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Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
2 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Dedico à minha esposa, companheira de sempre e
exemplo de vida...
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
3 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
SOBRE OS DIREITOS DESTE LIVRO
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4 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
SUMÁRIO
PARTE I – NA LINHA DE FRENTE 5
1.1 - O PROFISSIONAL DA LINHA DE FRENTE 6 1.2 - OPERANDO O CONTAS A PAGAR 8 1.3 - OPERANDO O CONTAS A RECEBER 16 1.4 - EFETUANDO A CONCILIAÇÃO BANCÁRIA 22 1.5 - CRIANDO UM FLUXO DE CAIXA 28 1.6 - O FUNDO-FIXO (CAIXINHA) 34
PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS 38
2.1 - EFETUANDO AS BAIXAS NO SISTEMA 39 2.2 - BAIXAS AUTOMÁTICAS 41 2.3 - SALDOS DOS BANCOS NO SISTEMA INTEGRADO 44
PARTE III – OS COMANDANTES 47
3.1 - O GESTOR DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO 48 3.2 - A ROTINA DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO 50 3.3 - GESTÃO DO CONTAS A PAGAR 57 3.4 - GESTÃO DO CONTAS A RECEBER 66 3.5 - GERENCIANDO A CONCILIAÇÃO BANCÁRIA 77 3.6 - GERENCIANDO E ANALISANDO O FLUXO DE CAIXA 79 3.7 - CENTROS DE CUSTOS 85 3.8 - GERENCIANDO O FUNDO-FIXO 90 3.9 - APLICANDO O DINHEIRO QUE SOBRA 93 3.10 - CONTA GARANTIDA X CHEQUE ESPECIAL 96 3.11 - FORMAS DE FINANCIAMENTO 98 3.12 - OS LIMITES DE CRÉDITO 101 3.13 - O GERENTE DE BANCO 104 3.14 - FINANCEIRO X CONTABILIDADE 106
PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO 108
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
5 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
6 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.1 - O PROFISSIONAL DA LINHA DE FRENTE
O profissional que trabalha na linha de frente da área financeira
normalmente é visto e rotulado com vários adjetivos: Estressado,
nervoso, ansioso, chato, briguento, além de vários quase sempre
pejorativos. Infelizmente é difícil escapar desses rótulos. Mas poucas
pessoas sabem que os funcionários do Departamento Financeiro
carregam um peso enorme nos ombros.
Pense na seguinte situação: As 15h45, quando o movimento do
dia já está quase terminado, chega um funcionário do Departamento de
Pessoal com um pagamento de uma rescisão de um colaborador para
ser realizado no mesmo dia, e que se o pagamento não ocorrer, a
empresa será multada pelo Ministério do Trabalho. Pronto! Está
montado o cenário perfeito para o estresse. O funcionário do financeiro
para tudo o que está fazendo, lança o pagamento no sistema da empresa
ou no banco, corre no gestor financeiro, pede para ele autorizar o
pagamento, (e normalmente nessas horas o gestor está no telefone ou
numa reunião para aumentar ainda mais a ansiedade do nosso
profissional), pega a autorização, efetua o pagamento, imprime o
comprovante e entrega para o funcionário do Departamento de Pessoal,
que ficou no lado dele o tempo inteiro pedindo pelo amor de Deus para
que ele conseguisse fazer a tempo a operação.
Ufa!! Mais um “leão” morto. O colaborador do Departamento
de Pessoal sai feliz e satisfeito por ter conseguido resolver o seu
problema, e o nosso colega do financeiro, coloca os batimentos
cardíacos de volta ao normal, e retorna com a sua rotina para finalizar
o movimento do dia.
O exemplo citado acima é mais normal do que parece. O que
chega de urgência na área financeira é uma coisa impressionante. Não
que nas outras áreas e departamentos não ocorram a mesma coisa, mas
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7 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
quando estamos falando de dinheiro, o “buraco” é um pouco mais
embaixo.
O profissional da área financeira acaba “aprendendo” a lidar
com estes imprevistos. Ou pelo menos tenta. E infelizmente não existe
ser humano no mundo que não acabe estressado quando estes “casos”,
como o citado acima, acontecem com bastante frequência (quase todos
os dias...). Mas, independentemente de todo este “movimento”, o
profissional financeiro não deve se esquecer de que os outros
profissionais também sofrem pressão, cobranças e também correm
contra o tempo. Ou seja, estamos todos no mesmo barco (ou na mesma
empresa).
Outro pensamento que algumas pessoas têm é que quem
trabalha no financeiro não deu certo em nenhuma outra área e acabou
indo para lá. Ou então que não tem formação acadêmica específica e
também acabou indo pro setor. Isto acontece? Sim e muito. Eu
particularmente acho isso um erro. No Departamento Financeiro,
assim como em todos os outros, “deveriam” trabalhar somente os
profissionais da área. Algumas empresas esquecem que o financeiro
não se restringe apenas a pagar e a receber contas. Existem uma série
de outras operações extremamente importantes que, se mal feitas,
podem acarretar em sérios problemas para as empresas. Mas como não
vivemos num mundo perfeito, acabamos “quebrando” o galho.
Diante de todo este imbróglio, tudo o que possamos fazer para
amenizar estes problemas deve ser feito. E este livro contém várias
“dicas” preciosas que poderão ser implementadas do gestor do
Departamento Financeiro ao auxiliar, e que irão ajudar a tornar o dia a
dia do setor um pouco menos pesado.
Então mãos à obra.
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8 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.2 - OPERANDO O CONTAS A PAGAR
Antes do Pagamento
Vamos começar pelo Contas a Pagar (que eu lhe digo de
carteirinha que segundo o que algumas pessoas dizem é a única coisa
que o financeiro faz ou sabe fazer...pagar contas). É um momento que
pouca gente gosta, e normalmente o dono da empresa gosta menos
ainda, mas que deve ter uma atenção especial do responsável pelo
pagamento. Afinal, quando o dinheiro saiu da conta, para poder vê-lo
de volta pode ser difícil.
Não basta apenas pegar o boleto bancário, os dados bancários
do fornecedor, inserir o pagamento no banco ou no sistema, ou
preencher o cheque e pronto, nosso “problema” está resolvido. Estas
ações requerem atenção e alguns cuidados específicos de todos que são
responsáveis pelo pagamento.
Antes de efetuar o pagamento, é sempre necessário checar algumas informações que a princípio podem
parecer banais mas que podem fazer a diferença entre um pagamento correto e uma dor de cabeça.
Vejamos:
Confira sempre se o pagamento realmente é devido para a
sua empresa. Sim caro leitor. Erros deste tipo acontecem e não são
poucos, e alguns podem ser considerados de má fé por parte de alguma
empresa no mercado. No meio daquele monte de boletos, (e também
do funcionário do Departamento de Pessoal pedindo pelo amor de
Deus para pagar a guia de rescisão), pagar uma conta que não é de sua
empresa pode realmente acontecer. E as vezes não será nada fácil ter o
dinheiro de volta.
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9 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Depois que você verificou que o pagamento realmente é
devido, verifique se os dados cadastrais da sua empresa estão corretos.
Alguns grupos empresariais possuem mais de uma empresa no mesmo
endereço e pode acontecer que os fornecedores errem na hora do
cadastro, lançando o pagamento de uma empresa para a outra. Lembre-
se sempre que toda e qualquer movimentação financeira é
contabilizada logo, nada de uma empresa bancar a conta da outra
empresa, por mais que pertençam ao mesmo grupo.
No caso de pagamento através de cheques ou depósito
bancário, confira sempre os dados bancários do seu fornecedor. Depois
de conferido, confira novamente. E depois mais uma vez. Não custa
nada, e evita que depois você passe pelo constrangimento de avisar ao
seu chefe que fez um pagamento errado. E claro, ainda ter de ligar pro
fornecedor, pedir desculpas pelo erro e solicitar que ele devolva o
pagamento que foi indevido (se é que ele vai devolver, e se bobear
você ainda tem de pagar do seu bolso pelo erro.)
De um jeito ou de outro, o Departamento Financeiro acaba
recebendo o documento para pagamento (pelo menos deveria) ou
recebe os dados de pagamento. É muito importante que receba pelo
menos uma cópia da nota fiscal para poder conferir alguns dados
básicos do fornecedor como o CNPJ.
Organizando o Contas a Pagar
Em uma das empresas que trabalhei logo depois que me formei,
já nos primeiros dias, eu fui pedir ao meu superior que me entregasse
as contas do dia para pagamento para eu lançar no banco. Quando o vi
separando os documentos, fiquei um pouco assustado. Ele foi numa
“pilha de papel” e começou a procurar as contas que venceriam
naquele dia. Gastou uns 15 minutos. Ai depois me entregou. Em
seguida eu pensei: “Será que ele esqueceu alguma conta no meio
daquela bagunça?” Sim, ele tinha esquecido. E adivinha? Sim.
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10 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Pagamos juros no dia seguinte. Ou seja, antes de partimos para a ação,
primeiro vamos organizar o nosso contas a pagar.
A maneira mais prática e organizada é guardar todas
as contas numa “pasta sanfona”. Esta pasta possui
várias divisórias que nos ajudam a separar as contas
por dia de vencimento. Peça para comprar uma pasta
desta e separe as suas contas por dia de vencimento.
Assim, no início do dia você não perderá tempo
separando os documentos, e nem correrá o risco de deixar alguma
conta para trás (e ter de se explicar para o seu chefe). Você vai
encontrar as pastas sanfonas em qualquer papelaria.
Formas de pagamentos
Existem várias formas de pagamentos usadas pelas empresas.
1. Boleto Bancário
2. Depósito Bancário
3. Cheque
4. Dinheiro
1. Boleto Bancário - É usado desde às micro às grandes
empresas. Tem como pontos positivos a facilidade do rastreamento da
operação, fácil impressão do comprovante, dentre outros. Deve se ficar
atento aos boletos bancários no que diz respeito a cobrança de juros e
protesto. Algumas empresas colocam a opção automática de protesto
após “x” dias de vencimento. Então nada de deixar um boleto vencido
guardado na pastinha. Já os juros também podem ser automáticos.
Portanto também atenção máxima a data de vencimento.
Caso a sua empresa, por algum motivo, não efetue o pagamento
do boleto na data de vencimento correta, entre em contato com o seu
fornecedor e avise a ele o ocorrido. Caso você deseje efetuar o
pagamento, tente negociar a emissão de um novo boleto. Caso o
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11 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
fornecedor lhe passe os dados bancários para um depósito em conta
corrente, não se esqueça de pedir para ele “dar baixa” no banco. Isso
evita que você seja protestado ou incorra na cobrança de juros.
O boleto bancário também pode ser usado como forma de
recebimento. Várias empresas emitem boletos para os seus clientes.
(Leia tópico - Gestão do Contas a Receber).
2. Depósito Bancário - Também é bastante utilizado como
meio de pagamento aos fornecedores. Normalmente ocorre quando
clientes e fornecedores têm uma boa relação comercial, ou quando a
data de pagamento no boleto venceu e o fornecedor, para evitar juros
ao cliente, fornece os dados bancários.
3. Cheque - É muito usado principalmente no pequeno
comércio. Mas está caindo em desuso pois possui algumas
desvantagens, principalmente para quem está recebendo (cheques sem
fundos, cheques de terceiros, dentre outros). Porém se algum
fornecedor insistir em lhe pagar através de cheques, pegue o máximo
de dados disponíveis como CNPJ, endereço comercial, telefone
comercial, referências bancárias e comerciais. Desta maneira caso
algum problema aconteça, você terá meios de procurar o fornecedor
ou mesmo de diminuir o risco ligando antes para as referências e
pedindo informações.
4. Dinheiro - Normalmente é usado para pequenas despesas.
Neste caso, apenas lembre-se de pegar ou entregar um recibo do
pagamento (ou mesmo a nota fiscal) e carimbar (ou assinar) no campo
“Recebido”. É a sua comprovação de que pagou (ou recebeu) o
dinheiro referente a transação.
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12 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Após os pagamentos
Feitos os pagamentos, confira no dia seguinte se o valor
realmente saiu de sua conta corrente. Faça sempre uma conciliação de
sua movimentação bancária (leia tópico – Conciliação Bancária).
Se o pagamento foi realizado através do banco, imprima um
comprovante e grampeie junto ao documento (boleto, nota fiscal, etc).
Se tiver sido feito através de depósito, anexe o comprovante do
depósito. Se for feito através de cheque ou dinheiro no momento da
compra, peça ao fornecedor para dar um “recebido” na nota fiscal para
você poder comprovar que o pagamento foi realizado.
Pagamento sem documentos
Está ai uma coisa que deveria ser proibida em todas as
empresas. Mas infelizmente não temos como erradicar este mal. Todos
os dias alguém aparece na porta do financeiro falando assim:
- “Preciso pagar este fornecedor. Ele não tem nota.”
Além desta, tem essa outra também:
- “Este fornecedor só libera com pagamento a vista. Depois ele
envia a nota!”.
Quem pede isso normalmente está pouco ligando para o que
pode acontecer ou como você vai fazer depois para pegar a nota fiscal.
São situações cotidianas e realmente nunca conseguiremos acabar com
elas. Então vamos pelo menos entender quais problemas podem gerar
este tipo de situação.
Quando se paga algum fornecedor sem nota, na contabilidade
isto é lançado no Balanço Patrimonial na conta “Adiantamento a
Fornecedor”. Esta conta deve ser rigorosamente controlada pois o
mercado pode entender que a empresa não tem controle sobre o que
está pagando, ou que paga tudo de qualquer jeito. E não é o que
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13 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
queremos transparecer (até porque a culpa certamente vai cair no colo
do financeiro).
Então quando uma pessoa chegar e pedir a você que efetue um
pagamento sem nota fiscal, anote todos os dados do fornecedor e
também de quem lhe pediu o pagamento. Efetue o pagamento e depois
escreva no movimento financeiro do dia para a contabilidade que se
trata de um adiantamento ao fornecedor e coloque os dados do
fornecedor. Isto ajuda depois para entrar em contato e pedir a nota
fiscal.
Ótimo. Agora é hora de pegar a nota fiscal. Peça primeiro para
quem pediu o pagamento que entre em contato com o fornecedor.
Lembre ao “solicitante” do problema que isso pode causar. Caso ele
recuse, entre em contato você mesmo. Lembre-se que no final das
contas, o culpado poderá ser você, afinal, a rotina de contas a pagar é
responsabilidade sua.
Agora se o “solicitante” pedir para pagar um fornecedor que
não tenha nota fiscal, a princípio recuse. Lembre-se que toda e
qualquer movimentação deverá ter um documento contábil. Se a
pessoa insistir, leve o caso ao seu gestor e peça para que ele autorize o
pagamento e que o faça através de e-mail. Infelizmente em alguns
momentos temos de nos proteger (mesmo que seja do nosso próprio
chefe).
Conversando com os Fornecedores
Além das rotinas diárias do colaborador do contas a pagar
comentadas nos tópicos acima, é comum que ele seja o responsável por
“atender” aos fornecedores. E nem sempre este atendimento é a melhor
conversa do mundo. Quando o fornecedor liga, normalmente ele quer
cobrar algum pagamento, e normalmente ele está atrasado. Ou seja, o
humor do fornecedor está longe de ser o melhor.
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14 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Pense na seguinte situação: O chefe no financeiro do
fornecedor está sem dinheiro em caixa e está precisando receber dos
clientes para poder pagar suas contas. Ele provavelmente não estará
calmo. E se ele não está calmo, certamente seus funcionários
responsáveis pela cobrança também não estarão. Portanto nada de ficar
rotulando a pessoa de sem educação, chata, mal humorada, etc. Tente
entender o lado dela.
Porém, como não temos escapatória, ai vão
algumas dicas.
Atenda o fornecedor com boa vontade. Você poderá
“quebrar” o mau humor dele na hora.
Nunca, mas nunca prometa uma data de pagamento se você
não tiver certeza de que poderá ser cumprida. Quando você passa uma
data, ele vai avisar ao gerente dele e este vai lançar este valor no fluxo
de caixa. Se o pagamento não for feito, imagine quando o fornecedor
fizer a 2ª ligação cobrando o pagamento que você tinha prometido...
Falar a verdade as vezes pode ajudar. Dependendo do
fornecedor, você pode ser sincero e dizer que a empresa está em
situação financeira delicada e que está aguardando o pagamento de
algum cliente em especial. Você poderá ganhar um tempo até que as
coisas se normalizem.
Mesmo se depois de todas as alternativas acima, a situação
não se resolver e o fornecedor continuar ligando, você deve passar o
problema ao seu gestor e explicar a ele os fatos que já ocorreram.
Se o seu gestor não der bola para o assunto, dizendo estar
muito ocupado ou que não pode resolver o problema, seja pró-ativo e
tente fazer você mesmo uma negociação com o fornecedor.
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15 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Negociando com os Fornecedores
O seu fornecedor não para de ligar, o seu chefe anda super
ocupado, e você precisa resolver este problema para poder dar
continuidade ao seu trabalho. Quando o seu fornecedor liga cobrando,
as vezes uma negociação pode ser a chave para solucionar este
imbróglio. Então vamos a algumas dicas:
Seja claro com o fornecedor e diga que você não tem como
efetuar o pagamento integral da dívida.
Pergunte ao fornecedor se ele aceita negociar a dívida.
Provavelmente você terá uma resposta positiva. Afinal, dependendo da
situação é melhor receber algum valor, ou um pouco de cada vez
parcelado, do que não receber nada.
Você terá dois itens principais para negociar: Quantidade de
parcelas e valores das parcelas.
Nunca, mas nunca inicie uma negociação sendo o primeiro
a oferecer algo. Se o seu fornecedor pedir para você fazer uma proposta
de pagamento, peça para que ele diga qual a necessidade dele. As
vezes, o que ele irá pedir poderá ser melhor do que você ia oferecer.
Mesmo que o que ele esteja negociando seja bom, tente
sempre melhorar para a sua empresa. Afinal é dela que você recebe o
salário. Mas lembre-se: Nunca seja tão “ruim” para o seu fornecedor.
Você precisa ou precisará dele para comprar os produtos ou serviços
para sua empresa.
Depois de acertado os primeiros detalhes da negociação,
avise ao fornecedor que você irá passar as informações para o seu
gestor pois ele quem irá dar a palavra final. Após esta “conversa” ligue
para o seu fornecedor avisando-o da resposta. E vai uma dica: é sempre
prudente formalizar a negociação através de um e-mail. Afinal nunca
se sabe quando podemos ter um “branco” na memória.
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16 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.3 - OPERANDO O CONTAS A RECEBER
Mais uma das funções do financeiro. Saber gerir bem o contas
a receber. E com uma questão que pode ser bem complicada: Envolve
o Departamento Comercial. Volta e meia acontece a famosa briga do
comercial querendo vender e o financeiro querendo receber. Como
essa disputa ainda vai longe vamos nos ater ao que podemos fazer para
administrar bem nossos recebimentos.
Vamos dividir a gestão do contas a receber em partes para
facilitar o nosso entendimento.
Temos então:
Emissão das cobranças para os clientes
A emissão das cobranças para os clientes é uma das partes
menos problemáticas do contas a receber. E quem dera que se
resumisse apenas a isso certo? Mas não deixa de ser uma parte
importante do processo. Nesta etapa, recebemos alguns dados que, se
enviados com informações incorretas para os clientes, poderão gerar
um enorme transtorno. Logo temos de estar atentos aos dados.
Normalmente as informações mais importantes são:
Valor da venda;
Data ou Datas de Vencimento;
Forma de pagamento (Depósito Bancário, Boleto Bancário,
Pagamento em Dinheiro ou Pagamento em Cheque);
Dados bancários para pagamento (no caso de recebimento
através de Depósito Bancário ou Cheque).
Estas informações são repassadas normalmente pelo
departamento comercial ou por quem efetua a venda e devem chegar
ao cliente exatamente igual.
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17 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Então antes de enviar as cobranças, confira várias vezes para
evitar erros.
Formas de Recebimento dos clientes
Outro aspecto fundamental e que pode decidir ou pelo menos
ajudar na entrada dos créditos é a forma como recebemos de nosso
cliente. Vários aspectos influenciam nesta escolha. Então vamos
conhecer melhor estas opções.
São elas:
1. Depósito Bancário / Transferência Bancária
2. Dinheiro
3. Cheque
4. Boleto Bancário
1. Depósito Bancário / Transferência Bancária – Ainda são
muito utilizados no mercado, com bastante freqüência no comércio, e
para as transações de pequenos valores. É muito usado também quando
o seu cliente esqueceu-se de efetuar o pagamento através do boleto
bancário e pede pelo amor de Deus que possa fazer um depósito
bancário ou uma transferência bancária para a conta corrente de sua
empresa. Bom, nada de anormal. É uma situação comum que acontece
com bastante freqüência. A única coisa que você deve estar atento é se
irá cobrar ou não juros e multa deste cliente. Se for cobrar, lembre-se
de avisá-lo disto.
2. Dinheiro - Uma forma super segura. Afinal de contas,
dinheiro numa mão e entrega do produto na outra. É muito comum em
pequenos prestadores de serviços (chaveiros, reparos hidráulicos, etc.)
ou em pequenas vendas.
3. Cheque - Não é muito seguro pois temos sempre de nos
preocupar com os famosos “cheques que voltam”. Ao receber um
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18 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
cheque, verifique se possui todos os dados do cliente para que em caso
de algum problema, você consiga contatá-lo.
4. Boleto Bancário - Um dos meios mais seguros de se receber
de um cliente. O boleto bancário é usado das micros às grandes
empresas. Como o próprio nome diz, têm vínculos com os bancos e
podem ter um custo. Mas é uma relação custo x benefício que vale a
pena. Converse com o seu gestor e peça a ele que façam uso boleto
bancário nas formas de recebimento.
Identificando os recebimentos dos clientes
Um dos pontos chaves de quem lida com o contas a receber é
identificar os clientes que pagaram.
Imagine a seguinte situação: sua empresa possui clientes
diferentes, que compram vários produtos, e alguns destes produtos
possuem o mesmo valor. Você começa a fazer a conciliação bancária
(leia tópico – 1.4 - Conciliação Bancária) e vê no seu extrato bancário
vários recebimentos.
Começa a identificar os valores que conhece que foram feitos
através de depósito bancário (incluímos dentro dos depósitos bancários
os pagamentos em dinheiro e cheque). Em seguida, parte para os
recebimentos ocorridos através de boletos bancários, que são mais
fáceis de serem identificados pois cada boleto possui um nº de
identificação, o famoso “número do documento”, e este número
normalmente coincide com o número da Nota Fiscal.
Dos vários recebimentos, sempre (sim, sempre) vão sobrar uns
três que você não conseguirá identificar. Liga daqui, pergunta dali,
conversa com o pessoal do comercial e nada de descobrir que são estes
três clientes. Calma, nem tudo está perdido. Temos uma solução de
simples implantação que é a salvação da lavoura. Chama-se Depósito
Identificado. Peça ao seu gestor que ligue para o gerente do banco e
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19 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
solicite este serviço. Funciona da seguinte maneira: quando o seu
cliente for depositar, será obrigado a se identificar através de um
número. A melhor maneira de você identificar um cliente é através do
CNPJ dele. Então na hora em que ele for depositar, terá de digitar o
CNPJ.
(No tópico 3.4 – Gestão do Contas a Receber o seu gestor irá
aprender como solicitar este serviço)
De posse do extrato bancário, iremos visualizar o valor
recebido e o CNPJ dos clientes. E ai vai uma preciosa dica: Se você
não tiver como checar o CNPJ para saber de qual cliente é, entre no
site da Receita Federal (http://www.receita.fazenda.gov.br) e siga o
caminho:
Empresa
Cadastro – CNPJ
Emissão de comprovante de inscrição e de situação cadastral
Digite o CNPJ do cliente
Digite o código de segurança que aparece na tela
E Eureka!!!! Descobrimos quem é o cliente. Legal não?
Agora podemos descobrir os 3 últimos clientes e nossa
conciliação bancária do contas a receber estará completa.
Em empresas com um volume grande de emissão de boletos e
que trabalham com sistemas integrados, os bancos possuem um serviço
que permite identificar os clientes que efetuaram os pagamentos e
ainda efetuar a baixa automática sem erros (fantástico não?). Se chama
CNAB. Calma, segure a ansiedade. Falaremos disto num tópico
específico.
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20 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Cobrando os clientes inadimplentes
Enviadas as informações para pagamento aos clientes, agora é
a hora boa, a hora de receber. Ou não. Estamos lá, fazendo a nossa
identificação dos recebimentos e descobrimos que não recebemos
aquele crédito previsto. Nosso gerente, que tinha chegado de bom
humor no trabalho, e que contava com aquele valor no caixa para pagar
os fornecedores do dia, já muda de feição...e certamente não é para a
melhor que ele tem.
Está mais do que clara a extrema importância de termos uma
cobrança efetiva dos nossos clientes inadimplentes. Então, já que o
estrago foi feito agora é hora de corrermos atrás do prejuízo. Vamos às
cobranças.
Negociando com os Clientes
Nada pior do que entrar numa negociação e não saber o que
dizer. É péssimo para o funcionário e soa ruim para a empresa. Então,
da mesma forma que no capítulo “1.2 - Operando do Contas a
Pagar” temos um tópico “Negociando com os Fornecedores”, nada
mais justo do que colocarmos algumas dicas também para os
“cobradores”. Algumas são as mesmas.
Veja:
Nunca, mas nunca inicie uma negociação sendo o primeiro
a oferecer algo. Se o seu cliente pedir para que você o diga como
poderá fazer o pagamento, peça para que ele faça uma proposta
primeiro. Às vezes, o que ele irá propor poderá ser melhor do que você
ia oferecer.
Mesmo o que ele esteja negociando seja bom, tente sempre
melhorar para a sua empresa. Afinal é dela que você recebe o salário.
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21 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Mas lembre-se: Nunca seja tão “ruim” com o seu cliente. Você precisa
dele para vender os seus produtos ou serviços da sua empresa.
Depois de acertado os primeiros detalhes da negociação,
avise ao cliente que você irá passar as informações via e-mail. É
fundamental e serve como registro oficial.
Em casos de uma negociação mais “turbulenta” faça uma
“Confissão de Dívida”. Neste documento, estarão todos os dados do
cliente e da sua empresa, os valores em aberto, as condições da
negociação, dentre outros detalhes. E mais importante, você poderá
pedir ao cliente que assine e reconheça a firma dos sócios da empresa.
Você pode achar um modelo na Internet e fazer as alterações que
julgue necessárias.
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22 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.4 - EFETUANDO A CONCILIAÇÃO BANCÁRIA
O que é Conciliação Bancária
Você sabia que a conciliação bancária é um dos pontos mais
importantes da rotina do Departamento Financeiro? E é um dos
momentos que pode gerar um alto stress, principalmente para quem
faz a conciliação? Mas não deveria ser assim. Não é nenhum bicho de
sete cabeças (pelo menos em tese). Sabia que uma conciliação bancária
errada pode mudar completamente o resultado econômico de uma
empresa (por exemplo, o resultado do Balanço Patrimonial)? Pois é, o
estrago pode ser grande.
Das experiências que já vivi sobre o tema (em pequenas e
grandes empresas), sempre notei que era extremamente complicado
fazer a conciliação bancária corretamente e mantê-la em dia, seja numa
planilha de Excel ou em algum sistema integrado.
Então o que é a Conciliação Bancária?
A conciliação bancária consiste em identificar (conferir, bater, checar, conciliar, ticar, ou outro verbo que você
prefira usar) todas as movimentações financeiras realizadas na conta corrente da sua empresa.
Ah, e movimentações financeiras são o que mesmo? É tudo
aquilo que aconteceu na sua conta corrente. Sim, tudo. Vamos a alguns
exemplos:
Tarifas bancárias
Pagamentos de fornecedores
Recebimentos de clientes
Pagamento de empréstimos do banco
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23 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Pagamento de salários dos funcionários
Impostos
E tudo mais que acontecer.
Efetuando a Conciliação Bancária
- “Ok, legal, mas aqui na empresa não tem sistema integrado
nem planilha do Excel, e nunca ninguém fez essa conciliação
bancária.” Tudo bem, questão fácil de resolver. Vamos usar como
exemplo o programa Microsoft Excel.
Abra uma nova planilha. Na coluna A, coloque as datas da
movimentação financeira. Na coluna B, coloque tudo aquilo que você
tem programado de movimentação financeira para acontecer no dia
(lembra da listinha com os exemplos acima que você acabou de ler?).
Na coluna C, lance os valores correspondentes. Veja um simples
exemplo abaixo:
No dia seguinte, você vai tirar (imprimir) um extrato bancário
da sua conta corrente. Depois, imprima esta planilha que criamos no
Excel e coloque um lado a lado do outro.
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24 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Vamos começar pelos pagamentos. Pegue todos os boletos
bancários e outras informações de saídas de caixa que você programou.
Lembra do tópico “1.2 - Operando o Contas a Pagar”, que
aprendemos a organizar os pagamentos numa pastinha sanfona,
separados por dia?
Em seguida, nos recebimentos, pegue a listinha que veio do
Departamento Comercial, ou então a lista que você usou na hora de
enviar as cobranças para os clientes, ainda, pegue a listagem dos
clientes que ainda não pagaram para você.
De posse destas informações, vá conferindo e “ticando,
marcando, conferindo...” tudo aquilo que você conseguiu identificar
no extrato bancário e na planilha do Excel. Não se desespere se
aparecerem por exemplo, tarifas bancárias, ou outra movimentação
desconhecida, ou que não tinha sido lançado na sua planilha. Algumas
movimentações ocorrem em datas diferentes, por dependerem da data
que o banco lança no nosso extrato. Neste caso, insira uma linha na
planilha do Excel e lance, por exemplo, as tarifas.
Depois deste processo (que deve ser feito diariamente) temos
uma forma de “conferir” se a conciliação está certa. E esta “fórmula”
milagrosa é bem simples. Veja:
Some todas as entradas no seu extrato bancário e na sua
planilha de Excel.
Some todas as saídas no seu extrato bancário e na sua
planilha do Excel.
Compare uma com a outra.
Se os resultados forem iguais, YESS!!! Conciliação
Bancária certa.
Se os resultados forem diferentes...ops...algo saiu errado.
Vamos voltar e conferir novamente a conciliação?
O fundamental é que nenhuma movimentação financeira pode
passar despercebida e não ser identificada.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
25 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Outro ponto importantíssimo: As datas. As datas devem estar
obrigatoriamente iguais no extrato e no nosso controle interno. Nada
de ficar conciliando uma movimentação de um dia em outro dia.
Ótimo, já sabemos o que é a conciliação bancária.
Identificando os “não identificados”
Normalmente, as movimentações financeiras “não
identificadas” acontecem com mais frequência nos recebimentos,
quando os clientes nos pagam. No caso dos pagamentos, nós temos
algum documento (boleto bancário por exemplo) que nos ajuda a
identificar o nosso fornecedor (a não ser que você seja um daqueles
que gostam de pagar alguma coisa sem documento, sem informações,
sem contato do fornecedor. Ai meu caro...pode entregar pra Deus...)
Foquemos então a identificar os recebimentos. Vamos por
partes para facilitar nossa busca. (Se sentir necessidade, retorne ao
tópico “Identificando os Recebimentos”, dentro do Capítulo “1.3 –
Operando o Contas a Receber”).
Recebimentos de igual valor - É o ponto que eu considero
mais complicado de se conciliar, quando não se tem informação
precisa em mãos. E quando conciliados de maneira incorreta acarretam
grandes problemas. Veja por que através de um exemplo bem comum
nas empresas.
O cliente “A” fez um pagamento referente à compra de um
produto. O funcionário não conseguiu saber quem era o cliente e
acabou identificando como se fosse o cliente “B”, que também
comprou o mesmo produto do mesmo valor. Se ninguém perceber o
erro a tempo pode começar a rezar, pois os problemas vão aparecer.
Primeiro porque o cliente “A” vai aparecer como inadimplente e pode
ter o seu crédito cortado na sua empresa e não vai mais poder comprar
(ou seja, lá vem reclamação do Departamento Comercial). O cliente
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
26 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
“B” que não pagou (o inadimplente real) vai continuar comprando sem
problemas, afinal de contas para você ele está adimplente (o contrário
de inadimplente). Quer mais problemas? Depois de alguns dias,
finalmente cai o crédito do cliente B (inadimplente real da história). O
funcionário que está fazendo a conciliação identifica o cliente B no
extrato bancário. Quando a informação chega a contabilidade, o valor
deste crédito vai ser lançado como “adiantamento de clientes”, pois
estará em duplicidade. E de repente, essa conta do Balanço Patrimonial
vai para as alturas. Ai você pode continua a rezar porque o contador
certamente vai querer saber os motivos.
Como resolver então o problema acima? Muito simples,
identificando pelo número dos títulos (ou das notas fiscais se preferir).
Veja abaixo.
Identificando pelos números dos títulos - Da mesma
forma que temos um número no boleto bancário para identificar cada
pagamento, cada recebimento deve ser conferido de acordo com a nota
fiscal correspondente. Ou seja, se o cliente pagou a nota fiscal “02”
temos de identificá-la na conciliação como nota fiscal “02”. Não
podemos conciliar este crédito da nota fiscal “02”, como se tivéssemos
recebido a nota fiscal “04”. Quer ter uma idéia do por que isso é tão
importante termos atenção? Imagine que você tenha conciliado este
título acima como nota fiscal “04”. Passado um tempo, o cliente liga
dizendo que está pagando justamente o título “04”. Não é preciso nem
dizer o problema que isso pode causar. (e alguém certamente vai
chiar...).
Finalizando a Conciliação Bancária – Preparando o “movimento do dia
Maravilha! Tudo conciliado e identificado corretamente, sem
nenhum errinho sequer.
- “Estou liberado? Posso ir embora?”
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
27 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Antes de ir embora feliz e sorridente para casa, temos que
finalizar a conciliação bancária e preparar o movimento do dia para ser
enviado a contabilidade.
Sim caro leitor, ainda tem isso. Mas é a parte menos traumática
do processo. Vamos em frente.
Depois que você conciliou toda a movimentação financeira, no
caso dos pagamentos, é necessário que você imprima os comprovantes
do banco e anexe junto aos boletos bancários. No caso de tarifas
bancárias, débitos em conta corrente como empréstimos, não temos
como imprimir nada, mas apenas identificá-los na nossa planilha de
Excel. Se você quiser ser ainda mais organizado, no caso dos
empréstimos por exemplo, temos um nº do contrato que foi assinado
entre a empresa e o banco. Coloque esse nº do contrato para identificá-
lo.
No caso dos recebimentos, apenas anexe as cópias e/ou notas
fiscais de venda ao extrato bancário. Se você já tiver enviado as notas
fiscais para a contabilidade ou elas estiverem no departamento
comercial, coloque o nº do título (ou da nota fiscal) para que todos
saibam qual nota fiscal o cliente pagou. E depois grampeie tudo junto:
Extrato bancário
Planilha do Microsoft Excel
Boletos Bancários
Comprovantes de Pagamentos do banco
Notas fiscais de Recebimento (se houver)
Outras informações que ajudem a identificar a
movimentação financeira
- “Pronto, agora você pode ir embora!”
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
28 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.5 - CRIANDO UM FLUXO DE CAIXA
Você está lá, finalizando a sua conciliação bancaria, e quando
menos espera o seu chefe lhe pede a seguinte tarefa:
- "Faça para mim um fluxo de caixa para os próximos dias.”
Pronto, está montado o cenário do caos.
Por incrível que pareça, para a grande maioria dos funcionários
do Departamento Financeiro, montar um simples fluxo de caixa parece
ser um pedido de outro mundo. Dependendo da quantidade de
variáveis que o seu chefe pedir, pode até dar um pouco mais de
trabalho, mas definitivamente não se trata de nada que tenha sido foi
feito por um E.T.
Entendendo o fluxo de caixa
Na grande maioria das empresas, no início do dia, o gerente tira
o extrato bancário, vê o saldo inicial, pega tudo que tem pra pagar,
soma as contas do que “deve” receber e ai vê se vai ter dinheiro ou não
para “passar” o dia. Só que, venhamos e convenhamos, fazer isto todos
os dias, sem tentar planejar os dias seguintes é um pouco arriscado.
Imagine se fazemos esta continha e de repente, no dia seguinte, cai um
débito enorme de um empréstimo que fizemos no banco. E nós não
estávamos esperando. La se vai a paz do escritório e se instaura a
loucura para tentar arrumar dinheiro para pagar este débito.
O fluxo de caixa nos permite antecipar essa “loucura” e nos
planejar de forma mais eficiente. Ajuda-nos a prever um provável
cenário futuro financeiro da empresa e nos deixa mais preparados para
situações inesperadas.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
29 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Então o que é o fluxo de caixa?
Falando em termos mais técnicos, o fluxo de caixa demonstra a situação de caixa da empresa durante um
período determinado. Você pode entender como “situação de caixa” o resultado da seguinte equação:
(=) Saldo inicial da sua conta corrente
(+) Entradas
(-) Saídas
(=) Saldo final da sua conta corrente.
Vamos detalhar cada campo destes.
Saldo inicial - é aquele dinheiro que temos em nossa conta
corrente no início do dia. É quando você tira o extrato bancário e vê
quanto “podemos gastar”.
Entradas - correspondem a todo o dinheiro que entra na conta
corrente. Alguns exemplos são recebimentos de vendas de clientes,
resgates de aplicação financeira, capita de giro liberado pelo banco,
etc.
Saídas - são todos os pagamentos ou valores debitados em
conta corrente. Destacamos os pagamentos a fornecedores, os débitos
de tarifas bancárias, taxas e outros serviços cobrados pelo banco, os
débitos automáticos das concessionárias (água, luz, etc.), dentre
outros.
Saldo final - é o resultado da soma do saldo inicial + entradas
– saídas
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
30 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Criando um fluxo de caixa A rotina de criar um fluxo de caixa deverá ser feita por um
funcionário do Departamento Financeiro que você julgue ter mais
capacidade de análise, como o analista financeiro. Isto porque as
informações que você tira do fluxo de caixa servirão de base para uma
série de “análises” como programação de pagamentos, negociação de
dívidas, fluxo dos recebimentos dos clientes, datas de débitos
automáticos, períodos de investimentos, dentre uma série de outras.
Logo quem for criar, se não for você mesmo, deverá ter esta percepção
de que não estará apenas criando uma simples planilha mas sim uma
base de dados para tomada de decisões.
Em meu ponto de vista, devemos manter e atualizar um fluxo
de caixa diário. Lembre-se que o caixa deve ser rigorosamente
controlado para que não tenhamos problemas e surpresas financeiras.
Então, partindo das informações do tópico que acabamos de ler, vamos
criar o nosso primeiro fluxo de caixa. Sugiro usar novamente o
Microsoft Excel, no caso da sua empresa não ter um sistema integrado.
Crie um arquivo parecido com este:
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
31 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Bem simples não?
Vamos a alguns detalhes importantes:
Pegue no extrato bancário o saldo inicial e lance no dia 01.
O Saldo final do dia 01, será a soma do Saldo Inicial 01 (+)
Entradas 01 (–) Saídas 01. Partindo para o 02 dia, o saldo inicial será
o saldo final do 01.
O saldo inicial do dia 06, será o saldo final do dia 03. Isto
porque nos sábados, domingos e feriados bancários, não existe
movimentação bancária. Se você tiver dúvidas quanto a estes dias,
ligue para o seu gerente do banco.
Crie fórmulas automáticas de soma para as Entradas, Saídas
e Saldo final. Isto agiliza o trabalho.
De posse do modelo acima (ou de outro de sua preferência),
vamos buscar as informações necessárias para preenchê-lo.
Comecemos pelas receitas que devem estar localizadas na parte
das ENTRADAS.
Inclua todas as entradas que sua empresa dispõe (todas
mesmo). Caso você tenha alguma outra receita que queira especificar
basta incluir uma linha e detalhar esta entrada.
Em seguida vamos para as SAÍDAS.
A inclusão das informações das saídas segue o mesmo
raciocínio das entradas. Inclua todas as saídas nas respectivas linhas.
Você também incluir ou excluir as linhas de acordo com sua
necessidade.
Ao final, o seu fluxo de caixa deverá estar mais ou menos
assim:
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
32 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Fácil não?
Veja como é importante ter um fluxo de caixa. Lembra do
exemplo que demos acima, daquele valor enorme que caiu debitado
em nossa conta corrente referente ao empréstimo que fizemos no
banco? E lembra da loucura que ele causou?
Com o fluxo de caixa este problema, se não pudesse ter sido
evitado, pelo menos nos daria mais tempo para achar uma forma de
resolver o problema. Por isso é muito importante que toda e qualquer
empresa tenha uma ferramenta tão importante quanto esta.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
33 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Dificuldades na montagem do fluxo de caixa
Como em toda rotina, também existem dificuldades na hora de
montar nosso fluxo de caixa. E normalmente estão relacionadas a falta
de informação.
No caso das Saídas, as informações são mais fáceis de obter.
Estamos com os boletos bancários em nossa pastinha, todo mundo vai
no financeiro para pedir para pagar alguma coisa, e se por acaso nos
esquecemos, o nosso fornecedor liga “avisando”. Tome muito cuidado
nos casos dos débitos automáticos, como o pagamento de
concessionárias, débitos de financiamento de bancos, financiamento
de máquinas, etc. Lance sempre estes valores nas previsões das saídas.
Já no caso das Entradas às vezes a situação muda um pouco.
Principalmente quando não depende do financeiro, como no caso
quando o Departamento Comercial envia as cobranças para os clientes.
Quando você não tiver acesso fácil a estes dados, peça para o gerente
comercial ou quem tenha a informação, lhe enviar todos os dias uma
planilha atualizada. Explique à pessoa a importância do fluxo de caixa.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
34 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
1.6 - O FUNDO-FIXO (CAIXINHA)
O famoso Fundo-Fixo (ou como a grande maioria chama, o
caixinha) é normalmente usado para pagamento de pequenas despesas
nas empresas. Normalmente estas pequenas despesas não ultrapassam
a quantia de R$ 100,00 (cem reais). E até por questões de segurança, é
aconselhável não ficar guardando muito dinheiro na empresa. O
Fundo-Fixo é uma conta do Balanço Patrimonial e deve ter seu
controle rigoroso. Quando verificamos valores muito altos desta conta,
percebemos logo que algo está errado. E a culpa vai cair em cima de
quem? Imagine...
Documentando a movimentação do Fundo-Fixo
É importantíssimo para a pessoa que administra o caixinha, ter
a documentação de toda movimentação financeira para comprovar as
saídas de caixa e as entradas de suprimento de caixa (quando o dinheiro
acaba e temos de repô-lo).
Um dos problemas do caixinha é que por todo mundo achar que
o valor dos gastos é pequeno, não deve ter documentação
comprovando sua movimentação. Pois quem pensa assim está
profundamente enganado.
O Fundo-Fixo funciona como o nosso banco “interno”. E da mesma forma que temos de comprovar toda movimentação bancária através de documentos
contábeis (notas fiscais, boletos bancários), o caixinha deve seguir a mesma regra.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
35 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
E lembrando que quando digo “documentos contábeis” nada de
aceitar aqueles recibos escritos num papel de embrulho de pão feito
pelo padeiro. Se alguém chegar com um papel “da padaria” para
comprovar uma despesa, e você aceitar e fizer o reembolso, quando
enviar a documentação para a contabilidade, o contador não vai poder
aceitar. E vai ficar um “buraco” no seu caixa. Você vai ter mais saída
de dinheiro do que documentos comprovando. E normalmente quando
isto acontece, o responsável pelo caixinha acaba tendo de pagar do
próprio bolso (o que não é nada bom certo caro leitor?).
Sendo assim, vamos a alguns documentos aceitos pelo
caixinha:
Boletos Bancários
Notas fiscais
Cupom fiscal
Notas Série D (normalmente emitidas por restaurantes)
Se você receber outro tipo de documento e estiver em dúvidas
quanto a sua validade contábil não hesite e ligue para o seu contador e
pergunte a ele.
Criando um modelo de Fundo-Fixo
Criar um modelo para ser usado de caixinha é bem simples.
Vamos usar novamente o programa Microsoft Excel.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
36 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Veja um exemplo simples de ser feito na próxima página e que
você poderá utilizá-lo na sua empresa:
Fácil de criar não?
Lançar a sua movimentação é bem simples.
Primeiro lance o saldo inicial no campo específico. Em
seguida, vá lançando as movimentações que ocorrerem, completando
os campos de Data, Fornecedor e Histórico (este campo será usado
para você descrever a movimentação. Ex: Compra de material de
escritório).
Crie as seguintes fórmulas para agilizar o preenchimento:
Resultado = Saldo da linha anterior (que pode ser o saldo
inicial ou o Resultado da linha movimentação anterior) + Entradas –
Saídas.
No término do mês, o saldo final deste mês será o saldo inicial
do mês seguinte.
Veja um exemplo da mesma planilha já preenchida com
algumas movimentações:
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
37 PARTE I – NA LINHA DE FRENTE
Finalizando o Fundo-Fixo – Preparando o “movimento do mês”
Lembra-se que depois da Conciliação Bancária (Tópico 1.4 -
Conciliação Bancária) era necessário “preparar o movimento dia” e
anexar toda a documentação de tudo que foi realizado na conta
corrente do banco? O Fundo-Fixo segue a mesma regra, mas com uma
diferença: O caixinha deve ser encerrado todo final do mês e não
diariamente como a conciliação bancária.
Imprima a planilha do Microsoft Excel na qual você lançou as
informações, pegue todos os documentos referentes a movimentação
do caixinha, grampeie e envie para a contabilidade.
O seu Fundo-Fixo está pronto! Bom trabalho!
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38 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
39 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
2.1 - EFETUANDO AS BAIXAS NO SISTEMA
Após muito esforço e dedicação para uma conciliação bancária
correta, as empresas que possuem sistemas integrados ainda têm outro
degrau à subir, e este é bem importante. São as “baixas” no sistema.
Se feitas incorretamente, colocam por terra toda uma central de
informações da empresa. É uma sensação horrível não poder confiar
se aquela informação de um pagamento ou recebimento está certa ou
errada.
Quando “baixamos” alguma coisa, informamos qual tipo de operação, em qual data, por qual valor, dentre
outras informações, uma movimentação financeira ocorreu.
No mesmo instante em que você “baixa” alguma
movimentação, qualquer outro usuário que tenha acesso a esta
informação irá visualizar a sua operação. Daí a importância de se fazer
esta ação corretamente. Existem atualmente vários sistemas integrados
em funcionamento nas empresas. E todos seguem um mesmo
raciocínio de funcionamento. O que pode mudar são os caminhos para
acessar os módulos de contas a receber, contas a pagar, conciliação
bancária, etc. Se julgar necessário, peça ao seu gestor um treinamento
com a empresa responsável pelo software.
Apesar de tanto espanto em relação as baixas, não é nada de tão
complicado. Lembra-se do tópico da “1.4 - Conciliação Bancária”?
As baixas seguem a mesma lógica porém são feitas dentro do sistema
integrado.
Então vamos lá, sem mais delongas.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
40 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
Primeiro, imprima um extrato bancário e suponhamos que
esteja conciliando as movimentações financeiras ocorridas no dia
05.11.2011. Você então verifica que seu cliente ABC fez um
pagamento da nota fiscal 123, de $ 100,00. Dentro do seu sistema
integrado, acesse o módulo de contas a receber (ou outro local
correspondente). Ache o cliente ABC e depois identifique a nota fiscal
123. Localizado o título, confira o valor de $ 100,00, clique sobre o
título e no momento de baixá-lo, informe a data 05.11.2011. Pronto.
Baixa efetuada corretamente. Isto vale também para o contas a pagar,
e todas as outras operações. Faça isto com toda a movimentação
financeira do dia 05.11.2011.
Ao final das baixas, vale a mesma fórmula para conferir se está
tudo certo. Some as entradas e saídas do extrato bancário com as
entradas e saídas do extrato do sistema. Bateu? Ótimo. Suas baixas
estão corretas (desde que respeitados os critérios da conciliação
correta).
Bom, e se de repente alguém comentasse com você que
poderia fazer as baixas automaticamente como num passe de
mágicas? Sim, essa mágica existe. São as Baixas Automáticas.
Vamos ao próximo tópico.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
41 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
2.2 - BAIXAS AUTOMÁTICAS
Caros leitores, as baixas automáticas são o sonho de qualquer
pessoa que seja responsável por fazê-las manualmente. Imagine você
sem perder tempo em ficar conferindo a movimentação financeira do
banco com a do sistema, entrando em lançamento por lançamento,
ticando, depois baixando manualmente cada um? Que sonho heim? E
felizmente este sonho existe e atende pelo nome de CNAB, que
significa “Centro Nacional de Automação Bancária”.
O CNAB é um “protocolo de comunicação” que é usado entre os bancos e os sistemas integrados e permite enviar uma “remessa” e receber um “retorno” de
informações através de arquivos.
Esta troca de dados é feita através de um sistema integrado que
possua esta funcionalidade (praticamente todos os sistemas integrados
mais conhecidos já a possuem). Cada operação possui um layout (ou
um código fonte) específico. Os pagamentos têm o seu, os
recebimentos têm o seu e assim por diante.
Bom, até agora muito interessante mas aonde esse tal de CNAB
poderá ajudar? Vamos relembrar uma rotina para entender melhor.
Normalmente quando não se usa o CNAB fazemos duas
operações. Primeiro lançamos a movimentação financeira dentro do
sistema integrado da empresa. E depois fazemos o mesmo lançamento
(sim, a mesma coisa) dentro do sistema do banco. Uma grande perda
de tempo e com chances de erro.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
42 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
Usando o CNAB, isto acaba. O lançamento que fazemos é
único. Lançamos tudo no sistema uma única vez (e nada de trabalho
dobrado). Vamos explicar um pouco como isso funciona.
Remessa
A remessa acontece quando enviamos alguma operação à ser realizada para o banco, que foi criada
pelo nosso sistema integrado.
Como exemplos podemos citar o envio das cobranças dos
clientes “à receber” ou o envio dos pagamentos dos fornecedores à
efetuar. Vamos detalhar mais um pouco.
Nos recebimentos, no momento em que for gerada a nota fiscal
da venda, automaticamente (sim eu disse automaticamente) será
gerado uma cobrança dentro do sistema. Não vai ser mais preciso
digitar o código de barras no banco e depois tudo de novo no sistema.
Nos pagamentos o raciocínio é o mesmo. Teremos de lançar os códigos
de barras ou dados bancários para dentro do sistema apenas uma vez,
sem a necessidade de repetir esta rotina no banco.
Após lançadas estas movimentações no sistema, são gerados
arquivos de lotes de remessa de cobranças e pagamentos e estes
arquivos são enviados para o sistema do banco para serem
processados. E ponto final. Chega de ficar fazendo duas vezes o
mesmo trabalho.
Retorno
Depois que geramos e enviamos os arquivos de remessa,
precisamos saber quem nos pagou, e quem nós pagamos certo? Para
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
43 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
isso, basta importarmos os arquivos de retorno do banco para dentro
do sistema.
O retorno acontece quando recebemos a resposta de alguma operação realizada para o banco, que foi
enviada através do nosso sistema integrado.
Após feita está importação, automaticamente ele irá identificar
as operações que foram realizadas e o melhor de tudo: irá fazer as
baixas automaticamente! Excelente certo?
Depois de tanta alegria vamos ver a parte burocrática da coisa.
O primeiro passo é checar se o seu sistema integrado possui suporte ao
CNAB. Se não possuir esqueça tudo o que você leu até aqui e vá para
o próximo tópico. Agora se ele possui ótimo! Depois de descobrir isso,
ligue para a empresa que desenvolveu o sistema. Provavelmente esta
operação terá um custo pois trata-se de uma ferramenta customizada.
Em seguida entre em contato com o seu gerente de banco.
Informe a ele que você deseja implantar o CNAB em sua empresa.
Cada tipo de operação é um contrato de serviço específico e é pago.
Peça os contratos de “conciliação bancária” e o “CNAB”. O valor é
relativamente baixo e vale a pena a relação custo x benefício. Com o
contrato assinado, o suporte técnico do banco irá enviar para a sua
empresa o layout que deverá ser usado na configuração do seu sistema
integrado. Cada banco normalmente possui o seu próprio layout.
Sugiro começar pela conciliação bancária. Em seguida, passe
para o contas a receber e por último o contas a pagar. É fundamental
começar com testes de pequenos lotes de arquivos e com valores
baixos. Aos poucos, vá aumentando a quantidade e valores, na medida
em que as operações forem dando certo. Quando se sentir seguro, envie
toda sua movimentação via CNAB.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
44 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
2.3 - SALDOS DOS BANCOS NO SISTEMA INTEGRADO
Aprender as baixas automáticas é muito interessante e muito
válido para diminuir o tempo destas tarefas, quando feitas
manualmente, e também para diminuir os erros dos operadores. Mas
não podemos deixar de lado uma informação importantíssima que, de
acordo com a minha experiência profissional, normalmente costuma
estar errada. São os saldos dos bancos no sistema integrado.
O que isto quer dizer exatamente? Quer dizer que quando tiramos um extrato bancário e vemos um saldo,
este valor encontrado deve ser exatamente igual quando tiramos um extrato do banco no nosso sistema.
Ai meu caro leitor, encontrar uma empresa que esteja com esta
informação correta é como encontrar uma agulha num palheiro. Mas
exceções existem. Portanto, vamos tentar fazer parte deste seleto
grupo.
Implantando o saldo inicial no sistema integrado
Antes de implementar o saldo inicial, é importante estar ciente
de uma coisa: Toda e qualquer movimentação que faça no sistema, que
esteja relacionado com movimentação bancária (pagamentos,
recebimentos, empréstimos, etc), irá aparecer quando você tirar um
extrato do banco no seu sistema. Portanto, muito cuidado nestes
momentos. Vamos continuar.
Quando optar por instalar um sistema integrado, umas das
primeiras preocupações que você deverá ter é a implantação do saldo
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
45 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
inicial dos bancos das contas correntes que sua empresa movimenta.
Proceda da seguinte maneira:
Escolha uma data “x” (de preferência, no 1º dia do mês). O
saldo inicial deverá ser igual ao saldo final do dia anterior (por
exemplo, do dia 31 do mês anterior). Não esqueça nunca das
aplicações financeiras ou outro tipo de valor que, no final, some e
componha o saldo total que a sua empresa possua a disposição. Neste
momento, sugiro sempre que você peça ajuda ao profissional da
empresa que está implantando o sistema integrado. Ele certamente
estará capacitado para ajudá-lo.
Ótimo, saldo inicial implantado e conferido com o saldo inicial
do banco. Mas, e a sua empresa já tiver implantado o saldo e no meio
do caminho, algumas pedras rolaram e o valor dele estiver
completamente errado? Como resolver? Vamos conversar mais sobre
o assunto.
Corrigindo o saldo dos bancos no sistema integrado
É uma situação muito comum o saldo dos bancos no sistema
integrado não bater com o saldo dos bancos. Nem sempre os
operadores têm em mente que, ao lançarem alguma movimentação
errada, ou não efetuarem uma conciliação bancária corretamente,
estarão colocando em risco uma informação importantíssima. Apenas
para termos uma ideia, alguns sistemas permitem que tiremos
relatórios de posição do caixa. E nestes relatórios costumam vir os
dados dos saldos nos bancos. Quando menos se espera o seu diretor
pede este relatório. E de repente ele resolve bater com o extrato do
banco. Já pode imaginar o monte de perguntas que ele vai fazer certo?
Portanto vamos tentar corrigir estes erros.
Eu sugiro dois caminhos: Criar uma conta transitória ou refazer
a conciliação bancária deste o início.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
46 PARTE II – SISTEMAS INTEGRADOS
A reconciliação bancária seria a maneira mais correta de se
acertar os saldos. Seria necessário pegarmos toda a movimentação da
sua conta corrente nos bancos desde o início da implantação dos saldos
bancários no sistema, “bater” com a movimentação do sistema
integrado e depois corrigir reconciliando as operações erradas. O
problema é que nem sempre temos a documentação ou informação
para fazer isto, e pode demorar muito tempo.
A conta transitória é um meio termo. O funcionamento dela é
o seguinte:
Você irá lançar um valor “x” no seu sistema que seja
exatamente a diferença entre o saldo do seu banco e saldo do banco no
sistema. Assim você irá “igualar” os valores e poderá recomeçar de um
ponto com os saldos corretos.
Esta conta transitória então deverá ser aos poucos reconciliada.
Na medida em que os erros forem corrigidos, naturalmente o valor dela
irá diminuir, até que ela seja “zerada”. Mas é importante ressaltar um
ponto: Nesta data em que for imputado este valor da diferença, nada
deverá ser conciliado para datas anteriores caso contrário o saldo ficará
errado novamente. Pergunte para a empresa como você poderá efetuar
lançamentos sem movimentar este saldo.
É isto, finalizada uma pequena amostra do funcionamento dos
sistemas integrados. Agora vamos entrar em outra parte, também de
fundamental importância: Os Gestores do Departamento Financeiro!
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
47 PARTE III – OS COMANDANTES
PARTE III – OS COMANDANTES
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
48 PARTE III – OS COMANDANTES
3.1 - O GESTOR DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO
Pense num profissional que, além de dar suporte a sua equipe,
deve conhecer profundamente como anda o contas a pagar, o contas a
receber, deve ficar de olho no fluxo caixa, conferir se a conciliação
bancária está sendo feita corretamente, checar o caixinha, responder a
vários e-mails do chefe pedindo um monte de informações, atender a
várias e várias ligações telefônicas, participar de um punhado de
reuniões, receber gerentes de banco, e por ai vai. Este é o nosso gestor
do departamento financeiro. Sim, não é nada fácil, mas também nada
impossível de se ser.
O gestor financeiro normalmente costuma ter formação em
Administração de Empresas e uma especialização em Finanças. Isto
permite a ele que tenha uma visão do todo, o que é de grande
importância. Um conhecimento muito importante e que vem sendo
bastante requisitado é que ele tenha noções contábeis. Sim caro colega,
saber o que a contabilidade está dizendo é muito valorizado. Não é
incomum encontrarmos empresas em que o gerente financeiro seja
responsável pela contabilidade interna ou externa. É necessário sabe
analisar um Balanço Patrimonial, uma DRE, verificar se os
lançamentos foram feitos nas contas corretas. Imagine você
conversando com um gerente de banco e não souber responder o
porquê da sua conta “adiantamento de clientes” está tão alta.
Outra área que também é super comum do gerente financeiro
responder pela área administrativa. É o famoso gerente administrativo-
financeiro, que além das rotinas normais, engloba também a gestão
sobre o RH, compras, limpeza e manutenção da empresa, serviços
gerais, etc. Ou seja, a carga do nosso querido amigo pode se estender
bastante certo?
E completando esta carga do nosso colega, temos ainda de
pensar na gestão de equipes. É muito difícil um gestor financeiro não
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
49 PARTE III – OS COMANDANTES
ter uma equipe para liderar, mesmo que seja de uma ou de duas
pessoas. É muito comum nos Departamentos Financeiros termos um
profissional responsável pelo contas pagar, um pelo contas a receber e
as vezes um terceiro pela conciliação bancária. E o “chefe” deve saber
lidar com toda carga de tensão e nervosismo que pode consumir os
seus liderados.
Já que falamos em equipe, vou bater numa tecla que creio ser
de fundamental importância: A participação do gestor no dia a dia da
sua equipe. Eu já conheci vários “chefes” que simplesmente só sabiam
que alguma coisa errada estava acontecendo quando a bomba
estourava ou quando o incêndio já tinha tomado proporções enormes.
Este estilo normalmente não dura muito tempo porque as equipes
tendem a vê-lo como incompetente, ou que só quer saber de si mesmo,
ou que não faz nada para ajudar, e o acabam boicotando. Logo, nada
de ficar só de binóculos. Se for um gestor ou pretende ser um, mão ao
trabalho. Seja um “general” em conjunto com a sua tropa na trincheira
da guerra. Participe dos problemas, faça reuniões com todos, abra
espaço para ideias, críticas. Estes sim conseguem apoio total dos
subordinados.
É bastante informação, muita correria, muita tensão. Sim, é
tudo isto e as vezes mais um pouco. Daí outra grande importância do
líder saber ou pelo menos tentar controlar os ânimos. Se você é um
gestor saiba que um líder estressado, que não consegue saber separar
vida pessoal de profissional, que não ajuda a sua equipe, que não
conhece profundamente da área, está fadado ao fracasso.
Portanto caro leitor, por mais que você seja um gestor, bote a
mão na massa. Sem medo.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
50 PARTE III – OS COMANDANTES
3.2 - A ROTINA DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO
Como em todo departamento, o financeiro deve seguir uma
rotina para que o dia a dia dos profissionais renda o suficiente para que
tudo consiga ser feito de maneira correta e dentro do prazo. Mas,
quando lembramos do nosso colega do Departamento de Pessoal
pedindo para pagar uma rescisão as 15:45h, com urgência, fica um
pouco difícil pensar nisto certo? Errado. A rotina depende primeiro e
principalmente de nós mesmos. Devemos estabelecer horários para
efetuar as tarefas, para receber documentos, pessoas, tudo. Sem uma
rotina, nossa vida vira o caos.
Quem nos dera se o nosso dia de trabalho fosse feito sem
interrupções, sem o telefone tocando, sem ninguém batendo na porta,
sem o chefe ligando, e por ai vai. Fica clara a questão acima dos
limites. Eles existem para serem colocados e cumpridos por e para
todos. Sem exceções (até mesmo o chefe).
Bom, comecemos então com uma questão básica: O
atendimento do financeiro para contatos externos e internos deverá ser
somente após 14h. Sim, e não se assuste. Várias e várias empresas que
conheço já atuam desta forma e eu garanto que faz um efeito muito
positivo no rendimento dos funcionários.
Ok, ai você fica na dúvida de como vai pedir este “intervalinho”
da manhã para o seu chefe. Simples. Explique para ele alguns dos
motivos abaixo:
Trabalhamos com pagamentos e recebimentos de valores
diversos. Se fazemos estas tarefas com o telefone tocando de 2 em 2
minutos, nossa concentração diminui e a probabilidade de errarmos
aumenta consideravelmente, e alguns destes erros podem gerar
prejuízos, como o pagamento em duplicidade ou para fornecedor
errado.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
51 PARTE III – OS COMANDANTES
Quem deve ditar as regras internas somos nós e não os
fornecedores ou clientes. Quando você precisa ligar para um
fornecedor e fica sabendo que só funciona após o horário do almoço,
você certamente irá ligar de novo certo? O seu fornecedor fará a
mesma coisa.
Quando temos concentração durante um período maior no
trabalho, rendemos mais, erramos menos e por conseqüência teremos
mais tempo para atender as necessidades dos clientes internos e
externos.
Estas regras devem valer tanto para nossa empresa quanto
para os nossos clientes e fornecedores. De nada vai adiantar segurar as
ligações se batem a nossa porta de 5 em 5 minutos.
Acho que são pontos bastante válidos para uma conversa não?
Pode ter certeza de uma coisa. No início vai ser difícil convencer a
todos das novas regras, principalmente para os nossos colegas da
empresa. Mas, seja firme. Uma hora todo mundo se acostuma e acaba
se adaptando as necessidades de acordo com as nossas necessidades.
Apenas lembre-se que existem exceções e estas devem ser
tratadas como exceções. Caso uma aconteça, solicite para quem pediu
que esta exceção fosse aberta, que o chefe do departamento dela peça
ao nosso chefe. Assim você mostra claramente que as regras existem e
que elas deverão ser cumpridas por todos.
A rotina da Conciliação Bancária
Em primeiro lugar e sem discussão: fazer a conciliação
bancária diariamente.
- “Ok chefe mas eu preciso ver se voltou um pagamento que fiz
ontem”.
Nada disso. Primeiro a conciliação bancária.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
52 PARTE III – OS COMANDANTES
Se existe uma coisa que não se discute quando se fala de rotina
do Departamento Financeiro é que a conciliação bancária deve ser feito
no primeiro minuto do dia, logo após darmos bom dia aos colegas.
Já conversamos nos tópicos anteriores que é através da
conciliação bancária que se pode verificar o que foi ou não realizado
na nossa conta corrente, do que havia sido “ou não” programado por
nós. E a partir dela que o contas a pagar vai verificar se ficou algum
pagamento para o dia seguinte, o contas a receber vai poder saber se o
cliente pagou ou não, o gestor vai ficar sabendo do saldo em conta
corrente, dentre outras informações.
Portanto, em primeiríssimo lugar: Conciliação Bancária.
Depois, se no departamento existirem profissionais destacados
para fazer o contas a pagar e a receber, cada um segue com suas
obrigações. Mas se tivermos apenas um colaborador responsável por
tudo, o segundo passo é o contas a pagar. Em seguida, faz-se o contas
a receber e por último envia-se o movimento do dia da conciliação
bancária para a contabilidade.
Esta próxima dica vai para as empresas que possuem sistemas
integrados e que têm interface (que “conversam”) com os bancos. A
rotina de conciliação bancária pode ser feita automaticamente através
do CNAB. Irei explicar esta rotina em um capítulo específico mais para
frente. Mas acredite, ela é fantástica e reduz em muito o tempo e os
erros destas rotinas.
A rotina do Contas a Pagar
Quem trabalha especificamente no contas a pagar, ou se for o
funcionário responsável por todas as rotinas, primeiro deve saber se
tudo o que foi programado de pagamentos no dia anterior foi realizado.
E isto só se consegue através da conciliação bancária. Se você não for
o responsável por este processo pergunte a quem o faz se algum
pagamento “voltou”, ou seja, se não foi realizado por algum motivo.
Caso isto tenha acontecido, ligue para o seu fornecedor e peça a ele um
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
53 PARTE III – OS COMANDANTES
novo boleto bancário ou então os dados bancários para um depósito
em conta corrente.
De posse dos “não realizados”, pegue então os pagamentos do
dia na nossa já conhecida pastinha. Separe todos e lance no banco ou
no seu sistema integrado. Algumas empresas fazem lotes de
pagamento para o banco. Se este é o seu caso, envie o lote para o banco
e não se esqueça de autorizá-lo.
Há algumas empresas que, antes de prepararem os pagamentos
do dia, fazem a impressão dos comprovantes dos pagamentos
realizados no dia anterior para anexar aos documentos. Eu
particularmente sugiro fazer estas impressões após terminar o
movimento do dia. O porque disto é simples. Vamos mostrar dois
exemplos para ilustrar. O primeiro é caso percebamos que algum
pagamento voltou e terá de ser refeito, teremos de em entrar em contato
com o fornecedor. Isto pode demorar certo? O outro é um pagamento
sem dados bancários. Também teremos de entrar em contato, pedir
informações, e isto também poderá demorar. Por isso sugiro que esta
parte seja feita após todo o movimento do dia em questão tenha sido
enviado ao banco. Assim corremos menos riscos no caso dos
imprevistos acontecerem. Lembre-se que o horário que o banco
“fecha” para o financeiro é as 16h.
Ufa, pagamentos enviados.
As empresas que possuem sistemas integrados devem, após o
envio e impressão dos pagamentos, darem “baixa” nos fornecedores.
Dar baixa significa informar ao sistema que efetuamos o pagamento a
determinado fornecedor e que a nota fiscal paga não está mais “aberta”
ou não estamos mais devendo. Se sua empresa não possui sistema,
envie o seu controle de fornecedores atualizado ao Departamento de
Compras ou ao responsável por tal. É importante que ele(s) saiba(m) a
situação dos mesmos.
Antes de terminarmos, vamos a outra dica preciosa que
funciona muito bem. É a programação de pagamentos feita no dia
anterior ao vencimento. Exigirá um pouco de paciência e planejamento
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
54 PARTE III – OS COMANDANTES
interno mas os resultados são muito positivos. Funciona da seguinte
maneira:
Ao invés de você enviar ao banco os pagamentos no dia de vencimento, envie-os no dia anterior.
Nada de cara de espanto. Existe alguma regra que diz que não
podemos enviar nada para o banco no dia anterior do vencimento? Já
pensou nesta ideia? Vamos detalhar um pouco mais.
Quando conseguimos programar os pagamentos com um dia de
antecedência e colocamos esta rotina para funcionar, a vida de todos
fica mais fácil e tranquila. O que chamo de programar os pagamentos
com um dia de antecedência é literalmente preparar e lançar no banco
a movimentação do contas a pagar um dia antes do vencimento, sem
mudar a data do pagamento em si. Colocando isto em prática, você
começa a trabalhar sempre com um dia de “folga”. Se os imprevistos
acontecerem, você terá um prazo maior para lidar com os mesmos e
sem ficar olhando para o relógio contando os minutos para as 16h.
Para que este processo funcione bem, antes de implementá-lo
você deverá pedir ao seu chefe que envie um comunicado interno de
que os pagamentos deverão ser entregues no Departamento Financeiro
com no mínimo 48 horas de antecedência, que será o tempo de você
organizar a pastinha das contas e de efetuar os lançamentos no banco.
Aos poucos, vá comunicando também seus fornecedores de sua nova
rotina. Depois de algum tempo, você perceberá uma melhora geral no
contas a pagar.
Esta próxima dica também vai para as empresas que possuem
sistemas integrados e que têm interface (que “conversam”) com os
bancos. As rotinas de verificar os pagamentos realizados, os
pagamentos que voltaram, dar baixas no sistema e enviar os lotes de
pagamento para o banco podem ser feitas automaticamente através do
CNAB. Irei explicar esta rotina em um capítulo específico mais para
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
55 PARTE III – OS COMANDANTES
frente. Mas acredite, ela é fantástica e reduz em muito o tempo e os
erros destas rotinas.
Agora é hora de atender os nossos clientes internos e externos,
fazer negociações de pagamentos...
A rotina do Contas a Receber
Começamos o contas a receber da mesma forma que o contas a
pagar: Conferindo quem nos pagou no dia anterior através da
conciliação bancária. As empresas que possuem sistemas integrados
devem, após verificarem a conciliação, dar “baixa” nos clientes que as
pagaram. Neste caso, dar baixa significa informar ao sistema que o
cliente efetuou o pagamento e que a nota fiscal paga não está mais
“aberta” ou o cliente não mais nos deve. Se sua empresa não possui
sistema, envie o seu controle de clientes inadimplentes atualizado ao
Departamento Comercial ou ao responsável por tal. É importante que
ele(s) saiba(m) a situação dos mesmos.
De posse destas informações, o próximo passo deve ser
conferir qual cliente está “em aberto” com a nossa empresa ou quem
ainda está inadimplente. Visto a lista, ai podemos começar as cobrar
os devedores.
Se o Departamento Financeiro aonde você trabalha é o
responsável por enviar as cobranças aos clientes, após cobrar os
devedores, separe um tempo para envio dos boletos aos clientes (ou
outra forma de recebimento). Como isto normalmente é uma rotina
rápida, dependendo do volume, em algumas horas ou menos você
consegue realizá-la.
Esta próxima dica, mais uma vez vai para as empresas que
possuem sistemas integrados e que têm interface (que “conversam”)
com os bancos. As rotinas de verificar quais clientes nos pagaram, dar
baixas no sistema e enviar os lotes de cobranças para o banco podem
ser feitas automaticamente através do CNAB. Irei explicar esta rotina
em um capítulo específico mais para frente. E continue acreditando,
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
56 PARTE III – OS COMANDANTES
esta também é fantástica e também reduz em muito o tempo e os erros
destas rotinas.
A rotina do fechamento do dia
Fizemos nossa conciliação bancária, enviamos os pagamentos
para o banco, conferimos os clientes que nos pagaram, demos baixas
nos pagamentos e recebimentos, cobramos os clientes inadimplentes,
e agora é hora de juntar toda essa informação e enviar para a
contabilidade.
Nada mais é do que o tópico “1.4 - Efetuando a Conciliação
Bancária”
De forma resumida temos:
Conciliação Bancária
Contas a Pagar
Contas a Receber
Fechamento do dia
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
57 PARTE III – OS COMANDANTES
3.3 - GESTÃO DO CONTAS A PAGAR
A gestão do contas a pagar deve ser feita de maneira bem
detalhada e criteriosa pois pode expor de maneira bastante negativa a
empresa. Apenas para citar um exemplo, quando não pagamos um
fornecedor e temos o título protestado, esta informação aparece para
todos que quiserem ver que a nossa empresa não pagou alguém. Não
ter um financiamento liberado porque que estamos com o nome “sujo”
na praça é uma imagem muito ruim, e que certamente vai cair no colo
de você gestor do financeiro.
Para seguirmos uma linha de raciocínio, eu vou seguir alguns
tópicos internos do tópico “1.2 Operando o contas a pagar” mas na
visão do líder ok. Vamos lá?
Antes do Pagamento
A nossa equipe, antes do pagamento, deve prestar atenção
máxima nas informações de quem vamos pagar, se o pagamento
realmente é devido, nos dados bancários do fornecedor, entre outras
informações importantes. Você gestor deverá estar atento num nível
maior, ou seja, se o Departamento Financeiro está recebendo boletos
vencidos, ou com falta de dados de pagamentos, boletos de outras
empresas, etc. Diante disto, faça alguns questionamentos à sua equipe
como:
Existe algum fornecedor em específico que as situações
acima estão ocorrendo?
Se sim, alguma área interna está autorizando? Por que?
O volume destas ocorrências está aumentando ou
diminuindo?
Quais ações podemos tomar para que isto não aconteça mais
ou diminua?
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
58 PARTE III – OS COMANDANTES
Diante das respostas às perguntas acima, fica mais fácil lidar
com o problema. Se o problema for algum fornecedor em específico,
entre em contato com ele e questione estes acontecimentos. Se algum
departamento ou um profissional da sua empresa estiver autorizando,
pergunte o porquê e explique as consequências desta autorização. Ou
seja, tente de todas as formas limitar que a sua equipe perca tempo
tendo de resolver os mesmos problemas todos os dias. Lembre-se, uma
das funções do líder é diminuir as pedras no caminho da sua equipe.
Organizando o Contas a Pagar
Os documentos chegam até a sua equipe de forma
desorganizada, ou durante o dia inteiro, ou você percebe uma luta para
que os boletos fiquem organizados para o pagamento? Como chefe
você deverá ser o primeiro a dar o exemplo. Quer uma amostra? Se os
seus liderados vêem a sua mesa uma bagunça, vão se sentir no direito
de “bagunçar” a casa. Portanto sirva de modelo.
Depois que sua mesa estiver organizada, comece colocando
uma ordem na chegada dos documentos no Departamento Financeiro.
É impressionante como algumas pessoas pensam que é só chegar e
largar um boleto bancário sobre a mesa do funcionário. Simples assim.
E mais uma vez: Nada disso. Quando alguém for entregar alguma
conta a pagar, verifique alguns pontos importantes, antes de passar pro
seu pessoal:
A data de pagamento já expirou? Ou seja, o título está
vencido? Se estiver, devolva. Sim, devolva. A sua equipe tem a
obrigação de efetuar a operação de pagamento e não de ligar pedindo
pelo amor de Deus a prorrogação do prazo. Comunique a quem estiver
te entregando que entre em contato com o fornecedor e peça novo
prazo. No início você verá muita cara feia, mas depois poderá andar
tranquilamente na sua empresa.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
59 PARTE III – OS COMANDANTES
Peça uma lista com protocolo de entrega. Confira
documento por documento. Por que disto? As pessoas perdem a
memória com facilidade e não se lembram se entregaram ou não o
boleto para pagamento. E adivinha de quem será a culpa? Hummm...
Compre as pastas sanfonas para a sua equipe e exija que ela
a use. Nada de ficar aceitando documento jogado de um lado para o
outro. Lembre-se, a responsabilidade do departamento é sua, logo o
seu diretor vai brigar com você e não com o seu funcionário.
Formas de pagamentos
Tente ao máximo fazer com o que os pagamentos sejam realizados através de boletos bancários ou
transferências bancárias, ou seja, via internet banking. É muito mais fácil e rápido para sua equipe trabalhar com eles do que com dinheiro ou depósito em cheque.
Ainda existem muitas e muitas empresas que fazem
pagamentos através de cheques por simples insegurança do diretor ou
por desconhecimento dos sistemas dos bancos. E ainda os fornecedores
que só aceitam dinheiro ou cheque. Quer alguns argumentos para
convencê-los a trabalhar com os bancos?
O sistema bancário brasileiro via Internet é um dos mais
seguros do mundo. Claro que todo mundo já ouviu falar do fulano que
teve sua conta invadida. Ninguém nunca conheceu esse tal fulano mas
quando vai se averiguar o caso, normalmente o fulano entrou num site
inseguro, e digitou suas senhas. Ou seja, o problema grande parte das
vezes é na pessoa e não no banco. E se ocorreu no banco você tem seu
valor devolvido. Afinal nenhuma instituição financeira dessas quando
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
60 PARTE III – OS COMANDANTES
erra, quer propaganda negativa de insegurança divulgada mundo afora
certo?
A velocidade com que o funcionário do Financeiro lança
um boleto ou uma transferência no sistema do banco, é muito maior do
que para se preencher um cheque. Logo a probabilidade de erros
diminui bastante pois o colaborador não vai precisar trabalhar sobre
pressão para dar tempo de fazer tudo.
A comprovação do pagamento realizado também é muito
melhor. No dia seguinte, tem-se o comprovante pela impressão via
banco. Já no caso dos cheques, é preciso esperar o danado compensar.
E as vezes, o fornecedor esquece de depositar e fazemos uma previsão
por muito tempo, atrapalhando nosso fluxo de caixa.
Qual a maior quantidade você já ouviu falar: Cheques
fraudados ou contas correntes fraudadas? Qual você acha que é mais
fácil roubar, um cheque no meio do caminho ou invadir um sistema de
um banco?
Creio que já temos motivos de sobra para trabalharmos via
internet banking correto? Portanto caro gestor trate de facilidade a vida
da sua equipe. Converse com os seus superiores e fornecedores e
exponha estes motivos e tente convencê-los. Seus liderados
agradecem.
Após os pagamentos
Este momento é mais voltado para a sua equipe, que é o de
conferir no dia seguinte se os pagamentos foram efetuados
corretamente, o que acaba caindo no assunto da conciliação bancária,
que falaremos mais pra frente com mais detalhes.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
61 PARTE III – OS COMANDANTES
Pagamento sem documentos
Caro “chefe”, pagamento sem documentos é um tiro no pé.
Imagine se um fornecedor resolver ligar para o seu diretor e dizer a ele
que anda recebendo pagamento, mesmo sem enviar a nota fiscal? Ou
então se o contador apresenta o balanço e a conta contábil
“adiantamento a fornecedores” está nas alturas? Pense no tamanho do
problema que você vai ter para explicar. E é claro que vai acabar
levando bronca.
Isto é uma tarefa muito importante dos gestores, de controlar
os “pagamentos adiantados”, os “adiantamentos a fornecedores” ou
outro nome qualquer que sua empresa utilize. Sempre faça um
levantamento de quais valores estão “em aberto”, sem nota fiscal. Faça
uma planilha (ou tire um relatório no sistema integrado) e a confira
diariamente. Corra atrás dos documentos. Questione sempre sua
equipe para saber o porquê destes valores estão em aberto ou porque
estão aumentando.
Uma forma de evitar é, no momento de receber os pagamentos,
você frear solicitações destas. E não pense duas vezes antes de fazer
isso. Se caso a solicitação for importante, peça para o diretor da
empresa ou superior enviarem o motivo via e-mail para você se
resguardar.
Conversando com os Fornecedores / Negociando com os
Fornecedores
Quer ver sua equipe perder tempo? É vê-los atender
fornecedores pessoalmente ou via telefone durante o dia, sem um
horário definido ou ficar recebendo “visitas” dos outros departamentos
de hora em hora. Regras sempre. Comunique a todos por e-mail que o
Departamento Financeiro somente irá atender às solicitações de
pagamentos após um determinado horário, e de preferência após o
almoço. No tópico “3.2 A rotina do departamento financeiro” eu
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
62 PARTE III – OS COMANDANTES
deixo bem claro alguns motivos para este início de atendimento
externo. Mas isto é uma tarefa do gestor e não da equipe. Se precisar
de apoio, converse com o diretor da empresa e faça-o entender.
Estabelecido este horário, os seus funcionários podem ter de
ligar para renegociar dívidas, valores não pagos, dentre outros assuntos
com os fornecedores. Neste momento, é importante que você deixe
claro as possibilidades de negociação ou uma margem para tal. De
posse do valor da dívida e do seu fluxo de caixa, informe quanto e
como poderá pagar o valor em aberto ao fornecedor. Às vezes, o que
oferecemos não é aceito e uma contraproposta é feita. Tudo bem, sem
problemas. Analise-a, e dê logo a resposta ao seu funcionário para que
ele possa concluir a negociação e evite que o fornecedor fique ligando
perguntando como andas o processo dele.
Em algumas empresas com dificuldades financeiras, este
momento de “negociação” de valores em aberto é frequente. Você
gestor deve ficar atento a um ponto importante: toda negociação que
você fizer vai gerar uma mudança em datas e valores nas saídas no seu
fluxo de caixa. Logo, nunca se esqueça de mantê-lo atualizado. Se sua
empresa utilizar um sistema integrado, lembre à sua equipe de atualizar
as informações nos títulos ok?
Gerenciando os pagamentos em aberto
Nas empresas com dificuldades de caixa, permanecer com
fornecedores em aberto é uma situação comum. Aperta daqui, paga
alguns fornecedores, aperta dali, negocia com outros, e a vida da
empresa vai sendo tocada. Nessas horas, o gerente do financeiro deve
ter um pouco de “sangue frio” porque a pressão tende a aumentar
bastante sobre todos do departamento.
Em primeiro lugar o básico: tente ficar calmo. Estressar não vai
levar ninguém a lugar nenhum e só vai atrapalhar o clima interno dos
nossos colegas. Faça reuniões semanais com sua equipe de
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
63 PARTE III – OS COMANDANTES
pagamentos. Somente assim você saberá em detalhes o que está
acontecendo. Depois mantenha um controle rigoroso de quais
fornecedores sua empresa está devendo e o que isto representa em
valores. E atualize sempre este controle. Isto é importante primeiro
para conseguirmos gerenciar bem o fluxo de caixa e possíveis
negociações. Depois, se você precisar de um empréstimo ou aporte de
capital dos sócios saberá dizer quanto dinheiro irá precisar. Mantenha
a diretoria informada dessa situação. Nada é pior do que o seu diretor
ficar sabendo numa sexta-feira no final da tarde que a empresa dele
está com um débito alto. O final de semana não será dos mais
agradáveis portanto evite que as notícias desagradáveis tornem-se
surpresas desagradáveis.
Fluxo dos pagamentos
Eu pessoalmente acho muito importante conhecer todo o fluxo
do processo das empresas. Ajuda bastante a entender o porquê algumas
coisas acontecem. Vamos então tentar descrever como funciona o
“Fluxo de Pagamentos”.
Nas médias e grandes empresas, o fluxo do processo da compra
até chegada do documento ao financeiro para pagamento,
normalmente é o seguinte:
O setor da produção solicita uma mercadoria.
O departamento de compras realiza a compra.
Chegada da compra com a documentação fiscal.
Conferência pelo setor de almoxarifado, se tudo está de
acordo com o pedido.
A contabilidade faz o cálculo dos impostos e contabiliza a
mercadoria.
A documentação de pagamento é enviada ao financeiro.
O financeiro realiza o pagamento.
O comprovante é enviado ao fornecedor.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
64 PARTE III – OS COMANDANTES
Estas organizações possuem uma série de funcionários para
cada uma destas tarefas e têm processos bem definidos em cada uma
das etapas. Já nas pequenas empresas a história é um pouco diferente.
Normalmente, acontece assim:
O dono da empresa ou o gerente comercial faz a compra.
O departamento financeiro (ou as vezes o comercial) recebe
a compra, os documentos fiscais e confere se tudo foi entregue dentro
do pedido.
Os documentos para pagamento são entregues para a
“pessoa” do contas a pagar do financeiro.
Esta “pessoa” faz o pagamento. E esta mesma “pessoa”
envia o comprovante para o fornecedor.
Ao final, esta “pessoa” reúne todos os documentos (fiscais
e do pagamento) e envia para a contabilidade (que normalmente é
terceirizada).
A contabilidade então contabiliza e devolve as guias de
impostos (quando houver) para pagamento.
Podemos notar que o processo de compras das micro e
pequenas empresas é um pouco diferente das médias e grandes.
Primeiro pela quantidade de pessoas envolvidas no fluxo. E depois
pelo próprio processo que, nas empresas maiores é bem desenhado e
nas menores pode ser um Deus no acuda.
Uma sugestão que pode ser seguida é a seguinte:
Quem realiza o pedido de compra confere a mercadoria.
A documentação deve ser entregue completa ao
departamento financeiro.
O financeiro realiza o pagamento e envia o comprovante
para quem realizou o pedido de compra.
Em seguida envia o documento à contabilidade
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
65 PARTE III – OS COMANDANTES
Recebe as guias de pagamento dos impostos (quando
houver).
Agora que já gerenciamos nosso contas a pagar, vamos ao
nosso contas a receber!
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
66 PARTE III – OS COMANDANTES
3.4 - GESTÃO DO CONTAS A RECEBER
Partindo de um certo ponto de vista, gerenciar o contas a
receber é mais tranquilo do que o contas a pagar. Afinal, receber é
sempre melhor do que pagar e cobrar é sempre melhor do que ser
cobrado. Pelo menos na teoria funciona assim. Mas é tão importante
quanto pois se não recebermos, não pagamos nossas contas. Saber lidar
com um “estoque” de clientes que não pagam é tarefa árdua. Gerenciar
um fluxo de caixa que não recebe aquilo que programamos pode ser
complicado. E o Departamento Comercial querendo vender a todo
custo? Hummm...
Financeira x Comercial
Está ai um dos pontos que creio ser de muita importância para
o líder ter sucesso na gestão do contas a receber. Ter um bom
relacionamento com a área comercial é fundamental. Lembre-se que a
cobrança para vender é enorme e nem sempre algumas normais
internas são respeitadas para que a meta de vendas seja batida. Mas,
como um depende do outro, nada de brigar com o gerente comercial.
Às vezes, temos certeza de que o outro sabe aquilo que estamos
“carecas de saber”. Nem sempre. O gerente comercial quer vender
certo? Mas ele sabe que se vender com um prazo de recebimento muito
grande irá prejudicar o caixa? Ele conhece os nossos prazos de
pagamento? E os dados do cliente? Alguém já disse a ele que se não
tivermos os contatos completos não poderemos cobrar os
inadimplentes? É muita coisa para ele saber certo?
Você como gestor precisa deixar claro que o Departamento
Financeiro precisa sempre das informações de cobranças emitidas pelo
Departamento Comercial e dos dados atualizados dos clientes. E o
Gerente Comercial precisa saber quais clientes estão inadimplentes
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
67 PARTE III – OS COMANDANTES
para se necessário, tomar alguma ação. Neste caso, é tarefa sua
informá-lo.
E isto caro gestor é obrigação sua sentar e conversar. Exponha
sempre as suas necessidades para a área comercial e tente sensibilizá-
la. E se precisar, converse de novo. E mais uma vez. Somente parta
para uma conversa mais “séria” caso a situação fique fora do controle.
Formas de Recebimento
Na questão de formas de recebimento, eu vou bater na mesma
tecla das formas de pagamento. Tente ao máximo fazer com o que os
recebimentos sejam realizados através de boletos bancários ou
transferências bancárias, ou seja, via internet banking. É muito mais
fácil e rápido para sua equipe trabalhar com eles do que com dinheiro
ou depósito em cheque. Vamos detalhar as formas e explicar alguns
pontos importantes:
1. Dinheiro: Apesar de simples, temos um "probleminha"
escondido. Lembre-se que outra briga comum do financeiro, além do
Departamento Comercial, é com a contabilidade certo? O nosso amigo
contador precisa sempre de tudo documentado contabilmente para
poder fechar as "contas" no final do mês (falaremos nisso em outro
tópico). E nessas pequenas vendas, as empresas ou não possuem
documento fiscal ou não o entregam, e o “nosso pessoal interno” é
mestre em não “lembrar” de pedir pelo menos um recibo demonstrando
a entrada de caixa. Portanto fique atento e lembre-se que toda e
qualquer movimentação financeira deve ser documentada, mesmo que
tenha sido em dinheiro.
2. Depósito Bancário/Transferência Bancária: Uma das
formas “menos garantidas” que temos de receber. Isto porque nada
impede que o nosso cliente simplesmente não deposite o valor da
venda ou não faça a transferência e não temos nenhuma forma de
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
68 PARTE III – OS COMANDANTES
corrermos atrás do prejuízo a não ser ficar ligando, ligando e ligando
e rezando para o cliente se sensibilizar e fazer o depósito.
Mas, por outro lado, temos bons clientes, antigos, e de
confiança, e as vezes fica meio chato de uma hora para outra
começarmos a enviar boletos bancários para eles. Então vão algumas
dicas para nos proteger e para ficarmos mais seguros de trabalhar com
depósito bancário ou transferência bancária:
Se estiver vendendo mercadorias, peça para que o seu
cliente faça o depósito e lhe envie o comprovante. Então libere a
mercadoria.
Se estiver prestando um serviço, condicione o início do
trabalho a um pagamento inicial (entrada), e depois vá recebendo o
restante a medida em que as etapas forem sendo cumpridas. Mas não
se esqueça de deixar isto bem claro no contrato de prestação de
serviços.
Se você trabalhar em uma empresa que possua vários produtos
e um volume de vendas alto, evite receber através de depósito
bancário. Lembre-se que você deverá fazer a conciliação bancária e
checar todas as entradas. Imagine fazendo isso com vários valores, e
alguns ainda iguais? Dorzinha de cabeça na certa.
3. Boletos Bancários: A meu ver, a melhor das formas de
recebimento. Têm alguns detalhes sobre formas de cobrança e custos
das mesmas. Vamos conhecer um pouco mais:
Cobranças simples e sem registro: As cobranças simples
não têm nenhum tipo de instrução, como multas e juros após o
vencimento, protesto automático, dentre outras garantias.
Normalmente são enviadas para clientes antigos e com bom histórico
de pagamento. Podem ser emitidos na própria empresa.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
69 PARTE III – OS COMANDANTES
Cobranças com registro: As cobranças com registro
permitem incluir instruções de multas e juros, protesto automático,
dentre outras ações. Normalmente são emitidas e enviadas pelos
bancos. O ponto negativo é que têm custos mas têm um ponto positivo
importante que é de poderem ser protestados. Prefira os boletos com
registro. Por mais que tenham custos, só do cliente ter ciência de que
poderá ser protestado, pensará duas vezes antes de não pagar.
Custos: Sobre o custo, os valores variam de banco para
banco. Importante você ter em mente que quanto mais boletos você
emitir e quanto maior o valor das cobranças, menor será o custo
cobrado pelo banco. Portanto negocie com os bancos que você tem
relacionamento. Converse com seu gerente.
Prazo de recebimento: O recebimento do crédito na sua conta
corrente pode variar. O prazo pode ser de D+0 até D+2. E o que isto
quer dizer? Isto quer dizer que se o cliente paga hoje, você só vai ver
o dinheiro na sua conta em 2 dias, no caso de sua cobrança ser D+2. E
da mesma forma em 1 dia no caso do D+1 e no final do dia no caso
do D+0 (isto porque a compensação ocorre no final do dia então
somente após isso é possível saber quem nos pagou ou não). O custo
também varia em decorrência desse prazo. Recebimentos em D+0 têm
custos mais elevados. Em D+2 custam menos.
4. Cheque: Esse daí as vezes chega dar arrepios. O cheque é
um dos meios mais arriscados de receber dos clientes. Imagina o
aborrecimento e a perda de tempo que você tem para pedir ao seu
office-boy (ou as vezes até você mesmo) ir ao banco depositar o
cheque. Ai o danado volta a 1ª vez. Você liga para o cliente e ele jura
de pés juntos que você pode depositar de novo e que dessa vez vai ter
saldo em conta. Lá vai o office-boy pegar o cheque no cliente,
enfrentar a fila do banco de novo e reapresentá-lo. E adivinha? O
cheque volta outra vez (e vai pro espaço a sua projeção de entradas do
fluxo de caixa).
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70 PARTE III – OS COMANDANTES
Brincadeiras à parte, o cheque é um meio arriscado de receber
dos clientes. Existem várias empresas que possuem cheques no
SERASA com alínea 12 (quando o cheque volta 2 vezes sem fundos),
protestados, e continuam a operar normalmente.
Então, se não tiver jeito, e os seus clientes insistirem ou já
estiverem acostumados a pagar através de cheques, tome algumas
precauções:
No caso de novos clientes, nas primeiras compras, espere o
cheque compensar para então liberar o produto ou prestar o serviço.
Assim você terá um histórico do seu cliente e verá se ele é ou não um
“bom pagador”.
Pegue todos os dados e referências comerciais e bancárias e
faça um cadastro. Ligue para todas as referências e se certifique de que
o cliente é um bom pagador. Isso é uma prática comum no mercado
portanto nada de ficar constrangido em ligar.
Se tiver acesso, faça uma consulta nos bancos de dados de
associações comerciais ou nas câmaras de dirigentes lojistas de sua
cidade. São fontes de dados nas quais você poderá consultar várias
informações dos clientes como a existência de pendências financeiras.
Normalmente este serviço é cobrado através de uma assinatura mensal.
Vale a pena o gasto.
Identificando os recebimentos
A sua equipe pode vir a ter alguns problemas na identificação
dos recebimentos, principalmente nos depósitos bancários e nas
transferências bancárias. Os recebimentos através dos boletos são
fáceis de serem identificados pelo nº do título / nota fiscal. Em dinheiro
nem precisamos comentar. Voltando então aos depósitos e
transferências, é comum aparecerem operações com o mesmo valor,
valores pagos parcialmente e que não batem os dados dos títulos,
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71 PARTE III – OS COMANDANTES
dentre outras várias “variáveis”. Para resolver isto, existe um serviço
de baixo custo cobrado pelos bancos: O depósito identificado.
O Depósito Identificado nos permite identificar quem fez o
pagamento em nossa conta corrente, realizado através de Depósitos
Bancários e Transferências Bancárias. Você liga para o seu gerente
e diz que vai querer contratar este serviço. Ele então vai perguntar qual
a forma que os seus clientes deverão ser identificados. Eu sugiro
sempre através do CNPJ do cliente. Quando este for depositar, terá de
digitar o CNPJ dele. A sua equipe no momento da conciliação bancária
e da identificação dos recebimentos, poderá saber qual cliente
depositou, através da conferência do CNPJ. E sem mais estresse na
hora de conciliar.
Cobrando os clientes inadimplentes / Negociando com os clientes
Vou buscar algumas partes e ideias do tópico “3.3 - Gestão do
Contas a Pagar” pois também se encaixam perfeitamente aqui neste
tópico.
Um dos motivos que fazem com que as equipes percam mais
tempo é a falta de organização em fazer determinadas tarefas. Neste
caso de cobrança dos clientes inadimplentes é fazê-la sem um horário
definido ou sem um rumo. Mais uma vez, regras sempre. Comece
estabelecendo dias e horários para sua equipe. Lembre-se que quem
cobra nunca deve permanecer um dia inteiro cobrando, e nem dias
seguidos. Isto porque nem sempre se conseguem resultados positivos
e como consequência vem a frustração. E você não quer um
funcionário frustrado e desanimado certo? Eu sugiro que a cobrança
seja feita em dias alternados e horários alternados. Exemplo: segunda-
feira pela manhã, quarta-feira pela tarde e sexta-feira pela manhã. O
restante do tempo, peça ao seu funcionário para atualizar as
informações na sua planilha ou no seu sistema. Se ainda sobrar tempo,
ele pode ajudar nas tarefas do restante da equipe.
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72 PARTE III – OS COMANDANTES
Durante as ligações, é importante que você deixe claro as
possibilidades de negociação ou uma margem para tal. De posse do
valor da dívida do seu cliente e do seu fluxo de caixa, informe quanto
e como poderá pagar o valor em aberto. Às vezes, o que oferecemos
não é aceito e uma contraproposta é feita. Tudo bem, sem problemas.
Analise-a, e dê logo a resposta ao seu funcionário para que ele possa
concluir a negociação e evite que o cliente fique ligando perguntando
como andas o processo dele.
Mais uma vez frisando, você gestor deve ficar atento a um
ponto importante: toda negociação que você fizer vai gerar uma
mudança em datas e valores, neste caso, nas entradas no seu fluxo de
caixa. Logo, nunca se esqueça de mantê-lo atualizado. Se sua empresa
utilizar um sistema integrado, lembre à sua equipe de atualizar as
informações nos títulos ok? E informe imediatamente ao gerente
comercial ou ao seu diretor, caso ele seja o responsável pela venda.
Formas de Cobrança
Existem duas modalidades mais conhecidas de cobranças que
podemos fazer:
1. Cobrança Interna
2. Cobrança externa por empresas de recuperação de
crédito
Vamos falar um pouco sobre cada uma delas.
1. Cobrança Interna - Quem dera se toda micro e pequena
empresa pudesse contratar uma empresa externa de cobrança de
recuperação de crédito. Ia ser o melhor dos mundos. Mas como este
mundo, por enquanto, ainda não aparece em nosso horizonte, vamos
nos ater a cobrança interna, feita internamente por nós.
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73 PARTE III – OS COMANDANTES
Eu particularmente sugiro a cobrança interna para as micro e
pequenas empresas em todos os casos, e para as grandes empresas,
quando possuam uma quantidade baixa de títulos em aberto e/ou com
vencimento inferior a 180 dias e para títulos de maior valor que façam
influência no fluxo de caixa. Mas independente disto, ela deve ser
efetiva e dar resultado.
Para tal, sugiro a criação de um "departamento interno de
cobrança" dentro do departamento Financeiro. Isto quer dizer destacar
um funcionário (ou mais se necessário) por tempo integral, ou pelo
menos por parte do dia, ou por dias específicos da semana. Lembre-se
quanto maior necessidade de caixa, maior deverá ser a prioridade.
Um ponto importante é que a cobrança deverá ser realizada em
dias pré-determinados e/ou alternados para que o cobrador não se
canse. Imagine você o dia inteiro no telefone escutando “não posso”,
“não vou pagar” ...é cansativo e desestimulante.
Bom, definimos então nosso “cobrador”. Agora vamos dar a
ele opções de negociação para que a cobrança seja produtiva. Pois de
nada adianta jogarmos uma pessoa no mar se ela não sabe nadar.
Estou falando da Régua de Cobrança e que deverá ser
definida pelo gestor. Esta irá direcionar e ajudar o funcionário a ser
mais efetivo. Nada mais é do que as opções que o funcionário terá para
negociar com os clientes. Nela temos:
Prazo de vencimento: Toda negociação deve incluir um
prazo limite para o recebimento do crédito. Se estivermos falando de
valores pequenos, ofereça um prazo de aproximadamente 05 dias que
é bastante razoável. Lembre-se que no meio do caminho podem surgir
imprevistos que impossibilitem o nosso cliente a efetuar o pagamento
(falta de saldo em conta corrente, sem acesso a meios de pagamento,
etc). No caso de valores maiores, sugira o parcelamento da dívida mas
não deixe de incluir os prazos para recebimento das parcelas.
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74 PARTE III – OS COMANDANTES
Parcelamento da dívida: O cliente inadimplente
normalmente pede um parcelamento da dívida. Então temos de definir
em quantas parcelas iremos receber aquele valor em aberto. É comum
que esse parcelamento seja calculado em função do montante em
aberto. Claro que estas condições da Régua de Cobrança variam de
empresa para empresa e podem e devem ser alterados em função
principalmente do caixa. Apenas sugiro que não sejam muito radicais
para não dificultarem a negociação.
Seguem algumas sugestões:
Valores até R$1.000,00 em aberto – Pagamento a vista;
Valores de R$ 1.000,00 até R$ 5.000,00 em aberto -
Divididos em até 2x, sendo 50% do valor à vista e os 50% do valor
restante em 30 dias;
Valores de R$ 5.000,00 até R$ 10.000,00 - Divididos em até
4x, sendo 50% do valor à vista, 25% do valor em 30 dias e os restantes
25% do valor em 60 dias…e por ai em diante.
Taxas de juros: Quando um cliente aceita a negociação e
pagar o título vencido, ele irá querer saber quanto de juros terá de
pagar. Assim o cobrador já deverá estar de posse destes números no
momento da cobrança. Importante ressaltar que não é prudente cobrar
juros muito altos. As empresas sabem quanto o mercado cobra em
geral. Você pode ter um bom indicador pedindo verificando quanto os
bancos estão cobrando para “descontar duplicatas”.
Normalmente as empresas fazem o seguinte cálculo:
Até 30 dias de vencido: x% de juros;
De 30 a 60 dias de vencido: x% de juros;
De 60 a 90 dias de vencido: x% de juros;
De 90 a 120 dias de vencido: x% de juros…e por ai em
diante.
2. Cobrança Externa - A cobrança externa é realizada por
empresas especializadas na recuperação de crédito e é sugerida nos
seguintes casos:
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75 PARTE III – OS COMANDANTES
Uma quantidade alta de títulos em aberto;
Títulos com vencimento já superior a 180 dias;
Títulos de menor valor, ou que não façam tanta influência
no fluxo de caixa;
Todas as opções juntas.
Nestes casos, o esforço na recuperação destes créditos pela
cobrança interna não é interessante visto que o fluxo de caixa já
absorveu a falta da receita.
Estas empresas terceirizadas normalmente cobram da seguinte
maneira:
Através de uma porcentagem sobre o valor original do título;
Pelo valor que conseguirem cobrar de multa e juros sobre o
valor original do título;
Outra forma acertada entre as partes.
A escolha da melhor opção fica a cargo do gestor.
Algumas empresas preferem receber qualquer valor do cliente
inadimplente e com mais rapidez. Outras preferem receber um valor
maior mas com maior demora no recebimento. Enfim, a decisão é
baseada na necessidade que o fluxo de caixa apresentar naquele
momento.
Três informações são sempre solicitadas no momento da
proposta:
1) Valor do ticket médio: Nada mais é do que o valor médio
das cobranças. Ex: Se sua empresa emitiu 1 cobrança de $100,00, outra
de $200,00 e outra de $300,00, o valor do ticket médio será: $100,00
+ $200,00 + $300,00 / 3 = $200,00.
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76 PARTE III – OS COMANDANTES
2) Quantidade de títulos em aberto ou vencidos: Quantos
títulos estão em aberto?
3) Região dos clientes inadimplentes: Onde estão
localizados estes clientes inadimplentes? Em Minas Gerais? Em qual
cidade? No estado de São Paulo? Em qual cidade? Esta pergunta é feita
pois irá influenciar nos custos de cobrança da empresa terceirizada.
Os créditos recebidos pela cobrança dos clientes inadimplentes
normalmente são depositados na conta corrente da empresa de
cobrança. E no prazo acordado entre você e a cobradora, estes créditos
são finalmente depositados em nossa conta corrente (para alegria do
nosso fluxo de caixa...e também do nosso chefe).
As empresas de cobrança normalmente possuem softwares de
gestão que mostram todo o acompanhamento da cobrança de um
determinado cliente. Podemos saber quando entraram em contato,
quem recebeu a ligação, como está o andamento da negociação, dentre
outras informações importantes para nosso acompanhamento.
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77 PARTE III – OS COMANDANTES
3.5 - GERENCIANDO A CONCILIAÇÃO BANCÁRIA
A conciliação bancária é um momento muito importante para o
Departamento Financeiro. É nesta hora caro gestor que sua equipe
checa tudo aquilo que aconteceu de movimentação financeira nos
bancos e através dela podemos conhecer quais fornecedores pagamos,
quais clientes nos pagaram, quais os débitos que ocorreram, dentre
outras informações. Por isso bastante atenção no resultado desta
conciliação, não apenas para bater os valores mas também nas
informações que serão repassadas as demais áreas, as quais estes dados
também importam bastante. A área comercial certamente vai querer
saber quais clientes pagaram e quais estão inadimplentes. A área de
compras vai querer saber quais fornecedores estão em dia e quais estão
em débito.
Portanto, vão algumas dicas para gerenciar em esta situação:
Peça todos os dias (sim, todo santo dia) o extrato do banco
junto com o extrato da sua movimentação financeira (uma planilha ou
do sistema integrado). Confira se as somas das entradas e das saídas
batem exatamente iguais nos dois extratos. Faça disso uma rotina.
Atenção para as pegadinhas comuns que alguns
funcionários fazem para bater estes valores: Lançar os famosos
adiantamentos de clientes ou adiantamento de fornecedores. Isto
ocorre quando não identificam a movimentação. Crie uma regra bem
clara que diz que somente você poderá fazer uso deste artifício.
Fique atento a valores iguais para que não sejam
identificados como clientes ou notas fiscais errados. Consertar isto no
futuro pode dar uma baita dor de cabeça.
Se ninguém da sua equipe conseguir identificar o
lançamento, e nem você, aguarde alguns dias e pergunte neste intervalo
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78 PARTE III – OS COMANDANTES
as outras áreas da empresa. As vezes algum outro funcionário saberá
te dizer e não precisará ser lançado como adiantamento.
Lugar de movimentação fechada é na contabilidade e não no
Departamento Financeiro. Nada de ficar entulhando papel. O seu setor
não é arquivo morto.
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79 PARTE III – OS COMANDANTES
3.6 - GERENCIANDO E ANALISANDO O FLUXO DE CAIXA
Após termos aprendido a criar um fluxo de caixa no tópico “1.5
– Criando um Fluxo de Caixa”, a minha sugestão é sempre que este
seja alimentado diariamente. E esta alimentação deverá ser feita logo
após a conciliação bancária. Afinal não é na conciliação bancária que
ficamos sabendo da movimentação financeira que ocorreu na empresa?
De posse do seu fluxo de caixa, é necessário que você faça uma
análise do mesmo para que consiga tomar as decisões necessárias.
Então mãos a obra.
Vamos pensar na seguinte situação. O seu diretor lhe pede para
que envie a ele o fluxo de caixa dos próximos 30 dias. Você, já com o
trabalho pronto e cheio de orgulho, envia um e-mail contendo as
informações solicitadas.
Nem trinta segundos depois, chega a resposta:
"Favor me enviar junto uma análise do fluxo de caixa e também
um projeção para o final do ano."
Normalmente diante de um questionamento você pode pensar:
- "Ahhh neemmm.... Pra que ele quer uma análise deste fluxo
de caixa e pra que essa projeção até o final do ano? Não basta ele
apenas ver o que eu enviei pra ele?"
Já que não temos como escapar, vamos então partir para a
Análise do Fluxo de Caixa. Vamos como exemplo separar as
ENTRADAS de uma parte da planilha que criamos no tópico “1.5 –
Criando um Fluxo de Caixa”. Lembrando que esta análise poderá ser
feita em períodos diversos, como um mês inteiro, um ano, e por assim
em diante.
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80 PARTE III – OS COMANDANTES
Lembro que este mesmo raciocínio serve também para as
SAÍDAS.
1) Clientes: Podemos perceber que nossa receita de vendas
com os clientes começou o mês com $45 no dia 1º, depois $41 no dia
2, $67 no 3º dia e por último $135 no dia 4. Se fôssemos enviar uma
análise para o nosso chefe, se excluíssemos o fator sazonalidade (ou
aquilo que acontece fora do padrão, fora do normal, como ganhar um
prêmio do nosso cliente em dinheiro), poderíamos dizer que
começamos o mês bem, até o dia 3, e depois tivemos um salto das
vendas no dia 04.
Agora vamos ver quanto em % as vendas de cada dia,
representaram sobre o total das vendas do total de dias. Somando
estes valores, encontraremos uma venda total de $166. O 1º dia
representou 16% do total das entradas. O 2ª dia, representou
aproximadamente 14%. No dia 3, saltou para 23% e no 4º dia saltou
para 47%.
Bom, agora é repetir o mesmo ritual para as SAÍDAS.
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81 PARTE III – OS COMANDANTES
Criando as Projeções de Caixa
Depois de termos feito estas análises e verificarmos com mais
profundidade as variações, a representação em % do total, e outras
informações importantes, vamos agora partir para a 2ª parte da
solicitação do chefe: A projeção até o final do ano.
Esta projeção nada mais é do que completar a nossa planilha
com informações e dados até o final do ano, ou do período solicitado.
Como ainda não sabemos o que vai acontecer, temos de colocar
projeções. Estas projeções normalmente sai feitas baseadas no
histórico da empresa e também no planejamento a longo prazo. Vamos
detalhar isso pegando como exemplo as despesas com folha de
pessoal.
Ao longo do ano, estas despesas podem variar quando um
funcionário sai de férias (paga-se o salário + 1/3 de férias), quando
ocorre uma demissão sem justa causa (paga-se o FGTS + 40% de
multa), acordo coletivo de aumento salarial, entre outras. Veja como
ficaria uma projeção de despesas de Folha de Pessoal:
A projeção está pronta.
Não satisfeito, nosso chefe vai querer saber porque tivemos um
aumento nos meses de Julho, Agosto, Novembro e Dezembro certo?
Então vamos analisar a projeção.
Nos meses de Julho e Agosto normalmente os funcionários
saem de férias então temos um aumento das saídas pelo pagamento das
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82 PARTE III – OS COMANDANTES
férias + 1/3 de férias. E em Novembro e Dezembro, mais funcionários
sairão de férias além do pagamento do 13º salário.
Você percebeu que em várias partes acima, eu mencionei que
“iríamos dizer” ao nosso diretor o porquê de variações certo? Estas
informações normalmente veem escritas em notas de rodapé ou em
espaços/campos pré-determinados para as observações. Coloque neste
local todas as informações que você julgar importantes e que o seu
chefe poderá lhe perguntar. Faça um trabalho completo. Afinal, é
melhor ganhar elogios do que puxão de orelha né.
Este exemplo que dei pode e deve ser usado em todas as demais
ENTRADAS E SAÍDAS. Em alguns casos, o gestor deverá ir atrás de
informações em outros departamentos. Por exemplo no caso das
entradas de receitas com vendas e serviços, deveremos consultar a
previsão de vendas com o gestor do Departamento Comercial. Nas
despesas com folha de pessoal, o gestor do Departamento de Pessoal
terá os dados que precisamos
Estas projeções e análises são muito importantes e são usadas
constantemente na tomada de decisões pela diretoria. Por isso é
fundamental que as informações contidas sejam verdadeiras e
corretas.
Além de trabalhar com as planilhas, você ainda poderá
incrementar estas análises através dos “gráficos”. Eles permitem uma
visualização bem clara dos resultados e facilitam o entendimento do
que queremos passar. Existem vários formatos diferentes que podem
ser usados. Vamos pegar os dois exemplos que demos sobre as análises
e projeções e colocá-los em formato de gráficos. Vamos usar o
programa Microsoft Excel (ou outro de sua preferência) para criá-los.
Veja como ficam:
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83 PARTE III – OS COMANDANTES
O ideal é que você apresente as planilhas em conjunto com os gráficos.
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84 PARTE III – OS COMANDANTES
Dificuldades de “falta de caixa”
Em algumas ocasiões, analisaremos o nosso fluxo de caixa e
iremos nos deparar com a falta de caixa, ou seja, falta de recursos para
alguns compromissos. Não espere este dia chegar para tomar decisões.
Seja rápido. Pense numa maneira de gerenciar esta falta. Mas se estiver
difícil, veja algumas dicas:
Se tiver aplicação financeira, programe um resgate no
valor necessário. Lembre-se sempre de ligar com antecedência
avisando ao seu gerente de banco para resgatar a quantia;
Caso não tenha aplicações financeiras, tente prorrogar o
pagamento de fornecedores, até que o saldo fique no “azul” de novo;
Se não conseguir, tente antecipar o recebimento dos
clientes mais próximos. Todas as empresas têm clientes que dão
“abertura” para este tipo de solicitação;
Agora caso você não consiga nenhuma das alternativas
acima, e ficar algum fornecedor sem pagar, volte no tópico “1.2.
Operando o Contas a Pagar” e mãos à obra.
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85 PARTE III – OS COMANDANTES
3.7 - CENTROS DE CUSTOS
Todas as empresas adoram os centros de custos. É legal poder
analisar onde estão ocorrendo a maior parte dos gastos, aonde podemos
reduzir despesas, dentre outras análises tão importantes.
Os centros de custos são grupos de contas onde as empresas analisam os resultados e os comparam
dentro do resultado total de um período (mês, ano, etc.) atual da empresa e/ou com períodos anteriores.
As contas são as movimentações financeiras ocorridas na empresa. Ex. Clientes, Fornecedores, Impostos, etc.
Criando as contas e os centros de custos
Normalmente os centros de custos nas pequenas empresas são
feitos baseados no fluxo de caixa. É lá que estão todas as
movimentações financeiras. Então nada mais certo do que se basear
nestas informações correto?
Vamos explicar melhor os centros de custo relembrando o
nosso fluxo de caixa.
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86 PARTE III – OS COMANDANTES
Agora para conta cada uma, vamos dar um número ou código
específico. Veja como fica:
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87 PARTE III – OS COMANDANTES
Percebeu os números à esquerda na coluna cinza? Viu que as
Entradas e Saídas possuem um número inteiro? Estes são os famosos
“centros de custos” Notou que as contas embaixo possuem uma
numeração que continua esse número inteiro? Estas são as contas.
Mas espere um momento. Entrada sendo chamada como centro
de custo? Bom, o correto seria dizer centro de receita, mas no dia a
dia acaba sendo chamado de centro de custos das entradas. Fica a
critério da empresa.
Criando subcontas
O seu gestor, após ver a sua classificação, lhe pede a seguinte
informação:
- “Quais os fornecedores estão dentro da conta
Fornecedores?”
Rapidamente surge em sua mente uma baita dúvida. Mas nada
que precise acabar com sua tranquilidade. Vamos mostrar a ele as
informações que pediu através da criação de subcontas no nosso
centro de custos.
Ficará assim:
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88 PARTE III – OS COMANDANTES
Ficou claro que a conta Fornecedores, é o resultado da soma
da subconta do Supermercado + Mat. Limpeza. E o mesmo vale para
a conta Folha de Pessoal que é a soma de Salário + Férias.
Excelente. Agora já sabemos quem são os fornecedores que
estão dentro da conta Fornecedores, e dentro do centro de custo das
Saídas. Você poderá criar quantas contas achar necessárias, e quantas
subcontas necessitar. Apenas lembre-se de tentar agrupá-las seguindo
um mesmo raciocínio como colocar todos os fornecedores dentro da
conta Fornecedores, impostos dentro da conta impostos, e por ai em
diante. Nada de lançar um fornecedor na conta de Folha de Pessoal.
Dificuldades da classificação.
Para não ser diferente do restante das tarefas do financeiro, é
necessário estar atento em alguns pontos. Temos algumas contas que
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89 PARTE III – OS COMANDANTES
normalmente costumam dar um pouco de dor de cabeça para quem as
está classificando. São elas:
Receitas / Despesas diversas
Outras Receitas / Despesas
Estas duas contas são muito comuns de serem usadas quando o
funcionário, ou você mesmo, não sabem, ou não distinguem, como
classificar a receita ou a despesa no seu devido centro de custo.
Lembre-se que estas contas devem ser usadas em ocasiões raras e em
exceções. Literalmente apenas em último caso. Um exemplo simples
para ilustrar seria uma empresa que tem como atividade principal a
venda de autopeças. Este empresa teve um veículo de sua propriedade
envolvido em uma batida, com perda total, e irá receber o valor do
seguro. Esta entrada do seguro deverá ser classificada na conta Outras
Receitas, pois não se trata de uma receita de venda de autopeças. É
uma exceção.
Se estiver com dúvidas no momento de classificar, pergunte sempre antes de classificar. É melhor
questionar do que ao final do mês, quando for entregar a classificação, ele perceber por exemplo que 40% das
despesas estão classificadas na conta Outras Despesas. Hummm....
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90 PARTE III – OS COMANDANTES
3.8 - GERENCIANDO O FUNDO-FIXO
Amigo gestor, praticamente todas as empresas que eu conheço
trabalham com Fundo-Fixo ou o “Caixinha”. E em quase todas elas
essa gestão não é eficiente por vários motivos. Vou listar apenas 02
deles e você verá se eles se encaixam ou não na sua realidade:
Documentação incorreta comprovando as saídas;
Falta de fechamento mensal;
Acertei pelo menos 90% dos seus problemas não acertei? Sim
caro amigo mas infelizmente esta é a triste realidade em que vivemos.
E esta realidade pode piorar um pouco se você tiver filial ou caixinhas
internos, como por exemplo, um Fundo-Fixo no Departamento de
Compras. Ai, fazer o fechamento geral, conferir os documentos de
todos, pode ser um trabalhão desgastante.
Então mais uma vez, vamos às regras!! Coloque-as para todos
que façam a gestão ou que precisem usar o dinheiro do Fundo-Fixo.
Sim, nem todo mundo quer seguir as nossas regras mas, caso uma
destas pessoas insista, peça autorização por e-mail do diretor da área.
Quando for fechar o caixinha e enviá-lo para a contabilidade, anexe
este e-mail para comprovar que você tentou fazer de tudo para estar
dentro do correto mas, uma “ordem superior” o impediu. Bom, chega
de lágrimas e vejamos estas tais regrinhas:
Valores máximos para utilização do caixinha: Eu sugiro
sempre o valor de R$ 100,00. Mais que isso, faça transferência
bancária. Se for adiantamento de viagem, peça para o viajante lhe pedir
sempre com no mínimo 02 dias de antecedência para dar tempo de
você programar o seu fluxo de caixa.
Se você possui caixinhas em filiais, solicite sempre que
enviem o fechamento até no máximo o dia 25 de cada mês. Assim você
terá hábil tempo de conferi-lo para enviá-lo a contabilidade.
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91 PARTE III – OS COMANDANTES
Solicite sempre a reposição ou suprimento de caixa quando
o valor atingir o saldo disponível de 25% do total da reposição. Assim
você evita que o dinheiro acabe antes de chegar a reposição.
Suspeite sempre quando o volume de solicitações
aumentarem de uma hora para a outra. Lembre-se que o caixinha é uma
das válvulas de saída de dinheiro da empresa, e as vezes de forma “não-
correta”.
Faça de tempos em tempos uma auditoria nas contas do
Fundo-Fixo e veja como está sendo usado o dinheiro. As vezes
algumas operações poderão ser feitas através do banco, evitando a
movimentação em espécie.
Não é porque se trata do caixinha que as despesas não devem
ser classificadas. O Fundo-Fixo é um “banco local” logo as
movimentações devem sim passar por uma classificação.
Eu compreendo e você também deve entender que nem sempre
se podem conseguir estes “documentos contábeis”. Um exemplo
comum desta dificuldade são as pessoas que trabalham viajando para
o interior do país. Deve ser realmente difícil conseguir uma nota fiscal
num restaurante de beira de estrada. Mas estes casos são e devem ser
tratados como exceção a regra. Sugiro até um estudo mais específico
em como poderá ser feito o reembolso. Já nos outros 99% das
situações, as pessoas não conseguem porque não querem ou porque
não sabem que é necessário. Então efetuam o gasto, pegam qualquer
“recibinho”, entregam, e dizem que “esse serve”.
Se você for o administrador do caixinha não aceite de forma
alguma este “esse serve”. Exija um documento contabilmente aceito.
Lembre-se sempre que a responsabilidade é sua. Caso você “abaixe a
guarda”, de nada irá adiantar dizer que “o funcionário insistiu que você
aceitasse”. Você provavelmente será responsabilizado.
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92 PARTE III – OS COMANDANTES
Para você ter ideia da importância de um Fundo-Fixo correto,
todas as notas do movimento são digitadas na contabilidade (ou pelo
menos deveriam ser). Então ao final do mês quando você for analisar
as despesas realizadas, poderá perceber que houve alteração de um mês
para o outro. Como bom administrador pedirá para examinar com mais
detalhes. Ai irá descobrir que em um mês, algumas notas foram
digitadas e no outro mês não. Vai na contabilidade e pergunta o porquê
desta variação. Sabe qual resposta você vai ter?
- “Algumas notinhas não eram válidas então não deu pra gente
entrar com elas no sistema...”
Olha que beleza que vai ficar sua análise e a projeção pro mês
seguinte.
Outro ponto importante e delicado. Pelo fato de o caixinha não
ser conferido em algumas empresas, ele pode ser um canal de “desvio”
de recursos financeiros. Portanto, atenção máxima para que o seu
fundo fixo não seja usado como “válvula de escape”.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
93 PARTE III – OS COMANDANTES
3.9 - APLICANDO O DINHEIRO QUE SOBRA
Você está lá, no finalzinho do mês e quando olha para o seu
fluxo de caixa, vê a melhor coisa que um gerente pode perceber:
Sobrou dinheiro na conta! Yeeessss!!
Você percebe que todo aquela gestão do contas a pagar,
contas a receber, renegociação de dívidas, controle da
inadimplência, deram certo. E no fim, tudo azul na conta
corrente. Você então corre para o seu diretor, explica-lhe toda a
engenharia que fez durante o mês (claro, também merecemos alguns
elogios) e ele lhe pede para aplicar o dinheiro que sobrou.
De posse da ordem, liga para o seu gerente e ele pede para que
você indique qual tipo de aplicação vai ser. Renda-fixa, CDB, Fundos,
Ações, etc.
Branco total na hora da resposta.
Vamos dar um pouco de luz neste momento
Antes de aplicar é necessário saber por quanto tempo o dinheiro ficará aplicado. Algumas aplicações têm
incidência de Imposto de Renda e as alíquotas vão diminuindo ao passar do tempo.
Leia os tópicos abaixo:
Outro ponto fundamental é saber o que vai ser feito com este
dinheiro da aplicação. Você precisa saber com a direção da sua
empresa onde será usado este dinheiro que sobrou. Se tiver um destino
certo, prefira aplicações mais “seguras”. Caso contrário, se o valor
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
94 PARTE III – OS COMANDANTES
excedente não tiver destino definido, você poderá apostar em
aplicações com maior risco, ou até mesmo combinar as duas. As
aplicações mais seguras como a Poupança, rendem menos. As de maior
risco, como as ações, podem render mais.
Uma coisa é fato: Quanto maior for o valor que você irá
aplicar, melhor será a taxa que o seu gerente irá conseguir. Uma mão
lava a outra caro gestor. E algumas aplicações exigem que você
permaneça com o seu dinheiro aplicado no banco por determinado
tempo. Fique atento a este prazo pois você não poderá contar o
dinheiro.
Bancos de menor porte costumam oferecer taxas melhores
do que os bancos maiores, por não terem a mesma facilidade de captar
dinheiro no mercado. Alguns chegam a oferecer mais de 100% sobre
a taxa SELIC. Vamos falar um pouco mais sobre isso logo a frente.
Definidos a forma e o que você será feito com o dinheiro, é
hora de lutar (sim, lutar, brigar, ou outro verbo que possa significar
maiores ganhos) por taxas melhores de rentabilidade. Vamos discorrer
um pouco mais sobre essa questão de rentabilidade.
Com exceção da Poupança que tem uma regra definida de
rentabilidade, as demais aplicações variam. O valor balizador do
mercado é a taxa Selic. Você certamente já deve ter ouvido falar na
famosa reunião do Copom. É nesta reunião que se decide a taxa Selic.
E o que então quer dizer essa Selic? Podemos dizer que se trata do
custo do dinheiro no mercado, no período de um ano. É uma referência.
Outro ponto a saber é que algumas aplicações funcionam com
taxa pré-fixada ou pós-fixada, em relação a SELIC. Quando falamos
em pré-fixada, estamos dizendo que a taxa será única durante todo o
tempo da aplicação. E pós-fixada, significa dizer que a taxa poderá
mudar caso a taxa SELIC mude. Cabe a você decidir isso. Taxas pré-
fixadas dão mais garantia e menos risco. As pós-fixadas dão menos
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
95 PARTE III – OS COMANDANTES
garantia e maior risco. Mas em compensação podem dar maior retorno,
caso a taxa SELIC aumente no período.
Ótimo, então você liga para o seu gerente e pede para ele uma
aplicação no CDB. Ele então pesquisa no sistema, e lhe fala a seguinte
frase:
- “Esta aplicação de CDB vai perseguir a SELIC e dará uma
rentabilidade de 98%.”
Outro branco enorme em sua cabeça. O que o gerente quis dizer
com essa tal perseguição e o que significa estes 98%? Simples. A sua
taxa de rentabilidade da aplicação será de 98% do valor da taxa Selic,
no momento em que sua aplicação foi feita. Agora ficou fácil entender
certo?
De posse dessa resposta, fale com o seu gerente que você irá
pensar e que depois dará a resposta. Ligue para o seu outro gerente e
informe a ele as condições que tem e peça uma taxa melhor. Caso
consiga, bata o martelo e avise ao primeiro gerente. Caso contrário,
retorne a ligação ao gerente anterior e diga que precisa de pelo menos
99% da taxa SELIC. Esta é a hora de lutar. Depois do leite derramado
não adianta chorar.
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96 PARTE III – OS COMANDANTES
3.10 - CONTA GARANTIDA x CHEQUE ESPECIAL
Existem milhares e milhares de micro e pequenas empresas no
Brasil. E infelizmente por falta de conhecimento acabam pagando mais
por simples serviços. E esta é uma das situações que eu mais vi
acontecer e uma das mais clássicas: O uso do cheque especial ao invés
da conta garantida.
Os dois são usados para o mesmo fim que é o de cobrir
quaisquer eventualidades do caixa. Em outras palavras servem para
cobrir o saldo quando não temos dinheiro suficiente em conta corrente
(ou o famoso saldo vermelho). São bem práticos e importantes pois
podem nos salvar em situações de aperto.
Olhando por este lado são muito bons para a nossa empresa.
Mas, olhando pelo outro lado...ai a coisa pode mudar um pouco de
figura por um simples e único motivo: O Custo.
Muitos e muitos gerentes de banco literalmente empurram o
cheque especial aos seus clientes pois ganham pontos internamente no
banco.
- “Mas como um gerente de banco ganha pontos por causa da
minha empresa?”
Os gerentes ganham pontos internamente de acordo com a
quantidade e tipo de produtos e serviços que vendem aos seus clientes,
como a sua empresa. Logo, quanto mais e melhor venderem, melhor
será o ranking dele dentro da instituição financeira.
Não vamos colocar o gerente de banco como o vilão da história.
Assim como a nossa área comercial, ele também tem metas a bater e
faz de tudo para que isso aconteça. É o emprego dele que está em jogo.
Mas, como o nosso diretor vai nos questionar o porquê de tantas taxas
e tarifas, e também será o nosso emprego que estará em jogo, vamos
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
97 PARTE III – OS COMANDANTES
conhecer um pouco mais destas duas modalidades de “salvadoras” em
um momento de aperto no caixa.
O cheque especial tem um custo médio mensal que pode ser
quase de 5%. Altíssimo não? E sabe quando custa em média uma conta
garantida? 2% ao mês. Sim meus caros, menos da metade e pelo
mesmo serviço. Claro que estas porcentagens variam de banco para
banco e de cliente para cliente. Quanto mais relacionamento você tiver
com o seu banco, menores serão estas taxas.
Alguns detalhes são importantes quando se fala da conta
garantida. Primeiro é que ela faz parte do seu limite de crédito (temos
um tópico que fala somente sobre este assunto “3.3 - Os Limites de
Crédito”). Ou seja, você vai ter que gerenciar bem quanto vai
disponibilizar para a conta garantida para não ficar sem limite para
outras operações. O segundo detalhe é que em alguns bancos se você
for precisar de usar a conta garantida tem que solicitar a liberação do
valor necessário (em alguns isso é automático) então tem que ficar
atento para não ficar vendido.
Outra informação importante: O cheque especial ou a conta garantida não fazem parte do dinheiro da sua empresa. Devem ser usados apenas em momentos
específicos pois são classificados como endividamento. Logo, fique atento.
Então está ai mais uma dica. Negocie sempre para usar a conta
garantida.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
98 PARTE III – OS COMANDANTES
3.11 - FORMAS DE FINANCIAMENTO
E chega a hora de buscar um financiamento. Seja para o bem
(expansão da empresa) ou para o mal (cobrir o saldo da conta corrente),
este momento é sempre delicado. É sempre importante sentar a mesa e
fazer contas e mais contas para ver se vale a pena ou não aumentar ou
iniciar um endividamento na empresa.
Para ajudar os gestores num momento tão delicado, vamos
separar algumas formas de financiamento para podermos ser mais
claros e termos maior facilidade (e felicidade) para a melhor opção.
Sua empresa está atravessando um período excelente, com a
capacidade de produção no limite e vem perdendo espaço no mercado
pois não consegue atender a demanda que anda tão forte. Ai surge a
dúvida: “Investimos ou não no crescimento da empresa e da onde
vamos tirar dinheiro para isso?”
Ou então sua empresa está “naqueles momentos”. As vendas
vão mal, o caixa nos lembra um filme de terror, ou seja, precisamos de
dinheiro para sobreviver. O que fazer agora?
Está montado o cenário para as dúvidas.
Antes de a decisão ser tomada, é fundamental uma reunião da
diretoria para definir e traçar rumos e estratégias sejam elas para
manter o crescimento ou para tirar a empresa do “vermelho”. A partir
destas decisões é que a forma de financiamento poderá ser escolhida.
Existem atualmente várias e várias linhas de crédito e de
financiamento para as empresas para os mais diversos motivos. Muito
se fala no Brasil que não existem opções viáveis financeiramente para
se investir ou para se capitalizar. Mas eu tenho de discordar um pouco.
Às vezes o que percebo é uma certa preguiça do gestor ou do
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
99 PARTE III – OS COMANDANTES
empresário de buscar a melhor linha de financiamento para a sua
empresa, ou mesmo um desconhecimento das opções disponíveis.
Vamos então tentar ajudar um pouco.
Antes de decidir qual forma de financiamento irá optar, tenha
em mente estas informações:
O prazo de financiamento. Quanto maior o prazo, mais
você irá pagar de juros. Mas em compensação, menores serão os
valores das parcelas.
As taxas de juros. Algumas linhas possuem custo alto como
o famoso “Capital de Giro”. Outras em contrapartida possuem custo
baixo, como o FINAME.
Prefira linhas de financiamento voltadas para algum fim
específico, como compra de equipamentos, aumento da lavoura
plantada, importação de equipamentos, dentre outras, pois
normalmente o custo é menor.
Veja sempre se o seu fluxo de caixa irá “suportar”, seja o
motivo do financiamento um investimento ou um capital de giro. Se a
razão for um empréstimo para capitalizar a empresa, não se esqueça
que uma hora você irá pagá-lo.
Independente do motivo do financiamento, você estará
automaticamente gerando um Contas a Pagar. Assim que souber o
valor e a quantidade de parcelas, lance estas informações no seu fluxo
de caixa. Ao fazer a conciliação bancária, informe para a contabilidade
o nº do contrato e não se esqueça de mandar uma cópia do mesmo.
Alguns setores da economia possuem linhas de
financiamento exclusivas e com incentivo do governo federal. Procure
saber se a sua se enquadra em alguns destes setores.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
100 PARTE III – OS COMANDANTES
A sua empresa só poderá ter alguma forma de financiamento
de acordo com o limite de crédito que possui. Leia o próximo tópico
para entender melhor o que é este tal limite de crédito.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
101 PARTE III – OS COMANDANTES
3.12 - OS LIMITES DE CRÉDITO
Estamos lá tendo aquela conversa agradável com o nosso
gerente do banco, solicitando a ele um empréstimo para poder investir
na empresa para ampliar a capacidade produtiva. Fechados os valores
e formas de pagamento do financiamento, o gerente diminui o sorriso
no rosto e lhe fala: “Você não tem limite disponível para pegar este
valor”. Na hora sua cara de alegria vira-se imediatamente para uma
cara de “Hein????”.
Sim meu caro gestor. Assim como você possui um limite de
crédito, a sua empresa também possui um e que normalmente está
distribuído em algumas linhas de crédito.
Depois do susto inicial, vamos ao que interessa. O que é este
limite de crédito.
Limite de Crédito é o valor (ou limite como o próprio nome diz) que temos junto aos bancos dos quais somos clientes, que podemos usar de algumas maneiras. Seja
para descontar títulos, linhas de capital de giro, financiar exportações, dentre outras.
Não ajudou em nada a explicação acima afinal de contas você
continuou sem limite para fazer sua operação.
Então vamos ser mais específicos. Como então os limites de
crédito são estabelecidos pelo banco e como eles são divididos nas
mais diversas linhas?
Primeiro o seu gerente vai pedir a documentação de praxe para
que a área de crédito interna do banco faça uma análise da “capacidade
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
102 PARTE III – OS COMANDANTES
de endividamento” que a sua empresa possui. Trocando em miúdos,
seria quanto a nossa empresa consegue tomar emprestado.
As informações solicitadas mais comuns são:
Faturamento dos últimos 12 meses
Balanço Patrimonial recente
Nível de endividamento no mercado
Telefone na mão e dá-lhe conversa com o contador para que ele
lhe mande estas informações.
Os bancos verificam sempre a evolução do faturamento, se
aumentou durante o ano, se caiu, se foi constante. Uma conta rápida
que se faz é pegar 10% do faturamento anual e colocar como limite da
empresa. Ex. A sua empresa faturou $10.000.000,00 em 2010 logo seu
limite será de $1.000.000,00 ou 10% de $10.000.000,00.
Outro ponto é situação do balanço patrimonial. É verificado o
nível de endividamento da empresa ou quanto ela deve no mercado,
índice de liquidez ou a capacidade de pagamento, dentre outros.
Importante ressaltar que cada banco tem sua própria área de análise de
crédito e as suas próprias regras para empréstimos.
Enviadas as informações ao gerente, passa algum tempo e ele
faz uma visita e diz que o seu limite é de $1.000.000,00. Só que você
vai querer utilizar este valor da melhor forma possível, baseado nas
necessidades que você terá pela frente certo? Então antes de falar com
ele aonde você quer usar este limite, faça um planejamento e verifique
aonde será sua maior necessidade. Se for investir na compra de
máquinas aumente o valor disponível para este item. Se a necessidade
for de colocar dinheiro em caixa aumente o valor para capital de giro
ou desconto de duplicatas, e assim por diante.
Os limites podem ser alterados de acordo com a necessidade da
empresa. É interessante todo início de ano, com o balanço e
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
103 PARTE III – OS COMANDANTES
faturamento do ano anterior fechados, chamar seu gerente e dizer a ele
suas necessidades.
Uma dica que pode ser interessante é trabalhar com mais de um
banco. O limite de crédito é definido por banco logo você pode ter uma
linha de crédito de $1.000.000,00 em uma ou mais instituições
financeiras e dividir entre elas, o que vai usar. Por exemplo se sua
cobrança bancária está em um banco, aumente o valor de crédito para
desconto de duplicatas. Se suas operações de exportação estão em
outro banco, aumente o limite para tal. Enfim, gerencie seus limites de
melhor maneira possível.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
104 PARTE III – OS COMANDANTES
3.13 - O GERENTE DE BANCO
Quando precisamos de linhas de crédito, enviar cobranças
bancárias, descontar títulos, obter linhas de financiamento, sempre
entramos em contato com o nosso gerente de banco. Estes profissionais
podem ser nossos melhores e piores amigos ao mesmo tempo. Vamos
falar um pouco sobre este profissional que convivemos tanto.
O gerente de banco é um dos profissionais que
normalmente mais está do nosso lado quando nossa
empresa faz negócios constantes com a instituição
financeira aonde ele trabalha. Quando temos
financiamentos a longo prazo, cobranças (banco adora
cobrança), operações internacionais, entre outras, podemos chamá-lo
até de madrugada que ele estará pronto a nos atender. E isto é fácil de
entender o porquê.
Essa profissão de gerente de banco é meio cruel para os
profissionais pois os obriga a serem “interesseiros” a ponto de procurar
sempre a melhor empresa de sua carteira. Por um lado eles estão mais
do que certos. Afinal ninguém vai querer trabalhar com um cliente que
não lhe resultado ou visibilidade nenhuma. Mas por outro lado podem
perder boas oportunidades.
Se a figura do gerente de banco age desta maneira, sempre
procurando as melhores opções, então temos mais é que nos tornar
interessantes para ele, principalmente se sua empresa faz uso constante
ou necessita constantemente de serviços e soluções bancárias.
Ai entra a tese de que ter uma conta corrente em mais de um
banco pode ser bastante interessante. É a lei da oferta e da procura. Se
o seu gerente de um banco lhe oferece uma taxa de conta garantida de
2%, ligue para o outro e peça 1,5%. Nada de aceitar qualquer tarifa ou
taxa de primeira. Ligue para o seu gerente do outro banco e peça para
que cubra sua oferta ou então que pelo menos a iguale. Jogue duro pois
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
105 PARTE III – OS COMANDANTES
todos têm uma certa gordura para queimar. Todos podem ceder um
pouco.
Algumas dicas podem ser preciosas neste momento. Veja:
Os bancos adoram ter presença no dia a dia da empresa. Então trate de negociar que os pagamentos serão realizados pela conta corrente de um banco que
você tenha bom relacionamento.
Tente não concentrar em apenas um banco. Então negocie o
recebimento de suas cobranças em outro banco para também ter
argumento nessa outra ponta.
Os bancos médios e sólidos são os que apresentam melhores
taxas de retorno para investimentos pois têm mais dificuldades de
captar recursos no mercado. Sabe aquela linha de financiamento que
você tanto precisa? Ligue para todos os seus gerentes e veja aquele que
ofereça as melhores taxas e prazos de pagamento.
Se mesmo assim o seu gerente de banco não “acordar” comece
a transferir as cobranças ou os pagamentos para o outro banco. Pare de
fechar negócios. Não se trata de boicotar mas sim de querer melhores
condições para sua empresa.
Então fica a mensagem: Você pode fazer do seu gerente de
banco seu melhor amigo. Basta negociar, negociar, negociar, e
negociar.
E depois não se esqueça de contar ao dono da empresa o que
você conseguiu.
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106 PARTE III – OS COMANDANTES
3.14 - FINANCEIRO X CONTABILIDADE
É o Departamento Financeiro brigando com a Contabilidade e
a Contabilidade de cara feia para o Departamento Financeiro. Sim, isto
é bem comum. E para tentar encerrar, ou pelo menos apaziguar os
ânimos, vamos tentar esclarecer alguns pontos destes conflitos.
O Departamento Financeiro funciona com um filtro para a
Contabilidade. E de várias coisas importantes. Lembra-se de quando
estávamos preparando os movimentos do Contas a Pagar e do
Caixinha, para serem enviados à Contabilidade? Lembra-se de quando
estava faltando alguma nota ou ia alguma informação errada? Lembra
do contador de cara feira? Pois é, quando isto acontece, quem tem que
“se virar” para resolver o problema é o contador e sua equipe. Afinal
nada pode ficar sem ser lançado. Ai, neste momento de falta de
informações, pode ter início a famosa “marreta” no sistema. A
“marreta” é quando a Contabilidade tem de contabilizar alguma
movimentação digamos “de maneira não contabilmente correta”. Se
isto ocorre, pense em como será o resultado da empresa nos relatórios
finais. Nada muito confiável correto?
A Contabilidade por outro lado, tem que estar ciente de que o
Financeiro precisa do fechamento do mês, no início do mês seguinte
(outra famosa briga). Mas por que tanta rapidez? É necessário analisar
o resultado do mês que se encerrou, fazer ou refazer as projeções dos
meses seguintes, apresentar os dados para a diretoria, enviar dados para
bancos, clientes, acionistas, etc. Logo, é preciso que a contabilidade
feche o balanço e entregue-o ao financeiro no início do mês.
Do meu ponto de vista, as equipes do Financeiro e da
Contabilidade, têm o dever de andarem de mãos dadas. Um tem de
conhecer, mesmo que seja razoavelmente, a rotina do outro, para poder
explicar aos seus colaboradores a importância de se fazer um bom
serviço.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
107 PARTE III – OS COMANDANTES
Imagine em uma reunião, o diretor ficar sabendo que a
Contabilidade não fechou o mês porque perdeu tempo reconciliando
lançamento incorreto do Financeiro, e o Financeiro não pôde fechar o
orçamento porque não recebeu o relatório da Contabilidade. Nada
agradável sim?
Mas infelizmente o que se vê na realidade são as equipes
fazendo o famoso jogo do empurra-empurra. Se um não fez seu serviço
ou não pôde analisar os resultados é culpa do outro departamento.
Nada disso. É hora de olharmos internamente nossos erros,
consertá-los, e ajudar o outro no que ele precisa.
Apesar deste livro ser dedicado ao Departamento Financeiro,
nada como aprender algo novo certo? E algo tão importante para a
empresa: A conciliação contábil. A Contabilidade faz a conciliação
contábil seguindo o mesmo raciocínio da conciliação bancária do
Financeiro, que é a de identificar e descriminar as operações realizadas
de forma correta. Quando ela recebe a movimentação financeira,
analisa cada operação e contabiliza ou no Balanço Patrimonial, ou na
Demonstração de Resultados do Exercício (D.R.E), ou nos dois,
dependendo do lançamento a ser feito. Quando ela recebe estas
informações erradas ou divergentes, tem de parar o que está fazendo,
liga para o Financeiro, tenta descobrir realmente o que aconteceu, e
então finaliza a conciliação contábil.
Portanto caros colegas do Financeiro e da Contabilidade, nada
de ficar um contra o outro. Quem perde nesta história são vocês e a
empresa. Se os dois brigam, os dois saem perdendo, e muito. Então
como resolver? Simples, faça cada um o dever de casa, seja você do
Departamento Financeiro ou Contabilidade.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
108 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
109 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
O ESTRESSE OCUPACIONAL
Por CYNTHIA DIAS PINTO COELHO
A palavra stress ou sua forma aportuguesada, estresse, tem sido
amplamente utilizada pelas pessoas no seu dia a dia, referindo-se ao
cansaço ou ao aborrecimento relacionado a alguma situação cotidiana.
É comum ouvirmos as pessoas dizerem: “meu chefe está me
estressando ou tive uma semana do cão, estou estressado”. O estresse
representa muito mais do que isso e é preciso entendê-lo bem para
saber identificá-lo e aprender a lidar com ele quando este rondar a sua
vida ou bater a sua porta.
O conceito de estresse refere-se a uma série de reações
fisiológicas que nosso organismo produz diante de uma situação
adversa. Nos tempos das cavernas, quando o homem vivia assolado
pela insegurança de ser devorado por uma fera e tinha que abater
animais para sua alimentação, era preciso ter reações rápidas e um
preparo constante para lutar ou fugir. Para isso seu corpo produzia
hormônios que levavam a reações fisiológicas visíveis como alterações
na pupila, na circulação sanguínea, nos batimentos cardíacos, no
aparelho digestivo e respiratório. Passado o perigo, essas alterações
desapareciam e o organismo voltava ao seu funcionamento normal.
Nos dias de hoje não precisamos fugir de feras, mas
metaforicamente “matamos um leão por dia” no ambiente corporativo.
As pessoas vivem cheias de responsabilidades, prazos, metas a bater,
cobranças, excesso de trabalho, medo do desemprego e da
concorrência desleal, dentre outras coisas. Além disso, a vida nas
grandes cidades tornou-se desgastante ao extremo, com um trânsito
caótico e a insegurança causada pela violência. Ou seja, vivemos hoje
numa “selva de pedra”, com os velhos desgastes de milhares de anos
atrás, desencadeados por novos motivos.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
110 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
É preciso entender que com a melhora na economia, a
globalização e a evolução tecnológica a vida se tornou cheia de
confortos e de objetos de desejo. Com isso, nosso custo de vida
aumentou significativamente e passamos a trabalhar e competir cada
vez mais para conseguirmos nos manter nessa ciranda.
O estresse, em pequenas doses, pode até ser benéfico e
estimulante, mas em constância na vida das pessoas, pode significar
um grande problema, alterando a homeostase e o equilíbrio.
Não é preciso voltar muito no tempo, buscando lembranças de
nossas infâncias, para ver como foi que isso aconteceu. Num passado
recente, há cerca de 40 ou 50 anos atrás, o sonho de consumo de uma
família de classe média era ter uma casa própria, um carro na garagem
e dar uma formação profissional aos filhos. Naquela época grande
parte das mulheres tinha pouca escolaridade e era dona de casa,
dedicando-se a cuidar dos filhos e dos afazeres do lar. Ao homem cabia
o papel de chefe de família, provedor do sustento da casa. Os bens de
consumo eram restritos e o mercado no Brasil oferecia pouca variedade
de produtos, uma vez que somente a produção nacional era
comercializada por aqui. Os produtos importados só chegaram muitos
anos depois, com o governo Collor, que permitiu a abertura às
importações.
As casas medianas contavam com apenas um ou dois
banheiros, um aparelho de televisão, um rádio, uma máquina de
costura, uma geladeira, um fogão, uma máquina de lavar, uma linha
telefônica e um carro. As crianças estudavam pelo menos parte de sua
vida acadêmica em escolas públicas, que eram de boa qualidade e
pouca gente se preocupava em falar fluentemente outra língua. Os
esportes eram praticados nas ruas, onde era possível brincar sem o
perigo dos dias de hoje e os clubes eram bastante acessíveis. Isso
parece muito pouco se comparado ao que temos hoje, mas a vida fluía
de forma mais suave e tranquila e o estresse não aparecia como o
grande vilão da medicina ocupacional e dos consultórios de psicologia.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
111 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
A vida hoje oferece uma lista sedutora de objetos de desejo,
que vão desde carros ultramodernos a bolsas e relógios que podem
custar o preço de um carro popular e você pode encontrar na lojinha da
esquina produtos fabricados do outro lado do mundo, por um preço
bastante atraente. A qualificação profissional, o crescimento das
empresas e a globalização trouxeram diversas modificações nas
relações de trabalho, muitas delas responsáveis por causar o chamado
estresse ocupacional. É importante ressaltar que cada pessoa reage de
forma diferente às pressões do ambiente de trabalho, tendo maior ou
menor tolerância às cobranças e à sobrecarga de atividades. Por isso
algumas pessoas não manifestam sintomas físicos ou psíquicos
enquanto outras adoecem constantemente, trabalhando num mesmo
ambiente corporativo.
Existem diversos outros fatores que ultrapassam o ambiente de
trabalho e que também podem levar ao estresse, como por exemplo,
doenças em família, separação conjugal ou problemas de
relacionamento, morte e perdas em geral, problemas familiares,
dificuldades financeiras e outros.
Foi em função do adoecimento das pessoas e,
consequentemente, das perdas e custos com afastamentos dos
funcionários pelo setor da medicina ocupacional que surgiram, no
mundo todo, diversos estudos sobre o estresse. As grandes empresas
passaram a investir milhões na prevenção e tratamento dessa patologia.
São comuns os investimentos em qualidade de vida, em lazer, prática
de atividades físicas, convenções em hotéis de luxo (que mesclam
trabalho, lazer e turismo), acompanhamento médico e psicológico de
forma periódica e preventiva, palestras e cursos motivacionais, bônus
financeiros, premiações e participações nos lucros, dentre outras
coisas. O resultado desse investimento tem sido muito positivo, pois
com essas práticas não só se diminui o número de afastamentos como
se aumenta o crescimento e a qualidade da produção, uma vez que se
tem funcionários equilibrados, saudáveis e mais satisfeitos.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
112 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
PRINCIPAIS SINTOMAS DO ESTRESSE
Agora que você já entendeu um pouco sobre as causas
e os mecanismos do estresse, saiba como reconhecer os principais
sintomas desse “monstrinho” que pode agir de forma silenciosa em sua
vida.
O adoecimento físico ou psíquico normalmente chama
a nossa atenção, pois na maioria das vezes somente quando há perda
da saúde é que o trabalhador começa a olhar para si mesmo. De acordo
com estudos em medicina psicossomática é com a perda do equilíbrio
interior que o corpo pode começar a produzir sintomas. Esses sintomas
seriam um mecanismo de defesa, um alerta vermelho de que algo não
está em harmonia e precisa de atenção. Normalmente os sintomas
surgem de forma gradativa e desaparecem após um tratamento médico
adequado. Mas é importante saber que não adianta tratar somente o
sintoma ou a doença, se não se tratar também a causa emocional, pois
neste caso, a doença reaparecerá ou surgirão novos sintomas.
Uma das características mais presentes nas pessoas
estressadas é a ansiedade. E ela é um dos maiores vilões contra o
equilíbrio emocional, capaz de desencadear a produção de uma série
de doenças e sintomas no nosso organismo. Essas pessoas sofrem por
antecipação, se preocupam demais e às vezes apresentam desesperança
e pessimismo, pois tendem a ver as coisas por um ângulo mais
negativo. Elas podem apresentar ainda baixa autoestima, alterações de
sono, irritabilidade, distúrbios alimentares, falta de concentração, etc.
Existem diversos sintomas associados ao estresse,
como a hipertensão, dores musculares, baixa resistência imunológica,
distúrbios sexuais e perda de libido, alterações do sono, cefaleias
(dores de cabeça), alterações do apetite e de peso, alergias, depressão,
síndrome do pânico, dificuldades de concentração e memória, aumento
do consumo de álcool, cigarro, drogas e psicotrópicos, numa extensa
lista de outros sintomas. Ao perceber essas ou outras alterações é
importante procurar imediatamente o médico, pois somente com o
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
113 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
diagnóstico correto será possível fazer um tratamento adequado e
livrar o corpo dessa produção de sintomas. Não se deixe levar por
aquela conversinha de que “isso tudo é stress, é emocional, quando as
férias chegarem tudo irá desaparecer”. Isso é um grande engano! Os
sintomas orgânicos, ainda que desencadeados por questões
emocionais, devem ser tratados tão logo se manifestem, pois somente
dessa maneira você irá prevenir o surgimento de novos sintomas, a
evolução e o agravamento de doenças já existentes.
Existem medicamentos indicados para diminuir a
ansiedade e suprimir alguns dos sintomas citados acima, mas esses
medicamentos devem ser prescritos por um médico. Nunca tome um
medicamento sugerido por um amigo ou parente que teve um sintoma
parecido com o seu, pois o uso dessa medicação deve ser avaliado caso
a caso. E às vezes, algumas pessoas que se sentem tensas ou fadigadas
ao final do dia, gostam de sair para tomar uma bebida e relaxar com os
colegas. Lembre-se de que não há nada de mal nisso, mas fique atento
para não usar o álcool como forma de diminuir as tensões e se livrar
do estresse.
DICAS PARA EVITAR O ESTRESSE
FALE: Uma das armas mais valiosas e mais simples na
prevenção do estresse e da produção de doenças é a FALA. Isso
mesmo, a fala! Falar pode aliviar dores emocionais, pode ajudar na
negociação de prazos e tarefas, na expressão de sentimentos contidos
e medos fantasiosos. Já dizia o dito popular: “É conversando que a
gente se entende” e às vezes se desentende também... Os problemas de
comunicação dentro das empresas podem levar a interpretações
equivocadas, a discussões dispensáveis, a desgastes de relacionamento
e a falta de respeito. Portanto, não tenha medo de falar: converse, peça,
negocie, reclame, e principalmente, evite fofocas. A fofoca é um
grande inimigo da paz organizacional e pode gerar ansiedade e
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
114 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
preocupação com falsas verdades e boatos, responsáveis por boa parte
dos conflitos relacionais dentro das empresas.
ORGANIZE-SE: Muitas vezes é a falta de organização que cria
a ansiedade no trabalho. Começar tarefas e não terminar, trabalhar
numa mesa cheia de papeis, calcular mal o tempo gasto em cada
atividade, cumprir prazos em cima da hora, não prever pequenos
imprevistos, como o atraso no trânsito, uma pane no computador ou a
falta de um material, podem gerar estresse. Por isso, ao iniciar seu
trabalho, organize-se: calcule o prazo adequado, certifique-se de que
tem o material necessário para a execução da tarefa, acrescente um
tempo para os imprevistos, saiba avaliar as competências de seus
colaboradores na hora de delegar uma tarefa, seja claro sobre o que
deseja e faça uma previsão realista dos custos. Essas atitudes poderão
ajudá-lo em muito na organização de seu dia a dia.
PARE DE PROCRASTINAR: A procrastinação (mania de
adiar a execução das tarefas a serem cumpridas) é uma grande vilã na
produção da ansiedade e do estresse, pois enquanto uma tarefa
determinada não for cumprida ela continua preocupando sua mente,
lembrando-lhe a cada momento que você tem uma tarefa em atraso
para realizar. Um grande número de tarefas em atraso gera estresse,
sensação de incapacidade e de excesso de trabalho, além de cobranças
constantes por parte de colegas, chefia e até de si mesmo.
APROVEITE SEUS MOMENTOS DE FOLGA: Não existe
nada pior do que levar trabalho para casa ou trabalhar nos finais de
semana e feriados. Ao sair da empresa deixe para trás todos os
problemas, a não ser que você esteja de sobreaviso ou faça parte do seu
contrato de trabalho ficar à disposição da empresa nos finais de
semana. Se você vai para a praia, para uma festa ou cinema e leva o
celular para ficar acessando e-mails profissionais você simplesmente
não consegue se desligar dos problemas e fica impossibilitado de curtir
seus momentos de descanso e de interação com as pessoas.
Exemplar para análise de Marcelo Albuquerque Amorim
115 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
PRATIQUE ESPORTES: A prática de esportes benéfica tanto
para a saúde física quanto para a saúde mental. Além de fortalecer os
músculos, ajuda no condicionamento cardiorrespiratório, no bom
funcionamento do sistema imunológico, no controle da obesidade,
diabetes, hipertensão, ela colabora significativamente para manter o
bom humor. A prática de atividades físicas leva à produção de
endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer e bem estar,
tão importantes no combate ao estresse. E nada como um corpo
saudável, bonito e bem cuidado para você se sentir bem diante do
espelho e ficar em dia com sua autoestima.
UTILIZE TÉCNICAS DE RELAXAMENTO: existem alguns
exercícios de relaxamento que podem ser feitos por você em casa, no
escritório ou em qualquer lugar. O ideal é que você dê uma pausa a
cada 2 ou 3 horas de atividade. Nessa “paradinha”, ande, tome uma
água, coma alguma coisa, alongue seu corpo, vá ao banheiro, olhe pela
janela e veja o mundo lá fora. Escolha algum desses exercícios e
pratique!
• Fique de pé. Mantenha as pernas um pouco abertas e os pés
bem apoiados no chão. Agora, estique os dois braços para cima, como
se fosse encostar as mãos no teto. Alongue todo o seu corpo e depois
de senti-lo bem esticado, solte os braços para baixo. Repita esse
exercício umas três a quatro vezes.
• A região dos ombros e pescoço forma um trapézio onde
acumulamos tensões. Essa contração muscular pode gerar incômodo e
dor. Para relaxar essa região faça movimentos circulares com a cabeça.
Encoste o queixo no ombro esquerdo e vá movendo-o até chegar ao
ombro direito. Depois faça o mesmo movimento com a cabeça
pendendo para trás, para completar o círculo. Depois faça movimentos
circulares com os ombros, para frente e para trás e por fim levante-os
para cima e para baixo (lembre-se: você vai levantar somente os
ombros e não os braços).
• A respiração pode ser uma grande aliada na hora de relaxar.
Esse é um exercício simples e que pode ser feito a qualquer hora e em
qualquer lugar. Inspire, prenda a respiração enquanto conta até três e
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116 PARTE IV – A SAÚDE DO FINANCEIRO
depois solte o ar. Durante a inspiração lembre-se de que você deve
deixar o ar entrar nos pulmões e fazer com que sua “barriga” infle com
o ar e não apenas o seu peito. É que ao inspirar e expirar usamos um
músculo chamado diafragma, que fica posicionado transversalmente
entre o tórax e o abdômen. Assim, ao encher os pulmões de ar você
deverá ter a sensação de que sua barriga também se encheu de ar. Faça
três séries com três repetições cada.
UM POUCO DE CUIDADO NÃO FAZ MAL A NINGUÉM:
Cada pessoa tem um jeito de relaxar e descansar. Algumas pessoas
gostam de ir pra praia, outras de ir para o campo e fugir do barulho e
da poluição. Mas não é a todo momento que podemos dar uma
fugidinha assim. Por isso busque coisas simples e fáceis de fazer para
relaxar você. Uma simples massagem corporal, um passeio no parque,
ouvir uma boa música, bater papo com os amigos, curtir uma
romântica noite a dois, brincar com as crianças, assistir a uma comédia
que lhe arranque muitas gargalhadas, tomar um banho de banheira ou
uma sauna, receber os amigos em casa para uma partidinha de baralho,
comer uma comida gostosa e por aí vai...
Agora que você já entendeu um pouquinho sobre o estresse e
já sabe como reconhecê-lo, você tem o conhecimento suficiente para
cuidar de você mesmo e saber que deve procurar ajuda médica e/ou
psicológica, quando necessário. Entenda bem que cuidar de você
mesmo é de SUA responsabilidade e que não vale se esconder atrás de
desculpas como “não tenho tempo para cuidar de mim” ou “meu
trabalho está tão apertado que não consigo nem comer direito”. Assim
sendo, seja responsável com sua saúde, tenha uma alimentação
saudável, pratique esportes regularmente, durma bem, invista em lazer
e qualidade de vida, faça tudo o que puder para ser feliz. Invista muito
em você, pois os lucros são os melhores do mercado!