio ou com a submissão de alta temperatura, o que facilita a sua extração. Este óleo obtido apresenta excelente composição nutricional: possui alta concentração de ácido oléico (w-9, monoinsaturado), além de ser excelente fonte de compostos fenólicos como as lignanas e fitosteróis.

O azeite de oliva pode receber diferentes classificações de acordo com sua forma de obtenção, pois sabe-se que este interfere diretamente na qualidade e preservação de seus nutrientes e compostos ativos. Segundo a União Europeia, estes são os quesitos de classificação do azeite de oliva:

• Azeite de oliva extravirgem: acidez é < 0,8 %, extração a frio, prensagem no máximo 24h após colheita.

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• Azeite de oliva virgem: acidez entre 0,8% - 2%.

• Azeite de oliva virgem lampante: acidez superior a 2%. Destinam exclusivamente para uso industrial na mistura com outros azeites de oliva.

• Azeite de oliva refinado: azeites com grau de acidez superior a 2% e submetidos ao refino. O produto obtido tem acidez não superior a 0,3%. O azeite refinado é utilizado exclusivamente na utilização industrial, misturados com outros azeites de oliva.

• Azeite de oliva: mistura de azeite refinado com azeites de oliva virgens (extra, fino ou lampante), o grau de acidez final não pode superar a 1%.

As propriedades funcionais dos azeites estão relacionadas apenas aos azeites de oliva extravirgens que possuem acidez < 0,5%. O termo “acidez” empregado aos azeites não se refere ao pH, mas sim à quantidade de ácidos graxos livres. Sabe-se que no processo de prensagem e obtenção do azeite, parte dos triacilgliceróis do óleo são quebrados, liberando ácidos graxos livres, o que altera sua composição e efeitos benéficos. A forma de extração interfere na quantidade de ácidos graxos livres, como a quantidade de prensagens que a oliva foi submetida, a presença de alta temperatura e o tempo da prensagem em relação à colheita. Deste modo, quanto menor a acidez, menor a susceptibilidade à oxidação e melhor a qualidade. O azeite extravirgem além de apresentar menor acidez e ser obtido da forma que menos promove alteração em sua composição (primeira prensagem a frio, 24h após a colheita), é o único indicado para promover efeitos funcionais, pois tem menor acidez e maior quantidade de compostos fenólicos, responsáveis por grande parte do efeito funcional do azeite.

As ações benéficas do azeite incluem:

• ação antioxidante;

• ação hipotensora, causado pelos compostos fenólicos;

• redução do perfil lipídico e do risco de doenças cardiovasculares (associadas ao ômega 9);

• efeito anti-inflamatório;

• efeito anticancerígeno;

• diminuição da gordura visceral.

Compostos fenólicos no azeite de oliva extra virgemHidroxitirosol

Tirosol

Oleuropeína

Ácido vanílico

Ácido cafeíco

Lignanas:

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(+) – 1- acetoxipinoresinol

(+) pinoresinol

(+) – 1- hidroxipinoresinol

Oleaginosas

As oleaginosas são vegetais que contém em sua composição grande quantidade de óleos e gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas. Além disso, possuem na sua composição proteínas, fibra dietética, vitamina E e potássio, minerais antioxidantes, fitoquímicos como o ácido elágico, flavonoides, resveratrol, compostos fenólicos, luteolina e fitotesteróis, além de serem ricas em calorias. Fazem parte do grupo das oleaginosas as castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, entre outras.

A variedade de nutrientes e substâncias bioativas nas oleaginosas sugere que sua ação está relacionada ao conjunto de nutrientes e substância e não apenas a um fator. O principal benefício do consumo de oleaginosas está relacionado à prevenção de doenças cardiovasculares, além de sua ação antioxidante e anti-inflamatória.

Alegação de propriedade funcional segundo FDA:

“Dietas pobres com gorduras saturadas e colesterol que contenham 1,3g de ésteres de esterol ou 3,4g de estanol de plantas, quando consumidos em duas refeições/dia, podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares”.

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