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Política de Rousseau em relação aos escritos políticos de Hobbes e Locke. Filosofia Moderna

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Page 1: Filosofia moderna

Política de Rousseau em relação aos escritos

políticos de Hobbes e Locke.

Filosofia Moderna

Page 2: Filosofia moderna

Absolutismo Monárquico versus Burguesia;

Comunidade versus Sociedade;

Súditos versus Indivíduos;

Revolução Gloriosa (1688); Independência Americana (1776); Revolução Francesa (1789)

A Questão Política

Page 3: Filosofia moderna

A partir do século XVII, intensifica-se a

tendência à secularização do pensamento político;

Surge portanto a preocupação com a origem do Estado;

Busca dos princípios que justificam ou explicam o surgimento do Estado;

Assim Hobbes, Locke e Rousseau, partiram da análise do homem em seu Estado de Natureza.

A Questão Política

Page 4: Filosofia moderna

A pergunta que se coloca para esses

pensadores consiste em responder às razões que teriam levado os homens a abandonar esse estado para se submeter ao Estado instituído por um pacto social ou contrato.

A Questão Política

Page 5: Filosofia moderna

A Força e a Justiça

“É justo que o que é justo seja seguido e é necessário que o que é mais forte seja seguido.”

“ A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica.”

“ A justiça sem a força é contestada (...)”

“(...) a força sem a justiça é acusada.”

“A justiça está sujeita à disputa, a força é muito reconhecível e sem disputa. Assim não se pode dar a força à justiça, porque a força contradisse a justiça e disse que era injusta, e disse que era ela que era justa.”

“ E assim, não podendo fazer com que o que é justo fosse forte, fez-se com que o que é forte fosse justo. ”

Blaise Pascal, in "Pensamentos"

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 6: Filosofia moderna

Seria esse o Estado de Natureza ou nesse estágio já existia algum tipo de organização?

Page 7: Filosofia moderna

Thomas Hobbes (1588 – 1672)

Page 8: Filosofia moderna

Contexto social

Absolutismo Inglês; Famílias Tudor e Stuart;

Jaime I e o direito divino; Conflitos com o Parlamento; Conflitos Religiosos;

Revolução Gloriosa; Revolta escocesa; Oliver Cromwell (governo ditatorial);

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 9: Filosofia moderna

Thomas Hobbes (1588 – 1672)

Estado de Natureza Estado Civil

2 ESTÁGIOS

Os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, prevalecendo a guerra de todos contra todos (O homem é lobo do homem);

Reina o medo e, principalmente o grande medo: o medo da morte violenta;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 10: Filosofia moderna

“Que ninguém se engane: os homens não são

irmãos. Ao contrário, são inimigos, capazes de matar um ao outro.”

Para Hobbes a origem do poder político do Estado não deve ser procurada não em Deus, mas na natureza.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 11: Filosofia moderna

O conhecimento não foge a esta regra;

Objetos Orgãos dos Sentidos Nervos, cérebro e coração

“Não há nenhuma concepção no espírito do homem do homem que primeiro não tenha sido originada, total ou parcial mente no mundo dos sentidos”

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 12: Filosofia moderna

Para se proteger os humanos inventaram as armas

e cercaram as terras que ocuparam;

Duas atitudes inúteis segundo Hobbes, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Direito Natural; direito a vida, não apenas ao atoa de viver, mas a sua concretização

Garantia do direito a vida

Page 13: Filosofia moderna

A própria guerra é fruto do desejo de

segurança para a autopreservação de cada um, é também fonte de insegurança generalizada e por medo da morte;

Isso faz com que os homens procurem, pela razão, os meios para afastar o medo e assegurar a autopreservação.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 14: Filosofia moderna

As Leis de Natureza

A Primeira afirma:

A Segunda afirma:

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Todo homem deve esforçar-se pela paz(...)Na natureza humana a paz só é buscada quando apresentar mais vantagens que a guerra;

Para selar a paz os homens devem renunciar ao seu direito a todas as coisas, desistindo cada um, de ser obstáculo a autopreservação do outro;

Page 15: Filosofia moderna

Essa renúncia é o contrato;

A promessa de seu cumprimento, o pacto;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 16: Filosofia moderna

A vida não tem garantias; a posse não tem

reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a lei do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 17: Filosofia moderna

O Leviatã (1651);

Estado Soberano Um dos primeiros exemplos daTeoria do Contrato Social.

Superação do medo pela esperança; a garantia do direito a vida.

Fim do Estado de Natureza e a inauguração da Sociedade Civil;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 18: Filosofia moderna

Visão moral de Thomas Hobbes;

Hobbes foi cético e relativista com relação as questões morais: sendo assim não existe em sua visão nada que seja objetivamente bom, nem objetivamente mau;

Tudo que é objeto de apetite ou desejo é normalmente considerado bom;

Tudo aquilo que causa aversão ao sujeito normalmente é considerado ruim, vil ou desprezível;

Portanto, para Hobbes, não haveria nenhum princípio ético objetivo.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 19: Filosofia moderna

John Locke (1632 —1704)

Page 20: Filosofia moderna

Locke: Crime e Castigo

A análise que Locke faz do homem é bem mais condescendente do que a de Hobbes;

Para Hobbes, o que importa é a soberania indivisível que garanta a paz, e não se ela é representada por Carlos I, com pretensões absolutistas, ou por Cromwell, com poderes quase ditatoriais.

Mas Locke é testemunha de acontecimentos posteriores;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 21: Filosofia moderna

Experiência, fonte do conhecimento;

Para ele a experiência é a única fonte do conhecimento;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 22: Filosofia moderna

O conhecimento para Locke é o resultado das

operações que a mente realiza com as ideias, tanto das ideias quanto da reflexão;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 23: Filosofia moderna

Assim como não há ideias inatas, também não

há poder inato supostamente conferido por Deus a um só indivíduo.

A construção da sociedade civil tem origem na experiência;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 24: Filosofia moderna

Do Estado de Natureza ao Corpo Político

“Os homens por natureza são livres, iguais e independentes. Mas liberdade não é licenciosidade, pois todos estão sujeitos a lei de natureza, a razão.”

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 25: Filosofia moderna

“Se a todos está assegurada a preservação,

como alguém pode cobiçar o que é dos outros?”

Lei de Natureza. Para ele a agressão tem caráter insensato e

irracional.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 26: Filosofia moderna

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 27: Filosofia moderna

“Por isso, Locke, ao analisar o Estado de

Natureza, não se detém na descrição de uma eventual vida paradisíaca e feliz. O que lhe importa nesse estado é o direito que cada um tem de fazer valer a lei de natureza: Quem prejudica o outro é transgressor dessa lei, um criminoso, e todos os homens tem o direito de castigá-lo (...)”

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 28: Filosofia moderna

De um lado, o transgressor da lei se declara

em Estado de Guerra;

De outro o guardião e executor da lei, que por isso, tem o direito de guerra, de castigar e executar o mal feitor.

Não se trata de uma guerra de todos contra todos, mas de alguns contra os demais.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 29: Filosofia moderna

Tantos são os inconvenientes desse estado

que os homens decidiram renunciar à sua liberdade natural;

Principalmente de executar a lei de natureza com as próprias mãos;

Formação de um corpo político.

Esse é o pacto que dá origem a Sociedade Política;

O governo pode ser de um só indivíduo ou de vários; Julgar e manter a paz e segurança;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 30: Filosofia moderna

Para isso o governo deve se desdobrar em

vários poderes; Poder Legislativo – leis fixas para que todos possam

conhecê-las;

Poder Federativo – no qual a sociedade na condição de um único corpo, relacionam-se com outras comunidades que não aderiram ao pacto, declarando-lhes guerra ou paz.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 31: Filosofia moderna

Locke é adversário ferrenho do absolutismo;

Para Hobbes o estado de natureza, em que a liberdade de cada um não tem limites, era sinônimo de guerra.

Para Locke a questão é de crime e castigo.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 32: Filosofia moderna

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Page 33: Filosofia moderna

Estado de Natureza Estado de Sociedade Estado Civil

Os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a natureza lhes oferece;

Desconhecem lutas e comunicam-se pelo gesto, grito e canto;

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

CORRESPONDE AO ESTADO DE NATUREZA EM HOBBES

Page 34: Filosofia moderna

Estado de felicidade original, no qual existem

sob a forma de bom selvagem inocente;

O rompimento desse estado inicial surge com a posse, quando alguém cerca um terreno e firma a propriedade da terra;

Passamos assim ao Estado de Sociedade, que corresponde ao Estado de Natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 35: Filosofia moderna

O contrato social.

Segundo Rousseau, o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe.

Para defender seu ponto de vista, ele utilizou a mesma construção científica que Hobbes e Locke:

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 36: Filosofia moderna

Teorias de Rousseau;

Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1750) obra em R. pensa a condição humana e critica seus antecessores:

[...] falando incessantemente de necessidade, avidez, opressão, desejo e orgulho transportaram para o estado de natureza ideias que tinham adquirido em sociedade: falavam do homem selvagem e descreviam o homem civil.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 37: Filosofia moderna

O bom selvagem;

O Bom Selvagem, como ficou conhecido o homem primordial de Rousseau era livre, solitário e feliz. Vivia pelas florestas, motivado pela autopreservação, sem precisar de ninguém.

Buscava suprir suas necessidades e fugia da dor. Não era bom ou mau.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 38: Filosofia moderna

Segundo Rousseau, esse ambiente seria “o

mais propício à paz e o mais conveniente ao gênero humano.”

Uma virtude que o filósofo concebe como sendo natural a homem, e não produto do convívio social, é a piedade.

Para R. de nada adiantaria a razão sem a piedade.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 39: Filosofia moderna

Outra importante característica do bom

selvagem era a perfectibilidade, ou faculdade de aperfeiçoar-se.

Porém, essa capacidade seria “a fonte de todos os males.” Pois foi ela que levou o homem a sair de sua condição natural para tornar-se “tirano de si mesmo e da natureza.”

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 40: Filosofia moderna

Tudo começou quando os homens livres e

sozinhos, precisaram executar algo por muitas mãos. Associando-se gradualmente, iniciaram a formação de famílias, daí a necessidade de códigos de comunicação e atividades de socialização (dança, canto, etc)

As diferenças entre os homens no início eram sutis, depois tornam-se perceptíveis.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 41: Filosofia moderna

Daí surgem todo tipo de paixões: cobiça,

orgulho, inveja. Os homens deixam de ser dóceis e organizam suas primeiras instituições, alguns começaram a possuir mais que outros, a propriedade privada teria sido o passo fundamental para a corrupção dos homens:

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 42: Filosofia moderna

O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o

primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer: “Isto é meu”, e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: “defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém”!

Rousseau

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 43: Filosofia moderna

Origem da organização política

Para Rousseau a organização política se fez sob a égide dos mais ricos, pois:

[...] é razoável crer-se ter sido uma coisa inventada antes por aqueles a quem é útil, do que por aqueles a quem causa mal. Os pobres, não tendo senão sua liberdade para perder, fizeram uma tremenda loucura ao destituir-se voluntariamente do único bem que lhes restava, para nada ganhar em compensação.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 44: Filosofia moderna

O contrato social em vigor seria então,

segundo Rousseau, uma enganação.

Na obra Do contrato social, Rousseau apresentou sua solução para essa situação injusta. Formar uma associação:

“que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda força comum, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes.”

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 45: Filosofia moderna

Para que isso ocorra, o pacto social deve

nascer da entrega total de cada indivíduo à comunidade.

Rousseau concebe o corpo político como um todo, uma unidade orgânica, com vida e vontade próprias. E o que dá vida ao corpo político é a própria união de seus membros, ou seja, a coletividade.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 46: Filosofia moderna

Vontade Geral

As leis desse corpo político devem refletir a vontade geral.

A vontade geral não é a simples soma das vontades individuais.

A vontade geral é a busca da melhor para a

sociedade como um todo, ou seja, aquela que satisfaz o interesse público, e não o de particulares.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 47: Filosofia moderna

A Educação para a Liberdade

Rousseau sonhou com uma sociedade não apenas livres e iguais, mas pessoas soberanas. Que tivessem plena participação cívica.

Para isso, além de um contrato justo, era preciso ensiná-las a ser livres, autênticas e autônomas.

Essa tarefa de “civilizar a civilização”era da educação.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.

Page 48: Filosofia moderna

Na obra Emílio, Rousseau descreve um tratado

pedagógico, pelo qual se poderia reverter a condição de corrupção para a civilidade.

Hobbes, Locke e RousseauO Estado de Natureza e os Direitos Naturais.