filosofia eutanasia projeto

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ESCOLA GONÇALO ANES BANDARRA Eutanásia Problemas da Cultura Cientifico-Tecnológica Kátia Porões Monteiro 23-05-2013 Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Filosofia da

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Escola Gonçalo Anes bandarra

Eutanásia

Problemas da Cultura Cientifico-Tecnológica

Kátia Porões Monteiro

23-05-2013

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Filosofia da docente Olga Marques

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21 Autor Balzac; 2Autor Nietzsche; 3 Israël, Lucien; 1993; 86-87 4Agostinho 5Juramento de Hipócrates; 6,7Vincent Humbert

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Agrupamento de Escolas de Trancoso

Escola Gonçalo Anes Bandarra

Eutanásia

Disciplina de Filosofia

Trabalho realizado por:

Kátia Monteiro

31 Autor Balzac; 2Autor Nietzsche; 3 Israël, Lucien; 1993; 86-87 4Agostinho 5Juramento de Hipócrates; 6,7Vincent Humbert

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ÍndiceIntrodução....................................................................................................................................4

Desenvolvimento.........................................................................................................................5

1º Capítulo...............................................................................................................................5

A história de Chantal Sébire.................................................................................................6

A história de Vincent Humbert.............................................................................................7

2º Capítulo...............................................................................................................................9

3º Capítulo...............................................................................................................................9

Conclusão...................................................................................................................................10

Anexos........................................................................................................................................11

Anteprojeto............................................................................................................................11

Chantal Sébire........................................................................................................................12

Vincent Humbert e sua mãe...................................................................................................13

Juramento de Hipócrates.......................................................................................................14

Bibliografia.................................................................................................................................15

41 Autor Balzac; 2Autor Nietzsche; 3 Israël, Lucien; 1993; 86-87 4Agostinho 5Juramento de Hipócrates; 6,7Vincent Humbert

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Introdução

No âmbito da disciplina Filosofia, escolhi tratar do tema eutanásia porque

é bastante atual e porque levanta muitos problemas éticos. A eutanásia pode ser

vista como uma imposição da sociedade já que as pessoas que estão quase a

morrer são por vezes consideradas um  “estorvo”.

A palavra eutanásia é composta por duas palavras gregas “eu” e “thanatos”. Etimologicamente eutanásia significa morte suave, morte doce ou morte tranquila. Ela implica necessariamente a intenção expressa de antecipar a morte em relação ao que sucederia pela evolução natural das coisas. Não existindo essa intenção, não existirá eutanásia. É assim que a designação de eutanásia passiva (não provoca propositadamente a morte, no entanto, com o passar do tempo, juntamente com a suspensão de todos e quaisquer cuidados médicos, farmacológicos ou outros, o doente acaba por morrer; não há por isso um ato que provoque a morte mas também não há nenhum que a impeça como na distanásia) se torna irrelevante e até despropositada, já que a abstenção de uma terapêutica sem esperança, num doente terminal, não pode ser considerada eutanásia. Do mesmo modo, a eutanásia voluntária ou ativa (na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar e a termo o ato), mesmo a pedido do doente, não será mais que homicídio a pedido ou ajuda ao suicídio, mas sempre ato ilícito sob ponto de vista moral médica.

Independentemente da forma de eutanásia praticada, seja ela legalizada ou não (tanto em Portugal como no Brasil esta prática é considerada ilegal e a sua legalização só tem vindo a ser realizada devido ao desenvolvimento cientifico-tecnológico), ela é considerada um assunto controverso, existindo sempre prós e contras.

Alguns filósofos britânicos como David Hume, Jeremy Benthan e John

Stuart Mill puseram em questão a base religiosa da moralidade e a proibição

absoluta do suicídio assistido. Kant, por outro lado embora aceitasse que as

verdades morais encontram-se na razão pensava que “o homem não pode ter

poder para dispor a sua vida”.

Um exemplo de um argumento a favor da eutanásia é o de Balzac em que:

“O Homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo”1, ou seja, se a sociedade dá tanta importância ao direito á vida porque não dá-lo também ao direito á morte? Balzac justificou isto através do princípio da autonomia e da liberdade que o homem pode ter de rejeitar qualquer dos seus direitos, desde que a sua escolha seja voluntária, ou seja, que não seja influenciada por um meio exterior. Assim quem defende esta posição associa o direito de morrer ao facto de o ser humano ter uma morte digna. Acreditando-se assim que a

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eutanásia seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal ou sem qualidade de vida.

Um exemplo de um argumento contra é o de Nietzsche em que:

“O que não provoca a minha morte faz com que fique mais forte”2 pois para

os utilitaristas o bem moral é o útil, ou seja, o que causa comodidade, o interesse

e o conforto, o mal é o que provoca o dano sendo que, uma ação é boa ou má

segundo a utilidade ou o prejuízo que traz à sociedade. Só na defesa da

legitimidade da vida humana como um direito em si mesmo faz com que a

eutanásia não seja aceite pela sociedade atual.

Desenvolvimento

1º Capítulo

As pessoas com doenças incuráveis, ou em estado terminal têm momentos de desespero, mas também vivem momentos de alegria, felicidade, festividade e diversão. Estas pessoas lutam dia após dia para viverem um só segundo mais.

Nem todas as pessoas com doenças incuráveis querem morrer. Muitas vezes estas lutam contra a morte, tentando viver o maior tempo possível, tal como refere Lucien Israël: "Não defendem uma politica do tudo ou nada. Aceitam ficar diminuídos desde que sobrevivam, e aceitam sobreviver mesmo que sintam que a doença os levará um dia. (…) Dizem-nos com toda a simplicidade: se for necessário, eu quero servir de cobaia. (…) Arriscam o termo para nos encorajarem à audácia“3. No entanto outras pessoas não aguentam “viver” devido ao sofrimento causado pela doença, ao seu estado mental e ao sofrimento da família, pois estas pessoas sentem-se um peso pela sua doença, pela necessidade de cuidados e pela preocupação e o cansaço estampados nos rostos daqueles que amam e estavam habituados a ver sorridentes.

A existência deixa de fazer sentido para estas pessoas e por isso, elas sofrem profundamente no seu interior. Neste momento de amargura, a morte parece ser a única solução, recorrendo assim á eutanásia, pois, apesar de quererem morrer, estes querem morrer de forma digna, ou seja, com a ajuda de médicos.

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O doente que tenta recorrer á eutanásia deve ser acompanhado psicologicamente, para se esclarecer que este não sofre de qualquer distúrbio mental e que pode decidir por si e pela sua Vida, pois afinal de contas a vida é um direito e não uma obrigação, e por isso, se a pessoa quiser acabar com a sua vida, tem esse direito (neste ponto de vista). Os pedidos de Eutanásia por parte dos doentes são muitas vezes pedidos de ajuda, implorações para que se pare o seu sofrimento.

Há autores que defendem que um ser humano, ainda que a sofrer demasiado, se bem tratado, não pede a Eutanásia.

Hoje em dia, os avanços tecnológicos podem de certo ponto de vista, impedir a eutanásia, pois podem ser administrados analgésicos e outros fármacos que diminuem o sofrimento e os efeitos da doença a uma pessoa em estado terminal.

Pessoalmente, penso que uma pessoa não deve colocar fim á sua própria vida, acho que esse papel é de Deus, no entanto, somos nós que decidimos o nosso destino, e assim, nesta situação somos nós que ou lutamos ou desistimos da vida. Para mim, a vida é a coisa mais sagrada que temos e valorizo muito quem luta dia a dia contra doenças muito graves. Admiro a persistência, a força, a vontade e o desejo da pessoa querer viver, porque não somos só nós que “vivemos” a nossa vida, se pensarmos bem, a nossa vida, condiciona a vida de muita gente, quer família, quer amigos, quer conhecidos. Ao darmos fim á nossa vida podemos acabar com a nossa dor, mas vamos aumentar a dor dos que nos amam, eles vão sofrer pela nossa escolha e não por desgraças que podem acontecer a toda gente.

Este é o ponto de vista “exterior” que eu tenho, pois nós só sabemos o que realmente pensamos quando estivermos numa situação em que "não há mais nada a fazer”, e só aí é que poderemos pensar se um pedido de Eutanásia pode ou não pode ser um pedido refletido e ser a verdadeira vontade daquele Ser Humano, alheia a fatores económicos, sociais, culturais, religiosos, físicos e psíquicos.

A história de Chantal Sébire

Desfigurada por um tumor incurável, alojado na região do céu-da-boca e no seio nasal, Chantal Sébire, uma cidadã francesa mãe de três filhos menores e com 52 anos de idade, solicitou à justiça do seu país o direito de praticar eutanásia.

Numa carta ao Presidente Nicolas Sarkozy, Chantal Sébire solicita que lhe seja autorizada o consumo de uma droga letal que acabe definitivamente com o seu sofrimento, conduzindo-a à morte, enquanto se encontra consciente do seu ato.

Alega a requerente, que a doença de que sofre encontra-se num estado progressivamente incurável, produzindo dores insuportáveis, e uma desfiguração

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facial monstruosa, além do facto do seu organismo ser intolerante a analgésicos, em particular a morfina.

Como a eutanásia ativa não está prevista na lei francesa, os juízes rejeitaram seu pedido, mas a sua iniciativa reacendeu o debate sobre a eutanásia, até o ponto de o governo conservador francês ter ordenado uma missão de avaliação da lei de 2005 sobre cuidados paliativos.

Várias pessoas, incluindo alguns membros do Executivo, pronunciaram-se a favor de introduzir na lei uma modificação que permita aplicar a eutanásia em casos extremos, como o de Sébire.

A atual legislação francesa permite aos médicos dar remédios aos pacientes que solicitarem até que entrem em coma e, nesse estado, aguardar a morte, mas não autoriza aplicar a eutanásia ativa. Sébire rejeitava esta proposta, porque queria "morrer com dignidade", cercada de seus filhos, amigos e médicos.

Sendo assim, apareceu morta no seu domicílio, perto de Dijon, em 19 de Março, dois dias depois de um tribunal negar o pedido de eutanásia ativa.

O procurador de Dijon, Jean-Pierre Alacchi, disse que os exames toxicológicos que tinha ordenado revelaram que a francesa absorveu uma "dose mortal" de barbitúricos.

Alacchi disse que foi aberta uma investigação para determinar como Sébire teve acesso a barbitúricos, que não são vendidos nas farmácias.

A história de Vincent Humbert

Vincent Humbert, um jovem bombeiro voluntário de 20 anos teve um grave acidente de automóvel numa estrada em França no dia 24 de Setembro de 2000, ficando em coma durante nove meses. Seguidamente, foi constatado que ele se encontrava num estado de tetraplégico, cego e surdo. O único movimento que ainda mantinha era uma leve pressão com o polegar direito. Através destes movimentos conseguia comunicar com a sua mãe. A comunicação, ensinada pelos profissionais de saúde do hospital, era feita com uma pessoa soletrando o alfabeto e ele pressionava com o polegar quando queria utilizar essa letra. Desta forma, conseguia soletrar as palavras. Desde que conseguiu estabelecer comunicações com as pessoas que solicitava aos médicos que praticassem a eutanásia, como forma de terminar com o seu sofrimento em que era obrigado a viver, pois era insuportável. Os médicos recusaram-se a realizá-la, pois na França a eutanásia é ilegal.

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Ele também solicitou á sua mãe que fizesse o procedimento.

Ele fez inúmeras solicitações, inclusive ao próprio presidente francês, através de uma carta, no sentido de dar uma exceção legal ao seu caso. A resposta do presidente, após alguns contactos, inclusive com o próprio Vincent, por telefone, foi negativa e acompanhada de uma recomendação de que o jovem deveria retomar o gosto pela vida.  

Vincent escreveu um livro, de 188 páginas, intitulado "Peço-vos o direito de morrer" (Je vous demande le droit de mourir) lançado pela editora Michel Lafon, em 25 de Setembro de 2003. Neste livro argumenta o seu pedido e termina dizendo: "A minha mãe deu-me a vida, espero agora dela que me ofereça a morte. (...) Não a julguem. O que ela fez para mim é certamente a mais bela prova de amor do mundo"6.

Marie Humbert, mãe de Vincent, de 48 anos, foi considerada por todos como sendo uma mãe admirável, que se dedicou integralmente aos cuidados do filho, tendo inclusive mudado de cidade. No final da tarde de quarta-feira, 24 de Setembro de 2003, Marie estava sozinha com o seu filho no quarto do Centre Hélio-marin de Berck-sur-Mer, na costa norte da França. Nesta ocasião administrou uma grande  dose de barbitúricos através da sonda gástrica. Este procedimento tinha sido combinado com seu filho, que não queria estar vivo quando o seu livro fosse lançado, o que ocorreria no dia seguinte. "Eu nunca verei este livro porque eu morri no dia 24 de Setembro de 2000 [...]. Desde aquele dia, eu não vivo. Obrigam-me a viver. Sou mantido vivo. Para quem, para que, eu não sei. Tudo o que eu sei é que sou um morto-vivo, que nunca desejei esta falsa morte”7.

A equipe médica detetou a deterioração do quadro de saúde do paciente e interveio, fazendo manobras de reanimação. O paciente ficou em coma profundo, vindo a falecer na manhã do dia 27 de Setembro de 2003. 

A mãe foi presa por tentativa de assassinato e posteriormente libertada pelo Ministério Público, que se manifestou no sentido de que ela seria processada no momento oportuno. A mãe foi encaminhada para o Centre Hospitalier de L’Arrondissement de Montreuil (CHAM), onde ficou internada por 24 horas. O pai de Vincent, Francis Humbert, aprovou a atitude de sua ex-esposa.

2º Capítulo

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A família é fundamental para cada indivíduo. Por vezes, a decisão da eutanásia depende da ajuda da família ao doente. É muito frequente que a família se divida entre apoiar e não apoiar a Eutanásia. Normalmente, os familiares tentam de tudo para que esta seja o último recurso.

A eutanásia também pode estar relacionada com a retirada de equipamentos que servem exclusivamente para o prolongamento da vida de uma pessoa com o quadro clínico considerado irreversível. Essa possibilidade apresenta-se rotineiramente a familiares de doentes terminais ou vítimas de acidentes e aos médicos intensivistas, que trabalham nas unidades de terapia intensiva. Neste caso a decisão de retirar os chamados suportes de vida é da família, deixando assim, apenas, que a natureza cumpra o seu curso.

Eu, não considero a retirada de equipamentos eutanásia, apesar de muitos o acharem, pois aqui a pessoa não pode viver o seu dia-a-dia, nem é capaz de lutar contra a sua doença, pelo que no curso natural da vida, essa pessoa já estaria morta, e, neste ponto de vista, considero que não devemos prolongar algo que nem podemos chamar de vida, pois, a verdade é que a pessoa nem se mexe, apenas está deitada e ligada a uma máquina.

Em 2006 surgiu a notícia de que os idosos estão a fugir da Holanda, com medo da eutanásia. Na Holanda 41% dos casos de pedidos de eutanásia são feitos pela família, e 14% das vítimas eram totalmente conscientes e capacitados até para responder por eventuais crimes na Justiça, ou seja, os familiares queriam matar os mais idosos “propositadamente”. Assim, os familiares ou herdeiros podem agir com interesse financeiro e recomendar ou mesmo incentivar a eutanásia.

3º Capítulo

O doente poderá, se assim o entender, terminar com a própria vida: não deve no entanto é pedir ao médico que o faça por ele.

Se um doente ou familiares deste pedirem a morte do doente, a resposta de um médico não pode ser outra que não seja aliviar o sofrimento, apoiar o doente, mas nunca precipitar a sua morte. A Eutanásia activa é um acto de assassínio e, assim sendo, fundamentalmente contra o juramento básico do Médico, isto é, o juramento de Hipócrates, que considera a vida um dom sagrado sobre a qual o médico não pode ser juiz da vida ou da morte de alguém, Tal como dizia Agostinho "Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (…) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver"4.

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Através deste juramento, o médico apenas pode, em caso de doença incurável e terminal, limitar-se a aliviar os sofrimentos físicos e morais do doente, dando-lhe os tratamentos apropriados e mantendo tanto quanto possível a qualidade de vida que se termina, sendo uma das frases específicas deste juramento: “Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes a minha habilidade e capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou maleficio. Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar tal procedimento.” 5

Assim, os médicos que realizam a eutanásia não cumprem o juramento, um juramento que lhes foi dado a assinar depois da sua licenciatura, um juramento que devia ser cumprido para o resto da vida, um juramento que é a base da medicina.

Para mim este é o principal problema moral/ético da eutanásia. Como é possível que os médicos estejam disponíveis a realizar a eutanásia, sabendo que é contra ao juramento que eles se disponibilizaram a cumprir supostamente para o resto das suas vidas? Como é que eles conseguem viver conscientemente?

A verdade é que o pressuposto de um médico é salvar vidas, prolongá-las e não matar pessoas. Não percebo como é que estas pessoas são médicos, pois estas estão a fazer o contrário do que deveriam fazer. Se eles fazem um juramento, este é para cumprir, não é para ser apenas um ato banal.

Conclusão

Ao longo do trabalho tive muitos momentos de reflexão, pois esta questão é tão complexa, tem tantos pontos de vista possíveis, que faz uma pessoa concordar, discordar, confundindo certamente quem debate este tema. Creio que é por isso que este tema é muito debatido e muitos países ainda não sabem o que decidir.

Refletindo, a eutanásia é um pedido de morte, ora este pedido de morte é da pessoa, e a pessoa tem o direito de decidir a sua vida; mas a morte devia ser uma coisa natural, ou seja, não devia ser provocada pela própria pessoa; é injusto que uma pessoa se mate, deixando no mundo familiares a sofrer, mas essa pessoa sente que é um fardo para eles, por isso, estará ela a aumentar ou diminuir a dor deles?.

O doente apesar de ter direito de morrer, não pode ser egoísta ao ponto de pedir a um médico que o faça, pois o médico tem de cumprir o seu juramento, senão não estará a ser eticamente correto.

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Concluo assim, neste trabalho, que acima de tudo sou contra a eutanásia, que valorizo quem luta pela sua vida e que desprezo os médicos que não cumprem o juramento de Hipócrates, apesar de confessar também, que me emocionei com as palavras de Vincent Humbert e que acredito que é preciso uma mãe amar muito um filho para conseguir realizar o seu pedido de eutanásia.

Anexos

Anteprojeto

O trabalho que pretendo realizar para a disciplina de filosofia é sobre a eutanásia, relacionada com o tema – Problemas da Cultura Cientifico-Tecnológica.

Resolvi realizar este trabalho, pois a Eutanásia foi desde sempre um assunto muito discutido pela sociedade e, se conseguir, gostaria de um dia ser médica. Sendo assim imaginei a situação de um dia me pedirem para que eu provoque a morte de alguém, pelo que vou demonstrar neste trabalho a minha opinião sobre este assunto tão abordado.

Questões a abordar no trabalho:

“O doente tem direito de morrer, mas terá um médico o direito de matar?”

“Os avanços tecnológicos vão impedir a ocorrência da eutanásia ou favorece-la?”

“Afinal qual o papel dos médicos: salvar ou matar?”

“A vida é um direito, não uma obrigação. Terá uma pessoa o direito de decidir o seu fim?”

O trabalho vai ser constituído por uma breve introdução, onde irá constar o significado e importantes informações sobre a eutanásia; no desenvolvimento, no 1º capítulo irá constar a perspetiva do paciente, exemplificando a história de Chantal Sébire; no 2º capítulo vai constar a perspetiva da família; no 3º capítulo irá constar o papel de um médico a realizar a eutanásia. Todos os capítulos terão a minha perspetiva imaginando uma situação hipotética em que eu seria paciente, familiar e médica respetivamente; na conclusão será um breve resumo dos 3 capítulos. O trabalho também será constituído por uma estrutura formal, isto é, terá índice, anexos e bibliografia a acrescentar.

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Pretendo adquirir informação para realizar este trabalho em enciclopédias e pela internet.

Chantal Sébire

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Vincent Humbert e sua mãe

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Juramento de Hipócrates

151 Autor Balzac; 2Autor Nietzsche; 3 Israël, Lucien; 1993; 86-87 4Agostinho 5Juramento de Hipócrates; 6,7Vincent Humbert

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Bibliografia

Casos Reais- Chantal Sébire. Acesso em 15 de Maio de 2013. https://sites.google.com/site/eutanasiatematabu/casos-reais---nancy-cruzan

Casos Reais- Vincent Humbert. Acesso em 23 de Maio de 2013. https://sites.google.com/site/eutanasiatematabu/casos-reais---vincent-humbert

Wikipédia- Eutanásia. Acesso em 10 de Maio de 2013. http://pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia

Significado de Eutanásia. Acesso em 10 de Maio de 2013. http://www.significados.com.br/eutanasia/

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