jornalismo esportivo, história e...
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Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
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Jornalismo Esportivo, História e ModalidadesProfessor: Pedro Tadeo Zorzetto
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
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I. Conceito de Esportes e Práticas Esportivas: Evolução Histórica .......... 4Nomenclaturas ..................................................................................................... 4
Evolução Histórica ................................................................................................. 5
II. Modalidades Esportivas Olímpicas: Estrutura e Características ......... 5
Modalidades Olímpicas ........................................................................................... 6Atletismo .............................................................................................................. 6Basquete .............................................................................................................. 6Boxe (Pugilismo) ................................................................................................... 6Canoagem ........................................................................................................... 7Ciclismo ............................................................................................................... 7Esgrima ............................................................................................................... 7Futebol ................................................................................................................. 7Ginástica .............................................................................................................. 7Handebol .............................................................................................................. 7Hipismo (Equitação) .............................................................................................. 7Hóquei na Grama .................................................................................................. 8Judô ..................................................................................................................... 8Levantamento de Peso (Halterofilismo) ................................................................... 8Luta ..................................................................................................................... 8Natação ................................................................................................................ 8Nado Sincronizado ................................................................................................. 8Pólo Aquático (Water Polo) .................................................................................... 8Saltos Ornamentais ............................................................................................... 9Maratona Aquática ................................................................................................ 9Pentatlo Moderno .................................................................................................. 9Remo ................................................................................................................... 9Taekwondo ........................................................................................................... 9Tênis ................................................................................................................... 9Tênis de Mesa ...................................................................................................... 9Tiro ..................................................................................................................... 10Tiro com Arco ....................................................................................................... 10Triatlo ................................................................................................................... 10Vela (Iatismo) ....................................................................................................... 10Vôlei..................................................................................................................... 10Vôlei de Praia ........................................................................................................ 10
III. Jornalismo Especializado como Prática de Jornalismo Esportivo – um
Balanço dos Esportes Não Olímpicos e Inusitados ......................................... 10Esportes que Já Fizeram Parte dos Jogos Olímpicos ................................................. 11Decisões Polêmicas do COI ................................................................................... 12Modalidades Inusitadas e Não Olímpicas ................................................................ 12
IV. Jornalismo Esportivo como Atividade Profissional: o Desafio no Gelo nos
Jogos Olímpicos de Inverno .......................................................................... 12Biatlo ................................................................................................................... 14Bobsled ................................................................................................................ 14Combinado Nórdico ............................................................................................... 14Curling ................................................................................................................ 14Esqui Alpino .......................................................................................................... 15Esqui Cross Country .............................................................................................. 15Esqui – Estilo Livre ................................................................................................ 15Hóquei no Gelo ..................................................................................................... 15
SUMÁRIO
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
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Luge ...................................................................................................................15Patinação Artística ................................................................................................15Patinação de Velocidade em Pista Curta .................................................................16Patinação de Velocidade em Pista Longa - Speed Skating ........................................16Salto de Esqui .....................................................................................................16Skeleton ..............................................................................................................16Snowboard ..........................................................................................................16
VI.Globalização e Esportes: a Difusão Planetária do Evento Esportivo .. 16Espectáculo desportivo na sociedade globalizada ....................................................17Globalização no esporte ........................................................................................17Globalização nas Transmissões ..............................................................................18
VI. A Evolução do Jornalismo e Segmentação de Interesses: História do
Jornalismo Esportivo Impresso em Jornais e Revistas Esportivas ...............18História do Jornalismo Esportivo Impresso .............................................................19
Outra Importante Fase da História do Jornalismo Esportivo Brasileiro .......................20Copa/1938: Coberta por Jornais e Rádio ................................................................22Um Jornal que Mudou Tudo ..................................................................................22Hoje Circula Apenas um Jornal Esportivo Diário: Lance ...........................................23Revistas Esportivas ao longo das Décadas: uma Luta Dificil, em que Poucas Sobreviveram .......................................................................................................24A Sobrevivente Revista Placar Completou 43 Anos ..................................................24Constatação Histórica ...........................................................................................25Data Que Passou Para A História ...........................................................................25Fim do JT após 46 anos .......................................................................................26
VII. Rádio Esportivo E Suas Transformações Históricas .......................... 26
Como Tudo Começou: o Rádio Esportivo ................................................................27A Primeira Copa pelo Rádio: 1938 ........................................................................29Nos Anos 50/60, Surgem Grandes Nomes ..............................................................29Revolução nos Anos 1970 .....................................................................................29O Gol É a Emoção do Futebol ................................................................................30A Importância do Comentarista, do Repórter de Campo e do Plantão Esportivo ........30Pioneirismo Também no Automobilismo ................................................................31Fórmula 1 Compete com o Futebol ........................................................................31Chavões do Futebol .............................................................................................32Frases de Efeito ...................................................................................................32O Melhor e Mais Completo Locutor Esportivo ..........................................................32Vinhetas Sonoras .................................................................................................33Transmissões com Mais Ritmo e Beleza Sonora .......................................................33Show de Rádio: um Capítulo à Parte nos Anos 1970 ...............................................33Terceiro Tempo: Outra Inovação da Rádio Jovem Pan .............................................33Outra Inovação: FM no Rádio Esportivo .................................................................34Última Novidade: uma Rádio Só de Esporte ............................................................34
VIII. A Concorrência Desleal com o Advento da Televisão .....................35
Os Primórdios da Televisão ......................................................................35Telejornalismo ......................................................................................................35Caminho Perigoso ................................................................................................36Preto e Branco: As Primeiras Transmissões Esportivas .............................................37Copa 1970: imagens coloridas ..............................................................................37Sistema Digital ..................................................................................................... 37
SUMÁRIO
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SUMÁRIO
Primeiros Programas Esportivos na TV Brasileira .........................................................37O Esporte É Espetacular ...........................................................................................38Um Show Que Deu Certo .........................................................................................38Vitória: um Programa Desafiador ...............................................................................39Mesa Redonda da TV Gazeta, a Mais Antiga ..............................................................40Canais por Assinatura Também Falam de Esporte .......................................................40As Três Fases dos Gols do Fantástico .........................................................................41
VIII. ..............................................................................................................
Jornalismo Esportivo no Brasil: a Cobertura das Diversas Modalidades ...........41
Direitos de Transmissão ............................................................................................42
X. O Futebol e o Jornalismo Esportivo no Brasil ..........................................42Transmissão do Futebol em TV Aberta .......................................................................43O Futebol nas Quartas-Feiras na TV Globo ...............................................................44A FIFA Tem Mais Filiados que a ONU e o COI .............................................................44A Importância do Jornalismo Esportivo no Brasil .........................................................44Critérios da FIFA Para as Transmissões ......................................................................45Esporte na TV: Brasil Cresce, mas EUA São Imbatíveis ................................................45A Importância do IBC e o Delay na África do Sul ........................................................45Transmissão Esportiva da TV Globo ...........................................................................46
XI. Projeções: o Futuro do Jornalismo Esportivo no Brasil – Impresso, Rádio,
Televisão e a Vilã Internet ................................................................................46Jornalismo Impresso .................................................................................................47Pergunta da Revista Veja: o que a Televisão Terá que Fazer para Sobreviver no Futuro? 48
Referências Bibliográficas ............................................................................49
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Ementa: O conceito de esporte e a origem das práticas
esportivas; as diversas modalidades e suas características
especiais; a globalização das práticas esportivas ao longo
da história e a difusão planetária dos eventos esportivos;
jornalismo esportivo como prática de jornalismo
especializado, sua história e desenvolvimento; jornalismo
esportivo no Brasil: modalidades e cobertura.
I. CONCEITO DE ESPORTES E PRÁTICAS ESPORTIVAS: EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Não é tão arriscado afirmar que esporte é cultura, que
um grande país se forja nos campos esportivos. Esse slogan
foi criado na redação da TV Cultura, por volta de 1970,
para ser repetido em todas as transmissões esportivas.
Orlando Duarte, Luiz Noriega, Paulo Planet Buarque e
Pedro Tadeo Zorzetto adotaram o slogan e começaram a
difundi-lo incansavelmente por mais de uma década. O
esporte é a própria vida, por isso precisa ser praticado
pelas pessoas para manter o corpo físico saudável.
No livro Todos os esportes do mundo (1996), Orlando
Duarte cita uma outra face: “As melhores horas que vivi
(e vivo) foram-me proporcionadas pelo esporte.” Como
jornalista esportivo especializado, ele viveu todas as
emoções que o esporte pode proporcionar, participando da
cobertura de Copas, Olimpíadas, Pan-Americanos e muitos
outros eventos esportivos importantes.
Para referendar a frase que citamos, vejamos os
exemplos de vários países. Os Estados Unidos têm o Super
Bowl, o beisebol, o basquetebol e até mesmo o futebol
como alicerces da mais importante nação desenvolvida
do mundo. Citamos apenas alguns exemplos, mas temos
dezenas de outras modalidades praticadas por milhões de
pessoas na terra do Tio Sam. Outro caso é a pequena
Cuba, que, à época da Guerra Fria, acabou por se tornar
uma referência nos esportes, com quebra de recordes
mundiais e desempenhos notáveis em Olimpíadas e
Jogos Pan-Americanos. Apesar de utilizar métodos hoje
comprovadamente escusos, a Alemanha Oriental manteve
a supremacia mundial na natação feminina e em algumas
provas do atletismo.
Dos países asiáticos, os japoneses, constantemente
vítimas de abalos sísmicos, mantêm em judô, ginástica e
outros esportes uma participação global digna de elogios.
Os chineses, que organizaram com tanta beleza e precisão
as Olimpíadas de 2008, evoluíram em ginástica, squash,
tênis de mesa e natação. Naquela Olimpíada, chegaram
a superar os Estados Unidos em número de medalhas.
Outro exemplo bem acabado de esporte tocado pelo
governo foi o da extinta União Soviética, hoje Rússia,
que, durante muitos anos, bateu os Estados Unidos nas
principais competições em número de medalhas. Resta a
nós, brasileiros, ir a fundo nos exemplos aqui citados e
nos de muitos outros países que fazem do esporte um dos
principais elementos de grandeza.
Nomenclaturas Desporto, desporte, esporte ou desporte
é toda a forma de praticar atividade física
que, através de participação ocasional ou
organizada, visa equilibrar a saúde ou melhorar
a aptidão física e proporcionar entretenimento
aos participantes. Pode ser competitivo, onde
o vencedor ou vencedores conseguem ser
identificados pela obtenção de um objectivo, e
pode exigir um grau de habilidade, especialmente
em níveis mais elevados. São centenas os tipos
de desportos existentes, incluindo aqueles para
um único participante, até aqueles com centenas
de participantes simultâneos, em equipas ou
individualmente. Algumas actividades não-
físicas, como jogos de tabuleiro e jogos de cartas
são muitas vezes referidos como desportos, mas
um desporto é geralmente reconhecido como
sendo baseado na actividade física.
Desportos são normalmente geridos por um
conjunto de regras ou costumes. Eventos físicos,
tais como marcar golos ou cruzar uma linha em
primeiro lugar, muitas vezes definem o resultado
de um desporto. No entanto, o grau de habilidade
e desempenho em alguns modalidades, como
Salto ornamental, Adestramento e Patinagem
no gelo é julgado de acordo com critérios bem
definidos. [...]
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Os desportos são na maioria das vezes
jogados apenas por diversão ou pelo simples
facto das pessoas necessitarem de exercícios
para se manterem em boas condições físicas. No
entanto, o desporto e em especial o profissional
é muito competitivo e uma importante fonte
de rendimento económico (fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Desporto, acesso em
10.dez.2012).
Evolução Histórica
Fonte: Wikipedia
Existem artefactos e estruturas que sugerem
que os chineses envolviam-se em atividades
esportivas já por volta de 2000 A.C. A Ginástica
parece ter sido um desporto popular no passado
antigo da China. Monumentos aos faraós indicam
que uma série de desportos, incluindo natação
e pesca, eram bem desenvolvidos e regulados
havia milhares de anos no Antigo Egipto. Outros
desportos egípcios incluíam arremesso de dardo,
salto em altura e wrestling. Os antigos desportos
pérsicos, como a arte marcial tradicional iraniana
de Zourkhaneh tinham uma estreita ligação com
as habilidades de guerra. Entre outros esportes
com origem na antiga Pérsia estão o polo e justa.
Uma grande variedade de desportos já
estavam estabelecidos na época da Grécia
Antiga e a cultura militar e o desenvolvimento do
desporto na Grécia influenciou consideravelmente
uns aos outros. O desporto tornou-se uma parte
tão importante da sua cultura que os gregos
criaram os Jogos Olímpicos, que nos tempos
antigos eram realizados a cada quatro anos
numa pequena aldeia no Peloponeso chamada
Olímpia.
Os desportos têm sido cada vez mais
organizados e regulados desde dos Jogos
Olímpicos da Antiguidade até o presente século.
A industrialização trouxe mais momentos de lazer
para os cidadãos dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, levando a mais tempo para os
cidadãos participarem e acompanharem eventos
esportivos [...]. Essas tendências continuaram
com o advento da comunicação de massa e
comunicação global. O profissionalismo tornou-
se predominante, acrescentando ainda que
com o aumento na popularidade do desporto,
os fãs começaram a seguir as façanhas dos
atletas profissionais através do rádio, televisão
e internet [...]. (fonte: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Desporto, acesso em 10.dez.2012)
II. MODALIDADES ESPORTIVAS OLÍMPICAS: ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS
O. Duarte (1996) recolheu dados confiáveis de que
o número de modalidades esportivas chega a 117. Mas,
a cada dia que passa, novos desafios são lançados, e
o homem vai em busca de emoções para superá-los
por meio da prática esportiva. Os Estados Unidos não
“inventaram” somente o basquete e o vôlei, mas outras
23 modalidades. A Inglaterra criou 19, França, 10, Brasil
e Japão, na sequência, 5. Carregam a patente brasileira o
futebol de salão, a peteca, o esqui na areia, a capoeira e
o futebol de mesa. Sempre existiu, e vai continuar sendo
assim, a confirmação da “paternidade” de qual foi o país
que inventou determinado esporte.
Os esportes catalogos como olímpicos são aqueles
inseridos nos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno. Em
Pequim, 2008, constavam do programa 28 as modalidades,
36 disciplinas e 300 eventos. Já nas Olimpíadas de Inverno,
o Comitê Olímpico Internacional (COI) estabeleceu 7
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esportes, com 15 subdivisões e por volta de 80 eventos.
É importante lembrar que o COI não considera esporte
e modalidade a mesma coisa. Para ser considerado um
esporte, em termos olímpicos, precisa necessariamente
ter a representação de uma Federação Internacional, por
exemplo, FINA – Federação Internacional de Natação.
Ela é subdvidida em natação propriamente dita, saltos
ornamentais, nado sincronizado, polo aquático e, mais
recentemente, maratona aquática. A patinação, maior
destaque dos Jogos de Inverno, é subdividida em
patinação artística, patinação de velocidade em pista
longa e em pista curta. A representação internacional fica
por conta da União Internacional de Patinação. Em todas
essas subdivisões, os atletas ganham medalhas, que são
concedidas por evento. Pode haver um ou mais evento por
esporte ou disciplina.
Modalidades Olímpicas
Nos Jogos Olímpicos de Verão, em Londres/2012, foram
disputadas 28 modalidades, incluídas as subdivisões.
Fonte: Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Na Natação, por exemplo, a Confederação Brasileira
de Esportes Aquáticos (CBDA) engloba as provas de cinco
modalidades, com dissemos acima. O voleibol abriga o vôlei
de quadra e o de praia. A ginástica tem três subdivisões:
ginástica olímpica (artística), ginástica rítmica (GRD) e
trampolim acrobático. Nas Olimpíadas do Brasil, em 2016,
o rugby e o golfe entrarão como modalidades olímpicas.
Todos os esportes olímpicos precisam obedecer a
alguns critérios estabelecidos pelo COI. Por exemplo, para
um esporte ser considerado olímpico entre os homens,
necessita ser praticado em quatro continentes e, pelo
menos, 75 países. Entre as mulheres, 40 países e três
continentes. Isso não quer dizer que ele estará incluído
automaticamente nos Jogos, pois o número de esportes
é muito grande, e o COI decidiu que, para uma nova
modalidade entrar no calendário, é preciso que uma outra
seja excluída. De qualquer jeito, nenhum esporte pode ser
admitido no programa no mesmo ano da realização dos
Jogos. O exemplo mais gritante de falta de sensibilidade
do COI é o futsal, praticado em todos os continentes. Brasil
e Espanha disputam a hegemonia do esporte ao longo dos
campeonatos mundiais, comandados pela FIFA. Já fomos
campeões cinco vezes.
Confira as 26 modalidades esportivas disputadas nos
Jogos de Londres/2012 e suas subdivisões:
AtletismoO atletismo é conhecido como o esporte base, pois é
aquele que “mede” ou estabelece os limites do homem.
É talvez o mais concorrido dos esportes do programa dos
Jogos Olímpicos, com a presença dos quase imbatíveis
atletas jamaicanos, comandados por Usain Bolt. Todos os
dias do atletismo significam que o Estádio Olímpico estará
lotado desde a primeira até a última prova. As suas origens
estão fincadas na Grécia, mas podemos considerar que as
primeiras provas foram disputadas no Egito, lá pelos idos
de 3.800 a.C.
BasqueteO basquetebol (antigamente cestobol), inventado nos
Estados Unidos por James Naismith, só entrou no calendário
olímpico, em 1936, nos Jogos de Berlim. A supremacia
americana é total, tanto no masculino quanto no feminino.
Em Barcelona/1992, os americanos levaram uma equipe
imbatível, que venceu todas as partidas, comandada por
Michael Jordan e Magic Johnson. Ela ganhou o carinhoso
apelido de Dream Team.
Boxe (Pugilismo)Em Londres/2012, pela primeira vez, o Brasil teve uma
brilhante participação no boxe, e a mulher foi admitida
como atleta com direito a ganhar medalha. É um esporte
antigo, cujas provas de existência foram encontradas na
Ilha de Creta, por volta de 1500 a.C, e que logo ganhou
a simpatia dos gregos. Nosso maior lutador, Eder Jofre,
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foi duas vezes campeão do mundo, mas não ganhou
medalhas em Jogos Olímpicos.
Canoagem A canoagem é um esporte em que o Brasil é carente e
nunca trouxe medalhas. Como sede das Olimpíadas/2016,
teremos, por força do regulamento, de montar uma equipe
de ponta para tentar colocar algum atleta no pódio. A
necessidade de um melhor desempenho na caça e no
transporte obrigou os nativos norte-americanos a criar
esse tipo de embarcação fluvial para navegar em rios e
em corredeiras.
Ciclismo Você conhece a história do norte-americano Lance
Armstrong, vencedor por sete vezes em sequência da
Volta Ciclística da França ? Ele foi pego em doping, perdeu
tudo o que havia ganhado e ainda está sendo processado
por mentir em juízo. Agora, a UIC (União Internacional
de Ciclismo) vai ser bem mais rigorosa no controle dos
atletas. O ciclismo é de origem inglesa, por volta de 1870.
Nas Olimpíadas, ele pode ser dentro do velódromo ou
nas estradas, além das subdivisões denominadas BMX e
Mountain bike. Em 1896, na primeira Olimpíada da Era
Moderna, o ciclismo já fazia parte do calendário.
Esgrima A esgrima é tão antiga quanto o atletismo. A paternidade
está dividida entre espanhóis e alemães e remete aos
primórdios da civilização. Eram batalhas sangrentas entre
os adversários e também serviam de exercício para os
soldados que se preparavam para a guerra. A esgrima é
um esporte de muita ação e atitude, onde os atletas usam
armas brancas, aí incluídos florete, sabre e espada para
atacar e defender.
FutebolApesar de ser o maior vencedores do futebol mundial,
o Brasil nunca conquistou medalha de ouro nem no futebol
feminino, nem no masculino. O esporte foi criado na Grã-
Bretanha, mas, se voltarmos no tempo (2600 a.C), os
chineses praticavam o kemari, que tinha oito jogadores
de cada lado, uma bola redonda, e os atletas não podiam
deixar a bola cair (O. DUARTE, 1996). Há muita controvérsia
e discussão sobre o assunto. A FIFA comanda o futebol em
todo o mundo desde 1904. Em 1896, ele esteve presente
entrou como esporte de exibição. Começou a valer
medalhas em 1908, nas Olimpíadas de Londres.
GinásticaNas Olimpíadas de 1976, em Montreal, no Canadá, uma
menina romena de apenas 14 anos encantou o mundo
com a beleza dos seus movimentos. O legado de Nadia
Comaneci transformou completamente o enfoque que era
dado à ginástica, palavra derivada do grego gymnos, que
significa desnudo. Um esporte de 3.000 anos atrás, que
visava, para os antigos, integrar o corpo e a mente. Nele,
o corpo humano é posto à prova em todos os seus limites.
Também há controvérsia sobre a paternidade: os romanos
estão muito bem cotados, pois a ginástica servia para
treinamentos militares. Nas Olimpíadas, ginástica artística
(olímpica), ginástica rítmica e trampolim acrobático valem
medalhas. A apresentação dos atletas é atentamente
avaliada por juízes, que atribuem notas conforme o
rendimento do atleta e o grau de dificuldade do movimento
executado. Também é um dos esportes mais requisitados
pelo público nos Jogos. A ginástica artística é dividida em
cavalo, argolas, barras paralelas, assimétricas e fixa, trave,
solo e salto. As medalhas são individuais e por equipe. No
trampolim, vale medalha apenas o desempenho individual.
Surpresa em Londres: Arthur Zanetti trouxe o primeiro
ouro brasileiro na história da ginástica.
HandebolA cada campeonato mundial, Jogos Pan-Americanos ou
Olimpíadas, é visível o crescimento do handebol no Brasil.
Muito provavelmente, em 2016, ganharemos uma medalha
neste esporte que o antigos romanos já praticavam como
um jogo de bola com as mãos, chamado expulsium ludere.
É esporte coletivo, e as fontes mais críveis dizem que ele
foi organizado pelo professor alemão Karl Schelenz, em
1919.
Hipismo (Equitação)Disputado por homens e mulheres, o hipismo é um dos
mais belos exemplos de um entendimento perfeito, com
velocidade e precisão de movimentos. Praticado desde o
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século XIX, o hipismo começou a usar em suas provas
obstáculos em uma pista que pode variar entre 700 m
e 900 m. Em 1869, em Londres, foi realizada a primeira
competição oficial de saltos da história. Nas Olimpíadas,
temos três tipos de provas que valem medalhas:
adestramento, saltos e concurso completo de equitação.
Rodrigo Pessoa é o nosso principal cavaleiro e já ganhou
medalhas individualmente e por equipes.
Hóquei na GramaHolanda e Argentina jogaram a partida final do hóquei
sobre grama nas últimas Olimpíadas. E, pela segunda vez,
os argentinos deixaram escapar a medalha de ouro desta
modalidade, praticada há 5.000 anos, na Pérsia, quando
aristocratas se divertiam com um jogo parecido com
o atual pólo a cavalo. É um esporte de rara habilidade,
no qual os jogadores (as) se utilizam de um taco (stick)
para acertar a bola em direção ao gol. Quem marcar mais
gols sai vencedor. Hoje em dia, esse esporte ganhou
velocidade, pois a maioria das partidas é disputada em
gramados sintéticos.
JudôO brasileiro adaptou-se perfeitamente ao estilo de
combate do judô e é um dos esportes mais premiados
com medalhas em Jogos Olímpicos. A história conta que o
judô foi uma criação com base no sistema de auto defesa
dos samurais. Um esporte que exige disciplina para educar
o corpo e o espírito. É disputado em um tatame, com
dois árbitros: um central e o segundo junto ao monitor
de televisão. Ippon, waza-ari e yuko são os golpes que
podem decidir a luta.
Levantamento de Peso (Halterofilismo)O levantamento de peso é recordista em casos de
doping, por isso mesmo é muito vigiado pela WADA (World
Anti-Doping Agency). Homens e mulheres, em várias
categorias determinadas pelo peso do atleta, disputam
medalhas no arranque e no arremesso. É comum atletas
perderem medalhas por serem flagrados no exames
antidoping desse esporte que surgiu - segundo a tradição
- na China e servia para medir a força do homem.
LutaLuta Livre, Luta Olímpica ou Luta greco-romana, quais
são as diferenças? Basicamente, a vitória de um dos
atletas surge no momento consegue bloquear todos os
movimentos do oponente. As regras tentam evitar a falta
de combatividade dos atletas. É um dos esportes mais
antigos. Nas Olimpíadas, valem medalhas a luta olímpica e
a greco-romana. Segundo historiadores, o esporte chegou
à Grécia por viajantes do norte da África, embora os
gregos atribuam a invenção e a codificação das regras a
seu herói Teseu. Deve sair dos Jogos em 2020, conforme
determinação do COI.
NataçãoO homem aprendeu a sustentar-se sobre a água
por instinto, mas também vendo o comportamento dos
animais, que deslizam no meio líquido de maneira leve
e tranquila. A natação feminina do Brasil teve em Maria
Lenk sua principal representante. No masculino, vários são
os heróis ao longo dos anos: Manuel dos Santos, Tetsuo
Okamoto, Djan Madruga, Gustavo Borges, César Cielo e
Thiago Pereira. Na história antiga, em Roma, por exemplo,
a natação era praticada até mesmo por soldados como
treinamento de guerra. Na Idade Média, diminuiu muito o
interesse pelo esporte, pois a crença atribuía aos banhos
ao ar livre toda a culpa pelas epidemias que assolavam o
continente. No continente asiático, livre dessas lendas, os
japoneses passaram a incluir – por ordem do Imperador –
a prática da natação em todas as escolas.
Nado SincronizadoO nado sincronizado é uma subdivisão da natação,
praticada apenas por mulheres. Surgiu na primeira metade
do século 20, inspirado no balé aquático. A praticante do
nado deve é aconselhada a também praticar a ginástica
para conciliar o lado estético com o esportivo. Rússia,
Estados Unidos, Canadá e Japão dominam o esporte em
termos de medalhas.
Pólo Aquático (Water Polo)Também incluído como uma das subdivisões da
natação, o polo aquático é um jogo de futebol com as
mãos, praticado em uma piscina. Surgiu na Inglaterra,
ainda no século XIX. São sete jogadores em cada equipe,
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que tentam marcar gols arremessando a bola em direção
ao gol adversário. O Brasil, apesar de bons resultados,
nunca conseguiu trazer medalhas no water polo, nome
original do esporte.
Saltos OrnamentaisChineses e russos dominam os saltos ornamentais.
Plasticamente muito bonito pela elegância dos
movimentos, é um esporte perigoso, pois já aconteceram
inúmeros casos de acidentes. Há registros e documentos
que comprovam homens saltando para a água desde
plataformas, remontando a 2500 anos a.C. Pedras planas
ou mesmo pontes serviam de plataformas. No século XIX,
ginastas alemães e suecos começaram a atrair público
para as praias praticando saltos mortais e caindo na água.
As primeiras competições começaram em 1880. Também
é uma das subdivisões da natação.
Maratona AquáticaA maratona aquática fez sua estréia como uma das
novas modalidades nas Olimpíadas de Pequim/2008.
É uma prova em águas abertas, cuja extensão é de 10
km, tanto para homens quanto para mulheres. É uma das
poucas modalidades olímpicas que envolvem a interação
treinador/atleta durante a prova. Os treinadores ficam
em pontões flutuantes passando bebidas aos atletas.
Em Londres/2012, a brasileira Poliana Okamoto sofreu
hipotermia, foi medicada e precisou abandonar a prova.
Era uma das favoritas ao ouro olímpico.
Pentatlo ModernoO pentatlo, atualizado para as Olimpíadas pelo barão
de Coubertin, nasceu na antiga Grécia como uma disciplina
militar. O objetivo era selecionar o soldado mais capaz.
Para isso, os atletas precisavam desenvolver habilidades
em cinco modalidades diferentes. Hoje, o pentatlo admite
a participação de mulheres, e a brasileira Yane Marques
trouxe o bronze para o Brasil. Os cinco desafios são
esgrima, natação, hipismo e a prova combinada de tiro e
corrida com obstáculos (cross-country).
RemoAlém de nunca termos trazido medalhas, nas Olimpíadas
de Londres, uma atleta brasileira foi eliminada por uso
de substâncias proibidas. No remo olímpico, 14 são as
provas que valem medalhas. Durante a Idade Média,
eram famosas as regatas disputadas em Veneza e no rio
Tâmisa, em Londres. A regata entre as Universidades
de Cambridge e Oxford é a mais famosa do mundo. Nas
Olimpíadas, domínio dos ingleses é completo. A história
diz que o remo começou com barqueiros no rio Nilo.
TaekwondoO taekwondo (a arte de lutar com os pés e as mãos)
é considerada a mais antiga das artes marciais, criada
na antiga Coréia há cerca de 2.000 anos. O esporte é
baseado na defesa contra os ataques do adversário. As
regras foram codificadas somente em 1957. É disputado
por homens e mulheres, em oito diferentes categorias.
Itália e Sérvia venceram as provas das categorias acima de
80 kg. O Brasil começa a ter boas participações olímpicas
nesse esporte.
Tênis O tênis profissional, permitido nas Olimpíadas, é um
dos esportes individuais mais rentáveis. O major do
Exército Britânico Walter Wingfield, em 1874, criou o
tênis durante uma festa na sua casa. Teve o cuidado de
patentear a idéia. Depois, ele publicou as primeiras regras
do novo jogo, ainda conhecido pelo nome de sphairistike.
No mesmo ano, membros do All England Croquet Club, em
Wimbledon, batizaram o jogo com o nome de Lawn Tennis,
por causa do gramado onde eram disputadas as partidas.
Hoje, as quadras são de saibro, grama e material sintético.
Em Londres/2012, Serena Williams e Andy Murray foram
os campeões.
Tênis de Mesa É impressionante o domínio dos chineses e coreanos
no tênis de mesa individual, masculino e feminino, e por
equipes. Esse esporte originariamente foi praticado por
estudantes universitários ingleses com livros dispostos
sobre a mesa, no lugar da rede. No entanto, existe
outra versão, de que o tênis de mesa foi criado pelo
engenheiro norte-americano Jaime Gibbs, em 1899. Os
tenistas brasileiros que saem-se bem nos Jogos Pan-
Americanos, ainda não sentiram o gosto de uma medalha
em Olimpíadas.
Tiro
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
11
O criador dos Jogos Olímpicos modernos, o barão
Pierre de Coubertin, era um entusiasta do tiro, por isso não
foi nenhuma surpresa que o esporte tenha aparecido em
quase todas as edições olímpicas. São 15 competições de
tiro, 6 para mulheres e 9 para homens, usando carabina,
pistola e espingarda (tiro ao prato). O Brasil tem uma
medalha de ouro histórica, conquistada no século passado
por Guilherme Paraense.
Tiro com ArcoO uso do arco e flecha data dos primórdios da civilização
humana. Há registros que comprovam a sua utilização há
25 mil anos. Pinturas rupestres encontradas em cavernas
na Espanha provam que os arcos já existiam no Período
Mesolítico. As provas, para homens e mulheres, são
contadas individualmente e por equipes. Em Londres/2012,
um atleta coreano com apenas 10% de sua visão ganhou
o ouro e bateu o recorde mundial, com 699 pontos em
72 setas, na prova individual masculina. O exemplo de
superação chama-se Im Dong Hyun.
TriatloSan Diego, sul da Califórnia, nos Estados Unidos, é o
berço do triatlo. É um dos esportes olímpicos de maior
desgaste dos atletas. Eles precisam, primeiro, nadar 1,5
km. Sem parar, pedalam na bicicleta até completar 40
km e depois, para finalizar, uma prova de corrida de 10
km. A expressão Iron Man foi criada nas provas do triatlo
realizadas no Havaí, na década de 70.
Vela (Iatismo)Se existe um esporte onde o Brasil é forte e sempre
conquistou medalha, esse esporte é o iatismo. A família
Grael e Robert Scheidt podem ser citados como exemplos
desse esporte tão difícil de ser praticado, principalmente
por causa das variações do vento e das correntes. No
Rio/2016, várias provas serão reformuladas, por isso
mesmo, Scheidt deve mudar de classe para ficar com o
ouro, nessa que ele promete ser a sua última Olimpíada
como atleta.
VôleiCom três medalhas de ouro no masculino e duas no
feminino, atualmente o Brasil é a maior força mundial do
vôlei. Com os dois melhores treinadores em atividade,
Bernardinho e José Roberto Guimarães, o país montou uma
estrutura vencedora e respeitada por todas as equipes. É
mais uma das criações esportivas dos americanos.
Vôlei de PraiaO Brasil sempre se deu bem nesse esporte disputado
nas areias da praia ou em arenas montadas para o evento.
Temos medalhas de ouro, prata e bronze entre homens
e mulheres. Esse esporte foi criado nos Estados Unidos,
mas no Rio de Janeiro é que começou a ganhar força
olímpica, quando foi realizado o Torneio Hollywood Volley,
em Copacabana, em 1986.
III. JORNALISMO ESPECIALIZADO COMO PRÁTICA DE JORNALISMO ESPORTIVO – UM BALANÇO DOS ESPORTES NÃO OLÍMPICOS E INUSITADOS
Várias são as especializações do jornalismo, cada uma
buscando a sua identidade. O jornalismo ambiental traz
a emergência de temas relevantes e controversos, como
transgênicos, mudanças climáticas, biodiversidade e
biopirataria, conhecimento popular, segurança alimentar,
consumo consciente e expansão desordenada do
agronegócio. O jornalismo cultural é tema de encartes
especiais na maioria dos jornais diários, porém o
tratamento dado nem sempre fica de acordo com a
maioria dos leitores. No jornalismo econômico, apesar de
não ser uma ciência exata, muitos profissionais cursaram
uma cadeira especializada para poder dominar com mais
credibilidade o assunto. No jornalismo político, além do
conhecimento adquirido ao longo dos anos, as fontes são
de fundamental importância.
Assim chegamos ao jornalismo esportivo. Nos meus
tempos, quando estagiei no Jornal Última Hora (1968),
eu queria trabalhar no setor esportivo, mas nem havia
um local definido. Era sempre quem chegava primeiro
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
12
que tomava conta da máquina de escrever e redigia o
seu texto. Sentia-me um pouco marginalizado. Mas os
tempos mudaram. Na TV Cultura, tínhamos uma redação
e éramos respeitados como jornalistas esportivos. Na TV
Bandeirantes e na TV Record, nem se fala. O esporte estava
instalado no prédio inteiro. O mesmo ocorreu nos 13 anos
em que trabalhei na TV Globo. Hoje, devido à importância
que o esporte tem na vida financeira do jornal, do rádio,
da televisão e mesmo da internet, as coisas são vistas
com um enfoque bastante diferente. Dessa forma, vemos
programas diários nas emissoras de rádio e televisão,
jornais impressos destacando o esporte até com chamada
na primeira página.
Mas o que é preciso para ser um jornalista esportivo?
Quem gosta ou tenha praticado algum tipo de modalidade
já dá a largada na frente dos demais concorrentes.
É preciso ler muito não só sobre esporte, mas adquirir
uma cultura ampla para que ela possa ser inserida em
momentos apropriados em uma reportagem esportiva.
Conhecer apenas as regras e os times de futebol – nos
dias de hoje – é muito pouco. É necessário acompanhar o
dia a dia e aprofundar-se em todos os esportes olímpicos
ou não.
O que o aluno pode fazer é tornar-se um jornalista
esportivo especializado em automobilismo, voleibol, tênis,
tendo fácil acesso aos atletas, técnicos e dirigentes. Essa
acessibilidade torna-se muito importante na medida em
que um grande furo pode ser conseguido junto às fontes.
O mais recente exemplo disso aconteceu com o jornalista
especializado em automobilismo Reginaldo Leme. A notícia
veiculada no Jornal Nacional, além de exclusiva, foi um
furo mundial. Flavio Briatore, da Renault, e Nelsinho Piquet
haviam se envolvido em uma trapaça para facilitar a vitória
de Fernando Alonso no Grande Prêmio de Cingapura, em
2008. Com certeza, o mote mais importante para Leme
obter a exclusividade mundial foi a credibilidade da fonte.
No futebol, o furo é bem mais difícil, pois muitos são
os jornalistas que vão aos clubes diariamente para se
informar de tudo o que está se passando por lá. Mesmo
assim, é possível obter uma notícia em primeira mão, pois
existem meandros a ser superados até conseguir acesso à
fonte que tenha credibilidade. Há muitos anos, trabalhando
no Jornal da Globo, recebi uma notícia, quase na hora
do jornal entrar no ar: Zagallo seria o novo técnico da
Portuguesa. Consegui o telefone dele, que, relutante disse
que ainda faltavam alguns detalhes para ser concretizado
o acerto. Aí, eu perguntei: “Se o senhor fosse eu, o que
daria como manchete?”. Ele não teve dúvidas: “Zagallo é o
novo técnico da Portuguesa”. E assim foi feito.
Outro detalhe que não pode passar despercebido:
conhecer as regras e os regulamentos do esporte em
questão. Isso é imprescindível. Se o jornalista esportivo
for convocado para uma cobertura internacional, deve
estar preparado para tudo. De preferência, ter total
conhecimento e dominar uma língua como inglês, francês
ou espanhol.
Nas Olimpíadas, são 26 esportes diferentes, cada um
deles com suas particularidades. Além disso, existem
muitos outros que não estão mais catalogados entre os que
valem medalhas, mas têm muita força internacional. No
entanto, o Comitê Olímpico Internacional estabeleceu um
limite de 30 esportes e permanece irredutível. Vejamos os
exemplos de esportes não incluídos no programa olímpico
que são reconhecidos pelo COI. A qualquer momento,
um deles pode ser adicionado ao programa dos próximos
Jogos por meio de uma recomendação da Comissão de
Programa Olímpico do COI, seguida de uma votação da
Assembleia Geral.
Eis os esportes reconhecidos pelo COI que não fazem
parte da agenda dos Jogos Olímpicos: bandy, beisebol,
bilhar, boliche (bowling), boules, bridge, caratê, dança,
esportes aéreos, esportes subaquáticos, esqui aquático,
floorball, futsal, motociclismo, netball, orientação, esportes
sobre patins, pelota basca, polo, raquetebol, salvamento,
softbol, squash, sumô, surfe, wushu e xadrez.
Esportes que Já Fizeram Parte dos Jogos Olímpicos
Vários esportes, alguns conhecidos outros nem tanto,
já fizeram parte dos Jogos Olímpicos. A motonáutica
(corrida de barcos), por ter um público bastante restrito,
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
13
saiu do calendário. Pelota basca, uma exclusividade
espanhola, entrou nos Jogos de Barcelona/92, mas
também foi excluída por falta de público e de competidores.
Esportes de elite, como o críquete e o polo, passaram
despercebidos ao longo dos anos e também saíram da lista
dos preferidos. Nos Jogos de Londres, foram eliminados
o softbol e o beisebol, contrariando as regras impostas
pelo COI - assunto a ser abordado nos próximos itens.
O softbol, praticado somente entre mulheres, ainda pode
entrar em discussão, mas o beisebol – consagrado mundial
e principalmente nos Estados Unidos – deixou os Jogos
por diversos tipos de pressão, inclusive a política.
Se um dia o seu editor-chefe pedir uma matéria sobre
um ou outro esporte desconhecido, você vai ter que se
virar. A lista de esportes extintos dos Jogos Olímpicos ainda
inclui “brincadeiras de criança”, como o cabo de guerra.
Decisões Polêmicas do COI
Beisebol é, ao lado do futsal, um dos mais questionados.
Foi retirado dos Jogos de Londres/2012. Valeu medalha em
Barcelona-1992, Atlanta-1996, Sidney-2000, Atenas-2004
e Pequim-2008. É o segundo esporte mais popular em
público e arrecadação dos Estados Unidos. É praticado em
muitos países asiáticos, além de Cuba, Venezuela e tantos
outros. Apesar de ter a melhor liga do mundo - MLB, os
EUA têm apenas um ouro olímpico, assim como a Coréia
do Sul. Cuba chegou três vezes ao primeiro lugar.
O softbol foi também excluído nas últimas Olimpíadas
e disputado em Atlanta-1996, Sidney-2000, Atenas-2004
e Pequim-2008. Quase igual ao beisebol, ele é praticado
por mulheres. A bola, a dimensão do campo e o tempo
de jogo estabelecem a diferença entre os dois esportes.
Por ser realizado em um espaço menor, o softbol pode ser
disputado em ginásios.
Modalidades Inusitadas e Não Olímpicas
A enrascada seria bem maior se você tivesse que viajar
para um determinado país e realizar a cobertura de um dos
esportes inusitados, abaixo relacionados. Você daria conta
da tarefa? Se você for curioso e interessado em conhecer
esportes inusitados e não olímpicos, consulte o seguinte
site: http://noticias.terra.com.br/imprime/0,,OI4085040-
EI1877,00.html
Deixamos, de propósito, dois exemplos: o carregamento
de esposa e a regata de abóboras. Uma dica para o
repórter que for escalado para cobrir um torneio diferente
e do qual ele nada entende é conseguir um regulamento
ou as regras da competição, além de marcar sob pressão
uma pessoa que conheça a modalidade.
Carregamento de esposa: o homem carrega a
mulher nas costas durante os 250 metros de percurso,
superando obstáculos e aguentando a gozação das
pessoas que estão de fora. O vencedor ganha o peso da
sua esposa em cerveja e cinco vezes o mesmo peso em
dinheiro. Só podia ser de origem americana.
Fonte: razõesdocorpo.com
Regata de abóboras: Totalmente diferente, este
esporte de origem canadense existe há mais de 10 anos. Os
participantes abrem um buraco grande na abóbora (o peso
de uma pode chegar a 360 kg) e navegam até alcançar o
ponto de chegada. O remo usado como referência é o do
caiaque.
IV. JORNALISMO ESPORTIVO COMO ATIVIDADE PROFISSIONAL: O DESAFIO NO GELO NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
14
O jornalista esportivo, ou o candidato a, deve saber
muito bem que a especialização requer um alto grau de
imparcialidade. Antes de entrar no meio esportivo, você já
torcia por um time de futebol e tinha outras preferências.
Tome cuidado, pois, quando for escrever, falar ou gravar
uma reportagem, você não poderá ser parcial. Os reflexos
do seu trabalho poderão provocar desde a paixão até o
repúdio no público ou mesmo em colegas da sua área de
trabalho.
Um exemplo: um repórter da TV Globo foi pilhado no
Estádio João Havelange (Engenhão), do time do Botafogo,
comemorando o gol da sua equipe de preferência
em um clássico carioca do Campeonato Brasileiro.
Em consequência disso, ficou resolvido que a ACERJ
(Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro)
vai punir jornalistas que repetirem o ato do citado repórter.
Essa paixão precisa ser deixada de lado, pois o repórter
esportivo precisa ser neutro e imparcial. Um exemplo desse
profissionalismo pode ser creditado a um dos melhores
repórteres de campo, que trabalha na Rede Globo: Mauro
Naves.
Apaixonado por números formou-se em
estatística pela Universidade de Brasília. Mas no
meio do curso, também foi estudar comunicação
social, e por isso participava das peladas no
Clube da Imprensa. [...] Um convite inesperado:
o goleiro era chefe de reportagem da TV Globo
em Brasília, e o convidou para um teste para
repórter de Esportes. Foi aprovado, mas para
trabalhar em outra editoria, a Geral. “Eu não
queria sair da estatística [...] Consegui conciliar
e comecei na TV Globo de Brasília no dia 1º de
março de 1987”, relembra.
Sua passagem para a Editoria de Esportes,
enfim, aconteceu meio que por acaso. Mauro
Naves foi cobrir um torneio de tênis para o
noticiário local, e um brasileiro levantou a taça.
Sua matéria foi parar no Jornal Nacional. [...]
Perfeccionista, ele se mantém constantemente
interessado na evolução da linguagem televisiva,
como se acompanhasse os números da bolsa de
valores. Está sempre atento. “Estamos sempre
tentando mudar a linguagem do Esporte. Às
vezes, por pensar em como vamos agarrar o
telespectador. A cada hora temos uma idéia,
uma visão. Eu acho que temos sempre que
fazer, quase que anualmente, uma revisão
disso, de como agradar o telespectador: o
que ele quer saber de nós, o que queremos
informar. Porque o esporte não está sendo visto
só por quem gosta de futebol” (Fonte: http://
memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27
723,GYP0-5271-258907,00.html , acesso em
5.jan.2013).
Mauro Naves já fez coberturas de Copas do Mundo e
de Olimpíadas. É um dos repórteres mais bem informados
e com fontes de altíssima credibilidade. Será que ele
trabalharia na cobertura dos Jogos de Inverno? Um dos
correspondentes da TV Globo na Europa, Pedro Bassan,
teve a oportunidade de cobrir os Jogos de Inverno de
Turim, Itália, em 2006. Estudou durante um bom tempo,
preparou-se convenientemente e foi desempenhar o
trabalho. Todas as matérias enviadas por ele foram
aproveitadas nos telejornais da rede: desde bobsled,
patinação, esqui, até o inacreditável curling.
Olimpíadas, até 1924, tinham um único sentido, pois
englobavam também os esportes praticados no gelo, como
a patinação no gelo, a artística e o hóquei, que chegaram a
fazer parte dos Jogos de Verão. Os Jogos de Inverno, cujo
primeiro nome era Semana Internacional dos Esportes
de Inverno, passaram a ser olímpicos com a entrada do
Comitê Olímpico Internacional como organizador onde a
neve sempre fosse realidade.
Na primeira edição, o COI incluiu nove esportes.
Posteriormente ficou reduzido para sete esportes e 15
modalidades (subdivisões). Um esporte ou disciplina, para
entrar nos Jogos de Inverno, precisa ser praticado em
pelo menos 25 países de três continentes. Por ser uma
competição que traz muitas divisas, a maioria dos países
querem sediar as Olimpíadas de Inverno. Os Estados
Unidos a acolheram quatro vezes. Na França, ocorreram
três edições. No total, dez países já receberam os Jogos de
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
15
Inverno. A última edição ocorreu em Vancouver (Canadá),
em fevereiro de 2010.
Nos Jogos de Inverno de 2010, os Estados Unidos
conquistaram 46 medalhas de ouro, seguidos por China
(38), Inglaterra (29), Rússia, Coreia do Sul e Alemanha. O
Brasil não ganhou nenhuma medalha até hoje. A próxima
edição ocorrerá em 2014, na cidade russa de Sochi.
Conheça os esportes e um resumo histórico de como eles
são praticados. Não se assuste com os nomes, pois eles
são facilmente decifrados com auxílio do Google.
BiatloÉ uma combinação de uma corrida de esqui em cross
country com a precisão de tiros de rifle. Ao mesmo
tempo, exige agilidade para se movimentar na neve e a
pontaria certeira de uma arma. O percurso é de 20 km
para os homens e 15 km para as mulheres. Um bi-atleta
qualificado demora de 20 a 25 segundos para acertar
os alvos, com direito a cinco tentativas. Esse esporte foi
criado na Finlândia. Vence quem terminar a prova em
menor tempo. O biatlo é disputado em cinco variações:
individual, velocidade, perseguição, revezamento e
largada coletiva (ou em linha). Basicamente, a diferença é
relativa a quantos competidores largam ao mesmo tempo
e à distância do percurso.
BobsledVárias são as maneiras de chamar esse esporte
orginário da Suiça: bobsleigh, bobsled ou bobsledge. As
equipes de duas ou quatro pessoas (homens ou mulheres)
realizam descidas cronometradas num ternó em uma pista
de gelo sinuosa e estreita especialmente construída para
a competição. O que dá movimento ao trenó é a força
da gravidade, e ele pode atingir por volta de 150 km/h.
O bobsled está incluido no Jogos de Inverno desde 1924
e, em 2002, o COI autorizou oficialmente a presença de
mulheres. Normalmente as provas são decididas com uma
diferença de milésimos de segundos.
Combinado NórdicoDado o alto grau de perigo, o combinado nórdico, uma
mistura de salto com esqui e cross country na neve, é
disputado somente por homens. A prova é iniciada com
um salto coletivo. Os que ficaram para trás tentam superar
os mais bem colocados antes da linha de chegada. Três
estilos fazem parte das competições: individual, velocidade
e equipes (revezamento 4 X 5 km).
Curling
Fonte: colunistas.ig.com.br
Nos últimos Jogos de Inverno, transmitidos pela TV
Record, foi o esporte que mais chamou a atenção dos
telespectadores brasileiros e proporcionou bons índices no
IBOPE. Trata-se de um esporte em que se usa a paciência
e a inteligência, criado na fria Escócia. O jogo consiste em
empurrar uma pedra na pista de gelo. Dois competidores
vão limpando a pista, à frente do disco, até atingirem o
objetivo desejado. São mais de 500 anos de história, mas
só agora ele é divulgado entre nós. É disputado por homens
e mulheres, divididos em equipes de quatro atletas, e os
pontos são contados a partir dos locais corretamente
acertados. São 10 rodadas, e cada time tem direito a oito
lançamentos do disco em cada rodada (chamada de end).
Fonte: Wikipedia
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
16
Esqui AlpinoEm termos de público, o esqui alpino é um dos
mais concorridos. De origem norueguesa, requer muita
habilidade e velocidade e consiste em descer a montanha
passando por entre as marcações, ao longo do percurso,
no menor tempo possível. Esse esporte tem mais de 150
anos de existência e ganhou força no início do século XX,
com o aparecimento de estações de esqui e teleféricos
(que evitam o desgaste de subir a montanha a pé). Os
competidores disputam cinco modalidades: downhill,
slalom, slalom gigante, super-gigante e combinado.
A diferença básica entre as modalidades é o tamanho
e a inclinação do percurso e quantas vezes o atleta
consegue descer a montanha para obter seu melhor
tempo. Em Vancouver/2010, as cinco modalidades tiveram
competições masculinas e femininas.
Esqui Cross CountryAs provas de cross country são corridas na neve contra
o relógio. Os esquiadores largam de uma linha de partida
com 30 segundos de diferença. As provas contemplam 15
km, 30 km e 50 km. Na prova do revezamento 4 x 10
km, os corredores largam ao mesmo tempo. O esqui é
um esporte relativamente novo, pois, em 1860, o rei da
Noruega entregou os prêmios para uma prova de saltos
e determinou que se criassem regras para os torneios,
que eram anuais. Os batons são as varas de apoios para
que os esquis possam atravessar subidas e descidas sem
acidentes. Por se tratar de uma prova longa, é chamada de
esqui de fundo. Nos Jogos de Inverno, a disputa acontece
em seis modalidades: velocidade individual, velocidade
por equipes, largada em intervalos, largada coletiva,
combinado e revezamento, com provas masculinas e
femininas.
Esqui – Estilo LivreEstados Unidos, Canadá e Austrália dominam o quadro
de medalhas do esqui estilo livre nos Jogos de Inverno.
O desafio da prova é fazer acrobacias, com graus de
dificuldades mais intensos para impressionar os juízes,
ultrapassando a linha de chegada no menor tempo
possível. São três modalidades, tanto para homens como
para mulheres: aerial (aérea), mogul e cross. Na aérea,
os juízes avaliam o equilíbrio do atleta, a altura obtida
e quão bem são executadas as manobras. No mogul, o
competidor precisa superar uma série de pequenos saltos.
No cross, o esquiador desce a montanha, ultrapassa vários
obstáculos, e o vencedor será sempre o atleta que chegar
à frente.
Hóquei no GeloEsporte de alta velocidade e de múltiplas lesões, o
hóquei no gelo é disputado entre duas equipes de seis
jogadores, em que todos, até mesmo juízes, utilizam
patins para poder se movimentar com segurança dentro
da pista de gelo. Os sticks são os tacos, que servem para
movimentar um disco de ferro (puck). A finalidade da
partida é fazer com que o disco seja colocado do gol do
adversário. São três tempos de 20 minutos, e a equipe que
tiver marcado o maior número de pontos vence o jogo. A
velocidade uma tacada pode atingir a velocidade de mais
de 160 quilômetros por hora. É um esporte de origem
francesa, cujo nome vem do termo hocquet, que significa
taco ou bastão, que foi levado aos Estados Unidos pelos
ingleses, por volta de 1600. Os americanos têm uma Liga
de Hóquei profissionalizada e muito forte. Canadenses e
russos predominam no quadro de medalhas.
Luge
É um esporte muito perigoso. Também chamado
de tobogã ou trenó de barriga, é praticado nos países
onde o inverno é mais rigoroso. Os atletas dirigem seus
veículos em alta velocidade, utilizando-se dos movimentos
dos ombros e dos pés. As provas são simples, com dois
participantes para homens e para mulheres. A velocidade
chega a 140 km. O menor tempo é o que decide as
medalhas. O desempate costuma ser feito por milésimos
de segundo.
Patinação ArtísticaAustríaca de origem (1860), a patinação entrou nos
Jogos em 1908. Escócia e Holanda também reivindicam
a paternidade desse esporte, que exige dos atletas
perfeita sincronia de movimentos com a música usada na
coreografia. Tanto na prova individual quanto na de dupla,
além da velocidade, é preciso muito equilíbrio. As notas
são atribuídas por nove juízes para cada apresentação. É
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
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avaliado o grau de dificuldade de cada movimento e se foi
bem realizado. Vence o competidor que obtiver a média
maior das notas.
Patinação de Velocidade em Pista CurtaA pista é oval, com 111,12 m, dentro de um ringue de
60 m X 30 m. Homens e mulheres batalham por medalhas.
Podem concorrer de quatro a oito atletas por bateria. Nos
Jogos de Inverno, o speed skating é dividido em quatro
provas: 500 m, 1.000 m, 1.500 m e revezamento (3.000 m
para mulheres e 5.000 m para homens).
Patinação de Velocidade em Pista Longa - Speed Skating
É realizada em uma pista de 400 m, e a maioria das
provas são contra o relógio. Nas provas individuais, os
atletas correm geralmente em pares no sentido oposto ao
dos ponteiros do relógio e em faixas separadas, trocando
de posição (faixa) a cada volta. Eles conseguem alcançar
até 60 km/h. Motivos para desclassificação: trocas de
faixas irregulares e contato ou obstrução. As competições
podem ser em distâncias individuais, allround, sprint ou por
equipes. A disputa é feita em pares. Em Vancouver/2010,
aconteceram provas de cinco distâncias diferentes: 500 m,
1.000 m, 1.500 m, 5.000 m (3.000 m mulheres) e 10.000
m (5.000 m mulheres). A partir de 2006, a modalidade
ganhou também a competição de revezamento, com três
atletas por equipe.
Salto de Esqui
Fonte: Wikipedia / Commons(Wikipedia Foundation) – Einsiedeln, Suiça
O salto de esqui consite em saltar de uma rampa e
aterrissar o mais longe possível, sendo que o resultado final
fica a critério das notas fixadas pelo juízes, numa escala
de valor de 1 a 20 (pontuação máxima). São três provas
exclusivamente masculinas: descida normal, descida longa
e por equipes (quatro atletas).
SkeletonO importante sempre é a largada, como no luge e no
bobsled. Ela tem que ser forte para se ganhar velocidade
o mais rápido possível. Para isso, os atletas usam um
calçado bastante aderente. Uma vez tomada velocidade
nos primeiros 50 metros, o piloto coloca-se de barrida
para baixo no trenó, procurando uma postura mais plana
e aerodinâmica.O trenó tem uma proteção especial para o
queixo do atleta, já que seu rosto fica muito perto do solo.
As roupas são de fibras sintéticas e feitas para ajustar-
se ao corpo e oferecer a mínima resistência ao ar. É de
origem alemã, cujo clube alpino existe até hoje. Em inglês,
o nome do esporte significa esqueleto ou carcaça.
SnowboardUnindo técnicas do surfe, skate e esqui, teremos o
snowboard. A pista tem a forma de um U, e o atleta usa
uma prancha para fazer manobras na neve. O vencedor
é aquele que conseguir os movimentos mais radicais
e atingir maior altura nos saltos. Outra modalidade é o
slalom gigante, em que, como no esqui alpino, o objetivo
é descer a montanha o mais rápido possível, passando por
marcações no gelo. A terceira disputa é o cross snowboard,
no qual os atletas apostam uma corrida em um terreno
íngreme e têm que superar saltos e obstáculos para cruzar
a linha de chegada antes dos rivais. Os três tipos de provas
são disputados tanto por homens como por mulheres.
VI.GLOBALIZAÇÃO E ESPORTES: A DIFUSÃO PLANETÁRIA DO EVENTO ESPORTIVO
O esporte está cada vez mais interligado. Não existe
mais distância entre um torneio de vôlei na Coréia do Sul
e o rugby na Austrália e na Nova Zelândia. O campeonato
mundial de futsal foi realizado no ano passado, na
Tailândia, sem nenhum problema nas telecomunicações.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
18
Os canais brasileiros recebem e enviam as imagens
com som ambiente e mostram essas partidas, ao vivo,
integralmente.
Os direitos de televisão da maioria dos grandes
campeonatos europeus de futebol são disputados a preços
altíssimos pelas emissoras brasileiras. O basquetebol da
NBA, o beisebol e o Super Bowl também. Não existe mais
distância que separe os eventos esportivos no planeta. Os
satélites resolveram esse problema. Quanto mais o esporte
é globalizado, mais ele ganha em divulgação e faturameno.
O texto que vem a seguir serve para exemplificar o que
acabamos de escrever e, além disso, mostra os dois lados
da globalização no esporte.
Espectáculo desportivo na sociedade globalizadaAntónio Marques, Universidade do Porto, Portugal
A globalização está na ordem do dia, influenciando a vida
no planeta e a agenda política dos países. E se a economia
é o seu lado mais visível, as suas consequências são
sentidas em muitos outros domínios. O desporto não fica
à margem deste processo de globalização. E nem poderia
ser de outro modo, pois, nas suas formas modernas, se
procurou instituir e afirmar como uma linguagem universal,
um modelo cultural adaptado internacionalmente.
É cada vez mais comum ouvir falar em desportivização
da sociedade [é um impulso civilizador que surgiu no
sentido de determinar normas e condutas, analisando a
evolução das suas regras]. Mais, o esporte é, talvez, hoje
a forma mais popular de participação cultural, ou [...] o
domínio mais universal da cultura, anulando barreiras
como a língua, a religião, as fronteiras geográficas,
ou as manifestações de nacionalismo. Aproximando
participantes e espectadores de todo o mundo nas suas
paixões, obsessões e desejo de vencer. A mobilidade de
atletas e torcedores e a capacidade de retransmissão das
manifestações esportivas para todo o mundo são aspectos
da globalização que estão a mudar a paisagem do esporte.
A globalização corporifica uma rede de interdependências
políticas, económicas e sociais que ligam os seres
humanos, e inclui a emergência de uma economia global,
trocas de tecnologias, redes de comunicações, migrações,
uma cultura transnacional e movimentos internacionais
que caracterizam o nosso tempo. Como consequência, as
pessoas estão vivenciando novas relações de tempo e de
espaço, com a aceleração do primeiro e a limitação do
segundo. [...]
Se a economia é hoje a frente mais visível do élan
globalizador, suscitando legítimas preocupações entre
aqueles que não aceitam que os donos do dinheiro sejam
os donos do mundo, impondo, de uma forma arbitrária
e ilegítima, os modelos de organização e de governo
nas sociedades em que vivemos, outros aspectos da
globalização não são hoje tão estigmatizados. E entre
eles está o desporto. Como poucas atividades, o desporto
tem explorado desde o início o potencial da globalização.
E, contrariamente, ao que tem acontecido em outros
domínios, o desporto tem escapado incólume às ondas de
protestos associados à globalização [...]. A compreensão
da globalização no esporte nos remete às origens do
esporte moderno.
Fonte: IX Congresso Ciências do Desporto e Educação
Física dos países de língua portuguesa. Disponível em:
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/7_Anais_
p25.pdf. Acesso em: 1.dez.2012.
Globalização no esporteIdel Halfen
O fenômeno da globalização deixou de estar restrito
apenas à economia mundial e hoje já se faz presente
em diversas áreas da sociedade, inclusive no meio
esportivo. Continuem lendo este artigo no site: http://
halfen-mktsport.blogspot.com.br/2010/08/globalizacao-
no-esporte.html
Vamos indicar outros links para que o aluno possa ter a
visibilidade da globalização ampliada:
Esporte e globalização – Uwe Muller: http://www.
periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/
view/4998
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
19
Estudo aborda efeitos da globalização sobre o futebol.
Entrevista com o pesquisador Paulo Favero: http://www2.
uol.com.br/canalexecutivo/notas10/1805201025.htm
Como o jornalismo construiu o esporte globalizado -
Fábio Tubino: http://www.nosdacomunicacao.com.br/
panorama_interna_col.asp?panorama=521&tipo=C
Globalização: o esporte e a cultura de consumo -
Fernando Gonçalvez Bittencourt: http://www.periodicos.
ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/5002
A grande festa da globalização - Amir Somoggi: http://
www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-grande-festa-
da-globalizacao,545016,0.htm
Globalização nas Transmissões
Abordamos anteriormente a facilidade da chegada
ao Brasil das imagens dos eventos esportivos em todo o
planeta, por causa da modernização das telecomunicações.
Por isso mesmo reafirmo, essa é uma forma moderna
e prática de globalizar o esporte, com as inúmeras
transmissões internacionais, via satélite, que os chamados
canais fechados fazem de vários outros esportes para o
Brasil. Eles incluem o Super Bowl, o beisebol, o rugby, o
campeonato norte-americano de basquetebol, os de futebol
da Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália, Portugal, França,
entre tantos outros. Isso faz com que os nossos ídolos
brasileiros de lá sejam tão comentados quantos os que por
aqui atuam. O boxe ainda movimenta milhões de dólares,
e agora há a UFC, que tem no brasileiro Anderson Silva seu
principal astro mundial. O tênis profissional também traz
um retorno desde os tempos de Gustavo Kuerten, agora
com Maria Sharapova, Roger Federer, Rafael Nadal e as
irmãs Williams. Os meetings de atletismo, quando têm
as presenças de Usain Bolt e demais atletas jamaicanos,
são sempre uma atração. Os torneios de natação, agora
sem Michael Phelps, mas na busca incessante de novos
recordes, são um bom regulador de audiência.
A globalização chegou para ficar e dominar. A Copa do
Mundo de 2006, na Alemanha, foi vista por um total de
26,6 milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que passe
dos 30 milhões, somados os 30 dias do torneio.
Os Jogos Olímpicos de Londres/2012 fizeram com que
90% dos 52 milhões de britânicos vissem as competições
pelas imagens da BBC. O recorde absoluto de audiência
ficou por conta da final dos 100 m do atletismo. Mais de 4
bilhões de pessoas aplaudiram o feito do atleta jamaicano.
Na Copa/2014, segundo o diretor da FIFA TV, Sven
Schaeffer, para cada pessoa que estiver no estádio, haverá
outras dez mil assistindo pela TV em todo o mundo.
VI. A EVOLUÇÃO DO JORNALISMO E SEGMENTAÇÃO DE INTERESSES: HISTÓRIA DO JORNALISMO ESPORTIVO IMPRESSO EM JORNAIS E REVISTAS ESPORTIVAS
Jornalismo esportivo impresso, de rádio ou de
televisão? Eis a questão. Muda o veículo, mas o jornalista
precisa ter os mesmos cuidados de qualquer editoria. Se a
profissão exige uma cultura ampla, é preciso que se apure,
pesquise e investigue todas as informações para que elas
possam ser passadas ao leitor, ouvinte ou telespectador
de maneira limpa, ágil e objetiva. O campo de trabalho do
jornalista esportivo está cada vez mais sendo ampliado por
causa da chegada das novas tecnologias que aumentam o
campo de estudos e de atuação profissional. Nos jornais
impressos, além do caderno de esportes, existem editorias
como a de política, de economia, cadernos de cultura e
suplementos encartados em cada dia específico. Uma
vasta gama de diferentes informações, que variam de
acordo com cada jornal e sua filosofia de alcançar seus
leitores. Uma breve análise de dois dos principais jornais
de circulação no país – O Globo e Folha de São Paulo –
indica que eles apresentam uma segmentação bastante
parecida, segundo o trabalho de Nóra (2007).
O Globo: na edição de domingo, 23 de dezembro de
2012, a chamada principal da primeira página era sobre
cotas nas universidades federais. Na página 2, opinião,
frases da semana. Há duas páginas sobre educação; um
amplo caderno intitulado País; um caderno de Economia,
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
20
com destaque para uma entrevista com a presidente da
Petrobrás. No segundo caderno, atualidades de música,
cultura e entretenimento. Com o recesso do futebol,
uma página no final do caderno Rio com Lionel Messi.
Encartados, a Revista da TV Globo e a Revista O Globo.
Muita publicidade em quase todas as páginas. Artigos
assinados por colunistas. Atualmente, o jornal conta ainda
com 13 suplementos encartados gratuitamente no jornal e
que circulam em dias específicos. Publicam-se também os
“cadernos de bairros”, com notícias próprias de cada uma
das áreas que dão nome às edições regionais.
Folha de São Paulo: a manchete do principal jornal
paulista era sobre o mesmo tema abordado por O Globo:
cotas das universidades federais. Nas páginas 2 e 3, artigos
assinados pelos colunistas, painel do leitor e errata. Na
sequência, as colunas de Clóvis Rossi, Élio Gáspari, do
ombudsman e Painel. Um caderno sobre Política, outro
sobre Mundo, outro sobre Mercado e o tradicional caderno
de Esportes, com artigos de Tostão, Juca Kfouri e a coluna
Painel FC, assinada por Bernardo Itri. Ainda, Cotidiano,
Veículos, Folha Ilustrada, Ilustríssima e dois encartes
especiais: Agro-guia e Carreiras.
História do Jornalismo Esportivo Impresso
Com Mário Filho, a criatividade não tinha limite. Pode-se
também dizer que ele foi o pioneiro do jornalismo esportivo
impresso, ao lançar o jornal Mundo Esportivo (1931), que
teve vida efêmera. Mário era o inverso do irmão também
famoso, o dramaturgo Nelson Rodrigues. Era flamenguista
enrustido e discreto, ao contrário do irmão, Fluminense
fanático. Passou pelo jornal O Globo antes de comprar, do
próprio Roberto Marinho, o Jornal dos Sports.
O jornal cor de rosa, como era conhecido pela cor
de suas páginas, passou a dar um enfoque diário aos
principais clubes do Rio de Janeiro. É de Mário Filho
também a expressão Fla X Flu. Por ironia, originalmente
era um combinado de jogadores das duas equipes para
formar uma seleção carioca. Ele também começou a
criar incentivos para as torcidas festejarem o seu time e
levar muitas bandeiras aos estádios. Mário é ainda um
dos criadores do desfile das Escolas de Samba no Rio de
Janeiro.
Criou a Copa Rio, que reuniu as melhores equipes
do mundo. Palmeiras de São Paulo e Juventus da Itália
fizeram a final, e o time paulista levou a melhor. Dois anos
depois, repetia-se o torneio, com vitória do Fluminense.
Como se não bastasse, Mário Filho escreveu várias crônicas
incentivando a construção do Estádio do Maracanã (1950),
que hoje leva o seu nome.
Já nos anos 1940, Mário Júlio Rodrigues Filho incentivou
a introdução das tiras e dos quadrinhos como forma de
incentivar os clubes na participação efetiva no Campeonato
Carioca de futebol. A implantação do profissionalismo no
futebol e sua ampla visibilidade no esporte fez com que ele
escrevesse em seu jornal temas mais aprofundados, tais
como contratação de jogadores, salários mensais, valores
dos passes e da direção dos clubes.
Mário também fez experiências radicais. Lançou,
primeiramente encartado e depois como um jornal à parte,
um suplemento cultural que dava espaço para jovens
jornalistas, recém-formados nas primeiras turmas das
escolas de jornalismo. O nome do jornal era O Sol. Para
quem não sabe, ele foi inspiração para a letra de uma das
mais belas canções de Caetano Veloso: “O sol nas bancas
de revistas...” (Alegria, Alegria).
Os irmãos Nelson Rodrigues e Mário Filho. Fonte: http://globoesporte.globo.com/
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
21
O jornalista ainda escreveu O livro negro do futebol
brasileiro, hoje considerado um dos clássicos da literatura
do nosso país. Sua morte prematura, aos 59 anos, fez
com que um vácuo permanecesse por um bom tempo no
jornalismo esportivo. Seu irmão Nelson Rodrigues, autor
de frases históricas, deixou esta: “Mário Filho era tão
grande que deveria ser enterrado no Maracanã”.
Um dos melhores textos sobre a carreira e a vida de
Mário Filho está no site: http://globoesporte.globo.com/
futebol/100-anos-de-fla-flu/noticia/2012/07/o-fla-flu-
como-ele-e-mario-filho-e-nelson-rodrigues-eternizam-
classico.html
O primeiro ano do desfile das Escolas de Samba?RJ. Foto do Arquivo do Jornal dos Sports – 1930.
Foto do arquivo do Jornal dos Sports - 1931
Deixamos para o final ilustrar um pouco mais do Jornal
dos Sports, o que Mário considerava o seu xodó. Ficou
famoso por suas páginas em cor de rosa. Apesar da
semelhança com o jornal esportivo italiano La Gazzetta
dello Sport, a verdadeira inspiração foi o jornal francês
L’Auto. Saiba mais no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jornal_dos_Sports
Estádio Mário Filho (Maracanã) – 1950. Fonte: Worldstadiums.com
Após a morte de Mário Filho aconteceram sucessivas
alterações no comando do Jornal dos Sports, sem
resultados objetivos. A publicação diária do jornal foi
encerrada em 2010. Em seu l, começou a circular no dia
12 de abril de 2010, o tabloide Jsports.com.br.
Outra Importante Fase da História do Jornalismo Esportivo Brasileiro
Fonte: Acervo Fundação Cásper Líbero
Thomaz Mazzoni foi tão importante quanto Mário Filho
para fazer a história do jornalismo esportivo do Brasil.
Cobertura da Copa/1958: Paulo Planet Buarque, Solange Bibas, Aurélio Bellotti, Thomaz Mazzoni, Marcos Reis e Augusto Godoy. Fonte: Arquivo de A Gazeta Esportiva.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
22
Ele chegou ao Brasil no início do século XX, filho de
imigrantes italianos. Criado perto do Gasômetro, na
Rua da Assunção, no centro de São Paulo, o menino
Mazzoni começou a se interessar pelas coisas do esporte.
Seu verdadeiro sonho era um jornal importante, mas,
enquanto isso não acontecia, ele começou no jornal Mundo
Esportivo. Teve uma passagem também como diretor do
Estampa Esportiva, até que, em junho de 1928, seu grande
sonho tornou-se realidade. Cásper Líbero, empresário que
também queria dar saltos mais altos, convidou-o para
trabalhar no jornal semanal A Gazeta Esportiva.
Mazzoni era uma máquina e, sob as bençãos de
Líbero, naquele mesmo ano, publicou a primeira edição
do Almanaque esportivo. Dois anos depois, era guindado
ao posto de redator-chefe, aumentando a amplitude do
jornal, com um texto bem ao gosto dos leitores. Em 1941, o
jornal passou a circular duas vezes por semana. O esporte
amador passou a ter lugar cativo nas páginas internas, com
direito a chamada de primeira página. Demorou alguns
anos até que a vontade de Mazzoni fosse autorizada por
Líbero: a Gazeta Esportiva passou a ser diária em 1947,
com grandes reportagens e, como sempre, destaque para
notícias dos esportes alternativos.
No futebol, Mazzoni não teve medo e inovou, criando
diversas expressões que existem até hoje. Os principais
jogos entre os grandes times paulistas ganharam nomes
carinhosos: Choque Rei, Derby, Majestoso e San-São. O
mesmo para os clubes: Clube da Fé (São Paulo), Timão
e Mosqueteiro (Corinthians), Campeoníssimo (Palmeiras),
Moleque Travesso (Juventus), Nhô Quim (XV de Novembro
de Piracicaba), entre muitos outros. Ele estabeleceu ainda
o “diálogo com o leitor”, algo inédito na imprensa esportiva
paulista, e combateu o que chamava de “degeneração
completa, desordem e desmoralização” do futebol
brasileiro, além dos jornalistas que, para ele, de maneira
parcial praticavam o “clubismo”.
Aos jornalistas sob seu comando, ele ordenou que
os jogadores passassem a ser chamados como eram
conhecidos, fosse por nomes, apelidos ou diminutivos.
Outra batalha vencida pelo palmeirense silencioso: ele
queria a intervenção do governo no esporte. E assim foi:
o Conselho Nacional de Desportos foi criado por uma lei
aprovada em 1941, que regulamentava todas as atividades
das modalidades esportivas.
Outro sonho de Mazzoni foi implementar provas
populares, sob a inspiração de Mário Filho. Ele realizou
isso por intermédio de campeonatos de bocha, malha,
botão, cabo de guerra, futebol de várzea entre escolas,
travessia do rio Tietê a nado, além da tradicional Corrida
de São Silvestre, no último dia de cada ano, e da Corrida
Ciclística de 9 de Julho.
Foto [email protected]
Charge extraída do arquivo GE - Palmeiras x São Paulo = Choque Rei
Slogan que atravessou décadas: “Se A Gazeta Esportiva
não deu, ninguém sabe o que aconteceu”.
Às vésperas da Copa do Mundo realizada no Brasil em
1950, Thomaz Mazzoni lançou o livro História do futebol
no Brasil (1894-1950), que se tornaria uma fonte rica para
consultas. Ele abordou o futebol desde que Charles Muller
desembarcou em Santos,trazendo o futebol ao nosso país.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
23
Fonte: Arquivo GE e Arquivo da Família Thomaz Mazzonni
Mazzoni publicou cerca de 20 livros, e suas obras até
hoje são consultadas por estudiosos e pesquisadores. Em
um dos seus livros em uma série de textos publicados
na Gazeta Esportiva sobre os problemas que afligiam
o futebol brasileiro, Mazzoni culpava a imprensa pelo
acirramento da rivalidade entre paulistas e cariocas,
curiosamente incentivada por Mário Filho. Em 1941, saiu
ainda o Almanaque Sportivo Olympicus.
Em 2013, Thomaz Mazzoni vai ganhar finalmente uma
merecida biografia sobre sua vida no jornalismo esportivo.
A obra está sendo escrita pelo jornalista André Ribeiro.
Ficou famoso um dos últimos bordões de Mazzoni, que
ele repetia incansavelmente nas mesas redondas - que
começavam a fazer muito sucesso nas rádios paulistanas:
“Jogador de futebol no Brasil é que nem erva daninha,
nasce em qualquer lugar!”. Com essa frase, o jornalista
queria dizer que, independentemente de qualquer
condição ou adversidade, assim como a erva daninha, os
jogadores de futebol no Brasil surgiam em grande número.
Seria essa a explicação do autor para a superioridade do
atleta brasileiro em relação aos jogadores dos e outros
países.
Carlos Joel Nelli foi o diretor de redação da Gazeta
Esportiva durante muitos anos, mas, no meio dos anos
1960, Olímpio da Silva e Sá assumiu a direção do jornal.
Mazzoni foi se afastando aos pouco se apenas escrevia a
sua coluna diária até a sua morte, em 1970. A partir de
2010, a Gazeta Esportiva deixou de circular e criou o site:
www.gazetaesportiva.net/
Copa/1938: Coberta por Jornais e Rádio
Fonte: copasdomundo.net e bauvelho.com.br
O sucesso e a popularidade do rádio e dos jornais
aumentavam tanto que, pela primeira vez, a nossa
imprensa via-se diante de uma cobertura de peso: a da
Copa do Mundo/1938, realizada na França. Os jornalistas
escalados foram Thomaz Mazzoni, de A Gazeta Esportiva;
Afrânio Vieira, de A Noite; Everardo Lopes, do Jornal dos
Sports; e Leonardo Gagliano Neto, o único narrador do
rádio esportivo da América do Sul que transmitiu os jogos
de nossa seleção.
Um Jornal que Mudou Tudo
O jornalismo esportivo impresso havia perdido, no Rio
de Janeiro, o Jornal dos Sports, e São Paulo ficou sem
a Gazeta Esportiva. Não foi uma compensação, mas o
Grupo Estado resolveu ousar e criou o Jornal da Tarde,
que chegou para quebrar os dogmas do jornalismo duro,
sem criatividade. Veio com um estilo leve e descontraído,
conversado, de fácil leitura. Vamos conhecer um pouco
mais da sua história, da sua linguagem e principalmente
do encarte das segundas-feiras, a Edição de Esportes.
Dois jornalistas, até então desconhecidos, foram
designados pela família Mesquita, proprietáriade O Estado
de São Paulo. Murilo Felisberto e Mino Carta precisavam
encontrar um novo modelo que revolucionasse o texto
formal e sem criatividade da época. A inspiração seria a
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
24
linguagem informal dos jovens, surgida a partir da metade
dos anos 1960. Já na primeira edição, aconteceu um
furo sensacional: “Pelé casa no Carnaval”. Foi a primeira
vez que um veículo de comunicação publicou o nome da
noiva - Rosemeire dos Reis Cholbi -, até então mantida em
segredo absoluto pelo jogador, embora a foto mostrada na
capa da primeira edição fosse da irmã dela, o que só se
descobriria no dia seguinte.
Primeira edição do Jornal da Tarde e capa da edição da derrota para a Itália na Copa de 1982
Fonte: blogdoprofessorpc.blog e zcastel.com.brzecastel.com.br
Surgida em setembro de 1964, a Edição de
Esportes era publicada nos domingos à noite,
pelo fato de o jornal O Estado de S. Paulo não
circular às segundas-feiras. O jornal apresentou
grandes mudanças, como inovação gráfica, uso
de máquinas de telefoto e textos diferenciados.
A Edição de Esportes conquistou um Prêmio Esso
em 1965, por uma reportagem sobre o futebol no
interior de São Paulo de autoria de Hamilton de
Almeida e Tão Gomes Pinto. [...] Em 4 de agosto
de 1982, uma quarta-feira, foi lançado, também
por [Luís] Nassif, o suplemento “Jornal do Carro”,
sobre veículos, com 16 páginas e o mesmo
formato tabloide [...]. Passou a ser publicado
todas as quartas-feiras e, desde os anos 2000,
também aos sábados (fonte: http://pt.wikipedia.
org/wiki/Jornal_da_Tarde_%28S%C3%A3o_
Paulo%29, acesso em 23.dez.2012.
Fonte: fotos.estadao.com.br
Não muito tempo depois, seguindo a trilha da Edição
de Esportes, os demais jornais diários também começaram
a circular com um caderno de Esportes todas as segundas-
feiras, primeiramente em offset, depois todo colorido
e com informações do fim de semana esportivo. Alguns
exemplos:
Fonte: juliospp,blogsport.com e Arquivo Jornal O Globo
Hoje Circula Apenas um Jornal Esportivo Diário: Lance
Com a difícil incumbência de substituir a Gazeta
Esportiva e o Jornal dos Sports, surgiu o jornal Lance.
A meta é fazer um jornalismo de qualidade para poder
ser referência em conteúdo e tendo a imparcialidade e
a independência, também sempre em primeiro lugar,
para sair em defesa do torcedor e poder poder divulgar
o esporte brasileiro. O Grupo Lance foi criado por Walter
de Mattos Jr. em 1997 e pertence à Areté Editorial, cuja
sede principal está localizada no Rio de Janeiro. A primeira
edição entrou em circulação em outubro. Além de São
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
25
Paulo e Rio de Janeiro, Lance tem outra edição estadual
em Belo Horizonte. Além disso, colocou em funcionamento
em 2005, a Rádio Lance. Outra atração é o Portal Lance,
um dos mais acessados em busca de notícias do esporte.
Foto: Arquivo do Jornal Lance
Revistas Esportivas ao longo das Décadas: uma Luta Dificil, em que Poucas Sobreviveram
Fonte: Arquivo da Gazeta Esportiva
A revista esportiva semanal A Gazeta Ilustrada circulou
de 1953 até 1967. Publicação semanal muito conceituada,
era a coqueluche dos torcedores de futebol (esporte que
dominava as edições, como na mídia esportiva de hoje).
Era editada pela Fundação Cásper Líbero.
Nos anos 1960, vieram as tentativas das revistas
Manchete Esportiva (Editora Bloch) e Revista do Esporte,
cada um delas com seu estilo. Infelizmente, não duraram
muito. Naquele tempo não se fazia pesquisa, por exemplo,
para se saber o que o público mais gostaria de ler, como
reportagens, crônicas, matérias dos atletas ao lado da
família.
Fonte: ftt-futeboldetodosostempos.com
A Sobrevivente Revista Placar Completou 43 Anos
Capas extraídas do arquivo da Revista Placar/Editora Abril
A revista semanal Placar, lançada pela Editora Abril
nos anos 1970, trouxe os melhores jornalistas esportivos
da época, recém-contratados do Jornal da Tarde – José
Maria de Aquino, Michel Laurence, Narciso James, Juca
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
26
Kfouri. Kfouri foi o autor de uma das mais importantes
denúncias de irregularidades - A máfia da loteria esportiva.
Na primeira edição, vendeu 200 mil exemplares, trazendo
na capa o Rei Pelé, um dos principais condutores que
levou o Brasil ao tricampeonato em gramados mexicanos.
Já completou mais de 40 anos. Nos anos 1990, as vendas
diminuíram, e o que era semanal passou a ser mensal. Um
dos motivos foi o péssimo desempenho da nossa seleção
na Copa da Itália/1990.
Fonte: Arquivo ESPN
Somente duas revistas mensais mais ligadas ao futebol
permanecem no circuito: a Placar e a Revista da ESPN,
do mesmo grupo que opera os canais ESPN e Placar,
da Editora Abril. Internet e jornais impressos, com seus
encartes diários, completam a cobertura impressa do
jornalismo esportivo.
Existem muitas outras revistas de circulação nacional,
semanais ou mensais, que abordam vários esportes.
O Google facilita ao aluno encontrá-las. Confira dois
exemplos:
Capas das revistas Quatro Rodas e Skate. Fonte: www.essaseoutras.xpg.com.br e www.skatecultura.com
Constatação Histórica
Os jornais esportivos tiveram sempre mais sucesso que
as revistas. O sucesso efêmero do jornalismo esportivo
de revista é atribuído ao conhecimento que o brasileiro
julga ter do futebol, o que se reflete nas tiragens aquém
das expectativas. Essa é a explicação dada por jornalistas
da área. Revista de esporte é incapaz de rivalizar com a
velocidade da mídia eletrônica, dominante e atraente aos
olhos do torcedor. O debate principal deveria ser o nível
de revista que o leitor exige - e Placar é duradoura porque
soube unir aquilo que o público quer com o que ele precisa.
Data Que Passou Para A História
Por que o título acima? Porque a impressão offset (“fora
de lugar”, na tradução literal) revolucionou o jornalismo
impresso. Trouxe mais clareza na leitura e, dependendo
de cada jornal, aumentou o lucro, pois as máquinas eram
feitas para grandes tiragens. As máquinas vinham da
Europa, e a Folha de São Paulo foi a primeira a utilizar esse
sistema, em 1968, obtendo a tiragem recorde de 226.789
exemplares de em 60 páginas. Para se ter uma ideia das
vantagens oferecidas pelas novas máquinas, a instalada
na FSP substituiu outras 12.
Quem aderiu logo depois foi o jornal gaúcho Zero Hora.
A qualidade das máquinas evoluiu e, em 1988, quando
já eram fabricadas no Brasil, a impressão passou a ser
colorida. Era o que faltava: mais beleza ainda e melhor
aproveitamento na diagramação dos espaços.
Foto: Arquivo Folha de S. Paulo
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
27
A implantação do sistema offset ajudou em muito os
jornais esportivos e cadernos de Esportes com a introdução
de fotos, títulos e subtítulos coloridos.
Jornal Lance totalmente colorido. Fonte: Arquivo Lance
Fonte: Arquivo O Globo
Fim do JT após 46 anos
O Grupo Estado anunciou nesta segunda-
feira (29) que o Jornal da Tarde deixará de
circular a partir de quarta-feira (31), após 46
anos de circulação. Rumores já davam conta
do fechamento do veículo. Em nota, a empresa
afirma que o fechamento do JT é uma “decisão
empresarial, tomada para o aprimoramento do
foco estratégico do Grupo Estado”. “O Grupo
Estado agradece aos leitores do Jornal da Tarde
por todos os anos de convivência, aos anunciantes,
pelo apoio com que sempre nos prestigiaram, e
a todos os profissionais que participaram dessa
história: jornalistas, colunistas, publicitários,
equipe de arte, integrantes das áreas comercial
e administrativa, e das áreas de produção e
distribuição”, disse em nota o diretor presidente
do grupo, Francisco Mesquita Neto. Segundo
o comunicado, a empresa pretende “investir
na marca Estadão com uma estratégia multi-
plataforma integrada (papel, digital, áudio e vídeo
e mobile)”, diminuindo custos de distribuição. O
Grupo Estado afirma que “o JT deixará de existir,
mas suas principais contribuições permanecem
no seu irmão mais velho, o “Estadão” (fonte:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2012/10/29/grupo-estado-anuncia-fim-
do-jornal-da-tarde-apos-46-anos.htm, acesso
em 30.out.2012)
Arquivo do JT(edição final de agradecimento)
VII. RÁDIO ESPORTIVO E SUAS TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS
A tecnologia de ponta avança velozmente, com
tudo o que há de mais moderno. Televisão e internet
aproveitam-se disso e alcançam lucros fantásticos com
seus anunciantes. Lá no seu cantinho, quieto, o rádio
esportivo no Brasil sobrevive. Pioneiro nas transmissões
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
28
ideológico utilizado pelo Estado para manter a
ordem” (apud SOARES, 1994).
Como Tudo Começou: o Rádio Esportivo
A WEAF, de Nova York, entrou no ar no dia 2 de
novembro de 1922, como a primeira emissora de rádio do
planeta.
Fonte: cliquediario.blogspot.com
Em 7 de setembro de 1922, o Brasil comemorava 100
anos da Independência junto a Portugal. Foi então que
ocorreu a inauguração do rádio em nosso país, com o
discurso do então presidente Epitácio Pessoa, direto do
Rio de Janeiro, com equipamentos cedidos pela empresa
norte-americana Westinghouse.
Pessoal da redação ouvindo, pelo rádio, o discurso Presidente Epitácio Pessoa. Fonte: oprogressonet.com
de futebol e de fórmula 1, o rádio não teve como impedir
a concorrência do som e da imagem juntos na televisão.
E agora, da informática, outro concorrente desleal, que
tem o som, a imagem e até mesmo a velocidade, que era
a maior arma do rádio para levar antes as notícias para os
quatro cantos do país. As suas transformações ocorridas
ao longo do tempo foram necessárias para se adaptar aos
concorrentes, que vieram para ficar e também ocupar o
espaço que era uma exclusividade do rádio.
Dois pioneiros do jornalismo no Brasil, o casal Luiz
Beltrão e Zita de Andrade Lima, deixaram uma definição
clássica de radiojornalismo: “A informação transmitida por
meio de relatos radiofônicos, devidamente interpretados e
transmitidos periodicamente à sociedade”. A ampliação do
conceito de radiojornalismo vem por um esclarecimento
das características do veículo proposto pela pesquisadora
Gisela Swetlana Ortriwano. A linguagem determina
a relação entre a linguagem verbal e a não verbal. No
radiojornalismo, ocorre a predominância da fala, por meio
de locutores, repórteres, colaboradores, entrevistados,
comentaristas e ouvintes, algumas vezes ilustradas por
efeitos sonoros e músicas. A estrutura da notícia determina
os dados a ser transmitidos e quem vai participar da
transmissão, assim como reafirma a linha editorial do
programa (WIKIPEDIA, 2012).
A jornalista Edileuza Soares, autora do livro
A bola no ar – o rádio esportivo em São Paulo,
acredita que o “rádio esportivo foi essencial para
a transformação do futebol em um esporte de
massa e um relevante complemento na definição
do rádio como meio de comunicação de massa.”
Mais informações no site: http://www.jrn72004.
jex.com.br/esporte/o+futebol+brasileiro+do+ra
dio+a+internet
Com o surgimento da televisão, o jornalismo
esportivo ganhou força, pois os programas e
noticiários esportivos passaram a fazer parte do
cotidiano do povo brasileiro. A importância do
futebol na sociedade brasileira é tamanha que
o jornalista Roberto Ramos afirmou, no período
da Ditadura Militar: “O futebol é um instrumento
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
29
Os pernambucanos, no entanto, afirmam que foi no
Recife que aconteceu a primeira transmissão de rádio no
Brasil, por responsabilidade de Oscar Moreira Pinto, em 6
de abril de 1919. Não demorou mais de uma década para
que o rádio esportivo desse sinal de vida. Nicolau Tuma foi
o speaker da primeira transmissão de futebol. Em 19 de
julho de 1931, ele transmitiu o jogo Seleção Paulista 6 x
4 Seleção Paranaense, pela Rádio Educadora Paulista, do
Campo da Floresta, no bairro da Ponte Grande, zona norte
de São Paulo.
Nicolau Tuma e o Campo da Floresta – Ponte Grande, São Paulo. Fonte: esquadraodefutebol.blogspot.com
Nicolau Tuma foi o primeiro locutor do rádio esportivo
brasileiro. Por causa da velocidade da sua transmissão,
ganhou o apelido de “Speaker Metralhadora”. Como
a transmissão de um jogo de futebol era uma grande
novidade da época, ele criou uma maneira de fazer o
ouvinte pensar: “Eu estou aqui no reservado da imprensa,
contemplando as arquibancadas. Estou ao lado das gerais
e vou tentar transmitir para vocês que me ouvem um
relato fiel do que irá acontecer no campo”.
Instintivamente, ele acrescentava uma imagem ao
ouvinte/torcedor para que ele conseguisse se situar diante
da partida: “Pensem em uma caixa de fósforos e comecem
a dar referências sobre o espaço, explicando que do lado
direito estão os paulistas e do esquerdo, os paranaenses.
No segundo tempo, invertem-se as posições”. Nicolau
Tuma não costumava dar o grito de gol, pois, para ele, o
mais importante era o ouvinte saber todos os detalhes do
lance e quem havia marcado.
Guardadas as devidas proporções, o modelo da
narração de Nicolau Tuma é que os locutores continuam
transmitindo até hoje. Mas o rádio esportivo não parou.
Com o tempo, surgiram grandes revelações de narradores
de primeira qualidade. Edson Lei, Ary Barroso, Jorge
Cury, Oduvaldo Cozzi e Rebello Júnior tinham o estilo
mais descritivo. Quem narrava “em cima do lance” eram
Pedro Luiz, Geraldo José de Almeida, Waldir Amaral. Havia
ainda o estilo romanceado, marcada registrada de Joseval
Peixoto, Fiori Giglioti e Osmar Santos. Neste novo século,
com José Silvério, ressurgiu o narrador que “não perde a
jogada.” Todos eles criaram uma identificação com os seus
ouvintes e não raro eram preferidos por algumas pessoas,
pois havia quem gostasse de todos os estilos de narração
citados. Narração mais suave, mais poética, com frases de
efeito ou mais gritada, mas em cima do lance.
Fon t e : h t t p : / /www. l o c u t o r. i n f o / B i b l i o t e c a /
HistoriaLocucaoEsportiva.doc, acesso em 4.jan.2013.
Pedro Luiz, Geraldo José de Almeida e Oduvaldo Cozzi. Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
Fiori Giglioti e Valdir Amaral. Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
Jorge Cury, Darcy Reis
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
30
Braga Jr. - Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
A Primeira Copa pelo Rádio: 1938
Além da cobertura dos jornais brasileiros, 1938 foi o
marco nas transmissões esportivas pelo rádio de uma
Copa do Mundo. No Rio de Janeiro, em São Paulo e onde
o rádio conseguia chegar, ainda que por serviço de auto-
falantes, o povo fazia silêncio para poder ouvir Gagliano
Neto. Em 5 de junho de 1938, no jogo Brasil 6 x 5 Polônia,
era dado o pontapé inicial do rádio esportivo brasileiro em
coberturas internacionais. A PRA-3, Rádio Clube do Brasil
do Rio de Janeiro, teve esse privilégio.
Gagliano Neto e o logotipo da PRA 3. Fonte: dec.ufcg.edu.br
Nos Anos 50/60, Surgem Grandes Nomes
Houve um momento no rádio esportivo em que as
emissores tinham verdadeiros craques em suas equipes
esportivas. Confiram os exemplos abaixo:
Edson Leite, Fiori Giglioti e Pedro Luiz. Fonte: Arquivo Rádio Bandeirantes/SP
Doalcei Bueno de Camargo, da Rádio Tupi. Fonte: Arquivo Radio Tupi/RJ
Revolução nos Anos 1970
Um símbolo dessas novas vozes que surgiram
foi Osmar Santos. Com seu jeito descontraído
e uma narração recheada de expressões
que acabaram caindo no gosto popular, o
“garotinho” Osmar Santos se transformou no
grande locutor de sua época. Expressões como
“ripa na chulipa” e “pimba na gorduchinha” ou
“bota sal na água” começaram a ser repetidos
nos estádios e nas peladas pelo Brasil. O “pai
da matéria”, como também era conhecido teve
uma passagem marcante pela Jovem Pan, onde
trabalhou de 72até 79. Mais tarde foi para a
Rádio Globo, onde continuou sua trajetória de
grande sucesso, chegando inclusive a fazer
várias aparições na televisão, popularizando
ainda mais sua carismática figura. Além do
comentarista, do repórter e de toda equipe,
Osmar Santos levava celebridades para dar
os seus “pitacos” nos clássicos do futebol. Um
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
31
grave acidente automobilístico ocorrido, em
1994, afastou Osmar Santos das transmissões
para sempre (Fonte: http://www.locutor.info/
Biblioteca/HistoriaLocucaoEsportiva.doc, acesso
em 4.jan.2013).
Osmar Santos, Sócrates, FHC, Casagrande e Adilson Monteiro Alves. Fonte: eagoraadoniram.blogspot.com
Muitas novas vozes apareceram neste novo século, mas
um deles continua absoluto no rádio esportivo. Mineiro de
Itumirim, José Silvério teve uma brilhante passagem pela
Rádio Jovem Pan, após a saída de Osmar Santos. Hoje é
o titular na Rádio Bandeirantes/SP (AM/840 – FM/90.9).José Silvério. Fonte: Arquivo Rádio Bandeirantes
O Gol É a Emoção do Futebol
O grito de gol é a marca registrada de cada locutor
esportivo. Ele consegue mexer com a imaginação do
torcedor com uma narração repleta de emoção e sempre
muito rica em detalhes.
Joseval Peixoto. Fonte: Arquivo Jovem Pan
O narrador brasileiro, advogado criminalista
e jornalista de São Paulo, Joseval Peixoto,
conta sua experiência em partidas no exterior:
“A gente grita sem se preocupar com quem
está em volta”. É um espetáculo à parte para
a platéia do primeiro mundo, habituada a uma
narração mais informativa e menos empolgante
(fonte: http://www.locutor.info/Biblioteca/
HistoriaLocucaoEsportiva.doc, acesso em:
4.jan.2013).
No Rio de Janeiro, as rádios Globo e Tupi. Em São
Paulo, a Bandeirantes, a Jovem Pan, a Globo, a Estadão,
a Record, a Tupi. Em Belo Horizonte, a Rádio Itatiaia. Em
Porto Alegre, Farroupilha, Gaúcha e Guaíba. Em Recife,
a Rádio Jornal do Comércio. E, em Curitiba, a Clube
Paranaense. Essas emissoras gravaram sua marca na
história do rádio esportivo brasileiro.
A Importância do Comentarista, do Repórter de Campo e do Plantão Esportivo
Comentarista Mario Moraes e repórter Roberto Silva. Fonte: terceiro tempo.bol.uol.com.br
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
32
Para se medir a importância das transmissões de
rádio, na década de 1950, postamos abaixo um anúncio
publicado na FSP, anunciando o jogo.
Anúncio no jornal Folha de S.Paulo. Fonte: cacellain.com.br
A velocidade com que era transmitida uma partida
de futebol exigia “tomadas de fôlego” estratégicas
do narrador. Mas ainda não havia esse complemento.
Para isso, foram criados os repórteres de campo e o
comentarista e o plantão esportivo. O repórter completava
a informação do locutor. Ao comentarista, cabia passar
informações técnicas e táticas de como cada equipe estava
se comportando dentro do campo. O plantão esportivo
noticiava os resultados das demais partidas da rodada e
de outros acontecimentos esportivos ou de interesse do
público.
Uma falta mais dura ou duvidosa é motivo para acionar
o repórter e, depois, pedir a opinião do comentarista. Isso
faz com que o narrador consiga recuperar as energias para
continuar a transmissão.
Pioneirismo Também no Automobilismo
A criatividade sem limites de Leonardo Gagliano Neto
confirma que ele chegou a transmitir “corrida de carros”
no Rio de Janeiro. Foi no circuito da Gávea, em 1934.
Várias pessoas da sua equipe posicionaram-se ao longo
do circuito e, por telefone, passavam as informações
mais importantes da prova, prontamente retransmitidas
por Gagliano Neto. Era a primeira transmissão de
automobilismo feita no Brasil.
Fonte: blogdojovino.blogspot.com
Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
Fórmula 1 Compete com o Futebol
A partir dos anos 1970, um piloto brasileiro aventurou-
se na Europa para correr na principal categoria do
automobilismo, a fórmula 1. Por causa do seu talento
e insistência, começou a dar certo. Em 1972, Emerson
Fittipaldi ganhou o titulo mundial, e o automobilismo,
leia-se F1, provou que nem só de futebol vivia o esporte
brasileiro. E, mais uma vez, a Rádio Jovem Pan/SP foi a
primeira a acreditar.
Wilson Fittipaldi, o Barão, pai de Emerson, empunhou
o microfone para transmitir para todo o Brasil as façanhas
do filho. E daí por diante foram surgindo novas gerações
e pilotos também campeões, como Nelson Piquet e Ayrton
Senna. No Grande Prêmio da Itália, em 1972, o Barão teve
a honra de narrar a prova que deu o primeiro título ao filho.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
33
Não conseguiu segurar a emoção e entregou o microfone
ao então comentarista Orlando Duarte. Nos dias de hoje,
a emissora que mais dá cobertura ao automobilismo é a
Rádio Bandeirantes. O Barão de Fittipaldi faleceu em 11/
março, aos 92 anos.
Chavões do Futebol
Para dar maior identidade e trazer o torcedor para mais
perto das transmissões, os locutores esportivos, tal qual
o jornalismo esportivo impresso, criou apelidos e chavões
nas transmissões do rádio esportivo. Eis alguns dos mais
significativos exemplos:
Leônidas da Silva, o Diamante Negro. Capa do livro sobre biografia de Leônidas da Silva. Autor: André Ribeiro. Editora: Cia. das Letras (2010).
Kleber, do Grêmio = Gladiador
Adriano, ex-Flamengo = Imperador
Pelé = Craque Café / O Rei do Futebol / Atleta do Século
Luís Fabiano, do São Paulo = Fabuloso
Abreu, do Botafogo = Loco Abreu
Roberto, do Vasco = Roberto Dinamite
Zico, do Flamengo = Galinho de Quintino
Sócrates, do Corinthians = Doutor Sócrates
Frases de Efeito
Os locutores mais românticos, como Fiori Gigliotti, o
poeta da locução esportiva, criaram frases de efeito que se
tornaram a marca registrada de cada um deles. Vejamos:
Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo = Fiori
Giglioti.
O tempo passa... Placar no Pacaembu: Corinthians 1;
Palmeiras também 1 = Edson Leite.
Ripa na Chulipa, pimba na gorduchinha = Osmar
Santos.
É fogo... é gol! = Fiori Giglioti.
Sócrates, o moço que veio de Ribeirão Preto = Fiori
Giglioti.
Vamos nessa! Você quer que eu confirme o tempo de
jogo? = Nilson César.
O que vale é bola na rede! O chavão mais bonito do
gol, criado por Enio Rodrigues.
Enio Rodrigues. Foto: Arquivo RB/840
O Melhor e Mais Completo Locutor Esportivo
Pedro Luiz, talvez o mais completo locutor esportivo do
rádio brasileiro em todos os tempos, não tinha o hábito
de usar chavões nem frases de efeito. Narrava sempre em
ritmo pausado, sem gritar, mas sempre em cima do lance,
procurando imprimir uma dinâmica de jogo, colocando o
ouvinte dentro do jogo.
Pedro Luiz Paoliello. Fonte: blogdoronco.blogsport.com
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
34
Barbeiro e Rangel (2006) registram várias expressões
e gírias utilizadas na linguagem de várias modalidades
esportivas, a partir da pagina 127.
Vinhetas Sonoras
Nos primórdios das transmissões esportivas, Ary
Barroso foi o primeiro a se utilizar dos sons musicais
para diferenciar o seu trabalho dos demais concorrentes.
Ganhou o apelido de Homem da Gaitinha.
http://www.arybarroso.com.br/sec_musica_letra_
obra.php?language=pt_BR&id=465
Ary Barroso. Fonte: lastfm.com.br
Transmissões com Mais Ritmo e Beleza Sonora
As vinhetas foram criadas para dar um brilho especial
às transmissões. Elas são usadas para referendar os
patrocinadores, após o gol, para informar tempo de jogo,
plantão esportivo, no início e final da partida e durante
ocasiões especiais. Todas as emissoras que transmitem
futebol deram ritmo às transmissões por meio das vinhetas
especiais.
Show de Rádio: um Capítulo à Parte nos Anos 1970
O maior sucesso do rádio esportivo no pós-jogo foi criado
por Estevam Sangirardi e uma grande equipe: Eduardo
Leporace, Douglas Rasputin, Nelson Tatá Alexandre,
Serginho Leite, Carlos Roberto Escoba, Chiquinho Ferrão,
Odair Batista, Weber Laganá, entre muitos outros. Era
uma sátira, utilizando uma linguagem descontraída e com
imitações perfeitas de pessoas importantes do nosso meio
político e artístico e do próprio futebol.
Foram criados também personagens identificados
com os grandes clubes paulistas. Comendador Fumagalli,
Noninha, Lord Didu du Morumbi, Waldemar Fiume, Joca,
Pai Jaú, Nega, Bode Baltazar. Dentro do Show de Rádio, à
parte, Odayr Batista criou a hipotética Rádio Difusora de
Camanducaia, uma emissora autenticamente do interior.
Um dos slogans era: “Camanducaia é rádio, o resto é
autofalante”. Havia dois locutores apenas: Alberto Neto e
Alberto Jr.. Odair Batista, radialista de Poços de Caldas,
fazia trocadilhos infames, mas engraçados, e decidiu criar
slogans e anúncios comerciais da cidade.
O Show de Rádio começou na Jovem Pan, passou pela
Bandeirantes e fechou o ciclo na Rádio Gazeta. A Rádio
Camanducaia, com seu humor inteligente e irreverente,
deixou um legado importante na história do rádio esportivo
brasileiro.
Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
Terceiro Tempo: Outra Inovação da Rádio Jovem Pan
Com o fim do Show de Rádio, a Jovem Pan correu atrás
de um programa que pudesse substituí-lo com sucesso.
Surgiu assim a ideia do Terceiro Tempo, com entrevistas
com os jogadores após a partida, muitas informações
do plantão esportivo, comentários dos diversos jogos
da rodada, enfim, muitas atrações, todas ao vivo e com
bastante dinamismo. E quem iria apresentar o programa?
Estava ali mesmo no plantão esportivo: Milton Neves.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
35
Esse regime matrimonial poderá provir de lei ou de
convenção.
Atualmente, o programa é apresentado na Rede
Bandeirantes de Rádio e de Televisão e resiste por mais
de três décadas. As demais emissoras que transmitem
futebol produzem e apresentam programas mais ou menos
baseados no Terceiro Tempo.
Fonte: terceirotempo.bol.uol.com.br
Fonte:http://www.locutor.info/Biblioteca/HistoriaLocucaoEsportiva.doc
No mundo das comunicações, a década de 50
é marcada pelo aparecimento da televisão, que
se torna concorrente do rádio, obrigando-o a se
adaptar às novas condições. Nesse período ocorre
uma migração do rádio para a televisão, não só
de profissionais como do estilo de programação
e de narração. Um belo exemplo da função que
o rádio adquiriu nesse período lê-se em um
artigo escrito pelo cantor e compositor Chico
Buarque, para o jornal O Estado de São Paulo, a
respeito de como foi ouvir a Copa/50 pelo rádio.
Na época, Chico Buarque tinha 6 anos de idade.
Segundo ele, a emoção vinha do “Maracanã,
recém concluído, o maior estádio do mundo,(...)
a primeira maior coisa do mundo que faziam no
Brasil, e a molecada enchia a boca para falar
ÔMaracanãÕ...”. A verdadeira Copa, para quem
morava em São Paulo, chegava pelas ondas da
Rádio Pan-Americana/Jovem Pan. “Mais que o
locutor, era o eco do Maracanã quem narrava o
jogo. No dia em que perdemos a Taça para o
Uruguai, claro que desliguei o rádio e taquei a
culpa no Maracanã” (Fonte: http://www.locutor.
info/Biblioteca/HistoriaLocucaoEsportiva.doc,
acesso em: )
Outra Inovação: FM no Rádio Esportivo
A Rádio Transamérica/FM foi pioneira na transmissão
esportiva pelo rádio FM, por intermédio do locutor Eder
Luiz, que veio de Marília. Antes, ele passou pela Rádio
Bandeirantes, onde se especializou em F1. Eder Luiz e
sua equipe narraram, ao vivo, as Copas de 2002, 2006 e
2010. E garantem que estão preparando um trabalho de
alto nível para a Copa das Confederações/2013 e a Copa
do Mundo/2014.
Fonte: Arquivo Transamérica
Última Novidade: uma Rádio Só de Esporte
As emissoras de rádio/FM têm vários tipos de
segmentação, sendo a principal delas a musical, desde
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
36
sertanejo e pagode até música clássica, mas nenhuma
delas só como jornalismo esportivo. Em 2012, o Grupo
Bandeirantes uniu-se ao Bradesco, e no dia 19 de maio
entrou no ar a Bradesco Esportes FM, 94.1 - uma emissora
que só fala de esportes durante 24 horas. Confira mais
informações no site bradescoesportesfm.band.com.br/
Fonte: lorottanews.com e convergenciamidiatica.com.br
VIII. A CONCORRÊNCIA DESLEAL COM O ADVENTO DA TELEVISÃO
“Uma vez eu disse, e muita gente não
entendeu, até me criticou, que o narrador de
futebol tem que ser um animador de auditório,
tem que levantar aquele show. É o caso do
Galvão Bueno. O Galvão, eu sempre digo, não é
um narrador e sim um comunicador.” J. Hawilla,
o mais bem-sucedido empresário dos esportes
brasileiros (fonte: http://www.jornalistasecia.
com.br/protagonista11.htm).
Fonte: cabeçadecuia.com
OS PRIMÓRDIOS DA TELEVISÃO
A televisão brasileira já tem mais de 60 anos. Ao
invés de envelhecer, ela sempre busca se modernizar
técnica e artisticamente. A primeira exibição da TV Tupi
ocorreu em 18 de setembro de 1950, quando, de maneira
estratégica, os diretores das Emissoras Associados de
Assis Chateaubriand espalharam pela cidade de São Paulo
200 aparelhos. Era o termômetro para se saber como seria
a recepção das pessoas para tão grande novidade.
Abaixo, o primeiro logotipo da TV Tupi e uma câmera
sendo testada.
Logotipo e câmera da TV Tupi – Canal 4/SP. Fonte: estadao.com.br
Telejornalismo
O início do telejornalismo no Brasil, com a TV Tupi,
foi complicado. Não havia a exploração da imagem, e o
que se tentava fazer era o rádio na televisão, valorizando
sobremaneira o texto e o desempenho do apresentador.
Alguns anos depois, Heron Domingues transportou o
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
37
Repórter Esso do rádio para a televisão. O noticiário
tornou-se uma das maiores sensações do telejornalismo.
Na época, o apresentador literalmente interpretava o
texto, como um ator, pois não havia a redação, as imagens
gravadas e muito menos o recurso das diversas câmeras
no estúdio.
Heron Domingues e o Repórter Esso. Fonte: r2cpress.com.br
O Jornal Nacional é um marco histórico no telejornalismo
brasileiro. Queira-se ou não, ele virou referência, tornando-
se o horário preferido dos telespectadores que querem
receber informação atualizada.
Logotipo do Jornal Nacional. Fonte: cafecomnoticias.blogspot.com
O nome do jornalista acreano Armando Nogueira
sempre deverá ser lembrado como o grande inovador do
telejornalismo. Não por coincidência, ele veio do jornalismo
esportivo, onde além de reportagens, escrevia uma coluna
no Jornal do Brasil. O JN foi a integração das noticiais, via
satélite, que ele implantou na Rede Globo e que até hoje
é o mais importante telejornal brasileiro. O sincronismo da
imagem com o texto passou a ser uma realidade.
Caminho Perigoso
Passadas quase seis décadas, clichês, lugares-comuns
e repetição. O texto do jornalismo esportivo atualmente
sofre muito com tais problemas, seja na televisão, rádio,
jornal e até mesmo na internet. Cada vez mais, profissionais
confundem estilo com jargões ou acreditam usar um estilo
próprio quando, na verdade, apenas tornam o texto mera
repetição de frases feitas e expressões superadas. Para
evitar seguir tal “tendência” e estabelecer um padrão de
qualidade, o jornalista precisa se apoiar em basicamente
num ponto: criatividade. Um texto criativo e com paixão
(jornalística, não clubística) possui os requisitos básicos
para tornar a leitura prazerosa e informativa. Não
existe uma fórmula do texto perfeito, mas uma idéia é
fundamental na produção de um conteúdo adequado: é
preciso oferecer o máximo de informações de maneira
clara e concisa, de forma que cada linha chame para a
leitura da próxima, assim como cada parágrafo desperte
interesse para o próximo.
Tiago Leifert. Fonte: redeglobo.globo.com
Jornalismo esportivo é uma coisa sem vida,
sem emoção, sem paixão, isto está na matéria do
exame de doping, em uma briga de torcida. Mas
o esporte é legal porque ele diverte, ninguém
assiste ao jogo do Corinthians para se informar,
assiste para se divertir, para torcer, xingar o juiz.
O jornalismo no Globo Esporte estava muito
pesado, eu brinco que a gente estava numa rave
usando smoking. Hoje eu acho que é muito mais
entretenimento do que informação, ele tem um
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
38
peso maior no programa (Tiago Leifert, repórter
do Globo Esporte, apud RANGEL, 2010).
Preto e Branco: As Primeiras Transmissões Esportivas
18 de setembro de1955: a TV Record saía na frente
e realizava a primeira transmissão esportiva de futebol.
Era o clássico Santos e Palmeiras, direto da Vila Belmiro,
justamente no dia em que a TV completava cinco anos de
existência.
Estádio da Vila Belmiro/Santos. Fonte: Arquivo Santos FC
Fonte: blogsestado.com.br
A TV Globo transmitiu seu primeiro jogo em 1965. Veja
a reportagem no site: http://cafehistoria.ning.com/video/
primeira-transmissao-de
Copa 1970: imagens coloridas
A busca pelo tricampeonato mundial de futebol, em
1970, começou em gramados do México em 3 de junho.
E também foi quando o Brasil recebeu o sinal, no sistema
NSTC, convertendo para o nosso (PAL-M), as primeiras
imagens coloridas. Nos jogos do Brasil, os estúdios da
TV Cultura/SP recebiam diversas autoridades, inclusive o
governador Abreu Sodré. A Copa de 1974 foi a primeira
100% colorida, já com transmissões públicas.
A Embratel foi responsável pela canalização de vídeo e
áudio para o Brasil na Copa de 1970. Com isso, a televisão,
de olho no crescimento da audiência e nos anunciantes,
investiu no futebol como uma linguagem de espetáculo.
Para isso colaboram a narração das partidas, em que a
figura do locutor mais se parece com a de um animador,
e o aperfeiçoamento das tecnologias de transmissão, que
avançam a cada dia. A qualidade da imagem tira do futebol
a característica de ser apenas um esporte que ocupa o
lugar de um show. Tornou-se um produto altamente
lucrativo.
Sistema Digital
TV Digital = HDTV - Do inglês High Definition
Television - é um sistema de transmissão com
uma resolução de tela significativamente superior
ao dos formatos tradicionais – NTSC/SECAM/
PAL. Esta tecnologia foi lançada inicialmente
nos EUA durante a década de 1990, por um
consórcio envolvendo AT&T, General Instrument,
MIT, Philips, Sarnoff, Thompson e Zenith (Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o_
de_alta_defini%C3%A7%C3%A3o, acesso em
3.dez.2012).
Informações sobre as imagens em três dimensões:
http://www.oqueeoquee.com/imagens-3d/
Primeiros Programas Esportivos na TV Brasileira
O primeiro programa diário de esportes estreou na TV
Cultura, em 19 de novembro de 1972.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
39
Arquivo Pessoal- PTZ
A foto é da equipe de esportes da TV Cultura nos anos
1970 e 1980.
O programa É Hora de Esporte era apresentado de
segunda à sexta-feira, com 30 minutos de duração. Um
comentário de Paulo Planet Buarque, Orlando Duarte ou Luiz
Noriega abria o programa. Futebol e esportes motorizados
mereciam destaque. Outros esportes também. O programa
encerrava-se com o gol do telespectador, atendendo aos
pedidos feitos por cartas. Credibilidade, informação, e
seriedade foram marcas daquela equipe. Trazia grandes
jogos, os clássicos VTs das noites de domingo, além da
revista eletrônica, Esportevisão, sempre aos sábados. Ou
ainda Esporte Opinião, nas noites das segundas-feiras.
Todas as Copas do Mundo, que depois se tornou um
livro de Orlando Duarte, era uma série especial, feita de
quatro em quatro anos, com convidados, filmes e VTs da
época, relembrando cada uma das Copas realizadas e seus
principais personagens. Os Grandes Momentos do Esporte
também é dos anos 1980.
O Esporte É Espetacular
Em 8 de dezembro de 1973, a TV Globo colocou
no ar o EE – Esporte Espetacular, que veio para inovar
a linguagem esportiva na televisão. A inspiração veio do
programa da rede norte-americana ABC Wide World of
Sports. O programa baseava-se no texto bem-humorado,
procurando atingir o público mais jovem, com clipes,
charges e edições avançadas.
Fonte: Arquivo do Globo.com
Quando, em 1996, o EE passou para as manhãs de
domingo, privilegiava uma transmissão ao vivo, como
Stock Car, fórmula 1, voleibol, futsal, futebol de areia e
vôlei de praia, entre outros. O programa é completado
com reportagens radicais, aventuras, quadros especiais,
além dos esportes que fazem parte do nosso dia a dia.
Um Show Que Deu Certo
O Show do Esporte era um programa da TV Bandeirantes
com cerca de 10 horas de programação esportiva. Ele
ajudou a transformar a emissora no “canal do esporte”.
Luciano do Valle. Fonte: Arquivo da Rádio e TV Bandeirantes.
A parceria Luqui-Bandeirantes trouxe para
TV Bandeirantes o esporte como principal
atração no inicio dos anos 80. Luciano do Valle
e Francisco Leal (Kiko) promoveram o esporte
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
40
como um todo, inicialmente com o Volei e depois
se estendendo a quase todas as modalidades.
Dois apresentadores anunciavam as
atrações esportivas, entremeadas a breaks
e merchandising, uma atração à parte eram
as telefonistas, que anotavam os pedidos
e reclamações dos telespectadores e ainda
concorriam a prémios.
O programa alcançou ótimos resultados
e marcou época na Bandeirantes. Enquanto
o esporte era uma das atrações na grade da
Bandeirantes, o Show do Esporte era sua
principal atração.
O programa tinha inicio às 10:00 horas
da manhã e terminava as 20:00hs, todos os
domingos. [...] Os eventos eram exibidos linkados
uns aos outros por uma participação ativa de
seus apresentadores, Elis Marina, Simone Melo,
Luiz Andreoli e Silvia Vinhas (Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Show_do_Esporte, acesso
em 11.nov.2012).
Elia Jr. e Silvia Vinhas Fonte: Arquivo Rádio e TV Bandeirantes
As atrações incluíram: Mike Tyson e Maguila
(exclusivos), fórmula Indy (título de Emerson Fittipaldi), a
NBA no Brasil, sinuca de Rui Chapéu, Campeonato Italiano
(Napoli campeão com Careca e Maradona), Campeonato
Brasileiro, Meeting de Atletismo, voleibol brasileiro em
franca ascensão, Mundial de Motociclismo, Gol – O Grande
Momento do Futebol, futsal, Mundial de Futebol Sênior,
Verão Vivo e Apito Final. Teve também a iniciativa de
inserir em sua exibição os famosos merchadisings, que
hoje fazem parte de vários programas esportivos na TV.
Vitória: um Programa Desafiador
Em 1986, nos domingos à noite, a TV Cultura colocou
no ar o programa Vitória, voltado para os esportes radicais.
http://www.youtube.com/watch?v=3JU2_Vg1DEg
Graziela Azevedo. Fonte: skatecuriosidade.com
O programa Vitória foi exibido nos anos 1980 e 1990
pela TV Cultura de São Paulo. Exibia muito pouco futebol
e modificou o jeito de fazer telejornalismo esportivo. Até
hoje influencia muitos programas que estão no ar. Foi
apresentado por Graziela Azevedo e Sandra Annemberg,
hoje na TV Globo.
Programas esportivos diários em horários alternativos: funcionam no velho padrão de ler a notícia
chamando a reportagem. Na volta, a apresentadora
convoca o comentarista para dar sua opinião.
O programa Gazeta Esportiva vai ao ar de segunda a
sexta-feira, às 18h. Apesar de noticiar tudo o que acontece
no mundo esportivo, o foco é o futebol, mostrando o dia a
dia dos grandes clubes. Os comentários – em revezamento
– são de Flávio Prado, Chico Lang e Celso Cardoso.
Outro programa esportivo diário é o Jogo Aberto, um
pouco mais ligado ao debate, justamente para provocar o
telespectador. Na TV Bandeirantes, de segunda a sexta-
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
41
feira, ao meio-dia, uma mulher, Renata Fan, comanda esse
programa, com uma hora de duração.
As mesas redondas ligadas ao futebol começaram
nos anos 1960. A primeira delas, Grande Resenha Facit,
estreou em setembro de1966. Ia ao ar aos domingos, na TV
Globo, a partir das 21h30. Veja só que time de jornalistas
esportivos, comandados por Luiz Mendes: Armando
Nogueira, Nelson Rodrigues, João Saldanha, José Maria
Scassa, Hans Henningen, Vitorino Vieira e o ex-artilheiro
Ademir. Leia mais em http://memoriaglobo.globo.com/Me
moriaglobo/0,27723,GYN0-5273-236422,00.html.
Mesa Redonda da TV Gazeta, a Mais Antiga
Seguindo essa trilha vitoriosa, a TV Gazeta criou, no
dia do aniversário da cidade de São Paulo, 25 de janeiro
de 1970, o programa Mesa Redonda Futebol Debate, que
resiste até hoje. Era uma segunda-feira, Hoje, com o dia
alterado, vai ao ar domingo à noite, comandada por Flávio
Prado.
Fonte: telesporte.wordpress.com
Nos canais abertos, temos ainda o Terceiro Tempo,
que continua também no rádio esportivo e levou para a
televisão o mesmo nome e mesmo apresentador: Milton
Neves. É transmitido aos domingos, logo após o futebol, na
TV Bandeirantes. Trabalha no mesmo estilo do programa
da TV Gazeta, com debates/entrevistas com convidados e
os gols da rodada.
Foto: Arquivo TV Bandeirantes
Canais por Assinatura Também Falam de Esporte
Nos canais fechados, uma mesa redonda mais
modernizada é apresentada no SporTV, todas as segundas-
feiras: o programa Bem, Amigos!, com Galvão Bueno ou
Luís Roberto.
Foto: Arquivo SporTV
O programa tem jornalistas esportivos fixos e sempre
um ou dois convidados especiais. São editados belos
clips, e há sempre uma atração musical. Transmitido às
segundas-feiras, às 21 h, é o programa de maior audiência
da TV paga.
Fonte: espn.estadao.com.br
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
42
Já a ESPN tem Linha de Passe, comandado por João
Palomino e com a presença de ilustres convidados para
debater o esporte. Linha de Passe está no ar praticamente
desde que a ESPN iniciou seus trabalhos no Brasil.
As Três Fases dos Gols do Fantástico
Fernando Vanucci, Léo Batista e Tadeu Schmidt. Fotos Arquivo Globo.com
Os Gols do Fantástico começaram com Léo Batista,
passaram por Fernando Vanucchi e chegaram até hoje
com Tadeu Schmidt. Foram fases distintas. Com Batista,
a leitura era concisa e séria. Mas o Fantástico queria os
gols de uma maneira mais leve e descontraída: veio o “alô,
você” de Fernando Vanucchi, uma novidade para a época.
Com a saída de Vanucchi, na gestão do diretor Luiz
Fernando Lima, foram feitas várias tentativas, inclusive
com a volta de Léo Batista, com Glenda Kozlowski e com
Tino Marcos. Até que surgiu uma estrela em ascensão,
Tadeu Schmidt. Ele, a equipe de editores e a ligação direta
com todas as emissoras da TV Globo deram certo. Não
somente o gol é valorizado como sempre há algo mais.
Lances bizarros, gols perdidos, grandes defesas. É a busca
pelo entretenimento.
Schmidt quer sempre inovar, usando gráficos, tira-
teima, replays e charges. E essa busca pela renovação
ganhou vida com a chegada de Tiago Leifert, apresentando
e comandando o Globo Esporte desde 2009. A busca final
da proposta era recuperar a audiência do GE, que estava
em forte queda. As pesquisas indicavam que o público que
assistia ao programa não tinha idade superior a 14 anos.
VIII. JORNALISMO ESPORTIVO NO BRASIL: A COBERTURA DAS DIVERSAS MODALIDADES
Com os oito títulos de pilotos brasileiros na fórmula
1 (Fittipaldi, Piquet e Senna), e mesmo o título inédito
de Fittipaldi na fórmula Indy, o automobilismo concorreu,
desde os anos 1970, e ainda concorre, mesmo após a morte
trágica de Ayrton Senna, com a audiência do futebol. As
tradicionais manhãs e madrugadas de domingo, por causa
do fuso horário, sempre obtêm índices bastante aceitáveis,
mas nunca alcançando o patamar atingido pelo futebol.
Tem um público fiel, exigente e que reclama muito quanto
Galvão Bueno, Reginaldo Leme, Luciano Burti, Mariana
Becker ou Carlos Gil cometem alguma gafe durante a
transmissão. A comercialização que a TV Globo consegue
(seis patrocinadores e um TOP 5, além de um intervalo
com anunciantes diferentes daqueles que compraram os
direitos) supera muitos milhões de reais.
A primeira transmissão de uma corrida de F1 no
Brasil foi feita pela TV Globo, com imagens geradas pela
TV Gazeta. A prova não valia pontos para a temporada,
disputada no circuito antigo de Interlagos. Narração de
Júlio De Lamare e comentários de Giu Ferreira. Vitória do
argentino Reutemann.
Primeira prova de F1 no Brasil. Fonte: nobresdogrid.com.br
Mas não é só da TV Globo que vive a fórmula 1.
Rádio Globo, Rádio Bandeirantes, Transamérica FM e
eventualmente Rádio Jovem Pan compram os direitos
e transmitem toda a temporada. Desde 1970, vários
locutores, repórteres e comentaristas especializaram-se
no esporte da velocidade. Vamos conhecer alguns deles,
começando pelo pioneirismo do pai de um campeão.
Wilson Fittipaldi - Sempre foi apaixonado por
carros e motos. Nos anos 1930, já era locutor. Também
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
43
conhecido como Barão, trabalhou na Rádio Jovem Pan.
Organizou provas de carros e motos, acompanhando de
perto tudo que acontecia no Autódromo de Interlagos.
Como piloto, participou de várias provas, em algumas,
também como repórter. Em 1972, seu filho, Emerson
conquistou para o Brasil, o primeiro título mundial. A
corrida decisiva aconteceu no GP da Itália. Wilsão, como
também era chamado, não conteve a emoção, entregando
o microfone ao comentarista Orlando Duarte para finalizar
a transmissão.
VT do GP de Monza – Emerson campeão, com narração
de Wilson Fittipaldi: http://sportv.globo.com/videos/linha-
de-chegada/v/radialista-e-pai-de-emerson-fittipaldi-narra-
o-primeiro-titulo-do-filho-na-formula-1/1624193/ Cortesia
do programa Linha de Chegada/Sportv e Rádio Jovem Pan
Galvão Bueno - É o principal nome da locução
esportiva brasileira e também titular da F1. Narra com a
mesma desenvoltura e competência (apesar dos exageros)
uma Copa, uma Olimpíada e a fórmula 1. Logo após o
Mundial da Espanha/1982, tornou-se o titular na emissora,
com a saída de Luciano do Valle. Em 1992, Galvão deixou
a Globo para atuar na Rede OM (atual CNT). O sucesso
nas transmissões da Taça Libertadores daquele ano fez
com que ele voltasse à Globo.
Galvão Bueno: um tributo a Ayrton Senna: http://www.
youtube.com/watch?v=u-OnH-ZWxSM
Éder Luiz - Além de ser o pioneiro da fórmula 1
no rádio FM, Eder Luiz já narrou mais de 200 grandes
prêmios. Seu primeiro microfone em São Paulo foi a Rádio
Bandeirantes.
Reginaldo Leme - Depois de rápida passagem pela TV
Cultura, Reginaldo está desde 1972 na fórmula 1. Esteve
presente nas oito conquistas mundiais dos brasileiros,
e, segundo contagem recente, já acompanhou mais de
450 GPs. O começou foi em jornal, no Estadão, em 1968,
e desde 1978 é contratado da TV Globo. Comenta as
transmissões da Stock Car e comanda o Linha de Chegada,
programa semanal do SPORTV. Continua colunista do
Estadão. Autor de furo mundial, com a reportagem das
trapaças da Renault/Nelsinho Piquet/Flavio Briatore.
Fábio Seixas - Está na Folha de São Paulo desde 1995
e no automobilismo desde 97. Cobriu duas temporadas da
fórmula Indy e entrou na cobertura da fórmula no final
de 1998. Trabalhou para dois veículos, Folha de S. Paulo
e Rádio Bandedirantes. Desde 2004, assina uma coluna
semanal de automobilismo na Folha. Em 2006, criou e
mantém um blog sobre o esporte da velocidade.
Direitos de Transmissão
A TV Globo detém todos os direitos dos torneios
nacionais e internacionais de voleibol. Aos sábados e
domingos pela manhã, quando não há prova da fórmula
1, não é incomum haver transmissões do voleibol. O
mesmo nas madrugadas, quando o Brasil está disputando
competições no continente asiático. Quando isso não
é possivel por causa de outros compromissos com a
programação, o SporTV transmite a competição na
íntegra. O futsal, nas decisões de campeonatos mundiais,
brasileiros e sul-americanos, já ganhou a preferência da
emissora. Se o futebol tem Neymar, o futsal tem Falcão.
Não podemos nos esquecer do vôlei de praia e do futebol
de praia. A TV Globo sempre mostra ao vivo as finais
desses torneios.
X. O FUTEBOL E O JORNALISMO ESPORTIVO NO BRASIL
O escritor Graciliano Ramos, autor de Vidas Secas e
Memórias do Cárcere, foi infeliz quando tentou fazer
uma previsão: “o futebol é fogo de palha” ou, ainda “o
futebol não pega, tenham certeza”. Como até os gênios se
equivocam, o futebol tornou-se, não só no Brasil, mas em
quase todos os países do mundo, o esporte das multidões.
De quatro em quatro anos, disputa-se a mais importante
competição esportiva, a Copa do Mundo, reunido as 32
melhores seleções do planeta. Em 2014, será a vez do Brasil
– pela segunda vez – organizar o evento. Nada mudou. A
TV Globo deterá os direitos exclusivos, repassando-os à TV
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
44
Bandeirantes. Ao que tudo indica, a TV Record e demais
concorrentes ficaram de fora.
A Rede Globo detém os direitos exclusivos dos principais
eventos ligados ao futebol: Campeonato Brasileiro,
Copa Sul-Americana, Copa do Brasil, Copa Libertadores,
Champions League, Mundial de Clubes e amistosos da
Seleção Brasileira.
Transmissão do Futebol em TV Aberta
Fonte: blogdopaulocesar.wordpress.com.br
Para os amistosos e eventos da Confederação Sul-
Americana de Futebol (Libertadores, Copa América,
Eliminatórias e Taça Sul-Americana), os direitos são
vendidos para a TV Globo. Nos canais fechados, a
Libertadores e a Sul-Americana pertenciam à Fox Sports.
Foi feito um acordo recentemente: a Fox abriu mão dos
direitos da Copa Libertadores, e o SPORTV, em troca,
cedeu a Copa do Brasil ao canal americano. No caso dos
torneios oficiais da Federação Internacional de Futebol e
Associados (FIFA), Copa das Confederações e Copa do
Mundo, há um processo de licitação para todas as mídias
– inclusive para o rádio - que não entra na negociação
dos torneios brasileiros. Seja em TV aberta ou fechada, há
muitas edições da Copa do Mundo, as Organizações Globo
são detentoras dos direitos de transmissão, optando por
repassá-los ou não para outras emissoras.
Fonte: copadomundo.uol.com.br
Das três Copas deste século, a Globo transmitiu
com exclusividade a do Japão/Coréia/2002 e a da
Alemanha/2006. Em 2010, repassou os direitos para a TV
Bandeirantes, sua parceira há muitos anos. A de 2002 foi
sucesso publicitário e de audiência, na medida em que o
time brasileiro partia em busca do pentacampeonato.
Logotipo FIFA. Fonte: brasilescola.com
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2006
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
45
Já na Alemanha/2006, a Seleção Brasileira era ampla
favorita, mas decepcionou. Entre as emissoras fechadas,
houve o repasse para o SporTV e a BandSports, do Grupo
Bandeirantes.
Logotipo oficial da Copa de 2014. Fonte: Portal da Copa
A TV Record tentou comprar os direitos em 2010, mas
FIFA/CBF não permitiram. A Globo repassou à Bandeirantes
o direito de transmissão, assim como o da Copa das
Confederações. Com a Copa do Brasil ocorrendo em 2014,
só se sabe que a TV Globo será uma das exibidoras.
O Futebol nas Quartas-Feiras na TV Globo
Embora até mesmo torcedores reclamem do horário,
outra grande jogada da TV Globo é o futebol de todas
as quartas-feiras. Seja Libertadores, Brasileirão, Copa do
Brasil, amistosos da Seleção, o público já se acostumou
com esse horário. Como já disse José Bonifácio, durante
muitos anos o todo-poderoso da TV Globo, “televisão é
hábito”. O telespectador sabe que o futebol é naquele
dia e naquele horário, independentemente de qualquer
fato. Foi criado o hábito do futebol às quartas-feiras, e o
telespectador se acostumou. Com tudo isso, a TV Globo,
cada vez mais, distancia-se das concorrentes em termos
de audiência esportiva.
O esporte mais popular do mundo: http://www.
oxgrupo.com.br/ox-grupo-noticia-OX_Grupo-Futebol__O_
esporte_mais_popular_do_mundo_-160
Você pode pesquisar muitas informações no site acima
sobre o esporte mais popular do mundo.
A FIFA Tem Mais Filiados que a ONU e o COIA Fifa conta hoje com 204 filiados, contra
192 da Organização das Nações Unidas (ONU)
e 202 do Comitê Olímpico Internacional (COI).
[...] Entre os 204 filiados, há as Ilhas Faroe,
uma possessão da Dinamarca, e a Palestina,
que oficialmente ainda não é um país. Ilhas
Turks e Caicos, Montserrat, Ilhas Cook, Samoas
Americanas e Macau também são outros
membros que disputam as competições da
entidade máxima do futebol, mas que não
participam da ONU.
Mas não foi só com “seleções lado B” que
a FIFA levou vantagem. A Suíça, que já foi
sede de Copa do Mundo (em 1954), não era
filiada à ONU- por uma decisão política, para
preservar a tradicional neutralidade do país. Isso
somente aconteceu em 2002. (Fonte: http://
mundoestranho.abril.com.br/materia/e-verdade-
que-a-fifa-tem-mais-filiados-que-a-onu, acesso
em 11.jan.2013)
Como o futebol chegou ao Brasil? Confira no site:
http://www.portal2014.org.br/noticias/81/O+FUTEBOL+C
HEGOU+AO+BRASIL+EM+1874.html
A Importância do Jornalismo Esportivo no Brasil
O jornalismo esportivo na televisão foi ganhando
espaço e tempo na medida em que o futebol, a Fórmula
1, o voleibol, entre outros, foram ganhando títulos,
criando os seus ídolos. Existem telejornais especializados
e diários, noticiário esportivo nos principais telejornais,
novos programas incluídos na grade de programação
(Corujão no Esporte é o mais recente). O avanço da
tecnologia começou a permitir transmissões gravadas
ou ao vivo de eventos esportivos. Nas redações, surgiu
um departamento de esporte, igualzinho aos outros. Há
redatores, editores, chefes e repórteres na cobertura
diária. Mais recentemente, o esporte na TV Globo passou
de Departamento para Central Globo de Esporte, no
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
46
mesmo nível do telejornalismo. Saiu Luiz Fernando Lima,
que por muitos anos comandou o setor com competência
e criatividade, e entrou Renato Ribeiro, homônimo do
repórter esportivo.
Segundo Clóvis Rossi (in DIMENSTEIN; KOTSCHO,
1990,
reportagem é uma coisa paradoxal, por se
tratar, ao mesmo tempo, da mais fácil e da mais
difícil maneira de viver a vida. Fácil porque, no
fundo, reportagem é apenas a técnica de contar
boas histórias. Todos sabem contar histórias.
Se bem alfabetizado, pode-se até contá-las em
português correto e pronto: está-se fazendo
uma reportagem, até sem o saber. Difícil porque
o repórter persegue esse ser chamado verdade,
quase sempre inatingível ou inexistente ou
tão repleto de rostos diferentes que se corre
permanentemente o risco de não conseguir
captá-los todos e passá-los todos para o leitor.
Critérios da FIFA Para as Transmissões
Para se ter uma pequena ideia, quem assistiu à final
do Mundial Interclubes entre Chelsea e Corinthians pôde
perceber que a FIFA esconde determinados lances do
telespectador: coisas comuns no Brasil, como violência,
invasões de campo, erros na marcação de impedimentos
ou qualquer outro tipo de ação que possa prejudicar o
espetáculo, com certeza não serão mostradas, ou não
exaustivamente. Você viu a repetição do lance do zagueiro
inglês Cahill, depois de uma entrada em Emerson?
Ninguém viu, pois os homens da FIFA não deixaram. É
um procedimento até comum nos campeonatos europeus,
mas bastante discutível. Na decisão da Copa Sul-Americana
entre São Paulo e Tigre, muitos lances de violência e
indisciplina precisaram ser mostrados, justamente para
realçar a decisão do árbitro em terminar a partida e
declarar o São Paulo campeão. Afinal, os argentinos não
voltaram para jogar o segundo tempo.
Esporte na TV: Brasil Cresce, mas EUA São Imbatíveis
Tão diferentes em termos econômicos, Estados Unidos
e Brasil são países com uma característica cultural em
comum: a paixão por assistir esporte na TV. Leia o texto
completo para entender a comparação: http://veja.abril.
com.br/noticia/esporte/esporte-na-tv-brasil-cresce-mas-
eua-ainda-sao-imbativeis
Como funciona a câmera-aranha que será usada na
Copa do Mundo? Conheça a tecnologia disponível na
Europa que está sendo preparada para invadir os gramados
brasileiros na Copa/2014. Leia em: http://www.tecmundo.
com.br/infografico/11414-como-funciona-a-camera-
aranha-que-sera-usada-na-copa-do-mundo-infografico-.
htm#ixzz2FdTjYkG0
Fonte: Vision Research
A Importância do IBC e o Delay na África do Sul
O IBC (Intercontinental Broadcast
Corporation – Centro de Intercontinental de
Imprensa) terá papel fundamental para a mídia
global e as emissoras nacionais também poderão
se beneficiar do Centro de Imprensa. O local
captará todas as imagens do evento repassado-
as às emissorra detentoras dos direitos de
transmissão. Os equipamentos serão de última
geração.
Se por um lado o avanço da tecnologia traz
uma série de benefícios aos apaixonados por
futebol, por outro esse progresso ainda deixa
a desejar quando o quesito é a emoção em
sua essência. Um problema das transmissões
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
47
em alta definição durante os jogos em solo
sul-africano foi o atraso (delay) com que o
sinal chegava aos televisores. Quem tinha
televisão e sinal analógicos comemorava o gol
antes de quem via tudo em HD. Fonte: http://
www.istoe.com.br/reportagens/119552_
A+COPA+MULTIPLATAFORMA, acesso em
14.out.2012.
Conheça algumas das exigências da FIFA para a
cobertura da imprensa nos estádios da Copa: http://www.
videolog.tv/video.php?id=607390
Transmissão Esportiva da TV Globo
Todo apaixonado pelo esporte sempre quer saber como
é uma transmissão de futebol da TV Globo, o carro chefe
da Central Globo de Esportes. Até 1987, as transmissões de
futebol eram realizadas pela Central Globo de Produção e
não pela equipe de esportes. Leia mais sobre as descrições
e informações de como acontece um transmissão esportiva
da TV Globo: http://globoesporte.globo.com/platb/
fabiobrandao/2010/09/09/e-ao-vivo-que-o-bicho-pega-
cap-1-antes-do-show/
Cada emissora, no entanto, tem o seu jeito de
trabalhar, de dirigir e comandar o evento. Isso faz com
que a linguagem visual e sonora seja bem diferente de
uma para outra. No Campeonato Brasileiro de 2004, a TV
Globo utilizava cerca de 10 câmeras. Por numeração, as
câmeras 1 e 2 (em plano geral) praticamente comandavam
a transmissão. As demais produziam imagens com outro
enfoque, como replay de um lance violento ou duvidoso.
As gruas, por exemplo, dão uma dimensão diferente em
um lance de gol. O telespectador tem a oportunidade de
ver o gol como se estivesse por trás, num giro de 90 graus.
Em 2009, além da estrutura anterior, foram
acrescentadas as chamadas câmeras de impedimento.
Outras três câmeras, posicionadas fixas no gramado, ficam
encarregadas de mostrar as reações do público nos lances
mais agudos. No conhecido ângulo invertido, uma câmera
mostra o lance de um gol visto do outro lado do gramado.
Dentro da meta, microcâmeras também mostram o tento
ao nível do gramado, com uma visão completamente
diferente.
Durante a Copa de 2006, na Alemanha, a FIFA exagerou
apresentando uma série de inovações, instalando até
microfones unidirecionais e até 31 câmeras para não perder
nenhum lance da partida. Hoje em dia, a TV Globo adquiriu
um status que lhe permite usar mais de 30 câmeras em
um só evento, dependendo da importância. Como maior
novidade, a emissora foi a primeira broadcaster na América
Latina a adquirir o sistema I-MOVIX X10 de streaming
contínuo em ultra slow motion. A emissora irá adicionar o
X10 como um complemento de seus sistema nas jornadas
esportivas.
Fonte: http://www.panoramaaudiovisual.com.br/2012/09/07/tv-globo-vai-utilizar-tecnologia-i-movix-x10-em-cobertura-de-eventos-esportivos/
XI. PROJEÇÕES: O FUTURO DO JORNALISMO ESPORTIVO NO BRASIL – IMPRESSO, RÁDIO, TELEVISÃO E A VILÃ INTERNET
O rádio esportivo foi fundamental para transformar
o futebol em esporte das massas e no mais popular do
país. Passados mais de 80 anos da primeira transmissão
de Nicolau Tuma, o rádio – não só o esportivo – passou
por inúmeras transformações. As narrações foram se
aperfeiçoando e se tornando mais realistas com o advento
da televisão e evoluíram tecnicamente, graças aos
avanços tecnológicos. Antigamente, o locutor era o faz-
tudo. Hoje, tem à sua disposição um operador na cabine
de transmissão, um no gramado e outro nos estúdios.
Tudo isso faz com que o narrador tenha plenas condições
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
48
de desenvolver o seu trabalho e passar para os ouvintes o
melhor do evento.
Se dissermos que a linguagem mudou, está correto.
Expressões que envelheceram ao longo do tempo foram
substituídas por “gírias” atuais, determinando uma
linguagem coloquial que cai bem no gosto do ouvinte.
A estrutura criada por Nicolau Tuma, com pequenas
modificações, permanece inalterada. Mas o rádio esportivo
modernizou-se. Durante as transmissões do domingo, o
esporte abre espaço para o jornalismo – tipo prestação
de serviços. Uma equipe de redação fica atenta para
informar notícias relevantes a qualquer momento, pedindo
espaço para o narrador esportivo. A grande arma do rádio
continua sendo a velocidade. A linguagem de hoje é mais
leve, mais popular, espontânea, dinâmica e vibrante. Se
existisse uma regra básica para os narradores, esta seria
de usar a simplicidade, frases enxutas e corretas.
Fonte: abraconacional.org
O rádio esportivo leva uma grande vantagem sobre
o jornalismo geral, pois os locutores exercitam bastante
o improviso, fato não muito comum em um grande
acontecimento nacional ou mundial, em que os repórteres
precisam praticamente decorar o texto para evitar
erros durante as entradas ao vivo. O ancora também é
uma inovação do rádio esportivo, depois absorvida pelo
jornalismo geral. A Rádio Jovem Pan inovou em 1966,
quando usou o levantamento estatístico dos jogos,
criado pelo comentarista Cláudio Carsughi. Hoje, essa
“matemática do jogo” é usada até de forma exagerada
nas transmissões de televisão.
Em uma transmissão de rádio, os narradores são
sempre alertados para a precisão dos lances, pois, se a TV
estiver transmitindo simultaneamente, não adianta o rádio
falar alguma coisa que a televisão poderá desmentir pelas
imagens. Apesar de todos os concorrentes, principalmente
da internet e da televisão, o ouvinte mais fanático terá
sempre um lugar em seu coração para que o rádio
esportivo possa levar até ele os gols e todas as emoções
de uma partida de futebol.
Na radiodifusão tradicional (AM e FM), a informação
chega por meio de sinais analógicos. Com o rádio digital, os
sinais de áudio serão digitalizados antes de transmitidos,
o que torna possível obter melhor qualidade de som
e aumentar o número de estações no dial. As rádios
AM passariam a ter uma qualidade de som semelhante
à das FMs. Estas, uma qualidade semelhante à dos
CDs. As informações irão chegar pela modulação digital
em letreiros com informações de esportes, economia,
política e previsão do tempo. A digitalização do rádio e
a consequente parceria com novas mídias irão oferecer
melhor interatividade, menos consumo de energia elétrica,
novos negócios e aumento da participação no bolo do
mercado publicitário. O rádio esportivo aguarda com
ansiedade essa nova tecnologia.
Jornalismo Impresso
No site abaixo, você pode acessar um artigo do
jornalista Clóvis Rossi, publicado em março de 2012, que
leva a uma reflexão sobre os dias nebulosos que tem
vivido o jornalismo impresso, afirmando que nem tudo
está perdido. O título é bastante sugestivo: “Acabou o
papel, não o jornalismo” .
Clovis Rossi - Arquivo FSP
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
49
S i te :ht tp: / /www1. fo lha .uo l . com.br/co lunas/
clovisrossi/1062770-acabou-o-papel-nao-o-jornalismo.
shtml
Outros textos para leitura:
Análise de um outsider – José Geraldo Couto: http://
www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/analise_
de_um_outsider
Desafios mercadológicos, auto-regulação e credibilidade
até que ponto? – Wallace Graciano: http://virus-mortal.
blogspot.com.br/
“O jornalista vai ter que se adaptar às novas plataformas”
- Julia Bezerra - entrevista com o jornalista Rafael Sbarai,
da revista Veja: http://www.casperlibero.edu.br/noticias/
index.php/2011/03/21/eldquo;o-jornalista-vai-ter-que-se-
adaptar-as-novas-plataformas-erdquo;,n=4981.html
Depoimento de Paulo Vinicius Coelho a Cássio Borba de
Lucas: http://esportefabico.wordpress.com
Cinco mitos sobre o futuro do jornalismo - Tom
Rosenstiel: “Quanto tempo os jornais impressos
sobreviverão? Os sites agregadores de notícias serão o
futuro? Ou o caminho estaria nos sistemas de pagamento
online (paywalls) – como o lançado pelo New York Times?”
Confira em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/
news/view/cinco-mitos-sobre-o-futuro-do-jornalismo
Novos caminhos: Futuro do jornal impresso exige
modelo híbrido na web – Nelson de Sá - entrevista com
Raju Narisetti, editor digital do Wall Street Journal: http://
www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/61856-futuro-do-
jornal-exige-modelo-hibrido-na-web.shtml
O futuro da TV: o caminho da reinvenção? – Olhar
Digital: http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_
news/noticias/o-futuro-da-tv
Você pretende ser um jornalista especializado em
Esporte? Estágio no programa Craque do Futuro,
do Grupo Lance. Entre no site e faça a inscrição.
Existe uma data limite: http://wp.clicrbs.com.br/
trabalhador/2012/02/14/oportunidades-para-futuros-
jornalistas-esportivos/?topo=52,1,1,,186,13
Projeto Globoesporte.com 2012: programa de
estágio da versão online do programa: http://www.iserj.
net/2012/05/projeto-globoesporte-com-2012/
Pergunta da Revista Veja: o que a Televisão Terá que Fazer para Sobreviver no Futuro?
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Fonte: Revista Veja
Boni: Fazer futurologia é um pouco
complicado. Você sempre acaba atropelado pela
tecnologia. Mas eu imagino que a televisão aberta,
para sobreviver no futuro, ela vai ter que ser
uma televisão mais ágil, mais com transmissões
ao vivo, mais eventos, mais esportes, sobretudo
muito mais jornalismo local, regional. As pessoas
vão querer saber cada vez mais o que passa
perto da sua casa. De forma que, a televisão tem
que mudar, a grade (de programação) já foi pro
espaço, o programa enlatado está fora de moda.
E a gente – se quiser sobreviver, vai ter que
brigar diretamente com as redes sociais, com os
aplicativos móveis ou pelo menos utilizar esses
recursos para fazer uma televisão mais moderna
(BONI..., 2011).
Essa resposta do Boni tem muito a ver com o futuro
do jornalismo esportivo na televisão. Quando ele diz mais
transmissões ao vivo, mais eventos, mais esportes, ele
está se referindo a tudo aquilo que, na TV Globo, responde
por mais da metade do faturamento, só com a fórmula 1
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
50
e o futebol. É preciso acrescentar as Olimpíadas/2016 e a
Copa/2014, cujos patrocinadores não são os mesmos. Boni
prevê que, no futuro, a televisão será o vídeo on demand
(sob demanda), em que o telespectador vai ver o que
quiser, quando quiser. E ainda acrescenta: “A preocupação
hoje é com a parte formal e esquecendo do conteúdo”.
Jornalismo Esportivo, História e Modalidades
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACEESP – Associação dos Cronistas Esportivos do
Estado de São Paulo.
BARBEIRO, Heródoto; RANGEL, Patrícia. Manual do jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2006.
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