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romantismo e a filosofiaTRANSCRIPT
O Romantismo é um movimento literário e artístico
surgido na Europa no inicio do século XIX, introduzido em
Portugal por Almeida Garrett. É caracterizado
fundamentalmente pela sua clara oposição ao
neoclassicismo e ao arcadismo: a evocação de cenários
melancólicos e ambientes exóticos, com o culto da
fantasia e do mistério; a evocação de temas medievais, em
contraposição ao classicismo grego; a exaltação do
individualismo (do "eu" como medida do Universo), da
expressão e emoção subjetivas, e o amor pela paisagem; e
o aparecimento de um profundo misticismo e
expressividade.
Busto de Almeida Garret
Filosoficamente, os primeiros fundamentos
teóricos do Romantismo foram desempenhados na
Alemanha, graças aos filósofos do idealismo clássico
(também chamado romantismo filosófico):
Fichte, Schelling e Hegel, que conceberam uma
profunda crítica em relação ao espírito racionalista do
século anterior. A crítica idealista do iluminismo
projetou para o futuro o desejo de perfeição e
harmonia que até então se orientava para os
cânones(lista de escritos ou livros considerados pelas
religiões cristãs como tendo evidências de Inspiração
Divina), resgatando o valor do sentimento como força
espiritual.
Hegel
Fichte
Alguns filósofos da história dizem que o Romantismo pode ser
considerado como expressão de uma constante histórica. Ele, o
Romantismo, tem estado presente em várias épocas e constitui uma das
dimensões da alma fáustica e dionisíaca em oposição à alma apolínea.
Assim, na cultura grega predominaria a componente clássica; na
germânica, a romântica — embora em algumas ocasiões as duas
concepções cheguem a fundir-se.
Sabendo que o homem não é movido somente pela razão e que este possui
sentimentos e paixões que também o move, é necessário, portanto, verificar qual
a importância do romantismo para a filosofia.
“A importância da fantasia e do imaginário no ser humano é inimaginável;
dado que as vias de entrada e saída do sistema neocerebral, que colocam o
organismo em conexão com o mundo exterior, representam apenas 2% do
conjunto, enquanto 98% se referem ao funcionamento interno, constitui-se um
mundo psíquico relativamente independente, em que fermentam
necessidades, sonhos desejos, idéias, imagens, fantasias e este mundo infiltra-se
em nossa visão ou no mundo exterior”.
No campo da filosofia o maior filosofo desta época foi Friedrichi
Wilhelm Schelling (viveu de 1775 a 1854). Ele tentou acabar com a
divisão entre espírito e matéria. Shelling dizia que a natureza
inteira, tanto a alma humana quanto a realidade física, era expressão
de um único Deus ou do "espírito do mundo".
→ A idéia deste filósofo, portanto, é que: “o
espírito do mundo deve ser procurado tanto na
natureza quanto dentro de cada um”. Podemos
então concluir que o espírito do mundo está tanto
na natureza quanto na consciência do homem e
estas seriam expressão única. Para Schelling, o Eu,
como princípio da filosofia é o incondicionado do
saber humano.
Schelling
Já para outros filósofos do Romantismo, ele é caracterizado como o
movimento que, pelo culto da paixão, esvaziou de significado a dura luta
racionalista pela objetividade da razão. Giambattista Vico (filósofo italiano) atacou
amargamente Descartes, o seu racionalismo e o seu método dedutivo; Vico
aprecia a importância do irracional na vida e enfatiza o papel da fé e da obediência
religiosas, por oposição à reflexão filosófica, como o ingrediente essencial da vida
social. Outro filósofo, Schopenhauer, conhecido, sobretudo, pelo seu pessimismo e
pelo estilo sombrio, é apresentado como o verdadeiro filósofo romântico; tem a
idéia de que a vida é essencialmente sofrimento, causado pelo desejo, pelo que a
anulação do sofrimento é possível "eliminando todo o desejo". O otimismo de
Hegel e o pessimismo de Schopenhauer são pontos de vista extremos, que
manifestam, cada um, apenas um aspecto da realidade.
Ao negar a distinção de sujeito e objeto, ao identificar a
realidade como um todo vivo que inclui Deus, o Universo e o
Homem, o Romantismo nega que a natureza humana seja a de um
animal racional, composto de corpo animal e alma racional. Para o
Romantismo, o homem é apenas o “sentimento” interior,
entendido como uma força vital, princípio divino imanente e
aprisionado num corpo animal e numa alma racional. Toda a
redenção do Homem consistiria na tomada de consciência desta
unidade única de Deus, do Mundo e do Eu. Redimir-se seria
conhecer este princípio divino interior imanente que se expressa
por meio do sentimento.
É o sentimento que é o próprio homem, o sentimento é a alma. O
sentimento envolve tanto a dúvida quanto a certeza; o sentimento não procura
palavras, ele não precisa delas, ele acha sua satisfação em si mesmo, e o homem
que atingiu isto, disto volta para até uma forma qualquer de fé, porque a fé e o
sentimento são uma só”.
Schleiermacher acaba por afirmar a especificidade do sentimento religioso
como a intuição do infinito no finito. “Somente a religião é capaz, assim, de
libertar o homem de sua limitação e de lhe conferir a universalidade, a infinitude;
ela ultrapassa, portanto, a filosofia confinada no fenomenismo da ciência e no
formalismo da moral. Se o idealismo é filosoficamente o ponto de vista do
sujeito, a religião, no sentido em que Schleiermacher a entende, é um esforço para
ultrapassar o ponto de vista do sujeito, sem, todavia, sair do sujeito, para elevar o
sujeito à altura do Absoluto”.
“Nietzsche será um dos mantenedores do sentido romântico da vida. Dilthey
entreteve relações com Husserl, cuja tentativa ele considerava com simpatia;
Heidegger interessou-se pela obra de Dilthey. O movimento fenomenológico, em
sua abordagem da consciência, fora de todo idealismo redutor, põe em ação certos
pressupostos da inteligibilidade romântica. O pensador que desenvolve uma
filosofia da vida conforme a inspiração de Schelling, de Frédéric Schlegel e de
Dilthey, mesmo guardando uma inteira independência de espírito, é Max
Scheler, ao mesmo tempo Naturphilosophie e Kulturphilosophie; seu espaço
mental abarca a ordem biológica e a ordem sociológica, e seu pensamento se
preocupa em constituir uma ordem de valores a partir de uma análise existencial
da realidade humana"
No final do século XIX, a Gnose do Romantismo foi perpetuada através do
pensamento de Bergson, Nietzsche, Blondel, e, mais tarde, continuado por
Husserl, Max Scheller e Karol Wojtyla, já repleto de pensamento romântico pela
leitura, estudo e interpretação teatral dos autores românticos poloneses.
Não nos resta dúvida que na filosofia deve-se
concordar que a racionalidade necessita “reconhecer a
parte do afeto, de amor e de arrependimento"s. A
verdadeira racionalidade conhece os limites da lógica.
“A idéia principal, portanto, é que os filósofos não
devem cair no verdadeiro racionalismo: que ignora os
seres, a subjetividade, a afetividade e a vida”. Isso não
quer dizer ser irracional.
• http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=romantismo_modernismo&lang=bra
• http://www.webartigos.com/articles/4674/1/O-Romantismo-Transormacoes-Na-Filosofia-Moderna/pagina1.html
• http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/shopenhauer
• http://www.infopedia.pt/$giambattista-vico