filosofia na cidade 11º ano

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Trabalho realizado por: Diana Silva nº 7 11ºC Marisa Ferreira nº 14 11ºC Ana Fonseca nº 1 11ºD Vítor Cachopo nº 18 11ºD Atenas

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Trabalho realizado por:Diana Silva nº 7 11ºCMarisa Ferreira nº 14 11ºCAna Fonseca nº 1 11ºDVítor Cachopo nº 18 11ºD

Atenas

O tema “Filosofia na cidade” temcomo objetivo salientar ocontributo da filosofia para aconstrução da cidadania. Éimportante que este tema sejareconhecido para que as pessoassaibam a importância datolerância e do diálogo naatualidade e, também, paraesclarecer de que modo podemospraticar a filosofia e contribuirna sociedade como cidadãoslivres e responsáveis.

Se nós decidirmos prosseguir os estudos e seguir uma carreira na investigação científica, por exemplo, estaremos a traçar o rumo para a nossa vida pessoal, mas ao mesmo tempo iremos interferir na vida da sociedade, pois as nossas decisões poderão ou não ser um bem maior para a coletividade.

Posto isto, compreendemos que o ser humano não vive isolado, pois depende da sociedade-cultura e da convivência com os outros para sobreviver, agir e transformar.

No entanto, a convivência entre os indivíduos dentro da sociedade nem sempre é fácil. Citando Kant, parece existir uma sociabilidade insociável ligada à natureza humana. Com isto Kant quer dizer que “…o homem tem uma inclinação para entrar em sociedade (…). Mas também tem uma grande propensão a isolar-se (…)”

Então, na sociedade encontramos

Mas ao mesmo tempo

O nosso ambiente natural

Questionamo-lo e queremos modificá-

lo

A palavra cidadão designa aquele que vive na cidade e, por isso, goza de direitos civis e políticos dentro dela. À semelhança da antiga democracia ateniense, o cidadão é um homem-livre, capaz de participar nas decisões públicas da cidade e que cumpre as suas obrigações naturais a sua subsistência e a da sua família.

Desde muito cedo os filósofos consideraram a existência de duas esferas – pública e privada – na vida do individuo. Para os gregos, o espaço publico sobrepõe-se ao privado, porque este permite ao homem a realização plena da sua natureza (política).

Atualmente, as noções de espaço privado e espaço público são utilizadas num sentido diferente. Não faz sentido, assim, dizer que a realização humana só é possível ao nível do espaço público, ou seja, da esfera política.

Nós, enquanto seres livres e moralmente conscientes, somos capazes de tomar as nossas próprias decisões – no nosso espaço privado; porém, sempre que o fazemos, mostramo-nos e interferimos no seio da coletividade – espaço público.

Na esfera privada, o individuo procurará o que é melhor para si e na esfera pública, procurará o que é melhor para todos.

A tarefa da reflexão política é então, concluindo, a de tentar conciliar as exigências individuais com as da coletividade (sociedade civil), para assegurar as melhores condições (de justiça) para todos.

Para os gregos, a razão teórica estava ligada à observação e à produção de conhecimentos, enquanto a razão prática – a praxis –significava a ação comum, a reflexão acerca dos problemas práticos da vida pública da cidade – polis.

A filosofia na polis – a evolução da filosofia política

É aos gregos que devemos o nascimento da

democracia e, com ela, o da política

A palavra política deriva de polis, e assim significa originariamente gestão dos assuntos ou negócios da polis.

A democracia reconhece a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e, assim, a cidadania constrói-se com base no reconhecimento dessa igualdade e da liberdade do cidadão.

Com Aristóteles surge o conceito de filosofia política como uma disciplina ou ramo de saber.

No Tratado da Política, o filósofo caracteriza o homem como um animal social e político e reconhece a importância da palavra na sociedade política.

Aristóteles lança as seguintes questões:

(questão da soberania, já colocada por Platão)

(questão do seu fundamento, isto é, direito natural)

Foram vários os pensadores que refletiram sobre estas questões e que contribuíram para o desenvolvimento da filosofia política:

Nicolau B. Maquiavel Thomas Hobbes

Jean-Jacques RousseauJohn Locke

Nas diferentes conceções políticas por eles desenvolvidas, no entanto, encontra-se um problema determinante: a natureza humana.

Se o ser humano tem tendência para o mal, deve existir uma autoridade para lhe impor regras;

Se é naturalmente bom, deseja o bem de todos e será capaz de os respeitar de livre vontade.

Os estados democráticos atuais debatem-se com um problema central:

Devemos reconhecer então três princípios fundamentais:

• A democracia como regime preferível;

• A liberdade e a igualdade como direitos fundamentais;

• O diálogo como via razoável de resolução de problemas comuns.

Concluindo, a atual reflexão filosófico-política age no sentido de encontrar a melhor forma de coexistência do direito de igualdade com o direito à diferença. As suas respostas elucidam-nos para a importância do

diálogo e da tolerância

como pilares de construção da

cidadania

Devido aos fenómenos de globalização e de emigração, as sociedades democráticas são obrigadas a repensar o estatuto do cidadão enquanto ser humano e cidadão do mundo. É assim urgente garantir os seus direitos fundamentais.

Neste sentido, é devido que nos debrucemos acerca de alguns dos problemas atuais. A saber:

fome

pobreza

terrorismo

diminuição dos recursos naturais

É difícil, no entanto, encontrar uma solução para estes problemas pois estão diversos valores e interesses em questão. Todavia, não deixamos de nos perguntar:

Devemos assim repensar a tolerância no conjunto de convicções (religiosas, filosóficas, políticas, etc.) que ocupam o espaço social e cultural do planeta.

Segundo o Dicionário de Filosofia:

“Ser tolerante é abstermo-nos de agir contra o que reprovamos, contra o que nos é politicamente contrário ou

contra o que é diferente de nós.”

Isso significa que ser tolerante é permitir certas atitudes e comportamos que não aceitamos como corretos ou que não estão de acordo com as nossas convicções.

A tolerância é então agora concebida como o respeito pelas diferenças, ao contrário da antiga perceção negativa que a via apenas como a mera permissão (mas não aceitação) das diferenças religiosas.

Reconhecer os direitos humanos significa afirmar a igualdignidade de todos os indivíduos, independentemente dassuas diferenças de:

Cor;

Raça;

Etnia;

Religião;

Partido político;

Opinião.

Devemos, assim, manter e respeitar estas diferenças,aceitá-las e reconhecê-las pela liberdade e dignidadede todos e de cada um. Isso quer dizer que o facto dedefendermos um ideal político ou termos uma certaconvicção não implica que possamos ser intolerantesperante as convicções e os ideais dos outros.

Porém, é ainda muito difícil resolver determinadosproblemas socioculturais e, por isso mesmo, torna-senecessário reafirmar a importância do

diálogo

Promovido pela democracia instaurada pelos gregos, juntamente com o debate e a discussão.

“O melhor regime dos até agora conhecidos na história da humanidade.” -Karl Popper

a) A «ética da discussão» de Apel e Habermas

Nela parte-se da ideia de uma situação ideal decomunicação cujos intervenientes partilham de iguaiscondições de diálogo e conseguem, dessa forma,entender-se.

No entanto, uma «comunidade ideal de fala» não é omesmo que uma comunidade real. Nesta, as opiniões sãodiferentes e discordantes.

Assim, na maior parte das vezes só será possível atingirconsensos provisórios ou estabelecer compromissosnegociados (pois não é possível que as opiniões de todosconcordem). Apel e Habermas defendem então a ideia de umanecessária participação dos indivíduos no espaço público,através da expressão e da discussão pública. Contudo, avisampara o papel fundamental de um Estado de direitodemocrático capaz de exercer plenamente as suas funções,garantindo os direitos essenciais dos cidadãos.

b) O «consenso de sobreposição de doutrinas abrangentes razoáveis» de Rawls

O filósofo John Rawls entende que numa sociedade realmente democrática todos os participantes devem estar interessados em cooperar porque todos são reconhecidos como iguais. No entanto, Rawls sabe que as sociedades democráticas atuais são plurais e que os indivíduos têm não só objetivos diferentes, como também defendem ideias e convicções - filosóficas, políticas ou religiosas –distintas.

Segundo Rawls, uma sociedade justa só será estávelse reunir um conjunto de doutrinas razoáveis quetêm em vista um consenso duradouro. Se dadadoutrina não for razoável, então ela não poderá seradmitida no interior da sociedade justa.

Então, como vimos, é no diálogo que encontramos o meio de resolução dos conflitos e das questões públicas. A paixão dos gregos pelo homem levou-os a encontrar na

democracia

a melhor forma de gerirem os assuntos comuns

cidadania

a expressão da liberdade e da igualdade

Pode afirmar-se, por fim, que ser cidadão significa:

pôr em ação a nossa liberdade e igualdade;

empenharmo-nos na defesa dos interesses comuns.

Infelizmente, nos dias de hoje, a participação dos cidadãos na vida política é cada vez menor, e nota-se um crescente desinteresse dos jovens pela política.

Para além de cidadãos - inseridos numa cidade epaís com leis, normas e regras próprias – somos sereshumanos, com direitos e deveres que devem serreconhecidos, protegidos e respeitados.

Vejamos então algumas ideias-chave caracterizadoras do cidadão contemporâneo:

É sujeito de direitos fundamentais, como a liberdade e a igualdade;

É portador de identidade e dignidade próprias;

Tem o poder de decidir e o dever de participar democraticamente nos assuntos públicos;

Deve ser solidário e responsável;

Deve construir a paz, tendo como instrumento o diálogo;

Deve participar na construção de uma sociedade melhor e mais justa.

Com este trabalho compreendemos o significado de conceitos como tolerância, democracia e cidadania, debatemos algumas questões públicas atuais e vimos, por fim, o que é ser cidadão.

“Contextos”, Manual de Filosofia do 11ºano

https://www.google.pt/imghp?hl=pt-PT&tab=wi&ei=IgSGU7WFBpKr0AWQ34CQCA&ved=0CAQQqi4oAg

http://www.defnarede.com/

http://www.dedihc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=8