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assine: (19) 3233-55962 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010

26 com todas as letrasEvITE ERRoS Com o ImPERATIvo NEgATIvo

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 chicoCoNgELAmENTo dE mãoS NoS SERvIçoS dE PASSE

Cenas de um crime

14 capa2012: ESTAmoS Com oS dIAS CoNTAdoS?

12 mediunidadedIRETRIzES dE SEgURANçA

Questões sobre mediunidade

6 ensinamentoAS gRANdES LEIS NATURAIS dA EvoLUção

Princípios da Lei Universal

edição Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – depto. EditorialJornalista responsável Renata Levantesi (mtb 28.765)projeto Gráfico Fernanda Berquó Spinarevisão zilda Nascimentoadministração e comércio Elizabeth Cristina S. Silvaapoio cultural Braga Produtos Adesivosimpressão Citygráfica

o Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

centro de estudos espíritas “nosso lar”Rua Luís Silvério, 120 – vila marieta

13042-010 Campinas/SPCNPJ: 01.990.042/0001-80 Inscr. Estadual: 244.933.991.112

assinaturasAssinatura anual: R$45,00(Exterior: US$50,00)

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21 estudoPão E LUz

Não só de pão viverá o homem

sumário

24 mensaGemA ESCoLhA é LIvRE

Buscai e achareis

8 reFlexãoA FATALIdAdE E oS PRESSENTImENToS

Provas que trazemos de outras vidas

10 históriaA ExPLoSão dE PENTECoSTES

Ensaios da mediunidade

13 curiosidadeo PoRqUE do NomE “ESPIRITISmo”

Doutrina codificada por Allan Kardec

16 esclarecimentoA dISCIPLINA do PENSAmENTo E A REFoRmA do CARáTER

Influências para o bem ou para o mal

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 3assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA

aspecto religioso do espiritismo

Fonte:

DOYLE, Arthur Conan. A Nova Revelação.

editorial

“O Espiritismo forma um conjunto de idéias e ensinamentos compatíveis com todas as religiões. Seus princípios fundamentais são a continuidade da personalidade humana e o poder de comunicações depois da morte, fatos básicos que têm uma importância primordial no Bramanismo, Maometismo, Parsismo e Cristianismo. Além disso, o Espi-ritismo se avantaja a essas religiões porque se dirige a todo o mundo. Só existe uma escola com a qual é absolutamente irreconciliável: a escola do materialismo, que tem esgotado o mundo e é causa radical de todos os nossos infortúnios. A compreensão e aceitação do Es-piritismo são fatores essenciais para a salvação da Humanidade; do contrário, cada vez cairá ela mais baixo dentro do campo utilitário e egoísta do Universo.”

“Perguntar-se-á por que as antigas religi-ões não salvam o mundo de sua degradação espiritual. Responderemos: todas intentaram fazê-lo, mas todas têm fracassado. As Igrejas que as representam degeneraram e se torna-ram mundanas e materiais. Perderam todo o contato com a vida do espírito e se conten-taram com o referir-se aos tempos antigos e entregar-se a umas orações e a um culto externo à base de tão arrevesadas e incríveis

teologias, que a inteligência honrada sente náuseas só em pensar nelas. Ninguém há se mostrado tão céptico e incrédulo acerca das manifestações do Espiritismo como o clero, não obstante ostentar uma crença que só se funda em fatos análogos aos nossos, ocorri-dos outrora; sua absoluta negativa em aceitar agora esses fatos dá a medida da sinceridade de suas convicções.”

“Temos procurado demonstrar a existên-cia dos sinais materiais que os governantes invisíveis da Terra enviam para satisfazer a procura de provas materiais exigidas pela mente da Humanidade atual. Temos de-monstrado, mesmo assim, que a esses sinais acompanham mensagens espirituais seme-lhantes às que receberam as grandes figuras religiosas do mundo primitivo, renovando a fogueira de crenças que hoje está quase convertida em cinzas. Os homens haviam perdido o contato com as vastas forças que os rodeiam e o Espiritismo, que é o maior movimento registrado desde há dois mil anos, vem salvar-nos dessa situação, dissipar as nuvens que os envolvem e mostrar-lhes no-vos horizontes. Já brilha o sol da verdade no horizonte. Dentro em pouco o vale também estará iluminado.”

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010chico

Congelamento de mãos nosServiços de Passe - cenas de um crime

por Suely Caldas Schubert

12 - 6 - 1948“(...) Fiz a pergunta ao nosso ami-

go André Luiz e envio-te a resposta. Já tive dois casos de congelamento de mãos em passes que dei a irmãos agonizantes e fiquei satisfeito com a explicação do nosso amigo espiritual. Noto muita diferença nas sensações em passes de que sou intermediário. Atualmente, o nosso companheiro Dr. Rômulo é quem se incumbe dessa seção de serviços do nosso grupo em Pedro Leopoldo e, a conselho de Emmanuel, só funciono quando ele não está, em vista da multiplicidade de sensações que nos surpreendem nesses serviços. D. Zilfa já experimentou entrar na esfera fluídica do receptor do passe? Há pouco tempo, nesse trabalho, vi a cena que preocupava o doente — um crime por ele cometido há trinta anos. O caso foi para mim doloroso. E é tão grande e tão complexo que não cabe numa carta. Faço a referência tão-só para comentarmos a complexidade dessa tarefa. (...)

Estamos esperando a visita a PL do Dr. Campos Vergal, no dia 14, depois de amanhã. Não te esqueças de mim em tuas orações.”

Nota do médium: “Wantuil, comunico-te confidencialmente que estou recebendo o primeira livro para a mente infante-juvenil para edição po-pular. É de autoria de Neio Lúcio. Em breve tornaremos ao assunto. (...)”

Chico Xavier narra as suas expe-riências no serviço de passe.

Explica, inicialmente, que por duas vezes, ao aplicar passes em pessoas agonizantes sentiu as pró-prias mãos congeladas. Infelizmen-te não há referência no trecho da carta sobre a explicação que André Luiz deu para o fato.

Entretanto, em nossa conversa com Chico Xavier, em Uberaba, dia 27 de abril de 1985, ele teve ocasião de citar essas experiências, esclarecendo que, ao transmitir o passe a um enfermo em seus der-radeiros instantes no corpo carnal, sente o esfriamento que começa a se manifestar nele (enfermo). As suas próprias mãos se tornam tão frias que a impressão é a de estarem congelando.

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA

sua personagem Ambrosina, cuja experiência pode ter sido a do próprio Chico. Vejamos como o autor espiritual narra o caso:

“Abeiramo-nos da médium respeitá-vel e modesta e vimo-la pensativa, não obstante o vozerio abafado, em tomo.

Não longe, o pensamento conjuga-do de duas pessoas exteriorizava cenas lamentáveis de um crime em que se haviam embrenhado.

E, percebendo-as, Dona Ambrosina ref letia, falando sem palavras, em frases audíveis tão-somente em nosso meio:

— “Amados amigos espirituais, que fazer? Identifico nossos irmãos delinqüentes e reconheço-lhes os com-promissos ... Um homem foi eliminado ... Vejo-lhe a agonia retratada na lembrança dos responsáveis. . . Que estarão buscando aqui nossos infor-tunados companheiros, foragidos da justiça terrestre?”

Reparávamos que a médium temia perder a harmonia vibratória que lhe era peculiar.

Não desejava absorver-se em qual-quer preocupação acerca dos visitantes mencionados.

Foi então que um dos mentores pre-

chico

Somos devedores de amor e respeito uns para com os outros

Fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 220 - 223. Feb. 1998.

No instante do passe, o médium está em posição mental receptiva para atrair a ajuda dos Benfeitores Espirituais e, ao mesmo tempo, em condições para doar a sua própria energia, o seu fluido energético, ao qual se somarão os fluidos do plano espiritual superior. No ins-tante da transmissão estabelece-se uma corrente de força, um circuito entre o receptor e o doador. É nesse momento que determinados médiuns, com uma sensibilidade maior, entram em sintonia com a esfera fluídica do receptor, isto é, com o campo de sua aura, passando a detectar sintomas de enfermidade e outras reações que dele emanam. É uma espécie de absorção, tal como elucida Kardec, e se dá pelos poros perispiríticos do médium, com reflexos no seu corpo físico.

A intensidade dessas sensa-ções em Chico Xavier é muito acentuada. O que motivou o seu afastamento do trabalho de passes, naquele período.

Outro ponto merece ser desta-cado: a Visão que ele teve da cena do crime. Era um clichê mental exteriorizado por uma pessoa e certamente vitalizado pelo senti-mento de remorso. Chico aflige-se com a cena.

Allan Kardec informa que “(...) criando imagens f luídicas o pen-samento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho, toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa.” (“A Gênese”, Cap. XIV, item 15.)

André Luiz teria mais tarde ensejo de falar sobre o fato, no seu livro “Nos Domínios da Me-diunidade”, cap. 16, através de

sentes se aproximou e tranqüilizou-a: — Ambrosina, não receie. Acalme-

se. É preciso que a aflição não nos perturbe. Acostume-se a ver nossos irmãos infelizes na condição de cria-turas dignas de piedade. Lembre-se de que nos achamos aqui para auxiliar, e o remédio não foi criado para os sãos. Compadeça-se, sustentando o próprio equilíbrio! Somos devedores de amor e respeito uns para com os outros e, quan-to mais desventurados, de tanto mais auxílio necessitamos. É indispensável receber nossos irmãos comprometidos com o mal, como enfermos que nos reclamam carinho.

A médium aquietou-se. Passou a conversar naturalmente

com os freqüentadores da casa.”

Chico fecha o assunto escla-recendo: “Faço a referência tão-só para comentarmos a complexidade da tarefa.”

Finalizando, informa a Wantuil que está psicografando o livro de Neio Lúcio, que recebeu o título “Alvorada Cristã”.

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010ensinamento

De um mundo a outro, a lei do esforço é a causa das grandes diferenças de pormenores

As grandes Leis Naturais da Evolução

por gustave geley

Com o auxílio de algu-mas prováveis noções que sobre o destino do

ser adquirimos, podemos elevar-nos à pesquisa de algumas das grandes leis do Universo. Vimos que a evo-lução é o grande princípio da lei universal. Todas as leis que a regem parecem reduzir-se a três essenciais: a lei do esforço, a lei da solidariedade, a lei do progresso.

1º) A LEI do ESFoRço –Segundo essa lei, todo ser chega-

do a um rudimento de sensibilida-de e de consciência deve contribuir ativamente para o progresso evo-lutivo. Seu desenvolvimento pede esforços perpétuos inumeráveis, os quais constituem o próprio mérito desse desenvolvimento.

A filosofia naturalista por vezes torceu, numa certa medida, o senti-do geral dessa lei, reduzindo-a, toda ela, à luta pela vida. Em realidade, a luta pela vida não passa de um modo especial da lei de esforço, de outro modo vasta e geral. Quanto ao resto, os naturalistas modernos de mais a mais se põem de acor-do, no sentido de dar à seleção natural não o papel primordial e indispensável na evolução, mas um simples desempenho favorecedor dessa evolução. De um mundo a

outro, a lei do esforço é a causa das grandes diferenças de pormenores e, num mesmo mundo, responde por inumeráveis discrepâncias ali verificadas quanto à forma. É ela – a lei do esforço – o fator essen-cial das numerosas e consideráveis desigualdades das partes evolu-cionárias. Resulta ela na ativação da evolução, criando as variedades e desigualdades.

2º) LEI dE SoLIdARIEdAdE –Por si, não é nem menos im-

portante nem menos evidente que a lei de esforço, implicando na so-lidária evolução de todas as partes

constituintes de um universo. Essas partes – as mais diversas, como as mais afastadas – só podem evolver umas com as outras e umas pelas outras.

Os efeitos dessa lei podem ser observados por tudo e em tudo: entre os mundos de um mesmo sistema (e também, provavelmente, entre os sistemas vizinhos), fixados em volta de um ou de muitos astros centrais, e solidários pela atração, bem como por certos fenômenos magnéticos ou elétricos, etc.; entre as porções constituintes de um mesmo mundo, forçosamente solidários material, intelectual e moralmente; entre os minerais, os vegetais e os animais, inseparáveis uns dos outros, apesar do grau diferente de evolução, pelo só fato das necessidades orgânicas e funcionais. Entre as porções cons-tituintes de um ser organizado. Com efeito é sabido que, na realidade, um ser é constituído por um agrega-do de seres elementares e solidários no conjunto.

Há, além disso, no ser, matéria, força e inteligência, ou seja – na hipótese de se admitirem as teorias monistas –, aparências diversas do princípio único, mas sempre inseparáveis e solidárias no seu progresso.

Agora se compreende o propósi-

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA ensinamento

A solidariedade não é um simples princípio de moral, mas uma necessidade absoluta...

Fonte:

GELEY, Gustave. O Ser Subconciente. Págs. 209

– 213. Feb. 1998.

to e a necessidade das encarnações, da associação da alma e do corpo. Ambos não podem evoluir senão correlativa e simultaneamente.

A lei de solidariedade subdivide-se em leis secundárias:

a) lei de atração entre os mundos e os átomos;

b) lei de afinidade ou de simpatia, pela qual a solidariedade entre as partes evolucionárias é tão mais ativa e potente quanto mais apro-ximadas, por sua fase e seu nível e evolução, o forem essas partes.

Assim, a inteligência é solidária da força, sobretudo, e a força da matéria, o que faz com que esta seja o intermediário necessário para a ação daquela sobre a matéria. Existe, graças a essa divisão da lei de solidariedade, gradação de soli-dariedade do animal ao homem; do selvagem ao homem civilizado; des-

te ao compatriota, aos parentes, etc. Tal é a lei de solidariedade plena. E ela apresenta uma conseqüência capital: atenua os deploráveis efei-tos da luta pela vida e restabelece, no conjunto, a igualdade nos pormenores, destruída pela lei do esforço.

Somente favo-recendo as partes menos evoluídas po-dem continuar sua evolução as que já o sejam mais.

Na evolução, a lei de solidariedade é, ao menos, tão importante quanto a lei de es-forço.

A solidariedade não é um simples prin-cípio de moral, mas uma necessidade ab-soluta, a mola real, a engrenagem essencial da evolução.

É por não haver, às claras, colocado a lei de solidariedade

ao lado da luta pela vida que o trans-formismo pode, tão freqüentemen-te, ser mal interpretado; e foi por isso que ele provocou o estonteante julgamento de uma certa escola: “a natureza é imortal!”

Vimos como as noções novas sobre o destino individual fazem antecipadamente surgir a lei de soli-dariedade, colocando-a no primeiro plano, na evolução progressiva da natureza e dos seres. Todo ser adian-tado possui a consciência, ou ao menos a intuição dessa grande lei: “Aquele é o melhor – diz Guyau –, o que mais consciência tem de sua solidariedade com os outros seres e com o todo.”

3º) LEI dE dESENvoLvImENTo INdEFINIdo –Essa lei só pode ser admitida

com um caráter de probabilidade e não de certeza.

Parece, de fato, que necessaria-mente ela resulta das noções que sobre o destino dos mundos e dos seres acabamos de expor. Não se concebe uma possível regressão geral, nem o estancar do processo evolutivo.

Se verdadeira é essa lei, o mun-do inteiro deve evoluir, quaisquer que sejam as condições físicas ou químicas exteriores, se bem que sempre conforme a essas condições. O mundo inteiro deve originar ma-nifestações vitais e intelectuais.

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010

Um dos nossos corres-pondentes escreveu-nos o seguinte:

“No mês de setembro último, uma embarcação ligeira, fazendo a travessia de Dunquerque a Osten-de, foi surpreendida à noite pelo mau tempo; o barco virou e, das oito pessoas que lá estavam, quatro pereceram; as outras quatro, no número das quais me encontrava, conseguiram manter-se sobre a quilha. Ficamos a noite inteira nessa horrível posição, sem outra perspectiva senão esperar a morte, que nos parecia inevitável e da qual já experimentamos todas as angús-tias. Ao romper do dia, tendo o vento nos empurrado para a costa, pudemos ganhar a terra a nado.

“Por que nesse perigo, igual para todos, só quatro pessoas sucumbi-ram? Notai que, a meu respeito, é a sexta ou sétima vez que escapo de um perigo tão iminente e mais ou menos nas mesmas circunstâncias. Sou levado realmente a crer que mão invisível me protege. Que fiz para merecer isso? Não sei bem; sou alguém sem importância e sem utilidade neste mundo e não me vanglorio de valer mais que os outros; longe disso: entre as vítimas do acidente havia um digno eclesi-

ástico, modelo de virtudes evangé-licas, e uma venerável irmã de São Vicente de Paulo, que iam cumprir uma santa missão de caridade cristã. A fatalidade parece desempenhar um grande papel em meu destino. Os Espíritos não estariam ali para alguma coisa? Seria possível obter deles uma explicação a esse respeito, perguntando-lhes, por exemplo, se

são eles que provocam ou afastam os perigos que nos ameaçam?...”

Conforme o desejo de nosso cor-respondente, dirigimos as seguintes perguntas ao Espírito São Luís, que de boa vontade se comunica conos-co toda vez que há uma instrução útil a transmitir.

1. Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um espírito que dirige o perigo, e quando

dele escapa, é um outro es-pírito que o afasta? Resp. — Quando um Espírito

se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espé-cie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de re-pelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxí-lio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavo-rá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave.

2. Quando um homem está na iminência de perecer por aci-dente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. pergunto, pois, se é um espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um espírito bom veio em seu auxílio. Resp. — Os Espíritos bons e

maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, con-

A Fatalidade e os Pressentimentos

Instruções dadas por São Luís

A fatalidade parece desempenhar um grande papel em meu destino

reFlexão

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA

forme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quan-do escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons, em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau — e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste — pensas que igualmente escaparás a outros peri-gos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem.

3. a fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resul-tante do nosso livre-arbítrio? Resp. — Tu mesmo escolheste a

tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura huma-na são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, mesmo quando houves-se ausência da dor.

4. compreendemos perfei-tamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente. suponhamos que uma ponte se desmorone no

momento em que um homem passa sobre ela. Quem impeliu o homem a passar por essa ponte? Resp. — Quando um homem

passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela.

5. Quem fez a ponte desmoro-nar? Resp. — As circunstâncias natu-

rais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de prefe-rência à intuição espiritual. Assim, devendo a ponte desmoronar-se, a água disjunta as pedras que a compõem, a ferrugem corrói as correntes que a sustentam e o Espí-rito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente.

6. tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. poderá ter sucedido que um espírito bondoso haja desviado o projétil? Resp. — Não.7. podem os espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? eis um fato que parece con-firmá-lo: uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar.

uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. ela hesita. a mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: o que vou fazer em minha casa? acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. então, continua o seu caminho. alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atin-ge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? não era um pressen-timento do que ia acontecer a essa mulher? Resp. — A voz do instinto;

nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos.

8. Que entendeis por voz do instinto? Resp. — Entendo que, antes de

encarnar-se, o Espírito tem conhe-cimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro intimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressenti-mento.

Nota: As explicações acima se referem à fatalidade dos aconteci-mentos materiais. A fatalidade moral é tratada de maneira completa em O Livro dos Espíritos.

Fonte:

Revista Espírita. Págs. 123 – 126. Março /

1858.

reFlexão

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010história

A Explosão de Pentecostes

“Então os levou até Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. E enquanto os abençoava, apartou-se deles e foi elevado ao Céu. Eles, tendo-o adorado, voltaram para Jerusalém com

grande gozo; estavam continuamente no templo bendizendo a Deus.” (Lucas, XXIV, 50-53.)

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar, e, de repente, veio do Céu um ruído como de vento impetuoso que encheu toda a casa onde estavam sentados e lhes apareceram umas como línguas de fogo, as quais se distribuiram, para repousar sobre cada um deles, e todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.”

(queira o leitor ter a bondade de consultar o Novo Testamento e ler todo o capítulo, que deixamos de transcrever devido à sua extensão.)

(Atos dos Apóstolos, II.)

Tendo Jesus conduzido seus dis-cípulos para Betânia, abençoou-os e deles se separou.

Narra o Evangelista Lucas que, depois de terem os Apóstolos pres-tado ao Divino Nazareno o culto de gratidão pelo muito amor que o Mestre lhes votara, voltaram para Jerusalém, cheios de alegria e cons-

tantemente se achavam no templo louvando e bendizendo a Deus.

Preparavam-se certamente os discípulos do Redivivo para rece-berem o Poder do Alto, Poder que lhes havia sido prometido, para o desempenho de sua missão.

De modo que, concentrados pelo espírito de oração e meditação nas coisas divinas, tornaram-se aptos

para assimilarem o Espírito em suas mais portentosas manifestações.

Cumpriu-se o dia de Pentecostes — todos estavam concordemente reunidos, quando, de repente, veio do Céu um som, como de um vento veemente e impetuoso e encheu toda a casa em que se achavam. E por eles foram vistas como que línguas de fogo, que

por Cairbar Schutel

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA história

A festa cristã de Pentecostes é celebrada cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus Cristo

pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram cheios do Espírito e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.

Em Jerusalém habitavam ju-deus e varões religiosos de todas as nações.

Correndo aquela voz, ajuntou-se a multidão e estava confusa porque cada um os ouvia falar em sua pró-pria língua. E todos pasmaram e se maravilharam, dizendo uns aos outros: “Não são galileus todos estes homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um na nossa própria língua?”

O dom das línguas, o dom de curar, o dom das maravilhas, o dom da ciência, todas as graças tinham sido dispensadas aos continuadores da Missão de Jesus; eram eles os inter-mediários (médiuns) dos Espíritos santificados, para que a Doutrina fosse a todos transmitida!

A sessão realizada no Cenáculo foi assistida por partos, medos, elamitas e os que habitavam a Me-sopotâmia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito, e partes da Líbia junto de Cirene e forasteiros romanos, tan-to judeus como cretenses, árabes; todos ouviram e observaram as maravilhas do Invisível!

Mas, uma assembléia pública composta de homens de diferentes condições e moralidade, não pode ter opinião uníssona. Daí o fato de uns atribuírem os fenômenos à embriaguez dos apóstolos; outros não tomavam a sério os fatos e blasonavam.

Foi nessa ocasião que o Apóstolo Pedro levantou-se e esclareceu:

“Estes homens não estão embriaga-

dos, mas é o que foi dito por Joel: Nos úl-timos tempos, diz o Senhor, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne, os vossos filhos e as vossas filhas profetiza-rão, os vossos mancebos terão visões, os vossos velhos terão sonhos.”

“Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado (com o batismo do Es-pírito) e recebereis o dom do Espírito Santo, porque a promessa vos pertence, aos vossos filhos e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.”

E assim realizou-se, sob a direção

suprema de Jesus, a sessão para o desenvolvimento dos médiuns, que deveriam transmitir a seus irmãos da Terra, a Palavra do Céu.

Pentecostes foi a palavra que es-colheram para exprimir tão notável acontecimento. Deriva do grego Pentekosté e significa “quinquagé-simo”, ou seja, 50 dias.

De dois Pentecostes nos fala a História: Pentecostes dos judeus e Pentecostes dos cristãos: o primeiro é uma glorificação do Antigo Testa-mento, o segundo, do Testamento Novo.

A festa judaica de Pentecostes

era celebrada para relembrar o dia em que Moisés recebera as Tábuas da Lei, os mandamentos do Sinai.

A recepção do Decálogo efetuou-se justamente cinqüenta dias depois dos israelitas comerem o Cordeiro Pascoal, já libertados da escravidão do Egito.

A festa cristã de Pentecostes é celebrada cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus Cristo.

Que coincidente relação parece existir entre uma e outra festa!

Os judeus festejavam a sua libertação do jugo de Faraó e dos egípcios; os cristãos festejavam a sua libertação do jugo das trevas da morte pelas aparições de Jesus Cris-to e o concurso de seus prepostos do Mundo Espiritual.

Além disso, outra coisa admirá-vel se observa entre o Pentecostes cristão e o do Antigo Testamento; um e outro celebram a promulga-ção da Lei Divina; cinqüenta dias depois do maravilhoso livramento do povo judeus, Deus dá a Sua Lei a Moisés, no Monte Sinai; e cinqüen-ta dias depois da mais pujante prova de Vida Eterna, que o maior de todos os Espíritos dá à Humanidade para o seu livramento dos grilhões da morte, desce o Espírito Santo sobre os discípulos do Nazareno, e, sobre a Pedra Fundamental da Revelação, ergue a Igreja Viva que deveria transmitir à Terra os ensinos do Céu!

Fonte:

SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensinos de

Jesus. Págs. 268 – 271. O Clarim. 1979.

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010mediunidade

diretrizes de Segurança

por divaldo Franco e Raul Teixeira

Fonte:

FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J. Diretrizes de Segurança.

Frater, 2002.

103. os distintivos são importantes para a classificação das condições dos médiuns nas reuniões mediúnicas?

raul - Conforme estamos asseverando, com base nos ensinamentos do Espiritismo, quaisquer exterioridades ou excentricidades, nos usos ou nas práticas, que tentem nivelar o labor espírita com as escalas de valores mundanos, não compartilham do posicionamento espírita.

Todo e qualquer distintivo material para médiuns cola-borará para a exaltação da personalidade, predispondo-o a vários perigos.

o que deverá distinguir os lidadores do intercâmbio mediúnico será a sua fidelidade aos compromissos abraça-dos e sua luta por ser um instrumento mais útil às Falanges do Bem, aperfeiçoando-se a cada dia, para alcançar a vitória sobre si mesmos e sobre os tormentos do mundo.

104. É justo que, nas reuniões mediúnicas ou fora delas, se façam oferendas materiais, ob-jetos ou alimentos, no intuito de atender aos caprichos ou aplacar as necessidades que os espíritos denunciem?

raul - A ação espírita junto aos irmãos desencarnados deverá acatar sempre os objetivos espíritas, que são os da espiritualização das criaturas.

Nossas oferendas aos espíritos serão, por isso mesmo, em nível vibracional: nossas orações, que representam emissões de energias da alma em alta freqüência; nossas boas ações diárias, que a eles dedicamos como emissão de carinho e fraternidade, que são, também, fluidos impreg-nados de nobres qualidades.

As entidades que solicitam ou exigem coisas ou comidas e bebidas, reportando-se a seus gostos ou necessidades, são, indubitavelmente, companheiros desencarnados ainda em grande atraso moral e os indivíduos que os atendem nessas transações mundanas passam a se lhes associar, num circuito de interdependência de funestas conseqüências. A espíritos ofertemos tão só as coisas do espírito.

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA curiosidade

Espiritismo provém do francês Spi-ritisme, nome cunhado por Allan Kardec, em 1857, para designar o

conjunto de princípios científicos, filosóficos, religiosos e morais que compõem a Doutrina cuja codificação lhe havia sido confiada pelos espíritos superiores que o guiaram e responderam às suas indagações.

O termo Espiritualismo (Spiritualisme), então e até hoje disponível na língua francesa e em outros idio-mas, não atendia, como ain-da não atende, ao objetivo de nomear uma Doutrina. É, antes, um conceito abran-gente que engloba todo um conjunto de tra-dições religiosas, práticas místicas e posturas filosóficas existentes desde os primórdios da humanidade e que compartilham a crença na existência dos espíritos e suas manifestações e na imortalidade da alma.

O Espiritismo, portanto, é uma doutrina Espiritualista. Resta claro, por outro lado,

que Espiritualismo não é sinônimo de Es-piritismo.

Esta explicação se faz necessária devido a dois fatos distintos. No Brasil, há uma diversidade de cultos espiritualistas de ori-gem africana, dentre eles, cultos dos mais

dignos e merecedores de todo respeito. No entanto, pessoas equivocadas cha-mam os seguidores de tais cultos de espíritas, quando deveriam ser chamados pelo nome adequado ao culto em questão, nome que sempre existe e que os seguidores conhecem e pelo qual se denominam.

Nos Estados Unidos a confusão é com o Novo Espiritualismo (New Spiritua-lism), um conjunto de cultos e tradições que também se desenvolveu a partir da segunda metade do século XIX, mas que não segue a Doutrina dos Espíritos conforme codificada por Kardec e não compartilha dos mesmos princípios e práticas.

o Porque do Nome “Espiritismo”

Fonte:

1) Página da Instituição Espírita Joanna de Ângelis - www.ieja.org

2) Boletim Informativo do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”, Ano III, Nr. 3, abril de 2002.

Espiritualismo não é sinônimo de Espiritismo

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010capa

2012: Estamos com os dias contados?

Desde janeiro de 2010, o fim do mundo está acontecendo nos cinemas. No primeiro deste ano “Presságio”, a Terra foi vítima de

uma gigantesca tempestade solar. Desta feita é o fatídico ano de 2012 que vem ganhando as ruas, graças a Nostra-damus, aos Maias e até à própria Bíblia. A superprodu-ção “2012: O Ano da Profecia” é do mesmo diretor de “O Dia Depois de Amanhã” e do “Independence Day”, Roland Emmerich. O filme é uma aventura épica sobre um cataclismo global, previsto no calendário dos Maias, que acaba em 21/12/2012, sugerindo que após essa data não haverá mais o que contar devido a um alinhamento astronômico. Há muito a indústria cinematográfica descobriu que o tema é uma receita milionária e os escritores também estão celebrando, pois já são mais de 200 livros publicados no mundo! Também, para as lideranças dos mais diferentes credos, o apocalipse é uma dádiva de Deus. Sabem que impingir o temor nos menos esclarecidos é a melhor forma de aumentar sua conta bancária. O brasileiro já está perguntando como fará sem a Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016 e com os cheques pré-datados para janeiro de 2013.

ALImENTANdo AS PRoFECIAS Pseudo-cientistas, religiosos e místicos do mundo

inteiro anunciam verdadeiros absurdos para 2012, como as aparições dos planetas Hercólubus e Nibiru,

que não existem; a aproximação da hipotética estrela companheira do Sol, Nêmesis, a ‘Deusa da Vingança’; alinhamento planetário com a Terra, alinhada ao centro da Via Láctea, puro delírio; gigantescas tempestades solares causando inversão brusca do campo magnético e dos pólos da Terra, algo tão lento de acontecer que é assimilado pela natureza e não constitui ameaça aos seres viventes e, por fim, asteróides em rota de colisão com a Terra que, segundo cálculos dos órgãos especializados, não irá acontecer.

LIçÕES dA hISTÓRIA Em 1910 a Terra atravessou a cauda do cometa

Halley e muitos acreditaram que a presença nela do gás cianogênio iria envenenar todos os seres vivos. Apesar da explicação dos astrônomos de que nada iria aconte-cer, cenas das mais grotescas se sucederam, nos EUA houve até quem vendeu pílulas para neutralizar o gás, por sinal, altamente venenoso. Por incrível que possa parecer, já existem lojas nos EUA vendendo produtos para sobreviver após 21/12/2012! Na eminência de uma catástrofe global, devido a guerras nucleares, mudanças climáticas radicais e queda de asteróides, foi inaugurado em maio de 2008 na Noruega, a uma profundidade de 120 metros, o ‘cofre do fim do mundo’ para abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo das plantas. Conforme o ano de 2012 se aproxima,

por Nelson Travnik*

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA

bridge, EUA, descarta uma possível colisão. No que diz respeito a gigan-tescas tempestades solares, segundo especialistas, elas irão acontecer no pico da atividade solar entre 2011 e 2012 e seriam comparáveis às maiores de 1859, podendo causar prejuízos de 1 a 2 bilhões de dólares. Poderá ocorrer blecaute em centrais elétricas, pane nos satélites de comu-nicação deixando milhões sem tele-visão, bloqueando contas bancárias e sem o sistema de posicionamento global, GPS. Isto já ocorreu em 1989 e em 1999. Em 28/10/2003 uma gigantesca explosão solar, a maior

registrada desde 1940,atingiu vários satélites, a sonda japonesa Nazoni e até a Mars Odyssey ao redor de Marte. As radiações foram tão vio-lentas que obrigou os astronautas da Estação Espacial Internacional a se refugiarem no módulo de serviço ‘Zvesda’.

A ESTRELA dA moRTE Excetuando a queda de um aste-

róide ou cometa, uma imensa explo-são de raios gama em nossa direção

capa

Recomenda-se pois o uso do conhecimento, da razão e o bom senso em tudo que diz respeito ao ano de 2012

profecias e previsões alarmantes sem base científica acabam assustando grande parte da população que ig-noram que elas nunca acontecem. Partem então para o sobrenatural e ai mora o perigo. Grupos religiosos e fanáticos alimentados por guerras, desastres ecológicos, epidemias, mudanças climáticas, consumismo frenético, terrorismo, desigualdades sociais e descrédito total nas insti-tuições, começam a promover um clima de medo, apreensão e pavor passíveis de gerar grandes tragédias. Estatísticas apontam que, de 1978 a 1997, 1511 pessoas perderam a vida em rituais apocalípticos. O número ainda poderia ser maior. Em janeiro de 1999 membros norte-americanos da seita ‘Cristãos Preocupados’ pla-nejavam apressar a vinda do Cristo promovendo um banho de sangue em Jerusalém. Outro grupo seme-lhante planejava um suicídio coletivo no Monte das Oliveiras. Esses fatos sumariamente descritos corroboram com justa razão a preocupação das autoridades. Recomenda-se pois o uso do conhecimento, da razão e o bom senso em tudo que diz respeito ao ano de 2012.

o qUE dIz A CIÊNCIA Como ocorreu há 65 milhões de

anos, um cataclismo global poderia vir com a ‘trombada’ de um asterói-de ou cometa. Neste particular son-das espaciais e vários observatórios estão monitorando sete asteróides para dezembro de 2012. Um deles, o 2009 B55, irá passar no dia 11 a 32.115 km da Terra, isto é, sob nossas cabeças. Contudo, por enquanto, o centro encarregado desses cálculos, o ‘Minor Planet Center’ em Cam-

poderia destruir a camada de ozônio e a vida na Terra. Isto poderá já ter acontecido no passado causando uma das cinco extinções em massa. Quando uma estrela de grande mas-sa morre, antes de se transformar em um buraco negro, ocorre uma gigantesca explosão conhecida como supernova. Esta explosão libera feixes de raios gama que partem do eixo de rotação da estrela. Para nós, a ‘estrela da morte é ‘Eta Carina’, a maior conhecida da Via Láctea. Embora situada a 7.500 anos-luz, ela irá ou já explodiu como hipernova, e quando a luz chegar até nós, cálculos indicam que ela brilhará como a Lua Cheia! Esta fantástica visão, se vier acompanhada pelos terríveis raios gama – felizmente estudos mostram que o eixo de rotação da estrela não aponta em nossa direção – eles des-truiriam a vida na Terra. Oxalá que os cálculos estejam corretos! Eventos deste tipo, colisões com asteróides, cometas é factível de acontecer mas daqui a centenas ou mesmo milha-res de anos. Ufa! Por enquanto, nada a temer. Estamos salvos!

* o autor, Nelson Travnik, é astrônomo e

colaborador desta Revista.

nota do editor:Convidamos o leitor, como comple-mento a este excelente artigo do astrônomo espírita, Nelson Travnik, ao estudo do nosso próximo número. Uma edição especial sobre o fim dos tempos à luz do Espiritismo. Um estudo completo sobre a Bíblia, o Apocalipse, Nostradamus, Jesus e o fim dos dias, profecias, etc, feito pela notável e querida escritora Therezinha oliveira. Não perca!

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010

A disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter

por Léon denis

O pensamento, dizía-mos, é criador. Não atua somente em roda

de nós, influenciando nossos seme-lhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós; gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura. Mode-lamos nossa alma e seu invólucro com os nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil, de que o corpo fluídico é composto. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de formas frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se enobrece, embeleza ou cria uma atmosfera de fealdade. Segundo o ideal a que visa, a chama interior aviva-se ou obscurece-se.

Não há assunto mais importan-te que o estudo do pensamento, seus poderes e ação. É a causa inicial de nossa elevação ou de nosso rebaixamento; prepara todas

as descobertas da Ciência, todas as maravilhas da Arte, mas também todas as misérias e todas as vergo-nhas da Humanidade. Segundo o impulso dado, funda ou destrói as instituições como os impérios, os caracteres como as consciências. O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento; por ele suas obras irradiam e se perpetuam atra-vés dos séculos. O Espiritualismo experimental, muito melhor que as doutrinas anteriores, permite-nos perceber, compreender toda a força de projeção do pensamento, que é o principio da comunhão universal. Vemo-lo agir no fenômeno espírita, que facilita ou dificulta; seu papel nas sessões de experimentação é sempre considerável. A telepatia demonstrou-nos que as almas po-dem impressionar-se, influenciar-se a todas as distâncias; é o meio de que se servem as humanidades do Espaço para comunicarem entre si através das imensidades siderais. Em qualquer campo das atividades sociais, em todos os domínios do

esclarecimento

mundo visível ou invisível, a ação do pensamento é soberana; não é menor sua ação, repetimos, em nós mesmos, modificando constante-mente nossa natureza íntima.

As vibrações de nossos pensa-mentos, de nossas palavras, reno-vando-se em sentido uniforme, expulsam de nosso invólucro os elementos que não podem vibrar em harmonia com elas; atraem ele-mentos similares que acentuam as tendências do ser. Uma obra, mui-tas vezes inconsciente, elabora-se; mil obreiros misteriosos trabalham na sombra; nas profundezas da alma esboça-se um destino inteiro; em sua ganga o diamante purifica-se ou perde o brilho.

Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento. É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA

Somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência

causa, o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos. A com-preensão, a consciência da vida aumenta e sentimos, melhor do que se pode exprimir, a gravidade e a grandeza da mais humilde das existências. A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino é o esforço da alma para a Beleza e para a Ver-dade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da vida real e superior, aquela que não tem termo.

Se, ao contrário, nosso pen-samento é inspirado por maus desejos, pela paixão, pelo ciúme, pelo ódio, as imagens que cria su-cedem-se, acumulam-se em nosso corpo fluídico e o entenebrecem. Assim, podemos à vontade fazer em nós a luz ou a sombra. É o que afirmam tantas comunicações de além-túmulo. Somos o que pensa-mos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência. Mas, quase sempre, nossos pensa-mentos passam constantemente de um a outro assunto. Pensamos raras vezes por nós mesmos, refle-timos os mil pensamentos incoe-rentes do meio em que vivemos. Poucos homens sabem viver do próprio pensamento, beber nas fontes profundas, nesse grande reservatório de inspiração que cada um traz consigo, mas que a maior parte ignora. Por isso criam um invólucro povoado das mais disparatadas formas. Seu Espírito é como uma habitação franca a todos os que passam. Os raios do bem e as sombras do mal lá se confundem, num caos perpétuo. É o combate incessante da paixão e do dever em que, quase sempre, a

paixão sai vitoriosa. Primeiro que tudo, é preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção deter-minada, um fim nobre e digno.

A fiscalização dos pensamentos

implica a fiscalização dos atos, porque, se uns são bons, os outros sê-lo-ão igualmente, e todo o nosso procedimento achar-se-á regulado por uma concatenação harmônica. Ao passo que, se nossos atos são bons e nossos pensamentos maus, apenas haverá uma falsa aparência do bem e continuaremos a trazer em nós um foco malfazejo, cujas influências, mais cedo ou mais tarde, derramar-se-ão fatalmente sobre nossa vida.

Às vezes observamos uma con-tradição surpreendente entre os pensamentos, os escritos e as ações de certos homens, e somos levados, por esta mesma contradição, a duvidar de sua boa-fé, de sua sin-ceridade. Muitas vezes não há mais do que uma interpretação errônea de nossa parte. Os atos desses ho-mens resultam do impulso surdo dos pensamentos e das forças que

eles acumularam em si no passa-do. Suas aspirações atuais, mais elevadas, seus pensamentos mais generosos traduzir-se-ão em atos no futuro. Assim, tudo se combina e explica quando se consideram as coisas do largo ponto de vista da evolução; ao passo que tudo fica obscuro, incompreensível, contra-ditório com a teoria de uma vida única para cada um de nós.

*

É bom viver em contato pelo pensamento com os escritores de gênio, com os autores verdadeira-mente grandes de todos os tempos e países, lendo, meditando suas obras, impregnando todo o nosso ser da substância de sua alma. As radiações de seus pensamentos despertarão em nós efeitos seme-lhantes e produzirão, com o tempo, modificações de nosso caráter pela própria natureza das impressões sentidas.

esclarecimento

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010esclarecimento

É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral lê-se demais, lê-se depressa e não se medita. Seria preferível ler menos e refletir mais no que se leu. É um meio seguro de fortalecer nossa inteligência, de colher os frutos de sabedoria e beleza que podem conter nossas leituras. Nisso, como em todas as coisas, o belo atrai e gera o belo, do mesmo modo que a bondade atrai a felicidade, e o mal o sofrimento.

O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desen-volvimento do pensamento. É no silêncio que se elaboram as obras fortes. A palavra é brilhante, mas degenera demasiadas vezes em conversas estéreis, às vezes malé-ficas; com isso, o pensamento se enfraquece e a alma esvazia-se. Ao passo que na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado

grave e solene das coisas; a luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas. Há em roda do pen-sador grandes seres invisíveis que só querem inspirá-lo; é à meia-luz das horas tranqüilas ou então à claridade discreta da lâmpada de trabalho que melhor podem entrar em comunhão com ele. Em toda a parte e sempre uma vida oculta

mistura-se com a nossa. Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas. Sejamos sóbrios de jornais. A leitura dos jornais, fazendo-nos passar con-tinuamente de um assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável. Vivemos numa época de anemia intelectual, que é causada pela raridade dos estudos sérios, pela procura abusiva da palavra pela palavra, da forma enfeitada e oca, e, principalmente, pela insu-ficiência dos educadores da moci-dade. Apliquemo-nos a obras mais substanciais, a tudo o que pode esclarecer-nos a respeito das leis profundas da vida e facilitar nossa evolução. Pouco a pouco, ir-se-ão

edificando em nós uma inteligên-cia e uma consciência mais fortes, e nosso corpo fluídico iluminar-se-á com os reflexos de um pensamento elevado e puro.

Dissemos que a alma oculta profundezas onde o pensamento raras vezes desce, porque mil ob-jetos externos ocupam-no inces-santemente. Sua superfície, como a do mar, é muitas vezes agitada; mas, por baixo, se estendem regi-ões inacessíveis às tempestades. Aí dormem as potências ocultas, que esperam nosso chamamento para emergirem e aparecerem. O chama-mento raras vezes se faz ouvir e o homem agita-se em sua indigência, ignorante dos tesouros inapreciá-veis que nele repousam.

É necessário o choque das provações, as horas tristes e deso-ladas para fazer-lhe compreender a fragilidade das coisas externas e encaminhá-lo para o estudo de si mesmo, para a descoberta de suas verdadeiras riquezas espirituais.

É por isso que as grandes al-mas se enobrecem e embelezam tanto mais quanto mais vivas são suas dores. A cada nova desgraça que as fere têm a sensação de se haverem aproximado um pouco mais da verdade e da perfeição e, a este pensamento, experimentam uma como volúpia amarga. Le-vantou-se uma nova estrela no céu de seu destino, estrela cujos raios trêmulos penetram no santuário de sua consciência e lhe iluminam os recônditos. Nas inteligências de cultura elevada faz sementeira a desgraça: cada dor é um sulco onde se levanta uma seara de virtude e beleza.

Em certas horas de nossa vida,

O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA esclarecimento

quando nos morre nossa mãe, quando se desmorona uma espe-rança ardentemente acariciada, quando se perde a mulher, o filho amado, de cada vez que se despe-daça um dos laços que nos ligavam a este mundo, uma voz misteriosa eleva-se nas profundezas de nossa alma, voz solene que nos fala de mil leis augustas, mais veneráveis que as da Terra e entreabre-se todo um mundo ideal. Mas, os ruídos do exterior abafam-na bem de-pressa e o ser humano recai quase sempre em suas dúvidas, em suas hesitações, na rara vulgaridade de sua existência.

*

Não há progresso possível sem observação atenta de nós mesmos. É necessário vigiar todos os nossos atos impulsivos para chegarmos a saber em que sentido devemos dirigir nossos esforços para nos aperfeiçoarmos. Primeiramente, regular a vida física, reduzir as exi-gências materiais ao necessário, a fim de garantir a saúde do corpo, instrumento indispensável para o desempenho de nosso papel terres-tre. Depois disciplinar as impres-sões, as emoções, exercitando-nos em dominá-las, em utilizá-las como agentes de nosso aperfeiçoamento moral; aprender principalmente a esquecer, a fazer o sacrifício do “eu”, a desprender-nos de todo o sentimento de egoísmo. A verda-deira felicidade neste mundo está na proporção do esquecimento próprio.

Não basta crer e saber, é ne-cessário viver nossa crença, isto é, fazer penetrar na prática diária

da vida os princípios superiores que adotamos; é necessário ha-bituarmo-nos a comungar pelo pensamento e pelo coração com os Espíritos eminentes que foram os reveladores, com todas as almas de escol que serviram de guias à Humanidade, viver com eles numa intimidade cotidiana, inspi-rar-nos em suas vistas e sentir sua influência pela percepção íntima que nossas relações com o mundo invisível desenvolvem.

Entre estas grandes almas é bom escolher uma como exemplo, a mais digna de nossa admiração e, em todas as circunstâncias difíceis, em todos os casos em que nossa

consciência oscila entre dois par-tidos a tomar, inquirirmos o que ela teria resolvido e procedermos no mesmo sentido.

Assim, pouco a pouco, iremos construindo de acordo com esse modelo, um ideal moral que se refletirá em todos os nossos atos. Todo homem, na humilde realida-de de cada dia, pode ir modelando uma consciência sublime. A obra é vagarosa e difícil, mas, por isso, são-nos dados os séculos.

Concentremos, pois, muitas vezes, nossos pensamentos, para

dirigi-los, pela vontade, em direção ao ideal sonhado. Meditemos nele todos os dias, à hora certa, de pre-ferência pela manhã, quando tudo está sossegado e repousa ainda em roda de nós, nesse momento a que o poeta chama “a hora divina”, quando a Natureza, fresca e des-cansada, acorda para as claridades do dia.

Nas horas matinais, a alma, pela oração e pela meditação, eleva-se com mais fácil impulso até às alturas donde se vê e compreende que tudo — a vida, os atos, os pen-samentos — está ligado a alguma coisa grande e eterna e que habita-mos um mundo em que potências invisíveis vivem e trabalham conos-co. Na vida mais simples, na tarefa mais modesta, na existência mais apagada, mostram-se, então, faces profundas, uma reserva de ideal, fontes possíveis de beleza. Cada alma pode criar com seus pensa-mentos uma atmosfera espiritual tão bela, tão resplandecente, como nas paisagens mais encantadoras; e, na morada mais mesquinha, no mais miserável tugúrio, há frestas para Deus e para o Infinito!

*

Em todas as nossas relações sociais, em nossas relações com os nossos semelhantes, é preciso nos lembremos constantemente disto: Os homens são viajantes em mar-cha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adianta-mento.

Não há progresso possível sem observação atenta de nós mesmos

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010esclarecimento

Enfim, é preciso saber suportar todas as coisas com paciência e serenidade

A todos devemos tolerância, benevolência e até perdão; porque, se nos causam prejuízo, se escarne-cem de nós e nos ofendem, é quase sempre pela falta de compreensão e de saber, resultantes de desenvolvi-mento insuficiente. Deus não pede aos homens senão o que eles tem podido adquirir à custa de lentos e penosos trabalhos.

Não temos o direito de exigir mais. Não fomos semelhantes aos mais atrasados deles? Se cada um de nós pudesse ler em seu passado o que foi, o que fez, quanto não seria maior nossa indulgência para com as faltas alheias! Às vezes tam-bém carecemos da mesma indul-gência que lhes devemos. Sejamos severos conosco e tolerantes com os outros. Instruamo-los, esclare-çamo-los, guiemo-los com doçura, é o que a lei de solidariedade nos preceitua.

*

Enfim, é preciso saber suportar todas as coisas com paciência e serenidade. Seja qual for o proce-dimento de nossos semelhantes para conosco, não devemos con-ceber nenhuma animosidade ou ressentimento; mas, ao contrário, saibamos fazer reverter em bene-fício de nossa própria educação moral todas as causas de aborre-cimento e aflição. Nenhum revés poderia atingir-nos, se, por nossas vidas anteriores e culpadas, não tivéssemos dado margem à adver-sidade. É isto o que muitas vezes se deve repetir. Chegaremos, assim, a aceitar todas as provações sem amargura, considerando-as como

reparação do passado ou como meio de aperfeiçoamento.

De grau em grau chegaremos, assim, ao sossego de espírito, à posse de nós mesmos, à confiança absoluta no futuro, que dão a for-ça, a quietação, a satisfação íntima, permitindo-nos ficar firmes no meio das mais duras vicissitudes.

Quando chega a idade, as ilu-sões e as esperanças vãs caem como folhas mortas; mas, as altas verdades aparecem com mais bri-lho, como as estrelas no céu de inverno através dos ramos nus de nossos jardins.

Pouco importa, então, que o

destino não nos tenha oferecido nenhuma glória, nenhum raio de alegria, se tiver enriquecido nossa alma com mais uma virtude, com alguma beleza moral. As vidas obs-curas e atormentadas são, às vezes, as mais fecundas, ao passo que as vidas suntuosas nos prendem, bastas vezes e por muito tempo, na corrente formidável de nossas responsabilidades.

A felicidade não está nas coisas externas nem nos acasos do exte-rior, mas somente em nós mesmos,

na vida interna que soubermos criar. Que importa que o céu esteja escuro por cima de nossas cabeças e os homens sejam ruins em volta de nós, se tivermos a luz na fronte, alegria do bem e a liberdade moral no coração? Se, porém, eu tiver vergonha de mim mesmo, se o mal tiver invadido meu pensamento, se o crime e a traição habitarem em mim, todos os favores e todas as felicidades da Terra não me res-tituirão a paz silenciosa e a alegria da consciência. O sábio cria, desde este mundo, para si mesmo, um re-fúgio seguro, um lugar sagrado, um retiro profundo onde não chegam as discórdias e as contrariedades do exterior. Do mesmo modo, na vida do Espaço a sanção do dever e a realização da justiça são de ordem inteiramente íntima; cada alma traz em si sua claridade ou sua sombra, seu paraíso ou seu inferno. Mas, lembremo-nos de que nada há irreparável; a situação atual do Espírito inferior não é mais que um ponto quase imperceptível na imensidade de seus destinos.

Fonte:

DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e

da Dor. Págs. 355 – 363. Feb. 1987.

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA estudo

Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca

de Deus” — disse Jesus. Essa palavra é a luz, é a verdade.

A luz é para o Espírito, o que o pão é para o corpo. O homem, em sua expressão real, não se confina exclusivamente na carne e no sangue: o homem é uma alma encarnada. Se, pois, o pão é indis-pensável à vida corpórea, a luz é imprescindível à vida espiritual, considerando que esta é a vida real que sobre aquela reflete. Daí o ser a mais importante, a que requer mais atenção e cuidados. Cumpre, portanto, que o homem não porfie e lute somente pelo pão que nutre o corpo perecível, mas também, e principalmente, pela aquisição da luz que alimenta e dá crescimento ao Espírito imortal. O homem sendo, como ficou dito, uma entidade composta de alma e corpo, não pode, por isso, atender aos reclamos da vida, mantendo-se adstrito ao problema do pão.

Pelo pão, no entanto, todos porfiam e batem-se com denodo e tenacidade. Pela luz, porém, não fazem o mesmo. Quem carece de pão, protesta desde logo e põe-se em atividade, lançando mão de

Pão e Luz

todos os meios e processos, lícitos ou ilícitos, para adquiri-lo. Aqueles

que se acham na escuridão, nela permanecem, à míngua de luz, agitando-se no meio da confusão e da incompreensão dos proble-

mas que os afetam. A luz não lhes interessa como o pão interessa ao faminto; por isso, este, quando não pode exigir, pede e implora o pão, enquanto que aquele menospreza e desdenha a luz cujo valor desconhe-ce. O faminto sabe e sente que lhe falta o pão. O ignorante presume que tem luz e, por isso, não a deseja e nem a procura. O faminto está certo e convencido de que sem o pão não pode viver, ao passo que o ignaro não concebe o papel que a luz representa na trama da vida eterna do Espírito.

A fome do pão para a boca produz efeitos imediatos, que o faminto busca logo remediar ou prevenir. As funestas e desastrosas conseqüências da ignorância da ver-dade são complexas, e, por vezes, re-motas, de modo que as suas vítimas

por vinícius

A fome do pão para a boca produz efeitos imediatos, que o faminto busca logo remediar ou prevenir

assine: (19) 3233-559622 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010estudo

Ora, quem rejeita a luz está, realmente, condenado a permanecer em trevas

não estabelecem nenhuma relação entre a causa e seus efeitos.

Não é necessário advertir o faminto que ele necessita de pão. No entanto, é mister muito esfor-ço, paciência, engenho e arte para convencer o ignorante de que ele tem necessidade de luz. Qualquer pode distribuir pão. Poucos, porém, estão em condições de espalhar e di-fundir a luz. O pão é ardentemente desejado pelo faminto, enquanto que o inciente rejeita e repele a luz oferecida.

O Despenseiro das divinas cla-ridades assim se pronunciou a pro-pósito deste assunto: “Aquele que não crê em mim já está condenado e a condenação é esta: a luz foi-lhes ofertada e eles a recusaram.”

Ora, quem rejeita a luz está, re-almente, condenado a permanecer

em trevas, suportando os reveses e acidentes que decorrem dessa situação.

Se o ignorante sentisse fome de luz, como o faminto sente fome de pão, já não haveria consciências embotadas e corações insensíveis

ao bem; o mundo já seria luminoso. Mas, são tão raros os que percebem e confessam achar-se sob o império dessa espécie de fome, que Jesus os classificou, como aos humildes, no número dos venturosos, dignos da graça divina, dizendo: “Bem aven-turados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”. No entanto, se são muitos os que care-cem de pão, maior, muito maior é ainda o número dos que perecem à míngua de luz, visto como, nesta rubrica, pode-se computar quase a humanidade inteira, conforme atestam o confusionismo e o estado caótico em que o mundo de nossos dias se debate.

A propósito de tão magno as-sunto, vamos rememorar, aqui, as seguintes estrofes do imortal vate lusitano, Guerra Junqueiro:

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 23assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA estudo

— Acendem-se na rua, à noite, os candeeiros;

Coloca-se um gendarme à porta dos banqueiros;

A polícia fareja os becos e as vielas;

Dobram-se as precauções, do-bram-se as sentinelas;

E apesar disto tudo há feras pela rua;

O vício não acaba, o roubo continua,

E é cada vez maior a criminali-dade.

Pois bem; iluminai por dentro a sociedade:

Ponde o trabalho e a honra onde estiver a esmola;

Uni o amor ao berço e uni o berço à escola. Acendei uma luz em cada coração.

Tal é o remédio apontado pelo grande pensador, para debelar o crime e moralizar a sociedade. Re-almente, não existe outra panacéia capaz de conjurar os vetustos e renitentes males sociais, senão essa. Tudo o mais são paliativos, são re-cursos efêmeros cujo efeito consiste em adiar as crises da enfermidade moral de que padecem os homens. E, assim, de delonga em delonga, de adiamento em adiamento, as doenças do Espírito se radicam e se agravam zombando do curandei-rismo irracional e inócuo, contra elas aplicado.

Dentre os graves estados mór-bidos que nos ameaçam, está a guerra, esse avejão sinistro, devora-dor de vidas humanas, devastador impenitente dos campos e cidades, anarquizador por excelência da ordem e do ritmo vital de povos e nações.

O que se tem feito até aqui para extinguir de vez a guerra, tornando-a impraticável?

De prático e eficiente, nada. Diviniza-se a paz, porém, somen-

te nos lábios, nas frases literárias, nos discursos políticos mais ou menos demagógicos.

A Guerra, como, aliás, também a Paz, resultam das conseqüências, inelutáveis e fatais da condição em que se acham estruturadas as orga-nizações político-sociais do nosso mundo. Enquanto estas forem iníquas, prevalecendo a força con-tra o direito, e a impostura contra a verdade, haverá inevitavelmente guerras e convulsões sangrentas.

A paz custa um certo preço. Sem o pagarmos, jamais a teremos. E, sabeis qual é o seu preço?

Eu vo-lo digo sem receio de constestação. Eu, pobre pária, vos afirmo, desafiando a contradita de todos os magnatas da política — de ontem, de hoje e de amanhã: o preço da paz é a justiça, aquela jus-tiça, porém, da qual disse o Mestre de Nazaré aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não for superior a dos escribas e fariseus, não entra-reis no reino de Deus”. Sem ela, nunca sairemos das garras aduncas e ferozes, das guerras periódicas desencadeadas em determinadas regiões do planeta, evoluindo para as grandes conflagrações, como as que tivemos ultimamente.

Em tempos bem longínquos, disse, sentenciosamente, o padre Antônio Vieira em um dos seus célebres sermões: “Abraçavam-se a justiça e a paz, e foi a justiça a primeira que concorreu para esse abraço “Justitia e Pax”, porque a justiça não é a que depende da

paz, senão a paz que depende da justiça.”

Esta frase memorável foi profe-rida há perto de 300 anos. Encer-rando, porém, uma evidência, ela é oportuna hoje como outrora. Passa-rão, sentenciou o Verbo Divino, os céus e a Terra, mas minhas palavras permanecerão. Sim, permanecerão por certo, porque a Verdade é a mesma em todas as épocas da hu-manidade; e a verdade, acerca do velho e debatido problema da paz, é essa. Não existe outra.

Justiça, portanto, é também um gênero de pão imprescindível à vida espiritual.

E, como havemos de incutir as noções de justiça nos Espíritos aqui encarnados?

Respondo, também sem hesitar: pela Educação; será tão-somente pela educação dos sentimentos, por isso que, o senso de justiça, como, aliás, de todas as virtudes, nasce, cresce e frutifica no coração, e não no cérebro.

Educar, formando o caráter, eis o problema máximo cuja solução o momento reclama angustiosa-mente.

Portanto, repetimos: Ou o Espi-ritismo enfrenta corajosamente a questão educacional, concentrando nela as suas energias, ou terá falha-do àquela finalidade que o Alto lhe assinalou!

Fonte:

VINÍCIUS. O Mestre na Educação. Págs. 97

– 102. Feb. 1976.

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FidelidadESPÍRITA | Fevereiro 2010mensaGem

Sem a liberdade, embora relativa, do livre-arbítrio, o progresso espiritual não seria consciente

A Escolha é Livre

por martins Peralva

Buscai e achareis

Na Terra ou no Espaço, na posição de encarnados ou desen-carnados, encontraremos, sempre, aquilo que buscarmos durante as experiências evolutivas.

Agindo por nós mesmos, ou atendendo a sugestões de Espíritos menos esclarecidos, colheremos, hoje ou amanhã, o fruto de nossas próprias obras.

A nossa vida, de acordo com a simbologia lembrada pelos Espíritos Superiores, pode ser comparada a uma balança comum. E o livre-ar-

bítrio representará, sempre, o fiel dessa balança.

Numa das conchas, acumular-se-ão as nossas criações inferiores, acrescidas das sugestões menos dignas de nossos adversários de-sencarnados. Na outra, as nossas criações mais elevadas unir-se-ão aos pensamentos inspirados pelos benfeitores, anjos de guarda ou Espíritos familiares.

Colocadas, assim, em pé de igualdade as duas conchas, o livre-arbítrio, isto é, a vontade consciente

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Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA mensaGem

No Evangelho e no Espiritismo, estão os recursos imprescindíveis à nossa segurança

Fonte:

PERALVA, Martins. Estudando o Evangelho.

Págs. 147 – 149. Feb. 1996.

fará que uma delas predomine sobre a outra, criando-nos, tal escolha, conseqüências ruinosas ou benéficas, segundo o caminho escolhido.

É livre a escolha.

Os amigos da Espiritualidade, mesmo os mais abnegados, não equacionam, inteiramente, os nos-sos problemas.

Inspiram-nos, em nossas si-lenciosas indagações, deixando, todavia, que a deliberação final nos pertença, com o que valorizam esse inapreciável tesouro que se chama Livre-Arbítrio.

Sem a liberdade, embora rela-tiva, do livre-arbítrio, o progresso espiritual não seria consciente, mas se efetivaria, simplesmente, pela força das coisas.

Na Escola da Vida, os Instruto-res Espirituais procedem com os homens à maneira dos professores com as crianças: dão informes sobre as lições, explicam-nas, referem-se a fontes de consulta, indicam livros e autores.

Mas deixam que os alunos, du-rante o ano letivo, se preparem no sentido de que, nos exames finais, obtenham, pelo esforço próprio, boa-vontade e aplicação, notas que assegurem promoção à série seguinte.

O aluno irresponsável achará, no fim do ano, o que buscou — a reprovação, a vergonha.

O aluno aplicado, que se consa-grou ao estudo, achará, igualmen-te, o que buscou — as alegrias da aprovação.

Tudo de acordo com a lição do Mestre.

“Buscai e achareis.”

Em nossa jornada evolutiva — nascendo, vivendo, morrendo, renascendo ainda e progredindo continuamente —, somos alunos cujo livre-arbítrio escolhera, na maioria das vezes, o caminho das facilidades.

Os Instrutores Espirituais têm sido, para todos nós, devotados mestres, que nos observam a incú-ria e a desídia, porém aguardam, pacientes e compreensivos, que as lições do tempo e da dor nos indu-zam ao reajustamento.

Jamais se apoquentam, quando verificam que pendemos para a concha das sugestões utilitaristas, pois sabem que, buscando a ilusão, encontraremos, mais adiante, as folhas perdidas das desilusões.

Não ignoram que, batendo à porta dos enganos, elas se alargarão diante de nós, a fim de que, parti-

lhando o banquete das futilidades, sejamos compelidos, mais tarde, a buscar, nos padrões do Evangelho, o roteiro para experiências mais elevadas.

Num planeta como a Terra, bem inferiorizado, falanges numerosas de entidades desencarnadas inspi-ram-nos com tal freqüência que a sua intensidade — a intensidade de sua influenciação — não pode ser medida.

No Evangelho e no Espiritismo, estão os recursos imprescindíveis à nossa segurança.

A prática do bem, a confiança em Deus, o esclarecimento pelo estudo, o trabalho constante no Bem, tudo isto, com o amparo da prece, preservar-nos-á do assédio de entidades que, em nome de velhos propósitos de vingança, ou por simples perversidade, procuram dificultar a nossa ascensão.

Batendo à porta dos que sofrem, para levar-lhes a mensagem conso-ladora do Evangelho e o socorro de nossas mãos, encontraremos, um dia, a resposta do Céu aos nossos anseios de libertação.

Sendo livres para a escolha, acharemos, sem dúvida, o que bus-carmos.

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FidelidadESPÍRITA |Fevereiro 2010

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág.

71. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

por Eduardo martins

com todas as letras

Evite Erros com oImperativo Negativo

A crônica de um jornal, depois de comentar determinado assunto, concluía: “Não ri, não, porque, psico-

logicamente, faz sentido.” Quem achou estranho o “não ri” do texto

tem toda a razão. A forma verbal está errada e deveria ser substituída por não ria.

Trata-se no caso do imperativo negativo e ele, de maneira diferente do afirmativo, deriva inteiramente do presente do subjuntivo.

Portanto: Não rias tu, não ria você, não riamos nós, não riais vós, não riam vocês. Ou, com um verbo mais fácil: Não dês tu, não dê você, não demos nós, não deis vós, não dêem vocês. Veja mais alguns exemplos: Não leves tu, não leve você, não levemos nós, não leveis vós, não levem vocês; não partas tu, não parta você, não partamos nós, não partais vós, não partam vocês; não comas tu, não coma você, não comamos nós, não comais vós, não comam vocês; não ponhas tu, não ponha você, não ponhamos nós, não ponhais vós, não ponham vocês.

Como se vê, neste caso não ocorre nem a supressão do s final das segundas pessoas do imperativo afirmativo (cujas formas são tu dás, dá tu; que você dê, dê você; que nós demos, demos nós; que vós dais, dai vós, e que vocês dêem, dêem vocês).

A questão favorece tanto o erro que até mesmo dois compositores como Chico Buarque e Ruy Guerra, na música Fado Tropical, conju-garam erradamente o verbo no trecho: ... não “sê” tão ingrata, não “esquece” quem te amou... As duas palavras em destaque deveriam ser sejas e esqueças. Talvez elas não se ajustassem à melo-dia, mas essa já é outra história...

o vERBo SER CoNSTITUI ExCEção?O imperativo afirmativo do verbo ser

é o único que não segue a regra e tem as seguintes pessoas: Sê tu (e não “é tu”, de és, presente do indicativo), seja você, sejamos nós, sede vós (e não “soi” vós, de sois, presen-te do indicativo), sejam vocês.

O imperativo negativo, porém, não apresenta nenhuma exceção: Não sejas tu, não seja você, não sejamos nós, não sejais vós, não sejam vocês.

Fevereiro 2010 | FidelidadESPÍRITA mensaGem

Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus.” — Jesus.(Lucas, 12:1.)

Fariseus

Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

Fariseu ainda é todo homem presun-çoso, dogmático, exclusivo, pretenso privilegiado das Forças Divinas.

O orgulhoso descendente dos dou-tores de Jerusalém ainda vive. Atravessa todas as organizações humanas. Respira em todos os templos terrestres. Acredita-se o herdeiro único da Divina

Bondade. Nada aprecia senão pelo prisma do orgulho pessoal. Traça pro-gramas caprichosos e intenta torcer as próprias leis universais, submetendo-as ao ponto de vista que esposou na sua escola ou no seu argumento sectarista.

Jamais comparece, ante a bênção do Senhor, na condição de alguém que se converteu em instrumento de seus amo-rosos desígnios, mas como crente orgu-

lhoso, cheio de propósitos individualistas, declarando-se detentor de considerações especiais.

Os aprendizes fiéis necessitam acau-telar-se contra o levedo de tais enfermos do espírito.

Toda idéia opera fermentações men-tais.

Certamente que o Mestre não de-terminou a morte dos fariseus, mas recomendou cautela em se tratando da influenciação deles.

Exigências farisaicas constituem peri-gosas moléstias da alma. Urge auxiliar o doente e extinguir a enfermidade. Toda-via, não conseguiremos a realização, pro-vocando tumultos, e sim usando a cautela na antiga recomendação de vigilância.

cursos Gratuitos

Centro de Estudos Espíritas“nosso lar”

R. Prof. Luís Silvério, 120vl. marieta - Campinas/SP

(19) 3386-9019 / 3233-5596

Ônibus:vila marieta nr. 348* Ponto da Benjamim Constant em frente à biblioteca municipal.

www.nossolarcampinas.org.br

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aberto ao público:Necessário Inscrição:3386-9019 / 3233-5596

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atiVidades para 2010

cursos dias horários início

1º ano: Curso de Iniciaçãoao Espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. duração1 ano com uma aula por semana. 2ª Feira 20h00 - 21h30 01/03/2010

1º ano: Curso de Iniciaçãoao Espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. duração1 ano com uma aula por semana. domingo 10h00 - 11h00 07/03/2010

2º ano 3ª Feira 20h00 - 22h00 02/02/2010 Restrito

2º ano Sábado 16h00 – 18h00 06/02/2010 Restrito

3º ano 4ª Feira 20h00 - 22h00 03/02/2010 Restrito

3º ano Sábado 16h00 – 18h00 06/02/2010 Restrito

evangelização da infância domingo 10h00 – 11h00 Fev / Nov Aberto ao público

mocidade espírita domingo 10h00 – 11h00 ininterrupto Aberto ao público

atendimento ao público

Assistência Espiritual: Passes 2ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes 4ª Feira 14h00 - 14h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes 5ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto Aberto ao Público

Palestras Públicas domingo 10h00 - 11h00 ininterrupto Aberto ao Público