fiscal de contratos administrativos - atribuições

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Aspectos gerais sobre o fiscal de contratos públicos

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  • 05/03/2015 Fiscaldecontratosadministrativos:atribuiesJusNavigandi

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    Aspectosgeraissobreofiscaldecontratospblicos

    AntnioFranadaCosta

    Publicadoem07/2013.Elaboradoem05/2013.

    Agamadeatividadesdofiscaldecontratostempotencialparacausardanoaoerrio,podendoelevirarespondercivil,penaleadministrativamenteeporatodeimprobidadeadministrativa,estandoaindasujeitossanesdosTribunaisdeContas.

    Resumo:Oartigodiscorresobreo fiscaldecontratos:aspeculiaridadesqueenvolvemasuanomeaooseupapelnamaterializaodosobjetivosdalicitaoasuarelevnciaparaafasedeliquidaodadespesa,eparaorecebimentodeobras e servios o sua importncia na aplicao de penalidades ao contratado sua relao com a responsabilidade daAdministraoPblicanoqueserefereaosdbitostrabalhistas e asuaresponsabilizaoemdecorrnciadefalhasnafiscalizao.

    Palavraschave: fiscal, contratos pblicos, liquidao da despesa, dbito trabalhista, recebimento provisrio, sanescontratuais,responsabilizao.

    1.INTRODUO

    O presente trabalho decorreu de um convite feito pela Escola de Formao Complementar do Exrcito, na cidade deSalvadorBA,paraquepudssemosdiscorrersobreopapeldofiscaldecontratospblicos.

    Considerado, namaioria das vezes, apenasmais uma formalidade a ser cumprida durante a execuo dos contratos, afiscalizaodoscontratos temsidorelegadaaumsegundoplano,colocadacomoumaatividadeacessriaquesesomaaoutrasatividadesordinriasdoservidor.

    Noincomumquesenomeieofiscaldecontratossemlhedesincumbirdeoutrastarefasquelhesoafetas,semconsiderarquesernecessriodedicarpartedeseutempoaolabordefiscal.Outrastantasvezes,acapacidadetcnicadoservidorasernomeadodesconsideradapelaautoridadequeonomeia.

    Procuraremosnestasbreveslinhasdemonstrararelevnciadofiscaldecontratosparaacorretaexecuodoobjetolicitado,aspeculiaridadesqueenvolvemanomeaodofiscal,adistinoentrefiscal,gestor,terceiroscontratadosparaauxiliarnafiscalizao,prepostoseauditores.

    Trataremostambmdopapeldofiscaldecontratosnaaplicaodepenalidadesempresacontratada,naliquidaodasdespesas,naresponsabilidadedaAdministraoPblicaquantoaosdbitostrabalhistasemcontratosdeterceirizaodemodeobra,enorecebimentoprovisriodeobraseservios.Porfim,abordaremosaresponsabilizaodofiscaldecontratopelosatospraticados.

    2.GARANTIADOSOBJETIVOSDALICITAO

    Segundooart.37,XXI,daConstituioFederal,asobras,servios,comprasealienaes,ressalvadososcasosdedispensaeinexigibilidadeprevistosemlei,devemsercontratadosmedianteprocessodelicitaoqueassegureigualdadedecondiesa todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas daproposta.

    O art. 3 da Lei 8.666/1993 estabelece, por sua vez, que a licitao destinase a garantir a observncia do princpioconstitucionaldaisonomia,aseleodapropostamaisvantajosaparaaadministraoeapromoododesenvolvimentonacionalsustentvel.[1]

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    Sotrsosobjetivospretendidospeloprocessolicitatrio:garantiraisonomiaentretodosaquelesquequeremofertarbenseservios para Poder Pblico, selecionar uma proposta que seja vantajosa para a Administrao e promover odesenvolvimentonacionalsustentvel.

    Paragarantiroalcancedessesobjetivos,aleidelicitaesestabeleceumasriedemecanismosassimofazquandoelencacomoprincpiosbsicosquevoregerocertamealegalidade,aimpessoalidade,amoralidade,aigualdade,apublicidade,aprobidadeadministrativa,avinculaoaoinstrumentoconvocatrio,ojulgamentoobjetivo.

    Selecionadaamelhorproposta,emumadisputaondesegarantaotratamentoisonmicoentreoslicitantes,ocontratadotemaobrigaodemanter,duranteaexecuodocontrato,emcompatibilidadecomasobrigaesporeleassumidas,todasascondiesdehabilitaoequalificaoexigidasnalicitao.

    Seocontratadopudesse,duranteaexecuodocontratato,alteraraoseutalanteascondiesexigidasemeditaleostermosde sua proposta vencedora, os princpios norteadores da licitao estariam sendo postos por terra. A isonomia, umdosobjetivosdocertame,estariasendoquebradaduranteaexecuodocontrato.

    De nada adiantaria a elaborao de um projeto bsico, devidamente aprovado, se, por exemplo, os materiais fossemsubstitudosduranteaexecuodocontratopormaterialinferior.Apropostavencedora,selecionadaporseramaisvantajosaparaaAdministrao,perderia,naprtica,essaqualidade.

    Ofiscaldecontratostemaincumbnciadesecertificarqueascondiesestabelecidasemeditalenapropostavencedoraestejam sendo cumpridas durante a execuo do contrato, para que os objetivos da licitao sejam materialmenteconcretizados.

    3.NOMEAODOFISCAL

    Segundodisciplinaoart.67daLei8.666/1993, aexecuodocontratodeverseracompanhadae fiscalizadaporumrepresentante da Administrao especialmente designado, permitida a contratao de terceiros para assistilo deinformaespertinentesaessaatribuio.

    AAdministraotemopoderdeverdefiscalizarocontrato.Devesernomeadoformalmenteumfiscalparaverificarasuacorretaexecuo.Nocabeaquijuzodeoportunidadeeconveninciadogestoremnomearounoofiscal.

    A propsito, vale registrar que a prerrogativa conferida Administrao de fiscalizar a implementao da avena deve serinterpretadatambmcomoumaobrigao.Porisso,falaseemumpoderdever, porquanto, em deferncia ao princpio do interessepblico, no pode a Administrao esperar o trmino do contratopara verificar se o objeto fora de fato concludo conforme oprogramado,umavezque,nomomentodoseurecebimento,muitosvcios podem j se encontrar encobertos. [TCU Acrdo1632/2009Plenrio]

    Os contratos devem ser executados com o devido acompanhamento e fiscalizao a cargo de um Representante daAdministrao especialmente designado para esse fim, conforme exigido pelo art. 67 da Lei n. 8.666/93. [Acrdo212/2009TCUSegundaCmara]

    A atribuio de fiscal deve recair sobre pessoa que pertena aos quadros da Administrao, permitido, contudo, acontrataodeterceirosparaauxililocomofornecimentodeinformaestcnicasparaqueelepossaseposicionarquantocorretaexecuodocontrato.

    Mantenha representante, pertencente a seus quadros prprios depessoal, especialmente designado para acompanhar e fiscalizar aexecuo dos contratos que celebrar, permitida a contratao deagentes terceirizados apenas para assistilo e subsidilo deinformaespertinentes a essa atribuio, a teordo art. 67daLei8.666/93.[Acrdo690/2005TCUPlenrio]

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    Afimdeseevitarqualqueringerncianasatividadesdefiscalizao,nodeveofiscaldecontratossersubordinadoaogestordecontratos,e,abemdoprincpiodasegregaodefunes,asatividadesdegestordecontratosefiscaldecontratosnodevem ser atribudas a uma mesma pessoa. No obstante a no segregao dessas duas atribuies no possam serconsideradasilegais,eladeveserevitada.(FURTADO,2012,p.440)

    Aindaemhomenagemaoprincpiodasegregaodefunes,deveseevitarquepessoasquecompuseramacomissodelicitaosejamnomeadascomofiscais(FURTADO,2012,p.440).

    Indique, ao nomear representante da Administrao paraacompanhar e fiscalizar a execuo de contratos da Unidade,servidorfiscalquenoestejaenvolvidodiretamentecomaobtenoe negociao das prestaes de servios e/ou fornecimentos, deacordocomasdisposiesdoart.67daLein.8.666/1993.[Acrdo2455/2003TCUPrimeiraCmara]

    A escolha do fiscal deve recair sobre pessoa que tenha um conhecimento tcnico suficiente do objeto que est sendofiscalizado,poisfalhasnafiscalizaopodemviraalcanaroagentepblicoqueonomeou,porculpaineligendo.

    O defendente era o superior hierrquico responsvel pela equipetcnicaqueatestavaosservios.Assimsendo,nopoderiasefurtardaresponsabilidadedevigiar,controlareapoiarseussubordinados,buscandoosmeiosnecessriosparaaefetividadedasaesafetasSuperintendncia. Ao se abster dessa responsabilidade, agiu comculpa nas modalidades in omittendo e in vigilando. Seconsiderarmos, ainda, que os componentes de sua equipe notinhamcompetncia e formaoadequadaspara as atividadesquelheseramafetas,podesesuscitarqueodefendenteteriaagidocomculpaineligendo.[Acrdo277/2010TCUPlenrio]

    Acercadaalegadainexperincia,arguidapeloquerelante,aduzosconsideraes da Serur o entendimento jurisprudencial desteTribunal de Contas acerca da culpa in vigilando atribuvel aosresponsveis na aplicao dos recursos pblicos, consubstanciadonoVotocondutordoAcrdo1.190/2009TCUPlenrio:"(...)Aindaque o exedil venha a posteriori invocar como eximente deculpabilidade o fato de no ter acompanhado diretamente aformalizao e a execuo do contrato, o ento gestor municipalconcorreuparaodanoquelhefoiimputadoporculpaineligendoeculpainvigilando.Comosedepreendedosfatos,oexprefeitoatraiparasiaresponsabilidadecivileadministrativatambmpornoterbem selecionado agentes probos a quem delegou tais tarefasoperacionais,bemcomopornoterdevidamentesupervisionadoeexigido dos seus subordinados o escorreito cumprimento da lei."[Acrdo5.842/2010TCU1Cmara]

    Ainda quando a qualificao do servidor a ser nomeado fiscal de contratos, ponderase a necessidade de formao emengenhariaparaocasodefiscalizaodeobraseserviodessanatureza.SegundoentendimentodoTribunaldeContasdaUnio,afiscalizaodecontratosedporforadedispositivodaLeideLicitaes,sendodispensvelaformaoespecficaemengenharia.

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    Relatrio [...] A funo de fiscal de contratos, mediante oacompanhamentodaexecuodoobjeto(nocaso,obras), tambmno configura exerccio ilegaldaprofissode engenheiro.Tratasede incumbncia prevista no artigo 67 da Lei 8.666/1993, que norequerhabilitaoespecfica,sobpenadeseinviabilizarocotidianoda Administrao Pblica. Voto [...] designao do servidor paraintegraraequipedefiscalizaodaexecuodocontrato,apesardesuaausnciadeformaoemengenharia,nadatevedeirregular,jque constituiumero desempenho da incumbncia prevista no art.67daLei8.666/1993.[Acrdo2512TCUPlenrio]

    Porfim,questionasesepodehaverrecusadoservidoremassumiraatribuiodoencargodefiscaldecontratos.NombitodaAdministraoDiretaFederal,oestatutodosservidores,Lei8112/1990,emseuart.116,aoelencarcomodeveresdosservidoresoexercciocomzeloededicaodasatribuiesdocargo,alealdadesinstituiesaqueservir,ocumprimentode ordens superiores no manifestamente ilegais, a observncia de normas legais e regulamentares, impede a recusaimotivadadaatribuiodaatividadedefiscaldecontratos.

    Oquepodeexistirarecusamotivadaporimpedimento,quandooservidordesignadotiveralgumarelaodeparentesco,forcnjugeoucompanheirodocontratado,ounodetiverconhecimentotcnicoquepossibiliteafiscalizaodocontrato.Alis,nesteltimocaso,aindicaodeumapessoanocapacitadaparaoexercciodefiscaldecontratatopodeacarretarculpaineligendodaautoridadequeonomeou.

    4.FISCAL,GESTOR,PREPOSTO,TERCEIROS,AUDITORES.

    O fiscal de contrato a pessoa pertencente aos quadros daAdministrao, formalmente designada para acompanhar aexecuo do contrato, anotando em registro prprio todas as ocorrncias relacionadas com a execuo do contrato edeterminandooquefornecessriopararegularasfaltasoudefeitosobservados.

    Ogestordecontrato,porsuavez,tambmdevepertenceraosquadrosdaAdministrao,temasatribuiesdetratarcomocontratado,exigirocumprimentodopactuado,sugerireventuaismodificaescontratuais,comunicarafaltademateriais,recusaroservio(nessecaso,geralmentesubsidiadopelasanotaesdofiscal).

    Agestooserviogeraldegerenciamentodetodososcontratosafiscalizaopontual.Nagesto,cuidase,porexemplo,do reequilbrio econmicofinanceiro, de incidentes relativos a pagamentos, de questes ligadas documentao, aocontrole dos prazos de vencimento, de prorrogao, etc. um servio administrativo propriamente dito, que pode serexercidoporumapessoaouumsetor.Jafiscalizaoexercidanecessariamenteporumrepresentantedaadministrao,especialmentedesignado,comopreceituaalei,quecuidarpontualmentedecadacontrato.(ALVES,2011,p.65)

    Terceiroapessoafsicaoujurdicacontratadaparaauxiliarofiscalnasuatarefa,conformefacultadopeloart.67daLei8.666/1993.Acontrataodoterceironoobrigatria,cabendoAdministraoverificarseacomplexidadedocontratoexigeaassistnciadesse terceiro.Tratasedeumaatividadeassistencial, cabendoa responsabilidadepela fiscalizaoAdministraoPblica.

    Oart.67daLei8.666/1993exigeadesignao,pelaAdministrao,de representante para acompanhar e fiscalizar a execuo,facultandoseacontrataodeempresasupervisoraparaassistilo.Assim, (...) o contratode superviso temnatureza eminentementeassistencial ou subsidiria, no sentido de que a responsabilidadeltimapelafiscalizaodaexecuonosealteracomsuapresena,permanecendocomaAdministraoPblica. [Acrdo1930/2009TCUPlenrio]

    Quantoaosauditores,Almeida(2009,p.54)explicaqueafiscalizaodecontratosedistinguedaauditoriadecontrato,estaconsiste na verificao das aes de gestores e fiscais, de maneira a permitir a avaliao geral dos procedimentosimplementados,tantodopontodevistaestritamentelegalquantodopontodevistadaqualidadedagestoedafiscalizao.

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    O art. 113, da Lei 8.666/1993, expressamente submete o controle das despesas decorrentes dos contratos e demaisinstrumentosregidospelaLeideLicitaesaosrespectivosTribunaisdeContaseaosrgosdecontroleinterno,quedeveroanalisaralegalidadeearegularidadedadespesa.

    O preposto o representante do contratado, e dever ser formalmente designado para servir como interlocutor junto Administrao.ComoinvivelqueoprincipalresponsvelpelaempresaestejaatodoomomentodisponvelparatratarcomaAdministrao,elenomeiaumpreposto,medianteprocurao,queirfalarpelaempresa,receberasdemandasereclamaesdaAdministrao,acompanhare fiscalizaraexecuodoobjeto,anotarocorrncias, tomarmedidasparaosaneamentodeeventuaisfalhas,solicitarAdministraoprovidnciasaseucargo.

    Aindicaodeprepostoumdeverdocontratado,nostermosdoart.68,daLei8.666/1993:ocontratadodevermanterpreposto,aceitopelaAdministrao,nolocaldaobraouservio,pararepresentlonaexecuocontrato.

    Caso a Administrao,motivadamente, no concorde com a indicao de um determinado preposto, poder recuslo,cabendocontratadaindicaroutro.

    5.TERCEIROCONTRATADOPARAAUXILIARNAFISCALIZAO

    Conforme faculta o art. 67 da Lei 8.666/1993, a Administrao poder contratar terceiros para auxiliarem o fiscal decontratos.Algunscontratostmobjetosextramentecomplexos,comoobraseserviosdeengenharia,enessescasospodeaAdministraosevalerdoapoiodeterceirosparaauxiliarnafiscalizao.TratasedeumafaculdadedaAdministrao,quedeveravaliarcasoacaso.

    Sedecidirpelacontrataodesteterceiro,aAdministraodeverrealizarodevidoprocessolicitatrio,mesmoquesetratedeempresacontratadaparaelaboraodeprojetobsicoouexecutivo .

    1. A contratao de empresa para elaborao do projeto executivono confere, por si s, direito subjetivo a essa empresa de sertambmcontratadaparaprestaodosserviosdesuperviso.2.Acontratao de servios de coordenao, superviso e controle deobras,nose inserenashiptesesdedispensae inexigibilidadedequetrataaLeideLicitaes.[Acrdo20/2007TCUPlenrio]

    Acontrataodeterceironotransfereparaestearesponsabilidadepelafiscalizaodocontrato,quecontinuasendodaAdministrao,masaatividadedeassessoriadeficientepodelevarresponsabilizaodoterceirocontratato.

    3. Nos casos em que o parecer do profissional de fundamentalimportncia para embasar o posicionamento a ser adotado pelasinstncias decisrias, uma manifestao contaminada por errotcnico, de difcil deteco, acarreta a responsabilidade civil doparecerista pelos possveis prejuzos da advindos. [Acrdo20/2007TCUPlenrio]

    6.APLICAODEPENALIDADES

    Segundooart.54daLei8.666/1993,oscontratosadministrativosregulamsepelassuasclusulasepelospreceitosdedireito pblico, aplicandoselhes, supletivamente, os princpios da teoria geral dos contratos e as disposies gerais dedireito privado. Os contratos administrativos regemse pelas normas de direito administrativo, que tm como base aindisponibilidadedointeressepblicoeasupremaciadointeressepblicosobreointeresseprivado.

    Noscontratosadministrativosseinseremaschamadasclusulasexorbitantes,queconferemAdministraoprivilgiosemfacedoparticular,comoaobrigatoriedadedeocontratadoaceitaracrscimosesupressesnoobjetocontratado,dentrodoslimitestraadosnoart.65daLei8.666/1993.

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    Tambmprerrogativadaadministraoaaplicaodepenalidadesearecisocontratual,semanecessidadedeserecorreraoPoderJudicirio,oquenodispensaainstauraododevidoprocessoadministrativo,comgarantiadeampladefesaecontraditrioaocontratado.

    Oart.78daLei8.666/1993elencaumasriedecausasquedoensejorecisocontratual,taiscomo:onocumprimentoouocumprimentoirregulardeclusulascontratuais,especificaes,projetosouprazosa lentidodoseucumprimento,levandoaAdministraoacomprovaraimpossibilidadedaconclusodaobra,doserviooudofornecimento,nosprazosestipulados o atraso injustificado no incio da obra, servio ou fornecimento a paralisao da obra, do servio ou dofornecimento,semjustacausaeprviacomunicaoAdministraoasubcontrataototalouparcialdoseuobjeto,aassociaodocontratadocomoutrem,acessooutransferncia,totalouparcial,bemcomoafuso,cisoouincorporao,no admitidas no edital e no contrato o desatendimento das determinaes regulares da autoridade designada paraacompanhar e fiscalizar a sua execuo, assim como as de seus superiores o cometimento reiterado de faltas na suaexecuo,anotadasnaformado1doart.67daLei8.666/1993.

    Oart.87damesmalei,porsuavez,elencaassanesqueaAdministraopoderaplicarcontratadaemdecorrnciainexecuo total ou parcial do contrato: advertncia multa suspenso temporria de participao em licitao eimpedimentodecontratarcomaAdministrao,porprazonosuperiora2(dois)anosedeclaraodeinidoneidadeparalicitaroucontratarcomaAdministraoPblica.

    Paraverificaodainexecuodocontratoedeoutrasfaltasdesumarelevnciaacorretafiscalizaodocontratoeodevidoregistrodasfalhas.Soesseselementosqueserolevadosaoprocessoadministrativoequeservirodemotivaoparaaprticadoatoadministrativoderescisocontratualoudeaplicaodesanes.

    Comomaterializarainexecuoparcialdocontratoouodesatendimentodasdeterminaesemanadaspelofiscaldocontratosenofazendoodevidoregistrodessasfalhas?Nomesmosentido,ocometimentoreiteradodefaltassficarcaracterizadosehouverohistrico,oregistrodessasfaltas.Alis,quantoaesseponto,aLei8.666/1993expressaaodizerquecausaparaaresciso unilateral do contrato o cometimento de reiteradas faltas na sua execuo, anotadas em registro prprio deocorrnciasrelacionadascomaexecuodocontrato(art.67,1,Lei8.666/1993).

    Maisumavezarelevnciadaatividadedefiscaldecontrato,quetemaincumbnciadeanotaremregistroprpriotodasasocorrncias,paraque,emumaeventualrescisounilateraldocontratoouaplicaodealgumapenalidade,aAdministraotenhaasrazesdefato devidamentedelineadas.

    7.LIQUIDAODADESPESA

    Adespesapblicapassaportrsetapas:oempenho,aliquidaoeopagamento.Oempenhooatoemanadodeautoridadecompetente que cria para o Estado obrigao de pagamento pendente ou no de implemento de condio. Com oempenhosedestacapartedooramentoparaarealizaodedeterminadadespesa,sendovedadooempenhodedespesasqueexcedaolimitedoscrditosoramentrios,bemcomoarealizaodedespesassemprvioempenho.

    Osimplesempenhonoautorizaopagamento,quesomenteirocorrerapssuaregularliquidao.

    Aliquidaodadespesaconsistenaverificaododireitoadquiridopelocredortendoporbaseosttulosedocumentoscomprobatriosdorespectivocrdito. Oobjetivodaliquidaocertificarsehouveoimplementodacondioporpartedocontratado,seelecumpriuoquefoipactuado.Aliquidaovisaverificaraorigemeoobjetodoquesedevepagar,aimportnciaexataapagar,eaquemsedevepagaraimportnciaparaextinguiraobrigao.

    na faseda liquidaodadespesaqueo fiscaldecontratosemostraemrelevo,aoatestarasmedies,aonoapontarressalvasnaprestaodoservioemseusregistros,ouaoapontlaseexigirglosasnospagamentos.Comoatestodofiscaldecontratos,adespesapodeserdevidamenteliquidadaeopagamento,queodespachoexaradoporautoridadecompetente,determinandoqueadespesasejapaga ,poderserrealizado.

    Oregistrodafiscalizao,naformaprescritaemlei,noatodiscricionrio.elementoessencialqueautorizaasaessubsequentes e informa os procedimentos de liquidao e pagamento dos servios. controle fundamental que aadministraoexercesobreocontratado.Propiciaraosgestoresinformaessobreocumprimentodocronogramadasobraseaconformidadedaquantidadeequalidadecontratadaseexecutadas.E,nessestermos,manifestasetodaadoutrinaejurisprudncia.

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    No h nenhuma inovao na exigncia do acompanhamento daexecuocontratual.Inicialmenteprevistonoart.57doDecretolei2.300/1986,revogadopelaLei8.666/1993,quemanteveaexignciaem seu art. 67, esse registro condio essencial liquidao dadespesa, para verificao do direito do credor, conforme dispe o

    art. 63, 2, III, da Lei 4.320/1964. A falta desse registro, desseacompanhamentoparipassu,propiciaefetivapossibilidadedelesoaoerrio.[Acrdo767/2009TCUPlenrio]

    Efetueopagamentodeparcelascontratadaemestritaconsonnciacom o quantitativo de servios e etapas medidos e efetivamenteexecutadosnaobra,conformeatestadopelofiscaldocontratoedeacordocomonovocronogramafsicofinanceiroaserestabelecido.[Acrdo1.270/2005TCUPlenrio]

    Assim,ofiscaldeveserdiligentenoacompanhamentodaexecuodocontrato,noatestandodeformadesatentaaprestaodo servio, a entrega do bem, a realizao da obra, pois esses atos compem a liquidao da despesa, reconhecem oimplementodacondioporpartedocontratado,fazendonascerparaeleumcrditoperanteaAdministrao,permitindoaautoridadecompetenterealizarodevidopagamento.

    8.DBITOSPREVIDENCIRIOSETRABALHISTAS

    Segundoo art. 71 daLei 8.666/1993, o contratado responsvel pelos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais ecomerciaisresultantesdaexecuodocontrato.Assim,emumaprimeiraleituradodispositivoemcomento,opagamentode salrios, vale transporte, ticket alimentao, frias, 13 salrios (encargos trabalhistas), contribuio para o INSS(encargosprevidencirios),pagamentodeimpostosdecorrentesdaatividadedocontratado,talcomoimpostoderendasobrelucro,impostosobreservio(encargosfiscais)ouopagamentodefornecedoresdemateriaisparaprestaodeserviosdelimpeza,porexemplo,(encargoscomerciais)ficamporcontadocontratado,quedeveincluiressescustosnacomposiodeseupreoqueconstarodesuapropostaparaaAdministrao.

    O 1 do citado art. 71 refora a responsabilidade do contratado quanto aos encargos trabalhistas, fiscais e comercias,deixando claro que a inadimplncia do contratado, com referncia aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais notransfere Administrao Pblica a responsabilidade por seu pagamento, nem poder onerar o objeto do contrato ourestringiraregularizaoeousodasobraseedificaes,inclusiveperanteoRegistrodeImveis.

    Emsetratandodoscasosdeterceirizaodemodeobracomotpicodosserviosdelimpeza,conservao,zeladoria,vigilnciaesegurana,o2domesmoartigodeixaexpressoqueaAdministraoPblicarespondesolidariamentecomocontratadopelosencargosprevidenciriosresultantesdaexecuodocontrato,nostermosdoart.31daLein8.212,de24dejulhode1991.

    Assim, combase nos dispositivos da Lei 8.666/1993, a Administrao no responde pelos dbitos trabalhista, fiscais ecomerciais,masrespondesolidariamentepelosdbitosprevidenciriosnocasodeterceirizaodemodeobra,devendo,nestecaso,fazeraretenode11%dafaturaounotafiscalefazerorecolhimentoaoINSSemnomedaempresacontratada.

    No entanto, especificamente no que diz respeito aos dbitos trabalhistas, o Tribunal Superior do Trabalho entendeudiferente.SegundoaredaooriginaldaSmula331doTST,noscasosdeterceirizaodemodeobra:

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    IV O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte doempregador,implicaaresponsabilidadesubsidiriadotomadordosservios,quantoquelasobrigaes,inclusivequantoaosrgosdaadministrao direta, das autarquias, das fundaes pblicas, dasempresaspblicasedas sociedadesdeeconomiamista,desdequehajam participado da relao processual e constem tambm dottuloexecutivojudicial.

    Assim, para Justia do Trabalho, se a empresa prestadora dos servios terceirizados inadimplisse com as obrigaestrabalhistas, a Administrao Pblica, desde que tivesse participado da relao processual (fosse arrolado junto com areclamada)econstassenottuloexecutivo,responderiasubsidiariamentepelosdbitostrabalhistas,ouseja,casoaempresacontratadanoarcassecomessesdbitos,aAdministraoPblicateriaquequitlos.

    PelaredaooriginaldaSmula331doTST,tratavasederesponsabilidadeobjetivadaAdministraoPblica,bastavaaexistncia do inadimplemento da obrigao trabalhista, a participao da Administrao na relao processual e quefigurassenottuloexecutivoparaquesurgisseasuaresponsabilidadesubsidiriapelodbitotrabalhista.

    OentendimentodoTSTeraodequeo1doart.71daLei8.666/1993,quantoaosdbitostrabalhistas,erainconstitucional,pordeixarotrabalhadoraodesamparo.

    Entretanto,emSessode24/11/2010,oSTF,aoapreciaraADCn16,foipelaconstitucionalidadedo1doart.71daLei8.666/1993epelaimpossibilidadedatransfernciaconsequenteeautomticadosencargostrabalhista,fiscaisecomerciaisresultantesdaexecuodocontratoparaaAdministraoPblica.

    EmdecorrnciadadecisodoSTF,aSmula331doTSTfoialteradapassandoateraseguinteredao :

    IV O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte doempregador,implicaaresponsabilidadesubsidiriadotomadordosserviosquanto quelasobrigaes,desdequehajaparticipadodarelaoprocessualeconstetambmdottuloexecutivojudicial.

    VOsentesintegrantesdaAdministraoPblicadiretaeindiretarespondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV,caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento dasobrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente nafiscalizaodocumprimentodasobrigaescontratuaise legaisdaprestadora de servio como empregadora. A aludidaresponsabilidade no decorre de mero inadimplemento dasobrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmentecontratada.

    ComaalteraoprocedidanaSmula331,aresponsabilidadesubsidiriadaAdministraoPblicapassouasersubjetiva.No decorre domero inadimplemento das obrigaes trabalhistas. Alm de constar na relao processual e no ttuloexecutivo, dever ser evidenciada a conduta culposa da Administrao no cumprimento das obrigaes contratuais,especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio comoempregadora.

    Aqui reside a importncia do fiscal de contratos. Falha na fiscalizao do contrato pode atrair para a Administrao aresponsabilidadesubsidiriaparacomosdbitostrabalhistas.

    Nonecessrioqueofiscaldecontratotenhaagidocomdolobastasuaculpasentidoestritonegligncia,imprudncia,impercia na fiscalizao do contrato. Assim, deve o fiscal de contrato, antes de atestar a boa qualidade dos serviosterceirizados,verificarseossalriosforampagos,sehouveentregadovaletransportes,sehouvepagamentodefrias,dentreoutrosencargostrabalhistas.

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    Acompanhe rigorosamente o cumprimento das obrigaestrabalhistas e previdencirias relacionadas ao respectivo contrato,exigindocpiasdosdocumentoscomprobatriosdaquitaodessasobrigaes.[Acrdo1525/2007TCUSegundaCmara]

    NombitodaAdministraoPbicaFederal,foieditadaINn02/2008quetrazumarelaodeobrigaesquedevemserverificadasnoscontratosdeterceirizaodemodeobra.

    9.RECEBIMENTOPROVISRIODEOBRASESERVIOS

    Outraresponsabilidadedofiscaldecontratosdizrespeitoaorecebimentodeobraseservios,quandodesuaconcluso.

    Asobraseservios,segundooart.73,I,daLei8.666/1993,sorecebidosemduasetapas:provisriaedefinitivamente.

    Nocasoderecebimentoprovisrio,competeaoresponsvelpeloacompanhamentoefiscalizaodocontratoreceberseuobjeto,mediantetermocircunstanciado,assinadopelaspartesematequinzedias,contadodomomentoemqueocontratadocomunica,porescrito,aconclusodoobjeto.

    Providencie o recebimento provisrio das obras pelo responsvelpela sua fiscalizao, mediante termo circunstanciado assinadopelaspartes, conformedeterminao art. 73, inciso I, alnea "a",daLein8.666/93.[Acrdo471/2003TCUPlenrio]

    10.RESPONSABILIZAODOFISCALDECONTRATOS.

    O fiscal de contratos formalmente designado para acompanhar a correta execuo do contrato. A ele cabe anotar emregistroprprioasocorrncias,propondocorrees,sugerindoglosaseoutraspenalidadesourelataraosseussuperioresquandoasmedidasaseremtomadasnoforemdesuacompetncia.

    Osregistrosdofiscalvonortearaliquidaodasdespesaseautorizaoconsequentepagamento.Competeaeleorecebimentoprovisriodeobraseservios,bemcomozelarparaquenorecaiasobreaAdministraoPblicaodeverarcarcomdbitostrabalhistaseprevidencirios,oriundosdoscontratosdeterceirizaodemodeobra.

    Verificase,pois,queumaatuaodeficientedofiscaldecontratostempotencialparacausardanoaoerrio,oqueatraiparasiaresponsabilizaopelairregularidadepraticada.

    AneglignciadefiscaldaAdministraonafiscalizaodeobraouacompanhamento de contrato atrai para si a responsabilidade poreventuaisdanosquepoderiamtersidoevitados,bemcomospenasprevistasnosarts.57e58daLein8.443/92.[Acrdo859/2006TCUPlenrio]

    Aoatestarnotas fiscais concernentes a servios comprovadamenteno prestados, o agente administrativo [...] tornouse responsvelpelo dano sofrido pelo errio e, consequentemente, assumiu aobrigaoderessarcilo[...][Acrdo2512/2009TCUPlenrio]

    ALei8.666/1993deixaexpressoemseuart.82queosagentesadministrativosquepraticarematosemdesacordocomospreceitosdestaleiouvisandoafrustrarosobjetivosdalicitaosujeitamsessanesprevistasnestaleienosregulamentosprprios,semprejuzodasresponsabilidadescivilecriminalqueseuatoensejar.

    Oagenteadministrativoincumbidodafunodefiscaldecontratos,queatuadeformalesiva,poderresponderporsuaao,culposa(negligncia,impercia,imprudncia)oudolosa,nasesferascivil(deverderessarcirodano),criminal(casoaconduta seja tipificada como crime), administrativa (nos termos do estatuto a que tiver submetido) e por improbidadeadministrativa.

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    Caber, ainda, a responsabilizaoperanteo respectivoTribunaldeContas, quepoder imputardbito ao responsvel,referenteaodanocausado,cominarlhemultaeaindainabilitloparaexercciodecargooufunodeconfiana.

    Oart.67daLei8.666/1993trazumasalvaguardaparaofiscaldecontratos:asdeciseseprovidnciasqueultrapassaremacompetncia do representante devero ser solicitadas a seus superiores em tempo hbil para a adoo das medidasconvenientes.

    Assim, diante de uma irregularidade na execuo contratual, o fiscal de contratos deve anotla e, no sendo de suacompetnciasolucionarapendncia,devesolicitaraosseussuperioresasprovidnciascabveis.

    11.CONCLUSO

    obrigatriaadesignaode fiscalde contratosporpartedaautoridadecompetente.Ao fiscal incumbeacompanharacorretaexecuodocontrato,anotandoemregistroprprioasocorrncias,tomandoasprovidnciasquelhecouberparasanarasfalhasdetectadaserelatandoaosseussuperioresaquelascujasoluofogesuaalada.

    Noexercciodeseulabor,ofiscalpodeserauxiliadoporterceiroespecificamentecontratado,medianteodevidocertamelicitatrio,masaresponsabilidadepelafiscalizaodocontratoaindacontinuasendodaAdministrao.

    Aatividadedofiscaldecontratosvisagarantiramaterializaodosobjetivosdalicitaoisonomia,propostavantajosaparaa administrao, e promoo do desenvolvimento nacional sustentvel namedida em que ele deve se certificar se apropostavencedoranalicitaoestasendodevidamenteexecutada,deacordocomoeditaleostermosdaprpriapropostavencedora.

    Ofiscaldecontratostambmtemimportnciacrucialnaaplicaodepenalidadescontratada,poisacompanhaexecuodocontratoeanotaasfalhasemregistroprprio,anotaesessasqueseroasrazesdefatodamotivaoparaeventualaplicaodepenalidadeoumesmorescisounilateraldocontrato.

    Aoatestaracorretaexecuodocontrato,ofiscalestparticipandodafasedeliquidaodadespesa,reconhecendoquehouveoadimplementoporpartedocontratado, fazendonascerparaocontratadoumcrditoperanteaAdministraoepermitidoautoridadecompetenterealizarodevidopagamento.

    ComaalteraoocorridanaSmulan331doTST,falhasnafiscalizaodoscontratadosdeterceirizaodemodeobrapodeatrairparaaAdministraoPblicaa responsabilidadesubsidiriapelopagamentodosdbitos trabalhistas,oqueaumentouaindamaisaresponsabilidadedofiscalnaverificaodacorretaexecuodessescontratos.

    Competetambmaofiscaldecontratoorecebimentoprovisriodeobraseserviosmediantetermocircunstanciado.

    Agamadeatividadesdofiscaldecontratostempotencialparacausardanoaoerrio,podendoelevirarespondercivil,penaleadministrativamenteeporatodeimprobidadeadministrativa,estandoaindasujeitossanesdosTribunaisdeContas.

    Portudoquantoexposto,ficapatenteanecessidadedesedarmaisatenoatividadedefiscaldecontratos,destacandoparaesselaborservidorquedetenhacapacidadetcnicaparaverificarocumprimentodoobjetopactuado,disponibilizandolhetemposuficienteparaquepossaexerceraatividadedefiscaldecontratopblico.

    REFERNCIAS

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    ALMEIDA,CarlosWellingtonLeitedeAlmeida.Fiscalizaocontratual:calcanhardeAquilesdaexecuodoscontratosadministrativos.RevistadoTribunaldeContasdaUnio,ano41,n.114,jan/abr/2009,p.5162.

    FURTADO,LucasRocha.Cursodelicitaoecontratosadministrativos.4.ed.atual.BeloHorizonte:Frum,2012.

    MENDES,RenatoGeraldo.Leidelicitaesecontratosanotadanotasecomentrioslei8.666/93.8.ed.Curitiba:Znite,2011.

    PASCOAL,ValdecirFernandes.Direitofinanceiroecontroleexterno:teoria,jurisprudnciae370questes(atualizadodeacordocomaleideresponsabilidadefiscalLRF).4ed.RiodeJaneiro:Elsevier,2005.

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    _____.TribunaldeContasdaUnio.Acrdon767/2009.Plenrio.Relator:WaltonAlencarRodrigues.Braslia,22deabrilde2009.DirioOficialdaUnio,27deabr.2009.

    _____._____.Acrdon1.930/2006.Plenrio.Relator:AugustoNardes.Braslia,18deoutubrode2009.DirioOficialdaUnio,20deout.2006.

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    _____._____.Acrdon2.558/2006.SegundaCmara.Relator:WaltonAlencarRodrigues.12desetembrode2006.DirioOficialdaUnio,20deout.2006.

    _____._____.Acrdon690/2005.Plenrio.Relator:WaltonAlencarRodrigues.Braslia,1dejunhode2005.DirioOficialdaUnio,10dejun.2005.

    _____._____.Acrdon1.270/2005.Plenrio.Relator:AugustoShermanCavalcanti.Braslia,24deagostode2005.DirioOficialdaUnio,02deset.2005.

    _____._____.Acrdon2.455/2003.PrimeiraCmara.Relator:MarcosBemquererCosta.Braslia, 14deoutubrode2003.DirioOficialdaUnio,22deout.2003.

    _____._____.Acrdon471/2003.Plenrio.Relator:LincolnMagalhesdaRocha.Braslia,7demaiode2003.DirioOficialdaUnio,26demaio2003.

    _____._____.Acrdon212/2009.SegundaCmara.Relator:BenjaminZymler.Braslia,3defevereirode2009.DirioOficialdaUnio,6defev.2009.

    _____._____.Acrdon859/2006.Plenrio.Relator:MarcosVinciosVilaa.Braslia,7dejunhode2006.DirioOficialdaUnio,9dejun.2006.

    ____.____.Acrdon994/2006.Plenrio.Relator:UbiratanAguiar.Braslia,21de junhode2006.DirioOficialdaUnio,26dejun.2006.

    _____._____.Acrdon20/2007.Plenrio.Relator:AugustoNardes.Braslia,24dejaneirode2007.DirioOficialdaUnio,26dejan.2007.

    _____._____.Acrdon5.842/2010.PrimeiraCmara.Relator:WaltonAlencarRodrigues.Braslia,14desetembrode2009.DirioOficialdaUnio,20deset.2010.

    _____._____. Acrdo n 277/2010. Plenrio. Relator: Augusto Sherman Cavalcanti. Disponvel em:Acessoem:8/5/2013.

    _____._____.Acrdo2512/2009.Plenrio.Relator:AroldoCedraz.Braslia,28deoutubrode2009.DirioOficialdaUnio,30deout.2009.

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    _____.TribunalSuperiordoTrabalho.ProcessoRRn117176/1994.Acrdon12152.Turma.Relator:MinistroJosLucianodeCastilhoPereira.Braslia,27demarode1996.DiriodaJustia[da]RepblicaFederativadoBrasil,17maio1996,p.16.584.

    _____._____. Smula n 331. Disponvel em: Acessoem7/5/2013.

    _____.SupremoTribunalFederal.AoDeclaratriadeConstitucionalidaden16DistritoFederal.Plenrio.24.11.2010.Disponvel em: Acessoem:7/5/2013.

    NOTAS

    Aintroduododesenvolvimentonacionalsustentvelcomoumdosobjetivosdalicitaosedeurecentementepelalei12.349,de2010.

    Lei8.666/1993,art.3.

    Lei8.666/1993,art.55,XIII.

    Lei8.666/1993,art.67,1.

    Nostermosdoart.9,I,II,daLei8.666/1993,nopoderparticipardalicitaooudaexecuodeobraouservioedofornecimentodebensaelesnecessriosoautordoprojeto,bsicoouexecutivo,pessoafsicaoujurdica.Essaproibioalcanaincluseaempresa,isoladamenteouemconsrcio,responsvelpelaelaboraodoprojetobsicoouexecutivooudoqual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detento de mais de 5% do capital com direito a voto oucontrolador, responsvel tcnicoousubcontratado.Entretanto,o1domesmoartigoautorizaacontrataodoautordoprojeto bsico da empresa a que ele pertena, como consultor tcnico, nas funes de fiscalizao, superviso ougerenciamento,exclusivamenteaserviodaAdministraointeressada.

    Amotivaoensejaademonstraodasrazesdedireito(dispositivolegal)easrazesdefato(oquefaticamenteocorreu).

    Lei4.320/1964,art.58.

    Lei4.320/1964,arts.59e60

    Lei4.320/1964,art.62

    Lei4.320/1964,art.63

    Lei4.320/1964,art.63,1.

    Lei4.320/1964,art.64

    Segundoa redaodoArt.31daLei8.212/1991,dadapelaLein9.528,de 10.12.97, Ocontratantedequaisquerserviosexecutadosmediantecessodemodeobra,inclusiveemregimedetrabalhotemporrio,respondesolidariamentecomoexecutorpelasobrigaesdecorrentesdestaLei,emrelaoaosserviosprestados,excetoquantoaodispostonoart.23,noseaplicando,emqualquerhiptese,obenefciodeordem.Posteriormente,esseartigosofreualteraespelaLei11.488/2007,pelaMP447/2008e,porltimo,pelaLei11.933/2009.Comaalteraode2007,passouaseexigirqueaempresacontratantedosserviosexecutadosmediantecessodemodeobra,inclusiveemregimedetrabalhotemporrio,retivesseonzeporcentodovalorbrutodanotafiscaloudafaturadeprestaodeservioserecolhesse,emnomedaempresacedentedemodeobra.Comessaalterao, algunsautoresdefendemquehouvederrogaodo2doArt. 71,daLei8.666/1993, j que a responsabilidade pela reteno e recolhimento dos encargos previdencirios passou a ser daAdministraoPblica.Redaoatualdoart.31daLei8.212/1991:Art.31.Aempresacontratantedeserviosexecutadosmediantecessodemodeobra,inclusiveemregimedetrabalhotemporrio,deverreter11%(onzeporcento)dovalorbruto da nota fiscal ou fatura de prestao de servios e recolher, em nome da empresa cedente da mo de obra, aimportnciaretidaatodia20(vinte)domssubsequenteaodaemissodarespectivanotafiscaloufatura,ouatodiatilimediatamenteanteriorsenohouverexpedientebancrionaqueledia,observadoodispostono5doart.33destaLei.

    Smula n 331 doTST CONTRATODEPRESTAODESERVIOS. LEGALIDADE (nova redao do item IV einseridos os itens V e VI redao) Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 : I A contratao detrabalhadoresporempresainterpostailegal,formandoseovnculodiretamentecomotomadordosservios,salvonocasode trabalho temporrio (Lei n 6.019, de 03.01.1974). II A contratao irregular de trabalhador, mediante empresainterposta,nogeravnculodeempregocomosrgosdaAdministraoPblicadireta,indiretaoufundacional(art.37,II,daCF/1988).IIINoformavnculodeempregocomotomadoracontrataodeserviosdevigilncia(Lein7.102,de20.06.1983)edeconservaoelimpeza,bemcomoadeserviosespecializadosligadosatividademeiodotomador,desdequeinexistenteapessoalidadeeasubordinaodireta.IVOinadimplementodasobrigaestrabalhistas,porpartedoempregador, implicaaresponsabilidadesubsidiriadotomadordosserviosquantoquelasobrigaes,desdequehajaparticipadodarelaoprocessualeconstetambmdottuloexecutivojudicial.VOsentesintegrantesdaAdministraoPblicadiretaeindiretarespondemsubsidiariamente,nasmesmascondiesdoitemIV,casoevidenciadaasuaconduta

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    culposanocumprimentodasobrigaesdaLein.8.666,de21.06.1993,especialmentenafiscalizaodocumprimentodasobrigaescontratuaiselegaisdaprestadoradeserviocomoempregadora.Aaludidaresponsabilidadenodecorredemero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI Aresponsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao referentes aoperododaprestaolaboral.

    IN02/2008, art. 34.A execuodos contratosdever ser acompanhada e fiscalizadapormeiode instrumentosdecontrole,quecompreendamamensuraodosseguintesaspectos,quandoforocaso:InocasodeempresasregidaspelaConsolidaodasLeisTrabalhistas:a)aprovaderegularidadeparacomaSeguridadeSocial,conformedispeoart.195,3daConstituio federal sobpenade resciso contratual b) recolhimentodoFGTS, referente aoms anterior, caso aAdministrao no esteja realizando os depsitos diretamente, conforme estabelecido no instrumento convocatrio c)pagamentode salriosnoprazoprevisto emLei, referenteaomsanteriord) fornecimentodevale transporte e auxlioalimentaoquandocabvele)pagamentodo13salriof)concessodefriasecorrespondentepagamentodoadicionaldefrias,naformadaLeig)realizaodeexamesadmissionaisedemissionaiseperidicos,quandoforocasoh)eventuaiscursos de treinamento e reciclagem que forem exigidos por lei i) comprovao do encaminhamento aoMinistrio doTrabalhoeEmpregodasinformaestrabalhistasexigidaspelalegislao,taiscomo:aRAISeaCAGEDj)cumprimentodasobrigaescontidasemconvenocoletiva,acordocoletivoousentenanormativaemdissdiocoletivodetrabalhoek)cumprimentodasdemaisobrigaesdispostasnaCLTemrelaoaosempregadosvinculadosaocontrato.Art.35.Quandodarescisocontratual,ofiscaldeveverificaropagamentopelacontratadadasverbasrescisriasouacomprovaodequeosempregados sero realocadosemoutraatividadedeprestaode servios, semqueocorraa interrupodocontratodetrabalho.Pargrafonico.Atqueacontratadacomproveodispostonocaput,orgoouentidadecontratantedeverreteragarantiaprestada,podendoaindautilizlaparaopagamentodiretoaostrabalhadoresnocasodaempresanoefetuarospagamentosemat2(dois)mesesdoencerramentodavignciacontratual,conformeprevistonoinstrumentoconvocatrioenoart.19A,incisoIVdestaInstruoNormativa.

    ALei8.429/1992elenca,emseusarts.9,10,11,trscategoriasdeatosdeimprobidadeadministrativa:osqueimportamenriquecimentoilcito,osquecausamprejuzoaoerrio,eosqueatentamcontraosprincpiosdaAdministraoPblica.

    NoquetangeaoTribunaldeContasdaUnio,essaspenalidadesestoprevistasnaLei8.443/1992,arts.19,57,58e60.

    Autor

    AntnioFranadaCosta

    AuditorFederaldeControleExternodoTribunaldeContasdaUnio,MestrandoemDireitoPblico pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Especialista emDireito Pblico pelo Complexo Jurdico Damsio de Jesus, graduado em Direito pelaUniversidadeFederal doRioGrandedo Sul e graduado emAdministraoPblica pela

    EscoladeGovernodeMinasGerias.

    Informaessobreotexto

    Comocitarestetexto(NBR6023:2002ABNT)

    COSTA,AntnioFranada.Fiscaldecontratosadministrativos:atribuies.JusNavigandi,Teresina,ano18,n.3653,2jul.2013.Disponvelem:.Acessoem:5mar.2015.

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