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    FISIOLOGIA DA DOR(se eu fosse voc no estudava por aqui)AULA GRAVADA Professora Virgnia Zaia.Humberto Carvalho Carneiro (quem diria!!)

    Ateno:

    - todas as notas em itlico foram feitas especialmente pra voc. Vale a pena conferir.Muitas vezes elas so de coisas que a professora ficou emitindo uns sons engraadssimosenquanto raciocinava, nascendo no final uma linda frase partida que eu juntei. Ser que ela gaga?- Grifadores do meu Brasil: as coisas importantes (pelo menos eu acho que h algumas) jesto em negrito!

    So inmeras as definies de dor que se pode observar ao longo do tempo. Sefizermos uma pesquisa desde a antiguidade at os dias de hoje, veremos que as definiesvariam de povos pra povos, sofrendo influencias culturais. Se consultarmos o dicionrio,veremos tambm definies interessantes: no caso do Webster, por exemplo, dito que a

    sensao dolorosa algo que se sente quando se est ferido mentalmente e fisicamente; uma sensao que causa pena, um sofrimento muito grande, gerando angstia e ansiedade.E, ao contrrio de Epicuro que dizia que a dor corresponderia ao prazer puro, no Webster, possvel ento perceber uma definio que traz uma idia completamente oposta ao prazer.(notem que ela leu a transparncia errado: na transparncia, segundo Epicuro, a ausnciade dor corresponderia ao prazer puro, justamente o contrrio do que ela falou. Mas

    perdoemos).No Aurlio, a definio tambm um pouquinho diferente, se bem que de um modo

    geral todas as definies sintetizam uma mesma sensao. Nele podemos encontrar a dordefinida como um sensao desagradvel, que pode variar em intensidade, extenso,localizao e pode ser produzida por estimulao em terminaes nervosas. A dor (ainda

    segundo o Aurlio) tambm pode estar ligada a um sofrimento moral ou a uma sensao deaflio e de pesar.J o Guyton, que faz uma definio mais fisiolgica (really?), coloca a dor como

    um mecanismo de proteo; e ela realmente o . Essa proteo vai desencadear no nossoorganismo mecanismos que nos fazem reagir ao estmulo causador da sensao dolorosa,afastando-se dele. O que consenso geral entre os autores de livros de fisiologia, que asensao dolorosa, ou a dor de um modo geral, vai sempre apresentar algumascaractersticas comuns que independem do tipo de estmulo que est desencadeando asensao.

    A dor sempre vai estar acompanhada de um estado emotivo, mesmo que ela noesteja atrelada a uma sensao de emoo. Por exemplo um paciente que est expressando

    o uma dor que est sentindo, causada por estimulao direta dos seus mecanorreceptores,seus receptores sensoriais, vai sempre estar expressando uma emoo junto, seja gemendo,seja se expressando atravs de palavras (interjeies ai, ui). Sempre podemos identificar dealguma maneira essa sensao dolorosa acompanhada de um estado ligado emoo,estado este que traduz algo como angstia, aflio, numa condio de aceitao ou rejeio.

    A dor tambm tem como caracterstica a expresso do sofrimento e reaesneurovegetativas que podem variar de intensidade e que por sua vez podem seapresentar na forma de hipertenso, hipotenso arterial. Podemos ento observar pessoas

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    que esto num estado de sofrimento, estados dolorosos, que desmaiam, passam mal devido hipotenso arterial ou mesmo tem picos hipertensivos desencadeados pela prpriasensao de dor.

    Nesses estados neurovegetativos que acompanham essa sensao, que voevidenciar a sensao dolorosa, tambm vamos encontrar: taquicardia; sudorese bastante

    intensa, na maior parte das vezes fria, evidenciando uma atividade simptica intensa; apele branca e mida, que tambm pode estar fria ou quente; modificaes na respirao,com situaes em que se pode observarhipopnia, taquipnia, uma respiraoextremamente superficial; midrase; alteraes gastrintestinais, com pessoas que podemser acometidas, nesses estados dolorosos, porvmitos, diarrias, inibio das secreesdigestivas e excrinas de uma maneira geral; aumento do tnus muscular, que percebido com facilidade pois a pessoa se mantm contrada, tanto que quando se vai fazerqualquer procedimento num paciente com alguma dor ou que cause alguma sensaodolorosa, por menor que seja esta sensao, o indivduo tende a se contrair. Isso observado com freqncia no consultrio do dentista, quando o paciente se contrai e vaidescendo na cadeira, levando o profissional a chamar a pessoa posio inicial correta(olha, vamos levantar, vamos sentar direito). Ns observamos muito (ainda no dentista) opaciente amedrontado, temendo a percepo, a sensao da dor, se contraindo e descendona cadeira.

    A mesma coisa pode ser observada em qualquer procedimento que se faz numpaciente, o qual tende a manter a postura contrada. Por isso, s vezes interessante,durante o exame, que se procure acalmar o paciente, pedindo que ele respire, relaxe,explicando inclusive o que vai ser feitopara que exatamente ele se sinta mais confiante erelaxado. O aumento do tnus muscular ento facilmente identificvel, desencadeando oreflexo de retirada, o que bem caracterstico (quando se vai fazer um curativo, oindivduo tende a se mexer, a retirar o membro ou movimentar a estrutura que est

    recebendo cuidado).A tendncia ao isolamento tambm deve ser percebida, quando a dor no s fsica,

    envolvendo o que poderamos chamar de o forte; o indivduo se isola, fica afastada.Manifestaes locais especficas com expresses faciais caractersticas que foram

    citadas no incio, em que a pessoa geme, emite sons , tentando verbalizar aquela sensaodolorosa, o sentimento diante daquela sensao dolorosa. Na maior parte das vezes hdificuldade ou impossibilidade de conciliar o sono, sendo necessrio muitas vezes o usode medicaes que possam aliviar a sensao dolorosa por um determinado perodo detempo, possibilitando que o indivduo tenha repouso e o sono, que no vai ser pleno, masvai trazer de certa forma, algum alento, algum descanso.

    Os tipos de dor que se pode detectar:A dor trigeminal. Essa dor caracterizada pela localizao, que bem definida,

    bem precisa, com intensidade bastante elevada. O paciente reclama e sabe localizar, sabedizer ao profissional da rea de sade, onde esta dor tem origem, onde est localizada.Normalmente ela acompanhada de lacrimejamento, uma vez que existe uma ramificaodo trigmeo que faz a inervao da rea oftlmica. A dor trigeminal pode ser consideradadiscriminativa, epicrtica porque o paciente localiza, sabe dizer com preciso onde elaest.

    Evidentemente, ela conduzida pelo sistema coluna dorsal-lemnisco trigeminal.Lembrando que todas as vias sensoriais e tambm as vias motoras so constitudas por trs

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    neurnios: neurnio do tipo 1, primrio ou sensorial, neurnio do tipo 2 ou secundrio e oneurnio do tipo 3 ou tercirio. Assim, temos os gnglios trigeminais, que constituem asaferncias trigeminais, as quais fazem sinapse no ncleo do trato espinhal do nervotrigmeo, na regio posterior do tronco. Nesta regio se d a passagem de todo o potencialde ao desencadeado nos receptores (mecanorreceptores, quimiorreceptores,

    termorreceptores, por exemplo) para os neurnios de segunda ordem que aparecem emvermelho na figura. O neurnio de segunda ordem, de diferentes regies do trato espinhaldo nervo trigmeo, cruza para o lado oposto, ascende, formando o lemnisco trigeminalventral. Essas sensaes, a partir da so levadas para a regio do tlamo, no ncleoventral pstero-lateral, onde ocorre a segunda sinapse. O estmulo ento segue at osneurnios de terceira ordem, que levam essas sensaes para reas do crtex relacionadascom a cabea, principalmente com a face. Assim, temos toda a projeo dessa via no crtexsensorial, fazendo com que essa sensao dolorosa seja transformada em percepo.

    A dor trigeminal considerada uma das piores, bastante intensa, lancinante (elafalou lacinante, mas perdoemos).

    pergunta: O que causa essa dor trigeminal?Resposta: s vezes o indivduo pode apresentar esses receptores na superfcie do dente ouem estruturas que compem o dente, que quando so estimuladas por cries ou por contatocom alimentos muito quentes ou excessivamente gelados, determinam a disparada dopotencial de ao. Esse evento ento levado a reas do crtex atravs do sistematrigeminal. Entretanto, h pessoas que apresentam o quadro conhecido como nevralgia dotrigmeo, na qual no se sabe exatamente o que vem a desencadear esses potenciais deao, que so espontneos; talvez a presena de circuitos reverberantes possa levar a essespotenciais de ao espontneos. Normalmente essas pessoas tm que fazer um transecodo tronco do trigmeo ou isolar algumas de suas fibras, porque realmente uma dor muitointensa, que s vezes se projeta no pescoo. O indivduo ento no consegue fazermovimentao de mandbula, o processo de mastigao fica comprometido. Pode haverirradiao tambm para a rea da cabea, acometendo s um dos lados, um dos troncos.Muitas vezes a transeco nica sada, quando a causa aquilo que chamamos de causaidioptica, a qual voc no consegue muitas vezes determinar com preciso. s vezes ela (ador?) pode ser decorrente de um mau cuidado aos dentes ou tambm de fissuras ou canaisdentrios ( aula de odonto ?), mas muitas vezes no se consegue determinar a causa. E apessoa sofre muito, muito mesmo.

    A dor difusa. uma dor em queimao ou queimadura, que pode estar presente emalgumas afeces talmicas. Na maior parte das vezes considerada como uma sensaoque conduzida pelo sistema espinotalmico antero-lateral. considerada no uma dordiscriminativa, mas protoptica e grosseira. Lembrando as vias que levam, que conduzemo tato grosseiro: nele temos tambm um sistema formado por trs neurnios, primrio,secundrio e tercirio. Os neurnios adentram na regio posterior da medula, com primeirasinapse acontecendo na raiz dorsal da substncia cinzenta, ocorrendo depois a transmissoda informao para o neurnio de segunda ordem , que por sua vez vai tambm cruzar parao lado oposto, ascendendo depois ventral ou lateralmente, constituindo o sistemaespinotalmico anterior. Esse sistema recebe tambm o nome de lemnisco espinhal vailevar a sensao dolorosa at reas especficas do tlamo, tambm no ncleo ventralpstero-lateral, onde se d a segunda sinapse e a passagem desse potencial de ao para

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    um neurnio de terceira ordem que vai levar essa sensao para reas do crtex, quando elapassa a ser percepo.

    Uma sensao passa a ser percepo quando se torna consciente. Podemos ver entodiferentes reas de projees corticais: da mo, do tronco, do p, reas que podem tornarconscientes sensaes provenientes de diferentes regies do organismo.

    A dor referida. Dor visceral, ligada a uma estimulao que pode se originar dasvsceras. Tem uma intensidade bastante elevada, mas no localizada com facilidade.Por isso, nem sempre o paciente capaz de dizer onde di, numa sensao difusa da dor,no sabendo especificar o local da dor. Muitas vezes essa dor pode ser percebida numa readistante do local de onde ela se origina. Por exemplo, pessoas com afeces ovarianas, svezes apresentam dores dorsais, dores na regio posterior do trax, sem saber de onde essa dor.

    A hiperalgia (ou hiperalgesia). Nela, a sensao dolorosa no provocada por umestmulo especfico, constituindo uma sensao dolorosa exacerbada, muitas vezesprovocadas por toque ou presso, ou seja, na hiperalgia o indivduo est extremamentesensvel a qualquer estmulo dessa natureza. uma sensao dolorosa exacerbada, oindivduo encontra-se sensvel a qualquer tipo de estmulo, mesmo que seja um estmuloque no cause dor normalmente, por menor que seja, j capaz de produzir uma sensaode desconforto.

    A dor do membro fantasma. O paciente tem a impresso que aquela regio docorpo que passou por uma amputao est coando, est doendo, porque na parte queficou, na regio do coto permanecem terminaes nervosas, as quais passam por umprocesso de cicatrizao. Essas terminaes, s vezes, continuam gerando, por um tempopequeno, o potencial de ao. No podemos esquecer que, muitas vezes, o toque em reasprximas regio amputada desencadeia potenciais de ao que vo seguir pelo sistema deconduo, ou pelo sistema coluna dorsal-lemnisco medial ou pelo sistema talmico ntero-lateral, at o tlamo, a partir do qual continuam sendo levadas para as reas corticais. Entoqualquer toque ou estimulao nas reas prximas s amputaes vo desencadearsensaes nas reas corticais, porque essas regies continuam tendo suas reas projeocortical, mesmo que a estrutura no esteja mais ali. Podemos ter, por exemplo umaamputao no joelho, mas a rea de projeo da perna e do p continuam no crtex. Assimqualquer estimulao prxima poder causar sensaes dolorosas relacionadas com essasreas de projeo. O indivduo ento tem a sensao que aquela parte que no maispertence ao seu corpo coa, di.

    pergunta: Como ele vai sentir, se s tem rea de projeo?Reposta: Sim, s tem a rea de projeo, mas se voc considerar que existe uma rea decicatrizao que est se reorganizando, muitas vezes, isso possvel. Voc tem terminaesnervosas livres no local, passando por um processo de cicatrizao, de reorganizao. svezes o toque e outras estimulaes so suficientes para gerar potenciais que vo atingirtambm as reas de projeo. Voc no pode esquecer que o crebro est em constanteadaptao a coisas novas, a plasticidade cerebral est ligada exatamente a isso. Porexemplo, considerando um animal, um primata, um macaco, se fizermos um mapeamentodas reas de projeo dos dedos, e ensinarmos ele a realizar alguma atividade com a mo,

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    depois que ele consegue realizar essa atividade sem dificuldade nenhuma, podemos fazerum novo mapeamento da mesma rea e perceber que ocorreram mudanas. As alteraesocorreram porque ele criou, desenvolveu habilidades. A cada habilidade que vocdesenvolve, todo processo de aprendizado, leva a mudanas nas reas corticais. Porexemplo, numa pessoa que pinta, que borda, possvel perceber que a sensibilidade que ela

    tem na mo para trabalhar com coisas pequenas, o tato discriminativo vai ser bemdesenvolvido, para o trabalho com coisas pequenininhas que exigem movimentos precisos.Podemos perceber que a rea de projeo da mo dessa pessoa vai ser bem diferente, porexemplo, de uma outra que corta cana ou trabalha na construo civil, que no possui talhabilidade manual. Isso a plasticidade cerebral, que capacidade que o crebro tem desofrer pequenas alteraes, de envolver um maior nmero de clulas na realizao do umaatividade. Considerando por exemplo, uma rea cortical de uma pessoa que faz clnicamdica e comparando-a com a de um neurocirurgio, veremos que elas so bem diferentes.Em relao mo, o neurocirurgio precisa de mais habilidade, de um tato epicrtico bemdesenvolvido e de certa sensibilidade, para o desenvolvimento e o controle de grupospequenos de msculos. Ele tem um sistema piramidal eficiente, que o permite realizar umtrabalho que o profissional da clnica geral no realiza (no desmerecendo asespecialidades, eu acho que cada um tem o seu valor e so extremamente necessrios protodo.O que eu estou querendo chamar a ateno, que um tem a habilidade de realizarum movimento com uma preciso maior que o outro).

    Aqui nesse caso, certo que temos a estimulao de receptores na superfcie dapele, mas quando temos um coto que ainda est se reorganizando e passando por umprocesso de cicatrizao, nesse perodo de regenerao e s at o fim dele possvel teresse tipo de sensao. Vale dizer que esse processo lento, pode levar meses ou mais.

    Nesse momento Patrcia faz um comentrio inaudvel, mas que eu anotei e dizia assim: possvel sentir a dor do membro fantasma tambm devido proximidade das projeescorticais de reas muitas vezes distantes no corpo. Um estmulo na boca, por exemplo, podefazer o indivduo sentir na perna, se as reas da perna e da boca forem prximas.E a professora retruca: , voc tem reas vizinhas, reas que so muito prximas e aestimulao no do corpo, mas da rea cortical daquela estrutura pode ser levada quelaestrutura que no est mais presente.

    A dor miofascial (como podemos constatar, na transparncia tem dor miofacial.Pesquisem qual o certo, escolham um, e coloquem! Eu vou de miofascial). Afeta osmsculos, a fscia ou os dois. Pode ser categorizada, o que feito normalmente em:tenso muscular,espasmo muscular, trauma muscular e deficincia muscular.Envolvem o sistema trigeminal

    A dor Articular. Como o prprio nome sugere, tem origem musculoesqueltica.Sempre vai afetar o sistema muscular, mas principalmente afeta o sistema esqueltico.

    A dor em repouso. Decorre principalmente da ausncia de perfuso adequadados tecidos. Quando se tem um comprometimento na circulao tecidual, esta dor aparece. comum sentir isso no bloqueio da circulao da perna ou brao, por exemplo, ( quandoa gente diz ah, minha perna t dormindo!!) por uma longa permanncia numa mesmaposio por um longo perodo de tempo, comprometendo o circulao no local.

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    A dor por atividade. Tambm causada porcomprometimento vascular. svezes, depois de atividade intensa, a circulao pode estar comprometida, no havendooferta de oxignio e nutrientes adequada para que o msculo realize seu trabalho demaneira efetiva.

    A dor longa. Persiste por um tempo longo e em muitos casos est atrelada amudanas de comportamento. Por exemplo, uma pessoa com um ferimento no p, nodedo do p, na sola do p e passa a andar e pisar de maneira incorreta, com medo demagoar e machucar ainda mais aquela rea lesionada. A dor vai persistir o temponecessrio para que o ferimento passe pelo processo de cura, e vai determinar mudanas decomportamento porque a pessoa assume posturas erradas. Ento no caso do ferimento dop, acaba-se tendo dores na regio da perna ou da coxa. Pessoas que passam por cirurgiasabdominais, por exemplo, que andam curvadas por um perodo considervel para no sentirdor no local, e acabam com dores em outras regies em funo daquela postura.

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    Normalmente no organismo que no tem dor, observamos o que se chama dehomeostase somestsica, que tem o objetivo principal de causar uma sensao deconforto a partir de informaes provenientes de diferentes estruturas receptoras que estodisseminadas, espalhadas no s na superfcie do nosso corpo, mas no seu interior. criadoento um fluxo de informao que vai ser levado at reas especficas do sistemanervoso central que vo manter, ou colaborar para que aquela sensao de confortoseja preservada. Para que a homeostase somestsica acontea tem que haver participaoda conscincia. Por exemplo, se voc est sentado numa posio desconfortvel e mudaessa posio, voc vai adequar o organismo no ambiente onde voc se encontra, exatamentepara que ....ops, a fita acabou!

    LADO B

    Toda vez que esse conjunto de informaes sobre posio corporal, a respeito deconforto, que est sendo enviado pelo sistema de regulao for quebrado, ou de algumamaneira perturbado, teremos o desencadeamento da sensao dolorosa.

    Normalmente essa homeostase somestsica envolve: mecanorreceptores, que soresponsveis pelo tato, pela percepo da presso e da vibrao com a participao dosistema coluna dorsal-lemnisco medial, que leva as informaes do tlamo e da para ocrtex; termorreceptores, responsveis pela captao da temperatura ambiente equimiorreceptores (ela disse que hoje ns no usamos mais estas estruturas? Eu entendibem?), que tem uma participao importante na percepo de alteraes qumicas nasuperfcie do corpo. (Ela mandou ver o esquema que tem a homeostase somestsica, t natranparncia. Nele, percebam o influxo somestsico que leva informaes at o centro

    nervoso que gera o bem-estar).

    Todas as vezes que somos acometidos por sensaes dolorosas, contamos com aparticipao de substncias chamadas substncias algsicas, que so vrias e liberadas nolocal onde ocorreu o evento que desencadeou a reao dolorosa. So substnciasvasoativas que podem alterar o fluxo de sangue no local do estmulo. Podemos citar a

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    histamina, serotonina, bradicinina, que uma das mais poderosas e ons potssio. Essassubstncias so as responsveis pelo desencadeamento da sensao dolorosa. Os receptoresque so envolvidos na percepo dessas alteraes locais que acontecem quando o estmulo aplicado de uma forma mais intensa, quando o estmulo desencadeador da dor aplicadonum determinado local, envolve os receptores termossensitivos, mecanossesnsitivos e

    quimioceptivos (no disse nada com nada, mas tudo bem, perdoemos).Lembrando sempre que essas estruturas receptoras funcionam como transdutoresde energia. So os potenciais de receptores desencadeados pela aplicao do estmulo(potencial gerador) que vo determinar o potencial de ao na fibra nervosa aferenterelacionada com aquela estrutura receptora.

    Existem sistemas chamados Sistemas Especficos da Dor, constitudos por fibrasde conduo rpida, localizados principalmente nas regies posteriores e laterais damedula. Lembrando que aqueles localizados mais lateralmente esto maisrelacionadas com a dor visceral e que fibras grossas conduzem o estmulo de dor para

    reas especficas do tlamo, de onde parte para o crtex para identificao precisa.Aqui, temos a participao do coluna dorsal-lemnisco medial que exatamente a

    via de conduo da dor rpida, aquela que vai permitir a percepo do estmulo compreciso.Temos ali, a percepo de um evento bem especfico, um evento que a gentechama de epicrtico, discriminativo, que vai permitir que o indivduo faa a localizaocom preciso do local onde o estmulo est sendo aplicado.

    Esse sistema especfico da dor um sistema mais recente, que surgiu depois aolongo da escala zoolgica, e o que podemos chamar de sistema filogeneticamentemoderno, ou seja, um sistema de conduo de dor mais aperfeioado porque permite nouma sensibilidade geral ou grosseira, mas uma sensibilidade especfica.

    Temos tambm o sistema inespecfico da dor, no qual participa o sistemaespinotalmico lateral. Fibras difusas levam a sensao dolorosa para a regio de tlamomedial e formao reticular, no mesencfalo, e principalmente no sistema lmbico, que aregio do sistema nervoso que funciona como suporte anatmico para as emoes. Dessasreas, temos a projeo para reas do crtex lmbico, ento, regio do giro do cngulo e dosepto pelcido (eu se fosse voc, confirmava no A.Machado) e lobo frontal, hipotlamo ealguns ncleos relacionados principalmente com atividades motoras bem especficas, como caso das expresses faciais, como o caso do desencadeamento de uma emoo ou dealguma emoo que leve ao choro.

    Aqui temos aquela sensao dolorosa que chamamos de dor grosseira, dorprotoptica, que na maior parte das vezes lenta, difusa e est principalmente ligada sensibilidade visceral e de estruturas profundas do organismo, e que por sua vez vaidesencadear todas aquelas reaes neurovegetativas que foram colocadas no incio da aula,algumas listadas aqui novamente.

    O sofrimento, relacionado com reas do crtex frontal e pr-frontal , que estmuito ligado elaborao do pensamento e raciocnio. Ento muitas vezes no um estmulode superfcie, ou a uma vscera ou qualquer estrutura do corpo, mas a dor desencadeadacom o fato que envolve a emoo, que desencadeia um sofrimento, ligado a uma morte, auma derrota, est no mais to ligado ao componente fisiolgico do indivduo, mas aocomponente psicolgico, mental.

    Alteraes na emotividade so detectados quando esse sistema inespecfico de dorest em atividade, com a participao do crtex lmbico. Temos a expresso da raiva,

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    muitas vezes junto com a emoo, quando a regio da amgdala (corpo amigdalide) acionada. O indivduo muitas vezes expressa a dor com raiva, com choro e as reaesneurovegetativas j vistas.

    No texto que vocs tem, h um esquema, mostrando toda a representao do

    envolvimento dos sistemas especfico e inespecfico.Existem algumas sensaes fisiolgicas que esto bem ligadas dor. o caso das

    coceiras, dos pruridos, devido presena da histamina, principalmente quando h relaocom um processo inflamatrio. A mialgia, com o espasmo muscular, em que temos aparticipao de mecanorreceptores. E a dor projetada, que , na maioria das vezes,determinada pela compresso de fibras nervosas, com formigamentos e sensaes que seassemelham ao choque eltrico (s vezes voc bate com alguma regio do corpo e sentecomo se fosse um choque).

    Existem substncias qumicas do SNC que participam da sensao dolorosa. Algunshormnios so encontrados no trato GI, como: a neurotensina, que no crebro vai atuarreforando as alteraes na liberao de hormnios, como o ACTH, FSH e a prolactina ; asubstncia P, que tambm est bastante relacionada s sensaes dolorosas e tambm produzida no trato GI e a bombesina, por sua vez, uma substncia mais ligada aanalgesia.

    As endorfinas, que so os analgsicos produzidos pelo prprio SNC, tem umaatividade de modular a dor. Da o cuidado na medicao: muitas vezes as pessoas tem ohbito da automedicao, sempre tomando remdios para sanar determinada dor; com isso,ao longo do tempo, ocorre adaptao quela droga e organismo comea a precisar de cadavez maiores concentraes. Essa utilizao contnua, constante, ao longo dos anos, no doportunidade para que as endorfinas produzidas no SNC atuem. O indivduo, s vezes comgrandes doses, bloqueia seu prprio sistema central de analgesia. Esse fato acontece muitocom pessoas que tem dores de cabea, enxaquecas, que tomam grandes quantidades deremdios que no fazem efeito, alm de terem o sistema de analgesia naturalbloqueado pelo prprio remdio. Isso o que podemos chamar de dor rebote, que temessa caracterstica de sempre aumentar. O tratamento dessas sintomatologias inclui muitasvezes a retirada completa para que as endorfinas possam atuar.

    Existem alguns procedimentos que so considerados como sendo da MedicinaAlternativa, como o caso da acupuntura. Nela, h um aumento sistemtico das endorfinas,principalmente no LCR, trazendo sensao de bem-estar, conforto, causando significativadiminuio da dor ou sua extino. A acupuntura h um tempo atrs no era consideradapela medicina, mas hoje ela considerada um procedimento mdico e traz um benefciomuito grande exatamente pelo grande bem-estar que proporciona, pelo estimulo de pontosque propiciam a liberao das endorfinas.

    As endorfinas s so produzidas normalmente quando h um estmulodesencadeador da sensao dolorosa, e tambm tm uma funo de fazer com que, depoisque a sensao passa, ela seja esquecida. Essa funo amnsicapromove o esquecimentodaquela sensao dolorosa, de modo que o indivduo no consegue voluntariamente evocaraquela sensao sem o estmulo. Mesmo quando uma pessoa relata uma cirurgia, umacidente que foi doloroso, a impresso da dor daquela ocasio no representa de fato amemria da sensao dolorosa exatamente.

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    Podemos concluir que a percepo e a reposta a dor envolve a classificao, pelocrebro, de uma infinidade de padres de impulsos nervosos, sendo que esses impulsos sonormalmente provenientes das superfcies corporal ou visceral. Essa classificao funoda capacidade do crebro para escolher e para fazer uma abstrao entre as informaes queele recebe pelo sistema somestsico, pelos sistemas que conduzem a dor at o tlamo. Em

    geral, isso que determina que algumas pessoas tenham maior sensibilidade dor do queoutras. A modalidade da dor muitas vezes expressa uma abstrao da informao, aps elater sido exaustivamente examinada pelo sistema somestsico sensorial completo.

    Porra acabou!! Vou chorar!!! Depois dessa, tenho que vomitar de novo no churrascopra ver se expulsa as mgoas....(brincadeirinha)

    Comentrios pertinentes:1. eu odeio as expresses sensao dolorosa, dor, desencadear, e afins2. desculpem os erros, eu melhorei o mximo que pude.3. depois, ela reclama que o guyton prolixo, repetitivo....se eu fosse colocar todas

    as repeties, j dava um livrinho at grande.4. estou com dor oval (nos ovos), de passar mais de 5h pra passar essa porra5. bom estudo

    Como no poderia faltar, o pensamento do dia:

    A merda feita no retornar ao cu jamais (pensem nisso).